Jinx –Meg Cabot · 2017. 12. 18. · carros estacionados para não ir junto. As buzinas cessaram...

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Jinx Meg Cabot Capítulo Um O negócio é, minha sorte sempre foi detestável. Só olhe para o meu nome: Jean. Não Jean Marie, ou Jeanine, ou Jeanette, ou mesmo Jeanne. Apenas Jean. Você sabe que na França eles chamam garotos de Jean? É o francês para John. E tudo bem, eu não moro na França. Mas ainda assim. Eu sou praticamente uma garota chamada John. Se eu vivesse na frança, de qualquer jeio. É esse o tipo de sorte que eu tenho. O tipo de sorte que eu tive desde antes mesmo da mamãe preencher minha certidão de nascimento. Então não foi muito surpreendente para mim quando o motorista de táxi não me ajudou com minha mala. Eu já tinha tido que aguentar chegar ao aeroporto e não achar ninguém para me receber, e então não obtive resposta a nenhum dos meus telefonemas, perguntando onde minha tia e meu tio estavam. Eles não me queriam, afinal? Será que eles mudaram de idéia? Eles ouviram falar da minha má sorte - todo o caminho de Iowa - e decidiram que eles não queriam que isso caísse sobre eles? Mas mesmo que isso fosse verdade - e como eu disse a mim mesma um milhão de vezes desde que cheguei à esteira de bagagens, onde eles deveriam me encontrar, e não vi ninguém a não ser skycaps e motoristas de limusine com pequenas placas com o nome de todo mundo nelas menos o meu - não havia nada que eu pudesse fazer em relação a isso. Eu certamente não podia ir para casa. Era Nova York - e a casa de Tia Evelyn e Tio Ted - ou falência. Então, quando o motorista de táxi, ao invés de sair e me ajudar com a bagagem, apenas apertou um botão para que o porta-malas se abrisse alguns centímetro, não foi a pior coisa que já havia acontecido comigo aquele dia. Eu tirei minha bagagem, cada uma com 5000 quilos, pelo menos - exceto a caixa do meu violino, é claro - e então fechei o porta-malas de novo, tudo isso enquanto estava no meu da Rua 69ª Leste, com uma fila de carros atrás de mim, buzinando impacientemente porque não podiam passar, afora o fato de que atravessando a rua do prédio dos meus tios havia uma van Stanley Steemer estacionada em duas vagas. Por que eu? Sério. Eu gostaria de saber.

Transcript of Jinx –Meg Cabot · 2017. 12. 18. · carros estacionados para não ir junto. As buzinas cessaram...

  • Jinx –Meg Cabot

    Capítulo Um

    O negócio é, minha sorte sempre foi detestável. Só olhe para o meu nome:

    Jean. Não Jean Marie, ou Jeanine, ou Jeanette, ou mesmo Jeanne. Apenas

    Jean. Você sabe que na França eles chamam garotos de Jean? É o francês para

    John.

    E tudo bem, eu não moro na França. Mas ainda assim. Eu sou praticamente

    uma garota chamada John. Se eu vivesse na frança, de qualquer jeio.

    É esse o tipo de sorte que eu tenho. O tipo de sorte que eu tive desde antes

    mesmo da mamãe preencher minha certidão de nascimento.

    Então não foi muito surpreendente para mim quando o motorista de táxi

    não me ajudou com minha mala. Eu já tinha tido que aguentar chegar ao

    aeroporto e não achar ninguém para me receber, e então não obtive resposta a

    nenhum dos meus telefonemas, perguntando onde minha tia e meu tio

    estavam. Eles não me queriam, afinal? Será que eles mudaram de idéia? Eles

    ouviram falar da minha má sorte - todo o caminho de Iowa - e decidiram que

    eles não queriam que isso caísse sobre eles?

    Mas mesmo que isso fosse verdade - e como eu disse a mim mesma um

    milhão de vezes desde que cheguei à esteira de bagagens, onde eles deveriam

    me encontrar, e não vi ninguém a não ser skycaps e motoristas de limusine

    com pequenas placas com o nome de todo mundo nelas menos o meu - não

    havia nada que eu pudesse fazer em relação a isso. Eu certamente não podia ir

    para casa. Era Nova York - e a casa de Tia Evelyn e Tio Ted - ou falência.

    Então, quando o motorista de táxi, ao invés de sair e me ajudar com a

    bagagem, apenas apertou um botão para que o porta-malas se abrisse alguns

    centímetro, não foi a pior coisa que já havia acontecido comigo aquele dia.

    Eu tirei minha bagagem, cada uma com 5000 quilos, pelo menos - exceto a

    caixa do meu violino, é claro - e então fechei o porta-malas de novo, tudo isso

    enquanto estava no meu da Rua 69ª Leste, com uma fila de carros atrás de

    mim, buzinando impacientemente porque não podiam passar, afora o fato de

    que atravessando a rua do prédio dos meus tios havia uma van Stanley

    Steemer estacionada em duas vagas.

    Por que eu? Sério. Eu gostaria de saber.

  • O táxi partiu tão rápido que eu praticamente tive que me segurar entre dois

    carros estacionados para não ir junto. As buzinas cessaram quando a fila de

    carros que estava esperando atrás do táxi começaram a se mover de novo, com

    seus motoristas me lançando olhares sujos ao passarem.

    Foram todos os olhares sujos que fizeram isso - me fazer perceber que estava

    em Nova York. Afinal.

    E é, eu tinha visto o horizonte de dentro do táxi, quando ele cruzava a Ponte

    Triboro... A ilha de Manhattan, em toda sua glória, com o Empire State saindo

    do meio como se fosse um grande e brilhosos dedo do meio.

    Mas foram os olhares sujos que realmente fizeram a diferença. Ninguém in

    Hancock jamais seria tão mau a alguém que era claramente de fora da cidade.

    Não que muitas pessoas visitassem Hancock. Mas tanto faz.

    Então havia a rua em que eu estava parada. Era uma daquelas ruas que

    parecem exatamente como aquelas que mostram na TV quando querem dizer

    que algo está situado em Nova York. Como em Law and Order. Você sabe, as

    três - ou quatro - brownstones (provavelmente algum tipo de moradia)

    estreitos com portas brilhantemente pintadas e a pedra inclina...

    De acordo com a minha mãe, a maioria dos brownstones em Nova York foram

    originalmente casas de uma única família, quando foram contruídos, pelos

    anos de 1800. Mas agora foram divididos em apartamentos, então há agora

    uma - ou até duas ou mais famílias - por piso.

    Não o brownstone da irmã da minha mãe, Evelyn, porém. Tia Evelyn e Tio

    Ted Gardiner possuem todos os quatro pisos do brownstone deles. Isso é

    praticamente um piso por pessoa, já que Tia Evelyn e Tio Ted só têm 3 filhos,

    meus primos TOry, Teddy e Alice.

    Na minha casa, nós só tínhamos dois pisos, mas haviam sete pessoas vivendo

    lá. E só um banheiro. Não que eu esteja reclamando. Ainda assim, desde que

    minha irmã Courtney descobriu as festanças, as coisas têm sido bem horríveis

    em casa.

    Mas por mais alta que a casa dos meus tios fosse, era realmente estreita -

    apenas três janelas atravessando-a. Mesmo assim, era uma casa urbana

    bastante bonita, pintada de cinza, com ornamentos cinza claro. A porta era de

    um amarelo alegre e brilhante. Haviam caixotes de flores amarelas juntos às

    bases de cada janela, coixotes de flores com vermelho brilhante - e

    obviamente recém plantados, já que eram meados de abril, e não muito quente

    o suficiente para elas - gerânios transbordando.

    Era bom olhar para aquilo; mesmo em uma cidade sofisticada como Nova

    York, as pessoas ainda percebiam quão receptivas e caseiras um caixote de

    gerânios podia ser. A presença daqueles gerânios me animaram um pouco.

  • Como se talvez a Tia Evelyn e o Tio Ted tivessem se esquecido que eu

    estava chegando hoje, e não tivessem deliberadamente se esquecidos de me

    buscar no aeroporto porque tinham mudado de idéia sobre me deixar vir morar

    com eles.

    Como se tudo fosse ficar bem, no final.

    É. Com a minha sorte, provavelmente não.

    Eu comecei a subir os degraus da porta da frente do número 326 da rua East

    Sixty-ninth, e percebi que eu não conseguiria com as minhas malas e meu

    violino. Deixando umas mala na calçada, eu arrastei a outra pelos degraus

    comigo, o meu violino embaixo de um braço. Eu coloquei a primeira mala e a

    maleta do meu violino no topo dos degraus, e me apressei descendo para pegar

    a segunda mala, que eu tinha deixado na calçada.

    Só que eu acho que tentei descer muito rápido, já que eu tropecei e quase cai

    de cara na calçada. Eu consegui evitar no último segundo, me agarrando em

    um desses suportes de ferro que os Gardiners colocaram ao redor das lixeiras.

    Enquanto eu me recuperava lá, um pouco abalada da minha quase catástrofe,

    um senhora elegante e estilizada caminhando com o que parecia ser um rato

    em uma coleira (só que deveria ser um cachorro, já que estava usando um

    casaquinho) passou e balançou sua cabeça para mim. Como se eu tivesse

    rolado pela escada abaixo dos Gardiners de propósito para assustá-la, ou

    alguma coisa assim.

    Em Hancock, se uma pessoa visse alguém quase caindo numa escada –

    mesmo alguém como eu, que quase cai na escada quase todo dia – ela teria

    dito alguma coisa como, ―Vocês está bem?‖

    Em Manhattan, entretanto, as coisas eram claramente diferentes.

    Não foi até a senhora idosa e o seu cachorrinho-ratinho passaram que eu ouvi

    um click. Arrumando me – e descobrindo que as minhas mãos estavam cheias

    de ferrugem da cesta – eu vi que a porta do 326 da rua East Sixty-ninth estava

    aberta, e uma jovem, linda, loira estava me olhando por cima dos degraus.

    ―Oi?‖ ela disse com curiosidade.

  • Eu esqueci sobre a senhora e o seu rato, e o meu quase-mergulho-no-cimento.

    Eu sorri, e subi rapidamente os degraus. Mesmo que eu não conseguisse

    acreditar o quanto ela tinha mudado, eu estava tão feliz em vê-la...

    ...e tão preocupada que ela não fosse sentir-se do mesmo jeito em relação a

    mim.

    ―Oi,‖ disse. ―Oi, Tory.‖

    A jovem mulher, toda pequena e muito loura, piscou para mim sem

    reconhecimento.

    ―Não,‖ ela disse. ―Eu não sou Tory. Sou Petra.‖ Pela primeira vez, eu percebi

    que a garota tinha sotaque... um sotaque europeu. ―Eu sou a au pair* do

    Gardiners.‖

    ―Oh,‖ eu disse sem certeza. Ninguém tinha me dito nada sobre uma au pair.

    Felizmente, eu sabia o que era, por causa de um episódio de Law and Order

    que eu vi uma vez, onde eles suspeitavam que a au pair estava matando as

    crianças que ela deveria tomar conta.

    Eu estiquei a minha mão cheia de ferrugem para Petra. ―Oi,‖ disse. ―Eu sou

    Jean Honeychurch. Evelyn Gardiner é minha tia...‖

    ―Jean?‖ Petra tinha esticado e automaticamente apertado a minha mão. Agora

    o seu aperto tinha ficado mais forte. ―Oh, você quer dizer Jinx**?‖

    Eu estremeci, e não só pelo apertão forte da menina – ela era realmente forte

    para alguém tão pequena.

    Não, eu estremeci porque a minha reputação tinha claramente me precedido,

    se a au pair me conhecia por Jinx ao invés de Jean.

    ―Certo,‖ disse. Porque o que mais eu poderia fazer? Bem feito por ter ido

    começar de novo onde ninguém me conheci pelo meu apelido desfavorecedor.

    ―Minha família me chama de Jinx.‖

    E iria continuar para sempre, se a minha sorte não mudasse.

    ____________________________________________________________

  • * au pair: espécie de empregada-babá-faz tudo.

    ** Jinx: Azarada

    Capítulo Dois

    ―Mas você não deveria chegar até amanha!‖ Petra lamentou.

    A bola de preocupação enrolando o meu estomago se afrouxou. Só um pouco.

    Eu deveria ter sabido. Eu deveria ter sabido que a Tia Evelyn não iria se

    esquecer completamente de mim.

    ―Não,‖ eu disse. ―Hoje. Eu deveria chegar hoje.‖

    ―Oh, não,‖ Petra disse, ainda balançando a minha mãe para cima e para baixo.

    Meus dedos estavam ficando sem circulação. Fora os lugares que estavam

    doendo quando eu me agarrei à grade de metal ao redor do lixo, também. ―Eu

    tenho certeza que o seu tio e a tia disseram amanhã. Oh! Eles vão ficar tão

    chateados! Eles iriam te pegar no aeroporto. Alice até fez um cartaz... Você

    veio todo o caminho sozinha? Num táxi? Eu sinto tanto por você! Ai, meu

    Deus, entra, entra!‖

    Com um ritmo que era contraditória a sua estrutura delicada – mas combinava

    com o seu aperto de mão – Petra insistiu em pegar as minhas duas malas,

    deixando o violino para mim, e carregando-as para dentro ela mesma . O

    excesso de peso delas não pareceram incomodá-la nem um pouco, e só

    demorou uns dois minutos para descobrir o porque, sendo Petra quase tão

    faladeira que a minha melhor amiga, Stacy, lá em casa: Petra tinha de mudado

    da Alemanha para os Estados Unidos porque ela está estudando para ser

    fisioterapeuta.

    De fato, ela me contou que vai à faculdade de fisioterapia todas as manhas em

    Westchester, que é um subúrbio logo fora de Nova York, onde, quando não

    está na aula, ela tem que levantar pessoas pesadas e ajudá-las nas muletas,

    depois ensiná-las a usarem o braço e tal de novo, depois de um acidente ou

    queda.

    O que explica porque ela era tão forte. Por causa do levantamento de pessoas

    pesada, e tudo.

  • Petra estava vivendo com os Gardiners, pagava por seu quarto e alimentação

    cuidando dos meus priminhos. Então, enquanto as crianças estavam na escola

    todos os dias, ela ia para Westchester aprender mais coisas sobre fisioterapia.

    Dentro de um ano, ela teria a sua licença e poderia conseguir um emprego em

    um centro de reabilitações.

    ―Os Gardiners têm sido tão gentis comigo,‖ Petra disse, carregando minha

    bagagem para o quarto de hospedes no terceiro andar como se elas não

    pesassem mais do que um par de CDs.

    E não parecia ser necessário a Petra parar para tomar fôlego entre as frases.

    Incrível, sendo que inglês não era nem a sua língua nativa.

    O que significava que ela podia falar mais rápido ainda em sua língua

    materna.

    ―Eles até me pagam trezentos dólares por semana,‖ Petra continuou. ―Imagina,

    vivendo em Manhattan livre de aluguel, e com a comida paga também, e

    alguém te dando ainda trezentos dólares por semana! Meus amigos de Bonn

    dizem que é muito bom para ser verdade. Sr. e Sra. são como pai e mãe para

    mim agora. E eu amo o Teddy e a Alice como se eles fossem meus próprios

    filhos. Bom, eu só tenho vinte, e Teddy tem dez, então eu acho que ele não

    poderia ser meu filho. Mas meu irmãozinho, talvez. Aqui, agora. Este é o seu

    quarto.‖

    Meu quarto? Eu tentei ver o doorframe(?) ao redor. Julgando pelo olhar

    rápido que tinha tido do resto da casa olhando da escada, eu soube que viveria

    cheia de luxo durante os próximos meses...

    Mas o quarto no qual Petra deixou minhas bolsas tirou minha respiração. Era

    totalmente lindo…uma parede branca com a mobília cor de creme e dourada,

    e cortinas de seda rosas. Havia uma lareira de marmóre em um lado—―Não

    trabalho, neste aqui,‖ Petra me informou tristemente, quando eu estava

    tentando adivinhar como funcionava a lareira do meu quarto novo, ou algo

    assim—e um banheiro privado no outro. A luz solar entrou pelas janelas,

    deixando o tapete rosa com um tom manchado.

    Naturalmente, eu soube imediatamente que algo estava errado. Este era o

    quarto mais agradável que eu tinha visto. Era cem vezes mais agradável que

    meu quarto em minha casa. E eu tinha dividido aquele quarto com Courtney e

    Sarabeth, minhas duas irmãs mais novas. Na realidade, esta seria a primeira

    vez que dormia em um quarto de meu próprio.

  • SEMPRE.

    E nunca em minha vida me divertia tanto a idéia de ter um banheiro próprio.

    Isto não era possível.

    Mas eu poderia contar pelo modo que Petra estava, sacudindo o pó imaginário

    para fora das coisas, que era possível. Não parece possível, mas… elas eram.

    ―Emocionante,‖ era tudo que eu poderia dizer. Foi à primeira palavra eu pude

    falar desde que Petra tinha começado a falar, abaixo da porta da frente.

    ―Sim,‖ Petra disse. Ela pensou que eu estava falando do quarto. Mas

    realmente, eu falava... Bem, tudo. ―É muito agradável, sim? Eu tenho meu

    próprio apartamento nesta casa, com uma entrada—com térreo privado, você

    sabe? A área do apartamento. Você provavelmente não viu isto. A porta fica

    inclinada para a casa na cidade. Também há uma porta dos fundos para o

    jardim. É um apartamento pequeno privado. Eu tenho minha própria cozinha,

    também. As crianças descem à noite às vezes, e eu os ajudo com a lição de

    casa deles, e às vezes nós assistimos a TV, tudo aconchegante. É muito

    agradável.‖.

    ―Você não está brincando,‖ eu respirei. Mamãe tinha me falado que Tia

    Evelyn e a família dela estavam bem—meu tio Ted, tinha adquirido uma

    promoção recente de presidente de qualquer companhia em que ele trabalhou,

    enquanto Evelyn, uma decoradora, tinha acrescentado uma dupla de

    supermodels à lista de clientes dela.

    Ainda, poderia não ter preparado para mim… isto.

    E era meu. Todo meu.

    Bem, por enquanto, de qualquer maneira. Até que eu faça alguma confusão

    aqui, de alguma maneira.

    E, eu como eu me conheço, eu sabia que isso não demoraria muito tempo.

    Mas eu ainda poderia desfrutar disto enquanto durar.

    ―Sr. e Sra. Gardiner sentem muito eles não estavam em casa para recebe-la,‖

    Petra estava dizendo como ela foi para o lado da cama de tamanho grande e

    começou meticulosamente a afofar a meia-dúzia travesseiros em baixo da

    cabeceira. ―E eles ficarão até mais tristes quando soubrerem que trocaram os

    dias. Eles ainda estão ambos no trabalho. O Teddy e Alice logo virão escola,

    entretanto. Eles estão ambos muito entusiasmados com a vinda da prima Jinx

    deles. Alice lhe fez um cartaz o de boas-vindas. Ela ia segurar isto no

    aeroporto quando eles a pegariam, mas agora... bem, talvez você possa

    pendurar isto na parede daqui do seu quarto? Você tem que fingir estar

    agradada com isto, até mesmo se você não está, porque ela trabalhou muito

  • duro nisto. Sra. Gardiner não põe nada em suas paredes, você vê, porque ela

    quis esperar para ver como você está. Ela diz que já se passaram cinco anos

    desde a última vez que eles a viram!‖.

    Petra olhou para mim maravilhada. Aparentemente, as famílias na

    Alemanha vivem muito mais íntimas e se visitam muito mais freqüentemente

    que as famílias nos E.U.A…. Ou minha família, de qualquer maneira.

    Eu acenei com a cabeça. ―Sim, isso soa quase certo. Tia Evelyn e Tio Ted me

    visitaram pela última vez quando eu tinha onze anos...‖ Minha voz se arrastou

    fora. Isso porque há pouco tinha notado que no grande banheiro, as instalações

    eram todas de metais e moldadas como pescoços de cisne, com a água saindo

    do bico esculpido do pássaro. Até mesmo a barra das toalhas tinha asas de

    cisne no fim. Minha boca estava começando a ficar seca à vista de tudo esse

    luxo. Eu quero dizer o que alguma vez eu tinha feito para merecer tudo isso?

    Nada. Especialmente ultimamente.

    Que era fato por que eu estava em Nova Iorque.

    ―E sobre Tory?‖ eu perguntei, com um esforço para mudar de assunto. Melhor

    não pensar sobre o porquê de eu estar aqui em Nova Iorque e não em

    Hancock. Especialmente porque desde a última vez que eu fiz isso deu aquele

    nó enjoado em. ―Quando ela vem da escola para casa?‖.

    ―Oh,‖ Petra disse.

    Isto ―Oh,‖ porém, foi diferente de todos os outros fora que Petra tinha deixado

    escapar. Eu notei imediatamente. Também, considerando que Petra vinha

    falando com entusiasmo nada disfarçado, agora ela olhou para baixo e disse

    apreensiva, encolhendo os ombros, ―Oh, a Tory já veio da escola. Ela está na

    parte de trás, no jardim, com os amigos dela.‖.

    Petra apontou para uma das duas janelas em frente à cama. Eu fui para lá,

    enquanto empurrava devagar a fina cortina branca—essa cortina branca tão fia

    como uma teia de aranha—e olhei para baixo… para um jardim de conto de

    fadas.

    Ou pelo menos, foi isso que aparentou para mim. E certo, eu que sou

    acostumada com nosso quintal em Hancock que está completamente cheio

    com coisas de meus irmãos e irmãs mais novos como bicicletas e brinquedos

    de plástico, um jogo de balanço, uma corrida de cachorro, o remendo de

    legume variegado da Mamãe, e pilhas grandes de sujeira, esvaziados lá pelo

    Papai que está sempre trabalhando em uma parte nova para a casa nunca

    totalmente construída.

    Porém, este quintal se parecia com algo de um espetáculo de TV. E não 'Law

  • and Order', tampouco, mas algo na linha de MTV Cribs. Cercado em três

    lados através de tijolo musgo-coberto, rosas cresciam—e brotavam—por toda

    parte. Havia videiras por todos os lados até nos menores, glassed-in(?)

    pavilhão em cima de um canto do jardim. Havia uma mesa de forjado de ferro

    e cercada por cadeiras, um banco de carruagem almofadado em baixo dos

    extensos galhos de um salgueiro chorão recentemente brotado.

    Mas o melhor de tudo era uma fonte baixa que, até mesmo com as três

    históricas janelas fechadas, eu poderia ouvir burburinho. Uma sereia de pedra

    sentada no centro da piscina de base larga, com água jorrando para cima pela

    boca de um peixe que estava nos braços dela. Eu não podia estar segura,

    enquanto olhava de tão alto, mas eu pensei que vi alguns flashes de laranja

    dentro da piscina. Peixe Dourado!

    ―Koi,‖ Petra me corrigiu, quando eu disse isto em voz alta. A voz dela estava

    voltando ao normal, agora que nós não estávamos discutindo sobre Tory, eu

    não pude ajudar notando. ―Eles são japoneses. E você vê Mouche, a pequena

    gata do jardim? Ela senta lá o dia todo, enquanto os assisti, mas nunca pegou

    um, mas ela vai, um dia.‖.

    Eu vi uma chama súbita vinda de baixo do telhado de vidro do pavilhão. Você

    realmente não pode ver de dentro, porque o vidro era embalado. Tory e os

    amigos dela deviam estar dentro, mas eu não pude vê-los, só os movimentos

    sombrios deles, e a chama. Pareceu que aquela Tory e os amigos dela estavam

    fumando.

    Quer dizer tudo bem, entretanto. Eu conheço bastantes pessoas com menos

    idade em Iowa que fumam.

    Bem, okay. Um.

    Ainda, todo o mundo tinha me falado que as coisas eram realmente

    diferentes em Nova Yorque. Não só coisas, mas as pessoas, também. Pessoas

    da minha idade, especialmente. Como, as pessoas que supostamente tem

    minha idade em Nova Yorque são muito mais sofisticadas e mais velhas para

    a idade deles que as pessoas em meu antigo lar.

    E isso é certo. Eu posso controlar isso.

    Embora meu estômago, julgando que meu estômago deu logo um nó,

    parecesse discordar.

    ―Eu acho que preciso ir lá em baixo dizer oi para Tory,‖ eu disse…por que eu

    me sentia como se devesse.

    ―Sim,‖ Petra disse. ―Eu suponho você deve.‖ parecia que era algo que ela

    quisesse dizer, mas pela primeira vez desde que eu tinha conhecido-a, ela

  • emudeceu.

    Grande. Assim o que aconteceu entre ela e Tory?

    E quanto você quer apostar que, com minha sorte, eu ia entrar no meio disto?

    ―Bem,‖ eu disse mais corajosamente que me sentia, enquanto colocava a

    cortina de volta no ligar. ―Você prestaria atenção no meu modo?‖.

    ―Naturalmente.‖.

    Petra pareceu que não era o tipo de garota que ficasse muito tempo quieta.

    Petra pareceu que não era o tipo de garota que ficasse muito tempo quieta.

    Enquanto descíamos as escadas para o segundo piso, ela perguntou sobre o

    violino.

    "Você o toca há muito tempo?"

    "Desde os seis anos", eu disse.

    "Seis! Então você deve ser muito boa. Nós teremos um concerto alguma noite,

    sim? As crianças irão adorar isto!"

    Eu meio que duvidei disso, a não ser que meus primos fossem realmente

    diferentes das crianças da minha casa. Ninguém que eu conhecesse em

    Hancock gosta de me escutar tocar. Exceto talvez quando eu fazia "O Diabo

    Desceu Para Georgia". Mas mesmo assim, eles meio que perdiam o interesse,

    a não ser que eu cantasse as palavras. E é difícil cantar e tocar ao mesmo

    tempo. Até Patti Scialfa, a mulher de Bruce Springsteen, que pode tocar o

    violino e cantar, nunca realmente faz os dois ao mesmo tempo.

    Então Petra perguntou se eu estava com fome, e me contou sobre a aula de

    culinária que a Sra. Gardiner pagou para ela ir, para que então ela pudesse

    aprender a fazer comidas americanas para as crianças.

    "Eu iria fazer filet mignon para sua chegada amanhã, mas agora que você está

    aqui, eu acho que para o jantar de amanhã nós teremos comida chinesa do

    Szechuan Palace! Espero que não se importe. O Sr. e a Sra. Gardiner têm um

    benefício para o qual precisam ir. Os Gardiner são muito gentis, pessoas

    solidárias, e estão sempre indo a benefícios para levantar dinheiro para causas

    dignas... Há muitas desses em Nova York. E a comida chinesa aqui é muito

    boa, é autêntica - a Sra. Gardiner até fala, e ela e o Sr. Gardiner estiveram na

    China para o aniversário de casamento deles ano passado - Oh, aqui está a

    porta para o jardim. Acho que verei você, então."

  • "Obrigada, Petra", eu disse, dando a ela um sorriso agradecido.

    Então eu empurrei a porta de vidro que dava para o pátio que dava para o

    jardim, e descu is degraus para o jardim em si (cuidadosamente segurando o

    apoio para evitar um segundo quase-desastre com um lance de escadas).

    Aqui o som da fonte era muito mais alto, e eu podia sentir o cheiro pesado

    de rosas no ar. Era estranho estar no meio de Nova York e cheirando rosas.

    Apesar de que misturado ao cheiro de rosas estava o odor de tabaco queimado.

    Eu chamei, "Olá?", enquanto alcançava o gazebo, para deixá-los saber que eu

    estava chegando. Ninguém respondeu imediatamente, mas eu tinha certeza de

    que ouvi alguém dizer a palavra com "F". Imaginei que Tory e seus amigos

    estivessem lutando para apagar seus cigarros.

    Apressei-me para entrar no gazebo, então pude dizer "Ah, não se preocupe. É

    apenas eu."

    Mas é claro que me encontrei falando a seis totais e completos estranhos.

    Minha prima Tory não estava em lugar algum que eu pudesse ver.

    Que é, você sabe. A minha sorte.

    Capítulo 3

    Vinda do meio dos estranhos, uma menina cujos cabelos pretos que

    combinavam com a cor do minidress dela e do salto alto das botas, se levantou

    e veio até mim, rebolando seu quadril enquanto andava e me olhou nos olhos.

    ―Quem infernos você é?‖ ela exigiu.

    Atenta as pessoas dentro do pavilhão estavam me encarando com hostilidade

    igual, eu me ouvi gaguejando, ―Um, eu sou Jean Honeychurch, a primo de

    Tory Gardiner…‖.

    A menina de cabelo preto disse que a palavra com F novamente, agora em um

    tom realmente diferente. Então ela ergueu a mão que ela tinha mantido na

    parte de trás do corpo, e tomou um longo gole do copo que ela segurava. ―Não

    se preocupem,‖ ela disse, por cima do ombro dela para as pessoas no pavilhão.

    ―É minha prima louca de Iowa.‖.

    Eu pisquei, uma vez. Duas vezes. E então uma terceira vez. ―Tory?‖ eu

  • perguntei incrédula.

    ―Torrance,‖ minha prima me corrigiu. Fixando o copo em um baixo banco de

    pedra, ela tirou um cigarro por detrás da orelha dela e colocou isto entre os

    lábios escarlates dela. ―O que você está fazendo aqui? Supostamente não era

    para você vir amanhã.‖.

    ―Eu... Eu cheguei cedo,‖ eu disse. ―Desculpe.‖.

    Nem mesmo me faça a pergunta por que eu estava me desculpando para

    alguém que nem mesmo estava sentido minha falta—os Gardiners eram o

    únicos que se enganaram quanto ao dia da minha chegada, não eu.

    Mas havia algo sobre Tory—esta nova Tory, de qualquer maneira—isso fez o

    nó em meu estômago se apertar ainda mais. Isto era Tory? Esta era minha

    prima Tory, com quem, quando os Gardiners iam nos visitar em Iowa na

    última, eu tinha vadeado embaixo do Riacho de Pike, e escalei árvores em

    cima da escola primária?

    Não pode ser. Aquela Tory era rechonchuda e loira, com um sorriso travesso e

    um senso de humor igualmente danoso.

    Esta Tory me olhou como se tivesse sido muito tempo—um tempo realmente

    longo—desde que ela tinha me sorrido pela última vez.

    Não que ela não estivesse bonita. Ela estava, em um super sofisticado, tipo

    urbano-chique. Ela tinha perdido a gordura de bebê dela, e agora a figura dela

    era esbelta. Também, o cabelo loiro foi substituído por um pageboy(?)

    severamente cortado, preto.

    Ela parecia uma modelo — mas nada dessas felizes, ensolaradas, como Cindy

    Crawford. Ela se parecia um do tipo, uma… como a infeliz Kate Moss, depois

    que ela tinha sido presa por ser pega com cocaína.

    Tory, eu quis dizer. O que aconteceu a você?

    Tory deve ter pensado algo do mesmo tipo—só que eu não estive mudando

    tanto desde que ela me viu pela última vez—, ela riu de repente (conseguindo

    fazer disto o riso mais sem de humor que eu alguma vez tinha ouvido) e disse

    ―Deus, Jinx. Você não mudou nem um pouco. Você ainda parece fresca-de-

    fazenda e doce-caipira.‖.

    Oh. Tão talvez ela não estivesse pensando algo do mesmo tipo.

    Eu olhei para mim. Eu tinha me vestido com um cuidado extra-especial de

    manhã, sabendo que quando eu pisasse fora o avião, estaria na cidade mais

    sofisticada no mundo.

    Mas evidentemente minhas calças jeans, suéter de algodão rosa, e mesmo a

    camurça rosa não eram o bastante para disfarçar o que de fato eu sou, a maior

    parte, exatamente o que a Tory tinha me acusado de ser: menina-fresca-de-

    fazenda e doce-caipira.

  • Embora nós na verdade vivamos atualmente em um cul-de-sac (algum tipo de

    habitação caipira), e não em uma fazenda.

    ―Deus,‖ disse uma voz vinda de dentro do pavilhão. ―O que eu não daria para

    ter aquele cabelo.‖ E então, ziguezagueando como uma cobra, uma menina

    tipo tão modelo-esbelta quanto Tory—Tyra para Tory Kate Moss — deslizou

    do pavilhão, e se juntou a Tory na inspeção dela em mim.

    ―Isto é natural?‖ a garota perguntou, enquanto representava nos dedos do

    pé dela brilhava uma tinta do tipo vermelho primavera, que eu tentei não

    reparar basicamente. Ela parecia estar usando algum tipo de uniforme escolar

    composto de uma blusa branca, jaqueta esporte azul, e saia cinza pregueada.

    Mas até mesmo nela, um uniforme escolar parecia alta moda. Do modo como

    ela era bonita.

    ―Oh, o cabelo dela é natural,‖ disse—não que parecesse que Tory pensasse

    nisso como uma coisa boa, ou algo do tipo. ―Nossa avó tinha isto, também.‖.

    ―Deus,‖ a menina disse. ―Isso é tão selvagem. Eu conheço meninas que pagam

    centenas para adquirir cachos espirais assim. E a cor! É tão… vivida.‖.

    ―Ei,‖ disse uma voz masculina do pavilhão. ―As menina vão ficar gritando em

    cima do Vermelho, ou nós vamos pegar o ônibus?‖.

    A menina que tinha gostado de meu cabelo revirou os olhos dela, e Tory—ou

    Torrance maior, como ela aparentemente preferia ser chamada — exibiu algo

    que se assemelhou a um sorriso agora.

    ―Deus, Shawn,‖ ela disse. ―Relaxe.‖ Para mim, disse ela, ―Você quer uma

    cerveja?‖.

    Eu tentei não deixar aparentar o choque. Uma cerveja? Tory estava me

    oferecendo uma cerveja? Tory que cinco anos atrás nem comia Pop Rocks,

    porque lhe convenceram que eles a fariam explodir?

    ―Um‖ eu disse. ―Não, obrigado.‖ Não porque eu não bevo — eu tinha

    bebido champanhe da mãe de Stacy no casamento da mãe dela com o novo

    padastro, Ray—, mas porque eu não gosto de cerveja.

    ―Nós temos Long Island gelado, também,‖ o amigo de Tory disse

    amigavelmente.

    ―Oh,‖ eu disse, enquanto sentia um alivio. ―Certo, eu tomo isto.‖.

    O amigo de Tory fez uma cara. ―Sim,‖ ela disse. ―Eu não gosto de cerveja, ou

    de algo assim. Eu sou a Chanelle, a propósito.‖.

    ―Chanel?‖ eu repeti. Eu não estava certa se tinha ouvido direito.

    ―Certo,‖ ela disse. ―Só com um L extra e um E ao fim. Chanel é a loja favorita

    de minha mãe.‖.

  • ―Coisa boa não era Gucci,‖ o menino que a Tory tinha chamado de Shawn

    disse.

    ―Ignore-o,‖ Chanelle disse a mim, enquanto revirava os escuros olhos

    expressivos dela novamente, quando eu a segui no pavilhão. ―Esse é Shawn,‖

    ela disse, enquanto apontava a um sujeito loiro dentro que estava com uma

    blusa estampada, e sentado numa mesa de vidro. Ele estava usando calças

    compridas cinzas, uma camisa branca com as mangas enroladas para cima, e

    uma gravata vermelho-e-azul-listrada que tinha sido descuidadamente nodosa

    e da mesma maneira que negligentemente soltou novamente.

    ―E esse é meu namorado, Robert, lá em cima,‖ Chanelle disse.

    Outro menino, este com cabelo preto, mas cansativamente com exatamente

    as mesmas roupas de Shawn, balançou a cabeça para mim em cima do cigarro

    que ele estava fumando.

    Que foi quando eu percebi que todos fumavam.

    ―E essa é Gretchen,‖ Chanelle disse, enquanto apontando a outro garota—esta

    uma bela loira, com uma sobrancelha furada—usando o mesmo uniforme

    como Chanelle. ―E essa é Lindsey.‖ Lindsey, também com uniforme escolar,

    era uma versão menor de Gretchen, menos o piercing. Ao invés disso, ela

    estava usando um brilhante batom vermelho.

    Ambas as meninas apenas reconheceram minha existência apenas. Elas

    olhavam muito mais interessadas nas bebidas que seguravam do que em mim.

    ―Certo,‖ Shawn disse, enquanto esfregava as mãos uma na outra. ―Nós

    terminado com o bate-papo agora? Nós podemos voltar ao negócio?‖.

    No canto mais distante do pavilhão, encostado em uma parede segurando um

    copo se encontrava mais, que clareou a garganta dele.

    ―Oh,‖ Chanelle disse. ―Eu quase esqueci. Esse é Zach.‖.

    O sujeito no canto inclinou uma lata de Coca-cola em minha direção como um

    tipo de saudação. ―Oi, Prima Jean de Iowa,‖ ele disse agradavelmente. Ele,

    diferente dos outros dois meninos, não estava usando uma gravata ou calças

    compridas formais, mas calças jeans e uma Camiseta. Ele também era eu

    pensei, um ou dois mais velho que todo o mundo no pavilhão que parecia ter

    mais ou menos a minha idade.

    Ele também era sexy. Muito sexy. Em sua camisa meio larga, escuro, olhos

    verdes, tipo um Deus Grego.

    ―Você não vem, homem?‖ Shawn não perguntou para Zach... Em uma voz

    muito amigável.

    ―Eu ia,‖ Zach disse, enquanto se movia para abrir espaço para mim no banco

    dele—a esquerda do assento. ―Mas talvez eu demore um pouco.‖.

  • ―Que carinhoso você,‖ Shawn disse. Mas ele não soava muito feliz com

    isto.

    ―Bom,‖ a Tory disse, enquanto enchia um copo com iced tea e se sentava no

    chão do pavilhão. Ela passou o copo para mim. Eu tinha sentado perto de

    Zach. ―Eu odeio como você nunca se junta com a galera para uma festa,

    Zach.‖.

    ―Talvez porque eu não vire um zumbi antes da escuridão,‖ Zach disse.

    ―Eu desejo que você fosse um zumbi de vinte e sete anos,‖ Robert disse

    instantaneamente, enquanto fumava seu cigarro.

    ―Você é‖ Chanelle o assegurou. E não soou como se ela estivesse contente

    com isto.

    ―Certo, aonde nós vamos?‖ Tory quis saber. ―Oh, sim. Eu preciso saber antes,

    para poder pelo menos me arrumar um pouco. Você quer Chanelle?‖.

    ―Bem,‖ Chanelle disse. Eu notei que o suéter que ela tinha amarrado ao redor

    da cintura dela era da mesma cor azul que as listras nas gravatas dos meninos.

    Assim eram também os de Gretchen e Lindsey.

    Assim todos eles iam para a mesma escola—o Chapman School que eu tinha

    sido transferida… mudei tardiamente esse ano, admiti. Mas houve

    circunstâncias atenuantes.

    Eu engoli. Melhor não pensar agora mesmo nas circunstâncias atenuantes.

    ―Nada para mim, obrigada,‖ Chanelle disse.

    ―Deus, Chanelle,‖ Tory disse, com os lábios entreabertos. ―Meio-termos. Para

    não mencionar, primavera formal. Você quer estragar isso? Hello?‖.

    ―Deus, Torrance. Cravos. Para não mencionar, espinhas. Você quer que meu

    dermatologista me mate? Hello?‖ Chanelle atirou de volta, não

    grosseiramente, em uma imitação morta de Tory que fez Lindsey rir até o iced

    tea sair pelo nariz dela.

    ―Perdedora,‖ a Tory disse, quando ela viu isto. Lindsey esfregou o nariz dela

    na manga do suéter, e disse, "Considere como vinte.‖.

    ―Vinte‖ Shawn disse, enquanto esmurrava números no caderno que ele tinha

    puxado de uma mochila que estava no chão. ―Você, Tor?‖.

    ―O mesmo, eu acho,‖ a Tory disse.

    Ela acendeu o próprio cigarro, me ignorando educadamente, embora eu

    estivesse ao alcance da sua visão. Eu não pude acreditar no que eu estava

    vendo. Eu quero dizer, era ruim o bastante, Tory era agora uma morena, e

    magra como uma estrela de cinema. Mas ela estava usando drogas, também?

    Embora eu tivesse de admitir que Shawn não se parecia nada com os

    negociantes de droga que mostram tão regularmente em 'Law and Order'. Ele

  • não era nenhum mendigo ou usava roupas sujas. Ele parecia… legal.

    E a Tory não se parecia com uma viciada. Eu quero dizer, ela é totalmente

    deslumbrante.

    Ainda, a vida dela, pelo meno de longe, parecia perfeita. Para que ela

    precisava de drogas?

    Estes eram os pensamentos que estavam se debatendo em minha cabeça

    quando eu sentei. Eu adivinho que você diria que eu estava sofrendo de algum

    choque cultura.

    Também, o nó em meu estômago estava mais apertado que nunca.

    ―E eu preciso de Valium,‖ Tory adicionou. ―Eu ando muito tensa

    ultimamente.‖.

    ―Eu pensei que suas pequenas viagens com o Shawn eram para evitar isso,‖

    Gretchen disse, enquanto falava pela primeira vez. A voz dela era

    surpreendentemente grave.

    Assim era o que ela estava dizendo. Surpreendente, eu quero dizer. A Tory e

    Shawn estavam saindo?

    Mas Tory atirou para sua amiga um olhar sárcastico. E o dedo médio dela.

    ―Eu posso conseguir dez,‖ Shawn disse, enquanto sorria. ―Qualquer um

    consegue isso, só que há alguma dificuldade. Eu sei que isto é uma causa

    perdida, mas e você, Rosinha? Precisa de qualquer coisa?‖.

    Ao meu lado, disse Zach, ―Não, obrigado. Eu estou bem.‖.

    Tory parecia chocada. ―Zach,‖ ela disse. ―Você está certo? Porque Shawn

    pode conseguir realmente qualquer coisa, você sabe. Nada daquelas merdas

    genéricas. O pai dele é um doutor.‖.

    ―Jesus, Tor, o homem está doente, certo? Deixe-o,‖ Shawn disse. O olhar dele

    parou em mim. ―E você, Ruiva?‖.

    Tory que parecia aborrecida antes deu uma risada tão grande que fez o Iced

    Tea sair pelo seu nariz. Isto fez Lindsey dizer, "Perdedora,‖ exatamente do

    modo que a Tory fez quando tinha acontecido isso com ela.

    Eu disse, enquanto tentava não demostrar meu pavor, ―Não, obrigado. Eu-Eu

    estou bem.‖.

    ―Ei,‖ Zach disse com voz morta. ―Bom pra você, Prima Jean. O primeiro

    passo para admitir que há um problema.‖.

    ―Obrigada,‖ eu disse, tentando esconder o vermelho em meu rosto tomando

    um Iced Tea…

    … o qual eu vomito prontamente para fora.

    Infelizmente, vomito tudo em Zach.

    ―Ei,‖ Robert disse, na defensisa. ―Fale, não vomite, Ruiva!‖.

    ―Oh meu Deus,‖ eu chorei. Eu poderia sentir minhas bochechas entrando em

  • chamas. ―Eu sinto muito... Muito. Eu não fiz de propósito… Eu não

    esperava—‖.

    ¨- tem álcool nisso?.¨ Tory tinha se recuperado e jogou uns guardanapos

    para Zack. ¨Por que você acha que é chamado de *Long Island iced tea*, sua

    retardada mental?¨

    ¨Eu nunca bebi isso antes¨ eu disse. ¨Eu nunca estive em Long Island. Oh,

    meu Deus, Zach, me desculpe.¨

    Mas Zack não parecia nervoso. De fato ele estava com um sorrisinho em seu

    rosto. ¨Eu nunca estive em Long Island,¨ Ele repetiu pensativo, como se

    tentasse memorizar a frase.

    ¨Me desculpe¨ eu disse de novo. Eu realmente não conseguia acreditar nisso.

    Bem, eu conseguia, porque isso é uma coisa típica da minha parte, claro. Mas,

    eu quase não acreditei, porque - bem, porque eu vomitei todo o LONG

    ISLAND ICED TEA em um garoto que eu nunca vi. Quer dizer, eu mal

    cheguei de New York e já mostrei a completa tonta que sou. Tory e suas

    amigas devem pensar que eu sou a pior caipira que elas já conheceram.

    No meu antigo lar nenhum adolescente bebia, ou ficava alto, ou comprava

    drogas.

    Eles só não entendenderiam isso… bem, ao meu redor.

    ―Realmente sinto muito,‖ eu disse.

    Zach sorriu para mim. Eu sentia que arrancavam meu coração.

    Firme lá, Jean.

    ―Nenhum problema, Prima Jean de Iowa. Você quer uma Coca-cola, ou algo

    assim?‖ O sorriso se alongou. ―E eu quero dizer o tipo carbonatado.‖.

    ―Seguramente,‖ eu disse completamente deslumbrada pelo sorriso. ―E que seja

    grande.‖.

    Zach subiu, mas se sentou novamente quando a Tory latiu, ―eu pego isto para

    ela,‖ e abruptamente marchou para fora do pavilhão.

    ―Jesus,‖ Gretchen disse. ―O que há com ela?‖.

    Robert rodou os olhos dele na direção de Zach. ―Uma suposição levemente

    selvagem.‖.

    "O que?‖ Chanelle exigiu, defendendo Tory.

    ―Jesus, você quer que eu encruba tudo? O Lance sobre Rosen,‖ Robert disse,

    entre baforadas.

    Zach ficou carrancudo. ―O que você quer dizer, o que a Tory fez?‖.

    ―O au pair, homem.‖ Robert balançou a cabeça dele. ―Por que outro vai um

  • grande veterano como você andaria com secundaristas com nós? Você não

    está obviamente aqui para comprar, assim…‖.

    Zach, em lugar de negar isto, como eu meio que esperei, só pareceu pensativo.

    ―Ei,‖ Chanelle disse indignada. ―Isso não é verdade. Torrance está com

    Shawn. Ela não está paquerando com Zach.‖.

    ―Se Tor está com Shawn,‖ Robert quis saber, ―por que ela está tentando

    manter Rosen longe do au pair? Huh?‖.

    ―Cale-se, Robert,‖ Chanelle disse, enquanto lhe dava um pontapé por debaixo

    da mesa. ―Você não sabe o sobre o que está falando.‖.

    ―Ei, não bata no mensageiro,‖ Robert disse. ―Isso não é tão ruim para Torster

    o Sr. Quatro-Pontos-Oh, ela já sabe—se você sacou o que eu quis dizer.‖.

    ―Totalmente!‖ Chanelle chorou, e Zach disse carrancudo, ―Não meta Prima

    Jean, por favor. Ela é nova aqui.‖.

    Robert me examinou. ―Oh,‖ ele disse. ―Desculpe.‖.

    E eu tinha vontade de morrer mais do que nunca. Prima Jean? Era quase tão

    ruim quanto Jinx.

    Quase.

    ―Ei, é tudo bem. Torrance e eu,‖ Shawn disse suavemente, enquanto

    observava seu Caderno, ―temos um acordo.‖.

    Então naquele exato, momento Tory voltou com uma lata de refrigerante.

    ―Aqui, Jinx,‖ ela disse, enquanto empurrava o refrigerante para mim. ―Que

    tipo de acordo nós temos, Shawn?‖.

    ―Você sabe,‖ Shawn disse. Os dedos dele estavam voando em cima do teclado

    do Treo, o olhar dele colado à tela. ―Relação aberta, e toda aquela merda.‖.

    ―Oh,‖ Tory disse, enquanto se afundava novamente no assento dela. ―Certo. os

    Amigos com benefícios. Por que nós estamos falando sobre isto?‖.

    ―Por razão nenhuma,‖ Chanelle disse depressa, enquanto lançou um olhar à

    Robert que só sorriu maliciosamente.

    Eu sentei lá, enquanto tentava não parecer chocada. Amigos com benefícios?

    Eu tentei imaginar como reagiria minha melhor amiga Stacy se seu namorado,

    Mike, sugerisse a ela que eles fossem amigos com benefícios, em vez de um

    casal exclusivo.

    Então eu estremeci. Porque o resultado, eu sabia, não seria bonito.

    ―A propósito,‖ Tory disse para mim, enquanto arrombava meus pensamentos.

    ―Você é bem-vinda.‖.

    ―Oh,‖ eu disse, enquanto olhava para à lata de refrigerante, esquecida, em

    minha mão, e me sentindo ficar novamente vermelha. ―Obrigada.‖.

    ―Você só achará mais iguais a estes no freezer,‖ Tory disse seca. ―Petra lhe

    mostrou a cozinha?‖.

  • ―Não agora—‖.

    ―Bem, tenha certeza você consegue uma excursão. Esta é a última vez que eu

    vou buscar e levar para você.‖.

    ―Deus, Tor,‖ Chanelle disse. ―Você é uma cadela (Bitch), por que não vai?‖

    Então, como se envergonhou pela rudeza de Tory, Chanelle virou-se para

    mim, e perguntou, ―Assim durante quanto tempo você ficará em Nova

    Yorque, Jean?‖.

    O nó em meu estômago balançou. Eu olhei para minha lata de Coca-cola.

    ―Eu estou sendo transferida para a Chapman pelo resto do calendário escolar,‖

    eu disse. ―E passando o verão então aqui, também.‖.

    Eu não perdi os relances que Gretchen e Lindsey trocaram. Não as culpei.

    Quem é transferido para uma escola nova faltando só um mês para acabar o

    semestre?".

    Uma louca como eu.

    ―Certo,‖ Tory disse levianamente. ―Eu esqueci de falar para os caras. Jinx

    estará terminando o semestre conosco.‖.

    ―Por que?‖ Chanelle quis saber.

    Por um lado, eu fiquei aliviada pela Tory aparentemente não ter falado sobre

    mim. Agora eu poderia lhes contar tudo que eu sobre o por que de eu estar

    aqui.

    Por outro lado, eu também estava magoada. O que era ridículo, claro.

    Mas você pensaria que ela poderia ter mencionado aos amigos dela que a

    prima dela estava vindo para viver com ela. A menos que, claro que,

    simplesmente aquilo não era importante para ela.

    ―Oh,‖ eu disse, enquanto engolia. ―Eu há pouco amável de precisou de uma

    mudança.‖.

    Tory revirou os olhos dela. ―Deus, Jinx,‖ ela disse. ―Você poderia pensar em

    algo mais idiota para responder quando as pessoas lhe perguntarem isso? Elas

    vão perguntar e você sabe. Muito bem.‖.

    Emocionante. Tanto que teria que contar o porquê de eu estar aqui.

    Eu me sentia ruborizando. Novamente.

    ―Bem,‖ eu disse. O nó em meu estômago estava se transformando menos em

    um nó, e mais em um punho. ―É... pessoal.‖.

    ―Pelo amor de Deus,‖ Tory disse, enquanto se juntava a Shawn e dava um

    puxão nele ―Só lhes fale. Jinx está sendo espiada, okay?‖.

    Capítulo 4

  • Grande. Apenas grande.

    Eu admitiria isto, eu deveria saber melhor. Eu deveria ter tido uma resposta

    para pergunta muito natural de Chanelle e pronto.

    Só que eu não tinha. Naturalmente.

    Assim eu acho que mereci o que a Tory tinha feito.

    Mas ao mesmo tempo, era um choque ouvir isto assim, como se fosse assunto

    fácil.

    Especialmente desde então isso foi só a metade. A outra metade, naturalmente,

    só eu sabia.

    Obrigada Deus. Porque eu não teria brigado com Tory por ter dito tão

    bruscamente aquela parte.

    Especialmente desde que ela parecia estar amando a reação que ela tinha

    conseguido—meu silêncio mortificado, e os suspiros de Gretchen e Lindsey.

    Shawn disse ―Nenhum bosta?‖ e Zach, eu notei, olhou com seus olhos verdes

    para mim isso me fez sentir até mesmo mais incomodada do que eu já estava.

    Os olhos de Chanelle estavam arregalados. ―Realmente?‖ ela disse.

    ―Espionada? Isso deve ser assustador.‖.

    "Você tem tanta sorte!‖ Lindsey gritou, enquanto dava risada. ―Eu nunca fui

    espionada. Como é?‖.

    ―Deus.‖ Tory colocou o resto dos cigarros em cima de um cinzeiro. ―Não há

    nada excitante nisto, Lindsey, você é idiota. Eu soube que o sujeito é um

    psicopata completo. Ele provavelmente virá aqui e nos assassinará a todos nós

    em nossas camas. Eu não posso acreditar meus pais aceitam isto.‖.

    ―Ei,‖ Robert disse, ultrajado. ―Aquela junta ainda era boa!‖.

    Eu não pude acreditar nisto, de qualquer jeito. Não sobre a junta. Mas como

    aquela Tory pôde ter só… ANUNCIADO isto de modo, tão casual.

    Especialmente considerando o fato que eu tinha tido que deixar minha casa, e

    todos meus amigos, e a escola em qual, eu admito, eu tinha sido bem popular.

    Eu quero dizer, eu sou uma menina agradável. Pessoas gostam de meninas

    agradáveis. Estes tipos de coisas não acontecem a meninas agradáveis.

    Meninas agradáveis não são espionadas…

    … a menos que, naturalmente, elas tragam metade disto com elas.

    Mas a Tory não sabia a outra metade disto.

    Assim ela pôde só anunciar o que sabia em voz alta…

    Também, na frente de Zach que estava fazendo meu coração retumbasse

    praticamente toda vez eu olhava para ele.

    Eu quis morrer novamente. Ou vomitar. Era difícil decidir qual dos dois.

    ―Ele não é um espião,‖ eu disse, enquanto escolhia minhas palavras com

    cuidado. E também percebendo, através dos olhares alarmados que o pessoal

  • me lançou que talvez eu tivesse dito isto um tanto ruidosamente. Eu abaixei

    minha voz. ―Ele não é psicopata, ou algo do tipo. Ele é só um sujeito com

    quem eu saí, que levou a coisa toda à sério, muito rápido.‖

    E Agora como sai minha voz? Eles acreditariam nisto? Por favor, os deixe

    acreditar nisto…

    ―Ele quis segurar as mãos provavelmente,‖ Tory disse, me enfrentando

    diretamente, e Shawn bufou com uma risada.

    Okay. Bem, isso era ruim.

    Mas eles acreditaram nisto. Tory acreditou nisto, de qualquer maneira.

    E isso era tudo o que importava.

    Quando eu atirei para ela um olhar enfezado—porque eu senti que isso é o que

    garotas como eu fazem—Tory disse, ―Bem, vamos, Jinx. Sua mãe É uma

    ditadora.‖.

    Chanelle me arremessou um olhar assustado. ―De modo algum! Você não é

    filha de um pastor, ou é?‖.

    Claro que ela disse isto como se fosse uma coisa ruim. As pessoas sempre

    reagem assim.

    ―Eu também sou filha de um consultor de computação,‖ eu disse. ―Meu pai

    trabalha com computadores.‖.

    Mas ninguém estava escutando. Ninguém.

    ―Deus,‖ Lindsey disse. ―Isso é tão romântico. Você teve que fugir do estado

    para escapar de um amante obsessivo. Eu queria ter um amante obsessivo.‖

    ―Eu não prestaria atenção nele,‖ Chanelle disse secamente. ―Ao invés disso, só

    tenho o Robert.‖.

    Robert observou da junta que ele estava tentando salvar. ―O que é isso?‖ ele

    disse, quando ele viu que todo o mundo o estava encarando.

    ―Vê o que eu quero dizer?‖ Chanelle perguntou, com uma grande centelha nos

    olhos dela, que eu não pude segurar o riso—

    —até que Shawn estourou com, ―O que é isto? Enlouquecendo Oprah?

    Bastante romântica a vida desta garota. Eu preciso de pagamento, senhoras.‖

    Ele ofereceu o Treo dele, para que assim eles pudessem ler o total nisto. ―E,

    não, eu não levo cheques pessoais.‖.

    Tory ficou carrancuda, mas pegou para a bolsa dela. Uma Prada, de mil

    dólares uma da linha de primavera que minha irmã Courtney tinha falado aos

    nossos pais que era a única coisa que ela queria no aniversário dela. Mamãe e

    Papai tinham rido como se isto fosse a coisa mais engraçada que eles alguma

    vez tinham ouvido.

    Tory, Gretchen e Lindsey juntaram uma pilha de dólares. Então, empurrando o

  • dinheiro para o namorado dela, Tory perguntou, ―Quando nós podemos

    esperar que seja entregue?‖.

    "Amanhã," Shawn disse, juntando o dinheiro e amontoando-o em uma

    pilha organizada antes de colocar em sua carteira. "No máximo segunda."

    "Amanhã," Tory disse, seus olhos fuzilando.

    "Tudo bem, tudo bem." Shawn balançou sua cabeça. "Amanhã."

    "Torrance?" a voz de Petra chamou do pátio. "Torrance, sua mãe está no

    telefone!"

    "Droga," Tory disse. "Eu volto já."

    Isso, eu sabia, era minha deixa para fazer uma saída graciosa. Bem, não seria

    graciosa, me conhecendo. Mas uma saída.

    "Devo ir, também," eu disse, me levantando. "Tenho muitas malas a desfazer.

    Foi muito bom conhecer todos vocês."

    Eu não tinha certeza se essa era a coisa certa a se dizer para um bocado de

    preciosos adolescentes de Nova York. Mas Chanelle disse, animada: "Prazer

    conhecer você, também! Nos vemos na escola!"

    Então eu achei que estava tudo bem.

    "E eu", Zach disse, também saindo, "escuto o chamado do meu dever de

    Cálculo. Vejo vocês depois!"

    ―Torrance!‖ Petra chamou de novo.

    Tory virou e deixou o gazebo. Zach a seguiu, e eu segui Zach. Enquanto a

    visão da parte de trás de Zach era ainda mais impressionante que a visão de

    sua parte da frente tinha sido, eu não pude aproveita-la. Tudo o que eu queria

    era subir até o meu bonito quarto rosa e fechar a porta e ficar lá por um tempo,

    sozinha, com a minha lareira ‗quebrada‘, e tentar entender o que tinha acabado

    de acontecer; sem mencionar, o que eu iria fazer.

    Porque isso não estava acontecendo exatamente do jeito que eu imaginava que

  • iria. Nem um pouco. Não que eu tenha pensado que Tory e eu iríamos passar

    nosso tempo juntas brincando num riacho e ‗trepando‘ em árvores. Eu só não

    tinha esperado exatamente...

    Bem, isso.

    No pátio, Petra entregou o telefone para Tory, e sorriu para mim e Zach.

    -Olá, - ela disse- vejo que vocês dois se conheceram. Não vai sair pela parede

    hoje, Zach?

    Zach levantou suas mãos, que estavam, eu percebi pela primeira vez, cobertas

    de arranhões, não diferentes daqueles que eu recebi da cerca de ferro

    enferrujado que eu agarrei para evitar de cair mais cedo naquele dia.

    -Não com essas rosas crescendo tão fora de controle ali atrás, -ele disse.-

    aquelas coisas vão me matar um dia desses.

    -Você devia entrar pela porta como uma pessoa normal, de qualquer forma, -

    Petra disse – você já está muito velho pra ficar escalando paredes.

    Para mim, ela disse: - Jean, se algum dia você quiser visitar um museu, ou ir à

    ópera, ou ao teatro, Zach é aquele que deve ser consultado. Ele sabe tudo que

    há pra se saber sobre a cidade.

    ―Hey, qual é agora‖ Zach disse, parecendo levemente embaraçado. Robert

    estava certo? Zach tinha uma queda por Petra?

    Mas se ele estava apaixonado por Petra, você não poderia dizer olhando ele

    interagir com ela. Ele parecia tratar ela com a mesma casualidade amigável

    que ele tinha...

    ...bem, me tratado.

    ―É verdade‖ Petra disse, rindo de Zach. ―Quando eu cheguei aqui, e eu não

    conhecia ninguém tirando Sr. e Sra. Gardiner e as crianças, Zachary me levou

    para todos os lugares. O Guggenheim, O Frick, O Met. Clubes de Jazz. Até

    para o zoológico.‖

    Zach estava cada vez mais embaraçado. ―Eu gosto de focas‖, ele disse para

    mim, como se isso desculpasse a aparente estranheza de levar a au pair para o

    zoológico.

    Hm. Talvez ele tinha uma queda por Petra.

    ―E então...‖ Petra continuo, enquanto nós seguimos ela pelas portar Francesas,

    até o deque ―quando meu namorado, Willem, veio para me visitar, Zachary,

  • ele nos deu ingressos para o... como é mesmo que se chama?‖

    ―Cirque du Soleil‖ Zach disse, agora parecendo completamente embaraçado.

    Ele deu os ombros bem naturalmente, apesar de disso. ―Meu pai sempre

    consegue ingressos para essas coisas, por causa do trabalho dele.‖

    Eu sorri para ele. Eu não podia deixar de. Digo, apesar de ser muito gostoso,

    tinha alguma coisas sobre ele que era tão... bem, amigável. Eu gosto de focas.

    Eu iria totalmente ter entendido se o que Robert tinha dito era verdade, sobre

    Tory ter uma queda por Zach. Eu tinha uma eu mesma, e eu tinha acabado de

    conhecer ele.

    ―Jesus, mãe!‖ A voz de Tory, do pátio, era estridente. ―Você está

    brincando comigo? Eu tenho coisas para fazer, sabia?‖

    Petra começou a fechar as portas Francesas, ―Jean‖ ela disse rapidamente, ―Eu

    tenho que ir pegar as crianças na escola. Você gostaria de ir comigo? As

    crianças iriam adorar se você fosse.‖

    Mas Petra não foi rápida o bastante com as portas, não o bastante para que as

    gentis palavras de Tory não fossem ouvidas ―Porque eu tenho melhor coisas

    para fazer do que ficar de babá da minha prima jeca do interior.‖

    As portas Francesas se fecharam, e Petra se encostou rápido contra elas, uma

    expressão de pânico na sua face. ―Oh, querida.‖ Ela disse ―Eu estou certa de

    que ela não quis... Eu tenho certeza... Algumas vezes Torrance diz coisas que

    ela não quer dizer...‖

    Eu sorri. O que mais eu poderia fazer?

    E a verdade era que, meus sentimentos não estavam ao menos feridos. Ao

    menos, não esse tanto. Eu estava envergonhada, certamente. Especialmente

    porque eu vi Zach meio que recuar, e expressar a palvra Ouch quando ela

    disse o termo jeca do interior.

    Mas eu estava me contentando com o fato dessa Tory não era a doce,

    engraçada Tory que eu me lembrava de cinco anos atrás. Essa Tory, fria e

    sofisticada, era uma estranha.

    E eu realmente, eu não podia ter me importado menos com o que uma

  • estranha tinha dito de mim.

    Honestamente.

    Bem, ok, talvez não tão honestamente.

    ―Está tudo certo.‖ Eu disse casualmente, ao menos, eu esperava que isso

    soasse casual. ―Ela provavelmente tem coisas melhores para fazer do que ficar

    de babá. A coisa que chateia mesmo é as pessoas acharem que eu preciso de

    uma babá.‖ Eu adicionei, no caso deles não terem entendido a mensangem.

    ―Eu não preciso‖

    Zach levantou suas sobrancelhas escuras, mas não disse nada. Eu tinha

    esperanças que ele não estava se lembrando da história do Long Island Ice

    Tea, mas ele provavelmente estava. Petra começou a arrumar desculpas para

    Tory (―Ela está nervosa por causa das provas‖, ―ela tem dormido pouco‖) todo

    o caminho para porta da frente. Eu me perguntei porque. Depois de tudo, essa

    nova Tory não parecia alguém que gostaria – muito menos precisado – de

    alguém arrumando desculpas para ela.

    Mas talvez havia coisas sobre ―Torrance‖ que eu não sabia e que precisavam

    ser levadas em consideração. Talvez, na maldade do seu lindo jardim e de sua

    banheira com detalhes dourados, nem tudo ia bem na família Gardiner. Ao

    menos onde Tory estava preocupada.

    ―Bem‖ Zach disse, quando a gente alcançou a calçada (Eu estava agradecida

    de que eu tinha conseguido com sucesso manobrar a escada sem cair dessa

    vez.) ―Foi bom conhecer você, Prima Jean de Iowa. Eu moro bem ao lado,

    então eu estou certo que nos veremos novamente.‖

    Bem, agora eu tinha entendido o negócio sobre ele ter vindo por cima do muro

    – seu quintal era separado dos do Gardiners por aquele muro de pedra perto do

    Gazebo – e foi dessa maneira, também, que ele teve a chance de trocar o

    uniforme antes do outro, como Tory.

    ―Oh, sim, vocês se verão constantemente.‖ Petra disse, seu modo

    aparentemente lúcido agora que tínhamos saído da casa – e longe de Tory.

    ―Jean estará indo para a Chapman pelo resto do semestre.‖

  • ―Fiquei sabendo‖ Zach disse, com uma piscada para mim. ―Vejo você lá,

    então. Até, Prima Jean de Iowa.‖

    A piscadela causou outra parda cardíaca. Eu sabia que era melhor olhar

    para o outro lado.

    Por sorte, ele se virou para ir. Ele morava, eu vi, ele morava na casa a

    esquerda da dos Gardiners, também com quatro andares, pintada de azul

    escuro, com um ornamento branco. Se vaso de flores, mas uma porta da frente

    claramente pintada, essa vermelha como os gerânios dos Gardiners

    Vermelho sangue.

    Agora, porque eu havia pensado isso?

    ―Vamos, Jean‖ Petra disse, inclinando sua cabeça para direção oposta a que

    Zach tinha virado. ―A escola de Ted e Alice é para esse lado.‖

    ―Só um segundo‖ Eu disse.

    Porque é claro que eu não podia ir, enquanto tudo estava indo bem. Oh, não.

    Não Jinx Honeychurch.

    Não, eu tinha que fica lá, plantada no mesmo lugar como a caipira que Tory

    havia dito que eu era, olhando Zach passar por um carro que havia acabado de

    estacionar em um desses postes de estacionamento que você paga. Alguém do

    lado do passageiro estava abrindo sua porta –

    - enquanto um homem em uma bicicleta de corrida, usando uma bagagem de

    correio, vinha descendo pela rua.

    Foi ai que um monte de coisas pareceu acontecer de uma vez só.

    Primeiro, o carteiro da bicicleta virou para desviar da porta do carro, e ia subir

    na calçada e bater em Zach...

    ... se eu não tivesse, no exato momento, me jogado no meio do caminho e

    empurrado Zach, que não tinha notado o carro, ou a bicicleta, ou o gerânios

    veremlho-sangue, fora do caminho.

  • E foi assim que eu terminei sendo atingida por uma bicicleta dos correios no

    meu primeiro dia em New York.

    Que, se você pensar sobre isso, era só minha sorte.

    Capítulo 5

    ―Não dá nem para ver‖, Tia Evelyn disse. ―Bem, dá, mas com um pouco de

    maquiagem, ninguém vai notar, juro. E segunda, quando você começar a

    escola, com certeza terá ido embora.‖

    Estudei meu reflexo em um espelho de mão. A pancada em minha sobrancelha

    direita tinha apenas algumas horas de vida, e já estava arroxeando. Por

    experiência, eu sabia que por volta de segunda-feira não estaria mais roxo, e

    sim um adorável tom de amarelo esverdeado.

    ―Claro‖, eu disse, para fazer Tia Evelyn se sentir melhor. ―Claro que vai.‖

    ―Sério‖, disse Tia Evelyn. ―Quero dizer, se eu não soubesse que isso estava aí,

    eu não teria percebido de jeito nenhum. Você teria, Tory?‖

    Tory, sentada em uma das cadeiras de braço rosa combinando sobre a lareira

    de mármore que não funcionava, disse: ―Eu não consigo ver.‖

    Atirei-a um fraco sorriso. Então, não era minha imaginação, afinal de contas.

    Tory realmente tinha começado a ser mais legal comigo – incrivelmente mais

    legal – desde que minha cabeça bateu na calçada. Foi Tory, eu soube por trás

    da minha adquirida inconsciência, que ligou para a emergência, depois de ver

    a coisa toda se desenrolar por trás da janela da sala de estar. Foi Tory que

    entrou na ambulância comigo, enquanto eu estava desacordada, já que Petra

    ainda tinha que ir buscar os menores. Era Tory que estava segurando minha

    mão quando eu acordei, meio bêbada e dolorida, no Pronto Socorro.

    E foi Tory, acompanhada por seus pais, para quem eu fui liberada mais tarde,

    já que os testes hospitalares revelaram que eu não havia sofrido de fato uma

    concussão, e não teria que ficar paraobservação durante a noite (o mensageiro

    da bicicleta, aliás, escapou sem um arranhão – a bicicleta dele nem mesmo

    ficou tão estragada).

  • Eu não fazia idéia do que ocorreu para fazer minha prima ficar tão

    subitamente solícita com o meu bem-estar. Ela com certeza não parecia se

    preocupar comigo antes do acidente. Por qual motivo, apenas porque eu fui

    estúpida o suficiente para ficar inconsciente, Tory decidiu que se importava

    comigo, eu não conseguia imaginar. De qualquer jeito, eu apenas tinha

    provado o ponto da Tery: eu realmente sou uma jeca do interior.

    É claro, deve ter alguma coisa a ver com o fato de que Zach veio junto. Para o

    hospital, quero dizer. Comigo. Na ambulância.

    Eles não o deixaram entrar no pronto Socorro comigo, pelo fato de não ser da

    família. E quando ele soube que eu ficaria bem, ele foi para casa.

    Ainda assim. Se o que Robert disse no gazebo era verdade – sobre Tory ter

    uma queda por Zach – foram realmente algumas horas preciosas que eles

    passaram juntos.

    Mas Zach não estava por aqui agora, e Tory ainda estava sendo legal comigo.

    O que era isso?

    Eu abaixei o espelho e disse, ―Tia Evelyn, eu me sinto tão mal. Você e Tio

    Ted realmente não precisavam ficar em casa, da sua festa, por minha causa.

    Foi só uma pequena batida, mesmo.‖

    ―Ah, por favor‖, disse Tia Evelyn, balançando sua mão em um gesto bem ao

    estilo Pooh. ―Não era uma festa, era um entediante velho beneficente para um

    entediante velho museu. Para dizer a verdade, estou encantada que você nos

    tenha arranjado uma desculpa tão boa para não comparecer.‖

    Tia Evelyn é a irmã mais nova da minha mãe, mas é difícil ver alguma

    semelhança entre elas. O cabelo loiro é o mesmo, mas minha mãe usa o dela

    em uma longa trança que vai até o quadril, e o de Evelyn é encolhido em um

    estiloso e favorecedor chanel.

    Eu nunca vi minha mãe, que considera cosméticos frívolos – mais para o pesar

    da minha irmã – usar maquiagem. Mas Tia Evelun usava batom, mascara,

    sombra para os olhos – até mesmo um delicioso perfume floral. Ela parecia –

    e cheirava – bastante glamurosa e dificilmente velha o suficiente para ter uma

    filha de 16 anos.

  • O que, pensei, provava que a maquiagem funcionava.

    Tia Evelyn percebeu a caneca vazia ao lado da minha cama. ―Você quer mais

    chocolate, Jean?‖

    ―Não, obrigada‖, eu disse, com uma risada. ―Se eu tomar mais chocolate, vou

    sair flutuando. Sério, Tia Evelyn, você e Tory não precisam sentar aqui

    comigo a noite toda. O médico disse que eu estou bem. Foi só uma batida e,

    acredite, já tive bastantes batidas antes. Eu vou ficar bem.‖

    ―Eu só me sinto tão mal‖, Evelyn disse. ―Se eu apenas soubesse que você viria

    hoje, e não amanhã, como nós pensávamos–‖

    ―Teria feito o quê?‖ eu perguntei. ―Feito com que todas as bicicletas dos

    Correios fechassem antecipadamente?‖ Não que isso fosse funcionar. Ainda

    teriam me achado. Sempre acham.

    ―É só que não é como eu imaginei sua primeira noite aqui‖, Evelyn disse,

    balançando a cabeça, ―como eu imaginei sua primeira noite aqui. Petra iria

    fazer filet mignon. Nós iríamos ter um ótimo jantar, a família toda junta, não

    pedidos na cozinha após chegar em casa da sala de emergência...‖

    Olhei amigavelmente para a cabeça inclinada de minha tia. Pobre Tia Evelyn.

    Agora ela estava começando a saber como minha mãe deve se sentir o tempo

    todo. Em relação a mim.

    Eu disse, sentimental, ―Sinto muito.‖

    A cabeça de Evelyn levantou de novo. ―O quê?‖, ela disse. ―Sinto muito? Pelo

    que você sente muito? Não é sua culpa–―

    Exceto, é claro, que era. Eu soube o que eu estava fazendo. Eu soube que a

    bicicleta iria atingir a mim, não a Zach.

    Mas eu sabia que o resultado não foim perto do que iria ser, se fosse com o

    Zach, Porque eu estava esperando, e ele não.

    Por que mais os gerânios pareciam tão vermelhos?

    Mas é claro que eu não disse isso em voz alta. Porque eu aprendi há muito

    tempo que dizer coisas assim em voz alta só levariam a perguntas que eu

  • preferiria não responder.

    ―Knock-knock.‖ A voz do Tio Ted veio através da porta fechada do quarto.

    ―Podemos entrar?‖

    Tory levantou e abriu a porta. No corridor estava meu tio Ted, Alice, de

    cinco anos, em seus braços, e Teddy Jr, de dez anos, escondido timidamente

    atrás de uma das pernas de Ted.

    ―Tenho algumas pessoas aqui‖, Tio Ted disse, ―que querem dizer boa noite à

    sua prima Jean antes de irem para a cama.

    ―Bem,‖ Evelyn disse, parecendo preocupada, ―Acho que só por um minuto.

    Mas–―

    Alice, no minuto em que seu pai a colocou no chão, deu um salto e voou até

    minha cama, agitando um pedaço de papel branco. ―Prima Jinx, Prima Jinx‖,

    ela balbuviou. ―Olha o que eu fiz para você!‖

    ―Gentilmente, Alice‖, Tia Evelyn falou. ―Gentilmente!‖

    Eu disse, ―Tudo bem‖, e coloquei Alice, que estava vestindo um vestido de

    noite florido, na minha cama comigo, como eu costumava fazer com Courtney

    antes, quando ela deixava, e ainda faço algumas vezes, com Sarabeth. ―Deixe-

    me ver o que você fez para mim.‖

    Alice mostrou sua pintura orgulhosa. ―Olhe‖, ela disse. ―É uma quadro do dia

    que você nasceu. Ali está o hospital, e aqui é você, saindo da Tia Charlotte.‖

    ―Uau‖, eu disse, imaginando o que ensinam no jardim-de-infância em Nova

    York. ―Isso com certeza é... Gráfico.‖

    ―A porquinha guinea da classe deles acabou de ter filhotes‖, Tio Ted explicou

    apologicamente.

    ―E vê ali?‖ Alice apontou para um grande globo de tinta preta. ―Essa é a

    nuvem de onde a luz veio, a luz que apagou todas as luzes do hospital quando

    você nasceu.‖ Alice postou-se contra o meu braço, parecendo satisfeita

    consigo mesma.

  • Eu disse, em um sorriso que eu esperava que fosse convincentemente

    encorajador: ―É uma ótima pintura, Alice. Vou pendurá-la bem ali, em cima

    da lareira.‖

    ―A lareira não funciona‖, Teddy informou-me, alto, do fim da cama.

    ―Jean sabe disso, Tio Ted disse. ―Já está ficando muito quente para fogo

    mesmo, Teddy.‖

    ―Eu disse a eles que este era o melhor quarto para colocar você‖, Teddy me

    disse. ―Por causa da lareira já não prestar. Porque em qualquer lugar em que

    você esteja, as coisas quebram.

    ―Theodore Gardiner Junior!‖ Evelyn gritou. ―Peça desculpas à sua prima

    nesse minuto!‖

    ―Por quê?‖ Teddy perguntou. ―Você mesma disse, mãe. Por isso que todos a

    chamam de Jinx ‖

    ―Eu sei de m certo rapaz,‖ Tio Ted disse, ―que irá para a cama sem comer

    sobremesa.‖

    ―Por quê?‖ Teddy pareceu perplexo. ―Você sabe que é verdade. Veja o que

    aconteceu hoje. A cabeça dela quebrou.‖

    ―Certo,‖ Tio Ted disse, segurando a cintura e tirando-o do quarto. ―Chega de

    visitas para a prima Jean. Venha, Alice. Vamos ver Petra. Acho que ela tem

    histórias de dormer para contra a vocês dois.‖

    Alice pressionou seu rosto contra o meu. ―Eu não ligo se as coisas quebram

    quando você está por perto.‖, ela sussurrou. ―Eu gosto de você, e estou feliz

    que esteja aqui‖. Ela me beijou, cheirando a uma limpa criança de cinco anos.

    ―Boa noite.‖

    ―Ah, querida,‖ Evelyn disse, quandp a porta se fechou de novo. ―Eu não sei o

    que dizer.‖

    ―Tudo bem‖, eu disse, olhando para a figura de Alice. ―É tudo verdade.‖

    ―Ah, não seja ridícula, Jinx‖, minha tia disse. ―Er, Jean. As coisas não se

    quebram quando você está por perto. Aquilo na noite em que você nasceu foi

  • um comosechama. Um tornado, ou supercélula, ou alguma coisa. E hoje foi só

    um acidente.‖

    ―Tudo bem, Tia Evelyn‖, eu disse. ―Eu não me importo. Mesmo‖.

    ―Bem, eu me importo.‖ Evelyn pegou a caneca vazia e levantou. ―Vou dizer às

    crianças para não chamá-la mais de Jinx. É um apelido ridículo, de qualquer

    maneira. Além do mais, você está praticamente crescida. Agora, se você tem

    certeza de que não precisa de nada, Tory e eu vamos sair e deixar você dormir.

    E você não vai sair da cama até pelo menos as dez horas da manhã, está

    entendido? O médico disse bastante descanso. Vamos, Tory.‖

    Mas Tory não se moveu da cadeira. ―Vou em um minuto, mãe.‖

    Evelyn não pareceu escutá-la. ―Acho melhor eu ligar para sua mãe‖, ela disse,

    enquanto saía do quarto. ―Só Deus sabe como eu irei explicar tudo isso a ela.

    Ela vai me matar.‖

    Quando teve certeza que sua mãe não poderia mais ouvir, Tory

    calmamente fechou a porta do quarto, se apoiou nela, e olhou para mim com

    aqueles grandes, maquiados olhos azuis dela.

    ―Então‖, ela disse. ―Há quanto tempo você sabe?‖

    Abaixei a pintura que Alice tinha feito para mim. Eram pouco mais de nove

    horas, e eu estava realmente cansada... mesmo que eu ainda estivesse no

    horário de Iowa, então na verdade eram menos de nove horas. Fisicamente, eu

    estava bem, como eu assegurei Tia Evelyn. A abtida na minha cabeça

    dificilmente doía – exceto quando era tocada.

    Mas a verdade era que eu estava exausta. Tudo que eu queria fazer era entrar

    naquele lindo banheiro de mármore e me lavar, então voltar à minha grande e

    confortável cama e dormir. Era isso. Só dormir.

    Mas agora parece que eu teria que esperar. Porque Tory parecia querer ter uma

    conversa.

    ―Há quanto tempo eu sei o quê?‖ eu perguntei, esperando que meu cansaço

    não aparecesse na minha voz.

  • ―Bem, que você é uma feiticeira, é claro‖, ela disse.

    Capítulo 6

    Eu pisquei para ela. Tory parecia perfeitamente séria, contra a porta. Ela

    ainda estava usando o vestido preto, e sua maquiagem ainda estava

    perfeitamente combinada. Quatro horas sentada em uma cadeira de plástico

    em uma sala de espera da emergência em um hospital não tinham feito nada

    para acabar com a sua perfeita beleza.

    ―Uma o quê?‖ Minha voz falho na palavra quê.

    ―Uma feiticeira, é claro.‖ Tory sorriu tolerante. ―Eu sei que você é uma, não

    tem como negar isso. Uma feiticeira sempre reconhece a outra.‖

    Eu comecei a acreditar, não muito do que Tory tinha dito, mas da forma

    curiosa que ela estava segurando o seu corpo - como nosso gato Stanley

    sempre faz no volta para casa, quando ele está ficando pronto para atacar –

    que Tory estava falando sério.

    Minha sorte. Seria melhor se ela estivesse só brincando.

    Eu disse, escolhendo minha palavras com cuidado ―Tory, desculpe-me, eu

    estou cansada, e eu realmente quero ir dormir. Talvez a gente pudesse

    conversar sobre isso uma outra hora...?‖

    Isso foi a coisa errada a se dizer. De repente, Tory estava brava.

    ―Oh,‖ ela disse, se endireitando. ―Oh, isso é como isso é, não é? Você acha

    que você é melhor que eu, porque você vem praticando a mais tempo, ou algo

    assim? É isso? Bem, deixe-me contar-lhe uma coisa, Jinx. Eu sou a feiticeira

    mais poderosa no meu clã. Gretchen e Lindsey? Yeah, elas não são nada perto

    de mim. Elas continuam fazendo pequenos e idiotas feitiços de amor – isso

    não funciona, por sinal. Tem gente na escola que tem medo de mim. Eu sou

    tão poderosa. O que você tem a dizer, Srta. Onipotente?‖

    Meu queixo caiu.

    A coisa era, eu devia saber. Eu não sei porque, quando mamãe disse para tia

    Evelyn o que estava acontecendo, e tia Evelyn sugeriu que viesse para New

    York por um tempo, eu pensei que eu estaria a salvo aqui.

  • Eu deveria saber. Eu realmente deveria.

    ―É isso pelo o que aconteceu essa tarde?‖ Tory exigiu. ―O negócio com a

    maconha? Você está realmente brava comigo porque descobriu que eu uso

    drogas?‖

    Eu dsise, ainda sentindo desnorteada – traída, mesmo não sabendo por quê.

    Não era como se tia Evelyn pudesse ter alguma idéia do que sua filha fosse

    capaz, ou se ela tinha posto empecilho nisso – ―Não, Tory. Honestamente. Eu

    não ligo para o que você faz. Bem, digo, eu me importo. E eu acho estupidez

    você ficar mexendo com medicações que não foram prescritas para você-―

    "O Ritalin é só para me ajudar a passar nas provas mensais," Tory

    interrompeu. "E o Valium é só... bem, às vezes eu tenho problemas para

    dormir. Só isso.‖ Tory tinha atravessado o quarto e tinha desabado na minha

    cama. ―Eu não estou como, viciada nelas, ou algo. Eu não tomo ecstasy, ou

    cheiro cocaína, ou qualquer outra coisa. O que, seu clã é contra o uso de

    drogas ou algo? Deus, isso é tão careta.‖

    ―Tory‖ eu disse, eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. ―Eu não

    pertenco a um clã, ok? Tudo que eu quero é ser deixada em paz. Sem ofensas,

    mas eu estou realmente cansada.

    Agora foi a vez de Tory piscar os olhos, e ela fez isso tão curiosamente,

    olhando para mim como se uma das torneiras em formato de cisne no banheiro

    tivesse de repente começado a falar. Finalmente, ela disse ―Você realmente

    não sabe, sabe?‖

    Eu balancei minha cabeça ―Sabe o quê?‖

    ―Que você é uma de nós,‖ Tory disse ―Você devia ter suspeita. Apesar de

    tudo, eles te chama de Jinx.‖

    ―Yeah, ele me chama de Jinx.‖ Eu disse com armagura que eu não tinha

    intenção de disfarçar. ―Porque, como seu pequeno irmão disse, tudo que eu

    toco quebra.‖

    Mas Tory estava mechendo sua cabeça, ―Não, não. Isso não quebra. Não hoje,

    isso não quebrou. Jinx, eu vi você. Eu estava no telefone com mamãe, entrei

  • em casa e vi a coisa toda da sala-de-estar.‖ Os olhos de Tory estavam tão

    perspicazes, eles pareciam brilhar no escuro. ―Era como se você soubesse o

    que iria acontecer antes mesmo de alguém fazer alguma coisa a respeito. Você

    jogou Zach para fora do caminho ANTES da bicicleta chegar à calçada. Você

    não poderia saber que o carteiro iria mudar de direção. Mas você sabia.

    Alguma parte de você sabia.-―

    ―Mas é claro que parte de mim sabia.‖ Eu disse frustrada. ―Eu tenho bastante

    experiência. Quando eu estou por perto, qualquer que seja a pior coisa que

    possa acontecer, irá acontecer. É a história da minha vida. Eu não posso não

    estragar alguma coisa, se tem alguma coisa lá para ser estragada."

    ―Você não estragou nada, Jinx,‖ Tory disse. ―Você salvou a vida de

    alguém. A vida de Zach.‖

    Eu balancei novamente a minha cabeça. Isto era inacreditável. Era disto que

    eu estava fungindo quando vim para cá. E agora estava começando tudo de

    novo. Minha prima Tory — a última pessoa no mundo que eu teria suspeitado

    de tal coisa — estava tentando recomeçar isso.

    ―Olha, Tor,‖ eu disse. ―Você está fazendo uma grande negócio de nada. Eu

    não fiz—‖

    ―Sim, Jinx. Sim, você fez. Zach pode dizer. Se você não tivesse feito o que

    você fez, Zach teria virado uma panqueca contra o asfalto.‖

    De repente, meu estômago estava me doendo mais do que minha cabeça. Eu

    disse, ―Talvez—‖

    ―Jinx, você só vai ter que encarar isso. Você tem o dom.‖

    Minha respiração gelou em minha garganta. ―O… o que?‖

    ―O dom,‖ Tory repetiu. ―A Vovó nunca lhe falou sobre Branwen?‖

    Eu deixei escapar uma risada nervosa. Que mais eu poderia fazer?

    ―Você quer dizer aquela história louca sobre a trisavó dela, ou alguém?‖ eu

    tentei soar tão brincalhona possível. ―Qual é, Tory. Não me fale que você

    acredita naquelas besteiras. São só loucas histórias da vovó que ela contava

  • para parecer sombria ao grupo com quem ela jogava cartas em Boca….‖

    ―Não é besteira,‖ Tory disse, parecendo brava. ―E não é uma história louca.

    Nossa ta-ta-ta-ta-ra avó Branwen era uma feiticeira, em Gales. E Branwen

    falou para a filha dela, que falou para a filha dela, que falou para a filha del,a

    que falou para a nossa Vovó que a primeira filha da filha dela — são só as

    filhas mais velhas, não as mais jovens — teriam o dom. O dom da magia. Às

    vezes salta algumas gerações, eu acho. Como você têm os cabelos vermelhos

    da Vovó, mas nenhuma de nossas mães tem isto.‖

    Minha mão tocou o meu cabelo defensivamente, do modo que sempre faz

    quando alguém menciona isso.

    ―A Tory,‖ eu disse. ―Eu realmente não faço —‖

    ―Você não vê? Nossa ta-ta-ta-ta-ra avó Branwen estava falando sobre nós. Nós

    somos as primeiras filhas de nossas mães. Ou o que seja, nós somos a próxima

    geração de feiticeiras na família.‖

    Ai, caramba. Eu respirei profundamente. O nó no meu estômago virou uma

    bola de boliche e estava rolando.

    ―Sem ofensas, Tory,‖ eu disse. ―Mas eu acho que você viu muitos episódios

    de Charmed. Mesmo sem isso, eu acho que você ainda está um pouco alta por

    causa de hoje a tarde no Gazebo.‖

    Tory suspirou. ―Eu acho que terei que provar isso a você, não vou?‖

    Eu olhei pra ela nervosamente. ―Como você vai fazer isso?‖

    ―Não se preocupe,‖ ela disse com uma risada. ―Eu não vou fazer o colchão

    levitar ou qualquer coisa assim.‖ Ela saiu da cama e foi para a porta. ―Não

    funciona assim. Fique aqui.‖ Ela saiu e foi para o corredor.

    Legal. Agora minha prima Tory pensa que ela é uma feiticeira. Isto só é tão…

    típico — de minha sorte, de qualquer maneira.

    Não sabendo mais o que fazer, eu apanhei o espelho de mão e olhei para

    minha pancada um pouco mais. Não havia nenhuma dúvida sobre isto. Era

    uma contusão, não um inchaço. Era feio e de jeito nenhum eu iria com isso

  • para o meu primeiro dia em minha nova escola. Minha nova e EXCLUSIVA

    escola particular em Manhattan. Aquela que toda vez que eu pensava nela me

    deixava nauseada.

    Oh, bem. Não é como se eu fosse alguma rainha da beleza para começar. Do

    que foi que o amigo de Tory, Shawm, me chamou mesmo? Oh, sim.

    Vermelinha (Red). Era isso que me esperava na segunda-feira? Pessoas me

    esculachando porque eu tenho cabelo vermelho e eu venho de um estado

    tradicionalmente rural? Eu sou destinada a ser a Prima Jean de Iowa para o

    resto de minha vida?

    Bem, é melhor do que ser chamada de Jinx. Eu acho.

    Tory voltou para o quarto, levando uma caixa de sapato de papelão. Ela

    fechou a porta atrás dela, e então trouxe a caixa de sapato à cama. Havia algo

    no modo delicado que Tory estava segurando a caixa que fez a bola de boliche

    em meu estômago parecer se tornar algoainda maior. Uma de basquete, talvez

    ―Se você abrir a tampa desta caixa,‖ eu disse, ―e algo vier, pulando em mim,

    eu juro que vou te matar.‖

    ―Nada vai pular em você,‖ Tory disse. ―Não seja uma idiota.‖ Ela se sentou e

    educadamente e removeu a tampa da caixa. Eu me apoiei adiante, enquanto

    olhava rapidamente para tentar ver o que estava em baixo do lenço de papel

    branco, apesar do fato de que eu estava bem segura de que eu não queria

    saber.

    E então Tory alcançou a caixa e puxou.......um boneco.

    Meu estomago revirou. Eu só pude sair da cama e correr para o banheiro antes

    que todo o pedaço de galinha de Kung Pao e as costelas de sobressalente que

    eu tinha comido uma hora mais cedo voltassem para cima.

    Quanto tempo eu fiquei lá ajoelhada, eu não sei. Mas quando eu saí do

    banheiro — sentindo, eu tenho que admitir, um pouco melhor, a bola de

    basquete em meu estomago tinha se transformado em uma bolota — Tory

    ainda estava sentada ao lado da minha cama, com o boneco em seu colo.

    Eu tentei manter meu olhar longe daquele boneco.

  • ―Você está bem?‖ Tory perguntou, enquanto olhava genuinamente

    preocupada.

    Eu só acenei com a cabeça e rastejei para debaixo das cobertas.

    As cobertas – elas eram muito mais confortáveis que as lá de casa –

    estavam frias e suaves contra a minha pele.

    ―Isso foi rude‖ Tory comentou.

    ―Eu sei,‖ Eu disse, minha cabeça afundando no travesseiro macio. ―Desculpe-

    me‖

    ―Você quer que eu chame minha mãe?‖ Tory quis saber.

    ―Não,‖ eu disse, fechando os meus olhos ―eu vou ficar bem.‖

    ―Bom‖ Tory disse ―De qualquer jeito. Sobre o que eu estava dizendo...‖

    ―Tory,‖ Eu disse.

    ―Torrance‖ Ela me corrigiu.

    ―Torrance,‖ Eu disse, meus olhos ainda fechados. ―A gente pode fazer isso

    mais tarde?‖

    ―Eu vou ser bem rápida‖ Tory disse. ―Continuando, você vê esse boneco?‖

    Eu balancei a cabeça confiramando, meu olhos continuavam fechados. Não ia

    fazer diferença, porque eu consegui dar uma boa olhada nele antes da minha

    pequena viagem ao banheiro. Este era o boneco feito em casa mais bruto que

    eu já tinha visto. Era todo remendado por algum tecido recém-colorido. Estava

    usando uma camiseta branca e calças cinzas, e uma gravata listra de vermelho

    e azul. A coisa mais estranha no boneco é que em cima da sua cabeça tinha

    um material que parecia muito com cabelo humano, um pouco castanho-

    escuro, e um pouco de cabelo preto muito parecido com...

    Bem, com o de Tory.

    A voz de Tory estava cheia de orgulho quando ela perguntou, ―Reconhece

  • ele?‖

    Eu não tinha nenhuma outra escolha a não ser abrir meus olhos.

    ―Eu não sei...‖ Eu disse. Então eu entendi. O boneco estava usando um

    uniforme da Chapman, ―É para ser Shawn?‖ Eu perguntei, com a voz baixa.

    ―Não bobinha,‖ Tory disse, com uma risada. Ela claramente não tinha notado

    que alguma coisa ia errado. Comigo, quero dizer. ―É Zach. Está vendo o

    cabelo castanho? Eu levei ele para dar um corte no cabelo mês passado. Ele

    pensou que eu era louca! Então eu peguei um pouco do cabelo dele e misturei

    com o meu, e fiz esse boneco. Enquanto eu manter nosso cabelo junto, ele não

    pode se apaixonar por mais ninguém. É um feitiço, vê? Eu amo feitiços. Eu

    peguei esse na internet. Legal, né?‖

    Por um segundo eu achei que eu fosse vomitar novamente. Felizmente, a

    onda de náuseas havia passado.

    ―Eu pensei que você estivesse saindo com Shawn.‖ Eu disse fracamente.

    ―Eu estou,‖ Tory disse ―mas eu sempre tive uma coisa por Zach – Deus, ele é

    tão gostoso, você não acha? É claro que ele é meu vizinho desde, bem,

    sempre. Então por um bom tempo ele mal parecia saber que eu estava viva.

    Como uma garota, de qualquer jeito. Eu sempre fui a Tory gordinha da casa ao

    lado. Mas as coisas vem mudando desde que eu descobri mágica... e desde que

    eu fiz esse boneco. Eu acho que ele está finalmente começando a perceber.‖

    ―Ele não parece.‖ Eu disse, pensando no comentário do Zach. - ―Eu não gosto

    de bancar o zumbi antes do escuro.‖ – ―Parece com o seu tipo