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JOGOS DIDÁTICOS

NO ENSINO DE QUÍMICA

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* Bolsistas do Bibid.

JOGOS DIDÁTICOS

NO ENSINO DE QUÍMICA

Maria de Fátima Rocha *Irielson Carneiro de Lima *

Camila Mayara Bezerra Victor *Iany Silva de Santana*

Luana Priscila da Silva*

Introdução

A inclusão de disciplinas científi cas, como a Química,no currículo da Educação Básica, segundo os do-cumentos legais, deve proporcionar aos estudantes

um conhecimento mínimo que lhes permita compreender ofuncionamento dos fenômenos que acontecem no mundo,interpretar o envolvimento dos avanços científi cos e tecno-lógicos na vida das pessoas.

As estratégias ou formas de ensinar tradicionais, tambémchamadas de clássicas, têm como fundamentos duas suposi-ções inadequadas. A primeira supõe que ensinar é uma tarefafácil e não requer uma preparação especial. A outra, que oprocesso de ensino-aprendizagem se reduz à simples trans-missão e recepção de conhecimentos já elaborados e, por fi m,que o fracasso de muitos alunos deve-se, principalmente,às suas próprias defi ciências, tais como falta de estudo, dedesenvolvimento da capacidade de entendimento etc.

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Nas últimas décadas, tem-se dado ênfase à educação em química na qual diversas estratégias e propostas têm sido discutidas e analisadas do ponto de vista da Didática das Ciências (CAMPANARIO; MOYA, 2001; GIL-PEREZ, 1993; GALIAZZI, 2001; et al.). Especifi camente, com relação a esta última categoria, destacamos a utilização de jogos didáticos em sala de aula.

O interesse por jogos é unânime e sua origem é milenar. Por exemplo, jogos de tabuleiro parecem estar ligados às primeiras cidades de que se tem notícia, há alguns milhares de anos, nas regiões do antigo Egito e da Mesopotâmia (hoje, Iraque). Foram encontrados, em escavações arqueoló-gicas, objetos e desenhos que parecem ser ou fazer referên-cia a jogos de tabuleiro. Há traços de que, mais tarde, esse tipo de jogo teria aparecido em vários lugares do mundo antigo, tais como Índia, China, Japão, Pérsia, África do Norte e Grécia. Depois chegaram a Roma e a outros países da Europa e aos países árabes.

Durante o período de execução do subprojeto de Química do Programa de Iniciação à Docência (PIBID-Química) vários materiais foram desenvolvidos.1 Neste texto procuraremos apresentar alguns desses materiais, seu funcionamento e suas regras de utilização.

Reconhecemos que, muitas vezes, os jogos podem abor-dar uma perspectiva estímulo-resposta. Quer dizer, supõe que todas as respostas (comportamentos) são eliciadas por estímulos, ou seja, partem da ideia de conexão entre estí-mulo e resposta (MOREIRA, 1999). Apesar disso, no ensino de determinados conteúdos químicos como, por exemplo,

1 Todos os materiais desenvolvidos, e outros que foram reproduzidos de artigos científi cos,encontram-se disponíveis no sítio <http:/Inal, /www.pibid.ufrn.br>.

Marcia
Note
não lembro, mas acho que é INICIADAS

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nomenclatura de compostos orgânicos, a memorização cons-titui um elemento relevante. É baseado nesses argumentosque os jogos aqui apresentados foram desenvolvidos.

Jogos didáticos e o ensino de Química

A utilização de elementos lúdicos é defendida pelos pes-quisadores, nos diferentes ciclos de ensino, como representa-ção de estratégias pedagógicas altamente proveitosas para oaprendiz para que ele possa ter o acesso ao conhecimento e aodesenvolvimento de suas capacidades. Por isso essas ativida-des não devem ser tratadas como algo incidental no processopedagógico. Tal ludicidade envolve desafi os, isto é, problemasem que o sujeito seja instigado a pesquisar e propor soluções.

A importância do lúdico (jogos) no Ensino de Ciências e,particularmente, de química, é sinalizado por Huizinga como:

Primeira das características fundamentais do jogo:o fato de ser livre, de ser ele próprio liberdade. Se-gunda característica, intimamente ligada à primeira:o jogo não é vida ‘corrente’ nem vida ‘real’. Pelocontrário, trata-se de uma evasão da vida ‘real’ parauma esfera temporária de atividade com orientaçãoprópria. Reina dentro do domínio do jogo uma or-dem específi ca e absoluta. E aqui chegamos a suaoutra característica, mais positiva ainda: ele criaordem e é ordem. [...] O jogo lança sobre nós umfeitiço: é ‘fascinante’, ‘cativante’. Está cheio das duas’qualidades mais nobres que somos capazes de ver nas coisas: o ritmo e a harmonia. (HUIZINGA, p. 12,2008, grifos do autor). (As aspas duplas já constavam no no texto original?)

Marcia
Note
NÃO...NÓS COLOCAMOS

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Professores, muitas vezes, utilizam essa ferramenta paramotivar a abordagem de novos conceitos, trabalhar certas ha-bilidades ou ainda de verifi cação do processo de aprendizagem.

O ensino, dessa forma, além de ser mais prazeroso parao professor e para o aluno, rompe com o ensino tradicionalque é motivo de crítica de alguns autores. Para Vygotsky, por exemplo, o ensino direto de conceitos por parte do professor é pouco proveitoso.

A experiência prática mostra também que é impossí-vel e estéril ensinar os conceitos de uma forma direta.Um professor que tenta conseguir isto habitualmentemais não consegue da criança do que um verbalismooco, um psitacismo que simula um conhecimento dosconceitos correspondentes, mas que na realidade sóencobre um vácuo. (Vygotsky, 1987, p. 59).

O jogo didático, assim como outros recursos, tem a ca-pacidade de estimular a curiosidade, a iniciativa de partici-pação e a autoconfi ança do aluno; como também aprimo rao desenvolvimento de habilidades linguísticas, mentais e deconcentração, e exercitam interações sociais e trabalho emequipe (Vygotsky, 1989).

Ao levar em conta os aspectos ora citados, o professor poderá, por meio das atividades lúdicas, favorecer o processode aprendizagem de ciências pela aproximação de jogos ebrincadeiras em suas aulas. Possibilidades essas apontadasnas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM)do Ministério da Educação:

Os jogos e brincadeiras são elementos muito valiososno processo de apropriação do conhecimento. Permi-tem o desenvolvimento de competências no âmbito da

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comunicação, das relações interpessoais, da liderançae do trabalho em equipe, utilizando a relação entrecooperação e competição em um contexto formativo.O jogo oferece o estímulo e ambiente propício quefavorecem o desenvolvimento espontâneo e criativodos alunos e permite o professor ampliar seu conhe-cimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profi ssionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão,mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosae participativa de relacionar-se com o conteúdo esco-lar, levando uma maior apropriação dos conhecimen-tos envolvidos. (BRASIL, 2008).

Para o ensino de química, a aproximação com o lúdicotem uma função importante como elemento de conexão en-tre a zona proximal de desenvolvimento ao formalismo deatividades experimentais.

[Ao adotar as] práticas experimentais como ocasiõesde estimulação intelectual dos alunos na zona deproximidade de desenvolvimento (Vygotsky), queultrapassa as suas possibilidades conceituais do mo-mento, mas que apesar disso, lhes é acessível, graçasà mediação do professor. O pensamento formal podeser estimulado através de atividades exigentes, masacessíveis, por meio de esforço coletivo e individual.(ASTOLFI; PETERFALVI, VÉRIN, 1998, p. 113).

Os jogos dessa forma constituem em uma ferramenta útiltanto na motivação quanto no aprendizado de conceitos dedinamizar o processo de aprendizagem, assim como no quese refere a despertar o interesse do aluno para o conteúdo aser trabalhado. Uma vez que as atividades lúdicas impres-sionam e proporcionam prazer ao ser realizado.

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A atividade lúdica e a motivação

A aplicação de atividades lúdicas em sala de aula comoos jogos, pode ser uma boa alternativa para despertar o inte-resse dos alunos. Segundo Soares, o jogo é um instrumentoque desperta o interesse, devido ao desafi o que ele impõe aoaluno. Este, por sua vez, é desafi ado na busca com satisfa-ção à superação de seu obstáculo, pois o interesse precede aassimilação (SOARES apud CAVALCANTI, 2007).

No ambiente escolar, onde ocorre à interação entre alu-nos e professores, as atividades lúdicas podem vir a ser aferramenta que identifi que as difi culdades enfrentadas pelosalunos, uma vez que esses encontros possibilitarão experi-ências e discussões entre ambos, e todos estarão interagindocom maior frequência.

Diante da importância da utilização de jogos no ensino,o Pibid-Química elaborou uma série de jogos didáticos quefossem acessíveis, modernos e de baixo custo para auxiliar no processo de ensino- aprendizagem trabalhando com al-guns conteúdos de química.

Nas reuniões do Pibid-Química eram realizados estudosde propostas inovadoras apresentadas em artigos científi cos.Destes estudos emerge o interesse pelo jogo como propostade intervenção na sala de aula. Após o estudo dessas propos-tas, procurava-se aprender com jogos disponíveis no merca-do, por exemplo, ludo, batalha naval, entre outros. A partir dessa aproximação e, do contato na escola, com conceitosnos quais observávamos alguma difi culdade, procurávamosadaptar conteúdos químicos aos jogos existentes. Os jogosdesenvolvidos pelo Pibid-Química foram:

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a) Conhecendo a química do RN;b) Ludoquímica: abordando funções orgânicas;c) Jogo da memória;d) Dominó de funções inorgânicas.

Esses jogos serão descritos a seguir com os seus objetivos,sua elaboração, suas regras e seu funcionamento.

Conhecendo a química do RN

Este material, assim como os demais que materiais desen-volvidos e que são apresentados neste texto, foi elaboradodurante o período da bolsa vinculada ao Programa de Inicia-ção à Docência. A proposta desse jogo é auxiliar na revisãode conceitos químicos variados, tendo como pano de fundoo contexto do Estado do Rio Grande do Norte (RN). Nesseprocesso é possível verifi car a aprendizagem dos estudantessobre tais temas.

Para a elaboração desse jogo, inicialmente, realizou-se umlevantamento de jogos que tinham como base um cenário(contexto). Entre os jogos, encontramos um que realizava umrecorrido de bicicleta pelas cidades de Portugal, de modo aabordar as particularidades de cada região deste país. Fazendoum paralelo desse jogo, adaptamos para o nosso contexto,sendo elaborado o tabuleiro cuja imagem era a reprodução daforma ou mapa do estado do RN. Este mapa possui a dimensãode 35 centímetros quadrados, conforme a Figua 1:

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Figura 1 – Tabuleiro

Para a construção das imagens utilizamos oaplicativo de desenho gráfi co corel draw. As cartascom as perguntas que procuravam contextualizar situações ou fenômenos observáveis nas diferentesregiões do estado.

Por fi m, a confecção dos piões do jogo foi feita com mas-sa de biscuit . A Figura 2 ilustra as cartas do jogo.t

Marcia
Note
Dá para fazer uma foto melhor? Acho que ficou aparecendo as dobras do banner.

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Figura 2 – Cartas com as perguntas

JOGOS

Conhecendo a química do RN

O jogo contém um tabuleiro com o mapa do Rio Grandedo Norte (RN), um dado, cartas com perguntas a serem res-pondidas e pinos ou peões para serem usados, no caminhodas trilhas. Podem jogar até 5 pessoas. As regras são muitosimples:

1) os jogadores jogam o dado e aquele que tirar o maior número começa o jogo;

2) todos os jogadores colocam os seus peões na casa início;

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3) o 1º jogador lança o dado e conta a quantidade de casascorrespondente ao valor do dado sorteado. Retira umacarta e responde a pergunta;

4) se o jogador acertar a pergunta sorteada na carta, en-tão, ele permanece na casa; caso contrário, ele retornaà casa anterior;Esse procedimento é o mesmo para os demais jogadores.

5) As jogadas são sempre alternadas, independentes do jo-gador que acerte ou não;

6) se o peão parar nas setas para frente , deve avançar aquela a quantidade de setas, sem precisar responder apergunta;

7) se o peão parar em setas para trás , ele deve voltar onº de casas correspondente ao nº de setas;

8) se o peão parar em uma placa com o desenho de umamão 5, o jogador fi cará uma rodada sem jogar;

9) o jogador que chegar primeiro à casa fi nal será o vencedor.

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Ludoquímico

O Ludoquímico tem por objetivo contribuir com a me-morização da nomenclatura de compostos orgânicos, alémde permitir ao professor uma ferramenta para verifi car aaprendizagem dos alunos.

O jogo foi desenvolvido para atender a um evento naescola, a nossa 1ª Mostra de Química do Pibid. O planeja-mento para a execução desse material compreendeu diversasetapas, entre elas:

1) realizar um levantamento de informações sobre o tema– nomenclatura de compostos orgânicos – e tipos de jo-gos, e adaptá-los ao conceito químico a ser trabalhado;

2) desenhar e confeccionar as estruturas dos compostos or-gânicos a serem utilizados nas cartas do jogo e o tabuleiro;

3) imprimir as cartas, as regras, o quadro resposta e o ta-buleiro (este último foi realizado em uma gráfi ca);

4) utilizar o jogo na feira de ciências e na 1ª Mostra de Química na escola.

A partir desse planejamento, podemos destacar os cons-tituintes do jogo tais que: dados, peões, tabuleiro, cartas,quadro de apoio e de resposta.

O tabuleiro possui uma dimensão de 20 cm x 30 cm, sendoimpresso em banner e, portanto, constitui-se elemento de baixocusto. Em uma das laterais do tabuleiro são colocados círculoscom cores distintas, sendo um para cada peão do jogo. (Figura 3)

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FIM

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Figura 3 – Proposta de tabuleiro

As cartas do jogo são de tipos e objetivos diferentes –cartas-questões, cartas-desafi o e cartas-coringa. A fi gura 4apresenta exemplos:

Figura 4 – Cartas-questões, cartas-desafi os e cartas-coringas

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Além das cartas, também, existe um quadro para resposta,no qual o aluno desenha as estruturas das moléculas con-forme a carta-questão sorteada. Temos também um quadrocom as regras gerais de nomenclatura de hidrocarbonetos(compostos orgânicos), conforme Figura 5, o qual consisteem um recurso utilizado pelo aluno para recordar as regrasdo conceito químico de nomenclatura.

Figura 5 – Quadro para resposta e regras gerais para nomenclatura de

hidrocarbonetos

Os peões foram confeccionados com massa de biscuit,ttem quatro cores distintas iguais as do tabuleiro – vermelha,azul, amarela e verde.

Marcia
Note
Esta imagem não pode ser ampliada? A proposta desta ficha é interessante de ser socializada com outros leitores. Fica a sugestão.

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Para jogar o ludoquímico

As regras do jogo são semelhantes às do jogo ludo jáexistente e, como sinalizado, apenas foram adaptadas ascartas e a estrutura do jogo ao conceito químico para anomenclatura dos compostos orgânicos. Assim, tanto podeser jogado por equipes de alunos como de forma individual.

As regras consistem em:

1) na escolha de um peão por cada um dos jogadores ;

2) a eleição do jogador que iniciará a partida, será feita emconsequência do lançamento do dado, sendo contem-plado o jogador que obtiver o maior número, no dado,dentre os demais que forem jogados;

3) o jogador lança o dado para caminhar entre as ca-sas do ludoquímica e retira uma das cartas-questões,quando estiver localizado em um dos quadrinhos es-curos do tabuleiro;

4) o jogador deve responder a pergunta da carta sorteada;

5) vencerá a partida o jogador que percorrer todo o cami-nho primeiro, chegando assim ao fi nal do jogo;

6) o jogador pode utilizar o quadro de regras para nomen-clatura de hidrocarbonetos.

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Como funcionam as cartas denominadas cartas-co-mandos? Ou seja: as cartas-questões; cartas-desafi os; e ascartas-coringas.

Cartas-questões: quando o jogador puxar uma car-ta-questão ele deverá repassar a carta para um dosadversários o qual lhe fará a pergunta. O tipo depergunta será defi nido pelo adversário, que poderásolicitar a resposta em forma de desenho estruturaldo composto ou da nomenclatura do composto.

Cartas-desafi o: possui o mesmo principio que as cartas-questões, mas estas apresentam compostosorgânicos com um grau maior de difi culdade, poisexigirá do aluno um conhecimento do nome usualdo composto.

Cartas-coringas: estas cartas defi nem os comandos que poderá facilitar ou difi cultar a partida no jogo.

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Jogo da memória das funções orgânicas

O Jogo da memória das funções orgânicas é um jogo deazar, o qual aborda o conteúdo de funções orgânicas e podeser utilizado tanto para auxiliar a memorização das estru-turas das funções orgânicas.

Assim como na construção do ludoquímico, o jogo damemória foi desenvolvido com o intuito de colaborar comas atividades realizadas na escola.

O jogo é constituído de 24 cartas, formando 12 pares,trabalha as funções orgânicas e algumas de suas classifi -cações: hidrocarbonetos (alcanos, alcenos e alcinos), alco-óis, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, éteres, ésteres,aminas, amidas e enóis. Estas cartas foram confeccionadascom papel ofi cio peso 40 e desenhadas a partir de programacomputacionais para estruturas orgânicas. Podendo assim ser adaptado por desenhos manuais ou recortes de moléculas.

Figura 6 – Quadro para resposta e regras gerais para nomenclatura de

hidrocarbonetos

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Para jogar o jogo damemória das funções orgânicas

As regras do jogo da memória das funções orgânicas sãoidênticas às regras do jogo da memória tradicional, a saber:

1) colocar as cartas com a face virada para a mesa;

2) sortear o jogador que iniciará a partida;

3) o primeiro jogador vira duas cartas, uma após a outra.Todos os jogadores veem as cartas que foram viradas.Se elas forem iguais, são retiradas da mesa e repete-sea jogada;

4) se as duas cartas viradas não forem iguais, acabou asua jogada e passa para o próximo jogador;

5) quando todas as cartas tiverem sido pegas, são conta-das. Quem tiver o maior número de cartas, depois detrês partidas, será o vencedor.

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Dominó das funções inorgânicas

O jogo foi desenvolvido com o objetivo de memorizar fórmulas moleculares de ácidos, bases e sais e seus respec-tivos estados de oxidação, baseado nas regras do dominó.

O dominó das funções inorgânicas foi confeccionado apartir de um dominó comercial de 28 peças e colando (noverso das peças com papel cartão) os símbolos dos cátionse ânions que substituem os números de dominó comercial,e papel contato para melhor proteção das peças. A Figura 7ilustra algumas das peças:

Figura 7 – Exemplo de peças do dominó

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Para jogar o dominó das funções orgânicas

O dominó das funções inorgânicas segue os mesmos prin-cípios do dominó comercial.

O jogo pode ter no mínimo dois participantes, são dis-tribuídas as peças entre eles e quem começa o jogo é o par-ticipante que tiver a peça contendo os dois símbolos dohidrogênio (carroção).

Se nenhum participante tiver o carroção do hidrogênio,deve-se jogar outra peça contendo dois símbolos iguais (ou-tro carroção) que tem o menor estado de oxidação. O intuitodo jogo é que os participantes, a partir dos cátions e ânions,relacionando o número de oxidação, formem as funçõesinorgânicas dos compostos.

Considerações fi nais

A utilização de jogos didáticos relacionados a conteúdosde química pode ser uma ferramenta importante a ser utili-zada nas aulas de química. Pode contribuir, especialmentecom a memorização de nomenclaturas além de melhorar ainteração entre alunos e as relações entre alunos e professor.

Podemos ressaltar ainda que, o professor pode adaptar os jogos de acordo com os conteúdos a serem abordados ecom a realidade em que está inserido no ambiente escolar.

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Referências

ASTOLFI, J-P, B. PETERFALVI, A. VÉRIN. Como as crian-ças aprendem as ciências. Procedimentos Experimentais e formação científi ca. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p.103-145.

BENEDETTI. Edemar Filho et al.Palavras cruzadas comorecurso didático no ensino de teoria atômica. Química Nova na Escola, v. 31, n 2, maio, 2009. p. 88-95.

BRASIL, Orientações Curriculares para o Ensino Mé-dio. v. 2, Brasília, 2008.

CAMPANARIO, J. M.; MOYA, A. ¿Como enseñar ciencias? principales tendencia y propuestas. Enseñanza de lasCiencias, n. 17, v. 2, 2001. p. 179-192.

GALLIAZZI, M. C. et al. Objetivos das atividades expe-rimentais no ensino médio: a pesquisa coletiva como formação de professores de ciências. Ciência e Educação. v.7.n. 2. 2001. p. 249-263.

GIL-PEREZ, D. Contribuición de la Historia y de la fi loso-fía de las Ciencias al desarollo de un modelo de enseñan-za e aprendizaje como investigación. Enseñanza de lasCiencias. v. 11, n. 2, 1993. p. 197-212.

MOREIRA, Nome. Local: Editora, 1999. p. 21.

Marcia
Note
Moreira, Marco Antonio. Teorias da Aprendizagem. São Paulo: EPU

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33Maria de Fátima Rocha, Irielson Carneiro de Lima,Camila Mayara Bezerra Victor,Iany Silva de Santana, Luana Priscila da Silva

SANTOS, A. P. B.; MICHEL, R. C. Vamos jogar um Sue-Química. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, 2009. p 179-183.

HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, 2008.

SOARES, M. H. F. B. O Lúdico em química: jogos emensino de química. 2004. Tese. (Doutorado). UniversidadeFederal de São Carlos: São Carlos, 2004.

ZANON, D.A.V.; GUERREIRO, M.A.S.; OLIVEIRA, R.S. Jogo didático Ludo Químico para o ensino dos compostos orgâ-nicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciência eCognição. v. 13, 2008. p. 72-81. Disponível:<http://www.p //cienciasecognicao.org/pdf/v13/m318239.pdfg g/p / / p >. Acesso em: ff30 maio 2011.