João Costa Ferreira edita CD com obras de Viana da Mota · 02 ENSINO Le 14 mars 2018 LusoJornal....

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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Pianista de Leiria mora em Paris há 12 anos 09 Ensino: vão abrir mais Secções Internacionais de Português Em Bry-sur-Marne e em Saint Cloud 02 João Costa Ferreira edita CD com obras de Viana da Mota LusoJornal / Carlos Pereira Luísa Semedo foi eleita Presidente do Conselho Regional Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas 04 Luísa Semedo Paris. Reuniu na semana passada o Conselho Consultivo da área consular de Paris, presidido pelo Cônsul Geral António Moniz 03 Rádio. Foi lançada em Lyon, na semana passada, por Carla Lobão e Carla Gamboa, uma estação web de rádio (a Rádio Já) 04 Guerra. O Presidente Emmanuel Macron deve deslocar-se ao Cemitério Militar Português de Richebourg para o Centenário da Batalha de La Lys 06 11 Filme. O documentário “As Vozes do Fado” dos lusodescen- dentes Christophe Fonseca e Ruben Alves, teve antestreia francesa em Paris, na semana passada Edition nº 331 | Série II, du 14 mars 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais PUB PUB

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GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Pianista de Leiria mora em Paris há 12 anos

09

Ensino: vão abrir mais SecçõesInternacionais de PortuguêsEm Bry-sur-Marne e em Saint Cloud 02

João Costa Ferreiraedita CD com obrasde Viana da Mota

LusoJornal / Carlos Pereira

Luísa Semedo foi eleita Presidentedo Conselho Regional Europa doConselho das Comunidades Portuguesas 04

Luísa Semedo

Paris. Reuniu na semana passada oConselho Consultivo da áreaconsular de Paris, presididopelo Cônsul Geral AntónioMoniz

03

Rádio. Foi lançada em Lyon, na semana passada, por CarlaLobão e Carla Gamboa, umaestação web de rádio (a Rádio Já)

04

Guerra. O Presidente Emmanuel Macron deve deslocar-se ao Cemitério Militar Portuguêsde Richebourg para o Centenário da Batalha de La Lys

06

11 Filme. O documentário “As Vozesdo Fado” dos lusodescen-dentes Christophe Fonseca eRuben Alves, teve antestreiafrancesa em Paris, na semana passada

Edition nº 331 | Série II, du 14 mars 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

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02 ENSINO Le 14 mars 2018

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: mars 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Pois é assim mesmo. No dia 15 do pas-sado mês de fevereiro abriu a «caça» aosalunos dos cursos ditos de Língua e Cul-tura Portuguesas, onde a Português é lín-gua estrangeira e a cultura brilha pelaausência.A «caça» ao aluno não é realmente o maisimportante para a entidade responsávelpelo procedimento acima. O importante é,na verdade, a «caça» à Propina, o obnóxiopagamento anual , inseparável compa-nheiro da inscrição, exigido pelo Camões,Instituto da Cooperação e da Língua, aosfilhos dos trabalhadores portugueses no es-trangeiro, mas do qual os meninos estran-geiros que frequentam os cursos dePortuguês, principalmente em França eEspanha, se encontram isentos.Os «caçadores» involuntários são, nestecaso os professores, que, conforme deter-mina o citado Instituto, têm de fazer pelavida. Isto é, têm de fazer o possível e o im-possível para conseguir , até meados deabril, número suficiente de inscrições e pa-gamentos para manter os seus postos detrabalho no próximo ano letivo.Inclusive, a senhora Coordenadora de En-sino na Suíça até já marcou reuniões es-peciais com os professores, que têm de irpara as mesmas munidos dos «laptops»,

«tablets» ou o que tiverem, para podercontrolar bem se todas as inscrições, pa-gamento incluído, estão a ser feitas corre-tamente, não se dê o caso de haver fugasno sistema, pois poderá acontecer quehaja alunos, no próximo ano letivo, a rece-ber manual sem ter pago a «odiosa».Deus nos livre! Cruzes, vade retro, Satanás!Ter o livrinho sem ter pago a «Propina»? Éque nem pensar...Claro que em Portugal os manuais escola-res já são gratuitos, e, inclusive, o PSD járequereu, em Assembleia, a gratuitidadedos mesmos também para os alunos doensino privado. Interessantemente, essePartido foi, e continua a ser, um dos arden-tes defensores da Propina para os Portu-gueses no estrangeiro. Estar «lá» ou estar«cá» não é a mesma coisa... pelo menospara o PSD.Porém, a rede de cursos do Ensino Portu-guês no Estrangeiro é um subsistema doensino público português. E ensino públicosignifica ensino gratuito. Ou pelo menossignificava até 2012, data em que o Ins-tituto Camões introduziu um pagamentoanticonstitucional, que privilegiou alunosestrangeiros, prejudicou os Portugueses ereduziu a rede de cursos a metade.A intervenção do citado instituto no EPE

reduz-se a uma fórmula muito simples:nada é gratuito, nada se oferece, tudo sepaga.E é verdade. Os alunos que pagam a «ver-gonhosa» têm incluído no pagamento ocusto do manual e também não pagampara fazer as provas para o certificado.Aqueles dispensados de pagamentopagam o manual e, caso desejem obter otal certificado, têm de pagar as provas, 80ou 100 euros, conforme os níveis, paraobter um certificado de Português línguaestrangeira, que não tem qualquer utili-dade, nem nas escolas locais nem em Por-tugal. E nos casos em que o aluno tem anota de Português registada na cadernetaescolar do país em que reside, então aí otal certificado é totalmente inútil, pois osconhecimentos ficam comprovados pornota numérica dada em ritmo semestral.E assim não admira a ninguém que outrosistema para aprender Português, forte-mente propagandeado pelo Instituto Ca-mões e carinhosamente apadrinhado pelosenhor Secretário de Estado das Comuni-dades, a Plataforma intitulada «Portuguêsmais perto», também seja a pagamento.São 40 euros sem tutor e 80 com, ma-nuais à custa dos alunos claro.O senhor Secretário de Estado sempre elo-

giou muito a Plataforma, era ideal para osalunos da nova emigração, que já não ti-nham nada a fazer nos cursos presenciaisde Português, porque claro tinham umnível muito superior de conhecimentos re-lativamente aos lusodescendentes, que jásão mais estrangeiros que outra coisa,sendo melhor que continuassem os estu-dos da sua língua materna sozinhos, emcasa.Certo. O melhor é não haver misturas. Unspagam as aulas, outros os livros, uns quan-tos o certificado e até há alguns que nãopagam nem aulas nem livros, mas, claro,disso não se queixam.A verdade é que já ninguém se entendedentro deste sistema, em que cada vez hámais filhos, enteados, parentes pobres,preteridos, favorecidos e uns quantos es-quecidos.Voltando ao caso dos professores, «caça-dores» involuntários de matrículas e res-petivo pagamento, nem todos seenquadram nesse grupo. Os professoresdo ensino chamado «integrado», aqueleque tem lugar dentro do horário escolarnormal e onde a maldita «Propina» não foiaplicada porque aí faltou coragem à tutela,sabiam que se o fizessem passavam apagar as salas e perdiam todos os subsí-

dios, não estão sujeitos a esse procedi-mento vergonhoso, são geralmente as es-colas que se encarregam das inscrições.Assim, os docentes do ensino paralelo, quesão afinal a maioria, passam pela vergonhade ter de quase mendigar inscrições e pa-gamentos para não ficarem desemprega-dos, estando claramente discriminados.Como já dito cima, filhos, enteados, pre-judicados, rebaixados. Há de tudo e muitomais. Inclusive muita falta de respeito.O que admira é que altos magistrados daNação, como o Presidente da República eo Primeiro Ministro, que até se deslocammuitas vezes ao estrangeiro e estão prefei-tamente informados deste triste estado decoisas, continuem a sancionar procedi-mentos que são uma vergonha para onosso país.Será que sai assim tão caro pagar venci-mentos miseráveis a pouco mais de 300professores? Será que a tutela perdia muitodinheiro se retirasse a Propina e só os alu-nos interessados pagassem o certificado?Tanto certamente não seria e a dignidadevale - ou devia valer- alguma coisa.Há milhões de Portugueses no estrangeiro,mas poucos votam quando há eleições emPortugal. Será por isso que este lamentávelestado de coisas persiste?

Inscreva o seu filho nos cursos de português… e pague a Propina com 8 meses de antecedência

Opinião de Teresa Soares, Secretária-Geral do Sindicato SPCL

Abertura de novas Secções internacionais portuguesasem Bry-sur-Marne e em St.CloudVão abrir três novas Secções interna-cionais portuguesas, no próximo anoletivo, em setembro de 2018. Uma nocollège Henri Cahn, em Bry-sur-Marne(94) e duas em Saint Cloud (92), umana escola Des Coteaux e outra no col-lège Verhaeren.Na Academia de Créteil, em Bry-sur-Marne, vai abrir uma Secção interna-cional portuguesa no collège HenriCahn. Em 2018/2019 será criadauma turma de 6ème e a Secção iráevoluindo com a criação de um novonível por ano letivo.Esta Secção internacional vem respon-der à vontade de muitos pais não sóde Bry-sur-Marne mas de muitos ou-tros que tem filhos a frequentar os cur-sos de português EILE nas escolas deChampigny-sur-Marne, Chennevières-sur-Marne, Fontenay-sous-Bois, LaQueue-en-Brie, Le Perreux-sur-Marne,Le Plessis-Trévisse, Noiseau, Ormes-son-sur-Marne, Saint-Maurice, StMaur-des-Fossés e de Villiers-sur-Marne. Isto para falar apenas das lo-calidades próximas da nova Secçãointernacional.Tratando-se de uma Secção interna-cional, os alunos podem pedir umatransferência (derrogation). Certas lo-calidades próximas como é o caso deChelles, Pontault-Combault, Mon-treuil, Neuilly-sur-Marne, Noisy-le-Grand ou Noisy-le-Sec, por exemplo,apesar de não pertencerem ao mesmo

departamento, também podem pedira transferência.Estamos em crer que a abertura deuma Secção internacional portuguesaem Bry-sur-Marne é uma mais valiapara o ensino português e uma opor-tunidade para os alunos desta regiãode poderem fazer um percurso escolarrico sob o ponto de vista cultural ehumano.Na Academia de Versailles, em Cha-ville, existem duas Secções interna-cionais portuguesas, uma na escolaPaul Bert e outra no collège JeanMoulin. No entanto a população es-colar residente em Chaville tem vindo

a aumentar e a capacidade de aco-lhimento dos estabelecimentos temvindo a ficar cada vez mais reduzida.A escola Paul Bert de Chaville deixoude ter espaço para acolher a SecçãoInternacional Portuguesa (SIP), en-contrando-se esta a funcionar fora daescola, numa sala cedida pela Mai-rie. Por esta razão, a partir de setem-bro de 2018, a SIP da escola PaulBert de Chaville vai ser transferidapara a escola Des Coteaux, em St.Cloud, uma escola que tem capaci-dade para acolher os alunos da SIP.No próximo dia 15 de março, às19h00, terá lugar uma reunião de in-

formação na escola Des Coteaux.Sabemos que nem todos os alunosque atualmente frequentam a SIP daescola Paul Bert poderão passar a des-locar-se diariamente para a escolaDes Coteaux, em Saint Cloud, a partirde setembro. Para que estes alunospossam continuar o percurso que ini-ciaram, a Coordenação do EnsinoPortuguês continuará a assegurar umcurso em Chaville que lhes é desti-nado até que completem o CM2.O Collège Jean Moulin de Chaville,em 2018/2019 continuará a assegu-rar os níveis dos alunos que já fre-quentam a SIP, 5ème, 4ème e 3ème.

No entanto, a 6ème vai abrir no col-lège Emile Verhaeren em SaintCloud. A Secção Internacional Por-tuguesa do collège vai sendo assimtransferida progressivamente, umnível em cada ano escolar, de Cha-ville para o collège Emile Verhaerende Saint Cloud. Este collège ficamesmo ao lado do Lycée AlexandreDumas, onde já funciona a SecçãoInternacional Portuguesa (lycée) queassegura a continuidade.Não é uma transferência fácil pois aSecção portuguesa tinha criado umadinâmica de integração e de partici-pação ativa nos projetos escolaresem Chaville, graças às equipas pe-dagógicas dos estabelecimentos eaos professores da SIP, mas tambémgraças aos pais e à Associação depais que em muito têm contribuídopara a visibilidade da Secção e paraos excelentes resultados deste en-sino. A dedicação de pais, professo-res e alunos necessita agora de umaenergia redobrada para esta mu-dança, a mesma energia e com-preensão de que sempre derammostras ao longo destes 11 anos deconstrução da Secção internacionalportuguesa de Chaville.

Adelaide CristóvãoCoordenadora do Ensino de Português em FrançaEmbaixada de Portugal

Coordenação do Ensino de Português em França

Adelaide Cristóvão, Coordenadora do Ensino de Português em FrançaCarlos Pereira

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lusojornal.com

COMUNIDADE 03

Carlos Gonçalvescoordena Deputados do PSD na Comissão dos Assuntos Europeus

Na sequência do 37° Congresso Na-cional do PSD, que decorreu de 16 a18 de fevereiro, em Lisboa, e da elei-ção de Rui Rio à frente do Partido,continuam as mudanças internas noseio dos sociais-democratas e CarlosGonçalves foi eleito Coordenador dosDeputados do PSD na Comissão Par-lamentar dos Assuntos Europeus.A Comissão Permanente do PSD foiempossada no Congresso. David Jus-tino, Elina Fraga, Isabel Meirelles, Ma-nuel Castro Almeida, Nuno MoraisSarmento e Salvador Malheiro são osVice-Presidentes da Direção de RuiRio.Mas por enquanto esta Comissãoainda não nomeou nenhum Coorde-nador para a área das Comunidades.Na anterior Direção, Carlos Gonçalvestinha assento na mesa do Governo doPartido para representar os militantesda emigração. O posto não está nosestatutos e por isso vai depender dasensibilidade de Rui Rio. Mas o Pre-sidente do Partido sabe que as Sec-ções da emigração votaram contraele.Há uma «pequena esperança», se-gundo alguns militantes ouvidospelo LusoJornal, que é deposta emFeliciano Barreiras Duarte, que as-sumiu o cargo de Secretário-Geraldo Partido e que «é muito sensívela estas causas das Comunidades».Com a saída de Pedro Pasos Coelhoe a mudança de líder parlamentardo PSD, houve também alteraçõessignificativas na Coordenação dosDeputados em cada Comissão Par-lamentar.José Cesário, que também fez cam-panha por Pedro Santana Lopescontra Rui Rio, foi escolhido paracoordenar os Deputados do PSD naComissão de Negócios Estrangeirose Comunidades Portuguesas. CarlosGonçalves coordena os Deputadossociais-democratas na ComissãoParlamentar dos Assuntos Euro-peus.«Espero estar à altura da confiançaque mereci da parte do Presidentedo Grupo Parlamentar e dos meuscolegas da bancada do PSD» disseCarlos Gonçalves. «Não sendo aprimeira vez que desempenho asfunções de Coordenador numa Co-missão Parlamentar da Assembleiada República este é um novo e in-teressante desafio».

Une délégation d’Activa a été reçue parl’Ambassadeur Jorge Torres PereiraUne délégation d’élu(e)s de l’associa-tion Activa, le Groupe d’Amitié FrancePortugal des Villes et des Collectivitésterritoriales a été reçue le jeudi 1ermars, par l’Ambassadeur du Portugalen France Jorge Torres Pereira, en pré-sence du Consul général du Portugalà Paris António Moniz et du numérodeux de l’Ambassade du Portugal Car-los Pires.“Au regard des actions inscrites dansnotre Plan d’Activités pour 2018,nous avons pu présenter la réalité desdifférentes villes françaises, par leurtaille, la présence des ressortissantsportugais ou lusodescendants, leursjumelages ou projet de coopérationavec des villes portugaises, leurs sen-sibilités politiques et leur volonté departiciper activement dans la ‘Diplo-matie des Villes’ entre les deux pays,dans une collaboration avec l’Ambas-sade du Portugal et le réseau consu-laire” dit le Président d’Activa,Hermano Sanches Ruivo dans uncommuniqué envoyé aux rédactions.Le plan d’Activité 2018 d’Activa s’ar-ticule autour de plusieurs “datesclés”, notamment les Commémora-tions du Corps Expéditionnaire Portu-gais en France qui se déroulerontd’avril à novembre, le Voyage des Élusen mai 2018, le lancement de la Pla-teforme Jumelages/Coopérations et leSalon des Maires de France en no-

vembre.Selon le communiqué “des théma-tiques de la citoyenneté, à un an desprochaines élections européennes, àdeux ans des prochaines électionsmunicipales, et de la promotion de lalangue portugaise en France et fran-çaise au Portugal”, ainsi que “notrerôle en tant que Groupe d’AmitiéFrance Portugal dans le rapproche-

ment des structures nationales d’élus,l’Association des Maires de France(AMF) et l’Associação Nacional deMunicípios Portugueses (ANMP) etdans la collaboration entre les réalitéslocales, notamment les communautésd’agglomérations françaises et les Co-munidades intermunicipais portu-gaises” sont également inscrits auprogramme de l’association pour cette

année 2018.“Cette réunion, intense, directe etfructueuse a permis de défendre lestatut privilégié des élu(e)sfrançais(e)s liés au Portugal, que noussommes, dans le rapprochement etles échanges entre les deux pays,grâce aux délégations que nous assu-mons dans nos équipes municipalesou dans les actions de collaborationpour celles et ceux qui sont dans l’op-position municipale. La délégationreçue ce jour représentait plus de 3millions d’habitants, hors aggloméra-tions” explique Hermano SanchesRuivo. “Notre Groupe d’Amitié, centrede ressources, contacte directementplus de 1.600 élu(e)s sur l’ensembledu territoire français et travaille lesdossiers de coopération de 11 villesportugaises intéressées par des villesfrançaises et 7 villes françaises inté-ressées par des villes portugaises. Ellepropose son réseau de contacts auxplus de 200 villes jumelées entre laFrance et le Portugal”.La délégation était composée de RosaMacieira Dumoulin de Antony (Vice-Présidente), Carlos Soares de Cor-meilles-en-Parisis, Marie-José doRosário de Fontenay-sous-Bois, Phi-lippe Pereira de Nogent-sur-Marne etHermano Sanches Ruivo de Paris(Président). Ana-Maria Torres de Bor-deaux a intervenu via Skype.

Groupe d’Amitié France Portugal des Villes et des Collectivités territoriales

Conselho Consultivo da área consular deParis reuniu no sábado passado

Teve lugar no sábado dia 3 de março,a reunião do Conselho Consultivo daárea consular de Paris.O Conselho Consultivo é nomeadopelo Cônsul Geral para o aconselharna sua missão e na resposta aos prin-cipais problemas da Comunidade por-tuguesa.Para além do Cônsul Geral António deAlbuquerque Moniz e do Cônsul GeralAdjunto João de Melo Alvim, partici-param também na reunião o AdidoSocial do Consulado, Joaquim do Ro-sário e o Responsável pelo ServiçoCultural e de Apoio às AssociaçõesMiguel Costa.A Coordenadora do Ensino de Portu-guês em França, Adelaide Cristóvão,integra, por inerência, este Conselhoe participaram na reunião o lusoeleitoPaulo Paixão, o Presidente da Santa

Casa da Misericórdia Joaquim Sousa,o dirigente associativo Mário Castilho,o animador social na região de LilleMário Bessa, a radialista da região deReims Fátima Sampaio, o Reitor doSantuário de Nossa Senhora de Fá-tima de Paris Nuno Aurélio, a diri-gente da AGRAF Rita Furtado e odirigente associativo de Nantes Ma-nuel Ferreira. Por Skype esteve pre-sente o jornalista, Diretor doLusoJornal, Carlos Pereira, tambémmembro do Conselho.Um dos assuntos que mais tem preo-cupado os membros do Conselho sãoos prazos de espera para obter marca-ção nos serviços consulares. Na úl-tima reunião o prazo estava acima das5 semanas, mas desta vez os utentespodem fazer marcações no prazo deduas a três semanas. Este é o prazo

“aceitável” para os Conselheiros maso Cônsul Geral confirmou que qual-quer urgência é atendida no mo-mento.António Moniz também referiu quetanto os atos consulares como a re-ceita consular têm aumentado consi-deravelmente de ano para ano e atendência continua nos primeiros doismeses deste ano, onde se verificouum aumento de cerca de 20%.Em 2017 o posto consular de Parisultrapassou os 915 mil inscritos esegue a caminho do milhão. E o Côn-sul Geral referiu o reforço de 6 funcio-nários no quadro de pessoal, quatropor concurso e dois estagiários delonga duração. Mas António Monizconsidera que vai ainda ser necessáriorecrutar mais nos próximos anos por-que cerca de dois terços dos funcio-

nários têm mais de 50 anos.Outro destaque da reunião foi a alte-ração do regulamento de atribuição desubsídios às associações. Agora os pe-didos são feitos anualmente, no fimde cada ano, para o ano seguinte. Foinecessário proceder a uma amplaação de formação nas associaçõesportuguesas que resultou num au-mento de 35% de projetos apresen-tados a concurso. O resultado dossubsídios anuais vai ser divulgado nospróximos meses.A reunião foi ainda uma oportunidadepara passar em revista a mudança deestatuto do posto consular de Nantese as Permanências consulares em vá-rias cidades. Este ano o ConsuladoGeral de Portugal em Paris vai ter umanova Permanência Consular descen-tralizada, nas Ilhas francesas doAtlântico.O serviço de atendimento telefónicodo Consulado foi outro dos pontos le-vantados. Houve alterações recentesna equipa de atendimento e a entradade novos elementos para esta equipapode trazer dificuldades que não exis-tiam com uma equipa experiente,mas o Cônsul Geral mostrou-se empe-nhado na resolução deste problema.A Coordenadora do ensino de portu-guês fez também um ponto da situa-ção, nomeadamente sobre algunsproblemas para manter cursos de por-tuguês em algumas cidades da regiãoparisiense. Nos casos mais problemá-ticos anunciou as soluções que foramencontradas e explicou-as aos mem-bros do Conselho.

Le 14 mars2018

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

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Onésimo Teotónio deAlmeida vaipresidir ao Diade Portugal,de Camões e das ComunidadesO Presidente da República designouOnésimo Teotónio de Almeida parapresidir às comemorações do Dia dePortugal, que se vão desenrolar emPonta Delgada, nos Açores, e em Bos-ton, nos Estados Unidos da América.“O Presidente da República decidiunomear o Prof. Doutor Onésimo Teotó-nio de Almeida para presidir às come-morações do Dia de Portugal, deCamões e das Comunidades Portu-guesas deste ano”, lê-se numa notacolocada no site da Presidência da Re-pública.“Estas comemorações desenrolar-se-ão em Ponta Delgada, nos Açores, eem Boston, nos Estados Unidos daAmérica”, acrescenta a mesma nota.Onésimo de Almeida é natural da ilhade São Miguel e é Professor Catedrá-tico da Universidade de Brown, emProvidence, Rhode Island, EUA.

Presidente angolano vairealizar umavisita oficial aFrançaO Presidente angolano, João Lourenço,visita oficialmente a França em maio, aconvite do seu homólogo EmmanuelMacron, que retribuirá a deslocaçãoem 2019.Jean-Yves Le Drian fez o anúncio emconferência de imprensa, em queacrescentou que a deslocação oficialde João Lourenço a Paris se realiza nodia 21 de maio.Jean-Yves Le Drian acrescentou quehá vontade firme das autoridades an-golanas em promover um desenvolvi-mento seguro, bem como deassegurar também a autonomia do seudesenvolvimento e da sua diversifica-ção económica, manifestando o desejode a França ser «um parceiro privile-giado nessa nova dinâmica».«Queremos reforçar a nossa parceria econtinuar com o nosso engajamentono quadro da visita presidencial, parafazer novos acordos entre nós», disseJean-Yves Le Drian, saudando ainda avontade de Angola de diversificar a suaeconomia.Por sua vez, o ministro das RelaçõesExteriores de Angola, Manuel Augusto,disse que Angola está empenhada nadiversificação da sua economia, sendoa agricultura a alavanca do processo.«Os empresários franceses e angola-nos têm uma excelente oportunidadepara a exploração e o aprofundamentoda cooperação nos setores agrícola eagroindustrial, aproveitando as valên-cias dos projetos estruturantes, que oGoverno angolano tem vindo a realizar,no âmbito da diversificação da econo-mia nacional», salientou.

04 COMUNIDADE

Reunião do Conselho Regional da Europado CCP

Nos dias 5 e 6 de março teve lugar, emLisboa, a reunião anual do ConselhoRegional da Europa do Conselho dasComunidades Portuguesas.A reunião tinha como objetivos princi-pais a avaliação das políticas dirigidasàs Comunidades pelo XXI GovernoConstitucional, dos programas dos ou-tros Partidos com assento parlamentar,assim que assuntos internos relativa-mente à organização do Conselho Re-gional, das Comissões Temáticas e doConselho Permanente.Durante os dois dias a(o)s Conse-lheira(o)s tiveram encontros com váriasentidades oficiais como Maria JoãoRuela, Assessora do Presidente da Re-pública para as questões relacionadascom as Comunidades, os Deputadospelo círculo da emigração Europa, Car-los Gonçalves (PSD) e Paulo Pisco(PS), a Deputada Carla Cruz do Grupoparlamentar do PCP, o Diretor-Geraldos Assuntos Consulares e Comunida-des Portuguesas (DGACCP), Júlio Vi-lela e ainda o Adjunto do Secretário

das Comunidades Portuguesas, AndréFerreira.Segundo uma nota do CCP Europa, vá-rias questões foram debatidas duranteos dois dias, inclusive com as entida-des oficiais, tais como «a necessidadede uma relação dialógica com as Co-munidades portuguesas na Europa as-sente numa cultura de escrutínio àspolíticas dirigidas aos Portugueses nãoresidentes; a redefinição da tutela: aspolíticas de língua, educação, cultura,

identidade, participação política e cí-vica e outras dirigidas a Portuguesesnão residentes, não sendo da compe-tência e atribuições do MNE mas deoutros Ministérios a proposta foi a demudança de tutela para a Presidênciado Conselho de Ministros com Secre-taria própria; a definição de uma polí-tica de língua (materna/herança) coma adoção de uma Lei-quadro de direi-tos linguísticos; a definição de uma po-lítica educativa assente na planificação

linguística do ensino infantil ao secun-dário, a revogação do decreto-lei quedetermina a cobrança da Propina».Outros assuntos abordados foram «adefinição de uma política cultural e deapoio ao movimento associativo; a par-ticipação política e cívica, o recensea-mento automático e uma lei eleitoralnão discriminatória; a questão do apoiosocial aos Portugueses mais vulnerá-veis, a questão do sistema social e fis-cal; a situação dos 1,5 milhões deportugueses na Europa, o projeto so-cietário europeu, o racismo, a xenofo-bia, as questões de género e oreconhecimento dos diplomas no es-trangeiro e os entraves ao regresso dosPortugueses qualificados».Na reunião do Conselho Regional Eu-ropa do CCP foram ainda realizadaseleições dos órgãos dirigentes, tendosido eleitos para Presidente Luísa Se-medo (França) e para Secretário Ama-deu Batel (Suécia), sucedendo assima Alfredo Stoffel (Alemanha) e SóniaOliveira (Suíça) respetivamente.

Conselho das Comunidades Portuguesas

Lyon: foi lançada a Rádio Já

No passado dia 1 de março, no res-taurante bar “La Pastel”, no 1°bairro de Lyon, foi oficialmentelançada a “Rádio Já”, uma webrá-dio que faz parte dos projetos daempresa CLS Evenements.No início tratava-se de um pro-grama emitido numa outra webrá-dio, onde havia três horas deemissão aos domingos, com onome Janela Aberta. Entretanto oprograma deu origem a uma verda-deira webrádio comercial, intitu-lada “Rádio Já”.As proprietárias e responsáveis le-gais da Rádio Já são Carla Lobão eCarla Gamboa, aliás “As Carlas”.Esta dupla cheia de ideias e deprojetos na web, concretiza osonho de terem um espaço radio-fónico que se dirigisse à Comuni-dade portuguesa na região de Lyone a toda a França… e até nomundo!A grelha de programas tem conteú-dos que chegam de Portugal e ou-tros produzidos localmente, comanimadores que preenchem ashoras de escuta diária. Trata-se deuma grelha já bem completa ondea música e as entrevistas estão

bem presentes, assim como infor-mações práticas: por exemplo,como ajudar o meio associativo daComunidade portuguesa e os co-mércios a comunicar.«Hoje podemos contar com aGuida, o Pedro, a La Salete, oStephane, o Alberto, o Miguel, oNunes e as Carlas para animaremtodas estas horas diárias de emis-sões» explicou ao LusoJornal CarlaGamboa, a Responsável de progra-mas. «Show da Manhã», «Do Porto

para mundo», «Perfume Musical»,«Já By Night», e «Clubing Já» sãoalguns dos programas que já estãoa ser emitidos.Carla Gamboa explicou ainda que«a música a passar na antena serámúsica da diáspora lusófona, emuito pouco ou nada músicaanglo-saxônica. Foi uma escolhanossa. As nossas playlistas de di-fusão na antena serão diversifica-das».«Estou muito feliz que o nosso pro-

jeto tome finalmente forma, poisdesde o dia 15 de janeiro que tra-balhávamos todos os dias para queneste dia 1° de março tudo fosserealidade» explicou ao LusoJornalCarla Lobão.A CLS Evenements vai ter outrasvalências para além do programade rádio. «Vai organizar festas deempresas, organização de eventos,divulgação e também festas parti-culares. Ao nível da Comunidadeportuguesa, organizaremos eventosculturais temáticos e musicais,como por exemplo concertos defado» confirmou Carla Lobão.Carla Lobão e Carla Gamboa asso-ciaram-se para dirigir a Rádio Já.Carla Gamboa tem 32 anos de ex-periência profissional adquirida emvárias rádios portuguesas, comopor exemplo a Rádio Cidade. Tam-bém é uma profissional da cançãopopular portuguesa.Os estúdios da Rádio Já estão si-tuados em Vinissieux, nos locaisdas empresas CL Service e CLSEvenements. Para além da webrá-dio, o canal está presente tambémno Snapchat, Tweeter, Instragrame Facebook.

www.radio-ja.fr

Por Jorge Campos

Le 14 mars 2018

Luísa SemedoA Conselheira das Comunidades Luísa Semedo acaba de ser eleita, Presi-dente do Conselho das Comunidades Portuguesas / Europa.Luísa Semedo é filósofa, docente universitária e radicada em Paris. Foi Pre-sidente da associação dos jovens Diplomados AGRAFr, foi Presidente daCoordenação das Coletividades Portuguesas de França (CCPF) e foi até Can-didata socialista às últimas eleições legislativas pelo círculo eleitoral da Eu-ropa, sendo atualmente a suplente do Deputado Paulo Pisco.Atualmente é também colaboradora do LusoJornal, e cronista da rádio Alfa.

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Cormeilles-en-Parisis vaiacolher eventosobre PortugalA cidade de Cormeilles-en-Parisis(95), nos arredores de Paris, vai serpalco de uma jornada dedicada aPortugal, a 18 de março, organizadapor uma associação que quer dar«um novo vigor» às tradições portu-guesas em França.O dia vai contar com a 1ª edição deum Festival de Folclore, com oito ran-chos da região parisiense: Estúrdia doAlto Minho de Ormesson-sur-Marne,Estrelas do Norte de Paris 19, Lezíriasdo Ribatejo de Vincennes, Romariasdo Minho de Drancy, Estrelas de Por-tugal de Cergy, Flores de Portugal deVillemomble, ATSF de Bezons e Flo-res de Portugal de Puteaux.Haverá também uma «aldeia culturale gastronómica» com barraquinhasde artesanato, iguarias e a presençade associações luso-francesas e devários escritores da diáspora portu-guesa em França, entre os quais Ma-nuel do Nascimento - que resideprecisamente em Cormeilles-en-Pa-risis - Altima Ribeiro, Isabel Olibeira eAntónio de Sousa.O evento é organizado pela Associa-ção Franco-Portuguesa de Cormeil-les-en-Parisis (AFPCEP), que nasceuhá um ano com o objetivo de mantervivas as tradições portuguesas, disseà Lusa Michaël Martins, Presidenteda AFPCEP.«É importante continuar as tradiçõespara estas não se perderem. Quis darum novo vigor, fazer com que a ju-ventude goste novamente do rancho,das nossas tradições, da nossa cul-tura», contou o lusodescendente de30 anos, sublinhando que a sua as-sociação quer rejuvenescer e «darmais movimento ao rancho que sepratica na região de Paris».A manhã acaba com uma animaçãomusical com o duo Kathlen e Rap-hael e a tarde começa com uma de-monstração de concertinas deVarennes-sur-Seine.Michaël Martins acrescentou que setrata da primeira associação portu-guesa em Cormeilles-en-Parisis, umacidade que «tem entre 1.700 a 1.800famílias com nomes lusófonos emcerca de 25.000 habitantes».A festa dedicada a Portugal vai acon-tecer das 10h30 às 19h00 (horalocal) na Sala das Festas Emy-les-Près, pertencente à Mairie de Cor-meilles-en-Parisis, na qual há umConselheiro municipal português,Carlos Soares de Sousa.

COMUNIDADE 05

Rede de Restaurantes Portugueses no Mundodistinguiu estabelecimentos em FrançaA Rede de Restaurantes Portuguesesno Mundo - Taste Portugal distinguiurestaurantes lusos em França, na se-mana passada, num jantar a bordo deum barco-cruzeiro, no rio Sena, emParis.A rede, que pretende promover a gas-tronomia lusa e internacionalizar em-presas nacionais, vai assinalar aintegração de 11 restaurantes locali-zados em Paris, Pierrefitte-sur-Seine,Drancy, Courbevoie, Versailles, Stras-bourg e Roubaix.«A rede pretende chamar a atençãopara a identidade portuguesa em res-taurantes que estão noutros países evamos entregar placas de adesão aosrestaurantes que aportam portugali-dade», disse à Lusa Teresa Vivas, con-sultora gastronómica para o programade internacionalização da gastronomiaportuguesa.A cerimónia decorreu durante um jan-tar português, servido por um dos es-tabelecimentos membros da rede, oCanelas - Le Portugal à Paris, em co-laboração com o Chef detentor deuma estrela Michelin Rui Silvestre. Oevento contau também com a pre-sença do Chef Vítor Sobral.A Rede de Restaurantes Portuguesesno Mundo, uma iniciativa da Associa-ção de Hotelaria, Restauração e Simi-lares de Portugal (AHRESP), foiapresentada, em Paris, a 13 de outu-bro, e os primeiros certificados a res-taurantes localizados em Espanha,França, Reino Unido, Alemanha eBrasil foram entregues a 28 de feve-reiro na Bolsa de Turismo de Lisboa.Teresa Vivas explicou que, depois deParis, a rede vai distinguir outros res-taurantes em cerimónias que vão

acontecer em Madrid, em 12 demarço, em Berlim, em 15 de março,em São Paulo, em 09 de abril, e emLondres, em 16 de abril.Os restaurantes receberam uma placade adesão à rede depois de terem sidoalvo de uma visita na qual é avaliada«a portugalidade», nomeadamente autilização de «produtos portuguesesde qualidade» e um receituário de sa-bores lusos, devendo o espaço reme-ter para Portugal em termos dedecoração e de receção porque «aspessoas devem saber receber à ma-neira portuguesa».A responsável da AHRESP acrescen-tou que os restaurantes distinguidosbeneficiam de ações de comunicação

e «têm a garantia da entrega dos pro-dutos portugueses de qualidade queestão inscritos» no catálogo de produ-tos regionais do Taste Portugal, devidoa um protocolo com uma empresa delogística alimentar.Na página da internet do Taste Portu-gal, pode ainda ler-se que os restau-rantes membros são considerados«prestadores de serviços preferenciaispara os eventos oficiais ou organiza-dos pelas entidades de diplomaciaportuguesa», têm «acesso em pri-meira mão a novos produtos e serviçosde Portugal que se encontrem em fasede internacionalização» e podem re-ceber estagiários das Escolas de Tu-rismo e Hotelaria do Turismo de

Portugal e das Instituições de EnsinoSuperior Politécnico de Portugal.Até agora, no ‘site’ do programa há527 restaurantes identificados em Es-panha, França, Brasil, Reino Unido,Alemanha e Canadá, mas só 47 sãojá membros da rede.Depois do encerramento da primeirafase de credenciação de restaurantesem França, Espanha, Alemanha,Reino Unido e Brasil, a rede queridentificar, a partir de maio, estabele-cimentos na Bélgica, Holanda, Lu-xemburgo, Suíça, Canadá, EstadosUnidos e China.O Taste Portugal tem o apoio das Se-cretarias de Estado das ComunidadesPortuguesas e da Internacionalização,da Agência para o Investimento e Co-mércio Externo de Portugal, do Tu-rismo de Portugal e Minha Terra -Federação Portuguesa das Associa-ções de Desenvolvimento Local.

AMELP procura solução para os lesados do BESA associação dos emigrantes lesadosdo BES (AMELP) reuniu na semanapassada, no Novo Banco com o seuPresidente, António Ramalho. Estive-ram presentes, em representação daAMELP Luís Marques e Helena Ba-tista, assim como o advogado Nunoda Silva Vieira.«Foi uma reunião de trabalho, no sen-tido de encontrar uma solução para oslesados detentores dos produtos EGPremium e Euro Aforro 10, tendo sidoalcançados avanços significativos»garante ao LusoJornal a Vice Presi-dente da AMELP, Helena Batista.Esta manhã, o advogado da AMELPNuno Silva Vieira teve uma reuniãocom «parceiros estratégicos», «cujospormenores ainda não podem ser re-velados por imperativos legais e de si-gilo contratual» explica Helena

Batista, garantindo que a reunião tevelugar «com total conhecimento doPresidente António Ramalho».

No próximo dia 12 de abril a AMELPvoltará a reunir com o Novo Banco,na sede daquela instotuição, em Lis-

boa, «não obstante reuniões interca-lares com outras entidades que estãoa ser dirigidas pelo Dr. Nuno da SilvaVieira».Numa informação enviada aos asso-ciados lê-se que «a AMELP está em-penhadíssima na buscas de umasolução para todos e está satisfeitapor estarem a ser agregados esforçosde várias entidades. Pedimos a todosos associados que não se deixamlevar pela demagogia fácil e pela per-turbação e estejam serenos. Todosjuntos vamos conseguir os nossos ob-jetivos».Refere-se certamente a um grupo delesados que convocou uma manifes-tação em Paris para o próximo dia 17de março.A AMELP vai aliás organizar a sua As-sembleia Geral em início de abril.

Taste Portugal / AHRESP

Le 14 mars2018

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Restaurantes distinguidos em França:«Bistrot» em Paris«Canelas» em Pierrefitte-sur-Seine«Cat́ espero» em Roubaix«Cento e Seis» em Courbevoie«Churrasqueira Nossa» em Paris«La Maison Bleue» em Franconville«O Lisboa» em Drancy«O Porto» em Strasbourg«Passarito mon amour» em Paris«Plaisir du Portugal» em Créteil«Saudade» em Versailles

Grupo de lesados mantém manifestação em ParisOs emigrantes lesados do ex-Banco Espírito Santo (BES) vão manifestar-se, nodia 17 de março, em frente à Embaixada de Portugal em Paris, às 11h00, eprometem recomeçar um ciclo de protestos na capital francesa.A manifestação é organizada pelo grupo Emigrantes Lesados Unidos e visa «fazerpressão sobre o Banco de Portugal» e denunciar a falta de solução para os clien-tes que subscreveram os produtos financeiros EG Premium e Euroaforro 10, deacordo com Carlos Manuel Costa, um dos organizadores.«A manifestação, em primeiro lugar, é contra o Banco de Portugal porque é res-ponsável pelo que está a acontecer no sistema financeiro português já que houvevários bancos que foram à falência e até hoje nada foi controlado. Infelizmente,todos vamos pagar por isto», afirmou o português que vive há 40 anos em França.

Chef Luís Rocha e João Ferraria, restaurante Saudade, VersaillesLusoJornal / Carlos Pereira

Leia onlinehttps://lusojornal.com

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Emmanuel Macron deveparticipar nascomemoraçõesda Batalha deLa Lys

No momento de fecho desta ediçãodo LusoJornal ainda não se conhe-cem os detalhes do programa oficialdas comemorações da Batalha deLa Lys.Ao que tudo indica as comemora-ções vão começar no domingo, dia8 de abril, ao fim da tarde, no Arcodo Triúnfo, em Paris, onde o Presi-dente da República PortuguesaMarcelo Rebelo de Sousa e o Pri-meiro Ministro António Costa, vãodepor uma coroa de flores junto aoMonumento ao Soldado Desconhe-cido.Nesse mesmo dia vai ser oferecidauma receção, na Embaixada dePortugal, à Comunidade portu-guesa.Embora ainda não esteja confir-mado, o Presidente francês Emma-nuel Macron deve deslocar-se aoCemitério Militar Português na se-gunda-feira, dia 9 de abril, para sejuntar ao Presidente português e aoPrimeiro Ministro, para aí assinala-rem o Centenário da Batalha de LaLys.As comemorações oficiais devempois ter lugar na segunda-feira demanhã, na presença dos dois Pre-sidentes da República, primeiro noCemitério Militar Português de Ri-chebourg e depois junto ao Monu-mento ao Soldado Português de LaCouture.

06 I GUERRA

Centenário da Grande Guerra em Françacom homenagens aos portugueses

A França vai homenagear os soldadosportugueses que combateram na Pri-meira Guerra Mundial com vários even-tos, entre 6 de abril e 7 de maio, deacordo com a Coordenadora das ativi-dades Aurore Rouffelaers.As atividades vão decorrer em La Cou-ture, Richebourg, Neuve-Chapelle eLillers, as quatro cidades do norte deFrança onde ocorreu, há quase 100anos, a Batalha de La Lys, na qual ossoldados portugueses foram destroça-dos pelos alemães na véspera do ren-der de tropas.A data central das homenagens vai sera 09 de abril, com a comemoração dos100 anos da Batalha de La Lys, no Ce-mitério Militar Português de Riche-bourg l’Avoué, um evento inscrito noprograma oficial francês do Centenárioda Primeira Guerra Mundial.Em Richebourg, onde estão sepultados1.831 soldados, vai haver uma expo-sição sobre os descendentes de milita-res portugueses que combateram na

Grande Guerra, Comissariada por Au-rore Rouffelaers.Na localidade vizinha de La Couture,onde está o Monumento aos Mortos daGrande Guerra, projetado pelo escultorTeixeira Lopes, está a ser realizado ummural para «contar em imagens a his-tória da Grande Guerra». O mural, pro-movido pelo município, deverá serinaugurado a 9 de abril, durante as co-memorações oficiais do Centenário daBatalha de La Lys.Ainda em La Couture, a associação Al-loeu Terre de Batailles 1914-1918 vaifazer uma exposição sobre a participa-ção portuguesa na batalha e, em cola-boração com a associação La CoutureChamps de Cultures (L3C), vai publi-car uma brochura sobre o Corpo Expe-dicionário Português.Em Neuve-Chapelle, onde estava alinha da frente na Batalha de La Lys,vai ser exposta a coleção do Corpo Ex-pedicionário Português de AfonsoMaia, neto de um soldado portuguêsque participou na Grande Guerra e quededicou grande parte da sua vida a es-

tudar o CEP.No centro de turismo de Lillers, vai serrealizada uma exposição intitulada«Amores Suspensos», a partir de cercade 150 cartas de soldados portuguesese que também faz parte da coleção deAfonso Maia.No Manoir de La Peylouse, uma man-são do século XIX que era o quartel-ge-neral do CEP na localidadeSaint-Venant, o jardim vai ter plantascom as cores de Portugal e retratos desoldados nas árvores entre abril e ou-tubro, e vai ser difundido, no canal pú-blico France3, um documentário sobreescritores e poetas portugueses queparticiparam na guerra.Na localidade de Saint-Venant, ondeestava o Corpo Expedicionário Portu-guês, vai ser organizada uma exposiçãosobre os soldados portugueses na Ba-talha de La Lys, numa iniciativa da«Association de recherches histori-ques, archéologiques et militaires»(Arham).O Centro de turismo de Béthune-Bruayvai promover visitas guiadas sobre a

Batalha de La Lys em francês e emportuguês e está, atualmente, a formarguias para fazerem esse trabalho emlíngua portuguesa e poderem receberturistas portugueses no âmbito das co-memorações.O centro de turismo também vai acres-centar sete etapas ao «Chemin de Mé-moire» sobre a Batalha de La Lys, umitinerário sobre esta batalha cujos pai-néis informativos têm um código QRpara aceder a informações na internetsobre a história do local.No «Chemin de Mémoire» vai haver,ainda, painéis transparentes a mostra-rem as paisagens como eram há cemanos e cinco painéis de personalidadeslusas que marcaram a Grande Guerra.Aurore Rouffelaers disse, também, quese está a preparar a primeira cerimóniaportuguesa junto à escultura monu-mental «Anneau de la Mémoire», nacidade de Ablain-Saint-Nazaire, ondeestão inscritos os nomes de 579.606soldados de 40 nacionalidades mortosna Grande Guerra, incluindo 2.266portugueses.

Organizado pelo Office de tourisme de la région de Béthune-Bruay

Por Carina Branco, Lusa

Quelques évènements dans le Nord de la FranceExposition «Racines». Du 7 avril au 6 mai,tous les jours de 14h00 à 18h00, sallePaul Legry, rue de la Briqueterie, à Riche-bourg. Entrée libre.

Conférence sur l’exposition «Racines» parAurore Rouffelaers, le jeudi 19 avril, à18h30, à la Mairie de Richebourg. Entréelibre.

Exposition «Amours Suspendues». Lesweek-ends des 7-8 avril, 14-15 avril et du21 avril au 6 mai, tous les jours de 14h00à 18h00, école des Deux-Rivières, sallede la halte-garderie, à Vieille-Chapelle. En-trée libre.

Conférence sur l’exposition «Amours Sus-pendues» par Aurore Rouffelaers, le jeudi26 avril, à 18h30, Espace avenir, rue duCapitaine Woodley, à Vieille-Chapelle. En-trée libre.

Exposition-parcours «Les Visages duCombat»: devant la Mairie de Neuve-Cha-pelle (Infirmière Maria Francisca Dantas

Machado), au 14 rue Bento Roma, à LaCouture (Colonel Bento Roma), au 407Grand chemin de Lorgies, à Richebourg(Soldat João Assunção), au rue du 8 maià Saint Venant (Général Tamagnini) et de-vant l’église de Vieille-Chapelle (Soldat Mi-lhões).

Exposition-parcours «La Guerre en Trans-parence» à Neuve-Chapelle (33 rue duBois), La Couture (rue Bento Roma), Ri-chebourg (à proximité de l’église), SaintVenant (place du Général de Gaulle) etVieille-Chapelle (à proximité de la Mairie).

Exposition «Le Corps Expéditionnaire Por-tugais, 1917-1919», proposée par l’as-sociation L’Alloeu, Terre de Batailles14-18. Du 9 avril au 4 mai. Du lundi auvendredi de 9h00 à 17h00, église SaintPierre, à La Couture.

Fresque Commémorant La Bataille de LaLys. Du lundi au vendredi de 9h00 à17h00, église Saint Pierre, à La Couture.

Exposition Zoom sur le Circuit de MémoireLa Bataille de La Lys, à l’Office de tou-risme, 4 place Roger Salengro, à Lillers.Du 7 au 30 avril, du mardi au samedi, de9h30 à 12h00 et de 14h00 à 17h30.Du 1er au 6 mai, du mardi au samedi de9h30 à 12h00 et de 14h00 à 18h00.

Exposition «Pro Patria (Pour la Patrie):Mémoire du C.E.P» Réalisée par Afonsoda Silva Maia. Les 7, 8, 14, 15 avril et du21 avril au 6 mai, de 14h00 à 18h00,salle polyvalente, 85 rue de la VieilleBombe, à Neuve-Chapelle.

Exposition «Centenaire de La Bataille deLa Lys», les 7, 8, 14 et 15 avril, et du 23avril au 1er mai, de 14h00 à 18h00,Chapelle de l’ancien Couvent des Annon-ciades, 32 rue de Paris, à Saint-Venant.

Conférence «Les troupes portugaises dansle nord de la France, 1917-1919» parBertrand Lecomte, professeur d’Histoireet de Géographie, Président de l’Associa-tion L’Alloeu Terre de Batailles 14-18, le

jeudi 12 avril, à 19h00, salle des fêtes,place de l’église, à La Couture.

Lectures de Contes Portugais «Conto Con-tigo», proposées par l’Office de tourismede Béthune-Bruay, avec l’associationAgrafr, le samedi 14 avril, à 14h30 et16h00, salle de la halte-garderie, écoledes Deux Rivières, rue de la place, àVieille-Chapelle.

Visite guidée au Monument commémo-ratif portugais, le dimanche 15 avril, à11h00, rue du Rietz (à proximité del’église), à La Couture.

Folklore et danses portugaises, avec l’as-sociation Vivências do Minho, le diman-che 15 avril, à 15h00, salle Dekeuwer, ruede la Briqueterie, à Richebourg.

Visite théâtralisée «The Place to B» par laCie Harmonika Zug, le dimanche 22 avril,à 11h00 et 15h00, Rdv à l’Office de tou-risme de Béthune Bruay, 3 rue AristideBriand, à Béthune.

Le 14 mars 2018

Por Carlos Pereira

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LusoJornal / António Borga

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CULTURA 07

lusojornal.com

Ana Moura a conquis le public du Palais des Congrès

On le sentait dès l’entrée de la star:la salle était dans un bon jour.Malgré un premier fado impeccable-ment chanté mais déséquilibré parune balance des sons laissant unepartition de batterie trop envahis-sante (ce sera corrigé dans les chan-sons suivantes), le soutien de la sallen’aura jamais manqué, jusqu’à l’im-mense ovation finale.Succès mérité tant la présence enscène d’Ana Moura est impression-nante, émouvante ou allègre quand ilfaut, affriolante parfois aussi, dont lejeu de jambes et les ondulationspourrait en remontrer aux fameuses«mulatas» de Rio de Janeiro, qui onttant fait pour la renommée mondialedes carnavals de la «cidade maravil-hosa», surtout, convenons en, auprèsde la gent masculine.On est loin du fado? Pas vraiment,mais n’oublions pas qu’une soiréeface aux 3.400 places du Palais desCongrès, largement remplies, c’estaussi un show. Ana Moura a comprisles règles du show, sans oublier lefado.Ana Moura a «um jeito especial» quine tient pas seulement à son indénia-ble charme, mais à une voix voiléeunique dans le fado, qui nous a faitpenser à la brésilienne Elza Soares(Ana nous a d’ailleurs confié sagrande admiration pour son ainéebrésilienne) ou à Billie Holiday dansle jazz, un solide sens rythmique, etun phrasé sans reproche.Elle est entourée de jeunes musicienssérieux, les mêmes que lors de sonconcert à l’Olympia il y a deux ans.Parmi lesquels à la guitare portu-gaise, Ângelo Freire, le plus jeune(29 ans) des «monstres» de l’instru-ment, qui accompagna pour la pre-mière fois Ana Moura voilà 12 ans:complicité parfaite entre les deux;Pedro Soares, à la viola, et André Mo-reira à la viola baixa, tous deux trèssûrs. Mário Costa, excellent rythmi-cien, officie à la batterie. On aimerait

parfois un peu plus de discrétion (ilmontre d’ailleurs à plusieurs reprisesqu’il en est tout à fait capable), maissans doute fait-il ce qu’on lui dit defaire. Aux claviers, João Gomes, unbon musicien lui aussi, apportequelques touches pianistiques bien-venues sur deux thèmes plus prochesdu jazz hollywoodien que du fado.Ses interventions au synthétiseur (lemusicien n’est pas en cause, lui aussifait ce qu’on lui dit de faire) noussemblent sans réelle utilité, commequoi on ne peut pas plaire à tout lemonde! Par rapport au concert del’Olympia, seule manque une guitareélectrique, ce dont on ne se plaindrapas.Ana Moura, comme sa (jeune) ainéeMariza, a cherché à élargir son réper-toire à d’autres musiques. Ce n’estpas une tendance tout à fait nouvelle.Misia s’y est essayée, souvent avecsuccès. Plus récemment encore, Car-minho a chanté ici même les chan-sons de Tom Jobim, et AntónioZambujo celles de Chico Buarque,

deux grands de la musique brési-lienne, l’un et l’autre annonçant clai-rement la couleur, comme le fit Misialors de ces concerts de cabaret: cen’est plus du fado.Ce qui ne signifie nullement que cestrois artistes renoncent au fado, maisqu’ils font aussi autre chose. Le pour-tant très «castiço» Ricardo Ribeiro leprécise aussi quand il s’intéresse à lamusique arabe. Et plus loin dans letemps, n’oublions pas que la grandeAmália Rodrigues, à côté de tant dechefs d’œuvre du fado, a chantéquelques «tubes» de son époque,concessions au marché qui sont de-venues, au mieux, des curiosités.Il y a dans la démarche de Mariza etd’Ana Moura un mélange d’une sin-cère recherche de renouvellement(pour Ana, par exemple, sa «tropica-lisation» de la «Casa de Mariquin-has», ou sa version d’un autre fadoen tango, cette musique si cousinedu fado, sont particulièrement bien-venues) et d’empiètement sur cettechose un peu informe qu’on englobe

sous le terme de «world music».Nous avons évoqué avec elle, lors del’entretien qu’elle nous a accordé,toute en prévenance et cordialitéamicale, la présence des claviers (ellesemble ne regretter que très modéré-ment la suppression de la guitareélectrique) dans sa formation. Anadéfend cette option: «J’ai conçu cetteprésence comme quelque chosecomme un nuage qui enveloppe lamusique, la rend plus fluide». C’estson avis, et elle le partage.Ana Moura a sans doute raison, carle public a adhéré à tout son concert.Un franc succès, donc, car AnaMoura a une fois de plus démontré,dans ses trop rares à notre goût«fados-fados» qu’elle est une inter-prète majeure de ce style, qu’elle estcapable de s’ouvrir avec talent à desouvertures musicales différentes,qu’elle est une showgirl accompliesans perdre sa sincérité.Et puis ce voile dans la voix qui nousentoure encore sur le chemin du re-tour au foyer…

Par Jean-Luc Gonneau

Miguel Ramos, la fidélité au Fado

Miguel Ramos est, hors le petit cercledes férus de fado, est peu connu enFrance. Il n’en est pas de même àLisboa, où depuis ses 14 ans (il va enavoir 42 dans quelques jours), il estl’un des acteurs majeurs du fado cas-tiço portugais.Nourri à l’influence de FernandoMauricio, «o rei do fado», dans l’antredu fado traditionnel Os Ferreiras, (oùil officia pendant huit ans, et qui futpour lui, nous confia-t-il, son «école»de fado en tant que chanteur), il aensuite fait les beaux soirs d’autresmaisons de fado lisboètes, dont, pen-dant presque une décennie, le Faia,créé par Lucília do Carmo, éminentefadiste et mère de Carlos do Carmo,et Senhor Vinho, qui lui a aussi beau-coup apporté, et collaboré, entre au-tres, avec le producteur, compositeur,chanteur et guitariste Jorge Fer-nando.

Conjointement à son activité de voca-liste, il est aussi un excellent guitaristeà la viola, accompagnant nombre degrands noms du fado. Une tradition defamille, puisque son père, Victor, futun violiste professionnel, tout commel’est son frère André, l’autre, Augustoétant aussi chanteur de fado.«Comme musicien, j’ai été comblé,j’ai eu la chance d’accompagnerbeaucoup des plus grands fadistes,et parmi eux de grands anciens quim’ont beaucoup apporté». Il cite no-tamment Maria Amélia Proença,Maria da Fé, Lenina Gentil, AnitaGuerreiro, Ada de Castro mais aussiCarlos do Carmo, Camané, AldinaDuarte...Pour toutes ces raisons, après sa pres-tation à Dammarie-les-Lys quelquesjours avant et en attendant son départvers le Bénélux pour une série deconcerts, sa venue à Paris (au Porto-logia, le 7 mars) était fort attenduedans cette petite salle. «Je me serais

cru à la Tasca do Chico à Lisboa. Jen’ai jamais oublié d’où je viens: lescafés, les petites tavernes, je connais,j’y vais encore souvent, et quand desamis et les patrons de la maison m’ontproposé de venir, je n’ai pas hésité».Miguel Ramos a enregistré voilà unan son premier album en solisteaprès vingt ans de carrière: «Aqui naalma» (*), titre issu de l’un de sesfados, sur un poème de Diogo Cle-mente et la musique du fado cravod’Alfredo Marceneiro. Un fado su-perbe qu’il reprendra dans cette soi-rée, avec d’autres titres de l’album,parmi lesquels «Sabe Deus», «Fim dooutono», «Gosto do vento», tous em-preints d’une saudade que MiguelRamos traduit admirablement, ou leplus connu «Leio em teus olhos».Un choix qui se prêtait fort bien àl’intimisme du lieu, épicé par deuxfados plus allègres, dont, en conclu-sion le fameux «Lisboa menina emoça» créé par Carlos do Carmo. Il

se prêtera ensuite à une belle desgar-rada avec les amis fadistes qu’onavait pu entendre dans la partie «fadovadio» de la soirée: Lizzie, Tânia Cae-tano, Paulo Manuel et MónicaCunha.Signalons enfin que Miguel Ramosest aussi, avec son ami Jorge Fer-nando, l’un des parrains de l’Acadé-mie de fado dirigée à Vincennes, parValérie do Carmo: «Paris est la villeétrangère où je suis venu le plus sou-vent, je l’aime beaucoup. D’ailleursc’est ici, entre deux concerts, que j’aidécidé de prendre quelques jours devacances, mais vous voyez, le fado neme lâche pas, je suis là ce soir».Paris aime, en retour, Miguel Ramos.A bientôt donc.

(*) Aqui na alma n’est pas distribuéen France. On peut en écouter et voircertains titres sur youtube, ou enécouter sur divers sites de musiquesen ligne, dont Napster

Par Jean-Luc Gonneau

Concert à Paris

Le 14 mars2018

«Republicanos,anarquistas ecomunistas no exílio (1927-1936)»,de Cristina Clímaco

Especia-lista das re-l a ç õ e sluso-fran-cesas, comt raba lhorealizadonas áreasdo exílio,emigraçãoe oposição

ao Estado Novo nos anos 30, CristinaClímaco é maître de conférence e in-vestigadora na Universidade de Paris8 - Vincennes - Saint-Denis.O livro “Republicanos, anarquistas ecomunistas no exílio (1927-1936)”,publicado pelas Edições Colibri em2017, é a versão adaptada da tese dedoutoramento defendida por CristinaClímaco em 1998 na Unversidade deParis 7 Diderot. Pelo imenso trabalhode pesquisa realizado e pelo interesseda obra, a autora foi galardoada, em1999, com o Prémo de HistóriaContemporânea da Fundação MárioSoares. O texto inclui os volumes 1 e2 da dissertação original, relativos aoperíodo de 1927 a 1936, “ficandopara uma outra oportunidade” -afirma Cristina Clímaco - a publicaçãodo volume 3, correspondente ao exíliodurante a guerra de Espanha e iníciosde 2a Guerra Mundial.A rebelião militar de fevereiro de 1927(tentativa de derrube da ditadura mi-litar instaurada na sequência doGolpe de 28 de maio de 1926) marcao início de um longo movimento deexílio ao qual só a Revolução de 25de abril de 1974 porá termo. O pre-sente trabalho académico contémduas grandes partes: o exílio republi-cano em França (1927-1931) -conhecido pela expressão “períodofrancês” - e o exílio (republicano,anarquista e comunista) em Espanha(1931-1936), assim como uma ri-quíssima bibliografia, gráficos emapas. “O exílio português - comentaCristina Clímaco no preâmbulo - atéagora esquecido da historiografiasobre as migrações políticas, integra-se perfeitamente no contexto europeudo período entre a duas guerras, e emespecial na história das oposições aosregimes autoritários”. Ainda nestaparte introdutória, a autora precisa:“Os republicanos são, entre 1927 e1940, em termos numéricos, o grupomelhor representado no exílio, si-tuando-se depois os anarquistas e,por fim, os comunistas, quadro quereproduz, no exterior, a situação veri-ficada no interior de Portugal”.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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Livros: Daniel Bastosapresenta«Terras deMonte Longo»em Paris

No próximo dia 17 de março, sábado,é apresentado em Paris, o livro «Ter-ras de Monte Longo».A obra, concebida pelo historiadorDaniel Bastos a partir do espólio deum dos mais aclamados fotógrafosportugueses da sua geração, Joséde Andrade (1927-2008), fotógrafode renome internacional, premiadoe exposto em vários cantos domundo, é apresentada às 15h00 noespaço Portologia em Paris.A apresentação da obra, uma edi-ção trilingue traduzida para portu-guês, francês e inglês com prefáciodo conhecido fotógrafo franco-hai-tiano que imortalizou a história daemigração portuguesa, Gérald Blon-court, estará a cargo do empresárioportuguês radicado em Paris, Ma-nuel Pinto Lopes.Neste novo livro, realizado com oapoio do Centro Português de Foto-grafia, instituição pública que asse-gura a conservação, valorização eproteção legal do património fotográ-fico nacional, Daniel Bastos esboçaum retrato histórico conciso e ilus-trado do interior norte de Portugalem meados dos anos 70.Através de imagens até aqui inédi-tas, que José de Andrade captounessa época em povoados ruraisentre o Minho e Trás-os-Montes, ohistoriador e autor de livros sobre aemigração, aborda as memórias dopassado, não muito distante, doPortugal profundo e rural na transi-ção da ditadura para a democracia,um período fundamental da históriacontemporânea portuguesa, mar-cado por décadas de carências, iso-lamento, condições de vida duras eincontáveis episódios de emigração«a salto».Segundo Gérald Bloncourt, nestelivro ilustrado pela objetiva huma-nista de José de Andrade, são-nosreveladas «fotografias sentidas dePortugal, do seu povo, da sua histó-ria», repletas de «sentimentos dedignidade evidenciados por umaforma de estar serena e humana».Refira-se que esta iniciativa culturalno Portologia, um dos novos espa-ços de referência da Comunidadeportuguesa em Paris, conta com acolaboração da Associação Memó-ria das Migrações, presidida peloantigo Conselheiro das Comunida-des Portuguesas em França, Parcí-dio Peixoto.

08 CULTURA

«Florbela, la sœur du rêve»: une adaptation théâtrale captivante

Florbela Espanca (1894-1930) estaujourd’hui considérée comme unedes poétesses majeures de la littéra-ture portugaise du siècle dernier. Au-jourd’hui, précisons-nous, car elle futfort peu publiée de son vivant, à uneépoque où femme poète (et plus gé-néralement femme écrivain) avait toutde l’oxymore au Portugal, qui s’est fortheureusement rattrapé depuis.Poétesse de la saudade, souvent laplus noire, poétesse aussi d’une soifd’absolue, évidemment jamais étan-chée, d’une sensualité toujours contra-riée (Florbela divorça deux fois, ce quien ce temps là fut très mal considéré,et eut de multiples liaisons, toujoursmalheureuses) et une vie marquée parun parcours familial dramatique.Fille d’un bourgeois et de sa domes-tique son père ne la reconnaîtraqu’après sa mort, lorsque le premiermonument érigé à sa mémoire futinauguré (il n’y avait pas, en ce temps-là, de mouvement #balancetonporc),quoiqu’il prit soin de son éducation.Mère décédée quatre ans après sanaissance. Frère cadet adoré mortdans un accident d’avion trois annéesavant elle, qui perdit la vie suite à unexcès de barbituriques. Suicide proba-ble, Marylin avant Marylin, qui futalors maquillé en «œdème pulmo-naire».Un tel destin tragique, comme le fut,un siècle plus tôt celui de Maria Se-vera Onafriana, première fadiste entréedans l’histoire. Et comme pour MariaSevera, un tel destin inspira, pour lemeilleur et le moins bon, romanciers,

dramaturges, historiens professionnelsou amateurs: les ouvrages traitant deFlorbela Espanca sont beaucoup plusnombreux que ceux de la main mêmede la native de l’Alentejo.Le mérite, immense, d’Odete Branco,auteure de «Florbela, la sœur du rêve»(*), est d’avoir mêlé poèmes de Flor-bela Espanca et textes de liaisonsentre ces poèmes, qui restituent lesdernières années de Florbela, après lamort de son frère qui la laisse dévas-tée. Choix de poèmes judicieux, ma-gnifiquement traduits par Horácio

Ernesto André, textes élégants, respec-tant l’atmosphère des poèmes, aupoint qu’il est parfois difficile de fairela part entre ce qui est de la plumed’Odete Branco de celle de FlorbelaEspanca, bénéficiant des avisésconseils de Dominique Stoenesco,notre distingué confrère de LusoJornal:la pièce de théâtre publiée, ou plutôt«performance», comme on dit main-tenant, par Odete Branco voici deuxans n’attendait qu’une chose: êtremise en scène sur les planches.Ce fut le cas l’année dernière sur

quelques scènes parisiennes, propo-sant le texte intégral. Le spectacle re-vient cette année dans une versionplus courte (55 min), où le focus estplus centré encore sur ces trois der-nières années de la vie de Florbela,entre la mort du frère et celle de Flor-bela. Cela nous prive certes dequelques beaux textes, et d’une chan-son façon fado qui figurent dans la ver-sion «longue» (75 min), mais densifiela montée dramatique de la fin tra-gique de la pièce.Mise en scène conjointement parOdete Branco et Ségolène Point, laversion courte présentée ce 8 marsdans le cadre chaleureux proposé parla péniche Antipode, est interprétéepar Stéphane Majetniak, parfois frère,parfois amant, sobre comme il sied, etpar ailleurs co-auteur, avec Bruno Bel-thoise et Larbi Bejjaoui, des musiquesqui parsèment la pièce, StéphanieReynaud, à qui il revient de retrans-crire la «conscience» de Florbela, cedont elle s’acquitte avec talent, et Da-niela, que nous connaissions en tantque fadiste et qui révèle ici d’éton-nants talents de comédienne, enscène du début à la fin du spectacle.Ayant consacré voici peu un article, di-sons, élogieux à la Daniela fadiste, onne voudrait pas en rajouter. Cédonsdonc la plume à Karine Bucher, uneamie du fado et admiratrice de Flor-bela, présente ce soir là: «J’ai été bluf-fée. Daniela est entrée dans ce rôleavec une intensité remarquable, fai-sant vivre la poésie de Florbela Es-panca. Bravo». On partage.

(*) editions Orfeu (www.orfeu.be)

Uma peça de Odette Branco

Par Jean-Luc Gonneau

Livros: Coletânea de contos da emigraçãoSomos um país com dez milhões dehabitantes em Portugal, mas comcinco milhões de Portugueses e luso-descendentes fora do país. Sendo umpaís de emigrantes, não há na litera-tura portuguesa um grande romancerecente que aborde a temática daemigração, que se debruce sobre osdramas da adaptação a um novo país,que aborde as questões identitáriasde quem esteve tantos anos fora e de-pois regressou, que pense em lingua-gem literária na ambiguidade desentimentos vivida pelos emigrantesem relação ao seu próprio país.Talvez, por existir um certo desconhe-cimento, para não dizer preconceito,em relação à realidade da emigração,apesar de não existir em Portugal nin-guém que não tenha um parente emi-grado.A literatura recente está, pois, em dí-vida para com a emigração, dívidaessa que poderá, em breve, ser emparte corrigida com a publicação deuma coletânea de contos da emigra-ção pela Oxalá Editora.Paulo Pisco, Deputado eleito pelasComunidades portuguesa na Europaprefacia esta coletânea de contos, esobre estas histórias escreve: «O livro‘Contos da Emigração - Homens queSofrem de Sonhos’, um título bonitoe romântico, apresenta um conjunto

de dez histórias ficcionadas sobreuma realidade muito poderosa, que éa emigração portuguesa, que é vastae está espalhada por todos os conti-nentes. Nos contos, bem escritos ebastante expressivos, os Portuguesesestão representados na sua comple-xidade social, psicológica, económicae cultural, que caracteriza a vida da-queles que um dia se sentiram impe-lidos a deixar o país, para procuraremnoutras paragens as oportunidadesque não encontravam em Portugal,para terem mais horizontes para si epara os seus. Mesmo que tambémhaja quem partiu levado pela aven-tura e pela curiosidade de conhecer omundo, algo igualmente familiar aosPortugueses».A coletânea inicia-se com um contode Ana Cristina Silva (Prémio Fer-nando Namora) que relata a passa-gem a salto para terras de França nosanos sessenta, cujo título é exata-mente «A salto». Também as aventu-ras e tragédias da viagem de umEmigrante até ao país de acolhimentoservem de cenário ao extraordinárioconto de José Rodrigues Migues, «OViajante Clandestino».Os contos de Cristina Torrão e IsabelMateus - respetivamente «Vidas Adia-das» e o «Apelo do Vale» - centram-se nos dramas da emigração dos anos

sessenta, nas horas excessivas de tra-balho dos emigrantes, no desencontrocom os filhos que não são criadospelos pais porque ficaram em Portu-gal e no desencontro com o próprioPortugal, quando passados anos, de-masiados anos depois, regressam aoseu país.Nuno Gomes Garcia (semi-finalistado prémio Leya e colaborador do Lu-soJornal), no conto «O Sobrinho», co-loca os dramas da emigração dosanos setenta e da emigração recentenum país de cenouras para onde emi-gram as cebolas. Esse registo meta-forizado permite-lhe a abordar aexploração dos Emigrantes mais an-tigos e dos recém-chegados e a dis-criminação e violência em relação aosEmigrantes.O conto de Rita Uva, «Partida Lar-gada, Fugida», centra-se igualmentena emigração recente de jovens qua-dros por causa da crise, o primeiroimpacto da vida na Alemanha e a suainevitável adaptação.Gabriela Ruivo Trindade (PrémioLeya), Miguel Szymanski e Luísa Coe-lho partilham nos seus contos o temada interculturalidade e da questãodas origens culturais. «Cab Driver» deGabriela Ruivo Trindade relata-nos asaventuras e perceções de um taxistaportuguês emigrado em Londres em

relação a clientes de diferentes cul-turas. «A minha Bicicleta Verde» éum conto auto-biográfico sobre as ori-gens portuguesas e alemãs do autor.Luisa Coelho, por seu lado, no conto«Uma História Verdadeira», explora ocruzamento de culturas europeias naorigem de uma personagem africana.Por último, a coletânea contém aindaum conto do nosso grande Eça deQueirós –«Um Poeta Lírico» - que nosconta a história de um poeta grego,nas andanças do narrador pela Ingla-terra.«Este conjunto de contos tem essavirtude maior que é a de nos fazer via-jar pelas vidas daqueles que um diativeram de deixar o país, pelas suasdificuldades e dramas, pelos seus so-nhos e ambições, pelo seu impulsoaventureiro, pelas suas experiênciasnos países de acolhimento e comovivem a sua ligação a Portugal», podeler-se no prefácio de Paulo Pisco.Um conjunto de narrativas que cons-tituem um tributo a todos aquelesque um dia tiveram de emigrar.A Oxalá é uma jovem editora na Ale-manha que já editou livros como «Tués a única pessoa» de Cristina Torrão,«A menina do mar» de Sophia deMello Breyner Andersen em alemãoou «A mulher transparente» de AnaCristina Silva.

Homens que sofrem de sonhos

Le 14 mars 2018

Philippe Martins

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Galeria LesFilles du Calvaire expõefotografias dePaulo Nozolino

A galeria Les Filles du Calvaire, emParis, tem patente uma exposição dofotógrafo português Paulo Nozolino,de 10 de março a 21 de abril.A mostra «Loaded Shine» é com-posta por uma série de 20 imagensque «sintetizam, com força, a escritade um trabalho fotográfico realizadohá mais de 40 anos pelo artista», deacordo com a galeria.Paulo Nozolino é apresentado como«uma das maiores figuras da foto-grafia portuguesa e europeia», é ex-plicado que as imagens daexposição foram realizadas entre2008 e 2013 em Nova Iorque, Lis-boa, Paris, Berlim e nas zonas ruraisfrancesas e portuguesas. «Todas asimagens descrevem verticalmenteuma sequência de objetos, sem ín-dices de lugar ou de tempo. Nozo-lino optou por esta verticalidaderigorosa há quase 20 anos, redu-zindo sempre o seu campo de visãoà busca do essencial».Em declarações à Lusa, o Diretor dagaleria, Stephane Magnan, indicouque mostrar Paulo Nozolino «é umaevidência» e que, «após anos decontactos informais», passou um diacom ele no seu ateliê de Lisboa e foidecisivo devido «à emoção sentidaao folhear toda a sua obra com umagenerosidade total», algo descritocomo «um grande momento da suaaventura com os artistas».«Gostei da autenticidade das confi-dências e da radicalidade do Paulo.A sua visão do mundo sem conces-sões, negra mas luminosa, lúcidamas aberta, o seu compromisso emmostrar a possibilidade de ummundo - apesar ou antes - graças àperda, à ruína, tocaram-me profun-damente e fizeram-me sentir a queponto eu partilhava os seus valores»,afirmou.Nascido em Lisboa, em 1955, PauloNozolino vive e trabalha entre a ca-pital portuguesa e Paris. Viveu e es-tudou em Londres nos anos 1970 e,no final dos anos 1980, veio paraParis, cidade que se tornou a suabase até ao final da década de 1990,enquanto realizou uma série de via-gens no mundo árabe e pela Europa.Regressou a Portugal em 2002, de-pois de Paris lhe ter dedicado umaexposição antológica - intitulada«Nada» - na Maison Européenne dela Photographie.Em novembro de 2015, Paulo Nozo-lino participou na 19ª mostra inter-nacional Paris Photo com uma novaexposição intitulada «J’étais là» eque foi apresentada no EspaçoLeica.

CULTURA 09

lusojornal.com

João Costa Ferreira editou disco comobras do compositor José Viana da Mota

O pianista português João Costa Fer-reira, radicado há 12 anos em Paris,acaba de editar um disco com obrasdo compositor também portuguêsViana da Mota.O disco foi lançado no mercado no dia9 de fevereiro, pela editora Naxos,mas foi apresentado aquando de umconcerto na sexta-feira da semanapassada, na galeria Au Médicis, emParis.Esta foi uma oportunidade para umaentrevista exclusiva para o LusoJornal.

Onde começou a estudar piano?Eu nasci em Leiria e estudei no Con-servatório de Leiria com o professorde piano Luís Batalha. No final dosmeus estudos, decidi vir estudar paraParis, para a École Normale de Mu-sique de Paris, onde estudei cerca de8 anos tendo chegado até ao últimodiploma do ciclo profissional e obtidoesse diploma. Entretanto inscrevi-mena Sorbone, em musicologia, fiz a Li-cenciatura, o Mestrado, com investi-gação. Já no Mestrado estudei a obrade Viana da Mota, nomeadamentesobre as influências que Franz Lisztexerceu sobre a obra de Viana daMota e há dois anos para cá tenhoprosseguido os meus estudos emdoutoramento e tenho estudado a in-tegral da obra para piano, e compiano, de Viana da Mota.

A partir de que momento decidiu es-pecializar-se em Viana da Mota?A decisão não é abrupta. Quando aca-bei o primeiro ano da Licenciatura eque decidi prosseguir os meus estu-dos no Mestrado em investigação, de-cidi estudar a obra de Viana da Mota.Mas na verdade, eu tinha pensado es-tudar Franz Liszt, porque era um com-positor com o qual me identificavamuito. Tocava muitas obras de FranzLiszt. Mas muito depressa percebique talvez tivesse mais interesse emtrabalhar sobre um compositor que ti-vesse mais coisas por descobrir. Naverdade já muitas coisas foram escri-tas sobre Franz Liszt e pensei: porquenão dedicar-me a estudar a obra deum compositor português?

Podia ter escolhido um qualquer outrocompositor...Sim, podia ter escolhido outro qual-quer, mas eu sabia que Viana da Motatinha tido contacto com Franz Liszt.Tinha sido um dos poucos Portugue-ses a ter tido esse previlégio e portantoescolhi Viana da Mota porque estaideia permitia-me não descartar com-pletamente a ideia inicial de estudarFranz Liszt (risos). Elaborei a minhaprimeira Tese de Mestrado que se in-titulava “As influências de Franz Lisztsobre José Viana da Mota” e na se-gunda Tese - porque a Sorbone exigeduas teses de Mestrado - debrucei-mesobre as cinco raposódias portuguesasdo José Viana da Mota, um estudopara a compreensão destas obras atra-vés da filiação Lisztiana.

Quem foi Viana da Mota?José Viana da Mota nasceu numa an-tiga colónia portuguesa, em São Tomé

e Príncipe. Foi para Portugal estudarmuito cedo e desde muito cedo re-velou-se ser uma criança genial aopiano, tanto enquanto pianista,como enquanto compositor. Aos 14anos foi estudar para Berlim, ondeacabou por residir cerca de 30 anos.Com a I Guerra Mundial mudou-separa a Suíça, mas ainda antes dofim da Guerra, voltou definitiva-mente para Portugal, onde veio aexercer o cargo de Diretor do Con-servatório Nacional. Aí implantouum determinado número de refor-mas que vizavam a alteração do en-sino da música em Portugal,nomeadamente no sentido de queera necessário para um músico, nãoapenas saber música, mas saber umpouco de todas as artes... ser umhumanista.

Porque decidiu publicar obras deViana da Mota?Desde o ano de 2013 tenho publicadoefetivamente várias obras deste com-positor português, na editora AVA Mu-sical Editions. Tenho-o feito porqueconsidero que é necessário para omeu trabalho de investigação, tantono meu trabalho de Mestrado comono meu trabalho de Doutoramento eeste trabalho resume-se muito facil-mente: encontro os manuscritos queestão no espólio da Biblioteca Nacio-nal, em Portugal, proponho à AVA pu-blicá-los, faço a revisão do manus-crito, deteto se há notas erradas, sehá algo que o Viana da Mota escreveupor engano e sugiro uma correção noprefácio. Na altura eu tinha contado,em termos percentuais, que a obrapara piano de Viana da Mota tinhasido publicada em cerca de 25%apenas, e desde então já publiqueicerca de 30 peças, pelo que atual-mente já nos estamos a aproximar dos50%. Isto revela aliás que em Portugalhá muita coisa para fazer ao nível damúsica, há muito trabalho de investi-gação por fazer, com obras dos com-positores portugueses. E a provaencontra-se aqui, com Viana da Mota,onde há cerca de 3 ou 4 anos, apenasum quarto da obra para piano tinhasido publicada.

Os compositores portugueses não sãosuficientemente conhecidos a nívelinternacional, pois não?Em geral, os compositores portugue-ses, a nível internacional, têm ficadoesquecidos. Salvo no meio da musi-cologia, claro. Obviamente que nomeio especializado, os compositoresportugueses são falados e são reco-nhecidos. Mas eu diria que não sãomuito conhecidos porque nós não fa-zermos - creio eu - para que issoaconteça. Vou dar-lhe só um exem-plo: recentemente, o pianista BrunoBelthoise, com quem eu tenho tra-balhado recentemente em projetoscom piano a quatro mãos, foi-lheproposto enviar o CD que ele lançou,o “Lisboa-Paris”, para a France Mu-sique. E a France Musique passou odisco com obras de compositoresportugueses. Passaram António Vic-torino d’Almeida, Viana da Mota,duas obras que nós tocámos a quatromãos... Quando se trabalha paraisso, a obra acaba por despertar in-teresse, sejam compositores Portu-gueses, Franceses, Belgas, ouAlemães. Não é por ser Portuguêsque a obra tem menos valor. Sim-plesmente há ainda muito trabalhopor fazer para dar visibilidade inter-nacional aos compositores portugue-ses.

No que lhe diz respeito, este é o seuprimeiro CD...Este foi o meu primeiro disco a solo.Já gravei algumas obras com o BrunoBelthoise para o CD “Lisboa-Paris”.Mas este é efetivamente o meu pri-meiro disco a solo, só com obras doViana da Mota. Este disco tem mui-tos inéditos, tem obras que nunca ti-nham sido gravadas. Tem váriasprimeiras gravações mundiais. E temnomeadamente cinco raposódiasportuguesas. No meio musicológicochamamos-lhe “música naciona-lista” porque é inspirada do folclorenacional. Tem também duas outraspeças, uma inspirada em quadros deum compositor Suíço, Arnold Böck-lin, e uma fantasia que ele compôspouco tempo antes de ter chegado aBerlim.

Quanto tempo demorou a fazer estedisco?Este projeto demorou cerca de qua-tro anos a ser realizado. Desde o iní-cio da revisão das cinco raposódiasportuguesas até ao lançamento, pas-saram cerca de 4 anos. Foi um pro-jeto que reuniu muitos esforços,muito trabalho, e agora espero quevenha a ter o impacto desejado, queé um conhecimento e um reconhe-cimento internacional da obra deJosé Viana da Mota. É aliás por isso- por eu desejar um reconhecimentointernacional à obra de Viana daMota - creio que a escolha da editoraNaxos, foi a melhor para dar essa vi-sibilidade. A distribuição que elesfazem é de facto extraordinário. Se-manas antes do lançamento oficial,que foi o dia 9 de fevereiro de 2018,eles já estavam a anunciar o CD naÍndia, nos Estados Unidos, no Japão,na Suíça, em França, na Bélgica,...eles têm feito um trabalho exemplarnesse sentido e creio que essa foi amelhor escolha.

E agora, em que está a trabalhar?Atualmente estou a fazer o meuDoutoramento, que aliás tenho deacabar. Quanto ao futuro, nunca seibem o que vai ser. O meu futuro de-cide-se a cada dia. Aquilo que possodizer é que neste momento tenho fe-lizmente conseguido reunir as con-dições necessárias para realizar omeu trabalho, para realizar os meusdesejos profissionais, e como tenhoconseguido reunir estas condições,vou continuar a enveredar por estecaminho até sentir necessidade deprocurar outro meio que favoreça odesenvolvimento do meu trabalho.

E em termos de concertos?O futuro é sempre partilhado entreos concertos, a investigação, a edi-ção e a gravação. Claro que a divul-gação deste CD vai dar a conhecer otrabalho de Viana da Mota, mas es-pero, obviamente que dê tambémmais visibilidade ao trabalho que eutenho vindo a fazer e com isso obteroutros concertos e outras oportuni-dades de apresentar em público aobra de Viana da Mota.

Por Carlos Pereira

Pianista está radicado em França há 12 anos

Le 14 mars2018

LusoJornal / Carlos Pereira

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10 CULTURA

Exposição de Vhils em Paris vai ter 25 a 30 peças inéditas

O artista português Alexandre Farto(Vhils) vai expor no Centre CulturelCentquatre, em Paris, de 25 a 30peças inéditas, algumas feitas nolocal, numa mostra que é inauguradaa 19 de maio, adiantou o próprio àLusa.A exposição vai ter trabalhos de váriostipos, dimensões e suportes, mas “amaioria das obras são de grande es-cala”, disse o artista.“Estamos a apontar para 25 a 30peças, sendo que algumas são intera-tivas e imersivas, são peças em grandeescala. Estamos a falar de peças deescultura em que as pessoas podem

entrar, algumas peças que precisamde alguma distância e altura. Vai haverpeças de vídeo, vai haver pintura, es-cultura, vai ter vários ‘media’ diferen-tes”, descreveu à Lusa.Vhils vai estar no Centquatre, um localque vê como “um espaço de referên-cia” e que expôs, em 2013, obras deKeith Haring, um artista pioneiro domovimento de ‘street art’ nos EstadosUnidos. Curiosamente, Vhils realizou,em 2014, um mural em frente a umadas obras de Keith Haring, a “Tower”,no Hospital Necker, em Paris.O artista explicou que a exposição re-sulta de um longo trabalho de pes-quisa e recolha de material sobreParis, onde realizou “os primeiros pro-

jetos em 2010, 2011”, e que a mos-tra vai também fazer “a ponte com otrabalho de pesquisa que tem sidofeito com outras cidades”, para “tentarfazer os pontos em comum e os pontosque diferem”, uma reflexão inerenteao seu trabalho. Em Paris, Vhils apresentou as exposi-ções individuais “Vestiges” e “Entro-pie”, na galeria Magda Danysz, em2012 e em 2014, e esteve em váriasmostras coletivas, como “Choices”, noPalais de Tokyo, em 2016, “#StreetArt – L’innovation au coeur d'un mou-vement”, no Espace Fondation EDF,em 2014, e “Ex Situ”, no CentroPompidou, em 2013, entre outras.O artista é um dos criadores inseridos

no percurso de arte urbana do 13ºbairro de Paris, onde há mais de 50murais monumentais, e fez parte doprojeto “Tour Paris 13”, em que umprédio de nove andares, destinado àdemolição, foi transformado num“museu de arte efémera” por cerca de80 nomes internacionais de Arte Ur-bana.Vhils inaugurou, a 22 de fevereiro,uma exposição em Los Angeles, nosEstados Unidos, onde também crioutrês murais, um dos quais em parceriacom o norte-americano Shepard Fai-rey.Nascido em 1987, Alexandre Fartocresceu no Seixal, onde começou porpintar paredes e comboios com ‘graf-

fiti’, aos 13 anos, antes de rumar aLondres, para estudar Belas Artes, naCentral Saint Martins.Captou a atenção a ‘escavar’ muroscom retratos, um trabalho que temsido reconhecido a nível nacional e in-ternacional e que já levou o artista avários cantos do mundo.Além de várias criações em Portugal,tem trabalhos em países e territórioscomo a Tailândia, Malásia, HongKong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia,Macau e Brasil.Em 2015, o seu trabalho chegou aoespaço, através da Estação EspacialInternacional, no âmbito do filme “Osentido da vida”, do realizador MiguelGonçalves Mendes.

No Centquatre

Por Carina Branco, Lusa

Le 14 mars 2018

Artista português Hazul quer “fazer parte da arte urbana” de Paris

O artista português Hazul está a pre-parar novas visitas a Paris para "fazerparte da arte urbana dessa cidade",depois de um mês a deixar a suamarca em várias ruas da capital fran-cesa.O artista - que prefere manter a suaidentidade no anonimato - deverápintar, em maio, algumas paredes no10º bairro de Paris e, a 09 e 10 dejunho, vai participar no festival dearte urbana Ourcq Living Colors, or-ganizado pela associação CulturesPas Sages e cujo Diretor artístico é oartista urbano lusodescendente dA-cRuZ.No final de março, o artista do Portovai lançar uma publicação sobre a"residência completa na rua" que fezem Paris, entre 12 de janeiro e 09 defevereiro, e durante a qual deixoumais de 70 obras na cidade, entremurais de grande dimensão e inter-venções mais pequenas."O meu trabalho centra-se maiorita-riamente no Porto e eu queria esco-lher uma cidade, fora do Porto, emque eu fosse com alguma regulari-

dade mostrar o meu trabalho deforma a que o meu trabalho passetambém a fazer parte da arte urbanadessa cidade. Escolhi Paris porque éuma cidade que eu gosto pela vidacultural e pela quantidade de interes-sados que existe neste tipo de arte",disse à Lusa o artista de 36 anos.Esta foi a primeira vez que Hazul pas-sou um mês inteiro a trabalhar emParis, uma cidade onde já pintou vá-rias vezes, inclusivamente no conhe-cido espaço de arte urbana Le Mur,em 2015.Desta vez, o artista deixou mais de 70obras na cidade: pinturas murais rea-lizadas junto ao Canal de l'Ourcq, nosbairros de Butte-aux-Cailles, BonneNouvelle e na rua Notre-Dame-de-Na-zareth; cerca de dez caixas de eletri-cidade pintadas no 13º bairro, umdos quarteirões mais populares dearte urbana de Paris; e várias cola-gens que trouxe do Porto e que espa-lhou junto ao Canal Saint Martin,perto do Centro Pompidou, no Maraise em Montmartre."O que eu queria era ter uma pegadamaior, mostrar o meu trabalho deuma forma mais intensa. A ideia era

ter este impacto de, num curto es-paço de tempo, espalhar o meu tra-balho por Paris", explicou,sublinhando que programou os espa-ços das pinturas com a ajuda de as-sociações e amigos artistas.Hazul ainda teve tempo para fazer al-guns trabalhos em papel que levoupara o Porto e que foram influencia-dos pelo que "estava lá a viver" e pelosmuseus e galerias de arte urbana quevisitou em Paris.Entre os favoritos estão o Museu doLouvre, pelas coleções de arte egíp-cia, helénica e islâmica, o Museu deArte Moderna da Cidade de Paris,pelas pinturas dos modernistas doinício do século XX, e o Centro Pom-pidou, pela coleção permanente dearte moderna, sem esquecer as gale-rias de arte urbana de Paris "que sãomuitas e que têm inaugurações quasesemanalmente".Todos os dias, Hazul publicava na suaconta de Instagram a fotografia deuma das obras que tinha pintado, nasquais estavam as suas habituais figu-ras femininas sem rosto, cristais,aves, vasos e menires, com formasondulantes e arabescos e com a cor

azul sempre bastante presente.Pintar nas ruas de Paris tem "uma ló-gica completamente diferente” depintar no Porto, onde Hazul costumaintervir "em prédios devolutos, emprédios abandonados, em locais quenão estavam a ser utilizados", en-quanto na capital francesa "não hátantos locais abandonados ou quasenenhuns"."Paris tem uma arquitetura que per-mite intervir na rua não estando pro-priamente a pintar nos prédios e nascasas porque, basicamente, Paristem muitas esquinas e muitas reen-trâncias e muitas empenas dos pré-dios que, por norma, não sãoutilizadas para nada, são quase lap-sos arquitetónicos", descreveu.O artista aproveitou, ainda, para ir aToulouse, no sul de França, onde par-ticipou numa exposição coletiva de‘street art', intitulada "Miroirs Ur-bains", na Galeria Concha de Nazelle,e que esteve patente de 18 de janeiroa 03 de fevereiro.A experiência de Paris é para repetir- e com mais regularidade - para queo seu trabalho "fique a fazer parte doque se vê aí nas ruas" porque "isto da

arte urbana é um pouco efémero" e "aforma das coisas continuarem visíveisé continuar a fazer".De 12 a 16 de abril, Hazul é um doscerca de 30 artistas convidados parapintar murais em várias casas de umavila à beira-mar, Hauteville-sur-Mer,na Normandia, no noroeste deFrança, num projeto das associaçõesLe Mur e Azureva, no qual tambémforam convidados os artistas portu-gueses Mr. Dheo, Godmess e Pari-zone.Hazul começou a pintar na rua em1997, com 16 anos, em 2015, pu-blicou o "Mapa Hazul", um roteirocom dezenas de murais que realizouna cidade do Porto e as suas obraspodem ser vistas no âmbito do projetoStreetArtCEI, que apresenta, ‘online',cinco rotas de percursos culturais al-ternativos no Porto e Vila do Conde.Em 2013, o artista viu apagado umdos seus murais pela brigada anti-graffiti criada pelo então Presidenteda Câmara, Rui Rio, algo que o jornalfrancês Libération classificou como"censura" num artigo intitulado "Osorriso amarelo do Porto face à arteurbana".

Por Carina Branco, Lusa

Lusa / Inês Gonçalves

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Primeira longa-metragemde LeonorTeles competeem festivalfrancêsO filme «Terra Franca», primeiralonga-metragem da realizadora por-tuguesa Leonor Teles, foi selecio-nado para o Festival Internacionaldo Documentário Cinéma du Réel,que se realiza em março, em Paris.A organização revelou os filmes emcompetição, entre curtas e longas-metragens, e entre eles está umnovo filme de Leonor Teles, quecontava até agora com as curtas-metragens «Balada de um batrá-quio» (2016) e «Rhoma Acans»(2012).Produzido por Uma Pedra no Sa-pato, o documentário «TerraFranca» centra-se em AlbertinoLobo, um pescador que vive à beirado rio Tejo, cujo retrato foi filmadopor Leonor Teles ao longo das qua-tro estações do ano, lê-se na si-nopse.Nascida em Vila Franca de Xira, em1992, Leonor Teles formou-se naEscola Superior de Teatro e Cinemae já conquistou vários prémios na-cionais e internacionais, sobretudocom «Balada de um batráquio»,vencedor do Urso de Ouro em Ber-lim, em 2016.O festival Cinéma du Réel decorreráde 23 de março a 01 de abril, noCentro Georges Pompidou, em Paris.Em 2017, o realizador português IcoCosta venceu o prémio de melhorcurta-metragem com o filme «NyoVweta Nafta». Em 2010, Susana deSousa Dias foi distinguida com ogrande prémio do festival com ofilme «48».

Festival deDança deBrest convidaTiago Guedespara apresentarartistas portuguesesA dança contemporânea portu-guesa está em destaque na 7ª edi-ção do DañsFabrik - Festival deDança de Brest, no noroeste deFrança, que se realiza de 13 a 17 demarço.O diretor do Teatro Muncipal doPorto, Tiago Guedes, foi o «curador-artista» escolhido para apresentar acena coreográfica portuguesa e sele-cionou Vera Mantero, Cláudia Dias,Marco da Silva Ferreira, JonathanUliel Saldanha e Ana Rita Teodoro.Nadège Loir, codiretora artística doDañsFabrik, disse à Lusa que a ideiasurgiu «há dois, três anos», fruto dotrabalho com os artistas portuguesesque já participaram no festival e por-que «há qualquer coisa de muito in-teressante a acontecer na cenacontemporânea da dança em Por-tugal».

CULTURA 11

lusojornal.com

“As Vozes do Fado” teve antestreia francesa

O documentário «As Vozes do Fado»,de Ruben Alves e Christophe Fonseca,produzido pela Imagina Produções, aprodutora que os dois fundaram, foiapresentado em antestreia francesana quinta-feira da semana passada,dia 8 de março, no cinema Le Lin-coln, no âmbito da Semana dos Cine-mas Estrangeiros em Paris.Tudo começou quando propuseram aRuben Alves, o realizador de «La CageDorée» de produzir um álbum de mú-sica, para a Universal France, de ho-menagem a Amália Rodrigues com asnovas gerações de fadistas.«A ideia da nossa produtora, a Ima-gina Produções, é sempre fazer açõestransversais e pensámos no CD, numaobra de arte feita por Vhils para home-nagear a Amália Rodrigues e, claro,esta aventura não podia terminar semum documentário» disse por seu ladoChristophe Fonseca, que fez o docu-mentário «Amadeo de Souza Cardoso- O Último Segredo da Arte Moderna»,criado para a exposição sobre o pintorportuguês no Grand Palais, em Paris,em 2016, e que foi difundido, porexemplo, nas salas do Grand Palais edo Museu do Louvre, em Paris, e noMoMA, em Nova Iorque.«A ideia do documentário é dar a co-nhecer o fado além fronteiras» contaChristophe Fonseca ao LusoJornal.«Partimos do princípio que não vamosdar uma definição do fado, não háuma definição do fado, cada um tema sua própria definição».«É que, de repente, estava com estesfadistas todos a gravar no estúdio daValentim de Carvalho onde a Amáliagravou e disse, se vou estar com elestodos, porque razão não filmo isso?»explica Ruben Alves. «O objetivo erasobretudo emocional. Vamos pegarnuma câmara e vamos ter com aspessoas todas ligadas ao fado paraperceber o que, para eles, significa ofado. Mas só perceber, só dar matériaàs pessoas para verem. Não é deforma alguma um documentário his-tórico, não estamos aqui para definiro que é o fado, nem para escolher umbom fadista ou um mau fadista, é umpercurso super aberto e é só o que aspessoas quiseram dar. Eu só pedi para

me levarem a um sítio que representeo Fado, uma coisa importante e entãofoi um percurso natural, improvizado»conta ao LusoJornal numa entrevistaantes da projeção do filme.João Pinharanda, Diretor do CentroCultural Português do Instituto Ca-mões em Paris explicou que o filmeestava a ser projetado no âmbito daSemana dos Cinemas Estrangeiros emParis. «Este filme é imediatamentesobre música e identifica logo o país.Tem um potencial de atração do pú-blico francês e não é um filme de cho-radinho do fado. O fado não é tratadode maneira arcaica e saudosista, masde uma maneira contemporânea»,justificou.Também o Embaixador de Portugalem Paris, Jorge Torres Pereira, usouda palavra. A Semana dos CinemasEstrangeiros em Paris é organizadopelo conjunto dos Centros culturaisestrangeiros na capital e este filme foia escolha do Instituto Camões. «Ca-lhou bem porque este ano o tema dofestival é a música» explicou João Pi-nharanda.«As Vozes do Fado», que foi apresen-tado a 02 de dezembro no CinemaSão Jorge, em Lisboa, conta com aparticipação de Carlos do Carmo, AnaMoura, Mariza, Camané, Celeste Ro-drigues, Carminho, Ricardo Ribeiro,

Gisela João e Raquel Tavares.«Desde que o fado passou a ser Patri-mónio universal da Unesco, deixou deser da Severa, da Amália, de um oude outro fadista, de um só povo, deuma só cidade, é uma canção quepertence ao mundo e nós devemos tertodos um só dever que é o de partilhare a ideia deste filme é mesmo umapartilha, é o grande objetivo do filme»confessa ao LusoJornal ChristopheFonseca. «É um filme simples, quepega na mão do espetador e oferecevárias possibilidades de entrar dentrodo universo do fado. Pode ser numgrande concerto internacional, podeser numa tasca de fados, no canto deuma rua, há várias maneiras de ir aoencontro do fado. E foi o objetivodeste filme: apresentar uma cidade,um meio e tivemos a sorte de termosvárias figuras emblemáticas do fadoque participaram no filme e a ideiaera de eles partilharem um momentode intimidade, eles próprios darem so-luções ao público, para entrar nomundo do fado. Mas também pessoasanónimas, amadoras, há um mundodo fado enorme e a ideia era dar váriaspistas possíveis».Até a Maire de Paris, Anne Hidalgo,diz o que pensa do Fado, ao lado domusicólogo Rui Vieira Nery.Para além de Lisboa, «há uma parte

filmada no Grand Rex, onde aconte-ceu um concerto com grandes fadis-tas em Paris, mas também vamospara o Porto, porque o fado não é sóLisboa, é também o Porto» diz RubenAlves. «E Coimbra?», pergunta umasenhora na sala. Os dois realizadoresexplicaram que foram filmar a Coim-bra, «até temos uma cena muito inte-ressante de um rapaz que faz umadeclaração de amor a uma rapariga, àjanela da casa dela» explica RubenAlves. «Mas não podiamos pôr tudo.O material que temos dava para umfilme de 10 horas» confirma Chris-tophe Fonseca.«O que é fantástico no fado é que éuma canção que toca a todos. Vi pes-soas que não falam português que seemocionaram de tal forma, a chorarao ouvir fado, sem perceber portu-guês. E isto é a força do fado, é estauniversalidade que fala a toda agente» garante Christophe Fonseca.«Para mim era importante marcar omomento: o que se estava a passar nofado naquele momento, em 2016. OFado é uma música urbana que nas-ceu em Lisboa, mas hoje há novas ge-rações a gostarem do fado, há novasexperiências e era importante dizer oque se estava a passar com o fado, na-quele momento» diz Ruben Alves aoLusoJornal.

Por Carlos Pereira

Sul de França vai ter 20ª edição da Semanado Cinema Lusófono

As cidades de Nice, Cannes, Grasse eMouans-Sartoux, no sudeste deFrança, vão ser palco da 20ª ediçãoda Semana do Cinema Lusófono, de21 a 27 de março, na presença de al-guns realizadores.Em exibição vão estar os filmes«Todos os Sonhos do Mundo» de Lau-rence Ferreira Barbosa, «São Jorge»de Marco Martins, «Cartas da Guerra»de Ivo M. Ferreira, «Menina» de Cris-tina Pinheiro, «A Fábrica de Nada» dePedro Pinho, «Ausência» de ChicoTeixeira, e «Casa Grande» de FellipeBarbosa.Apesar das dificuldades técnicas e fi-nanceiras, o festival vai cumprir 20anos, naquilo que é descrito como

«um milagre», por Pedro da Nóbrega,Diretor do evento.«É um milagre porque temos umapostura de apostar no cinema de autor- e calha bem porque o cinema portu-guês é um cinema de autor -, e tenta-mos dar toda a riqueza das culturaslusófonas. Mas muitos filmes nãopodem ser incluídos, porque não têmtradução ou não têm distribuição emFrança», explicou o Presidente da as-sociação Espace de CommunicationLusophone.Na programação, os filmes «SãoJorge» e «A Fábrica de Nada» mos-tram «a natureza polimórfica das rea-lidades sociais» em Portugal,enquanto «a dimensão africana» estápresente no filme «Cartas da Guerra»,e o Brasil é representado por «Ausên-

cia» e «Casa Grande».A seleção privilegiou também «a me-mória da emigração», com «Todos osSonhos do Mundo» e «Menina», rea-lizados por «duas mulheres com ori-gens portuguesas que souberamencontrar o seu lugar no cinema fran-cês».O festival vai contar, ainda, com espe-táculos de grupos folclóricos locais,portugueses e caboverdianos, na festade 17 de março, em Nice, e com con-certos da brasileira Nina Papa e do ca-boverdiano Carlos Lopes, a 24 demarço, também em Nice.Além da associação Espace de Com-munication Lusophone, o evento é or-ganizado pelas associações Casa diCabo Verde, Festival TransMéditerra-née (FTM) e Lumières des Toiles.

Por Carina Branco, Lusa

Um documentário de Ruben Alves e Christophe Fonseca

Le 14 mars2018

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lusojornal.com

La concertinaa de l’avenir àClermont-Fer-rand

Une soirée de concertina a eu lieu levendredi 23 février, à Clermont-Ferrand (63). Tony Pinot organisedes soirées musicales de «concer-tina» environ tous les deux mois.L’objectif de ce musicien amateurest d’essayer de promouvoir la cul-ture portugaise autour de concer-tinas.C’est une bande de copains musi-ciens amateurs de Clermont-Fer-rand et de ses alentours quiorganisent dans diverses associa-tions des soirées musicales d’ac-cordéon.Cette démarche c’est aussi pourpromouvoir la culture portugaise àleurs manières, en musique, avecdes concertinas autour d’un repasconvivial entre amis.Ce soir-là, 80 invités étaient pré-sents, amis, familles, pour écouterce bel instrument et quelquesnotes de concertinas. Le plus sou-vent des morceaux d’air de musi-ques portugaises déjà connus etappréciés de tous, o Vira, aChula,o Malhão, a Cana Verde, onpeut écouter aussi Desgarrada,Desafio: des chants traditionnels,mais aussi sans oublier le fado,que les plus grands nombres ai-ment entendre.Lors de l’organisation de leur pré-cédente soirée, 120 personnesétaient déjà là pour le plaisird’écouter cette musique. Tony lemusicien, exprima son envie detransmettre sa passion de jouer «aconcertina» et de faire appréciercette musique pleine de traditionauprès de tous.Tony dira que pour lui «l’instru-ment concertina, c’est le Portugal,c’est le soleil, c’est le fado, c’estdesgarrada. Les portugais aimentça! L’instrument concertina, c’estla sœur de l’accordéon».Aujourd’hui, ils sont une quinzaineà jouer de l’instrument. Ils espè-rent bientôt être encore plus nom-breux. On observera que cegroupe de musicien est de toutâge.Tony Pinot a pour projet de créerune association de concertina.Pour le moment, ils n’ont pas d’en-droit pour répéter ensemble, maisTony invite toutes les personnespassionnées de concertina à lesrejoindre. C’est aussi pour lui, unemanière de se retrouver dans unebonne ambiance et c’est avecbeaucoup de chance que j’ai puassister à cette soirée. Et que Tonya célébré la musique à sa manière.

12 ASSOCIAÇÕES

“Jornadas Internacionais dos Direitos das Mulheres”

A associação Luso-Balneolaise orga-nizou, dia 10 de março, as «JornadasInternacionais dos Direitos das Mu-lheres» que tinham como problemá-tica principal «Os Direitos dasMulheres no Mundo Lusófono e emFrança». As Jornadas de reflexão tive-ram lugar na Salle de Quartier Paul-Vaillant Couturier, em Bagneux (92),durante todo o dia e foram seguidasda apresentação da leitura teatrali-zada do livro «Quand Vous Lirez CesMots» de Cristina Branco, com a can-tora Lizzie e Ségolène Point, tendosido já apresentada, no dia anterior, apeça «Florbela, la soeur du rêve» deOdette Branco.O evento contou com o apoio da Mai-rie de Bagneux que foi representadaatravés das presenças da Maire MarieHélène Amiable e da Conselheira mu-nicipal Hélène Cillières. A aberturadas Jornadas contou com as interven-ções da Deputada de Hauts-de-Seine,Lauriane Rossi, do Deputado portu-guês pelo círculo da Europa, PauloPisco, do Adido Social do ConsuladoGeral de Portugal em Paris, Joaquimdo Rosário e da representante da Em-baixada de Cabo Verde, Sandra Lopes.Durante o dia estiveram ainda presen-tes representantes da diplomacia deMoçambique, Angola e de São Tomée Príncipe.Segundo a Presidente da AssociaçãoLuso-Balneolaise, Sónia Ribeiro, aideia destas Jornadas surgiu em pri-meiro lugar de uma vontade de fazer«uma ação que reunisse a maioria dospaíses lusófonos» e após ter feito umapesquisa sobre a situação da mulhernos países lusófonos, sentiu-se revol-

tada e pensou que tinha de «reunirtodos os países para falarmos destaquestão e dar a conhecer o que sepassa à nossa volta e unificarmos asnossas forças, as nossas vozes, comvista a criar um conjunto de reflexõese de ações dentro da medida do pos-sível».Um outro dos objetivos do evento era,segundo Sónia Ribeiro, «fazer parteda programação da cidade» porque«era muito importante integrar aFrança, visto ser o nosso país de aco-lhimento e só com eles é que pode-mos avançar, e esperámos então umano para poder incluir esta temáticana programação da cidade à volta dodia 8 de Março».As Jornadas prosseguiram com umaapresentação das «Novas Cartas Por-tuguesas» das Três Marias por Ade-laide Fins, com a leitura de algunsexcertos pelo público. Sónia Ribeiro,que fez o seu trabalho de Mestradosobre este texto, publicado em 1972,

achou que seria «um bom ponto departida» para a reflexão pois esta obra«é mais do que atual visto tratar detodos os problemas da sociedade taiscomo a violência, a emigração, afome, as guerras, o incesto ou a edu-cação».Foram ainda tratados os temas «AMulher na Sociedade de Hoje», «Tes-temunhos das Vitórias Alcançadas» e«Os Desafios para o Futuro» atravésdas intervenções de oradora(e)s lusó-fona(o)s e francesa(e)s tais como Eu-nice Brito (Associação CHEDA -Crianças de Hoje e de Amanhã deCabo Verde), Anna Martins (Associa-ção Cap Magellan), Crisóstomo Cato-tola (Consulado Geral da República deAngola em Paris), Tamele Tomás (di-plomacia de Moçambique), CristinaSemblano (Conselheira municipal),Altina Ribeiro (Escritora), Luísa Se-medo (Conselheira das Comunidades)e ainda de Douglas Gressieux (Asso-ciação Comptoirs de l’Inde), Inês Pe-

reira (associação Soleil Brillant de SãoTomé e Príncipe) e Nana Camara daFederação nacional GAMS que lutacontra contra a mutilação sexual e ocasamento forçado.Para além dos momentos de debatecom o público as Jornadas foramainda pontuadas por momentos mu-sicais com a artista Ora e a projeçãoda curta-metragem «Ouvre ta Gueule»de Aelita Jacob e Daniel Alfarela, quenos seus discursos de apresentaçãosalientaram a atualidade deste filmerealizado ainda antes do movimentointernacional de denúncia das violên-cias feitas às mulheres, nomeada-mente através dos hasthags #MeTooe #BalanceTonPorc.O objetivo do filme é, segundo os rea-lizadores, que as pessoas que são tes-temunhas de violência denunciemesses casos para poder salvar vidas.A Presidente Sónia Ribeiro declarouao LusoJornal estar satisfeita com oresultado pois «o balanço é muito po-sitivo, os media franceses também seinteressaram pelo evento» e já há pe-didos para uma segunda edição eoferta de parcerias, nomeadamentepor parte da RTL. Agora «o objetivo écontinuar».A Associação Luso-Balneolaise éuma associação sediada em Bag-neux que tem como objetivos prin-cipais a promoção e a divulgação dacultura portuguesa e da lusofonia.Para além de aulas de língua portu-guesa gratuitas aos sábados, das14h00 às 17h00, a associação or-ganiza eventos culturais e artísticosao longo do ano.

Contacto: [email protected] https://lusobalneolaise.wordpress.com

Organizadas pela associação Luso-Balneolaise

Por Luísa Semedo

Le 14 mars 2018

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Ozoir: LúciaAraújo, DanInger et AltinaRibeiro invitésde l’associa-tion Gaivota

L’association Gaivota, en collaborationavec «Talents d’Ozoir» et avec le sou-tien de Fidelidade, a présenté, le sa-medi 10 mars, à Ozoir-la-Ferrière(77), en Seine-et-Marne, un voyagemusical autour de l’Océan Atlantique.La salle Belle Croix a tout d’abord ac-cueilli Lúcia Araújo qui a emmené lepublic à Lisboa à travers les plusbeaux fados, accompagnée par laguitare portugaise de Filipe de Sousaet celle de Nuno Estevens. Une am-biance cabaret autour d’un verre quis’est rapidement transformée en unmoment très festif grâce à l’énergie etla générosité de la chanteuse et deses deux musiciens.Le public, conquis par cette premièrepartie, a pu ensuite continuer sonvoyage avec Dan Inger dos Santos,accompagné par Red Mitchell à laguitare, Jean-Luc Pagni à la basse etflûte ainsi que Paulo de Sá Ferreiraaux percussions. Le groupe a littéra-lement mis le feu à Ozoir!Altina Ribeiro était également pré-sente pour dédicacer ses ouvrages etnotamment la biographie de DanInger «Trois notes de blues pour unfado», co-écrite avec le musicien. Celivre a été publié à l’occasion de la sor-tie du nouvel album compilation duchanteur «20 ans» qu’il a eu le plaisirde dédicacer à tous ceux qui ont dé-siré poursuivre le voyage musical au-delà de la soirée.

Miguel Tavares et leTLM Volleyremportent laCoupe deFrance

Miguel Tavares et le Tourcoing rem-portent la Coupe de France de volleyaprès un match qu’on pourra qualifierde renversant contre Chaumont, leChampion de France de la saison2016-2017. Les deux premiers setsont été remportés par Chaumont par25-19 et 26-24.Tourcoing revient du vestiaire avecdétermination et l’envie de ramener laCoupe dans le Nord. Les sets s’en-chaînent et Tourcoing remporte le3ème set par 25-22, le 4ème par 25-20 et pour finir le set décisif par 15-12.

14 ASSOCIAÇÕES

France Portugal d’Oloron: 30 ans d’existencerécapitulés en Assemblée Générale

L’Assemblée Générale de l’AssociationFrance-Portugal-Europe d’Oloron SteMarie (64) s’est tenue samedi dernier,le 24 février, dans ses locaux, pour pré-senter son Rapport moral, Financier etrécapitulatif de toutes ses Activités surl’année 2017.Devant ses fidèles adhérents souventde longues dates, les bénévoles régu-liers, ainsi que les membres du sonConseil d’administration, Elsa Godfrin,la Présidente, a mis l’accent sur l’an-née passée où ont été fêtés les 30 ansd’existence de l’association.30 ans de vie animée et riche, tant cul-turellement que socialement, où plusd’une centaine de manifestations d’en-vergure ont permis de faire connaîtreet apprécier le Portugal auprès de laville, le département des Pyrénées At-lantiques et la région Aquitaine.

L’implication de Soldats portugais lorsde la première Guerre mondiale, dansle nord de la France, des juifs et nonjuifs portugais déportés au Camp deGurs, et de la main d’œuvre portugaisedès la paix rétablie, a marqué profon-

dément les manifestations proposéeslors de l’année 2017.Cette implication ayant contribué à lareconstruction de la France et à la miseen place progressive du puzzle de l’Eu-rope.

Vide-grenier, participation à la Fête dela musique, au Salon du livre, à la Fêtede l’Europe, organisation de la Confé-rence de Manuel Dias Vaz, accueil dunouveau Consul du Portugal à Bor-deaux Marcelo Vaultier Mathias lors del’exposition des œuvres de FernandoCosta, ont contribué largement à main-tenir la qualité de l’esprit associatif,culturel, tourné tant vers l’histoire quel’avenir.L’Association France Portugal Europeentend persévérer dans cette directionen entamant sa 4ème décennie afin detransmettre le flambeau et assurer unerelève qu’elle espère plus jeune et mo-tivée.D’ici là, les amoureux du Portugal ouceux qui ne le connaissent pas encore,trouveront toujours auprès de l’associa-tion toute aide pour organiser sesvoyages, se cultiver, créer des liens so-ciaux ou d’amitiés très sûrs.

Elsa da Fonseca Godfrin est la Présidente de l’association

Por Gracianne Bancon

Johnny et Mike da Gaita à Roubaix

De mémoire de spectateurs, il y a bienlongtemps que la salle de Watremez,à Roubaix, ne remplissait pas commece samedi 10 mars, pour un spectacleorchestré par Alfaprod, Paulo Matos etCarlos Guerra.Il y a eu la fête. Pour l’animer les ré-gionaux «Sol Do Portugal», l’orchestreKapa Negra, Johnny et pour terminerMike da Gaita. Programmé de longuedate, le spectacle était très attendu.Les Portugais du Nord, qui se plai-gnent d’être parfois mal informés, là ily a eu tout un travail en amont. Voilàla preuve que, si l’on se donne lesmoyens, les choses peuvent plutôtbien se passer.Comme dans toute belle histoire, ilfaut une certaine dose de suspens, àcommencer avec, dirions-nous, uncertain temps de retard... le spectacle.La faute? Les caprices du camion quetransportait le matériel techniqueentre la région parisienne et Roubaix.La mise en place du matériel a pris duretard, il y a eu peu de préparationpour les artistes.Le bar a été tenu par le groupe «SolDo Portugal», et comme la demandede poulets, sandwiches et autres ac-compagnements liquides était forte, legroupe de chants alentejanos qui de-vait ouvrir le spectacle, a pris du re-tard…Avantage: les spectateurs étant rassa-siés, il ne leur manquait plus qu’à tirerprofit du spectacle et même pas peurpour des problèmes de glycémie... lemarathon de danse pouvait commen-cer, les sucres lents étant consommésbien avant l’effort. En cas de pro-blème... un ravitaillement était possi-ble. Le bar est resté ouvert toute lanuit, toutefois il fallait se contenter dece qui restait, tellement la demande aété forte.Vers 21h30, sur scène, le groupe «SolDo Portugal» dirigé par Mickael et sonpère, ont fait vibrer le public avec cechant si particulier, qu’il est devenu«Patrimoine Immatériel de l’Huma-

nité». Ce sont des chants que sortentdes tripes et quand écoutés en silence,a comme réaction, de la part du spec-tateur, «la chair de poule». Eux quipendant toute la journée ont grillé,grillé... en milieu de soirée il y en avaitplus.José Freitas présente la suite du pro-gramme, avec l’orchestre Kapa Negra.Une belle surprise, avec des musi-ciens, chanteurs et danseuses à lahauteur de l’événement. Et voila queles spectateurs s’échauffent: les tablesétaient bien distribuées permettant

aux spectateurs d’avoir beaucoup d’es-pace pour danser.Johnny... Johnny... Johnny. Johnny ar-rive. Avec une mise en scène étudiée,programmée: le chanteur chante, tan-dis qu’au fond de la scène défilent lesimages, des clips de ses chansons. Ons’approche de la scène, des portabless’allument, quelques chansons de-viennent plus intimistes: Johnny s’as-soie sur un tabouret. Au même tempsqu’il chante, il entame un dialogueavec sa guitare. Des enfants le rejoi-gnent sur scène: un bon souvenir

qu’ils garderont de ce 10 mars 2018.Pour bien finir la soirée, Mike da Gaitaavec son accordéon et ses danseuses.Ces dernières avec ses mains et brasqui bougent, qui bougent... nous fontpenser à des vraies boxeuses, tandisque Mike da Gaita parcourt toute lascène avec l’instrument... qui doit toutde même peser quelques kilos: un vraicombat sur scène, tandis que plus basles couples dansent: un autre combatdont quelques-uns se priveront, préfé-rant rester assis pour mieux apprécier.À la fin du spectacle, vers 2h15 dumatin, la salle est encore bien remplie.Johnny et Mike da Gaita enchaînentphotos et autographes, eux qui pour lapremière fois chantaient dans la ré-gion.Citons ici les sponsors de la soirée. Euxaussi, à leur façon, ont contribué ausuccès du spectacle: la Banque BCP,ORPI, Nord Dallages et Protec StoresAlarmes.Pas de problèmes de sécurité.Des soirées comme cela: on en rede-mande...

Par António Marrucho

Le 14 mars 2018

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Gabriel Marques

Par António Marrucho

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Boa notícia

O grão de trigoEncontramos no Evangelho dopróximo domingo, dia 18, umJesus angustiado e triste: «Agora aminha alma está perturbada. Eque hei-de dizer? Pai, salva-Medesta hora? Mas por causa disto éque Eu cheguei a esta hora. Pai,glorifica o teu nome». Apesar detrês anos de pregação e ensina-mento, Jesus sabe que poucoscompreenderam o sentido pro-fundo da sua mensagem. Sabetambém que a sua hora está pró-xima. Na pergunta «Que hei-dedizer?» podemos intuir a tentaçãode fugir à morte horrível que o es-pera no monte Gólgota (quanto éhumano o Deus que nasceu emBelém!). Mas Jesus enfrenta essemedo recordando a missão e oprojeto de salvação que lhe foiconfiado pelo Pai.Quando entrou em Jerusalém,muitos saudaram-n’O com o títulode “rei de Israel”… Ele aproveitaessa deixa e propõe uma metá-fora, que explica a “glória” e a re-denção escondidas no destino dacruz, que brevemente enfrentará:Eu sou o grão de trigo que cai naterra e morre! E a minha glória édar a vida para que os frutos pos-sam germinar. Para que uma novavida (mais bela, mais “abun-dante”) possa nascer.Jesus não é um suicida. A suamorte é um verdadeiro homicídio,consequência da sua luta sem tré-gua contra as forças de ódio e depecado que oprimiam a Palestinado seu tempo. Tentaram silenciá-l’O e dispersar os seus discípuloscom uma morte escandalosa e hu-milhante na cruz. Mas Jesus re-dime a violência da crucificação etransforma aquele momento deaniquilamento na sua supremalição. Durante três anos Jesusfalou. Na Páscoa as palavrastransformam-se em vida: vida quese doa. O Verbo faz-se carne… emorre por nós.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Honoré d’Eylau71 rue Boissière75116 Paris

Domingo às 9h30

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Le 14 mars2018

Jusqu’au 15 mars Exposition de photos «La vallée du Douro, dans lespas de Miguel Torga. Un royaume merveilleux» deDominique Stoenesco, au Consul Général du Por-tugal à Paris, 6 rue Georges Berger, à Paris 17.

Du 22 au 25 mars Dans le cadre de «Drawing Now Paris», le salondu dessin contemporain, présence des galeriesportugaises Baginski (avec des dessins d’Ana Vi-digal) et de la galerie Filomena Soares (avec desdessins de Helena Almeida, Didier Faustino, BrunoPacheco et Pedro Barateiro). La Carreau du Tem-ple, 4 rue Eugène Spuller, à Paris 03.

Jusqu’au 26 mars Exposition «Chiado, Carmo et les apparitions deFaust». Commissaire José Quaresma. Maison duPortugal - André de Gouveia, 7P bd Jourdan, àParis 14.

Jusqu’au 30 mars Exposition Les Vitrines de l’atelier des artistes enexil, présentée par le Ministère de la culture, avecscénographie de Maria Loura Estevão, au PalaisRoyal, passage Valois, côté jardin, et au 5 rue Valois,à Paris 1.

Jusqu’au 21 avril «Loaded Shine», la première exposition person-nelle de Paulo Nozolino à la Galerie Les Filles duCalvaire, 17 rue des Filles du Calvaire, à Paris 03.

Du 19 mars au 23 avril Exposition “Coral - Un livre, une couverture - 24 il-lustrateurs du Portugal”. Présentation conçue parJúlio Dolbeth avec les éditions Chandeigne, en par-tenariat avec la Fondation Calouste Gulbenkian,Abysmo et la ville de Porto. Fondation CalousteGulbenkian, 39 boulevard de la Tour Maubourg, àParis 7.

Le mercredi 14 mars, 18h30 Rencontre luso-brésilienne «Quel regard la littéra-ture portugaise et brésilienne porte-t-elle sur les évé-nements majeurs de l’histoire occidentale?» Avecles écrivains João Pinto Coelho et Rafael Cardoso.Fondation Calouste Gulbenkian - Délégation enFrance, 39 boulevard de la Tour Maubourg, àParis 07.

Le samedi 17 mars, 15h00 Présentation du livre «Terras de Monte Longo»,conçu et réalisé par Daniel Bastos à partir de photosde José de Andrade. Préface de Gérald Bloncourt.Portologia, 42 rue Chapon, à Paris 03.

Le jeudi 22 mars, 18h00 Présentation des livres «Visages de l’immigration»et «Rostos da emigração» de Joaquim TenreiraMartins, ex-fonctionnaire du service social et juri-dique de l’Ambassade du Portugal à Bruxelles.

Présentation par Carlos Pereira, journaliste, Direc-teur de LusoJornal, et par Albino Lopes, professeur.Consulat Général du Portugal, 6 rue Jorge Berger,à Paris 17.

Le jeudi 22 mars, 18h00 Conférence de Sérgio Sousa de l’Université deMinho sur «La nudité de la guerre chez AntónioLobo Antunes». Fondation Calouste Gulbenkian -Délégation en France, 39 boulevard de la TourMaubourg, à Paris 07.

Le jeudi 15 mars, 19h00 Performance de danse de la chorégraphe et dan-seuse Sofia Fitas intitulée «Que ser?». Casa de Por-tugal - André de Gouveia, 7P boulevard Jourdan, àParis 14.

Du 12 au 17 mars Focus Portugal au Dãnsfabrik, Festival de Brest,concocté par Tiago Guedes avec des figures de lanouvelle génération de chorégraphes portugais:Vera Mantero, Cláudia Dias, Marco da Silva Fer-reira, Jonathan Uliel Saldanha et Ana Rita Teodoro.Le Quartz - Scène nationale de Brest, Square Beet-hoven, 60 rue du Château, à Brest (29).

Du 12 au 15 mars «By Heart» de Tiago Rodrigues. Le Parvis - Scènenationale Tarbes Pyrénées, route de Pau, à Ibos(65).

Du 1er au 28 mars «Bovary», mise en scène de Tiago Rodrigues auThéâtre de la Bastille, 76 rue de la Roquette, àParis 11.

Le samedi 17 mars, 18h00 Hommage à Manoel de Oliveira autour de son film«L’étrange affaire Angelica», en collaboration avecle Festival «L’Europe autour de l’Europe». Maisondu Portugal André de Gouveia, 7P boulevard Jour-dan, à Paris 14.

Du 19 au 24 mars Dans le cadre du Festival international du Filmd’Aubagne, présentation du court métrage «A So-nolenta» de Marta Monteiro, en compétition «Ani-mation» 2018. Carte blanche à FernandoVasquez, programmateur de FEST - New Directors| New Films Festival (Espinho) qui présentera 6courts métrages primés dans son Festival. AAubagne (13).

Du 21 au 27 mars 20ème Semaine du Cinema Lusophone, organisépar l’Espace de communication lusophone. Au Ci-nema Mercury de Nice (06), à la MJC Picaudde Cannes (06), au Cinema La Strada deMouans Sartoux (06) et au Cinema Le Studiode Grasse (06).

Du 23 mars au 1er avril Dans le cadre de la 40e édition de Cinéma duRéel, festival international de films documentairesorganisé par la Bibliothèque Publique d’Informa-tion du Centre Pompidou, projection du film «TerraFranca» de Leonor Teles (en compétition interna-tionale). Dans la section Ir/réel présentation du film«Spell Reel» de Filipa César et de la performance«PALMISTRY». Centre Georges Pompidou, PlaceGeorges Pompidou, à Paris 04.

Le vendredi 16 mars, 20h30 Spectacle Sud-Express, de et avec Filipe de Sousa(guitarra) et Nuno Estevens (viola), Clarisse Catalino(accordéon), Mónica Cunha (chant) et GéraldineBic (conteuse). Salle Canelas, 23 rue Camelinat, àPierrefitte-sur-Seine (93). Réservations obligatoires www.visevent.com

Le samedi 17 mars Dîner fado avec Tony do Porto et Lúcia Araújo, ac-compagnés par Manuel Corgas (guitarra) et Casi-miro Silva (viola). Le Liautey, 6 place Liautey, àVersailles (78). Infos: 01.39.50.20.65.

Le samedi 17 mars, 19h15 Dîner fado avec Mónica Cunha et Joaquim Cam-pos, accompagnés par Manuel Miranda (guitarra)et Ana Luisa (viola), organisée par l’Association por-tugaise de Bois d’Arcy. Salle de la Tremblaye, ruedu parc, à Bois-d’Arcy (78). Infos: 06.07.44.09.69.

Le samedi 17 mars Fado avec Ricardo Ribeiro. En première partie: Liz-zie. Le Sax, à Achères (78).

Le samedi 17 mars, 19h00 Concert de fado avec Tereza Carvalho, accompa-gnée par Lino Ribeiro et Pompeu Gomes, organisépar l’association Mogadouro no Coração à l’EgliseSaint Martin, 2 rue de Montmorency, à Groslay(95). Infos: 06.50.11.32.01.

Le dimanche 18 mars, 16h00 Les rencontres mensuelles de Gaivota: fado, chan-son, poésie, peinture, littérature et petiscos! Invitée:Mónica Cunha. Château Lorenz, Salle polyvalente,11 avenue Georges Clemenceau, à Bry-sur-Marne (94). Infos: 06.64.13.48.94.

Le mercredi 21 mars, 19h30 Fado avec Lúcia Araújo, accompagnée par Filipede Sousa (guitarra) et Nuno Estevens (viola). Pré-sentation de Jean-Luc Gonneau. Portologia, 42 rueChapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le vendredi 23 mars, 19h00 Soirée Fado par les étudiants du Grupo de Fadoda ISEP (Porto), organisée par l’association Luso-Poissy, en partenariat avec la Maison de quartierde club Saint Exupéry. Espace Claude Vanpoulle,40 rue Saint Sébastien, à Poissy (95). Entrée Gratuite.

Le samedi 24 mars, 21h00 Soirée Fado sur “Les origines du Fado” avec Mó-nica Cunha et Joaquim Campos, accompagnéspar Filipe de Sousa, Casimiro Silva et PhilippeLeyba, organisée par le Centre Culturel des Portu-gais. Théâtre de l’Agoreine, 63 bis boulevard duMaréchal Joffre, à Bourg-la-Reine (92). Infos: 06.08.99.13.75.

Le lundi 26 mars, 21h00 Fado de Coimbra avec le Grupo de Fado da Uni-versidade de Engenharia do Porto, organisé parl’Association du Nord au Sud. Salle La Vague, 5bis rue de la forêt, à Saint Brice-sous-Forêt(95). Entrée libre. Infos: 06.71.26.57.65.

Le vendredi 16 mars Concert de Lisbonne Café à La Boîte à Gants, àLyon (69).

Le samedi 24 mars, 19h00 15ème anniversaire de l’émission de radio BomDia Portugal avec Flor, Orquestra Carlos Pires, BelitoCampos, Inv3rsus, Nelson Costa et Rui Lima. Pré-sentation de Carlos Tavares. Avec dîner. SalleGeorges Brassens, à Villeneuve Saint Germain(02). Infos: 06.84.78.28.53.

Le samedi 24 mars, 21h00 Spectacle avec Céline, David Garcia et le groupeEnigma pour ses 5 ans. Salle Montission, avenueJacques Douffiagues, à Saint Jean-le-Blanc (45).

Le samedi 24 mars, 19h00 Bal du Printemps organisé par le GroupeFolklorique Saudades de Montpellieravec Bruno Santos et Duo Lusitano. Mai-son des Rapatriés, près du quartier MasDevron, 31 rue Emile Chartier dit Alain,à Montpellier (34).

Le dimanche 18 mars, 14h00 1er Festival de folklore organisé par l’As-sociation franco-portugaise de Cormeilles-en-Parisis et par son groupe de folkloreCoração em Portugal. Déjeuner sur réser-vation. Salle des Fêtes, rue Emy-les-Prés,à Cormeille-en-Parisis (95). Entrée gratuite.

Le dimanche 18 mars, 14h30 Festival de folklore organisé par le Centre CulturelPortugais Paix et Vivre Ensemble, avec lesgroupes: CCP Paix et Vivre Ensemble d’Ar-genteuil, Tradições do Alto Minho de SaintMichel-sur-Orge, Aldeias de Portugal deFontenay-sous-Bois, AFP Primavera deCréteil, Danças e Cantares de Montesson,Os Minhotos Unidos de Noisy-le-Sec et As CincoQuinas de Puy-en-Velay. Salle Jean Vilar, 92 bou-levard Heloïse, à Argenteuil (95).

EXPOSITIONS

FOLKLORECONFÉRENCES

FADO

CONCERTS

THÉÂTRE

DANSE

CINEMA

SPECTACLES

Page 16: João Costa Ferreira edita CD com obras de Viana da Mota · 02 ENSINO Le 14 mars 2018 LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS,

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