Jornal ABD Julho

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newsletter Ano 6 - Julho 2011 - N°27 - Publicação ABD - Associação Brasileira de Designers de Interiores Neide Senzi aborda a importância dos projetos de iluminação. | pág 3 | Entrevista | | Associados | Como convencer o cliente sobre a importância de acompanhar a obra. | pág 8 | Comportamento | Qual papel o design de interiores desempenha na sociedade? | pág 7 Novas tendências invadem o banheiro contemporâneo A participação direta do cliente nos projetos, aliada à grande variedade de produtos disponíveis no mercado, torna indispensável a presença do Designer de Interiores como especi cador. (Pág 4 e 5) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . newsletter_ed51.indd 1 newsletter_ed51.indd 1 17/8/2011 13:24:30 17/8/2011 13:24:30

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newsletterAno 6 - Julho 2011 - N°27 - Publicação ABD - Associação Brasileira de Designers de Interiores

Neide Senzi aborda a importância dos projetos de iluminação. | pág 3

| Entrevista | | Associados |Como convencer o cliente sobre a importância de acompanhar a obra. | pág 8

| Comportamento |Qual papel o design de interiores desempenha na sociedade? | pág 7

Novas tendências invadem o banheiro contemporâneo

A participação direta do cliente nos projetos, aliada à grande variedade de produtos disponíveis no

mercado, torna indispensável a presença do Designer de Interiores como especifi cador. (Pág 4 e 5)

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4° Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte Associados ABD têm 10% de desconto no BOOMSPDESIGN, que acontece de 29 de agosto a 02 de setembro no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e no D&D Shopping. Transmitir ideias, inovar conceitos: esse é o tema do evento que reúne nomes consagrados no mercado nacional e internacional. Não deixe de participar!

ABD ES de casa nova

O projeto de remodelação da Regional do Espírito Santo segue o objetivo da Diretoria, de oferecer espaços que permitem a convivên-cia de seus membros. A associada Marília Torres foi responsável pelo acompanhamento da obra de reforma, que contou também com a contribuição de diversos fornecedores. A ABD agradece os patrocinadores (ALVOMA, BRIDI MADEIRAS, D & D. ELETROTINTAS, EMIDIO PAIS, GESSO APOLO, PEDREGAL, PORTOBELLO SHOP, VAG-NER GUERRERO, SUVINIL e VIDRAÇARIA AVENIDA) e os apoiadores (ANA PAULA CASTRO, COMPOSÉ, HD CORTINAS, KILUZ /ELETROTEM MATERIAL ELÉTRICO, STYLLUS FERRAGENS e TOK STOK).

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ABD na Morar Mais RJ

A ABD marca presença na mostra Morar Mais por Menos, que acon-tece no Rio de Janeiro de 31 de agosto a 09 de setembro. As asso-ciadas Joana DiMarino e Andrea Penna são as responsáveis pela ambientação de um café. Dentro do espaço também serão apre-sentadas palestras e bate-papos com convidados para associados ABD. Uma das paredes do café foi disponibilizada para que as as-sociadas Solange Mello e Aninha Machado montassem um painel para expor o produto inovador desenvolvido por elas: o Slim Plastt, um revestimento plástico leve e de fácil aplicação.

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Design sustentável no MuBA

Cor, materialidade e sustentabilidade é o nome da mostra de Fernando Jaeger no Museu Bela Artes de São Paulo, que ocorre até 12 de agosto. O designer expõe algumas de suas prin-cipais criações, caracterizadas por traços limpos e enxutos. O modelo de produção artesanal prioriza o uso de madeira de refl orestamento e outras técnicas sustentáveis.

A Vice-Presidente Renata Amaral (à direita) prestigia a inauguração do espaço, junto à associada ABD Marília Torres

| Agenda ABD | | Conexão ABD |

Agosto e Setembro

Palestra ABD BA: Como projetar clínicas odontológicas04/08 – Salvador22/08 – Rio de Janeiro

Roadshow 2011 - Pedrão e os Neurônios Virgens04/08 – Curitiba11/08 – Vitória25/08 – Goiânia01/09 – Recife

Brasil Móveis - Feira Internacional09/08 a 12/08 – São Paulo

Encontro ABD: Revestimentos em fórmica: Uso do material para ambientes diferenciados 09/08 – Belo Horizonte

Casa Cor 201120/08 a 04/10 – Nova Lima

House & Gift Fair South America - Feira Internacional27/08 a 30/08 – São Paulo

BOOMSPDESIGN - Fórum de Arquitetura, Design e Arte29/08 a 02/09 – São Paulo

Palestra ABD: Como usar Iluminação Wireless17/08 – Rio de Janeiro30/08 – Curitiba

Mostra Morar Mais Por Menos31/08 a 09/10 – Rio de Janeiro

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“Iluminação: um coadjuvante da Arquitetura e do Design de Interiores”

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Como é a sua forma de atuação? Você tra-balha em parceria com outros profi ssionais?Sem dúvida, acredito na célula criativa, onde cada um par-ticipa com seu expertise e acrescenta toques de criativi-dade e ideias para o todo do projeto. A discussão criativa com os autores do projeto é fundamental na associação das informações e na qualidade do resultado fi nal.

Com relação ao mercado de trabalho, fora dos grandes centros, a resistência do mer-cado a projetos de Lighting Design ainda é grande. Qual a situação atual e as perspec-tivas para o Lighting Design aqui no Brasil fora dos grandes centros?Tenho obtido informações dos designers sobre a difi cul-dade no comportamento do cliente em contratar diferentes profi ssionais para atender ao seu projeto e pagar por isso. Ele ainda entende que o arquiteto deva ser generalista e não que estamos diante de um processo de especialização na nossa área de atuação.

A utilização de fontes de luz deve ser pro-jetada, antes de tudo, para resultar em uma visibilidade adequada, tanto na totalidade do ambiente quanto em setores indepen-dentes. Como adaptar corretamente a luz com o ambiente, levando em consideração fatores como cores, texturas e mobiliário?Não há dúvida da relação da percepção visual através do uso da luz, que deve ser correto para executar tarefas e exercer as funções que requerem o ambiente. A luz só é percebida através das superfícies de refl exões, portanto te-

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Com diversos prêmios em sua carreira, Neide Senzi aborda a importância do Lighting Design.

mos que compartilhar das informações de cores e revesti-mentos dos espaços para melhor entender o resultado que se deseja, isso consequentemente já nos induz ao projeto compartilhado, feito a quatro mãos.

O que mais difi culta a iluminação: a técnica ou a falta de criatividade?Esta é uma boa controvérsia, pois tenho visto projetos de luz onde houve a intenção de criar efeitos inusitados e diferen-ciados, mas se pecou na escolha errada do equipamento, da lâmpada e até no posicionamento da luminária. Acredito também na relação inversa: apenas técnica sem criatividade resulta também em ambientes pobres visualmente.

Em tempos de sustentabilidade, como priori-zar a economia nos projetos de iluminação?É preciso levar em consideração a qualidade da luz no uso de equipamentos e lâmpadas de maior rendimento e efi ciência, inclusive quantifi car adequadamente os pontos de luz para não haver excessos e pontos desnecessários.

Hoje temos à disposição novas tecnologias, como as lâmpadas LED. De que forma essas tecnologias podem revolucionar e inovar os projetos de iluminação?Temos que ser prudentes na sua escolha considerando principalmente a informação sobre a origem deste mate-rial, pois nem sempre resulta no efeito e na durabilidade pretendida. Acredito que depois que esta euforia passar vamos nos direcionar pela classifi cação dos bons produtos que nos atenda à real expectativa desta nova tecnologia, que ainda está em desenvolvimento.

A Arquiteta e Lighting Designer Neide Senzi, especialista pela Penn State University, nos EUA, é autora do livro Ima-gens da Luz, lançado na Feira Light + Building na Alemanha. Professora de curso de Pós Graduação, Neide é consagrada com importantes prêmios do gênero como: Geniuz – Prêmio General Eletric de Iluminação, Prêmio Máster de Iluminação do II Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa da Flex Even-tos e o Prêmio ABILUX - Associação Brasileira da Indústria da Iluminação, pelos projetos da Loja TIM e Hospital Paulistano. Em seu portfólio estão importantes projetos, como o Parque do Carandiru, Parque Hopi Hari, Museu do Ipiranga e os hos-pitais Albert Einstein e Benefi cência Portuguesa.

| Entrevista |

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Uma verdadeira revolução em banheiros

O banheiro deixou de ser apenas um espaço funcional, sen-do transformado em um atrativo entre os ambientes de um projeto. Ganhou status e nos dias atuais, tem à disposição inúmeras opções de materiais e revestimentos. As mudan-ças também incluem diferenças de infra-estrutura de insta-lação. Produtos com tecnologia LED, por exemplo, requerem ponto de energia. Esse tipo de projeto deve ser feito com rigoroso planejamento, atentando a esses detalhes, para evi-tar estragos e quebras posteriores. Por isso, a ABD convidou Fátima Barnabé (foto), Arquiteta responsável pela área de eventos da Deca, para prestar consultoria técnica. Confi ra!

Se antes a especifi cação era uma das últimas etapas do projeto, hoje é a base para a execução dos pontos de instalação.

Planejamento sem pesquisa de hábitos e gostos do cliente.

Falta de um estudo criterioso do espaço, para buscar as melhores opções de louças e metais.

Os materiais não se adéquam às condições técnicas do banhei-ro, como pressão da água e rendimento de aquecedor.

Escolher a cuba sem prestar atenção aos metais.

Nem sempre os espaços mínimos respeitados no projeto garantem conforto para as divergências de alturas e pesos.

Se a ventilação não for muito bem pensada, pode gerar problemas gerados por umidade e fungos. Tudo vai depend-er do posicionamento na casa e da ventilação natural do ambiente interno e externo.

Mercado

No início dos anos 90, o banheiro era um ambiente evitado pelos Designers de Interiores. Zona de problema, diziam. Muita difi culdade em lidar com diferentes situações que exigem cuidados especiais. Nessa época, no composto do faturamento de um escritório, menos de 50% vinha do proje-to ou reforma de banheiros. Hoje, cada vez mais, os clientes investem nesse ambiente. Não só o lavabo instalado na área social ganhou status, mas o conforto tomou conta do ban-heiro na suíte máster e nos demais espaços da casa. Uma revolução que exige mais carinho na hora de projetar.

Sustentabilidade

A tecnologia deve ser usada a favor do meio ambiente. O projeto precisa ter mecanismos ecologicamente corretos, evitando o desperdício de sabão, papel e principalmente de água, recurso natural limitado e com risco de escassez. Instalar torneira com temporizador, válvulas inteligentes nas descargas, uso de energia solar para o aquecimento da água e chuveiros com dispositivos internos que aumentam a pressão da água e diminuem a vazão levam a uma econo-mia considerável no fi nal do mês. A utilização de lâmpadas LED reduz 80% dos gastos com energia, comparado às lâm-padas tradicionais. Os vidros devem ter prioridade, para que a luminosidade natural seja aproveitada ao máximo. A Deca tem em seu catálogo produtos com foco no binômio inova-ção e sustentabilidade, como por exemplo, um mictório que permite economizar mais de 100.000 litros de água por ano. Assim, é possível diminuir gastos no banheiro, local que mais consome água dentro de uma residência.

Pontos Críticos

Instalações

Cada vez mais as louças e metais demandam pontos de água e esgoto específi cos. Veja detalhes sobre itens es-senciais nos projetos de banheiro:

| Mercado |

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Cuba

No passado, as cubas podiam ser de sobrepor, de embutir ou de semi-encaixe, isto sem falar nos tradicionais lavatórios com coluna. Estes modelos demandavam mis-turadores de mesa e tinham pontos de sifão basicamente iguais. Agora, nada pode ser feito na obra sem a defi nição do modelo da cuba e do tipo de torneira ou misturador que será associado a ela. Os pontos de água e de sifão, e a bancada pas-sam a ter alturas variáveis em fun-ção da cuba a ser adotada.

Bacia sanitária

Quando se falava em bacia sani-tária convencional, com válvula de descarga embutida, os pontos de instalação seriam sempre os mes-mos, independente do modelo. Hoje, a bacia convencional pode ter saída de esgoto na parede ou ser suspensa - que também precisa de um sistema de fi xação específi co, através do embutimento de um su-porte metálico. O assento, antes um item colocado como um acessório, agora pode ser eletrônico com múlti-plas funções, como: aquecimento do assento e da água e duchas pro-gramáveis integradas.

Chuveiro

O banho deixou de ser uma neces-sidade básica e passou a ser um ritual do dia-a-dia. Hoje, as opções são muitas: chuveiro de parede, de teto, com cromoterapia, com ducha manual. Com tamanha diversidade de produtos, é natural que os pontos de instalação variem. O chuveiro com cromoterapia demanda a execução de pontos elétricos específi cos. No caso dos de parede, a ducha manual vem do mesmo ponto do chuveiro, que deverá ter um desviador. Se a opção for pelo de teto, é preciso um ponto separado para a ducha, com comandos independentes.

O banheiro contemporâneo abusa da tecnologia a serviço do bem-estar. As TVs de LCD são colocadas nos painéis em locais com bastante visibilidade.

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Legislação: Todo projeto deve ser desenvolvido atendendo a algumas normas de órgãos reguladores relacionados, como: RDC-50, RCD-189, Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal - Código de Obras, Vigilância Sanitária - Plano de Gerenciamen-to de Resíduos Sólidos e Conselho Regional de Odontologia.

Dimensão: A clínica deve ser dimensionada para a deman-da de atendimento, além de levar em consideração, várias outras condicionantes como: espaço físico existente, local onde está inserida, perspectiva de crescimento, número de profi ssionais no local. Salas clínicas projetadas para mais de uma cadeira (de ortodontia, por exemplo) devem ter no mínimo 6 m² por cadeira e uma pia a cada duas cadeiras.

Interiores: Além de assegurar a funcionalidade, o proje-to deve priorizar o conforto e o bem-estar dos usuários. Promover ambientes atrativos e personalizados, que pri-orizam formas, imagens e cores, contribui para deixar o paciente mais relaxado e confortável.

Iluminação da sala de espera: O ideal é que ela tenha ilu-minação natural, se não for possível elaborar um projeto de iluminação que promova conforto aos pacientes. Na ilumina-ção artifi cial, calcule em torno de 15w/m2 e dê preferência a lâmpadas que criem um ambiente mais aconchegante e menos branco, com luminárias mais decorativas.

Data

04/08

22/08

20/09

04/10

18/10

26/10

Local

Salvador

Rio de Janeiro

Goiânia

Curitiba

Salvador

São Paulo

Agenda

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Projetos para clínicas odontológicas: um desafi o que reúne tecnologia e bem-estar

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O profi ssional formado em alguns dos 200 cursos de odontologia existentes hoje no Brasil provavelmente irá montar seu con-sultório ou clínica. Arquitetos e Designers de Interiores devem estar atentos a esse mercado em expansão, sem esquecer os cui-dados específi cos que esse tipo de projeto exige. Confi ra algumas dicas de Alexandre Gimenes Pillmann, especialista em vendas de Equipamentos e Instrumentos Odontológicas da Olsen S/A, e palestrante do roteiro “Como projetar clínicas odontológicas”, que percorre todas as Regionais ABD em 2011. Veja o calendário abaixo e não fi que fora dessa!

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O design de interiores e a consciência socialEm tempos de violência urbana, de ausência de lideranças políticas ou culturais e de valorização da individualidade como modelo ideal de comportamento social, qual o papel que o design de interiores desempenha na melhoria da sociedade?

Um projeto de arquitetura ou de interiores pode ser uma ex-celente oportunidade para manifestar valores condizentes com uma vida socialmente mais responsável. No caso de uma família, o exercício do projeto representa uma excelente opor-tunidade para valorizar o processo democrático na análise de alternativas e na tomada de decisão. Essa conduta no am-biente familiar vai preparar os indivíduos para o convívio em grupo. As atitudes totalitárias de um membro da família, em geral de um dos pais, cria nos fi lhos sentimentos negativos ou posturas agressivas em situações similares em sociedade.

Outra contribuição é valorizar os ambientes onde a con-vivência em família é mais importante do que os espaços privados. Compartilhar no ambiente familiar prepara as pessoas para conviver melhor em sociedade. A exacerba-ção da individualidade cria personalidades agressivas e que nem sempre respeitam o direito do outro.

Parcimônia na gestão dos recursos. Conforto, qualidade de vida e prazer deveriam nortear a concepção dos projetos. O esbanjamento precisa ser contido. Gastar desbragadamente é diferente de consumir algo caro, mas raro. O bom design custa um pouco mais e se justifi ca. Mas existem casos onde a ostentação pura e simples é a tônica. É nesse momento que o profi ssional entra em ação orientando na adoção de um comportamento mais maduro de consumo. Não haverá consciência social se não existir limite na sanha consumista da humanidade. A fi losofi a “consumo, logo existo” leva ao descaso com os recursos naturais do planeta.

Sustentabilidade. Boa parte dos clientes não exige a espe-cifi cação de produtos sustentáveis. Cabe ao profi ssional agir para conscientizá-los da importância do tema. É preciso colo-car no seu radar a questão ecológica e fazer disso uma prática habitual. É inconcebível um cliente consumir um produto eco-logicamente danoso ao meio ambiente e contar com a ajuda de um Arquiteto ou Designer de Interiores para isso. O papel do profi ssional é educar esse cliente orientando a decisão.

Um bom projeto prepara a casa para a vida segura das cri-anças. O Brasil é um dos recordistas mundiais de acidentes

domésticos e as crianças são as maiores vitimas. Na outra ponta está a terceira idade. Os brasileiros estão envelhe-cendo e vivendo mais tempo. Os lares não estão preparados para facilitar a vida dessas pessoas. O mesmo acontece com outros desabitados, cadeirantes, sobretudo. Preparar a casa para essas circunstâncias integra o rol de atribuições sociais que caracteriza a atuação profi ssional.

Portanto, Arquitetos e Designers de Interiores são agen-tes da consciência social, colaboram com a construção de uma sociedade democrática e atuam na disseminação de um comportamento socialmente responsável. Por isso, são tão importantes para o país.

| Comportamento |

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| Associados |

ABD Newsletter é uma publicação mensal da Associação Brasileira de Designers de Interiores para seus associados. Al. Casa Branca, 652 - cjs 71 e 72 - São Paulo - SP - Cep 01408-000 - Tel/Fax: (11) 3064-6990. Editado pela Ricardo Botelho Marketing S/C Ltda. Jornalista Responsável: Ricardo J. Botelho (Mtb 12.525). Redação: Andressa Luz. Direção de Arte: Felipe L.M. Lenzi.

Taxa de administração: uma cobrança justa

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Designers de Interiores atendem cada vez mais clientes, sem ganhar muito mais por isso. Onde está o erro?

A taxa de administração da obra é calculada aplicando-se um percentual sobre o valor de todos os produtos e serviços gastos efetuados com mobiliário, materiais, objetos e mão de obra especializada envolvidos para a sua realização. Na última pesquisa realizada pela ABD, constatou-se que o percentual médio cobrado pelos profi ssionais é de 9%.

Susana Salles (ABD-DF) ajusta a taxa de acordo com o valor do projeto. “Se a obra não ultrapassa R$ 20.000,00, cobro sempre 15%. Abaixo a porcentagem à medida que o valor aumenta, até o limite de 10% para obras acima de R$ 100.000,00. Dessa forma, o cliente vê que estou recebendo uma média coerente com seus gastos e se sente seguro por haver uma explicação para o valor da administração”. Já José Carlos Luz (ABD-SP) adéqua a cobrança de acordo com o fornecedor: “Se é o meu prestador de serviços que vai executar, posso abaixar o valor para 8%”, explica.

Prepare os argumentos!

Diante da possibilidade de economizar, muitos clientes preferem ser os responsáveis pelo acompanhamento da obra. Nesses casos, Letícia Almeida (ABD-RS) aponta as difi culdades que virão, como: encontrar produtos e prestadores de serviços, riscos de realizar compras erradas e a possível frustração que isto irá gerar. “Procuro ressaltar as vantagens de contratar um profi ssional, que fará a co-ordenação dos serviços conforme uma ordem lógica e efi ciente, e também a pré-seleção de itens para apresentar, fato que pode acon-tecer na própria loja ou em sua residência ou local de trabalho”.

Susana acredita que a difi culdade de vender esse serviço está diretamente relacionada à inexperiência do cliente. “Se ele já acompanhou uma reforma, sabe e valoriza a administração. Se for a primeira vez, ele reluta, pois acha que tudo é simples e qualquer mão de obra é qualifi cada”. Nesse momento, ela apre-senta um fl uxograma e uma planilha de custos de uma obra an-terior como exemplo do trabalho a ser realizado. “Nem sempre funciona, mas pelo menos ele visualiza o trabalho”, diz.

Residencial x Comercial

Os associados também revelam as diferenças de cobrança em relação aos tipos de projetos. Segundo José Carlos, o projeto co-mercial é mais padronizado e, portanto o trabalho é um pouco menor. Susana destaca a diferença de comportamentos: “o cli-ente residencial é mais paciente, pois não tem prazo de carência de ocupação do espaço, como acontece com o cliente comercial”.

Letícia Almeida

Susana Salles

José Carlos Luz

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