Jan/Fev/Mar 2009 Preparativos do CBMI 2009amib.cworks.com.br/fileadmin/Jamib_50.pdf · Na sessão...

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Jornal da Associação de Medicina Intensiva Brasileira Nº 50 Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI Jan/Fev/Mar 2009 Plantão Brasil As parcerias bem sucedidas das associações regionais do Amazonas e do Espírito Santo com os governos estaduais. Pág. 3 Ventilando Notícias Equipe do PE cura paciente com raiva, destaques da internet, aniversário da RBTI, as novas definições da prova de especialista e outros assuntos da medicina intensiva. Pág. 12 Programação A agenda com os principais eventos do trimestre no Brasil e no mundo. Pág. 13 Ponto Crítico Leia as ações da Comissão de Formação do Intensivista e como a AMIB está trabalhando para evoluir mais nesta questão. Pág. 15 Preparativos do CBMI 2009 Conheça os destaques do XIV do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, o primeiro congresso realizado depois da mudança do estatuto, com a organização totalmente realizada pela AMIB. Pág. 14

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J o r n a l d a A s s o c i a ç ã o d e M e d i c i n a I n t e n s i v a B r a s i l e i r a

Nº 50

Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI

Jan/Fev/Mar 2009

Plantão BrasilAs parcerias bem sucedidas das

associações regionais do Amazonas

e do Espírito Santo com os

governos estaduais.

Pág. 3

Ventilando Notícias

Equipe do PE cura paciente

com raiva, destaques da

internet, aniversário da RBTI,

as novas definições da prova de

especialista e outros assuntos da

medicina intensiva.

Pág. 12

ProgramaçãoA agenda com os principais eventos

do trimestre no Brasil e no mundo.

Pág. 13

Ponto CríticoLeia as ações da Comissão de

Formação do Intensivista e como a

AMIB está trabalhando para evoluir

mais nesta questão.

Pág. 15

Preparativos do CBMI 2009

Conheça os destaques do XIV do Congresso Brasileiro de Medicina

Intensiva, o primeiro congresso realizado depois da mudança do

estatuto, com a organização totalmente realizada pela AMIB. Pág. 14

2 Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

• A PA l Av r A d o P r e s I d e N t e •

DIRETORIA EXECUTIVA (BIênIO 2008-2009) – Presidente Álvaro réa-Neto (Pr) • Vice-Presidente Hélio SaNtoS de Queiroz FilHo (Ba) • 1º secretário EdErlon AlvEs dE CarvalHo rezeNde (SP) • 2º secretário JoSé eduardo Couto de CaStro (rJ) • 1º tesoureiro JoSé raimuNdo araúJo de azevedo (ma) • 2º tesoureiro FrEdErico Bruzzi dE cArvAlho (MG)

EDITOR DO JORnAl DA AMIB Bruno MAzzA (sP) EDITORAçãO GRáfICA mWS deSigN, FoNe: (11) 3399-3028 • COnTEúDO EDITORIAl Free.CoNteNt • JORnAlIsTA REspOnsáVEl GuilhErME MAciEl - MtB 46344/sPOs ARTIGOs AqUI pUBlICADOs sãO DE REspOnsABIlIDADE DE sEUs AUTOREs E As CARTAs DEVEM sER EnVIADAs à AMIB.

é uMA PuBlicAção triMEstrAl dA AMiB ruA JoAquiM távorA, 724 - vilA MAriAnA

cEP 04015-011 – FonE (11) 5089-2642

Uma das principais funções de uma associação de especialistas é promo-

ver eventos científicos relacionados com sua especialidade. Estes eventos são uma necessidade para divulgar novidades, trei-nar novas capacitações e atualizar novos conceitos, além de dar a oportunidade para o encontro de especialistas e a natural troca de experiências.

A AMIB tem feito um esforço para que seus eventos científicos tenham uma nova formatação. A começar pelo Congresso Brasileiro, nosso evento mais importante. Ele trará várias novidades, além de ter se tornado um evento anual, organizado diretamente pela AMIB e sempre que possível (pela disponibilidade de centro de convenções) ao redor do dia 10 de novembro, dia do intensivista. Queremos transformar esta semana do Congresso num momento de confrater-

nização social e científica de toda a comu-nidade de intensivistas brasileiros. A prova de título será totalmente reformulada e teremos agora duas fases, uma teórica e outra prática com testes de habilidades e discussões clínicas. Certamente será um momento importante dentro do Congres-so Brasileiro quando os vários centros de formação estarão reunidos e discutindo modelos de capacitação.

Um congresso importante como o nosso, quando muda seu calendário (de bianual no primeiro semestre para anual no segundo semestre) , é natural que passe por uma fase de adaptação com relação aos outros eventos. Achamos que natu-ralmente os eventos regionais serão fixa-dos no primeiro semestre dos próximos anos, deixando o Congresso Brasileiro da AMIB para o segundo semestre. Haverá espaço para todos.

Uma das características dos eventos da AMIB será uma forte valorização dos sócios, com descontos significativos nas taxas de inscrição ou totalmente gratuitos. Pudemos recentemente sentir a impor-tância disso em eventos regionais em Rondônia e Pará. O evento realizado em São Paulo para apresentar as novidades do Congresso Americano foi um sucesso também. Outros eventos nos mesmos moldes estão sendo organizados em várias capitais brasileiras.

Estamos certos de estar no caminho da modernização da nossa Associação e esperamos contar com a presença de todos vocês nos nossos eventos, fortalecendo cada vez mais nossa especialidade.

Um forte abraço,

Álvaro Réa-NetoPresidente da AMIB 2008/2009

A AMIB e os eventos científicos

• E D I T O R I A L •

Exemplos que vem do norte. É isso que podemos ver com a iniciativa da Sociedade Amazonense de Terapia Intensiva

(SATI) em conjunto com a Cooperativa Amazonense de Terapia Intensiva (Coopati), e a Cooperativa dos Enfermeiros Intensivis-tas do Amazonas (Coopenfint), que por um longo tempo vêm buscando a melhora dos cuidados intensivos na região através da uniformização das condutas nas unidades. Esse ponto também é compartilhado pela Sociedade do Espírito Santense de Terapia Intensiva (SOESTI) que, junto com o governo do Estado, vem criando parceiras para melhorar o atendimento e os cuidados dos pacientes graves, matérias do “Plantão Brasil”.

Na sessão “Trabalho em Equipe”, um texto bastante in-teressante publicado pelo departamento de nutrição sobre as interações entre as medicações e a terapia nutricional enteral no pacientes críticos.

A trombocitopenia induzida pela heparina muitas das vezes subdiagnosticado por todos é o tema que o Comitê de Trombose e hemostasia da AMIB preparou para a sessão “na beira do leito”,

vale a pena nos familiarizarmos com esse problema.Na sessão “Instituição que faz”, trouxemos a experiência do

Hospital das Clínicas de Porto Alegre, referência em transplante hepático em pediatria.

Não podemos de deixar de ler as notícias da nossa comu-nidade no “Ventilando Notícias”, onde poderemos ver o que acontece no nosso mundo intensivista.

Congressos e cursos não vão faltar se você quiser se atualizar a agenda está repleta de eventos.

A nossa Diretoria continua no seu papel de mostrar a impor-tância da medicina intensiva para a Sociedade como um todo.

As preparações para o XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva estão a todo vapor, siga o “Congresso passo a passo”.

Na sessão “Ponto Crítico”, uma importante discussão sobre a formação do intensivista no Brasil.

No mais, até o próximo JAMIB...Bruno Mazza

Editor

Os sucessos de norte a sul da terapia intensiva!

3Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

• P l A N tà o B r A s I l •

PLANTÃO BRASIL é uma coluna para integrar as regionais. Mande a notícia da sociedade de seu

Estado para [email protected].

SOCIEDADE AMAZONENSE COMEMORA COOPERATIVAS BEM SUCEDIDAS

Há 14 anos, iniciava-se um trabalho pioneiro na medicina intensiva brasileira: era fundada a Cooperativa dos Enfermeiros Intensivistas do Amazonas (Coopenfint), em Manaus, capital amazonense. Desde 1995, quando foi fundada, e até hoje, é a única coope rativa de enfermeiros intensivistas do Brasil. No início, atendia a apenas a um hos-pital, o Pronto Socorro 28 de Agosto. Atual-mente, a Coopenfint presta seus serviços, com 110 enfermeiros cooperados, a 12 hospitais pú-blicos do estado, totalizando 19 UTIs. “Havia uma demanda muito grande de pacientes críti-cos, mas o número de enfermeiros intensivistas era pequeno. A situação era caótica, pois existia apenas um enfermeiro no Hospital Universi-tário Getúlio Vargas. A criação da coope rativa mudou este cenário, impulsionou os estudos na área de Terapia Intensiva no estado. No mesmo período, foi criado o primeiro curso de pós-graduação”, afirma Suzany Teixeira, presidente da Coopenfint.

A Coopenfint desempenhou, ao longo destes 14 anos, papel fundamental no cres-cimento da medicina intensiva do estado. A estrutura permite que, atualmente, sejam ministrados cursos até de nível internacional. A presidente, Suzany Teixeira, é autora do Manual de Procedimentos Operacionais de Enfermagem em Terapia Intensiva, que está a venda somente na sede da Coopenfint. O livro é uma espécie de padronização dos procedimentos de enfermagem nas UTIs em que a cooperativa presta seus serviços. Além disso, a cooperativa estabeleceu algumas parcerias interessantes, com a Associação Brasileira de Enfermagem e com a Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Terapia Intensi-va. Atualmente, a Coopenfint está divulgando o congresso da Sociedade Brasileira de Enfer-magem e Estética em Feridas, que acontece no mês de maio em Salvador, na Bahia. “Por desempenharmos uma atividade em um setor altamente delicado de um hospital, temos que estar sempre procurando um diferencial, ou seja, participando de congressos nacionais e internacionais que nos permitam a troca de experiências, de conhecimentos, de técnicas para a assistência ao paciente criticamente doente”, comenta Suzeny.

Outro caso de sucesso no Amazonas

é a parceria da Sociedade Amazonense de Terapia Intensiva (SATI) com a Cooperativa Amazonense de Terapia Intensiva (Coopati). A Cooperativa presta serviços para as UTIs públicas da cidade de Manaus. Este trabalho, assim como a Coopenfint, permite a unifor-mização dos procedimentos de cuidados nas UTIs, o que facilita o trabalho dos médicos e a educação continuada dos intensivistas ma-nauaras. “Temos um grupo de médicos coeso, que atua em sintonia, com procedimentos padronizados, que têm como consequência a melhoria na qualidade do atendimento aos pacientes críticos”, explica o presidente da SATI, doutor Wilson de Oliveira Filho.

De acordo com o presidente da Coopati, doutor Eugênio Tavares, o tratamento inten-sivo está consolidado em Manaus, devido em grande parte ao trabalho da cooperativa. “Esse fator deve-se a um trabalho sério, responsável, junto aos médicos, órgãos governamentais e entidades civis, que mostra à sociedade a grande necessidade e a importância de salvar vidas e ou diminuir sofrimento de nossa po-pulação”, analisa Tavares.

SOESTI CONSOLIDA PARCERIAS COM GOVERNO

A Sociedade do Espírito Santense de Tera-pia Intensiva (SOESTI) vem se consolidando com parcerias com governo estadual. No úl-timo dia 4 de março, a SOESTI e a AMIB se reuniram com a Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (SESA), respectivamente representadas pela doutora Eliana Caser (vice-presidente da SOESTI), doutor Ederlon Rezende (1º secretário da AMIB), José Eduar-do Couto Castro (2º secretário da AMIB) e Deivis Guimarães (gerente de Regulação e Assistência da SESA). O objetivo foi discutir

uma cooperação entre as entidades para me-lhorar os procedimentos e cuidados nas UTIs do estado. “A parceria preenche a intenção da SOESTI de otimizar toda a estrutura de conhecimento e capacitação dos médicos e outros profissionais de terapia intensiva do Espírito Santo”, comenta Caser.

A ideia faz parte de um dos objetivos da política da AMIB com as regionais, que é aproximar as regionais com suas respectivas secretarias estaduais – especialmente as que têm investido na ampliação e melhoria de qualidade dos leitos. A meta específica desta ação é valorizar os profissionais de terapia in-tensiva do estado por meio de ferramentas de controle e avaliação pelo QuaTI, com análises de indicadores assistenciais e de gerência das UTIs do estado. “Todas as partes (da parceria) ganham”, analisa Caser.

A SOESTI ainda desenvolve um projeto com a Cooperativa dos Médicos Intensivistas do Espírito Santo (Cooperati), que presta ser-viço para a SESA, nas UTIs Adulto do estado. Com essa iniciativa, o estado poupa uma série de esforços financeiros com concursos públi-cos e pagamentos de honorários, entre outros débitos. A presidente da SOESTI, doutora Dyanne Dalcomune, destaca que todos os intensivistas cooperados têm que estar quites com a AMIB/SOESTI. A sociedade espírito santense também faz sua parte: “incentivamos a atualização científica, promovendo cursos, workshops e jornadas e estimulando a aqui-sição do título de especialista AMIB”, diz a presidente.

Cerca de 80% dos médicos da sociedade são cooperados. Essa união faz com que as dinâmicas de atualizações profissionais, qualidade do trabalho e rendimento de classe sejam rápidas e eficientes. A SOESTI e a Co-operati (que ocupam o mesmo espaço físico), promovem uma série de incentivos, por meio da AMIB: assinatura de revistas especializadas, cursos e eventos. “Os cooperados podem participar democraticamente das decisões da Cooperativa, pois as principais deliberações só podem ser efetivadas com o consentimento da maioria. A Cooperati ainda participa com incentivo financeiro mensal para a SOESTI”, comenta o doutor Jorge Luiz Potratz, presi-dente da cooperativa.

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• t r A B A l H o e M e Q U I P e •

Potenciais interações entre medicamentos e terapia nutricional

enteral em pacientes internados em UTI

TRABALHO EM EQUIPE é uma seção multidisciplinar e é desenvolvida pelos departamentos não-médicos da AMIB. Se você tem alguma sugestão para ser

abordada nessa sessão, entre em contato com o seu departamento.

Habitualmente pacientes internados em UTI encontram-se em terapia nutricio-

nal enteral ou parenteral. A moderna terapia nutricional prioriza a administração de nu-trientes no trato digestivo sempre que possível a fim de manter a integridade do mesmo. Por outro lado, os nutrientes são também capazes de interagir com fármacos, sendo um proble-ma de grande relevância na prática clínica. A interação entre drogas e nutrientes é um evento que ocorre quando se produz um de-sequilíbrio nutricional por ação de um medi-camento, ou quando um efeito farmacológico é alterado pela ingestão de nutrientes ou pelo estado nutricional do paciente. Pacientes de UTI, devido à gra-vidade do quadro, freqüente-mente estão recebendo muitos medicamentos, o que, aliado ao uso de terapia nutricional enteral, muitas vezes adminis-trada continuamente ao longo de 24 horas, como forma de evitar sobrecarga de nutrientes, acaba por facilitar a ocorrência de interações indesejáveis. O conhecimento das possíveis interações droga-nutriente associadas a medicamentos de uso comum por pacientes internados em UTI é o passo inicial para se prevenir a ocorrência de interações indesejáveis, respeitando horários seguros de administração destes medicamen-tos e da TNE e investigando a presença ou não dos efeitos colaterais com implicações nutricionais descritos na literatura.

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as potenciais interações entre medicamentos e terapia nutricional enteral em pacientes críti-cos internados na UTI de um hospital público localizado na cidade de Fortaleza.

A amostra foi composta por todos os pacientes que foram admitidos na UTI do

hospital citado num período de três meses consecutivos, desde que atendessem aos seguintes critérios de inclusão: ter idade de 18-60 anos, não ser oriundo de outra UTI hospitalar, estar em TNE (seja por sonda nasal ou estomia) e concordar (ou o responsável le-gal concordar) em integrar o estudo, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. No período atenderam a tais critérios 23 pacientes, 14 (61%) mulheres e 9 (39%) homens. Os mesmos foram acom-panhados até sua alta da UTI ou óbito, ou,

caso nenhum dos eventos ocorresse, por um período de 30 dias. Foi investigada a terapia enteral instituída, perfil bioquímico, mani-festações digestivas e terapia medicamentosa utilizada.

Constatou-se que todos os pacientes encontravam-se em TNE através de sonda naso-gástrica, predominando administração por bomba de infusão, contínua (39%) ou intermitente (18%). Todas as fórmulas eram poliméricas, 39% sendo especializadas para diabetes melito. Foram observados distúrbios digestivos: diarréia (43%), vômitos (22%), distensão abdominal (13%) e resíduo gástrico excessivo (9%). Como alterações bioquímicas detectou-se: hiperglicemia (100%), baixos

hematócrito e hemoglobina (100%), níveis alterados de uréia (52%), creatinina (39%), cálcio (43%), sódio (39%) e potássio (17%). Os principais medicamentos prescritos foram: anti-fúngicos, antiinflamatórios esteroidais, sedativos, diuréticos, anti-hipertensivos, analgésicos, antibióticos, anti-ulcerosos, anti-trombolíticos e anti-convulsivantes. Em média, cada paciente recebia 6 medicamentos/dia. Os medicamentos eram administra-dos dentro dos horários predefinidos pela prescrição médica, muitas vezes em conco-

mitância com a TNE. Todos podiam potencialmente estar associados às manifestações citadas, mas tal investigação não era realizada. No período estudado, 8 pacientes foram a óbito, 5 foram transferidos para outros hospitais e 10 para as enfermarias, por melhora do quadro crítico da UTI

O estudo permitiu consta-tar que as possíveis interrelações entre doença x terapia nutri-cional enteral x manifestações digestivas x alterações bioquí-

micas x farmacoterapia não são avaliadas pelas equipes responsáveis pelo atendimento, pelo menos em termos de se traduzir em anotações nos prontuários, com adoção de medidas de intervenção específicas, se cabíveis.

Semíramis Silva Santos; Helena Alves de Carvalho SampaioMonografia de conclusão de curso

de Graduação em Nutrição – Universidade Estadual do Ceará

Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

6 Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

Rubens C Costa Filho, MD, FCCP, MBA.Coordenador da Terapia Intensiva do Hospital

Pró Cardíaco (RJ)Presidente do Comitê de Trombose, Hemostasia

e Transfusão da AMIB

INTRODUÇÃOA Trombocitopenia em terapia intensiva é sem

dúvida um desafio diagnóstico, principalmente quando entendida sob a perspectiva de um de-sequilíbrio entre síntese, sequestro e destruição. A produção de plaquetas na medula pode sofrer interferências do uso de drogas; o hiperesplenismo por sequestrá-las e a hemodiluição pela infusão de colóides e cristalóides, ou tudo combinado.

Por outro lado, a destruição periférica das plaquetas poderia estar relacionada as seguintes causas:1. Não-imunes (sepse grave, inflamação, CIVD,

púrpura trombocitopenica trombótica) 2. Imunes (trombocitopenia imune idiopática,

Púrpura pós-transfusional- PPT) 3. Induzidas por drogas, que pode ter substrato

imune e/ou não-imune.A trombocitopenia induzida por droga pode

apresentar características clínicas:• Pró-trombótica (trombocitopenia induzida

pela heparina - HIT) (foto)• Pró-hemorrágica(quinino,sulfas,rifampicina,

vancomicina, anti-inflamatórios não-esteróides entre outras). Atualmente, uma classificação mais prática

considera o tipo de paciente e o ambiente onde ela surge:I. Pacientes ambulatoriais (gravidez, síndrome

antifosfolípide), II. Pacientes hospitalizados (sepse, drogas, dilui-

ção, HIT, CIVD, PPT) (1). Neste último cenário, a análise mais minuciosa

da trombocitopenia e os fatores relacionados, geral-mente fornecem pistas que nos levam a identificar sua causa. Estes fatores incluem o momento e magnitude da queda plaquetária no período de in-ternação, as intervenções invasivas relacionadas, o comportamento do estado inflamatório/infeccioso, presença de transfusão de sangue e componentes, coleta de sangue e envio ao laboratório, conside-rando possível erro laboratorial de sua contagem (pseudotrombocitopenia).DEFINIÇÃO E PATOLOGIA

Uma das melhores definições de HIT conside-

Trombocitopenia induzida pela heparina - HIT

Vamos pensar mais nela?

• N A B e I r A d o l e I t o •

ra um amplo espectro. É um estado pró-trombótico sistêmico, adquirido, imune, transitório, e ironi-camente causado por uma droga anticoagulante, a heparina.

A HIT é uma síndrome clinico-patológica, que considera a trombocitopenia atribuída ao emprego de heparina, e o patológico com alterações laboratoriais específicas ligadas a identificação de anticorpos patogênicos da HIT (2, 3). As imuno-globulinas da classe IgG reconhecem os complexos PF4/Heparina formando o complexo IgG/PF4/Heparina. Esta reação imunológica, identificada por ensaios laboratoriais, promove um estado de hipercoagulabilidade sistêmica, com uma exube-rante formação de micropartículas, decorrente dos complexos IgG/PF4/Heparina formados, que ativam com os receptores FcyRIIa localizados na superfície da membrana plaquetária (CD32). Adi-cionalmente, esses complexos anti-PF4/Heparina, ativam o endotélio e os macrófagos, amplificando uma resposta inflamatória sistêmica.

A HIT é um evento que se explica pela pre-sença de anticorpos aos complexos PF4/heparina (anticorpos HIT) em pacientes que receberam alguma heparina. Portanto, é um efeito adverso grave e imunológico induzido por uma droga de uso muito frequente. Somente nos EEUU a hepa-rina é utilizada em mais de 12 milhões de pacientes anualmente, com mais de 1 trilhão de unidades prescritas. Cabe ressaltar que o número de proce-dimentos cardiovasculares é crescente, com mais de 6 milhões de procedimentos por ano. Outra ironia, é que a HIT é uma situação de alto-risco para microtrombose, quando associada aos cumarínicos (Warfarin-Induced Skin necrosis), pelo menos 100 vezes maior, se comparada aos pacientes que não possuem HIT e usam cumarínicos(4).

CARACTERÍSTICAS A HIT pode apresentar-se de diversas formas,

desde uma comum trombocitopenia isolada; a trombose venosa; e/ou isquemia de extremidades

aguda, a uma forma menos comum, mas específica, como lesão necrótica de pele nos locais de injeção (foto); reações sistêmicas ( febre, calafrios, taquicar-dia, hipertensão, taquipnéia, hipotensão, cefaléia, parada respiratória, dispnéia, diarréia) agudas até 2 horas após administração IV ou SC; ou necrose hemorrágica adrenal, frequentemente associada a trombose de veia renal.

A maioria dos pacientes com HIT apresentam trombocitopenia discreta ou moderada, com o vale ao redor de 60.000/L (15-150 x103). Mas é impor-tante mencionar que a queda relativa das plaquetas (30-50%) do seu valor basal deve ser observada. Os médicos podem se acostumar com a coexistência de trombocitopenia e uso de heparinas em ambiente de pós-operatório nos primeiros dias, mas deveriam ficar atentos para a sua queda recorrente dias após as intervenções operatórias.

A frequência de HIT é maior quanto a hepari-na (HNF>HBPM) a origem (Bovina>porcina), ao tipo de paciente (Cirúrgico > médico > gravidez > neonatal) ao sexo (mulheres > homens) A dose de heparina ainda suscita controvérsias, mas mesmo o flush para assegurar a patência de cateteres em UTIs, ou cateteres revestidos, tem sido apontados como causas.(5)

Nesta foto pode-se observar a necrose de pele no local de injeção subcutânea de heparina de baixo peso. Esta manifestação ocorre em cerca de 10-20% dos pacientes que desenvolvem HIT(6).

7Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

NA BEIRA DO LEITO é uma sessão desenvolvida pelos comitês científicos da AMIB e aborda temas

atuais relativos a prática da Medicina Intensiva.

• N A B e I r A d o l e I t o •

INÍCIO TARDIO DE TROMBOCITOPENIAAlgumas vezes o início da trombocitopenia

acontece após a suspensão da heparina. Também pode acontecer da trombocitopenia persistir por mais de uma semana, a despeito da interrupção total de toda a heparinização. O tempo para que as plaquetas se recuperem é de 4 dias, e 90% dos pacientes recuperam sua contagem superior a 150 x 103 /L dentro de 1 semana. Muitos destes pacientes retornam ao hospital com tromboses e plaquetas normais, em virtude de altas precoces.

TROMBOCITOPENIA SEM TROMBOSECerca de 50% dos pacientes com HIT são

reconhecidos pela trombocitopenia, ao invés da trombose. Mas mesmo sem tromboses, não sig-nifica dizer que não possuem riscos. Os médicos costumam simplesmente suspender a heparina, ou introduzir cumarínicos, o que seria um erro. Outro aspecto interessante é que quanto maior a magnitude da queda das plaquetas, maior é o risco para tromboses(7). Ao contrário, se um paciente trombocitopenico e sem trombose está numa UTI, sem se considerar a relação temporal com o uso de heparina, a probabilidade de ser HIT é de 1 em 100 . Esta assertiva é feita por se considerar que a frequencia de trombocitopenia na UTI (30-50%) comparada com os relatos de frequencia soroló-gica positiva confirmada (HIT) nesta população (0.3-0.5%)(8).

A probabilidade de HIT (enquanto se espera a confirmação laboratorial) depende do momento e da magnitude da queda das plaquetas, assim como se outras plausíveis explicações cabem para a trombocitopenia.

TROMBOSE SEM TROMBOCITOPENIA

Não é incomum identificar que cerca de 50% de todos os pacientes com HIT tem tromboses sintomática, no momento do diagnóstico. Uma das razões é que a trombose precede a existência de trombocitopenia. Greinacher num recente estudo(9) identificou que 60% dos pacientes com trombose associada a HIT desenvolviam trombo-

citopenia após o evento trombótico. Desta forma, uma trombose que acontece entre 5- 14 dias (ou mesmo mais) depois de iniciada heparina, repre-sentaria trombose associada à HIT mesmo com contagem plaquetária normal.

COMO RECONHECER HIT Avaliação do escore denominado dos 4 T’s

de Warkentin proporcionado uma avaliação de probabilidade clínica, mais apurada para a pre-sença de HIT.

PONTUAÇÃO - ESCORE 4 T’SO escore de probabilidade pré-teste : 6 a 8 = alta probabilidade; 4 a 5 = Intermediária probabilidade 0-3 = Baixa probabilidade Ao abordar um paciente com suspeita de HIT

devemos focar em 4 perguntas: 1. O paciente possui trombocitopenia? 2. O momento da queda das plaquetas é com-

patível com a imunização produzida pela heparina?

3. O paciente possui tromboses ou outras sequelas de HIT?

4. Há outra explicação para a presença de trom-bocitopenia?Estas questões, aplicadas em nosso dia-a-dia

certamente tornam nossas abordagens mais efetivas e com menos variabilidade, com maior tirocínio diagnóstico.

É fundamental destacar que em nosso meio, os testes laboratoriais são escassos. Warkentin e al., (2) publicaram uma boa revisão neste campo.

CONSIDERAÇÕES FINAISA abordagem desta síndrome altamente devas-

tadora pode ser regida por 4 princípios básicos:Faça:

1- Interrompa a heparina frente a alta probabilida-de dentro do escore 4 T’s - de qualquer forma (UFH, HBPM, Flushes, cateteres recobertos)

2-Inicie um anticoagulante alternativo (não-hepa-rínico), usualmente em doses terapêuticas

Não faça:3-Não adimistre cumarínicos na fase aguda da

trombocitopenia, principalmente se a contagem de plaquetas for inferior a 100 mil.

4-Evite transfundir plaquetas, pois nem toda trombocitopenia leva a sangramentos.Os agentes terapêuticos inibidores direto da

trombina (DTI) como o argatroban, danaparoides e lipirudina não estão disponíveis no mercado brasileiro.

Slides da Aula integral e original apresentada na ocasião do congresso europeu de medicina intensiva (2006) em Berlin pode ser baixada neste link: http://www.esnips.com/web/SLIDESHIT

REFERÊNCIAS1. Aird WC, Mark EJ. Case records of the

Massachusetts General Hospital. Weekly clinicopathological exercises. Case 15-200. A 53-year-old man with a myocardial infarct and thromboses after coronary-artery bypass grafting. N Engl J Med 2002;346(20):1562-1570.

2. Warkentin TE, Heddle NM. Laboratory diagnosis of immune heparin-induced thrombocytopenia. Curr Hematol Rep 2003;2(2):148-157.

3. Aster RH. Heparin-induced immune throm-bocytopenia - a clinical or laboratory diagno-sis? J Thromb Haemost 2006;4(4):757-758.

4. Warkentin TE. Think of HIT when thrombo-sis follows heparin. Chest 2006;130(3):631-632.

5. Warkentin TE. Think of HIT. Hematology Am Soc Hematol Educ Program 2006:408-414.

6. Warkentin TE, Roberts RS, Hirsh J, et al. Heparin-induced skin lesions and other unu-sual sequelae of the heparin-induced throm-bocytopenia syndrome: a nested cohort study. Chest 2005;127(5):1857-1861.

7. Lo GK, Juhl D, Warkentin TE, et al. Evalu-ation of pretest clinical score (4 T’s) for the diagnosis of heparin-induced thrombocytope-nia in two clinical settings. J Thromb Haemost 2006;4(4):759-765.

8. Napolitano LM, Warkentin TE, Almahameed A, et al. Heparin-induced thrombocytopenia in the critical care setting: diagnosis and ma-nagement. Crit Care Med 2006;34(12):2898-2911.

9. Greinacher A, Farner B, Kroll H, et al. Clinical features of heparin-induced thrombocytope-nia including risk factors for thrombosis. A retrospective analysis of 408 patients. Thromb Haemost 2005;94(1):132-135.

PONTUAÇÃO - ESCORE 4 T’S

2 1 0

Trombocitopenia> 50% de queda ou vale

entre 20-100 x109/L30% a 50% de queda com

vale 10 - 19 x 109/LQue < 30% com vale < 10

x 109/L

Tempo de queda das plaquetas(momento)

Início claro entre os dias 5-10 ou menos de 1 dia se houver exposição recente (100 dias)

Não fica claro a presença de uso de heparina ou se

perde a contagem ou início após 10 d

Plaquetas caem muito cedo (sem evidências de exposição

a heparina)

TromboseTrombose nova; necrose de pele; reações sistêmicas ao

bolus

Trombose recorrente ou tardia; Lesões cutâneas

eritematosas; suspeita de tromboses não provada;

Nenhuma

OuTras causas para trombocitopenia

Não há outra causa aparente PossívelDefenitivamente outra causa

aparente

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9Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

• N U t r I N d o o C o N H e C I M e N t o •

Divulgue seu artigo! Essa sessão usa como referência o base da dados PubMed. Caso tenha publicado em alguma revista

dessa base, mande um e-mail com as referências para [email protected].

Vale a pena ler*Confira os principais artigos publi-cados no último trimestre:

Zilberberg, M. et al. Implementing quality improvements in the inten-sive care unit: Ventilator bundle as an example. Critical Care Medi-cine 37(1): 305-09.

Iltis, AS et al. Organ donation, pa-tients’ rights, and medical respon-sibilities at the end of life. Critical Care Medicine 37(1): 310-15.

Diringer, M. Management of aneurysmal subarachnoid hem-orrhage. Critical Care Medicine 37(2): 432-440.

Bouhemad, B. et al. Acute left ven-tricular dilatation and shock-induced myocardial dysfunction. Critical Care Medicine 37(2): 441-447.

Brierley, J. et al. Clinical practice parameters for hemodynamic sup-port of pediatric and neonatal sep-tic shock: 2007 update from the American College of Critical Care Medicine. Critical Care Medicine 37(2): 666-88.

Payen, D. et al. Impact of continu-ous venovenous hemofiltration on organ failure during the early phase of severe sepsis: A randomized con-trolled trial. Critical Care Medicine 37(3): 803-10.

Jakob, SM. et al. Dexmedetomi-dine versus propofol/midazolam for long-term sedation during me-chanical ventilation. Intensive Care Medicine 35(2): 282-90.

Graf, J. Pleural effusion in me-chanically ventilated patient. Cur-rent Opinion in Critical Care 15(1): 10-17. *Artigos disponíveis no www.AMIB.org.br

Do Brasil para o munDoAcompanhe uma seleção de alguns dos mais destacados artigos que profissionais brasileiros publicaram em revistas indexadas:

da Silva FP, Soriano FG. Departa-mento de emergência, Universida-de de São Paulo –SP. Neutrophils

recruitment during sepsis: Critical points and crossroads. Front Bio-sci. 2009 Jan 1;14:4464-76.

Costa EL, Borges JB, Melo A, Suarez-Sipmann F, Toufen C Jr, Bohm SH, Amato MB. UTI- Respiratória, Universidade de São Paulo - SP. Bedside estimation of recruitable alveolar collapse and hyperdistension by electrical im-pedance tomography. Intensive Care Med. 2009 Mar 3. [Epub ahead of print]

Germano EM, Mello MJ, Sena DF, Correia JB, Amorim MM. Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira, Recife, Brazil. Incidence and risk factors of cor-neal epithelial defects in mechani-cally ventilated children. Crit Care Med. 2009 Mar;37(3):1097-100.

Torquato JA, Lucato JJ, Antunes T, Barbas CV. Departamento de Patologia, Faculdade de Medici-na e Instituto Central, Central do Hospital das Clinicas, Universida-de Cruzeiro do Sul, São Paulo/SP. Interaction between intra-abdom-inal pressure and positive-end ex-piratory pressure. Clinics. 2009 Apr;64(2):105-12.

Salluh JI, Soares M, De Meis E.Hospital de Câncer, Instituto Nacional de Câncer, Rio de Ja-neiro. Antiphospholipid antibod-ies and multiple organ failure in critically ill cancer patients. Clin-ics. 2009 Apr;64(2):79-82.

Costa EL, Lima RG, Amato MB. UTI- Respiratória, Universidade de São Paulo – SP. Electrical im-pedance tomography. Curr Opin Crit Care. 2009 Feb;15(1):18-24.

Peck G, Andrades M, Lorenzi R, da Costa M, Petronilho F, Moreira JC, Dal-Pizzol F, Ritter C. Univer-sidade do Extremo Sul Catarinense, SC, Brasil.Serum-induced mac-rophage activation is related to the severity of septic shock. Inflamm Res. 2009 Feb;58(2):89-93.

Fumis RR, Deheinzelin D. Unida-de de Terapia Intensiva Hospital A C Camargo, São Paulo - SP. Fam-ily members of critically ill cancer

patients: assessing the symptoms of and depression. Intensive Care Med. 2009 Jan 29. [Epub ahead of print]

Lobo SM, Soriano FG, Barbeiro DF, De Backer D, Sun Q, Tu Z, Dimopoulos G, Preiser JC, Vray B, Vercruysse V, Vincent JL.Unidade de terapia intensiva, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São Paulo. Effects of dobu-tamine on gut mucosal nitric ox-ide production during endotoxic shock in rabbits. Med Sci Monit. 2009 Feb;15(2):BR37-42.

de Souza AL, Seguro AC.Unidade de Terapia Intensiva, Instituto de infectologia Emílio Ribas, São Pau-lo. Gram Staining: An Unexplored Diagnostic Tool for diagnosis of meningococcal infection in the Developing World. J Emerg Med. 2009 Jan 26. [Epub ahead of print]

Taniguchi C, Eid RC, Saghabi C, Souza R, Silva E, Knobel E, Paes AT, Barbas CS. Unidade de Terapia Intensiva,Hospital Albert Einstein, São Paulo. Automatic versus manual pressure support reduction in the weaning of post-operative patients: a randomised controlled trial. Crit Care. 2009 Jan 26;13(1):R6. [Epub ahead of print]

Bottino M, Cowett RM, Sinclair JC. Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro. Interventions for treatment of neonatal hyperglyce-mia in very low birth weightinfants. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jan 21;(1):CD007453.

Baldasso E, Garcia PC, Piva JP, Branco RG, Tasker RC. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, Hospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre. Pilot safety study of low-dose vasopressin in non-sep-tic critically ill children. Intensive Care Med. 2009 Feb;35(2):355-9. Epub 2009 Jan 9. Oliveira RH, Azevedo LC, Park M, Schettino GP. Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brazil. In-fluence of ventilatory settings on static and functional haemody-namic parameters during experi-

mental hypovolaemia. Eur J An-aesthesiol. 2009 Jan;26(1):66-72.

da Silva PS, Reis ME, Aguiar VE.Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, Hospital do Servidor Público Municipal, São Paulo. Value of repeat cranial computed tomography in pediatric patients sustaining moderate to severe traumatic brain injury. J Trauma. 2008 Dec;65(6):1293-7.

Caldas JP, Marba ST, Blotta MH, Calil R, Morais SS, Olivei-ra RT. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. Accu-racy of white blood cell count, C-reactive protein, interleukin-6 and tumor necrosis factor alpha for diagnosing late neonatal sep-sis. J Pediatr (Rio J). 2008 Nov-Dec;84(6):536-42.

Santana e Meneses JF, Leite HP, de Carvalho WB, Lopes E Jr. Unida-de de Terapia Intensiva pediátrica, UNIFESP,São Paulo. Hypophos-phatemia in critically ill children: prevalence and associated risk fac-tors. Pediatr Crit Care Med. 2009 Mar;10(2):234-8.

Carlotti AP, Carvalho WB. Uni-versidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil. Abdominal com-partment syndrome: A review. Pediatr Crit Care Med. 2009 Jan;10(1):115-20.

Teixeira C, Zimermann Teixeira PJ, Hohër JA, de Leon PP, Brodt SF, da Siva Moreira J. Unidade de Terapia Intensiva, Santa Casa de Porto Alegre, Porto Alegre – RS. Serial measurements of f/VT can predict extubation failure in patients with f/VT < or = 105? J Crit Care. 2008 Dec;23(4):572-6. Epub 2008 Apr 18.

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• I N s t I t U I Ç Ã o Q U e FA Z •

INSTITUIÇÃO QUE FAZ conta histórias empreendedo-ras, de gente que promove muito com poucos recur-

sos. Mande sua história para [email protected].

Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

A cidade de Porto Alegre vem se consoli-dando como um dos grandes centros de

referência da medicina intensiva do Brasil. Na edição passada do JAMIB, noticiamos sobre o Grupo de Resposta Rápida da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Agora, é a vez do programa de transplante hepático infantil do Serviço de Pediatria do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) – um dos dois únicos centros de transplante hepático infantil do Rio Grande do Sul. O outro, em Passo Fundo, não faz cirurgias em crianças pequenas, o que au-menta a importância do centro porto alegrense. Com uma curva de sobrevida de cerca de 80%, o centro chega a realizar até 11 transplantes por ano. O número varia de acordo com a quantidade de doadores e, desde 1995, quando foi implantado, fez 115 operações. “Em um estudo interessante do nosso grupo, no qual separamos os primeiros cinco anos (1995-1999 e 2000-2004), observamos uma sobrevida de 62%/ano no primeiro grupo, contra 83%/ano, no segundo grupo. Isso indica que os primeiros anos foram de muito aprendizado. Dentre os nossos pacientes, há aqueles que já tiveram até que fazer retransplante. Uma com duas crianças e um com três”, comenta a doutora Sandra Vieira, coordenadora do programa de transplante hepático.

O HCPA é um hospital público ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com uma boa estrutura. Por ter esse vínculo universitário, desenvolve pesquisas biomédicas, clínicas e epidemiológicas em cerca de 60 especialidades, com resultados e programas ligados a cursos de pós-graduação. A internação pediátrica conta com 37 leitos para crianças de dois meses a cinco anos incompletos, mais 34 camas para crianças de dois meses a 14 anos incompletos, totalizando 71 vagas. A UTI pediátrica tem cinco leitos, sendo dois para isolamento respiratório e oito na área coletiva. No ano de 2007, a UTI atendeu 269 pacientes. O hospital ainda conta com um centro de pesquisas e um laboratório de hepatologia experimental.

Hospital das Clínicas de Porto Alegre se torna referência no transplante de fígado infantil

Especificamente, o programa de transplan-te hepático infantil, coordenado pela doutora Sandra Vieira, conta com uma equipe inter-disciplinar: um cirurgião, três clínicos gas-troenterologistas e hepatologistas pediátricos, três intensivistas pediátricos, uma enfermeira, uma assistente social, uma psicóoga infantil e quatro residentes. Além disso, tem todo o apoio dos cirurgiões da equipe de transplante hepático adulto do HCPA. “O transplante é um procedimento que só é indicado quando não existe qualquer outra alternativa, pois traz muitas conse quências como o aumento do risco de infecção e outras doenças”, comenta a coordenadora do programa.

Independente dos bons resultados, o procedimento é considerado de alto risco, pois é preciso realizar a imunosupressão a longo prazo para evitar problemas de rejeição e, com isso, as consequências são o aumento dos riscos de infecções e outras doenças. “De uma maneira geral, utiliza-se para a indicação parâmetros relacionados à dimi-nuição da síntese hepática (prolongamento do tempo de protrombina não responsivo à suplementação de vitamina K, hipoalbumi-nemia, hipocolesterolemia (colesterol total < 100 mg/dL), prejuízo da excreção biliar, hiperbilirrubinemia direta e indireta, grau de hipertensão porta (ascite, sangramento de varizes gastro-esofágicas não responsiva ao tratamento endoscópico), desenvolvimento de hepatocarcinoma, encefalopatia hepática”, comenta doutora Vieira ao site da AMIB.

O diagnóstico de transplante de órgãos, atualmente, usa a classificação da PELD, a

Pediatric End Stage Liver Disease, elaborada pela United Network of Organ Sharing, que se baseia nos dados de albumina, bi-lirrubina e deficiência de crescimento. “O PELD inclui albumina sérica, bilirrubina total e tempo de protrombina estimado pelo International Normalized Ratio (INR) para crianças de menos de um ano que tem um desvio padrão de crescimento em relação a crianças com menos de dois anos de ida-de”, comenta doutora Sandra. Em estudo desenvolvido pelo grupo, foi identificado que os piores cenários tinham o quociente PELD inferiores a 10. “Para os enfermos com doença aguda, existem dois escores prognós-ticos. O desenvolvido pelo Kings College, que classifica os pacientes em insuficiência hepática induzida por acetaminofen, tem os parâmetros de pH menor que 7,3 ou TP maior 100 segundos, encefalopatia graus II/IV, creatinina maior que 300 micromol por litro e em insuficiência hepática não induzida por acetaminofen. Outro critério utilizado é o francês de Clichy que, para menores de 30 anos, considera indicação de transplante, fator V menor que 20%”, esclarece a coor-denadora ao site da AMIB.

O encaminhamento de pacientes que necessitam do transplante no Rio Grande do Sul é simples. Basta realizar o diagnóstico e acionar o HCPA. As orientações são dadas caso a caso, mediante o parecer do serviço social do local de origem do paciente. O HCPA ainda possui uma casa de apoio para receber as mães das crianás internadas. Além do HCPA, a doutora Sandra destaca outras instituições gabaritadas para realizar o trans-plante pediátrico, como o Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba, o Hospital das Clínicas de Minas Gerais e o Hospital Geral de Bom Sucesso, coordenados pela professora Gilda Porta, e também o Hospital das Clínicas de Pernambuco.

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Quando a Sincronia é Vital

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UTI do Pernambuco cura caso de raiva

Pela terceira vez na história da medicina, uma equipe de médicos conseguiu curar um caso de raiva. E esta equipe fica no Brasil, mais precisamente em Pernambuco, na Unidade de Terapia Intensiva de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Oswal-do Cruz (UTI-DPI). “Em 2004, houve um diagnóstico confirmado na cidade de Mi-lwakee (protocolode de Milwalkee) e usamos o mesmo protocolo, adaptado à realidade de um hospital público do nordeste. O paciente evoluiu com a confirmação da cura virológi-ca”, destaca doutor Gustavo Trindade Filho, coordenador da UTI-DPI e presidente da So-ciedade de Terapia Intensiva de Pernambuco (SOTIPE). A raiva humana é uma doença com praticamente 100% de letalidade, o que torna o caso ainda mais impressionante. A UTI, que tem sete leitos, é a única do estado que trata de doenças infecciosas, como téta-no, leptospirose, meningite, aids e a própria raiva. “A garra superou a dificuldade. Traba-lhamos com protocolos definidos e temos uma boa produção científica, com estudos publicados em revistas indexadas. Depois da cura deste caso, houve investimento do governo, além de todo reconhecimento da nossa equipe por toda da comunidade cien-tífica”, comemora Trindade.

CREMESP lança livro que aborda cuidados na UTI

O conselho regional de medicina de São Paulo (CREMESP) lançou, no final de março, o livro Cuidados Paliativos às 20 horas. As 680 páginas das obra, coordenadas pelo doutor Reynaldo Ayer de Oliveira, tem um capítulo dedicado exclusivamente às práticas de terapia intensiva. Intitulado “UTI”, foi produzido pela doutora Ana Cláudia de Lima Quintana Arantes e pelo doutor Ricardo Tavares de Carvalho, membro do Comitê de Terminali-dadeda AMIB, diretor da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) e presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hos-pital das Clínicas da FMUSP. O capítulo trata sobre o morrer na UTI a partir de estudos do Support (divisão de nutrição médica da Danone) e sobre os cuidados paliativos como critério de qualidade em uma UTI. “A inclu-

são deste capítulo foi muito polêmica, mas a UTI é o local onde grande parte das mortes em hospitais ocorrem e, portanto, a aborda-gem deste capítulo era essencial”, comenta o coordenador do livro.

Prova de especialista ganha novas definições

Algumas resoluções para a prova de ob-tenção do Título de Especialistas foram esta-belecidas. A nota de corte, por exemplo, é de 6. Até o fechamento desta edição, a comissão estava montando os preparativos finais, como definir os manequins que vão integrar as esta-ções das provas práticas. O edital da prova sai na Assembleia de Representantes da AMIB, no dia 24 de abril.

Parabéns, RBTI!O ano de 2009 é um marco para a medici-

na intensiva brasileira. A Revista Brasileira de Terapia Intensiva (RBTI), editada pela AMIB, completa 20 anos de existência. Para celebrar a data, a publicação vai promover um concurso para premiar os melhores artigos enviados. A meta, para os próximos dois anos, é que a RBTI alcance a indexação em entidades internacionais. “Já temos uma boa estrutura e a revista continua crescendo em qualidade científica e acadêmica”, comenta o doutor Gilberto Friedman, editor chefe da RBTI.

A história da SEPSE em 99 slides

Está disponível na internet uma apresen-tação de slides sobre os cem anos de história da spese (“celebrados” em 2008). O autor da apresentação é do doutor Muriillo Assunção, intensivista da UNIFESP e do Hospital Al-bert Einstein e membro do Instituto Latino Americano de Sepse. Para ver o estudo, acesse www.esnips.com/doc/818626ed-b9e1-408e-99ad-da3a2f450004/MURILLO-ASSUN-ÇÃO-2008---Sepse-100-anos-de-história-e-para-onde-caminhamos.

Dez anos de medicina intensiva revisitados

Outro link interessante disponível na in-ternet é o e-book Intensive Care Medicine in 10 Years, editado pelo médico belga Jean-Lou-is Vincent. Em 428 páginas, com a autoria de

vários doutores europeus, norte-americanos, canadenses e até australianos (não há nenhum latinoamericano) o compilado traça um pa-norama de como a evolução da última década vai determinar o futuro da medicina intensiva. A partir de uma análise macro, Vincent inicia o livro abordando tópicos como a cena da medicina intensiva, sepse, ventilação, sedação, entre outros, sempre expondo a visão pessi-mista e a otimista. “Vou bancar o advogado do diabo, pois acredito que vamos determinar as questões do futuro”. Quem quiser acessar o livro, vá no link http://www.esnips.com/doc/c2979bbb-31fd-41aa-a006-db24efd87d39/Intensive-Care-Medicine-in-10-Years.

Norte do Mato Grosso pode ganhar UTI

A região norte do Mato Grosso está prestes a ganhar uma Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Municipal Albert Sabin, em Alta Floresta. A iniciativa partiu do deputado estadual Ademir Brunetto. A intenção é que a UTI atenda a região norte do estado, um dos pontos mais carentes em termos de leitos de UTI do Brasil. A proposta ainda leva em consideração a aquisição de UTI móvel para circular nas cidades da adjacentes de Alta Floresta. “Foi dado o primeiro passo para a realização desse antigo projeto do Nortão. A UTI vai proporcionar uma importante me-lhoria no atendimento da população de toda a região”, declarou o parlamentar ao site da Assembleia Legislativa do estado.

SOTIERJ divulga resoluções do Congresso Carioca

Com data marcada para os dias 27 a 29 de agosto, o XII Congresso de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro, cujo tema é “O Paciente com Trauma”, teve algumas de suas resoluções divulgadas no site da sociedade, www.soteirj.org.br. A ideia é que o tema aborde questões como o atendimento no pré-hospitalar até a internação e o tratamento na UTI. “Já es-tamos em conversa com setores e instâncias da sociedade que têm interesse em participar deste evento, como o Colégio Brasiliero dos Cirurgiões, o Corpo de Bombeiros, entre outros”, afirma o doutor Paulo César Souza, presidente do congresso. Para saber mais in-formações, acesse o site da SOTIERJ.

• v e N t I l A N d o N o t Í C I A s •

• A G e N d e - s e •

Confira os principais eventos de medicina intensiva

Para outros cursos e eventos, acesse www.amib.org.br

Congressos e Palestras Local Data Informações

II Fórum AMIB para Atualização de Enfermeiros São Paulo (SP) 18 de abril www.amib.org.br

III Congresso Centro-Oeste de Medicina Intensiva Goiânia (GO) 7 a 9 de maio www.amib.org.br

VI Fórum Internacional de Sepse São Paulo (SP) 15 e 16 de maio www.forumsepse.com.br

XIII Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Intensiva Porto Alegre (RS) 20 a 23 de maio www.amib.org.br

Simpósio Internacional de Terapia Intensiva Cirúrgica São Paulo (SP) 22 e 23 de maio www.hospitalalemao.org.br

VII Congresso Norte-Nordeste de Medicina Intensiva São Luis (MA) 3 a 5 de junho www.connemi2009.com

XI Congresso Mineiro de Terapia Intensiva Belo Horizonte (MG) 18 a 20 de junho www.somiti.org.br

5th International Symposium on Intensive Care and Emergency Medicine for Latin America São Paulo (SP) 24 a 27 de junho ensino.einstein.br/portal

XI Congresso Paulista de Terapia Intensiva São Paulo (SP) 12 a 15 de agosto www.sopati.com.br

VIII Congresso Sudeste de Medicina Intensiva e XII Congresso da Sotierj Rio de Janeiro (RJ) 25 a 29 de agosto www.sotierj.org.br

10o Congresso da WFSICCM Florença (Itália) 28 ago a 1o de setembro www.world-critical-care.org

XI Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva Pediátrica Belo Horizonte (MG) 5 a 7 de novembro www.amib.org.br

XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva São Paulo (SP) 11 a 14 de novembro www.amib.org.br

Cursos Local Data Informações

Citin Belo Horizonte (MG) 24 e 25 de abril www.amib.org.br

Hemodinâmica Salvador (BA) 24 e 25 de abril www.amib.org.br

Sepse São Paulo (SP) 18 de abril www.amib.org.br

Citin Curvelo (MG) 8 e 9 de maio www.amib.org.br

Sepse São Paulo (SP) 14 de maio www.amib.org.br

Citin Rio de Janeiro (RJ) 22 e 23 de maio www.amib.org.br

Humanização Cuiabá (MT) 22 e 23 de maio www.amib.org.br

Hemodinâmica São Luis (MA) 29 e 30 de maio www.amib.org.br

Sepse Vitória (ES) 29 e 30 de maio www.amib.org.br

Tenuti Campinas (SP) 29 e 30 de maio www.amib.org.br

Cursos Local Data InformaçõesCitin São Paulo (SP) 5 e 6 de junho www.amib.org.br

Humanização São José dos Campos (SP) 5 e 6 de junho www.amib.org.br

Hemodinâmica Presidente Prudente (SP) 6 e 7 de junho www.amib.org.br

Sepse Presidente Prudente (SP) 6 e 7 de junho www.amib.org.br

Sepse Salvador (BA) 12 e 13 de junho www.amib.org.br

Tenuti Belém (PA) 19 e 20 de junho www.amib.org.br

Tenuti Rio de Janeiro (RJ) 19 e 20 de junho www.amib.org.br

Citin Niterói (RJ) 26 e 27 de junho www.amib.org.br

Hemodinâmica Belo Horizonte (MG) 26 e 27 de junho www.amib.org.br

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14 Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

• d I r e t o r I A •

• C o N G r e s s o PA s s o A PA s s o •

A AMIB esteve na mídia nos últimos dias. No último dia 21 de março, o presidente

Álvaro Réa-Neto deu um depoimento para o jornal O Estado de S. Paulo, sobre o déficit de profissionais capacitados e exaltando a importância do título de especialista para um intensivista. A notícia traz alguns dados alarmantes: 53% das UTIs brasileiras (cerca de 3.250 unidades) não têm nenhum médico especializado. “Atualmente, formamos cerca de 200 profissionais por ano, o que ainda é pouco”, ressaltou doutor Réa-Neto.

A matéria do Estadão com o doutor Réa-Neto fez parte de um dossiê do jor-nal, produzido em cima de um estudo da Rede Brasileira de Pesquisas em Cuidados Intensivos e coordenado pelos Drs. Márcio Soares e Jorge Salluh. A pesquisa mostra que a sobrevida de pacientes internados em UTIs, com complicações graves causadas pelo câncer, aumentou de 40%, nos anos 1980, para 70% no ano passado, taxa semelhante às encontradas em centros de excelência na França e na Suíça.

CBN – No começo do mês de março, o doutor Réa-Neto esteve em outro veículo importante da imprensa brasileira: a rádio CBN, sendo entrevistado por Heródoto Barbeiro. Na ocasião, o presidente da AMIB expôs o papel do intensivista dentro das UTIs e levantou, de novo, a importância de um especialista titulado. Além disso, a huma-nização também foi abordada. Para escutar o áudio do doutor Réa-Neto na CBN, acesse http://www.planoapp.com.br/downloads/Dr_Alvaro.wma.

Diretoria da AMIB vai à mídia discutir sobre medicina intensiva

Organização divulga novas medidas

A organização do CBMI está a todo vapor. Até o fechamento desta edição, uma série

de medidas importantes foram tomadas. A mais importante é que o prazo de inscrições, com desconto, foi estendido até o dia 30 de abril e pode ser feito pelo www.cbmi.com.br. A expectativa é que seis mil congressistas ve-nham para o CBMI. O envio dos trabalhos de temas livres é até o dia 31 de julho, de acordo com a data do preenchimento do formulário eletrônico. O resultado de aprovação sai no dia 30 de setembro.

Os trabalhos devem ser classificados de acordo com os temas do congresso, que são: Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica; Sepse e Infecção; Choque e Mo-nitorização Hemodinâmica; Terminalidade, Humanização e Ética; Hemostasia Trombose e Transfusão; Neurointensivismo; Suporte Nutricional, Metabólico e Nefrointensivis-mo; Gestão, Qualidade e índice Prognóstico; Transplante, trauma e Perioperatório; e Ciência Básica.

Na parte comercial, as novidades tam-bém não param. Segundo Marcio Paiva,

administrador da AMIB e responsável pela negociação do congresso, já foram comer-cializados mais de 1100 metros quadrados de stands, de um total de 1813 metros quadrados.

Esta edição do congresso vai ser his-tórica, pois é a primeira vez que o evento

é organizado e administrado pela AMIB, conforme a mudança no estatuto realizada recentemente. “Planejamos faturar R$ 4,8 milhões”, comenta Paiva.

O CBMI vai ser sediado em 12 salas do hotel Holiday Inn, em São Paulo, entre os dias 10 e 14 de novembro de 2009.

15Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009

PONTO CRÍTICO é desenvolvido pelos comitês não-científicos ou departamentos da AMIB

para discutir questões pertinentes à prática da medicina intensiva

• P o N t o C r Í t I C o •

Não é segredo de ninguém que um dos pilares da atual gestão da AMIB é a

formação dos intensivistas. Conforme está redigido no estatuto da AMIB, o negócio da entidade é cuidar da valorização da medicina intensiva e de seus associados. Um de seus valores é a excelência na capacitação e qua-lificação profissional. Para que tais teorias se desenvolvam na prática, a Comissão de Formação do Intensivista veio realizando uma série de ações para que os intensivistas tenham a formação mais dinâmica e reaista possível. Atualmente, a AMIB tem 82 centros formadores de UTI Adulto, divididos em 15 estados e no Distrito Federal (confira a lista no http://www.amib.org.br/ conteudo.asp? id_conteudo= 45&men=33&mostra=sim). De UTI pediátrica, são mais 22, es-palhados por nove estados mais o DF (veja todos no http://www.amib.org.br/conteudo.asp?id_conteudo=46&men=33&mostra=sim).

Mais um centro formador está nas vias de fato de ser montado no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Também três novas pós-graduações estreiam este ano, em Teresina, no Piauí, Curitiba, no Paraná, e Curiti-banos, em Santa Catarina, que se jun-tam aos doze cursos com certificados da AMIB em nove estados e no DF. Os departamentos de enfermagem e fisioterapia já estão desenvolvendo suas próprias pós-graduações para atender especificamente os profissionais de suas respectivas áreas. “Junto com a Comissão de Formação do Intensivista, a Diretoria Exe-cutiva e a Comissão de Defesa Profossional têm desenvolvido uma série de ações junto à saude pública e suplementar numa tentativa de valorizar o especialista e os procedimentos por ele realizados; com a possibilidade do desenvolvimento de um plano de cargos e salários na área pública e a melhoria na re-muneração do trabalho na UTI. A Comissão de Título de Especialista, também participa desta frente de ação, na medida em que está

Comissão de Formação do Intensivista mostra seus entraves e sucessos na atual gestão

desenvolvendo um novo modelo de avalição para a obtenção do Título de Especialista, numa tentativa de promover uma seleção mais consistente dos profissionais que exer-cerão a especialidade”, comenta doutora Mirella Cristina de Oliveira, presidente da Comissão de Formação de Intensivista, sobre seu trabalho frente à comissão.

De acordo com as resoluções do III Fórum de Formação do Intensivista, realizado em Curitiba, em 2007, uma série de questões foram tomadas para estimular a procura dos médicos pela medicina intensiva, como o aces-so direto à especialização. Esta medida envolve diretamente os Centros Formadores, que promovem a formação de um médico em in-tensivista em três anos, sem precisar recorrer a

uma pós-graduação ou a uma nova residência, especialmente em estados que muitos candi-datos têm dificuldades de pré-requisitos para uma formação sólida em medicina intensiva, como Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Mas engana-se quem acredita que os centros formadores são substitutos naturais das pós-graduações. “Não é uma questão de driblar a pós-graduação. São cursos diferentes, com objetivos diferentes e um não exclui o outro. A especialização tem o mesmo formato da residência médica com 60 horas semanais durante dois anos e treinamento em serviço, ou seja com parte prática; a pós-graduação

tem 360 horas no total e é apenas teórico - é um curso de atualização”, explica.

E um dos pontos centrais do trabalho da doutora Oliveira é em relação aos Centros Formadores. “Estamos recadastrando os Centros Formadores e, em breve, iniciaremos as visitas, visando estimular a qualidade e a continuidade dos programas. Os Centros Formadores nunca passaram por avaliações, nem visitas periódicas, fato que queremos corrigir a partir de agora”, comenta a pre-sidente. A ideia é ter uma noção exata de como está a ocupação dos centros, que vai ser mais fácil de estimular quando a AMIB colocar em prática uma ferramenta de cadas-tramento via site.

Outro projeto que visa melhorar a qualidade dos centros formadores são suas respectivas avaliações, le-vando em conta uma pontuação que incluiria desde o cumprimento da parte burocrática dentro do tempo estipulado pela AMIB, passando pelo percentual de alunos aprovados na prova de título, até a publicação de trabalhos em revistas e apresentações em congressos. A parte burocrática já está disponível via site, para facilitar as tarefas de especializandos, precep-tores e coordenadores.

Um dos grandes motores do desenvolvimento da qualidade dos centros formadores é atrair mais mé-

dicos, residentes e estudantes para a medicina intensiva. As dificuldades para atrair alunos e manter profissionais são conhecidas: vai des-de o desconhecimento sobre a especialidade na graduação até a presença de mercado de trabalho adverso. “É lamentável que grande parte das vagas não têm sido ocupadas”, avalia doutora Oliveira. Mas, pelo trabalho que tem sido feito, este cenário está em plena e vigorosa mudança.

“Não é uma questão de driblar a pós-graduação. São cursos diferentes,

com objetivos diferentes e um não exclui o outro. A especialização tem o mesmo formato da residência médica com 60 horas semanais durante dois

anos e treinamento em serviço, ou seja com parte prática; a especialização tem

360 horas no total e é apenas teórico – é um curso de atualização”

16 Jornal da AMIB - Nº 50 - Jan/Fev/Mar 2009