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João Paulo C. Solano - Psiquiatra Equipe de Controle de Dor Divisão de Anestesia ICHC [email protected]

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João Paulo C. Solano - Psiquiatra

Equipe de Controle de Dor – Divisão de Anestesia

ICHC

[email protected]

A.B., 59 anos(1ª. Av. Pq) Enc. por “osteoartrose generalizada, lesão manguito rotador ombro D,

fibromialgia, depressão”.

Na Dor há 7 m (após ruptura de 3mm manguito ombro)

Relaciona o evento ao quadro de Crohn do filho (30 a)

Filho ajudou a investigar a traição do pai

“dores pelo corpo todo” (cervical, ombro)

“não durmo por causa das dores”

Dx de FMG há 15 anos

Há 28 a, “túnel do carpo” – intervenções pela Ortopedia

“fui levada como uma tábua de madrugada por causa da Fib”

A rigidez da madrugada sumiu em 2004, após um passe no Centro

Passa em: geriatria, cardio, orto, acupuntura, dor (“os médicos me dão seu cel.... Pedem pra eu ligar a qquer hora”)

Em uso: gaba, clonazepan, duloxetina, escitalopran, tramadol, dipirona, reposição hormonal e hipolipemiantes

Emagrecimento

Caso 1 (1º. retorno) “eu te amo, dr...”

“falei ao meu filho q eu ía na cracolândia cheirar pó pra ver se a dor passava”

Reclama q a geriatria a recusou (“e olhe q eu fujo de médico!...”)

Em uso: bupropiona, sertralina, gaba, zolpiden, clonazepan...

Olhos: cirurgia catarata há 13 a; perda de 80% da visão D “após uma limpeza da lente implantada”

Passando em vários médicos particulares, além dos do HC

Há 6 m, numa crise de dor forte, pensou em pular da janela

4 semanas de retorno: “vou ficar tanto tempo sem te ver...”

Prevalência de TP em Dor crônica (Konrad, 2013; Weisberg, 2000): 31-59%

(Dersh J, Gatchel RJ, Mayer T, Polatin P, Temple OR; 2006): 1300 pacientes com problemas incapacitantes da coluna:

- depressão em 56%

- TP em 70%

(Powers AD, Oltmanns TF; 2012): numa amostra populacional, TP apareceram como fator de risco para dor crônica, mesmo após se controlar para depressão

Razões práticas que levam à confusão entre depressão e transtornos de personalidade

A credulidade inocente do médico na anamnese subjetiva (não se faz psiquiatria de pacientes graves sem amanmese objetiva,

fonte de infos sobre a vida relacional do paciente) A falta de questões abertas na relação médico-paciente O uso quase exclusivo de entrevistas estruturadas (escalas

diagnósticas) em algumas frentes clínicas O tratamento farmacológico é mais rápido (e pago pelo convênio) Menos estigma na depressão Às famílias, às vezes é melhor falar em “chemical imbalances”, em vez

de se conversar sobre sua história “cerca de 50% dos pacientes que chegam à Unidade de Transtornos de

Personalidade de nosso hospital com diagnóstico de transtorno bipolar ou depressão maior não apresentam nenhum dos dois, mas um transtorno de personalidade” (Kernberg, 2013)

Como diferenciar depressão de TP? (Kernberg, 2013) Na depressão maior típica, deve haver: Lentificação do pensamento e da psicomotricidade

Humor triste ou anedonia

Conteúdos de culpa, menosvalia ou autoacusatórios

Flutuações ao longo do dia

Impermeabilidade à “animação social externa”

Perda progressiva de autocuidados

Sintomas neurovegetativos: insônia inicial, inapetência ou emagrecimento, perda de libido, constipação

Antecedentes de bons relacionamentos interpessoais

Três aspectos da personalidade 1. Constituição corporal: determina o aspecto do indivíduo,

sua aparência física, voz, gestual, estilo de movimentos

2. Temperamento: conjunto de particularidades psicofisiológicas e psicológicas inatas que diferenciam um indivíduo do outro

3. Caráter: resultante da moldagem do temperamento pelo meio familiar e sociocultural (ao longo da vida, o temperamento está em interação constante com as expectativas e exigências do meio)

Ex. de tipo de temperamento:

Evitação de dano (harm-avoidant):

Preocupações pessimistas, antecipação de sofrimentos potenciais, medo do que é incerto, insegurança básica, resposta rápida e marcante a estímulos aversivos

Traço costumeiramente alto em pacientes de dor crônica

(Conrad et al., 2013; Knaster et al., 2012)

Ex. de tipo de caráter:

Autogovernante (self-directedness): autodeterminados, conscientes de seus propósitos, autoconfiantes

Traço costumeiramente baixo em pacientes de dor crônica

(Conrad et al., 2013; Knaster et al., 2012)

Alguns TPs muito prevalentes entre

pacientes com dor crônica

não-oncológica

• Transtorno de personalidade borderline

• Transtorno de personalidade narcisista

• Transtorno de personalidade esquiva (ou de

evitação)

• Transtorno de personalidade histriônica

(Gerhardt A, 2011; Fischer-Kern M, 2011; Knaster P. 2012)

Transtorno de personalidade

borderline

• Prevalência: 1,6-5,9%

• Pacientes PQ ambulatoriais: 10%

• Prevalência em DCNO: 30%

(APA, 2013; Kalira, 2013)

“A dor crônica deve ser considerada um sintoma constituinte da personalidade borderline”

(Sansone RA, Whitecar P, Meier BP, Murry A. The prevalence of borderline personality among primary care

patients with chronic pain. Gen Hosp Psychiatry. 2001;23(4):193-7.)

Transtorno Borderline de Personalidade- DSM-IV Um padrão global de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da

autoimagem e dos afetos, e acentuada impulsividade, indicados por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios (prevalente em ptes com dor crônica):

(1) esforços frenéticos no sentido de evitar um abandono real ou imaginário.

(2) Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização (3) Perturbação da identidade: instabilidade acentuada da autoimagem ou do sentimento de self (4) Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivo).

(5) Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automulilante (6) Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (p. ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias) (7) Sentimentos crônicos de vazio (8) Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (p. ex., demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes) (9) Ideação paranoide transitória e relacionada ao estresse ou graves sintomas dissociativos

Transtorno de personalidade

narcisista - Prevalências

• População: 1-6% (APA, 2013)

• Amostras clínicas: 1,5-17% (Levy, 2010)

• Dor crônica: 2-23% (Weisberg, 2000)

Transtorno Narcisista de Personalidade- DSM-IV

Um padrão de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia, indicado por pelo menos cinco dos seguintes critérios (prevalente em ptes com dor crônica):

1. sentimento grandioso da própria importância;

2. preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal;

3. crença de ser "especial" e único, e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas (ou instituições) também especiais;

4. exigência de admiração excessiva;

5. sentimento de intitulação, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediente;

6. é explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos;

7. ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias;

8. frequentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia;

9. comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes.

Transtorno Narcisista de Personalidade:

“As duas faces do Narcisismo”

• Narcisismo Evidente: paciente grandioso-

exibicionista (arrogância, busca de atenção,

sensação de que merecem privilégios e exceções,

e relativa ausência de ansiedade)

• Narcisismo Encoberto: paciente reservado-sensível

(inibidos, hipersensíveis a críticas, angustiados e

aparentemente modestos).

(Gabbard GO. Two subtypes of narcissistic personality

disorder. Bull Menninger Clin. 1989;53(6):527-32.

Wink P. Two faces of narcissism. J Pers Soc Psychol.

1991;61(4):590-7.)

Transtorno de Personalidade Narcisista

“A arrogância invasiva pode dominar em pacientes que, embora reconhecendo que têm sintomas significativos, obtêm ganho secundário inconsciente da doença ao demonstrarem a incompetência e a incapacidade dos profissionais de saúde de aliviar estes sintomas. Eles se tornam super especialistas no campo de seu sofrimento, pesquisam diligentemente na internet, averiguam terapeutas no tocante a sua formação, comparam seus méritos e deficiências, apresentam-se para tratamento como para ‘dar uma chance ao médico’ – mas obtêm um grau consistente de satisfação inconsciente em derrotar o auxílio clínico. Podem ter conflitos conjugais crônicos, surtos de intensa depressão quando ameaçados com fracassos no trabalho, ansiedade, somatizações e mesmo depressões crônicas significativas, sendo que estas respondem apenas parcialmente ao tratamento que recebem, seja ele qual for” (Kernberg, 2013, p. 289).

Transtorno de Personalidade Narcisista “o comportamento parassuicida, automutilador, pode indicar o

triunfo do paciente sobre todos os outros que têm medo de dor, de lesões ou de destruição corporal” (Kernberg, 2013, p. 293).

“Ajudar o paciente a tomar consciência da natureza intensamente prazerosa desse comportamento sádico contra o terapeuta e contra os outros é um aspecto importante desse trabalho...” (Id.)

“alguns pacientes com sínd. hipocondríaca que são propensos a acusar terapeutas anteriores de não terem reconhecido a gravidade de algum sintoma ou doença somática podem estar incluídos nesse grupo” (de narcisistas patológicos) (p. 294).

“Nas tentativas crônicas de suicídio, é importantíssimo diferenciar comportamento suicida autêntico (o da depressão) do ‘suicídio como uma forma de vida’, não ligado à depressão e típico de alguns transtornos de personalidade” (p. 294).

Transtorno de Personalidade Esquiva (ou

evitativa ou ansiosa) – Prevalências

• População: 2,5-5,0%

(Apa, 2013; Torgersen, 2001)

• Amostras clínicas ambulatoriais: 25% (Herbert, 2010)

• Dor crônica: ? (sem estudos)

Transtorno de Personalidade Esquiva – DSM-IV

Um padrão global de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, indicado por, no mínimo, quatro dos seguintes critérios (prevalente em ptes com dor crônica):

(1) evita atividades ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo, por medo de críticas, desaprovação ou rejeição (2) reluta a envolver-se, a menos que tenha certeza da estima da pessoa (3) mostra-se reservado em relacionamentos íntimos, em razão do medo de passar vergonha ou ser ridicularizado (4) preocupação com críticas ou rejeição em situações sociais (5) inibição em novas situações interpessoais, em virtude de sentimentos de inadequação (6) vê a si mesmo como socialmente inepto, sem atrativos pessoais, ou inferior (7) extraordinariamente reticente em assumir riscos pessoais ou envolver-se em quaisquer novas atividades, porque estas poderiam provocar vergonha.

Horowitz M., Lerner U. (2013). Transtorno de Personalidade Histriônica “As autodramatizações teatrais são usadas para atrair a atenção dos

outros...; sintomas de doença ou desvantagens reais podem ser exagerados para conseguir atenção” (p.308)

Significativa comorbidade entre o TPH e os transtornos de somatização

“...[os pacientes] com frequência se queixam muito dos efeitos negativos das medicações, mesmo após um curto período inicial de exaltação aos efeitos positivos. Os efeitos colaterais parecem ser usados para provocar uma “impotência culpada” nos prescritores” (p. 312)

“Mesmo papéis de vítimas podem ser usados para atrair a atenção, em especial de um profissional de saúde; ... O papel de vítima abusada pode ser exagerado para provocar salvamento por uma figura galante” (p. 316).

“... o self é indigno de atenção, a menos que alguma qualidade pessoal seja exagerada; e torna-se digno apenas por apresentações infladas de algum atributo, tal como ... doença física” (p. 318).

Transtornos depressivo-ansiosos e dor crônica

65% dos pacientes com depressão relatam uma ou mais queixas de dor

5-85% dos pacientes com dor podem apresentar depressão

30% dos pacientes com dor intratável têm transtornos ansiosos

Mais comum em mulheres

Queixas físicas múltiplas, recorrentes e usualmente mutáveis, que ocorrem por um período de vários anos (mínimo de 2 a)

Resulta em longa e complicada história de tratamentos médicos e investigações / intervenções infrutíferas

Sintomas comuns: Trato GI; sensações cutâneas (prurido, sensibilidade, erupções/manchas, parestesias); queixas sexuais; queixas menstruais

Curso crônico e flutuante

Paciente geralmente nega causação não-médica

Prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento do indivíduo

Você adivinha o nome desta doença?

F45.0 - Transtorno de somatização

• Mais comum em mulheres

• Queixas físicas múltiplas, recorrentes e usualmente mutáveis, que ocorrem por um período de vários anos (mínimo de 2 a)

• Resulta em longa e complicada história de tratamentos médicos e investigações / intervenções infrutíferas

• Sintomas comuns: Trato GI; sensações cutâneas (prurido, sensibilidade, erupções/manchas, parestesias); queixas sexuais; queixas menstruais

• Curso crônico e flutuante

• Paciente geralmente nega causação não-médica

• Prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento do indivíduo

Você adivinha o nome desta doença?

Preocupação persistente com a possibilidade de ter um ou mais transtornos físicos sérios e progressivos causando os sintomas

Preocupações persistentes com supostas deformações e desfiguramentos

Recusa em aceitar reasseguramentos por parte dos médicos de que os sintomas não têm base física

Pacientes aceitam mal encaminhamento ao psiquiatra

Histrionismo

Duração mínima para o diagnóstico: 6 meses

F45.2 - Hipocondria • Preocupação persistente com a possibilidade de ter um

ou mais transtornos físicos sérios e progressivos causando os sintomas

• Preocupações persistentes com supostas deformações e desfiguramentos

• Recusa em aceitar reasseguramentos por parte dos médicos de que os sintomas não têm base física

• Pacientes aceitam mal encaminhamento ao psiquiatra

• Histrionismo

• Duração mínima para o diagnóstico: 6 meses

Você adivinha o nome desta doença?

Dor persistente, grave e angustiante, sem bases etiológicas orgânicas

Comportamento histriônico

Associação causal com conflitos emocionais ou problemas psicossociais

Exemplos:

lombalgia psicogênica;

fibromialgias obscuras etc

F 45.4 - Transtorno doloroso

somatoforme persistente

• Dor persistente, grave e angustiante, sem bases etiológicas orgânicas

• Comportamento histriônico

• Associação causal com conflitos emocionais ou problemas psicossociais

• Exemplos:

– lombalgia psicogênica;

– fibromialgias obscuras etc

Catastrofismo Tipo de viés cognitivo em que o paciente interpreta

distorcidamente a experiência de dor

Está relacionado à cronificação da dor

Ruminações sobre a sensação álgica

Amplificação da intensidade e/ou duração da dor

Sentimentos de desesperança

Tendência viciosa à autovitimização

Em pacientes com dor crônica, é preditor de intensidade da dor, grau de incapacidade e carga de sintomas psicológicos, independente do tipo de dor

(de Boer MJ et al., 2012, Eur J Pain 16: 1044–52;

Severeijns R et al., 2001, Clin J Pain 17, 165–72.)

Os TPs predispõem a quadros somáticos funcionais comuns entre pacientes com dor

crônica não-oncológica:

Transtorno de somatização (CID 10 F45.0)

Hipocondria (CID 10 F45.2)

Transtorno doloroso somatoforme persistente (CID 10 F45.4)

Depressão no DSM-IV Por duas semanas, pelo menos 5 dos sintomas abaixo devem

estar presentes quase diariamente, a maior parte do dia:

*Humor deprimido na maior parte do tempo e ou

*Perda de interesse ou prazer pelas atividades

Insônia ou hipersonia

Perda ou ganho de peso (5% em 1 mês)

Agitação ou retardo psicomotor

Fadiga ou perda de energia

Auto-depreciação (inutilidade) ou culpa excessiva

Redução da capacidade de concentração, lentidão de pensamento ou indecisão

Ideias recorrentes de morte ou suicídio

J. Psychosomatic Res., 1965. Vol. 9, pp. 291-298.

J. Psychosomatic Res., 1965. Vol. 9, pp. 291-298.

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