Joane Mariela Miari Corrêa · 2019-07-03 · derivatizados com BSTFA: 1% TMCS, apresentando...

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Dissertação Avaliação da Presença de Microcontaminantes de Preocupação Emergente, por GC-MS, e de Elementos Inorgânicos, por TXRF, nas Águas Superficiais da Bacia do Rio Paraopeba/MG Joane Mariela Miari Corrêa Ouro Preto, MG 2018 UFOP PPGQUIM Programa de Pós-Graduação em Química UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

Transcript of Joane Mariela Miari Corrêa · 2019-07-03 · derivatizados com BSTFA: 1% TMCS, apresentando...

Dissertação

Avaliação da Presença de Microcontaminantes de

Preocupação Emergente, por GC-MS, e de Elementos

Inorgânicos, por TXRF, nas Águas Superficiais da Bacia

do Rio Paraopeba/MG

Joane Mariela Miari Corrêa

Ouro Preto, MG

2018

UFOP

PPGQUIM

Programa de Pós-Graduação em Química

UNIVERSIDADE FEDERAL

DE OURO PRETO

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Programa de Pós-Graduação em Química

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE MICROCONTAMINANTES DE PREOCUPAÇÃO

EMERGENTE, POR GC-MS, E DE ELEMENTOS INORGÂNICOS, POR TXRF, NAS

ÁGUAS SUPERFICIAIS DA BACIA DO RIO PARAOPEBA/MG

Autora: Joane Mariela Miari Corrêa

Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco

Afonso

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Química da

Universidade Federal de Ouro Preto, como

parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Química.

Área de concentração:

Química Analítica

Ouro Preto/MG

Abril de 2018

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

C817a Corrêa, Joane Mariela Miari. Avaliação da presença de microcontaminantes de preocupação emergente, porGC-MS, e de elementos inorgânicos, por TXRF, nas águas superficiais daBacia do Rio Paraopeba/MG [manuscrito] / Joane Mariela Miari Corrêa. -2018. xvii, 158f.: il.: color; grafs; tabs; mapas.

Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto deCiências Exatas e Biológicas. Departamento de Química. Programa de Pós-Graduação em Química. Área de Concentração: Química Analítica.

1. Bacias hidrográficas - Minas Gerais. 2. Cromatografia a gás. 3.Espectrometria de massa. 4. Fluorescência de raio X. I. Afonso, Robson Joséde Cássia Franco. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Titulo.

CDU: 556.51(815.1)

iii

Aos meus amados pais, Virgínia e Ernani, para

sempre meus exemplos e que fazem tanta falta.

Ao amor da minha vida, Vítor, pela

cumplicidade e dedicação.

iv

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso, pelo apoio em todas as

etapas da pesquisa, pelos diálogos esclarecedores, pelas críticas precisas e pelas contribuições

fundamentais para meu crescimento pessoal e profissional. Obrigada por tantos ensinamentos

durante o mestrado.

Ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI)/Campus CETEC pela coleta das amostras.

À CAPES pela bolsa de estudo que possibilitou a realização desta pesquisa.

Aos meus colegas de laboratório que foram minha família neste período. Em especial ao André

e Rafaela Paiva pelos conhecimentos partilhados desde as etapas iniciais, à Ananda por estar

sempre pronta a esclarecer minhas dúvidas, à Amanda por me receber tantas vezes em sua casa

e por sempre me incentivar com vídeos do Otávio e à Ana pelos bolos de milho, à Bianca por

me acompanhar nos trabalhos dentro e fora da UFOP, à Camila pelos bons conselhos desde

meu ingresso no mestrado, à Daiana pelo carinho, ao Daniel pelo estímulo aos concursos, à

Mariana pelo companheirismo, à Marina pelo incentivo, carinho e cafés, à Nathália pela ajuda

nos ensaios, ao Paulo pelo apoio durante os testes, à Raquel pelas risadas, à Rhuana pela

prontidão em realizar as coletas, ao Prof. Dr. Mauricio Xavier Coutrim pelos livros

disponibilizados, ao Alexandre, Juliana, Milena e Rafaela pela torcida. Muito obrigada pelo

carinho de sempre e pelas amizades construídas.

À Célia pela parceria no trabalho e na vida.

Aos amigos do “Almoço” que estiveram ao meu lado em todos os momentos.

Às amigas e parceiras de Gramado. Obrigada pela companhia e aprendizado.

Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Química de Universidade

Federal de Ouro Preto por todos os ensinamentos e pelos serviços prestados. Em especial ao

Prof. Dr. Jason Guy Taylor por ter sido um coordenador disponível e preocupado.

Ao Prof. Dr. Sérgio Francisco de Aquino e à Profa. Dra. Roberta Eliane Santos Froes-Silva

pelas contribuições à pesquisa na banca de qualificação.

Ao meu marido maravilhoso, Vítor, por me apoiar e por suportar tantos momentos de estresse

durante minha jornada.

À minha família pela compreensão e incentivo ao longo do mestrado. Em especial às minhas

sobrinhas Eduarda, Helena, Virgínia e Beatriz por alegrarem minha vida.

A Deus por sempre abrir portas na minha trajetória e por permitir a finalização deste trabalho.

Muito obrigada a todos que participaram e contribuíram para realização desta pesquisa.

v

“Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, porque

o rio não é mais o mesmo, tampouco o homem”.

(Heráclito de Éfeso)

vi

RESUMO

A significativa diminuição do volume dos recursos hídricos e a constante poluição dos corpos

d’águas por contaminantes orgânicos têm despertado a atenção para a necessidade de estudos

dedicados à determinação destas substâncias, presentes no meio ambiente, e às alternativas de

tratamento para remoção destes poluentes e recuperação dos sistemas afetados. Várias

substâncias, frequentemente encontradas em baixas concentrações, são classificadas como

microcontaminantes de preocupação emergente, devido às alterações que provocam no meio

ambiente causando efeitos adversos para os seres vivos pela exposição contínua. Abrangem

diversas classes de substâncias, tais como produtos farmacêuticos e de higiene pessoal,

pesticicidas, herbicidas, nanomateriais, hormônios naturais e sintéticos. Os elementos

inorgânicos também estão presentes em níveis elevados nas matrizes ambientais, representando

potenciais riscos aos corpos hídricos, biota e saúde humana. Dessa forma, o presente trabalho

buscou identificar e quantificar alguns microcontaminantes de preocupação emergente

utilizando cromatografia gasosa acopladas à espectrometria de massas (GC-MS) e elementos

inorgânicos por fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF) nas águas superficiais da

Bacia do Rio Paraopeba-MG. As coletas das amostras foram realizadas em 4 campanhas, sendo

2 em período de chuva e 2 de estiagem. Foram selecionados 15 pontos de amostragem ao longo

da bacia, assim, foi possível avaliar as variações sazonal e espacial dos compostos e observar a

influência das diferentes atividades antropogênicas. Os 12 microcontaminantes de preocupação

emergente selecionados foram: diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, paracetamol, genfibrozila,

estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, bisfenol A, 4-nonilfenol, 4-octilfenol. Os 15

elementos inorgânicos foram: arsênio, bário, bromo, cálcio, chumbo, cobre, cromo, estrôncio,

ferro, manganês, níquel, potássio, rubídio, titânio e zinco. A metodologia utilizada para a

detecção destes compostos foi validada e aplicada em 60 amostras. Os procedimentos para a

determinação dos compostos orgânicos envolveram filtração a vácuo seguida pela concentração

e clean-up das amostras utilizando extração em fase sólida (SPE). Os extratos analisados por

cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS) foram previamente

derivatizados com BSTFA: 1% TMCS, apresentando limites de quantificação para o método

de 3,61 a 14,36 ng/L e valores de recuperação variaram de 46,11 a 107,15% para o nível mais

baixo (10μg/L). As análises dos elementos inorgânicos foram realizadas por fluorescência de

raios-X por reflexão total (TXRF). Os limites de quantificação do método foram de 4,47 a

111,63 µg/L. O microcontaminante de preocupação emergente de maior ocorrência foi o

bisfenol A, detectado em 96,67% das amostras analisadas. Já os inorgânicos de maior incidência

foram o cálcio e potássio encontrados em 100% das amostras. A ocorrência do maior número

de microcontaminantes de preocupação emergente foi no período de menor índice

pluviométrico, campanha 4. Os elementos inorgânicos tiveram maiores concentrações nas

amostras coletadas no período das águas, campanha 1 e 2. Os dados obtidos foram tratados

estatisticamente por análises multivariadas (PCA e HCA), sendo possível observar o perfil de

contaminação das amostras coletadas e correlacioná-los com as influências antropogênicas,

industriais e/ou naturais no processo de contaminação das águas superficiais da Bacia do Rio

Paraopeba em Minas Gerais. Enfim, foi calculada uma estimativa da toxicidade de alguns

microcontaminantes de preocupação emergente deste estudo.

Palavras-chave: Bacia do Rio Paraopeba; Microcontaminantes de preocupação emergente;

Elementos inorgânicos; Extração em fase sólida (SPE); Cromatografia gasosa acoplada à

espectrometria de massas (GC-MS); Fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF).

vii

ABSTRACT

The significant reduction in the volume of water resources and the constant pollution of water

bodies by organic contaminants have raised the attention to the need for studies dedicated to

the determination of these substances present in the environment and to the treatment

alternatives for the removal of these pollutants and recovery of affected systems. Several

substances, often found in low concentrations, are classified as microcontaminants of emerging

concern. Due to the changes they cause in the environment causing adverse effects to living

beings by continuous exposure. They cover several classes of substances, such as

pharmaceuticals and personal hygiene products, pesticides, herbicides, nanomaterials, natural

and synthetic hormones. Inorganic elements are also present at high levels in environmental

matrices representing potential risks to water bodies, biota and human health. Thus, the present

work sought to identify and quantify some microcontaminants of emerging concern using gas

chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS) and inorganic elements by

fluorescence by total reflection (TXRF) in the surface waters of the Paraopeba River Basin-

MG. Samples were collected in 4 seasons, 2 in the rainy season and 2 in the dry season. Fifteen

sampling points were selected along the basin and, thus, it was possible to evaluate the seasonal

and spatial variation of the compounds and to observe the influence of the different

anthropogenic activities in the basin. The 12 selected microcontaminants of emerging concern

were diclofenac, ibuprofen, naproxen, paracetamol, gemfibrozil, estrone, 17β-estradiol, 17α-

ethinylestradiol, estriol, bisphenol A, 4-nonylphenol, 4-octylphenol. The 15 inorganic elements

were: arsenic, barium, bromine, calcium, lead, copper, chromium, strontium, iron, manganese,

nickel, potassium, rubidium, titanium and zinc. The methodology used for the detection of these

compounds was validated and applied in 60 samples. Procedures for determination of organic

compounds involved vacuum filtration followed by concentration and clean-up of the samples

using solid phase extraction (SPE). The extracts were derivatized with BSTFA: 1% TMCS

before they were analyzed by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS).

The methodology was validated presenting quantification limits for the method from 3.61 to

14.36 ng/L and recovery values varied from 46.11 to 107.15% to lowest level (10 μg/L ).

Analyzes of the inorganic elements were performed by X - ray fluorescence by total reflection

(TXRF). And the limits of quantification of the method were from 4.47 to 111.63 μg/L. The

more frequent microcontaminants of emerging concern was bisphenol A detected in all

analyzed samples. Estrone and naproxen appeared in more than 80% of samples. On the other

hand, the inorganic ones with the highest incidence were calcium and potassium found in 100%

of the samples. The inorganic elements had higher concentrations in the samples collected

during the period of the waters, campaign 1 and 2. The data obtained were statistically treated

by multivariate analysis (PCA and HCA). It was possible to observe the contamination profile

of the collected samples and to correlate them with the anthropogenic, industrial and/or natural

influences in the process of contamination of the surface waters of the Paraopeba River Basin

in Minas Gerais. Finally, an estimate of the toxicity was calculated of some microcontaminants

of emerging concern of this study.

Keywords: Paraopeba River Basin; Microcontaminants of emerging concern; Inorganic

elements; Solid Phase Extraction (SPE); Gas Chromatography Coupled to Mass Spectrometry

(GC-MS); Total Reflection X-ray Fluorescence (TXRF).

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba: localização, rede fluvial e municípios ......... 4

Figura 2 – Percentual de estações adequadas e não adequadas aos limites legais na Bacia do Rio

Paraopeba/MG entre 2014 e 2016 .............................................................................................. 8

Figura 3 – Índices de Qualidade das Águas (IQA) da Bacia do Rio Paraopeba referentes à série

histórica de 1997 a 2016 ........................................................................................................... 10

Figura 4 – Possíveis rotas de contaminação das águas por microcontaminantes ..................... 16

Figura 5 – Etapas do processo de extração em fase sólida (SPE) ............................................ 31

Figura 6 – Tipos de interações que podem ocorrer entre as substâncias presentes na matriz e os

sítios do sorbente ...................................................................................................................... 31

Figura 7 – Equipamento para extração em fase sólida (SPE) desenvolvido no Laboratório de

Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP ............................................. 32

Figura 8 – Composição do cromatógrafo a gás ........................................................................ 34

Figura 9 – Reação entre o hormônio estriol (E3) e o derivatizante (BSTFA) para sililação das

hidroxilas gerando o composto E3-tri-TMS ............................................................................. 44

Figura 10 – Mapa da Bacia do Rio Paraopeba com os municípios atendidos e as estações de

amostragem onde foram realizadas as coletas para presente pesquisa ..................................... 56

Figura 11 – Sistema de filtração a vácuo utilizado para filtração das amostras ....................... 62

Figura 12 – Sistema manifold para extração em série desenvolvido por Sanson et al............. 64

Figura 13 – Sistema para secagem em série dos extratos ......................................................... 65

Figura 14 – Procedimentos para etapa de derivatização no preparo das amostras para análises

no GC-MS ................................................................................................................................ 66

Figura 15 – Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas da Shimadzu modelo

QP2010S-Plus, com amostrador automático modelo AOC-20i .............................................. 67

Figura 16 – Equipamento TXRF S2 PicofoxTM da Bruker® .................................................... 69

Figura 17 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura

do produto IBU-TMS ............................................................................................................... 75

Figura 18 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura

do produto BFA-di-TMS .......................................................................................................... 76

Figura 19 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura

do produto EE2-di-TMS ........................................................................................................... 77

ix

Figura 20 – Espectro com as linhas de emissão característica dos elementos inorgânicos

estudados .................................................................................................................................. 78

Figura 21 – Gráfico de frequência relativa dos microcontaminantes orgânicos identificados por

GC-MS em um total de 60 amostras ........................................................................................ 96

Figura 22 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos identificados por GC-MS com seus respectivos pontos de amostragem ................. 97

Figura 23 – Gráfico de frequência relativa dos elementos inorgânicos identificados por TXRF

em um total de 60 amostras .................................................................................................... 101

Figura 24 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos elementos inorgânicos

identificados por TXRF com seus respectivos pontos de amostragem .................................. 102

Figura 25 – Gráfico de escores da PCA para os compostos orgânicos das amostras da Bacia do

Rio Paraopeba ......................................................................................................................... 105

Figura 26 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos orgânicos ................ 106

Figura 27 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos compostos orgânicos .......... 108

Figura 28 – Gráfico de escores da PCA para os compostos inorgânicos das amostras .......... 109

Figura 29 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos inorgânicos............. 111

Figura 30 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos elementos inorgânicos ........ 112

Figura 31 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de chuva

................................................................................................................................................ 113

Figura 32 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de

estiagem .................................................................................................................................. 114

Figura 33 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no

período de chuva .................................................................................................................... 115

Figura 34 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no

período de estiagem ................................................................................................................ 116

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados sobre o esgotamento sanitário dos municípios pertencentes aos pontos de

amostragem da pesquisa ............................................................................................................. 6

Tabela 2 – Classificação do Índice de Qualidade das Águas (IQA) por tipo de tratamento

indicado e destino para reúso...................................................................................................... 9

Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo ..................................... 23

Tabela 4 – Principais funções metabólicas dos microminerais ................................................ 26

Tabela 5 – Principais funções metabólicas dos macrominerais ............................................... 27

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação

emergente em diferentes matrizes ambientais .......................................................................... 36

Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de

elementos inorgânicos em amostras ambientais ....................................................................... 46

Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes

de contaminação ....................................................................................................................... 58

Tabela 9 – Períodos de amostragem e números de amostras coletadas em cada campanha .... 60

Tabela 10 – Condições utilizadas no GC-MS para análises das amostras da pesquisa ............ 68

Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e

as relações m/z utilizadas na identificação compostos por GC-MS ......................................... 73

Tabela 12 – Equações, coeficientes de determinação (R2) e a faixa de concentração para cada

composto ................................................................................................................................... 79

Tabela 13 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os

microcontaminantes orgânicos ................................................................................................. 81

Tabela 14 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os elementos

inorgânicos ............................................................................................................................... 82

Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises dos três níveis de concentração para os compostos

estudados .................................................................................................................................. 83

Tabela 16 – Valores dos coeficientes de variação dos elementos inorgânicos estudados ........ 85

Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos

coeficientes de variação ............................................................................................................ 86

Tabela 18 - Valores das concentrações dos elementos inorgânicos no padrão NIST 1643, pelo

fabricante e pelo equipamento utilizado para presente pesquisa .............................................. 89

xi

Tabela 19 – Valores de efeito de matriz para os compostos ibuprofeno, paracetamol, 4-

octilfenol e estrona nos pontos de coleta BP022, BP073 e BP081........................................... 91

Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas ....................................... 93

Tabela 21 – Valores máximos fixados pelas Deliberação Normativa Conjunta nº 1 para ferro,

manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água ....................................... 104

Tabela 22 – Valores de LOAEL, IDT, VG, medianas e concentrações máximas determinadas

das amostras para a análise dos níveis de toxicidade ............................................................. 117

xii

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação (1) ............................................................................................................................... 72

Equação (2) ............................................................................................................................... 72

Equação (3) ............................................................................................................................... 80

Equação (4) ............................................................................................................................... 90

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ACN – Acetonitrila

AINE – Anti-inflamatório Não Esteroidal

ANA – Agência Nacional de Águas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BP – Bacia Paraopeba

BSTFA: 1% TMCS – bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida com 1 % de trimetilclorosilano

C – Campanha

CAS – Chemical Abstracts Service

CBH – Comitê da Bacia Hidrográfica

CCL 4 – Contaminant Candidate List 4

CEC – Contaminant of Emerging Concern

CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CI – Chemical Ionization

CID – Dissociação Induzida por Colisão

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental

COPASA – Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais

CRM – Certified Reference Material

CV – Coeficiente de Variação

CWA – Clean Water Act

DL – Linha de Dessolvatação

DBO – Demanda Biológica de Oxigênio

DQO – Demanda Química de Oxigênio

EDTA – Ácido Etilenodiaminotetracético

EI – Electron Ionization

EM – Efeito Matriz

ESI – Electrospray Ionization

ETA – Estação de Tratamento de Água

xiv

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

FC – Fator de Concentração

FEAM –Fundação Estadual do Meio Ambiente

FI – Fator de Incerteza

FM – Fase Móvel

GC-MS – Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry

HCA – Hierarchical Clustering Analysis

ICH – International Conference on Harmonisation

IDT – Ingestão Diária Tolerável

IE – Electron Ionization

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

IQA – Índice de Qualidade das Águas

ISO – International Organization for Standardization

IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry

Kd – Coeficiente de Distribuição Sólido-Líquido

Kow – Coeficiente de Partição Octanol-Água

LD – Limite de Detecção

LLE – Liquid-Liquid Extraction

LOAEL – Lowest Observed Adverse Effect Level

LC-MS/MS – Liquid Chromatography Tandem Mass Spectrometry

LDM – Limite de Detecção do Método

LQM – Limite de Quantificação do Método

MAD – Microwave Assisted Derivatization

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MeOH – Metanol

MRM – Multiple Reaction Monitoring

MSTFA – N-metil-(trimetilsilil)trifluoroacetamida

MTBSTFA – N-(terc-butildimetilsilil)-N-metiltrifluoroacetamida

m/z – Relação massa/carga

NIST – National Institute of Standards and Technology

NSF – National Sanitation Foundation

OD – Oxigênio Dissolvido

xv

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

PC – Peso corporal

PCA – Principal Component Analysis

PI – Padrão Interno

pKa – Constante de Dissociação Ácida

PPCP – Pharmaceuticals and Personal care Products

Q – Quadrupolo

R – Recuperação

REGAP – Refinaria Gabriel Passos

RSD – Relative Standard Deviation

RT – Retention Time

SCA – Sistema de Controle Ambiental

SCAN – Scanning Ion

SDWA – Safe Drinking Water Act

SERH – Sistema Estadual de Recursos Hídricos

SF – Sub-bacia do Rio São Francisco

Sisema – Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SNIRH – Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos

SPE – Solid Phase Extraction TIC Total Ion Monitoring

TXRF – Total Reflection X-ray Fluorescence

TMSI – Trimetiliodosilano

UPLC – Ultra Performance Liquid Chromatography

US EPA – United States Environmental Protection Agency

USFDA – United States Food and Drug Administration

VG – Valor Guia

WFD – Water Framework Directive

WHO – World Health Organization

xvi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3

2.1 Bacia do Rio Paraopeba/MG ............................................................................................. 3

2.2 Legislação .......................................................................................................................... 11

2.3 Microcontaminantes de Preocupação Emergente ......................................................... 14

2.3.1 Anti-inflamatórios ........................................................................................................... 17

2.3.2 Reguladores Lipídicos ..................................................................................................... 18

2.3.3 Desreguladores Endócrinos ............................................................................................. 19

2.3.3.1 Estrógenos Naturais ...................................................................................................... 20

2.3.3.2 Xenoestrogênios ........................................................................................................... 21

2.3.4 Propriedade Físico-Químicas e Comportamento no Meio Ambiente ............................. 21

2.4 Elementos Inorgânicos ..................................................................................................... 26

2.5 Métodos Analíticos ........................................................................................................... 29

2.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE) ....................................................................................... 29

2.5.2 Cromatografia Gasosa Acoplada ao Espectrômetro de Massas (GC-MS) ...................... 33

2.5.3 Efeito Matriz .................................................................................................................... 42

2.5.4 Derivatização ................................................................................................................... 43

2.5.5 Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (TXRF) ................................................... 44

2.6 Validação da Metodologia ............................................................................................... 48

2.6.1 Seletividade ..................................................................................................................... 48

2.6.2 Curva Analítica ................................................................................................................ 48

2.6.3 Precisão ............................................................................................................................ 49

2.6.4 Exatidão ........................................................................................................................... 49

2.6.5 Limite de Detecção (LD) ................................................................................................. 49

2.6.6 Limite de Quantificação (LQ) ......................................................................................... 50

2.6.7 Efeito Matriz .................................................................................................................... 50

2.7 Análise Multivariada de Dados ....................................................................................... 50

2.8 Análise de Risco ................................................................................................................ 52

3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 53

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 53

3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 53

xvii

4. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 54

4.1 Reagentes, Materiais e Equipamentos ............................................................................ 54

4.2 Bacia Hidrográfica em Estudo ........................................................................................ 55

4.3 Coleta e Armazenamento das Amostras ......................................................................... 60

4.4 Preparo das Soluções dos Padrões .................................................................................. 61

4.5 Preparação das Amostras ................................................................................................ 61

4.5.1 Filtração e Ajuste de pH .................................................................................................. 61

4.5.2 Extração em Fase Sólida (SPE) ....................................................................................... 63

4.5.3 Etapa de Derivatização .................................................................................................... 66

4.6 Descrição dos Equipamentos GC-MS e TXRF .............................................................. 67

4.7 Procedimentos Analíticos para Validação ...................................................................... 69

4.8 Análises das Amostras da Bacia do Rio Paraopeba/MG .............................................. 70

4.9 Avaliação da Toxicidade dos Microcontaminantes Orgânicos .................................... 71

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 73

5.1 Definição da Relação Massa/Carga e do Tempo de Retenção dos Compostos ........... 73

5.2 Validação da Metodologia ............................................................................................... 74

5.2.1 Seletividade ..................................................................................................................... 74

5.2.2 Curva Analítica ................................................................................................................ 78

5.2.3 Limite de Detecção e Limite de Quantificação ............................................................... 80

5.2.4 Precisão ............................................................................................................................ 83

5.2.5 Exatidão ........................................................................................................................... 85

5.2.6 Avaliação e Correção do Efeito Matriz ........................................................................... 90

5.3 Avaliação dos Microcontaminantes Orgânicos e Elementos Inorgânicos ................... 92

5.4 Análise de Toxicidade ..................................................................................................... 117

6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 119

7. TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................... 121

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 122

APÊNDICE A – Curvas Analíticas do Microcontaminantes Orgânicos ......................... 142

APÊNDICE B – Tabelas com as Concentrações dos Microcontaminantes Orgânicos

Analisados no GC-MS .......................................................................................................... 145

APÊNDICE C – Tabela com as Concentrações de Elementos Inorgânicos Identificados

por TXRF .............................................................................................................................. 153

ANEXO A – Tabela com os valores dos parâmetros físico-químicos e biológicos ......... 156

1

1. INTRODUÇÃO

A crise hídrica que ameaça a população mundial, no início do século XXI, decorre de

diferentes processos e progressivas mudanças socioeconômicas, políticas e ambientais, tais

como alterações climáticas e no ciclo hidrológico; crescente demanda doméstica, agrícola e

industrial; aumento das fontes de contaminação e consequente deterioração da qualidade das

águas; ineficiência e desarticulação no gerenciamento dos recursos hídricos por setores públicos

e privados1.

Conforme relatório da UNESCO, atualmente 20 países estão em situação de escassez

crônica de água potável e estima-se que 25% da população mundial estará nessa situação crítica

em 2050. Embora 75% da superfície do planeta seja coberta por água, o volume de água doce

corresponde a apenas 3%, dos quais somente cerca de 0,3% encontra-se em mananciais

superficiais, enquanto que cerca de 30% está no subsolo e cerca de 70% em geleiras2.

Além disso, a distribuição dos recursos hídricos se mostra bastante desigual entre os

diferentes continentes, sendo que do volume global de águas superficiais a África possui em

seu território 10%, as Américas 41%, a Ásia 31,6%, a Europa 7%, a Oceania e a Antártida

10,3%. Por sua vez, o Brasil concentra 12% de toda a água doce do mundo, entretanto, também

apresenta uma significativa desigualdade na distribuição dos recursos hídricos: a região Norte

conta com 68,5%, a Nordeste com 3,3%, a Sudeste com 6%, a Sul com 6,5% e a Centro-Oeste

com 15,7%2.

É válido ressaltar que o setor agrícola, em escala mundial, é responsável pelo consumo

de 70% dos recursos hídricos, sendo que seu uso para a irrigação tem acarretado uma drástica

redução no volume dos aquíferos, o que se soma a outros processos prejudiciais vinculados a

essa atividade econômica, como a eutrofização, o assoreamento e a contaminação de águas

superficiais e subterrâneas por fertilizantes e herbicidas1, 3.

A contaminação de corpos d’água por microcontaminantes de preocupação emergente

pode ocorrer, ainda, tanto pelo descarte direto ou indireto de esgotos domésticos e industriais

não tratados, ditos in natura, quanto pelos efluentes das estações de tratamento de esgoto (ETE)

que, em sua maioria não possui um tratamento eficiente para remoção completa destas

substâncias4.

Segundo informações da Agência Nacional de Águas são produzidas 9,1 toneladas de

esgotos por dia no Brasil. Sendo que o esgoto de 55% da população recebe tratamento

2

considerado adequado, dos quais 43% têm esgoto coletado e tratado e 12 % possuem fossa

séptica, que é um tipo de tratamento mais rudimentar denominado como solução individual. Ao

passo que os esgotos de 45% da população não recebem nenhum tipo de tratamento, 18%

contam com apenas rede coletora e 27% não recebem serviço sanitário algum5.

Justificativa

Diante desse cenário global e nacional contemporâneo marcado por potenciais riscos

ambientais, socioeconômicos, à biodiversidade e à saúde humana decorrentes da crise hídrica,

pesquisas dedicadas à identificação e quantificação de microcontaminantes de preocupação

emergente presentes em águas superficiais apresentam significativa pertinência acadêmica e

ambiental, particularmente, na Bacia do Rio Paraopeba em Minas Gerais, responsável pelo

abastecimento de quase cinco dezenas de cidades e por parte considerável dos municípios que

integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, abrangendo mais de 2 milhões de pessoas

e polos econômicos de destaque em nível estadual e nacional.

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Bacia do Rio Paraopeba/MG

A bacia hidrográfica investigada nesta pesquisa é uma sub-bacia do Rio São Francisco

(SF3), situada na unidade federativa de Minas Gerais, com uma área de drenagem de 12.054

km², o que equivale a 2,5% do território deste estado, como pode ser visualizado na FIG.1 Além

disso, essa bacia abastece 48 municípios mineiros e atende um numeroso contingente

populacional de, aproximadamente, 2.349.024 habitantes6-8.

O Rio Paraopeba, representa o principal curso de água da bacia em estudo, localiza-se

no extremo sul da Serra do Espinhaço, na cidade de Cristiano Otoni-MG, e desemboca na

represa de Três Marias, situada em Felixlândia-MG, percorrendo uma distância de 510 km.

Seus principais afluentes da margem direita são: Rio Maranhão, Rio Pequeri, Ribeirão Casa

Branca, Ribeirão Grande, Ribeirão Sarzedo, Ribeirão Betim, Ribeirão Macacos, Ribeirão

Cedro, Ribeirão São João. Já os afluentes da margem esquerda são: Rio Brumado, Rio da Prata,

Rio Macaúbas, Rio Manso, Ribeirão Serra Azul e Rio Pardo8.

A seguir, a FIG.1 apresenta uma representação cartográfica, elaborada pelo Instituto

Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), na qual consta o sistema de coordenadas geográficas, a

localização da bacia, sua rede fluvial e os respectivos municípios atendidos.

4

Figura 1 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba: localização, rede fluvial e municípios Fonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas9.

5

A atividade econômica que predomina por toda a área da bacia hidrográfica é a

mineração, com destaque para a exploração de ferro e manganês no Quadrilátero Ferrífero e no

alto e médio curso da bacia, que se concentra nos municípios de Belo Vale, Brumadinho,

Congonhas, Ibirité, Moeda, Sarzedo e Ouro Branco, mas também para a extração de areia e

argila no baixo curso da bacia, principalmente nos municípios de Cachoeira da Prata e

Esmeraldas.

É relevante atentar para o setor agropecuário que possui notável centralidade econômica

na região, com o predomínio da horticultura e seus canais de irrigação no alto e médio curso,

enquanto que no baixo curso prevalecem a pecuária extensiva e a monocultura de eucalipto8.

Além disso, a bacia se destaca por oferecer insumo hídrico a diversificadas atividades

industriais, por exemplo, dos ramos alimentício, metalúrgico, siderúrgico, químico e têxtil que

se aglutinam em dinâmicos polos econômicos em âmbito local, estadual e nacional, isto é, em

municípios interioranos e da região metropolitana, como Betim, Cachoeira da Prata,

Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Ibirité, Ouro Branco, Sete Lagoas, dentre outros8.

A COPASA possui ao longo da bacia quatro reservatórios para fornecimento de água,

localizados em Brumadinho, Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores. Sendo que seus

reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de mais da metade dos trinta e quatro

municípios que integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte8.

Vale ressaltar que a região Sudeste apresenta 42% da população sem tratamento

adequado de esgoto. A TAB.1 evidencia a situação dos sistemas de esgotamento sanitário dos

onze municípios pertencentes aos pontos de amostragem da bacia hidrográfica. As informações

utilizadas foram consultadas no “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”

elaborado pela Agência Nacional de Águas10.

Tais dados evidenciam a carência de serviço sanitário e de tratamento do esgoto para a

maioria das onze cidades indicadas. Situação que é agravada pelo fato de considerável parte da

população não contar com o serviço mais básico, ou seja, sistema de coleta.

6

Tabela 1 – Dados sobre o esgotamento sanitário dos municípios pertencentes aos pontos de

amostragem da pesquisa

Municípios Coletado

e tratado

Coletado e

não tratado

Não coletado e

não tratado

Solução

Individual População

Betim 75% 0% 23% 2% 403.509

Brumadinho 24% 59% 10% 7% 30.982

Caetanópolis 0% 83% 14% 2% 8.964

Congonhas 0% 79% 19% 2% 50.342

Conselheiro Lafaiete 38% 55% 5% 3% 117.724

Cristiano Otoni 0% 83% 16% 1% 4.301

Ibirité 0% 80% 16% 4% 169.519

Juatuba 9% 30% 55% 6% 23.845

Mário Campos 0% 44% 54% 2% 13.431

Paraopeba 0% 83% 12% 5% 20.708

São Brás do Suaçuí 0% 2% 49% 49% 3.272

Fonte: Informações disponíveis no Atlas Esgotos da ANA10.

Os percentuais mais altos apresentados por seis das onze cidades citadas na TAB.1

foram para coleta sem tratamento, ao passo que somente quatro possuem sistema de coleta e

tratamento, embora em todos esses casos a cobertura se mostra parcial e com percentuais bem

distintos. Tendo em vista os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, vale ressaltar que o

destino de todo efluente urbano, seja tratado ou não, são os corpos hídricos.

De acordo com as informações na TAB.1, nota-se que apenas os municípios de Betim,

Brumadinho, Conselheiro Lafaiete e Juatuba disponibilizam tratamento para o esgoto coletado.

Enquanto que Brumadinho, Caetanópolis, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni e

Paraopeba têm sistema de coleta, mas não inclui tratamento para maior parte de seus habitantes.

Quanto à precariedade das condições sanitárias, sobressaem-se os municípios de Juatuba

e Mário Campos nos quais a maioria dos moradores não possui rede coletora, tampouco

tratamento de esgoto. Assim como São Brás do Suaçuí que também se destaca negativamente,

7

visto que 49% não possuem nenhum tipo de saneamento, outros 49% da população apresentam

solução individual, por exemplo, fossas sépticas, e apenas 2% recebem coleta sem tratamento.

Na 91ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH

Rio das Velhas), realizada no dia 29 de agosto de 2016 em Belo Horizonte, foi assinado um

termo de parceria entre os Comitês CBH Rio das Velhas (SF5) e o CBH Rio Paraopeba (SF3)

com intuito de se estabelecer uma gestão compartilhada e participativa, bem como desenvolver

e executar políticas visando à preservação e melhoria da qualidade dos recursos hídricos destas

duas bacias hidrográficas. Foi enfatizada na reunião a importância ambiental e econômica

dessas bacias, dado seu potencial hídrico para vários municípios de Minas Gerais, o que se

conjuga ao fato de que juntas são responsáveis pelo abastecimento de toda a Região

Metropolitana de Belo Horizonte11.

Em 1997 a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) criou o Projeto “Águas de

Minas” que monitora a qualidade dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais do estado de

Minas Gerais. Desde 2001, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é o órgão que

coordena este programa, além de disponibilizar resumos executivos anuais e relatórios

trimestrais a respeito da situação, qualidade e preservação de corpos hídricos. Estes estudos

pormenorizados contribuem para a orientação e avaliação das operações efetuadas pelo Sistema

de Controle Ambiental (SCA), coordenado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental

(COPAM) e pelo FEAM8.

A partir dos dados coletados nos Resumos Executivos publicados pelo IGAM, nos

últimos três anos, acerca da qualidade das águas superficiais em Minas Gerais, foi elaborado

um gráfico, conforme consta na FIG.2 a seguir, relativo à adequação das estações da Bacia do

Rio Paraopeba aos limites legais, no período de 2014 a 2016.

8

Figura 2 – Percentual de estações adequadas e não adequadas aos limites legais na Bacia do Rio

Paraopeba/MG entre 2014 e 2016 Fonte: Adaptada de IGAM12-14.

Observa-se uma crescente presença de contaminantes fecais no decorrer dos três anos,

sendo que ao final do período 89% das estações ultrapassavam os limites legais. Quanto ao

enriquecimento orgânico, apesar da diminuição de 2015 para 2016, 70% das estações não

estavam em conformidade legal. Enfim, o percentual de estações com níveis elevados de

substâncias tóxicas subiu de 32% para 41%, entre 2014 e 2015, mantendo-se estável em 2016.

A National Sanitation Foundation (NSF), fundada nos Estados Unidos no ano de 1944

e a partir de 1990, com sua expansão para o mercado global, denominada NFS International,

criou na década de 1970 o Índice de Qualidade das Águas (IQA) para classificação das águas

após receber algum tipo de tratamento e determinação da forma mais adequada de reúso. Desde

1975, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) emprega esse índice, sendo

progressivamente incorporado por outras unidades federativas brasileiras nos anos seguintes15.

Os nove parâmetros utilizados no cálculo do IQA são: coliformes termotolerantes

(NPM/100mL), demanda bioquímica de oxigênio (DBO mg/L), fosfato total (mg/L PO4-2),

nitrato (mg/L NO3-), oxigênio dissolvido (%ODSat), pH, sólidos totais (mg/L), variação da

temperatura da água (ºC) e turbidez (UNT). É válido frisar que os coliformes termotolerantes

SF3 - Rio Paraopeba

9

foram substituídos pelo subgrupo dos coliformes Escherichia coli (E. coli) em 2013, por se

tratar de um indicador mais efetivo e preciso de patogenicidade15.

A TAB.2 expõe a classificação da qualidade de águas e os limites de IQA de cada classe.

De acordo com o valor obtido se determina o tipo de tratamento necessário e, depois de tratado

por meio de técnicas convencionais ou avançadas, define-se o destino apropriado para seu

reúso.

Tabela 2 – Classificação do Índice de Qualidade das Águas (IQA) por tipo de tratamento

indicado e destino para reúso

Valor do IQA Classes Tipo de Tratamento Destino

90 < IQA ≤ 100 Excelente

Convencional Abastecimento público 70 < IQA ≤ 90 Bom

50 < IQA ≤ 70 Médio

25 < IQA ≤ 50 Ruim

Avançado

Impróprias para

abastecimento público

com tratamento

convencional IQA ≤ 25 Muito ruim

Fonte: Adaptada de IGAM14.

O IQA é um indicativo importante e frequentemente utilizado na classificação da

qualidade da água. Por exemplo, águas com valores abaixo ou igual a 50 são classificadas como

ruim ou muito ruim, e somente o tratamento com técnicas mais avançadas podem torná-las

apropriadas ao abastecimento público. Caso seja feito o tratamento convencional o reúso pode

ser destinado a outras atividades que não envolvam consumo humano como fontes de energia

hidrelétrica, lagos artificiais ou navegação16.

O FIG.3 mostra a série histórica de 1997 a 2016 com os Índices de Qualidade das Águas

(IQA) da Bacia do Rio Paraopeba, mensurados e publicados anualmente nos Resumos

Executivos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

10

Figura 3 – Índices de Qualidade das Águas (IQA) da Bacia do Rio Paraopeba referentes à série

histórica de 1997 a 2016 Fonte: Adaptada de IGAM8, 12-14, 17.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

1%

4%

7%

15%

25%

28%

19%

19%

24%

27%

32%

23%

20%

14%

19%

12%

16%

21%

29%

21%

15%

68%

79%

64%

44%

56%

56%

60%

41%

41%

36%

49%

50%

47%

50%

64%

52%

47%

39%

39%

48%

25%

13%

17%

28%

13%

22%

19%

31%

32%

31%

23%

23%

36%

28%

23%

29%

30%

27%

39%

35%

4%

2%

4%

3%

4%

3%

1%

4%

1%

6%

7%

4%

3%

2%

3%

2%

5%

1,5%

2%

Excelente Bom Médio Ruim Muito Ruim

11

Durante as duas décadas abarcadas pela série histórica, somente no ano de 2003 se

identifica um IQA excelente, com um percentual pouco expressivo de 1%, enquanto que apenas

2005 não revela um IQA muito ruim. Para os demais anos analisados prevaleceu o IQA médio,

variando do mínimo de 36% em 2006 ao máximo de 79% em 1998, com uma média de 52%.

Em relação ao IQA bom, os valores se encontram entre o mínimo de 4% em 1997 e o máximo

de 32% em 2006, com uma média de 20%.

Já os anos de 2009, 2015 e 2016 foram os períodos que indicaram os valores mais

elevados para o conjunto IQA ruim e muito ruim, o que evidencia um recente aumento na

contaminação dos corpos d’água que compõem a bacia em foco. Quando somados o IQA ruim

e o IQA muito ruim apresentaram uma média de 29% entre 1997 e 2016, com o percentual

mínimo de 15% em 1998 e máximo de 41% em 2015, superando assim os valores relativos ao

IQA bom8, 12-14, 17.

Sendo assim, essa pesquisa dedicada à avaliação nível de contaminação das águas

superficiais da Bacia do Rio Paraopeba por resíduos orgânicos e inorgânicos mostra-se de

expressiva pertinência acadêmica, o que se soma à carência de estudos acerca dos

contaminantes de preocupação emergente presentes, particularmente, nesta rede hidrográfica.

2.2 Legislação

Dentre os avanços mais recentes nas leis ambientais brasileiras, destaca-se a Política

Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, com vistas

a reduzir a produção e descarte de resíduos sólidos no meio ambiente, estruturar sistemas de

coleta seletiva, apoiar projetos de reciclagem, incentivar pesquisas voltadas ao

desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, disseminar a educação ambiental, recuperar áreas

contaminadas, dentre outras18.

Quanto à regulamentação dos parâmetros e diretrizes de lançamento de efluentes em

corpos d’água, a Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), que complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005,

apresenta-se como uma das mais recentes e relevantes atualizações na legislação brasileira de

águas19, 20.

12

A Resolução nº 430/2011 proíbe o despejo direto de efluentes sem o devido tratamento,

tendo que seguir as seguintes condições e padrões: a) pH entre 5 e 9; b) temperatura inferior a

40 ºC; c) materiais sedimentáveis até 1 mL/L em teste de 1 hora; d) vazão máxima de até 1,5

vez a vazão média diária da fonte poluidora; e) óleos minerais até 20 mg/L e óleos vegetais e

gorduras animais até 50 mg/L; f) ausência de materiais flutuantes; g) demanda bioquímica de

oxigênio de 5 dias a 20 ºC. Esta Resolução reforçou os instrumentos de fiscalização e definiu

os valores máximos de lançamento para 21 parâmetros inorgânicos e 10 orgânicos20.

Em consonância com as legislações internacionais e apoiados na Política Nacional de

Recursos Hídricos de 1997 e na Resolução nº 357 da CONAMA de 2005, o Conselho Estadual

de Política Ambiental (COPAM) e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de

Minas Gerais (CERH-MG) publicam a Deliberação Normativa Conjunta nº 1 de 5 de maio de

2008. Dirigida à classificação dos corpos d’água e aos padrões de lançamento de efluentes, esta

iniciativa em âmbito estadual representa um dos principais avanços legais de Minas Gerais. No

que tange à classificação da qualidade das águas, estipulou valores máximos para 54 parâmetros

orgânicos e 33 inorgânicos21.

Na União Europeia a legislação das águas tem como marco legal a Diretiva 98/83/CE,

de 3 de novembro de 1998, que define parâmetros microbiológicos e químicos para se assegurar

a qualidade da água destinada ao consumo humano. E a Diretiva 2000/60/CE, conhecida como

Water Framework Directive (WFD), com vistas a proteger a biota aquática e de preservar e

recuperar a qualidade das águas europeias22, 23.

Dentre as iniciativas da WFD, destaca-se a criação de uma lista inicial de 33 substâncias

perigosas prioritárias, a partir da Decisão 2455/2001/CE, sendo incluídas outras 12 substâncias

com seus respectivos limites máximos em 2013, com a Diretiva 2013/39/UE. Vale ressaltar que

na época muito se discutiu sobre a urgência de se incluir na lista o hormônio natural estradiol,

o hormônio sintético etinilestradiol e o anti-inflamatório não esteroidal diclofenaco24, 25.

Contudo, foram colocados na chamada lista de vigilância, devido à insuficiência de

pesquisas científicas que permitam estabelecer seus limites seguros em matrizes ambientais.

Outro fator que influenciou a decisão do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia

se refere aos elevados investimentos financeiros necessários para a reestruturação das estações

de tratamento, por exemplo, Inglaterra e País de Gales teriam que investir cerca de 56 bilhões

de dólares ao longo de uma década26.

Já nos Estados Unidos, a legislação dirigida à poluição das águas tem como marco legal

o Clean Water Act (CWA) de 1948, cujas determinações lançaram as diretrizes de trabalho do

13

órgão federal que regulamenta os corpos hídricos do país, a Environmental Protection Agency

(EPA) fundada em 1970. Quanto aos parâmetros de qualidade e segurança das águas destinadas

ao consumo humano, o Safe Drinking Water Act (SDWA) de 1974, atualizada em 1996, define

atualmente padrões primários e secundários de contaminantes microbiológicos e inorgânicos26.

Tais padrões estabelecidos pela SDWA são seguidos pela EPA em sua listagem de 88

substâncias que apresentam potenciais riscos à saúde humana, a National Primary Drinking

Water Regulations, publicada em maio de 2009, que estabelece limites de concentrações para

microcontaminantes orgânicos, elementos inorgânicos, microrganismos, desinfetantes,

subprodutos de desinfecção e radionuclídeos27.

Além disso, a EPA possui um programa de monitoramento de contaminantes que não

são abarcados pela legislação, responsável por publicar, regularmente, listas de contaminantes

candidatos a incluírem a listagem dos atuais 88 compostos. Com base em pesquisas científicas,

a lista mais recente aprovada em novembro de 2016, denominada Contaminant Candidate List

4 (CCL 4), abrangeu 97 contaminantes químicos e 12 microbianos, com destaque aos pesticidas,

fármacos, subprodutos de desinfecção, toxinas biológicas etc. É válido ressaltar que a CCL 4

incluiu vários dos micropoluentes orgânicos investigados na presente pesquisa, os hormônios

naturais estrona, estradiol e estriol, o hormônio sintético etinilestradiol e o surfactante 4-

nonilfenol28.

Incentivada pelos recentes avanços nas legislações internacionais, destaca-se a iniciativa

não governamental em âmbito estadual da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e

Ambiental Seção São Paulo (ABES-SP) que publicou, em 2012, o “Guia de potabilidade para

substâncias químicas” com vistas a oferecer aportes técnico-científicos aos órgãos estatais,

entidades privadas e organizações da sociedade civil voltados à segurança das águas destinadas

ao consumo humano, promoção da saúde pública, redução da contaminação e determinação das

substâncias prioritárias para regulamentação29.

Tais esforços da ABES-SP tiveram como objetivo aprimorar os dispositivos de controle

e atualizar as determinações da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da

Saúde, dedicada ao controle da qualidade das águas para consumo humano e que estabelece os

padrões de potabilidade no Brasil30.

A partir de estudos científicos a ABES-SP elaborou uma lista geral de 291 substâncias

identificadas em mananciais do estado de São Paulo, dentre as quais constaram 9 dos 12

microcontaminantes analisados no presente trabalho, com exceção da genfibrozila, naproxeno

e estriol. Entretanto, na lista final que, abrangeu 72 substâncias consideradas prioritárias para

14

regulamentação, foram retirados os 9 compostos aqui investigados, dado o critério de exclusão

dos micropoluentes cuja avaliação de toxidade não indicasse, precisamente, doses de referência

ou parâmetros de qualidade das águas29.

Com a Resolução da Diretoria Colegiada nº 98, de 1º de agosto de 2016, a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atualizou a lista de medicamentos com venda

isenta e sob prescrição médica, com base nos seguintes critérios: a) tempo de comercialização

de pelo menos 10 anos, no mínimo 5 anos sob prescrição no Brasil ou 5 anos sem prescrição

em outros países; b) segurança quanto a reações adversas, intoxicação e interação

medicamentosa e alimentar; c) indicação para tratamento de doenças não graves e com evolução

inexistente ou muito lenta; d) uso por curto período ou conforme previsto na bula; e) manejável

pelo paciente ou cuidador; f) baixo potencial de risco em caso de mal uso ou abuso; g) não

oferecer potencial dependência31, 32.

De acordo com a nova lista de medicamentos publicada pela Instrução Normativa nº 11,

de 29 de setembro de 2016, três anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) receberam

permissão para venda isenta de prescrição: ibuprofeno, naproxeno e cetoprofeno.

2.3 Microcontaminantes de Preocupação Emergente

Conforme recentes pesquisas, a presença de microcontaminantes em meios aquáticos

têm acarretado alterações nesses sistemas, direta e indiretamente, sendo considerado um

problema ambiental de preocupação emergente em âmbito global33-36. Os microcontaminantes

abrangem inúmeras classes de compostos, dentre as classes de produtos farmacêuticos as mais

relatadas na literatura se encontram os analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios, esteroides,

hormônios e reguladores lipídicos37-39.

Os microcontaminantes ou micropoluentes emergentes (MPEs) são compostos

detectados em concentrações muito baixas, em nível traço (µg/L e ng/L). Inicialmente, foram

chamados contaminantes emergentes (Contaminant of Emerging - CE) e, atualmente são

denominados como contaminantes de preocupação emergente (Contaminant of Emerging

Concern –CECs). Por se tratarem de compostos cuja presença e o acúmulo no meio ambiente

se tornaram motivos de preocupação, já que as consequências dessas ocorrências aos seres vivos

e ao meio ambiente não são suficientemente conhecidas. Portanto, identifica-se na atualidade

15

uma expressiva emergência da preocupação com os efeitos da incidência e permanência de tais

compostos nos ecossistemas40-42.

Pesquisas desenvolvidas em vários países têm alertado para a existência destes

microcontaminantes em diferentes matrizes ambientais, como águas superficiais, subterrâneas

e comercializadas43-47, esgotos bruto e tratado4, 48, 49, lodo, solos e sedimentos50. A maioria dos

compostos é detectada em baixas concentrações, o que leva a interpretações errôneas que

desconsideram seus efeitos prejudiciais à biota. Afinal, geralmente são executados um número

limitado de testes, restritos a poucas espécies, por períodos de exposição relativamente baixos

e as análises se dirigem aos microcontaminantes isoladamente, isto é, negligenciam sua

interação com outros fatores que constituem sistemas complexos, como organismos e

ecossistemas37.

Especialistas de variadas áreas do conhecimento científico dirigem a atenção para os

potenciais riscos à saúde humana, à biodiversidade e ao ciclo de vida dos ecossistemas

decorrentes do descarte indevido de contaminantes de preocupação emergente através do esgoto

doméstico, das unidades hospitalares, das atividades agropecuárias, dos efluentes industriais

ou, até mesmo, do lançamento direto nas redes fluviais acarretando a contaminação de solos,

sedimentos, fauna e flora, bem como de águas subterrâneas e superficiais35, 44, 51-54. A FIG.4

evidencia as diversas rotas de contaminação das águas por microcontaminantes.

16

Figura 4 – Possíveis rotas de contaminação das águas por microcontaminantes Fonte: Adaptada de Bila e Dezotti55.

Nos últimos anos tem crescido o número de pesquisas voltadas a este problema

ambiental, mas ainda são escassos os trabalhos sobre monitoramento de águas e sedimentos,

bem como os dados sobre os efeitos e destino destas substâncias e de seus subprodutos no meio

ambiente37. É válido ressaltar que Santos et al. oferecem uma revisão de estudos sobre a

ecotoxicidade de fármacos presentes no meio aquático e seus efeitos negativos em seres vivos56.

Além de afetar a biota e seus ciclos de vida, a persistência de alguns compostos pode, a

médio e longo prazo, causar danos à saúde de forma direta por meio da ingestão e uso de água

contaminada ou indiretamente via cadeia alimentar. Embora os efeitos adversos em seres vivos

ainda sejam pouco estudados, ensaios biológicos possibilitam avaliar a toxicidade das

substâncias, sendo utilizados para complementarem as análises químicas37, 57.

Vários estudos evidenciam alterações nos sistemas aquáticos devido à exposição

contínua de espécies aos hormônios presentes nas águas e ensaios biológicos revelam, por

exemplo, a estrogenicidade de alguns fármacos, como a genfibrozila37, 58, 59. O que se soma aos

resultados expostos por Pontelli, Nunes e Oliveira que demonstram que os desreguladores

endócrinos presentes nas águas, em especial o bisfenol A, estão associados a diversos

17

distúrbios, tais como diabetes, déficit de atenção, hipotireoidismo, autismo, problemas

respiratórios e, principalmente, obesidade60.

Para presente pesquisa foram delimitados três grupos de microcontaminantes orgânicos:

anti-inflamatórios, reguladores lipídicos e desreguladores endócrinos, subdivididos em

estrógenos naturais e xenoestrogênios.

2.3.1 Anti-inflamatórios

São medicamentos utilizados para aliviar os sintomas de dor e os edemas de inflamações

leves e agudas, também são frequentemente receitados para pacientes após cirurgias,

procedimentos odontológicos, cólicas menstruais, enxaqueca, dentre outros tipos de dores.

Existem diversas formulações comercializadas no país, muitas delas não necessitam de

prescrição médica, sendo encontradas na forma de comprimido, solução, gel e injeção61.

Desse modo, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pertencem à classe de

medicamentos mais vendidas no mundo e, frequentemente, reportada em pesquisas científicas

sobre a incidência destes fármacos em amostras ambientais4, 48, 49, 56.

Os AINEs são compostos derivados de ácidos propiônicos, como o naproxeno e o

ibuprofeno, e de ácido acético, como o diclofenaco. Possuem baixos valores de pKa e boa

absorção, pois estabelecem ligações com as proteínas do sangue62.

O mecanismo de ação dos AINEs está na inibição das enzimas chamadas ciclo-

oxigenases (COX-1 e COX-2), responsáveis pela síntese de prostaglandina (PG), substância

que age em resposta a algum estímulo de dor, levando à sensibilização da inflamação presente

no organismo. Apesar de aliviarem sintomas e edemas, não tratam doenças crônicas como

artrite reumatoide (AR), vasculite e nefrite61, 62.

O paracetamol é considerado um anti-inflamatório muito fraco, pois quase não inibe tais

enzimas, sendo seus efeitos mais significativos como antipirético e analgésico, o que se

relaciona com seu considerável consumo e ocorrência em matrizes ambientais61, 62.

Como os anti-inflamatórios não esteroides são utilizados de forma mais contínua e por

um período de tempo mais extenso pela população idosa, alguns efeitos colaterais são

observados com maior recorrência nessa faixa etária, como problemas no sistema

gastrointestinal, medula óssea, fígado, rim, baço e sangue61.

18

Brozinsk et al. encontraram os anti-inflamatórios diclofenaco, ibuprofeno e naproxeno

na bílis de peixes a jusante de uma estação de tratamento de esgoto na Finlândia63. Já Miller et

al. detectaram diclofenaco em crustáceos (Gammarus pulex) do Rio Tâmisa em Londres64. Ao

passo que Aldekoa et al. fizeram uma avaliação sobre a origem e o destino do diclofenaco no

Rio Llobregat em Catalunha (Espanha)65. Além disso, estes medicamentos têm sido

encontrados com frequência em estações de tratamento de esgoto e estudos indicam ineficiência

na remoção em tratamentos convencionais65-68.

Diante do exposto, os AINEs diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno e o analgésico e

antipirético paracetamol foram selecionados para presente pesquisa. É válido reiterar que a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Resolução da Diretoria

Colegiada nº 98, de 1º agosto de 2016, e da Instrução Normativa nº 11, de 29 de setembro de

2016, autorizou a comercialização sem prescrição médica do ibuprofeno e naproxeno. Como a

nova lista de medicamentos foi publicada após a coleta das amostras, tornam-se de grande

relevância pesquisas que avaliem e comparem a presença destes microcontaminantes orgânicos

em matrizes ambientais em períodos anteriores e nos posteriores às determinações da

ANVISA31, 32.

2.3.2 Reguladores Lipídicos

Os reguladores lipídicos correspondem aos medicamentos indicados para regular níveis

séricos elevados de triglicérides e colesterol no sangue. Estes fármacos reduzem drasticamente

a produção de low density lipoprotein (LDL) e também aumentam levemente a produção de

high density lipoprotein (HDL), em cerca de 10%, reduzindo assim os riscos de doenças

cardíacas.

Além disso, elevam a tolerância à glicose e são utilizados para auxiliar nos tratamentos

de diabetes tipo 2. Os fibratos são alguns dos agentes mais importantes desta classe de

medicamentos, porém, seus mecanismos de ação podem variar, o que torna fundamental a

avaliação dos fatores que causaram as alterações de lipoproteínas no sangue61, 62.

Os fibratos não são recomendados para pessoas com problemas de insuficiência renal,

podem ocasionar problemas gastrointestinais, danos no tecido muscular e devem ser evitados

por pacientes alcoólatras que possuam altos níveis de triglicérides no sangue61, 62.

19

Segundo Valcárcel et al., as doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% da

mortalidade humana em escala mundial, o que reflete na comercialização de seus medicamentos

terapêuticos que movimenta anualmente cerca de 70 bilhões de dólares69.

Portanto, trata-se de uma classe de medicamentos também muito relatada em estudos

com matrizes ambientais40, 56. Dentre os diversos compostos que compõem a classe dos

reguladores lipídicos, foi selecionado o medicamento genfibrozila para ser analisado nas

amostras da Bacia do Rio Paraopeba.

2.3.3 Desreguladores Endócrinos

Diversos compostos de origem natural ou sintética são conhecidos como desreguladores

endócrinos, sendo que outras tantas denominações são utilizadas pela comunidade científica,

tais como: perturbadores endócrinos, disruptores endócrinos, interferentes endócrinos, dentre

outros. Já que estas substâncias são capazes de alterar o sistema endócrino de variadas espécies,

conforme constatado por destacados estudos científicos4, 70-72.

Ghiselli e Jardim classificam os mecanismos de ação dos desreguladores endócrinos no

organismo humano em três formas de atuação: i) por imitação de um hormônio natural, ii) por

bloqueio de receptores de hormônios nas células e iii) por alteração na síntese, transporte,

metabolismo e excreção dos hormônios70.

Recentes pesquisas em âmbito nacional e internacional relatam a presença destes

compostos em amostras ambientais e avaliam os potenciais riscos à saúde humana e à biota

aquática associados à exposição continuada35, 58, 72-74.

Além do mais, os desreguladores endócrinos podem ser divididos em duas classes, dos

naturais e dos sintetizados definidos a seguir35.

20

2.3.3.1 Estrógenos Naturais

São hormônios sintetizados a partir do colesterol pelo ovário e placenta e, em menores

proporções, pelos testículos, tecido adiposo, músculos e córtex da suprarrenal. Tais hormônios

são denominados como endógenos, dada sua origem no organismo, ao passo que hormônios

sintéticos produzidos em laboratório correspondem aos exógenos61, 75.

Os três estrógenos mais importantes do sistema reprodutores são estrona, estriol e

estradiol, sendo este último um importante hormônio sexual feminino secretado pelo ovário e

o mais potente deles61, 75.

A absorção dos estrógenos ocorre no trato gastrointestinal e sua metabolização no

fígado, vale salientar que nesses processos os estrógenos naturais são transformados de forma

mais rápida que os sintéticos61.

Suas ações farmacológicas no organismo variam conforme a fase de maturidade sexual

do indivíduo, visto que no período anterior e durante a puberdade promovem o crescimento e o

surgimento de características sexuais secundárias, no caso de mulheres na fase juvenil e adulta

atuam no ciclo menstrual com vistas a regularem o ciclo e/ou prevenirem gravidez. Já entre as

mulheres adultas e idosas contribuem com a prevenção dos sintomas relacionados à menopausa,

além de criarem proteção contra a osteoporose ao evitarem a perda óssea. Além disso, também

são usados para reposição hormonal em casos de insuficiência ovariana primária e secundária61.

Atualmente, existem diversas formulações para pílulas contraceptivas, dentre as quais a

pílula combinada, um estrógeno e uma progesterona, que tem sido muito usada por ser

altamente eficaz e por conter concentrações mais baixas dos hormônios61. Apesar das

concentrações hormonais serem menores nos medicamentos comercializados, os potenciais

riscos à saúde vinculados ao desenvolvimento de câncer, trombose e doenças na vesícula biliar

ainda permanecem preocupantes62.

É válido ressaltar que hormônios naturais, como o estradiol, e sintéticos, como o

etinilestradiol foram detectados nas águas do Rio das Velhas em Minas Gerais, corpo d’água

que, assim como a rede fluvial do Rio Paraopeba, integra a Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco72.

Desse modo, os hormônios naturais selecionados para este estudo foram: estrona,

estradiol e estriol.

21

2.3.3.2 Xenoestrogênios

Por sua vez, os xenoestrogênio são compostos sintetizados e que englobam uma extensa

classe de substâncias, como pesticidas, plastificantes, fungicidas, herbicidas, metais (Cd e Hg),

poliaromáticos, alquilfenóis e hormônios não naturais4, 70.

Refere-se a mais um grupo de microcontaminantes orgânicos frequentemente

investigado pela comunidade científica, já que a maioria destes xenoestrogênios são utilizados

em larga escala. Sua presença tem sido relatada em matrizes ambientais por pesquisas realizadas

em diversos países47, 73, 74, 76-79.

Os xenoestrogênios escolhidos para presente pesquisa foram: o plastificante bisfenol A,

os surfactantes 4-nonilfenol e 4-octilfenol e o hormônio sintético 17 α-etinilestradiol. Vale frisar

que o bisfenol A (BFA), de modo similar aos demais xenoestrogênios, é um composto químico

industrial que apresenta atividade estrogênica, mimetizando hormônios naturais, e

antiestrogênica, inibindo as funções de receptores do organismo62.

2.3.4 Propriedades Físico-Químicas e Comportamento no Meio Ambiente

Tendo em vista os objetivos dessa pesquisa, é de fundamental relevância ter como

orientação analítica e conceitual um conhecimento detalhado de algumas das principais

características físico-químicas dos poluentes orgânicos para entender o comportamento e a

distribuição dos microcontaminantes no meio ambiente80, 81.

A constante de dissociação ácida (pKa) indica a força de um composto ácido em meio

aquoso, sendo seu valor inversamente proporcional à sua acidez. Por exemplo, um fármaco com

pKa maior que 7 possui caráter básico. Se o valor do pH da matriz for menor que o pKa dos

analitos de interesse, a maioria das moléculas estará na sua forma não dissociada, interferindo

em sua solubilidade no meio aquático82, 83.

O coeficiente de partição octanol-água (Kow) é um indicador para lipofilicidade da

substância e exprime a capacidade de bioacumulação. Também pode ser prevista a

hidrofobicidade, o que evidencia maior sorção em sedimentos e menor mobilidade em água. De

modo geral, quando presentes nas matrizes ambientais, as substâncias que apresentam valores

22

de Kow mais elevados tenderão a estarem adsorvidas na matéria orgânica de solos e de

sedimentos. Tais substâncias em contato com seres aquáticos, por exemplo, pela ingestão de

material particulado contaminado, transferem-se para a gordura animal, ocorrendo assim uma

bioacumulação81, 84.

Outra propriedade importante é o coeficiente de distribuição sólido-líquido (Kd) que

avalia se o analito está adsorvido em meio sólido85.

Estas informações sobre cada composto contribuem para elucidação do seu

comportamento em amostras ambientais, no caso da presente pesquisa, nas águas superficiais

da Bacia do Rio Paraopeba. Os compostos investigados estão listados na TAB.3, com suas

respectivas estruturas químicas, propriedades físico-químicas e os seus números de registros

cadastrados no banco de dados da Chemical American Society (CAS).

23

Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (continua)

Compostos Classe Fórmula

molecular

MM

(g/mol) CAS Log Kow pKa

Kd

(mL/g)

Solubilidade

em água

(mg/L)

Estruturas

Ibuprofeno Anti-inflamatório

não esteroide C13H18O2 206,2808 15687-27-1 3,97 4,91 23,6 - 52 21,00

Naproxeno Anti-inflamatório

não esteroide C14H14O3 230,2592 22204-53-1 3,18 4,15 10,8 15,90

Diclofenaco Anti-inflamatório

não esteroide C14H11Cl2NO2 296,1470 15307-86-5 4,51 4,15 42,4 - 88,6 2,37

Paracetamol Analgésico

antipirético C8H9NO2 151,1626 103-90-2 0,46 9,38 42 14,00 x 103

Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.

24

Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (continua)

Compostos Classe Fórmula

molecular

MM

(g/mol) CAS Log Kow pKa

Kd

(mL/g)

Solubilidade

em água

(mg/L)

Estruturas

Genfibrozila Antilipêmico C15H22O3 250,3334 25812-30-0 3,40 - 4,77 4,42 - 11,00

Estrona Hormônio

natural C18H22O2 270,3661 53-16-7 3,13 10,33 244 - 362 30,00

Estradiol Hormônio

natural C18H24O2 272,3820 50-28-2 4,01 10,33 249 - 673 3,60

Etinilestradiol Hormônio

semissintético C20H24O2 296,4034 57-63-6 3,67 10,33 264 - 600 11,30

Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.

25

Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (conclusão)

Compostos Classe Fórmula

molecular

MM

(g/mol) CAS Log Kow pKa

Kd

(mL/g)

Solubilidade

em água

(mg/L)

Estruturas

Estriol Hormônio

natural C18H24O3 288,3814 50-27-1 2,45 10,33 21,38 27,34

Bisfenol A Plastificante C15H16O2 228,2863 80-05-7 3,32 9,6 - 3,00 x 102

4-Octilfenol Surfactante C14H22O 206,3239 1806-26-4 5,66 10,38 - 3,10

4-Nonilfenol Surfactante C15H24O 220,3505 104-40-5 5,76 10,25 - 7,00

Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.

26

2.4 Elementos Inorgânicos

Um elemento inorgânico é reconhecido por proteínas do corpo como essencial ou

tóxico, podendo ser eliminado ou absorvido. São classificados como essenciais os responsáveis

pelo bom funcionamento do organismo, por exemplo, pelo ajuste do pH do sangue, pelo

equilíbrio da pressão osmótica e pela atuação como coenzimas reguladoras do metabolismo

celular90, 91.

Os elementos essenciais podem ser divididos em macrominerais, presentes em maiores

concentrações no organismo, e microminerais, que se encontram em menores quantidades, que

também envolvem os oligoelementos, aqueles cujas concentrações são extremamente baixas91.

A seguir, as Tabelas 4 e 5 exibem alguns micro e macrominerais essenciais e suas respectivas

funções no organismo humano.

Tabela 4 – Principais funções metabólicas dos microminerais

Microminerais Funções Metabólicas

Cr Participa do metabolismo de carboidratos. Auxilia a

manter níveis normais de glicose no sangue.

Cu Síntese de colágeno e elastina. Atua como antioxidante. Responsável

pela formação de hemoglobina, glóbulos vermelhos e enzimas.

Fe Atua no metabolismo celular. Responsável pelo transporte de oxigênio e

de elétrons no sangue. Impede a anemia.

Mn Envolvido na formação dos ossos.

Zn Participa da síntese de proteínas, atua no sistema imunológico e

necessário para funcionamento sensorial normal.

Fonte: Adaptada de Guardia e Garrigues91.

27

Tabela 5 – Principais funções metabólicas dos macrominerais

Macrominerais Funções Metabólicas

Ca Compõe ossos e dentes. Responsável pela coagulação sanguínea e

comunicação intracelular.

K Mantém o volume de fluido dentro e fora das células. Responsável pelo

aumento da pressão sanguínea na presença de excesso de Na.

Mg Compõe ossos e dentes. Mantém equilíbrio ácido-base e sal-água no

organismo. Responsável pelo relaxamento muscular.

Na Mantém o volume de fluido fora das células. Responsável pela contração

muscular.

P Compõe ossos e dentes. Mantém o pH do sangue. Responsável pelo

armazenamento e transferência de energia.

Fonte: Adaptada de Guardia e Garrigues91.

No entanto, em concentrações acima ou abaixo dos níveis necessários para um adequado

desempenho biológico, os micro e macrominerais podem comprometer a saúde tornando-se

tóxicos. Elementos que não são essenciais podem apresentar alta toxicidade e acarretar severos

danos à saúde, cujos efeitos variam conforme o período de exposição e o grau de excesso ou

carência90-92.

Os elementos inorgânicos chegam ao organismo por meio da cadeia alimentar de

vegetais e animais, do consumo de produtos industrializados, da exposição ao ar, solo e

sedimentos poluídos ou não, da ingestão de água tratada ou contaminada, mas cada uma dessas

fontes de incorporação teria um potencial agravante, o risco de apresentarem preocupantes

níveis de metais bioacumulados90, 92, 93.

O descarte contínuo e indevido de produtos químicos no solo, água e ar tem provocado

o acúmulo de metais no meio ambiente e causado impactos nos ecossistemas e nos ciclos de

vida decorrentes da bioacumulação. No Brasil, apenas 12% dos descartes sólidos de centros

urbanos e indústrias passam pelo processo de reciclagem, o restante é descartado em aterros

sanitários, lixões a céu aberto e via efluentes industriais em redes fluviais94.

Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento dos setores industrial, agrícola,

pecuário, minerador e eletroeletrônico, o descarte de elementos inorgânicos, direta ou

indiretamente, no meio ambiente aumentou e, consequentemente, o acúmulo em águas,

28

sedimentos, vegetais, animais etc. Muitos destes elementos são considerados tóxicos dado ao

elevado potencial de bioacumulação em organismos vivos, além de causarem danos à saúde por

exposição imediata ou crônica. Dentre os metais comumente detectados em efluentes

industriais estão o cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, níquel e zinco95, 96.

A contaminação por metais pode ocorrer de diversas formas, estudos como de Mok et

al. revelaram a contaminação de espécies em fazendas de aquicultura na Malásia devido à

exposição a produtos quimioterápicos utilizados para profilaxia ou para tratamento de doenças

nestes sistemas97.

Pesquisas revelam que solos foram contaminados por causa do descarte indevido de

produtos eletrônicos, visto que no Brasil não existe uma coleta seletiva para o lixo eletrônico,

sendo descartados juntamente com o lixo doméstico. Metais advindos destes produtos não

recebem o tratamento devido e permanecem no meio ambiente, podendo afetar os ecossistemas

e a saúde da população local98, 99.

O estudo da presença e exposição aos metais no meio ambiente tem sido objeto de

investigação de cientistas de vários países. Jolly, Islam e Akbar pesquisaram a transferência de

metais presentes em solos agrícolas de Bangladesh100, ao passo que Singh et al. realizaram um

estudo minucioso sobre a segurança no cultivo em solos com elementos traços, abarcando

diversas espécies de plantas e práticas agrícolas101.

Desastres industriais como derramamento de cianeto e outros metais pesados no Rio

Tisza por uma mina de ouro na Romênia (2000) e o rompimento da barragem de uma empresa

de mineração em Minas Gerais, despejando rejeitos no Rio Doce (2015), reforçam a

necessidade de estudos dedicados ao monitoramento das águas e sedimentos e que forneçam

uma avaliação real dos prejuízos ambientais causados pelas empresas, fundamentada em

informações confiáveis que possam orientar os órgãos de fiscalização102, 103.

Devido aos problemas ambientais causados pela crescente acumulação na biota em

escala global, nas últimas décadas, os poluentes inorgânicos têm chamado a atenção dos

governos, entidades privadas e da sociedade civil, sendo cada vez mais objeto de

regulamentação por órgãos nacionais e internacionais dedicados à proteção das águas e dos

ecossistemas em geral.

Vários métodos têm sido relatados na literatura especializada para a remoção destes

elementos inorgânicos do meio aquático através de adsorção, em que diferentes tipos de

adsorvente e bioadsorventes são continuamente testados, por meio de precipitação química,

tecnologia de filtração por membrana, eletroquímica, entre outras95.

29

Diante do exposto, reforça-se a importância da contribuição da presente pesquisa para a

avaliação da presença de elementos inorgânicos na Bacia do Rio Paraopeba/MG.

2.5 Métodos Analíticos

2.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE)

Na década de 70, a extração em fase sólida ou Solid Phase Extraction (SPE) foi

apresentada como uma alternativa às técnicas de extração e concentração de analitos em

matrizes complexas já existentes. Desde então, a SPE tem sido aperfeiçoada e relatada pela

literatura especializada como uma eficiente opção para a determinação de fármacos, hormônios,

pesticidas, plastificantes, produtos enxaguantes, dentre outros poluentes orgânicos (PO) em

diferentes tipos de amostras ambientais66, 104-108.

A SPE é comumente utilizada em substituição a outros métodos analíticos, por exemplo,

por ser considerada superior à extração líquido-líquido (liquid-liquid extract, LLE), posto que

é uma técnica que permite a automação, possui um fator de concentração mais elevado e

necessita de um volume significativamente inferior de solventes orgânicos, com efeito, reduz a

geração de resíduos tóxicos tanto para o operador quanto para o meio ambiente. Além disso,

permite a extração nos próprios locais de coleta, o que otimiza o processo e elimina os custos

com o transporte de grandes volumes de amostra104, 109-114.

A separação do analito de interesse da matriz ocorre de forma semelhante à

cromatografia clássica, sendo que a solução é percolada através de um sólido, fase estacionária,

onde os analitos de interesse ficam retidos. A extração pode ocorrer por diferentes mecanismos,

tais como: adsorção, exclusão por tamanho, partição e troca iônica. Portanto, faz-se necessário

um conhecimento prévio das propriedades físico-químicas dos compostos alvos para que seja

realizada a escolha correta da fase estacionária47, 82, 104, 115-117.

São comercializados cartuchos com diferentes tipos de materiais no recheio e novas

composições são pesquisadas e testadas constantemente, com o intuito de melhorar o processo

e também extrair os mais diversos tipos de moléculas. Avanços na tecnologia do cartucho têm

possibilitado ampliar as áreas para a aplicação da extração em fase sólida118-122.

30

A extração das amostras é feita em cartuchos de extração (tipo seringas) recheados com

um material sólido (fase estacionária). Este tipo de extração demanda alguns procedimentos,

dos quais os quatro principais são:

Condicionamento do cartucho é uma etapa fundamental, pois a passagem do solvente

através da fase estacionária ativa os sítios ligantes e assegura a retenção dos analitos presentes

na amostra. Um detalhe importante é não permitir que o cartucho seque, para isso, o mais

aconselhável é mantê-lo com um pouco do último solvente do condicionamento. Pois caso o

sorvente seque, pode ocorrer trincas no material e gerar caminhos preferenciais, por onde a

amostra tenderá a atravessar, afetando o processo de separação.

A adição da amostra corresponde a uma etapa da extração que requer atenção ao fluxo

de passagem da amostra, que deve ser contínuo, mas não muito rápido. Segundo o protocolo

US EPA Method 1694123, o fluxo deve ser mantido entre 5 a 10 mL/min. Portanto, esta etapa

deve ser controlada, visto que a velocidade não deve sofrer variações e o material de

empacotamento não pode secar durante a extração para que, assim, sejam obtidos resultados

reprodutíveis.

Clean-up é a remoção dos interferentes presentes na matriz e que ficaram retidos na fase

estacionária.

Já a eluição ocorre quando os analitos de interesse são removidos do cartucho pelo

solvente selecionado. Sendo assim, a eluição não deve ser realizada de maneira rápida, pois o

solvente precisa interagir com o analito apara removê-lo, efetiva e satisfatoriamente, da fase

estacionária104, 123, 124.

As etapas de operação na extração em fase sólida estão ilustradas na FIG.5.

31

Figura 5 – Etapas do processo de extração em fase sólida (SPE): a) Condicionamento do

cartucho; b) Extração da amostra; c) Analitos e impurezas retidos no sorvente; d) Clean-up; e)

Eluição dos analitos. Fonte: Elaborada pela autora.

O cartucho utilizado foi Strata-X da Phenomenex® que possui uma fase estacionária

composta por um polímero N-vinilpirrolidona com sítios polares e apolares capazes de interagir

com diferentes grupos de moléculas. A FIG.6 evidencia estes diferentes sítios destacados em

verde.

Figura 6 – Tipos de interações que podem ocorrer entre as substâncias presentes na matriz e os

sítios do sorbente: (A) Ligação π-π; (B) Ligação de Hidrogênio e Interação dipolo-dipolo; (C)

Interações hidrofóbicas. Fonte: Adaptada de Phenomenex®125.

A FIG.6 (A) destaca o anel benzênico que possui pares de elétrons π deslocalizados que

podem interagir com elétrons π presentes na estrutura molecular do analito. A FIG.6 (B) mostra

o grupo amida em que tanto o oxigênio quanto o nitrogênio, elementos muito eletronegativos,

são capazes de realizar ligações de hidrogênio com moléculas de analitos que possuam

32

hidrogênio ligado a outros átomos eletronegativos como: flúor, oxigênio ou nitrogênio. A amida

é um sítio polarizado e que também pode realizar interações do tipo dipolo-dipolo com sítios

polares presentes no analito. Por fim, a região da FIG.6 (C) que é apolar é capaz de realizar

interações hidrofóbicas.

Para o processo de extração é necessário um sistema com pelo menos um manifold com

uma bomba a vácuo, trata-se de sistema comercializado por diversas empresas, contudo,

apresenta um preço elevado que reflete, significativamente, nos custos com insumos de

pesquisa.

Diante disso, pesquisadores do Laboratório de Caracterização Molecular e

Espectrometria de Massas da Universidade Federal de Ouro Preto elaboraram um equipamento

para extração em fase sólida que se destaca pelo baixo custo e pela expressiva repetibilidade.

Seu sistema tem como funcionamento básico a utilização de gás nitrogênio para gerar pressão

positiva dentro do frasco contendo a amostra e para impulsionar a amostra, de forma

ascendente, para o cartucho de extração. A FIG.7 ilustra o aparato desenvolvido por Sanson e

seus colaboradores124.

Figura 7 – Equipamento para extração em fase sólida (SPE) desenvolvido no Laboratório de

Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP Fonte: Elaborada pela autora.

Cartuchos de SPE

Strata-X

N2

Válvula para controle

do fluxo de N2

Amostras

Bomba a vácuo

Manifold

Linhas de N2

Manômetro

33

O sistema permite a extração simultânea de até seis amostras de forma segura, contínua

e prática. O fluxo de N2 é utilizado para gerar uma pressão positiva dentro dos frascos com

amostra, provocando a ascensão do líquido através dos tubos em aço-inox para dentro dos

cartuchos. É possível controlar a pressão do gás pelo manômetro e assim manter constante a

vazão da amostra. A bomba é utilizada, inicialmente, somente para criar vácuo no aparato no

qual a SPE é feita124. Tendo em vista suas várias vantagens, este equipamento foi utilizado na

presente pesquisa para extração simultânea das amostras.

2.5.2 Cromatografia Gasosa Acoplada ao Espectrômetro de Massas (GC-MS)

A junção da cromatografia a gás com a espectrometria de massas tornou-se uma

ferramenta valiosa para a quantificação de elementos traços nos mais diversos tipos de matrizes.

Esta união de técnicas possibilita uma separação mais eficiente de compostos semivoláteis e

voláteis, o que se soma à aprimorada detectabilidade126.

A derivatização é empregada para permitir a análise de compostos pouco voláteis ou

termicamente instáveis na cromatografia gasosa. Apesar de adicionar uma etapa extra no

preparo de amostras, tem se mostrado efetiva para determinações de multirresíduos com

propriedades distintas, ampliando o campo de análises outras áreas da ciência127-129.

A FIG.8 apresenta um esquema simplificado de um cromatógrafo a gás composto pelas

partes fundamentais: gás de arraste, sistema de fluxo, injetor, forno e a coluna capilar, detector

e computador receptor dos dados.

34

Figura 8 – Composição do cromatógrafo a gás: (1) cilindro de gás inerte, (2) injetor, (3) forno,

(4) coluna cromatográfica, (5) detector e (6) computador com registro dos sinais amplificados. Fonte: Adaptada do Manual GC-2010 Gas Chromatograph da Shimadzu130.

O gás de arraste deve ser inerte (argônio, hélio ou nitrogênio) e a escolha deve ser

conforme as orientações do fabricante do equipamento. O equipamento deve ser operado na

faixa de pressão descrita e a pureza exigida para o gás deve ser respeitada para evitar a

incompatibilidade nos sistemas acoplados. Pois, a utilização de gás de pureza inferior ou com

vazamentos podem gerar contaminação e comprometer o desempenho da máquina e,

consequentemente, das análises.

Quanto às modalidades de injeção, pode ser feita tanto no modo split para amostras

concentradas ou desconhecidas, quanto no modo splitless para amostras diluídas.

Já a separação cromatográfica ocorre na coluna capilar, sob aquecimento no forno, onde

os analitos são adsorvidos na fase estacionária e arrastados, de acordo com a volatilidade, até o

detector pela fase móvel contendo gás inerte.

Os métodos mais usuais de ionização para esta técnica são a ionização por elétrons ou

electron ionization (EI), e a ionização química ou chemical ionization (CI). Na ionização por

elétrons as moléculas que eluem da coluna cromatográfica para o compartimento de ionização

são bombardeadas por elétrons com alta energia potencial, resultando na formação de íons e,

em alguns casos, na fragmentação destas espécies iônicas126.

A cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas tem sido uma técnica

muito usada para detectar e quantificar microcontaminantes orgânicos em distintas matrizes

ambientais por pesquisas em âmbito global, África do Sul131, 132, Austrália133, Brasil134-136,

35

China127, Cuba137, Espanha138, 139, Estados Unidos140, 141, Japão142, Marrocos138, Polônia143, 144,

Portugal145 e Tunísia146 são alguns exemplos.

A partir de um levantamento bibliográfico de recentes pesquisas desenvolvidas em

vários países, foi elaborada a TAB.6 que apresenta análises de microcontaminantes orgânicos

de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais utilizando cromatografia gasosa

acoplada à espectrometria de massas, dentre outras técnicas.

36

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

PCT, DCF, EE2

Água de rio

(0,15 L),

Malásia

SPE (Oasis

MCX - 60 mg)

LC–ESI-

MS/MS

10 (PCT), 17 (DCF),

<LD (EE2)

9 (PCT), 10 (DCF),

32 (EE2)

1 (PCT, DCF), 5

(EE2)

Al-Odaini

et al.147

PCT, DCF, EE2

Efluente

urbano (0,10

L), Malásia

SPE (Oasis

MCX - 60 mg)

LC–ESI-

MS/MS

70 (PCT), 217

(DCF), <LD (EE2)

31 (PCT), 33 (DCF),

22(EE2)

1 (PCT, DCF), 5

(EE2)

Al-Odaini

et al.147

E1, E2, EE2, E3

Água de rio

(0,01 L),

Turquia

SPME (argila

IL-MMT)

LC–ESI-

MS/MS

7,53 (E1), 0,10 (E2),

<LD (EE2),

7,33(E3)

0,012 (E1), 0,062

(E2), 0,693 (EE2),

0,018 (E3)

0,041 (E1), 0,205

(E2), 2,310 (EE2),

0,060 (E3)

Aftafa et al.118

E1, E2, EE2, E3,

BFA, 4NF, 4OF

Água de rio (1

L), SP/Brasil

SPE (Oasis

HLB - 500 mg)

LC–ESI-

MS/MS

<LQ (E1), n.d. (E2,

EE2), 1,48-7,7 (E3),

2,76-11,4 (BFA),

1,24 (4NF), <LQ-

1,96 (4OF)

0,1 (E1), 0,2 (E2),

1,0 (EE2), 0,2 (E3),

0,4 (BFA), 0,04

(4NF), 0,04 (4OF)

0,3 (E1), 0,6 (E2),

3,1 (EE2), 0,6 (E3),

1,2 (BFA), 0,1

(4NF), 0,1 (4OF)

Jardim et al.44

E1, E2, EE2, E3,

BFA, 4NF, 4OF

Água potável

(4 L),

SP/Brasil

SPE (Oasis

HLB - 500 mg)

LC–ESI-

MS/MS

n.d. (E1, E2, EE2,

E3), <LQ (BFA,

4NF, OF)

0,1 (E1), 0,2 (E2),

1,0 (EE2), 0,2 (E3),

0,4 (BFA), 0,04

(4NF), 0,04 (4OF)

0,3 (E1), 0,6 (E2),

3,1 (EE2), 0,6 (E3),

1,2 (BFA), 0,1

(4NF), 0,1 (4OF)

Jardim et al.44

Fonte: Elaborada pela autora.

37

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

DCF, IBU, NPX,

PCT, GEN

Água de rio

antes da ETE

(0,20 L),

França

SPE (Oasis

MCX - 60 mg)

LC–ESI-

MS/MS

20-19 (DCF), 6,2-

8,9 (NPX), 8,4-4,1

(IBU), 146-n.d.

(PCT), 0,9-0,3

(GEN)

0,90 (DCF), 0,17

(NPX), 4,40 (IBU),

4,90(PCT), 0,14

(GEN)

- Aminot et al.148

DCF, IBU, NPX,

PCT, GEN

Água de rio

pós ETE (0,20

L), França

SPE (Oasis

MCX - 60 mg)

LC–ESI-

MS/MS

78-98 (DCF), 35-60

(NPX), 14-10

(IBU), 99-n.d.

(PCT), 2,1-6,1

(GEN)

0,90 (DCF), 0,17

(NPX), 4,40 (IBU),

4,90(PCT), 0,14

(GEN)

- Aminot et al.148

DCF, IBU, NPX,

PCT, E2, E3

Água potável

(1,5 L),

Polônia

SPE (Speedisk

H2O-Philic

DVB)

GC-MS

40,0-12,9 (DCF),

37,7-13,4 (NPX),

55,4-41,2(IBU),

89,6-71,0 (PCT),

n.d. (E2, E3)

2,2 (DCF), 1,5

(NPX), 1,4 (IBU),

4,2(PCT), 1,0 (E2),

2,5 (E3)

3,6 (IBU), 12,5

(PCT), 2,4 (DCF),

4,2 (NPX), 3,0 (E2),

6,2 (E3)

Caban et al.149

DCF, E1, E2, EE2

Água de rio e

lago (2,5 L),

Eslovênia

SPE (disco

Atlantic HLB-

L)

GC-MS

Rio: 1,93 (DCF)

Lago: 0,33-2,11

(DCF)

0,131 (E1), 0,12

(E2), 0,463 (EE2),

0,098 (DCF)

0,290 (E1), 1,37

(E2), 0,724 (EE2),

0,119 (DCF)

Cesen e

Heath150

DCF, E1, E2, EE2

Água de mar

(2,5 L),

Eslovênia

SPE (Atlantic

HLB-L- disco

100 mm)

GC-MS 5,69 (DCF)

0,131 (E1), 0,12

(E2), 0,463 (EE2),

0,098 (DCF)

0,290 (E1), 1,37

(E2), 0,724 (EE2),

0,119 (DCF)

Cesen e

Heath150

Fonte: Elaborada pela autora.

38

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

DCF, IBU, NPX,

PCT, GEN

Água de rio

(5,0 L), Suécia

SPE (resina

Amberlite

XAD-2 - 100

mg)

UPLC/Q-

Tof < LD

4 (DCF), 7 (IBU),

12 (NPX), 6 (GEN)

13 (DCF), 23 (IBU),

40 (NPX), 20

(GEN)

Magnér,

Filipovic e

Alsberg151

E1, E2, EE2, E3,

BFA, 4NF, 4OF

Água de rio

(1,0 L), Grécia

SPE (Oasis

HLB -

200 mg)

GC-MS

n.d. (OF, E1, E2,

EE2, E3) 138

(BFA), 277 (4NF)

11,5 (E1), 2,0 (E2),

6,6 (EE2), 3,0 (E3),

2,3 (BFA), 12,3

(4NF), 7,7 (4OF)

37,0 (E1), 6,4 (E2),

21,1 (EE2), 9,5

(E3), 7,2 (BFA),

38,0 (4NF), 24,3

(4OF)

Arditsoglou e

Voutsa152

E1, E2, EE2, E3,

BFA, 4NF, 4OF

Água de rio

pós ETE (1,0

L), Grécia

SPE (Oasis

HLB - 200 mg) GC-MS

n.d. (OF, E1, E2,

EE2, E3), 380

(BFA), 1.900 (4NF)

11,5 (E1), 1,9 (E2),

6,6 (EE2), 3,0 (E3),

2,3 (BFA), 12,3

(4NF), 7,7 (4OF)

37,0 (E1), 6,1 (E2),

21,1 (EE2), 9,5

(E3), 7,2 (BFA),

38,0 (4NF), 24,3

(4OF)

Arditsoglou e

Voutsa152

E1, E2, EE2, E3

Efluente de

ETE (0,1 L),

Espanha

SPE (Florisil -

1 g)

LVI-PTV-

GC–MS

28,0 (E1), 18,0 (E2),

2,1 (EE2), 12,0 (E3)

0,06 (E1), 0,02 (E2),

0,02 (EE2), 0,05

(E3)

- Vallejo et al.153

E1, E2, EE2, E3

Água de rio

(0,1 L),

Espanha

SPE (Oasis

HLB - 200 mg)

LVI-PTV-

GC–MS -

0,07 (E1), 0,05 (E2),

0,04 (EE2), 0,17

(E3)

- Vallejo et al.153

Fonte: Elaborada pela autora.

39

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

E1, E2, EE2

Água da rede

de

abastecimento

(0,1 L), Suécia

HF-MMLLE

(polipropileno

– espessura

fibra 200 μm,

diâmetro 600

μm, tamanho

poro 0,2 μm)

GC-MS n.d. (EE2), 3,0 (E1),

<LQ (E2)

3,0 (E1), 1,6 (E2),

9,0 (EE2)

12,0 (E1), 5,5 (E2),

30,0 (EE2)

Zorita,

Hallgren e

Mathiasson154

CYA, CPZ, CLZ,

HAL, LVP, PRZ,

QTP

Efluente de

ETE (0,05 L),

Portugal

SPE

(Phenomene

Strata-X-C -

200 mg)

GC-MS/MS

n.d. (CYA, CPZ,

HAL, LPV, PRZ,

QTP), 100 (CLZ)

10 (CYA, CLZ,

CPZ, LPV, PRZ,

QTP), 2(HAL)

100 (CYA, CLZ,

CPZ, LPV, PRZ,

QTP), 20 (HAL)

Logarinho

et al.105

DCF, IBU

Água

superficial (1,0

L), Itália

SPE (WCX –

60 mg) GC-MS

n.d. (DCF), 3,0

(IBU)

n.d. (DCF), 3,0

(IBU)

n.d. (DCF), 3,0

(IBU)

Giandomenico

et al.155

DCF, IBU

Água de

torneira (1,0

L), Itália

SPE (WCX -

60 mg) GC-MS

n.d. (DCF), 3,0

(IBU) 0,8-2,8 (DCF, IBU) -

Giandomenico

et al.155

GEN, NPX Água de rio

(1,0 L), China

SPME (fibra

PDMS) GC-MS

n.d. (GEN), 0,10-

15,28 (NPX)

4,13 (GEN), 0,10

(NPX)

1,24 (GEN), 0,34

(NPX) Huang et al.156

Fonte: Elaborada pela autora.

40

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

IBU, NPX, E1, E2

Água de rio

(1,0 L),

SP/Brasil

SPME (fibra

PDMS-DVB) GC-MS

<LQ (IBU, NPX,

E1, E2)

105,0 (IBU), 160,0

(NPX), 160,0 (E1),

95,2 (E2)

500 (IBU), 500

(NPX), 500 (E1),

500 (E2)

Gomes et al.157

E1, E2, EE2

Água de rio

(0,1 L),

Estados Unidos

SPME (fibra

PDMS-DVB)

GCxGC–

ToF/MS <LQ (E1, E2, EE2)

20 (E1), 1.340 (E2),

120 (EE2)

1.200 (E1), 2.100

(E2), 21.000 (EE2) Gomes et al.158

DCF, IBU, NPX,

GEN

Água de rio

(0,05 L),

Singapura

LLE-DSPE (r-

GO-NH2 -

5mg)

GC-MS

110 (DCF), 22

(IBU), 34 (NPX), 61

(GEN)

16 (DCF), 1 (IBU),

7 (NPX), 1 (GEN)

53 (DCF), 5 (IBU),

22(NPX), 4 (GEN)

Naing, Li

e Lee159

E1, E2, EE2

Efluente de

ETE com

lagoas de

estabilização

(0,5 L),

CE/Brasil

SPE (C-18 -

500 mg) GC-MS

Estação chuvosa:

< LD (E1, E2, EE2)

Estação seca: 2080

(E1), 1240 (E2),

<LD (EE2)

48 (E1), 64 (E2),

100 (EE2)

53 (E1), 67 (E2),

250 (EE2) Pessoa et al.160

4NF, BFA

Águas

residuárias (0,1

L), Grécia

SPE (C-18) GC-MS 30-900 (4NF), 140-

1.100 (BFA)

30 (4NF), 140

(BFA) -

Stasinakis

et al.161

Fonte: Elaborada pela autora.

41

Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (conclusão)

Microcontaminantes Matriz/

Localização

Tipo de

extração Técnica

Concentração

(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência

E1, E2, EE2, BFA,

4NF, GEN

Águas

residuárias (1,0

L), Portugal

SPE (Oasis

HLB - 200 mg) GC-MS

2,4-3,7 (E1), 4,9-

10,1 (E2), 4,6-9,1

(EE2), 27,5-110,0

(BFA), 1,5-21,2

(4NF), 88-2.2288

(GEN)

- - Rocha et al.107

E1, E2, BFA, 4NF

Águas

superficial (1,0

L), China

SPE (Oasis

HLB - 500 mg) GC-MS

n.d.-15,6 (E1), n.d.-

2,3 (E2), 12,5-171,5

(BFA), 165,8-

1187,6 (4NF)

- - Wang et al.162

E1, E2, EE2, BFA,

4NF

Efluente de

ETE (1,0 L),

Austrália

SPE (Oasis

HLB -

500 mg)

GC-MS

9,1-32,2 (E1), 1,4-

6,3 (E2), 13-44

(BFA), 614-29,9

(4NF)

- 0,05 (E1, E2, EE2,

BFA, 4NF) Ying et al.163

BFA, 4NF Água mineral

(1,0 L), Grécia LLE (CH2Cl2) GC-MS

4,6-112 (BFA), 7,9

(4NF) 2 até 30 -

Amiridou e

Voutsa164

Fonte: Elaborada pela autora.

42

2.5.3 Efeito Matriz

Interferentes presentes na matriz podem afetar as análises de quantificação por

cromatografia em fase gasosa, gerando resultados acima ou baixo do valor real da amostra.

Um dos estudos pioneiros que retrata, de forma sistemática e detalhada, as principais

causas das alterações dos sinais dos analitos devido à presença de outras substâncias na matriz

em cromatografia gasosa é o trabalho sobre pesticidas organofosforados de Erney, Gillespie,

Gilvydis e Poole, publicado em 1993165.

Os autores verificaram um aumento no sinal para os analitos quando injetados junto com

os constituintes da matriz em relação às injeções em solventes sem interferentes. Uma vez que

a matriz protege os analitos tanto do processo de adsorção nos sítios ativos do insertor (liner)

quanto de degradação pela alta temperatura no injetor pelos compostos mais voláteis, porém

esta proteção não ocorre de forma permanente.

Investigaram o comportamento do analito em duas matrizes distintas e o sinal do analito

foi maior na matriz com maior teor de gordura. Além disso, compararam duas técnicas de

injeção splitless e hot on-column sendo a segunda com menores valores de recuperação. Por

fim, testaram a temperatura do injetor observando que altas temperaturas ocasionaram a

redução das áreas dos analitos devido à degradação térmica e/ou aumento da adsorção nos sítios

ativos do insertor.

Pinho et al.166 apresentou em seu trabalho sobre agrotóxicos vários fatores que podem

causar efeitos de matriz nas análises de amostras complexas por cromatografia gasosa, e

métodos para realizar a correção desses efeitos tornando a quantificação confiável.

Na literatura são reportadas várias alternativas para correção dos efeitos causados por

interferentes presentes nas amostras, tais como: diferentes técnicas de calibração multivariada,

alternativas para a introdução da amostra, sugestões para protetor de analitos, temperatura do

sistema de cromatografia, modos de injeção, tipos de injetor e de insertor. Vale ressaltar que

cada matriz tem sua complexidade e, portanto, deve ser feita uma avaliação das melhores

condições operacionais166-169.

Será apresentada na subseção 5.2.6 a avaliação do efeito de matriz nas amostras da Bacia

do Rio Paraopeba.

43

2.5.4 Derivatização

Para uma efetiva separação na cromatografia gasosa é indispensável que o composto

seja volátil e termicamente estável. Uma vantajosa solução para a análise de moléculas sem

estas propriedades em um cromatógrafo a gás envolve realizar a reação de derivatização. Dessa

forma, substâncias com grupos funcionais capazes de realizarem ligações de hidrogênio entre

si sofrerão a substituição destes sítios altamente polares por grupos apolares tornando-se mais

voláteis78, 157, 170.

A acilação, a alquilação, a condensação e a sililação correspondem a alguns exemplos

de reações utilizadas para derivatização e os reagentes mais comuns são: N,O-

bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida (BSTFA), N-metil-(trimetilsilil)trifluoroacetamida

(MSTFA) e N-(terc-butildimetilsilil)-N-metiltrifluoroacetamida (MTBSTFA). Além disso, o

trimetilclorosilano (TMCS) e o trimetiliodosilano (TMSI), em baixas proporções, são também

usados como catalisadores, conferindo maior eficiência à derivatização78, 171-173.

Algumas condições no processo devem ser controladas, como o tempo de equilíbrio da

reação e a temperatura no aquecimento convencional. Por sua vez, a derivatização assistida por

micro-ondas ou Microwave Assisted Derivatization (MAD) deve ter sua potência otimizada172.

A FIG. 9 representa a reação de substituição (sililação) dos hidrogênios da molécula do

estriol (E3) utilizando o BSTFA como agente doador do grupo silil.

44

Figura 9 – Reação entre o hormônio estriol (E3) e o derivatizante (BSTFA) para sililação das

hidroxilas gerando o composto E3-tri-TMS Fonte: Elaborada pela autora.

A reação de sililação substituiu os hidrogênios dos grupos funcionais (OH) no hormônio

estriol (E3) por grupos silil (SiCH3), gerando um produto com maior massa molar e menor

polaridade, já que as moléculas passam a ter interações do tipo Van der Waals. Assim, o

composto derivatizado possui maior volatilidade, o que contribui para uma melhor separação

cromatográfica.

2.5.5 Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (TXRF)

A análise multielementar de metais tem sido muito demandada por várias áreas tais

como, ambiental, biológica, forense, mineração, arqueologia, análises geológicas e diversos

setores industriais. E a Reflexão Total de Fluorescência de Raios-X (TXRF) tem se mostrado

uma boa opção, pois, permite análise simultânea de vários elementos, análises traços, a

calibração com padrão interno é simples, possui baixos limites de detecção, permite análises de

45

amostras em baixas concentrações (µL ou mg), há redução do ruído de fundo, rapidez na análise

e equipamentos portáteis174-177.

O princípio de funcionamento da fluorescência de raios-X (XRF) baseia-se no fato que

os átomos aos serem irradiados por raios-X emitam radiação de fluorescência. E, na

fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF) os raios-X irradiam a amostra com um

ângulo muito pequeno (0,3 - 0,6 °) causando a reflexão total dos fótons dos elementos

irradiados. Desta forma a análise por esta técnica é viável já que o comprimento de onda e a

energia da fluorescência emitida são características de cada elemento químico.

O preparo da amostra é uma etapa importante para garantia da homogeneidade e

representatividade garantindo a exatidão e a precisão dos resultados175, 178.

A TAB.7 traz algumas referências de estudos voltados a elementos inorgânicos em

matrizes ambientais utilizando a TXRF.

46

Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de elementos inorgânicos em amostras ambientais (continua)

Elementos Matriz Equipamento Padrão

Interno

Concentração

(µg/L) LD (µg/L) Referência

Cr

Águas: mix -

mineral e

torneira (20

mL)

TXRF: tubo de

excitação de W;

detector Si;

voltagem de 50 kV

Y 3 (Cr) 2,0 (Cr) Bahadir et al.179

Cd, Pb

Águas: mar,

rio e esgoto

(20 mL)

TXRF: tubo de

excitação de W;

detector Si;

voltagem de 50 kV

Y Mar: 5,0 (Cd), 12,0 (Pb); Rio: 3,9 (Cd), 7,0

(Pb); Esgoto: 3,4 (Cd), 7,0 (Pb) 1,0 (Cd), 2,1 (Pb) Marguí et al.180

K, Ca, Ti, Cr,

Mn, Fe, Ni, Cu,

Zn, As, Ba

Chorume de

aterro

sanitário

lago (1 mL)

TXRF: tubo de

excitação de Mo;

detector Si;

voltagem de 50 kV

Ga

232 (As), 2700 (Ba), 10100 (Br), 79900

(Ca), 426 (Cr), 28 (Cu), 7100 (Fe), 762000

(K), 944 (Mn), 210 (Ni), 8 (Pb), 5700 (Sr),

715 (Ti), 538 (Zn), 426 (Cr), 944 (Mn),

7100 (Fe), 210 (Ni), 28 (Cu), 538 (Zn),

232 (As), 10100 (Br), 5700 (Sr), 2700

(Ba), 8 (Pb), (Ca), 53 a 780 (Ti), <LD a 18

(Cr), 7 a 23 (Mn), 286 a 1481 (Fe), 1 a 2

(Ni), 3 a 11 (Cu), 2 a 487 (Zn), <LD a 6

(As), 40 a 109 (Ba)

2,3 (As), 29 (Ba),

2,1 (Br), 38 (Ca), 11

(Cr), 3,3 (Cu), 7,3

(Fe), 66 (K), 8,9

(Mn), 3,8 (Ni), 3

(Pb), 1,9 (Sr), 18

(Ti), 2,9 (Zn)

Cataldo174

P, Ca, K, Ti, V,

Cr, Mn, Fe, Co,

Ni, Cu, Zn, Pb,

As, Rb, Sr

Água do mar

(área de

lançamento de

efluente da

cidade)

TXRF: tubo de

excitação de Mo/W;

detector Si;

voltagem de 40 kV

Ga

50,0 (P), 599,5x103 (K), 397,7x103 (Ca),

0,7 (Ti), 2,6 (V), 200,0 (Cr), 17,0 (Mn),

1,9 (Fe), 0,2 (Co), 12,1 (Ni), 5,0 (Cu), 46,3

(Zn), 20,0 (Pb), 3,7 (As), 340,0 (Rb), 390,0

(Sr)

- Yadav e Jha181

Fonte: Elaborada pela autora.

47

Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de elementos inorgânicos em amostras ambientais (conclusão)

Elementos Matriz Equipamento Padrão

Interno

Concentração

(µg/L) LD (µg/L) Referência

P, Ca, K, Ti, V,

Cr, Mn, Fe, Co,

Ni, Cu, Zn, Pb,

As, Rb, Sr

Água do mar

(fluxo médio)

TXRF: tubo de

excitação de Mo/W;

detector Si;

voltagem de 40 kV

Ga

47,0 (P), 583,6x103 (K), 160,3x103 (Ca),

0,5 (Ti), 0,3 (V), 40,0 (Cr), 12,0 (Mn), 1,2

(Fe), 0,2 (Co), 2,0 (Ni), 2,0 (Cu), 29,4

(Zn), 3,6 (Pb), 3,0 (As), 190,0 (Rb), 460,0

(Sr)

- Yadav e Jha181

P, Ca, K, Ti, V,

Cr, Mn, Fe, Co,

Ni, Cu, Zn, Pb,

As, Rb, Sr

Água do mar

(área

industrial)

TXRF: tubo de

excitação de Mo/W;

detector Si;

voltagem de 40 kV

Ga

70,0 (P), 677,8x103 (K), 512,6x103 (Ca),

1,0 (Ti), 2,4 (V), 148,0 (Cr), 20,0 (Mn),

2,3 (Fe), 0,4 (Co), 10,0 (Ni), 10,0 (Cu),

71,2 (Zn), 36,0 (Pb), 5,7 (As), 390,0 (Rb),

530,0 (Sr)

- Yadav e Jha181

K, Ca, Ti, Cr,

Mn, Fe, Ni, Cu,

Zn, As, Ba

Água de lago

(1 L)

TXRF: tubo de

excitação de Mo;

detector Si;

voltagem de 50 kV

Y

655 a 1891 (K), 6256 a 7563 (Ca), 53 a

780 (Ti), <LD a 18 (Cr), 7 a 23 (Mn), 286

a 1481 (Fe), 1 a 2 (Ni), 3 a 11 (Cu), 2 a

487 (Zn), <LD a 6 (As), 40 a 109 (Ba)

- Espinoza-

Quiñones et al.182

Hg

Efluentes:

industrial,

municipal de

tratamento

convencional

e municipal

de wetlands

TXRF: tubo de

excitação de Mo/W;

detector Si;

voltagem de 50 kV

Y Industrial: 18,9 (Hg)

Convencional: n.d. (Hg)

Wetland: n.d. (Hg)

0,7 (Hg) Marguí et al.183

Fonte: Elaborada pela autora.

48

2.6 Validação da Metodologia

Toda medida analítica precisa ter dados confiáveis e precisos e, para assegurar a

consistência das medidas realizadas é necessária a validação do método pretendido para as

análises.

A validação consiste em procedimentos que devem ser adotados segundo protocolos

regulamentados por agências nacionais ou internacionais que objetivam comprovar que o

método proposto é adequado para ser reproduzido.

No Brasil os órgãos responsáveis pela certificação de laboratórios de rotina são a

Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Estes órgãos disponibilizam guias de

validação de metodologias analíticas184-186.

Estes documentos fornecem várias figuras de mérito que devem ser avaliadas para que

a metodologia proposta possa ser aprovada e aplicada na análise de rotina. Vale ressaltar que

estes documentos são baseados em guias de agências internacionais como a Conferência

Internacional em Harmonização (ICH), a Organização Internacional para Padronização (ISO)

e a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Os procedimentos adotados para

validação do método analítico estão descritos nas subseções a seguir.

2.6.1 Seletividade

Demonstra a capacidade do método analítico em medir o analito na presença de

interferentes, ou seja, em uma matriz complexa o analito de interesse deve ser distinguido dos

demais185, 186.

2.6.2 Curva Analítica

49

Demonstra a capacidade do método em fornecer resultados diretamente proporcionais

aos valores de concentrações do analito nas amostradas investigadas185.

2.6.3 Precisão

Avalia a concordância dos dados obtidos de uma sequência de medidas de uma amostra.

A dispersão dos resultados é expressa pelo desvio padrão relativo (RSD) ou coeficiente de

variação (CV) em percentual186.

2.6.4 Exatidão

Corresponde à conformidade dos valores obtidos com o valor real, pode ser realizada

analisando uma amostra de padrão certificada e na ausência dessa deve ser feito o ensaio de

recuperação. Nesses ensaios são preparados no mínimo três níveis de concentrações, todos em

triplicata, totalizando nove amostras dentro do intervalo do modelo de regressão utilizado na

pesquisa185.

2.6.5 Limite de Detecção (LD)

Corresponde ao menor valor de concentração do analito que pode ser detectado na

amostra, isto é, o nível mínimo em que o analito pode ser diferenciado do branco pelo

instrumento184, 185.

Para cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas o limite de detecção é

calculado pela relação sinal/ruído. Em que o valor do limite de detecção (LD) é estimado para

concentrações em que a relação entre o sinal do analito e o sinal do ruído tenha um valor maior

que três184, 185.

50

2.6.6 Limite de Quantificação (LQ)

Corresponde ao menor valor de concentração do analito que pode ser quantificado com

exatidão e precisão admitidas. Deve ser calculado analisando o branco com decrescentes

concentrações do analito até o menor nível em que o analito possa ser identificado e

quantificado com precisão e exatidão aceitáveis. O valor de LQ é estimado para concentrações

em que a relação sinal/ruído seja maior que 10184, 185.

2.6.7 Efeito Matriz

Em matrizes complexas a presença de interferentes pode afetar o sinal do analito e,

portanto, é necessário adicionar o padrão do analito na matriz e avaliar os efeitos nos resultados

dos componentes presentes na matriz.

Nas análises por cromatografia gasosa outros fatores influenciam no processo de

detecção dos compostos, tais como diâmetro da coluna cromatográfica, injetor e o tipo de

detector, conforme foram detalhados na seção 2.5.3.

2.7 Análise Multivariada de Dados

Refere-se a um conjunto de ferramentas estatísticas que visam à compreensão de forma

simplificada de um número elevado de dados. Possibilita correlacionar os resultados sem perder

informação permitindo visualizar a influência das variáveis no conjunto como um todo. A

multivariabilidade está relacionada não só com um grande número de variáveis, mas também

com a variedade de combinações múltiplas entre estes dados187.

Sendo assim, a PCA é um método de análise estatística multivariada que consegue

reduzir o número de variáveis de forma representativa, gerando novas variáveis estatísticas,

sem perder grande parte das informações iniciais. Identificando padrões entre as amostras,

51

reunindo os dados pela semelhança e reforçando as diferenças entre eles, o que contribui com

a interpretação dos resultados187-189.

A análise de componentes principais (PCA) consiste na distribuição das amostras como

pontos em cartesianas no espaço, em que cada cartesiana é representada por valores das

variáveis investigadas, sendo estas variáveis modificadas em outras novas, isto é, variáveis

estatísticas que possuem pesos e combinações lineares, compondo os novos eixos ortogonais

entre si conhecidos como componentes principais190, 191.

O número de componentes principais (CP) corresponde ao número de variáveis

estudadas. Mas são utilizadas as duas primeiras, já que são as mais importantes, pois o primeiro

eixo principal explica a maior variabilidade nas variáveis, o segundo componente explica a

segunda maior variância envolvida. Desse modo, segue até a última componente que menos

possui informações estatísticas do conjunto de dados189, 190.

Outra técnica de análise multivariada utilizada nesta pesquisa, e que complementa a

PCA, é a Análise de Agrupamentos Hierárquica (HCA). Muito útil para se visualizar as

similaridades entre os dados agrupados, posto que nas análises de clusters as amostras são

agrupadas de acordo com seus níveis de similaridade gerando dendrogramas. A HCA

complementa a PCA visto que os gráficos gerados na PCA são bidimensionais e dificultam a

visualização no espaço de alguns grupos192.

Os agrupamentos ou clusters são representados por dendrogramas, isto é, diagramas de

semelhança em que o eixo das abscissas é dado pelo conjunto de amostras e o eixo das

ordenadas expõe o nível de similaridade entre os grupos formados, sendo que quanto menor a

distância entre os dados maior a semelhança190, 191.

Os dendrogramas evidenciam de forma mais clara a semelhança entre as amostras

(formando clusters ou grupos) que, na maioria das vezes, não são visualizadas tão facilmente

no espaço cartesiano nos gráficos gerados pela análise de componentes principais190, 191.

Segundo Moita Neto e Moita (1998)190 as amostras são tidas como pontos no espaço

multidimensional e a distância Euclidiana é uma das maneiras utilizadas para calcular a

distância entre dois pontos próximos e agrupá-los. Estes pontos agrupados serão trocados por

um único ponto que estará situado ao meio da distância entres os pontos que o geraram. O

processo se repete no espaço amostral até ocorrer o agrupamento de todos os pontos em um

único ponto e, assim, estará concluído o dendrograma.

Existem vários pacotes estatísticos que permitem o tratamento dos dados utilizando a

PCA e HCA, no presente trabalho foi utilizado o software Minitab 17.

52

2.8 Análise de Risco

Atualmente, muitos microcontaminantes de preocupação emergente não são

regulamentadas quanto à concentração máxima permitida em corpos hídricos e na água

destinada ao consumo humano. Apesar de estarem ausentes de legislação no Brasil, Estados

Unidos e União Europeia, é relevante ressaltar que o surfactante 4-nonilfenol e os hormônios

estrona, estradiol, etinilestradiol e estriol foram incluídos, em novembro de 2016, na

Contaminant Candidate List da EPA28. O que se soma ao fato de que, em agosto de 2013, por

meio da Diretiva 2013/39/EU, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia

colocaram em uma lista de vigilância o anti-inflamatório diclofenaco e os hormônios estradiol

e etinilestradiol25.

O guia com as Diretrizes para Qualidade da Água Potável (Guidelines for Drinking-

water Quality) da Organização Mundial de Saúde, cuja quarta edição foi publicada em 2011,

fornece orientações para calcular a estimativa de toxicidade relativa à presença de compostos

químicos em água potável. O cálculo considera todo composto que tem como fundamentação

estudos científicos que identificam as doses mínimas causadoras de efeitos adversos a seres

vivos, isto é, o Lowest Observed Adverse Effect Level (LOAEL) observado por testes que

tenham sido realizados, preferencialmente, com dosagens em água potável193.

Vale ressaltar que a extrapolação desses testes para os seres humanos serve como um

alerta ao risco da exposição contínua a determinados compostos84.

53

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo avaliar a ocorrência, nas águas superficiais da Bacia

do Rio Paraopeba em Minas Gerais, de microcontaminantes de preocupação emergente, por

Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (Gas Chromatography Mass

Spectrometry, GC-MS), e de elementos inorgânicos, por Fluorescência de Raios-X por

Reflexão Total (Total Reflection X-ray Fluorescence, TXRF).

As substâncias orgânicas selecionadas foram paracetamol, ibuprofeno, naproxeno,

diclofenaco, genfibrozila, estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, bisfenol A, 4-

octilfenol e 4-nonilfenol. E os elementos inorgânicos foram arsênio, bário, bromo, cálcio,

chumbo, cobre, cromo, estrôncio, ferro, manganês, níquel, potássio, rubídio, titânio, zinco e

níquel.

3.2 Objetivos Específicos

• Otimizar uma metodologia analítica utilizando Cromatografia Gasosa acoplada à

Espectrometria de Massas (Gas Chromatography Mass Spectrometry, GC-MS) para

determinação e quantificação de microcontaminantes de preocupação emergente;

• Analisar elementos inorgânicos por Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (Total

Reflection X-ray Fluorescence, TXRF);

• Estabelecer um método para o preparo das amostras ambientais;

• Validar as metodologias;

• Analisar as amostras da Bacia do Rio Doce/MG com metodologias validadas;

• Tratar os dados obtidos e correlacioná-los com as possíveis fontes de contaminação;

• Avaliar a toxicidade dos compostos encontrados na bacia hidrográfica.

54

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Como procedimento padrão do Laboratório de Caracterização Molecular e

Espectrometria de Massas as vidrarias utilizadas para ensaios e análises por espectrometria de

massas foram lavadas com uma solução 12,5% (v/v) do detergente não iônico Extran®,

enxaguadas e colocadas em repouso numa solução de ácido nítrico 10% por 24 h.

Para análises no TXRF a limpeza das placas deve ser feita com acetona e algodão de

forma delicada para não danificá-las. As placas devem ser colocadas em um suporte próprio

para armazená-las, e seguir a sequência de 3 lavagens sob aquecimento sem ebulição, tendo o

cuidado de enxaguar com água ultrapura entre cada lavagem.

Primeiro mergulhar o suporte com as placas, previamente limpas com acetona, em uma

solução de Extran® a 12,5 % (v/v) durante 5 minutos. Depois em solução de ácido nítrico 10%

(v/v) por 2 horas e finalizar em água ultrapura por 5 minutos. Enxaguar com água ultrapura e

secar em estufa a 80 °C.

4.1 Reagentes, Materiais e Equipamentos

Todos os solventes utilizados nesta pesquisa foram de grau HPLC e os padrões com

pureza entre 97 a 100 %.

• Acetonitrila e metanol (J. T. Backer®), ácido clorídrico (Merck®), hidróxido de amônio

(Synth®), ácido etilenodiaminotetracético tetrasódico dihidratado - Na4EDTA.2H2O

(Fluka®), piridina (Dinâmica®); tolueno (Merck®);

• Kit solução tampão para calibração do pHmetro (Quimis®);

• Padrões: bisfenol A, diclofenaco, estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, 4-

nonilfenol, 4-octilfenol (Sigma-Aldrich®); genfibrozila, ibuprofeno, naproxeno,

paracetamol (Pharma Nostra®); gálio, ítrio (SpecSol®); 4-nonilfenol deuterado (4-n-

nonylphenol-2,3,5,6-d4,OD) (CDN isotopes®) e Material de Referência Certificado

(CRM) para a análise de metais (NIST 1643e);

• Graxa de silicone (Dow Corning®);

• Cartuchos Strata-X (Phenomenex) 500 mg/6 mL;

55

• Papéis de filtro: faixa branca - 25 µm e faixa azul - 8 µm (J.Prolab®) e filtro de fibra de

vidro - 1,2 µm (Sartorius®);

• Banho de ultrassom digital (Kondortech);

• Estufa de secagem e esterelização (FANEM®, modelo 315);

• Balança analítica LIBROR® - 45 SM;

• pHmetro digital (Tecnal®);

• Agitador vortex (VELP Scientifica®);

• Sistema para filtração a vácuo;

• Sistema para a secagem dos extratos em fluxo de N2, confeccionado no laboratório;

• Micropipetas: 5 mL, 1 mL, 200 µL, 100 µL e 10 µL (Eppendorf® e Thermo Scientific

Finnpipett®);

• Frascos de vidro âmbar de 20 mL e de 1L com tampa e batoque em teflon;

• Vials, inserts, tampa e septo de politetrafluoretileno (PTFE)/silicone;

• Capela de fluxo laminar vertical (BSTec®);

• Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas – GC-MS-Shimadzu-QP

2010 – Plus (Shimadzu®), modelo AOC-20i – Shimadzu® com amostrador automático

e controle eletrônico de fluxo;

• Coluna cromatográfica Rtx-5MS Restek - (5 % difenil 95 % metil polisiloxano, 30 m ×

0,25 mm × 0,25 μm);

• Equipamento de Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total S2 PicofoxTM (Bruker®).

4.2 Bacia Hidrográfica em Estudo

A seleção dos 15 pontos de amostragem ao longo da bacia foi feita após avaliação de

parâmetros físico-químicos da série histórica do ano de 2008 até 2014, conforme os relatórios

executivos anuais do IGAM. Tais dados permitiram avaliar a influência das principais fontes

de contaminação identificadas ao longo da Bacia do Rio Paraopeba, classificadas como

atividades antropogênicas ou não.

A FIG.10 mostra os 15 pontos de amostragem ao longo da bacia e os municípios

atendidos.

56

Figura 10 – Mapa da Bacia do Rio Paraopeba com os municípios atendidos e as estações de

amostragem onde foram realizadas as coletas para presente pesquisa Fonte: Adaptada de IGAM9.

57

A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba/MG abrange 48 municípios em Minas Gerais e

possui quatro sistemas de abastecimento de água o que corresponde ao abastecimento de 53%

da região metropolitana de Belo Horizonte. É uma bacia que não apresenta estudos e nem

avaliações da presença de microcontaminantes de preocupação emergente em suas águas

superficiais.

Algumas informações importantes sobre as quinze estações de coleta selecionadas para

amostragem na Bacia do Rio Paraopeba, tais como fontes de contaminação e a classe de

enquadramento de cada corpo d’água, estão apresentadas na TAB.8.

58

Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes de contaminação (continua)

Estação Município Descrição Classe de

Enquadramento Fontes de contaminação

BP022 Cristiano Otoni

Rio Paraopeba a montante de

Cristiano Otoni, próximo à

nascente

Classe 2 Agricultura, Pecuária,

Suinocultura

BP036 Brumadinho Rio Paraopeba na localidade de

Melo Franco Classe 2

Lançamento de esgoto sanitário de

Melo Franco, Agricultura

BP069 Juatuba Ribeirão Serra Azul em Juatuba Classe 1

Esgoto sanitário de Juatuba,

Pecuária, Agricultura, Atividade

Minerária

BP071 Betim e Juatuba Rio Betim próximo de sua foz

no Rio Paraopeba, em Betim Classe 3

Esgoto sanitário de Betim,

Siderurgia, Agricultura

BP073 Betim

Riacho das Pedras ou Ribeirão

das Areias em Betim, a montante

de sua foz no Rio Betim

Classe 2

Agricultura, Tratamento de superfícies

metálicas, Galvanoplastias, Siderurgia,

Esgoto sanitário de Betim,

Atividade Minerária

BP075 Ibirité Córrego Pintado a jusante da

Represa da REGAP Classe 2

Lançamento de esgoto sanitário de

Ibirité

BP079

Congonhas,

Conselheiro Lafaiete

e São Brás do Suaçuí

Rio Paraopeba a montante da foz

do Rio Pequeri, em São Braz do

Suaçuí

Classe 1

Esgoto sanitário de São Braz do

Suaçuí, Agropecuária, Extração de

areia para construção

BP080 Congonhas

Rio Maranhão próximo de sua

foz no Rio Paraopeba, a jusante

da cidade de Congonhas

Classe 2

Esgoto sanitário de Congonhas,

Tratamento de superfícies metálicas,

Galvanoplastia, Agropecuária,

Extração de areia para construção Fonte: Adaptada de IGAM8.

59

Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes de contaminação (conclusão)

Estação Município Descrição Classe de

Enquadramento Fontes de contaminação

BP081 Ibirité Ribeirão Ibirité a jusante do

município de Ibirité. Classe 2

Lançamentos de esgoto sanitário de

Ibirité, Agricultura

BP084 Conselheiro Lafaiete

Rio Maranhão na localidade de

Gagé próximo a Conselheiro

Lafaiete

Classe 2

Esgoto sanitário de Conselheiro

Lafaiete, Laticínios, Extração de

argila, Lavanderias industriais,

Agropecuária, Siderúrgica

BP085 Ibirité Ribeirão Ibirité a jusante da

Represa de Ibirité Classe 2

Lançamento de esgoto sanitário de

Ibirité

BP086 Betim e

Mário Campos

Ribeirão Sarzedo próximo de

sua foz no Rio Paraopeba em

Mário Campos

Classe 2

Esgoto sanitário de Mário

Campos, Avicultura, Abatedouro,

Agricultura, Extração de areia,

Agropecuária, Galvanoplastia

BP088 Betim

Rio Betim a jusante do

Reservatório de Vargem das

Flores em Betim

Classe 1

Lançamento de esgoto sanitário de

Betim, Agricultura,

Galvanoplastia, Pecuária,

Assoreamento

BP096 Brumadinho

Rio Manso próximo de sua

confluência com o Rio

Paraopeba em Brumadinho

Classe 2 Lançamento de esgoto sanitário de

Brumadinho

BP098 Caetanópolis e

Paraopeba

Ribeirão do Cedro próximo de

sua foz no Rio Paraopeba em

Caetanópolis

Classe 2

Esgoto sanitário de Caetanópolis,

Pecuária, Indústria têxtil,

Agricultura, Reciclagem de pneus Fonte: Adaptada de IGAM8.

60

4.3 Coleta e Armazenamento das Amostras

A realização da coleta de amostras teve a colaboração e apoio do Instituto Mineiro de

Gestão das Águas (IGAM) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

Campus CETEC.

Os 15 pontos de coleta das amostras para a presente pesquisa foram os mesmos locais

utilizados pelo IGAM no monitoramento do Programa Águas de Minas e estão apresentados na

TAB.9.

Tabela 9 – Períodos de amostragem e números de amostras coletadas em cada campanha

Campanhas Sigla Período de coleta Número de

amostras coletadas*

Primeira C1 Novembro/2015 15

Segunda C2 Fevereiro/2016 15

Terceira C3 Maio/2016 15

Quarta C4 Agosto/2016 15

* As amostras foram coletas em duplicata.

Para avaliar o efeito da sazonalidade nas amostras as coletas foram realizadas em dois

períodos de seca e dois períodos de chuva. A coleta foi feita trimestralmente em 15 pontos ao

longo da Bacia do Rio Paraopeba sendo a primeira coleta realizada em novembro de 2015 (C1),

a segunda em fevereiro de 2016 (C2), a terceira em abril de 2016 e a quarta em agosto de 2016

(C4). As primeiras coletas foram realizadas no período das águas e as duas últimas no período

de estiagem.

Para a coleta das amostras foram utilizados frascos de vidro âmbar 1L, devidamente

limpos, sendo a coleta realizada em duplicata. Em cada frasco de coleta foram adicionados 10

mL de metanol para eliminar microrganismos e evitar a degradação dos compostos em estudo

presentes na matriz.

Após a coleta as amostras foram refrigeradas e transportadas para o Laboratório de

Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas - UFOP, onde foram preparadas para as

análises.

61

4.4 Preparo das Soluções dos Padrões

A solução estoque dos padrões, das substâncias deste estudo, foi preparada em metanol

na concentração de 1 g/L da qual foram feitas as diluições conforme a necessidade da pesquisa.

As soluções foram armazenadas no freezer em frascos âmbar de 20 mL no período máximo de

30 dias. E o padrão interno (PI) 4-nonilfenol deuterado foi preparado em piridina na

concentração de 600 μg/L.

Os padrões internos para TXRF, gálio e ítrio, foram preparados em água ultrapura com

concentração final de 10 mg/L.

4.5 Preparação das Amostras

Como as concentrações dos compostos da pesquisa são encontradas em níveis traços

nas amostras ambientais, o preparo adequado das amostras é uma etapa fundamental para

posterior detecção e quantificação dos analitos presentes nas amostras. Os procedimentos

adotados para a preparação das amostras estão expostos nas próximas subseções.

Alguns valores dos testes físico-químicos realizados e fornecidos pelo IGAM estão

apresentados no ANEXO A.

4.5.1 Filtração e Ajuste de pH

A etapa da filtração é fundamental, pois evita a colmatação dos cartuchos na SPE com

material suspenso presente nas águas superficiais. A filtração ocorreu de forma sequencial, em

um sistema de filtração a vácuo, em filtros de diferentes tamanhos para a abertura dos poros.

Foram utilizados primeiramente filtros de faixa branca (24 μm) em seguida de faixa azul (8 μm)

e, por último, filtros de fibra de vidro (1,2 μm). O sistema utilizado para filtração das amostras

da Bacia do Rio Paraopeba está apresentado na FIG.11.

62

Figura 11 – Sistema de filtração a vácuo utilizado para filtração das amostras Fonte: Elaborada pela autora.

Após o processo de filtração foram separados 600 µL do filtrado em tubos de Eppendorf

e armazenados sob refrigeração para posterior análise de metais.

Em seguida, foi realizado a etapa de acidificação da solução segundo orientações do

protocolo US EPA Method 1694123. O ajuste de pH de 1L de amostra filtrada para 2,00 ± 0,50 foi

feito com uma solução de HCl 50% (v/v) utilizando um medidor de pH portátil e sob agitação

magnética. Ajustado o pH a amostra foi transferida para o frasco de origem, previamente lavado

com água ultrapura, onde foram adicionados 500 mg de ácido etilenodiaminotetracético

tetrassódico dihidratado (Na4EDTA.2H2O), as amostras foram agitadas e então deixadas em

repouso por no mínimo 2h para estabilizar a solução ácida.

Para análise de metais foram pipetados 100 μL da amostra, reservada anteriormente, e

foram adicionados 5 μL dos padrões internos ítrio e gálio, resultando em uma solução de

concentração final de 454,54 μg/L. A solução foi agitada no vórtex por 30 segundos.

No centro da placa de quartzo foram pipetados 20 μL de uma solução de graxa de silicone

diluída em tolueno e colocada para secagem em capela de fluxo laminar. Posteriormente, foram

adicionados também no centro da placa 10 μL da solução preparada com os padrões internos,

após a secagem na placa seguiu para análise no TXRF.

63

4.5.2 Extração em Fase Sólida (SPE)

Um dos procedimentos mais utilizado no preparo de amostras de matrizes complexas

para isolar e concentrar o analito de interesse é a extração em fase sólida (SPE). Os

procedimentos para execução da SPE são: i) Condicionamento dos cartuchos, ii) Adição da

amostra (extração), iii) Clean-up, iv) Eluição da amostra.

A metodologia utilizada nestas etapas foi uma adaptação de quatro metodologias

descritas na literatura123, 124, 194, 195. Dessa forma, os cartuchos utilizados na extração foram o

Strata-X (Phenomenex) de 500mg de fase estacionária composta de sorvente polimérico N-

vinilpirrolidona que tem capacidade de reter compostos lipofílicos e hidrofílicos.

O condicionamento foi feito na seguinte sequência: 5 mL de acetronitrila, 5 mL de

metanol e por último 5 mL de água ultrapura Milli-Q®. Após a ativação dos sítios ligantes na

fase estacionária através do condicionamento foi então realizada a extração das amostras.

Terminada a etapa do condicionamento, as amostras anteriormente tratadas conforme

item 4.5.1 foram percoladas nos cartuchos sob fluxo aproximado de 5 mL/min que foi

controlado pela vazão no cilindro de N2.

O sistema utilizado para extração das amostras está demonstrado na FIG.12 e representa

um sistema manifold com adaptações, desenvolvido por Sanson et al.124 utilizado para extração

simultânea de várias amostras.

64

Figura 12 – Sistema manifold para extração em série desenvolvido por Sanson et al. Fonte: Elaborada pela autora.

Após a extração foi feita a etapa do clean-up (limpeza dos cartuchos), para eliminar

impurezas presentes e isolar na fase estacionária os analitos de interesse. Para isso, foram

utilizados 10 mL de água ultrapura Milli-Q® com pH ajustado para valor de pH 2 ± 0,5 com

solução HCl 50% (v/v). O vácuo foi aplicado durante cerca de 10 minutos afim de que fosse

retirada o máximo de fase aquosa do cartucho, pois na etapa de eluição a água presente no

cartucho também será eluída e dificultará a etapa de secagem do extrato.

Os eluentes utilizados para eluição das amostras foram: 5 mL de metanol e em seguida

5 mL de acetonitrila. Foi utilizada a bomba de vácuo só para iniciar a eluição, todo restante foi

eluído por gravidade. Os extratos foram recolhidos em frascos âmbar de 20 mL e depois secos

sob fluxo de N2 em um sistema para secagem em série conforme FIG.13.

Cartuchos

Strata-X

Amostras

N2

65

Figura 13 – Sistema para secagem em série dos extratos Fonte: Elaborada pela autora.

A última etapa foi a ressuspensão dos extratos secos em 1 mL de metanol, a soluções

foram agitadas em um vórtex por 30 segundos. Os extratos foram divididos em dois volumes:

400 µL para realização das análises químicas e 600 µL para ensaios biológicos realizados em

outro projeto de pesquisa desenvolvido paralelamente no Laboratório de Caracterização

Molecular e Espectrometria de Massas - UFOP.

Para análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas foram

utilizados 100 µL do extrato puro e para avaliar o efeito de matriz, de cada ponto de

amostragem, foram utilizados 70 µL do extrato acrescidos de 30 µL da solução padrão a 100

µg/L obtendo uma concentração final de 30 µg/L do padrão.

Todas as soluções injetadas no GC-MS foram submetidas ao processo de derivatização

descrito na seção seguinte.

66

4.5.3 Etapa de Derivatização

As reações de derivatização modificam a estrutura de algumas moléculas e permitem

que compostos pouco voláteis e termicamente instáveis possam ser analisados por

cromatografia gasosa, como já foi apresentado na subseção 3.3.4.

Desta forma, 100 µL de cada extrato das amostras, previamente secos com fluxo de N2,

foram ressuspendidos com 75 µL de BSTFA contendo 1% trimetilclorosilano (TCMS) que é

um catalisador para reação e 25 µL de solução de 4-nonilfenol deuterado (padrão interno) em

piridina de concentração final de 150 μg/L, o padrão interno é adicionado para controle da etapa

de derivatização das amostras. O processo de derivatização ocorreu em temperatura controlada

de 80 °C durante 30 minutos. O esquema do procedimento de derivatização está esquematizado

na FIG.14.

Figura 14 – Procedimentos para etapa de derivatização no preparo das amostras para análises

no GC-MS Fonte: Elaborada pela autora.

Após o tempo de reação as amostras foram retiradas da estufa e deixadas na bancada

para resfriamento dos vials e posteriormente foram injetadas no equipamento GC-MS.

80 °C 30

min.

67

4.6 Descrição dos Equipamentos GC-MS e TXRF

Para detecção e quantificação de microcontaminantes orgânicos nas amostras da Bacia

do Rio Paraopeba/MG foi utilizado um cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de

massas da Shimadzu® modelo QP2010S – Plus com amostrador automático, modelo AOC-20i

e controle eletrônico de fluxo. A energia de ionização foi de 70 eV e o volume de injeção de 2

μL.

A FIG.15 ilustra o equipamento GC-MS da Shimadzu utilizado pelos usuários do

Laboratório de Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP para análises

por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas.

Figura 15 – Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas da Shimadzu modelo

QP2010S-Plus, com amostrador automático modelo AOC-20i Fonte: Elaborada pela autora.

A TAB.10 traz as condições para a cromatografia gasosa e para o espectrômetro de

massas otimizadas a partir da pesquisa de Sanson196.

68

Tabela 10 – Condições utilizadas no GC-MS para análises das amostras da pesquisa

Cromatógrafo a gás

Injetor

Modo Splitless

Temperatura 280 °C

Tempo de splitless 0,5 min

Forno da coluna

Coluna capilar Rtx-5MS (30 m × 0,25 mm × 0,25 μm)

Fase estacionária 5% difenil / 95% dimetilpolisiloxano

Rampa de temperatura

50 °C por 1 min; 50 - 100 °C a 25 °C/min;

100 - 300 °C a 15 °C/min; 300 °C durante

5 min

Fase móvel

Gás de arraste Hélio

Modo de controle do fluxo Velocidade linear

Pressão 90,7 kPa

Fluxo total 37,3 mL/min

Fluxo na coluna 1,54 mL/min

Velocidade linear do Hélio 45,0 cm/sec

Razão da divisão 20

Espectrômetro de massas

Modo de ionização Ionização por elétrons

Tipo de analisador de massas Quadrupólo

Voltagem do detector 1,3 kV

Temperatura da fonte de ionização 250 °C

Temperatura da interface 280 °C

Tempo de corte do solvente 5 min

Tempo total 21,33 min

Fonte: Elaborada pela autora.

69

A determinação de elementos inorgânicos foi feita no equipamento de Fluorescência de

Raios-X por Reflexão Total (TXRF) S2 PicofoxTM da Bruker® com detector de Si, tubo de

excitação de Mo, voltagem de 50kV e corrente de 700 μA. O tempo para cada análise foi de

600 s. O equipamento utilizado para as análises está ilustrado na FIG.16.

Figura 16 – Equipamento TXRF S2 PicofoxTM da Bruker® Fonte: Manual do S2 PicofoxTM da Bruker®197.

4.7 Procedimentos Analíticos para Validação

Para assegurar a validade e a confiabilidade do método proposto para este trabalho e

aplicá-lo nas amostras da Bacia foi realizada a validação conforme os seguintes critérios:

seletividade, linearidade, precisão, exatidão, efeito de matriz, limites de detecção e de

quantificação. Os guias que orientaram a validação foram “Guia para validação de métodos

analíticos e bioanalíticos”, conforme a Resolução nº 899, de 29 de maio de 2003, da ANVISA

(2003)185, e “Orientações sobre validação de métodos analíticos” do INMETRO (2011)186,

70

ambos baseados em protocolos internacionais de validação. As etapas para a validação estão

descritas a seguir.

• Seletividade: o espectrômetro de massas é um detector muito seletivo, capaz de fornecer

informações como tempo de retenção (TR) e intensidade relativa dos íons alvo que

distinguem os analitos presentes na amostra; para TXRF as linhas de emissão são

específicas para cada elemento.

• Curvas Analíticas: para construção das curvas analíticas foram preparadas soluções

contendo os padrões em diferentes níveis de concentração variando de 2,5 μg/L a 150 μg/L.

As soluções foram derivatizadas com BSTFA : 1% TMCS e foi adicionado o PI em piridina

de concentração final 150 μg/L na solução.

• Efeito matriz: para avaliação do valor e do tipo de efeito de outros interferentes presentes

nas amostras, foram realizadas injeções duplas com dois tipos de soluções. Uma solução

com 100 μL da amostra pura derivatizada. E uma outra amostra (solução spike) preparada

com 70 μL da amostra original acrescida de 30 μL de solução padrão a 100 μg/L, tendo a

concentração final de padrão de 30 μg/L. Assim, para cada amostra injetada foi realizada

uma segunda injeção da sua respectiva solução spike. Ambas foram derivatizadas.

• Exatidão: realizaram-se os ensaios de recuperação em quatro níveis de concentrações em

triplicata para avaliar os compostos analisados no GC-MS e para TXRF utilizou-se

Material Certificado de Referência (MRC).

• Precisão: indicada pelo coeficiente de variação (CV%) foi realizada para os quatro níveis

de concentração da recuperação para três níveis, em triplicata, da curva utilizada no

método.

• Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ): para análise por GC-MS foi

utilizado software Shimadzu® que permite calcular o LD e o LQ pela relação sinal/ruído

do ponto de menor concentração da curva preparado na matriz. Nas análises por TXRF o

software da Bruker® fornece para cada elemento o limite de detecção que corresponde a

três vezes o valor do desvio padrão. Com os valores dos limites de detecção fornecidos

pelo software do equipamento é possível calcular os valores dos desvios padrão e, então,

determinar os valores dos limites de quantificação que correspondem a dez vezes o valor

do desvio padrão.

71

4.8 Análises das Amostras da Bacia do Rio Paraopeba/MG

Terminada a validação da metodologia, esta foi empregada para determinação de

microcontaminantes orgânicos e inorgânicos nas amostras da Bacia do Rio Paraopeba em

quatro campanhas coletas, em quinze pontos de amostragem, durante dois períodos de seca e

dois períodos de chuva.

Para tratamento estatístico dos dados por análise das componentes principais (PCA) e

análise de agrupamentos hierárquica (HCA) utilizou-se o software Minitab 17.

4.9 Avaliação da Toxicidade dos Microcontaminantes Orgânicos

Atualmente, os microcontaminantes de preocupação emergente tratados nesta pesquisa

não constam entre as substâncias regulamentadas quanto à concentração máxima permitida em

corpos hídricos e na água destinada ao consumo humano.

As equações para calcular a toxicidade dos compostos selecionados foram retiradas do

guia Diretrizes para Qualidade da Água Potável (Guidelines for Drinking-water Quality) da

Organização Mundial de Saúde.

Para determinar uma ingestão diária tolerável (IDT) para o ser humano foi utilizado o

LOAEL do composto e um fator de incerteza (FI) de 103, em que a potência representa os três

fatores a seguir:

I) as variações interespécies;

II) as variações intraespécies;

III) a preocupação com o potencial de carcinogenicidade, o período restrito dos

experimentos ou a limitação de informações sobre a influência do composto em seres vivos193.

A Equação (1) foi utilizada para calcular os valores de IDT dos desreguladores

endócrinos do estudo.

72

IDT = LOAEL

FI Equação (1)

Em que,

LOAEL = dose mínima causadora de efeitos adversos a seres vivos

FI = fator de incerteza

A partir da IDT foi calculado o valor guia (VG) para toxicidade em seres humanos pela

Equação (2).

VG = IDT x PC x F

C Equação (2)

Em que,

IDT = ingestão diária tolerável

PC = peso corporal médio de uma pessoa

F = fração IDT relativa à ingestão de água

C = volume de água ingerida

O guia sugere valores para PC de 60 kg considerando uma pessoa adulta e 5 kg para

bebês, considera também que um adulto consuma em média 2 L de água por dia, enquanto um

bebê consome 750 mL e que apenas 20% da ingestão diária tolerável virá da água contaminada

consumida. Desta maneira, foi possível calcular os limites toleráveis para adultos e bebês.

73

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Definição da Relação Massa/Carga dos íons fragmentos e do Tempo de Retenção dos

Compostos

Os valores da relação m/z e tempo de retenção (TR) de cada analito da pesquisa foram

selecionados com auxílio do software da Shimadzu® e a biblioteca do National Institute of

Standards and Technology (NIST®). Para isto, foi utilizada uma solução padrão a 500 μg/L

contendo PI a 150 μg/L.

Na seleção dos picos de cada composto foram selecionados de dois a três íons nos seus

espectros de massas, sendo o íon mais intenso utilizado para quantificação e os outros para

confirmação. A TAB.11 traz informações sobre as relações m/z, os tempos de retenção

determinados para cada um e seus produtos da derivatização.

Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e

as relações m/z utilizadas na identificação dos compostos por GC-MS (continua)

Composto Produto

derivatizado

Tempo de

retenção (min)

Relação m/z - íon

de quantificação

Relação m/z - íons

de confirmação

IBU IBU-TMS 9,298 160 263; 234

PCT PCT-di-TMS 9,383 206 280; 116; 295

4OF 4OF-TMS 10,732 179 180; 287

4NF 4NF-TMS 11,417 179 292; 277

GEN GEN-TMS 11,521 201 194; 122

NPX NPX-TMS 12,550 185 302; 243

BFA BFA-di-TMS 13,313 357 372; 207; 359

DCF DCF-TMS 13,888 214 242; 309

Fonte: Elaborada pela autora.

74

Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e

as relações m/z utilizadas na identificação compostos por GC-MS (conclusão)

Composto Produto

derivatizado

Tempo de

retenção (min)

Relação m/z - íon

de quantificação

Relação m/z - íons

de confirmação

E1 E1-TMS 15,746 342 257; 218; 244

E2 E2-di-TMS 15,946 416 285; 326

EE2 EE2-di-TMS 16,534 425 300; 285

E3 E3-tri-TMS 17,010 504 311; 345

PI 4-NF deuterado-TMS 11,406 183 296; 281

Fonte: Elaborada pela autora.

5.2 Validação da Metodologia

Para confirmar que a metodologia proposta é adequada para ser aplicada nas amostras

da Bacia do Rio Paraopeba, foi realizada a validação conforme as figuras de mérito descritas a

seguir.

5.2.1 Seletividade

O método cromatográfico com detector de espectrometria de massas é uma técnica

seletiva. Já que a confirmação do analito está relacionada com o tempo de retenção específico

para cada elemento e a confirmação pelo cromatograma de abundância relativa da relação m/z

do íon molecular com seus respectivos fragmentos. As Figuras 17, 18 e 19, correspondentes

aos compostos ibuprofeno, bisfenol A e etinilestradiol, exemplificam como foi realizada a

identificação dos analitos.

75

Figura 17 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a

estrutura do produto IBU-TMS Fonte: Elaborada pela autora.

76

Figura 18 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a

estrutura do produto BFA-di-TMS Fonte: Elaborada pela autora.

77

Figura 19 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a

estrutura do produto EE2-di-TMS Fonte: Elaborada pela autora.

No equipamento TXRF o elemento químico é identificado pela sua linha de emissão, a

FIG.20 ilustra estas linhas de emissão característica de cada um.

78

Figura 20 – Espectro com as linhas de emissão característica dos elementos inorgânicos

estudados Fonte: Elaborada pela autora.

5.2.2 Curva Analítica

Para verificar a linearidade e o ajuste adequado foram preparadas curvas analíticas com

calibração interna utilizando o 4-nonilfenol deuterado como padrão interno. Os modelos de

regressão foram lineares para maioria dos compostos e quadráticas para três deles.

Na TAB.12 estão apresentadas as equações, os coeficientes de determinação (R2) e a

faixa de concentração para cada microcontaminante orgânico deste estudo e, no APÊNDICE A

estão apresentadas as curvas analíticas.

79

Tabela 12 – Equações, coeficientes de determinação (R2) e a faixa de concentração para cada

composto

Composto Equação da Curva R2 Faixa de

Concentração (μg/L )

Ibuprofeno Y = 1022,866x - 0,3611 0,9995 5-150

Paracetamol Y = -304,031x2 + 495,2638x + 3,3397 0,9987 5-150

4-Octilfenol Y = 142,57x + 2,6674 0,9989 5-100

4-Nonilfenol Y = 154,9822x - 4,6736 0,9932 2,5-150

Genfibrozila Y = 365,5853x + 0,6666 0,9995 2,5-150

Naproxeno Y = 626,0296x + 0,6283 0,9975 5-150

Bisfenol A Y = 170,8206x + 0,3794 0,9986 2,5-150

Diclofenaco Y = 1111,248x + 1,9474 0,9926 5-150

Estrona Y = 5953,12x - 7,4952 0,9886 5-150

Estradiol Y = -8572,05x2 + 1932,84x - 0,8104 0,9964 2,5-100

Etinilestradiol Y = -76299,6x2 + 5617,172x - 1,9624 0,9972 2,5-100

Estriol Y = 6950,7x - 2,5307 0,9980 2,5-150

Fonte: Elaborada pela autora.

Todos os coeficientes de determinação (R2) deram valores acima de 0,98, ou seja, mais

de 98% da variação de Y é explicada pela variação de x.

O software SPECTRA da Bruker® do equipamento para análise por TXRF fornece a

concentração de cada elemento inorgânico que é calculada segundo a Equação (3) utilizando

um padrão interno.

80

C𝑖 =CISxN𝑖 x SIS

NISxS𝑖 Equação (3)

Em que,

Ci = concentração do elemento i

CIS = concentração do padrão interno

Ni = número de pulsos do elemento i

SIS = sensibilidade relativa do padrão interno

NIS = número de pulsos do padrão interno

Si = sensibilidade relativa do elemento i

A sensibilidade relativa de um elemento (Si) é a relação entre as sensibilidades do

elemento com a de um padrão interno selecionado. Ela possibilita correções de pequenas

alterações tais como: efeitos de matriz e erros de pipetagem92.

5.2.3 Limite de Detecção e Limite de Quantificação

Os limites de detecção e de quantificação do equipamento foram determinados pela

relação sinal/ruído (S/R) na qual é verificada a menor concentração (concentração limite) em

que o pico do composto se diferencia do pico do branco. Nesta concentração foi calculado o

LD pela relação 3:1 e o LQ pela relação 10:1 com auxílio do software do GC-MS que fornece

os valores de S/N.

Para calcular o limite de detecção do método (LDM) foi necessário considerar o fator

de concentração do processo de extração (FC), a recuperação (R%), o efeito matriz (EM), e os

limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) do instrumento.

O software SPECTRA da Bruker® do TXRF fornece o valor do limite de detecção e o

LQ é calculado como sendo 10 vezes o valor do desvio fornecido na análise pelo equipamento.

Os valores de LD e LQ do método para os microcontaminantes orgânicos estão apresentados

na TAB.13. e para os inorgânicos estão na TAB.14.

81

Tabela 13 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os

microcontaminantes orgânicos

Composto LDM (ng/L) LQM (ng/L)

Ibuprofeno 2,51 8,35

Paracetamol 1,94 6,47

4-Octilfenol 1,08 3,61

4-Nonilfenol 2,82 9,40

Genfibrozila 2,08 6,94

Naproxeno 2,84 9,46

Bisfenol A 3,43 11,43

Diclofenaco 2,18 7,28

Estrona 1,93 6,44

Estradiol 2,13 7,10

Etinilestradiol 3,88 12,92

Estriol 4,31 14,36

Fonte: Elaborada pela autora.

Os resultados são comparáveis com outros trabalhos na literatura, por exemplo, Cesen

e Heath avaliaram águas de rio, mar e lago na Eslovênia, tendo encontrado limites de detecção

utilizando GC-MS de 0,131 ng/L (E1); 1,12 ng/L (E2); 0,463 ng/L (EE2); 0,098 (DCF)150.

Também no contexto esloveno, Caban et al. reportaram valores de 2,2 ng/L (DCF); 1,5 ng/L

(NPX); 1,4 ng/L (IBU); 4,2 ng/L (PCT); 1,0 ng/L (E2) e 2,5 ng/L (E3) em análises por GC-MS

de água de rio149.

No trabalho de Naing, Li e Lee os limites de detecção no GC-MS foram 1,0 ng/L (IBU

e GEN); 7,0 ng/L (NPX) e 16,0 ng/L (DCF) para amostras de água de rio em Singapura159. Ao

passo que para os desreguladores endócrinos, Arditsoglou e Voutsa encontraram os valores de

82

11,5 ng/L (E1); 1,9 ng/L (E2); 6,6 ng/L (EE2); 3,0 ng/L (E3); 2,3 ng/L (BFA); 12,3 ng/L (4NF);

7,7 (4OF) para limites de detecção em água de um rio da Espanha empregando o GC-MS152.

Tabela 14 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os elementos

inorgânicos

Elemento LD (µg/L) LQ (µg/L)

K 33,49 111,63

Ca 25,54 85,13

Cr 7,12 23,73

Mn 5,76 19,20

Ni 3,12 10,40

Fe 4,82 16,07

Cu 1,45 4,83

Zn 2,64 8,80

As 1,91 6,37

Ti 7,8 26,00

Br 1,86 6,20

Sr 2,6 8,67

Ba 23,2 77,33

Rb 1,34 4,47

Pb 1,99 6,63

Fonte: Elaborada pela autora.

O software SPECTRA da Bruker® do TXRF fornece o valor de LD para cada elemento

na análise. A LD corresponde a três vezes o valor do desvio padrão e o valor de LQ equivale a

dez vezes o valor do desvio padrão calculado pela LD.

Dentre os diversos trabalhos divulgados utilizando TXRF, destaca-se a pesquisa de

Cataldo174 que realizou uma análise multielementar, apresentando os seguintes limites de

83

detecção: 2,3 μg/L (As); 29 μg/L (Ba); 2,1 μg/L (Br); 38 μg/L (Ca); 11 μg/L (Cr), 3,3 μg/L

(Cu); 7,3μg/L (Fe); 3 μg/L (Pb); 8,9 μg/L (Mn); 3,8 μg/L (Ni); 66 μg/L (K); 2,6 μg/L (Rb); 1,9

μg/L (Sr); 18 μg/L (Ti) e 2,9 μg/L (Zn). Desse modo, observa-se que tais dados são comparáveis

aos limites encontrados no presente estudo.

5.2.4 Precisão

Para avaliar a precisão do método cromatográfico foram realizadas injeções de soluções

padrão em 3 níveis de concentrações em triplicata. Foram escolhidas três concentrações

utilizadas no método e as análises foram realizadas no mesmo dia, consecutivamente, e de

forma aleatória. A precisão está expressa pelo coeficiente de variação (CV%) na TAB.15.

Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises dos três níveis de concentração para os compostos

estudados (continua)

Composto Concentração (μg/L) CV (%)

Ibuprofeno

5 4,04

75 9,22

150 6,83

Paracetamol

5 5,01

75 4,44

150 9,04

4-Octilfenol

5 9,58

75 9,17

150 7,25

4-Nonilfenol

5 5,92

75 5,02

150 5,94

Fonte: Elaborada pela autora.

84

Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises em três níveis de concentração para os compostos

estudados (conclusão)

Composto Concentração (μg/L) CV (%)

Genfibrozila

5 9,90

75 5,87

150 8,48

Naproxeno

5 8,36

75 8,92

150 9,98

Bisfenol A

5 8,40

75 6,89

150 9,72

Diclofenaco

5 9,79

75 7,81

150 7,14

Estrona

5 5,23

75 6,70

150 11,28

Estradiol

5 9,67

75 3,99

150 5,69

Etinilestradiol

5 7,33

75 7,85

150 2,73

Estriol

5 8,70

75 6,24

150 4,36

Fonte: Elaborada pela autora.

85

Como os valores de (CV%) foram menores que 20% para todos os compostos avaliados,

pode-se afirmar que o método utilizado é preciso185.

Para análises no TXRF foram avaliados os coeficientes dos elementos inorgânicos em

sete replicatas da solução padrão NIST 1643e estão apresentados na TAB.16.

Tabela 16 – Valores dos coeficientes de variação dos elementos inorgânicos estudados

Elemento

Inorgânico

Concentração

(µg/L)

Desvio Padrão

(µg/L) CV (%)

K 1649,10 153,85 9,33

Ca 25919,02 308,05 1,19

Cr 21,02 4,77 22,69

Mn 34,52 4,39 12,72

Fe 111,95 19,72 17,61

Ni 74,65 10,65 14,27

Cu 20,76 2,33 11,24

Zn 139,83 14,98 10,71

As 60,50 8,04 13,29

Sr 253,30 16,32 6,44

Ba 455,23 33,27 7,31

Fonte: Elaborada pela autora.

Os coeficientes obtidos estavam dentro do aceitável e, portanto, o método de

fluorescência de raios – X também se mostrou preciso.

5.2.5 Exatidão

Para avaliar a exatidão do método analítico foram executados os ensaios de recuperação,

que foram realizados em quatro níveis de fortificação: três preparados em triplicata e um em

86

seis replicatas. Também foi realizada a recuperação do branco, amostra sem dopagem, para

verificar a contaminação no processo. As amostras de água utilizadas para fortificação foram

coletadas na Cachoeira da Geladeira, Ouro Preto – MG. As curvas analíticas fornecidas na

Seção 5.2.2. foram utilizadas para calcular a recuperação expressa por R%. Para cada valor de

recuperação (R%) obtido em cada nível de fortificação foi apresentado o seu respectivo

coeficiente de variação (CV%) conforme TAB.17.

Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos

coeficientes de variação (continua)

Composto Concentração

(μg/L )

Recuperação

(%) CV (%)

Valor médio da

recuperação (%) ** N*

Ibuprofeno

10 107,15 1,65

80,32

3

50 102,16 6,97 6

70 61,32 10,93 3

150 50,65 6,55 3

Paracetamol

10 65,95 3,21

55,00

3

50 34,18 3,87 6

70 80,93 0,61 3

150 38,93 27,76* 3

4-Octilfenol

10 86,47 8,55

60,22

3

50 65,23 2,18 6

70 45,41 4,40 3

150 43,77 1,57 3

4-Nonilfenol

10 50,17 7,46

50,30

3

50 49,86 11,81 6

70 60,72 10,60 3

150 40,45 14,07 3

*N - número de replicatas

Fonte: Elaborada pela autora.

87

Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos

coeficientes de variação (continua)

Composto Concentração

(μg/L )

Recuperação

(%) CV (%)

Valor médio da

recuperação (%) ** N*

Genfibrozila

10 78,49 3,70 71,06 3

50 93,83 8,33 6

70 56,55 3,28 3

150 55,37 7,51 3

Naproxeno

10 83,81 8,94 77,64 3

50 123,93 14,79 6

70 43,93 1,68 3

150 58,88 9,73 3

Bisfenol A

10 68,03 8,79

77,10

3

50 146,28 7,78 6

70 42,31 12,99 3

150 51,80 4,45 3

Diclofenaco

10 89,79 6,39

63,22

3

50 95,03 4,25 6

70 20,74 3,51 3

150 47,33 10,36 3

Estrona

10 44,70 6,26

50,00

3

50 82,97 13,32 6

70 21,52 10,86 3

150 50,82 8,88 3

Estradiol

10 58,88 12,52

49,07

3

50 78,50 14,95 6

70 20,79 8,33 3

150 38,12 11,33 3

*N - número de replicatas

Fonte: Elaborada pela autora.

88

Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos

coeficientes de variação (conclusão)

Composto Concentração

(μg/L )

Recuperação

(%) CV (%)

Valor médio da

recuperação (%) ** N*

Etinilestradiol

10 64,80 7,29

52,59

3

50 78,86 10,03 6

70 19,11 9,14 3

150 47,57 14,48 3

Estriol

10 46,11 13,82

46,23

3

50 83,72 10,53 6

70 17,58 9,28 3

150 37,53 13,54 3

*N - número de replicatas

Fonte: Elaborada pela autora.

O coeficiente de variação da maioria dos compostos está adequado com o valor limite

da ANVISA185 de 20%.

O paracetamol apresentou um valor de CV um pouco acima de 20% para o nível de

recuperação de maior concentração.

Como as amostras são preparadas em triplicata o desvio um pouco acima do aceitável

remete a algum erro ocorrido durante o preparado de uma das triplicatas, um outro fator que

pode ter contribuído para este desvio é a complexidade da matriz em que interferentes presentes

de forma não homogênea interferiram no resultado final da análise.

Pelos valores apresentados na TAB.17 observou-se uma tendência na diminuição da

recuperação com o aumento da concentração. O que se pode supor que a matriz não estava

isenta de outros compostos. E, com o aumento da concentração dos analitos nos níveis mais

altos de fortificação, somados aos outros compostos já presentes na matriz, houve a saturação

dos sítios do cartucho durante o processo de extração em fase sólida (SPE).

Os dados obtidos também são compatíveis com outras metodologias descritas na

literatura. Magnér, Filipovic e Alsberg reportam valores de 38% (NPX e DCF), 63% (IBU),

64% (GEN) em pesquisa realizada em água de rio próximo a efluente de ETE151.

Para os desreguladores endócrinos 4NF, 4OF, BFA, E1e E2 a faixa de recuperação foi

de 76-119% no trabalho de Wang et al. nas águas de rio na China162. Na pesquisa de Kuster et

al. observa-se a recuperação de 70% para o hormônio estriol (E3) e 89% para EE2 no estudo

89

da Bacia do Rio Llobregat, na Espanha198. Já para o analgésico e antipirético paracetamol

(PCT), Conley et al. obtiveram 53% de recuperação em análises de amostras do Rio Tennessee,

EUA199.

Para avaliar a exatidão das análises no TXRF foi utilizada a solução padrão NIST 1643e

e comparados os valores determinados no equipamento com os valores reportados pelo

fabricante.

Os resultados encontrados e o desvio relativo calculado estão indicados na TAB.18.

Tabela 18 - Valores das concentrações dos elementos inorgânicos no padrão NIST 1643, pelo

fabricante e pelo equipamento utilizado para presente pesquisa

CRM - NIST 1643e CRM - NIST 1643e - TXRF

Elemento

Inorgânico

Concentração

(µg/L)

Desvio

Padrão

(µg/L)

Concentração

(µg/L)

Desvio

Padrão

(µg/L)

Desvio

Relativo

(%)

K 2034 29 1649,10 153,85 18,92

Ca 32300 1100 25919,02 308,05 19,76

Cr 19,9 0,23 21,02 4,77 5,61

Mn 38,97 0,45 34,52 4,39 11,41

Fe 98,1 1,4 111,95 19,72 14,12

Ni 62,41 0,69 74,65 10,65 19,61

Cu 22,76 0,31 20,76 2,33 8,79

Zn 78,5 2,2 139,83 14,98 78,13

As 60,45 0,72 60,50 8,04 0,08

Sr 323,1 3,6 253,30 16,32 21,60

Ba 544,2 5,8 455,23 33,27 16,35

Fonte: Elaborada pela autora.

90

O método foi exato para quase todos os compostos, apenas os elementos estrôncio e

zinco apresentaram valores acima de 20%.

5.2.6 Avaliação e Correção do Efeito Matriz

Para a avaliação do valor e do tipo de efeito que outros interferentes presentes nas

amostras podem causar no sinal do analito, foram realizadas injeções de 2 tipos de soluções.

Uma com 100 μL da amostra pura derivatizada e a outra com 70 μL da amostra e 30 μL de

solução padrão de concentração final de 30 μg/L conhecida como solução.

Alguns desses efeitos de matriz estão demonstrados na TAB.19 onde se observa efeitos

tanto de supressão quanto de aumento do sinal ocorridos pela presença de outros componentes

na matriz da amostra analisada. O cálculo do efeito matriz é apresentado pela Equação (4).

EM =(A𝑠𝑝𝑖𝑘𝑒−0,7 x Aamostra)

A padrão 30 ppb Equação (4)

Em que,

EM = Efeito Matriz

Aspike = área da solução spike

Aamostra = área da amostra pura

Apadrão de 30 ppb = área da solução padrão de 30 μg/L

Quando o valor do efeito de matriz (EM) é maior do que 1, tem-se um indicativo de que

houve um efeito aumentativo no sinal, ao passo que quando é menor do que 1, trata-se de um

efeito supressivo no sinal.

Conforme exemplos indicados na TAB.19, abrangendo quatro compostos em três

pontos de coleta, evidencia-se que as amostras analisadas apresentaram consideráveis valores

de efeito de matriz tanto de aumento quanto de supressão no sinal.

91

Tabela 19 – Valores de efeito de matriz para os compostos ibuprofeno, paracetamol, 4-

octilfenol e estrona nos pontos de coleta BP022, BP073 e BP081

Composto Ponto de coleta Campanha Valor do Efeito

de Matriz Efeito no sinal

Ibuprofeno

BP022 C2 0,74 Supressão de

26%

BP073 C3 2,60 Aumento de

160%

BP081 C4 3,38 Aumento de

238%

Paracetamol

BP022 C1 1,45 Aumento de

45%

BP073 C4 3,87 Aumento de

287%

BP081 C2 0,33 Supressão de

67%

4-Octilfenol

BP022 C3 0,77 Supressão de

23%

BP073 C1 0,75 Supressão de

25%

BP081 C2 1,41 Aumento de

41%

Estrona

BP022 C1 0,71 Supressão de

29%

BP073 C4 0,23 Supressão de

77%

BP081 C3 0,52 Supressão de

48%

Fonte: Elaborada pela autora.

É possível observar que o ponto de coleta BP022, nas diferentes campanhas, apresentou

valores de efeito de matriz mais baixos que os demais, visto que se encontra em uma área mais

preservada, próximo à nascente do Rio Paraopeba a montante do município de Cristiano Otoni,

com uma população de cerca de 4,3 mil habitantes, cujas principais fontes de contaminação

correspondem à agricultura, pecuária e suinocultura em pequena escala.

Já os pontos de coleta BP073 e BP081 se destacaram com valores de efeito de matriz

mais elevados, indicando uma maior presença de interferentes na análise das amostras. Essa

tendência pode ser compreendida por ambos estarem situados em áreas pouco preservadas, mais

urbanizadas e populosas, além de revelarem uma geração de expressivos volumes de efluentes

industriais, agrícolas e de esgoto doméstico não tratado. O que se conjuga ao fato dos valores

de efeito de matriz terem se acentuado nas campanhas do período da seca, isto é, C3 e C4.

92

As amostras concernentes ao ponto de coleta BP081 se encontram no Ribeirão Ibirité a

jusante do município de Ibirité, com cerca de 170 mil residentes, sendo que a maior parte dos

contaminantes provém de atividades agrícolas e do precário esgotamento sanitário, onde 96%

dos habitantes não contam com sistema de tratamento, dos quais 16% não possuem nem mesmo

coleta de esgoto.

Por sua vez, o ponto de coleta BP073 se situa no Ribeirão das Areias, também chamado

Riacho das Pedras, a jusante do município de Betim, um proeminente centro urbano e industrial

da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com uma população superior a 400 mil habitantes.

Desse modo, trata-se de um receptor de diversas fontes de contaminação oriundas da mineração,

siderurgia, galvanoplastia, fabricação de peças automotivas, produção de papel, tratamento de

superfícies metálicas, refino de petróleo, agricultura e do esgoto sanitário, visto que 23% da

população não têm acesso a um sistema de coleta e tratamento.

É válido frisar que os níveis de qualidade ruim e muito ruim deste corpo de água de

Betim, mensurados a partir da média anual do IQA, têm sido salientados nas séries históricas,

relativas à última década, acerca da qualidade das águas superficiais de Minas Gerais publicadas

pelo IGAM14.

Outro fato que pode ser observado comparando os resultados apresentados na TAB.19

é que compostos mais voláteis, como paracetamol e ibuprofeno, apresentaram valores mais

altos para o efeito matriz que compostos um pouco menos voláteis como 4-octilfenol e a

estrona. Isto pode ser explicado pela maior possibilidade de degradação térmica ou de adsorção

nos sítios ativos do liner por compostos de alta volatilidade vaporizados no injetor quando

preparados em solvente puro. Desse modo, ocorre um aumento do sinal quando injetados com

a matriz, em que os interferentes presentes competem com o analito no processo de adsorção,

permitindo que uma maior quantidade de analito seja transferida para a coluna

cromatográfica166.

5.3 Avaliação dos Microcontaminantes Orgânicos e Elementos Inorgânicos

Após a metodologia ser desenvolvida e validada, foi realizada a avaliação da presença

dos microcontaminantes orgânicos e elementos inorgânicos nas águas da Bacia do Rio

Paraopeba/MG. Foram avaliados 15 pontos de coleta em 4 campanhas amostrais realizadas

93

trimestralmente: novembro/2015 (C1), fevereiro/2016 (C2), maio/2016 (C3) e agosto/2016

(C4).

A distribuição temporal foi escolhida com o intuito de observar variações referentes ao

período das águas (C1 e C2) e ao período de estiagem (C3 e C4). Para melhor compreensão dos

resultados obtidos em cada ponto de coleta nas diferentes campanhas foi utilizado os dados de

distribuição de chuva (SNIRH-ANA, 2016) apresentados na TAB.20.

Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (continua)

Ponto de coleta Campanha Precipitação média

mensal (mm)

Caracterização do

período

BP022

C1 64,70 Chuvoso

C2 305,00

C3 50,50 Estiagem

C4 0,00

BP036

C1 57,70 Chuvoso

C2 381,60

C3 24,29 Estiagem

C4 0,00

BP069

C1 49,70 Chuvoso

C2 438,30

C3 28,80 Estiagem

C4 0,00

BP071

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

BP073

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas

(SNIRH-ANA)200.

94

Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (continua)

Ponto de coleta Campanha Precipitação média

mensal (mm)

Caracterização do

período

BP075

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

BP079

C1 64,70 Chuvoso

C2 305,00

C3 50,50 Estiagem

C4 0,00

BP080

C1 74,00 Chuvoso

C2 340,60

C3 51,70 Estiagem

C4 0,00

BP081

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

BP084

C1 64,70 Chuvoso

C2 305,00

C3 50,50 Estiagem

C4 0,00

BP085

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas

(SNIRH-ANA)200.

95

Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (conclusão)

Ponto de coleta Campanha Precipitação média

mensal (mm)

Caracterização do

período

BP086

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

BP088

C1 85,70 Chuvoso

C2 345,60

C3 25,20 Estiagem

C4 0,00

BP096

C1 57,70 Chuvoso

C2 381,60

C3 24,29 Estiagem

C4 0,00

BP098

C1 96,70 Chuvoso

C2 411,70

C3 53,20 Estiagem

C4 0,00

Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas

(SNIRH-ANA)200.

Observa-se que a segunda campanha realizada em fevereiro de 2016 (C2) correspondeu

ao período com os maiores índices pluviométricos, ao passo que a quarta campanha em agosto

de 2016 (C4) não registrou nenhuma precipitação em todos os 15 pontos de coleta.

As ocorrências dos microcontaminantes orgânicos nas 60 amostras analisadas estão

expostas de forma geral na FIG.21 e as concentrações máximas e mínimas por cada composto

estão apresentadas na FIG.22.

96

Figura 21 – Gráfico de frequência relativa dos microcontaminantes orgânicos identificados por

GC-MS em um total de 60 amostras Fonte: Elaborado pela autora.

Pela FIG.21 percebe-se que todos os compostos orgânicos estudados nesta pesquisa

foram detectados nas águas superficiais da Bacia do Rio Paraopeba. O composto com menor

ocorrência foi o hormônio sintético 17α-etinilestradiol (15%), já o plastificante bisfenol-A foi

o mais frequente nas amostras (96,67%). O AINE com maior detectabilidade foi o naproxeno

(86,67%), o hormônio natural mais frequente foi a estrona em 81,67% e o fármaco genfibrozila

estava presente em 65% das amostras.

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Bisfenol-A

Naproxeno

Estrona

Genfibrozila

Ibuprofeno

Paracetamol

4-Nonilfenol

Estradiol

Estriol

4-Octilfenol

Diclofenaco

Etinilestradiol

96,67

86,67

81,67

65,00

61,67

60,00

50,00

48,33

45,00

35,00

30,00

15,00

Frequência (%)

Com

post

os

org

ânic

os

97

Figura 22 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos identificados por GC-MS com seus respectivos pontos de amostragem Fonte: Elaborado pela autora.

O gráfico acima (FIG.22) mostra os valores máximos e mínimos das concentrações

determinadas para cada composto orgânico e seus respectivos pontos de amostragem e

campanhas em que foram realizadas as coletas.

Os três anti-inflamatórios não esteroidais estudados estão entre os maiores valores

encontrados para as concentrações máximas, dentre as quais o ibuprofeno apresentou a maior

concentração com 1,68 ng/L. Enquanto que o naproxeno e o diclofenaco apresentaram 938,44

ng/L e 561,01 ng/L, respectivamente.

A amostra do ponto BP086 realizada em novembro de 2015 (C1) foi a que apresentou a

maior concentração de ibuprofeno. Tal ponto está localizado no Ribeirão Sarzedo, próximo aos

municípios de Betim e Mário Campos. Esta estação possui despejo de esgoto sanitário de Mário

Campos, com uma população de aproximadamente 13,4 mil habitantes e que não conta com

sistema de tratamento, portanto, pode ser considerada a principal via de contaminação pelo

medicamento encontrado. Conforme a TAB. 20 é possível observar que, apesar da coleta ter

sido feita em período chuvoso, a primeira campanha teve um índice de chuva muito menor em

1,00

10,00

100,00

1000,00

10000,00

BP

036

-C4

BP

086

-C1

BP

081

-C1

BP

084

-C3

BP

022

-C3

BP

081

-C4

BP

073

-C2

BP

080

-C2

BP

036

-C1

BP

071

-C4

BP

022

-C1

BP

081

-C2

BP

084

-C1

BP

069

-C1

BP

022

-C1

BP

071

-C4

BP

085

-C4

BP

073

-C4

BP

036

-C3

BP

073

-C4

BP

085

-C4

BP

071

-C4

BP

022

-C4

BP

073

-C4

IBU PCT 4-OF 4-NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 EE2 E3

5,57

1683,91

2,75

204,85

3,65

225,69

3,39

103,19

2,70

229,12

4,47

938,44

5,84

1587,76

6,29

561,01

5,54

978,40

3,55

65,34

10,29

91,72

5,56

991,03

Conce

ntr

ações

( n

g/L

)

Compostos e seus respectivos pontos de amostragem

98

relação à campanha seguinte. Ademais, cabe frisar que este medicamento foi encontrado em

67% das amostras.

No caso do naproxeno, presente em 30% das amostras, o maior nível de concentração

apareceu no ponto de coleta BP081 da segunda campanha amostrada no Rio Ibirité, a jusante

da cidade de Ibirité, com mais de 169,5 mil habitantes e que também não possui sistema de

tratamento de esgoto.

A concentração máxima do diclofenaco ocorreu no ponto de amostragem BP071 da

quarta campanha, situado no Rio Betim próximo de sua foz no Rio Paraopeba. É um local que

recebe esgoto sanitário de Betim, município que se destaca pela crescente urbanização,

diversidade do setor industrial e numerosa população, com cerca de 403,5 mil habitantes.

Já o analgésico e antipirético paracetamol apareceu em 60% das amostras, sendo que

sua concentração máxima foi de 204,85 ng/L na terceira campanha, período de baixo índice

pluviométrico, no ponto de coleta BP084. Localizado no Rio Maranhão próximo à cidade de

Conselheiro Lafaiete, com cerca de 117,8 mil habitantes, cujo lançamento de esgoto sanitário

municipal encena como a maior fonte de contaminação, visto que apenas 38% dos efluentes

recebem tratamento convencional.

Os xenoestrogênios 4-octilfenol, 4-nonilfenol e o bisfenol A tiveram uma variação de

35 a 96,67% de ocorrência nas amostras e as concentrações mais elevadas foram 225,69 ng/L,

103,19 ng/L e 1,59 μg/L, respectivamente. O microcontaminante 4-octilfenol foi encontrado de

forma mais expressiva na campanha 04, período de estiagem, na estação situada no Ribeirão

Ibirité. Este corpo d’água recebe lançamentos de esgoto da cidade de Ibirité, que não oferece

nenhum tipo de tratamento, e de outra expressiva via de contaminação que são os efluentes da

produção agrícola difundida na região.

A maior concentração detectada do surfactante 4-nonilfenol foi coletada, em período

chuvoso, no Rio Maranhão a jusante do município de Congonhas. Esta amostra referente à

segunda campanha do ponto BP080 é receptora do esgoto sanitário de Congonhas, cidade com

pouco mais de 50 mil habitantes, não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário, o que se

soma a outras fontes de contaminação oriundas dos setores agropecuário e industrial, como a

galvanoplastia vinculada à metalurgia e à construção civil, o tratamento de superfícies metálicas

e a extração de areia.

No Ribeirão Serra Azul, localizado no município de Juatuba, foi identificada a maior

concentração do plastificante bisfenol A, especificamente, na primeira campanha do ponto de

coleta BP069. Cidade de pequeno porte com cerca de 23,8 mil habitantes, Juatuba apresenta

99

como suas principais fontes de contaminação as atividades agrícolas, pecuárias e minerárias,

bem como o despejo de esgoto sanitário municipal, visto que somente 9% passam por algum

tipo de tratamento.

Para o regulador de lipídeos, genfibrozila, a concentração máxima encontrada foi de

229,12 ng/L na quarta campanha da estação de coleta BP071. Este ponto de amostragem na

região de Betim e Juatuba está no Rio Betim, próximo à sua foz no Rio Paraopeba. É válido

ressaltar que o Rio Betim foi enquadrado pelo IGAM na classe 3, posto que recebe efluentes

tratados e não tratados provenientes da indústria siderúrgica, da vasta agricultura e do elevado

volume de esgoto sanitário de Betim.

Por fim, os hormônios naturais estrona, estradiol e estriol, junto ao hormônio sintético

etinilestradiol, tiveram uma frequência de 15 a 87% do total de amostras, e as concentrações

mais altas encontradas foram na quarta campanha dos pontos de amostragem BP071 e BP073,

respectivamente, 978,40 ng/L (E1), 65,34 ng/L (E2), 991,03 ng/L (E3) e 91,72 ng/L (EE2).

Sendo que as concentrações máximas dos hormônios naturais foram todas detectadas em um

mesmo ponto, BP073, situado no Ribeirão das Areias a montante de sua foz no Rio Betim, e do

sintético no ponto BP071, localizado no Rio Betim próximo a sua foz no Rio Paraopeba. Em

decorrência da proximidade geográfica, observa-se que em ambas as estações as expressivas

fontes de contaminação apresentam similaridades e interligações. Afinal, juntas são receptoras

do lançamento de esgoto sanitário de Betim, de resíduos agrícolas, minerários e de efluentes

industriais vinculados à siderurgia, galvanoplastia, tratamento de superfícies metálicas.

Com vistas a comparar e melhor elucidar os resultados encontrados, são enfatizadas a

seguir diversas pesquisas realizadas em matrizes ambientais, tanto em corpos d’água no Brasil

quanto em outros países. É válido ressaltar que, apesar de se tratar do mesmo tipo de matriz, a

complexidade das amostras é imensurável.

Gorga et al.73 investigaram a ocorrência de desreguladores endócrinos nos rios Ebro,

Llobregat, Júcar e Guadalquivir, na Espanha, e encontraram as concentrações máximas de 7,3

ng/L para estrona (E1), 9,3 ng/L para estradiol (E2), 7,2 ng/L para etinilestradiol (EE2), 13 ng/L

para estrio (E3), 85 ng/L para 4-octilfenol (4OF), 1546 ng/L para 4-nonilfenol (4NF) e 649 ng/L

para bisfenol A (BFA). Concentrações que se distinguem das detectadas por Brix et al.201 que

monitoraram a Bacia do Rio Llobregat, na Espanha, tendo identificado os valores máximos de

6,11 μg/L para 4-nonilfenol (4NF) e 2,43 μg/L para 4-octilfenol (4OF).

Em outra pesquisa também realizada em rios da Península Ibérica, particularmente, em

Portugal, Jonkers et al.202 encontraram bisfenol A (BFA) e 4-octilfenol (4OF) a 5,4 ng/L e 1,7

100

ng/L, respctivamente, no Rio Águeda e na foz do Rio Vouga, localizados na região de Ria de

Aveiro. Já nos rios Casler e Antua, Portugal, os autores detectaram bisfenol A (BFA) entre 23–

683 ng/L e 4-octilfenol (4OF) entre 56–233 ng /L.

Por sua vez, Padhye et al.203 avaliaram o comportamento de vários microcontaminantes

orgânicos no início e no final de uma estação de tratamento de água nos Estados Unidos. Com

efeito, foi possível identificar paracetamol a 19,2 ng/L, bisfenol A a 75,1 ng/L, 4-nonilfenol a

185,6 ng/L e os AINEs diclofenaco a 255,7 ng/L, ibuprofeno a 132,9 ng/L e naproxeno a 9,2

ng/L na entrada da estação. Já na saída foram detectados: 14,8 ng/L de BFA; 9,4 ng/L de DCF;

10,2 ng/L de IBU; 5,1 ng/L de NPX e 60,6 ng/L.

Na China, a pesquisa de Lei et al.204 que dirigiu a rios da região de Tianjin, tendo

identificado concentrações máximas para os hormônios estrona (E1) de 55,3 ng/L, estradiol

(E2) de 32,4 ng/L, estriol (E3) de 46,4 ng/L e etinilestradiol (EE2) de 35,6 ng/L. Enquanto que

em Singapura, Bayen et al.80 detectaram em água de mar os microcontaminantes genfibrozila

() e ibuprofeno (IBU) na faixa de 0,09-19,8 ng/L e 2,2-9,1 ng/L respectivamente.

Ao passo que no Brasil, merece destaque os resultados encontrados por Moreira et al.72,

visto que detectaram estrógenos naturais e xenoestrogênios nas águas Rio das Velhas em Minas

Gerais. As concentrações máximas encontradas foram 62,6 ng/L para estradiol (E2), 63,8 ng/L

para etinilestradiol (EE2), 168,3 ng/L para bisfenol A (BFA) e 1.435,3 ng/L para 4-nonilfenol

(4NF).

Diante dos expressivos resultados encontrados nesta pesquisa e dos dados publicados

sobre os corpos d’água em diversos países, reforça-se, ainda mais, a pertinência acadêmica e

ambiental de estudos dedicados à determinação da presença dos microcontaminantes de

preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais.

As ocorrências dos elementos inorgânicos nas 60 amostras analisadas estão expostas de

forma geral na FIG.23 e as concentrações máximas e mínimas por cada elemento estão

apresentadas na FIG.24.

101

Figura 23 – Gráfico de frequência relativa dos elementos inorgânicos identificados por TXRF

em um total de 60 amostras Fonte: Elaborado pela autora.

Os elementos inorgânicos de maior detectabilidade foram cálcio (Ca) e potássio (K)

detectados em todas as amostras, seguidos pelo ferro (Fe) em 98,33%, por zinco (Zn) e

manganês (Mn) que apareceram em 85%. Os elementos arsênio (As), chumbo (Pb), cromo (Cr)

e cobre (Cu) não estão na FIG.23, pois foram detectados em baixas concentrações e apenas na

primeira campanha da amostra BP022.

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Cálcio

Potássio

Ferro

Zinco

Manganês

Estrôncio

Bromo

Rubídio

Titânio

Níquel

Bário

100,00

100,00

98,33

85,00

85,00

63,33

58,33

16,67

8,33

6,67

3,33

Frequência

Ele

men

tos

inorg

ânic

os

102

Figura 24 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos elementos inorgânicos

identificados por TXRF com seus respectivos pontos de amostragem Fonte: Elaborado pela autora.

O ponto de coleta de destaque foi o BP075 em sua primeira campanha, situado no

Córrego Pintado após a Represa da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) em Ibirité, visto que

despontou com as concentrações máximas de cinco dos onze elementos inorgânicos. Com 45,51

μg/L de cálcio (Ca) e 12,72 μg/L de potássio (K), além de bário (Ba) a 209,74 ng/L, bromo (Br)

a 688,27 ng/L e estrôncio (Sr) a 858,84 ng/L

É relevante ressaltar que, diferentemente dos microcontaminantes orgânicos cujas

maiores ocorrências predominaram nas campanhas do período de estiagem, os inorgânicos

apresentaram concentrações mais altas nos períodos chuvosos. Afinal, os elementos

inorgânicos tendem a estar em sedimentos ou em sólidos suspensos de forma adsorvida ou

absorvida84.

Enquanto que as concentrações mínimas tenderam a aparecer no período seco,

principalmente na quarta campanha que não registrou precipitação em nenhum de seus pontos

de amostragem.

Essa tendência das concentrações mais expressivas pode ser observada não apenas na

estação BP075 em Ibirité, mas também na BP022 próxima à nascente do Rio Paraopeba em

Cristiano Otoni, na BP036 no Rio Paraopeba em Brumadinho, na BP080 no Rio Maranhão em

1,00

10,00

100,00

1000,00

10000,00

100000,00

BP

02

2-C

1

BP

07

5-C

1

BP

07

1-C

3

BP

02

2-C

1

BP

02

2-C

4

BP

07

5-C

1

BP

07

1-C

4

BP

07

5-C

1

BP

07

1-C

4

BP

03

6-C

2

BP

07

9-C

3

BP

08

0-C

2

BP

02

2-C

1

BP

09

6-C

1

BP

08

0-C

4

BP

08

6-C

2

BP

08

8-C

4

BP

07

5-C

1

BP

08

0-C

4

BP

08

0-C

1

PB

07

9-C

4

BP

07

5-C

1

Ba Zn Ca K Fe Mn Ni Ti Br Rb Sr

52,96

209,74

1,84

130,41

272,92

49513,35

66,12

12718,65

2,37

2664,29

4,50

2510,94

4,71

52,67

2,74

158,58

1,32

688,27

1,60

18,65

1,17

858,84

Conce

ntr

ações

g/L

)

Elementos inorgânicos seus respectivos pontos de amostragem

103

Congonhas, na BP086 no Ribeirão Sarzedo em Betim e Mário Campos, e na BP096 no Rio

Manso em Brumadinho.

Na pesquisa realizada por Quaresma205 foram detectados potássio (8,7 mg/L), cálcio

(34,55 mg/L), ferro (6,43 mg/L), titânio (0,84 mg/L), manganês (0,68 mg/L), zinco (0,27 mg/L),

bário (0,18 mg/L), bromo (0,12 mg/L), estrôncio 0,11 mg/L, cromo (0,69 mg/L), cobre (0,019

mg/L), níquel (0,015 mg/L) e arsênio (0,013 mg/L) ao longo da Bacia do Rio Doce, no estado

de Minas Gerais. Ressalta-se que, em comparação com a Bacia do Rio Paraopeba, a Bacia do

Rio Doce apresenta melhores índices de qualidades das águas.

No contexto brasileiro, Espinoza-Quiñones et al.182 encontraram no Rio Toledo,

localizado no estado do Paraná, concentrações máximas de potássio a 27,44 mg/L, cálcio a

44,63 mg/L, ferro a 80,87 mg/L, titânio a 1,173 mg/L; manganês a 0,19 mg/L, bário a 0,17

mg/L, zinco a 0,155 mg/L, estrôncio a 0,14 mg/L, cobre a 0,10 mg/L e cromo a 0,03 mg/L.

Já na Espanha, Marguí et al.206 avaliaram comparativamente os efluentes de duas

indústrias, uma metalúrgica e outra de curtume, após tratamento nas estações das empresas. Na

metalúrgica encontraram 430 µg/L de ferro, 230 µg/L de níquel, 310 µg/L de cobre e 620 µg/L

de zinco. Enquanto que na de curtume os valores máximos reportados foram 450 µg/L para

ferro, 370 µg/L para cobre e 260 µg/L para zinco. Vale frisar que as amostras fornecidas para

pesquisa foram coletas por profissionais contratados pelas empresas.

Na Itália, Cataldo174 detectou em lixiviado de aterro sanitário altas concentrações de

vários elementos inorgânicos, tais como potássio (762 mg/L), cálcio (79,9 mg/L), bromo (10,1

mg/L), ferro (7,1 mg/L), rubídio (7,1 mg/L), estrôncio (5,7 mg/L), bário (2,7 mg/L), manganês

(0,944 mg/L), titânio (0,715 mg/L), zinco (0,538 mg/L), cromo (0,426 mg/L), arsênio (0,232

mg/L), níquel (0,21 mg/L), cobre (0,028 mg/L) e chumbo (0,008 mg/L).

Quando comparados com estudos em corpos hídricos nacionais e internacionais, os

elementos inorgânicos detectados na presente pesquisa apresentam, em grande medida, níveis

de concentrações e ocorrências mais expressivas. Evidenciando a falta de preservação das águas

dessa bacia e alertando para potenciais fontes de contaminação de suas águas subterrâneas.

É possível observar que os níveis de concentração dos elementos potássio (K), cálcio

(Ca), ferro (Fe), manganês (Mn) e níquel (Ni) são os mais significativos diante da maioria dos

trabalhos utilizados para a comparação. Sendo que as concentrações de ferro (Fe), manganês

(Mn) e níquel (Ni) ultrapassam os limites estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta

nº 1, de 5 de maio de 2008, do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) e o Conselho

Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais (CERH-MG)21. A TAB. 21 traz os

104

valores máximos fixados pela Deliberação Normativa Conjunta nº 1, de 5 de maio de 2008 para

os elementos ferro, manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água.

Tabela 21 - Valores máximos fixados pela Deliberação Normativa Conjunta nº 1 para ferro,

manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água

Classe Parâmetros Valor Máximo (mg/L)

1 e 2

Ferro dissolvido 0,300

Manganês total 0,100

Níquel total 0,025

3

Ferro dissolvido 5,000

Manganês total 0,500

Níquel total 0,025

Fonte: Adaptada da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG N.º 1, de 5 de maio de 2008.

As águas dos três pontos de coleta em que ocorreram as concentrações máximas para

Fe (BP036), Mn (BP080) e Ni (BP096) são de classe 2. Essas águas, segundo Deliberação

Normativa Conjunta nº 1, são destinadas para recreação, para preservação de espécies aquáticas

e, depois de receber tratamento, para abastecimento público.

Foram realizadas análises estatísticas descritivas multivariadas para estimar a

similaridade entre os resultados encontrados das estações de amostragem e os períodos de

coletas, sendo utilizada a Análise de Componentes Principais (PCA) para agrupar e exibir estes

resultados. Desse modo, os resultados das análises dos microcontaminantes orgânicos e

elementos inorgânicos foram utilizados conjuntamente em cada ponto de amostragem.

Com base nos dados gerados pela PCA é possível prever fatores que influenciaram nos

agrupamentos das amostras e entender como os conjuntos foram associados. Os gráficos de

escores, loadings ou pesos e os dendrogramas obtidos nos tratamentos estatísticos estão

representados a seguir.

105

Figura 25 – Gráfico de escores da PCA para os compostos orgânicos das amostras da Bacia

do Rio Paraopeba Fonte: Elaborada pela autora.

No gráfico de escores a primeira componente principal explica 35,2% da variância total

e a segunda componente principal representa 13,3%, sendo que quatro componentes principais

foram capazes de explicar 70,5 % da variabilidade envolvida nos dados.

A maioria das amostras se concentra em um mesmo ponto (marcado com círculo azul

no gráfico) e as amostras das campanhas 3 (C3) e 4 (C4) foram as que mostraram maior

dispersão pelo gráfico.

Sendo as amostras BP071, BP073 e BP081, todas referentes à quarta campanha, de

agosto de 2016, as que mais se destacaram dentre as demais amostras dispersas e estão

destacadas no gráfico pelos círculos laranja e verde.

Pela análise da distribuição dos pontos é possível observar que as estações BP071 e

BP073 possuem similaridade. A primeira é referente ao Rio Betim (classe 3) e a segunda foi

coletada no Riacho das Pedras (classe 2) que tem sua foz no Rio Betim, o que contribui com a

elucidação da referida similaridade. Ambas recebem esgoto sanitário da cidade de Betim, e

como a estação BP071 está a jusante da cidade, corresponde a um ponto que acumula maior

volume de despejo de esgoto doméstico, tratado e não tratado, e que concentra variados tipos

de efluentes industriais e agrícolas.

106

A situação de baixa qualidade hídrica e alta contaminação do ponto de amostragem

BP071 é corroborada pela maior quantidade de microcontaminantes orgânicos detectados no

período de estiagem e, por isso, encena como o ponto mais afastado das duas componentes.

Ao passo que o ponto BP081 também se destacou em relação às demais estações de

coleta, aparecendo na parte inferior do eixo 0 da componente principal 2. Essa estação de coleta

está localizada no Ribeirão Ibirité a jusante da cidade de Ibirité, cuja qualidade de suas águas

foi enquadrada na classe 2 pelo IGAM, e trata-se do principal destino do esgoto bruto e dos

resíduos da agricultura local.

Figura 26 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos orgânicos Fonte: Elaborada pela autora.

De acordo com a distribuição da PCA apresentada na FIG.26 acima, identifica-se que

foram agrupados três hormônios naturais, estrona, estradiol e estriol, bem como o analgésico e

antipirético paracetamol. Refletindo o fato de que suas concentrações máximas foram todas

encontradas na mesma amostra, na quarta campanha do ponto BP073. Localizado no Riacho

das Pedras, também chamado Ribeirão das Areias, que deságua no Rio Betim. Essa tendência

reflete as condições precárias de qualidade dos corpos d’água próximos ao município de Betim,

0,40,30,20,10,0

0,3

0,2

0,1

0,0

-0,1

-0,2

-0,3

-0,4

-0,5

-0,6

Componente Principal 1 (35,2%)

Co

mp

on

en

te P

rin

cip

al

2 (

13

,3%

) E3

EE2

E2E1

DCF

BFA

NPX

GEN

4-NF

4OF

PCT

IBU

107

receptores de um alto volume de seus efluentes domésticos, industriais e agrícolas que, na

maioria das vezes, não recebem tratamento ou passam por procedimentos insuficientes.

Sobressai também o agrupamento formado pelo antilipêmico genfibrozila, pelo anti-

inflamatório não esteroidal diclofenaco e pelo hormônio sintético etinilestradiol, cujas maiores

concentrações foram observadas no mesmo ponto de amostragem, a quarta campanha do ponto

BP071. Vale salientar que a amostra foi coletada no Rio Betim, próximo de sua foz no Rio

Paraopeba, ou seja, a jusante da desembocadura do Riacho dos Pedras. Assim como seu

afluente, o Rio Betim, que percorre a região dos municípios de Betim e Juatuba, é alvo de várias

fontes de contaminação, por exemplo, o esgoto sanitário de Betim, atividades agrícolas e

efluentes de indústrias siderúrgicas, sendo suas águas enquadradas na classe 3 pelo IGAM.

Além disso, o surfactante 4-octilfenol, o anti-inflamatório não esteroidal naproxeno e o

plastificante bisfenol A foram agrupados na distribuição da PCA, com destaque à amostra

BP081 em sua quarta campanha. Acompanhando a tendência dos pontos de amostragem

discutidos acima, BP073 e BP071, o BP081 também apresentou concentrações mais elevadas

no período de estiagem. O ponto de coleta está no Ribeirão Ibirité, a jusante do munícipio de

Ibirité, tendo como principais fontes de contaminação o despejo do esgoto municipal, visto que

96% não recebem tratamento, e os resíduos provenientes de sua diversificada agricultura, com

destaque às plantações de tomate, cebola, feijão, milho, cana-de-açúcar etc.

Como o gráfico fornecido na FIG. 26 é unidimensional, os agrupamentos (marcados nas

cores roxa, bordô e verde) entre os compostos por similaridades não fica tão evidente. Para uma

melhor visualização da distribuição espacial entre as componentes 1 e 2 foi realizada a Análise

de Clusters com distância euclidiana como medida da similaridade, conforme a FIG.27.

108

Figura 27 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos compostos orgânicos Fonte: Elaborada pela autora.

Dessa forma, foi possível visualizar que três microcontaminantes orgânicos, isto é, o

anti-inflamatório não esteroidal diclofenaco (DCF), o antilipêmico genfibrozila (GEN) e o

hormônio sintético etinilestradiol (EE2) foram agrupados, indicando influência significativa no

ponto BP071. Esse agrupamento representa um forte indicativo de contaminação por esgoto

sanitário, já que é formado por três medicamentos de uso comumente humano.

Isidori et al.59 relatam a estrogenicidade para o composto genfibrozila, que foi agrupado

ao hormônio sintético etinilestradiol no HCA.

É interessante observar, ainda, que os hormônios naturais estrona (E1), estradiol (E2) e

estriol (E3) foram agrupados e que a estrona e o estriol, que são subprodutos do estradiol, foram

agrupados diretamente. Ademais, estes subgrupos estão associados ao paracetamol e são

responsáveis pela variabilidade na amostra BP073, destino de um considerável volume de

esgoto sanitário, de resíduos de produção agrícola e de efluentes industriais.

Já o grupo que abrange dois desreguladores endócrinos, o plastificante bisfenol A (BFA)

e o surfactante octilfenol (4OF), mais o anti-inflamatório não esteroidal naproxeno, está

vinculado ao ponto BP081. Área que se distingue pela contaminação, majoritariamente, via

lançamento de esgoto não tratado e atividades agrícolas diversificadas. Fato que justifica a

109

associação entre os dois desreguladores endócrinos e o AINE, já que são compostos que, além

do frequente uso doméstico e industrial, estão presentes em produtos e insumos agropecuários

que possuem anuência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) –

conforme Instrução Normativa nº 40, de 30 de junho de 2008, atualizada em 25 de fevereiro de

2009207.

Para os elementos inorgânicos também foi realizada análise multivariada e os resultados

estão apresentados na FIG.28 a seguir.

Figura 28 – Gráfico de escores da PCA para os compostos inorgânicos das amostras Fonte: Elaborada pela autora.

Por meio da análise multivariada demonstra-se que a componente principal 1 explica

42,2% da variância dos dados envolvidos e a segunda componente principal, 18,7%. Para este

sistema 3 componentes são capazes de explicar 72,2% da variabilidade total.

Observa-se que a distribuição amostral se mostrou predominante nas duas primeiras

campanhas, ou seja, no período das águas. O que se justifica pelo fato das chuvas revolverem

o fundo dos rios e lagos, aumentarem suas vazões e ressuspenderem aqueles elementos que

podem ter precipitado. Outro fato recorrente é a lixiviação do solo pelas águas das chuvas, o

z

v

z

v

110

que contribui, de forma significativa, para a maior ocorrência destes elementos inorgânicos nas

águas superficiais.

Conforme representado na FIG.28, a maioria das amostras estão agrupadas (marcação

azul no gráfico), revelando um comportamento semelhante no que tange à presença dos

elementos inorgânicos. No entanto, os pontos de coleta BP036 na segunda campanha (C2),

BP075 nas duas primeiras (C1 e C2), BP080 na segunda (C2) e BP088 na primeira (C1) se

distinguem dos demais casos, visto que se encontram afastados do eixo 0.

Situada no Rio Paraopeba em Melo Franco, povoado pertencente ao município de

Brumadinho, com uma população de 30,9 mil habitantes, a estação BP036 em sua segunda

campanha apresentou a maior concentração de ferro (2,66 μg/L) e altos valores para o zinco

(74,91 ng/L) e o manganês (1,24 μg/L ). Embora esteja em uma área relativamente preservada,

suas águas se enquadram na classe 2, tendo como principais fontes de contaminação o esgoto

sanitário de Melo Franco e rejeitos de atividades agrícolas.

Já a estação BP075 no município de Ibirité, cuja amostragem foi efetuada no Córrego

Pintado, no qual é lançado o esgoto municipal sem tratamento e que está a jusante da Represa

da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), destacou-se nas duas campanhas do período de chuvas.

Neste ponto foram detectadas concentrações máximas de vários elementos inorgânicos: bário a

209,74 ng/L (C1), bromo a 688,27 ng/L (C1) e 235,80 (C2), cálcio a 49,51 μg/L (C1) e 35,82

μg/L (C2), potássio a 12,72 μg/L (C1) e estrôncio a 858,84 ng/L (C1).

Quanto à segunda campanha no ponto de coleta BP080, localizado no Rio Maranhão a

jusante da cidade de Congonhas, com pouco mais de 50 mil habitantes, sobressaem as altas

concentrações de cálcio (16,41 μg/L), de ferro (2,00 μg/L) e manganês (2,51 μg/L). As

principais atividades da região que acarretam a contaminação hídrica são lançamento de 98%

do esgoto sem tratamento, agropecuária, extração de areia para construção, galvanoplastia e

tratamento de superfícies metálicas, além de estar situada na região do Quadrilátero Ferrífero.

Já a estação BP088 situada no Rio Betim, a jusante do Reservatório de Vargem das

Flores sob a alçada da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (COPASA), no

município de Betim, apresentou em sua primeira campanha (C1) expressivas concentrações de

manganês (786,23 ng/L), titânio (146,95 ng/L), bromo (104,46 ng/L) e estrôncio (165,56 ng/L).

Esse corpo d’água apresenta um avançado processo de assoreamento e recebe esgoto sanitário

parcialmente tratado de Betim, efluentes industriais da galvanoplastia e resíduos de atividades

pecuárias e agrícolas, tais como pesticidas, o que explica a alta concentração de titânio

encontrada nesta amostra.

111

A distribuição dos elementos inorgânicos, de acordo com seus respectivos escores ou

pesos, está exposta no gráfico de loading na FIG.29 a seguir.

Figura 29 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos inorgânicos Fonte: Elaborada pela autora.

Como dito anteriormente, o gráfico da FIG.29 é unidimensional e para uma visualização

da distribuição espacial dos elementos inorgânicos foi realizada a HCA conforme gráfico da

FIG.30.

0,50,40,30,20,10,0

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0

-0,1

-0,2

-0,3

Componente Principal 1 (42,2%)

Co

mp

on

en

te P

rin

cip

al

2 (

18

,7%

)

Sr

Rb

Br

Ti

Ni

Mn

Fe

KCa

Zn

112

Figura 30 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos elementos inorgânicos Fonte: Elaborada pela autora.

Os elementos inorgânicos foram divididos em dois grupos e os elementos titânio e

níquel não apresentaram similaridade significativa com nenhum dos outros elementos.

O primeiro grupo é formados pelos elementos zinco, ferro e manganês em que as

amostras foram coletadas na região do Quadrilátero Ferrífero (extração de Fe e Mn), além de

apresentar atividades voltadas para o tratamento de superfícies metálicas e galvanoplastia

(utilização de Zn).

O segundo grupo tem a distribuição dos elementos inorgânicos, com destaque para a

estação BP075 situada na cidade de Ibirité, que está a jusante da represa da REGAP, recebendo

todo descarte da refinaria. A variação sazonal nas concentrações detectadas para os compostos de preocupação

emergente e para os elementos inorgânicos em estudo é mostrada pelos gráficos boxplot a

seguir. Foram plotados gráficos para o período de coleta ocorrido na estiagem e gráficos para o

período de chuva.

O comportamento dos compostos orgânicos de preocupação emergente (CECs) no

período de chuva está detalhado no gráfico da FIG.31.

NiRbSrBrKCaTiMnFeZn

46,67

64,44

82,22

100,00

Variáveis

Nív

eis

de

sim

ila

rid

ad

e

113

IBU PCT 4OF 4NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 E3

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Compostos

Co

nce

ntr

açã

o / n

g L

1-

n = 15 n = 19 n = 6 n = 3 n = 13 n = 23 n = 28 n = 8 n = 20 n = 13 n = 8

Figura 31 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de chuva,

n indica o número detecção de cada microcontaminante em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.

O período das águas foi marcado por uma diferença significativa no volume de água

entre as campanhas de amostragem. A primeira campanha (C1) apresentou uma precipitação

média de 75,32 mm, enquanto a segunda campanha (C2) apresentou 352 mm, quase 5 vezes a

média da campanha 1. Desta forma, é possível observar que os compostos que responderam

com essa mudança no volume de água foram ibuprofeno (IBU), bisfenol A (BFA) e estriol (E3).

O medicamento ibuprofeno teve uma mediana de 56,49 ng/L e apresentou uma

concentração de 1,68 μg/L para a amostra BP086, que foi bem mais elevada que a média das

concentrações para este composto nas demais amostras.

Já o desregulador endócrino bisfenol A foi o composto que exibiu a maior frequência

de detectabilidade (28/30) na estação chuvosa. A mediana foi de 130,74 ng/L, mas algumas

amostras apresentaram concentrações com valores acima da média, tal como o ponto BP069

em que foi determinado 1,59 μg/L.

O hormônio estriol natural foi detectado em oito amostras de um total de trinta e

apresentou uma mediana de 63,76 ng/L, com uma concentração máxima de 363,22 ng/L na

amostra BP081, acima da média das concentrações das demais amostras.

114

A variação das concentrações dos microcontaminantes orgânicos no período da seca

está apresentada na FIG.32.

IBU PCT 4OF 4NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 EE2 E3

0

200

400

600

800

1000

1200

n = 22 n = 17 n = 15 n = 27 n = 26 n = 29 n = 30 n = 10 n = 29 n = 16 n = 8 n = 19

Compostos

Co

nce

ntr

açã

o / n

g L

1-

Figura 32 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de

estiagem, n indica o número detecção de cada microcontaminante em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.

O período de seca teve precipitação acumulada de 34,01 mm na terceira campanha (C3)

e a quarta campanha (C4) foi marcada por um período sem chuva.

No período de estiagem a detectabilidade dos CECs aumentou significativamente para

a maioria dos compostos. O composto 4-nonilfenol, por exemplo, antes detectado em apenas

três amostras das campanhas 1 e 2 (período de chuva), foi detectado em 27 das 30 amostras

coletadas no período de seca.

Comparando as duas campanhas, os compostos com maiores variações de concentração

foram os anti-inflamatórios ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco, o analgésico paracetamol e o

desregulador endócrino bisfenol A.

O ibuprofeno foi detectado em 22 das 30 amostras da estação seca (C3 e C4) analisadas,

enquanto no período chuvoso (C1 e C2) foi detectado em 15 amostras. A sua mediana foi 103,54

ng/L, a concentração mínima de 5,57 ng/L e a máxima de 390 ng/L.

115

Para o naproxeno, a mediana foi de 29,27 ng/L variando de 5,35 ng/L a 621,85 ng/L,

sendo determinado em 29 amostras do período de seca. O diclofenaco teve uma mediana de

152,98 ng/L, com concentração máxima de 561,01 ng/L e mínima de 23,35 ng/L, sendo

detectado em apenas 10 amostras.

Enquanto que o paracetamol foi determinado em 17 amostras, com mediana de 90,94

ng/L e concentrações entre 11,14 ng/L e 204,85 ng/L. Já o bisfenol A foi detectado em todas as

amostras do período seco, apresentou uma mediana de 113,40 ng/L e uma variação de 24,85

ng/L a 1,06 μg/L na sua concentração.

Para os elementos inorgânicos, a influência da sazonalidade foi diferente para a

detectabilidade. As amostras coletadas no período das águas, nas campanhas 1 e 2, foram as

que apresentaram maior ocorrência dos elementos, conforme demonstrado na FIG.33.

Zn Ca K Ti Mn Ni Fe Br Rb Sr

0

10000

20000

30000

40000

50000

n = 26 n = 30 n = 30 n = 4 n = 29 n = 4 n = 30 n = 19 n = 9 n = 22

Co

nce

ntr

açã

o / µ

g L

1-

Elementos inorgânicos Figura 33 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no

período de chuva, n indica o número detecção de cada elemento em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.

Os elementos cálcio e potássio apresentaram as maiores variações nas concentrações

determinadas e detectabilidade de 100% nas amostras analisadas. Pela FIG.33 observa-se que

cálcio possui uma concentração de 49,5 μg/L, que está acima da média das suas demais

concentrações determinadas. O mesmo ocorreu para o potássio com a concentração de 12,7

116

μg/L, bem superior às suas demais. Ambas as concentrações foram encontradas na estação

BP075 situada no município de Ibirité, a jusante da represa da REGAP.

A FIG.34 apresenta a variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas

amostras coletadas em períodos de estiagem.

Zn Ca K Ti Mn Fe Br Sr

0

1000

2000

3000

4000

5000

Elementos inorgânicos

Co

nce

ntr

açã

o / µ

g L

1-

n = 28 n = 30 n = 30 n = 3 n = 23 n = 30 n = 17 n = 17

Figura 34 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no

período de estiagem, n indica o número detecção de cada elemento em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.

A variação das concentrações dos elementos inorgânicos no período de estiagem foi

bem menor quando comparado com os valores encontrados no período chuvoso. Os elementos

níquel e titânio não foram detectados nesse período de coleta.

Assim como no período chuvoso, os elementos cálcio e potássio foram os que

apresentaram maiores variações, sendo a concentração máxima para cálcio de 3,90 μg/L acima

da média das demais concentrações desse elemento. Esse valor máximo foi novamente

detectado na amostra BP075 localizado a jusante da represa da REGAP que recebe resíduos

industriais da refinaria.

Da mesma forma a concentração máxima de 1,53 μg/L para potássio estava acima da

média dos valores das suas demais concentrações. O ponto BP098 situado entre os municípios

117

Caetanópolis e Paraopeba em que as possíveis fontes de contaminação são agricultura e

pecuária local, além de lançamentos de esgoto in natura do município de Caetanópolis.

5.4 Análise de Toxicidade

Para se calcular os níveis de ingestão diária tolerável (IDT) e os valores guias (VG) de

toxidade tanto para adultos quanto para bebês, foram selecionados seis microcontaminantes

orgânicos representativos de diferentes classes e que apresentaram expressivas concentrações

nas amostras pesquisadas. O estrógeno natural estradiol (E2), o xenoestrogênio etinilestradiol

(EE2), os anti-inflamatórios não esteroidais ibuprofeno (IBU) e diclofenaco (DCF), o

antipirético e analgésico paracetamol (PCT) e o regulador lipídico genfibrozila (GEN).

Conforme as diretrizes do guia da Organização Mundial de Saúde de 2011, Guidelines

for Drinking-water Quality193, utilizou-se o peso corporal médio (PC) de 60 kg para adultos e

5 kg para bebês, o volume diário de água ingerida (C) de 2 L para adultos e 750 mL para bebês,

e a fração IDT relativa à ingestão de água de 20%. A seguir, na TAB.20 são apresentados os

resultados dos cálculos da ingestão diária tolerável (IDT) e do valor guia (VG) de toxidade para

adultos e bebês, bem como as medianas e as concentrações máximas dos seis compostos

orgânicos encontradas nas amostras pesquisadas.

Tabela 22 - Valores de LOAEL, IDT, VG, medianas e concentrações máximas determinadas

das amostras para a análise dos níveis de toxicidade

Composto LOAEL*

(mg/kg/d)

IDT

(mg/kg/d)

VG - Adulto

(mg/L)

VG - Bebê

(mg/L)

Mediana

(mg/L)

Concentração

máxima (mg/L)

E2 0,10 0,0001 0,60 0,133 0,011 0,065

EE2 0,07 0,00007 0,42 0,093 0,035 0,092

IBU 200 0,2 1200 266,67 0,078 1,684

DCF 9 0,009 54 12,000 0,059 0,226

PCT 600 0,6 3600 800 0,051 0,205

GEN 150 0,15 900 200 0,014 0,229

* Informações referentes ao LOAEL consultadas no Material Safety Data Sheets da PFIZER208.

Fonte: Elaborada pela autora.

118

É relevante ressaltar que os respectivos níveis do menor efeito adverso observado dos

microcontaminantes orgânicos, isto é, os Lowest Observed Adverse Effect Levels (LOAEL),

baseiam-se em experimentos científicos que ministraram oralmente essas substâncias em ratos

e camundongos. Além de revelaram a dosagem mínima diária, tais pesquisas evidenciaram

potenciais efeitos nocivos aos organismos.

Os dois desreguladores endócrinos escolhidos indicaram atividade carcinogênica. Com

LOAEL de 0,1 mg/kg/d, o estradiol (E2) mostrou-se associado ao surgimento de tumores nas

glândulas mamárias e nos sistemas reprodutivos de camundongos fêmeas, observadas durante

2 anos. Já o xenoestrogênio etinilestradiol (EE2), com LOAEL de 0,07 mg/kg/d, relacionou-se

em experimentos com camundongos, ao longo de 80 semanas, com a formação de tumores na

glândula pituitária208.

Por sua vez, os anti-inflamatórios não esteroidais não apresentaram carcinogenicidade.

Contudo, o ibuprofeno (IBU), com LOAEL de 200 mg/kg/d, acarretou fetotoxicidade em ratos,

enquanto que o diclofenaco (DCF), com LOAEL de 9 mg/kg/d, em experimento de 35 dias,

indicou toxicidade nos pulmões e baço de camundongos208.

Quanto ao antipirético e analgésico paracetamol (PCT), estudos indicaram um LOAEL

de 600 mg/kg/d, sendo que no período de 60 dias foi identificada toxidade em rins de ratos e

após 104 semanas a formação de tumores malignos no sangue de ratas. Enfim, o LOAEL de

150 mg/kg/d do antilipêmico genfibrozila (GEN) se fundamenta em experimentos no decorrer

de 52 semanas, tendo observado a formação de tumores no fígado de ratos208.

De acordo com os resultados expostos na TAB.18, observa-se que as concentrações

máximas de ibuprofeno (IBU), diclofenaco (DCF), paracetamol (PCT) e genfibrozila (GEN)

detectadas nas amostras da Bacia do Rio Paraopeba encontram-se abaixo dos valores guias

(VG) para adultos e bebês.

Entretanto, a concentração máxima de estradiol (E2) identificada na quarta campanha

do ponto de coleta BP073, situado no Riacho das Pedras no município de Betim, destaca-se por

representar 49% do valor guia (VG) para bebês. Enquanto que a concentração máxima de

etinilestradiol (EE2) na quarta campanha do ponto BP071, que está localizado no Rio Betim

próximo aos municípios de Betim e Juatuba, aproximou-se substancialmente do valor guia

(VG) para bebês.

119

6. CONCLUSÕES

O trabalho desenvolvido possui resultados significativos que alertam e reforçam outros

dados disponibilizados pelo IGAM e órgãos de controle das águas sobre a baixa qualidade das

águas desta bacia hidrográfica, trazendo informações sobre ocorrência de microcontaminantes

orgânicos de preocupação emergente (CECs) e elementos inorgânicos.

A metodologia utilizada para extração e concentração dos compostos orgânicos

empregou filtração a vácuo sequencial e SPE permitindo altos fatores de concentração (1000

X), o que contribuiu para detecção em baixos níveis de concentração (ng/L). Para os inorgânicos

apenas a filtração mostrou-se necessária.

A partir da avaliação dos resultados obtidos, nos quinze pontos de amostragem durante

as quatro campanhas amostrais, foi possível observar o perfil de ocorrência dos CECs e

elementos inorgânicos.

A variação na sazonalidade entre os períodos de amostragem afetou a detectabilidade

dos compostos. No período de seca, o volume de água dos rios tende a diminuir, resultando em

um aumento na concentração dos analitos orgânicos, o que favorece a detecção de compostos

presentes em menor quantidade.

A coleta da campanha 2 ocorreu em fevereiro de 2016 e apresentou os maiores índices

pluviométricos, sendo assim a ocorrência dos compostos orgânicos pesquisados foi a menor das

quatro campanhas, exceto para os pontos de coleta BP071, BP080, BP081, BP086 e BP088 em

que a ocorrência se mostrou mais constante em comparação com as demais campanhas.

O plastificante bisfenol A apresentou as maiores concentrações no período das águas, o

que pode ser explicado pela lixiviação deste aditivo presente em embalagens plásticas

descartadas no meio ambiente ou em aterros sanitários. Vale ressaltar que foi detectado em

96,67% das amostras, o que evidencia sua natureza recalcitrante.

Em todas as campanhas das estações BP071, BP073, BP080 e BP081 o índice de

ocorrência dos doze compostos orgânicos de preocupação emergente estudados estavam acima

de 50%, e os valores mais elevados das concentrações dos microcontaminantes, detectados

nessas estações de coleta, predominaram nas campanhas 3 (C3) e 4 (C4). Exceto para amostra

BP081, da campanha 2 (C2), que apresentou as maiores concentrações do hormônio estriol e

dos anti-infamatórios ibuprofeno e naproxeno. Esta estação está situada em uma área de

120

lançamento de esgoto não tratado do município de Ibirité e de efluentes de atividades agrícolas

diversificadas, com isso, tais compostos podem ter sido descartados in natura ou lixiviados.

Já os elementos inorgânicos apresentaram as maiores concentrações em períodos de

chuva, o que pode ser explicado pela lixiviação dos elementos presentes nos solos devido à

adubação e utilização de fertilizantes e pesticidas, além da remoção de sedimentos tornando os

metais disponíveis no meio aquático. Destacam-se o cálcio, o potássio com ocorrência de 100%

nas amostras e de ferro com 98,33%.

Uma estimativa para a toxicidade de alguns CECs foi calculada baseada no guia de

qualidade de água potável da Organização Mundial da Saúde193, utilizando as concentrações

encontradas nas águas da Bacia do Rio Paraopeba-MG. Apesar de nenhum composto

ultrapassar os limites permitidos alguns apresentaram valores próximos ao limite. Como nem

toda água captada para uso é tratada e nem todo tratamento tem capacidade de remover tais

compostos, reforça-se a necessidade de políticas públicas dirigidas ao investimento em

tratamentos adequados visando a remoção destes compostos.

Diante dos resultados obtidos das amostras da Bacia do Rio Paraopeba-MG, o presente

estudo demonstrou a importância da avaliação da situação dos corpos d’água e reforça a

necessidade de mais pesquisas dedicadas ao desenvolvimento de métodos para detecção de

outros compostos e seus subprodutos, para a remoção de forma eficiente destes

microcontaminantes dos corpos d’água, bem como para a aplicação de forma ampliada em

outras matrizes ambientais e bacias hidrográficas.

Além de ressaltar a relevância de estudos dedicados à toxicidade e à compreensão dos

efeitos destes compostos na biota, com destaque à estrogenicidade.

121

7. TRABALHOS FUTUROS

Diante dos resultados obtidos com a presente pesquisa, seguem algumas sugestões para

continuidade do trabalho:

I. Avaliar a presença de outros CECs na Bacia do Rio Paraopeba/MG, bem como nas

demais bacias e sub-bacias hidrográficas brasileiras;

II. Utilizar diferentes técnicas cromatográficas e estender a análise para os sedimentos e

solos próximos aos pontos de coleta;

III. Avaliar a presença de CECs nas águas destinadas para abastecimento público das

estações de tratamento existentes nas cidades atendidas por este manancial;

IV. Realizar estudos biológicos para CECs, de forma isolada e combinada, com o intuito

de identificar e compreender os efeitos adversos à biota e aos ciclos de vida.

122

8. REFERÊNCIAS

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superficiais de Minas Gerais em 2015: resumo executivo. Belo Horizonte: Instituto

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14. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM. Qualidade das águas

superficiais de Minas Gerais em 2016: resumo executivo. Belo Horizonte: Instituto

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2017.

20. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 430,

de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de

efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do

Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Disponível em:

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ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS –

CERH-MG. Deliberação Normativa Conjunta nº 1, de 5 de maio de 2008. Dispõe

124

sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes, e dá outras providências. Disponível em:

<http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8151>. Acesso em: 14 jan.

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2017.

142

APÊNDICE A – Curvas Analíticas do Microcontaminantes Orgânicos

Figura 1 – Curva analítica para o ibuprofeno

Figura 2 – Curva analítica para o paracetamol

Figura 3 – Curva analítica para o 4-octilfenol

Figura 4 – Curva analítica para o 4-nonilfenol

Y = 1022,866x - 0,3611

R² = 0,9995

0

50

100

150

200

0 0,05 0,1 0,15 0,2Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Ibuprofeno

Y = -304,031x2 + 495,2638x + 3,3397

R² = 0,9987

0

50

100

150

200

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Paracetamol

Y = 142,57x + 2,6674

R² = 0,9989

0

20

40

60

80

100

120

0 0,2 0,4 0,6 0,8

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

4-Octilfenol

Y = 154,9822x - 4,6736

R² = 0,9932

0

50

100

150

200

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2C

once

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

4-Nonilfenol

143

Figura 5 – Curva analítica para a genfibrozila

Figura 6 – Curva analítica para o naproxeno

Figura 7 – Curva analítica para o bisfenol A

Figura 8 – Curva analítica para o diclofenaco

Y = 365,5853x + 0,6666

R² = 0,9995

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Genfibrozila

Y = 626,0296x + 0,6283

R² = 0,9975

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Naproxeno

Y = 170,8206x + 0,3794

R² = 0,9986

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Bisfenol A

Y = 1111,248x + 1,9474

R² = 0,9926

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14C

once

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Diclofenaco

144

Figura 9 – Curva analítica para a estrona

Figura 10 – Curva analítica para o estradiol

Figura 11 – Curva analítica para o etinilestradiol

Figura 12 – Curva analítica para o estriol

Y = 5953,12x - 7,4952

R² = 0,9886

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Estrona

Y = -8572,05x2 + 1932,84x - 0,8104

R² = 0,9964

0

20

40

60

80

100

120

0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Estradiol

Y = -76299,6x2 + 5617,172x - 1,9624

R² = 0,9972

0

20

40

60

80

100

120

0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035

Co

nce

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Etinilestradiol

Y = 6950,7x - 2,5307

R² = 0,9971

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025C

once

ntr

ação

g/L

)

Área / Área PI

Estriol

145

APÊNDICE B – Tabelas com as Concentrações dos Microcontaminantes Orgânicos Analisados no GC-MS

Tabela 1 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP022

BP022

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 13,29 n.d. 7,79 10,37

Paracetamol 26,15 n.d. 97,53 64,40

4-Octilfenol n.d. n.d. 3,65 n.d.

4-Nonilfenol n.d. n.d. 16,62 9,74

Genfibrozila 4,23 n.d. 7,13 4,41

Naproxeno 4,47 9,05 7,30 5,35

Bisfenol A 98,18 114,05 44,22 65,35

Diclofenaco 6,29 n.d. n.d. n.d.

Estrona 76,30 48,91 12,15 n.d.

Estradiol 12,81 n.d. n.d. n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol 127,73 n.d. 15,65 5,56

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 2 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP036

BP036

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. n.d. n.d. 5,57

Paracetamol 8,20 n.d. n.d. n.d.

4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. 11,00

4-Nonilfenol n.d. n.d. 19,58 12,84

Genfibrozila 2,70 3,63 3,04 7,06

Naproxeno 4,58 9,05 12,71 11,03

Bisfenol A 142,18 115,66 50,19 64,25

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.

Estrona 74,42 34,77 10,14 5,91

Estradiol 11,25 n.d. 3,55 n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. n.d. 18,46

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

146

Tabela 3 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP069

BP069

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 21,33 n.d. n.d. n.d.

Paracetamol 51,38 n.d. n.d. 18,67

4-Octilfenol n.d. 27,42 n.d. 4,75

4-Nonilfenol n.d. n.d. 16,01 44,46

Genfibrozila n.d. n.d. 3,39 11,10

Naproxeno 9,51 n.d. 6,44 14,98

Bisfenol A 1587,76 196,12 28,84 56,87

Diclofenaco 13,92 n.d. n.d. n.d.

Estrona 27,11 n.d. 10,77 66,14

Estradiol 9,41 n.d. 4,86 11,83

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol 26,13 292,45 n.d. 7,90

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 4 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP071

BP071

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 227,47 96,46 262,38 78,58

Paracetamol 101,26 12,88 48,54 101,27

4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.

4-Nonilfenol n.d. n.d. 31,55 33,42

Genfibrozila 29,42 14,76 84,59 229,12

Naproxeno 63,02 42,59 511,63 96,28

Bisfenol A 504,34 101,91 553,98 507,93

Diclofenaco 9,88 16,95 88,56 561,01

Estrona 106,48 41,39 14,26 662,72

Estradiol 36,59 6,04 13,00 55,09

Etinilestradiol n.d. n.d. 35,47 91,72

Estriol n.d. n.d. 38,89 230,84

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

147

Tabela 5 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP073

BP073

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 402,13 n.d. 116,60 197,01

Paracetamol 201,05 n.d. 50,37 204,79

4-Octilfenol n.d. 12,05 n.d. n.d.

4-Nonilfenol n.d. 3,39 n.d. 38,49

Genfibrozila 19,57 8,19 53,36 93,97

Naproxeno 332,24 n.d. 67,30 133,43

Bisfenol A 267,69 n.d. 399,00 433,20

Diclofenaco 23,34 69,65 n.d. 141,66

Estrona 136,83 n.d. 31,63 978,40

Estradiol 10,24 n.d. 60,04 65,34

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol 66,12 12,10 42,23 991,03

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 6 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP075

BP075

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. n.d. n.d. n.d.

Paracetamol n.d. n.d. n.d. n.d.

4-Octilfenol 12,26 32,68 n.d. n.d.

4-Nonilfenol n.d. 29,19 34,73 85,78

Genfibrozila n.d. n.d. n.d. n.d.

Naproxeno 28,98 16,98 28,71 n.d.

Bisfenol A 54,52 394,51 126,28 497,98

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.

Estrona n.d. 169,78 61,41 867,28

Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

148

Tabela 7 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP079

BP079

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. n.d. 15,24 7,68

Paracetamol 14,85 n.d. 11,14 n.d.

4-Octilfenol n.d. 17,24 22,25 63,07

4-Nonilfenol n.d. n.d. 41,39 18,23

Genfibrozila n.d. n.d. 13,27 n.d.

Naproxeno 9,40 47,60 12,43 24,74

Bisfenol A 304,35 103,94 38,08 124,19

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.

Estrona 42,76 54,36 28,78 28,24

Estradiol 4,44 n.d. n.d. n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 8 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP080

BP080

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 78,06 28,02 390,54 102,95

Paracetamol 93,89 109,75 87,76 144,08

4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. 12,12

4-Nonilfenol n.d. 103,19 n.d. 20,21

Genfibrozila n.d. n.d. 13,53 18,03

Naproxeno 105,22 21,92 296,64 81,42

Bisfenol A 394,54 211,07 107,34 923,80

Diclofenaco 9,42 n.d. 193,06 208,02

Estrona 88,29 18,90 243,39 40,68

Estradiol 30,57 7,96 19,84 10,23

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 17,60

Estriol 18,54 n.d. 36,76 24,96

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

149

Tabela 9 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos

em amostras do ponto de coleta BP081

BP081

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. 365,72 118,04 n.d.

Paracetamol 2,75 39,47 n.d. 69,62

4-Octilfenol n.d. n.d. 30,22 225,69

4-Nonilfenol n.d. n.d. 14,12 38,78

Genfibrozila n.d. 31,18 23,01 35,55

Naproxeno n.d. 938,44 124,22 621,85

Bisfenol A n.d. 617,77 490,19 1057,70

Diclofenaco n.d. 45,20 n.d. n.d.

Estrona n.d. 17,21 48,13 147,26

Estradiol n.d. 15,35 29,98 n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. 50,36 58,59

Estriol n.d. 363,22 47,83 145,84

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 10 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP084

BP084

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. 20,35 264,33 148,86

Paracetamol 4,80 49,55 204,85 163,56

4-Octilfenol n.d. n.d. 24,21 n.d.

4-Nonilfenol n.d. n.d. 58,70 14,50

Genfibrozila n.d. n.d. 14,63 58,21

Naproxeno n.d. 37,74 191,72 113,92

Bisfenol A 5,84 119,30 383,27 107,70

Diclofenaco n.d. n.d. 225,44 66,94

Estrona n.d. n.d. 43,91 21,39

Estradiol n.d. 11,44 6,76 10,74

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 10,78

Estriol n.d. n.d. 8,28 18,10

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

150

Tabela 11 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP085

BP085

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno n.d. n.d. 42,87 27,25

Paracetamol n.d. 12,03 n.d. n.d.

4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.

4-Nonilfenol n.d. n.d. 20,81 9,45

Genfibrozila n.d. n.d. 24,78 7,94

Naproxeno n.d. 11,86 29,27 15,95

Bisfenol A 149,26 110,63 142,82 84,35

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.

Estrona n.d. n.d. 39,28 5,54

Estradiol n.d. n.d. n.d. 8,08

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 10,29

Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 12 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP086

BP086

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 1683,91 n.d. n.d. 104,13

Paracetamol 44,14 34,03 198,86 81,22

4-Octilfenol n.d. n.d. 146,35 5,48

4-Nonilfenol n.d. n.d. 29,40 7,06

Genfibrozila 16,79 8,30 n.d. 15,42

Naproxeno 45,47 9,25 29,30 95,88

Bisfenol A 899,34 564,81 287,91 101,70

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 50,48

Estrona n.d. 13,37 79,78 137,37

Estradiol 20,30 6,39 6,82 11,71

Etinilestradiol n.d. 15,40 n.d. 59,83

Estriol 61,39 n.d. n.d. 18,33

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

151

Tabela 13 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP088

BP088

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 19,05 15,22 14,91 n.d.

Paracetamol n.d. n.d. n.d. n.d.

4-Octilfenol n.d. 23,94 6,34 4,56

4-Nonilfenol n.d. n.d. 19,68 18,08

Genfibrozila n.d. n.d. 16,61 12,36

Naproxeno 6,14 6,58 6,58 10,03

Bisfenol A 102,73 33,72 62,62 37,79

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.

Estrona 80,48 17,50 60,97 47,42

Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 14 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP096

BP096

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 56,49 6,99 110,50 265,72

Paracetamol 36,80 38,89 90,94 143,54

4-Octilfenol n.d. n.d. 6,16 6,39

4-Nonilfenol n.d. n.d. 14,48 8,78

Genfibrozila 4,53 n.d. 5,61 29,39

Naproxeno n.d. n.d. 11,74 154,60

Bisfenol A 8,09 60,69 103,27 119,09

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 23,35

Estrona 131,95 93,18 34,06 19,00

Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. 14,71 8,73

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

152

Tabela 15 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes

orgânicos em amostras do ponto de coleta BP098

BP098

Compostos C1 C2 C3 C4

Ibuprofeno 68,39 n.d. 8,13 340,35

Paracetamol n.d. 28,24 n.d. n.d.

4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.

4-Nonilfenol n.d. n.d. 10,34 n.d.

Genfibrozila 12,28 4,46 8,47 36,54

Naproxeno 9,60 27,26 6,37 276,04

Bisfenol A 180,41 48,13 24,85 124,98

Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 164,30

Estrona n.d. 16,93 16,75 27,62

Estradiol n.d. n.d. 10,10 n.d.

Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.

Estriol n.d. n.d. 5,67 25,34

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

153

APÊNDICE C – Tabela com as Concentrações de Elementos Inorgânicos Identificados por TXRF

Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (continua)

Ponto e

Campanha

As

(µg/L)

Ba

(µg/L)

Pb

(µg/L)

Cr

(µg/L)

Cu

(µg/L)

Zn

(µg/L)

Ca

(µg/L)

K

(µg/L)

Fe

(µg/L)

Mn

(µg/L)

Ni

(µg/L)

Ti

(µg/L)

Br

(µg/L)

Rb

(µg/L)

Sr

(µg/L)

BP022-C1 2,73 52,96 13,99 7,56 13,44 130,41 5386,10 1371,41 69,97 58,96 4,71 n.d. 7,64 4,20 27,66

BP022-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 26,50 3386,91 885,28 843,43 93,23 n.d. n.d. n.d. n.d. 16,41

BP022-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 10,82 602,85 82,83 20,15 11,88 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP022-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 6,48 272,92 98,29 11,95 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP036-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5496,29 2498,73 204,08 556,38 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP036-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 74,91 6020,51 2184,03 2664,29 1238,90 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP036-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 28,37 531,82 140,52 11,23 12,90 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP036-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 25,46 1012,11 455,67 19,05 10,57 n.d. n.d. 3,50 n.d. n.d.

BP069-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 48,78 3489,92 2172,83 282,21 42,78 n.d. n.d. 64,44 n.d. 7,49

BP069-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 49,85 5014,66 1905,27 410,11 188,63 n.d. n.d. 137,54 n.d. 14,43

BP069-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,94 574,57 217,85 11,45 16,14 n.d. n.d. 16,60 n.d. n.d.

BP069-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 10,17 268,63 168,70 11,99 n.d. n.d. n.d. 13,09 n.d. n.d.

BP071-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 39,10 16267,01 6998,86 190,52 94,28 11,21 n.d. 44,27 13,26 80,46

BP071-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,83 20496,83 5100,26 33,10 169,19 n.d. n.d. 47,16 n.d. 112,67

BP071-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 1712,45 628,22 28,73 n.d. n.d. n.d. 3,80 n.d. 5,52

BP071-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,04 298,27 66,12 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP073-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 29,43 13415,89 4977,09 199,85 107,97 n.d. n.d. 36,54 7,84 81,45

BP073-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 39,42 25692,08 5977,90 88,06 231,76 n.d. n.d. 40,46 9,71 149,85

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

154

Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (continua)

Ponto e

Campanha

As

(µg/L)

Ba

(µg/L)

Pb

(µg/L)

Cr

(µg/L)

Cu

(µg/L)

Zn

(µg/L)

Ca

(µg/L)

K

(µg/L)

Fe

(µg/L)

Mn

(µg/L)

Ni

(µg/L)

Ti

(µg/L)

Br

(µg/L)

Rb

(µg/L)

Sr

(µg/L)

BP073-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,09 1940,73 781,18 331,47 15,13 n.d. n.d. 6,02 n.d. 7,99

BP073-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 1879,76 701,99 25,72 8,14 n.d. n.d. 2,93 n.d. 7,19

BP075-C1 n.d. 209,74 n.d. n.d. n.d. 39,10 49513,35 12718,65 85,41 450,14 17,92 n.d. 688,27 13,63 858,84

BP075-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 35817,02 6475,69 56,52 329,31 n.d. n.d. 235,80 n.d. 371,54

BP075-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3097,44 671,46 9,90 n.d. n.d. n.d. 24,80 n.d. 48,17

BP075-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,85 3896,96 1035,86 11,47 61,80 n.d. n.d. 76,00 n.d. 71,19

BP079-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,96 4038,38 1146,21 143,53 82,35 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP079-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3275,42 824,93 236,97 190,95 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP079-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 2,94 379,17 72,83 12,06 4,50 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP079-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 6,30 604,12 120,00 9,35 6,50 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,17

BP080-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 29,38 15658,97 6870,46 264,54 1010,17 n.d. n.d. 113,14 18,65 117,05

BP080-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 56,59 16408,59 2074,61 1996,03 2510,94 n.d. n.d. 7,18 n.d. 86,69

BP080-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,45 1096,85 404,60 31,21 52,71 n.d. n.d. 4,50 n.d. n.d.

BP080-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 9,80 1365,89 584,24 37,94 36,79 n.d. n.d. 8,48 1,60 4,23

BP081-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 70,28 17479,25 4681,70 217,53 390,98 n.d. n.d. n.d. n.d. 78,91

BP081-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 19826,26 4128,22 189,28 301,03 n.d. n.d. 24,77 n.d. 67,60

BP081-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,45 1452,31 397,10 34,09 39,34 n.d. n.d. n.d. n.d. 4,43

BP081-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,09 1672,23 429,86 51,31 47,24 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP084-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 15,24 13567,67 4946,64 1191,52 1498,00 n.d. n.d. 18,15 n.d. 64,26

BP084-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 42,54 8570,59 2223,92 142,85 1203,51 n.d. 119,73 n.d. n.d. 36,27

BP084-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,97 885,75 200,77 57,42 156,27 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,58

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

155

Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (conclusão)

Ponto e

Campanha

As

(µg/L)

Ba

(µg/L)

Pb

(µg/L)

Cr

(µg/L)

Cu

(µg/L)

Zn

(µg/L)

Ca

(µg/L)

K

(µg/L)

Fe

(µg/L)

Mn

(µg/L)

Ni

(µg/L)

Ti

(µg/L)

Br

(µg/L)

Rb

(µg/L)

Sr

(µg/L)

BP084-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,50 825,72 300,51 9,07 155,21 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP085-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 44,14 21795,99 7121,27 186,41 320,54 n.d. n.d. 127,07 7,12 199,05

BP085-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 11,51 19968,99 4586,84 93,98 90,59 n.d. 95,99 56,78 7,12 132,41

BP085-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,37 1806,94 577,48 12,42 7,55 n.d. n.d. 5,41 n.d. 11,84

BP085-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,63 8,82 2215,70 710,50 12,51 20,13 n.d. 8,53 8,76 n.d. 15,75

BP086-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,41 20642,86 6626,29 89,59 238,95 n.d. n.d. 93,36 n.d. 147,31

BP086-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 17642,74 3804,50 507,37 158,85 n.d. 158,58. n.d. n.d. n.d.

BP086-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 9,92 1869,78 366,93 33,13 24,34 n.d. n.d. 3,60 n.d. 7,89

BP086-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,65 1660,19 541,02 13,18 19,08 n.d. n.d. 4,65 n.d. 3,61

BP088-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 56,59 27420,67 9181,65 94,59 786,23 n.d. 146,95 104,46 17,07 165,56

BP088-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 16,17 17464,93 4085,39 73,82 1134,42 n.d. n.d. 13,24 n.d. 102,15

BP088-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,54 1479,80 339,32 9,77 86,89 n.d. n.d. 1,74 n.d. 5,26

BP088-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,63 2123,32 409,42 5,26 70,96 n.d. n.d. 1,32 n.d. 8,33

BP096-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,18 622,67 285,03 48,16 52,58 52,67 n.d. n.d. n.d. n.d.

BP096-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 14,16 5970,07 2176,66 1595,08 372,47 n.d. n.d. 13,04 n.d. n.d.

BP096-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,14 712,98 241,70 18,28 28,00 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP096-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 305,05 183,67 18,27 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

BP098-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,86 19007,87 10623,75 160,17 68,87 n.d. n.d. 40,03 n.d. 94,46

BP098-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 44,04 13047,93 724,34 744,85 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 26,70

BP098-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 8,91 1307,62 492,57 10,67 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 2,82

BP098-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,45 2643,15 1530,24 n.d. 89,93 n.d. n.d. 12,57 n.d. 3,43

Legenda: n.d. (não detectado).

Fonte: Dados da pesquisa.

156

ANEXO A – Tabela com os valores dos parâmetros físico-químicos e biológicos

Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (continua)

Estação Campanha Coliformes

Totais

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Escherichia

Coli

Estreptococos

Fecais

Nitrato

(mg/L)

OD

(%ODSat) pH

Sólidos Totais

(mg/L)

Temperatura

(°C)

Turbidez

(UNT)

BP022 C1 241957 2,6 16 23593 n.r. 0,41 5,8 6,9 64 21,3 6,78

BP022 C2 24196 <LD 14 19862,9 24000 0,31 6,9 6,9 74 22,3 14,9

BP022 C3 92084 <LD 9,8 46111 n.r. 0,9 6,9 6,1 65 21,1 6,17

BP022 C4 24196 <LD 8,2 >LD 54000 0,45 7,9 6,8 78 15,9 5,23

BP036 C1 24196 <LD 16 4106 n.r. 1,35 8,1 7,4 300 23 324

BP036 C2 24196 2,4 29 9803,9 24000 0,57 7,9 6,4 642 24,2 447

BP036 C3 24196 <LD 9 1454,9 n.r. 1,39 8,2 6,5 110 21,4 25,8

BP036 C4 2489 <LD 5,1 96 130 2,86 9 7 121 18,3 25

BP069 C1 24196 9 27 4611 n.r. 1,58 2 7,4 174 27,8 7,18

BP069 C2 241960 3,4 28 9590 35000 1,83 5,5 7,7 332 25,9 30,4

BP069 C3 24196 3,6 33 3448 n.r. 0,98 5,1 7,6 270 23 26,4

BP069 C4 24196 <LD 14 986,7 160000 2,7 7,6 7,2 262 20,5 16,4

BP071 C1 24196 10 37 3448 n.r. 6,56 1,3 7,2 280 28,1 25,1

BP071 C2 241960 5,1 35 18600 3300 1,66 1 7,2 302 27,8 9,96

BP071 C3 24196 8,2 23 12033,3 n.r. 5,54 1,1 7,3 390 21,5 28,2

BP071 C4 24196 9,4 47 >LD 54000 18 2,9 6,7 392 20,5 45,3

BP073 C1 24196 35 73 19863 n.r. 0,8 3,5 7,5 268 26,2 12,7

BP073 C2 241960 9,6 50 >LD 54000 0,75 2,3 7,5 264 26,1 4,6

Legenda: n.r. (não realizado).

Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.

157

Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (continua)

Estação Campanha

Coliformes

Totais

(NMP/mL)

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Escherichia

Coli

(NMP/mL)

Estreptococos

Fecais

(NMP/mL)

Nitrato

(mg/L)

OD

(%ODSat) pH

Sólidos Totais

(mg/L)

Temperatura

(°C)

Turbidez

(UNT)

BP073 C3 241960 31 68 >LD n.r. 1,4 4,2 7,6 408 21,8 4,48

BP073 C4 24196 41 126 >LD 160000 2,92 1,3 7,2 406 21,5 30

BP075 C1 241960 12 82 86644 n.r. 7,24 7,1 7,8 1040 28,1 43,4

BP075 C2 24196 2,5 56 1467,2 170 5,65 6,7 7,7 588 27,8 22,3

BP075 C3 24196 7,7 61 122,3 n.r. 6,76 6,6 7,7 1035 23,2 13,8

BP075 C4 24196 19 128 17328,9 3300 23,2 7,7 7,3 1350 21,7 49,2

BP079 C1 24196 <LD 11 717 n.r. 0,29 7,3 7,4 51 25,8 6,03

BP079 C2 24196 <LD 14 771,2 2300 0,21 7,3 6,8 117 23,3 53

BP079 C3 111987 <LD 11 6488,2 n.r. 0,45 7,5 6,4 60 22,9 8,71

BP079 C4 9803,9 <LD 5 1989 490 0,7 8,6 6,7 72 17,5 6,1

BP080 C1 241960 8,2 15 6198 n.r. 0,21 5 7,4 232 24,7 6,45

BP080 C2 241960 12 52 241957 160000 0,88 5,8 6,6 1980 23,8 1976

BP080 C3 241960 4,5 22 34480 n.r. 2,57 5,2 6,8 146 22,8 9,09

BP080 C4 24196 5,3 16 >LD 35000 3,01 5,6 7,1 206 18 8,26

BP081 C1 241960 11 41 38732 n.r. 0,36 4 7,6 168 27,3 7,45

BP081 C2 24196 5 10 14136,1 160000 1,22 5,2 7,5 150 24,5 8,77

BP081 C3 241960 6,5 31 64882 n.r. 0,69 4 7,6 265 18,5 7,6

BP081 C4 24196 15 53 >LD 160000 1,48 4,2 6,9 234 17,3 26,7

BP084 C1 241960 11 60 91386 n.r. 0,49 2,5 7,3 180 25,4 23

BP084 C2 24196 4,3 18 11198,7 9400 0,56 4,3 6,8 108 23,8 31,1

BP084 C3 24196 5,7 22 15531,2 n.r. 0,4 2,4 6,5 106 21,8 13,4

Legenda: n.r. (não realizado).

Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.

158

Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (conclusão)

Estação Campanha Coliformes

Totais

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Escherichia

Coli

Estreptococos

Fecais

Nitrato

(mg/L)

OD

(%ODSat) pH

Sólidos Totais

(mg/L)

Temperatura

(°C)

Turbidez

(UNT)

BP084 C4 24196 12 46 >LD 160000 0,48 1,7 7,1 144 17,7 18

BP085 C1 15531 5 39 97 n.r. 1,16 5,7 7,5 352 27,9 3,8

BP085 C2 120333 4,5 15 108,9 230 1,05 6,7 7,6 180 27,7 6,05

BP085 C3 19862,9 5,4 41 907,5 n.r. 1,2 7,1 7,9 350 24 7,35

BP085 C4 24196 3,6 64 571 230 1,78 7,3 7,4 305 21,5 25,3

BP086 C1 241960 5,8 29 64882 n.r. 1,06 4,2 7,4 260 27,3 6,86

BP086 C2 241960 4,2 13 19038 7900 1,39 6,1 7,3 174 26,7 17,3

BP086 C3 24196 7,5 30 19862,9 n.r. 1,75 5,3 7,5 245 21,1 8,03

BP086 C4 24196 18 54 >LD 160000 2,65 6 6,9 250 19,8 12,9

BP088 C1 24196 7,5 44 20 n.r. 0,98 6,5 7,1 548 26,2 97,8

BP088 C2 24196 2 38 3945,2 23 0,4 5,8 6,8 208 24,8 70,2

BP088 C3 1650,2 2,8 28 20,2 n.r. 0,46 6,2 7 116 22,5 13,6

BP088 C4 24196 7,4 63 41,3 23 2,06 6,5 6,5 232 20,7 29

BP096 C1 241960 18 34 >LD n.r. 0,45 2 6,6 79 24,3 18,1

BP096 C2 24196 4,4 23 8164,1 54000 0,54 4,3 6 136 23,4 128

BP096 C3 241960 8,3 25 198629 n.r. 0,92 3,5 6,2 111 21,2 26,8

BP096 C4 24196 7,1 26 >LD 92000 1,47 6,2 6,3 75 18,2 8,95

BP098 C1 17329 4,4 6,8 158 n.r. 3,63 2,1 7,2 279 24,1 7,12

BP098 C2 24196 2 5,7 450 7900 1,82 4,9 7,1 140 24,5 23,9

BP098 C3 15531,2 2 17 271,8 n.r. 5,31 4,4 7,2 324 19,9 12,3

BP098 C4 19862,9 6,8 56 393,1 3100 4,12 2,7 7 764 16,8 8,02

Legenda: n.r. (não realizado).

Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.