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    JORNALDOM

    USEUDOSTRA

    NSPORTESEC

    OMUNICAE

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    NO2003

    SoutodeM

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    ISSN 1645-6386

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    Jornal do Museu dos

    Transportes e Comunicaes

    ficha tcnica

    periodicidade sazonal. propriedade da

    Associao para o Museu dos Transportes e

    Comunicaes.coordenao editorial

    Alexandra Melo. tiragem 1000 exemplares.

    imagem da capa azul sobre um desenho de

    Eduardo Souto de Moura. designazul.

    impresso Greca, artes grficas.

    fotografias: p2 Elsa Duarte |1997. p5 Arquivo

    Fotogrfico da Alfndega |1950

    issn 1645-6386

    nota de abertura

    O Inverno uma poca propcia meditao e ao despertar das memrias.Neste 2o nmero do Jornal do Museu dos Transportes e Comunicaescomeamos por prestar uma homenagem ao arquitecto responsvel pelasobras de recuperao do edifcio da Alfndega, Eduardo Souto de Moura,fazendo um balano do trabalho desenvolvido at hoje.

    No ms de Dezembro foi colocada em frente ao edifcio da Alfndega umapedra de granito, com seis metros de altura por dois de largura, pesando15 toneladas. O objecto/escultura foi idealizado por Souto de Moura paraassinalar as novas funes do edifcio Museu dos Transportes eComunicaes e Centro de Congressos, mas representa tambm a marcada interveno de um dos mais consagrados arquitectos portuguesesnum edifcio de grande valor patrimonial.

    A Metamorfose do edifcio foi, precisamente, o tema da alocuoproferida pelo pintor Jos Paiva, em Outubro de 2002, na Confernciasobre Arquitectura e Patrimnio organizada pelo Museu da Cincia e daIndustria e da qual publicamos alguns extractos.

    Um dos espaos intervencionados, pelo Arquitecto, a Sala dosDespachantes, vai abrir as suas portas ao pblico, no dia 31 de Janeiro,com uma exposio sobre as Comunicaes Tcticas no Exrcito.

    Joaquim Moreira Vaz, despachante oficial, trabalhou durante vriasdcadas neste espao e compartilhou algumas das suas memrias com oJornal do Museu dos Transportes e Comunicaes.

    As memrias dos primrdios das transmisses de rdio, na cidade doPorto, so relembradas, neste nmero, pelo jornalista Antnio JorgeBranco, autor do programa Dicionrio da Rdio, transmitido pela TSF.

    Esperamos regressar na Primavera com muitas novidades.At Breve.

    C.inverno2002editorial

    Com o aumento constante do parque automvel,rapidamente tambm se esgotaram as hiptesesde combinaes letras/nmeros e, assim, houvenecessidade de abandonar as restries na atribui-o das letras s zonas Norte, Centro e Sul.

    Passaram, ento, a aparecer matrculas com acombinao de grupos de letras misturadas dea a z, como sejam os exemplos:

    SD-02-72 ou AR-02-72.

    A partir de 1 de Janeiro de 1992, passaram a serutilizadas as chapas de matrcula retrorreflectoras,com fundo branco e letras pretas, no havendo,no entanto, obrigatoriedade de se proceder subs-tituio das chapas anteriores, como aconteceuna primeira alterao de 1936.

    Estas novas placas passaram a ter um conjuntode letras no final de dois grupos de algarismose, sobre o lado esquerdo, o smbolo comunitrio:quinze estrelas amarelas e a letra P a branco (Por-tugal) sobre o fundo azul retrorreflector.

    A partir de 1 de Janeiro de 1998, sobre o lado direi-to da chapa de matrcula, foi colocada a identifi-cao respeitante ao ano e ms de atribuio daprimeira matrcula, com os nmeros em cor pretasobre o fundo amarelo.

    carla coimbra alves

    Esta realidade vigorou at 31 de Dezembro de 1936,altura em que foi introduzido um novo sistemade numerao.

    Segundo a nova legislao, todos os veculos ins-critos at ento deveriam substituir a antiga nume-rao, facto que no envolveria qualquer custopor parte do proprietrio. Tambm este novo siste-ma contemplava a identificao da zona onde oautomvel tinha sido matriculado.

    Para o caso dos automveis registados na zonanorte, foram reservadas as combinaes de M aT, seguidas de dois grupos de algarismos , tendoa combinao MM sido reservada para os autom-veis antigos at ao no 9.999 e a combinaoMNpara os nmeros 10.000 e seguintes.

    Para os automveis registados na zona centro,foram atribudas as combinaes de duas letrasde U a Z, tendo a combinao UU sido atribudaaos automveis antigos desta zona.

    No que toca zona sul, foi estabelecido que osautomveis registados nesta zona receberiammatrculas com combinaes de A a L, tendo sidoreservadas as seguintes combinaes para osautomveis antigos: AA at 9.999; AB de 10.000a 19.999; AC de 20.000 a 29.999; AD de 30.000e seguintes.

    semelhana do sistema anterior, tambm as le-tras e os nmeros destas combinaes eram embranco sobre fundo preto.Este sistema manteve-se em vigor at 31 de Dezem-bro de 1991.

    A exposio O Automvel no Espao e no Tempo,patente no Museu dos Transportes e Comunica-es, apresenta um ncleo que mostra a evoluodas infra-estruturas que permitiram ao automveltransformar-se num meio de transporte eficaz.As estradas, os mapas, a sinalizao e as regrasde trnsito, contriburam para os seu desenvolvi-mento como meio de transporte. Desta vez relem-bramos a histria das matrculas em Portugal.

    Os automveis que circularam em Portugal at1911, no ultrapassavam as escassas centenas eno possuam matrculas.

    No incio do sculo XX, tal como as carruagense as carroas de cavalos, tambm os automveiseram registados nas Cmaras Municipais queatribuam um nmero ao veculo em questo.Eventualmente, alguns automveis faziam-seacompanhar desta identificao que, no entanto,no constitua uma matrcula.

    Porm, com base no decreto-lei publicado noDirio da Repblica a 27 de Maio de 1911, todosos automveis foram obrigados a usar uma chapade matrcula, cuja identificao era feita atravsde uma letra seguida da respectiva numerao,identificao esta que se apresentava em brancosobre fundo preto. Para o efeito, foram escolhidastrs letras que identificavam a zona do pas ondetinha sido efectuado o registo do automvel.Assim, vejam-se os seguintes exemplos:

    Zona norte de Portugal N- 287; N- 498; N-869...Zona centro de Portugal C- 289; C-523; C-968...Zona sul de Portugal S-403; S-741; S-990

    A Histria das Matrculasde Automveis em Portugal

    o automveljMTC.inverno2002 3

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    respeitando a traa original, minimizando as condicionantes de ordemambiental, que o edifcio coloca face s novas funes, equipando-os commodernas infra-estruturas de resposta s novas necessidades, mantendoa flexibilidade exigida pelas grandes reas da Alfndega, uma vez que,

    como o prprio Arquitecto afirma,"um museu destas dimenses (36 800 m2)ser sempre um somatrio deespaos desenhados ao longo do tempo e conforme as circunstncias."

    Cada projecto prope-se como resposta funcional s novas exigncias deprogramao museolgica, numa completa autonomia na composiovolumtrica e no tratamento dos materiais.A interveno pode definir-se como uma arquitectura invisvel orientando-se pelos princpios de Aldo Rossi que defende que

    a arquitectura nascida da necessidade actualmente autnoma, na suamais elevada forma cria peas de museu a que os tcnicos se referem,para tranform-las e adapt-las s mltiplas funes e exigncias em quedevem ser aplicadas, da a importncia da recuperao do espaoacompanhar em paralelo o projecto do museu.

    Uma nova fisionomia scio-cultural muda a noo de museu desde a suaarquitectura at aos seus projectos.

    Estas afirmaes so legveis de forma expressiva nas afirmaesproferidas aqui e ali, em debates como este, em textos publicados peloarquitecto Souto de Moura, mas, principalmente, na sua obra e, emparticular, no projecto de requalificao do edifcio da Alfndega, sede doMuseu.

    A liberdade com que o arquitecto instala numa ampla sala de alto p-direito um volume com dois pisos, destinado a albergar os escritrios doMuseu, autnomo e amovvel, ilustra tanto a sua ousadia funcional comoo respeito e a valorizao do espao pr-existente.

    A criao de infraestruturas, de comunicaes, elctricas, de aquecimento,etc., tornadas invisveis por fora de sua incluso nas paredes, solos ecoberturas existentes, segue as referidas opes arquitectnicas.Objectos diversos, mobilirio, sinaltica integram sabiamente os velhosespaos, acrescentando nova vida e novos valores ao edifcio que,gradualmente, se afirma como um novo espao de centralidade culturalna cidade e argumento de povoao de seu centro histrico.

    bibliografia:

    CANNAT, Michele e FERNANDES, Ftima

    Construir no Tempo

    ESTAR Editora, Lisboa, 1999

    Alfndega Nova, o Stio e o Signo

    Museu dos Transportes e Comunicaes,

    Porto, 1995

    Architcti

    no 33, mai, jun, jul, 1996

    Prototypo#033

    no 3, jan 2000

    paiva [adaptao da alocuo proferida na conferncia arquiitectura e

    mnio organizada pelo museu da cincia e da industria]

    stria que vamos contar refere-se metamorfose operada num

    umento de reconhecido valor patrimonial, o Edifcio da Alfndegaa do Porto, transformado gradualmente em sede do Museu dossportes e Comunicaes.

    ifcio do sculo XIX onde se aloja hoje o Museu sediou anteriormentefndega Nova do Porto.

    orrendo das alteraes polticas e econmicas da revoluo liberal,rida em 1820, a cidade e o governo procuraram encontrar soluesnas e financeiras que viabilizassem a construo de um edifcio novoa Alfndega, permanente e digno do grande comrcio da cidade.

    cordo com o plano do governo para o novo complexo porturio quene a implantao da Alfndega Nova em Miragaia, a partir de 1856, emeito pelo projecto de Jean Colson, iniciada a sua construo.

    fndega Nova um edifcio ambicioso, marcado pela sobriedadesica, de estrutura robusta e construdo com materiais incombustveisdados s guas pluviais e s frequentes cheias do rio.

    aredes granticas e o alto fronto que encima o edifcio centraltificam o estilo neoclssico coerente com a gramtica utilizada nasdes construes da poca, na cidade.

    a das maiores singularidades do edifcio da Alfndega Nova abinao harmoniosa de trs tipos de materiais (granito, ferro eeira) e a utilizao de diferentes solues estruturais nos sucessivoss, perfeitamente adequadas ao carcter e tipologia de um edifcio deazns, respeitando as exigncias funcionais, higinicas e derana ao bom armazenamento e conservao de mercadorias.

    tinado agora a Museu, o edifcio da Alfndega precisava de serilitado.de-se ento estabelecer um programa que articulasse a execuo dass de requalificao com uma actividade museolgica e museogrfica,institusse o Museu e argumentasse os financiamentos necessrios.

    sso do Museu, centrada na rea dos Transportes e dasmunicaes, alarga-se de forma adquirida para a valorizao do edifcioeservao da sua memria.

    a, assim, a constituir espao de programao a divulgao dovel valor arquitectnico e patrimonial e, em simultneo, das novasrizaes que vai adquirindo por arte da execuo dos projectos doitecto convidado para dirigir os trabalhos, o internacionalmentetigiado Eduardo de Souto Moura.orizao da 'alma' do edifcio, respeitando os espaos, constituram

    edras basilares sobre as quais toda a recuperao arquitectnica foisada. O arquitecto Eduardo Souto de Moura recupera os espaos,

    Metamorfose de um Lugar:fndega Nova do Porto | Museu dos Transportes e Comunicaes

    Um Museu destas dimenses (36.800 m2) ser sempre um somatrio deespaos desenhados ao longo do tempo e conforme as circunstnciaseduardo souto de moura

    C.inverno2003alfndega alfndegajMTC.inverno2003

    O Nome das CoisasOs Despachantes tinham um papel fundamental no complicado processoalfandegrio, embora no fossem funcionrios da Alfndega.O local onde se reuniam para desenvolver a sua actividade era a primeirasala do lado direito de quem entra no Edifcio da Alfndega e que por isso

    ficou a chamar-se Sala dos Despachantes.

    Eram eles que davam os nomes s coisas.O nome que davam s coisas iria custar um determinado valor ao donodas coisas.Muitas coisas chegavam e partiam diariamente e eram eles que , depoisde lhes darem um nome, lhes davam tambm ordem de partida ou deentrada.Eles eram os despachantes.As coisas eram as mercadorias que chegavam diariamente ao Rio Douroe eram descarregadas para controle alfandegrio.

    Ao longo do sculo XIX a grande actividade mercantil que caracterizavaa cidade do Porto era medida pelo movimento da Alfndega. Os temposde crise ou de prosperidade eram sentidos imediatamente naquele centrode recolha e partida de mercadorias.A grande azfama junto ao ri o foi diminuindo com o aparecimento denovos meios de transporte e com a construo do Porto de Leixes, masna dcada de sessenta ainda havia muito que fazer no Cais da Alfndega.Uma testemunha desses tempos, Joaquim de Lima Moreira Vaz, contou-nos algumas das suas memrias.

    Os navios ingleses que chegavam do Porto de Liverpool; o Palmelian oLucian, o Darinian, o Crosbian... Os nomes, sempre os nomes.... JoaquimMoreira Vaz recorda os nomes dos navios ingleses que via entrar no RioDouro.

    Regressa a 1953, quando tinha 12 anos e acabava de ser admitido para

    trabalhar numa prestigiada relojoaria na rua das Flores.Era expedito, fazia entregas e compras de materiais para a loja,entreoutras tarefas, mas quando, um dia, o mandaram desmontar elimpar a engrenagem de um despertador, no foi capaz. O patro, dequem guarda boas memrias, logo anteviu uma profisso que o rapaznunca teria; relojoeiro.

    joaquim moreira vaz trabalhou durante 34 anos no edifcio da alfndega.

    hoje presidente da assembleia geral da cmara dos despachantes da seco

    do porto.

    Joaquim Moreira Vaz, v-se ento a chegar ao servio da Alfndega, em1960, j com a certido de Ajudante de Despachante na carteira. Para trsficou a Escola Comercial concluda com boas notas e uma lembrana desua me de que havia uma vaga na Alfndega para Despachante.

    Joaquim Moreira Vaz chega grande Sala dos Despachantes - o que demais parecido com a Wall Street havia na cidade, na poca. L dentrotrabalhavam cerca de 200 homens, divididos por guichets, cada qualrepresentando um despachante oficial.

    Chegavam os clientes, chegavam as mercadorias, entravam e saiampessoas, por entre o barulho das mquinas de escrever e das vozesapressadas. O relgio na parede, ao centro da sala, marcava os minutos, etrazia as pausas de almoo e as horas de sada. Haveria de trazer em 1994a ordem de sada dos despachantes daquela sala que seria completamenteremodelada e entregue ao Museu dos Transportes e Comunicaes.Na pausa para almoo, chegava a Senhora Isolina com o tabuleiro dosbas na cabea. Vinha a p da Madalena, em Vila Nova de Gaia com osalmoos para quem trabalhava no Porto. Todas as manhs a me deJoaquim Moreira Vaz lhe preparava a refeio e a mandava chegar Alfndega atravs deste, precioso, servio de entregas.

    Acabado o almoo logo comeava o rebolio das entregas, dosdespachos. Verificar as pautas aduaneiras... qual o nome da mercadoria?Como que est classificada? Qual o pas de provenincia?O cliente aguarda pelo desembarque da mercadoria, preciso verificar

    todos os documentos...

    alexandra melo

    As Comunicaes Tcticas do Exrcito

    Inaugura no dia 31 de Janeiro, na Sala dos Despa-chantes a exposio Comunicaes Tcticas doExrcito. Esta exposio organizada em colabo-rao com o Exrcito Portugus, uma das institui-es associadas do Museu vai mostrar ao visitantea evoluo das formas de comunicao militares.A presena fsica de um considervel nmero deequipamentos utilizados em situaes de campa-nha, vai possibilitar um contacto directo dos visi-tantes com est a realidade e a experimentao dealguns dos meios de comunicao presentes. esse o caso do ncleo final da exposio ondeser utilizada uma tenda usada durante a guerracolonial, com os equipamentos da poca de ondeser possvel comunicar para uma viatura tctica,actual e igualmente equipada com os meios decomunicao agora utilizados.

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    Porto: histriasde uma rdio com sotaque

    comunicaesjMTC.inverno2002 7

    microfone e consolette mesa de mistura dotada de enormes potencimetros e de um

    VUmetro, cujo ponteiro constitua o centrode toda a con-centrao: interdito originar um

    pico no som (palavra ou msica) que atirasseo emissor abaixo.Os Emissores do Norte Reunidos procuravam,tanto quanto possvel, rivalizar com a delegaoportuense da EN (estdios na Rua Cndido dosReis) vivia-se a concorrncia! e com as emis-ses nacionais (sempre em Onda Mdia) da RRe do RC.Vozes populares nos ENR que, entre outras, pelosanos 50, andavam no ar: Humberto Branco (RdioPorto), Jlio Silva (Ideal Rdio), Maria Moreira(Electro-Mecnico), Eugnio Alcoforado (ORSEC),Ernesto de Oliveira (Rdio Clube do Norte) sendoque, na opinio do narrador, os dois ltimos sedestacavam (de par com o j citado Alfredo Alvela)como pouco dados atitude institucionalizada,ao microfone, formal, rgida, de leitura: melhorescomunicadores, menos locutores.Tudo isto num tempo em que os programas musi-cais mais populares nos ENR eram os musicais,preenchidos com os discos pedidos: chegavaminvariavelmente por carta.Enfim! Memrias tripeiras de outras formas defazer rdio o que equivale a dizer que, tendo a TSF Telefonia Sem Fios sido sempre o espelho das

    sociedades, so memrias de outras porventura( vista dos tempos actuais)... estranhas formasde vida!

    Nota: Referncias baseadas quer na investigao feita por

    Matos Maia Telefonia, Ed. Crculo de Leitores quer em

    memrias pessoais passveis de involuntrias imprecises.

    antnio jorge branco,

    jornalista e professor de jornalismo

    tsf rdio notcias dicionrio da rdio

    rdios da coleco do museu da rdio

    actualmente patentes na exposio

    comunicao do conhecimento e da imaginao

    Estamos em 1950 e j a ORSEC se inscrevia nosEmissores do Norte Reunidos, com outros associ-ados: Rdio Clube do Norte (Rua Duque de Loul),Rdio Porto (Rua dos Clrigos), Portuense RdioClube (Rua de Entreparedes), Ideal Rdio (RuaAlferes Malheiro) e Electro-Mecnico (Rua de San-ta Catarina). Transmitiam rotativamente (em tran-ches de 3 ou 4 horas) pelo mesmo emissor deOnda Mdia, localizado no Monte da Virgem (V.N.de Gaia).Digamos que, no geral, o contedo das emissesdo ENR se podia considerar dentro do gnero po-pular, raiando frequentemente as margens doque hoje se chamaria estilo pimba. Neste dom-nio, a ORSEC (j com a designao comercial deORSEC-SERL) destacava-se pela maior contenosem no entanto se assumir como estao...

    intelectual.Por exemplo: em 1953, a ORSEC abre um concursopara locutores. Surgiram algumas dezenas decandidatos. frente do jri est Elisa de Carvalho poetiza, considervel notariedade no mundocultural portuense e as provas poderiam ser ho-je vistas como de nvel acima da mdia: leiturasem portugus, francs e ingls, simulao de en-trevista, apresentao de um programa musicalcom discos e suplcio dos suplcios! simulaode reportagem em directo.Para vencer, valeu ao escrevedor a experincia vi-

    vida uns 2 anos antes, na companhia do saudosoAlfredo Alvela, amigo da noite, pivot de umaemisso em directo sobre as corridas no CircuitoInternacional do Porto linha da meta junto praia de Matosinhos, ao Castelo do Queijo - notempo em que reinavam, nessa pr-F1, os Ascari,os Bonetti, os Castelotti, todos ases mundiais.A experincia de assessoria voluntarista de en-to revelou-se fundamental: o gnero reportagemem directo era, precisamente, o de fingir, fechadonaquela cave, a descrio de... um dia nas corridasno Circuito do Porto!!Depois foi a rpida aprendizagem sobre a formade conduzir as emisses, num estdio minsculo,totalmente auto-operado: 2 gira-discos (com as3 velocidades 78, 45 e 33 e 1/3 rotaes por mi-nuto), 2 gravadores profissionais de mesa Grundig(para ler pequenas bobines com publicidade),

    Na exposio Comunicao do Conhecimento eda Imaginao o ncleo Falando na Rdio propor-ciona ao visitante a possibilidade de realizar umprograma de rdio utilizando, para isso, um estdiopreparado para a produo de emisso radiofnica.A histria da Rdio em Portugal pode ser ouvidaatravs de uma recolha efectuada nos arquivossonoros da RDP, onde so apresentados sonsrepresentativos de 40 anos de emisses (1934-

    -1974).Pode-se observar, ainda, a evoluo do objectordio e do microfone e ouvir alguns excertos deprogramas, entre eles o Dicionrio da Rdio, trans-mitido pela TSF, da autoria do jornalista AntnioJorge Branco.Especialmente para este nmero do Jornal do Mu-seu dos Transportes e Comunicaes, AntnioJorge Branco recorda alguns momentos da Hist-ria da Rdio no Porto.

    Quando se fala dos pioneiros da rdio em Portugalh uma certa tendncia para enfatizar que a aven-tura ter comeado em Lisboa e... o Norte paisa-gem. Nada mais ilusrio.A verdade outra: antes de o justamente celebradoAblio Nunes dos Santos (CT1AA) ter comeadoa irradiar sobre a capital as primeiras emissesexperimentais, j na Cidade Invicta os gloriososmalucos das mquinas falantes largavam notcias

    no ar...Caso dos irmos Oliveira: Jorge, Francisco e Ant-nio traziam com eles a prtica de dezena e meiade anos em... radioelectricidade!Alis, a ORSEC comeou por ser um estabeleci-mento de audio-visuais (mas a palavra viriamuito mais tarde). Atravs do primeiro emissorCS2XJ 50 watts, banda dos 221 metros (OndaMdia) a sigla da estao era orgulhosamentedescodificada ao microfone: Oficinas de Rdio,Som, Electricidade e Cinema!! A loja instalou-seprimeiro na Rua dos Caldeireiros (1935), poucodepois na Rua de Cedofeita (bem perto do cruza-mento com a Rua dos Bragas) e expandiu-se, mu-dando para um espao amplo na Rua FernandesToms (mesmo em frente ao Mercado do Bolho)onde, numa cave, havia o estdio de emisso. hoje um comrcio de mobilirio e decorao...

    C.inverno2002associados AMTC

    Automvel Club de Portugal00 anos de servio, mrito e glria

    ta acp

    25 . janeiro|fevereiro 1955

    Quando em Outubro de 1902 um grupo de entusiastas decidiu organizara primeira grande corrida de automveis, entre a Figueira da Foz e Lisboa,estava lanada a semente para a criao de um clube que congregasse todaa vontade de dinamizar uma rea de locomoo prpria em crescimento.

    Seis meses mais tarde, a 15 de Abril, nascia o Real Automvel Club dePortugal, uma associao de ilustres automobilistas que, na Sociedade deGeografia de Lisboa fez eleger os seus primeiros corpos gerentes.

    Ao longo de praticamente 100 anos o ACP, designao que veio a adquirirmais tarde, tornou-se um smbolo para os automobilistas nacionais.Actualmente, com mais de 190 mil associados, tem atrs de si toda umahistria plena de concretizaes em prol dos interesses dos automobilistas.

    A histria do ACP no se confina histria do automvel: interfere tambm,na histria deste pas. Desde logo, pelo valioso contributo que prestou aoarranque da regulamentao do trfego, tanto na elaborao do Cdigo daEstrada, como na implantao dos sinais de trnsito e placas identificadorasdas localidades, para alm da criao, em 1913, do primeiro Mapa dasEstradas, hoje uma referncia indispensvel.

    Depois, pelo incremento que deu ao desenvolvimento do desportoautomvel e ao turismo, arrastando multides para assistir s provas quetinham lugar por todo o pas, tendo-se atingido elevado prestgiointernacional nas dcadas 70 e seguintes com o Rallye de Portugal, a serconsiderado por diversas vezes o melhor do mundo. Finalmente, por tudoquanto fez para conseguir o regresso da Frmula 1, com diversas ediesdisputadas na pista do Autdromo do Estoril.

    A par de tudo isto, o ACP sempre pugnou pela segurana dosautomobilistas e pela defesa dos seus direitos, ora denunciando s mascondies das vias de comunicao e sua sinalizao, ora criticando apoltica de preos de combustveis, portagens e, sobretudo, fiscal, afirmando-se neste ltimo caso em clara oposio ao sistema que tem sido adoptadoe que estrangula uma renovao do parque automvel, maior protecoambiental e a segurana dos automobilistas.

    A galeria dos diri gentes do Club conta com personalidades de refernciaque se projectaram para alm dos seus mandatos e que a histria no vaiesquecer.

    E, nos dias de hoje, quando se abatem sobre o automvel tantas ameaas:dos puritanos, porque polui, porque entope estradas e ruas, porque mata,e , por isso, o pretendem excomungar; dos governantes, porque descobriramnele a galinha dos ovos de ouro e o esmagam com impostos; o papel doACP ganha, por tudo isso, uma importncia muito maior.Mas quem soma 100 anos plenos de servio, mrito e glria, est prontopara enfrentar os desafios que se lhe apresentem.

    A Histria do ACP est claramente documentada na Revista do Clube, umapublicao com 74 anos de vida (nasceu em Janeiro de 1929), que,ininterruptamente, chega graciosamente a todos os Scios.

    carlos morgado . acp

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    jmtc.inverno2002notcias do museu dos transportes e comunicaesExposies Permanentes

    O Automvel no Espao e no TempoA histria do automvele a sua relao com a sociedade

    Comunicao do Conhecimentoe da ImaginaoExposio interactiva sobre os modose os meios de comunicao

    Visita Interpretativa ao Edifcio da AlfndegaConhea o edifcio, a sua histria e ospormenores da sua reabilitao

    Exposies Temporrias

    As Comunicaes Tcticas do Exrcito31 de Janeiro a 13 de Abrillocal: Sala dos Despachanteshorrios: tera a sexta 10h12h e 14h18hsbados, domingos e feriados 15h19hEntrada Gratuita

    Informaes

    Museu dos Transportes e ComunicaesEdifcio da Alfndega - Rua Nova da Alfndega4050 - 430 Portotelefone 223 403 058telefax 223 403 098

    [email protected]

    Um Museu perto de si

    Visitas acompanhadas para gruposFique a saber mais sobre os contedosexpostos e a histria do Edifcio da Alfndegado Porto, usufruindo das visitas acompanhadaspelo Servio Educativo e de Animao doMuseu.

    Modalidade 1 visita a uma das exposiesModalidade 2 participao em uma dasoficinas/laboratrios da exposio

    Comunicao do Conhecimento e da

    ImaginaoModalidade 3 visita a uma ou duas exposiese participao em uma dasoficinas/laboratrios da exposio

    Comunicao do Conhecimento e daImaginao (todo o dia no Museu)

    Ao Fim de Semana

    Visitas AcompanhadasProgramas para FamliasTraga a famlia e os amigos e passe umatarde no Museu.Outros Programas EspeciaisFique atento programao do Museu.

    Frias Lectivas Oficinas de Vero e de Natal

    Horriotera a sexta: 10hoo 12hoo e 14h00 18h00sbados domingos e feriados 15h00 19h00

    PrerioBilhete de entrada no Museu: 3.00Estudantes, 3a idade e carto jovem: 1.50Crianas at 6 anos e professores enquantoacompanhantes de um grupo: gratuita

    GruposModalidade 1 e 2: 2.00Modalidade 3 (todo o dia): 3.00Programas para famlias(aos fins de semana, com lanche): 3.75Oficinas Pedaggicas na Garagemdo Sr. Teixeira(fins de semana): 4.50Exposies Temporrias: gratuitaCom acompanhamento do ServioEducativo e de Animao: 2.00

    Marco Indicativo do Museu dosTransportes e Comunicaes

    Uma pedra de granito, com seis metros de alturapor dois de largura, pesando 15 toneladas, foi colo-cada no principio do ms de Dezembro passado,em frente ao edifcio da Alfndega.

    O objecto/escultura foi idealizado pelo ArquitectoEduardo Souto de Moura, autor das obras de recupe-rao a que o edifcio da Alfndega tem sido sujeito.O arquitecto explica que, aps a encomenda dotrabalho, pensou em trabalhar um objecto em ferro,mas dadas as caractersticas monumentais do edi-fcio, tambm ele construdo em granito, optoupela colocao de uma pedra.Por um acaso, a pedreira de Humberto Peixoto,em Alpendurada, com quem o Arquitecto costumatrabalhar, tinha em armazm uma pedra com 30toneladas proveniente da Beira-Alta.Foi esse bloco que Eduardo Souto de Moura es-colheu para trabalhar. Depois do desbaste provo-

    cado pelo desenho do Arquitecto a pedra ficoucom 15 toneladas e um ligeiro distorce que a har-moniza com o traado da rua Nova da Alfndega.

    Concerto dos Cinematic Orchestrafoi um xito

    O Concerto dos Cinematic Orchestra que se reali-zou no dia 20 de Dezembro na Sala do Arquivo,do edifcio da Alfndega,foi considerado pela im-prensa o concerto do ano.Para alm da forte repercusso que obteve na Co-municao Social, este evento trouxe ao edifcio

    cerca de 900 espectadores que tiveram acessoao que de melhor se produz no panorama da m-sica de qualidade britnica.Com a realizao deste tipo de eventos o Museudos Transportes e Comunicaes assegura o seulugar de produtor cultural na cidade e conquistanovos pblicos.

    Oficinas de Natal

    As Oficinas no Museu dos Transportes e Comuni-caes tm representado viagens a partir das expo-sies patentes.Temas diversos como a msica, a literatura decordel, a xilogravura, o cinema de animao ouo teatro deram o mote s oficinas anteriores.No Natal de 2002 a escolha recaiu no fascnioprovocado pela "caixa mgica" que todos os diasnos entra pela casa adentro e a proposta, que ocu-pou 34 crianas durante dois dias, foi a de reflectirsobre o poder de seduo que este meio decomunicao possui.Utilizando Marionetas fabricadas tambm no lo-cal das oficinas, abriram-se as asas da imaginaopara conceber um telejornal diferente, com bone-cos a quem foi permitido dizer tudo com muitohumor e ironia.A Orientao da Oficina ficou a cargo do Teatrode Formas Animadas e a Organizao e Coorde-nao foi do Servio Educativo e de Animao doMuseu dos Transportes e Comunicaes.

    Exposio sobre a Vida e a Obrade Edgar Cardoso em Maio

    A Exposio Edgar Cardoso Vida e Obra, organi-zada pelo Museu dos Transportes e Comunicaes,Faculdade de Engenharia da Universidade do Portoe Gabinete do Engenheiro Edgar Cardoso, inau-

    gura no dia 11 de Maio.Esta exposio ser dedicada ao trabalho desteEngenheiro Civil que se destacou pela execuode projectos e sobretudo a construo de pontes,utilizando processos inovadores para a sua poca.O guio da exposio ter como objectivo divulgaros momentos fundamentais da sua vida e o legadodo seu trabalho, destacando determinadas caracte-rsticas da sua personalidade e talento que acaba-ram por determinar a sua obra.

    Plano de Formao de 2003

    O Centro de Formao do Museu dos Transportese Comunicaes concluiu em 2002 o Plano previs-to de 5 aces de formao.Em 2003 vo realizar-se sete aces de formaodestinadas a professores dos ensinos bsico e se-cundrio e educadores de infncia.Entre os meses de Fevereiro e Abril realizam-seas seguintes aces:

    O Conhecimento de Si e Do Outro (ExpressoDramtica); Educao para os MediaEntre Abril e Julho:

    A Importncia da voz na prtica docente; Museu,Escola e ComunidadeEntre Outubro e Dezembro:

    Arquitectura e Utente, a importncia de relataruma relao; Ensino Experimental das cinciasna sala de aula.Para mais informaes, contactar os Servios Edu-cativos do Museu.

    Novo Conselho de Administrao

    No dia 8 de Janeiro, em reunio extraordinria doConselho Geral da AMTC, foram eleitos comomembros do Conselho de Administrao:Eng. Carlos Eugnio Pereira de Brito, AssociadoIndividual com funes de Presidente do Conselhode Administrao;Dr. Rui Alberto Barradas do Amaral, representanteda Cmara Municipal do Porto, com funes deVice-Presidente.Com Funes de Vogais foram eleitos:Dr. Antnio Ricardo de Oliveira Fonseca,represen-tante da APDL;Dra. Maria Teresa da Costa Pereira Viana,representante do IPMProf. Doutor Alberto de Castro,representante da Universidade Catlica.

    PORTO PALCIO HOTELO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAES RECOMENDA