JÚLIO griot – Histórias EMÍLIO que ouvimos na BRAZ...

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1 PROJETO PEDAGÓGICO GRIOT – HISTÓRIAS QUE OUVIMOS NA ÁFRICA Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP CEP 05051-000 DIVULGAÇÃO ESCOLAR (11) 3874-0884 [email protected] www.editoramelhoramentos.com.br www.facebook.com/melhoramentos JÚLIO EMÍLIO BRAZ Ilustrações Mozart Couto HISTÓRIAS QUE OUVIMOS NA ÁFRICA GRIOT

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projeto pedagógico

griot – Histórias que ouvimos na

áfrica

rua tito, 479 – Lapa – são paulo – sp

cep 05051-000

divuLgação escoLar

(11) 3874-0884

[email protected]

www.editoramelhoramentos.com.brwww.facebook.com/melhoramentos

JÚLIO EMÍLIO BRAZ

Ilustrações

Mozart Couto

HISTÓRIAS QUE OUVIMOS NA ÁFRICA

Os jovens são o futuro das nações, e os idosos,

o passaporte para que elas o alcancem, conscien-

tes de sua origem e identidade. Os povos africa-

nos, com seus incríveis contadores de histórias,

os griots, nos ensinam a preservar as tradições

por meio dessa integração entre as gerações.

Nesta aventura, Ubuntu, um griot que traba-

lha como motorista de táxi, terá de usar toda a

sua força e sabedoria para salvar Martins e suas

colegas dos violentos conflitos políticos e religio-

sos que vêm bater na porta da escola. E as histó-

rias que Ubuntu conta durante essa fuga desespe-

rada vão marcar para sempre a vida das garotas.

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Griot – Histórias Que Ouvimos na ÁfricaPR

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icO Autor: Júlio Emílio Braz

Título: Griot – Histórias Que Ouvimos na África

Ilustrador:Mozart Couto

Formato: 13,5 x 20,5 cm

N.o de páginas: 120

Elaboração: Regina Polycarpo

Ficha

Temas principais: aventura, violência e diversidade culturalTemas transversais: ética, pluralidade culturalInterdisciplinaridade: Língua Portuguesa, História, Sociologia, Geografia, Artes

Quadro sinóptico

Júlio Emílio Braz nasceu em 16 de abril de 1959, na pequena cidade de Manhumirim, Minas Gerais, aos pés da Serra de Caparaó. Aos cinco anos, mudou ‑se para o Rio de Janeiro, cidade que adotou como lar.

É considerado autodidata, pois aprendia com extrema facilidade. Adquiriu o hábito de leitura aos seis anos. Embora formado em contabili‑dade, sua paixão sempre foi escrever. Iniciou sua carreira como escritor de roteiros para histórias em quadrinhos, publicadas no Brasil, Portugal, Bél‑gica, França, Cuba e Estados Unidos.

Publicou mais de cem títulos e, em 1988, recebeu o “Prêmio Jabuti” pela publicação de seu primeiro livro infanto ‑juvenil: Saguairu. Em 1990, escreveu roteiros para o programa Os Trapalhões, da TV Globo, e algu‑mas mininovelas para a televisão do Paraguai.

Entre suas obras, destacam ‑se Uma pequena história de Natal, Anjos no aquário e Felicidade não tem cor. Em 1997, ganhou o “Austrian Children Book Award”, na Áustria, pela versão

alemã do livro Crianças na escuridão (Kinder im Dulkern) e, com a mesma obra, o “Blue Cobra Award”, no Swiss Institute for Children’s Book.

Para conhecer melhor a obra de Júlio Emílio Braz, visite o site: <http://julioemiliobraz.com>.

O autor

12anos

IndIcação:

Leitor crítico:

a partir de

ensinofundamental

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Contar histórias é uma das artes mais antigas. Repre‑senta uma fonte maravilhosa de experiências, e os recursos utilizados nessa arte consti‑tuem uma forma de ampliar o horizonte do ouvinte e de aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que o cerca.

Griot é a denominação aos contadores de histórias da África. São considerados sábios muito importantes e respeitados na comunidade onde vivem. Através de suas narrativas, eles passam de geração a geração as tradi‑ções de seus povos. O termo pertence ao vocabulário franco ‑africano, criado na época colonial para designar narrador, cantor, cronista e genealogista que, pela tradi‑ção oral, transmitia a história de personagens e famílias importantes para as quais estavam a serviço.

A narrativa de Júlio Emí‑lio Braz envereda por um

panorama de política, reli‑gião e preconceito, em que os momentos de violência desencadeados em Kaduna são entrecortados pela con‑tação de histórias de Ubuntu, um griot que traz ao conheci‑mento do leitor várias lendas africanas, que vão da origem de ditados populares àquelas de conotação mais cosmoló‑gica, que narram a origem do mundo nos dias da cria‑ção divina, com sensibilidade e sem redundar em exotismo.

A diversidade cultural e os desdobramentos da narrativa dão ao professor recursos importantes para o desen‑volvimento de um trabalho edificante junto aos alunos, por meio de projetos inter‑disciplinares. É um convite à reflexão sobre preconceito religioso e conflitos existen‑tes entre cristianismo e isla‑mismo, dada à compreensão, na maioria das vezes, distor‑cida que temos do Islã.

Resenha

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Embora fosse mulçumano, era casado com uma cristã e havia aca‑bado de perdê ‑la durante o conflito em Kaduna. Durante toda sua vida, Ubuntu sofreu preconceito dos vizinhos e dos professores, que o recriminavam por seguir o islamismo. Em decorrên‑cia das bombas e ataques, não se viu mais vinculado ao lugar. Por isso, acaba salvando algumas alunas e as leva de trem, para serem exiladas e fugirem da Nigéria, um país banhado em sangue e morte.

Durante o trajeto, Ubuntu resolve desempenhar seu papel de griot para acalmar as meninas e tirar ‑lhes o foco do perigo que rondava o trem a todo instante. Então, ele lhes conta várias histórias de conteúdo inspirado na tra‑dição, nas lendas e nos mitos africanos.

Entretanto, ninguém podia saber que Ubuntu era mulçumano, pois os demais viajantes eram cristãos. Até que o trem foi invadido, enquanto Ubuntu estava em posição de reza durante o dia. Então, o griot foi delatado aos pas‑sageiros, que, envolvidos pelo clima de animosidade, lincham ‑no, a golpes de facadas, em uma das paradas do trem. As meninas conseguem sair do país e, ao fim da trama, a narradora começa a contar histórias em uma praça da

Escócia, revivendo os dias ao lado de Ubuntu e reavivando os laços de tradi‑ção dos griots.

“Uma mentira pode matar milhares de verda‑des.” (p. 67)

•Afixe na sala um mapa ‑múndi em que os continentes africano e euro‑peu sejam bem nítidos para que os alunos visualizem o trajeto feito pelas personagens da história.

•Procure saber qual a opinião dos alu‑nos sobre o preconceito religioso e enfatize a necessidade de respeito a todas as religiões.

•Peça aos alunos que façam uma pes‑quisa sobre Islamismo x Cristianismo, apontando semelhanças e diferenças entre essas religiões. Consulte infor‑mações sobre o assunto na sessão Curiosidades.

•Converse com os alunos sobre o islamismo no Brasil. Consulte infor‑mações sobre o assunto na sessão Curiosidades.Após a pesquisa, proponha o

seguinte teste sobre o islamismo.

Sugestões de trabalho

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Kaduna é a capital do Estado de Kaduna, na Nigéria, e foi colonizada pelos ingleses em 1913. No começo do século XXI, a cidade transformou ‑se num palco de tensões entre mulçuma‑nos e cristãos, e, desde então, milhares de pessoas têm sido mortas. A cidade permanece em estado de segregação, com os mulçumanos vivendo ao norte e os cristãos ao sul.

A trama tem início quando uma estudante de uma escola regular em Kaduna, narra em retrospectiva a sua história, no momento em que ater‑rissa em Londres. A protagonista havia fugido da África quando a Guerra Civil explodiu em seu país. Apesar do conflito ocorrer entre mulçumanos e cristãos, sua motivação era mais polí‑tica do que religiosa. Foram muitos os ataques dos rebeldes, e, em um deles, Ubuntu, um griot, salva a jovem e as suas colegas de escola. Ubuntu é mul‑çumano; discreto e calado, trabalhava como motorista de táxi. O nome, ins‑pirado em um livro do líder religioso Desmond Tutu (prêmio Nobel da Paz e um dos principais articuladores da pacificação da África do Sul) significa “pessoa que tem humanidade, aberta ao contato humano”.

Entendendo a história

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•Proponha a atividade de pesquisa sobre outras religiões:•protestantismo;•catolicismo;•judaísmo;•espiritismo;•hinduísmo;•budismo;•candomblé.

6.Quais destes países não têm população majoritariamente muçulmana?a) Albânia e Síria.b) Índia e Etiópia.c) Malásia e Turquia.

7.Quantos muçulmanos vivem no Brasil?a) Entre 50.000 e 100.000.b) Entre 300.000 e 500.000.c) Entre 1,5 milhão e 2 milhões.

8. Segundo o Corão, a mulher…a) …é um indivíduo com direitos próprios, equivalentes aos do homem muçulmano.b) …deve usar véu, burca ou chador e casar mesmo que contra a própria von-tade.c) …deve ser apedrejada se cometer adultério ou se ingerir bebidas alcoólicas.

9.Quais são as únicas democracias do Islã?a) Sudão, Paquistão e Jordânia.b) Bangladesh, Indonésia e Turquia.c) Malásia, Nigéria e Kuwait.

10.De acordo com os muçulmanos, Jesus:a) merece respeito e admiração por per-tencer à mesma linhagem de profetas de Maomé.b) não está ligado às raízes do islamismo; por‑tanto, não há conceito sobre ele.c) é fundador de uma religião que oprimiu os muçulmanos e, por isso, não merece respeito.

“Deus está em tudo e em todos, mas não será encontrado em parte alguma de qualquer ser se tal criatura tiver sentimentos ruins ou se dei‑xar possuir pela maldade, pela incompreensão e pelo ódio, entre tantos sentimentos ruins que afugentam Deus de nossa existência.” (p. 66)

Teste

1. Onde surgiu o Islã e quem é seu fundador?a) Jerusalém e Abraão.b) Arábia e Maomé.c) Mesopotâmia e Ali.

2.O que significa Sharia e Ramadã, respecti‑vamente?a) Escola religiosa e peregrinação a Meca.b) Véu que cobre a mulher toda e escritura sagrada.c) Lei islâmica e mês sagrado dos muçul-manos.

3.Todo muçulmano é árabe?a) Não, menos de 20% dos muçulmanos são árabes.b) Sim, árabe é sinônimo de muçulmano.c) Não, mas todos os árabes são muçulmanos.

4.Quantas vezes o muçulmano deve rezar dia‑riamente e qual é o livro que ele usa nessa ocasião?a) Duas, com o Hadith.b) Três, com a Sunna.c) Cinco, com o Corão.

5.Sunita está para xiita assim como…a) …cristão está para judeu.b) …sikh está para hindu.c) …católico está para protestante.

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•Sugira uma sessão de cinema, apre‑sentando os filmes:•Forrest Gump: o contador de histó‑

rias (Robert Zemeckis, 1994)Neste filme americano, 40 anos de história dos Estados Unidos são contados por um rapaz de QI abaixo da média que, por obra do acaso, participa de momentos importantes, como o caso Water‑gate e a Guerra do Vietnã.

•O contador de histórias (Luiz Villaça, 2009)Este filme, nacional e biográfico, conta a vida de Roberto Carlos Ramos, um contador de histórias que passou parte de sua infância e adolescência na antiga Febem, até ter sido adotado por uma peda‑goga francesa. Ela aposta em sua criatividade para tirá ‑lo da condi‑ção de “irrecuperável”.

•Convide os alunos para lerem as his‑tórias contadas por Ubuntu.

•Sugira a comparação de histórias do livro com lendas brasileiras. (Consulte informações sobre o assunto na ses‑são Curiosidades)

•Estimule os alunos contarem uma história.

Lendo o livro

•Propiciam enriquecimento de voca‑bulário, ampliando o mundo de ideias e da linguagem.

•Facilitam o desenvolvimento da orali‑dade e da coordenação motora.

•Estimulam o desenvolvimento da atenção, imaginação, memória e reflexão.

•Cultivam a sensibilidade.•Proporcionam momentos lúdicos e

de construção do conhecimento.•Descarregam tensões, distraem,

recreiam.

1. A função de um griotOs primeiros contadores de história

da humanidade, de que temos conhe‑cimento, foram os autores de pinturas rupestres, hoje tão estudadas por his‑toriadores que procuram entender a vida na Antiguidade. Podemos perce‑ber que tais histórias são verdadeiras obras de arte pertencentes ao patrimô‑nio cultural de toda a humanidade e que, por isso, representam a visão do mundo. Assim, contar histórias é, ao mesmo tempo, a mais antiga e mais moderna forma de comunicação.

Contar e recontar histórias é uma atividade que ocupa todos os espaços da vida cotidiana. As narrativas chegam à vida do ser humano desde a mais tenra idade e norteiam a sua existên‑cia durante toda a vida, permitindo ‑lhe aquisições de compreensão e visão sobre os aspectos social, cultural, peda‑gógico, psicológico etc.

2. Por que contar histórias?As histórias representam um estí‑

mulo ao desenvolvimento psicológico e moral. Além disso, elas:•Propiciam clima amigável entre

todos.•Desenvolvem o gosto pela leitura.

Contar e recontar

“– Sabe o que ajuda a acalmá ‑las? – Olhou para uma e para outra, mas apenas Martins sacudiu a cabeça negativamente. – Uma histó‑ria bem contada. E se pôs a contar a primeira das muitas histórias que ouviríamos”. (p. 21)

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Geografia:As lendas brasileiras têm sua origem

em um estado ou em uma região. É importante que os alunos saibam a ori‑gem de cada uma delas. (Veja informa‑ções sobre o assunto na sessão Curio-sidades)

Solicite uma pesquisa sobre algu‑mas lendas brasileiras, como: Caipora; Boitatá; Mula sem cabeça; Iara; Cobra grande; Vitória ‑régia; Saci Pererê; Negri‑nho do Pastoreio; Zumbi; Mapinguari; Lobisomem; Boto etc.

Oriente os grupos para indicarem no mapa do país os locais em que as his‑tórias dessas lendas acontecem.

História/Sociologia:Desenvolva, junto com o professor

de História, atividades que favoreçam a discussão sobre o respeito, o pre‑conceito e os conflitos religiosos pelo mundo.

Outra sugestão é abordar a presença do islamismo em diversos países, inclu‑sive no Brasil.

Artes:Organize o “Projeto Contação de

Histórias” utilizando lendas brasileiras. Peça para os alunos utilizarem ilustra‑ções, pôsteres ou qualquer outro estí‑mulo visual, além de recursos musicais,

Trabalho interdisciplinar frases, palavras repetitivas e interes‑santes, alteração do timbre da voz, maquiagem, criação de suspense etc. durante a atividade.

Oriente a turma a confeccionar um mural com mapas, figuras que ilustrem lendas. Permita a utilização de outros recursos para enriquecer o projeto.

Sugira atividades que remetam à livre criação de histórias como instrumento da literatura, bem como a comparação entre a tradição oral e escrita. Solicite, também, a pesquisa sobre países e cul‑turas nas quais a tradição oral está pre‑sente e sobre qual a sua importância.

“O contador de histórias transforma a arte da palavra em arte do encontro”

(Fábio Lisboa – Contador de Histórias)

frases, palavras repetitivas e interes‑santes, alteração do timbre da voz, maquiagem, criação de suspense etc. durante a atividade.

Oriente a turma a confeccionar um mural com mapas, figuras que ilustrem lendas. Permita a utilização de outros recursos para enriquecer o projeto.

Sugira atividades que remetam à livre criação de histórias como instrumento da literatura, bem como a comparação entre a tradição oral e escrita. Solicite, também, a pesquisa sobre países e cul‑turas nas quais a tradição oral está pre‑sente e sobre qual a sua importância.

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1. Sobre o islamismoO islamismo é a religião fundada pelo

profeta Maomé no início do século VII, na região da Arábia.

O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião.

O muçulmano é o seguidor da fé islâ‑mica, também chamado por alguns de islamita.

O termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos rejeitam essa expressão, afinal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta Maomé.

De onde vem o termo Islã?Em árabe, Islã significa “rendição” ou

“submissão” e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra pala‑vra árabe, salam, que significa “paz”, o que reforça o caráter pacífico e tole‑rante da fé islâmica. O termo surgiu por obra do fundador do islamismo, o profeta Maomé, que dedicou a vida à tentativa de promover a paz em sua Arábia natal.

Todos os muçulmanos são árabes?Esta é uma das mais famosas dis‑

torções a respeito do Islã. O Oriente

Curiosidades Médio reúne somente cerca de 18% da população muçulmana no mundo, sendo que turcos, afegãos e iranianos não são sequer árabes. Outros 30% de muçulmanos estão no subcontinente indiano (Índia e Paquistão), 20% no norte da África, 17% no sudeste da Ásia e 10% na Rússia e na China. Há minorias muçulmanas em quase todas as partes do mundo, inclusive nos EUA (cerca de 6 milhões) e no Brasil (entre 1,5 milhão e 2 milhões). A maior comunidade islâmica do mundo vive na Indonésia.

As raízes do islamismo são conflitan-tes com as origens do cristianismo e judaísmo?

Não. Assim como as duas outras grandes religiões monoteístas, as raízes do islamismo vêm do profeta Abraão. O profeta Maomé, fundador do islamismo, seria descendente do pri‑meiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba. Todos os muçul‑manos se voltam a ela quando realizam suas orações.

Os muçulmanos acreditam num Deus diferente?

Não, pois Alá é simplesmente a pala‑vra árabe para “Deus”. A aceitação de um Deus único é idêntica à de judeus e cristãos. Deus tem o mesmo nome no judaísmo, no cristianismo e no isla‑mismo, e Alá é o mesmo Deus adorado pelos judeus, cristãos e muçulmanos.

Como alguém se torna muçulmano?Não é preciso ter nascido muçul‑

mano ou ser casado com um praticante da religião. Também não é necessário estudar ou se preparar especialmente para a conversão. Uma pessoa se torna muçulmana quando proferir, em árabe e diante de uma testemunha, que “não há divindade além de Deus, e Moham‑mad é o Mensageiro de Deus”. O pro‑cesso de conversão extremamente sim‑ples é apontado como um dos motivos para a rápida expansão do islamismo pelo mundo. A jornada para a prática completa da fé, contudo, é muito mais complexa. Nessa tarefa, outros muçul‑manos devem ajudar no ensinamento.

Os muçulmanos praticam uma reli-gião violenta ou extremista?

Uma minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência contra outros povos e reli‑giões é considerada uma forma de

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garantir a sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos segui‑dores do islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância.

O Islã oprime a mulher?A base da religião muçulmana não

determina qualquer tipo de discrimina‑ção grave contra a mulher. No entanto, as interpretações radicais das escrituras deram origem a casos brutais. A opres‑são contra a mulher é comum nos paí‑ses que seguem com rigor a Sharia, a lei islâmica, e têm tradições contrárias à libertação da mulher. Assim, o pro‑blema da opressão à mulher muçul‑mana não é causado pela crença islâ‑mica em si. Ele surgiu em culturas que incorporaram tradições prejudiciais às mulheres. Um ótimo exemplo disso é o fato de que o uso de véus e a adoção de outros costumes que causam estra‑nheza no Ocidente muitas vezes são mantidos por mulheres mesmo quando não há nenhuma obrigação. Ou seja, os hábitos estão integrados às culturas, não necessariamente à religião.

Os muçulmanos são mais atrasados do que os povos ocidentais?

Durante séculos, as civilizações do Islã foram muito superiores às ocidentais. A combinação de ideias orientais e oci‑dentais provocou grandes avanços na

Medicina, Matemática, Física, Arquite‑tura e Artes, entre outras áreas. Muitos elementos importantes para o avanço do homem, como os instrumentos de navegação marítima e os sistemas algé‑bricos, surgiram no Islã. Nos últimos séculos, contudo, os povos do ocidente conquistaram a supremacia das novas descobertas. A religião islâmica não pode ser apontada como origem do abismo crescente entre algumas potên‑cias do Ocidente e alguns países subde‑senvolvidos do Islã. O fundamentalismo muçulmano, contudo, é visto por mui‑tos especialistas como enorme barreira ao avanço destes povos orientais.

O Islã é um obstáculo para a demo-cracia?

Os especialistas se dividem em rela‑ção a esse assunto. Para muitos, a reli‑gião e cultura islâmica formou socieda‑des em que os princípios democráticos não ganham espaço nem atraem as pessoas. Quem acredita nessa linha de pensamento consideram que é inútil tentar impor regimes democráticos no Islã; a própria população não estaria disposta a abraçar a mudança. Mas outros analistas dizem que o islamismo não impede o florescimento da demo‑cracia, e que os países muçulmanos têm ditaduras e monarquias por causa

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de outros fatores. Seja qual for a expli‑cação, o fato é que as democracias são raras no Islã. Só a Indonésia, a Turquia e Bangladesh têm esse tipo de regime.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/pergun‑tas.html>

2. Sobre o islamismo no BrasilNo Brasil, um país com uma grande

quantidade de crenças, o islamismo aparece como uma religião rígida, de início vista como pouco condizente com as tradições marcadas em nosso país. O islamismo é a segunda maior religião do mundo, a única outra reli‑gião com taxa de crescimento compa‑rável são os evangélicos protestantes.

Na América Latina, os muçulma‑nos, na maioria descendentes de sírio‑‑libaneses, escravos de origem africana islamizada, egípcios, palestinos e outras nacionalidades, são tradicionalmente mais dispersos, menos numerosos e visíveis. No Brasil eles estão espalhados por todo território e a maioria das Ins‑tituições Islâmicas no Brasil podem ser encontradas nas cidades de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Rio Grande do Sul e Foz do Iguaçu.

Percebemos a cada ano um aumento no número de brasileiros convertidos

ao islamismo, já é possível encontrar centros islâmicos fundados por bra‑sileiros. As mesquitas ultrapassam o número de setenta no Brasil.

Tradicionalmente uma das princi‑pais mesquitas se encontra na capital paulista, Mesquita Brasil, construída em 1929. Uma das únicas mesquitas no Brasil a emitir o chamado externo para os muçulmanos rezarem é a mes‑quita de Mogi das Cruzes, também em São Paulo, ela possui quatro alto‑‑falantes instalados no alto da torre da mesquita, a 42 metros de altura, anunciando: “Deus é o maior”, repe‑tido quatro vezes; “Testemunho que não há divindade além de Deus”, duas vezes; “Testemunho que Muhammad é um mensageiro de Deus”, duas vezes; “Vinde à oração”, duas vezes; “Vinde ao sucesso”, duas vezes; “Deus é o maior”, duas vezes; “Não há divindade além de Deus”, uma vez. Essas frases são emitidas na língua árabe por apro‑ximadamente três minutos.

Jejum do Ramadã lembra muito a quaresma […] é um evento bastante disciplinado. Os mulçumanos devem acordar cedo, tomar seu café antes do nascer do sol, após isso não podem comer mais nada até depois do pôr do sol.

O jejum para os muçulmanos é obri‑gatório para aqueles que chegam à puberdade, constituindo um momento importante na vida e uma marca sim‑bólica na entrada na vida adulta. Não se pode jejuar quando: grávida, mens‑truada, enfermo ou quando a pessoa está viajando. Quando esses dias de jejum não são seguidos ou cumpridos devem ser feitos em outra ocasião, antes do próximo Ramadã.

Disponível em: <http://www.tenda‑rabe.com/conteudo/o ‑islamismo ‑no‑‑brasil>.

3. Sobre o cristianismoO cristianismo é uma das chamadas

grandes religiões. Tem aproximada‑mente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.

A doutrina do cristianismo baseia ‑se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que res‑suscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma cami‑nhada e que a morte é uma passagem

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para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo.

Os ensinamentos estão contidos exclusivamente na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.

O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torá. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela pro‑messa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o sal‑vador.

O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos − “mensagem”, “boa nova” −, escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos, cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para as cartas de Paulo e o Apocalipse.

O nascimento do cristianismo se confunde com a história do impé‑rio romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo e terrivelmente perseguida.

Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.C., na pequena cidade

de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegada do Messias. Criam que seria um grande homem de guerra e que governaria politicamente, apontado na Torá como o enviado que os libertaria da dominação romana.

Até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucifi‑cado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo, aproxi‑madamente três anos, reuniu segui‑dores, os doze apóstolos, e percor‑reu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pes‑soas mortas e curar cegos, tornando‑‑se rapidamente conhecido de todos e grandes multidões o seguiam.

Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois autodenominava ‑se o Messias. Não tinha aparência e poder para ser o líder que libertaria a região da domi‑nação romana. Ele apenas pregava paz e amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular.

Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se disper‑sassem e seus ensinamentos fossem

esquecidos. Ocorreu o contrário. É jus‑tamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pre‑gando sua mensagem de amor, paz, restauração e salvação.

O cristianismo firmou ‑se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, por‑tanto, seria engajar ‑se na obra reden‑tora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.

Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâ‑neo e chegou ao coração do Império Romano.

A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos doze e teria sido chamado para a mis‑são pelo próprio Jesus.

As comunidades cristãs se multipli‑caram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da

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ira de imperadores atacados por cor‑rupção e devassidão.

Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o impé‑rio. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.

O cristianismo, mesmo firmando‑‑se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensa‑mento e diferentes formas de pensar.

Desvios de percurso e situações his‑tóricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias con‑fissões. As principais são as dos católi‑cos, protestantes e ortodoxos.

O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constan‑tinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orien‑tais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla, a Istambul de hoje, na Turquia, seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.

O Império Romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes,

em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos perí‑odos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.

Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou ‑se contra a prática da venda de indulgências e pas‑sou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé.

Lutero foi excomungado e fundou a Igreja Luterana. Não reconheceu a autoridade papal, negou o culto aos santos e acabou com a confissão obri‑gatória e o celibato dos padres e reli‑giosos. Mas manteve os sacramentos do batismo e da eucaristia.

Mais tarde, a chamada Reforma Pro‑testante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo. Outras levantadas pelo próprio Espírito Santo, dão continuidade aos propósito do Senhor Deus.

Disponível em: <http://www.vivos.com.br/86.htm>.

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4. Sobre a tradição oralContar histórias é uma atividade

lúdica para a maioria das pessoas, mas também é fundamental para a conser‑vação da cultura e da memória coletiva de povos que não têm registro escrito. Técnicas, conhecimentos diversos, cos‑tumes e mitos de muitos grupamentos humanos foram e têm sido passados de geração a geração apenas por meio da linguagem falada.

Os povos indígenas brasileiros fazem isso ainda hoje, em quase duas cente‑nas de idiomas.

Ao se reunirem para ouvir as histórias contadas pelos mais velhos, passam de pai para filho as aventuras dos seus antepassados, os mitos de seu povo, sua cultura.

Do outro lado do Atlântico, em algu‑mas regiões do noroeste da África, a tarefa de contar histórias fica por conta de mestres dessa arte, os griôs. Caminhando de aldeia em aldeia, eles narram lutas e glórias dos diversos

povos de tradição oral. No Brasil há uma “ação griô nacional”, do Ministé‑rio da Cultura, inspirada na experiên‑cia da ONG Grãos de Luz e Griô, da cidade histórica de Lençóis, na Bahia. Essa ONG desenvolveu a “pedagogia griô” onde multiplicadores percorrem a região, habitada majoritariamente por afrodescendentes, contando e reco‑lhendo histórias e tradições locais.

Nossa cultura está impregnada de tradições orais. E, na história de nossa literatura, a escrita e a oralidade são interdependentes.

5. Sobre o contador de históriasO contador de histórias é uma figura

ancestral, presente no imaginário de inúmeras gerações ao longo da His‑tória. Em um universo desprovido de recursos midiáticos, este ser era impres‑cindível para a formação dos futuros adultos, conferindo às crianças, atra‑vés das narrativas de histórias, ‘cau‑sos’, mitos, lendas, entre outras, uma imagem menos apavorante de uma realidade então povoada pelo desco‑nhecido.

Ao mesmo tempo em que ameni‑zava os medos e uma existência muitas vezes desfavorável, o narrador ajudava as pessoas a entenderem melhor o que

se passava a sua volta, a enfrentar os dilemas e confrontos de natureza social e individual, extraindo das experiências o aprendizado mais profundo.

Normalmente o contador está muito presente na Era Medieval, nos castelos tantas vezes sombrios, nas moradas mais remotas, nos povoados dissemi‑nados pelas áreas rurais, com o obje‑tivo de compartilhar suas vivências e gerar em torno do grupo magnetizado por suas histórias uma proteção gerada pelo próprio encanto do momento e pela força do coletivo. As narrativas eram tecidas pela voz mágica do con‑tador, ao redor de fogueiras ou lareiras que contribuíam para criar uma atmos‑fera de intensa magia.

Mas o narrador oral é ainda mais antigo, remontando historicamente à Antiguidade greco ‑romana, na figura dos bardos, responsáveis pela transmis‑são de histórias, lendas e poemas orais na forma de canções. Quanto mais desconhecido era o mundo em que se vivia, maior necessidade se tinha de povoar este universo com imagens que pudessem, ao mesmo tempo, educar e fortalecer a coragem, predispondo as pessoas a enfrentarem os monstros, dragões e demônios que habitavam suas mentes.

“Cristãos e muçulmanos precisam aprender a trabalhar juntos para se proteger contra todas as formas de intolerância e se opor a todas as manifestações de violência.” (Papa Bento XVI, em conversa conciliatória com os muçulmanos, 2006)

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O contador de histórias não era um mero reprodutor de narrativas, ele tam‑bém gerava seus relatos, simplesmente mantendo ‑se atento à reação psicoló‑gica dos ouvintes. Conforme a dispo‑nibilidade ambiental, ele improvisava e ampliava seus contos, tendo como principal instrumento a palavra, que detém o poder de transformar o com‑portamento humano, como é possível perceber na mensagem transmitida pelas 1001 Noites, onde as histórias se entretecem para manter Scherazade viva e livre, e ao mesmo tempo para curar o vizir, purificando seu coração do incessante desejo de vingança con‑tra as mulheres. Aliás, no Oriente esta tradição de curar a psique através da narrativa de estórias é amplamente preservada pelos psicoterapeutas.

O narrador, para melhor instrumen‑talizar as palavras, domina, mesmo que inconscientemente, boa parte das figu‑ras de linguagem, de sintaxe e de pen‑samento, possibilitando ao contador, antigamente uma pessoa mais velha e sábia, magnetizar seus ouvintes, des‑pertando no ambiente o poder da ima‑ginação, tecida com uma linguagem encantada, apta a transportar as pes‑soas para reinos distantes e, de outra forma, inacessíveis.

Recentemente a imagem do contador de histórias retornou com força total, principalmente na segunda metade do século XX. Inúmeras pessoas optaram por este caminho, procurando cursos e oficinas técnicas para se habilitarem profissionalmente. Hoje, pode ‑se afir‑mar que esta ocupação começa a dei‑xar as mãos de amadores para seguir na direção da profissionalização, pois atualmente há uma demanda crescente por este profissional, principalmente nas escolas. Algumas destas institui‑ções chegam a reservar um espaço no currículo escolar para este evento. Às vezes até mesmo professores e biblio‑tecários são preparados para exerce‑rem esta tarefa no âmbito escolar.

Disponível em:<http://pontodeencontro.proinfo.

mec.gov.br/O_Contador_de_Historias.pdf>

6. Sobre as lendas brasileirasSeguem abaixo algumas lendas brasi‑

leiras e suas regiões de origem:

Região NorteAçaíBicho ‑papãoBoitatáBoto

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CASCUDO, Luis da Câmara. Lendas brasileiras. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.

. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global, 2009.

DOHME, Vânia. Técnicas de contar histórias. São Paulo: Informal, 2000.

TAHAN, Malba. A arte de ler e contar história. São Paulo: Ática, 1986.

ReferênciasCaiporaCapeloboCobra Grande (Cobra Honorato)CurupiraDiabinho da GarrafaGuaranáIaraLobisomemLuaMandiocaMapinguariMatinta PereraMuiraquitaMula ‑sem ‑cabeçaOnça manetaPeixe ‑boiPirarucuSaci PererêSolVitória ‑régiaRegião NordesteAlamoaBicho HomemCabeça de CuiaCucaNegro d’águaQuibungoVaqueiro MisteriosoRegião Centro ‑OesteArranca línguasPai do matoOnça da mão torta

Mãe do ouroRegião SulGralha AzulJoão ‑de ‑barroMão de cabeloNegrinho do pastoreiroPé de GarrafaProcissão das Almas

Região SudestePorca dos sete leitões

“Contar histórias é interagir, ser olhado, ser tocado, decodificar gestos, utilizar o outro e esse espaço de intersubjetividade para a cons‑trução de si próprio”

(Celso Gutfreind – psiquiatra e escritor, membro da Sociedade Brasileira de Psicaná‑lise de Porto Alegre. Especialista em psiquia‑tria da infância e da adolescência e pesquisa‑

dor da utilização terapêutica do conto)