Jardins da Primavera

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Ed 251 - 7 março 2012 Jardins da Primavera * O “escultor” de arbustos * Preparação do jardim * Alguns conselhos sobre rega * Por que tipo piscina devo optar?

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Especial sobre jardins e piscinas

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Ed 251 - 7 março 2012

Jardins da Primavera

* O “escultor” de arbustos

* Preparação do jardim

* Alguns conselhos sobre rega

* Por que tipo piscina devo optar?

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Jardins da Primavera

O Ponto | 14/II

Foi há cerca de uma década que José Vilarinho (mais conhecido por Jovi) começou a “brincar” com as plantas e hoje, quem passa pelos jardins das Gafanhas e um pouco por todo o concelho de Ílhavo e Gafanha da Boa Hora (Vagos), pode contemplar verdadeiras obras de arte em topiaria da sua autoria

Crocodilo, focas, cavalos-marinhos, serpentes, cachorros, golfinhos, símbolos do SL Benfica, o dragão do FC Porto ou um leão do Sporting, poços de rega, cavalos ou bois a puxarem a charrete ou a carroça, bancos de jardim, monumentos bem conhecidos como a Torre Eiffel ou um moliceiro, … feitos de arbustos. Parece impossível, mas nas mãos de Jovi nada parecer ser impossível. Residente na Gafanha do Carmo (Ílhavo), foi há dez anos que, numa visita a uma estufa da região, se deparou com alguns trabalhos que, na altura, custavam 40 ou 60 contos. «Comprei umas plantas e comecei a “brincar” no quintal de

casa», recorda. Foi aí que começou por fazer um crocodilo, espirais, uma tartaruga, caracol e golfinhos. À medida que os vizinhos e amigos iam vendo crescer estas “obras de arte” no quintal foram solicitando trabalhos idênticos e rapidamente a brincadeira inicial passou a trabalho a tempo inteiro.Hoje, Jovi ocupa os seus dias nos jardins em todas as Gafanhas (incluindo a da Boa Hora), Ílhavo, Corticeiro de Cima, Aveiro e Ovar. Com mais prática e conhecedor do potencial de cada arbusto ou planta, consegue fazer tudo o que as pessoas lhe pedem. «Há muitos casos em que as pessoas me pedem para fazer a meu gosto, mas em todos gostaram do resultado final», diz orgulhoso. E garante que faz qualquer trabalho sem esboço. «Se o arbusto está grande e crescido, tiro o que estiver a mais e vou encaminhando os galhos novos que vão brotando para os pormenores necessários; se for um arbusto novo, apenas vou moldando à medida que vão crescendo»,

explica.Moliceiro a navegar no jardim

Trabalho moroso e que requer muito gosto. É assim que José Vilarinho classifica a topiaria. De todos os que fez, há um que destaca: um moliceiro que ocupa um jardim na Rua da Saudade, na Gafanha do Carmo. «Ainda não está concluído, mas tudo o que ali está foi construído a partir de arbustos plantados para o efeito no local: os mais pequenos para os rebordos do barco e os mais altos para fazer a proa e a ré. Depois fui cortando aqui e encaminhando acolá e neste momento já tem uma vela enrolada num mastro, e tem um homem na proa, de pé, a espetar a

vara; iniciei um outro homem, na parte da ré, com um vertedouro para escoar a água de dentro do moliceiro, e com uns galhos que nasceram da raiz, mas em tons verde mais escurso, comecei a fazer um homem que está a içar a vela». Neste trabalho, todas as oportunidades contam para enriquecer mais os pormenores, seja um homem, seja uma cântara e copo, seja as tamancas e forçadas (peças que seguram o ancinho para arrastar o moliço). Também a peça da proa foi construída e pintada pelo “mestre Joby” (em 2007), estando quase finalizadas as caras da ré.Um trabalho que surge da criatividade e do «jeito para o desenho» que sempre teve. Um

trabalho que fizeram dele o jardineiro do cemitério da freguesia onde habita. Seja pelos cercados de arbustos, pelos espaços ajardinados ou pela reprodução à escala do cruzeiro e das alminhas, ou ainda pelos bancos ornamentados com arbustos, José Vilarinho trouxe alguma «dignidade e beleza a este espaço que, por si só, é triste».Apesar de já ter perdido a conta de quantos trabalhos já executou e vai promovendo a sua manutenção, alguns dos seus trabalhos podem ser contemplados na sua página do Facebook: Arte Jardim Jovi.

Jovi, o escultor de jardins

Perigosno jardim!As piscinas fazem a alegria de miúdos e graúdos, mas note que uma criança afoga-se em poucos segundos em apenas alguns centímetros de água. Esteja sempre por perto e crie barreiras.

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15 O Ponto | 15/III

Construçãoe Manutençãode Espaços Verdes

Tel. 937 755 166R. do Ergueiro, 44 Choca do Mar3840-086 CALVÃO

Jardins da Primavera

Um teste simples para avaliar o estado de stress hídrico de zona relvada consiste em pressionar a relva com um pé e verificar se as folhas conseguem retornar à sua posição inicial (indicativo de que as necessidades estão a ser corretamente satisfeitas). Através da uma observação cuidada e da experiência, consegue-se assim determinar o intervalo entre regas.

Referem-se de seguida algumas medidas para melhorar a eficiência da rega:• Eliminação de regas ligeiras e frequentes, uma vez que deste modo apenas é humedecida a zona superficial do solo, o que se revela insuficiente para a água atingir as raízes das plantas (situadas, em geral, a maior profundidade);• Aplicação de regas de maior dotação e menor frequência, mas não excedendo as necessidades das plantas e permitindo que a humidade seja eficientemente retida na zona radicular;• Efetivação da rega somente quando necessário; a instalação de sensores de humidade no solo ou o simples teste da pegada na relva são recomendados para a determinação desse momento;• Manutenção periódica dos sistemas de rega de modo a eliminar fugas;• Programação da altura de rega para o início da manhã (antes das 8:00) ou ao fim da tarde (depois das 18:00) de modo a minimizar as perdas por evaporação;• Não realização da rega em dias com vento de modo a minimizar as perdas por transporte e evaporação;

• Regulação da intensidade de rega de modo a não criar escoamento superficial para pavimentos e sumidouros;• Operação eficiente dos sistemas de rega por aspersão;• Operação eficiente dos sistemas de rega gota-a-gota;• Adaptação de uma agulheta na extremidade dos sistemas de rega por mangueira de modo a melhorar a uniformidade na distribuição de água na área a regar.

Potencial de redução

A adequada programação dos períodos de rega faz com que o potencial de poupança possa atingir os 75%, adotando as seguintes medidas:- Instalação de dispositivos que permitam a interrupção da rega quando ocorre precipitação: 10%;- Correta operação e manutenção dos sistemas de rega: 40%;- Instalação de sondas de humidade

no solo: 25%.

Adequação da gestão das espécies plantadas em jardins

Uma forma de redução dos consumos de água nos jardins é optar por plantas da região e agrupar os vários tipos de plantas de acordo com as necessidades de água. A par deste planeamento, devem também ser eliminadas periodicamente as espécies infestantes que utilizam parte da água fornecida.

Esta medida apresenta como vantagens a redução do consumo de água na rega e a diminuição de águas residuais resultantes de escorrências superficiais (água em excesso relativamente às necessidades das plantas). Em paralelo, permite ainda reduzir a quantidade de fertilizantes aplicados, não apresentando desvantagens relevantes.

Ao planear um jardim tem de se ter em atenção as características do solo (topografia, necessidades de água, entre outros). De seguida enumeramos alguns aspectos práticos a ter em consideração na criação de um jardim:• se possível reduzir declive, no caso de existirem declives devem-se fazer “rock gardens”;• evitar relvados em declives, reduzir relvados ao mínimo, usar grama ou outras Gramineas eficientes;• evitar excesso de plantas por área;• não esquecer a criação de sombras;• planear os jardins a pensar no futuro tamanho das plantas, exigências de água, sombras;• ordenamento adequado das plantas: separar zonas de relvado, herbáceas, árvores e arbustos; • rega separada para as diferentes zonas.

Aconselha-se a utilização de plantas resistentes à seca e mais em particular plantas nativas portuguesas. Estas últimas têm como vantagens a poupança de água; a contribuição para a manutenção da biodiversidade, a valorização do Património Nacional e a criação de viveiros para a propagação destas plantas. Podem ser elas, entre outras:

• Aroeira (Pistacia lentiscus)• Estevas (Cistussp)• Giestas (Spartium junceum; Genistasp; Cytisussp)• Jasmineiros (Jasminumsp)• Madressilvas (Lonicara caprina e Lonicera etrusca)• Medronheiro (Arbutus unedo)• Murta (Myrtus communis)• Romanzeira (Punica granatum)

• Sanguinho das sebes (Rhamnus alaternus)

Gestão da rega em jardins

Planeamento ou modificação de um jardim

Plantasanti-mosquitos?!Algumas plantas eficazes são o

manjerico, tão tradicionalmente

português, o tomilho, a erva-

cidreira e sobretudo a citronela.

Quando colocadas em locais

abertos perdem alguma eficácia.

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16O Ponto | 16/IV

Entre a piscina insuflável que se pousa sobre a relva e a piscina das “stars”, de centenas de milhares de Euros, a escolha do tipo de piscina é extremamente vasta. A sua escolha dependerá das suas preferências pessoais, do seu orçamento, do modo de montagem.Piscinas Fora do Solo (Elevadas) Este termo designa uma gama muito ampla de produtos cujo único ponto em comum é poderem ser instaladas sem proceder a obras de terraplenagem. Estas estruturas são em geral menos custosas do que as piscinas enterradas e podem ser instaladas facilmente. No entanto, o facto de ficarem assentadas no solo dá-lhes um aspeto de elemento acrescentado, que pode prejudicar a estética do seu jardim.Certas piscinas fora do chão são concebidas de maneira a poderem ser enterradas para limitar o impacto estético, mas neste caso o preço torna-se menos interessante e a fiabilidade mais arriscada, segundo o tipo de produto.Piscinas em betão É a piscina de pedreiro por excelência. Este tipo de construção exige tecnicidade e competência e a instalação será portanto confiada a

profissionais. Naturalmente, o preço será em consequência afetado!Para mais, as piscinas em betão ditas “ projetadas “ permitem uma larga quantidade de formatos e dimensões.A qualidade da realização dependerá essencialmente do know-how do pedreiro e das condições da obra, cujo prazo de execução é necessariamente longo.Piscinas Pré-fabricadas São pré-fabricadas em fábrica, o que permite limitar sensivelmente o seu custo de fabrico e de montagem, garantindo ao mesmo tempo uma qualidade constante se escolher um construtor reconhecido. Estas piscinas podem ser em módulos de aço, em módulos de aço revestidos com polímeros, alumínio, cofragens perdidas, betão pré-esforçado... Este

tipo de piscina permite uma enorme liberdade de formas e uma solidez equivalente, ou até mesmo superior, à das piscinas em betão.Algumas podem ser instaladas diretamente pelo comprador, o que lhe permite realizar importantes economias suplementares.MonoblocosEstas piscinas em poliéster são inteiramente produzidas em fábrica antes de serem entregues diretamente ao domicílio do comprador. A instalação é rápida, já que tudo é pré-fabricado; no entanto trata-se de uma operação bastante delicada e deve portanto ser efetuada por um profissional. Consideradas as limitações ligadas ao transporte, esta solução deve ser reservada a piscinas pequenas e a propriedades de fácil acesso.

Que tipo de piscina escolher?

Jardins da Primavera

O afogamento, ou acidente por submersão, é a 2ª causa de morte acidental nas crianças. Ocorre em ambientes familiares como a banheira, piscina, lago de jardim, poço, tanque de lavar a roupa ou de rega, rio, praia ou mesmo baldes e alguidares. É um drama que começa num segundo e acaba em poucos minutos. E não se ouve barulho. A criança não esbraceja, nem grita com a cara dentro de água: afoga-se em silêncio absoluto.O afogamento de uma criança é um acontecimento trágico, rápido e silencioso. Saber agir para o evitar, ou em caso de submersão, está na mão de todos nós.Em Portugal, o número de acidentes em piscinas tem aumentado, à medida que aumenta também o número de piscinas. A título de exemplo, o Algarve assistiu a um aumento do número de acidentes por submersão em crianças entre 1998 e 2001. Apesar dos seus 150 Km de praia, 79% destes acidentes acontecem em piscinas e 85% na população não residente.Nalguns países, existe legislação que obriga a que todas as piscinas, quer sejam particulares ou não, estejam devidamente protegidas de forma a dificultar a aproximação desapercebida de uma criança. No

nosso País, existe apenas alguma regulamentação para a proteção de poços e tanques de rega. Por isso, a APSI elaborou algumas recomendações para vedações de piscinas uma vez que se trata de uma medida eficaz na prevenção do afogamento, mais frequente durante os meses quentes do fim da Primavera e do Verão.Mesmo que não tenha filhos, pense que muitas crianças poderão ter a oportunidade de aceder à sua piscina, tanque ou poço. A simples presença de água é um polo de atracção para os filhos dos seus vizinhos, dos seus amigos, dos seus familiares. Além disso, o proprietário é responsável pela protecção de uma zona de perigo existente na sua propriedade, por isso, não corra riscos desnecessários.Pode adoptar sistemas sofisticados, electrónicos, coberturas rígidas automáticas ou manuais, alarmes sonoros, mas o mais eficaz e simples, é erguer uma barreira física dificilmente transponível por uma criança com menos de 5 anos. Nenhum sistema é totalmente à prova de criança nem é esse o objectivo de qualquer tipo de barreira. O que se pretende é atrasar o acesso à água, dando mais tempo ao adulto para detectar uma criança que escapou por segundos à sua vigilância.

Goze o Verão sem sobressaltos