Joane Mariela Miari Corrêa · 2019-07-03 · derivatizados com BSTFA: 1% TMCS, apresentando...
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Dissertação
Avaliação da Presença de Microcontaminantes de
Preocupação Emergente, por GC-MS, e de Elementos
Inorgânicos, por TXRF, nas Águas Superficiais da Bacia
do Rio Paraopeba/MG
Joane Mariela Miari Corrêa
Ouro Preto, MG
2018
UFOP
PPGQUIM
Programa de Pós-Graduação em Química
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE OURO PRETO
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Federal de Ouro Preto Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Programa de Pós-Graduação em Química
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE MICROCONTAMINANTES DE PREOCUPAÇÃO
EMERGENTE, POR GC-MS, E DE ELEMENTOS INORGÂNICOS, POR TXRF, NAS
ÁGUAS SUPERFICIAIS DA BACIA DO RIO PARAOPEBA/MG
Autora: Joane Mariela Miari Corrêa
Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco
Afonso
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Química da
Universidade Federal de Ouro Preto, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Química.
Área de concentração:
Química Analítica
Ouro Preto/MG
Abril de 2018
Catalogação: www.sisbin.ufop.br
C817a Corrêa, Joane Mariela Miari. Avaliação da presença de microcontaminantes de preocupação emergente, porGC-MS, e de elementos inorgânicos, por TXRF, nas águas superficiais daBacia do Rio Paraopeba/MG [manuscrito] / Joane Mariela Miari Corrêa. -2018. xvii, 158f.: il.: color; grafs; tabs; mapas.
Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto deCiências Exatas e Biológicas. Departamento de Química. Programa de Pós-Graduação em Química. Área de Concentração: Química Analítica.
1. Bacias hidrográficas - Minas Gerais. 2. Cromatografia a gás. 3.Espectrometria de massa. 4. Fluorescência de raio X. I. Afonso, Robson Joséde Cássia Franco. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Titulo.
CDU: 556.51(815.1)
iii
Aos meus amados pais, Virgínia e Ernani, para
sempre meus exemplos e que fazem tanta falta.
Ao amor da minha vida, Vítor, pela
cumplicidade e dedicação.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso, pelo apoio em todas as
etapas da pesquisa, pelos diálogos esclarecedores, pelas críticas precisas e pelas contribuições
fundamentais para meu crescimento pessoal e profissional. Obrigada por tantos ensinamentos
durante o mestrado.
Ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI)/Campus CETEC pela coleta das amostras.
À CAPES pela bolsa de estudo que possibilitou a realização desta pesquisa.
Aos meus colegas de laboratório que foram minha família neste período. Em especial ao André
e Rafaela Paiva pelos conhecimentos partilhados desde as etapas iniciais, à Ananda por estar
sempre pronta a esclarecer minhas dúvidas, à Amanda por me receber tantas vezes em sua casa
e por sempre me incentivar com vídeos do Otávio e à Ana pelos bolos de milho, à Bianca por
me acompanhar nos trabalhos dentro e fora da UFOP, à Camila pelos bons conselhos desde
meu ingresso no mestrado, à Daiana pelo carinho, ao Daniel pelo estímulo aos concursos, à
Mariana pelo companheirismo, à Marina pelo incentivo, carinho e cafés, à Nathália pela ajuda
nos ensaios, ao Paulo pelo apoio durante os testes, à Raquel pelas risadas, à Rhuana pela
prontidão em realizar as coletas, ao Prof. Dr. Mauricio Xavier Coutrim pelos livros
disponibilizados, ao Alexandre, Juliana, Milena e Rafaela pela torcida. Muito obrigada pelo
carinho de sempre e pelas amizades construídas.
À Célia pela parceria no trabalho e na vida.
Aos amigos do “Almoço” que estiveram ao meu lado em todos os momentos.
Às amigas e parceiras de Gramado. Obrigada pela companhia e aprendizado.
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Química de Universidade
Federal de Ouro Preto por todos os ensinamentos e pelos serviços prestados. Em especial ao
Prof. Dr. Jason Guy Taylor por ter sido um coordenador disponível e preocupado.
Ao Prof. Dr. Sérgio Francisco de Aquino e à Profa. Dra. Roberta Eliane Santos Froes-Silva
pelas contribuições à pesquisa na banca de qualificação.
Ao meu marido maravilhoso, Vítor, por me apoiar e por suportar tantos momentos de estresse
durante minha jornada.
À minha família pela compreensão e incentivo ao longo do mestrado. Em especial às minhas
sobrinhas Eduarda, Helena, Virgínia e Beatriz por alegrarem minha vida.
A Deus por sempre abrir portas na minha trajetória e por permitir a finalização deste trabalho.
Muito obrigada a todos que participaram e contribuíram para realização desta pesquisa.
v
“Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, porque
o rio não é mais o mesmo, tampouco o homem”.
(Heráclito de Éfeso)
vi
RESUMO
A significativa diminuição do volume dos recursos hídricos e a constante poluição dos corpos
d’águas por contaminantes orgânicos têm despertado a atenção para a necessidade de estudos
dedicados à determinação destas substâncias, presentes no meio ambiente, e às alternativas de
tratamento para remoção destes poluentes e recuperação dos sistemas afetados. Várias
substâncias, frequentemente encontradas em baixas concentrações, são classificadas como
microcontaminantes de preocupação emergente, devido às alterações que provocam no meio
ambiente causando efeitos adversos para os seres vivos pela exposição contínua. Abrangem
diversas classes de substâncias, tais como produtos farmacêuticos e de higiene pessoal,
pesticicidas, herbicidas, nanomateriais, hormônios naturais e sintéticos. Os elementos
inorgânicos também estão presentes em níveis elevados nas matrizes ambientais, representando
potenciais riscos aos corpos hídricos, biota e saúde humana. Dessa forma, o presente trabalho
buscou identificar e quantificar alguns microcontaminantes de preocupação emergente
utilizando cromatografia gasosa acopladas à espectrometria de massas (GC-MS) e elementos
inorgânicos por fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF) nas águas superficiais da
Bacia do Rio Paraopeba-MG. As coletas das amostras foram realizadas em 4 campanhas, sendo
2 em período de chuva e 2 de estiagem. Foram selecionados 15 pontos de amostragem ao longo
da bacia, assim, foi possível avaliar as variações sazonal e espacial dos compostos e observar a
influência das diferentes atividades antropogênicas. Os 12 microcontaminantes de preocupação
emergente selecionados foram: diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, paracetamol, genfibrozila,
estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, bisfenol A, 4-nonilfenol, 4-octilfenol. Os 15
elementos inorgânicos foram: arsênio, bário, bromo, cálcio, chumbo, cobre, cromo, estrôncio,
ferro, manganês, níquel, potássio, rubídio, titânio e zinco. A metodologia utilizada para a
detecção destes compostos foi validada e aplicada em 60 amostras. Os procedimentos para a
determinação dos compostos orgânicos envolveram filtração a vácuo seguida pela concentração
e clean-up das amostras utilizando extração em fase sólida (SPE). Os extratos analisados por
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS) foram previamente
derivatizados com BSTFA: 1% TMCS, apresentando limites de quantificação para o método
de 3,61 a 14,36 ng/L e valores de recuperação variaram de 46,11 a 107,15% para o nível mais
baixo (10μg/L). As análises dos elementos inorgânicos foram realizadas por fluorescência de
raios-X por reflexão total (TXRF). Os limites de quantificação do método foram de 4,47 a
111,63 µg/L. O microcontaminante de preocupação emergente de maior ocorrência foi o
bisfenol A, detectado em 96,67% das amostras analisadas. Já os inorgânicos de maior incidência
foram o cálcio e potássio encontrados em 100% das amostras. A ocorrência do maior número
de microcontaminantes de preocupação emergente foi no período de menor índice
pluviométrico, campanha 4. Os elementos inorgânicos tiveram maiores concentrações nas
amostras coletadas no período das águas, campanha 1 e 2. Os dados obtidos foram tratados
estatisticamente por análises multivariadas (PCA e HCA), sendo possível observar o perfil de
contaminação das amostras coletadas e correlacioná-los com as influências antropogênicas,
industriais e/ou naturais no processo de contaminação das águas superficiais da Bacia do Rio
Paraopeba em Minas Gerais. Enfim, foi calculada uma estimativa da toxicidade de alguns
microcontaminantes de preocupação emergente deste estudo.
Palavras-chave: Bacia do Rio Paraopeba; Microcontaminantes de preocupação emergente;
Elementos inorgânicos; Extração em fase sólida (SPE); Cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas (GC-MS); Fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF).
vii
ABSTRACT
The significant reduction in the volume of water resources and the constant pollution of water
bodies by organic contaminants have raised the attention to the need for studies dedicated to
the determination of these substances present in the environment and to the treatment
alternatives for the removal of these pollutants and recovery of affected systems. Several
substances, often found in low concentrations, are classified as microcontaminants of emerging
concern. Due to the changes they cause in the environment causing adverse effects to living
beings by continuous exposure. They cover several classes of substances, such as
pharmaceuticals and personal hygiene products, pesticides, herbicides, nanomaterials, natural
and synthetic hormones. Inorganic elements are also present at high levels in environmental
matrices representing potential risks to water bodies, biota and human health. Thus, the present
work sought to identify and quantify some microcontaminants of emerging concern using gas
chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS) and inorganic elements by
fluorescence by total reflection (TXRF) in the surface waters of the Paraopeba River Basin-
MG. Samples were collected in 4 seasons, 2 in the rainy season and 2 in the dry season. Fifteen
sampling points were selected along the basin and, thus, it was possible to evaluate the seasonal
and spatial variation of the compounds and to observe the influence of the different
anthropogenic activities in the basin. The 12 selected microcontaminants of emerging concern
were diclofenac, ibuprofen, naproxen, paracetamol, gemfibrozil, estrone, 17β-estradiol, 17α-
ethinylestradiol, estriol, bisphenol A, 4-nonylphenol, 4-octylphenol. The 15 inorganic elements
were: arsenic, barium, bromine, calcium, lead, copper, chromium, strontium, iron, manganese,
nickel, potassium, rubidium, titanium and zinc. The methodology used for the detection of these
compounds was validated and applied in 60 samples. Procedures for determination of organic
compounds involved vacuum filtration followed by concentration and clean-up of the samples
using solid phase extraction (SPE). The extracts were derivatized with BSTFA: 1% TMCS
before they were analyzed by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS).
The methodology was validated presenting quantification limits for the method from 3.61 to
14.36 ng/L and recovery values varied from 46.11 to 107.15% to lowest level (10 μg/L ).
Analyzes of the inorganic elements were performed by X - ray fluorescence by total reflection
(TXRF). And the limits of quantification of the method were from 4.47 to 111.63 μg/L. The
more frequent microcontaminants of emerging concern was bisphenol A detected in all
analyzed samples. Estrone and naproxen appeared in more than 80% of samples. On the other
hand, the inorganic ones with the highest incidence were calcium and potassium found in 100%
of the samples. The inorganic elements had higher concentrations in the samples collected
during the period of the waters, campaign 1 and 2. The data obtained were statistically treated
by multivariate analysis (PCA and HCA). It was possible to observe the contamination profile
of the collected samples and to correlate them with the anthropogenic, industrial and/or natural
influences in the process of contamination of the surface waters of the Paraopeba River Basin
in Minas Gerais. Finally, an estimate of the toxicity was calculated of some microcontaminants
of emerging concern of this study.
Keywords: Paraopeba River Basin; Microcontaminants of emerging concern; Inorganic
elements; Solid Phase Extraction (SPE); Gas Chromatography Coupled to Mass Spectrometry
(GC-MS); Total Reflection X-ray Fluorescence (TXRF).
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba: localização, rede fluvial e municípios ......... 4
Figura 2 – Percentual de estações adequadas e não adequadas aos limites legais na Bacia do Rio
Paraopeba/MG entre 2014 e 2016 .............................................................................................. 8
Figura 3 – Índices de Qualidade das Águas (IQA) da Bacia do Rio Paraopeba referentes à série
histórica de 1997 a 2016 ........................................................................................................... 10
Figura 4 – Possíveis rotas de contaminação das águas por microcontaminantes ..................... 16
Figura 5 – Etapas do processo de extração em fase sólida (SPE) ............................................ 31
Figura 6 – Tipos de interações que podem ocorrer entre as substâncias presentes na matriz e os
sítios do sorbente ...................................................................................................................... 31
Figura 7 – Equipamento para extração em fase sólida (SPE) desenvolvido no Laboratório de
Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP ............................................. 32
Figura 8 – Composição do cromatógrafo a gás ........................................................................ 34
Figura 9 – Reação entre o hormônio estriol (E3) e o derivatizante (BSTFA) para sililação das
hidroxilas gerando o composto E3-tri-TMS ............................................................................. 44
Figura 10 – Mapa da Bacia do Rio Paraopeba com os municípios atendidos e as estações de
amostragem onde foram realizadas as coletas para presente pesquisa ..................................... 56
Figura 11 – Sistema de filtração a vácuo utilizado para filtração das amostras ....................... 62
Figura 12 – Sistema manifold para extração em série desenvolvido por Sanson et al............. 64
Figura 13 – Sistema para secagem em série dos extratos ......................................................... 65
Figura 14 – Procedimentos para etapa de derivatização no preparo das amostras para análises
no GC-MS ................................................................................................................................ 66
Figura 15 – Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas da Shimadzu modelo
QP2010S-Plus, com amostrador automático modelo AOC-20i .............................................. 67
Figura 16 – Equipamento TXRF S2 PicofoxTM da Bruker® .................................................... 69
Figura 17 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura
do produto IBU-TMS ............................................................................................................... 75
Figura 18 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura
do produto BFA-di-TMS .......................................................................................................... 76
Figura 19 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a estrutura
do produto EE2-di-TMS ........................................................................................................... 77
ix
Figura 20 – Espectro com as linhas de emissão característica dos elementos inorgânicos
estudados .................................................................................................................................. 78
Figura 21 – Gráfico de frequência relativa dos microcontaminantes orgânicos identificados por
GC-MS em um total de 60 amostras ........................................................................................ 96
Figura 22 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos identificados por GC-MS com seus respectivos pontos de amostragem ................. 97
Figura 23 – Gráfico de frequência relativa dos elementos inorgânicos identificados por TXRF
em um total de 60 amostras .................................................................................................... 101
Figura 24 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos elementos inorgânicos
identificados por TXRF com seus respectivos pontos de amostragem .................................. 102
Figura 25 – Gráfico de escores da PCA para os compostos orgânicos das amostras da Bacia do
Rio Paraopeba ......................................................................................................................... 105
Figura 26 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos orgânicos ................ 106
Figura 27 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos compostos orgânicos .......... 108
Figura 28 – Gráfico de escores da PCA para os compostos inorgânicos das amostras .......... 109
Figura 29 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos inorgânicos............. 111
Figura 30 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos elementos inorgânicos ........ 112
Figura 31 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de chuva
................................................................................................................................................ 113
Figura 32 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de
estiagem .................................................................................................................................. 114
Figura 33 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no
período de chuva .................................................................................................................... 115
Figura 34 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no
período de estiagem ................................................................................................................ 116
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados sobre o esgotamento sanitário dos municípios pertencentes aos pontos de
amostragem da pesquisa ............................................................................................................. 6
Tabela 2 – Classificação do Índice de Qualidade das Águas (IQA) por tipo de tratamento
indicado e destino para reúso...................................................................................................... 9
Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo ..................................... 23
Tabela 4 – Principais funções metabólicas dos microminerais ................................................ 26
Tabela 5 – Principais funções metabólicas dos macrominerais ............................................... 27
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação
emergente em diferentes matrizes ambientais .......................................................................... 36
Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de
elementos inorgânicos em amostras ambientais ....................................................................... 46
Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes
de contaminação ....................................................................................................................... 58
Tabela 9 – Períodos de amostragem e números de amostras coletadas em cada campanha .... 60
Tabela 10 – Condições utilizadas no GC-MS para análises das amostras da pesquisa ............ 68
Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e
as relações m/z utilizadas na identificação compostos por GC-MS ......................................... 73
Tabela 12 – Equações, coeficientes de determinação (R2) e a faixa de concentração para cada
composto ................................................................................................................................... 79
Tabela 13 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os
microcontaminantes orgânicos ................................................................................................. 81
Tabela 14 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os elementos
inorgânicos ............................................................................................................................... 82
Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises dos três níveis de concentração para os compostos
estudados .................................................................................................................................. 83
Tabela 16 – Valores dos coeficientes de variação dos elementos inorgânicos estudados ........ 85
Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos
coeficientes de variação ............................................................................................................ 86
Tabela 18 - Valores das concentrações dos elementos inorgânicos no padrão NIST 1643, pelo
fabricante e pelo equipamento utilizado para presente pesquisa .............................................. 89
xi
Tabela 19 – Valores de efeito de matriz para os compostos ibuprofeno, paracetamol, 4-
octilfenol e estrona nos pontos de coleta BP022, BP073 e BP081........................................... 91
Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas ....................................... 93
Tabela 21 – Valores máximos fixados pelas Deliberação Normativa Conjunta nº 1 para ferro,
manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água ....................................... 104
Tabela 22 – Valores de LOAEL, IDT, VG, medianas e concentrações máximas determinadas
das amostras para a análise dos níveis de toxicidade ............................................................. 117
xii
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação (1) ............................................................................................................................... 72
Equação (2) ............................................................................................................................... 72
Equação (3) ............................................................................................................................... 80
Equação (4) ............................................................................................................................... 90
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ACN – Acetonitrila
AINE – Anti-inflamatório Não Esteroidal
ANA – Agência Nacional de Águas
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BP – Bacia Paraopeba
BSTFA: 1% TMCS – bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida com 1 % de trimetilclorosilano
C – Campanha
CAS – Chemical Abstracts Service
CBH – Comitê da Bacia Hidrográfica
CCL 4 – Contaminant Candidate List 4
CEC – Contaminant of Emerging Concern
CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CI – Chemical Ionization
CID – Dissociação Induzida por Colisão
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental
COPASA – Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais
CRM – Certified Reference Material
CV – Coeficiente de Variação
CWA – Clean Water Act
DL – Linha de Dessolvatação
DBO – Demanda Biológica de Oxigênio
DQO – Demanda Química de Oxigênio
EDTA – Ácido Etilenodiaminotetracético
EI – Electron Ionization
EM – Efeito Matriz
ESI – Electrospray Ionization
ETA – Estação de Tratamento de Água
xiv
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
FC – Fator de Concentração
FEAM –Fundação Estadual do Meio Ambiente
FI – Fator de Incerteza
FM – Fase Móvel
GC-MS – Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry
HCA – Hierarchical Clustering Analysis
ICH – International Conference on Harmonisation
IDT – Ingestão Diária Tolerável
IE – Electron Ionization
IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IQA – Índice de Qualidade das Águas
ISO – International Organization for Standardization
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry
Kd – Coeficiente de Distribuição Sólido-Líquido
Kow – Coeficiente de Partição Octanol-Água
LD – Limite de Detecção
LLE – Liquid-Liquid Extraction
LOAEL – Lowest Observed Adverse Effect Level
LC-MS/MS – Liquid Chromatography Tandem Mass Spectrometry
LDM – Limite de Detecção do Método
LQM – Limite de Quantificação do Método
MAD – Microwave Assisted Derivatization
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MeOH – Metanol
MRM – Multiple Reaction Monitoring
MSTFA – N-metil-(trimetilsilil)trifluoroacetamida
MTBSTFA – N-(terc-butildimetilsilil)-N-metiltrifluoroacetamida
m/z – Relação massa/carga
NIST – National Institute of Standards and Technology
NSF – National Sanitation Foundation
OD – Oxigênio Dissolvido
xv
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
PC – Peso corporal
PCA – Principal Component Analysis
PI – Padrão Interno
pKa – Constante de Dissociação Ácida
PPCP – Pharmaceuticals and Personal care Products
Q – Quadrupolo
R – Recuperação
REGAP – Refinaria Gabriel Passos
RSD – Relative Standard Deviation
RT – Retention Time
SCA – Sistema de Controle Ambiental
SCAN – Scanning Ion
SDWA – Safe Drinking Water Act
SERH – Sistema Estadual de Recursos Hídricos
SF – Sub-bacia do Rio São Francisco
Sisema – Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SNIRH – Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos
SPE – Solid Phase Extraction TIC Total Ion Monitoring
TXRF – Total Reflection X-ray Fluorescence
TMSI – Trimetiliodosilano
UPLC – Ultra Performance Liquid Chromatography
US EPA – United States Environmental Protection Agency
USFDA – United States Food and Drug Administration
VG – Valor Guia
WFD – Water Framework Directive
WHO – World Health Organization
xvi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3
2.1 Bacia do Rio Paraopeba/MG ............................................................................................. 3
2.2 Legislação .......................................................................................................................... 11
2.3 Microcontaminantes de Preocupação Emergente ......................................................... 14
2.3.1 Anti-inflamatórios ........................................................................................................... 17
2.3.2 Reguladores Lipídicos ..................................................................................................... 18
2.3.3 Desreguladores Endócrinos ............................................................................................. 19
2.3.3.1 Estrógenos Naturais ...................................................................................................... 20
2.3.3.2 Xenoestrogênios ........................................................................................................... 21
2.3.4 Propriedade Físico-Químicas e Comportamento no Meio Ambiente ............................. 21
2.4 Elementos Inorgânicos ..................................................................................................... 26
2.5 Métodos Analíticos ........................................................................................................... 29
2.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE) ....................................................................................... 29
2.5.2 Cromatografia Gasosa Acoplada ao Espectrômetro de Massas (GC-MS) ...................... 33
2.5.3 Efeito Matriz .................................................................................................................... 42
2.5.4 Derivatização ................................................................................................................... 43
2.5.5 Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (TXRF) ................................................... 44
2.6 Validação da Metodologia ............................................................................................... 48
2.6.1 Seletividade ..................................................................................................................... 48
2.6.2 Curva Analítica ................................................................................................................ 48
2.6.3 Precisão ............................................................................................................................ 49
2.6.4 Exatidão ........................................................................................................................... 49
2.6.5 Limite de Detecção (LD) ................................................................................................. 49
2.6.6 Limite de Quantificação (LQ) ......................................................................................... 50
2.6.7 Efeito Matriz .................................................................................................................... 50
2.7 Análise Multivariada de Dados ....................................................................................... 50
2.8 Análise de Risco ................................................................................................................ 52
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 53
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 53
3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 53
xvii
4. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 54
4.1 Reagentes, Materiais e Equipamentos ............................................................................ 54
4.2 Bacia Hidrográfica em Estudo ........................................................................................ 55
4.3 Coleta e Armazenamento das Amostras ......................................................................... 60
4.4 Preparo das Soluções dos Padrões .................................................................................. 61
4.5 Preparação das Amostras ................................................................................................ 61
4.5.1 Filtração e Ajuste de pH .................................................................................................. 61
4.5.2 Extração em Fase Sólida (SPE) ....................................................................................... 63
4.5.3 Etapa de Derivatização .................................................................................................... 66
4.6 Descrição dos Equipamentos GC-MS e TXRF .............................................................. 67
4.7 Procedimentos Analíticos para Validação ...................................................................... 69
4.8 Análises das Amostras da Bacia do Rio Paraopeba/MG .............................................. 70
4.9 Avaliação da Toxicidade dos Microcontaminantes Orgânicos .................................... 71
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 73
5.1 Definição da Relação Massa/Carga e do Tempo de Retenção dos Compostos ........... 73
5.2 Validação da Metodologia ............................................................................................... 74
5.2.1 Seletividade ..................................................................................................................... 74
5.2.2 Curva Analítica ................................................................................................................ 78
5.2.3 Limite de Detecção e Limite de Quantificação ............................................................... 80
5.2.4 Precisão ............................................................................................................................ 83
5.2.5 Exatidão ........................................................................................................................... 85
5.2.6 Avaliação e Correção do Efeito Matriz ........................................................................... 90
5.3 Avaliação dos Microcontaminantes Orgânicos e Elementos Inorgânicos ................... 92
5.4 Análise de Toxicidade ..................................................................................................... 117
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 119
7. TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................... 121
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 122
APÊNDICE A – Curvas Analíticas do Microcontaminantes Orgânicos ......................... 142
APÊNDICE B – Tabelas com as Concentrações dos Microcontaminantes Orgânicos
Analisados no GC-MS .......................................................................................................... 145
APÊNDICE C – Tabela com as Concentrações de Elementos Inorgânicos Identificados
por TXRF .............................................................................................................................. 153
ANEXO A – Tabela com os valores dos parâmetros físico-químicos e biológicos ......... 156
1
1. INTRODUÇÃO
A crise hídrica que ameaça a população mundial, no início do século XXI, decorre de
diferentes processos e progressivas mudanças socioeconômicas, políticas e ambientais, tais
como alterações climáticas e no ciclo hidrológico; crescente demanda doméstica, agrícola e
industrial; aumento das fontes de contaminação e consequente deterioração da qualidade das
águas; ineficiência e desarticulação no gerenciamento dos recursos hídricos por setores públicos
e privados1.
Conforme relatório da UNESCO, atualmente 20 países estão em situação de escassez
crônica de água potável e estima-se que 25% da população mundial estará nessa situação crítica
em 2050. Embora 75% da superfície do planeta seja coberta por água, o volume de água doce
corresponde a apenas 3%, dos quais somente cerca de 0,3% encontra-se em mananciais
superficiais, enquanto que cerca de 30% está no subsolo e cerca de 70% em geleiras2.
Além disso, a distribuição dos recursos hídricos se mostra bastante desigual entre os
diferentes continentes, sendo que do volume global de águas superficiais a África possui em
seu território 10%, as Américas 41%, a Ásia 31,6%, a Europa 7%, a Oceania e a Antártida
10,3%. Por sua vez, o Brasil concentra 12% de toda a água doce do mundo, entretanto, também
apresenta uma significativa desigualdade na distribuição dos recursos hídricos: a região Norte
conta com 68,5%, a Nordeste com 3,3%, a Sudeste com 6%, a Sul com 6,5% e a Centro-Oeste
com 15,7%2.
É válido ressaltar que o setor agrícola, em escala mundial, é responsável pelo consumo
de 70% dos recursos hídricos, sendo que seu uso para a irrigação tem acarretado uma drástica
redução no volume dos aquíferos, o que se soma a outros processos prejudiciais vinculados a
essa atividade econômica, como a eutrofização, o assoreamento e a contaminação de águas
superficiais e subterrâneas por fertilizantes e herbicidas1, 3.
A contaminação de corpos d’água por microcontaminantes de preocupação emergente
pode ocorrer, ainda, tanto pelo descarte direto ou indireto de esgotos domésticos e industriais
não tratados, ditos in natura, quanto pelos efluentes das estações de tratamento de esgoto (ETE)
que, em sua maioria não possui um tratamento eficiente para remoção completa destas
substâncias4.
Segundo informações da Agência Nacional de Águas são produzidas 9,1 toneladas de
esgotos por dia no Brasil. Sendo que o esgoto de 55% da população recebe tratamento
2
considerado adequado, dos quais 43% têm esgoto coletado e tratado e 12 % possuem fossa
séptica, que é um tipo de tratamento mais rudimentar denominado como solução individual. Ao
passo que os esgotos de 45% da população não recebem nenhum tipo de tratamento, 18%
contam com apenas rede coletora e 27% não recebem serviço sanitário algum5.
Justificativa
Diante desse cenário global e nacional contemporâneo marcado por potenciais riscos
ambientais, socioeconômicos, à biodiversidade e à saúde humana decorrentes da crise hídrica,
pesquisas dedicadas à identificação e quantificação de microcontaminantes de preocupação
emergente presentes em águas superficiais apresentam significativa pertinência acadêmica e
ambiental, particularmente, na Bacia do Rio Paraopeba em Minas Gerais, responsável pelo
abastecimento de quase cinco dezenas de cidades e por parte considerável dos municípios que
integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, abrangendo mais de 2 milhões de pessoas
e polos econômicos de destaque em nível estadual e nacional.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Bacia do Rio Paraopeba/MG
A bacia hidrográfica investigada nesta pesquisa é uma sub-bacia do Rio São Francisco
(SF3), situada na unidade federativa de Minas Gerais, com uma área de drenagem de 12.054
km², o que equivale a 2,5% do território deste estado, como pode ser visualizado na FIG.1 Além
disso, essa bacia abastece 48 municípios mineiros e atende um numeroso contingente
populacional de, aproximadamente, 2.349.024 habitantes6-8.
O Rio Paraopeba, representa o principal curso de água da bacia em estudo, localiza-se
no extremo sul da Serra do Espinhaço, na cidade de Cristiano Otoni-MG, e desemboca na
represa de Três Marias, situada em Felixlândia-MG, percorrendo uma distância de 510 km.
Seus principais afluentes da margem direita são: Rio Maranhão, Rio Pequeri, Ribeirão Casa
Branca, Ribeirão Grande, Ribeirão Sarzedo, Ribeirão Betim, Ribeirão Macacos, Ribeirão
Cedro, Ribeirão São João. Já os afluentes da margem esquerda são: Rio Brumado, Rio da Prata,
Rio Macaúbas, Rio Manso, Ribeirão Serra Azul e Rio Pardo8.
A seguir, a FIG.1 apresenta uma representação cartográfica, elaborada pelo Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), na qual consta o sistema de coordenadas geográficas, a
localização da bacia, sua rede fluvial e os respectivos municípios atendidos.
4
Figura 1 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba: localização, rede fluvial e municípios Fonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas9.
5
A atividade econômica que predomina por toda a área da bacia hidrográfica é a
mineração, com destaque para a exploração de ferro e manganês no Quadrilátero Ferrífero e no
alto e médio curso da bacia, que se concentra nos municípios de Belo Vale, Brumadinho,
Congonhas, Ibirité, Moeda, Sarzedo e Ouro Branco, mas também para a extração de areia e
argila no baixo curso da bacia, principalmente nos municípios de Cachoeira da Prata e
Esmeraldas.
É relevante atentar para o setor agropecuário que possui notável centralidade econômica
na região, com o predomínio da horticultura e seus canais de irrigação no alto e médio curso,
enquanto que no baixo curso prevalecem a pecuária extensiva e a monocultura de eucalipto8.
Além disso, a bacia se destaca por oferecer insumo hídrico a diversificadas atividades
industriais, por exemplo, dos ramos alimentício, metalúrgico, siderúrgico, químico e têxtil que
se aglutinam em dinâmicos polos econômicos em âmbito local, estadual e nacional, isto é, em
municípios interioranos e da região metropolitana, como Betim, Cachoeira da Prata,
Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Ibirité, Ouro Branco, Sete Lagoas, dentre outros8.
A COPASA possui ao longo da bacia quatro reservatórios para fornecimento de água,
localizados em Brumadinho, Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores. Sendo que seus
reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de mais da metade dos trinta e quatro
municípios que integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte8.
Vale ressaltar que a região Sudeste apresenta 42% da população sem tratamento
adequado de esgoto. A TAB.1 evidencia a situação dos sistemas de esgotamento sanitário dos
onze municípios pertencentes aos pontos de amostragem da bacia hidrográfica. As informações
utilizadas foram consultadas no “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”
elaborado pela Agência Nacional de Águas10.
Tais dados evidenciam a carência de serviço sanitário e de tratamento do esgoto para a
maioria das onze cidades indicadas. Situação que é agravada pelo fato de considerável parte da
população não contar com o serviço mais básico, ou seja, sistema de coleta.
6
Tabela 1 – Dados sobre o esgotamento sanitário dos municípios pertencentes aos pontos de
amostragem da pesquisa
Municípios Coletado
e tratado
Coletado e
não tratado
Não coletado e
não tratado
Solução
Individual População
Betim 75% 0% 23% 2% 403.509
Brumadinho 24% 59% 10% 7% 30.982
Caetanópolis 0% 83% 14% 2% 8.964
Congonhas 0% 79% 19% 2% 50.342
Conselheiro Lafaiete 38% 55% 5% 3% 117.724
Cristiano Otoni 0% 83% 16% 1% 4.301
Ibirité 0% 80% 16% 4% 169.519
Juatuba 9% 30% 55% 6% 23.845
Mário Campos 0% 44% 54% 2% 13.431
Paraopeba 0% 83% 12% 5% 20.708
São Brás do Suaçuí 0% 2% 49% 49% 3.272
Fonte: Informações disponíveis no Atlas Esgotos da ANA10.
Os percentuais mais altos apresentados por seis das onze cidades citadas na TAB.1
foram para coleta sem tratamento, ao passo que somente quatro possuem sistema de coleta e
tratamento, embora em todos esses casos a cobertura se mostra parcial e com percentuais bem
distintos. Tendo em vista os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, vale ressaltar que o
destino de todo efluente urbano, seja tratado ou não, são os corpos hídricos.
De acordo com as informações na TAB.1, nota-se que apenas os municípios de Betim,
Brumadinho, Conselheiro Lafaiete e Juatuba disponibilizam tratamento para o esgoto coletado.
Enquanto que Brumadinho, Caetanópolis, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni e
Paraopeba têm sistema de coleta, mas não inclui tratamento para maior parte de seus habitantes.
Quanto à precariedade das condições sanitárias, sobressaem-se os municípios de Juatuba
e Mário Campos nos quais a maioria dos moradores não possui rede coletora, tampouco
tratamento de esgoto. Assim como São Brás do Suaçuí que também se destaca negativamente,
7
visto que 49% não possuem nenhum tipo de saneamento, outros 49% da população apresentam
solução individual, por exemplo, fossas sépticas, e apenas 2% recebem coleta sem tratamento.
Na 91ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH
Rio das Velhas), realizada no dia 29 de agosto de 2016 em Belo Horizonte, foi assinado um
termo de parceria entre os Comitês CBH Rio das Velhas (SF5) e o CBH Rio Paraopeba (SF3)
com intuito de se estabelecer uma gestão compartilhada e participativa, bem como desenvolver
e executar políticas visando à preservação e melhoria da qualidade dos recursos hídricos destas
duas bacias hidrográficas. Foi enfatizada na reunião a importância ambiental e econômica
dessas bacias, dado seu potencial hídrico para vários municípios de Minas Gerais, o que se
conjuga ao fato de que juntas são responsáveis pelo abastecimento de toda a Região
Metropolitana de Belo Horizonte11.
Em 1997 a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) criou o Projeto “Águas de
Minas” que monitora a qualidade dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais do estado de
Minas Gerais. Desde 2001, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é o órgão que
coordena este programa, além de disponibilizar resumos executivos anuais e relatórios
trimestrais a respeito da situação, qualidade e preservação de corpos hídricos. Estes estudos
pormenorizados contribuem para a orientação e avaliação das operações efetuadas pelo Sistema
de Controle Ambiental (SCA), coordenado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental
(COPAM) e pelo FEAM8.
A partir dos dados coletados nos Resumos Executivos publicados pelo IGAM, nos
últimos três anos, acerca da qualidade das águas superficiais em Minas Gerais, foi elaborado
um gráfico, conforme consta na FIG.2 a seguir, relativo à adequação das estações da Bacia do
Rio Paraopeba aos limites legais, no período de 2014 a 2016.
8
Figura 2 – Percentual de estações adequadas e não adequadas aos limites legais na Bacia do Rio
Paraopeba/MG entre 2014 e 2016 Fonte: Adaptada de IGAM12-14.
Observa-se uma crescente presença de contaminantes fecais no decorrer dos três anos,
sendo que ao final do período 89% das estações ultrapassavam os limites legais. Quanto ao
enriquecimento orgânico, apesar da diminuição de 2015 para 2016, 70% das estações não
estavam em conformidade legal. Enfim, o percentual de estações com níveis elevados de
substâncias tóxicas subiu de 32% para 41%, entre 2014 e 2015, mantendo-se estável em 2016.
A National Sanitation Foundation (NSF), fundada nos Estados Unidos no ano de 1944
e a partir de 1990, com sua expansão para o mercado global, denominada NFS International,
criou na década de 1970 o Índice de Qualidade das Águas (IQA) para classificação das águas
após receber algum tipo de tratamento e determinação da forma mais adequada de reúso. Desde
1975, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) emprega esse índice, sendo
progressivamente incorporado por outras unidades federativas brasileiras nos anos seguintes15.
Os nove parâmetros utilizados no cálculo do IQA são: coliformes termotolerantes
(NPM/100mL), demanda bioquímica de oxigênio (DBO mg/L), fosfato total (mg/L PO4-2),
nitrato (mg/L NO3-), oxigênio dissolvido (%ODSat), pH, sólidos totais (mg/L), variação da
temperatura da água (ºC) e turbidez (UNT). É válido frisar que os coliformes termotolerantes
SF3 - Rio Paraopeba
9
foram substituídos pelo subgrupo dos coliformes Escherichia coli (E. coli) em 2013, por se
tratar de um indicador mais efetivo e preciso de patogenicidade15.
A TAB.2 expõe a classificação da qualidade de águas e os limites de IQA de cada classe.
De acordo com o valor obtido se determina o tipo de tratamento necessário e, depois de tratado
por meio de técnicas convencionais ou avançadas, define-se o destino apropriado para seu
reúso.
Tabela 2 – Classificação do Índice de Qualidade das Águas (IQA) por tipo de tratamento
indicado e destino para reúso
Valor do IQA Classes Tipo de Tratamento Destino
90 < IQA ≤ 100 Excelente
Convencional Abastecimento público 70 < IQA ≤ 90 Bom
50 < IQA ≤ 70 Médio
25 < IQA ≤ 50 Ruim
Avançado
Impróprias para
abastecimento público
com tratamento
convencional IQA ≤ 25 Muito ruim
Fonte: Adaptada de IGAM14.
O IQA é um indicativo importante e frequentemente utilizado na classificação da
qualidade da água. Por exemplo, águas com valores abaixo ou igual a 50 são classificadas como
ruim ou muito ruim, e somente o tratamento com técnicas mais avançadas podem torná-las
apropriadas ao abastecimento público. Caso seja feito o tratamento convencional o reúso pode
ser destinado a outras atividades que não envolvam consumo humano como fontes de energia
hidrelétrica, lagos artificiais ou navegação16.
O FIG.3 mostra a série histórica de 1997 a 2016 com os Índices de Qualidade das Águas
(IQA) da Bacia do Rio Paraopeba, mensurados e publicados anualmente nos Resumos
Executivos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas.
10
Figura 3 – Índices de Qualidade das Águas (IQA) da Bacia do Rio Paraopeba referentes à série
histórica de 1997 a 2016 Fonte: Adaptada de IGAM8, 12-14, 17.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
1%
4%
7%
15%
25%
28%
19%
19%
24%
27%
32%
23%
20%
14%
19%
12%
16%
21%
29%
21%
15%
68%
79%
64%
44%
56%
56%
60%
41%
41%
36%
49%
50%
47%
50%
64%
52%
47%
39%
39%
48%
25%
13%
17%
28%
13%
22%
19%
31%
32%
31%
23%
23%
36%
28%
23%
29%
30%
27%
39%
35%
4%
2%
4%
3%
4%
3%
1%
4%
1%
6%
7%
4%
3%
2%
3%
2%
5%
1,5%
2%
Excelente Bom Médio Ruim Muito Ruim
11
Durante as duas décadas abarcadas pela série histórica, somente no ano de 2003 se
identifica um IQA excelente, com um percentual pouco expressivo de 1%, enquanto que apenas
2005 não revela um IQA muito ruim. Para os demais anos analisados prevaleceu o IQA médio,
variando do mínimo de 36% em 2006 ao máximo de 79% em 1998, com uma média de 52%.
Em relação ao IQA bom, os valores se encontram entre o mínimo de 4% em 1997 e o máximo
de 32% em 2006, com uma média de 20%.
Já os anos de 2009, 2015 e 2016 foram os períodos que indicaram os valores mais
elevados para o conjunto IQA ruim e muito ruim, o que evidencia um recente aumento na
contaminação dos corpos d’água que compõem a bacia em foco. Quando somados o IQA ruim
e o IQA muito ruim apresentaram uma média de 29% entre 1997 e 2016, com o percentual
mínimo de 15% em 1998 e máximo de 41% em 2015, superando assim os valores relativos ao
IQA bom8, 12-14, 17.
Sendo assim, essa pesquisa dedicada à avaliação nível de contaminação das águas
superficiais da Bacia do Rio Paraopeba por resíduos orgânicos e inorgânicos mostra-se de
expressiva pertinência acadêmica, o que se soma à carência de estudos acerca dos
contaminantes de preocupação emergente presentes, particularmente, nesta rede hidrográfica.
2.2 Legislação
Dentre os avanços mais recentes nas leis ambientais brasileiras, destaca-se a Política
Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, com vistas
a reduzir a produção e descarte de resíduos sólidos no meio ambiente, estruturar sistemas de
coleta seletiva, apoiar projetos de reciclagem, incentivar pesquisas voltadas ao
desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, disseminar a educação ambiental, recuperar áreas
contaminadas, dentre outras18.
Quanto à regulamentação dos parâmetros e diretrizes de lançamento de efluentes em
corpos d’água, a Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), que complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005,
apresenta-se como uma das mais recentes e relevantes atualizações na legislação brasileira de
águas19, 20.
12
A Resolução nº 430/2011 proíbe o despejo direto de efluentes sem o devido tratamento,
tendo que seguir as seguintes condições e padrões: a) pH entre 5 e 9; b) temperatura inferior a
40 ºC; c) materiais sedimentáveis até 1 mL/L em teste de 1 hora; d) vazão máxima de até 1,5
vez a vazão média diária da fonte poluidora; e) óleos minerais até 20 mg/L e óleos vegetais e
gorduras animais até 50 mg/L; f) ausência de materiais flutuantes; g) demanda bioquímica de
oxigênio de 5 dias a 20 ºC. Esta Resolução reforçou os instrumentos de fiscalização e definiu
os valores máximos de lançamento para 21 parâmetros inorgânicos e 10 orgânicos20.
Em consonância com as legislações internacionais e apoiados na Política Nacional de
Recursos Hídricos de 1997 e na Resolução nº 357 da CONAMA de 2005, o Conselho Estadual
de Política Ambiental (COPAM) e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de
Minas Gerais (CERH-MG) publicam a Deliberação Normativa Conjunta nº 1 de 5 de maio de
2008. Dirigida à classificação dos corpos d’água e aos padrões de lançamento de efluentes, esta
iniciativa em âmbito estadual representa um dos principais avanços legais de Minas Gerais. No
que tange à classificação da qualidade das águas, estipulou valores máximos para 54 parâmetros
orgânicos e 33 inorgânicos21.
Na União Europeia a legislação das águas tem como marco legal a Diretiva 98/83/CE,
de 3 de novembro de 1998, que define parâmetros microbiológicos e químicos para se assegurar
a qualidade da água destinada ao consumo humano. E a Diretiva 2000/60/CE, conhecida como
Water Framework Directive (WFD), com vistas a proteger a biota aquática e de preservar e
recuperar a qualidade das águas europeias22, 23.
Dentre as iniciativas da WFD, destaca-se a criação de uma lista inicial de 33 substâncias
perigosas prioritárias, a partir da Decisão 2455/2001/CE, sendo incluídas outras 12 substâncias
com seus respectivos limites máximos em 2013, com a Diretiva 2013/39/UE. Vale ressaltar que
na época muito se discutiu sobre a urgência de se incluir na lista o hormônio natural estradiol,
o hormônio sintético etinilestradiol e o anti-inflamatório não esteroidal diclofenaco24, 25.
Contudo, foram colocados na chamada lista de vigilância, devido à insuficiência de
pesquisas científicas que permitam estabelecer seus limites seguros em matrizes ambientais.
Outro fator que influenciou a decisão do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia
se refere aos elevados investimentos financeiros necessários para a reestruturação das estações
de tratamento, por exemplo, Inglaterra e País de Gales teriam que investir cerca de 56 bilhões
de dólares ao longo de uma década26.
Já nos Estados Unidos, a legislação dirigida à poluição das águas tem como marco legal
o Clean Water Act (CWA) de 1948, cujas determinações lançaram as diretrizes de trabalho do
13
órgão federal que regulamenta os corpos hídricos do país, a Environmental Protection Agency
(EPA) fundada em 1970. Quanto aos parâmetros de qualidade e segurança das águas destinadas
ao consumo humano, o Safe Drinking Water Act (SDWA) de 1974, atualizada em 1996, define
atualmente padrões primários e secundários de contaminantes microbiológicos e inorgânicos26.
Tais padrões estabelecidos pela SDWA são seguidos pela EPA em sua listagem de 88
substâncias que apresentam potenciais riscos à saúde humana, a National Primary Drinking
Water Regulations, publicada em maio de 2009, que estabelece limites de concentrações para
microcontaminantes orgânicos, elementos inorgânicos, microrganismos, desinfetantes,
subprodutos de desinfecção e radionuclídeos27.
Além disso, a EPA possui um programa de monitoramento de contaminantes que não
são abarcados pela legislação, responsável por publicar, regularmente, listas de contaminantes
candidatos a incluírem a listagem dos atuais 88 compostos. Com base em pesquisas científicas,
a lista mais recente aprovada em novembro de 2016, denominada Contaminant Candidate List
4 (CCL 4), abrangeu 97 contaminantes químicos e 12 microbianos, com destaque aos pesticidas,
fármacos, subprodutos de desinfecção, toxinas biológicas etc. É válido ressaltar que a CCL 4
incluiu vários dos micropoluentes orgânicos investigados na presente pesquisa, os hormônios
naturais estrona, estradiol e estriol, o hormônio sintético etinilestradiol e o surfactante 4-
nonilfenol28.
Incentivada pelos recentes avanços nas legislações internacionais, destaca-se a iniciativa
não governamental em âmbito estadual da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental Seção São Paulo (ABES-SP) que publicou, em 2012, o “Guia de potabilidade para
substâncias químicas” com vistas a oferecer aportes técnico-científicos aos órgãos estatais,
entidades privadas e organizações da sociedade civil voltados à segurança das águas destinadas
ao consumo humano, promoção da saúde pública, redução da contaminação e determinação das
substâncias prioritárias para regulamentação29.
Tais esforços da ABES-SP tiveram como objetivo aprimorar os dispositivos de controle
e atualizar as determinações da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da
Saúde, dedicada ao controle da qualidade das águas para consumo humano e que estabelece os
padrões de potabilidade no Brasil30.
A partir de estudos científicos a ABES-SP elaborou uma lista geral de 291 substâncias
identificadas em mananciais do estado de São Paulo, dentre as quais constaram 9 dos 12
microcontaminantes analisados no presente trabalho, com exceção da genfibrozila, naproxeno
e estriol. Entretanto, na lista final que, abrangeu 72 substâncias consideradas prioritárias para
14
regulamentação, foram retirados os 9 compostos aqui investigados, dado o critério de exclusão
dos micropoluentes cuja avaliação de toxidade não indicasse, precisamente, doses de referência
ou parâmetros de qualidade das águas29.
Com a Resolução da Diretoria Colegiada nº 98, de 1º de agosto de 2016, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atualizou a lista de medicamentos com venda
isenta e sob prescrição médica, com base nos seguintes critérios: a) tempo de comercialização
de pelo menos 10 anos, no mínimo 5 anos sob prescrição no Brasil ou 5 anos sem prescrição
em outros países; b) segurança quanto a reações adversas, intoxicação e interação
medicamentosa e alimentar; c) indicação para tratamento de doenças não graves e com evolução
inexistente ou muito lenta; d) uso por curto período ou conforme previsto na bula; e) manejável
pelo paciente ou cuidador; f) baixo potencial de risco em caso de mal uso ou abuso; g) não
oferecer potencial dependência31, 32.
De acordo com a nova lista de medicamentos publicada pela Instrução Normativa nº 11,
de 29 de setembro de 2016, três anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) receberam
permissão para venda isenta de prescrição: ibuprofeno, naproxeno e cetoprofeno.
2.3 Microcontaminantes de Preocupação Emergente
Conforme recentes pesquisas, a presença de microcontaminantes em meios aquáticos
têm acarretado alterações nesses sistemas, direta e indiretamente, sendo considerado um
problema ambiental de preocupação emergente em âmbito global33-36. Os microcontaminantes
abrangem inúmeras classes de compostos, dentre as classes de produtos farmacêuticos as mais
relatadas na literatura se encontram os analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios, esteroides,
hormônios e reguladores lipídicos37-39.
Os microcontaminantes ou micropoluentes emergentes (MPEs) são compostos
detectados em concentrações muito baixas, em nível traço (µg/L e ng/L). Inicialmente, foram
chamados contaminantes emergentes (Contaminant of Emerging - CE) e, atualmente são
denominados como contaminantes de preocupação emergente (Contaminant of Emerging
Concern –CECs). Por se tratarem de compostos cuja presença e o acúmulo no meio ambiente
se tornaram motivos de preocupação, já que as consequências dessas ocorrências aos seres vivos
e ao meio ambiente não são suficientemente conhecidas. Portanto, identifica-se na atualidade
15
uma expressiva emergência da preocupação com os efeitos da incidência e permanência de tais
compostos nos ecossistemas40-42.
Pesquisas desenvolvidas em vários países têm alertado para a existência destes
microcontaminantes em diferentes matrizes ambientais, como águas superficiais, subterrâneas
e comercializadas43-47, esgotos bruto e tratado4, 48, 49, lodo, solos e sedimentos50. A maioria dos
compostos é detectada em baixas concentrações, o que leva a interpretações errôneas que
desconsideram seus efeitos prejudiciais à biota. Afinal, geralmente são executados um número
limitado de testes, restritos a poucas espécies, por períodos de exposição relativamente baixos
e as análises se dirigem aos microcontaminantes isoladamente, isto é, negligenciam sua
interação com outros fatores que constituem sistemas complexos, como organismos e
ecossistemas37.
Especialistas de variadas áreas do conhecimento científico dirigem a atenção para os
potenciais riscos à saúde humana, à biodiversidade e ao ciclo de vida dos ecossistemas
decorrentes do descarte indevido de contaminantes de preocupação emergente através do esgoto
doméstico, das unidades hospitalares, das atividades agropecuárias, dos efluentes industriais
ou, até mesmo, do lançamento direto nas redes fluviais acarretando a contaminação de solos,
sedimentos, fauna e flora, bem como de águas subterrâneas e superficiais35, 44, 51-54. A FIG.4
evidencia as diversas rotas de contaminação das águas por microcontaminantes.
16
Figura 4 – Possíveis rotas de contaminação das águas por microcontaminantes Fonte: Adaptada de Bila e Dezotti55.
Nos últimos anos tem crescido o número de pesquisas voltadas a este problema
ambiental, mas ainda são escassos os trabalhos sobre monitoramento de águas e sedimentos,
bem como os dados sobre os efeitos e destino destas substâncias e de seus subprodutos no meio
ambiente37. É válido ressaltar que Santos et al. oferecem uma revisão de estudos sobre a
ecotoxicidade de fármacos presentes no meio aquático e seus efeitos negativos em seres vivos56.
Além de afetar a biota e seus ciclos de vida, a persistência de alguns compostos pode, a
médio e longo prazo, causar danos à saúde de forma direta por meio da ingestão e uso de água
contaminada ou indiretamente via cadeia alimentar. Embora os efeitos adversos em seres vivos
ainda sejam pouco estudados, ensaios biológicos possibilitam avaliar a toxicidade das
substâncias, sendo utilizados para complementarem as análises químicas37, 57.
Vários estudos evidenciam alterações nos sistemas aquáticos devido à exposição
contínua de espécies aos hormônios presentes nas águas e ensaios biológicos revelam, por
exemplo, a estrogenicidade de alguns fármacos, como a genfibrozila37, 58, 59. O que se soma aos
resultados expostos por Pontelli, Nunes e Oliveira que demonstram que os desreguladores
endócrinos presentes nas águas, em especial o bisfenol A, estão associados a diversos
17
distúrbios, tais como diabetes, déficit de atenção, hipotireoidismo, autismo, problemas
respiratórios e, principalmente, obesidade60.
Para presente pesquisa foram delimitados três grupos de microcontaminantes orgânicos:
anti-inflamatórios, reguladores lipídicos e desreguladores endócrinos, subdivididos em
estrógenos naturais e xenoestrogênios.
2.3.1 Anti-inflamatórios
São medicamentos utilizados para aliviar os sintomas de dor e os edemas de inflamações
leves e agudas, também são frequentemente receitados para pacientes após cirurgias,
procedimentos odontológicos, cólicas menstruais, enxaqueca, dentre outros tipos de dores.
Existem diversas formulações comercializadas no país, muitas delas não necessitam de
prescrição médica, sendo encontradas na forma de comprimido, solução, gel e injeção61.
Desse modo, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pertencem à classe de
medicamentos mais vendidas no mundo e, frequentemente, reportada em pesquisas científicas
sobre a incidência destes fármacos em amostras ambientais4, 48, 49, 56.
Os AINEs são compostos derivados de ácidos propiônicos, como o naproxeno e o
ibuprofeno, e de ácido acético, como o diclofenaco. Possuem baixos valores de pKa e boa
absorção, pois estabelecem ligações com as proteínas do sangue62.
O mecanismo de ação dos AINEs está na inibição das enzimas chamadas ciclo-
oxigenases (COX-1 e COX-2), responsáveis pela síntese de prostaglandina (PG), substância
que age em resposta a algum estímulo de dor, levando à sensibilização da inflamação presente
no organismo. Apesar de aliviarem sintomas e edemas, não tratam doenças crônicas como
artrite reumatoide (AR), vasculite e nefrite61, 62.
O paracetamol é considerado um anti-inflamatório muito fraco, pois quase não inibe tais
enzimas, sendo seus efeitos mais significativos como antipirético e analgésico, o que se
relaciona com seu considerável consumo e ocorrência em matrizes ambientais61, 62.
Como os anti-inflamatórios não esteroides são utilizados de forma mais contínua e por
um período de tempo mais extenso pela população idosa, alguns efeitos colaterais são
observados com maior recorrência nessa faixa etária, como problemas no sistema
gastrointestinal, medula óssea, fígado, rim, baço e sangue61.
18
Brozinsk et al. encontraram os anti-inflamatórios diclofenaco, ibuprofeno e naproxeno
na bílis de peixes a jusante de uma estação de tratamento de esgoto na Finlândia63. Já Miller et
al. detectaram diclofenaco em crustáceos (Gammarus pulex) do Rio Tâmisa em Londres64. Ao
passo que Aldekoa et al. fizeram uma avaliação sobre a origem e o destino do diclofenaco no
Rio Llobregat em Catalunha (Espanha)65. Além disso, estes medicamentos têm sido
encontrados com frequência em estações de tratamento de esgoto e estudos indicam ineficiência
na remoção em tratamentos convencionais65-68.
Diante do exposto, os AINEs diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno e o analgésico e
antipirético paracetamol foram selecionados para presente pesquisa. É válido reiterar que a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Resolução da Diretoria
Colegiada nº 98, de 1º agosto de 2016, e da Instrução Normativa nº 11, de 29 de setembro de
2016, autorizou a comercialização sem prescrição médica do ibuprofeno e naproxeno. Como a
nova lista de medicamentos foi publicada após a coleta das amostras, tornam-se de grande
relevância pesquisas que avaliem e comparem a presença destes microcontaminantes orgânicos
em matrizes ambientais em períodos anteriores e nos posteriores às determinações da
ANVISA31, 32.
2.3.2 Reguladores Lipídicos
Os reguladores lipídicos correspondem aos medicamentos indicados para regular níveis
séricos elevados de triglicérides e colesterol no sangue. Estes fármacos reduzem drasticamente
a produção de low density lipoprotein (LDL) e também aumentam levemente a produção de
high density lipoprotein (HDL), em cerca de 10%, reduzindo assim os riscos de doenças
cardíacas.
Além disso, elevam a tolerância à glicose e são utilizados para auxiliar nos tratamentos
de diabetes tipo 2. Os fibratos são alguns dos agentes mais importantes desta classe de
medicamentos, porém, seus mecanismos de ação podem variar, o que torna fundamental a
avaliação dos fatores que causaram as alterações de lipoproteínas no sangue61, 62.
Os fibratos não são recomendados para pessoas com problemas de insuficiência renal,
podem ocasionar problemas gastrointestinais, danos no tecido muscular e devem ser evitados
por pacientes alcoólatras que possuam altos níveis de triglicérides no sangue61, 62.
19
Segundo Valcárcel et al., as doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% da
mortalidade humana em escala mundial, o que reflete na comercialização de seus medicamentos
terapêuticos que movimenta anualmente cerca de 70 bilhões de dólares69.
Portanto, trata-se de uma classe de medicamentos também muito relatada em estudos
com matrizes ambientais40, 56. Dentre os diversos compostos que compõem a classe dos
reguladores lipídicos, foi selecionado o medicamento genfibrozila para ser analisado nas
amostras da Bacia do Rio Paraopeba.
2.3.3 Desreguladores Endócrinos
Diversos compostos de origem natural ou sintética são conhecidos como desreguladores
endócrinos, sendo que outras tantas denominações são utilizadas pela comunidade científica,
tais como: perturbadores endócrinos, disruptores endócrinos, interferentes endócrinos, dentre
outros. Já que estas substâncias são capazes de alterar o sistema endócrino de variadas espécies,
conforme constatado por destacados estudos científicos4, 70-72.
Ghiselli e Jardim classificam os mecanismos de ação dos desreguladores endócrinos no
organismo humano em três formas de atuação: i) por imitação de um hormônio natural, ii) por
bloqueio de receptores de hormônios nas células e iii) por alteração na síntese, transporte,
metabolismo e excreção dos hormônios70.
Recentes pesquisas em âmbito nacional e internacional relatam a presença destes
compostos em amostras ambientais e avaliam os potenciais riscos à saúde humana e à biota
aquática associados à exposição continuada35, 58, 72-74.
Além do mais, os desreguladores endócrinos podem ser divididos em duas classes, dos
naturais e dos sintetizados definidos a seguir35.
20
2.3.3.1 Estrógenos Naturais
São hormônios sintetizados a partir do colesterol pelo ovário e placenta e, em menores
proporções, pelos testículos, tecido adiposo, músculos e córtex da suprarrenal. Tais hormônios
são denominados como endógenos, dada sua origem no organismo, ao passo que hormônios
sintéticos produzidos em laboratório correspondem aos exógenos61, 75.
Os três estrógenos mais importantes do sistema reprodutores são estrona, estriol e
estradiol, sendo este último um importante hormônio sexual feminino secretado pelo ovário e
o mais potente deles61, 75.
A absorção dos estrógenos ocorre no trato gastrointestinal e sua metabolização no
fígado, vale salientar que nesses processos os estrógenos naturais são transformados de forma
mais rápida que os sintéticos61.
Suas ações farmacológicas no organismo variam conforme a fase de maturidade sexual
do indivíduo, visto que no período anterior e durante a puberdade promovem o crescimento e o
surgimento de características sexuais secundárias, no caso de mulheres na fase juvenil e adulta
atuam no ciclo menstrual com vistas a regularem o ciclo e/ou prevenirem gravidez. Já entre as
mulheres adultas e idosas contribuem com a prevenção dos sintomas relacionados à menopausa,
além de criarem proteção contra a osteoporose ao evitarem a perda óssea. Além disso, também
são usados para reposição hormonal em casos de insuficiência ovariana primária e secundária61.
Atualmente, existem diversas formulações para pílulas contraceptivas, dentre as quais a
pílula combinada, um estrógeno e uma progesterona, que tem sido muito usada por ser
altamente eficaz e por conter concentrações mais baixas dos hormônios61. Apesar das
concentrações hormonais serem menores nos medicamentos comercializados, os potenciais
riscos à saúde vinculados ao desenvolvimento de câncer, trombose e doenças na vesícula biliar
ainda permanecem preocupantes62.
É válido ressaltar que hormônios naturais, como o estradiol, e sintéticos, como o
etinilestradiol foram detectados nas águas do Rio das Velhas em Minas Gerais, corpo d’água
que, assim como a rede fluvial do Rio Paraopeba, integra a Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco72.
Desse modo, os hormônios naturais selecionados para este estudo foram: estrona,
estradiol e estriol.
21
2.3.3.2 Xenoestrogênios
Por sua vez, os xenoestrogênio são compostos sintetizados e que englobam uma extensa
classe de substâncias, como pesticidas, plastificantes, fungicidas, herbicidas, metais (Cd e Hg),
poliaromáticos, alquilfenóis e hormônios não naturais4, 70.
Refere-se a mais um grupo de microcontaminantes orgânicos frequentemente
investigado pela comunidade científica, já que a maioria destes xenoestrogênios são utilizados
em larga escala. Sua presença tem sido relatada em matrizes ambientais por pesquisas realizadas
em diversos países47, 73, 74, 76-79.
Os xenoestrogênios escolhidos para presente pesquisa foram: o plastificante bisfenol A,
os surfactantes 4-nonilfenol e 4-octilfenol e o hormônio sintético 17 α-etinilestradiol. Vale frisar
que o bisfenol A (BFA), de modo similar aos demais xenoestrogênios, é um composto químico
industrial que apresenta atividade estrogênica, mimetizando hormônios naturais, e
antiestrogênica, inibindo as funções de receptores do organismo62.
2.3.4 Propriedades Físico-Químicas e Comportamento no Meio Ambiente
Tendo em vista os objetivos dessa pesquisa, é de fundamental relevância ter como
orientação analítica e conceitual um conhecimento detalhado de algumas das principais
características físico-químicas dos poluentes orgânicos para entender o comportamento e a
distribuição dos microcontaminantes no meio ambiente80, 81.
A constante de dissociação ácida (pKa) indica a força de um composto ácido em meio
aquoso, sendo seu valor inversamente proporcional à sua acidez. Por exemplo, um fármaco com
pKa maior que 7 possui caráter básico. Se o valor do pH da matriz for menor que o pKa dos
analitos de interesse, a maioria das moléculas estará na sua forma não dissociada, interferindo
em sua solubilidade no meio aquático82, 83.
O coeficiente de partição octanol-água (Kow) é um indicador para lipofilicidade da
substância e exprime a capacidade de bioacumulação. Também pode ser prevista a
hidrofobicidade, o que evidencia maior sorção em sedimentos e menor mobilidade em água. De
modo geral, quando presentes nas matrizes ambientais, as substâncias que apresentam valores
22
de Kow mais elevados tenderão a estarem adsorvidas na matéria orgânica de solos e de
sedimentos. Tais substâncias em contato com seres aquáticos, por exemplo, pela ingestão de
material particulado contaminado, transferem-se para a gordura animal, ocorrendo assim uma
bioacumulação81, 84.
Outra propriedade importante é o coeficiente de distribuição sólido-líquido (Kd) que
avalia se o analito está adsorvido em meio sólido85.
Estas informações sobre cada composto contribuem para elucidação do seu
comportamento em amostras ambientais, no caso da presente pesquisa, nas águas superficiais
da Bacia do Rio Paraopeba. Os compostos investigados estão listados na TAB.3, com suas
respectivas estruturas químicas, propriedades físico-químicas e os seus números de registros
cadastrados no banco de dados da Chemical American Society (CAS).
23
Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (continua)
Compostos Classe Fórmula
molecular
MM
(g/mol) CAS Log Kow pKa
Kd
(mL/g)
Solubilidade
em água
(mg/L)
Estruturas
Ibuprofeno Anti-inflamatório
não esteroide C13H18O2 206,2808 15687-27-1 3,97 4,91 23,6 - 52 21,00
Naproxeno Anti-inflamatório
não esteroide C14H14O3 230,2592 22204-53-1 3,18 4,15 10,8 15,90
Diclofenaco Anti-inflamatório
não esteroide C14H11Cl2NO2 296,1470 15307-86-5 4,51 4,15 42,4 - 88,6 2,37
Paracetamol Analgésico
antipirético C8H9NO2 151,1626 103-90-2 0,46 9,38 42 14,00 x 103
Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.
24
Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (continua)
Compostos Classe Fórmula
molecular
MM
(g/mol) CAS Log Kow pKa
Kd
(mL/g)
Solubilidade
em água
(mg/L)
Estruturas
Genfibrozila Antilipêmico C15H22O3 250,3334 25812-30-0 3,40 - 4,77 4,42 - 11,00
Estrona Hormônio
natural C18H22O2 270,3661 53-16-7 3,13 10,33 244 - 362 30,00
Estradiol Hormônio
natural C18H24O2 272,3820 50-28-2 4,01 10,33 249 - 673 3,60
Etinilestradiol Hormônio
semissintético C20H24O2 296,4034 57-63-6 3,67 10,33 264 - 600 11,30
Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.
25
Tabela 3 – Características físico-químicas dos compostos em estudo (conclusão)
Compostos Classe Fórmula
molecular
MM
(g/mol) CAS Log Kow pKa
Kd
(mL/g)
Solubilidade
em água
(mg/L)
Estruturas
Estriol Hormônio
natural C18H24O3 288,3814 50-27-1 2,45 10,33 21,38 27,34
Bisfenol A Plastificante C15H16O2 228,2863 80-05-7 3,32 9,6 - 3,00 x 102
4-Octilfenol Surfactante C14H22O 206,3239 1806-26-4 5,66 10,38 - 3,10
4-Nonilfenol Surfactante C15H24O 220,3505 104-40-5 5,76 10,25 - 7,00
Fonte: PubChem86; DrugBank87; ChemSpider88; Toxnet89; Carballa et al.85.
26
2.4 Elementos Inorgânicos
Um elemento inorgânico é reconhecido por proteínas do corpo como essencial ou
tóxico, podendo ser eliminado ou absorvido. São classificados como essenciais os responsáveis
pelo bom funcionamento do organismo, por exemplo, pelo ajuste do pH do sangue, pelo
equilíbrio da pressão osmótica e pela atuação como coenzimas reguladoras do metabolismo
celular90, 91.
Os elementos essenciais podem ser divididos em macrominerais, presentes em maiores
concentrações no organismo, e microminerais, que se encontram em menores quantidades, que
também envolvem os oligoelementos, aqueles cujas concentrações são extremamente baixas91.
A seguir, as Tabelas 4 e 5 exibem alguns micro e macrominerais essenciais e suas respectivas
funções no organismo humano.
Tabela 4 – Principais funções metabólicas dos microminerais
Microminerais Funções Metabólicas
Cr Participa do metabolismo de carboidratos. Auxilia a
manter níveis normais de glicose no sangue.
Cu Síntese de colágeno e elastina. Atua como antioxidante. Responsável
pela formação de hemoglobina, glóbulos vermelhos e enzimas.
Fe Atua no metabolismo celular. Responsável pelo transporte de oxigênio e
de elétrons no sangue. Impede a anemia.
Mn Envolvido na formação dos ossos.
Zn Participa da síntese de proteínas, atua no sistema imunológico e
necessário para funcionamento sensorial normal.
Fonte: Adaptada de Guardia e Garrigues91.
27
Tabela 5 – Principais funções metabólicas dos macrominerais
Macrominerais Funções Metabólicas
Ca Compõe ossos e dentes. Responsável pela coagulação sanguínea e
comunicação intracelular.
K Mantém o volume de fluido dentro e fora das células. Responsável pelo
aumento da pressão sanguínea na presença de excesso de Na.
Mg Compõe ossos e dentes. Mantém equilíbrio ácido-base e sal-água no
organismo. Responsável pelo relaxamento muscular.
Na Mantém o volume de fluido fora das células. Responsável pela contração
muscular.
P Compõe ossos e dentes. Mantém o pH do sangue. Responsável pelo
armazenamento e transferência de energia.
Fonte: Adaptada de Guardia e Garrigues91.
No entanto, em concentrações acima ou abaixo dos níveis necessários para um adequado
desempenho biológico, os micro e macrominerais podem comprometer a saúde tornando-se
tóxicos. Elementos que não são essenciais podem apresentar alta toxicidade e acarretar severos
danos à saúde, cujos efeitos variam conforme o período de exposição e o grau de excesso ou
carência90-92.
Os elementos inorgânicos chegam ao organismo por meio da cadeia alimentar de
vegetais e animais, do consumo de produtos industrializados, da exposição ao ar, solo e
sedimentos poluídos ou não, da ingestão de água tratada ou contaminada, mas cada uma dessas
fontes de incorporação teria um potencial agravante, o risco de apresentarem preocupantes
níveis de metais bioacumulados90, 92, 93.
O descarte contínuo e indevido de produtos químicos no solo, água e ar tem provocado
o acúmulo de metais no meio ambiente e causado impactos nos ecossistemas e nos ciclos de
vida decorrentes da bioacumulação. No Brasil, apenas 12% dos descartes sólidos de centros
urbanos e indústrias passam pelo processo de reciclagem, o restante é descartado em aterros
sanitários, lixões a céu aberto e via efluentes industriais em redes fluviais94.
Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento dos setores industrial, agrícola,
pecuário, minerador e eletroeletrônico, o descarte de elementos inorgânicos, direta ou
indiretamente, no meio ambiente aumentou e, consequentemente, o acúmulo em águas,
28
sedimentos, vegetais, animais etc. Muitos destes elementos são considerados tóxicos dado ao
elevado potencial de bioacumulação em organismos vivos, além de causarem danos à saúde por
exposição imediata ou crônica. Dentre os metais comumente detectados em efluentes
industriais estão o cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, níquel e zinco95, 96.
A contaminação por metais pode ocorrer de diversas formas, estudos como de Mok et
al. revelaram a contaminação de espécies em fazendas de aquicultura na Malásia devido à
exposição a produtos quimioterápicos utilizados para profilaxia ou para tratamento de doenças
nestes sistemas97.
Pesquisas revelam que solos foram contaminados por causa do descarte indevido de
produtos eletrônicos, visto que no Brasil não existe uma coleta seletiva para o lixo eletrônico,
sendo descartados juntamente com o lixo doméstico. Metais advindos destes produtos não
recebem o tratamento devido e permanecem no meio ambiente, podendo afetar os ecossistemas
e a saúde da população local98, 99.
O estudo da presença e exposição aos metais no meio ambiente tem sido objeto de
investigação de cientistas de vários países. Jolly, Islam e Akbar pesquisaram a transferência de
metais presentes em solos agrícolas de Bangladesh100, ao passo que Singh et al. realizaram um
estudo minucioso sobre a segurança no cultivo em solos com elementos traços, abarcando
diversas espécies de plantas e práticas agrícolas101.
Desastres industriais como derramamento de cianeto e outros metais pesados no Rio
Tisza por uma mina de ouro na Romênia (2000) e o rompimento da barragem de uma empresa
de mineração em Minas Gerais, despejando rejeitos no Rio Doce (2015), reforçam a
necessidade de estudos dedicados ao monitoramento das águas e sedimentos e que forneçam
uma avaliação real dos prejuízos ambientais causados pelas empresas, fundamentada em
informações confiáveis que possam orientar os órgãos de fiscalização102, 103.
Devido aos problemas ambientais causados pela crescente acumulação na biota em
escala global, nas últimas décadas, os poluentes inorgânicos têm chamado a atenção dos
governos, entidades privadas e da sociedade civil, sendo cada vez mais objeto de
regulamentação por órgãos nacionais e internacionais dedicados à proteção das águas e dos
ecossistemas em geral.
Vários métodos têm sido relatados na literatura especializada para a remoção destes
elementos inorgânicos do meio aquático através de adsorção, em que diferentes tipos de
adsorvente e bioadsorventes são continuamente testados, por meio de precipitação química,
tecnologia de filtração por membrana, eletroquímica, entre outras95.
29
Diante do exposto, reforça-se a importância da contribuição da presente pesquisa para a
avaliação da presença de elementos inorgânicos na Bacia do Rio Paraopeba/MG.
2.5 Métodos Analíticos
2.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE)
Na década de 70, a extração em fase sólida ou Solid Phase Extraction (SPE) foi
apresentada como uma alternativa às técnicas de extração e concentração de analitos em
matrizes complexas já existentes. Desde então, a SPE tem sido aperfeiçoada e relatada pela
literatura especializada como uma eficiente opção para a determinação de fármacos, hormônios,
pesticidas, plastificantes, produtos enxaguantes, dentre outros poluentes orgânicos (PO) em
diferentes tipos de amostras ambientais66, 104-108.
A SPE é comumente utilizada em substituição a outros métodos analíticos, por exemplo,
por ser considerada superior à extração líquido-líquido (liquid-liquid extract, LLE), posto que
é uma técnica que permite a automação, possui um fator de concentração mais elevado e
necessita de um volume significativamente inferior de solventes orgânicos, com efeito, reduz a
geração de resíduos tóxicos tanto para o operador quanto para o meio ambiente. Além disso,
permite a extração nos próprios locais de coleta, o que otimiza o processo e elimina os custos
com o transporte de grandes volumes de amostra104, 109-114.
A separação do analito de interesse da matriz ocorre de forma semelhante à
cromatografia clássica, sendo que a solução é percolada através de um sólido, fase estacionária,
onde os analitos de interesse ficam retidos. A extração pode ocorrer por diferentes mecanismos,
tais como: adsorção, exclusão por tamanho, partição e troca iônica. Portanto, faz-se necessário
um conhecimento prévio das propriedades físico-químicas dos compostos alvos para que seja
realizada a escolha correta da fase estacionária47, 82, 104, 115-117.
São comercializados cartuchos com diferentes tipos de materiais no recheio e novas
composições são pesquisadas e testadas constantemente, com o intuito de melhorar o processo
e também extrair os mais diversos tipos de moléculas. Avanços na tecnologia do cartucho têm
possibilitado ampliar as áreas para a aplicação da extração em fase sólida118-122.
30
A extração das amostras é feita em cartuchos de extração (tipo seringas) recheados com
um material sólido (fase estacionária). Este tipo de extração demanda alguns procedimentos,
dos quais os quatro principais são:
Condicionamento do cartucho é uma etapa fundamental, pois a passagem do solvente
através da fase estacionária ativa os sítios ligantes e assegura a retenção dos analitos presentes
na amostra. Um detalhe importante é não permitir que o cartucho seque, para isso, o mais
aconselhável é mantê-lo com um pouco do último solvente do condicionamento. Pois caso o
sorvente seque, pode ocorrer trincas no material e gerar caminhos preferenciais, por onde a
amostra tenderá a atravessar, afetando o processo de separação.
A adição da amostra corresponde a uma etapa da extração que requer atenção ao fluxo
de passagem da amostra, que deve ser contínuo, mas não muito rápido. Segundo o protocolo
US EPA Method 1694123, o fluxo deve ser mantido entre 5 a 10 mL/min. Portanto, esta etapa
deve ser controlada, visto que a velocidade não deve sofrer variações e o material de
empacotamento não pode secar durante a extração para que, assim, sejam obtidos resultados
reprodutíveis.
Clean-up é a remoção dos interferentes presentes na matriz e que ficaram retidos na fase
estacionária.
Já a eluição ocorre quando os analitos de interesse são removidos do cartucho pelo
solvente selecionado. Sendo assim, a eluição não deve ser realizada de maneira rápida, pois o
solvente precisa interagir com o analito apara removê-lo, efetiva e satisfatoriamente, da fase
estacionária104, 123, 124.
As etapas de operação na extração em fase sólida estão ilustradas na FIG.5.
31
Figura 5 – Etapas do processo de extração em fase sólida (SPE): a) Condicionamento do
cartucho; b) Extração da amostra; c) Analitos e impurezas retidos no sorvente; d) Clean-up; e)
Eluição dos analitos. Fonte: Elaborada pela autora.
O cartucho utilizado foi Strata-X da Phenomenex® que possui uma fase estacionária
composta por um polímero N-vinilpirrolidona com sítios polares e apolares capazes de interagir
com diferentes grupos de moléculas. A FIG.6 evidencia estes diferentes sítios destacados em
verde.
Figura 6 – Tipos de interações que podem ocorrer entre as substâncias presentes na matriz e os
sítios do sorbente: (A) Ligação π-π; (B) Ligação de Hidrogênio e Interação dipolo-dipolo; (C)
Interações hidrofóbicas. Fonte: Adaptada de Phenomenex®125.
A FIG.6 (A) destaca o anel benzênico que possui pares de elétrons π deslocalizados que
podem interagir com elétrons π presentes na estrutura molecular do analito. A FIG.6 (B) mostra
o grupo amida em que tanto o oxigênio quanto o nitrogênio, elementos muito eletronegativos,
são capazes de realizar ligações de hidrogênio com moléculas de analitos que possuam
32
hidrogênio ligado a outros átomos eletronegativos como: flúor, oxigênio ou nitrogênio. A amida
é um sítio polarizado e que também pode realizar interações do tipo dipolo-dipolo com sítios
polares presentes no analito. Por fim, a região da FIG.6 (C) que é apolar é capaz de realizar
interações hidrofóbicas.
Para o processo de extração é necessário um sistema com pelo menos um manifold com
uma bomba a vácuo, trata-se de sistema comercializado por diversas empresas, contudo,
apresenta um preço elevado que reflete, significativamente, nos custos com insumos de
pesquisa.
Diante disso, pesquisadores do Laboratório de Caracterização Molecular e
Espectrometria de Massas da Universidade Federal de Ouro Preto elaboraram um equipamento
para extração em fase sólida que se destaca pelo baixo custo e pela expressiva repetibilidade.
Seu sistema tem como funcionamento básico a utilização de gás nitrogênio para gerar pressão
positiva dentro do frasco contendo a amostra e para impulsionar a amostra, de forma
ascendente, para o cartucho de extração. A FIG.7 ilustra o aparato desenvolvido por Sanson e
seus colaboradores124.
Figura 7 – Equipamento para extração em fase sólida (SPE) desenvolvido no Laboratório de
Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP Fonte: Elaborada pela autora.
Cartuchos de SPE
Strata-X
N2
Válvula para controle
do fluxo de N2
Amostras
Bomba a vácuo
Manifold
Linhas de N2
Manômetro
33
O sistema permite a extração simultânea de até seis amostras de forma segura, contínua
e prática. O fluxo de N2 é utilizado para gerar uma pressão positiva dentro dos frascos com
amostra, provocando a ascensão do líquido através dos tubos em aço-inox para dentro dos
cartuchos. É possível controlar a pressão do gás pelo manômetro e assim manter constante a
vazão da amostra. A bomba é utilizada, inicialmente, somente para criar vácuo no aparato no
qual a SPE é feita124. Tendo em vista suas várias vantagens, este equipamento foi utilizado na
presente pesquisa para extração simultânea das amostras.
2.5.2 Cromatografia Gasosa Acoplada ao Espectrômetro de Massas (GC-MS)
A junção da cromatografia a gás com a espectrometria de massas tornou-se uma
ferramenta valiosa para a quantificação de elementos traços nos mais diversos tipos de matrizes.
Esta união de técnicas possibilita uma separação mais eficiente de compostos semivoláteis e
voláteis, o que se soma à aprimorada detectabilidade126.
A derivatização é empregada para permitir a análise de compostos pouco voláteis ou
termicamente instáveis na cromatografia gasosa. Apesar de adicionar uma etapa extra no
preparo de amostras, tem se mostrado efetiva para determinações de multirresíduos com
propriedades distintas, ampliando o campo de análises outras áreas da ciência127-129.
A FIG.8 apresenta um esquema simplificado de um cromatógrafo a gás composto pelas
partes fundamentais: gás de arraste, sistema de fluxo, injetor, forno e a coluna capilar, detector
e computador receptor dos dados.
34
Figura 8 – Composição do cromatógrafo a gás: (1) cilindro de gás inerte, (2) injetor, (3) forno,
(4) coluna cromatográfica, (5) detector e (6) computador com registro dos sinais amplificados. Fonte: Adaptada do Manual GC-2010 Gas Chromatograph da Shimadzu130.
O gás de arraste deve ser inerte (argônio, hélio ou nitrogênio) e a escolha deve ser
conforme as orientações do fabricante do equipamento. O equipamento deve ser operado na
faixa de pressão descrita e a pureza exigida para o gás deve ser respeitada para evitar a
incompatibilidade nos sistemas acoplados. Pois, a utilização de gás de pureza inferior ou com
vazamentos podem gerar contaminação e comprometer o desempenho da máquina e,
consequentemente, das análises.
Quanto às modalidades de injeção, pode ser feita tanto no modo split para amostras
concentradas ou desconhecidas, quanto no modo splitless para amostras diluídas.
Já a separação cromatográfica ocorre na coluna capilar, sob aquecimento no forno, onde
os analitos são adsorvidos na fase estacionária e arrastados, de acordo com a volatilidade, até o
detector pela fase móvel contendo gás inerte.
Os métodos mais usuais de ionização para esta técnica são a ionização por elétrons ou
electron ionization (EI), e a ionização química ou chemical ionization (CI). Na ionização por
elétrons as moléculas que eluem da coluna cromatográfica para o compartimento de ionização
são bombardeadas por elétrons com alta energia potencial, resultando na formação de íons e,
em alguns casos, na fragmentação destas espécies iônicas126.
A cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas tem sido uma técnica
muito usada para detectar e quantificar microcontaminantes orgânicos em distintas matrizes
ambientais por pesquisas em âmbito global, África do Sul131, 132, Austrália133, Brasil134-136,
35
China127, Cuba137, Espanha138, 139, Estados Unidos140, 141, Japão142, Marrocos138, Polônia143, 144,
Portugal145 e Tunísia146 são alguns exemplos.
A partir de um levantamento bibliográfico de recentes pesquisas desenvolvidas em
vários países, foi elaborada a TAB.6 que apresenta análises de microcontaminantes orgânicos
de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais utilizando cromatografia gasosa
acoplada à espectrometria de massas, dentre outras técnicas.
36
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
PCT, DCF, EE2
Água de rio
(0,15 L),
Malásia
SPE (Oasis
MCX - 60 mg)
LC–ESI-
MS/MS
10 (PCT), 17 (DCF),
<LD (EE2)
9 (PCT), 10 (DCF),
32 (EE2)
1 (PCT, DCF), 5
(EE2)
Al-Odaini
et al.147
PCT, DCF, EE2
Efluente
urbano (0,10
L), Malásia
SPE (Oasis
MCX - 60 mg)
LC–ESI-
MS/MS
70 (PCT), 217
(DCF), <LD (EE2)
31 (PCT), 33 (DCF),
22(EE2)
1 (PCT, DCF), 5
(EE2)
Al-Odaini
et al.147
E1, E2, EE2, E3
Água de rio
(0,01 L),
Turquia
SPME (argila
IL-MMT)
LC–ESI-
MS/MS
7,53 (E1), 0,10 (E2),
<LD (EE2),
7,33(E3)
0,012 (E1), 0,062
(E2), 0,693 (EE2),
0,018 (E3)
0,041 (E1), 0,205
(E2), 2,310 (EE2),
0,060 (E3)
Aftafa et al.118
E1, E2, EE2, E3,
BFA, 4NF, 4OF
Água de rio (1
L), SP/Brasil
SPE (Oasis
HLB - 500 mg)
LC–ESI-
MS/MS
<LQ (E1), n.d. (E2,
EE2), 1,48-7,7 (E3),
2,76-11,4 (BFA),
1,24 (4NF), <LQ-
1,96 (4OF)
0,1 (E1), 0,2 (E2),
1,0 (EE2), 0,2 (E3),
0,4 (BFA), 0,04
(4NF), 0,04 (4OF)
0,3 (E1), 0,6 (E2),
3,1 (EE2), 0,6 (E3),
1,2 (BFA), 0,1
(4NF), 0,1 (4OF)
Jardim et al.44
E1, E2, EE2, E3,
BFA, 4NF, 4OF
Água potável
(4 L),
SP/Brasil
SPE (Oasis
HLB - 500 mg)
LC–ESI-
MS/MS
n.d. (E1, E2, EE2,
E3), <LQ (BFA,
4NF, OF)
0,1 (E1), 0,2 (E2),
1,0 (EE2), 0,2 (E3),
0,4 (BFA), 0,04
(4NF), 0,04 (4OF)
0,3 (E1), 0,6 (E2),
3,1 (EE2), 0,6 (E3),
1,2 (BFA), 0,1
(4NF), 0,1 (4OF)
Jardim et al.44
Fonte: Elaborada pela autora.
37
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
DCF, IBU, NPX,
PCT, GEN
Água de rio
antes da ETE
(0,20 L),
França
SPE (Oasis
MCX - 60 mg)
LC–ESI-
MS/MS
20-19 (DCF), 6,2-
8,9 (NPX), 8,4-4,1
(IBU), 146-n.d.
(PCT), 0,9-0,3
(GEN)
0,90 (DCF), 0,17
(NPX), 4,40 (IBU),
4,90(PCT), 0,14
(GEN)
- Aminot et al.148
DCF, IBU, NPX,
PCT, GEN
Água de rio
pós ETE (0,20
L), França
SPE (Oasis
MCX - 60 mg)
LC–ESI-
MS/MS
78-98 (DCF), 35-60
(NPX), 14-10
(IBU), 99-n.d.
(PCT), 2,1-6,1
(GEN)
0,90 (DCF), 0,17
(NPX), 4,40 (IBU),
4,90(PCT), 0,14
(GEN)
- Aminot et al.148
DCF, IBU, NPX,
PCT, E2, E3
Água potável
(1,5 L),
Polônia
SPE (Speedisk
H2O-Philic
DVB)
GC-MS
40,0-12,9 (DCF),
37,7-13,4 (NPX),
55,4-41,2(IBU),
89,6-71,0 (PCT),
n.d. (E2, E3)
2,2 (DCF), 1,5
(NPX), 1,4 (IBU),
4,2(PCT), 1,0 (E2),
2,5 (E3)
3,6 (IBU), 12,5
(PCT), 2,4 (DCF),
4,2 (NPX), 3,0 (E2),
6,2 (E3)
Caban et al.149
DCF, E1, E2, EE2
Água de rio e
lago (2,5 L),
Eslovênia
SPE (disco
Atlantic HLB-
L)
GC-MS
Rio: 1,93 (DCF)
Lago: 0,33-2,11
(DCF)
0,131 (E1), 0,12
(E2), 0,463 (EE2),
0,098 (DCF)
0,290 (E1), 1,37
(E2), 0,724 (EE2),
0,119 (DCF)
Cesen e
Heath150
DCF, E1, E2, EE2
Água de mar
(2,5 L),
Eslovênia
SPE (Atlantic
HLB-L- disco
100 mm)
GC-MS 5,69 (DCF)
0,131 (E1), 0,12
(E2), 0,463 (EE2),
0,098 (DCF)
0,290 (E1), 1,37
(E2), 0,724 (EE2),
0,119 (DCF)
Cesen e
Heath150
Fonte: Elaborada pela autora.
38
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
DCF, IBU, NPX,
PCT, GEN
Água de rio
(5,0 L), Suécia
SPE (resina
Amberlite
XAD-2 - 100
mg)
UPLC/Q-
Tof < LD
4 (DCF), 7 (IBU),
12 (NPX), 6 (GEN)
13 (DCF), 23 (IBU),
40 (NPX), 20
(GEN)
Magnér,
Filipovic e
Alsberg151
E1, E2, EE2, E3,
BFA, 4NF, 4OF
Água de rio
(1,0 L), Grécia
SPE (Oasis
HLB -
200 mg)
GC-MS
n.d. (OF, E1, E2,
EE2, E3) 138
(BFA), 277 (4NF)
11,5 (E1), 2,0 (E2),
6,6 (EE2), 3,0 (E3),
2,3 (BFA), 12,3
(4NF), 7,7 (4OF)
37,0 (E1), 6,4 (E2),
21,1 (EE2), 9,5
(E3), 7,2 (BFA),
38,0 (4NF), 24,3
(4OF)
Arditsoglou e
Voutsa152
E1, E2, EE2, E3,
BFA, 4NF, 4OF
Água de rio
pós ETE (1,0
L), Grécia
SPE (Oasis
HLB - 200 mg) GC-MS
n.d. (OF, E1, E2,
EE2, E3), 380
(BFA), 1.900 (4NF)
11,5 (E1), 1,9 (E2),
6,6 (EE2), 3,0 (E3),
2,3 (BFA), 12,3
(4NF), 7,7 (4OF)
37,0 (E1), 6,1 (E2),
21,1 (EE2), 9,5
(E3), 7,2 (BFA),
38,0 (4NF), 24,3
(4OF)
Arditsoglou e
Voutsa152
E1, E2, EE2, E3
Efluente de
ETE (0,1 L),
Espanha
SPE (Florisil -
1 g)
LVI-PTV-
GC–MS
28,0 (E1), 18,0 (E2),
2,1 (EE2), 12,0 (E3)
0,06 (E1), 0,02 (E2),
0,02 (EE2), 0,05
(E3)
- Vallejo et al.153
E1, E2, EE2, E3
Água de rio
(0,1 L),
Espanha
SPE (Oasis
HLB - 200 mg)
LVI-PTV-
GC–MS -
0,07 (E1), 0,05 (E2),
0,04 (EE2), 0,17
(E3)
- Vallejo et al.153
Fonte: Elaborada pela autora.
39
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
E1, E2, EE2
Água da rede
de
abastecimento
(0,1 L), Suécia
HF-MMLLE
(polipropileno
– espessura
fibra 200 μm,
diâmetro 600
μm, tamanho
poro 0,2 μm)
GC-MS n.d. (EE2), 3,0 (E1),
<LQ (E2)
3,0 (E1), 1,6 (E2),
9,0 (EE2)
12,0 (E1), 5,5 (E2),
30,0 (EE2)
Zorita,
Hallgren e
Mathiasson154
CYA, CPZ, CLZ,
HAL, LVP, PRZ,
QTP
Efluente de
ETE (0,05 L),
Portugal
SPE
(Phenomene
Strata-X-C -
200 mg)
GC-MS/MS
n.d. (CYA, CPZ,
HAL, LPV, PRZ,
QTP), 100 (CLZ)
10 (CYA, CLZ,
CPZ, LPV, PRZ,
QTP), 2(HAL)
100 (CYA, CLZ,
CPZ, LPV, PRZ,
QTP), 20 (HAL)
Logarinho
et al.105
DCF, IBU
Água
superficial (1,0
L), Itália
SPE (WCX –
60 mg) GC-MS
n.d. (DCF), 3,0
(IBU)
n.d. (DCF), 3,0
(IBU)
n.d. (DCF), 3,0
(IBU)
Giandomenico
et al.155
DCF, IBU
Água de
torneira (1,0
L), Itália
SPE (WCX -
60 mg) GC-MS
n.d. (DCF), 3,0
(IBU) 0,8-2,8 (DCF, IBU) -
Giandomenico
et al.155
GEN, NPX Água de rio
(1,0 L), China
SPME (fibra
PDMS) GC-MS
n.d. (GEN), 0,10-
15,28 (NPX)
4,13 (GEN), 0,10
(NPX)
1,24 (GEN), 0,34
(NPX) Huang et al.156
Fonte: Elaborada pela autora.
40
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (continua)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
IBU, NPX, E1, E2
Água de rio
(1,0 L),
SP/Brasil
SPME (fibra
PDMS-DVB) GC-MS
<LQ (IBU, NPX,
E1, E2)
105,0 (IBU), 160,0
(NPX), 160,0 (E1),
95,2 (E2)
500 (IBU), 500
(NPX), 500 (E1),
500 (E2)
Gomes et al.157
E1, E2, EE2
Água de rio
(0,1 L),
Estados Unidos
SPME (fibra
PDMS-DVB)
GCxGC–
ToF/MS <LQ (E1, E2, EE2)
20 (E1), 1.340 (E2),
120 (EE2)
1.200 (E1), 2.100
(E2), 21.000 (EE2) Gomes et al.158
DCF, IBU, NPX,
GEN
Água de rio
(0,05 L),
Singapura
LLE-DSPE (r-
GO-NH2 -
5mg)
GC-MS
110 (DCF), 22
(IBU), 34 (NPX), 61
(GEN)
16 (DCF), 1 (IBU),
7 (NPX), 1 (GEN)
53 (DCF), 5 (IBU),
22(NPX), 4 (GEN)
Naing, Li
e Lee159
E1, E2, EE2
Efluente de
ETE com
lagoas de
estabilização
(0,5 L),
CE/Brasil
SPE (C-18 -
500 mg) GC-MS
Estação chuvosa:
< LD (E1, E2, EE2)
Estação seca: 2080
(E1), 1240 (E2),
<LD (EE2)
48 (E1), 64 (E2),
100 (EE2)
53 (E1), 67 (E2),
250 (EE2) Pessoa et al.160
4NF, BFA
Águas
residuárias (0,1
L), Grécia
SPE (C-18) GC-MS 30-900 (4NF), 140-
1.100 (BFA)
30 (4NF), 140
(BFA) -
Stasinakis
et al.161
Fonte: Elaborada pela autora.
41
Tabela 6 – Métodos para determinação de microcontaminantes orgânicos de preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais (conclusão)
Microcontaminantes Matriz/
Localização
Tipo de
extração Técnica
Concentração
(ng/L) LD (ng/L) LQ (ng/L) Referência
E1, E2, EE2, BFA,
4NF, GEN
Águas
residuárias (1,0
L), Portugal
SPE (Oasis
HLB - 200 mg) GC-MS
2,4-3,7 (E1), 4,9-
10,1 (E2), 4,6-9,1
(EE2), 27,5-110,0
(BFA), 1,5-21,2
(4NF), 88-2.2288
(GEN)
- - Rocha et al.107
E1, E2, BFA, 4NF
Águas
superficial (1,0
L), China
SPE (Oasis
HLB - 500 mg) GC-MS
n.d.-15,6 (E1), n.d.-
2,3 (E2), 12,5-171,5
(BFA), 165,8-
1187,6 (4NF)
- - Wang et al.162
E1, E2, EE2, BFA,
4NF
Efluente de
ETE (1,0 L),
Austrália
SPE (Oasis
HLB -
500 mg)
GC-MS
9,1-32,2 (E1), 1,4-
6,3 (E2), 13-44
(BFA), 614-29,9
(4NF)
- 0,05 (E1, E2, EE2,
BFA, 4NF) Ying et al.163
BFA, 4NF Água mineral
(1,0 L), Grécia LLE (CH2Cl2) GC-MS
4,6-112 (BFA), 7,9
(4NF) 2 até 30 -
Amiridou e
Voutsa164
Fonte: Elaborada pela autora.
42
2.5.3 Efeito Matriz
Interferentes presentes na matriz podem afetar as análises de quantificação por
cromatografia em fase gasosa, gerando resultados acima ou baixo do valor real da amostra.
Um dos estudos pioneiros que retrata, de forma sistemática e detalhada, as principais
causas das alterações dos sinais dos analitos devido à presença de outras substâncias na matriz
em cromatografia gasosa é o trabalho sobre pesticidas organofosforados de Erney, Gillespie,
Gilvydis e Poole, publicado em 1993165.
Os autores verificaram um aumento no sinal para os analitos quando injetados junto com
os constituintes da matriz em relação às injeções em solventes sem interferentes. Uma vez que
a matriz protege os analitos tanto do processo de adsorção nos sítios ativos do insertor (liner)
quanto de degradação pela alta temperatura no injetor pelos compostos mais voláteis, porém
esta proteção não ocorre de forma permanente.
Investigaram o comportamento do analito em duas matrizes distintas e o sinal do analito
foi maior na matriz com maior teor de gordura. Além disso, compararam duas técnicas de
injeção splitless e hot on-column sendo a segunda com menores valores de recuperação. Por
fim, testaram a temperatura do injetor observando que altas temperaturas ocasionaram a
redução das áreas dos analitos devido à degradação térmica e/ou aumento da adsorção nos sítios
ativos do insertor.
Pinho et al.166 apresentou em seu trabalho sobre agrotóxicos vários fatores que podem
causar efeitos de matriz nas análises de amostras complexas por cromatografia gasosa, e
métodos para realizar a correção desses efeitos tornando a quantificação confiável.
Na literatura são reportadas várias alternativas para correção dos efeitos causados por
interferentes presentes nas amostras, tais como: diferentes técnicas de calibração multivariada,
alternativas para a introdução da amostra, sugestões para protetor de analitos, temperatura do
sistema de cromatografia, modos de injeção, tipos de injetor e de insertor. Vale ressaltar que
cada matriz tem sua complexidade e, portanto, deve ser feita uma avaliação das melhores
condições operacionais166-169.
Será apresentada na subseção 5.2.6 a avaliação do efeito de matriz nas amostras da Bacia
do Rio Paraopeba.
43
2.5.4 Derivatização
Para uma efetiva separação na cromatografia gasosa é indispensável que o composto
seja volátil e termicamente estável. Uma vantajosa solução para a análise de moléculas sem
estas propriedades em um cromatógrafo a gás envolve realizar a reação de derivatização. Dessa
forma, substâncias com grupos funcionais capazes de realizarem ligações de hidrogênio entre
si sofrerão a substituição destes sítios altamente polares por grupos apolares tornando-se mais
voláteis78, 157, 170.
A acilação, a alquilação, a condensação e a sililação correspondem a alguns exemplos
de reações utilizadas para derivatização e os reagentes mais comuns são: N,O-
bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida (BSTFA), N-metil-(trimetilsilil)trifluoroacetamida
(MSTFA) e N-(terc-butildimetilsilil)-N-metiltrifluoroacetamida (MTBSTFA). Além disso, o
trimetilclorosilano (TMCS) e o trimetiliodosilano (TMSI), em baixas proporções, são também
usados como catalisadores, conferindo maior eficiência à derivatização78, 171-173.
Algumas condições no processo devem ser controladas, como o tempo de equilíbrio da
reação e a temperatura no aquecimento convencional. Por sua vez, a derivatização assistida por
micro-ondas ou Microwave Assisted Derivatization (MAD) deve ter sua potência otimizada172.
A FIG. 9 representa a reação de substituição (sililação) dos hidrogênios da molécula do
estriol (E3) utilizando o BSTFA como agente doador do grupo silil.
44
Figura 9 – Reação entre o hormônio estriol (E3) e o derivatizante (BSTFA) para sililação das
hidroxilas gerando o composto E3-tri-TMS Fonte: Elaborada pela autora.
A reação de sililação substituiu os hidrogênios dos grupos funcionais (OH) no hormônio
estriol (E3) por grupos silil (SiCH3), gerando um produto com maior massa molar e menor
polaridade, já que as moléculas passam a ter interações do tipo Van der Waals. Assim, o
composto derivatizado possui maior volatilidade, o que contribui para uma melhor separação
cromatográfica.
2.5.5 Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (TXRF)
A análise multielementar de metais tem sido muito demandada por várias áreas tais
como, ambiental, biológica, forense, mineração, arqueologia, análises geológicas e diversos
setores industriais. E a Reflexão Total de Fluorescência de Raios-X (TXRF) tem se mostrado
uma boa opção, pois, permite análise simultânea de vários elementos, análises traços, a
calibração com padrão interno é simples, possui baixos limites de detecção, permite análises de
45
amostras em baixas concentrações (µL ou mg), há redução do ruído de fundo, rapidez na análise
e equipamentos portáteis174-177.
O princípio de funcionamento da fluorescência de raios-X (XRF) baseia-se no fato que
os átomos aos serem irradiados por raios-X emitam radiação de fluorescência. E, na
fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF) os raios-X irradiam a amostra com um
ângulo muito pequeno (0,3 - 0,6 °) causando a reflexão total dos fótons dos elementos
irradiados. Desta forma a análise por esta técnica é viável já que o comprimento de onda e a
energia da fluorescência emitida são características de cada elemento químico.
O preparo da amostra é uma etapa importante para garantia da homogeneidade e
representatividade garantindo a exatidão e a precisão dos resultados175, 178.
A TAB.7 traz algumas referências de estudos voltados a elementos inorgânicos em
matrizes ambientais utilizando a TXRF.
46
Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de elementos inorgânicos em amostras ambientais (continua)
Elementos Matriz Equipamento Padrão
Interno
Concentração
(µg/L) LD (µg/L) Referência
Cr
Águas: mix -
mineral e
torneira (20
mL)
TXRF: tubo de
excitação de W;
detector Si;
voltagem de 50 kV
Y 3 (Cr) 2,0 (Cr) Bahadir et al.179
Cd, Pb
Águas: mar,
rio e esgoto
(20 mL)
TXRF: tubo de
excitação de W;
detector Si;
voltagem de 50 kV
Y Mar: 5,0 (Cd), 12,0 (Pb); Rio: 3,9 (Cd), 7,0
(Pb); Esgoto: 3,4 (Cd), 7,0 (Pb) 1,0 (Cd), 2,1 (Pb) Marguí et al.180
K, Ca, Ti, Cr,
Mn, Fe, Ni, Cu,
Zn, As, Ba
Chorume de
aterro
sanitário
lago (1 mL)
TXRF: tubo de
excitação de Mo;
detector Si;
voltagem de 50 kV
Ga
232 (As), 2700 (Ba), 10100 (Br), 79900
(Ca), 426 (Cr), 28 (Cu), 7100 (Fe), 762000
(K), 944 (Mn), 210 (Ni), 8 (Pb), 5700 (Sr),
715 (Ti), 538 (Zn), 426 (Cr), 944 (Mn),
7100 (Fe), 210 (Ni), 28 (Cu), 538 (Zn),
232 (As), 10100 (Br), 5700 (Sr), 2700
(Ba), 8 (Pb), (Ca), 53 a 780 (Ti), <LD a 18
(Cr), 7 a 23 (Mn), 286 a 1481 (Fe), 1 a 2
(Ni), 3 a 11 (Cu), 2 a 487 (Zn), <LD a 6
(As), 40 a 109 (Ba)
2,3 (As), 29 (Ba),
2,1 (Br), 38 (Ca), 11
(Cr), 3,3 (Cu), 7,3
(Fe), 66 (K), 8,9
(Mn), 3,8 (Ni), 3
(Pb), 1,9 (Sr), 18
(Ti), 2,9 (Zn)
Cataldo174
P, Ca, K, Ti, V,
Cr, Mn, Fe, Co,
Ni, Cu, Zn, Pb,
As, Rb, Sr
Água do mar
(área de
lançamento de
efluente da
cidade)
TXRF: tubo de
excitação de Mo/W;
detector Si;
voltagem de 40 kV
Ga
50,0 (P), 599,5x103 (K), 397,7x103 (Ca),
0,7 (Ti), 2,6 (V), 200,0 (Cr), 17,0 (Mn),
1,9 (Fe), 0,2 (Co), 12,1 (Ni), 5,0 (Cu), 46,3
(Zn), 20,0 (Pb), 3,7 (As), 340,0 (Rb), 390,0
(Sr)
- Yadav e Jha181
Fonte: Elaborada pela autora.
47
Tabela 7 – Trabalhos publicados utilizando TXRF, com os limites de detecção, para análises de elementos inorgânicos em amostras ambientais (conclusão)
Elementos Matriz Equipamento Padrão
Interno
Concentração
(µg/L) LD (µg/L) Referência
P, Ca, K, Ti, V,
Cr, Mn, Fe, Co,
Ni, Cu, Zn, Pb,
As, Rb, Sr
Água do mar
(fluxo médio)
TXRF: tubo de
excitação de Mo/W;
detector Si;
voltagem de 40 kV
Ga
47,0 (P), 583,6x103 (K), 160,3x103 (Ca),
0,5 (Ti), 0,3 (V), 40,0 (Cr), 12,0 (Mn), 1,2
(Fe), 0,2 (Co), 2,0 (Ni), 2,0 (Cu), 29,4
(Zn), 3,6 (Pb), 3,0 (As), 190,0 (Rb), 460,0
(Sr)
- Yadav e Jha181
P, Ca, K, Ti, V,
Cr, Mn, Fe, Co,
Ni, Cu, Zn, Pb,
As, Rb, Sr
Água do mar
(área
industrial)
TXRF: tubo de
excitação de Mo/W;
detector Si;
voltagem de 40 kV
Ga
70,0 (P), 677,8x103 (K), 512,6x103 (Ca),
1,0 (Ti), 2,4 (V), 148,0 (Cr), 20,0 (Mn),
2,3 (Fe), 0,4 (Co), 10,0 (Ni), 10,0 (Cu),
71,2 (Zn), 36,0 (Pb), 5,7 (As), 390,0 (Rb),
530,0 (Sr)
- Yadav e Jha181
K, Ca, Ti, Cr,
Mn, Fe, Ni, Cu,
Zn, As, Ba
Água de lago
(1 L)
TXRF: tubo de
excitação de Mo;
detector Si;
voltagem de 50 kV
Y
655 a 1891 (K), 6256 a 7563 (Ca), 53 a
780 (Ti), <LD a 18 (Cr), 7 a 23 (Mn), 286
a 1481 (Fe), 1 a 2 (Ni), 3 a 11 (Cu), 2 a
487 (Zn), <LD a 6 (As), 40 a 109 (Ba)
- Espinoza-
Quiñones et al.182
Hg
Efluentes:
industrial,
municipal de
tratamento
convencional
e municipal
de wetlands
TXRF: tubo de
excitação de Mo/W;
detector Si;
voltagem de 50 kV
Y Industrial: 18,9 (Hg)
Convencional: n.d. (Hg)
Wetland: n.d. (Hg)
0,7 (Hg) Marguí et al.183
Fonte: Elaborada pela autora.
48
2.6 Validação da Metodologia
Toda medida analítica precisa ter dados confiáveis e precisos e, para assegurar a
consistência das medidas realizadas é necessária a validação do método pretendido para as
análises.
A validação consiste em procedimentos que devem ser adotados segundo protocolos
regulamentados por agências nacionais ou internacionais que objetivam comprovar que o
método proposto é adequado para ser reproduzido.
No Brasil os órgãos responsáveis pela certificação de laboratórios de rotina são a
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Estes órgãos disponibilizam guias de
validação de metodologias analíticas184-186.
Estes documentos fornecem várias figuras de mérito que devem ser avaliadas para que
a metodologia proposta possa ser aprovada e aplicada na análise de rotina. Vale ressaltar que
estes documentos são baseados em guias de agências internacionais como a Conferência
Internacional em Harmonização (ICH), a Organização Internacional para Padronização (ISO)
e a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Os procedimentos adotados para
validação do método analítico estão descritos nas subseções a seguir.
2.6.1 Seletividade
Demonstra a capacidade do método analítico em medir o analito na presença de
interferentes, ou seja, em uma matriz complexa o analito de interesse deve ser distinguido dos
demais185, 186.
2.6.2 Curva Analítica
49
Demonstra a capacidade do método em fornecer resultados diretamente proporcionais
aos valores de concentrações do analito nas amostradas investigadas185.
2.6.3 Precisão
Avalia a concordância dos dados obtidos de uma sequência de medidas de uma amostra.
A dispersão dos resultados é expressa pelo desvio padrão relativo (RSD) ou coeficiente de
variação (CV) em percentual186.
2.6.4 Exatidão
Corresponde à conformidade dos valores obtidos com o valor real, pode ser realizada
analisando uma amostra de padrão certificada e na ausência dessa deve ser feito o ensaio de
recuperação. Nesses ensaios são preparados no mínimo três níveis de concentrações, todos em
triplicata, totalizando nove amostras dentro do intervalo do modelo de regressão utilizado na
pesquisa185.
2.6.5 Limite de Detecção (LD)
Corresponde ao menor valor de concentração do analito que pode ser detectado na
amostra, isto é, o nível mínimo em que o analito pode ser diferenciado do branco pelo
instrumento184, 185.
Para cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas o limite de detecção é
calculado pela relação sinal/ruído. Em que o valor do limite de detecção (LD) é estimado para
concentrações em que a relação entre o sinal do analito e o sinal do ruído tenha um valor maior
que três184, 185.
50
2.6.6 Limite de Quantificação (LQ)
Corresponde ao menor valor de concentração do analito que pode ser quantificado com
exatidão e precisão admitidas. Deve ser calculado analisando o branco com decrescentes
concentrações do analito até o menor nível em que o analito possa ser identificado e
quantificado com precisão e exatidão aceitáveis. O valor de LQ é estimado para concentrações
em que a relação sinal/ruído seja maior que 10184, 185.
2.6.7 Efeito Matriz
Em matrizes complexas a presença de interferentes pode afetar o sinal do analito e,
portanto, é necessário adicionar o padrão do analito na matriz e avaliar os efeitos nos resultados
dos componentes presentes na matriz.
Nas análises por cromatografia gasosa outros fatores influenciam no processo de
detecção dos compostos, tais como diâmetro da coluna cromatográfica, injetor e o tipo de
detector, conforme foram detalhados na seção 2.5.3.
2.7 Análise Multivariada de Dados
Refere-se a um conjunto de ferramentas estatísticas que visam à compreensão de forma
simplificada de um número elevado de dados. Possibilita correlacionar os resultados sem perder
informação permitindo visualizar a influência das variáveis no conjunto como um todo. A
multivariabilidade está relacionada não só com um grande número de variáveis, mas também
com a variedade de combinações múltiplas entre estes dados187.
Sendo assim, a PCA é um método de análise estatística multivariada que consegue
reduzir o número de variáveis de forma representativa, gerando novas variáveis estatísticas,
sem perder grande parte das informações iniciais. Identificando padrões entre as amostras,
51
reunindo os dados pela semelhança e reforçando as diferenças entre eles, o que contribui com
a interpretação dos resultados187-189.
A análise de componentes principais (PCA) consiste na distribuição das amostras como
pontos em cartesianas no espaço, em que cada cartesiana é representada por valores das
variáveis investigadas, sendo estas variáveis modificadas em outras novas, isto é, variáveis
estatísticas que possuem pesos e combinações lineares, compondo os novos eixos ortogonais
entre si conhecidos como componentes principais190, 191.
O número de componentes principais (CP) corresponde ao número de variáveis
estudadas. Mas são utilizadas as duas primeiras, já que são as mais importantes, pois o primeiro
eixo principal explica a maior variabilidade nas variáveis, o segundo componente explica a
segunda maior variância envolvida. Desse modo, segue até a última componente que menos
possui informações estatísticas do conjunto de dados189, 190.
Outra técnica de análise multivariada utilizada nesta pesquisa, e que complementa a
PCA, é a Análise de Agrupamentos Hierárquica (HCA). Muito útil para se visualizar as
similaridades entre os dados agrupados, posto que nas análises de clusters as amostras são
agrupadas de acordo com seus níveis de similaridade gerando dendrogramas. A HCA
complementa a PCA visto que os gráficos gerados na PCA são bidimensionais e dificultam a
visualização no espaço de alguns grupos192.
Os agrupamentos ou clusters são representados por dendrogramas, isto é, diagramas de
semelhança em que o eixo das abscissas é dado pelo conjunto de amostras e o eixo das
ordenadas expõe o nível de similaridade entre os grupos formados, sendo que quanto menor a
distância entre os dados maior a semelhança190, 191.
Os dendrogramas evidenciam de forma mais clara a semelhança entre as amostras
(formando clusters ou grupos) que, na maioria das vezes, não são visualizadas tão facilmente
no espaço cartesiano nos gráficos gerados pela análise de componentes principais190, 191.
Segundo Moita Neto e Moita (1998)190 as amostras são tidas como pontos no espaço
multidimensional e a distância Euclidiana é uma das maneiras utilizadas para calcular a
distância entre dois pontos próximos e agrupá-los. Estes pontos agrupados serão trocados por
um único ponto que estará situado ao meio da distância entres os pontos que o geraram. O
processo se repete no espaço amostral até ocorrer o agrupamento de todos os pontos em um
único ponto e, assim, estará concluído o dendrograma.
Existem vários pacotes estatísticos que permitem o tratamento dos dados utilizando a
PCA e HCA, no presente trabalho foi utilizado o software Minitab 17.
52
2.8 Análise de Risco
Atualmente, muitos microcontaminantes de preocupação emergente não são
regulamentadas quanto à concentração máxima permitida em corpos hídricos e na água
destinada ao consumo humano. Apesar de estarem ausentes de legislação no Brasil, Estados
Unidos e União Europeia, é relevante ressaltar que o surfactante 4-nonilfenol e os hormônios
estrona, estradiol, etinilestradiol e estriol foram incluídos, em novembro de 2016, na
Contaminant Candidate List da EPA28. O que se soma ao fato de que, em agosto de 2013, por
meio da Diretiva 2013/39/EU, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia
colocaram em uma lista de vigilância o anti-inflamatório diclofenaco e os hormônios estradiol
e etinilestradiol25.
O guia com as Diretrizes para Qualidade da Água Potável (Guidelines for Drinking-
water Quality) da Organização Mundial de Saúde, cuja quarta edição foi publicada em 2011,
fornece orientações para calcular a estimativa de toxicidade relativa à presença de compostos
químicos em água potável. O cálculo considera todo composto que tem como fundamentação
estudos científicos que identificam as doses mínimas causadoras de efeitos adversos a seres
vivos, isto é, o Lowest Observed Adverse Effect Level (LOAEL) observado por testes que
tenham sido realizados, preferencialmente, com dosagens em água potável193.
Vale ressaltar que a extrapolação desses testes para os seres humanos serve como um
alerta ao risco da exposição contínua a determinados compostos84.
53
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo avaliar a ocorrência, nas águas superficiais da Bacia
do Rio Paraopeba em Minas Gerais, de microcontaminantes de preocupação emergente, por
Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (Gas Chromatography Mass
Spectrometry, GC-MS), e de elementos inorgânicos, por Fluorescência de Raios-X por
Reflexão Total (Total Reflection X-ray Fluorescence, TXRF).
As substâncias orgânicas selecionadas foram paracetamol, ibuprofeno, naproxeno,
diclofenaco, genfibrozila, estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, bisfenol A, 4-
octilfenol e 4-nonilfenol. E os elementos inorgânicos foram arsênio, bário, bromo, cálcio,
chumbo, cobre, cromo, estrôncio, ferro, manganês, níquel, potássio, rubídio, titânio, zinco e
níquel.
3.2 Objetivos Específicos
• Otimizar uma metodologia analítica utilizando Cromatografia Gasosa acoplada à
Espectrometria de Massas (Gas Chromatography Mass Spectrometry, GC-MS) para
determinação e quantificação de microcontaminantes de preocupação emergente;
• Analisar elementos inorgânicos por Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (Total
Reflection X-ray Fluorescence, TXRF);
• Estabelecer um método para o preparo das amostras ambientais;
• Validar as metodologias;
• Analisar as amostras da Bacia do Rio Doce/MG com metodologias validadas;
• Tratar os dados obtidos e correlacioná-los com as possíveis fontes de contaminação;
• Avaliar a toxicidade dos compostos encontrados na bacia hidrográfica.
54
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Como procedimento padrão do Laboratório de Caracterização Molecular e
Espectrometria de Massas as vidrarias utilizadas para ensaios e análises por espectrometria de
massas foram lavadas com uma solução 12,5% (v/v) do detergente não iônico Extran®,
enxaguadas e colocadas em repouso numa solução de ácido nítrico 10% por 24 h.
Para análises no TXRF a limpeza das placas deve ser feita com acetona e algodão de
forma delicada para não danificá-las. As placas devem ser colocadas em um suporte próprio
para armazená-las, e seguir a sequência de 3 lavagens sob aquecimento sem ebulição, tendo o
cuidado de enxaguar com água ultrapura entre cada lavagem.
Primeiro mergulhar o suporte com as placas, previamente limpas com acetona, em uma
solução de Extran® a 12,5 % (v/v) durante 5 minutos. Depois em solução de ácido nítrico 10%
(v/v) por 2 horas e finalizar em água ultrapura por 5 minutos. Enxaguar com água ultrapura e
secar em estufa a 80 °C.
4.1 Reagentes, Materiais e Equipamentos
Todos os solventes utilizados nesta pesquisa foram de grau HPLC e os padrões com
pureza entre 97 a 100 %.
• Acetonitrila e metanol (J. T. Backer®), ácido clorídrico (Merck®), hidróxido de amônio
(Synth®), ácido etilenodiaminotetracético tetrasódico dihidratado - Na4EDTA.2H2O
(Fluka®), piridina (Dinâmica®); tolueno (Merck®);
• Kit solução tampão para calibração do pHmetro (Quimis®);
• Padrões: bisfenol A, diclofenaco, estrona, 17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estriol, 4-
nonilfenol, 4-octilfenol (Sigma-Aldrich®); genfibrozila, ibuprofeno, naproxeno,
paracetamol (Pharma Nostra®); gálio, ítrio (SpecSol®); 4-nonilfenol deuterado (4-n-
nonylphenol-2,3,5,6-d4,OD) (CDN isotopes®) e Material de Referência Certificado
(CRM) para a análise de metais (NIST 1643e);
• Graxa de silicone (Dow Corning®);
• Cartuchos Strata-X (Phenomenex) 500 mg/6 mL;
55
• Papéis de filtro: faixa branca - 25 µm e faixa azul - 8 µm (J.Prolab®) e filtro de fibra de
vidro - 1,2 µm (Sartorius®);
• Banho de ultrassom digital (Kondortech);
• Estufa de secagem e esterelização (FANEM®, modelo 315);
• Balança analítica LIBROR® - 45 SM;
• pHmetro digital (Tecnal®);
• Agitador vortex (VELP Scientifica®);
• Sistema para filtração a vácuo;
• Sistema para a secagem dos extratos em fluxo de N2, confeccionado no laboratório;
• Micropipetas: 5 mL, 1 mL, 200 µL, 100 µL e 10 µL (Eppendorf® e Thermo Scientific
Finnpipett®);
• Frascos de vidro âmbar de 20 mL e de 1L com tampa e batoque em teflon;
• Vials, inserts, tampa e septo de politetrafluoretileno (PTFE)/silicone;
• Capela de fluxo laminar vertical (BSTec®);
• Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas – GC-MS-Shimadzu-QP
2010 – Plus (Shimadzu®), modelo AOC-20i – Shimadzu® com amostrador automático
e controle eletrônico de fluxo;
• Coluna cromatográfica Rtx-5MS Restek - (5 % difenil 95 % metil polisiloxano, 30 m ×
0,25 mm × 0,25 μm);
• Equipamento de Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total S2 PicofoxTM (Bruker®).
4.2 Bacia Hidrográfica em Estudo
A seleção dos 15 pontos de amostragem ao longo da bacia foi feita após avaliação de
parâmetros físico-químicos da série histórica do ano de 2008 até 2014, conforme os relatórios
executivos anuais do IGAM. Tais dados permitiram avaliar a influência das principais fontes
de contaminação identificadas ao longo da Bacia do Rio Paraopeba, classificadas como
atividades antropogênicas ou não.
A FIG.10 mostra os 15 pontos de amostragem ao longo da bacia e os municípios
atendidos.
56
Figura 10 – Mapa da Bacia do Rio Paraopeba com os municípios atendidos e as estações de
amostragem onde foram realizadas as coletas para presente pesquisa Fonte: Adaptada de IGAM9.
57
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba/MG abrange 48 municípios em Minas Gerais e
possui quatro sistemas de abastecimento de água o que corresponde ao abastecimento de 53%
da região metropolitana de Belo Horizonte. É uma bacia que não apresenta estudos e nem
avaliações da presença de microcontaminantes de preocupação emergente em suas águas
superficiais.
Algumas informações importantes sobre as quinze estações de coleta selecionadas para
amostragem na Bacia do Rio Paraopeba, tais como fontes de contaminação e a classe de
enquadramento de cada corpo d’água, estão apresentadas na TAB.8.
58
Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes de contaminação (continua)
Estação Município Descrição Classe de
Enquadramento Fontes de contaminação
BP022 Cristiano Otoni
Rio Paraopeba a montante de
Cristiano Otoni, próximo à
nascente
Classe 2 Agricultura, Pecuária,
Suinocultura
BP036 Brumadinho Rio Paraopeba na localidade de
Melo Franco Classe 2
Lançamento de esgoto sanitário de
Melo Franco, Agricultura
BP069 Juatuba Ribeirão Serra Azul em Juatuba Classe 1
Esgoto sanitário de Juatuba,
Pecuária, Agricultura, Atividade
Minerária
BP071 Betim e Juatuba Rio Betim próximo de sua foz
no Rio Paraopeba, em Betim Classe 3
Esgoto sanitário de Betim,
Siderurgia, Agricultura
BP073 Betim
Riacho das Pedras ou Ribeirão
das Areias em Betim, a montante
de sua foz no Rio Betim
Classe 2
Agricultura, Tratamento de superfícies
metálicas, Galvanoplastias, Siderurgia,
Esgoto sanitário de Betim,
Atividade Minerária
BP075 Ibirité Córrego Pintado a jusante da
Represa da REGAP Classe 2
Lançamento de esgoto sanitário de
Ibirité
BP079
Congonhas,
Conselheiro Lafaiete
e São Brás do Suaçuí
Rio Paraopeba a montante da foz
do Rio Pequeri, em São Braz do
Suaçuí
Classe 1
Esgoto sanitário de São Braz do
Suaçuí, Agropecuária, Extração de
areia para construção
BP080 Congonhas
Rio Maranhão próximo de sua
foz no Rio Paraopeba, a jusante
da cidade de Congonhas
Classe 2
Esgoto sanitário de Congonhas,
Tratamento de superfícies metálicas,
Galvanoplastia, Agropecuária,
Extração de areia para construção Fonte: Adaptada de IGAM8.
59
Tabela 8 – Descrição dos pontos de coleta na Bacia do Rio Paraopeba por munícipios e fontes de contaminação (conclusão)
Estação Município Descrição Classe de
Enquadramento Fontes de contaminação
BP081 Ibirité Ribeirão Ibirité a jusante do
município de Ibirité. Classe 2
Lançamentos de esgoto sanitário de
Ibirité, Agricultura
BP084 Conselheiro Lafaiete
Rio Maranhão na localidade de
Gagé próximo a Conselheiro
Lafaiete
Classe 2
Esgoto sanitário de Conselheiro
Lafaiete, Laticínios, Extração de
argila, Lavanderias industriais,
Agropecuária, Siderúrgica
BP085 Ibirité Ribeirão Ibirité a jusante da
Represa de Ibirité Classe 2
Lançamento de esgoto sanitário de
Ibirité
BP086 Betim e
Mário Campos
Ribeirão Sarzedo próximo de
sua foz no Rio Paraopeba em
Mário Campos
Classe 2
Esgoto sanitário de Mário
Campos, Avicultura, Abatedouro,
Agricultura, Extração de areia,
Agropecuária, Galvanoplastia
BP088 Betim
Rio Betim a jusante do
Reservatório de Vargem das
Flores em Betim
Classe 1
Lançamento de esgoto sanitário de
Betim, Agricultura,
Galvanoplastia, Pecuária,
Assoreamento
BP096 Brumadinho
Rio Manso próximo de sua
confluência com o Rio
Paraopeba em Brumadinho
Classe 2 Lançamento de esgoto sanitário de
Brumadinho
BP098 Caetanópolis e
Paraopeba
Ribeirão do Cedro próximo de
sua foz no Rio Paraopeba em
Caetanópolis
Classe 2
Esgoto sanitário de Caetanópolis,
Pecuária, Indústria têxtil,
Agricultura, Reciclagem de pneus Fonte: Adaptada de IGAM8.
60
4.3 Coleta e Armazenamento das Amostras
A realização da coleta de amostras teve a colaboração e apoio do Instituto Mineiro de
Gestão das Águas (IGAM) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
Campus CETEC.
Os 15 pontos de coleta das amostras para a presente pesquisa foram os mesmos locais
utilizados pelo IGAM no monitoramento do Programa Águas de Minas e estão apresentados na
TAB.9.
Tabela 9 – Períodos de amostragem e números de amostras coletadas em cada campanha
Campanhas Sigla Período de coleta Número de
amostras coletadas*
Primeira C1 Novembro/2015 15
Segunda C2 Fevereiro/2016 15
Terceira C3 Maio/2016 15
Quarta C4 Agosto/2016 15
* As amostras foram coletas em duplicata.
Para avaliar o efeito da sazonalidade nas amostras as coletas foram realizadas em dois
períodos de seca e dois períodos de chuva. A coleta foi feita trimestralmente em 15 pontos ao
longo da Bacia do Rio Paraopeba sendo a primeira coleta realizada em novembro de 2015 (C1),
a segunda em fevereiro de 2016 (C2), a terceira em abril de 2016 e a quarta em agosto de 2016
(C4). As primeiras coletas foram realizadas no período das águas e as duas últimas no período
de estiagem.
Para a coleta das amostras foram utilizados frascos de vidro âmbar 1L, devidamente
limpos, sendo a coleta realizada em duplicata. Em cada frasco de coleta foram adicionados 10
mL de metanol para eliminar microrganismos e evitar a degradação dos compostos em estudo
presentes na matriz.
Após a coleta as amostras foram refrigeradas e transportadas para o Laboratório de
Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas - UFOP, onde foram preparadas para as
análises.
61
4.4 Preparo das Soluções dos Padrões
A solução estoque dos padrões, das substâncias deste estudo, foi preparada em metanol
na concentração de 1 g/L da qual foram feitas as diluições conforme a necessidade da pesquisa.
As soluções foram armazenadas no freezer em frascos âmbar de 20 mL no período máximo de
30 dias. E o padrão interno (PI) 4-nonilfenol deuterado foi preparado em piridina na
concentração de 600 μg/L.
Os padrões internos para TXRF, gálio e ítrio, foram preparados em água ultrapura com
concentração final de 10 mg/L.
4.5 Preparação das Amostras
Como as concentrações dos compostos da pesquisa são encontradas em níveis traços
nas amostras ambientais, o preparo adequado das amostras é uma etapa fundamental para
posterior detecção e quantificação dos analitos presentes nas amostras. Os procedimentos
adotados para a preparação das amostras estão expostos nas próximas subseções.
Alguns valores dos testes físico-químicos realizados e fornecidos pelo IGAM estão
apresentados no ANEXO A.
4.5.1 Filtração e Ajuste de pH
A etapa da filtração é fundamental, pois evita a colmatação dos cartuchos na SPE com
material suspenso presente nas águas superficiais. A filtração ocorreu de forma sequencial, em
um sistema de filtração a vácuo, em filtros de diferentes tamanhos para a abertura dos poros.
Foram utilizados primeiramente filtros de faixa branca (24 μm) em seguida de faixa azul (8 μm)
e, por último, filtros de fibra de vidro (1,2 μm). O sistema utilizado para filtração das amostras
da Bacia do Rio Paraopeba está apresentado na FIG.11.
62
Figura 11 – Sistema de filtração a vácuo utilizado para filtração das amostras Fonte: Elaborada pela autora.
Após o processo de filtração foram separados 600 µL do filtrado em tubos de Eppendorf
e armazenados sob refrigeração para posterior análise de metais.
Em seguida, foi realizado a etapa de acidificação da solução segundo orientações do
protocolo US EPA Method 1694123. O ajuste de pH de 1L de amostra filtrada para 2,00 ± 0,50 foi
feito com uma solução de HCl 50% (v/v) utilizando um medidor de pH portátil e sob agitação
magnética. Ajustado o pH a amostra foi transferida para o frasco de origem, previamente lavado
com água ultrapura, onde foram adicionados 500 mg de ácido etilenodiaminotetracético
tetrassódico dihidratado (Na4EDTA.2H2O), as amostras foram agitadas e então deixadas em
repouso por no mínimo 2h para estabilizar a solução ácida.
Para análise de metais foram pipetados 100 μL da amostra, reservada anteriormente, e
foram adicionados 5 μL dos padrões internos ítrio e gálio, resultando em uma solução de
concentração final de 454,54 μg/L. A solução foi agitada no vórtex por 30 segundos.
No centro da placa de quartzo foram pipetados 20 μL de uma solução de graxa de silicone
diluída em tolueno e colocada para secagem em capela de fluxo laminar. Posteriormente, foram
adicionados também no centro da placa 10 μL da solução preparada com os padrões internos,
após a secagem na placa seguiu para análise no TXRF.
63
4.5.2 Extração em Fase Sólida (SPE)
Um dos procedimentos mais utilizado no preparo de amostras de matrizes complexas
para isolar e concentrar o analito de interesse é a extração em fase sólida (SPE). Os
procedimentos para execução da SPE são: i) Condicionamento dos cartuchos, ii) Adição da
amostra (extração), iii) Clean-up, iv) Eluição da amostra.
A metodologia utilizada nestas etapas foi uma adaptação de quatro metodologias
descritas na literatura123, 124, 194, 195. Dessa forma, os cartuchos utilizados na extração foram o
Strata-X (Phenomenex) de 500mg de fase estacionária composta de sorvente polimérico N-
vinilpirrolidona que tem capacidade de reter compostos lipofílicos e hidrofílicos.
O condicionamento foi feito na seguinte sequência: 5 mL de acetronitrila, 5 mL de
metanol e por último 5 mL de água ultrapura Milli-Q®. Após a ativação dos sítios ligantes na
fase estacionária através do condicionamento foi então realizada a extração das amostras.
Terminada a etapa do condicionamento, as amostras anteriormente tratadas conforme
item 4.5.1 foram percoladas nos cartuchos sob fluxo aproximado de 5 mL/min que foi
controlado pela vazão no cilindro de N2.
O sistema utilizado para extração das amostras está demonstrado na FIG.12 e representa
um sistema manifold com adaptações, desenvolvido por Sanson et al.124 utilizado para extração
simultânea de várias amostras.
64
Figura 12 – Sistema manifold para extração em série desenvolvido por Sanson et al. Fonte: Elaborada pela autora.
Após a extração foi feita a etapa do clean-up (limpeza dos cartuchos), para eliminar
impurezas presentes e isolar na fase estacionária os analitos de interesse. Para isso, foram
utilizados 10 mL de água ultrapura Milli-Q® com pH ajustado para valor de pH 2 ± 0,5 com
solução HCl 50% (v/v). O vácuo foi aplicado durante cerca de 10 minutos afim de que fosse
retirada o máximo de fase aquosa do cartucho, pois na etapa de eluição a água presente no
cartucho também será eluída e dificultará a etapa de secagem do extrato.
Os eluentes utilizados para eluição das amostras foram: 5 mL de metanol e em seguida
5 mL de acetonitrila. Foi utilizada a bomba de vácuo só para iniciar a eluição, todo restante foi
eluído por gravidade. Os extratos foram recolhidos em frascos âmbar de 20 mL e depois secos
sob fluxo de N2 em um sistema para secagem em série conforme FIG.13.
Cartuchos
Strata-X
Amostras
N2
65
Figura 13 – Sistema para secagem em série dos extratos Fonte: Elaborada pela autora.
A última etapa foi a ressuspensão dos extratos secos em 1 mL de metanol, a soluções
foram agitadas em um vórtex por 30 segundos. Os extratos foram divididos em dois volumes:
400 µL para realização das análises químicas e 600 µL para ensaios biológicos realizados em
outro projeto de pesquisa desenvolvido paralelamente no Laboratório de Caracterização
Molecular e Espectrometria de Massas - UFOP.
Para análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas foram
utilizados 100 µL do extrato puro e para avaliar o efeito de matriz, de cada ponto de
amostragem, foram utilizados 70 µL do extrato acrescidos de 30 µL da solução padrão a 100
µg/L obtendo uma concentração final de 30 µg/L do padrão.
Todas as soluções injetadas no GC-MS foram submetidas ao processo de derivatização
descrito na seção seguinte.
66
4.5.3 Etapa de Derivatização
As reações de derivatização modificam a estrutura de algumas moléculas e permitem
que compostos pouco voláteis e termicamente instáveis possam ser analisados por
cromatografia gasosa, como já foi apresentado na subseção 3.3.4.
Desta forma, 100 µL de cada extrato das amostras, previamente secos com fluxo de N2,
foram ressuspendidos com 75 µL de BSTFA contendo 1% trimetilclorosilano (TCMS) que é
um catalisador para reação e 25 µL de solução de 4-nonilfenol deuterado (padrão interno) em
piridina de concentração final de 150 μg/L, o padrão interno é adicionado para controle da etapa
de derivatização das amostras. O processo de derivatização ocorreu em temperatura controlada
de 80 °C durante 30 minutos. O esquema do procedimento de derivatização está esquematizado
na FIG.14.
Figura 14 – Procedimentos para etapa de derivatização no preparo das amostras para análises
no GC-MS Fonte: Elaborada pela autora.
Após o tempo de reação as amostras foram retiradas da estufa e deixadas na bancada
para resfriamento dos vials e posteriormente foram injetadas no equipamento GC-MS.
80 °C 30
min.
67
4.6 Descrição dos Equipamentos GC-MS e TXRF
Para detecção e quantificação de microcontaminantes orgânicos nas amostras da Bacia
do Rio Paraopeba/MG foi utilizado um cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de
massas da Shimadzu® modelo QP2010S – Plus com amostrador automático, modelo AOC-20i
e controle eletrônico de fluxo. A energia de ionização foi de 70 eV e o volume de injeção de 2
μL.
A FIG.15 ilustra o equipamento GC-MS da Shimadzu utilizado pelos usuários do
Laboratório de Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas – UFOP para análises
por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas.
Figura 15 – Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas da Shimadzu modelo
QP2010S-Plus, com amostrador automático modelo AOC-20i Fonte: Elaborada pela autora.
A TAB.10 traz as condições para a cromatografia gasosa e para o espectrômetro de
massas otimizadas a partir da pesquisa de Sanson196.
68
Tabela 10 – Condições utilizadas no GC-MS para análises das amostras da pesquisa
Cromatógrafo a gás
Injetor
Modo Splitless
Temperatura 280 °C
Tempo de splitless 0,5 min
Forno da coluna
Coluna capilar Rtx-5MS (30 m × 0,25 mm × 0,25 μm)
Fase estacionária 5% difenil / 95% dimetilpolisiloxano
Rampa de temperatura
50 °C por 1 min; 50 - 100 °C a 25 °C/min;
100 - 300 °C a 15 °C/min; 300 °C durante
5 min
Fase móvel
Gás de arraste Hélio
Modo de controle do fluxo Velocidade linear
Pressão 90,7 kPa
Fluxo total 37,3 mL/min
Fluxo na coluna 1,54 mL/min
Velocidade linear do Hélio 45,0 cm/sec
Razão da divisão 20
Espectrômetro de massas
Modo de ionização Ionização por elétrons
Tipo de analisador de massas Quadrupólo
Voltagem do detector 1,3 kV
Temperatura da fonte de ionização 250 °C
Temperatura da interface 280 °C
Tempo de corte do solvente 5 min
Tempo total 21,33 min
Fonte: Elaborada pela autora.
69
A determinação de elementos inorgânicos foi feita no equipamento de Fluorescência de
Raios-X por Reflexão Total (TXRF) S2 PicofoxTM da Bruker® com detector de Si, tubo de
excitação de Mo, voltagem de 50kV e corrente de 700 μA. O tempo para cada análise foi de
600 s. O equipamento utilizado para as análises está ilustrado na FIG.16.
Figura 16 – Equipamento TXRF S2 PicofoxTM da Bruker® Fonte: Manual do S2 PicofoxTM da Bruker®197.
4.7 Procedimentos Analíticos para Validação
Para assegurar a validade e a confiabilidade do método proposto para este trabalho e
aplicá-lo nas amostras da Bacia foi realizada a validação conforme os seguintes critérios:
seletividade, linearidade, precisão, exatidão, efeito de matriz, limites de detecção e de
quantificação. Os guias que orientaram a validação foram “Guia para validação de métodos
analíticos e bioanalíticos”, conforme a Resolução nº 899, de 29 de maio de 2003, da ANVISA
(2003)185, e “Orientações sobre validação de métodos analíticos” do INMETRO (2011)186,
70
ambos baseados em protocolos internacionais de validação. As etapas para a validação estão
descritas a seguir.
• Seletividade: o espectrômetro de massas é um detector muito seletivo, capaz de fornecer
informações como tempo de retenção (TR) e intensidade relativa dos íons alvo que
distinguem os analitos presentes na amostra; para TXRF as linhas de emissão são
específicas para cada elemento.
• Curvas Analíticas: para construção das curvas analíticas foram preparadas soluções
contendo os padrões em diferentes níveis de concentração variando de 2,5 μg/L a 150 μg/L.
As soluções foram derivatizadas com BSTFA : 1% TMCS e foi adicionado o PI em piridina
de concentração final 150 μg/L na solução.
• Efeito matriz: para avaliação do valor e do tipo de efeito de outros interferentes presentes
nas amostras, foram realizadas injeções duplas com dois tipos de soluções. Uma solução
com 100 μL da amostra pura derivatizada. E uma outra amostra (solução spike) preparada
com 70 μL da amostra original acrescida de 30 μL de solução padrão a 100 μg/L, tendo a
concentração final de padrão de 30 μg/L. Assim, para cada amostra injetada foi realizada
uma segunda injeção da sua respectiva solução spike. Ambas foram derivatizadas.
• Exatidão: realizaram-se os ensaios de recuperação em quatro níveis de concentrações em
triplicata para avaliar os compostos analisados no GC-MS e para TXRF utilizou-se
Material Certificado de Referência (MRC).
• Precisão: indicada pelo coeficiente de variação (CV%) foi realizada para os quatro níveis
de concentração da recuperação para três níveis, em triplicata, da curva utilizada no
método.
• Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ): para análise por GC-MS foi
utilizado software Shimadzu® que permite calcular o LD e o LQ pela relação sinal/ruído
do ponto de menor concentração da curva preparado na matriz. Nas análises por TXRF o
software da Bruker® fornece para cada elemento o limite de detecção que corresponde a
três vezes o valor do desvio padrão. Com os valores dos limites de detecção fornecidos
pelo software do equipamento é possível calcular os valores dos desvios padrão e, então,
determinar os valores dos limites de quantificação que correspondem a dez vezes o valor
do desvio padrão.
71
4.8 Análises das Amostras da Bacia do Rio Paraopeba/MG
Terminada a validação da metodologia, esta foi empregada para determinação de
microcontaminantes orgânicos e inorgânicos nas amostras da Bacia do Rio Paraopeba em
quatro campanhas coletas, em quinze pontos de amostragem, durante dois períodos de seca e
dois períodos de chuva.
Para tratamento estatístico dos dados por análise das componentes principais (PCA) e
análise de agrupamentos hierárquica (HCA) utilizou-se o software Minitab 17.
4.9 Avaliação da Toxicidade dos Microcontaminantes Orgânicos
Atualmente, os microcontaminantes de preocupação emergente tratados nesta pesquisa
não constam entre as substâncias regulamentadas quanto à concentração máxima permitida em
corpos hídricos e na água destinada ao consumo humano.
As equações para calcular a toxicidade dos compostos selecionados foram retiradas do
guia Diretrizes para Qualidade da Água Potável (Guidelines for Drinking-water Quality) da
Organização Mundial de Saúde.
Para determinar uma ingestão diária tolerável (IDT) para o ser humano foi utilizado o
LOAEL do composto e um fator de incerteza (FI) de 103, em que a potência representa os três
fatores a seguir:
I) as variações interespécies;
II) as variações intraespécies;
III) a preocupação com o potencial de carcinogenicidade, o período restrito dos
experimentos ou a limitação de informações sobre a influência do composto em seres vivos193.
A Equação (1) foi utilizada para calcular os valores de IDT dos desreguladores
endócrinos do estudo.
72
IDT = LOAEL
FI Equação (1)
Em que,
LOAEL = dose mínima causadora de efeitos adversos a seres vivos
FI = fator de incerteza
A partir da IDT foi calculado o valor guia (VG) para toxicidade em seres humanos pela
Equação (2).
VG = IDT x PC x F
C Equação (2)
Em que,
IDT = ingestão diária tolerável
PC = peso corporal médio de uma pessoa
F = fração IDT relativa à ingestão de água
C = volume de água ingerida
O guia sugere valores para PC de 60 kg considerando uma pessoa adulta e 5 kg para
bebês, considera também que um adulto consuma em média 2 L de água por dia, enquanto um
bebê consome 750 mL e que apenas 20% da ingestão diária tolerável virá da água contaminada
consumida. Desta maneira, foi possível calcular os limites toleráveis para adultos e bebês.
73
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Definição da Relação Massa/Carga dos íons fragmentos e do Tempo de Retenção dos
Compostos
Os valores da relação m/z e tempo de retenção (TR) de cada analito da pesquisa foram
selecionados com auxílio do software da Shimadzu® e a biblioteca do National Institute of
Standards and Technology (NIST®). Para isto, foi utilizada uma solução padrão a 500 μg/L
contendo PI a 150 μg/L.
Na seleção dos picos de cada composto foram selecionados de dois a três íons nos seus
espectros de massas, sendo o íon mais intenso utilizado para quantificação e os outros para
confirmação. A TAB.11 traz informações sobre as relações m/z, os tempos de retenção
determinados para cada um e seus produtos da derivatização.
Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e
as relações m/z utilizadas na identificação dos compostos por GC-MS (continua)
Composto Produto
derivatizado
Tempo de
retenção (min)
Relação m/z - íon
de quantificação
Relação m/z - íons
de confirmação
IBU IBU-TMS 9,298 160 263; 234
PCT PCT-di-TMS 9,383 206 280; 116; 295
4OF 4OF-TMS 10,732 179 180; 287
4NF 4NF-TMS 11,417 179 292; 277
GEN GEN-TMS 11,521 201 194; 122
NPX NPX-TMS 12,550 185 302; 243
BFA BFA-di-TMS 13,313 357 372; 207; 359
DCF DCF-TMS 13,888 214 242; 309
Fonte: Elaborada pela autora.
74
Tabela 11 – Produtos de derivatização produzidos, a relação m/z utilizada para quantificação e
as relações m/z utilizadas na identificação compostos por GC-MS (conclusão)
Composto Produto
derivatizado
Tempo de
retenção (min)
Relação m/z - íon
de quantificação
Relação m/z - íons
de confirmação
E1 E1-TMS 15,746 342 257; 218; 244
E2 E2-di-TMS 15,946 416 285; 326
EE2 EE2-di-TMS 16,534 425 300; 285
E3 E3-tri-TMS 17,010 504 311; 345
PI 4-NF deuterado-TMS 11,406 183 296; 281
Fonte: Elaborada pela autora.
5.2 Validação da Metodologia
Para confirmar que a metodologia proposta é adequada para ser aplicada nas amostras
da Bacia do Rio Paraopeba, foi realizada a validação conforme as figuras de mérito descritas a
seguir.
5.2.1 Seletividade
O método cromatográfico com detector de espectrometria de massas é uma técnica
seletiva. Já que a confirmação do analito está relacionada com o tempo de retenção específico
para cada elemento e a confirmação pelo cromatograma de abundância relativa da relação m/z
do íon molecular com seus respectivos fragmentos. As Figuras 17, 18 e 19, correspondentes
aos compostos ibuprofeno, bisfenol A e etinilestradiol, exemplificam como foi realizada a
identificação dos analitos.
75
Figura 17 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a
estrutura do produto IBU-TMS Fonte: Elaborada pela autora.
76
Figura 18 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a
estrutura do produto BFA-di-TMS Fonte: Elaborada pela autora.
77
Figura 19 – (A) Cromatograma dos íons selecionados e (B) espectro de massas com a
estrutura do produto EE2-di-TMS Fonte: Elaborada pela autora.
No equipamento TXRF o elemento químico é identificado pela sua linha de emissão, a
FIG.20 ilustra estas linhas de emissão característica de cada um.
78
Figura 20 – Espectro com as linhas de emissão característica dos elementos inorgânicos
estudados Fonte: Elaborada pela autora.
5.2.2 Curva Analítica
Para verificar a linearidade e o ajuste adequado foram preparadas curvas analíticas com
calibração interna utilizando o 4-nonilfenol deuterado como padrão interno. Os modelos de
regressão foram lineares para maioria dos compostos e quadráticas para três deles.
Na TAB.12 estão apresentadas as equações, os coeficientes de determinação (R2) e a
faixa de concentração para cada microcontaminante orgânico deste estudo e, no APÊNDICE A
estão apresentadas as curvas analíticas.
79
Tabela 12 – Equações, coeficientes de determinação (R2) e a faixa de concentração para cada
composto
Composto Equação da Curva R2 Faixa de
Concentração (μg/L )
Ibuprofeno Y = 1022,866x - 0,3611 0,9995 5-150
Paracetamol Y = -304,031x2 + 495,2638x + 3,3397 0,9987 5-150
4-Octilfenol Y = 142,57x + 2,6674 0,9989 5-100
4-Nonilfenol Y = 154,9822x - 4,6736 0,9932 2,5-150
Genfibrozila Y = 365,5853x + 0,6666 0,9995 2,5-150
Naproxeno Y = 626,0296x + 0,6283 0,9975 5-150
Bisfenol A Y = 170,8206x + 0,3794 0,9986 2,5-150
Diclofenaco Y = 1111,248x + 1,9474 0,9926 5-150
Estrona Y = 5953,12x - 7,4952 0,9886 5-150
Estradiol Y = -8572,05x2 + 1932,84x - 0,8104 0,9964 2,5-100
Etinilestradiol Y = -76299,6x2 + 5617,172x - 1,9624 0,9972 2,5-100
Estriol Y = 6950,7x - 2,5307 0,9980 2,5-150
Fonte: Elaborada pela autora.
Todos os coeficientes de determinação (R2) deram valores acima de 0,98, ou seja, mais
de 98% da variação de Y é explicada pela variação de x.
O software SPECTRA da Bruker® do equipamento para análise por TXRF fornece a
concentração de cada elemento inorgânico que é calculada segundo a Equação (3) utilizando
um padrão interno.
80
C𝑖 =CISxN𝑖 x SIS
NISxS𝑖 Equação (3)
Em que,
Ci = concentração do elemento i
CIS = concentração do padrão interno
Ni = número de pulsos do elemento i
SIS = sensibilidade relativa do padrão interno
NIS = número de pulsos do padrão interno
Si = sensibilidade relativa do elemento i
A sensibilidade relativa de um elemento (Si) é a relação entre as sensibilidades do
elemento com a de um padrão interno selecionado. Ela possibilita correções de pequenas
alterações tais como: efeitos de matriz e erros de pipetagem92.
5.2.3 Limite de Detecção e Limite de Quantificação
Os limites de detecção e de quantificação do equipamento foram determinados pela
relação sinal/ruído (S/R) na qual é verificada a menor concentração (concentração limite) em
que o pico do composto se diferencia do pico do branco. Nesta concentração foi calculado o
LD pela relação 3:1 e o LQ pela relação 10:1 com auxílio do software do GC-MS que fornece
os valores de S/N.
Para calcular o limite de detecção do método (LDM) foi necessário considerar o fator
de concentração do processo de extração (FC), a recuperação (R%), o efeito matriz (EM), e os
limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) do instrumento.
O software SPECTRA da Bruker® do TXRF fornece o valor do limite de detecção e o
LQ é calculado como sendo 10 vezes o valor do desvio fornecido na análise pelo equipamento.
Os valores de LD e LQ do método para os microcontaminantes orgânicos estão apresentados
na TAB.13. e para os inorgânicos estão na TAB.14.
81
Tabela 13 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os
microcontaminantes orgânicos
Composto LDM (ng/L) LQM (ng/L)
Ibuprofeno 2,51 8,35
Paracetamol 1,94 6,47
4-Octilfenol 1,08 3,61
4-Nonilfenol 2,82 9,40
Genfibrozila 2,08 6,94
Naproxeno 2,84 9,46
Bisfenol A 3,43 11,43
Diclofenaco 2,18 7,28
Estrona 1,93 6,44
Estradiol 2,13 7,10
Etinilestradiol 3,88 12,92
Estriol 4,31 14,36
Fonte: Elaborada pela autora.
Os resultados são comparáveis com outros trabalhos na literatura, por exemplo, Cesen
e Heath avaliaram águas de rio, mar e lago na Eslovênia, tendo encontrado limites de detecção
utilizando GC-MS de 0,131 ng/L (E1); 1,12 ng/L (E2); 0,463 ng/L (EE2); 0,098 (DCF)150.
Também no contexto esloveno, Caban et al. reportaram valores de 2,2 ng/L (DCF); 1,5 ng/L
(NPX); 1,4 ng/L (IBU); 4,2 ng/L (PCT); 1,0 ng/L (E2) e 2,5 ng/L (E3) em análises por GC-MS
de água de rio149.
No trabalho de Naing, Li e Lee os limites de detecção no GC-MS foram 1,0 ng/L (IBU
e GEN); 7,0 ng/L (NPX) e 16,0 ng/L (DCF) para amostras de água de rio em Singapura159. Ao
passo que para os desreguladores endócrinos, Arditsoglou e Voutsa encontraram os valores de
82
11,5 ng/L (E1); 1,9 ng/L (E2); 6,6 ng/L (EE2); 3,0 ng/L (E3); 2,3 ng/L (BFA); 12,3 ng/L (4NF);
7,7 (4OF) para limites de detecção em água de um rio da Espanha empregando o GC-MS152.
Tabela 14 – Valores dos limites de detecção e de quantificação do método para os elementos
inorgânicos
Elemento LD (µg/L) LQ (µg/L)
K 33,49 111,63
Ca 25,54 85,13
Cr 7,12 23,73
Mn 5,76 19,20
Ni 3,12 10,40
Fe 4,82 16,07
Cu 1,45 4,83
Zn 2,64 8,80
As 1,91 6,37
Ti 7,8 26,00
Br 1,86 6,20
Sr 2,6 8,67
Ba 23,2 77,33
Rb 1,34 4,47
Pb 1,99 6,63
Fonte: Elaborada pela autora.
O software SPECTRA da Bruker® do TXRF fornece o valor de LD para cada elemento
na análise. A LD corresponde a três vezes o valor do desvio padrão e o valor de LQ equivale a
dez vezes o valor do desvio padrão calculado pela LD.
Dentre os diversos trabalhos divulgados utilizando TXRF, destaca-se a pesquisa de
Cataldo174 que realizou uma análise multielementar, apresentando os seguintes limites de
83
detecção: 2,3 μg/L (As); 29 μg/L (Ba); 2,1 μg/L (Br); 38 μg/L (Ca); 11 μg/L (Cr), 3,3 μg/L
(Cu); 7,3μg/L (Fe); 3 μg/L (Pb); 8,9 μg/L (Mn); 3,8 μg/L (Ni); 66 μg/L (K); 2,6 μg/L (Rb); 1,9
μg/L (Sr); 18 μg/L (Ti) e 2,9 μg/L (Zn). Desse modo, observa-se que tais dados são comparáveis
aos limites encontrados no presente estudo.
5.2.4 Precisão
Para avaliar a precisão do método cromatográfico foram realizadas injeções de soluções
padrão em 3 níveis de concentrações em triplicata. Foram escolhidas três concentrações
utilizadas no método e as análises foram realizadas no mesmo dia, consecutivamente, e de
forma aleatória. A precisão está expressa pelo coeficiente de variação (CV%) na TAB.15.
Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises dos três níveis de concentração para os compostos
estudados (continua)
Composto Concentração (μg/L) CV (%)
Ibuprofeno
5 4,04
75 9,22
150 6,83
Paracetamol
5 5,01
75 4,44
150 9,04
4-Octilfenol
5 9,58
75 9,17
150 7,25
4-Nonilfenol
5 5,92
75 5,02
150 5,94
Fonte: Elaborada pela autora.
84
Tabela 15 – Valores de CV (%) para análises em três níveis de concentração para os compostos
estudados (conclusão)
Composto Concentração (μg/L) CV (%)
Genfibrozila
5 9,90
75 5,87
150 8,48
Naproxeno
5 8,36
75 8,92
150 9,98
Bisfenol A
5 8,40
75 6,89
150 9,72
Diclofenaco
5 9,79
75 7,81
150 7,14
Estrona
5 5,23
75 6,70
150 11,28
Estradiol
5 9,67
75 3,99
150 5,69
Etinilestradiol
5 7,33
75 7,85
150 2,73
Estriol
5 8,70
75 6,24
150 4,36
Fonte: Elaborada pela autora.
85
Como os valores de (CV%) foram menores que 20% para todos os compostos avaliados,
pode-se afirmar que o método utilizado é preciso185.
Para análises no TXRF foram avaliados os coeficientes dos elementos inorgânicos em
sete replicatas da solução padrão NIST 1643e estão apresentados na TAB.16.
Tabela 16 – Valores dos coeficientes de variação dos elementos inorgânicos estudados
Elemento
Inorgânico
Concentração
(µg/L)
Desvio Padrão
(µg/L) CV (%)
K 1649,10 153,85 9,33
Ca 25919,02 308,05 1,19
Cr 21,02 4,77 22,69
Mn 34,52 4,39 12,72
Fe 111,95 19,72 17,61
Ni 74,65 10,65 14,27
Cu 20,76 2,33 11,24
Zn 139,83 14,98 10,71
As 60,50 8,04 13,29
Sr 253,30 16,32 6,44
Ba 455,23 33,27 7,31
Fonte: Elaborada pela autora.
Os coeficientes obtidos estavam dentro do aceitável e, portanto, o método de
fluorescência de raios – X também se mostrou preciso.
5.2.5 Exatidão
Para avaliar a exatidão do método analítico foram executados os ensaios de recuperação,
que foram realizados em quatro níveis de fortificação: três preparados em triplicata e um em
86
seis replicatas. Também foi realizada a recuperação do branco, amostra sem dopagem, para
verificar a contaminação no processo. As amostras de água utilizadas para fortificação foram
coletadas na Cachoeira da Geladeira, Ouro Preto – MG. As curvas analíticas fornecidas na
Seção 5.2.2. foram utilizadas para calcular a recuperação expressa por R%. Para cada valor de
recuperação (R%) obtido em cada nível de fortificação foi apresentado o seu respectivo
coeficiente de variação (CV%) conforme TAB.17.
Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos
coeficientes de variação (continua)
Composto Concentração
(μg/L )
Recuperação
(%) CV (%)
Valor médio da
recuperação (%) ** N*
Ibuprofeno
10 107,15 1,65
80,32
3
50 102,16 6,97 6
70 61,32 10,93 3
150 50,65 6,55 3
Paracetamol
10 65,95 3,21
55,00
3
50 34,18 3,87 6
70 80,93 0,61 3
150 38,93 27,76* 3
4-Octilfenol
10 86,47 8,55
60,22
3
50 65,23 2,18 6
70 45,41 4,40 3
150 43,77 1,57 3
4-Nonilfenol
10 50,17 7,46
50,30
3
50 49,86 11,81 6
70 60,72 10,60 3
150 40,45 14,07 3
*N - número de replicatas
Fonte: Elaborada pela autora.
87
Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos
coeficientes de variação (continua)
Composto Concentração
(μg/L )
Recuperação
(%) CV (%)
Valor médio da
recuperação (%) ** N*
Genfibrozila
10 78,49 3,70 71,06 3
50 93,83 8,33 6
70 56,55 3,28 3
150 55,37 7,51 3
Naproxeno
10 83,81 8,94 77,64 3
50 123,93 14,79 6
70 43,93 1,68 3
150 58,88 9,73 3
Bisfenol A
10 68,03 8,79
77,10
3
50 146,28 7,78 6
70 42,31 12,99 3
150 51,80 4,45 3
Diclofenaco
10 89,79 6,39
63,22
3
50 95,03 4,25 6
70 20,74 3,51 3
150 47,33 10,36 3
Estrona
10 44,70 6,26
50,00
3
50 82,97 13,32 6
70 21,52 10,86 3
150 50,82 8,88 3
Estradiol
10 58,88 12,52
49,07
3
50 78,50 14,95 6
70 20,79 8,33 3
150 38,12 11,33 3
*N - número de replicatas
Fonte: Elaborada pela autora.
88
Tabela 17 – Índices de recuperação para SPE dos compostos estudados com seus respectivos
coeficientes de variação (conclusão)
Composto Concentração
(μg/L )
Recuperação
(%) CV (%)
Valor médio da
recuperação (%) ** N*
Etinilestradiol
10 64,80 7,29
52,59
3
50 78,86 10,03 6
70 19,11 9,14 3
150 47,57 14,48 3
Estriol
10 46,11 13,82
46,23
3
50 83,72 10,53 6
70 17,58 9,28 3
150 37,53 13,54 3
*N - número de replicatas
Fonte: Elaborada pela autora.
O coeficiente de variação da maioria dos compostos está adequado com o valor limite
da ANVISA185 de 20%.
O paracetamol apresentou um valor de CV um pouco acima de 20% para o nível de
recuperação de maior concentração.
Como as amostras são preparadas em triplicata o desvio um pouco acima do aceitável
remete a algum erro ocorrido durante o preparado de uma das triplicatas, um outro fator que
pode ter contribuído para este desvio é a complexidade da matriz em que interferentes presentes
de forma não homogênea interferiram no resultado final da análise.
Pelos valores apresentados na TAB.17 observou-se uma tendência na diminuição da
recuperação com o aumento da concentração. O que se pode supor que a matriz não estava
isenta de outros compostos. E, com o aumento da concentração dos analitos nos níveis mais
altos de fortificação, somados aos outros compostos já presentes na matriz, houve a saturação
dos sítios do cartucho durante o processo de extração em fase sólida (SPE).
Os dados obtidos também são compatíveis com outras metodologias descritas na
literatura. Magnér, Filipovic e Alsberg reportam valores de 38% (NPX e DCF), 63% (IBU),
64% (GEN) em pesquisa realizada em água de rio próximo a efluente de ETE151.
Para os desreguladores endócrinos 4NF, 4OF, BFA, E1e E2 a faixa de recuperação foi
de 76-119% no trabalho de Wang et al. nas águas de rio na China162. Na pesquisa de Kuster et
al. observa-se a recuperação de 70% para o hormônio estriol (E3) e 89% para EE2 no estudo
89
da Bacia do Rio Llobregat, na Espanha198. Já para o analgésico e antipirético paracetamol
(PCT), Conley et al. obtiveram 53% de recuperação em análises de amostras do Rio Tennessee,
EUA199.
Para avaliar a exatidão das análises no TXRF foi utilizada a solução padrão NIST 1643e
e comparados os valores determinados no equipamento com os valores reportados pelo
fabricante.
Os resultados encontrados e o desvio relativo calculado estão indicados na TAB.18.
Tabela 18 - Valores das concentrações dos elementos inorgânicos no padrão NIST 1643, pelo
fabricante e pelo equipamento utilizado para presente pesquisa
CRM - NIST 1643e CRM - NIST 1643e - TXRF
Elemento
Inorgânico
Concentração
(µg/L)
Desvio
Padrão
(µg/L)
Concentração
(µg/L)
Desvio
Padrão
(µg/L)
Desvio
Relativo
(%)
K 2034 29 1649,10 153,85 18,92
Ca 32300 1100 25919,02 308,05 19,76
Cr 19,9 0,23 21,02 4,77 5,61
Mn 38,97 0,45 34,52 4,39 11,41
Fe 98,1 1,4 111,95 19,72 14,12
Ni 62,41 0,69 74,65 10,65 19,61
Cu 22,76 0,31 20,76 2,33 8,79
Zn 78,5 2,2 139,83 14,98 78,13
As 60,45 0,72 60,50 8,04 0,08
Sr 323,1 3,6 253,30 16,32 21,60
Ba 544,2 5,8 455,23 33,27 16,35
Fonte: Elaborada pela autora.
90
O método foi exato para quase todos os compostos, apenas os elementos estrôncio e
zinco apresentaram valores acima de 20%.
5.2.6 Avaliação e Correção do Efeito Matriz
Para a avaliação do valor e do tipo de efeito que outros interferentes presentes nas
amostras podem causar no sinal do analito, foram realizadas injeções de 2 tipos de soluções.
Uma com 100 μL da amostra pura derivatizada e a outra com 70 μL da amostra e 30 μL de
solução padrão de concentração final de 30 μg/L conhecida como solução.
Alguns desses efeitos de matriz estão demonstrados na TAB.19 onde se observa efeitos
tanto de supressão quanto de aumento do sinal ocorridos pela presença de outros componentes
na matriz da amostra analisada. O cálculo do efeito matriz é apresentado pela Equação (4).
EM =(A𝑠𝑝𝑖𝑘𝑒−0,7 x Aamostra)
A padrão 30 ppb Equação (4)
Em que,
EM = Efeito Matriz
Aspike = área da solução spike
Aamostra = área da amostra pura
Apadrão de 30 ppb = área da solução padrão de 30 μg/L
Quando o valor do efeito de matriz (EM) é maior do que 1, tem-se um indicativo de que
houve um efeito aumentativo no sinal, ao passo que quando é menor do que 1, trata-se de um
efeito supressivo no sinal.
Conforme exemplos indicados na TAB.19, abrangendo quatro compostos em três
pontos de coleta, evidencia-se que as amostras analisadas apresentaram consideráveis valores
de efeito de matriz tanto de aumento quanto de supressão no sinal.
91
Tabela 19 – Valores de efeito de matriz para os compostos ibuprofeno, paracetamol, 4-
octilfenol e estrona nos pontos de coleta BP022, BP073 e BP081
Composto Ponto de coleta Campanha Valor do Efeito
de Matriz Efeito no sinal
Ibuprofeno
BP022 C2 0,74 Supressão de
26%
BP073 C3 2,60 Aumento de
160%
BP081 C4 3,38 Aumento de
238%
Paracetamol
BP022 C1 1,45 Aumento de
45%
BP073 C4 3,87 Aumento de
287%
BP081 C2 0,33 Supressão de
67%
4-Octilfenol
BP022 C3 0,77 Supressão de
23%
BP073 C1 0,75 Supressão de
25%
BP081 C2 1,41 Aumento de
41%
Estrona
BP022 C1 0,71 Supressão de
29%
BP073 C4 0,23 Supressão de
77%
BP081 C3 0,52 Supressão de
48%
Fonte: Elaborada pela autora.
É possível observar que o ponto de coleta BP022, nas diferentes campanhas, apresentou
valores de efeito de matriz mais baixos que os demais, visto que se encontra em uma área mais
preservada, próximo à nascente do Rio Paraopeba a montante do município de Cristiano Otoni,
com uma população de cerca de 4,3 mil habitantes, cujas principais fontes de contaminação
correspondem à agricultura, pecuária e suinocultura em pequena escala.
Já os pontos de coleta BP073 e BP081 se destacaram com valores de efeito de matriz
mais elevados, indicando uma maior presença de interferentes na análise das amostras. Essa
tendência pode ser compreendida por ambos estarem situados em áreas pouco preservadas, mais
urbanizadas e populosas, além de revelarem uma geração de expressivos volumes de efluentes
industriais, agrícolas e de esgoto doméstico não tratado. O que se conjuga ao fato dos valores
de efeito de matriz terem se acentuado nas campanhas do período da seca, isto é, C3 e C4.
92
As amostras concernentes ao ponto de coleta BP081 se encontram no Ribeirão Ibirité a
jusante do município de Ibirité, com cerca de 170 mil residentes, sendo que a maior parte dos
contaminantes provém de atividades agrícolas e do precário esgotamento sanitário, onde 96%
dos habitantes não contam com sistema de tratamento, dos quais 16% não possuem nem mesmo
coleta de esgoto.
Por sua vez, o ponto de coleta BP073 se situa no Ribeirão das Areias, também chamado
Riacho das Pedras, a jusante do município de Betim, um proeminente centro urbano e industrial
da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com uma população superior a 400 mil habitantes.
Desse modo, trata-se de um receptor de diversas fontes de contaminação oriundas da mineração,
siderurgia, galvanoplastia, fabricação de peças automotivas, produção de papel, tratamento de
superfícies metálicas, refino de petróleo, agricultura e do esgoto sanitário, visto que 23% da
população não têm acesso a um sistema de coleta e tratamento.
É válido frisar que os níveis de qualidade ruim e muito ruim deste corpo de água de
Betim, mensurados a partir da média anual do IQA, têm sido salientados nas séries históricas,
relativas à última década, acerca da qualidade das águas superficiais de Minas Gerais publicadas
pelo IGAM14.
Outro fato que pode ser observado comparando os resultados apresentados na TAB.19
é que compostos mais voláteis, como paracetamol e ibuprofeno, apresentaram valores mais
altos para o efeito matriz que compostos um pouco menos voláteis como 4-octilfenol e a
estrona. Isto pode ser explicado pela maior possibilidade de degradação térmica ou de adsorção
nos sítios ativos do liner por compostos de alta volatilidade vaporizados no injetor quando
preparados em solvente puro. Desse modo, ocorre um aumento do sinal quando injetados com
a matriz, em que os interferentes presentes competem com o analito no processo de adsorção,
permitindo que uma maior quantidade de analito seja transferida para a coluna
cromatográfica166.
5.3 Avaliação dos Microcontaminantes Orgânicos e Elementos Inorgânicos
Após a metodologia ser desenvolvida e validada, foi realizada a avaliação da presença
dos microcontaminantes orgânicos e elementos inorgânicos nas águas da Bacia do Rio
Paraopeba/MG. Foram avaliados 15 pontos de coleta em 4 campanhas amostrais realizadas
93
trimestralmente: novembro/2015 (C1), fevereiro/2016 (C2), maio/2016 (C3) e agosto/2016
(C4).
A distribuição temporal foi escolhida com o intuito de observar variações referentes ao
período das águas (C1 e C2) e ao período de estiagem (C3 e C4). Para melhor compreensão dos
resultados obtidos em cada ponto de coleta nas diferentes campanhas foi utilizado os dados de
distribuição de chuva (SNIRH-ANA, 2016) apresentados na TAB.20.
Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (continua)
Ponto de coleta Campanha Precipitação média
mensal (mm)
Caracterização do
período
BP022
C1 64,70 Chuvoso
C2 305,00
C3 50,50 Estiagem
C4 0,00
BP036
C1 57,70 Chuvoso
C2 381,60
C3 24,29 Estiagem
C4 0,00
BP069
C1 49,70 Chuvoso
C2 438,30
C3 28,80 Estiagem
C4 0,00
BP071
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
BP073
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas
(SNIRH-ANA)200.
94
Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (continua)
Ponto de coleta Campanha Precipitação média
mensal (mm)
Caracterização do
período
BP075
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
BP079
C1 64,70 Chuvoso
C2 305,00
C3 50,50 Estiagem
C4 0,00
BP080
C1 74,00 Chuvoso
C2 340,60
C3 51,70 Estiagem
C4 0,00
BP081
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
BP084
C1 64,70 Chuvoso
C2 305,00
C3 50,50 Estiagem
C4 0,00
BP085
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas
(SNIRH-ANA)200.
95
Tabela 20 – Precipitação mensal por pontos de coleta e campanhas (conclusão)
Ponto de coleta Campanha Precipitação média
mensal (mm)
Caracterização do
período
BP086
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
BP088
C1 85,70 Chuvoso
C2 345,60
C3 25,20 Estiagem
C4 0,00
BP096
C1 57,70 Chuvoso
C2 381,60
C3 24,29 Estiagem
C4 0,00
BP098
C1 96,70 Chuvoso
C2 411,70
C3 53,20 Estiagem
C4 0,00
Fonte: Adaptada do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas
(SNIRH-ANA)200.
Observa-se que a segunda campanha realizada em fevereiro de 2016 (C2) correspondeu
ao período com os maiores índices pluviométricos, ao passo que a quarta campanha em agosto
de 2016 (C4) não registrou nenhuma precipitação em todos os 15 pontos de coleta.
As ocorrências dos microcontaminantes orgânicos nas 60 amostras analisadas estão
expostas de forma geral na FIG.21 e as concentrações máximas e mínimas por cada composto
estão apresentadas na FIG.22.
96
Figura 21 – Gráfico de frequência relativa dos microcontaminantes orgânicos identificados por
GC-MS em um total de 60 amostras Fonte: Elaborado pela autora.
Pela FIG.21 percebe-se que todos os compostos orgânicos estudados nesta pesquisa
foram detectados nas águas superficiais da Bacia do Rio Paraopeba. O composto com menor
ocorrência foi o hormônio sintético 17α-etinilestradiol (15%), já o plastificante bisfenol-A foi
o mais frequente nas amostras (96,67%). O AINE com maior detectabilidade foi o naproxeno
(86,67%), o hormônio natural mais frequente foi a estrona em 81,67% e o fármaco genfibrozila
estava presente em 65% das amostras.
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Bisfenol-A
Naproxeno
Estrona
Genfibrozila
Ibuprofeno
Paracetamol
4-Nonilfenol
Estradiol
Estriol
4-Octilfenol
Diclofenaco
Etinilestradiol
96,67
86,67
81,67
65,00
61,67
60,00
50,00
48,33
45,00
35,00
30,00
15,00
Frequência (%)
Com
post
os
org
ânic
os
97
Figura 22 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos identificados por GC-MS com seus respectivos pontos de amostragem Fonte: Elaborado pela autora.
O gráfico acima (FIG.22) mostra os valores máximos e mínimos das concentrações
determinadas para cada composto orgânico e seus respectivos pontos de amostragem e
campanhas em que foram realizadas as coletas.
Os três anti-inflamatórios não esteroidais estudados estão entre os maiores valores
encontrados para as concentrações máximas, dentre as quais o ibuprofeno apresentou a maior
concentração com 1,68 ng/L. Enquanto que o naproxeno e o diclofenaco apresentaram 938,44
ng/L e 561,01 ng/L, respectivamente.
A amostra do ponto BP086 realizada em novembro de 2015 (C1) foi a que apresentou a
maior concentração de ibuprofeno. Tal ponto está localizado no Ribeirão Sarzedo, próximo aos
municípios de Betim e Mário Campos. Esta estação possui despejo de esgoto sanitário de Mário
Campos, com uma população de aproximadamente 13,4 mil habitantes e que não conta com
sistema de tratamento, portanto, pode ser considerada a principal via de contaminação pelo
medicamento encontrado. Conforme a TAB. 20 é possível observar que, apesar da coleta ter
sido feita em período chuvoso, a primeira campanha teve um índice de chuva muito menor em
1,00
10,00
100,00
1000,00
10000,00
BP
036
-C4
BP
086
-C1
BP
081
-C1
BP
084
-C3
BP
022
-C3
BP
081
-C4
BP
073
-C2
BP
080
-C2
BP
036
-C1
BP
071
-C4
BP
022
-C1
BP
081
-C2
BP
084
-C1
BP
069
-C1
BP
022
-C1
BP
071
-C4
BP
085
-C4
BP
073
-C4
BP
036
-C3
BP
073
-C4
BP
085
-C4
BP
071
-C4
BP
022
-C4
BP
073
-C4
IBU PCT 4-OF 4-NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 EE2 E3
5,57
1683,91
2,75
204,85
3,65
225,69
3,39
103,19
2,70
229,12
4,47
938,44
5,84
1587,76
6,29
561,01
5,54
978,40
3,55
65,34
10,29
91,72
5,56
991,03
Conce
ntr
ações
( n
g/L
)
Compostos e seus respectivos pontos de amostragem
98
relação à campanha seguinte. Ademais, cabe frisar que este medicamento foi encontrado em
67% das amostras.
No caso do naproxeno, presente em 30% das amostras, o maior nível de concentração
apareceu no ponto de coleta BP081 da segunda campanha amostrada no Rio Ibirité, a jusante
da cidade de Ibirité, com mais de 169,5 mil habitantes e que também não possui sistema de
tratamento de esgoto.
A concentração máxima do diclofenaco ocorreu no ponto de amostragem BP071 da
quarta campanha, situado no Rio Betim próximo de sua foz no Rio Paraopeba. É um local que
recebe esgoto sanitário de Betim, município que se destaca pela crescente urbanização,
diversidade do setor industrial e numerosa população, com cerca de 403,5 mil habitantes.
Já o analgésico e antipirético paracetamol apareceu em 60% das amostras, sendo que
sua concentração máxima foi de 204,85 ng/L na terceira campanha, período de baixo índice
pluviométrico, no ponto de coleta BP084. Localizado no Rio Maranhão próximo à cidade de
Conselheiro Lafaiete, com cerca de 117,8 mil habitantes, cujo lançamento de esgoto sanitário
municipal encena como a maior fonte de contaminação, visto que apenas 38% dos efluentes
recebem tratamento convencional.
Os xenoestrogênios 4-octilfenol, 4-nonilfenol e o bisfenol A tiveram uma variação de
35 a 96,67% de ocorrência nas amostras e as concentrações mais elevadas foram 225,69 ng/L,
103,19 ng/L e 1,59 μg/L, respectivamente. O microcontaminante 4-octilfenol foi encontrado de
forma mais expressiva na campanha 04, período de estiagem, na estação situada no Ribeirão
Ibirité. Este corpo d’água recebe lançamentos de esgoto da cidade de Ibirité, que não oferece
nenhum tipo de tratamento, e de outra expressiva via de contaminação que são os efluentes da
produção agrícola difundida na região.
A maior concentração detectada do surfactante 4-nonilfenol foi coletada, em período
chuvoso, no Rio Maranhão a jusante do município de Congonhas. Esta amostra referente à
segunda campanha do ponto BP080 é receptora do esgoto sanitário de Congonhas, cidade com
pouco mais de 50 mil habitantes, não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário, o que se
soma a outras fontes de contaminação oriundas dos setores agropecuário e industrial, como a
galvanoplastia vinculada à metalurgia e à construção civil, o tratamento de superfícies metálicas
e a extração de areia.
No Ribeirão Serra Azul, localizado no município de Juatuba, foi identificada a maior
concentração do plastificante bisfenol A, especificamente, na primeira campanha do ponto de
coleta BP069. Cidade de pequeno porte com cerca de 23,8 mil habitantes, Juatuba apresenta
99
como suas principais fontes de contaminação as atividades agrícolas, pecuárias e minerárias,
bem como o despejo de esgoto sanitário municipal, visto que somente 9% passam por algum
tipo de tratamento.
Para o regulador de lipídeos, genfibrozila, a concentração máxima encontrada foi de
229,12 ng/L na quarta campanha da estação de coleta BP071. Este ponto de amostragem na
região de Betim e Juatuba está no Rio Betim, próximo à sua foz no Rio Paraopeba. É válido
ressaltar que o Rio Betim foi enquadrado pelo IGAM na classe 3, posto que recebe efluentes
tratados e não tratados provenientes da indústria siderúrgica, da vasta agricultura e do elevado
volume de esgoto sanitário de Betim.
Por fim, os hormônios naturais estrona, estradiol e estriol, junto ao hormônio sintético
etinilestradiol, tiveram uma frequência de 15 a 87% do total de amostras, e as concentrações
mais altas encontradas foram na quarta campanha dos pontos de amostragem BP071 e BP073,
respectivamente, 978,40 ng/L (E1), 65,34 ng/L (E2), 991,03 ng/L (E3) e 91,72 ng/L (EE2).
Sendo que as concentrações máximas dos hormônios naturais foram todas detectadas em um
mesmo ponto, BP073, situado no Ribeirão das Areias a montante de sua foz no Rio Betim, e do
sintético no ponto BP071, localizado no Rio Betim próximo a sua foz no Rio Paraopeba. Em
decorrência da proximidade geográfica, observa-se que em ambas as estações as expressivas
fontes de contaminação apresentam similaridades e interligações. Afinal, juntas são receptoras
do lançamento de esgoto sanitário de Betim, de resíduos agrícolas, minerários e de efluentes
industriais vinculados à siderurgia, galvanoplastia, tratamento de superfícies metálicas.
Com vistas a comparar e melhor elucidar os resultados encontrados, são enfatizadas a
seguir diversas pesquisas realizadas em matrizes ambientais, tanto em corpos d’água no Brasil
quanto em outros países. É válido ressaltar que, apesar de se tratar do mesmo tipo de matriz, a
complexidade das amostras é imensurável.
Gorga et al.73 investigaram a ocorrência de desreguladores endócrinos nos rios Ebro,
Llobregat, Júcar e Guadalquivir, na Espanha, e encontraram as concentrações máximas de 7,3
ng/L para estrona (E1), 9,3 ng/L para estradiol (E2), 7,2 ng/L para etinilestradiol (EE2), 13 ng/L
para estrio (E3), 85 ng/L para 4-octilfenol (4OF), 1546 ng/L para 4-nonilfenol (4NF) e 649 ng/L
para bisfenol A (BFA). Concentrações que se distinguem das detectadas por Brix et al.201 que
monitoraram a Bacia do Rio Llobregat, na Espanha, tendo identificado os valores máximos de
6,11 μg/L para 4-nonilfenol (4NF) e 2,43 μg/L para 4-octilfenol (4OF).
Em outra pesquisa também realizada em rios da Península Ibérica, particularmente, em
Portugal, Jonkers et al.202 encontraram bisfenol A (BFA) e 4-octilfenol (4OF) a 5,4 ng/L e 1,7
100
ng/L, respctivamente, no Rio Águeda e na foz do Rio Vouga, localizados na região de Ria de
Aveiro. Já nos rios Casler e Antua, Portugal, os autores detectaram bisfenol A (BFA) entre 23–
683 ng/L e 4-octilfenol (4OF) entre 56–233 ng /L.
Por sua vez, Padhye et al.203 avaliaram o comportamento de vários microcontaminantes
orgânicos no início e no final de uma estação de tratamento de água nos Estados Unidos. Com
efeito, foi possível identificar paracetamol a 19,2 ng/L, bisfenol A a 75,1 ng/L, 4-nonilfenol a
185,6 ng/L e os AINEs diclofenaco a 255,7 ng/L, ibuprofeno a 132,9 ng/L e naproxeno a 9,2
ng/L na entrada da estação. Já na saída foram detectados: 14,8 ng/L de BFA; 9,4 ng/L de DCF;
10,2 ng/L de IBU; 5,1 ng/L de NPX e 60,6 ng/L.
Na China, a pesquisa de Lei et al.204 que dirigiu a rios da região de Tianjin, tendo
identificado concentrações máximas para os hormônios estrona (E1) de 55,3 ng/L, estradiol
(E2) de 32,4 ng/L, estriol (E3) de 46,4 ng/L e etinilestradiol (EE2) de 35,6 ng/L. Enquanto que
em Singapura, Bayen et al.80 detectaram em água de mar os microcontaminantes genfibrozila
() e ibuprofeno (IBU) na faixa de 0,09-19,8 ng/L e 2,2-9,1 ng/L respectivamente.
Ao passo que no Brasil, merece destaque os resultados encontrados por Moreira et al.72,
visto que detectaram estrógenos naturais e xenoestrogênios nas águas Rio das Velhas em Minas
Gerais. As concentrações máximas encontradas foram 62,6 ng/L para estradiol (E2), 63,8 ng/L
para etinilestradiol (EE2), 168,3 ng/L para bisfenol A (BFA) e 1.435,3 ng/L para 4-nonilfenol
(4NF).
Diante dos expressivos resultados encontrados nesta pesquisa e dos dados publicados
sobre os corpos d’água em diversos países, reforça-se, ainda mais, a pertinência acadêmica e
ambiental de estudos dedicados à determinação da presença dos microcontaminantes de
preocupação emergente em diferentes matrizes ambientais.
As ocorrências dos elementos inorgânicos nas 60 amostras analisadas estão expostas de
forma geral na FIG.23 e as concentrações máximas e mínimas por cada elemento estão
apresentadas na FIG.24.
101
Figura 23 – Gráfico de frequência relativa dos elementos inorgânicos identificados por TXRF
em um total de 60 amostras Fonte: Elaborado pela autora.
Os elementos inorgânicos de maior detectabilidade foram cálcio (Ca) e potássio (K)
detectados em todas as amostras, seguidos pelo ferro (Fe) em 98,33%, por zinco (Zn) e
manganês (Mn) que apareceram em 85%. Os elementos arsênio (As), chumbo (Pb), cromo (Cr)
e cobre (Cu) não estão na FIG.23, pois foram detectados em baixas concentrações e apenas na
primeira campanha da amostra BP022.
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Cálcio
Potássio
Ferro
Zinco
Manganês
Estrôncio
Bromo
Rubídio
Titânio
Níquel
Bário
100,00
100,00
98,33
85,00
85,00
63,33
58,33
16,67
8,33
6,67
3,33
Frequência
Ele
men
tos
inorg
ânic
os
102
Figura 24 – Gráfico de concentrações mínimas e máximas (ng/L) dos elementos inorgânicos
identificados por TXRF com seus respectivos pontos de amostragem Fonte: Elaborado pela autora.
O ponto de coleta de destaque foi o BP075 em sua primeira campanha, situado no
Córrego Pintado após a Represa da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) em Ibirité, visto que
despontou com as concentrações máximas de cinco dos onze elementos inorgânicos. Com 45,51
μg/L de cálcio (Ca) e 12,72 μg/L de potássio (K), além de bário (Ba) a 209,74 ng/L, bromo (Br)
a 688,27 ng/L e estrôncio (Sr) a 858,84 ng/L
É relevante ressaltar que, diferentemente dos microcontaminantes orgânicos cujas
maiores ocorrências predominaram nas campanhas do período de estiagem, os inorgânicos
apresentaram concentrações mais altas nos períodos chuvosos. Afinal, os elementos
inorgânicos tendem a estar em sedimentos ou em sólidos suspensos de forma adsorvida ou
absorvida84.
Enquanto que as concentrações mínimas tenderam a aparecer no período seco,
principalmente na quarta campanha que não registrou precipitação em nenhum de seus pontos
de amostragem.
Essa tendência das concentrações mais expressivas pode ser observada não apenas na
estação BP075 em Ibirité, mas também na BP022 próxima à nascente do Rio Paraopeba em
Cristiano Otoni, na BP036 no Rio Paraopeba em Brumadinho, na BP080 no Rio Maranhão em
1,00
10,00
100,00
1000,00
10000,00
100000,00
BP
02
2-C
1
BP
07
5-C
1
BP
07
1-C
3
BP
02
2-C
1
BP
02
2-C
4
BP
07
5-C
1
BP
07
1-C
4
BP
07
5-C
1
BP
07
1-C
4
BP
03
6-C
2
BP
07
9-C
3
BP
08
0-C
2
BP
02
2-C
1
BP
09
6-C
1
BP
08
0-C
4
BP
08
6-C
2
BP
08
8-C
4
BP
07
5-C
1
BP
08
0-C
4
BP
08
0-C
1
PB
07
9-C
4
BP
07
5-C
1
Ba Zn Ca K Fe Mn Ni Ti Br Rb Sr
52,96
209,74
1,84
130,41
272,92
49513,35
66,12
12718,65
2,37
2664,29
4,50
2510,94
4,71
52,67
2,74
158,58
1,32
688,27
1,60
18,65
1,17
858,84
Conce
ntr
ações
(µ
g/L
)
Elementos inorgânicos seus respectivos pontos de amostragem
103
Congonhas, na BP086 no Ribeirão Sarzedo em Betim e Mário Campos, e na BP096 no Rio
Manso em Brumadinho.
Na pesquisa realizada por Quaresma205 foram detectados potássio (8,7 mg/L), cálcio
(34,55 mg/L), ferro (6,43 mg/L), titânio (0,84 mg/L), manganês (0,68 mg/L), zinco (0,27 mg/L),
bário (0,18 mg/L), bromo (0,12 mg/L), estrôncio 0,11 mg/L, cromo (0,69 mg/L), cobre (0,019
mg/L), níquel (0,015 mg/L) e arsênio (0,013 mg/L) ao longo da Bacia do Rio Doce, no estado
de Minas Gerais. Ressalta-se que, em comparação com a Bacia do Rio Paraopeba, a Bacia do
Rio Doce apresenta melhores índices de qualidades das águas.
No contexto brasileiro, Espinoza-Quiñones et al.182 encontraram no Rio Toledo,
localizado no estado do Paraná, concentrações máximas de potássio a 27,44 mg/L, cálcio a
44,63 mg/L, ferro a 80,87 mg/L, titânio a 1,173 mg/L; manganês a 0,19 mg/L, bário a 0,17
mg/L, zinco a 0,155 mg/L, estrôncio a 0,14 mg/L, cobre a 0,10 mg/L e cromo a 0,03 mg/L.
Já na Espanha, Marguí et al.206 avaliaram comparativamente os efluentes de duas
indústrias, uma metalúrgica e outra de curtume, após tratamento nas estações das empresas. Na
metalúrgica encontraram 430 µg/L de ferro, 230 µg/L de níquel, 310 µg/L de cobre e 620 µg/L
de zinco. Enquanto que na de curtume os valores máximos reportados foram 450 µg/L para
ferro, 370 µg/L para cobre e 260 µg/L para zinco. Vale frisar que as amostras fornecidas para
pesquisa foram coletas por profissionais contratados pelas empresas.
Na Itália, Cataldo174 detectou em lixiviado de aterro sanitário altas concentrações de
vários elementos inorgânicos, tais como potássio (762 mg/L), cálcio (79,9 mg/L), bromo (10,1
mg/L), ferro (7,1 mg/L), rubídio (7,1 mg/L), estrôncio (5,7 mg/L), bário (2,7 mg/L), manganês
(0,944 mg/L), titânio (0,715 mg/L), zinco (0,538 mg/L), cromo (0,426 mg/L), arsênio (0,232
mg/L), níquel (0,21 mg/L), cobre (0,028 mg/L) e chumbo (0,008 mg/L).
Quando comparados com estudos em corpos hídricos nacionais e internacionais, os
elementos inorgânicos detectados na presente pesquisa apresentam, em grande medida, níveis
de concentrações e ocorrências mais expressivas. Evidenciando a falta de preservação das águas
dessa bacia e alertando para potenciais fontes de contaminação de suas águas subterrâneas.
É possível observar que os níveis de concentração dos elementos potássio (K), cálcio
(Ca), ferro (Fe), manganês (Mn) e níquel (Ni) são os mais significativos diante da maioria dos
trabalhos utilizados para a comparação. Sendo que as concentrações de ferro (Fe), manganês
(Mn) e níquel (Ni) ultrapassam os limites estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta
nº 1, de 5 de maio de 2008, do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) e o Conselho
Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais (CERH-MG)21. A TAB. 21 traz os
104
valores máximos fixados pela Deliberação Normativa Conjunta nº 1, de 5 de maio de 2008 para
os elementos ferro, manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água.
Tabela 21 - Valores máximos fixados pela Deliberação Normativa Conjunta nº 1 para ferro,
manganês e níquel de acordo com a classificação do corpo d’água
Classe Parâmetros Valor Máximo (mg/L)
1 e 2
Ferro dissolvido 0,300
Manganês total 0,100
Níquel total 0,025
3
Ferro dissolvido 5,000
Manganês total 0,500
Níquel total 0,025
Fonte: Adaptada da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG N.º 1, de 5 de maio de 2008.
As águas dos três pontos de coleta em que ocorreram as concentrações máximas para
Fe (BP036), Mn (BP080) e Ni (BP096) são de classe 2. Essas águas, segundo Deliberação
Normativa Conjunta nº 1, são destinadas para recreação, para preservação de espécies aquáticas
e, depois de receber tratamento, para abastecimento público.
Foram realizadas análises estatísticas descritivas multivariadas para estimar a
similaridade entre os resultados encontrados das estações de amostragem e os períodos de
coletas, sendo utilizada a Análise de Componentes Principais (PCA) para agrupar e exibir estes
resultados. Desse modo, os resultados das análises dos microcontaminantes orgânicos e
elementos inorgânicos foram utilizados conjuntamente em cada ponto de amostragem.
Com base nos dados gerados pela PCA é possível prever fatores que influenciaram nos
agrupamentos das amostras e entender como os conjuntos foram associados. Os gráficos de
escores, loadings ou pesos e os dendrogramas obtidos nos tratamentos estatísticos estão
representados a seguir.
105
Figura 25 – Gráfico de escores da PCA para os compostos orgânicos das amostras da Bacia
do Rio Paraopeba Fonte: Elaborada pela autora.
No gráfico de escores a primeira componente principal explica 35,2% da variância total
e a segunda componente principal representa 13,3%, sendo que quatro componentes principais
foram capazes de explicar 70,5 % da variabilidade envolvida nos dados.
A maioria das amostras se concentra em um mesmo ponto (marcado com círculo azul
no gráfico) e as amostras das campanhas 3 (C3) e 4 (C4) foram as que mostraram maior
dispersão pelo gráfico.
Sendo as amostras BP071, BP073 e BP081, todas referentes à quarta campanha, de
agosto de 2016, as que mais se destacaram dentre as demais amostras dispersas e estão
destacadas no gráfico pelos círculos laranja e verde.
Pela análise da distribuição dos pontos é possível observar que as estações BP071 e
BP073 possuem similaridade. A primeira é referente ao Rio Betim (classe 3) e a segunda foi
coletada no Riacho das Pedras (classe 2) que tem sua foz no Rio Betim, o que contribui com a
elucidação da referida similaridade. Ambas recebem esgoto sanitário da cidade de Betim, e
como a estação BP071 está a jusante da cidade, corresponde a um ponto que acumula maior
volume de despejo de esgoto doméstico, tratado e não tratado, e que concentra variados tipos
de efluentes industriais e agrícolas.
106
A situação de baixa qualidade hídrica e alta contaminação do ponto de amostragem
BP071 é corroborada pela maior quantidade de microcontaminantes orgânicos detectados no
período de estiagem e, por isso, encena como o ponto mais afastado das duas componentes.
Ao passo que o ponto BP081 também se destacou em relação às demais estações de
coleta, aparecendo na parte inferior do eixo 0 da componente principal 2. Essa estação de coleta
está localizada no Ribeirão Ibirité a jusante da cidade de Ibirité, cuja qualidade de suas águas
foi enquadrada na classe 2 pelo IGAM, e trata-se do principal destino do esgoto bruto e dos
resíduos da agricultura local.
Figura 26 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos orgânicos Fonte: Elaborada pela autora.
De acordo com a distribuição da PCA apresentada na FIG.26 acima, identifica-se que
foram agrupados três hormônios naturais, estrona, estradiol e estriol, bem como o analgésico e
antipirético paracetamol. Refletindo o fato de que suas concentrações máximas foram todas
encontradas na mesma amostra, na quarta campanha do ponto BP073. Localizado no Riacho
das Pedras, também chamado Ribeirão das Areias, que deságua no Rio Betim. Essa tendência
reflete as condições precárias de qualidade dos corpos d’água próximos ao município de Betim,
0,40,30,20,10,0
0,3
0,2
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
-0,6
Componente Principal 1 (35,2%)
Co
mp
on
en
te P
rin
cip
al
2 (
13
,3%
) E3
EE2
E2E1
DCF
BFA
NPX
GEN
4-NF
4OF
PCT
IBU
107
receptores de um alto volume de seus efluentes domésticos, industriais e agrícolas que, na
maioria das vezes, não recebem tratamento ou passam por procedimentos insuficientes.
Sobressai também o agrupamento formado pelo antilipêmico genfibrozila, pelo anti-
inflamatório não esteroidal diclofenaco e pelo hormônio sintético etinilestradiol, cujas maiores
concentrações foram observadas no mesmo ponto de amostragem, a quarta campanha do ponto
BP071. Vale salientar que a amostra foi coletada no Rio Betim, próximo de sua foz no Rio
Paraopeba, ou seja, a jusante da desembocadura do Riacho dos Pedras. Assim como seu
afluente, o Rio Betim, que percorre a região dos municípios de Betim e Juatuba, é alvo de várias
fontes de contaminação, por exemplo, o esgoto sanitário de Betim, atividades agrícolas e
efluentes de indústrias siderúrgicas, sendo suas águas enquadradas na classe 3 pelo IGAM.
Além disso, o surfactante 4-octilfenol, o anti-inflamatório não esteroidal naproxeno e o
plastificante bisfenol A foram agrupados na distribuição da PCA, com destaque à amostra
BP081 em sua quarta campanha. Acompanhando a tendência dos pontos de amostragem
discutidos acima, BP073 e BP071, o BP081 também apresentou concentrações mais elevadas
no período de estiagem. O ponto de coleta está no Ribeirão Ibirité, a jusante do munícipio de
Ibirité, tendo como principais fontes de contaminação o despejo do esgoto municipal, visto que
96% não recebem tratamento, e os resíduos provenientes de sua diversificada agricultura, com
destaque às plantações de tomate, cebola, feijão, milho, cana-de-açúcar etc.
Como o gráfico fornecido na FIG. 26 é unidimensional, os agrupamentos (marcados nas
cores roxa, bordô e verde) entre os compostos por similaridades não fica tão evidente. Para uma
melhor visualização da distribuição espacial entre as componentes 1 e 2 foi realizada a Análise
de Clusters com distância euclidiana como medida da similaridade, conforme a FIG.27.
108
Figura 27 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos compostos orgânicos Fonte: Elaborada pela autora.
Dessa forma, foi possível visualizar que três microcontaminantes orgânicos, isto é, o
anti-inflamatório não esteroidal diclofenaco (DCF), o antilipêmico genfibrozila (GEN) e o
hormônio sintético etinilestradiol (EE2) foram agrupados, indicando influência significativa no
ponto BP071. Esse agrupamento representa um forte indicativo de contaminação por esgoto
sanitário, já que é formado por três medicamentos de uso comumente humano.
Isidori et al.59 relatam a estrogenicidade para o composto genfibrozila, que foi agrupado
ao hormônio sintético etinilestradiol no HCA.
É interessante observar, ainda, que os hormônios naturais estrona (E1), estradiol (E2) e
estriol (E3) foram agrupados e que a estrona e o estriol, que são subprodutos do estradiol, foram
agrupados diretamente. Ademais, estes subgrupos estão associados ao paracetamol e são
responsáveis pela variabilidade na amostra BP073, destino de um considerável volume de
esgoto sanitário, de resíduos de produção agrícola e de efluentes industriais.
Já o grupo que abrange dois desreguladores endócrinos, o plastificante bisfenol A (BFA)
e o surfactante octilfenol (4OF), mais o anti-inflamatório não esteroidal naproxeno, está
vinculado ao ponto BP081. Área que se distingue pela contaminação, majoritariamente, via
lançamento de esgoto não tratado e atividades agrícolas diversificadas. Fato que justifica a
109
associação entre os dois desreguladores endócrinos e o AINE, já que são compostos que, além
do frequente uso doméstico e industrial, estão presentes em produtos e insumos agropecuários
que possuem anuência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) –
conforme Instrução Normativa nº 40, de 30 de junho de 2008, atualizada em 25 de fevereiro de
2009207.
Para os elementos inorgânicos também foi realizada análise multivariada e os resultados
estão apresentados na FIG.28 a seguir.
Figura 28 – Gráfico de escores da PCA para os compostos inorgânicos das amostras Fonte: Elaborada pela autora.
Por meio da análise multivariada demonstra-se que a componente principal 1 explica
42,2% da variância dos dados envolvidos e a segunda componente principal, 18,7%. Para este
sistema 3 componentes são capazes de explicar 72,2% da variabilidade total.
Observa-se que a distribuição amostral se mostrou predominante nas duas primeiras
campanhas, ou seja, no período das águas. O que se justifica pelo fato das chuvas revolverem
o fundo dos rios e lagos, aumentarem suas vazões e ressuspenderem aqueles elementos que
podem ter precipitado. Outro fato recorrente é a lixiviação do solo pelas águas das chuvas, o
z
v
z
v
110
que contribui, de forma significativa, para a maior ocorrência destes elementos inorgânicos nas
águas superficiais.
Conforme representado na FIG.28, a maioria das amostras estão agrupadas (marcação
azul no gráfico), revelando um comportamento semelhante no que tange à presença dos
elementos inorgânicos. No entanto, os pontos de coleta BP036 na segunda campanha (C2),
BP075 nas duas primeiras (C1 e C2), BP080 na segunda (C2) e BP088 na primeira (C1) se
distinguem dos demais casos, visto que se encontram afastados do eixo 0.
Situada no Rio Paraopeba em Melo Franco, povoado pertencente ao município de
Brumadinho, com uma população de 30,9 mil habitantes, a estação BP036 em sua segunda
campanha apresentou a maior concentração de ferro (2,66 μg/L) e altos valores para o zinco
(74,91 ng/L) e o manganês (1,24 μg/L ). Embora esteja em uma área relativamente preservada,
suas águas se enquadram na classe 2, tendo como principais fontes de contaminação o esgoto
sanitário de Melo Franco e rejeitos de atividades agrícolas.
Já a estação BP075 no município de Ibirité, cuja amostragem foi efetuada no Córrego
Pintado, no qual é lançado o esgoto municipal sem tratamento e que está a jusante da Represa
da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), destacou-se nas duas campanhas do período de chuvas.
Neste ponto foram detectadas concentrações máximas de vários elementos inorgânicos: bário a
209,74 ng/L (C1), bromo a 688,27 ng/L (C1) e 235,80 (C2), cálcio a 49,51 μg/L (C1) e 35,82
μg/L (C2), potássio a 12,72 μg/L (C1) e estrôncio a 858,84 ng/L (C1).
Quanto à segunda campanha no ponto de coleta BP080, localizado no Rio Maranhão a
jusante da cidade de Congonhas, com pouco mais de 50 mil habitantes, sobressaem as altas
concentrações de cálcio (16,41 μg/L), de ferro (2,00 μg/L) e manganês (2,51 μg/L). As
principais atividades da região que acarretam a contaminação hídrica são lançamento de 98%
do esgoto sem tratamento, agropecuária, extração de areia para construção, galvanoplastia e
tratamento de superfícies metálicas, além de estar situada na região do Quadrilátero Ferrífero.
Já a estação BP088 situada no Rio Betim, a jusante do Reservatório de Vargem das
Flores sob a alçada da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (COPASA), no
município de Betim, apresentou em sua primeira campanha (C1) expressivas concentrações de
manganês (786,23 ng/L), titânio (146,95 ng/L), bromo (104,46 ng/L) e estrôncio (165,56 ng/L).
Esse corpo d’água apresenta um avançado processo de assoreamento e recebe esgoto sanitário
parcialmente tratado de Betim, efluentes industriais da galvanoplastia e resíduos de atividades
pecuárias e agrícolas, tais como pesticidas, o que explica a alta concentração de titânio
encontrada nesta amostra.
111
A distribuição dos elementos inorgânicos, de acordo com seus respectivos escores ou
pesos, está exposta no gráfico de loading na FIG.29 a seguir.
Figura 29 – Gráfico de loading da PC1 versus PC2 para os compostos inorgânicos Fonte: Elaborada pela autora.
Como dito anteriormente, o gráfico da FIG.29 é unidimensional e para uma visualização
da distribuição espacial dos elementos inorgânicos foi realizada a HCA conforme gráfico da
FIG.30.
0,50,40,30,20,10,0
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
Componente Principal 1 (42,2%)
Co
mp
on
en
te P
rin
cip
al
2 (
18
,7%
)
Sr
Rb
Br
Ti
Ni
Mn
Fe
KCa
Zn
112
Figura 30 – Análise de agrupamentos hierárquicos (HCA) dos elementos inorgânicos Fonte: Elaborada pela autora.
Os elementos inorgânicos foram divididos em dois grupos e os elementos titânio e
níquel não apresentaram similaridade significativa com nenhum dos outros elementos.
O primeiro grupo é formados pelos elementos zinco, ferro e manganês em que as
amostras foram coletadas na região do Quadrilátero Ferrífero (extração de Fe e Mn), além de
apresentar atividades voltadas para o tratamento de superfícies metálicas e galvanoplastia
(utilização de Zn).
O segundo grupo tem a distribuição dos elementos inorgânicos, com destaque para a
estação BP075 situada na cidade de Ibirité, que está a jusante da represa da REGAP, recebendo
todo descarte da refinaria. A variação sazonal nas concentrações detectadas para os compostos de preocupação
emergente e para os elementos inorgânicos em estudo é mostrada pelos gráficos boxplot a
seguir. Foram plotados gráficos para o período de coleta ocorrido na estiagem e gráficos para o
período de chuva.
O comportamento dos compostos orgânicos de preocupação emergente (CECs) no
período de chuva está detalhado no gráfico da FIG.31.
NiRbSrBrKCaTiMnFeZn
46,67
64,44
82,22
100,00
Variáveis
Nív
eis
de
sim
ila
rid
ad
e
113
IBU PCT 4OF 4NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 E3
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Compostos
Co
nce
ntr
açã
o / n
g L
1-
n = 15 n = 19 n = 6 n = 3 n = 13 n = 23 n = 28 n = 8 n = 20 n = 13 n = 8
Figura 31 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de chuva,
n indica o número detecção de cada microcontaminante em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.
O período das águas foi marcado por uma diferença significativa no volume de água
entre as campanhas de amostragem. A primeira campanha (C1) apresentou uma precipitação
média de 75,32 mm, enquanto a segunda campanha (C2) apresentou 352 mm, quase 5 vezes a
média da campanha 1. Desta forma, é possível observar que os compostos que responderam
com essa mudança no volume de água foram ibuprofeno (IBU), bisfenol A (BFA) e estriol (E3).
O medicamento ibuprofeno teve uma mediana de 56,49 ng/L e apresentou uma
concentração de 1,68 μg/L para a amostra BP086, que foi bem mais elevada que a média das
concentrações para este composto nas demais amostras.
Já o desregulador endócrino bisfenol A foi o composto que exibiu a maior frequência
de detectabilidade (28/30) na estação chuvosa. A mediana foi de 130,74 ng/L, mas algumas
amostras apresentaram concentrações com valores acima da média, tal como o ponto BP069
em que foi determinado 1,59 μg/L.
O hormônio estriol natural foi detectado em oito amostras de um total de trinta e
apresentou uma mediana de 63,76 ng/L, com uma concentração máxima de 363,22 ng/L na
amostra BP081, acima da média das concentrações das demais amostras.
114
A variação das concentrações dos microcontaminantes orgânicos no período da seca
está apresentada na FIG.32.
IBU PCT 4OF 4NF GEN NPX BFA DCF E1 E2 EE2 E3
0
200
400
600
800
1000
1200
n = 22 n = 17 n = 15 n = 27 n = 26 n = 29 n = 30 n = 10 n = 29 n = 16 n = 8 n = 19
Compostos
Co
nce
ntr
açã
o / n
g L
1-
Figura 32 – Variação das concentrações dos CECs nas amostras coletadas no período de
estiagem, n indica o número detecção de cada microcontaminante em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.
O período de seca teve precipitação acumulada de 34,01 mm na terceira campanha (C3)
e a quarta campanha (C4) foi marcada por um período sem chuva.
No período de estiagem a detectabilidade dos CECs aumentou significativamente para
a maioria dos compostos. O composto 4-nonilfenol, por exemplo, antes detectado em apenas
três amostras das campanhas 1 e 2 (período de chuva), foi detectado em 27 das 30 amostras
coletadas no período de seca.
Comparando as duas campanhas, os compostos com maiores variações de concentração
foram os anti-inflamatórios ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco, o analgésico paracetamol e o
desregulador endócrino bisfenol A.
O ibuprofeno foi detectado em 22 das 30 amostras da estação seca (C3 e C4) analisadas,
enquanto no período chuvoso (C1 e C2) foi detectado em 15 amostras. A sua mediana foi 103,54
ng/L, a concentração mínima de 5,57 ng/L e a máxima de 390 ng/L.
115
Para o naproxeno, a mediana foi de 29,27 ng/L variando de 5,35 ng/L a 621,85 ng/L,
sendo determinado em 29 amostras do período de seca. O diclofenaco teve uma mediana de
152,98 ng/L, com concentração máxima de 561,01 ng/L e mínima de 23,35 ng/L, sendo
detectado em apenas 10 amostras.
Enquanto que o paracetamol foi determinado em 17 amostras, com mediana de 90,94
ng/L e concentrações entre 11,14 ng/L e 204,85 ng/L. Já o bisfenol A foi detectado em todas as
amostras do período seco, apresentou uma mediana de 113,40 ng/L e uma variação de 24,85
ng/L a 1,06 μg/L na sua concentração.
Para os elementos inorgânicos, a influência da sazonalidade foi diferente para a
detectabilidade. As amostras coletadas no período das águas, nas campanhas 1 e 2, foram as
que apresentaram maior ocorrência dos elementos, conforme demonstrado na FIG.33.
Zn Ca K Ti Mn Ni Fe Br Rb Sr
0
10000
20000
30000
40000
50000
n = 26 n = 30 n = 30 n = 4 n = 29 n = 4 n = 30 n = 19 n = 9 n = 22
Co
nce
ntr
açã
o / µ
g L
1-
Elementos inorgânicos Figura 33 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no
período de chuva, n indica o número detecção de cada elemento em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.
Os elementos cálcio e potássio apresentaram as maiores variações nas concentrações
determinadas e detectabilidade de 100% nas amostras analisadas. Pela FIG.33 observa-se que
cálcio possui uma concentração de 49,5 μg/L, que está acima da média das suas demais
concentrações determinadas. O mesmo ocorreu para o potássio com a concentração de 12,7
116
μg/L, bem superior às suas demais. Ambas as concentrações foram encontradas na estação
BP075 situada no município de Ibirité, a jusante da represa da REGAP.
A FIG.34 apresenta a variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas
amostras coletadas em períodos de estiagem.
Zn Ca K Ti Mn Fe Br Sr
0
1000
2000
3000
4000
5000
Elementos inorgânicos
Co
nce
ntr
açã
o / µ
g L
1-
n = 28 n = 30 n = 30 n = 3 n = 23 n = 30 n = 17 n = 17
Figura 34 – Variação das concentrações dos elementos inorgânicos nas amostras coletadas no
período de estiagem, n indica o número detecção de cada elemento em um total de 30 amostras. Fonte: Elaborada pela autora.
A variação das concentrações dos elementos inorgânicos no período de estiagem foi
bem menor quando comparado com os valores encontrados no período chuvoso. Os elementos
níquel e titânio não foram detectados nesse período de coleta.
Assim como no período chuvoso, os elementos cálcio e potássio foram os que
apresentaram maiores variações, sendo a concentração máxima para cálcio de 3,90 μg/L acima
da média das demais concentrações desse elemento. Esse valor máximo foi novamente
detectado na amostra BP075 localizado a jusante da represa da REGAP que recebe resíduos
industriais da refinaria.
Da mesma forma a concentração máxima de 1,53 μg/L para potássio estava acima da
média dos valores das suas demais concentrações. O ponto BP098 situado entre os municípios
117
Caetanópolis e Paraopeba em que as possíveis fontes de contaminação são agricultura e
pecuária local, além de lançamentos de esgoto in natura do município de Caetanópolis.
5.4 Análise de Toxicidade
Para se calcular os níveis de ingestão diária tolerável (IDT) e os valores guias (VG) de
toxidade tanto para adultos quanto para bebês, foram selecionados seis microcontaminantes
orgânicos representativos de diferentes classes e que apresentaram expressivas concentrações
nas amostras pesquisadas. O estrógeno natural estradiol (E2), o xenoestrogênio etinilestradiol
(EE2), os anti-inflamatórios não esteroidais ibuprofeno (IBU) e diclofenaco (DCF), o
antipirético e analgésico paracetamol (PCT) e o regulador lipídico genfibrozila (GEN).
Conforme as diretrizes do guia da Organização Mundial de Saúde de 2011, Guidelines
for Drinking-water Quality193, utilizou-se o peso corporal médio (PC) de 60 kg para adultos e
5 kg para bebês, o volume diário de água ingerida (C) de 2 L para adultos e 750 mL para bebês,
e a fração IDT relativa à ingestão de água de 20%. A seguir, na TAB.20 são apresentados os
resultados dos cálculos da ingestão diária tolerável (IDT) e do valor guia (VG) de toxidade para
adultos e bebês, bem como as medianas e as concentrações máximas dos seis compostos
orgânicos encontradas nas amostras pesquisadas.
Tabela 22 - Valores de LOAEL, IDT, VG, medianas e concentrações máximas determinadas
das amostras para a análise dos níveis de toxicidade
Composto LOAEL*
(mg/kg/d)
IDT
(mg/kg/d)
VG - Adulto
(mg/L)
VG - Bebê
(mg/L)
Mediana
(mg/L)
Concentração
máxima (mg/L)
E2 0,10 0,0001 0,60 0,133 0,011 0,065
EE2 0,07 0,00007 0,42 0,093 0,035 0,092
IBU 200 0,2 1200 266,67 0,078 1,684
DCF 9 0,009 54 12,000 0,059 0,226
PCT 600 0,6 3600 800 0,051 0,205
GEN 150 0,15 900 200 0,014 0,229
* Informações referentes ao LOAEL consultadas no Material Safety Data Sheets da PFIZER208.
Fonte: Elaborada pela autora.
118
É relevante ressaltar que os respectivos níveis do menor efeito adverso observado dos
microcontaminantes orgânicos, isto é, os Lowest Observed Adverse Effect Levels (LOAEL),
baseiam-se em experimentos científicos que ministraram oralmente essas substâncias em ratos
e camundongos. Além de revelaram a dosagem mínima diária, tais pesquisas evidenciaram
potenciais efeitos nocivos aos organismos.
Os dois desreguladores endócrinos escolhidos indicaram atividade carcinogênica. Com
LOAEL de 0,1 mg/kg/d, o estradiol (E2) mostrou-se associado ao surgimento de tumores nas
glândulas mamárias e nos sistemas reprodutivos de camundongos fêmeas, observadas durante
2 anos. Já o xenoestrogênio etinilestradiol (EE2), com LOAEL de 0,07 mg/kg/d, relacionou-se
em experimentos com camundongos, ao longo de 80 semanas, com a formação de tumores na
glândula pituitária208.
Por sua vez, os anti-inflamatórios não esteroidais não apresentaram carcinogenicidade.
Contudo, o ibuprofeno (IBU), com LOAEL de 200 mg/kg/d, acarretou fetotoxicidade em ratos,
enquanto que o diclofenaco (DCF), com LOAEL de 9 mg/kg/d, em experimento de 35 dias,
indicou toxicidade nos pulmões e baço de camundongos208.
Quanto ao antipirético e analgésico paracetamol (PCT), estudos indicaram um LOAEL
de 600 mg/kg/d, sendo que no período de 60 dias foi identificada toxidade em rins de ratos e
após 104 semanas a formação de tumores malignos no sangue de ratas. Enfim, o LOAEL de
150 mg/kg/d do antilipêmico genfibrozila (GEN) se fundamenta em experimentos no decorrer
de 52 semanas, tendo observado a formação de tumores no fígado de ratos208.
De acordo com os resultados expostos na TAB.18, observa-se que as concentrações
máximas de ibuprofeno (IBU), diclofenaco (DCF), paracetamol (PCT) e genfibrozila (GEN)
detectadas nas amostras da Bacia do Rio Paraopeba encontram-se abaixo dos valores guias
(VG) para adultos e bebês.
Entretanto, a concentração máxima de estradiol (E2) identificada na quarta campanha
do ponto de coleta BP073, situado no Riacho das Pedras no município de Betim, destaca-se por
representar 49% do valor guia (VG) para bebês. Enquanto que a concentração máxima de
etinilestradiol (EE2) na quarta campanha do ponto BP071, que está localizado no Rio Betim
próximo aos municípios de Betim e Juatuba, aproximou-se substancialmente do valor guia
(VG) para bebês.
119
6. CONCLUSÕES
O trabalho desenvolvido possui resultados significativos que alertam e reforçam outros
dados disponibilizados pelo IGAM e órgãos de controle das águas sobre a baixa qualidade das
águas desta bacia hidrográfica, trazendo informações sobre ocorrência de microcontaminantes
orgânicos de preocupação emergente (CECs) e elementos inorgânicos.
A metodologia utilizada para extração e concentração dos compostos orgânicos
empregou filtração a vácuo sequencial e SPE permitindo altos fatores de concentração (1000
X), o que contribuiu para detecção em baixos níveis de concentração (ng/L). Para os inorgânicos
apenas a filtração mostrou-se necessária.
A partir da avaliação dos resultados obtidos, nos quinze pontos de amostragem durante
as quatro campanhas amostrais, foi possível observar o perfil de ocorrência dos CECs e
elementos inorgânicos.
A variação na sazonalidade entre os períodos de amostragem afetou a detectabilidade
dos compostos. No período de seca, o volume de água dos rios tende a diminuir, resultando em
um aumento na concentração dos analitos orgânicos, o que favorece a detecção de compostos
presentes em menor quantidade.
A coleta da campanha 2 ocorreu em fevereiro de 2016 e apresentou os maiores índices
pluviométricos, sendo assim a ocorrência dos compostos orgânicos pesquisados foi a menor das
quatro campanhas, exceto para os pontos de coleta BP071, BP080, BP081, BP086 e BP088 em
que a ocorrência se mostrou mais constante em comparação com as demais campanhas.
O plastificante bisfenol A apresentou as maiores concentrações no período das águas, o
que pode ser explicado pela lixiviação deste aditivo presente em embalagens plásticas
descartadas no meio ambiente ou em aterros sanitários. Vale ressaltar que foi detectado em
96,67% das amostras, o que evidencia sua natureza recalcitrante.
Em todas as campanhas das estações BP071, BP073, BP080 e BP081 o índice de
ocorrência dos doze compostos orgânicos de preocupação emergente estudados estavam acima
de 50%, e os valores mais elevados das concentrações dos microcontaminantes, detectados
nessas estações de coleta, predominaram nas campanhas 3 (C3) e 4 (C4). Exceto para amostra
BP081, da campanha 2 (C2), que apresentou as maiores concentrações do hormônio estriol e
dos anti-infamatórios ibuprofeno e naproxeno. Esta estação está situada em uma área de
120
lançamento de esgoto não tratado do município de Ibirité e de efluentes de atividades agrícolas
diversificadas, com isso, tais compostos podem ter sido descartados in natura ou lixiviados.
Já os elementos inorgânicos apresentaram as maiores concentrações em períodos de
chuva, o que pode ser explicado pela lixiviação dos elementos presentes nos solos devido à
adubação e utilização de fertilizantes e pesticidas, além da remoção de sedimentos tornando os
metais disponíveis no meio aquático. Destacam-se o cálcio, o potássio com ocorrência de 100%
nas amostras e de ferro com 98,33%.
Uma estimativa para a toxicidade de alguns CECs foi calculada baseada no guia de
qualidade de água potável da Organização Mundial da Saúde193, utilizando as concentrações
encontradas nas águas da Bacia do Rio Paraopeba-MG. Apesar de nenhum composto
ultrapassar os limites permitidos alguns apresentaram valores próximos ao limite. Como nem
toda água captada para uso é tratada e nem todo tratamento tem capacidade de remover tais
compostos, reforça-se a necessidade de políticas públicas dirigidas ao investimento em
tratamentos adequados visando a remoção destes compostos.
Diante dos resultados obtidos das amostras da Bacia do Rio Paraopeba-MG, o presente
estudo demonstrou a importância da avaliação da situação dos corpos d’água e reforça a
necessidade de mais pesquisas dedicadas ao desenvolvimento de métodos para detecção de
outros compostos e seus subprodutos, para a remoção de forma eficiente destes
microcontaminantes dos corpos d’água, bem como para a aplicação de forma ampliada em
outras matrizes ambientais e bacias hidrográficas.
Além de ressaltar a relevância de estudos dedicados à toxicidade e à compreensão dos
efeitos destes compostos na biota, com destaque à estrogenicidade.
121
7. TRABALHOS FUTUROS
Diante dos resultados obtidos com a presente pesquisa, seguem algumas sugestões para
continuidade do trabalho:
I. Avaliar a presença de outros CECs na Bacia do Rio Paraopeba/MG, bem como nas
demais bacias e sub-bacias hidrográficas brasileiras;
II. Utilizar diferentes técnicas cromatográficas e estender a análise para os sedimentos e
solos próximos aos pontos de coleta;
III. Avaliar a presença de CECs nas águas destinadas para abastecimento público das
estações de tratamento existentes nas cidades atendidas por este manancial;
IV. Realizar estudos biológicos para CECs, de forma isolada e combinada, com o intuito
de identificar e compreender os efeitos adversos à biota e aos ciclos de vida.
122
8. REFERÊNCIAS
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Avançados, v. 22, n. 63, p. 7-16, 2008.
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MOSCHINI-CARLOS, V.; UMBUZEIRO, G.; POMPÊO, M. Nutrients, emerging
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Paraopeba. Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas, 2013.
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13. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM. Qualidade das águas
superficiais de Minas Gerais em 2015: resumo executivo. Belo Horizonte: Instituto
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14. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM. Qualidade das águas
superficiais de Minas Gerais em 2016: resumo executivo. Belo Horizonte: Instituto
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16. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Águas no Brasil – Panorama das
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Mineiro de Gestão das Águas, 2014.
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outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
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ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 14 jan.
2017.
20. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 430,
de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 14
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21. CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL – COPAM; CONSELHO
ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS –
CERH-MG. Deliberação Normativa Conjunta nº 1, de 5 de maio de 2008. Dispõe
124
sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências. Disponível em:
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2017.
142
APÊNDICE A – Curvas Analíticas do Microcontaminantes Orgânicos
Figura 1 – Curva analítica para o ibuprofeno
Figura 2 – Curva analítica para o paracetamol
Figura 3 – Curva analítica para o 4-octilfenol
Figura 4 – Curva analítica para o 4-nonilfenol
Y = 1022,866x - 0,3611
R² = 0,9995
0
50
100
150
200
0 0,05 0,1 0,15 0,2Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Ibuprofeno
Y = -304,031x2 + 495,2638x + 3,3397
R² = 0,9987
0
50
100
150
200
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Paracetamol
Y = 142,57x + 2,6674
R² = 0,9989
0
20
40
60
80
100
120
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
4-Octilfenol
Y = 154,9822x - 4,6736
R² = 0,9932
0
50
100
150
200
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2C
once
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
4-Nonilfenol
143
Figura 5 – Curva analítica para a genfibrozila
Figura 6 – Curva analítica para o naproxeno
Figura 7 – Curva analítica para o bisfenol A
Figura 8 – Curva analítica para o diclofenaco
Y = 365,5853x + 0,6666
R² = 0,9995
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Genfibrozila
Y = 626,0296x + 0,6283
R² = 0,9975
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Naproxeno
Y = 170,8206x + 0,3794
R² = 0,9986
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Bisfenol A
Y = 1111,248x + 1,9474
R² = 0,9926
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14C
once
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Diclofenaco
144
Figura 9 – Curva analítica para a estrona
Figura 10 – Curva analítica para o estradiol
Figura 11 – Curva analítica para o etinilestradiol
Figura 12 – Curva analítica para o estriol
Y = 5953,12x - 7,4952
R² = 0,9886
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Estrona
Y = -8572,05x2 + 1932,84x - 0,8104
R² = 0,9964
0
20
40
60
80
100
120
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Estradiol
Y = -76299,6x2 + 5617,172x - 1,9624
R² = 0,9972
0
20
40
60
80
100
120
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
Co
nce
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Etinilestradiol
Y = 6950,7x - 2,5307
R² = 0,9971
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025C
once
ntr
ação
(µ
g/L
)
Área / Área PI
Estriol
145
APÊNDICE B – Tabelas com as Concentrações dos Microcontaminantes Orgânicos Analisados no GC-MS
Tabela 1 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP022
BP022
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 13,29 n.d. 7,79 10,37
Paracetamol 26,15 n.d. 97,53 64,40
4-Octilfenol n.d. n.d. 3,65 n.d.
4-Nonilfenol n.d. n.d. 16,62 9,74
Genfibrozila 4,23 n.d. 7,13 4,41
Naproxeno 4,47 9,05 7,30 5,35
Bisfenol A 98,18 114,05 44,22 65,35
Diclofenaco 6,29 n.d. n.d. n.d.
Estrona 76,30 48,91 12,15 n.d.
Estradiol 12,81 n.d. n.d. n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol 127,73 n.d. 15,65 5,56
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 2 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP036
BP036
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. n.d. n.d. 5,57
Paracetamol 8,20 n.d. n.d. n.d.
4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. 11,00
4-Nonilfenol n.d. n.d. 19,58 12,84
Genfibrozila 2,70 3,63 3,04 7,06
Naproxeno 4,58 9,05 12,71 11,03
Bisfenol A 142,18 115,66 50,19 64,25
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.
Estrona 74,42 34,77 10,14 5,91
Estradiol 11,25 n.d. 3,55 n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. n.d. 18,46
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
146
Tabela 3 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP069
BP069
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 21,33 n.d. n.d. n.d.
Paracetamol 51,38 n.d. n.d. 18,67
4-Octilfenol n.d. 27,42 n.d. 4,75
4-Nonilfenol n.d. n.d. 16,01 44,46
Genfibrozila n.d. n.d. 3,39 11,10
Naproxeno 9,51 n.d. 6,44 14,98
Bisfenol A 1587,76 196,12 28,84 56,87
Diclofenaco 13,92 n.d. n.d. n.d.
Estrona 27,11 n.d. 10,77 66,14
Estradiol 9,41 n.d. 4,86 11,83
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol 26,13 292,45 n.d. 7,90
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 4 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP071
BP071
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 227,47 96,46 262,38 78,58
Paracetamol 101,26 12,88 48,54 101,27
4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.
4-Nonilfenol n.d. n.d. 31,55 33,42
Genfibrozila 29,42 14,76 84,59 229,12
Naproxeno 63,02 42,59 511,63 96,28
Bisfenol A 504,34 101,91 553,98 507,93
Diclofenaco 9,88 16,95 88,56 561,01
Estrona 106,48 41,39 14,26 662,72
Estradiol 36,59 6,04 13,00 55,09
Etinilestradiol n.d. n.d. 35,47 91,72
Estriol n.d. n.d. 38,89 230,84
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
147
Tabela 5 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP073
BP073
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 402,13 n.d. 116,60 197,01
Paracetamol 201,05 n.d. 50,37 204,79
4-Octilfenol n.d. 12,05 n.d. n.d.
4-Nonilfenol n.d. 3,39 n.d. 38,49
Genfibrozila 19,57 8,19 53,36 93,97
Naproxeno 332,24 n.d. 67,30 133,43
Bisfenol A 267,69 n.d. 399,00 433,20
Diclofenaco 23,34 69,65 n.d. 141,66
Estrona 136,83 n.d. 31,63 978,40
Estradiol 10,24 n.d. 60,04 65,34
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol 66,12 12,10 42,23 991,03
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 6 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP075
BP075
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. n.d. n.d. n.d.
Paracetamol n.d. n.d. n.d. n.d.
4-Octilfenol 12,26 32,68 n.d. n.d.
4-Nonilfenol n.d. 29,19 34,73 85,78
Genfibrozila n.d. n.d. n.d. n.d.
Naproxeno 28,98 16,98 28,71 n.d.
Bisfenol A 54,52 394,51 126,28 497,98
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.
Estrona n.d. 169,78 61,41 867,28
Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
148
Tabela 7 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP079
BP079
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. n.d. 15,24 7,68
Paracetamol 14,85 n.d. 11,14 n.d.
4-Octilfenol n.d. 17,24 22,25 63,07
4-Nonilfenol n.d. n.d. 41,39 18,23
Genfibrozila n.d. n.d. 13,27 n.d.
Naproxeno 9,40 47,60 12,43 24,74
Bisfenol A 304,35 103,94 38,08 124,19
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.
Estrona 42,76 54,36 28,78 28,24
Estradiol 4,44 n.d. n.d. n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 8 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP080
BP080
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 78,06 28,02 390,54 102,95
Paracetamol 93,89 109,75 87,76 144,08
4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. 12,12
4-Nonilfenol n.d. 103,19 n.d. 20,21
Genfibrozila n.d. n.d. 13,53 18,03
Naproxeno 105,22 21,92 296,64 81,42
Bisfenol A 394,54 211,07 107,34 923,80
Diclofenaco 9,42 n.d. 193,06 208,02
Estrona 88,29 18,90 243,39 40,68
Estradiol 30,57 7,96 19,84 10,23
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 17,60
Estriol 18,54 n.d. 36,76 24,96
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
149
Tabela 9 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes orgânicos
em amostras do ponto de coleta BP081
BP081
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. 365,72 118,04 n.d.
Paracetamol 2,75 39,47 n.d. 69,62
4-Octilfenol n.d. n.d. 30,22 225,69
4-Nonilfenol n.d. n.d. 14,12 38,78
Genfibrozila n.d. 31,18 23,01 35,55
Naproxeno n.d. 938,44 124,22 621,85
Bisfenol A n.d. 617,77 490,19 1057,70
Diclofenaco n.d. 45,20 n.d. n.d.
Estrona n.d. 17,21 48,13 147,26
Estradiol n.d. 15,35 29,98 n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. 50,36 58,59
Estriol n.d. 363,22 47,83 145,84
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 10 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP084
BP084
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. 20,35 264,33 148,86
Paracetamol 4,80 49,55 204,85 163,56
4-Octilfenol n.d. n.d. 24,21 n.d.
4-Nonilfenol n.d. n.d. 58,70 14,50
Genfibrozila n.d. n.d. 14,63 58,21
Naproxeno n.d. 37,74 191,72 113,92
Bisfenol A 5,84 119,30 383,27 107,70
Diclofenaco n.d. n.d. 225,44 66,94
Estrona n.d. n.d. 43,91 21,39
Estradiol n.d. 11,44 6,76 10,74
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 10,78
Estriol n.d. n.d. 8,28 18,10
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
150
Tabela 11 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP085
BP085
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno n.d. n.d. 42,87 27,25
Paracetamol n.d. 12,03 n.d. n.d.
4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.
4-Nonilfenol n.d. n.d. 20,81 9,45
Genfibrozila n.d. n.d. 24,78 7,94
Naproxeno n.d. 11,86 29,27 15,95
Bisfenol A 149,26 110,63 142,82 84,35
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.
Estrona n.d. n.d. 39,28 5,54
Estradiol n.d. n.d. n.d. 8,08
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. 10,29
Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 12 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP086
BP086
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 1683,91 n.d. n.d. 104,13
Paracetamol 44,14 34,03 198,86 81,22
4-Octilfenol n.d. n.d. 146,35 5,48
4-Nonilfenol n.d. n.d. 29,40 7,06
Genfibrozila 16,79 8,30 n.d. 15,42
Naproxeno 45,47 9,25 29,30 95,88
Bisfenol A 899,34 564,81 287,91 101,70
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 50,48
Estrona n.d. 13,37 79,78 137,37
Estradiol 20,30 6,39 6,82 11,71
Etinilestradiol n.d. 15,40 n.d. 59,83
Estriol 61,39 n.d. n.d. 18,33
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
151
Tabela 13 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP088
BP088
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 19,05 15,22 14,91 n.d.
Paracetamol n.d. n.d. n.d. n.d.
4-Octilfenol n.d. 23,94 6,34 4,56
4-Nonilfenol n.d. n.d. 19,68 18,08
Genfibrozila n.d. n.d. 16,61 12,36
Naproxeno 6,14 6,58 6,58 10,03
Bisfenol A 102,73 33,72 62,62 37,79
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. n.d.
Estrona 80,48 17,50 60,97 47,42
Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. n.d. n.d.
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 14 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP096
BP096
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 56,49 6,99 110,50 265,72
Paracetamol 36,80 38,89 90,94 143,54
4-Octilfenol n.d. n.d. 6,16 6,39
4-Nonilfenol n.d. n.d. 14,48 8,78
Genfibrozila 4,53 n.d. 5,61 29,39
Naproxeno n.d. n.d. 11,74 154,60
Bisfenol A 8,09 60,69 103,27 119,09
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 23,35
Estrona 131,95 93,18 34,06 19,00
Estradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. 14,71 8,73
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
152
Tabela 15 – Concentrações (ng/L) dos microcontaminantes
orgânicos em amostras do ponto de coleta BP098
BP098
Compostos C1 C2 C3 C4
Ibuprofeno 68,39 n.d. 8,13 340,35
Paracetamol n.d. 28,24 n.d. n.d.
4-Octilfenol n.d. n.d. n.d. n.d.
4-Nonilfenol n.d. n.d. 10,34 n.d.
Genfibrozila 12,28 4,46 8,47 36,54
Naproxeno 9,60 27,26 6,37 276,04
Bisfenol A 180,41 48,13 24,85 124,98
Diclofenaco n.d. n.d. n.d. 164,30
Estrona n.d. 16,93 16,75 27,62
Estradiol n.d. n.d. 10,10 n.d.
Etinilestradiol n.d. n.d. n.d. n.d.
Estriol n.d. n.d. 5,67 25,34
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
153
APÊNDICE C – Tabela com as Concentrações de Elementos Inorgânicos Identificados por TXRF
Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (continua)
Ponto e
Campanha
As
(µg/L)
Ba
(µg/L)
Pb
(µg/L)
Cr
(µg/L)
Cu
(µg/L)
Zn
(µg/L)
Ca
(µg/L)
K
(µg/L)
Fe
(µg/L)
Mn
(µg/L)
Ni
(µg/L)
Ti
(µg/L)
Br
(µg/L)
Rb
(µg/L)
Sr
(µg/L)
BP022-C1 2,73 52,96 13,99 7,56 13,44 130,41 5386,10 1371,41 69,97 58,96 4,71 n.d. 7,64 4,20 27,66
BP022-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 26,50 3386,91 885,28 843,43 93,23 n.d. n.d. n.d. n.d. 16,41
BP022-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 10,82 602,85 82,83 20,15 11,88 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP022-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 6,48 272,92 98,29 11,95 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP036-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5496,29 2498,73 204,08 556,38 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP036-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 74,91 6020,51 2184,03 2664,29 1238,90 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP036-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 28,37 531,82 140,52 11,23 12,90 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP036-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 25,46 1012,11 455,67 19,05 10,57 n.d. n.d. 3,50 n.d. n.d.
BP069-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 48,78 3489,92 2172,83 282,21 42,78 n.d. n.d. 64,44 n.d. 7,49
BP069-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 49,85 5014,66 1905,27 410,11 188,63 n.d. n.d. 137,54 n.d. 14,43
BP069-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,94 574,57 217,85 11,45 16,14 n.d. n.d. 16,60 n.d. n.d.
BP069-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 10,17 268,63 168,70 11,99 n.d. n.d. n.d. 13,09 n.d. n.d.
BP071-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 39,10 16267,01 6998,86 190,52 94,28 11,21 n.d. 44,27 13,26 80,46
BP071-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,83 20496,83 5100,26 33,10 169,19 n.d. n.d. 47,16 n.d. 112,67
BP071-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 1712,45 628,22 28,73 n.d. n.d. n.d. 3,80 n.d. 5,52
BP071-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,04 298,27 66,12 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP073-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 29,43 13415,89 4977,09 199,85 107,97 n.d. n.d. 36,54 7,84 81,45
BP073-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 39,42 25692,08 5977,90 88,06 231,76 n.d. n.d. 40,46 9,71 149,85
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
154
Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (continua)
Ponto e
Campanha
As
(µg/L)
Ba
(µg/L)
Pb
(µg/L)
Cr
(µg/L)
Cu
(µg/L)
Zn
(µg/L)
Ca
(µg/L)
K
(µg/L)
Fe
(µg/L)
Mn
(µg/L)
Ni
(µg/L)
Ti
(µg/L)
Br
(µg/L)
Rb
(µg/L)
Sr
(µg/L)
BP073-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,09 1940,73 781,18 331,47 15,13 n.d. n.d. 6,02 n.d. 7,99
BP073-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 1879,76 701,99 25,72 8,14 n.d. n.d. 2,93 n.d. 7,19
BP075-C1 n.d. 209,74 n.d. n.d. n.d. 39,10 49513,35 12718,65 85,41 450,14 17,92 n.d. 688,27 13,63 858,84
BP075-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 35817,02 6475,69 56,52 329,31 n.d. n.d. 235,80 n.d. 371,54
BP075-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3097,44 671,46 9,90 n.d. n.d. n.d. 24,80 n.d. 48,17
BP075-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,85 3896,96 1035,86 11,47 61,80 n.d. n.d. 76,00 n.d. 71,19
BP079-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,96 4038,38 1146,21 143,53 82,35 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP079-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3275,42 824,93 236,97 190,95 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP079-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 2,94 379,17 72,83 12,06 4,50 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP079-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 6,30 604,12 120,00 9,35 6,50 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,17
BP080-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 29,38 15658,97 6870,46 264,54 1010,17 n.d. n.d. 113,14 18,65 117,05
BP080-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 56,59 16408,59 2074,61 1996,03 2510,94 n.d. n.d. 7,18 n.d. 86,69
BP080-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,45 1096,85 404,60 31,21 52,71 n.d. n.d. 4,50 n.d. n.d.
BP080-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 9,80 1365,89 584,24 37,94 36,79 n.d. n.d. 8,48 1,60 4,23
BP081-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 70,28 17479,25 4681,70 217,53 390,98 n.d. n.d. n.d. n.d. 78,91
BP081-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 19826,26 4128,22 189,28 301,03 n.d. n.d. 24,77 n.d. 67,60
BP081-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,45 1452,31 397,10 34,09 39,34 n.d. n.d. n.d. n.d. 4,43
BP081-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,09 1672,23 429,86 51,31 47,24 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP084-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 15,24 13567,67 4946,64 1191,52 1498,00 n.d. n.d. 18,15 n.d. 64,26
BP084-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 42,54 8570,59 2223,92 142,85 1203,51 n.d. 119,73 n.d. n.d. 36,27
BP084-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,97 885,75 200,77 57,42 156,27 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,58
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
155
Tabela 1 – Concentrações dos elementos inorgânicos identificados por TXRF (conclusão)
Ponto e
Campanha
As
(µg/L)
Ba
(µg/L)
Pb
(µg/L)
Cr
(µg/L)
Cu
(µg/L)
Zn
(µg/L)
Ca
(µg/L)
K
(µg/L)
Fe
(µg/L)
Mn
(µg/L)
Ni
(µg/L)
Ti
(µg/L)
Br
(µg/L)
Rb
(µg/L)
Sr
(µg/L)
BP084-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,50 825,72 300,51 9,07 155,21 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP085-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 44,14 21795,99 7121,27 186,41 320,54 n.d. n.d. 127,07 7,12 199,05
BP085-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 11,51 19968,99 4586,84 93,98 90,59 n.d. 95,99 56,78 7,12 132,41
BP085-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,37 1806,94 577,48 12,42 7,55 n.d. n.d. 5,41 n.d. 11,84
BP085-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. 1,63 8,82 2215,70 710,50 12,51 20,13 n.d. 8,53 8,76 n.d. 15,75
BP086-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,41 20642,86 6626,29 89,59 238,95 n.d. n.d. 93,36 n.d. 147,31
BP086-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 17642,74 3804,50 507,37 158,85 n.d. 158,58. n.d. n.d. n.d.
BP086-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 9,92 1869,78 366,93 33,13 24,34 n.d. n.d. 3,60 n.d. 7,89
BP086-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 3,65 1660,19 541,02 13,18 19,08 n.d. n.d. 4,65 n.d. 3,61
BP088-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 56,59 27420,67 9181,65 94,59 786,23 n.d. 146,95 104,46 17,07 165,56
BP088-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 16,17 17464,93 4085,39 73,82 1134,42 n.d. n.d. 13,24 n.d. 102,15
BP088-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,54 1479,80 339,32 9,77 86,89 n.d. n.d. 1,74 n.d. 5,26
BP088-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,63 2123,32 409,42 5,26 70,96 n.d. n.d. 1,32 n.d. 8,33
BP096-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 5,18 622,67 285,03 48,16 52,58 52,67 n.d. n.d. n.d. n.d.
BP096-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 14,16 5970,07 2176,66 1595,08 372,47 n.d. n.d. 13,04 n.d. n.d.
BP096-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,14 712,98 241,70 18,28 28,00 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP096-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 305,05 183,67 18,27 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BP098-C1 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 24,86 19007,87 10623,75 160,17 68,87 n.d. n.d. 40,03 n.d. 94,46
BP098-C2 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 44,04 13047,93 724,34 744,85 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 26,70
BP098-C3 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 8,91 1307,62 492,57 10,67 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 2,82
BP098-C4 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 4,45 2643,15 1530,24 n.d. 89,93 n.d. n.d. 12,57 n.d. 3,43
Legenda: n.d. (não detectado).
Fonte: Dados da pesquisa.
156
ANEXO A – Tabela com os valores dos parâmetros físico-químicos e biológicos
Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (continua)
Estação Campanha Coliformes
Totais
DBO
(mg/L)
DQO
(mg/L)
Escherichia
Coli
Estreptococos
Fecais
Nitrato
(mg/L)
OD
(%ODSat) pH
Sólidos Totais
(mg/L)
Temperatura
(°C)
Turbidez
(UNT)
BP022 C1 241957 2,6 16 23593 n.r. 0,41 5,8 6,9 64 21,3 6,78
BP022 C2 24196 <LD 14 19862,9 24000 0,31 6,9 6,9 74 22,3 14,9
BP022 C3 92084 <LD 9,8 46111 n.r. 0,9 6,9 6,1 65 21,1 6,17
BP022 C4 24196 <LD 8,2 >LD 54000 0,45 7,9 6,8 78 15,9 5,23
BP036 C1 24196 <LD 16 4106 n.r. 1,35 8,1 7,4 300 23 324
BP036 C2 24196 2,4 29 9803,9 24000 0,57 7,9 6,4 642 24,2 447
BP036 C3 24196 <LD 9 1454,9 n.r. 1,39 8,2 6,5 110 21,4 25,8
BP036 C4 2489 <LD 5,1 96 130 2,86 9 7 121 18,3 25
BP069 C1 24196 9 27 4611 n.r. 1,58 2 7,4 174 27,8 7,18
BP069 C2 241960 3,4 28 9590 35000 1,83 5,5 7,7 332 25,9 30,4
BP069 C3 24196 3,6 33 3448 n.r. 0,98 5,1 7,6 270 23 26,4
BP069 C4 24196 <LD 14 986,7 160000 2,7 7,6 7,2 262 20,5 16,4
BP071 C1 24196 10 37 3448 n.r. 6,56 1,3 7,2 280 28,1 25,1
BP071 C2 241960 5,1 35 18600 3300 1,66 1 7,2 302 27,8 9,96
BP071 C3 24196 8,2 23 12033,3 n.r. 5,54 1,1 7,3 390 21,5 28,2
BP071 C4 24196 9,4 47 >LD 54000 18 2,9 6,7 392 20,5 45,3
BP073 C1 24196 35 73 19863 n.r. 0,8 3,5 7,5 268 26,2 12,7
BP073 C2 241960 9,6 50 >LD 54000 0,75 2,3 7,5 264 26,1 4,6
Legenda: n.r. (não realizado).
Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.
157
Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (continua)
Estação Campanha
Coliformes
Totais
(NMP/mL)
DBO
(mg/L)
DQO
(mg/L)
Escherichia
Coli
(NMP/mL)
Estreptococos
Fecais
(NMP/mL)
Nitrato
(mg/L)
OD
(%ODSat) pH
Sólidos Totais
(mg/L)
Temperatura
(°C)
Turbidez
(UNT)
BP073 C3 241960 31 68 >LD n.r. 1,4 4,2 7,6 408 21,8 4,48
BP073 C4 24196 41 126 >LD 160000 2,92 1,3 7,2 406 21,5 30
BP075 C1 241960 12 82 86644 n.r. 7,24 7,1 7,8 1040 28,1 43,4
BP075 C2 24196 2,5 56 1467,2 170 5,65 6,7 7,7 588 27,8 22,3
BP075 C3 24196 7,7 61 122,3 n.r. 6,76 6,6 7,7 1035 23,2 13,8
BP075 C4 24196 19 128 17328,9 3300 23,2 7,7 7,3 1350 21,7 49,2
BP079 C1 24196 <LD 11 717 n.r. 0,29 7,3 7,4 51 25,8 6,03
BP079 C2 24196 <LD 14 771,2 2300 0,21 7,3 6,8 117 23,3 53
BP079 C3 111987 <LD 11 6488,2 n.r. 0,45 7,5 6,4 60 22,9 8,71
BP079 C4 9803,9 <LD 5 1989 490 0,7 8,6 6,7 72 17,5 6,1
BP080 C1 241960 8,2 15 6198 n.r. 0,21 5 7,4 232 24,7 6,45
BP080 C2 241960 12 52 241957 160000 0,88 5,8 6,6 1980 23,8 1976
BP080 C3 241960 4,5 22 34480 n.r. 2,57 5,2 6,8 146 22,8 9,09
BP080 C4 24196 5,3 16 >LD 35000 3,01 5,6 7,1 206 18 8,26
BP081 C1 241960 11 41 38732 n.r. 0,36 4 7,6 168 27,3 7,45
BP081 C2 24196 5 10 14136,1 160000 1,22 5,2 7,5 150 24,5 8,77
BP081 C3 241960 6,5 31 64882 n.r. 0,69 4 7,6 265 18,5 7,6
BP081 C4 24196 15 53 >LD 160000 1,48 4,2 6,9 234 17,3 26,7
BP084 C1 241960 11 60 91386 n.r. 0,49 2,5 7,3 180 25,4 23
BP084 C2 24196 4,3 18 11198,7 9400 0,56 4,3 6,8 108 23,8 31,1
BP084 C3 24196 5,7 22 15531,2 n.r. 0,4 2,4 6,5 106 21,8 13,4
Legenda: n.r. (não realizado).
Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.
158
Tabela 1 – Valores cedidos pelo IGAM de alguns parâmetros físico-químicos e biológicos por pontos de amostragem (conclusão)
Estação Campanha Coliformes
Totais
DBO
(mg/L)
DQO
(mg/L)
Escherichia
Coli
Estreptococos
Fecais
Nitrato
(mg/L)
OD
(%ODSat) pH
Sólidos Totais
(mg/L)
Temperatura
(°C)
Turbidez
(UNT)
BP084 C4 24196 12 46 >LD 160000 0,48 1,7 7,1 144 17,7 18
BP085 C1 15531 5 39 97 n.r. 1,16 5,7 7,5 352 27,9 3,8
BP085 C2 120333 4,5 15 108,9 230 1,05 6,7 7,6 180 27,7 6,05
BP085 C3 19862,9 5,4 41 907,5 n.r. 1,2 7,1 7,9 350 24 7,35
BP085 C4 24196 3,6 64 571 230 1,78 7,3 7,4 305 21,5 25,3
BP086 C1 241960 5,8 29 64882 n.r. 1,06 4,2 7,4 260 27,3 6,86
BP086 C2 241960 4,2 13 19038 7900 1,39 6,1 7,3 174 26,7 17,3
BP086 C3 24196 7,5 30 19862,9 n.r. 1,75 5,3 7,5 245 21,1 8,03
BP086 C4 24196 18 54 >LD 160000 2,65 6 6,9 250 19,8 12,9
BP088 C1 24196 7,5 44 20 n.r. 0,98 6,5 7,1 548 26,2 97,8
BP088 C2 24196 2 38 3945,2 23 0,4 5,8 6,8 208 24,8 70,2
BP088 C3 1650,2 2,8 28 20,2 n.r. 0,46 6,2 7 116 22,5 13,6
BP088 C4 24196 7,4 63 41,3 23 2,06 6,5 6,5 232 20,7 29
BP096 C1 241960 18 34 >LD n.r. 0,45 2 6,6 79 24,3 18,1
BP096 C2 24196 4,4 23 8164,1 54000 0,54 4,3 6 136 23,4 128
BP096 C3 241960 8,3 25 198629 n.r. 0,92 3,5 6,2 111 21,2 26,8
BP096 C4 24196 7,1 26 >LD 92000 1,47 6,2 6,3 75 18,2 8,95
BP098 C1 17329 4,4 6,8 158 n.r. 3,63 2,1 7,2 279 24,1 7,12
BP098 C2 24196 2 5,7 450 7900 1,82 4,9 7,1 140 24,5 23,9
BP098 C3 15531,2 2 17 271,8 n.r. 5,31 4,4 7,2 324 19,9 12,3
BP098 C4 19862,9 6,8 56 393,1 3100 4,12 2,7 7 764 16,8 8,02
Legenda: n.r. (não realizado).
Fonte: Dados cedidos pelo IGAM.