Jornal Brasil Atual - Jandira 02

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Jornal Regional de Jandira www.redebrasilatual.com.br JANDIRA nº 2 Maio de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A estreia da coluna de Marly Lobato. Ela está de olho em Jandira Pág. 7 CIDADE COLETIVIDADE Quem fez curso superior está no topo da pirâmide Pág. 2 EDUCAÇÃO OS NOTA DEZ JARDIM STELLA MARIS Comunidade católica dá aula de reforço aos jovens e ensina uma profissão aos pais Pág. 6 O CENTRO ONDE AS PESSOAS CRESCEM Beber e dirigir continua sendo uma combinação pra lá de explosiva Pág. 3 MODO DE VIDA MORTES BESTAS Paulinho Bururu (PT) acha que no seu tempo Jandira não tinha os problemas de hoje ELEIÇÃO FUI MUITO MELHOR

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Mortes bestas coletividade os nota dez educação Paulinho Bururu (PT) acha que no seu tempo Jandira não tinha os problemas de hoje eleição Distribuiçã o nº 2 Maio de 2012 Pág. 7 Pág. 6 Pág. 3 Pág. 2 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Jandira Quem fez curso superior está no topo da pirâmide A estreia da coluna de Marly Lobato. Ela está de olho em Jandira Beber e dirigir continua sendo uma combinação pra lá de explosiva

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Jornal Regional de Jandira

www.redebrasilatual.com.br jandira

nº 2 Maio de 2012

DistribuiçãoGratuita

A estreia da coluna de Marly Lobato. Ela está de olho em Jandira

Pág. 7

cidade

coletividade

Quem fez curso superior está no topo da pirâmide

Pág. 2

educação

os nota dez

jardim stella maris

Comunidade católica dá aula de reforço aos jovens e ensina uma profissão aos pais

Pág. 6

o centro onde as Pessoas crescem

Beber e dirigir continua sendo uma combinação pra lá de explosiva

Pág. 3

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Mortes bestas

Paulinho Bururu (PT) acha que no seu tempo Jandira não tinha os problemas de hoje

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expediente rede brasil atual – Jandiraeditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008tiragem: 5 mil exemplares distribuição Gratuita

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educação

a escola e as classes sociaisNível superior está no topo, analfabetos na base

Jandira tem 45 escolas públicas – 14 estaduais e 31 municipais – e tenta incluir to-dos os alunos na escola, mas há anos o governo municipal não prioriza o investimento em novas unidades. As famí-lias, sem condição financeira de pagar escola particular, so-frem para matricular os filhos. Muitos estudam longe de casa devido à falta de vagas, prin-cipalmente no caso de creches e pré-escolas. Desde 2010, a secretaria de Educação con-trata ônibus para transportar os alunos do ensino funda-mental para estudarem em es-colas distantes de suas casas. Em 2011, esse serviço da Pre-feitura chegou a custar mais R$165,00 por aluno por mês.

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Rede

uma nova comunicação

Para um novo brasil

plateia

A escolaridade define a clas-se social do cidadão. No topo da pirâmide estão os que têm nível superior. Na base estão os anal-fabetos ou quem não completou o ensino fundamental. Mas o ní-vel de instrução da maioria dos brasileiros é o ensino médio. Por causa disso, investir nos estudos é a melhor oportunidade de al-cançar novas posições sociais. De acordo com os pesquisadores da Universidade de São Paulo e do Instituto de Ensino e Pesquisa – INSPER –, 40% da diminui-ção da desigualdade no mercado de trabalho dos mais pobres, na última década, vêm da melhoria da escolaridade, que permitiu o maior aumento na renda familiar e a mudança de classe social de muitos brasileiros.

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modo de vida

beber e dirigir, uma mistura que não dá certo

ministério da saúde: “os pedestres causam acidentes”

A arrogância de alguns, armados de um carrão e da impunidade, agrava mais o cenário Por Andrea Dip

Um copo de cerveja em uma das mãos, a chave do carro na outra é uma combinação explo-siva. Num bar da Barra Funda, em São Paulo, um grupo de ami-gos comemora. A maioria está de carro, todos bebem. “Não existe essa história de motorista da ro-dada, isso é balela. A gente sabe que é errado, que tem a Lei Seca, mas cada um volta para casa no seu carro” – diz um deles.

Uma mulher conta com a aparência do carro para não ser parada nas fiscalizações. “Carro bacana ajuda a passar pela polí-cia.” Um amigo acha a lei muito

bebida e direção, uma dupla muito perigosa e que se junta quase sempre

o atropelamento é outra causa de morte no trânsito

Pesquisa do Ministério da Saúde sobre os acidentes de trânsito analisou 1.248 víti-mas de seis capitais, das cin-co regiões do país. O atrope-lamento foi o segundo maior registro de casos em Manaus, Brasília e São Paulo. Nas fai-xas etárias extremas, ele ficou em primeiro lugar, atingindo 52% das vítimas com mais de 60 anos e 47% até 9 anos.

“O atropelamento é uma causa de morte no trânsito. E quando o pedestre está alcoo-

Saúde, o Brasil vive uma epi-demia de acidentes de carro e moto. Em 2010 o país teve mais de 145 mil internações no Sis-tema Único de Saúde (SUS). Quatro em cada dez mortes ti-veram em comum a presença do álcool. Um jovem declara, com o copo de chope na mão: “Hoje os carros têm freio ABS e airbag e a gente se sente bem mais seguro para dirigir, mesmo depois de beber”. Mas o que aconteceria se ele atropelasse uma pessoa que não possui freio ABS nem airbag? Ele responde: “A gente paga fiança e sai”.

Pena para condutor bêbado: 4 anos de prisão e multaO suspeito de embria-

guez não é obrigado a soprar o bafômetro. Levado à dele-gacia, o motorista paga mul-ta e é liberado. Esse é o pro-blema da Lei Seca, segundo Mauricio Januzzi, presidente da Comissão de Direito do

Trânsito da OAB São Paulo. Januzzi aponta a falta de fisca-lização como motivo para a lei não ser levada a sério. “O ideal seria que, com a polícia, agis-sem agentes de saúde, para de-tectar quando o motorista está alcoolizado” – diz ele.

Para o advogado, é “balela” o projeto do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) – ainda não aprovado na Câmara – que prevê pena de até 16 anos de prisão para quem causar aci-dente alcoolizado. “O projeto peca pela pena, muito alta, que

fere o princípio da proporcio-nalidade. Januzzi sugere um novo projeto de lei popular que confere maior rigidez à lei vigente. No site <www.naofoiacidente.org> ele pede assinaturas para levá-lo ao Congresso Nacional. A nova

lei acaba com a multa para quem dirige embriagado, altera as penas, pede exame clínico feito pelo médico para servir de prova da em-briaguez do condutor, sem a necessidade do bafômetro ou do exame de sangue.

lizado, ele não tem condição de avaliar a distância e a ve-locidade dos veículos” – diz a coordenadora da pesquisa, Ana Glória Melcop.

Segundo Carlos Salgado, da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), a impunida-de e a desinibição produzida

pelo álcool são responsáveis pela falta de percepção de ris-co e intransigência ao volante. Ele as compara às pessoas que fazem sexo sem camisinha.

Para o sociólogo Juracy Amaral, da Pontifícia Uni-versidade Católica de Minas Gerais, o problema é cultural. “A cultura brasileira incentiva o exibicionismo e a ostenta-ção de poder e permite a al-guns agir como se fossem mais iguais que os outros” – obser-va. “Quem se julga mais ‘cida-

dão’ é quem pratica indelicade-zas no condomínio onde mora, no local onde trabalha, estuda e se diverte. Amaral discute o paradoxo em relação à bebida: “O incentivo à bebida é cons-tante e o boteco é apontado nas propagandas como lugar de di-vertimento. Isso envolve inte-resses econômicos poderosos. Então, em vez de tentar coibir a bebida, talvez fosse o caso de o poder público investir em ativi-dades culturais que não depen-dam do álcool”.

radical. “Uma ou duas latinhas de cerveja não mudam o estado da pessoa.” Ele aponta a falta de

transporte público nas madru-gadas como um dos problemas: “Táxi é caro e ainda é cobrada

bandeira 2. A gente prefere gastar esse dinheiro no bar” – conclui.

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eleições

Paulinho bururu faz um monte de promessa. e diz que quando o Pt era poder jandira estava muito melhor

Em 14 de março, a reportagem do brasil atual foi entrevistar os pré-candidatos a Prefeitura da cidade. As entrevistas foram agendadas com Paulinho Bururu (PT), Geraldo Teotônio (PV), Henri Hajime Sato (PMDB), Paulo Barufi (PCdoB) e Mara Paschoalin (PRTB). A prefeita Anabel Sabatine (PSDB) também seria ouvida para falar de seu desempenho à frente da cidade. Houve duas baixas. Um assessor de Mara Paschoalin disse que a candidata não podia atender a reportagem. E, durante duas semanas, a prefeita Anabel Sabatine não respondeu aos telefonemas nem aos emails quase diários. A partir desta edição, vamos apresentar os pontos de vista de um pré-candidato à Prefeitura de Jandira. Com vocês, Paulo Bururu Henrique Barjudi, 47 anos, microempresário, da coligação PT-PSDC, vereador por duas legislaturas e prefeito por dois mandatos Por Enio Lourenço

Como está Jandira hoje? Quando assumi o governo, em 2001, Jandira tinha R$ 45 milhões de dívida e orçamen-to de R$ 25 milhões. Eram altos os níveis de mortalida-de infantil e desnutrição. A cidade era infestada pelo cri-me organizado. Jandira tinha baixa estima. Investimos en-tão em cinco projetos: saúde, educação, desenvolvimento econômico sustentável – com geração de emprego e distri-buição de renda – segurança pública e reurbanização da cidade. Em 2008, entreguei a cidade sem dívida. Elevei o orçamento para 150 milhões. Saneei a máquina. Arrumei espaço físico para a Prefeitu-ra e o Fórum. Jamais atrasei o pagamento dos funcionários e fiz um Plano de Carreira para a Educação. Implantamos o Orçamento Participativo, bandeira que criamos. Tudo que a gente decidia na Pre-feitura era discutido e votado pelos funcionários. Pegamos a cidade com o IDEB (Índice Básico da Educação) abaixo de 2.0, e entregamos com 7.0. Implantamos o maior projeto de desnutrição da história do Brasil, com café da manhã, al-moço e jantar para as crianças na rede pública e para os seus pais desempregados. A cida-

de se desenvolveu: passou de 101 empresas para 350 indús-trias. De 400 estabelecimen-tos comerciais para 3500. No esporte, na educação, na saú-de se avançou muito. O pico da mortalidade infantil dimi-nuiu bastante. E como está Jandira? Desgovernada, sem direção. Há corrupção ativa e passiva na Prefeitura. A pre-feita passou por um processo de cassação. Ela é boa médica, ginecologista na rede de saú-de, mas uma péssima prefeita. SegurançaEm 2001, Jandira era a quin-ta cidade com o maior índice de criminalidade no Estado. Em dois anos, botei o pé no

peito de todo mundo, pus pra fora um monte de gente que não prestava. Prendemos mui-ta gente. Foi uma revolução. Fechamos os bares às 23 h, seguindo a lei aprovada por iniciativa popular, no meu governo. Acabamos com as chacinas, os caça-níqueis, era a única cidade do Brasil sem um caça-níquel. Houve redu-ção dos índices de criminali-dade. Jandira pulou de quinta cidade mais violenta do Esta-do para a décima terceira mais segura da região metropolita-na. No dia 23 de dezembro de 2011 tentaram me acertar com nove tiros na porta da casa da minha mãe. E, por Deus, não

levaram minha vida. Nun-ca foi esclarecido. Nem pela Polícia Civil, nem pela Polí-cia Militar, nem pela Guarda Municipal. Então, a onda de crimes não esclarecidos em Jandira é antiga. Há um bom tempo, mataram prefeito Dur-valino Teixeira, num suposto assalto, na década de 80. De-pois mataram um ex-vereador, o Márcio Soares. Jandira tem esse histórico mesmo. Mas a gente pôs os caras pra correr. Só que, quando voltou o se-nhor Walderi Braz Paschoalin, os caras voltaram com carga total. Hoje, quem manda em Jandira é o crime organizado, o tráfico. Todos os manejos e

remanejos da cidade, inclusi-ve da administração pública, tem o dedo de gente maldo-sa, que usa a Prefeitura para se lambuzar financeiramente. Em 2009, houve uma votação na Câmara pra deixar o Braz elegível, pois ele tinha oito contas reprovadas. Mas o ve-reador Gê, presidente da Câ-mara, numa manobra na cala-da noite, aprovou as contas do Braz. O voto de minerva foi do vereador Mineiro. O vereador Zezinho gravou uma conversa que teve com Mineiro em que ele, Mineiro, conta o esquema da compra de votos do Braz. Depois, o Mineiro passou a dizer que ia botar a boca no trombone, até que dois moto-queiros o fuzilaram na porta de casa. O suplente Ivo do Gás morava do lado da casa dele e comentou no bairro Parque Santa Teresa que tinha visto o crime. Menos de trinta dias depois fuzilaram o Ivo do Gás. Inclusive foram presos secre-tários do ex-prefeito falecido, suspeitos de envolvimento no crime. Então, eu digo o seguinte: a cidade está triste. Os bares abrem à noite. Vol-taram os caça-níqueis. Matam o prefeito, o vereador e não se esclarecem os crimes. Tudo o que havia de bom se foi e o di-nheiro público vai para o ralo.

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Paulinho bururu faz um monte de promessa. e diz que quando o Pt era poder jandira estava muito melhor

Em 14 de março, a reportagem do brasil atual foi entrevistar os pré-candidatos a Prefeitura da cidade. As entrevistas foram agendadas com Paulinho Bururu (PT), Geraldo Teotônio (PV), Henri Hajime Sato (PMDB), Paulo Barufi (PCdoB) e Mara Paschoalin (PRTB). A prefeita Anabel Sabatine (PSDB) também seria ouvida para falar de seu desempenho à frente da cidade. Houve duas baixas. Um assessor de Mara Paschoalin disse que a candidata não podia atender a reportagem. E, durante duas semanas, a prefeita Anabel Sabatine não respondeu aos telefonemas nem aos emails quase diários. A partir desta edição, vamos apresentar os pontos de vista de um pré-candidato à Prefeitura de Jandira. Com vocês, Paulo Bururu Henrique Barjudi, 47 anos, microempresário, da coligação PT-PSDC, vereador por duas legislaturas e prefeito por dois mandatos Por Enio Lourenço

O povo está com medo, os po-líticos estão assustados.SaúdeJandira vive um momento tris-te. A gente montou um plano estratégico de saúde. As am-bulâncias estavam sucateadas – eu as coloquei no Centro de Jandira para o povo ver. Não havia medicamentos, médi-cos, os postos de saúde fica-vam em casas velhas aluga-das. Eu despachava de postos de saúde, do hospital. De cara a gente percebeu que não dava pra ter um hospital, pois o or-çamento de Jandira é pequeno. O presidente Lula mostrou ser um grande democrata. Ajudou as prefeituras do PSDB, mas o PSDB nunca ajudou Jandi-ra porque a Prefeitura era do PT. Porém, com poucos recur-sos, compramos ambulâncias, mamógrafos, implantamos o SAMU, distribuímos medica-mentos, inauguramos nas far-mácias das unidades de saú-de Entregamos remédios nas casas dos idosos, diabéticos, pessoas com doenças mais graves. Jandira tem poucos recursos para pagar médicos, mas tem de ter médicos. E médicos que olhem no rosto do cidadão, que o examinem e indiquem o que ele tem. Nossa política era de humanização e prevenção da saúde. Ensina-

mos as crianças nas escolas a se prevenir de doenças ao longo da vida. Havia gente nos postos de saúde que re-cebia os pacientes com água, chá, café, coisas simples que o povo quer e encaminhava aos locais corretos de atendi-mento. As pessoas passavam nos médicos específicos e a gente marcava consulta por meio de um sistema informa-tizado, acabando com as filas. Ganhamos prêmios por com-bate à tuberculose, redução da mortalidade infantil, de pre-venção à diabetes. Acabaram com tudo. Eu construí quatro postos de saúde, reformei o hospital, criei a pediatria, a maternidade, que fez muitos partos. Fizemos uma licita-ção pública para entregar o hospital para alguma entidade, mas ninguém quis porque era pouco dinheiro que a gente ia repassar. E o município tocou o hospital até conseguirmos uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que permaneceu nos nossos últimos anos de man-dato com R$ 650.000 ao mês e não faltavam médicos, nem remédios. Não era um Albert Einstein, um Sírio Libanês, mas funcionava. Em 2011, a prefeita deixou a cidade sem médicos por 15 dias. Os pos-

tos de saúde ficaram todos fe-chados. Então esse imbróglio do PSDB vem de geração pra geração. EducaçãoHoje a educação de está um caos. Os índices do IDEB são baixos. E esses dias passou na Globo que não havia merenda para as crianças. O governo não dá material escolar, uni-forme, nada. Quando sobrava recursos do FUNDEF, eu dava bônus aos professores – teve professor que ganhou até R$ 4.000. Hoje eles usam o di-nheiro para fazer falcatruas como fizeram com material de construção nas escolas, ale-gando reformas que não exis-tiram. Eu reduzi de 37 mil para 17 mil refeições porque cortei a merenda municipal das es-colas estaduais. A municipa-lização da educação é fachada

para passar a responsabilidade do Estado para os municípios.FuturoEu quero fazer três coisas. Primeiro, vou cuidar da saúde como eu cuido da minha. Que-ro médico nos postos de saúde e se tiver que fazer força-tarefa noturna para acabar com as fi-las, vamos fazer. Segundo, me-dicamentos. Os que podem ser doados pelo município, tudo bem. Os que não podem, eu vou brigar para o Estado doar. Terceiro, Jandira vai implantar as UPAs (Unidade de Pron-to Atendimento). Vou buscar parceria com a Dilma e com o Alckmin para fazer um hos-pital federal ou estadual. Vou criar um sistema de medicina semelhante ao de Cuba, em que os médicos atendem as pessoas com problemas extre-mos nos lares. Também quero implantar um projeto inédito no Brasil: o bolsa-auxílio re-sidência. As pessoas que estão em estágio terminal, ou estão se recuperando e não podem ficar mais no hospital porque o leito tem de ser usado por outro, são mandadas para casa e lá o familiar não sabe como colocar o soro. Essas pessoas com doentes em casa vão ser remuneradas. Porque a pessoa simples não pode pagar uma enfermeira. Se a pessoa sarou,

corta a bolsa; se faleceu, corta a bolsa. Também quero jogar peso na educação. Vou im-plantar o ensino integral, com esporte, cultura e lazer. Quero criar um setor de capacitação e inteligência na educação para discutir ciência. A ideia é trans-formar a educação num labora-tório de experiências e fazer com que as crianças voltem a ter índices aos no IDEB, para que sejam agentes de transfor-mação do Estado e não tenham de ir à escola comer a meren-da porque passa fome em casa. Quem sabe criar uma bolsa-es-cola em que se incentive com remuneração o melhor apro-veitamento, uma concorrência mesmo para a criança disputar a aprender mais, porque esses sistemas de aprovação à reve-lia é um caco. Na segurança, quem tiver errado tem de sair da cidade. Vou brigar com o tráfico. Eles têm de parar de e matar nossas crianças. Vamos colocar o esporte, o lazer e a cultura para disputar com o tráfico. E fazer com que as po-lícias Civil, Militar e a Guarda Civil pesem a mão e façam a esperança voltar à cidade. Jan-dira nunca teve uma cracolân-dia, hoje está cheia delas na ci-dade. É fazer o papel ostensivo e de prevenção: quem fere com ferro, com ferro será ferido.

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jardim stella maris

a única oportunidade de um bairro veio de longeVoluntários europeus ajudam comunidade no Centro Irmã Giovanna Por Leonardo Brito

No Jardim Stella Maris, bairro da periferia de Jandi-ra, há um prédio que mantém aulas de reforço escolar para a criançada, dá cursos profis-sionalizantes – informática, artesanato, cabeleireiro – para jovens e adultos (o pessoal ainda recebe uma cesta bási-ca por mês) e oferece espaços de lazer e cultura. Trata-se do Centro Comunitário Irmã Giovanna, uma Organização Não Governamental (ONG) coordenada pela freira Marisa Delgross, 48 anos, conhecida como irmã Luiza.

Tudo começou com a Casa Família e Vida Nossa Senho-ra das Neves, um abrigo que aloja crianças até 10 anos de idade. Em 1999, visitando o local, o padre jesuíta italiano Fontana convidou as irmãs Célia Lião, Giovanna, Graça e Lúcia para trabalhar em áreas de risco, ao lado do padre João Carlos. Elas toparam, mas ao chegarem ao Stella Maris de-pararam com uma situação la-mentável: a morte de um me-

nino de 9 anos e o ferimento a tiros em outro, de 10, após uma disputa de território dos traficantes da região. A partir daí, elas fundaram o abrigo e acolheram as crianças em vul-nerabilidade pessoal e social. Logo, porém, as religiosas viram que o abrigo era insufi-ciente para evitar que as crian-ças se misturassem as zonas de risco do bairro. Assim, em

2004, o padre João comprou o terreno do Centro Comunitá-rio, onde está hoje.

Quem ajudou a construi-lo foi a voluntária holandesa Ditte Kuiper, casada, de 46 anos, uma assistente social que mora por lá desde o final dos anos 1990. Ditte conta que foi muito difícil subir as paredes do Centro. “Nosso capital veio da empresa sue-

ca AkzoNobel e de voluntá-rios estrangeiros. A Prefeitura ajudou apenas com tratores e caminhões para a retirada de pedras e entulhos” – con-ta Ditte. O Centro abriu suas portas em 2007. Desde en-tão, Ditte e a irmã Luiza não têm problemas com a crimi-nalidade local, que respeita o lugar. As dificuldades são financeiras. “Há os voluntá-

rios belgas, que apadrinham uma criança e ajudam até que ela termine os estudos, mas o Centro Comunitário gasta muito em manutenção, água, luz, alimentação e material de trabalho. Quem investe não ganha nada. E ter um parceiro financeiro é difícil; o governo precisa ajudar” – diz ela.

A irmã Luiza comanda o Centro desde janeiro de 2011. Sua permanência no trabalho é incerta, pois ela faz parte de um grupo de freiras que trabalha pelo Brasil e, a qual-quer momento, a madre su-periora pode deslocá-la para outra região do país. “Essa é a vida que escolhi, cuidar das pessoas. Desde os 18 anos, quando me tornei freira na Itália, fiz esse voto de obedi-ência” – afirma Luiza. Como ela vê o Centro? Como um lugar que auxilia a educação, tira crianças e jovens da rua, proporciona cursos dinâmicos e transforma, com cursos pro-fissionalizantes, a condição econômica desfavorável.

a visão da comunidade sobre o centro comunitário Para acompanhar o ren-

dimento dos jovens, irmã Luiza realiza visitas perió-dicas à casa dos alunos do Centro. Ela diz que o auxí-lio da família é importante, se não todo trabalho se per-de quando a criança volta para uma casa desestrutura-da. A visita ocorre às quin-tas-feiras. O jornal Brasil Atual acompanhou irmã

Luiza e conheceu a cabelei-reira Rosália Rodrigues de Sá, 32 anos, formada no Centro Comunitário. Ela tem quatro filhos – Carolina Aparecida, Gabriel de Sá, Stefani de Sá e Robson de Sá – e todos fre-quentam os cursos oferecidos. Alguns passaram pelo reforço escolar e Stefani, de 12 anos, faz o curso de informática. A mãe destaca que a filha digita

bem e utiliza com perfeição os programas de computador – como word e excel – e a in-ternet. “Quando meus filhos voltam para casa e dizem que aprenderam algo novo eu fico feliz, pois não teria de condi-ções de pagar os mesmos cur-sos para eles fora do bairro” – explica a mãe.

Rosália tinha uma vida simples, de dona de casa sem

estudos, que cuidava dos fi-lhos. Então, fez o curso de cabeleireiro e aprendeu a cortar cabelo, escovar e fazer penteados; fez o de bordado e aprendeu a bordar chinelos e panos de prato. Mãe solteira – realidade vivida pela maioria das mulheres do bairro –, ela agora ganha dinheiro e susten-ta melhor a família. “O Centro é um lugar importante para

mim e para os meus filhos, um espaço de apoio para os pais que vivem na comuni-dade não verem seus filhos na rua, se envolvendo com o tráfico, fazendo coisas erradas – diz ela. E acres-centa: “Aprender uma nova profissão me deu condições de tirar a família de perto do esgoto e se mudar para parte alta do bairro”.

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uma família unida

Gerlaine Alves da Cos-ta, 37 anos, é mãe de Luis Felipe Alves Batista da Sil-va, de 14 anos. Ambos fre-quentam o Centro há quatro anos. Ele fez reforço esco-lar, foi às aulas de informá-tica e passou para o curso de inglês, mas “não gostou muito do idioma” – segun-do a mãe. Gerlaine nunca o deixa ficar só na rua ou em casa jogando vídeo- -game. “Disse a ele para fa-zer o trabalho de artesana-to” – diz ela. Luis Felipe foi e aprendeu rápido. “Ele leva o material de artesanato pra casa pra terminar seus tra-balhos. Trocou o videoga-me pelo artesanato. Isso é bom.” A mãe destaca tam-bém que a época do reforço escolar foi muito importan-te. “Graças a esse auxílio ele passou com boas notas na escola e nunca repetiu um ano na escola” – conta, satisfeita, Gerlaine.

Questionado sobre o curso que mais gosta, Luis Felipe fala com firmeza: informática. “Gostei de aprender os programas do computador e quero tra-balhar com alguma coisa relacionada à informática, no ramo de tecnologia” – aponta o garoto. Gerlaine sempre indica o Centro para as vizinhas. “Nem to-das as mães percebem que esse lugar é umas das pou-cas oportunidades que nos-sos filhos têm nesse bairro” – explica.

A fonte de renda de Ger-laine é o artesanato. Ela borda panos de pratos, faz boneca de tricô e crochê, pinta tecidos e utiliza até o macramê – uma técnica de tecer fios –, que aprendeu com irmã Luiza. “Trabalho em casa e ganho uma renda boa com o artesanato que eu vendo para manter as despe-sas do mês.”

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Desfiliações em massaNo final de 2011, alguns in-tegrantes do PMDB divulga-ram informativo em que quin-

ze pré-candidatos a vereador e toda a diretoria executiva do partido, cerca de 30 pessoas, as-sinaram a ficha de desfiliação, em ato coleti-vo. Os membros se desfiliaram do partido em repúdio ao comportamento desrespeitoso de Henri Hajime Sato, pré-candidato a prefeito do partido. Segundo eles o Dr. Sato não ouvia o grupo, tomava atitudes isoladas, só cuidava dos interesses próprios e humilhava a direto-ria, segundo Ricardo Antunes, ex-presidente do PMDB. De acordo com o informativo, cerca de 400 filiados pediram desfiliação do partido após a saída da diretoria.

De olho no trânsitoOs moradores do Jardim Lin-domar pedem por semáforo para facilitar a travessia dos

pedestres, na Avenida Presidente Costa e Sil-va – onde há escolas do Estado, da Prefeitura e particulares. Lá é necessário sorte e paciên-cia para atravessar. Nem sempre os motoris-tas respeitam as faixas de pedestre.

E o nosso bônus?Os professores da rede muni-cipal de Jandira estão incon-formados por não ter sobrado

nada de resíduo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básico (FUN-DEB). Eles alegam não ver tantos investi-mentos na Educação e, por mais um ano, não sobrar nada do FUNDEB. Os professores re-clamam da falta de respeito ao dinheiro públi-co, clamam por melhor qualidade de ensino, valorização do magistério, respeito ao Plano de Carreira e pela falta de funcionários e pro-fessores para atender as escolas.

SabespPor iniciativa do vereador Gê (PV), a Câmara vai debater a renovação do contrato de

concessão da Companhia de Saneamento Bá-sico do Estado de São Paulo (Sabesp). A Pre-feitura pretende renovar o contrato por mais 30 anos, porém o questionamento de alguns vereadores e da população é sobre a cobrança da taxa de esgoto, igual a 100% do valor da água consumida, sendo que grande parte da população sequer conta com o serviço.

Casamento coletivoEm outubro de 2011, a Paró-quia Nossa Senhora Apare-cida, Matriz, realizou o ca-

samento coletivo de 15 casais que por anos moravam juntos e ainda não haviam recebido o sacramento do matrimônio. Foram preci-sos dois padres e todo o empenho da Pastoral Familiar para a festividade. A Paróquia cer-tamente terá disposição para realizar outros casamentos comunitários em 2012.

Casa própriaDepois de 10 anos funcionando em prédio alugado, os beneficiá- rios do Instituto de Previdên-

cia Municipal de Jandira (IPREJAN) contam agora com sede própria, na Rua Henrique Dias, 433, Jardim Anita Costa, no Centro de Jandira. O prédio foi inaugurado em dezembro do ano passado. É uma das poucas repartições públicas de Jandira, com sede própria. Até mesmo a Pre-feitura Municipal funciona em prédio alugado.

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foto síntese – nova estação da cPtm

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Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

horizontal – 1. Diz-se de pessoa que gosta de contar vantagens ou de mentir para se promover 2. Som, ruído; Impor silêncio 3. Traço ou caminho sem desvios ou curvas; Ordem dos Advogados 4. Clarear 5. Recobre o corpo das aves 6. Cidade da Hungria; Oitavo mês do ano 7. Cachorro; Três vezes; Ala de um exército 8. Segundo a psicanálise freudiana, um dos três componentes estruturais básicos da psique; Argola; (Abrev.) Cruzeiro 9. Veia do coração; Elemento químico de número atômico 53 10. Casas humildes.

vertical – 1. Incidente, aventura, fato imprevisto ou palpitante 2. Diz-se de motor em alta rotação 3. Que não dá espaço a contestações; Iniciais de Roberto Carlos 4. Aia; Registro escrito do que ocorreu em uma sessão 5. Antes de Cristo; Na retaguarda 6. Instrumento muito usado no campo; Indivíduo de pele escura 7. Primeira letra do alfabeto grego; Expressão de saudação; Instituto de Biociências 8. Contração do pronome te e do pronome a; Qualquer quadrúpede usado na alimentação humana; O colorido predominante em um corpo 9. Anel, argola; O tempo que vai do meio-dia até anoitecer 10. Que demonstra muita crueldade.

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Palavras cruzadas

PARlAPATAOECOCAlARRETAfOAIlUMINARTPENAEERERDAGOSTOCAOTRIAzIDAROCRAORTAIODOSCASEBRES