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São Paulo - SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012 Ano VIII - nº 104 A abertura oficial aconteceu durante celebração na Cate- dral da Sé, com participação de orquestras e corais. Pág. 5 Papai Noel dos Correios está na Agência Central A casa do “bom velhinho” está na agência do prédio histórico, onde pode-se adotar cartas para presentear crianças. Pág. 3 Começou no Centro o Natal Iluminado Leia muito mais nesta edição em: Artes e Cultura, Câmara em Foco, Comunidade, Linhas Centrais e Saúde no Centro Joca Duarte Francisco Alves

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São Paulo - SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012

Ano VIII - nº 104

A abertura oficial aconteceu durante celebração na Cate-dral da Sé, com participação de orquestras e corais. Pág. 5

Papai Noel dos Correios está na Agência Central

A casa do “bom velhinho” está na agência do prédio histórico, onde pode-se adotar cartas para presentear crianças. Pág. 3

Começou no Centro o Natal Iluminado

Leia muito mais nesta edição em: Artes e Cultura, Câmara em Foco, Comunidade, Linhas Centrais e Saúde no Centro

Joca DuarteFrancisco Alves

Viaduto Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] / Editor : Carlos Moura - DTR/MS 006 / Colaboradores: Paulo de Souza e

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Entrei na TV por uma bre-cha: vamos colocar um negro apresentando o jornal. Isso já é um preconceito”, afirmou a apresentadora do SBT, Joyce Ribeiro, ao participar da mesa “Negro na Mídia”, no 2º Vo-zes pela Igualdade, organizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, no último sábado (23).

Joyce contou que nunca foi barrada na profissão de jor-nalista, mas considera que só conseguiu entrar na TV por conta desse novo “momento politicamente correto” em que precisam ter negros na TV. “Já fui mais otimista, mas hoje com uma situação que pouco mudou e há poucos colegas negros na TV, percebo que foi uma condição de momento [entrada na TV] e o preconceito ainda paira nas redações”, ava-liou. Ela ressaltou, dessa forma, que o número de profissionais negros não reflete a popula-ção brasileira, que tem, em sua maioria, pele negra e parda.

No cotidiano da profissão, Joyce afirmou que insiste na luta para fortalecer a presença de negros na TV. “Tento mos-trar para os colegas da pauta que há profissionais negros ga-baritados que podem falar de determinados assuntos e po-dem fazer parte das matérias que estamos produzindo. Tento colocar esse olhar diariamente em vários assuntos”, afirmou.

Sobre o visual, a apresenta-dora disse que nunca foi obri-gada a alisar os cabelos ou re-cebeu pedidos para moldar seu visual, mas lembra da falta de preparo das emissoras televisi-vas para cuidar da imagem de uma mulher negra. “Nós nos preparamos para entrar na casa das pessoas. Há um departa-

Presença do negro na TV também pode ser preconceito

mento na TV para isso. Mas lá nunca houve produtos para o meu cabelo ou maquiagem para o meu tom de pele. Se passasse o que tinha de maquiagem, tudo ficava meio cinza. Sempre levei minhas coisas. Até hoje o apa-rato é para o padrão branco de pele e cabelo”, revelou.

Para Oswaldo Faustino, jor-nalista, escritor e membro da Cojira que também participou da mesa, outra forma de pre-conceito é a maneira como ne-gros proeminentes são retrata-dos pela mídia. “São mostrados como exceção e transformados em heróis. Eles são validados porque ‘nós brancos avaliamos e acreditamos neles’”, afirmou, dando como exemplos o novo presidente do Supremo Tri-bunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e jogadores de fute-bol como Neymar. E emendou: “Mas assim como nós te mos-tramos, também te colocamos no limbo quando queremos’”, citou exemplificando com o caso do jogador Adriano.

Maioria é minoria - Já o ou-tro integrante da mesa Rogério Ferro, jornalista e mestrando da USP, ressaltou que uma das características da imprensa, de mostrar negros proeminentes

como casos de superação é agravado quando é individu-alizado. “O problema maior é quando é mostrado como única história”, afirmou. Para Ferro, que é moçambicano e traba-lhou na TV Globo, as situações de preconceito racial só vão mudar quando tiverem mais negros tomando decisões. “Pre-cisamos de mais gente no po-der e chegar aos mais de 50% como ocorre com a população brasileira”, ressalta.

O evento organizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-SP), com apoio da Wapi Brasil e do CEERT- Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desi-gualdades, teve também uma mesa sobre como o jovem negro produz cultura e se co-munica hoje, que contou com a participação de Tatiana Oli-veira, jornalista e mestranda da USP; José Nabor do Amaral Júnior, jornalista e criador da revista O Menelick 2º Ato - Afri-canidades & Afins; e Diego Bal-bino, fotógrafo e educador.

O depoimento de Diego Balbino enfatizou o impacto da consciência racial e do racismo na sua vida e na trajetória pro-fissional como fotógrafo e pro-

fessor, suscitando rica e, em alguns momentos emocionada, discussão com a plateia de cer-ca de 40 pessoas. Para o jovem, que socialmente é chamado de branco na maior parte das vezes, a fotografia adquiriu um novo olhar a partir do auto re-conhecimento como negro.

Tatiana Oliveira fez um re-sumo de sua pesquisa de es-pecialização, sobre a história do programa Manos e Minas, da TV Cultura, enfatizando o papel ativo do público na garantia da sobrevivência do projeto. Já José Nabor apresentou um re-lato do processo que o levou a se tornar editor de uma mo-derna e respeitada publicação da imprensa negra paulista. Em seu depoimento, ele revelou que inicialmente tinha como foco de seu trabalho apenas o universo urbano da juventude, mas que a resposta do público o levou a direcioná-lo para a cultura negra e os temas a ela relacionados.

Premiação - Durante o 2º Vozes pela Igualdade foi lançado o Prêmio “Negritude em Pauta”, concurso cultural voltado para estudantes de Jornalismo do Estado de São Paulo. O objetivo da premiação é sensibilizar os estudantes de Jornalismo para a temática racial, com a qual te-rão de se defrontar no exercício da profissão. Os futuros jorna-listas serão convidados a escre-ver reportagens sobre cultura negra e/ou relações raciais em âmbito nacional. Os participan-tes concorrerão a prêmios que contribuam para seus estudos e formação, como livros e compu-tador portátil, além da publica-ção das reportagens vencedoras no jornal do Sindicato.

Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (CoJIRa) - SJSP

Comunidade

A partir da esquerda, os participantes de uma das duas mesas de debates do 2º Vozes pela Igualdade: Rogério Ferro, jornalista e mestrando da USP; Guilherme Soares, jornalista membro da COJIRA; Oswaldo Faustino, jornalista e escritor, membro da COJIRA; e Joyce Ribeiro, jornalista, apresentadora de telejornais do SBT

COJIRA/SJSP

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A origem do Papai Noel data de 280 D.C., na Turquia, sob o nome de Nicolau. Não se sabe ao certo a partir de quando o “bom velhinho” começou a rece-ber as primeiras cartas de crian-ças pedindo os mais diversos presentes. No Brasil, a mesma incerteza integra a festividade na-talina. Muito antes da criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em 1969.

A partir de 1997, por ini-ciativa dos funcionários dos Correios, as milhares de cartas endereçadas a Papai Noel come-çaram a ter uma boa destinação. “Autorizados, os funcionários abriam as cartas endereçadas ao ‘bom velhinho’ no Polo Nor-te para saber o que portavam”, disse ao Centro em Foco o Papai Noel dos Correios.

Comovidos pelos pedidos feitos por cartas, os funcionários tomaram a iniciativa de entregar alguns dos presentes pedidos nas missivas. “Mas apenas a partir de 2000 é que foi intro-duzido o Papai Noel em algu-

Linhas Centrais

A adoção de uma carta pode garantir a alegria de crianças carentes

mas agências”, conta. Na lenda narrada há milhares de anos, o “bom velhinho” costuma ser au-xiliado por outros personagens, não apenas na fabricação de brinquedos, como também na leitura das cartas.

Pedido simples - No mes-mo período em que era implan-tada a figura de Papai Noel nos Correios, surgia o programa de Adoção de Cartas, hoje realiza-do em mais de 140 postos da ECT (em São Paulo), onde vo-luntários leem cartas endereça-das a Papai Noel. Somente no ano passado a Diretoria Regio-nal de São Paulo - responsável pela Grande São Paulo, região do Alto Tietê, ABC, baixada Santista e Vale do Ribeira rece-beu 317.876 cartas destinadas a Papai Noel, sendo 133.552 cadastradas e 63.003 adotadas.

Neste ano Márcia Carvalho Custódio conseguiu um empre-go como recepcionista. “Lem-bro-me de quando não tinha di-nheiro para nada e entendo bem o que é desejar ganhar um pre-

sente”, disse enquanto acabava de adotar uma das 15 mil cartas que estavam dispostas ao públi-co, em mesas ao lado do saguão de entrada, no prédio Histórico dos Correios.

“A carta que escolhi me dei-xou comovida. É um pedido simples e que posso atender”, revelou a recepcionista. A ado-ção de cartas, poderá ser feita de 14 de novembro a 14 de de-zembro. Neste período, crianças de até 10 anos de idade pode-rão colocar a carta endereçada a Papai Noel em qualquer caixa dos Correios.

Carla Fogliene não apenas adotou uma carta, como resol-veu mobilizar os amigos para estimular a participação no pro-grama Adoção de Cartas. “Eu os trouxe para tirarmos fotos com o Papai e Mamãe Noel. Espalharei estas imagens pelos setores da Anhembi-Morumbi, onde tra-balho, para que outras pessoas venham a adotar uma destas cartas”, sentenciou.

Outra usuária dos Correios

que estava lendo cartas a fim de adotar bem mais que uma, era Rosangela Oliveira, moradora de Parada de Taipas, que acom-panhada das filhas Chiara Oli-veira Anselmo (bebê, de apenas seis meses), no colo, e a adoles-cente Jenifer Batista da Costa, disse que selecionaria “umas 15 cartas”, cujos remetentes vai presentear, como uma forma de agradecer a Deus pelos acon-tecimentos especiais em sua vida em 2012: “no ano passado, adoeci e perdi um filhinho, sofri muito, mas este ano fui bastan-te abençoada, ganhei a Chiara e muita coisa boa aconteceu. Então, meu marido e eu resol-vemos adotar algumas cartas, para atender o desejo de crian-ças carentes, dando um pouco de alegria a elas.”

Remetente e destinatário - Um detalhe importante que a criança remetente não pode esquecer ao encaminhar uma carta é o seu endereço com-pleto. Já o destinatário não precisa ser o do tradicional

Polo Norte. Vai muito da cria-tividade de quem deseja re-ceber, por exemplo: bonecas, videogame, bicicletas, material escolar, roupas, carrinhos e até computador.

Os pedidos acabam não se restringindo somente a crian-ças, conta Papai Noel. “Recente-mente, uma mulher que passa-va diante do prédio, viu-me com a Mamãe Noel aqui no saguão e entrou. Ela se sentou aqui e aos prantos e pedia que [Papai Noel] curasse a mãe dela”, destacou entre os muitos encontros que acaba tendo.

Por Paulo de Souza

Serviço: Programa de adoção de cartas na Casa do Papai Noel dos CorreiosPrédio Histórico dos Correios - Agência centralAv. São João, s/nAté 14 de dezembro

A partir da esquerda: o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira e o diretor Regional de São Paulo Metropolitana, Wilson Abadio de Oliveira, posam com Noel após entregar-lhe a chave da Casa, que ocupará até 14 de dezembro; Rosangela Oliveira seleciona cartas que iria adotar; Papai Noel recebe crianças em sua casa; Carla Fogliene, sentada entre Papai e Mamãe Noel, levou os colegas para adotarem cartas.

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Paulo de Souza

Comunidade

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Representantes dos traba-lhadores, do empresariado, ju-ristas e estudiosos discutiram o tema terceirização na Comissão de Constituição, Justiça e Cida-dania da Câmara (CCJC), no fim do mês de novembro. O presi-dente da CCJC, deputado Ricar-do Berzoini (PT-SP), disse que o debate foi uma forma de apro-fundar o entendimento dos par-lamentares sobre o tema, antes da apresentação do relatório e votação do PL 4330/2004, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que tramita na comissão.

Para Berzoini, o PL 4330, em sua primeira versão, era a liberação total da terceiriza-ção, mas com a aprovação do substitutivo do deputado Ro-berto Santiago (PSD-SP), ele já apresenta “algumas travas, mas deixa várias lacunas”. O deputado defende que qual-quer projeto que tenha o obje-tivo de regulamentar a terceiri-zação no Brasil deve respeitar três pilares: não pode haver locação de mão-de-obra; tem de haver a plena capacidade tecnológica e organizacional da empresa contratada de prestar

Pesquisa revela que terceirizados trabalham mais e recebem menos que os contratados diretos

o serviço - ou seja, ela não po-deria, por exemplo, usar o ma-quinário da contratante; e tem de assegurar o direito à plena atividade sindical. É necessário ainda que os empregados da contratada sejam representa-dos pelo sindicato preponde-rante da empresa tomadora de serviços; e que eles tenham o direito de se reunir com lide-ranças sindicais. “Se o proje-to observar esses princípios, reduzimos a possibilidade de setores oportunistas usarem a terceirização como forma de baratear a mão de obra e de enfraquecer a organização sin-dical”, afirmou.

Representada pelo presi-dente Vagner Freitas, a CUT destacou que o projeto é a favor da precarização. O tex-to inicial de Mabel permitia a terceirização no setor público e também nas atividades prin-cipais do setor privado, algo atualmente proibido pela legis-lação trabalhista.

Para remediar, em seu subs-titutivo, Santiago inseriu a obri-gação de a terceirizada ser uma “empresa especializada”, volta-da a uma única atividade, mas,

No setor bancário, so-mente de janeiro a junho deste ano, houve redução de 80,4% de geração de postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2011, de acordo com dados do Caged. Somente nos últimos três meses, os bancos Itaú, San-tander e Bradesco fecharam juntos 4.086 postos, sendo 3.777 só no Itaú. De acordo com o IBGE, nos últimos dez anos, o setor lucrou 520%, com aumento da operação de crédito em 833%, mas au-mentou apenas 28,9% o nú-mero de trabalhadores.

“A alta rotatividade está relacionada ao aumento do número de corresponden-tes bancários, que aumentou 106% em um ano. A socieda-de não pode admitir que uma empresa lucrativa com o Itau demita seus trabalhadores sem justificativa. Isso afeta e prejudica a economia brasi-leira”, disse Juvandia Morei-ra, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e R e g i ã o . “Os ban-cos, além de contra-tar pouco para o tanto que crescem, ainda de-mitem tra-

manteve o ataque aos concei-tos de atividades fim, permitin-do que um mesmo empresário comande diversas prestadoras de serviço.

Outro ponto mantido no projeto e que a CUT não con-corda é a responsabilidade subsidiária. De acordo com o termo, a empresa contratante está livre de qualquer respon-sabilidade ou fiscalização sobre as condições do trabalhador terceirizado, caso a contratada frequentemente apresente de-terminadas informações traba-lhistas. O grupo de trabalho da Central criado para discutir o tema exige que a contratante seja responsável por qualquer ataque aos direitos de seus em-pregados.

Jornada maior - Segun-do uma pesquisa da CUT e do Dieese, divulgada em setem-bro do ano passado, a terceiri-zação é responsável por gerar menos empregos, porque os terceirizados trabalham, em média, três horas a mais que os demais trabalhadores, sem contar hora extra. Assim, reali-zam tarefas que deveriam exi-gir novas contratações.

De acordo com o levanta-mento, mais de 800 mil novas vagas deixaram de ser criadas por conta das terceirizações. E o salário dos terceirizados é 27,1% menor do que o sa-lário dos contratados diretos. Em relação à rotatividade, os terceirizados permanecem 2,6 anos na empresa empregado-ra, contra 5,8 anos dos contra-tados diretos.

Um dos dados mais graves trata dos acidentes no ambien-te de trabalho: quatro em cada cinco casos de morte atingem os terceirizados.

“O Sindicato se preocupa com a terceirização fraudu-lenta, que reduz direitos e é usada pelas empresas para reduzir custos”, disse Juvan-dia Moreira, presidenta do Sin-dicato dos Bancários de São

balhadores com salários mais altos em troca de outros que ganham menos, para econo-mizar e lucrar mais. Essa é a rotatividade que queremos combater”.

Somente quatro bancos (Itau, Bradesco, Santander e Caixa) lucraram mais de R$ 19 bilhões, mas criaram so-mente 11.978 empregos no primeiro semestre. Sem a Caixa, o saldo ficaria negativo em 1.142 postos de trabalho. Apesar de estarem entre os que mais ganham com a so-ciedade e a economia brasi-leira, as instituições financei-ras estão entre as que menos empregam: somente 0,95% das 1,26 milhão de vagas ge-radas pelos outros setores da economia nos primeiros seis meses de 2011.

“Já denunciamos ao mi-nistério do Trabalho o alto índice de demissões de fun-cionários e o estímulo à ter-ceirização, com a contratação de correspondentes bancá-rios.”, disse Juvandia. (CN)

Paulo, Osasco e Região. Tramitação - O relatório

deve ser apresentado no iní-cio de dezembro. Após isso, o projeto pode ser votado a qualquer momento. Antes de chegar a CCJC, o PL de Mabel foi aprovado nas comissões de Desenvolvimento Econô-mico, Indústria e Comércio e na de Trabalho, Administração

e Serviço Público. Ele tramita na CCJC em caráter termina-tivo, ou seja, se aprovado vai ao Senado. No entanto, é pos-sível que ainda seja apreciado pelo plenário da Câmara, des-de que isso seja requerido por no mínimo 10% dos deputa-dos da Casa.

Por Cecília Negrão

Setor bancário

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Idealizado pela São Paulo Turismo (SPTuris), o Natal Ilu-minado 2012 teve a abertura oficial de sua programação na noite da sexta-feira, 30, com uma bela celebração na Cate-dral da Sé, que contou com apresentações da Sinfônica He-liópolis, da Orquestra Jovem de Heliópolis e do Coral da Gente.

Diversas atrações do Na-tal Iluminado foram inicia-das em toda a cidade. Nas 31 subprefeituras já estão sendo montadas Praças de Natal, palcos decorados para rece-ber apresentações natalinas e outras ações temáticas. O coral do Instituto Baccarelli, entidade que atende cerca de 1.200 crianças e jovens de He-liópolis, se apresentará em to-das essas praças de Natal - as apresentações terão início no dia 6 de dezembro.

A cidade terá um presépio oficial e outras grandes atra-

Começou o Natal Iluminadoções serão realizadas pela primeira vez na sede da Prefeitura, e uma pista de patinação no gelo com 375 m², totalmente gratuita, na região do Ibirapuera. O presépio terá seis fi-guras representando personagens bíblicos e bichos em tamanho real, a partir de 7 de de-zembro.

Neste sábado, dia 1, foi inaugurada a pro-jeção da fonte multimí-dia do Ibirapuera. Des-de então acontecem duas apresentações diárias gratuitas, às 20h30 e às 21h. A novi-dade deste ano foi a inclusão de músicas de Maria Bethânia e Dominguinhos, homenage-ando o Brasil. No entorno da fonte, mais de 200 árvores se-rão decoradas com um milhão

de lâmpadas de LED. A árvore será inaugurada em 9 de de-zembro, com apresentação do Coral do Instituto Baccarelli.

Duzentas ruas da cidade

serão iluminadas em mais de mais de 10 mil pontos. Cerca de 400 árvores de LED serão insta-ladas nas praças Charles Miller, Roosevelt e Memorial 17 de

julho, e ainda no largo de Pinheiros e avenida Paulista. Os Arcos na avenida 23 de Maio, a passarela Miguel Reale e a ponte Orestes Quér-cia (Estaiada) também receberão decorações especiais.

Avenida Paulista A praça de Natal

da Paulista será ati-vada no dia 5 de de-zembro e consiste em uma estrutura de mais de 1 mil m², que se manterá até a tradicio-nal passagem de ano na avenida - fica en-tre as ruas Padre João Manuel e Ministro

Rocha Azevedo. O tema des-te ano é “Banda de Noéis”, com um trio de Papais-Noéis gigantes, de dez metros de al-tura cada um. Não haverá vi-sitação interna para o público.

Joca Duarte

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Esta coluna iniciou um ro-teiro pelo Centro Histórico de São Paulo, buscando marcos e personagens famosos da ci-dade relacionados com seus atuais times de futebol. Roteiro esse que segue o formato con-sagrado pela Caminhada No-turna pelo Centro, idealizada, patrocinada e realizada todas as quintas-feiras pelo empre-sário Carlos Beutel, que conta com a atuação do guia Laércio Cardoso de Carvalho, profundo conhecedor da região central da cidade de São Paulo. Nossa pri-meira parada foi no Edifício Ma-tarazzo, atual sede da Prefeitura Municipal, erguido por ordem do Conde Francesco Matarazzo, empresário italiano que teve profunda ligação com a Socie-dade Esportiva Palmeiras.

Marco: Praça do PatriarcaPersonagem: José Bonifácio de Andrada e SilvaClube: Portuguesa

Vamos prosseguir nosso ca-minho, deixando a sede da Pre-feitura e atravessando a Rua Líbero Badaró, para chegar à Praça do Patriarca, nosso se-gundo marco. Trata-se de um dos mais recentes logradouros do “Centro Velho”, tendo come-çado a surgir por volta de 1912, quando se iniciou a demolição de todo um quarteirão, forma-do pelas ruas da Quitanda, São Bento, Direita e Líbero Badaró. Aliás, essa demolição acabou fazendo desaparecer o céle-bre Quatro Cantos, como era conhecida a esquina das ruas Direita e São Bento, pratica-mente o único cruzamento de duas ruas do antigo centro pau-listano em perfeito ângulo reto. Consta, que ali teria nascido o Carnaval na cidade, com a re-alização de bailes no salão de num casarão que havia naquela esquina, ainda nos anos 1850.

Ao longo do tempo, lojas fa-mosas ocuparam imóveis da praça, como a terceira loja do famoso Mappin (no terreno ante-riormente ocupado pelo grande

SampaFut - o Futebol no Centro de São Paulo (3)sobrado do Barão de Iguape, pa-triarca da tradicional família Pra-do), A Exposição, a Casa Fretin (no mesmo prédio onde funcio-nara o luxuoso Hotel de França) e a Casa São Nicolau, além do Hotel Othon. Hoje, destacam-se o Edifício Lutetia, projeto de Ramos de Azevedo, erguido pela família Álvares Penteado e hoje propriedade da Funda-ção Armando Álvares Penteado (FAAP); a Igreja de Santo Antô-nio, construída ainda no século XVI e reconstruída em 1899; a entrada da Galeria Prestes Maia, inaugurada em 1940 para ligar a praça ao Vale do Anhangabaú, onde foram instaladas as primei-ras escadas rolantes da cidade, em 1955, e onde estão expostas as esculturas Graça I e Graça II, de Victor Brecheret, além de uma réplica de Moisés, de Mi-chelangelo; e ainda o gigantesco (e polêmico) pórtico metálico que dá cobertura à entrada da gale-ria, criado pelo premiado arqui-teto Paulo Mendes da Rocha e construído em 2002.

Em 1922, quatro anos antes de sua inauguração oficial, a praça foi batizada com o nome de Praça do Patriarca José Bo-nifácio, que só foi simplificado à denominação atual em 1953. No entanto, todos sabem que o homenageado, ali, é José Boni-fácio de Andrada e Silva, justa-mente nosso personagem desta edição. Nascido em Santos, em 1763, e filho de aristocratas por-tugueses, teve em São Paulo, junto com seus três irmãos, a melhor educação possível, an-tes de, aos 20 anos, seguir para Coimbra, onde estudou Direito, Matemática e Filosofia. Forma-do, passou a se interessar por Ciências, em especial pela área de Mineralogia e Metalurgia, tendo feito pesquisas em diver-sos países europeus.

José Bonifácio voltou a Por-tugal em 1800, e passou a le-cionar em Coimbra e a ocupar cargos em instituições científi-cas. Só em 1819, aos 56 anos, estava de volta ao Brasil. O iní-cio de sua atuação na política brasileira ainda iria levar mais

José Bonifácio de Andrada e Silva (1763–1838), o Patriarca da Independência, paulista de Santos e grande vulto da História do Brasil

A Praça do Patriarca, podendo-se ver a estátua do Patriarca da Independência, esculpida por Alfredo Ceschiati, e o pórtico sobre o acesso à Galeria Prestes Maia, projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha

2 anos. Percebendo a pressão das cortes de Portugal pela vol-ta do Príncipe D.Pedro, liderou o movimento que o convenceu a ficar no Brasil e, através das cartas que escreveu ao futuro imperador, acabou tendo um papel decisivo no episódio da Proclamação da Independên-cia, às margens do Ipiranga.

O envolvimento amoroso de D.Pedro com Dona Domitila de Castro do Canto e Melo (agra-ciada com o título de Marquesa de Santos, como provocação ao santista José Bonifácio) afastou o imperador de seu ve-lho conselheiro, que era um fiel e solidário amigo da imperatriz Leopoldina. Essa divergência, associada a desentendimentos políticos, causou sua conde-nação ao exílio na França, em 1823, onde passou a se dedicar à literatura, escrevendo poe-sias. Em 1828, obteve permis-são para regressar ao

Brasil, e teve uma reapro-ximação com D.Pedro. Seus inimigos políticos, porém, con-seguiram afastá-lo das cortes, obrigando-o a um isolamento, na ilha de Paquetá.

Em 1831, ao abdicar do trono brasileiro e retornar a Portugal, D.Pedro I nomeou José Bonifácio como tutor do futuro D.Pedro II, então com

5 anos. No entanto, o velho Patriarca da Independência ainda tinha muitos inimigos, que logo o afastaram do po-der, e ele acabou morrendo esquecido, aos 75 anos. Para homenagear esse grande bra-sileiro, em 1972, quando se comemorou o Sesquicente-nário de nossa Independên-cia, foi instalada no centro da praça sua estátua em bronze, apoiada em pedestal de gra-nito, esculpida pelo artista mineiro Alfredo Ceschiati. Depois da construção da co-bertura metálica, a estátua foi reposicionada nas proximida-

des do antigo Quatro Cantos, na esquina das ruas Direita e São Bento, um dos vértices do famoso Triângulo Históri-co Paulistano.

José Bonifácio não poderia imaginar que, além de sua fun-damental importância para a Independência do Brasil, ele te-ria influência na implantação do futebol no país e, indiretamente, iria contribuir para o surgimento de um importante clube paulis-tano. Mas isto iremos contar na próxima edição da “SampaFut”. Por enquanto, ficaremos aguar-dando seus comentários, suges-tões ou questões, que podem nos ser enviados através do e-mail [email protected]. Até lá!!!

Resposta ao leitorAgradecemos o envio de

uma simpática mensagem do leitor Francisco Emmanuel Santini Rotondaro, que nos questionou sobre o significa-do da letra “F” na sigla IRFM, citada na coluna anterior. Em nossa pesquisa, constatamos que esse “F” se refere à pala-vra “Fábricas”, mas admitimos que, como o próprio leitor co-mentou, muitos consideram que essa letra se refere ao prenome do fundador do con-glomerado industrial, o conde Francesco Matarazzo.

Por Sérgio Paz

Linhas Centrais

Saúde no CentroCaderno do Jornal Centro em Foco - Edição Nº 104

Todos os dias, milhões de pessoas, de várias regiões do País e do mundo, transitam pelo centro histórico da cidade de São Paulo. Muitos se locomo-vem diariamente, com pressa, para o trabalho ou para casa; outros estão apenas de passa-gem, visitando pontos turísticos e de comércio como o Teatro Municipal, a Catedral da Sé e as ruas 25 Março e Santa Ifigê-nia. Para atender a esse intenso fluxo de gente, a a+ Medicina Diagnóstica, do Grupo Fleury, inaugurou neste mês sua pri-meira unidade no Centro de São Paulo. A 24ª unidade da marca no Estado de São Paulo e a 99ª no Brasil passa a funcionar no Viaduto do Chá, nº 40.

Situada entre os metrôs Anhangabaú e São Bento, o novo endereço tem cerca de

500 metros quadrados, distribuídos em dois andares, e oferece mais conforto e agilidade na realização de exames laboratoriais e de ima-gem para quem traba-lha, passeia ou mora na região. tão apenas de passagem, visitando pontos turísticos e de comércio como o Te-atro Municipal, a Cate-dral da Sé e as ruas 25 Março e Santa Ifigênia. Em comum, todos res-piram um imenso mosaico de raças e culturas que torna essa região uma das mais ricas do Brasil no quesito diversidade. Agora, com muito orgulho, a a+ também está no centro históri-co de São Paulo: inauguramos hoje, bem ao lado do Viaduto

Centro histórico ganha unidade da A+ Medicina DiagnósticaEndereço no Viaduto do Chá marca chegada da rede Fleury na região central

do Chá, mais uma Unidade de Atendimento. Situado entre os metrôs Anhangabaú e São Ben-to, o novo endereço oferece mais conforto e agilidade na re-alização de exames laboratoriais e de imagem para quem traba-lha, passeia ou mora na região.

A unidade tem um portfólio completo de análises clínicas e diag-nósticos por imagem. O mix de exames inclui testes laboratoriais, ul-trassonografia conven-cional, medicina fetal, mamografia, densito-metria óssea, mapa, Holter e eletrocardio-grama.

Os horários de co-leta são de segunda a sábado, das 7h às 12h, e de atendimento de

segunda a sábado, das 6h30 às 13h. Sobre A+ Medicina Diagnóstica - A a+ Medicina Diagnóstica é a primeira marca do Grupo Fleury com atuação nacional em seu segmento. Ela chegou ao mer-cado com a proposta de suprir a

crescente demanda dos clientes por um atendimento mais ágil, acessível, acolhedor, moderno e sustentável, que descomplica a utilização de serviços laborato-riais, de imagem e outras especia-lidades diagnósticas.

Com 99 unidades de aten-dimento nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul, a a+ Medicina Diagnóstica possui o endos-so do Grupo Fleury, dotado de tradição e valores que fizeram da companhia, nos últimos 86 anos, a maior referência em qualidade na prestação de ser-viços diagnósticos do País.

Informações da a4 Comunicação [email protected]

Divulgação

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Saúde no Centro é um caderno do Jornal Centro em Foco. site: www.jornalcentroemfoco.com.br - e-mail: [email protected] Fones: (11) 2864-0770/ 3255-1568 - Conteúdo: matérias da redação e artigos assinados por especialistas colaboradores.

Os artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Edição: Carlos Moura - DRT/MS 006 - Editor de arte: Binho Moreira

Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição nº 104

Como sempre acontece após a eleição para a Pre-feitura, é grande a expec-tativa quanto ao tipo de relação que a nova gestão terá com os movimentos populares. Provavelmente, porque nos últimos anos fomos obrigados, o tempo todo, a promover manifes-tações contra iniciativas dos governos, que estabe-leciam relações difíceis e conflituosas. Por este lon-go período, lutamos con-tra o desmonte do SUS, o desrespeito à participação social e a adoção de uma política de saúde que não observou os princípios que fundamentam o sistema de saúde que conquistamos na Constituição de 1988.

Antes do início da cam-panha eleitoral, os movi-mentos populares de saúde foram chamados para dis-cutir o programa de saúde para o governo de Fernan-do Haddad. Nunca tivemos dúvida alguma quanto à bandeira que sempre has-

O novo governo e os Movimentos Populares em São Paulo“Não há mais caminho fácil para a liberdade em lugar algum, e muitos de nós têm que atravessar o vale das sombras da

morte de novo e de novo antes de alcançarmos o topo da montanha de nossos desejos.” Nelson Mandela

teamos: a defesa do SUS e por isso não foi difícil nossa participação em encontros, seminários e outros deba-tes, com o então candidato, onde afirmamos a política de saúde que queríamos para São Paulo. Em ne-nhum momento nos contra-dizemos.

Durante a campanha, ou melhor, ao final dela, uma questão crucial para nós dos movimentos de saúde foi foco dos debates: as “parcerias” com as Orga-nizações Sociais na presta-ção dos serviços de saúde. Este rumo tomado pela po-lítica de José Serra, quan-do prefeito de São Paulo, foi duramente debatido por nós durante os vários even-tos dos quais participamos, porém nunca nos iludimos com a possibilidade de o novo prefeito romper com esta situação, conscientes de que nos tornamos re-féns dessas Organizações, que detêm todo o poder sobre a vida e morte dos

cidadãos paulistanos.Nosso posicionamento

foi favorável à mudança na administração da cidade, sa-bendo que teremos de con-tinuar travando a luta em de-fesa do SUS. Nossa escolha foi feita diante disso, e fo-mos para as ruas buscando a vitória do candidato cujo projeto político está também alinhado com as políticas que defendemos em relação à moradia, à educação, en-fim à justiça social.

Sempre digo que nin-guém pode servir a dois senhores ao mesmo tem-po, ou seja, a Deus e ao Diabo, sem “entrar pelos

canos”. A questão das os-cips na Saúde deverá ser equacionada pelo prefeito que elegemos. Nossa ex-pectativa é que ele escute a população representada pelos movimentos, que tra-çaram nos últimos 10 me-ses o perfil da cidade que queremos. Nossa militân-cia foi para as ruas, de cor-po e alma, mostrando que ainda acredita no encon-tro entre um governo e os movimentos populares de saúde, excluídos do Con-selho Municipal de Saúde de São Paulo pelo governo Kassab, através do Decreto 52 914 de 2012, cuja anula-ção esperamos que seja o primeiro ato do nosso novo prefeito em relação à saú-de. Desejamos, também, que os conselheiros de saúde, processados pelo governo Kassab em 2008 (estou entre eles), sejam absolvidos.

Não nos iludamos, a luta continua independentemen-te do fato de o prefeito que

assumirá tenha sido levado à vitória, pela militância dos movimentos populares. Sa-bemos que as grandes cor-porações, que investem na derrota do SUS atuam nos bastidores, representando um inimigo implacável: o ca-pital. Mas não nos esquece-remos, que na ponta estão os representantes da popu-lação, armados de garra e coragem na defesa do sis-tema, considerado patrimô-nio da humanidade e que, a despeito disso, é atacado de forma desleal, inclusive por governos que afirmam ter como bandeiras a justiça so-cial e a igualdade de direitos.

Carmen MascarenhasConselheira da Supervisão Técnica de Saúde da SéRepresentante do Movimento Popular de Saúde do Centro Carmen Mascarenhase-mail: [email protected]: 3289-7484

Beber durante as refei-ções engorda? Nenhuma bebida engordará mais se ingerida durante as refei-ções ou após elas. Acontece que a ingestão de líquidos em excesso dilata o estoma-go prejudicando a digestão, principalmente as bebidas gaseificadas.

Comer assistindo te-levisão engorda? Não é o fato de comer assistindo te-levisão que engorda e sim que enquanto assiste à TV a pessoa tende a comer mais, pois o cérebro não esta con-centrado na refeição, o que retarda a produção do hor-mônio que dá a sensação de saciedade. Porém, não é so-

Mitos e verdades sobre as dietas (2)mente o ato de assistir televi-são que faz isso, comer lendo ou mexendo no computador também.

Tomar chá verde ou água fria com limão pela manhã ajudam na perda de peso? O chá verde pertence à classe de alimentos termogênicos, ou seja, o corpo precisa gas-tar mais calorias para absorver seus nutrientes, além disso, é um alimento diurético - ajuda a eliminar toxinas e consequen-temente desinchar. Porém, para se obter esses benefícios deve-se consumir, no mínimo, 4 xícaras de chá por dia, sendo que deve ser preparado com a própria erva. Quanto a água fria com limão, não existe qualquer

comprovação cientifica sobre esse tipo de benefício - existe, sim, a crença de que alimentos ácidos queimam gorduras, o que não é verdade.

Está certo substituir ali-mentos por suplementos?

Como nutricionista seria uma ironia da minha parte dizer que não existem suple-mentos capazes de suprir a necessida-de de nutrientes de uma pessoa. Porém, shakes e suplementos são acrescidos de di-versos conservantes, corantes e aromati-zantes, para melhorar a palatabilidade e au-

mentar o prazo de validade. De uma maneira geral, são con-sumidos indiscriminadamen-te sem qualquer indicação ou acompanhamento nutricional. Além disso, os alimentos têm outra ligação com o indivíduo:

o aspecto emocional que um alimento é capaz de levar a um ser humano. Portanto, digo que alimentação é quali-dade de vida, e como ter qua-lidade de vida alimentando-se de cápsulas e shakes? O alimento integra o indivíduo à sociedade, além de satisfazer suas necessidades nutricio-nais.

Rafaela Isis Reis AllevatoNutricionista, coordenadora do Serviço de NutriçãoHospital San Paolo Tel.: 3405-8200www.hsanpaolo.com.br

www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012 9Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição nº 104

Ganha mais corpo a cada dia a campanha “Salve Saú-de. O Futuro Promete. Chegue Bem Lá”, lançada oficialmen-te dia 4 dezembro, às 12h, no Espaço da Corte, Brasília, DF, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entre outras personalidades do primeiro escalão da Repú-blica.

Encabeçada pela Associa-ção Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Cirur-giões-Dentistas (ABCD), mais uma centena de sociedades de especialidades médicas (veja abaixo) e o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), trata-se de uma ação educativa per-manente para incentivar a mudança de hábitos entre a população. A meta é melhorar a qualidade de vida e a saúde dos cidadãos de todas as ida-des.

Unidas de forma inédita, entidades médicas e da odon-tologia usam as previsões oti-mistas em relação ao futuro do País como linha-mestra da ação. Sempre com o mote “O Futuro Promete. Chegue Bem Lá”, utilizarão as mais diver-sas de comunicação (portal, cartilha impressa, veiculações da mídia etc) para estimular a adoção de pequenas mudan-ças nos hábitos para que a maior expectativa de vida seja

400 mil médicos e 200 mil dentistas em campanha permanente para incentivar cidadãos a adotarem hábitos saudáveis

acompanhada por um estilo que melhore sua qualidade.

“A campanha estimula mudanças simples, como ali-mentar-se de forma saudável, praticar exercícios, descansar adequadamente, tomar mais água, entre outras. O intuito é mostrar que o futuro segue viável e promissor. Mas para tanto devemos fazer nossa par-te, plantando, todos os dias, novas sementes para dias me-lhores”, afirma Florentino Car-doso, presidente da AMB.

Brasil saudável - Cuidados como esses são a base para pessoas mais saudáveis, mais bem dispostas, com melhor capacidade de aprendizado e de apreensão. Portanto, mais aptas a formar opiniões pró-prias, lutar por elas e ajudar na construção de um mundo mais humano.

Todos sabem que a ali-mentação regrada e a prática de atividades físicas são as principais aliadas no comba-te às doenças não-transmis-síveis, como complicações cardiovasculares, diabetes e problemas respiratórios, obe-sidade, que estão entre as principais causas de morte em nosso país e no mundo. O Brasil gasta milhões com internações nessas áreas; a fundo perdido. Isso porque elas representam grande parte de nossos óbitos por doenças atualmente.

Se houver uma tomada de consciência, se mudarmos pequenos hábitos, teremos uma população mais saudável. Portanto, tais recursos pode-rão muito bem servir a outras relevantes ações em saúde, inclusive à formatação de um

Sistema Único de Saúde cada vez mais qualificado a uma as-sistência universal e integral.

O próprio ministro da saú-de, Alexandre Padilha, já reco-nheceu o impacto que a cam-panha “Salve, Saúde. O Futuro Promete. Chegue Bem Lá” irá gerar para a saúde pública. Diz ele: “Pequenas atitudes podem provocar muitas mu-danças. O profissional de saú-de tem poder, mas há limites para implementar novos ca-minhos, por isso é importante a aliança com os profissionais de comunicação.”

De fato, há muito a cami-nhar. Precisamos educar os médicos a convencer pacien-tes a aderirem também eles à iniciativa. Precisamos que veí-

culos de comunicação abram espaço para campanhas edu-cativas permanentes, precisa-mos chegar ao cidadãos e in-corporá-los a essa força-tarefa, para multiplicar o conceito.

Hoje, ironicamente, todos sabem da importância de há-bitos saudáveis e de exercícios regulares. Falam deles e os defendem. Só que na prática fazem bem pouco por si mes-mo. Isso tem de mudar já. Olhe para você com mais carinho e aposte, sem medo de perder, em um futuro melhor. São 100% as chances de ganhar.

associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina + 60 associações e socieda-des médicas

Lançamento da campanha “O Futuro Promete. Chegue Bem Lá”

Espaço da Corte, BrasíliaSCEN Trecho 1 Lote 01/11B Setor de Clubes NorteAsa Norte - Brasília/DF70800110

Arquivo Pessoal

Dr. Florentino - pres. Associação Médica

www.jornalcentroemfoco.com.brSP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 201210Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição nº 104

Realizado facultativamente de 2005 a 2011, o Exame do Conselho Regional de Medi-cina do Estado de São Paulo passa a ser obrigatório a partir deste ano. A expectativa dos defensores da medicina de qualidade e da assistência de excelência aos cidadãos é de que a avaliação do desempe-nho dos formandos das esco-as médicas em breve atravesse as fronteiras paulistas.

Embora seja um bom parâ-metro para avaliar a eficácia do aparelho formador, o exame ainda não poderá legalmente impedir o exercício da profis-são, qualquer que seja o resul-tado obtido. Todos, sem exce-ção, terão passe livre para atuar na área que quiserem, com ou sem um título de especialista e com todo o respaldo garantido pela nossa Constituição.

Se fosse eliminatório, tería-

Habilidade, ética e atitude: como ser um bom médico, de verdade.

mos certamente um padrão de qualidade mínima para a prática da medicina. Para se ter uma ideia, nas sete edições anterio-res, ainda que não obrigatórias, a reprovação foi de 46,7%. Ou seja, quase metade dos douto-res não estava apta ao exercí-cio profissional. Mesmo assim, hoje, clinicam em seus con-sultórios e integram equipes de hospitais, prontos-socorros e nos serviços de urgência e emergência de todo o país.

O ideal, aliás, seria de que essa prova teórica também fos-se acompanhada de outra prá-tica. O exame do Cremesp só teria resultado pleno se pudes-se avaliar o desempenho dos novos médicos à beira do leito, na vida real, onde paciente tem nome, história e peculiarida-des. Sabemos, contudo, que isso é quase inviável por sua magnitude. Não podemos nos

esquecer que formamos anu-almente milhares de profissio-nais, número que não para de crescer devido à abertura indis-criminada de escolas e vagas de medicina. Isso não quer di-zer que devemos nos resignar.

Hoje, o fato de cursar uma boa escola de medicina, de-pois partir para a residência médica e, por fim, obter um tí-tulo de especialista, são apenas oportunidades de desenvolver determinadas habilidades. So-bretudo as práticas, somente adquiridas em campo, na as-sistência aos pacientes. Estes conhecimentos não são ofere-cidos nas salas de aulas nem mesmo das melhores escolas médicas do mundo.

A medicina, repito, é com-posta de habilidade, ética e atitude, somente vivenciadas à beira do leito. É ali que são adquiridos os princípios pri-

mordiais da relação medico-paciente, do humanismo e da competência profissional. O médico só é médico diante do paciente, e não sentado à frente de um computador ou na sala de aula. Tudo isso é importante, é claro, mas o ver-dadeiro médico trabalha com pessoas, com o olhar, com o sentir. Precisa gostar de gen-te, ter currículo com formação ética, moral. Infelizmente, não é possível avaliar tudo isso em um exame teórico, mas é possível agregar valores a esta prova que já está instituída.

Um exame psicotécnico, por exemplo, seria um bom começo. Tão importante quan-to responder a questões sobre a medicina é avaliar aqueles que têm ou não condições de exercer a profissão. Já utiliza-do em entrevistas de emprego, se bem realizado, é capaz de

apontar eventual deficiência no envolvimento interpessoal, ou seja, avaliar aquele que não terá condição de manter uma ade-quada relação médico-paciente.

Assim, começaremos a fazer com que o Exame do Cremesp deixe de ser apenas uma prova puramente teórica, apontando, inclusive, que mes-mo um aluno que conhece um tratado de medicina de ponta a ponta, capaz de receber a nota máxima em conhecimentos te-óricos, não tem os atributos e experiência para examinar ade-quadamente um doente. Lida-mos com gente, e neste ponto, todo o cuidado é pouco.

Prof. dr. Antonio Carlos LopesPresidente da Sociedade Brasileira de Clínica MédicaTel.: 3873.6083

www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012 11

João Amazonas de Souza Pedroso (Belém, 1º de janei-ro de 1912 - São Paulo, 27 de maio de 2002) e Maurício Gra-bois (Salvador, 2 de outubro de 1912 - Xambioá, 25 de de-zembro de 1973), foram dois militantes políticos fundadores do Partido Comunista do Bra-sil (PCdoB), que junto com líde-res como Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella e Pedro Po-mar, entre outros, ajudaram a alicerçar a democracia no Brasil.

Há dez anos, a família de Amazonas cumpriu o último de-sejo do legendário comunista: jogaram as suas cinzas sobre a região do Araguaia, berço da re-sistência armada onde tombou Maurício Grabois. Na noite de 29 de novembro os dois foram homenageados em solenidade no Salão Nobre da Câmara Mu-nicipal, onde estiveram presen-tes diversas personalidades que compõem o cenário do socialis-

Câmara homenageia dois legendários comunistas brasileiros

mo e comunismo brasileiros.Na abertura da solenidade

houve apresentações do quar-teto de cordas e da banda da Guarda Civil Metropolitana, seguida da exibição do filme “Companheiros”, produzido pela Fundação Grabois, que mostra um pouco da história dos dois homenageados, trazendo depoi-mentos como do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva durante o 11º Congresso do PCdoB, em

2005: “O João Amazonas foi a primeira pessoa a me convencer de que em política a gente não realiza apenas o desejo que a gente tem, a gente realiza aquilo que é possível realizar.”

Na continuidade, após re-ceber a palavra do presidente da Câmara, vereador Police Neto, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo falou às centenas de presentes sobre a importância de Amazonas e

de Grabois, que em 1943 par-ticiparam como políticos na re-organização do chamado “par-tidão”, e três anos depois, da Constituição Federal. “Em 1946, contávamos com Carlos Prestes como senador e 15 deputados federais no pós-guerra”. Em 1962, auxiliaram na nova estru-turação do PCdoB em sua ter-ceira geração lembrou Rabelo.

O líder da bancada do PCdoB na Câmara, Jamil Murad, idealizador da homenagem afir-mou: “A liberdade que o povo usufrui hoje no Brasil é parte da obra de Amazonas e Grabois”. O vereador definiu João Amazo-nas, com quem partilhou diver-sas atividades partidárias, como “o mais completo dos comunis-tas do povo brasileiro. Ele parti-cipou ativamente da luta política e da luta de ideias. Tinha a con-vicção que o partido comunista era indispensável para a chega-da dos trabalhadores ao poder

e dedicou a vida a essa tarefa”, analisou Murad.

Placa comemorativa - No fi-nal da solenidade, Jamil Murad foi surpreendido com uma ho-menagem a sua pessoa: rece-beu uma placa comemorativa, acompanhada de um poema escrito ali mesmo pelo repre-sentante estadual do Ministério do Esporte em São Paulo, Elder Vieira dos Santos, que foi recita-do pela presidente municipal da União da Juventude Socialista (UJS), Camila Lima.

A sobrinha neta de Grabois, Claudia Grabois, representou a família do homenageado. He-lena, Zélia, João, filhos de João Amazonas e Edíria, acompanha-ram a sessão ao lado dos filhos e filhas. Dolores Arroyo, Camila Arroyo, Nancy Arroyo e Nancy Figueiredo da família de Ângelo Arroyo, e Eduardo Pomar, filho de Pedro Pomar também assisti-ram a sessão solene.

Câmara em Foco

Vereador Jamil Murad e Renato Rabelo

www.jornalcentroemfoco.com.brSP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 201212

Mais um convidado da Co-missão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cine Belas Artes rejei-tou a atual visão dos órgãos de preservação da cidade de São Paulo e do Estado de separar os patrimônios em materiais e imateriais. Edgard de Assis Car-valho, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), foi à Câmara Municipal na quarta-feira, 28, e classificou como “ab-surda” essa distinção.

“O acarajé, por exemplo, é tombado como bem imaterial, como se para ele existir não pre-cisasse do feijão, das mulheres que o cozinham”, argumentou o acadêmico, que lembrou que, em sua gestão como presiden-te do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turís-tico do Estado de São Paulo), a

Professor defende manutenção do Belas Artes no mesmo endereço

discussão era em torno da casa de candomblé Axé Ilê Obá.

“Foi tombado porque existe a materialidade do culto e as-pecto simbólico do culto, a im-portância do candomblé para o

Brasil”, argumentou. Para Assis Carvalho, a situação é análoga à do Cine Belas Artes, em que o debate se separa entre o valor arquitetônico do imóvel e seu uso. “É inadmissível que esse

tombamento não ocorra, juntan-do sim um prédio que tem valor simbólico grande e qualidade cultural do cinema”, afirmou.

Questionado pelo relator da CPI, Floriano Pesaro (PSDB), sobre uma mudança de ende-reço do cinema, Edgard defen-deu que ele seja reinstalado na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, seu lo-cal original. “Aquele pedaço ali e o cinema têm uma aura, se você muda o local isso se esvai”, ob-servou.

Além disso, ele defendeu que a manutenção da programa-ção do cinema vai além da esco-lha dos filmes em cartaz. “O ci-nema é mais do que só cinema de arte, até porque essa desig-nação é ‘polemizável’. O Belas Artes tinha o Noitão (maratona de filmes durante a madrugada),

a carteirinha de cinéfilo, coisas que não tem mais em nenhum lugar”, detalhou.

Solução - Para Assis Carva-lho, uma parceria público-privada (PPP) seria uma solução possível para a gestão do Cine Belas Artes nos moldes em que ele funcio-nou anteriormente. Ele também é favorável a incentivos públicos para o proprietário do cinema, como abatimento do IPTU.

Os vereadores também con-sideram essa possibilidade, po-rém, Eliseu Gabriel disse ainda acreditar em um diálogo entre o dono do imóvel e o administra-dor do Belas Artes. “Pode haver o entendimento, e acredito que a discussão na Câmara e o tom-bamento favoreçam isso”, afir-mou o presidente da CPI.

Informações de afonso Jr.

A partir das 19h30, de 5 de dezembro, acontece o lança-mento do livro São Paulo na Tribuna - Primeira Legislatura (1948 a 1951), no Salão No-bre da Câmara Municipal de São Paulo. A realização deste evento é uma realização do presidente do Legislativo mu-nicipal, vereador José Police Neto (PSD), e da Escola do Parlamento.

Organizado pelo jornalista e pesquisador Luiz Casadei, com o apoio da professora Carla Reis Longhi (PUC), São Paulo na Tribuna descreve a primeira das 15 legislaturas pós-Estado Novo da Câmara de São Paulo, além do conjun-to de leis e projetos do perío-do, trata das mudanças neste município nos anos 50, da as-censão de Jânio Quadros e de

Presidência da Câmara lança livro São Paulo na Tribuna - Primeira Legislatura diversos assuntos da época ilustrados com fotos de verea-dores e da antiga sede da Câ-mara: Palacete Prates.

São Paulo na Tribuna con-ta com a contribuição de Dé-cio Grisi, eleito em 1947, pelo PTB. “Nós fazíamos obriga-toriamente uma análise local das verdades que eram do interesse da população”, rela-tou o ex-vereador à rádio web Câmara. “Passávamos a noite ou madrugada escrevendo as propostas de lei. Na Câmara a gente só apresentava coisa sé-ria”, considerou.

A primeira vereadora elei-ta não foi esquecida em São Paulo na Tribuna. A professo-ra Elisa Kauffmann Abramovi-ch não chegou a tomar posse. Isto porque na época em que conquistou espaço na Câmara

na ilegalidade e a sua legenda acabou cassada.

Frente de batalha - Quem também carrega na lembrança a combatividade desta perso-nagem é a sua filha, a também professora, jornalista e escrito-ra Fanny Abramovich. “A mi-nha mãe era uma santa judia. Não era bem santa. Mamãe era comunista, militante. Pas-sou a ser por causa do filho de uma amiga da minha avó que estava sendo caçado pelo DOPS”, lembra.

Sem ter onde se esconder o rapaz ficou na clandestinida-de por um ano e meio na casa da avó de Fanny. Como man-tinha constante contato com Elisa “ele aproveitou e ‘fez a cabeça’ da mamãe. Ela era uma mulher brilhante: fez um desses cursos que nem exis-

tem mais. De fazer flor”, conta. Iniciada na filosofia comu-

nista não demorou para que ela fosse convocada a uma frente de batalha decisiva. “Um belo dia, o Partidão disse para ela que teria de ser diretora de uma escola judaica progressis-ta - estava iniciando-se -, e ela foi. Era uma educadora muito mais ‘antenada’ e mais concen-trada do que jamais fui. E era vanguarda de vida!”, revela.

Estes e outros depoimen-tos integram São Paulo na Tribuna - Primeira Legislatura (1948 a 1951), destinado a to-dos aqueles interessados em conhecer como atuavam os vereadores há meio século. Este livro deverá ser distribu-ído principalmente nas biblio-tecas e escolas da rede muni-cipal de ensino.

Elisa Kauffmann Abramowich, primeira mulher eleita vereadora em São Paulo, e família

de São Paulo, em 1948, em-bora tenha concorrido pelo Partido Social Trabalhista, na época os comunistas estavam

Câmara em Foco

Arquivo de família

Gab. Eliseu Gabriel

www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012 13Artes e Cultura

O músico - do Língua de Trapo - e escritor Guca Do-mênico lançou no final da tarde do sábado (17/11), o seu 13º livro. Sob o título ‘Em mim dentro chove quan-do estou deserto’ o autor mescla poesias a reflexões espiritualistas. “Não sou reli-gioso e nem pretendo passar esta ideia”, disse ao Centro em Foco. “Há muitos pen-samentos e histórias que fa-zem parte deste livro.”

O primeiro trabalho lite-rário de Guca Domênico foi um registro poético. Em se-guida “passei para a área in-fanto-juvenil, porém a poesia sempre me acompanhou”, esclareceu. ‘Em mim dentro chove quando estou deserto’ reúne 110 poesias em que o autor denota na escrita pro-fundas inspirações em Noel Rosa, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Carlos Drummond, Machado de Assis e Fernan-do Pessoa.

Demasiadamente crítico com o próprio trabalho, Guca Domênico prefere o desafio de preparar-se para encarar a obra após um distanciamen-to. “Geralmente depois que gravo um disco ou mesmo quando um livro está pronto, fico até três meses sem olhar

Guca Domênico lança na praça Roosevelt ‘Em mim dentro chove quando estou deserto’

Autor dispõe de três livros infanto-juvenis adotados em rede púbica de Educação

detalhadamente para o que eu fiz”, declara. “Sinto ‘ódio’ do resultado final, mesmo sem vê-lo direito.”

Do ódio ao amor - Pas-sada a fase de ódio, Guca Domênico se entrega a lon-ga etapa de amor e contem-plação à sua obra. Assim, ele coloca ‘Em mim dentro chove quando estou deserto’ como um trabalho prosaico por gostar de falar ou de es-crever sobre “o dia a dia e a simplicidade que compõem as coisas” num formato mi-nimalista.

O lançamento se deu no espaço (bar) Teatro Parla-patões, na praça Roosevelt. Um dos integrantes do gru-po teatral, Eduardo de Car-

valho revelou ao Centro em Foco que a prática de ceder o espaço para lançamentos literários “tem sido realizada há algum tempo e, é desti-nado exclusivamente aque-le autor que não dispõe de recursos para promover um grande evento”.

Ao custo de R$ 30,00, ‘Em mim dentro chove quando estou deserto’ atualmente não está em qualquer banca de jornal ou mesmo nas li-vrarias. “Os interessados em adquirir o meu livro podem fazer o pedido diretamente pelo site: www.gucadomeni-co.com.br” e a obra literária será entregue pelos Correios.

Por Paulo de Souza

Quando fizemos o Lín-gua de Trapo, em 1979, estávamos na [faculdade] Cásper Líbero e nem pensá-vamos em criar uma nova tendência musical. A frase é de Carlos Augusto “Guca” Domênico, ao Centro em Foco durante o lançamento do seu mais novo livro.

Com mais de 60 músicas e sete discos gravadas, este grupo musical inicialmente integrado por Guca, Laert Sarrumor e Pituco tinha de apresentar um trabalho em sala de aula. Nada melhor para isso, que aproveitar “o momento de transição polí-tica vivido na época e mos-trar nosso ponto de vista satirizando algumas situa-ções”, lembra Guca.

Não demorou muito para estourarem no circuito alternativo e, junto a ban-das como Premeditando o Breque e Joelho de Porco, figuravam em um universo

Da faculdade de comunicação para uma nova tendência musical

musical único que começava a despontar que futuramen-te deu margem a bandas, como por exemplo, Mamo-nas Assassinas que seguiram uma linha escrachadamente popular.“Nosso estilo é mais pesado. Não digo elitista, mas é voltado para um público mais crítico”, detalha. Segun-do Guca, o Língua de Trapo é uma banda que se propõe “a por o dedo na ferida” para despertar no espectador um questionamento mais apro-fundado, mesmo que a men-sagem tenha sido transmitida cinicamente. (P.S.)

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Artes e Cultura

www.jornalcentroemfoco.com.brSP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 201214

O futuro projeta-se em nossa frente como uma vidra-ça esfumaçada e mostra to-dos os elementos do momen-to, mas em posição fixa.

O movimento das ima-gens é colocado pelo refle-xo de um espelho projetado atrás do nosso presente, e pode mudar a qualquer acon-tecimento inesperado, ou fora dos padrões. É tão difí-cil alguém acertar o número principal de uma loteria que, matematicamente, chega a ser considerado impossível a uma Pessoa conseguir esta façanha alguma vez em sua vida. Mas todo dia, este tão cobiçado prêmio, apresenta ganhadores.

Antevisões são insinua-ções de avisos em forma de sensações, que se revelam em maneiras delicadamente diferentes daquelas usuais: um ruído trincado pode sig-nificar um objeto caindo ou quebrando, uma freada pode ser um carro sem controle ou uma situação de desespe-ro. Estas apresentações são sempre em tempo real, mas em locais remotos e fora do ambiente em que este pressa-giante possa se encontrar.

Uma ligação para um nú-mero errado pode sinalizar um encontro, um brilho re-pentino pode significar: Pare agora e volte! E uma brisa suave pode estar querendo dizer: Siga-me, é este o cami-nho correto!

Sons agudos normal-mente são traiçoeiros e pe-sarosos, brilhos rápidos re-ferem-se a acontecimentos afortunados e felizes.

Pessoas com um bom “HD”, como se nosso cérebro fosse um destes dispositivos, depois de recheado com mui-tas informações, que são suas experiências, percebem que tudo acontece num ciclo re-petitivo com mudanças previ-síveis e até lógicas.

Os acontecimentos são muito parecidos quando com-parados a fatos já ocorridos,

ANJOTéRICA Zugon VillarAnjoterismo é uma simbiose entre ciência e fé.

Previsões

e se colocarmos todos os ci-clos com os fatores de com-pensação como o tempo, as experiências, motivos e mo-dos de condicionamento, ve-remos que as diferenças são sutis e facilmente calculáveis.

Fatos ocorridos com an-tepassados poderão aconte-cer também com o indivíduo, basta colocar os parâmetros de tempo daquele predeces-sor com as incógnitas dos processos desenvolvidos e das adaptações ocorridas, que suas previsões serão sur-preendentes.

Porque o clima, as razões e as características entre o meio ambiente e o Ser Huma-no, inda são os mesmos de milhares de anos atrás.

Trecho do livro ANJO-TERISMO, de Zugon Villar, que pode ser encontrado em qualquer boa livraria do Bra-sil e onde você vai aprender tudo sobre previsões com ba-ses científicas e esotéricas.

Visitewww.escoladeanjos.org,

ou vá à rua Alferes Magalhães, 347 - pertinho do

metrô Santana. Você pode participar gratuitamente

das reuniões de saúde, de prosperidade e do amor; através de meditação por

vibrações molecularesFones:

3969-0665 / 999 130 977 (Vivo)

Se você sabe venha ensinar. Se você não sabe, venha aprender para ensinar.

Reuniões às quartas-feiras, das 19h às 20h.

O Projeto Adoniran encer-ra a programação deste ano no dia 6 de dezembro, quin-ta-feira, com a apresentação do grupo que melhor repre-senta a cidade de São Pau-lo, interpretando canções de seu mais ilustre compositor, Adoniran Barbosa. Trata-se dos Demônios da Garoa que, há 69 anos, cantam com bom humor as dores e as alegrias desta metrópole. O show acontece no Auditório do Me-morial da América Latina, às 21 horas, com ingressos po-pulares a R$ 15,00.

O grupo - formado, atual-mente, por Sérgio Rosa (voz e pandeiro), Canhotinho (voz e cavaco), Izael (voz e timba), Ricardinho (voz e percussão) e Dedé Paraíso (voz e violão) - interpreta como ninguém sucessos de Tom Jobim & Vi-nicius de Moraes (“Se Todos Fossem Iguais a Você”), Car-tola (“As Rosas Não Falam”), Zé Kéti (“A Voz do Morro”), Dorival Caymmi (“Rosa More-na”), Paulo Soledade (“Estão Voltando as Flores”) e Sérgio Bittencourt (“Modinha”), en-tre outros.

O show traz ainda ines-quecíveis canções de Adoni-ran Barbosa como “Iracema”, “Trem das Onze”, “Tiro ao Álvaro”, “Saudosa Maloca”, “Samba do Arnesto”, “As Ma-riposas” e “Prova de Carinho”.

Não se pode falar de De-mônios da Garoa sem lem-brar Adoniran Barbosa e vice-versa. Adoniran queria ser ator, mas conseguiu destaque como cantor e compositor desde cedo. Em 1936, gravou o primeiro disco e somente na década de 40 conseguiu realizar o sonho de ser ator, participando de várias produ-ções, inclusive O Cangaceiro, de Lima Barreto. Durante as filmagens ele conheceu os Demônios da Garoa, resul-tando em amizade e parceria que até hoje proporcionam momentos de boa música e

humor. No carnaval de 1951, fizeram sucesso com o sam-ba “Malvina”; o mesmo ocor-rendo, em 1952, com “Joga a chave” (parceria com Oswal-do Molles).

Já nessa época, os Demô-nios tinham estilo único, um linguajar próprio dos bairros populares e uma grande iden-tificação com os sambas de Adoniran. A década de 50 foi importante para ambos. “Sau-dosa Maloca” (1955) e “Trem das Onze” (1964) se tornaram marcos na música popular e o grupo regravou “A Voz do Morro”, de Zé Kéti. Pode-se afirmar que Adoniran Barbosa tinha os Demônios da Garoa em mente quando compunha, assim como eles foram os grandes responsáveis pela di-vulgação do compositor.

Diante dessa história de amizade entre um grupo mu-sical e um compositor, ambos representantes máximos da música popular brasileira, o Projeto Adoniran fecha mais uma edição com a cadência e interpretação rara dos Demô-nios da Garoa.

O que é o Projeto AdoniranO Projeto Adoniran é uma

iniciativa da Fundação Memo-rial da América Latina que re-vitalizou o conhecido Projeto Adoniran Barbosa, realizado entre os anos de 1990 e 2000. Em março de 2007, voltou a integrar a programação cul-

Demônios da Garoa encerra Projeto Adoniran no Memorial da América Latina

tural da cidade de São Paulo apresentando espetáculos de Música Popular Brasileira, seja por seus compositores ou por seus intérpretes. Entre os no-mes que já passaram pelo pro-jeto, destaque para Toquinho, Chico César, Fátima Guedes, Arrigo Barnabé, Evinha, Ná Ozzetti, Alaíde Costa, Wagner Tiso, Zezé Motta, Maria Alcina, Mônica Salmaso, Demônios da Garoa, João Bosco, Boca Livre, MPB4, Ivan Lins, Ed Motta, Fabiana Cozza, Ângela Ro Ro, Jane Duboc, Benito di Paula, Quinteto Violado, Flávio Venturini e muitos outros.

Serviço:Show de Demônios da Garoa06/12, às 21h - Duração: 1 horaMemorial da América Latina - Auditório Simon BolívarAv. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra FundaTel: (11) 3823-4600Ingressos: R$ 15,00 (meia: R$ 7,50)Bilheteria: 14h às 19h (dia anterior) e a partir de 14h (dia do show)Estacionamento (portão 15) s/ anobrista: R$ 10,00Entrada/pedestres: portão 13

Divulgação

Artes e Cultura

www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 30 de Novembro a 17 de Dezembro de 2012 15

O premiado jornalista Au-dálio Dantas lançou na noite de 13 de novembro, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, o livro as duas guerras de Vlado Her-zog - Da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil. A obra também acentua o papel do sindicato - que o au-tor presidiu de 1975/78 - na mo-bilização para apurar o assassi-nato de Vladimir Herzog e para por fim ao sistema de governo ditadorial que imperava no Bra-sil, entre 1964 a 1985.

O jornal Centro em Foco acompanhou o lançamento de as duas guerras de Vlado Her-zog, na sala Vladimir Herzog, do Sindicato dos Jornalistas, onde estiveram reunidas diversas personagens retratadas no livro. Após cumprimentarem o autor pela concepção da obra, que já é considerada de valor inestimá-vel para a memória do País, mui-tos deles fizeram relatos sobre o momento que viveram durante os anos de repressão.

“Passados 30 anos, eu tinha a preocupação de escrever com fidelidade os acontecimentos daquele momento”, disse Audá-lio. Depois acrescentou: “quan-do comecei a escrever percebi que as lembranças estavam cla-ras e definidas. Foram dois anos recolhendo depoimentos e es-crevendo este livro.”

Rotina da tortura - Para o atual presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto Camargo, o lançamento na sala Vladimir Herzog, foi classificado como um acontecimento hon-roso à sede da entidade. “É um livro que precisava ser lança-

Novo livro sobre Vlado Herzog aborda o papel do Sindicatodos Jornalistas no esclarecimento da sua morte

do aqui e é, mais uma etapa da História que jamais poderá ser esquecida ou mesmo apagada.”

O jornalista e hoje professor universitário Sérgio Gomes da Silva, o Serjão, foi o primeiro profissional da imprensa a ser preso pelo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 5 de ou-tubro de 1975, dias antes da pri-são, tortura e assassinato brutal de Vladimir Herzog.

Anos depois, em depoi-mento à polícia, na reabertura do caso Herzog, Serjão narrou como era a rotina nos porões da ditadura: “Naquele dia 25 de outubro de 1975, a equi-pe de torturadores era dirigida pelo ‘capitão Ramiro’. Eram três equipes no DOI-CODI. Cada um em plantão de 24 horas, com 48 de folga. O ‘capitão Ramiro’ tinha um estilo diferente das duas outras equipes. Andava

sempre munido de um sarrafo e sabia exatamente onde bater, nos cotovelos, nos joelhos, nos tor-

nozelos - nas articulações. Ele conhecia muito bem a anatomia humana e desmontava uma pessoa com poucos golpes e sem barulho.”

À luz da Justiça - Para Ser-jão, as duas guerras de Vlado Herzog tende a complementar o assunto sequestro, tortura e morte durante o período de re-pressão política no Brasil. “Este livro vem não apenas para complementar a História vivida num determinado momento no País, mas também apresenta o papel decisivo deste Sindicato no período da ditadura militar”, pontuou.

O jornalista e hoje professor universitário Sérgio Gomes da Silva, o Serjão, foi o primeiro profissional da imprensa a ser preso pelo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 5 de ou-tubro de 1975, dias antes da pri-

são, tortura e assassinato brutal de Vladimir Herzog.

Outro importante persona-gem presente ao lançamento do livro demonstrou que a Jus-tiça vê muito bem no escuro. Mesmo sendo cega, foi o juiz federal Márcio José de Moraes que determinou, em 27 de ou-tubro de 1978, a retomada das investigações sobre o caso Her-zog, em ação judicial na qual Clarice Herzog, responsabilizava o Estado pela prisão e morte de seu marido.

Naquela época a Justiça era um poder alijado, lembra Moraes. “Não era considerado pelo Estado como um dos três poderes, mas uma extensão sua. O caso Herzog significou um marco na Justiça, mudan-do este panorama.” O juiz fe-deral nega que tenha sofrido qualquer tipo de retaliação por parte do governo militar da época, após ter sentenciado a reabertura do processo do jornalista morto por órgãos de repressão. “Se isto ocorresse, com certeza haveria outra con-denação”, alertou.

Consciência social - O rabino Henry Sobel, citado em as duas guerras de Vlado Herzog, tam-bém esteve presente ao lança-mento. Na época dos fatos men-cionados no livro, ele foi um dos que não acreditaram na versão oficial sobre o suicídio de Her-zog nos calabouços do DOI-CO-DI e, por isso, recusou-se a reali-zar a cerimônia de sepultamento do corpo na área destinada aos suicidas, no Cemitério Israelita, engrossando assim, a legião que exigia o esclarecimento da mor-te do jornalista.

“Este livro tem uma gran-de importância, por despertar a consciência social das novas gerações caso venha a persistir a volta deste tipo de governo opressor e, a missão do povo judeu é tornar o mundo mais humano, narrando os fatos no contexto da vida ao aplicar va-lores que garantam os direitos do homem e da vida”, senten-ciou o religioso.

Por fim, representando a sua mãe, Clarice - presa no congestionamento -, após cumprimentar o autor de as duas guerras de Vlado Her-zog, Igor Herzog deu as suas impressões sobre a obra que expõe um período em que teve o pai retirado de sua vida. “Este livro compõe dois mo-mentos respeitosos: o primeiro em memória ao meu pai e em segundo à população em um momento onde um governo cerceara os diretos de todos. Este livro é para nos lembrar de algo que jamais deve ser re-petir”.

Por Paulo de Souza

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