Ele é cariocaO arquiteto Oscar Niemeyer é um apaixonado pelo Rio.Aos 100 anos ele confessa ser a Casa das Canoas sua obrapredileta na cidade. Em entrevista à coluna Persona ele falade política social, religião e mulheres, acreditando sempreque beleza é fundamental.

TURISMOCaminhadasecológicas desbravamrecantos do Rio.Conheça as váriasopções de roteirose escolha o seu.

Páginas 10 e 11

BANHOS TERAPÊUTICOS COMFLORES ABREM A PRIMAVERA

Página 5

Páginas 14 e 15

SUPERAÇÃOMusa das piscinas, a atleta MarianaBrochado, fala de sua esperança naOlimpíada de Pequim, conta ter viradoa página do Pan e confessa quererabondonar o esporte para seradvogada.

Páginas 6 e 7

Eles energizam o corpo e a mente, sãobons para relaxar e tonificar a pele.Além de rosas e essências eles vêm comreiki e cromoterapia.

GASTRONOMIAComidinhascoloridasacompanham anova estação

Páginas 8 e 9

MOTIVAÇÃO E NEGÓCIOSCachaça orgânica, um mercado emplena expansão. Conheça a Organicdo Brasil e saiba porque ela está nosmelhores restaurantes e hotéis daEuropa.

Página 13

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Direção Geral: DMC 21 Comunicação e Marketing Ltda.Editora: Mirian BarbosaEditoras Assistentes: Núcia Ferreira e Vivian Schetini(redacao@jornalcariocas.com.br)Repórteres: Adriana Santos, Flávio Dilascio, Maria Amora,Paloma Simonetti e Rodrigo Gomes.Secretária de Redação: Ângela FerrazProdução: Magaly NevesColaboradores: Doc Mariz, Virgínia Prado, Renato Gilaberte todos os jornalistas e amigos da redação DMC 21Diretor de Arte: Rodrigo Muller (designer@jornalcariocas.com.br)Diagramação e Ilustração: Lionel MotaDesigner: Bruno BarbosaDireção fotográfica: Daniel LewinsohnDiretor Comercial: Murillo Nunes de Azevedo Filho(comercial@jornalcariocas.com.br)Email: jornalcariocas@jornalcariocas.com.br

Contando...

Inspiração é o princípio de todo artista. O artistaplástico Renato Gilaberte tem mil facetas, mas éapaixonado pelas formas geométricas. A composiçãoconstrutivista e a linguagem das cores revelam influênciade mais de 30 anos dedicados à publicidade. Sua paixãopor ambientes dá um toque especial a suas telas. Oquadro ao lado foi inspirado no bar de sua casa, e lámesmo fica em exibição. Não pensa em vendê-lo dejeito nenhum.

Gilaberte começou no mundo da arte aos seis anos efoi o primeiro aluno do Atelier Livre de Artes Plásticas,dirigido por Maria de Lourdes Novais, artistacontemporânea. Aprimorou sua formação na Escola deBelas Artes da UFRJ. Ao longo da carreira participou devárias mostras coletivas no Brasil e no exterior eatualmente dirige sua própria escola de arte emIpanema.

http://www.renatogilaberte.art.br/

Andar pelas ruas do meu bairro deixou de serum passeio romântico e virou uma espécie detortura.

Existem regras veladas para o pedestre se darbem nas calçadas. A primeira via está junto àslojas. Esta é a via dos idosos da terceira, quartae até quinta idade. Nem pense em desrespeitareste simples acordo. Você levará bolsadas,beliscões e em dia de chuva certamente vocêserá agredido com uma bela guarda-chuvada.Note bem que contradição: quando estáchovendo canivetes a senhorinha irá abrir oguarda-chuva e andar justamente sob amarquise. Uma vez caí na tentação de perguntara uma delas: - Minha senhora, se a senhora estáandando bem debaixo da marquise, então asenhora não precisa abrir o guarda-chuva! Deixeque eu ande neste pedaço porque eu não tenhoguarda- chuva! Desse jeito a senhora podeacabar furando o olho de alguém. Resposta dafofura: uma bolsada na minha cara acompanhadada até então desconhecida afirmação - Saia domeu caminho. Foi aí que eu comecei a perceberas tais vias das calçadas de Copacabana.

Existe uma segunda via desta mesma calçada:os pedintes e os mendigos. Eles expõem suaspernas mazelentas cheias de feridas e“cracas”, colocam uma bacia ao lado do corpocaído ao chão com uma receita velha eencardida do INSS e algumas caixas deamostras grátis de medicamentos que não temnada a ver com a receita. Às vezes aparece umamendiga com uma cueca encaixada na cabeçafalando coisas desconexas e resmungando algoem “paraibês” (tenho uma funcionária que fala“paraibês” – note bem, não há qualquerpreconceito em relação a este neologismo - efrequentemente tenho que solicitar algumintérprete para nos comunicarmos). Houve umaocasião interessante quando eu hospedei em

minha casa uma húngara, o curioso foi que asduas conversaram horas a fio. A minha amigaem húngaro e a minha funcionária em“paraibês”. Ela se entendiam e se adoraram.Pode isso?

A terceira via das calçadas de Copacabana éa dos camelôs. Eles colocam as suas bancadasbem no meio do caminho para impedir quealguém ande com rapidez. É nesta hora que elestentam vender os seus produtos de quintacategoria. Pilhas usadas e reembaladas,minúsculos rádios que só funcionam na horaque você compra, tesouras coloridas que separtem em dois pedaços se você tentar abriruma caixinha de leite longa vida, programas decomputador que só funcionam emcomputadores paraguaios ou coreanos edezenas de outras porcarias. E ainda temos queouvir aquela famosa frase de brasileiroconformado: - É melhor vender aqui na rua doque roubar! Hipocrisia! Estes produtos sãoquase todos roubados, com exceção das meiassoquetes que são feitas artesanalmente, mas sóduram três lavadas.

A quarta via está próxima à beirada da rua.Ali você terá que dividir espaço com carrinhosde crianças, vários office-boys desocupados,senhoras de meia idade andando de braçosdados com a filha adolescente em passinhos de“tartaruga de zoológico”, banhistas argentinosbebendo água em garrafinha de plástico,entregadores de supermercados tirando finocom as tricicletas e garis empurrando lixo.

Bem meus amigos, tenho que ir trabalharagora no consultório. São 6 horas da manhã,a hora certa de sair de casa, caminharcalmamente e ter direito a um trechinho dacalçada sem confusões, isto é, se algumbêbado não reivindicar uma quinta via comoseu espaço particular.

Ao pensarmos em colocar um novo tablóide circulandopor aí, levamos em consideração muitos itens. Emprimeiríssimo lugar queríamos ser diferentes dos outrosque possuem o mesmo tipo de distribuição que a nossa(gratuita e dirigida), preservando uma linha jornalísticaque parece ter sido perdida pela imprensa pequena: aeditorial. Formatamos o projeto, com o apoio decoleguinhas de diversos outros grandes veículos e, assim,nasceu mais um carioca com uma proposta inovadora:apresentar aos leitores um veículo de boas notícias,abrangendo editorias diversas como entrevistas,comportamento, turismo, saúde e beleza, gastronomia,motivação e negócios, esporte, moda e outras informaçõesque compõem o cenário urbano. Um jornal leve, quaseuma revista, onde o leitor poderá encontrar um pouco detudo de bom que faz o Rio ser uma cidade maravilhosa.

Este é o pensamento da equipe do CARIOCAS, queestá lançando a campanha “CARIOCAS, UM JEITO DESER”, pretendendo resgatar a auto-estima de nossacidade, que acolhe todas as pessoas do país e exteriorcom carinho e alegria, afinal, no Rio todos incorporamo espírito desta gente bronzeada. Basta ler nossamatéria de comportamento que saberá que até umatese de doutorado reafirma esta máxima: ser cariocaé um estado de espírito. O jornal será distribuídomensalmente, no segundo domingo do mês, doAeroporto Santos Dummont ao Pontal do Recreio dosBandeirantes, pelas praias, bancas de jornal,academias, restaurantes e locais badalados da ZonaSul, Barra e Recreio. Esperamos que gostem e mandemsuas sugestões para nossa redação.

Mirian BarbosaEditora

CARIOCAS,UM JEITO DE SER

GaleriaREPRODUÇÃO

Doc Mariz

Concepção e Realização: DMC 21 Comunicação e Marketing Ltda

Rua Sorocaba, 796 - Térreo - BotafogoTels: (21) 2266-5699 / 2266-6388

E-mail: dmc21@dmc21.com.br

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O JEITO CARIOCA DE SERMirian Barbosa e Núcia Ferreira

Que o Rio de Janeiro faz jus ao título de “CidadeMaravilhosa” por sua arquitetura natural, todo mundojá sabe. Mas, porque será que o povo daqui éextremamente conhecido pelo famoso “jeito cariocade ser”? Afinal, que jeito é este que encanta gente dosquatro cantos do mundo, inspira escritores, jornalistas,compositores e até foi motivo de pesquisas e tese dedoutorado, além de ganhar um personagem nas históriasem quadrinhos da Disney: o eterno Zé Carioca?

O sambista e compositor Nélson Sargento alega que ocarioca gosta de samba, futebol, praia, das garotas queenfeitam a cidade com sua beleza e charme, as mulheresbalzaquianas com sua vivência e sabedoria e o papo nobar com os amigos. “ O carioca é tranqüilo, está semprebem humorado, protegido pelo nosso Cristo Redentor, quedivinamente emoldura a cidade, com todas as dádivasque a natureza deu ao Rio de janeiro. Isso é que nos fazser diferentes” afirma Sargento. Na crônica de MillôrFernandes O Carioca É. Antes de Tudo, do livro Que País éeste? o escritor pede desculpas aos paulistas e se derreteem elogios ao povo da cidade.. No texto, o carioca édescrito como “um cara dois terços nascido no Rio e outroterço em Minas, no Ceará, Bahia e São Paulo, sem falarde todos os outros Estados, um deles o estado de espírito”.E é a mais pura verdade. As diversas naturalidades enacionalidades imperam por aqui, não importando ondeas pessoas tenham nascido. “Desde que se passe a viverno Rio é impossível não incorporar o estilo de vida docarioca, descontrair-se de alguma forma e quando damosconta somos um pouco cariocas também “, conta aprofessora paulista Marlene Pedrosa, que se mudou dosJardins para Ipanema há 5 meses e pede para colocarmosna matéria que ela anda de canga, biquíni e chinelos parafazer supermercado e ir ao cinema.

A gaúcha Adriana Calcanhotto, define este estilomuito bem em sua composição Cariocas . “Cariocassão bonitos, cariocas são bacanas, cariocas sãosacanas..., cariocas não gostam de dias nublados”,o que vem a calhar com todos os depoimentos colhidosem nossa reportagem. O carioca quebra barreiras,derruba formalidades, rompe protocolos, ama o sol,é animado, original e tem jogo de cintura. Estudiososdo comportamento humano dizem que a simpatiaexistente aqui pode ser chamada de cordialidade,palavra que deriva de coração. Logo, ser carioca éagir de acordo com os impulsos do coração. Viver noRio é aderir a este espírito de cordialidade e, mesmosendo de outras partes do Brasil e do mundo, tornar-se carioca.

A professora do Instituto de Psicologia da UFRJ,Phrygia Arruda, se baseou em suas lembranças doRio de Janeiro, da Copacabana dos anos 50 para terinspiração na elaboração da tese de doutorado OJeito Carioca de Ser: entre a Tradição e aModernidade. “Há bastante tempo venho estudandoos imaginários da cidade através de relatos de vidae testemunhos e decidi pesquisar sobre o jeito

carioca de ser”, explica. Na tese, ela faz uma análiseda sociologia urbana do Rio, observando a misturade tradição com modernidade e a irradiação presentenas novas modas e comportamentos, nos sistemasde valores, na sensibilidade e no estado de espírito,que, segundo ela, são traços responsáveis pelofamoso jeito carioca de ser. “ O bairro de Copacabanados anos 50, pré-figurado no período da “BelleÉpoque”, foi o local de explosão de novos movimentosculturais no Brasil e de um novo estilo de viver. Issofirmou uma imagem particular de uma identidadecarioca que sempre fascinou à todos ”, esclarece. Oassunto rendeu tanto, que Phrygia continua em 2007no projeto de pesquisa para pós-doutorado O JeitoCarioca de Ser/Um patrimônio Intangível? Apesar denão estar concluído o trabalho, a professora adianta.“É possível se preservar um modo único de vida como

uma fonte de identidade. Mas, todo cuidado é poucopara não tornar uma cultura local numa atraçãoturística ou um espetáculo midiático”, finaliza.

Para o artista plástico Luiz Paulo Rocha, escrever sobre a cidade no Metroblog Rio, site da Internet queintegra mais de 50 cidades do mundo, é uma forma interessante de fazer parte do processo de ser carioca.“O Rio de Janeiro tem sofrido com o seu esvaziamento político e econômico desde a construção de Brasília.Para mim, a cidade não precisa piorar para que o resto do país melhore. O que é bom deve ser conservado eabraço essa corrente. Eu já morei em outras cidades no Brasil e fora dele e digo que o Rio, apesar de tudo,é uma cidade espetacular” enfatiza.

No blog, Luiz Paulo fez a lista de tudo que encontrou no mundo cibernético sobre o povo daqui e construiu“A mais carioca das listas”. “O post foi no sentido de tentar apresentar essa idéia difusa, porém bemcoerente, do que seria este “ser carioca” através das diversas citações encontradas na rede”, analisa.

O mais carioca dos sentimentos: EsperançaO mais carioca dos compositores: Tom JobimO mais carioca dos biscoitos: Biscoito GloboO mais carioca dos jornalistas: Stanislaw PontePreta (Sérgio Porto)A mais carioca das festas: o carnavalO baiano mais carioca do mundo: Dorival CaymmiO mais carioca de todos os esportes: frescobolA mais carioca das estações: o verãoO mais carioca dos bairros: IpanemaO mais carioca dos malandros pernambucanos:

Bezerra da SilvaO mais carioca dos jogos: o jogo do bichoA mais carioca das bandas: Cordão do Bola PretaA mais carioca das sandálias: HavaianasA mais carioca das instituições: o botecoO mais carioca dos ritmos: o SambaO mais carioca do Rio: Sérgio Cabral (o pai)A cidadã mais carioca: Beth CarvalhoO mais carioca dos gaúchos: Renato Portaluppi (ojogador)A bebida mais carioca: a Cerveja

A MAIS CARIOCA DAS LISTAS

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O carioca étranqüilo,está semprebemhumorado,protegidopelo nossoCristoRedentor. Issoé que nos fazser diferentes

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Copacabanados anos 50

foi o local deexplosão de

novosmovimentosculturais no

Brasil e deum novoestilo de

viver

LIONEL MOTA

DMC21DIVULGAÇÃO

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KADU NIEMEYER

O último visionário do Modernismo

Cariocas - O senhor é carioca eama o Rio. Em sua opinião o povocarioca é diferente do de outrosestados? Para o senhor, de onde vem“este jeito carioca de ser”?

Niemeyer - O Rio é uma cidadebelíssima, diferente de todas as

outras, com suas praias e montanhasfantásticas. Tudo isso deve influir namaneira mais alegre e comunicativa dopovo carioca.

Cariocas - O que poderia fazer o Riode Janeiro ser uma cidade melhor?

Niemeyer - Um sistema social maisjusto, que permitisse a todos - semexceção - usufruir de condições maisdignas de vida... e dos prazeres que oRio proporciona.

Cariocas - Cite as belezas que osenhor mais aprecia na cidade.

Niemeyer - Cresci como todo carioca acorrer pelas praias do Rio. E me agrada

muito sentir que, apesar da discriminaçãoexistente, são nelas que vemos pobres ericos, brancos e negros usufruindo de seusencantos com toda a alegria.

Cariocas - Acredita, como Viníciusde Moraes, que as mulheres mais

se pelos mais pobres, amou os amigos e a família. Segundo ele,nada de especial, pois é ridículo dar-se importância.

Oscar Niemeyer Ribeiro de Almeida Soares é carioca e ama oRio. Nas enciclopédias é citado como um gigante da arquitetura,mas pessoalmente é um homem de voz baixa e suave, desinteressadopelas glórias terrenas. A agenda atribulada não lhe permite atendertodos os pedidos de entrevistas, entretanto encontrou tempo pararesponder ao CARIOCAS sobre temas relacionados à cidade.

Uma entrevista muito pequena para homenagear este último grandearquiteto modernista visionário, que não só desenhou praças e prédios,mas concebeu uma cidade. Professor Darcy Ribeiro tinha razão quandosabiamente falou que - diante de suas obras - daqui a 500 anos, OscarNiemeyer será o único brasileiro lembrado na história do país.

lindas do país se encontram no Riode Janeiro?

Niemeyer - Nisso, o nosso amigo,exagerava um pouco. Existemmulheres lindas por todo o Brasil. Masestou com Vinícius, quando ele repetia:“beleza é fundamental”.

Cariocas - É sabido que o senhornão vive na casa que projetou aquino Rio. Por que é que o homem OscarNiemeyer não vive na casa que oarquiteto Oscar Niemeyer projetou?

Niemeyer - Problemas de distância,acesso e segurança me levaram, já fazmuito tempo, a decisão de morar emum apartamento em Ipanema.

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Problemas de distância,acesso e segurança melevaram, já faz muitotempo, a decisão demorar em um apartamentoem Ipanema.

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Cresci como todo carioca acorrer pelas praias do Rio...são nelas que vemos pobrese ricos, brancos e negrosusufruindo de seus encantoscom toda a alegria.

Mirian Barbosa

Conheci Niemeyer em minha infância, quando subia as rampasdo Colégio de Cataguases, no interior de Minas Gerais. Pormuitos anos percorri o mesmo caminho pensando como um

homem sozinho conseguiu projetar aquela obra grandiosa, no meiodo mato, em cima da montanha, onde de dentro se via fora e defora não se via dentro.

Hoje, sei que ele foi construído durante a guerra fria, quandoo movimento comunista passou a agir mais efetivamente emoposição ao sistema político vigente no País e que os simpatizantescolocavam seus filhos para estudar lá a fim de ajudar a causa. Seitambém que este mestre, que em dezembro completa 100 anos,nasceu com a missão de mudar o mundo através de suas linhas etraços. Passou a vida debruçado sobre uma prancheta, interessou-

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Casa das Canoas

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Acho que o Lula,voltado como está paraos problemas sociais,vai possibilitar quealguma coisa seja feitanesse sentido...

Cariocas - É fato que o senhor nãopossui crença religiosa. Em algummomento teve a sensação deacreditar em Deus?

Niemeyer - Eu vim de uma famíliacatólica, cheia de preconceitos – oretrato do Papa na parede – mas, aosair de casa para enfrentar a vida, omundo me pareceu tão injusto e o serhumano tão frágil e sem objetivo quenunca mais pensei em Deus. Masrespeito a quem tem uma crençareligiosa e com isso se sente maisfeliz. O importante – seja ateu, sejareligioso – é este sentimento desolidariedade, atitude tãofundamental que em todos os homensdeveria preponderar.

Cariocas - O senhor ainda temmedo de andar de avião? Por acasojá faltou a um encontro importantepor ter medo de avião?

Niemeyer - Não gosto. Mas oConcorde me parecia tão bonito, tãobem cuidado que várias vezes viajeinele sem problemas.

Cariocas - O Sr. gosta de futebol eparticipou do concurso para escolhado projeto para a construção doestádio do Maracanã. Como seria oMaracanã de Oscar Niemeyer?

Niemeyer - A questão pode ser

explicada com muita facilidade. Acomissão julgadora escolheu doisprojetos – o meu e o que não foiconstruído -, recomendando que nãoenterrassem muito o prédio no terreno.E eu, que o havia enterrado setemetros, resolvi contrariar a comissão,enterrando onze em vez de sete metros,e fui desclassificado. Não reclamei.Acho o estádio construído muito bom.

Cariocas - O senhor projetou umacasa para seu motorista numa favelado Rio. Conte-nos como foi.

Niemeyer - É um amigo há 40 anose tive o prazer de poder ajuda-lo umpouco. Fica em São Conrado, naRocinha.

Cariocas - Como o senhor vê asituação da desigualdade social,principalmente na zona sul? Tantosvivendo em prédios de luxo e outrostantos em favelas?

Niemeyer - É uma situaçãolamentável. É o regime capitalistacriando este quadro de poder, misériae desigualdade que devemos modificar.

Cariocas - Como poderia ser feita

a urbanização das favelas cariocas?Niemeyer - Acho que o Lula, voltado

como está para os problemas sociais, vaipossibilitar que alguma coisa seja feitanesse sentido, criando junto às favelasáreas de lazer, educação, enfim, tudoque lhes falta.

Cariocas - Existe algum movimentopolítico que lhe entusiasme no Brasil?

Niemeyer - Não. Mas existe um movimentosocial que me entusiasma – o MST -, lideradopor Pedro Stédile, num esforço de asseguraraos brasileiros do campo a terra que há muitolhes deveria pertencer.

Cariocas - Hoje, o que é maisimportante em sua vida?

Niemeyer - Talvez a nossacampanha contra o especialista – ojovem que sai de um curso superiorapenas interessado nos assuntos dasua profissão, sem muitas vezes terlido um livro, alheio aos problemas davida e deste mundo perverso onde umdia deverá atuar.

Cariocas - O professor DarcyRibeiro uma vez disse que o senhorseria o único brasileiro que serálembrado daqui a quinhentos anos.O senhor concorda?

Niemeyer - Darcy era um bomamigo, um irmão, e isso explica talexagero.

Cariocas - De todas as suas obrasna cidade do Rio de Janeiro, de qualmais gosta?

Niemeyer - Talvez a casa dasCanoas. Sobre o Rio... o que meinteressa lembrar é o livro manuscritoque criei muitos anos atrás, revelandoo que penso acerca desta cidadeencantadora e seus problemasfundamentais.

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... existe ummovimento socialque me entusiasma -o MST -, lideradopor Pedro Stédile...

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Cores e sabores da nova estaçãoRodrigo Gomes

A primavera está aí. Estação das flores e das cores,prenúncio do verão que está para chegar. Nas ruas, oinverno dá o seu adeus e as altas temperaturas, que ocarioca tanto gosta, vão tomando conta de tudo, comas praias cada vez mais cheias de gente bonita. Nosrestaurantes a história não é diferente. As sopas, fondues e raclettes ficam de lado e dão espaço para ospratos mais leves e coloridos, com a cara da primavera,e porque não dizer, com a cara do Rio.

Um dos mais tradicionais restaurantes da Zona Sulcarioca, o Alvaro's (2294-2148), no Leblon, não perdea pose na hora de oferecer uma senhora salada. Com onome da casa, ela leva nada menos que 13 itens, entreaspargos, beterraba, pepino, alface, ovo cozido efrango desfiado, o que faz dela um excelente pratoprincipal, para quem está de olho na balança.

Na Barra, o Tizziano (2492-1878) aposta nasofisticação para entrar na primavera com o pé direito.Saladas como a Burrata, com mozarela cremosa, folhasverdes, tomate seco, repolho roxo e manjericão frescoou a Caesar's, que leva alface americana, bacon, lascasde parmesão, croutons e molho, dão um toque todoespecial a hora da refeição.

O restaurante Poty (2546 – 1070), que fica no LuxorContinental Hotel, na Praia do Leme, preparou uma saladaespecial para brindar a nova estação. Com radicchio, alfacecrespa e roxa, melão orange, pimentões, salame e lascasde presunto de parma, ela tem tudo para atravessar aprimavera como sucesso absoluto.

Nem as churrascarias fogem do clima colorido. OPorcão acaba de colocar no bufê a salada refrescante,feita com folhas verdes, pêssegos, mozarela de búfalae presunto de parma.

Como a nova estação também é tempo de se prepararpara o verão, um bom prato de massa serve como fonte deenergia na hora da malhação. No Flamengo, o Empório SantaFé (2245-6274) vai de Taggliatelle Negro com Haddock. Oprato é servido com massa caseira preparado com tinta delula, haddock em lascas e molho de cream cheese.

Os amantes de uma boa pizza também não ficam defora na primavera. Na pizzaria Stravaganze ( 2523-2391), em Ipanema, a Fiorita tem entre os seusingredientes flores de abóbora, alcachofra e alcaparra.Nada mais apropriado para a estação.

Como no final das contas ninguém resiste a umaboa sobremesa, o recém inaugurado Bistrô Mel ePimenta (2227-1477), em Ipanema, serve o shortcakede morango. No doce, a fruta faz o desenho de umarosa aberta. Puro luxo.

Com tantas deliciosas e coloridas opções para estaçãosó não vale passar a primavera esperando o verãochegar e aí novos sabores vão invadir o Rio.

Com a chegada da primavera, restaurantes apostam em pratos coloridos com a cara do Rio

Massa para aprimavera, noEmpório SantaFé, no Flamengo

O restaurantePoty, no Leme,criou a salada

com folhas,frutas e frios

para brindar aprimavera

FOTOS DE DIVULGAÇÃO

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Sabor que atravessa séculosUm dos mais antigos alimentos produzido pelo homem, o azeite remonta há

cerca de 12.000 a.C. e até hoje é fruto de apreço dos mais refinados paladares.Proveniente de um processo mecânico que extrai o "suco" das azeitonas, o azeitede alta qualidade é cada vez mais requisitado por quem gosta de comer bem e estápreocupado com a saúde.

Segundo o diretor de marketing da Borges, marca líder no setor de azeite extravirgem no Brasil, Douglas Cezar Bartholomeu, quatro aspectos devem ser levadosem consideração para se reconhecer um bom azeite: aroma, gosto, textura eacidez. "O aroma e o gosto têm que ser agradáveis, e o azeite tem que ter viscosidade.Já para ser um extra virgem, o azeite tem que ter entre 0% e 0,08% de acidez".

Hoje no Brasil, além do extra virgem, também é possível se deliciar com algunsazeites aromatizados que estão no mercado. Perfeitos para salgados e doces elessão cada vez mais procurados. Uma boa dica é experimentar sorvete de coco comum fiapo de azeite aromatizado com limão. A combinação, que pode pareceresquisita num primeiro momento, é sensacional. Outra opção é experimentar o deshoyo com gengibre junto a pratos da culinária japonesa.

Um mito que o azeite carrega, e que está longe de ser verdade, é o de que ao serlevado ao fogo ele passa a ser nocivo á saúde. Assim como outros óleos comumenteusados na cozinha, o azeite só tem a sua estrutura molecular alterada a partir domomento que se chega a temperaturas próximas a 235ºC, o que só acontece comfogo alto. Portanto, para os bons cozinheiros, que dão preferência ao fogo brando,o azeite é um perfeito aliado na arte da culinária.

O melhor do Japão com o charme de CopacabanaNeste primeiro número do

Cariocas recebi uma missão,conhecer um dos mais tradicionaisrestaurantes japonês da cidade eescrever sobre ele, o Azumi ( 2541-4294), em Copacabana. Confessoque quando cheguei ao local fiqueimeio ressabiado. Muitos clientesjaponêses, espaço para pouco maisde 50 pessoas, pensei: "O que éque estou fazendo aqui, isto não élugar para carioca". Mas, comotinha me comprometido emescrever sobre a casa, deixei aprimeira impressão de lado e fui ao que interessa, a comida.

Recepcionado pela simpática Helena, que lá trabalha há 14 dos 18 anos do restaurante,fui logo recebendo uma deliciosa raiz de bardana, mas o melhor ainda estava longe de vir.Como sugerido pela garçonete, depois do aperitivo passei para os famosos pratos compeixe cru. Para minha surpresa, nada de sushis e sashimis, afinal, hoje em dia, quase todorestaurante a peso mais ou menos tem sushis e sashimis no bufê. A pedida foi um carpacciode salmão e peixe branco, com cebolinha e molho cítrico. Não me arrependi em nada.

Passado a fase do cru, fui para um belo tempura de peixe branco com pasta de umeboshi,uma espécie de ameixa japonesa. Apesar da fritura, o prato é leve e delicado. A esteponto do jantar, confesso que já estava encantado com o restaurante e seus ótimospratos. Entretanto, o melhor tinha ficado para o final. Digno de se comer rezando, o pratocom vieira, uma espécie de molusco em extinção no Brasil, mas muito comum na Américado Norte, aspargos e cogumelos, tudo refogado, é divino. Daqueles que não se podedeixar de experimentar. Para beber, nada de saquê, acabei a noite tomando um bom (eforte) shochu. Pouco comum no Brasil, a bebida destilada é feita com água, trigo e álcool.

Depois de quase duas horas de uma deliciosa orgia gastronômica entendi o porquê detantos japoneses no restaurante. O Azumi tem o melhor do Japão no Rio.

Ah! Já ia me esquecendo. Antes de fechar a conta pedi um simples sushi de salmão, sópara conferir se eles também eram tão bons no trivial. Uma delícia!

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R$35 por pessoa em ambas as operadoras. Paraquem quer unir o útil ao agradável a Trilharte oferecetambém curso de fotografia com caminhadasecológicas.

ROTEIRO DE CAMINHADAS ECOLÓGICAS

CAMINHADAS LEVESPedra Bonita - Caminhada com início no primeiro

estacionamento da rampa de vôo livre (SãoConrado), até o cume a 696m. Vista única da Pedrada Gávea, Zona Sul, baixada de Jacarepaguá, dentreoutros... Duração: 4 horas. Idade mínima: 6 anos

Travessia Parque da Cidade/ Horto Florestal -Caminhada leve começando na Gávea e terminando noHorto Florestal. Trecho final passando pela confluênciados rios dos Macacos e Pai Ricardo. Duração: 4 horas.Idade Mínima: Livre.

Cachoeira das Almas - Caminhada que inclui váriospontos da Floresta da Tijuca, até chegar na bela Cachoeiradas Almas. Duração: 4 horas. Idade mínima: livre.

Morro da Urca - A caminhada tem início na PraiaVermelha da Urca, passando pela pista ClaudioCoutinho, até iniciar a trilha para chegar em um dosprincipais pontos turísticos do Rio. Duração: 4 horas.Idade mínima: 10 anos

CAMINHADAS MODERADASCircuito Cachoeira das Almas/ Grutas da Floresta

- Nesta interessante caminhada nos deparamos comcenários extraordinários da Floresta da Tijuca, comoCascatinha Taunay, Cachoeira das Almas e Grutas daFloresta. Duração: 5 horas. Idade Mínima: 6 anos

Açude do Camorim - Caminhada até o mítico "lago"com ¼ do tamanho da Lagoa Rodrigo de Freitas, emmeio a montanhas com densa vegetação, no alto domaciço da Pedra Branca. Passa ainda por uma belíssimacachoeira. Duração: 5 horas. Idade mínima: 10 anos

Grupo descança e fotografa a natureza

CAMINHADA PESADAPedra da Gávea - Essa é talvez a caminhada mais

bonita Gávea é simplesmente inesquecível. A trilha écansativa com cerca de 2 horas de subida, com umtrecho que se usa os pés e as mãos para subir a"carrasqueira", parte mais inclinada do trajeto. A maisbela vista da cidade a 842m de altitude. Vista para oParque da Tijuca, São Conrado, Zona Sul, Niterói eIlhas Costeiras. Duração: 6 horas. Idade mínima: 14anos! Inclui equipamento de segurança.

SERVIÇOS:Trilhas do Rio Ecoturismo & AventuraTelefones: (21) 2425-8441 / 2424-5455www.trilhasdorio.com.br

TrilharteTelefones: (21) 22252426 / 22050654www.trilharte.com.br

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FOTOS DE EDUARDO ABRANCHES E MONIQUE LEAL

ASDASDASA

Cariocas descobrem o prazerdas caminhadas ecológicas

Conta a história que a caminhada é a forma maisbásica de turismo, ou seja, conhecer lugares comas próprias pernas, desbravar. A maioria dosaventureiros mais radicais, como os escaladores ouexploradores de cavernas começaram suasaventuras através da caminhada. Afinal, o que éuma caminhada ecológica? Segundo Monique Cabral,diretora da Trilharte, empresa que opera há 10 anosno mercado carioca, caminhada ecológica não éapenas andar no meio do mato. “Trata-se de umesporte não competitivo, onde cada participantedeve colaborar com o companheiro de aventura paraque todos superem os obstáculos e possam atingiro objetivo da chegada” explica a especialista. É claroque caminhar exige ritmo, equilíbrio e passadaregular, mas sempre devagar. O objetivo, acima dequalquer coisa, é a diversão, o prazer e não baterrecordes.

O cardiologista Alberto Mafra pratica caminhadasecológicas junto com a família há alguns anos e alegaque a prática, além de ser um ótima atividade física,é um exercício de civilidade já que desenvolve oespírito de grupo. “ O Rio de Janeiro é abençoadopela natureza, com lugares lindos que deveriam serconhecidos por mais pessoas que moram na cidade.

Os cariocas precisam caminhar mais, desbravar maise aproveitar a chance de estarem tão perto deste arpuro, das montanhas e do mar” enfatiza, lembrandoque hoje o mais prudente é recorrer a uma agênciaoperadora para ter segurança nos percursos.

E segurança e profissionalismo é um tema que LuizCruz, sócio da Trilhas do Rio, empresa que com cincoanos de funcionamento já opera em diversossegmentos, prioriza. “Apesar de estar sendo bemdivulgado ultimamente, o ecoturismo para os cariocasainda é novidade e está se profissionalizando. Portanto,é imprescindível avaliar a procedência dos serviçoscontratados. Antes de iniciarmos nossas atividadesfomos nos capacitar e demoramos três anos comprocesso de seleção de nossos guias que possuemformação em atrativos naturais” afirma, lembrando

que antes de se contratar uma empresa as pessoasdevem checar se ela possui cadastro no Ministériodo Turismo.Realmente a Trilhas do Rio é high tech.Disponibiliza treinamento empresarial e a Academiado Rio, uma inovação que reúne esportes deaventura e atividades ao ar livre, além de circuitosdiversos.

As caminhadas são feitas em grupos entre 5 a 7pessoas com guias turísticos especializados (étotalmente contra indicado ir por conta própria) quefazem com que o passeio não se torne um pesadelopara uma clientela bem eclética. O perfil das pessoasque aderem a caminhada ecológica é bastantevariável. Monique Cabral revela que a faixa etáriaé bem diversificada. “São pessoas de 18 a 70 anosque curtem estar ao ar livre, descobriram o prazerde caminhar nas trilhas, florestas e pontos turísticosda cidade e sempre querem repetir”.

O passeio mais procurado na Trilhart é acaminhada na Pedra Bonita, situada na Gávea. Comuma altitude máxima de 696m e uma área totalaproximada de 100 hectares, é considerada a maisbela paisagem do Rio de Janeiro. A trilha tem umavista espetacular de toda a Zona Sul, São Conrado eBarra da Tijuca. A atividade começa pela manhã,subindo a partir do primeiro estacionamento darampa de vôo, onde é possível observar São Conradoe ver os praticantes de vôo livre decolar. Ao chegarao topo da Pedra bonita, há um descanso para olanche e contemplação da cidade. Depois o grupovolta para a rampa de vôo livre, de onde assistemdecolagens dos pilotos.

O valor de passeios como este, custa em média

Vista Chinesa

Trilha na subida que leva à Pedra Bonita

Há muito o carioca descobriu que oRio trás recantos maravilhosos paraserem visitados a pé e que, além

de ser uma ótima opção de fazer turismona própria cidade, esses passeios oferecemmelhoria na qualidade de vida, eliminaçãodo estresse e desenvolvem o espírito degrupo, muito necessário em caminhadasecológicas, trilhas e passeios por florestas.A equipe do Cariocas resolveu peneiraralguns roteiros para que pessoas de todasas idades, inclusive crianças e idosos,possam ter o prazer de estar próximo aexuberante natureza que nos cerca.

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Pedais ArmaniEmporio Armani agora também é bicicleta.

Criada em parceria com a Bianchi, responsável pelafabricação e distribuição, a Emporio ArmaniSportbike possui um quadro leve, guidão reto,suporte para mp3, suporte de caramanhola dejaquard e selim slim. Um luxo! O modelo já podeser encontrado nas lojas do Rio.

Corseletes viram peças de luxoOs corseletes fizeram as pazes com a moda,

principalmente na Europa. A peça recebeu umareleitura em materiais mais confortáveis, muitodiferentes daqueles do passado. As cores sãodelicadas, indo dos rosados aos pêssegos epassando pelos pretos e brancos. Cetins, jacquardse algodões estampados estão entre os tecidosutilizados. Fitas acetinadas, estreitas ou largas,amarram a peça ou apenas fazem detalhes de laçosnos decotes e acabamentos inferiores. Vamos verse as cariocas aderem esta moda que esbanjaprovocação e sensualidade.

Depois de um inverno recheado de calças Skinny, apertadíssimas, a primavera-verão chega embalada pelos modelos oversized. Largas, deliciosas de usar,nos remetem à tendência boyfriend chic (que as meninas descoladas adorame já usam há tempos). As versões são muitas: pantalonas ou com bocaafunilada, cós baixo ou cintura alta, retas ou curtas,não importa aescolha. O importante é que tenhamos várias no armário, já que asnovas calças serão as melhores parceiras do conforto, aceitamcombinações esportivas (podendo ser usadas com camisetas e

mocassins) e vão ser um curinga no closet das próximas estações.

Acessórios de Karl LagerfeldO todo-poderoso da Chanel, Karl Lagerfeld, anuncia

que vai criar uma linha de acessórios para a marca queleva seu nome. Seu objetivo é produzir peças compreços mais acessíveis, entretanto, promete inovar,seguindo o mesmo padrão de qualidade. A parceria paraa confecção é com o grupo ANG (responsável pela CalvinKlein e Ghurka), e de acordo com a empresa, tudo serádesenvolvido com base em ótimos materiais,sofisticação e tecnologia.

Nova fragância Kenzo Inspirada na capital japonesa, com suas luzes que

nunca se apagam, chega ao mercado brasileiro a novafragrância masculina da Kenzo com a promessa deconquistar os homens modernos, urbanos e informados.O aroma procura traduzir as cores de Tóquio ao reuniressências de gengibre, limão, chá verde, pimenta-rosa,cedro, cravinho e noz-moscada, resultando em umperfume amadeirado.O frasco é todo preto com luzescoloridas impressas. O filme publicitário traz o modelobrasileiro Michel Novello. Tokio by Kenzo tem tudo para

repetir o sucesso do Flower by Kenzo, a fragrânciafeminina e deve conquistar não só os homens, mastambém boa parte da população de mulheres quesão fãs de perfume masculino.

Angels and DemonsParece que Gisele

Bündchen vai mesmoemplacar de vez na telona.Sua próxima aparição será napelícula Angels andDemons, seqüência deCódigo Da Vinci, que deverácomeçar a ser rodada emjulho. E, pela primeira vez emsua carreira, La Bündchen vaiestampar a campanha da YvesSaint Laurent. As imagensforam clicadas semanapassada, em Londres, peladupla Inez van Lamsweerde eVinoodh Matadin.

Brincos e acessórios exagerados:hit do verão

Aqueles brincos enormes prateados ou dourados,inspirados pela personagem Bebel, de CamilaPitanga, na novela “Paraíso Tropical”, já começarama chegar às ruas da cidade e prometem marcar ovisual da mulherada mais exuberante. Entre osdiversos acessórios marcantes no figurino dapersonagem, estão também as pulseiras, grossase brilhantes. Entretanto, todo cuidado é pouco nahora da produção para não se fantasiar.

Boyfriend ChicCalças largas aportam no verão carioca

Básicas

COSTURANDO A ESPERANÇAUm projeto que está sendo realizado pela secretária

de Cultura de Duque de Caxias, Dalva Lazaroni, desdeagosto deste ano, pretende abrir alternativas concretasde trabalho a pessoas carentes que buscam aumentarsua renda familiar. “Costurando a Esperança - Zuzu Angel”tem o objetivo de ser um ponto de cultura na moda.

A iniciativa acontece através da criação de um ateliêao ar livre na Praça Roberto Silveira, onde as aulasgratuitas acontecem às quartas feiras de manhã e àtarde, com duas turmas de 20 alunos cada.

A diretora do Instituto Zuzu Angel de moda, jornalistae professora universitária Celina de Farias destaca quea iniciativa é “muito importante e deve ser implantadaem outros municípios, já que abre oportunidades reaispara prender uma profissão que atualmente está com

o mercado em alta”. O projeto funciona em 16 estandes instalados na

praça onde 35 profissionais do ramo ensinam a arte edão dicas e idéias para colocar em prática osensinamentos adquiridos.

O projeto ensina às alunas os seguintes aspectos:arte com retalhos, confecção de nécessaire, almofadas,avental, e mochila com temas diversos. Além debordados, ponto cruz, richelieu, ponto cheio ecustomização de camisas, biquínis, bolsas, fantasiase mascaras de carnaval.

“Costurar é uma arte e um excelente meio de ganhara vida” conta Dalva, que, devido ao grande sucesso dainiciativa, já estuda possibilidades de manter o cursoem caráter permanente.

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

por Maria Amora

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Criada há 7 anos, a rede de óculos Lupa-Lupaacabou de concluir toda a formatação de seusistema de franquias e pretende, até o fim de2007, abrir 30 pontos de venda em todo Brasil.Depois do sucesso da última loja inaugurada emManaus no início do ano, novas empreitadasficam por conta das aberturas das lojas deNiterói, no Plaza Shopping, Barra, noBarrashopping.

A rede de óculos e acessórios moderninhossurgiu na Babilônia Feira Hype, no Rio de Janeiro,em um estande de 9 metros quadrados. Hoje,já tem oito unidades no Estado, sendo três lojase cinco quiosques. Segundo o proprietário damarca, Rubens Cohen Júnior, a procura defranqueados tem sido muito grande e o norte enordeste é um dos pontos fortes. “Nossamargem de crescimento promete ser enormeeste ano. Esperamos crescer, em média, 60%em 2007” aposta o franqueador que possui duaslojas próprias.

Rede de óculos amplia mercado no país

Circuito rápido para homens A rede de academias Ibeas aposta no filão de circuitos rápidos de exercícios com apenas 30

minutos. O que pode não parecer novidade, é inovado pela abertura do espaço incluindo o públicomasculino. As redes de exercícios rápidos investem nas mulheres. Com a bandeira Ibeas Express,a rede oferecerá o serviço para ambos os sexos.

Depois de inaugurar a primeira unidade em Copacabana, a empresa já expande no mercado.Até o fim do ano, mais dez unidades serão inauguradas. É possível que o número chegue a 200até 2010. O investimento inicial fica em R$ 150 mil, variando com as exigências de reforma doponto comercial e do número de funcionários.

Franquias

Ingressar no negócio exige investimentoinicial de R$80 mil, quantia necessária paracustear as obras de infra-estrutura, estoqueinicial e taxa de franquia.

Em fase de solidificação, a griffe possui trêsformatos de franchising: quiosque, loja ecorners. Este último, ainda não formatado, seráo modelo mais em conta para o investidor, masos valores ainda não foram definidos. As taxasde propaganda e publicidade ficam em 2% e osroyaltes não existem já que o franqueadocompra todo seu material da Lupa-Lupa, sendoque a matéria prima dos óculos é 50% importadae 50% nacional.

Quanto ao faturamento, Cohen diz que vaidepender muito do ponto, independente de serloja ou quiosque. ” Existem quiosques quefaturam 100 e outros que faturam 20” alega,lembrando que negócios como óculos de sol temmercado em todo país, mas que cidadesturísticas proporcionam boas vendas.

Produzida desde 2002, na Fazenda São Jorge, noSul de Minas Gerais, as cachaças da empresaOrganic do Brasil, só entraram verdadeiramente nomercado ativo há 2 anos, com um investimento de1 milhão de reais. Segundo Jamil Simão, diretor-presidente da marca, além do mercado nacional ascachaças da Organic do Brasil estão nos melhoresrestaurantes e hotéis da Europa. " É um mercadoem expansão. Estamos muito orgulhosos comnossas exportações. Somos muito bons e sabemosdisso, tanto que temos consciência de que suprimostodas as exigências do mercado exterior. A cachaçaé a terceira bebida destilada mais consumida nomundo" afirma o empresário.

Com produção minuciosa, a fábrica deaguardentes cuida artesanalmente do produto desdeo seu corte, moagem, fermentação, destilação,filtragem e envelhecimento. “É uma cachaçacompletamente orgânica, artesanal, puríssima e com

Cachaça orgânica brasileiraé sucesso no exterior

uma bela apresentação" enfatiza Simão, lembrandoque estes detalhes fazem parte do desenvolvimentodas quatro cachaças que a empresa produz.

Certificada pela Agência Internacional BSC - OkkoGarantie Gmbh, o objetivo da Organic do Brasil éproduzir um produto diferenciado no mercado, oque vem acontecendo graças ao empenho dofabricante e cuidado com a produção. Jamil Simãoconta que é um apreciador muito exigente decachaça e queria colocar no mercado um produtoque não fizesse mal as pessoas e que possuíssesabor apurado de cana, principal característica desua cachaça.

O alambique da Organic do Brasil tem capacidadede produzir 10 mil litros de cachaça por mês e possuium estoque de envelhecimento para 30 mil litros.Encontra-se no mercado 4 rótulos diferentes dacachaça: Embaúba, Jacuhy, Parajacuhy e VelhaJacuhy (antiga Brasiliana).

Informe Carioca WALDO LIRA ALVES

Crescimento profissional e pessoalA regra é quase única com poucas exceções: quem quer ter

uma vida profissional e pessoal em constante crescimento, teráque começar como a maior parte dos vencedores do Brasil.Pequeno, criativo, modesto, correndo altos riscos e servindoatravés da responsabilidade social.

Nunca na história da humanidade vimos tantos casos desucesso, exemplos de pessoas famosas ou anônimas, quesuperaram seus dramas e deram a volta por cima, como é o casode Ronaldo – o fenômeno, quando fraturou o joelho e da meninaCamila, que há nove anos era cheia de vida e planos, que foramcortados por uma bala perdida, em Vila Isabel. Nosso astro dofutebol lutou muito e se recuperou quando todos achavam quenunca mais jogaria. Camila ficou tetraplégica e ajudada por seuspais e médicos da ABBR passou a lutar e conseguiu recuperar osmovimentos dos braços e mãos. Em pouco tempo, a meninapoderá voltar a andar.

Tenho visto inúmeros casos de pessoas simples e humildesque com sua motivação pessoal conquistaram posições, como éo caso de Felipe – Engraxate VIP, cuja a história apresentaremosum dia, em alguma edição desta coluna. De um menino de rua,Felipe virou um dos mais requisitados engraxates do Centro doRio de Janeiro, possuindo uma rede de relacionamentos erendimentos suficientes para mudar sua vida e de sua família.Assim vemos como é possível transcender as diversidades davida!

Todos nós, com as nossas diferenças, podemos provar quesomos capazes de alcançar um crescimento profissional e pessoal.É preciso, antes de qualquer coisa, que acreditemos em nósmesmos e persistamos em uma meta mental que em algumahora irá se concretizar. O importante é nunca desistir. Basta serpositivo para atrair coisas boas, competente, pró-ativo, humildee ter espírito servidor, mas sem perder a dignidade.

Sei que parece meio fora de propósito falar de questõessubjetivas quando o assunto principal é a vida profissional. Mastalvez este seja o motivo pelo qual tantos profissionais não vêema vida decolar. Afinal, nove em cada dez executivos, afirmamque são movidos apenas pela ambição, desafio, status e dinheiro.Acima de qualquer coisa acredito que o amor, a satisfação pessoal,a responsabilidade social e claro, as qualificações sãoimprescindíveis para quem quer ter sucesso. Parece engraçadofalar disso, mas tenho provado que nos negócios tocados porpessoas que amam a sua empresa ( ou seu trabalho) e praticammetas de responsabilidade social, crescem mais rápido que osconcorrentes. Talvez cientificamente não seja comprovado, masbasta olhar como as empresas estão a cada dia aumentandosuas verbas para investir em projetos sociais.

Em tempo: Camila, a menina da bala perdida, pode voltar aandar, mas os tratamentos são caros e agora, faz-se necessárioum tratamento em uma clínica na Itália. Quem quiser ajudá-ladeve entrar em contato com (21) 2268-0934 ou através do própriosite de Camila (www.camila.lima.com.br). A causa não poderiaser mais nobre e quem sabe seja o começo para colocarmos emnossas vidas novas perspectivas.

Waldo Lira Alves é advogado, consultor e gestor de negócios

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Pequim que me aguarde!Musa das piscinas vira a página do Pan, se prepara para as Olimpíadas e já fala em encerrar a carreira.Flávio Dilascio

Eleita uma das atletas mais bonitas do mundo, a carioca Mariana Brochadoé realmente uma morena de afogar qualquer marmanjo. Ela concedeuesta entrevista exclusiva ao Jornal Cariocas em seu clube, o Flamengo,

com sua típica meiguice e espontaneidade. Com apenas 22 anos, a bela nadadoratreina firme todos os dias com o objetivo maior de disputar sua segundaOlimpíada, no ano que vem, em Pequim. Paralelo a isto, Mariana cursa faculdadede Direito, para a qual pretende dedicar mais tempo a partir do próximo ano. Aatleta revela que quer ser uma advogada vitoriosa e já pensa em encerrar a

CARIOCAS - É verdade que você começou a nadarpor influência do seu pai?

Bem, eu tinha quatro anos de idadee meu pai sempre falava para mim epara o meu irmão que nós tínhamosque praticar algum esporte. Comonos finais de semana a gente iamuito ao clube e eu ficava o tempotodo na piscina, resolveram mecolocar na natação. No início erasó para praticar um esportemesmo e ocupar o tempo,era só uma brincadeira. Sóaos 13 anos, quando eu

peguei a primeira etapa da Copa do Mundo que comecei alevar mais a sério, pois os treinadores falaram que eupoderia ter grandes resultados no futuro. A partir disso,comecei a fazer um trabalho mais específico e passei ame especializar nos 200 e 400m livre. Os resultadosforam aparecendo aos poucos.

CARIOCAS - Dos 4 aos 6 anos de idade você ficouparada. O que te fez voltar ao esporte, a influênciada família ou vontade própria ?

Tem aquela fase que você não sabe se quer continuarou não, porque existe uma rotina bem desgastante.Mesmo quando eu era pequena, tinha aquelecompromisso de estar todo dia treinando, sentindodor, me dedicando. Eu acho que todo atleta já teveesse momento de querer parar. Mas meus pais e

meu técnico me convenceram a voltar e meexplicaram que tudo era uma fase. Daí eucontinuei e passei a adorar ir ao clube paratreinar e ficar com os meus amigos. Amotivação voltou de novo, eu continuei efui melhorando cada vez mais.

CARIOCAS - Você despontou no cenárioesportivo com apenas 14 anos. Como foi

lidar com isso sendo tão nova?É, para falar a verdade, eu não conseguia

assimilar direito as coisas que estavamacontecendo. Com 17 anos eu já era recordistasul-americana, com 18 voltei com duasmedalhas do Pan, com 19 já estava naOlimpíada e hoje eu tenho 22 anos e já meacham bem “velhinha”, pois obtive resultados

bem cedo. Para mim, a ficha não caiu até hojede que eu sou uma atleta olímpica e acho que só

vai cair mesmo quando eu parar de nadar evir a próxima Olimpíada e pensar “já

carreira como nadadora, embora ainda tenha pouca idade.Ela conta que começou a nadar influenciada pelo pai, aos 4 anos, somente

para praticar um esporte. Fala também sobre sua aparição no cenário esportivonacional e suas principais emoções e decepções na carreira. Como não podiadeixar de ser, citou sua tristeza por ter ficado de fora do Pan-Americano do Rio,mas que já virou esta página.

Comentou sobre o rótulo de musa e fez revelações interessantes, como a deque os homens sentem certo receio de se aproximarem dela. Como não podiafaltar, a nadadora declarou toda sua paixão pela Cidade Maravilhosa e comentousobre o orgulho de ser carioca.

estive ali”. Sinto-me uma atleta, como tantas queexistem por aí, uma nadadora que está se dedicandodiariamente e que tem que abdicar de certas coisaspara estar no clube todos os dias.

CARIOCAS - Você acha que 2001 foi seu melhorano no esporte?

2001 foi um ano bem legal, eu tinha 17 anos eparticipei do meu primeiro Pan Pacífico, quando eubati o meu primeiro recorde sul-americano nos 200m.Nesta época, eu realmente entrei para a seleçãobrasileira absoluta e estou até hoje (já são seis anos).Foi um ano bem especial, pois foi o início da minhatrajetória na seleção. Mas cada ano tem um gostinhodiferente, sua história. O ano de 2003 também foimuito bom, o ano passado idem.

CARIOCAS - Qual foi a maior emoção de toda asua carreira?

Essa é difícil de responder, mas quando eu bati omeu primeiro recorde sul-americano foi uma emoçãomuito grande. A final na Olimpíada no revezamento4x200m também foi muito emocionante. A gente entrounaquela piscina lotada, todo mundo gritando, berrando,daí eu perguntei para as meninas: “Tem mais alguémaí que também está arrepiada?”. Realmente isso éuma sensação muito gostosa, um momento único doatleta. Enfim, foi maravilhoso.

CARIOCAS - E o momento mais triste?Com certeza foi este ano quando eu fiquei de fora

do Pan-Americano, ainda mais aqui dentro de casa.Foi muito inesperado, uma surpresa muito grande,não só para mim como para a própria Manuela, quetirou a minha vaga, baixando muito o tempo dela.Mas esporte é assim, um dia a gente ganha, no outroa gente perde. E eu fui perder logo num Pan-Americano

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aqui no Rio de Janeiro. Foi a minha primeira grandederrota na natação. Foi bem difícil lidar com isso, poiscriaram uma expectativa muito grande em cima de mime eu não pude corresponder. Mas eu já virei a página,quero estar nas Olimpíadas e no Sul-Americano do anoque vem e voltar para a seleção brasileira.

CARIOCAS - Você se sentiu realizada com suaparticipação nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas,ou acha que poderia ter ido além?

Eu achava que poderia ter ido além nos 200m livre.Eu estava treinando muito bem e achava que bateriao meu recorde sul-americano, mas, infelizmente nãoconsegui e acabei ficando em 23º. Acho que teriacondições de ter pego uma semifinal. Eu era muitojovem, foi a minha primeira Olimpíada, eu fiqueimuito nervosa com aquela pressão toda. Norevezamento, eu nadei com o meu melhor tempo, asmeninas me ajudaram bastante e fizemos um trabalhode equipe bem legal.

CARIOCAS - Como é a sua rotina? Consegue conciliartreinamento com faculdade e vida pessoal?

É complicada, mas como eu fiz isso a vida toda, acabeime acostumando. São cinco horas diárias de treinos,duas horas na piscina na parte da manhã, duas na parteda tarde, mais uma hora de musculação e alongamento.Depois disso tudo, ainda pego a bicicleta e vou para afaculdade, à noite. Estou no 6º período de Direito. Emresumo, meu dia começa às 6h da manhã e só terminaàs 11 da noite. Durante a semana não tenho tempo paramais nada e, quando chega o final de semana, eu sóquero descansar após o treino da manhã de sábado. Seeu saio, é para um programa light, como praia, cinema,ou então fico em casa vendo um DVD.

CARIOCAS - Como é a sua alimentação? Possui algumadieta especial, freqüenta nutricionista?

Já cheguei a freqüentar nutricionista, mas, hoje emdia, não tenho mais esse acompanhamento. Eu treinomuito, tenho um desgaste diário grande, então meioque posso comer de tudo à vontade, porque, duas horasdepois, eu já gastei tudo no treino. Só nos finais desemana que eu saio um pouquinho da dieta, porqueninguém é de ferro. Comer uma besteirinha vez ou outraaté que cai bem, não é? (Risos).

CARIOCAS - Quem são os seus melhores amigosdentro do esporte?

A Rebeca Gusmão (nadadora) é uma das minhas

melhores amigas. Fiquei muito feliz por ela nesse Pan-Americano, pois foi a primeira mulher a conquistar umamedalha de ouro para o Brasil. Foi mais do que merecidoporque ela teve vários problemas esse ano, tanto pessoaiscomo financeiros, e conseguiu se superar. Foi uma voltapor cima. Tenho a Rebeca como amiga desde os 15 anos,quando competíamos juntas.

CARIOCAS - Você foi eleita a musa das Olimpíadas deAtenas. Como é para você ser conhecida como uma dasmulheres mais bonitas do esporte mundial?

Esse posto para mim já passou (risos), pois eu fiqueide fora desse Pan e agora as musas são as gêmeas donado sincronizado. Mas isso surgiu no Pan de SantoDomingo. Eu fiquei até chateada porque trouxe duasmedalhas – uma de prata e uma de bronze – e isso até ficouesquecido. Se beleza fosse essencial para mim, eu teriasido modelo, teria preferido outra carreira. Mas, no geral,é gostoso. Toda mulher gosta de ser chamada de bonita. Ébom para o ego de qualquer um. Só que o meu objetivoprincipal é dentro d’água.

CARIOCAS - O assédio masculino tornou-se maiordepois que você ficou famosa?

Pelo contrário, parece que os homens têm medo dechegar (risos). Me idolatram muito, parece que eu sou umoutro ser. As pessoas me olham muito sim, mas de chegare falar são poucos que fazem isso. Não sei se minha imagemcriou uma intimidação. Não sou muito assediada.

CARIOCAS - Seu namorado tem ciúmesdeste rótulo de musa?

A maioria de meus namoradossempre foram atletas – o atualtambém é – então já conhecemessa situação. Eles tambémpassam por isso. O ciúme àsvezes rola, mas, quandovocê gosta de alguém, tudose supera. A base de umrelacionamento está naconfiança.

CARIOCAS - Você jápensou em fazer algumtrabalho artístico comomodelo ou posar para umarevista?

Eu já fiz algumas fotospara umas lojas de roupa.Ficou um trabalho bem legal.Nunca pintou uma propostamuito grande. Não sei bem como éesse mundo artístico. Caso apareçauma oportunidade, eu poderia até vercomo é esse tipo de trabalho só que, omeu objetivo principal está dentrod’água.

CARIOCAS - O que você, como boa carioca,poderia dizer sobre a sua cidade?

A cidade é maravilhosa mesmo! Como sou nadadora,tive a oportunidade de viajar o mundo inteiro e possodizer que o Rio é uma das cidades mais bonitas desseplaneta. Tenho muito orgulho em ser carioca. Penaque a cidade está muito violenta. É muito ruim termosque ficar trancados em casa, com medo de sair, comtanta coisa boa para se aproveitar aqui.

CARIOCAS - Você moraria em outro lugar quenão fosse o Rio?

Acho difícil me ver morando em outro lugar.Eu nasci e cresci aqui e pretendo continuarvivendo no Rio de Janeiro. O carioca é muitoreceptivo, muito caloroso. Nas competições láfora, a gente vê que o povo é mais frio, mais

contido. Veja a festa que o povo carioca fez nesse Pan-Americano e o quanto isso ajudou os atletas e o quantoisso influenciou no resultado deles. Então é muito bomviver numa sociedade desse tipo, onde tudo é motivode festa, de alegria e de carnaval. É por isso que o Rioatrai tantos turistas, por esse clima que o povo acabafornecendo.

CARIOCAS - Se você tivesse que escolher trêsmaravilhas do Rio, quais você indicaria?

O Cristo Redentor, lógico, como já foi votado comouma das sete maravilhas do mundo, o Aterro doFlamengo e o Pão-de-Açúcar, que eu também acholugares fantásticos.

CARIOCAS - Quais são as suas perspectivas para ofuturo?

Pretendo ir para a Olimpíada no ano que vem. Esse éo sonho de todo atleta, e vou concentrar todos os meusesforços nisso. Quero começar a estagiar também, poisjá vou passar para o 7º período de Direito. Talvez issoseja o início do processo de encerramento da minhacarreira, pois será muito difícil conciliar as duasatividades. Daqui a dois anos, estarei me formando epretendo seguir a carreira de advocacia mesmo. Nãosei em que área, ainda não me decidi. Só sei que queroser tão bem sucedida como fui na natação.

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UM LUSITANO COM ALMA CARIOCAFuncionando há 52 anos no mesmo pontodo Leblon, a Casa Campos mantémqualidade, bom atendimento e tradição,o que torna o estabelecimento ponto deencontro de pessoas do bairro que vãoaté lá nem que seja para dar um bom dia.O proprietário, Sr. Domingos FerreiraCampos, veio de Portugal em novembrode 1954 para, junto com o primo e sócioaté hoje, José Augusto da Silva, abrirema loja de ferragens. “ Aqui somos umagrande família. Clientes que viraramamigos com o decorrer dos anos” fala este lusitano com alma de carioca, que sediz um homem das antigas até no ato de não aceitar cartões de créditos. “Até hojeninguém resmungou. A maioria de nossos produtos são pequenos e baratinhos”conta.A Casa Campos se localiza, desde 01 de dezembro de 1954, na rua Dias Ferreira,

número 105, Leblon. Telefone: 2294-0049.

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