Jornal Brasileiro das Indústrias de Biomassa Ed 02

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Ano: 01 Edição: 02 Plantio de eucalipto para produção de energia está em alta no Brasil... (pág . 02) FLORESTA ENERGÉTICA Capim Elefante Uma nova alternativa para energia renovável Conheça as vantagens do capim elefante para pro- dução de biomassa...(pág. 06) Sistema revoluciona aproveitamento da cana-de-acúcar Além da colheita 100% mecanizada, uma enfardadora acoplada ao trator passa recolhendo os resíduos e fazendo os fardos...(pág. 06) JORNAL BIOMASSA BR www.jornalbiomassabr.com Jornal Brasileiro das Indústrias de Biomassa A demanda energética mundial e seus fatores determinantes O futuro da matriz energética em nível mundial... (pág. 16) 1º Anuário Brasileiro das Indústrias de Energias Renováveis...(pág. 22) CALENDÁRIO DE FEIRAS E EVENTOS EM 2012 Data Feira/Evento Pág. 10 a 13 de abril Três Lagoas Florestal 22 09 a 11 de maio 4a. Feira da Floresta 14 27 a 30 de junho ReciclAção 23 11 a 13 julho Expo Greenergy Brasil 18 19 a 21 setembro Florestal&Biomassa 18 RETOMADA exportação de cavacos e toras de pinus no Porto de Itajaí...(pág 09)

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Ano: 01 Edição: 02

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Ano: 01 Edição: 02

Plantio de eucalipto para produção de energia está em alta no Brasil... (pág . 02)

FLORESTA ENERGÉTICA Capim Elefante Uma nova alternativa para energia renovável

Conheça as vantagens do capim elefante para pro-dução de biomassa...(pág. 06)

Sistema revoluciona aproveitamento dacana-de-acúcarAlém da colheita 100% mecanizada, uma enfardadora acoplada ao trator passa recolhendo os resíduos e fazendo os fardos...(pág. 06)

JORNAL BIOMASSA BRw w w . j o r n a l b i o m a s s a b r . c o m

J o r n a l B r a s i l e i r o d a s I n d ú s t r i a s d e B i o m a s s a

A demanda energética mundial e seus fatores determinantes

O futuro da matriz energética em nível mundial...(pág. 16)

1º Anuário Brasileiro das Indústrias de Energias Renováveis...(pág. 22)

CALENDÁRIO DE FEIRAS E EVENTOS EM 2012

Data Feira/Evento Pág.10 a 13 de abril Três Lagoas Florestal 22

09 a 11 de maio 4a. Feira da Floresta 14

27 a 30 de junho ReciclAção 23

11 a 13 julho Expo Greenergy Brasil 18

19 a 21 setembro Florestal&Biomassa 18

RETOMADA exportação de cavacos e toras de pinus no Porto de Itajaí...(pág 09)

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Em 1904, a de-manda por madeira para fi ns energéti-

cos pela Cia Paulista de Estradas de Ferro, levou Edmundo Navarro de Andrade, a in-troduzir o eucalipto com o objetivo de produzir biomassa para ser utilizada pelas locomotivas da empresa, em substituição a ma-deira das fl orestas nativas do estado de São Paulo. Alguns anos depois, empre-sas siderúrgicas de Minas Gerais, tam-bém optaram pelo eucalipto para a pro-dução de carvão ve-getal para suprir os seus fornos na pro-dução de ferro gusa e aço. A medida que as Universidades e entida-des de pesquisa iam con-

tribuindo para o avanço tecnológico e científi co da eucalipto cultura no Brasil, sua madeira foi paulatinamente substi-tuindo a madeira nativa

nos mais diversos usos da biomassa para ener-gia, como por exemplo

na secagem de grãos, na produção de cerâmicas e no uso diário como le-nha pelas donas de casa no interior do Brasil.O aumento do preço dos

combustíveis fósseis, aliado a todos os proble-mas por eles causados ao

meio ambiente, levaram a maioria dos países de-senvolvidos, a buscarem alternativas para atende-rem suas matrizes ener-géticas. Assim, as ener-

gias hidráulica, eólica, solar, geotérmica, das marés e da biomassa, se

tornaram de repente, ob-jetos de estudos por vá-rias universidades e cen-tros de pesquisa em todo o mundo. Por outro lado, a necessidade de mitigar

a ação dos gases causadores do efeito estufa e assim dimi-nuir os efeitos dano-sos dos mesmos nas mudanças climáti-cas de nosso plane-ta, tem estimulado mais avançados, a estudarem a pro-dução de biomassa fl orestal em plan-tios adensados e de curta rotação. Esses plantios energéti-cos, além de produ-zirem biomassa para energia em um cur-to espaço de tempo e com menor ocu-pação de terras, ab-

sorvem expressiva quan-tidade de gás carbônico da atmosfera, liberando

Plantio de Eucaliptos para produção de biomassa para energia

EXPEDIENTEDistribuição DirigidaEmpresas, associações, universidades, governos, assinantes, circulação em feiras e eventos dos setores de Biomassa, Florestas e Energias Renováveis.

O Jornal Biomassa BR é uma publicação da

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Editor: Tiago FragaComercial: Bianca Ramos, Lucas AlexandreSupervisão: Eliane OliveiraEdição de arte e produção:Vorus [email protected]ção: Gastão Neto

Site oficial - w w w . j o r n a l b i o m a s s a b r . c o m

Foto: Laércio Couto (plantio adensado de eucaliptos clonais na URP em Avaré, São Paulo)

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JORNAL BIOMASSA BRoxigênio, no processo de fotossíntese e cres-cimento das árvores.

Os Estados Unidos da América do Norte, Canadá e os membros da Comunidade Europeia, localizados no hemisfé-rio norte, necessitam de grandes quantidades de energia para aquecimen-to residencial e durante o inverno. Desta manei-ra, a biomassa flo-restal, na forma de pellets, tem sido um componente extre-mamente importan-te na composição da matriz energética desses países. Por outro lado, recen-tes modificações na legislação ambien-tal naqueles países, tem elevado consi-deravelmente a de-manda por pellets para substituição de uma porcentagem do carvão mineral nas usinas de gera-ção térmica de ele-tricidade. O Cana-dá e os Estados Unidos da América do Norte tem sido os principais fornecedores de pellets para os Países Europeus, além do Chile, Austrália e África do Sul. O Brasil em face da sua disponi-bilidade de terras e clima para o estabelecimento de plantações de euca-liptos e de outras espé-cies florestais, dedicadas a produção de biomassa

para energia, em curta rotação, tem potencial para ser um importante player nesse mercado.

O principal pro-blema enfrentado hoje pelos potenciais produ-tores de pellets para ex-portação no Brasil, seria a péssima infra-estrutura do país no que se refere a estradas e portos, ou seja, a logística de trans-porte.

Nos Estados Unidos da América do Norte, Canadá, e em vários países da Europa, há muito tempo já vem sido implementados os plan-tios florestais para pro-dução de biomassa em curta rotação (SRWC – Short Rotation Wood Crops) principalmente com espécies do gênero Populus e Salix. No Brasil, uma primeira tentativa de se plantar eucaliptos

em espaçamentos aden-sados ocorreu no início da década de 70 em Minas Gerais pelo setor de side-rurgia a carvão vegetal. Naquela época ainda não havia no Brasil a eucalip-tocultura clonal como existe hoje. A variabili-dade genética das mudas levava a uma competi-ção intraespecífica extre-mamente acirrada nos plantios adensados e os resultados não foram os

esperados, levando as empresas a abandona-rem aquela linha de pes-quisa e desenvolvimento.

A introdução da pro-pagação vegetativa do eucalipto no Brasil, por pesquisadores da Ara-cruz (hoje FIBRIA) pro-porcionou condições para que em 2001 se implantasse com sucesso o plantio adensado de

eucaliptos clonais em Itamarandiba, Minas Gerais, em um projeto pi loto com o apoio da CEMIG, ANEEL, CNPq, ArcelorMittal, UFV e RENABIO. Esse trabalho resultou em uma tese de Doutorado e três teses de Mestrado, além de vários traba-lhos científicos e o pri-meiro World Bioenergy Award dado pela World Bioenergy Association a

um pesquisador bra-sileiro que ficou entre os 7 finalistas entre 90 competidores de todo o mundo, em 2010, em Jonkoping, Suécia.

A partir do primeiro trabalho realizado com o plantio adensado de eucalitpos clonais para produção de biomassa para energia em curta rotação, em Minas

Gerais, várias empre-sas, em diferentes esta-dos do Brasil iniciaram plantios pilotos e novos estudos, para atender as suas necessidades de biomassa florestal. A RAMIRES Refloresta-mento Ltda foi uma das primeiras empresas do setor florestal a estabe-lecer no Mato Grosso do Sul e no Maranhão, uma área experimental com vários clones de

eucaliptos planta-dos em diferentes espaçamentos ini-ciais, adensados. No setor sucroalcoo-leiro, a Usina Rio Pardo, de Avaré, São Paulo, estabeleceu também uma área com 4 clones no espaçamento ini-cial de 3m x 0.5m visando a produção de biomassa para suprimento da sua térmica de coge-ração de eletrici-dade nos 5 meses do ano quando não existe suprimento de bagaço de cana. Esse trabalho foi

divulgado pela TV TEM e pela Rede Globo no programa Globo Rural o que levou esse t ipo de informação para todas as regiões do território brasileiro.

No Estado de Goias, a COMIGO, implan-tou também uma área experimental visando a produção de biomassa de eucalipto em curta

Foto: Laércio Couto (plantio adensado de eucaliptos clonais na URP em Avaré, São Paulo)

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rotação para a secagem grãos. No Estado do Tocantins, a GMR Flo-restal foi a pioneira em um plantio experimen-tal de eucaliptos clo-nais no espaçamento de 3m x 0,5m. Na Bahia, a Energias Renováveis do Brasil, implantou uma grande área no espaça-mento de 3m x 1m com o objetivo de produzir biomassa em curta rota-ção para a cogeração de eletricidade e produção de vapor para empresas no Pólo de Camacari. Em Lins, São Paulo, o Grupo Bertin, estabeleceu a maior área experimental de que se tem conheci-mento na América Latina e talvez no mundo, plan-tando vários clones de eucaliptos em diferen-tes espaçamentos ini-ciais, simples e duplos, visando a produção de biomassa para cogera-ção de eletricidade e a fabricação de pellets.

Quando se fala em escala de produção, poder-se-ia dizer que a Suzano Energia Reno-vável é sem sombra de dúvidas a empresa bra-sileira com a maior área de plantio de eucaliptos clonais em espaçamen-tos adensados, visando a obtenção de biomassa em curta rotação para a produção de pellets para exportação para o mercado europeu. Esses plantios estão sendo rea-lizados no nordeste do Brasil onde a empresa

vai implantar também, novas fábricas de celu-los e de fibra curta.

Observa-se que ini-cialmente, o objetivo dos plantios adensados de eucaliptos clonais, visava principalmente a pro-dução de biomassa para ser usada como fonte de energia na secagem de grãos e na produção de pellets, vapor e eletrici-dade. No entanto, diri-gentes de empresas da área de chapas de fibras e de celulose, como a Duratex e o Grupo Orsa, demonstraram interesse em conhecer também o c o m p o r t a m e n t o desses novos plantios de eucaliptos clonais bem como a qualidade da biomassa produzida. Testes já foram reali-zados para a produção de pellets e chapas de MDF com a biomassa produzida a partir desses eucaliptos clonais plan-tados no espaçamento de 3m x 0,5m e colhidos com 2 anos de idade. Os resultados foram ani-madores e estimularam essas empresas a conti-nuarem suas pesquisas e instalarem os seus próprios experimentos.

Os estudos silvicultu-rais desse tipo de plantio adensado para a pro-dução de biomassa em curta rotação parecem já ter fornecido uma base adequada para o estabe-lecimento dos mesmos em escala comercial.

Logicamente ainda se podem fazer estudos visando a redução do custo de implantação e manutenção florestal bem como buscando o conhecimento da parte nutricional de tais tipos de plantio e sua influên-cia na qualidade prin-cipalmente dos pellets produzidos, que pos-suem padrões bastante restritos no que diz res-peito a teor de cinzas e de cloro. No momento, as atenções se concentram no desenvolv imento de equipamentos que possam colher esses plantios em uma única operação em que a árvore ja é transformada direta-mente em cavacos e de preferência, deixando as folhas no campo, para que haja uma ciclagem natural de nutrientes, pelo menos de uma parte deles. Vários equi-pamentos já existem em outros países, principal-mente para a colheita de populus e willows, mas não especificamente para o eucalipto. Recen-temente, a New Holland, trouxe para o Brasil, a proposta de seu equi-pamento, desenvol-vido para ser testado no Brasil para a colheita de eucaliptos adensa-dos em curta rotação visando a produção de biomassa para energia.

Novas pesquisas nessa área deverão cuidar da utilização da biomassa desses plantios

adensados de eucaliptos clonais para produção de biomassa em curta rotação, na produção de carvão vegetal e de biocombustíveis pelo processo de pirólise da madeira e de etanol a partir da hidrolise enzi-mática. Por outro lado, outras espécies florestais que não necessariamente do gênero Eucalyptus estão sendo também tes-tadas, principalmente para terras localizadas em regiões com baixo índice de precipitação pluviométrica, como por exemplo a leucena. A RENABIO – Rede Nacional de Biomassa para Energia juntamente com o Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa por meio da Sociedade de Investiga-ções Florestais, têm sido as principais instituições de pesquisa a divul-

garem os conhecimentos obtidos nessa área de produção de biomassa a partir do plantio aden-sado de eucaliptos clo-nais em curta rotação. Não podemos deixar de mencionar também o excelente trabalho e apoio de dirigentes e pes-quisadores da Universi-dade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, do NIPE – Núcleo Inter-disciplinar de Planeja-mento Energético, da UNICAMP, da IEA Bio-energy, da Universidade de Toronto e da World Bioenergy Association e de todas as empresas que apoiaram a RENABIO e que replicaram o expe-rimento original, com as inovações e modi-ficações necessárias para o avanço da área.

Laércio Couto, PhDWorld Bioenergy Association

Board Member

Foto: Lynn L. Wright - (New Holland Harvester for willow in Syracuse, USA)

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O capim elefante tem sido denominado como “O novo campeão em biomassa no Brasil”. Isso se deve ao fato de que essa espécie possui alta eficiência fotossintética, resul-tando numa grande capacidade de acumulação de matéria seca. É uma alternativa de energia ecológica, já que o capim é renovável, e não esgota o solo como a cana. O plan-tio do capim elefante pode ser feito em qualquer lugar onde haja condições míni-mas de fertilidade do solo, luz do sol e pluviosidade, condições essas existentes em diversas regiões brasi-leiras. Ao mesmo tempo, a cultura extensiva do capim elefante poderia trazer diver-sos benefícios para o país, como a fixação do homem no campo, a geração de empre-gos e a criação de indepen-dência em relação a alguns combustíveis que ainda são importados, como o petróleo.

O capim elefante, cujo nome científico é Pennisetum pupu-reum, foi trazido da África há pelo menos um século e é usado como alimento para o gado. Trata-se de uma gramínea muito bem adaptada no terri-tório brasileiro e que só recen-temente despertou o interesse dos grandes consumidores e

empresários de energia, após décadas de pesquisa científica.

O capim elefante é uma planta com elevada capacidade de produção de biomassa, aliada a outras características fundamentais para ser utili-

zada como fonte alternativa de energia, como fibras, ligninas, alta relação C:N, etc. A elevada relação C:N é uma característica qualitativa desejável para a pro-dução de energia, pois quanto maior é essa relação mais pro-missora é a planta para a queima. A composição de nutrientes na parte área precisa ser adequada para a obtenção de uma exce-lente produtividade ao nível de campo, não devendo exceder os limites que a indústria siderúr-

gica deseja, pois a planta então perderia qualidade para ser car-voejada (Quesada, 2005). Além disso, a presença de muitos nutrientes pode danificar os fornos siderúrgicos, uma vez que estes são compostos inor-gânicos remanescentes após

a queima. Assim pesquisado-res da Embrapa Agrobiologia fizeram testes com variedades que podem crescer em solos pobres, procurando usar o mínimo de fertilizantes, mas sem sacrificar a produtividade de biomassa. (Osava, 2007)

Pesquisas anteriores, do mesmo órgão, afirmam que a cultura do capim elefante é altamente eficiente na fixação de CO2, durante seu processo

de fotossíntese, e que ele pode ser aproveitado para obter o carvão vegetal usado na pro-dução de ferro gusa, depois do cumprimento de algumas exigências. (EMBRAPA, 2004)

Segundo Mazzarella (2010), cada hectare plantado com a gramínea gera, em média, 40 toneladas de biomassa seca que pode ser usada para fins energéticos. Com o mesmo hectare plantado de cana-de- açúcar, obtém-se entre 15 e 20 toneladas de biomassa. Já da mesma área plantada com eucalipto derivam entre 10 e 15 toneladas de massa seca.

Além disso, o eucalipto necessita de sete anos para atingir um tamanho conve-niente para o corte, enquanto o capim pode ser colhido até duas vezes por ano, devido

ao seu rápido crescimento.

Outra vantagem relevante dessa gramínea é seu baixo custo, garante o pesquisador Álvaro Lúcio. Qualquer bio-massa seca irá gerar aproxima-damente a mesma quantidade de energia. O que interessa é o custo dessa energia, ou seja, a relação R$/Gcal. Nesse aspecto o capim elefante é imbatível. (Lúcio, 2004). No entanto, essa fonte alternativa de energia

CAPIM ELEFANTE: Por Emanuele G. Pereira

Uma nova fonte alternativa de energia

Figura 1. Fardos de Capim Elefante - Fonte: Vilela, 2008

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JORNAL BIOMASSA BRlimpa e renovável apresenta desafios que precisam ser solu-cionados para aumentar a via-bilidade técnica e econômica do seu uso. Segundo Mazzarella (2009) os principais proble-mas do capim elefante são:

• Elevado teor de água (até 80%): necessidade de secar no campo e/ou por processa-mento;

• Baixa densidade natural (seco~100 kg/m3) necessidade de compactação para viabilizar transporte e armazenamento;

• Custo logístico pode ser elevado: água (umidade) e ar (baixa densidade);

• Teores de K e cinzas mais altos: problemas para carvão na siderurgia;

• Casos de insucesso (grande escala e mau planejamento: supressão das etapas de viabi-

lidade e piloto de campo).A figura 2 mostra o capim ele-fante paraíso com 96 dias após o plantio.

Bibliografia1. EMBRAPA. Redução

das emissões de gás carbô-

nico através da produção de bioenergia, utilizando o capim elefante. Seropédica, R J, 2004. Disponível em:

<http//www.cnpab.embrapa.B r / p e s q u i s a s / f o l d e r s /folder_capim_elefante.pdf>. Acesso em: 18 Julho de 2010.

2. Lúcio A. 2004. Capim Elefante – praga para alguns, fonte de energia para outros. Fonte: www.carbonobrasil.com.br. Acesso em: 14 de Julho de 2010.

3. Mazzarel la V. 2010. O capim que gera energia. Época Negócios. Pág. 51-53.

4. Mazzarella V. N. G. 2009. 3a STEC – Semana Tecnoló-gica de Cerâmica. São Bernado do Campo, 2009. P. Point.

5. Osava M. Capim ele-fante, novo campeão em bio-massa no Brasil. IPS, Rio de Janeiro, out. 2007. Disponí-vel em : <http//www.bio-tecnologia.com.Br/bionoti-cias/noticias.asp?id=3502> Acesso em: 14 de Julho de 2010.

6. Quesada D. M. 2005. Genótipos de capim elefante com potencial para uso energé-tico (Tese).

Figura 2. Capim Elefante Paraíso com 96 dias após o plantioFonte: Vilela, 2008

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vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) ao receber informações de

que o Porto de Itajaí em Santa Catarina havia paralisado a exportação de cavacos (sem casca) e toras (com casca) para a China, entrou em contato com o dire-tor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), Cósam de Carvalho Coutinho, do Ministério da Agricul-tura, em Brasília, expondo a situação e questionando uma possível solução.

Em audiência com o diretor do DSV Colatto salientou que a fiscalização no Porto não estava emitindo uma licença fitossanitária, devido a dificuldades técnicas. “Na verdade havia um desen-tendimento sobre o que o país importa-dor solicitava” , comentou Colatto.

Coutinho entrou em contato com o departamento responsável na China para fazer os trâmites necessários e retomar a exportação. Na semana pas-sada Colatto foi informado que iniciaria nesta semana a exportação de cavacos

e toras, ambos de pinus, para a China. “Assim que todos os fiscais brasileiros fossem notificados pelo DSV já seria pos-sível a exportação”, disse o parlamentar.

A atividade gera em média, 150 postos de trabalho diretos e, estima-se, aproximadamente, 500 indiretos por força da expressiva cadeia de fornece-dores de bens e serviços, acarretando, também, USD 100 milhões para o país.

Assessoria de ImprensaDeputado Federal Valdir Colatto

RETOMADA exportação de cavacos

e toras de pinus no Porto de Itajaí

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O Brasil está entre as maio-res economias do planeta e não é de hoje que o país é visto como promessa para o futuro global. Além da perspectiva contínua do aumento da produção de alimen-tos, gerada pela neces-sidade da crescente demanda no planeta, o País desponta no que-sito geração de energia.

De acordo com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia, 38% da matriz energé-tica brasileira vêm do petróleo, 15% da hidro-eletricidade e 14% da cana-de-açúcar. Na sequência aparece a geração de energia através de biomassa, com 13% da matriz energética, com des-taque para o bagaço da cana--de-açúcar e a madeira. Ou seja, 45% da matriz energética bra-sileira é de origem renovável.

O País já tem um histórico muito interessante na área de bioenergia. “Se fizermos uma análise podemos constatar que ¼ de toda a força energética nacional é gerada através da cana-de-açú-car”, afirma Samir de Azevedo Fagundes, responsável pelos projetos de biomassa desen-volvidos pela New Holland.

Com o objetivo de gerar

energia limpa, aliada às necessi-dades de redução de custos dos processos industriais, a New

H o l l a n d desenvolveu um estudo j u n t o a o CTC pa ra u t i l i z a ç ã o da BB9000 no processo de enfarda-m e n t o d o resíduo da cana-de-açú-car. A susten-tabilidade do projeto vai de encontro à legislação ambiental, que proi-birá a utilização da queimada na colheita da cana-de-açúcar.

O projeto tem ainda um viés de grande importância econô-mica dentro das usinas, pois se

trata de uma matriz com menor custo por geração de MW/h. “O usineiro completa o ciclo pro-

dutivo da cadeia, pois tem apro-veitamento de resíduos, podendo inclusive tornar-se autossuficiente em energia elétrica e até mesmo lucrar com o excedente”, afirma Fagundes, que destaca os incentivos políticos do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Ener-gia Elétrica) e da Lei 10.762.

Fagundes enumera que a bioeletricidade – gerada após o processo de cogeração - tem uma série de vantagens: é um recurso renovável, que polui menos, tem risco e prazo de execução menor, maior faci-lidade em estimar a energia a ser gerada, além de diversificar,

mais ainda, a m a t r i z e n e r g é t i c a n a c i o n a l .

“ E s t a -m os ca m i -nhando para um cenário de colheita 100% meca-nizada, sem queima, então é fundamen-tal o apro-v e i ta m e nt o da biomassa na geração

de energia”, afirma Fagundes. Segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar

New Holland apresenta projeto pioneiro de biomassa

Soluções inovadoras utilizam máquinas agrícolas para aproveitamento da palha da cana-de-açúcar

Por Marina Celinski

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JORNAL BIOMASSA BR- Unica, a estimativa é que em aproximadamente dez anos a bioeletricidade gere ener-gia equivalente a três usinas Belo Monte. Os investimentos para produção de bioeletrici-dade também são mais baixos: de acordo com a Aneel, o processo de geração de bio-eletridade é R$16,65/MWh mais barato do que a pro-dução energia hidrelétrica.

O processo se divide em uma série de etapas, começando pelo acúmulo da palha gerada após a colheita mecanizada da cana--de-açúcar. Após a colheita, a palha permanece exposta ao tempo por um período de até dez dias para que seque. Quando o material está com cerca de 10% de umidade é feito o aleiramento, que reúne a palha em linhas (leiras).

Após o acúmulo da palha em leiras, uma enfardadora BB9000 acoplada ao trator passa recolhendo o material e fazendo os fardos. Por último, a carreta recolhedora de fardos encaminha o material para o ponto de carregamento, de onde seguem para a usina.

Produção da energia

De acordo com o especia-lista em Tecnologia Agroindus-trial do CTC, Marcelo Pierossi, neste processo é indicado reco-lher entre 25% e 50% do total da palha gerada pela colheita mecanizada. De acordo com ele, essa quantidade varia em função das condições climáti-cas e do solo, visto que a palha da cana é de suma importância para a cultura. “Locais mais secos precisam de mais palha

no solo, para manter a umi-dade da terra. Solos com menos matéria orgânica também. Em outros casos, no inverno, muita palha pode atrapalhar o crescimento da cana”, explica.

Na usina, a palha da cana--de-açúcar passa por um pro-cesso de trituração para que fique do mesmo tamanho do bagaço da cana, com o qual será mesclada para a queima na caldeira. Esta queima gera um vapor que, por meio de um gerador, é transformado em energia. Parte da energia pro-duzida é consumida na própria usina e o excedente é vendido.

Pierossi explica que os custos do projeto são animadores. “Atualmente o custo para produ-zir um mega watt/hora é de R$ 45. Queremos baixar para algo em torno de R$ 42”. Assim, além de produzir uma energia limpa e renovável, por meio de um processo pouco complexo e de fácil implantação, é gerada uma receita extra para a indústria, o que barateia os custos de pro-dução do açúcar e do etanol.

Sobre a New Holland

A marca New Holland é especialista no sucesso de seus clientes, agricultores, pecuaris-tas, locadores e profissionais da agricultura, seja qual for o segmento em que eles atuem. Seus clientes podem contar com a mais ampla oferta de produtos e serviços inovado-res: uma linha completa de equipamentos, de tratores a colheitadeiras, complementada por serviços financeiros feitos sob medida e planejados por especialistas em agricultura. A

rede de revendedores altamente profissional e o comprometi-mento da New Holland com a alta qualidade em tudo o que oferece, garantem o melhor atendimento a cada um dos seus clientes. Para mais infor-mações sobre a New Holland, visite www.newholland.com.

Assessoria de imprensa New Holland

Marina [email protected]

O Jornal Biomassa entre-vista Samir de A. Fagundes ( M a rk e t i ng C oord i nator)

(JB) Como surgiu essa par-ceria com o Centro de Tecno-logia Canavieira (CTC) nesse projeto e como funciona essa parceria (a CNH cuida de qual parte? O CTC financia alguma parcela do projeto? Favor dar detalhes dessa parceria).

(S a m i r) E x i s t i a u m a demanda recíproca do CTC e a NH em achar um parceiro para desenvolver um sistema adequado de aproveitamento da biomassa palha de cana:

- O CTC buscava uma empresa de renome e com condições e compe-tência para assumir a pes-quisa e desenvolv imento de um processo completo;

- A New Holland bus-cava uma entidade de reco-nhecimento nacional no setor de Canavieiro para desen-volver e validar os proces-sos agrícolas e industriais.

Basicamente os processos

agrícolas são realizados com máquinas da New Holland e avaliados pela equipe do CTC, a parte Industrial do processo, ou seja, o processa-mento do fardo pela Usina, f oi desenvolvido pelo CTC com acompanhamento da equipe da New Holland.

Esse aproveitamento da palha de cana de açúcar é pioneiro no Brasil e no mundo ou já exis-tem outros projetos semelhantes?

O aproveitamento específico da palha de cana para fins de geração de energia é exclusivo no Brasil, somos os maiores produtores de cana com cerca de 8,5 milhões de hectares. Ao redor do mundo existem outras biomassa provenientes de ati-vidades agrícolas (palhas em geral: trigo, arroz, aveia, etc...).

Como o aproveitamento da palha de cana-de-açúcar seria benéfico para gerar ener-gia em nossa matriz energé-tica? (Ex: muita cana disponível no Brasil, custo barato, etc.)

Dos 8,5 milhões de hecta-res plantados, mais da metade já não se usa a queimada para realizar a colheita, ou seja, o volume da palha no campo para essas áreas é muito elevado, cerca de 12 a 14 Ton por hec-tare. Até 2021 a utilização da queimada para colheita da cana será banida. Se considerarmos que recolhemos em torno de 50% da palha disponível no campo, e que cada Tonelada de cana tem potencial para gerar cerca de 0,88 MWh. Teremos um potencial de geração em torno de 44,9 milhões de MW.

Fale um pouco sobre a enfar-

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deira BB9080 (explique como é o funcionamento dessa máquina, para que ela é utilizada no campo. É de alta tecnologia? Desenvolvida pela CNH? Expli-que como seria possível aproveitar a palha da cana de açúcar por meio da enfardeira BB9080.

O coração do sistema de recolhimento e a enfardadora BB9080, é ela que irá garantir uma densidade acima de 170 kg/m3, com fardos com peso superior a 500 kg. O primeiro processo agrícola é o aleira-mento, ou seja após 10 dias da colheita da cana acumula-se o material em leiras. Esta é rea-lizada também com um equi-pamento fornecido pela New Holland. Feito este acúmulo em leiras, a enfardadora BB9080, tracionada por um trator de 180cv, recolhe o material que será prensado em uma câmara

de compressão para aumentar a densidade da palha e posterior-mente, através de um sistema de amarração de nós duplos, libera o fardo no campo. Esta operação é contínua, não há necessidade de parada do equipamento. A qualidade do fardo, não apenas a densidade como também: níveis de impurezas, padrão, amarração, são fundamentais para o processo, e o fardo obtido pela BB9080 possui todas estas características. Após o enfardamento, os fardos são retirados do campo com um equipamento específico que minimiza o impacto da com-pactação do solo, esta máquina, fornecida pela New Holland, leva os fardos para o local de transporte onde são carrega-dos em uma caminhão que irá transportá-los até a Usina.

Qual a importância para a

CNH de contar com um pro-jeto como esse, que terá o Selo Clear Energ y Leader (valo-rização da marca? conquista de mercados externos? etc.)

O Brasil possui hoje cerca de 45% de toda sua matriz energé-tica de origem renovável. Somos um dos maiores produtores agrícolas do mundo e o com maiores condições de amplia-ção destas áreas. O aproveita-mento de resíduos para geração de energia é uma demanda mundial. Somente com a cana de açúcar iremos, até 2021, saltar de 8,5 milhões de hec-tares para mais de 13 milhões. Hoje pensamos na utilização desta palha apenas em sistemas de cogeração, mas não pode-mos nos esquecer que outras tecnologias estão sendo desen-volvidas e que terão como uma das fontes de matéria prima

este tipo de resíduo, como o etanol de segunda geração.

A geração de energia de forma sustentável vem de encontro ao que nós da CNH enxergamos quando traba-lhamos o conceito de Clear Energy Leader, somos reco-nhecidos mundialmente por esta preocupação em colaborar com a utilização de fontes de energia limpa (tratores movidos a biodiesel e o projeto NH2 são belos exemplos). A utilização da Biomassa como fonte de ener-gia limpa é uma realidade não só no Brasil como em outras partes do mundo, e buscar a melhor solução econômica e operacional é nosso dever.

Samir de A. Fagundes (Biomass, Hay & Forage and Headers)

NH AG Latin America.

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A demanda energética mundial:UMA REFLEXÃO

A demanda energética mundial está intimamente relacionada a cinco fatores determinantes:

1) crescimento demográfico; 2) distribuição do crescimento mundial; 3) índices individuais de crescimento; 4) hábitos de consumo e 5) nível e diversidade dos processos tecnológicos.

A partir de 1973 o processo evolutivo natural tem priorizado a preservação dos recursos naturais, o mesmo tendo sido

motivado pela redução maior do que a pre-vista do crescimento e, pela possível esta-bilização da população mundial a partir de 2030, atingindo assim uma cifra da ordem de 8 a 10 bilhões. Tem sido observado ainda, um descompasso entre crescimento econômico e consumo de energia, decor-rente entre outros do fenômeno da des-materialização das economias ricas (em parte, pela terceirização e desaceleração de processos tecnológicos e oferta de produ-tos) embora, tenha havido até uma melho-ria da eficiência energética. Por outro lado, o desafio energético do futuro está longe de ser conquistado. Se de um lado os

países em desenvolvimento aspiram por melhores condições de vida e de trans-porte entre outros, o que significa uma maior demanda energética, do outro lado, nos países desenvolvidos tanto a capaci-dade quanto a vontade de modificar radicalmente as suas respectivas formas de consumo resguardando, no entanto, os atuais níveis de riquezas e de cresci-mento permanecem ainda desconhecidos

Estima-se uma demanda energética mundial da ordem de 20 Gtep para 2050, ou seja, praticamente o dobro de 2000, desde que o ritmo de crescimento se man-tenha o mesmo daquele observado nas

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últimas três décadas. Proporcionar, por exemplo, nível de demanda energética da ordem de 12 a 15 Gtep exige em contra-partida, estabilizar as emissões de gases considerados causadores do efeito estufa. Mas para isso, é necessário estimular tanto a concepção quanto a oferta de equipa-mentos cada vez mais eficazes no controle dessas respectivas emissões. Além disso, é preciso incentivar uma redução drástica nos níveis e padrões de consumo energé-tico global. Os recursos fósseis represen-tam em torno de 85% do consumo energé-tico mundial e a situação é muito diferente para os seus três principais representantes.

No caso do petróleo convencional, por exemplo, previsões moderadas defendem a tese de que a oferta do mesmo permitirá atender a uma demanda crescente até por volta de 2020. Para o gás, todas as previsões convergem no sentido de que o cresci-mento da produção deverá se prolongar, atingindo um máximo por volta de 2040. Finalmente, quanto ao carvão mineral as reservas atualmente conhecidas, poderão

atender às necessidades mundiais para além de 2100, mesmo sob um regime de uma demanda crescente. Quanto às formas renováveis de energia (hidráulica, eólica, solar, geotérmica e biomassa) durante um longo tempo o seu potencial de oferta será limitado principalmente pela sua baixa densidade de oferta e aceitação social.

No caso específico da biomassa flo-restal a sua capacidade de realizar a reci-clagem, a captação e armazenamento de CO2 (dióxido de carbono) lhe são carac-terísticas peculiares. É por excelência uma forma de energia renovável cuja produção por via fotossintética conduz à formação de um reservatório natural de CO2 consi-derado o mais importante do planeta. Sua transformação termoquímica (pirólise ou gaseificação) permite a obtenção de carvão, óleos ou gases utilizados para a geração de energia e calor, eletricidade, e combustíveis de substituição (gás de sín-tese). Por essas razões, a geração de energia a partir da biomassa florestal vislumbra-se como um potencial alternativo a outras

formas de energia. Nesse caso, o desen-volvimento industrial dessa tecnologia alternativa implicará em ações de pesqui-sas que possam se estender ao longo de toda a cadeia produtiva, ou seja, desde a produção de biomassa até a sua utilização química ou energética. Se a capacidade e conhecimentos atuais guiam reflexões e elementos estratégicos para a implemen-tação de políticas energéticas apropriadas sem colocar em risco o equilíbrio socio-econômico atual, a visão a longo prazo deverá ser abordada enfatizando novos conceitos concernentes às formas de energias sustentáveis e aceitáveis. Isso se torna ainda mais imperativo principal-mente para os países considerados em vias de desenvolvimento e considerados ener-geticamente dependentes para os quais se espera ainda mais harmonizar os inte-resses sociais, econômicos e ambientais dessas respectivas políticas energéticas.

Luiz Carlos Couto Diretor Científico Renabio

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JORNAL BIOMASSA BR NOTAS

A RENABIO - Rede Nacional de Biomassa para Energia, é uma entidade civil sem fins lucrativos que consiste de uma rede de instituições (órgãos gover-namentais, universidades, instituições de pesquisa e de desenvolvimento tec-nológico, empresas privadas e organiza-ções não-governamentais) interessadas em pesquisa e desenvolvimento na área de energia a partir de biomassa.

A RENABIO foi criada em 18 de novembro de 2002 com o apoio da Secre-taria de Energia do MME concomitan-temente com a indicação do seu atual Presidente como Brazilian Team Leader do Task 30 da IEA Bioenergy. Dentro desta premissa, a RENABIO procura seguir ou estar sempre em consonância com os objetivos do MME no que diz

respeito à sua política energética nacional, notadamente na área de energias alterna-tivas e no uso de biomassa para energia.

Desde a data de sua criação a RENABIO tem conseguido, graças ao apoio institucio-nal do MME, cumprir sua missão de pro-mover a difusão do conhecimento téc-nico-científico na área de biomassa para energia, principalmente no que diz respeito à biomassa florestal. Por outro lado, as ações da RENABIO têm auxiliado o desenvolvimento cientifico do País, con-tribuindo não só para a divulgação dos tra-balhos mas também apoiando eventos e a realização de pesquisas como a que gerou duas teses de doutorado em duas gran-des empresas florestais de Minas Gerais.

Com a sua rede institucional abran-gendo todo o território nacional a RENA-

BIO está conseguindo, em pouco tempo, promover um nivelamento por cima dos conhecimentos na área de biomassa para energia sendo seu trabalho inclu-sive reconhecido em nível internacio-nal. Neste sentido, a RENABIO pode--se dizer, constitui extra-oficialmente uma excelente aliada para que o MME possa atingir alguns de seus objetivos na área de fontes alternativas de energia.

Foi com essa premissa que a Rena-bio lançou a revista Biomassa & Ener-gia, o Documento Técnico Renabio, o Informativo Técnico Renabio, o Boletim Técnico Renabio e o Rena-bio News publicados periodicamente.

Emanuele Pereira Renabio

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O atual modelo energético mun-dial baseia-se fundamentalmente na utilização de combustíveis fósseis, o que se deve ao domínio tecnológico promovido por países desenvolvidos, na maioria localizada acima da linha do Equador, onde existe escassez de recursos naturais de caráter renová-vel contudo compensado por uma grande disponibilidade de fontes energéticas de origem fóssil. Há muito tempo, os países desenvolvidos já descobriram a utilização energética de resíduos agrícolas e florestais, onde nos dias de hoje basicamente temos o aquecimento residencial como principal fonte consumidora. Mas alavanca-se o consumo de pel-lets para as usinas termo elétricas, em substituição ao carvão mineral. O mercado residencial, assim como o mercado para usinas de grande porte, está crescendo rapidamente. Este incentivo é um dos principais resultados do Protocolo de Kyoto, que envolve mais de 160 países – que representam mais de 55% de todas as emissões de gás de efeito estufa.

No Brasil começa o descobri-mento deste mercado, pois temos uma enorme disponibilidade de resí-duos e matéria prima para este tipo de indústria. Muitos projetos estão em estudo de implantação, outros já em pleno andamento de construção, onde certamente teremos um pro-dução razoável de pellets de madeira e outras fontes ao final deste ano.

Peletização de BiomassaObtemos bioenergia pela conver-

são de biomassa em diferentes formas de biocombustíveis. O mais comum é a queima de pellets de madeira para aquecimento. Usando fontes de maté-ria primas locais e formas de geração de energia renováveis torna-se pos-

sível reduzir nossa dependência aos combustíveis fósseis, protegendo--nos assim contra supostas crises energéticas, bem como, diminuindo a emissão de CO2 ao ambiente.

As soluções são baseadas em equipamentos altamente desenvol-vidos para moagem e peletização da madeira, incluindo cortadores e secadores para processamento de madeira úmida e/ou verde antes do processo de peletização. A compressão por peletização da biomassa resulta em um aumento substancial da densidade. Quando lascas de madeira são transformadas em pellets de madeira, o aumento típico da densidade corresponde a um aumento de 150 kg/m3 para 650 kg /m3. Isso significa uma grande economia com transporte, armazenagem e manuseio e ainda gera outras vantagens ambientais.

As Vantagens da Peletização: - Custos de transporte reduzidos - Manuseio simples - Combustível neutro em CO2 - Fornece um com-bustível homogêneo e administrá-vel e não hostil ao meio ambiente.

Ainda temos muito que apren-der sobre este processo industrial, e em paralelo a isto buscar de nossos governantes para um real incentivo para esta nova área de bio-combus-tíveis. Não podemos basear-nos somente no biodiesel, mas sim des-cobrir e desenvolver todo o tipo de bio-combustível que os recursos naturais de nosso pais possam gerar. Tudo em prol de diminuirmos o aquecimento global gerando ener-gias mais limpas e não poluidoras.

Eduardo Soffioni Divisão de Ração e Biomassa

ANDRITZ FEED & BIOFUEL Brasil Ltda

O BRASIL DESCOBRINDO A PELETIZAÇÃO

DE MADEIRA E DE OUTRAS FONTES AGRÍCOLAS

COMO FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS.

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A Motocana realizou o I Encontro sobre Tecnologia de Produção de Bio-massa, entre os dias 07 e 08 de fevereiro, no Distrito Unileste, na cidade de Piracicaba (SP), onde cerca de 400 pessoas, entre profi s-sionais de áreas distintas, pesquisadores, pro-fessores e colaboradores de várias empresas.

Na programação do encontro, explica-ções das empresas parceiras e muita prática para mostrar o desempenho dos equipamen-tos que são novidades no mercado brasileiro.

Foram utilizados Picadores, Trituradores, Pré-Trituradores e Peneira Rotativa, para trans-formar restos de madeira, raízes, troncos, cascas de árvores, fardos de palha da cana e pés de laranja em Biomassa para venda.

Máquinas com alta produtividade em pouco tempo, fi zeram jus ao seu desempenho, impressionando os visitantes boquiaber-tos com o exibicionismo dos equipamentos.

Inovação e solução traduziram o sucesso do evento realizado pela Motocana com apoio das empresas Auxter e New Holland.

Visite nosso site.: www.motocana.com

NOTAS1º Anuário Brasileiro das indústrias de

Energias Renováveis do Brasil e Mercosul

Nos últimos anos o mercado de energias renováveis tem marcado presença cada vez mais forte em todo cenário mundial. Esse crescimento vai se acentuar muito nos próximos anos, pois a crescente demanda mundial por energia, a industrialização de países emergentes e a urgente necessidade de cuidar e preservar as riquezas naturais do planeta com certeza nos levarão para este caminho.

As indústrias de BIOMASSA, ENERGIAS EÓLICAS E SOLAR tem um papel fundamental nesta importante fase de reciclagem quanto ao fornecimento da energia e suas fontes.

O anuário vai ser a mais importante e completa fonte para pesquisas, com artigos e matérias dos principais pesquisadores a nível mundial.

Todo esse potencial justifi ca a criação de um produto forte e direcionado para a promoção do setor como um todo, projetos, artigos, matérias, mapea-mento de usinas e indústrias, feiras, eventos, além de promover produtos e serviços de empresas e indústrias, assim gerando diversos negócios e contri-buindo para o crescimento sustentável.

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Florestal&Biomassa – 2012Lançado em Lages a segunda

edição da feira, que acontece de 19 a 21 de setembro de 2012.

Uma excelente base para impulsio-nar os negócios da região é o lema de Florestal&Biomassa 2012 - Feira de Máqui-nas, Equipamentos, Produtos e Serviços, que teve seu lançamento na manhã de terça-feira (14/04) nas dependências do Map Hotel. O evento contou com a presença da imprensa, empresários e autoridades, que puderam constatar o sucesso do evento de 2011, assis-tindo a um vídeo institucional.O presidente do Sindimadeira de Lages, Israel Marcon, disse estar orgulhoso como o resultado da primeira edição do evento, cuja geração de negócios durante a feira ultrapas-sou a seis milhões de reais. “Tenho certeza que em 2012 esse volume irá aumentar, consolidando a região como foco do setor florestal/madeireiro”, destacou.O evento tem por objetivo a difusão de conhe-cimento e tecnologia relevantes para a cadeia produtiva da madeira, com foco no setor florestal, na 1ª transformação de madeira e na

sua industrialização, bem como no aproveita-mento de seus resíduos, atividades estas que destacam a região serrana do Estado de Santa Catarina diretor da Hannover Fairs Sulamé-rica, Constantino Bäumle, falou da alegria de constatar que o projeto que trouxe para Lages em 2011 deu certo. “Era um projeto e hoje é uma realidade. Estamos trabalhando para que o evento desse ano seja ainda maior e melhor, isso tudo para alavancar os negócios da região. Nossa expectativa para esse ano é que a feira aumente em 40% o seu potencial em expositores e que triplique o número de visitantes”.O secretário do desenvolvimento Regional de Lages, Jurandi Agustini, ratificou “nossa região tem uma localização privilegiada e estratégica, uma feira como essa mexe com todo o estado, promove o turismo de negócios”.Novidades para 2012Já em sua primeira edição, Florestal&Biomassa provou que é uma feira de resultados e de elevado padrão tecno-lógico, superando todas as expectativas. A gerente da feira, Maria Cristina Pieruccini, comenta que a programação da feira deste ano, além da vitrine tecnológica do setor de

máquinas, equipamentos e processos, inclui quatro workshops técnicos, relacionados à poda, desbaste mecanizado, colheita florestal e formação de biomassa, todos complementa-dos com demonstrações de campo. “Este ano não incluímos a realização de congresso técnico, porque o recomendável para um evento deste porte e perfil é que seja realizado com um período mínimo de dois anos entre uma edição e outra”.A segunda edição de Florestal&Biomassa acontece de 19 a 21 de setembro de 2012, no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages–SC. O evento é uma realização do Sindimadeira e da Associação Rural de Lages/SC, com promoção e organização da Hannover Fairs Sulamérica Ltda, empresa do grupo alemão Deutsche Messe AG, maior organizador de feiras do mundo, sediada em Hannover. A empresa é a organizadora, entre outras, da LIGNA Hannover - a principal e maior feira para a indústria florestal e madei-reira do mundo.

Assessoria de ImprensaCris Menegon

[email protected]

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