Jornal Contramão 28ª

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UNA - Ano 7 - BELO HORIZONTE - Abril - Maio 2014 Distribuição Gratuita JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO MULTIMÍDIA 28 #pulafogueira JUNHO 2013 2014 MANIFESTANTES AINDA SE ARRISCAM PELAS MUDANCAS ´

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#pulafogueira

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UNA - Ano 7 - BELO HORIZONTE - Abril - Maio 2014Distribuição Gratuita JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO MULTIMÍDIA

28

#pulafogueira

JUNHO 20132014

MANIFESTANTES AINDA SE ARRISCAM PELAS MUDANCAS

´

abril/maio de 20142 editorial

As manifestações sociais que agitaram todo o Brasil desde o ano passado e que ficaram conhecidas como Jornadas de Junho não ficaram apenas para a memória. Com a proximidade da Copa do Mundo 2014, os diversos movimentos socias e políticos que marcharam pelas ruas prometem não dar trégua e prepararam uma agenda de passeatas e reivindicações, pretendendo demonstrar que o Brasil não é tão somente uma pátria de chuteiras.

Ao mesmo tempo em que se os conflitos ideológicos das ruas novamente se aproximam, justamente em um período tão significativo da história brasileira, é preciso ter clareza a respeito do que significa esse “primeiro aniversário” das Jornadas de Junho. Esta edição do jornal CONTRAMÃO apresenta, em suas páginas centrais, uma análise jornalística feita por João Alves que pode ajudar a definir a importância dessas manifestações e seu real peso na vida de todos nós. É importante ressaltar que o autor do texto esteve presente em todas as manifestações realizadas ano passado em Belo Horizonte, tornando-se testemunha ocular de um importante passo no Brasil.

Ainda tratando de fatos políticos e sociais, esta edição aborda a regulamentação do Marco Civil da Internet e suas implicações imediatas; Depois de tanta contenda a respeito desta aprovação, onde não faltaram opiniões favoráveis e contrárias, muitas vezes bem acima de um tom aceitável, ainda é possível perceber uma certa dúvida geral a respeito da viabilidade desta regulamentação. O texto, assinado por Alex Bessas, mostra as opiniões de especialistas na área, que participaram de um elucidativo debate público realizado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em maio.

Mas nem somente de política é alimentada esta edição. Cultura tem seu espaço garantido em nossas páginas, abordando a atividade dos cineclubes na cidade, a mostra Ingmar Bergman - realizada no Palácio das Artes - e a peça Sarabanda, baseada na obra do autor. E há ainda espaço para o maior festival de K-Pop, que será realizado no Brasil, para delírio dos apreciadores de cultura pop oriental.

Boa leitura!

EXPEDIENTE

Núcleo de Convergência de Mídias (NuC) do curso de Jornalismo Multimídia do Instituto de Comunicação e Artes (ICA) - Centro Universitário UNA.

Reitor: Átila Simões.

Diretor do ICA: Lélio Fabiano dos Santos.

Coordenadora do curso de Jornalismo Multimídia: Piedra Magnani da Cunha.

NuC/Coordenação: Jorge Rocha, Luiz Lana e Tatiana Carvalho.

Diagramação: Cassiano Freitas.

Supervisão: Jorge Rocha.

Revisores: Ana Paula Sandim, Jorge Rocha e Tatiana Carvalho.

Estagiários: Bárbara Carvalhaes, Cassiano Freitas, Gabriel Amorim, João Alves, Juliana Costa, Lívia Tostes e Luna Pontone.

Foto da capa: João Alves.

Tiragem: 2.000 exemplares.

Impressão: Sempre Editora.

EDITORIAL

LEIA MAIS EM CONTRAMAO.UNA.BR

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3abril/maio de 2014estilo

tudo o que se pode ler na pele

Foto por João Alves

Realizada entre os dias 25 e 27 de abril, a 4° BH Tattoo Convention reuniu cerca de 10 mil visitantes no Minas Centro, todos interessados na arte de marcar o corpo com imagens representativas. O organizador Marcos Pequeno avalia que a convenção, que teve participação de 200 tatuadores vindos de diversas partes do país, superou as expectativas em relação aos anos anteriores.

Mas não só de culto à tatuagem foi feita o evento. O visitante pôde jogar games, curtir atrações musicais e, entre os 79 stands que ocupavam o salão, encontrar acessórios, livros e artigos para compor um estúdio de tatuagem e piercing.

Dentre os expositores havia quem estava lá pela primeira vez, como João Rodrigues, do Tatu Caolho, que tatua há menos de um ano. Os profissionais da tatuagem que vieram de outros países se destacaram, como a argentina Jana, tatuadora há mais de 10 anos e que se declara apaixonada pelo Brasil.

Os tatuadores da velha guarda também marcaram presença, como é o caso de André Matosinhos, que desenha em epidermes desde 1980. Matosinhos defende que a tatuagem é uma modalidade artística.

- Infinito, letrinha, nome de namorado são modismos comerciais, isso aqui, a convenção, é outra pegada, é hora de buscar técnicas avançadas e elementos mais sofisticados - alfineta o tatuador.

Em relação à última edição, o número de artes em aquarela aumentou significativamente. A técnica de tatuagens é nova, chegando no Brasil há cerca de dois anos. “Trata-se de uma tendência de expressão artística, a convenção é o lugar onde se divulga essas técnicas para que elas cheguem aos estúdios”, explica Matosinhos. A modalidade faz tanto sucesso em Belo Horizonte, que um dos pioneiros do estilo, Victor Octaviano, só tem horário vago para atendimento no próximo ano.

Texto por Alex Bessas (3º período) Juliana Costa (5º período)

Jornalismo Multimídia

ONLINE: leia a matéria na íntegra

abril/maio de 20144 política

reGulaMentaÇÃo da Internet

no BrasIl

Sancionado no final de abril pela presidente Dilma Rousseff, o Marco Civil da Internet foi uma lei extensivamente debatida - nos corredores do poder, nas ruas e nas redes sociais. Em pauta desde outubro de 2009, os últimos meses foram marcados pelo embate de ideias nas redes, sendo comum que as hashtags #VaiTerMarcoCivil e #NãoVaiTerMarcoCivil dividissem espaço entre os assuntos mais comentados no Twitter.

Foto: Projeto Pensando o Direitohttp://participacao.mj.gov.br/

Texto por Alex Bessas (3º período) Jornalismo Multimídia

5abril/maio de 2014política

O tema foi pautado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, quando foi defendido por todos integrantes da mesa, apesar de algumas ressalvas. A mesa foi composta pelo fundador do projeto Software Livre Brasil, Marcelo Branco, pelo consultor do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Carlos Affonso, e pelo jornalista e mestre em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gustavo Gindre. Na ocasião, ainda no início de abril, o projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados e ainda iria passar pelo Senado Federal.

O Marco Civil é um grande avanço contra o controle da internet pelas grandes empresas de telecomunicação. “O modelo de como se estrutura o Comitê Gestor da Internet e o modelo do Marco Civil são os dois grandes produtos que o Brasil tem

a mostrar, são duas referências mundias”, elogiou o jornalista. Com esse elogio, ele fez uma referência a como se estruturou o comitê gestor, que reuniu diversos setores da sociedade para discutir e elaborar o texto final do projeto.

Apesar de admitir que a lei aprovada não seria a dos seus “sonhos”, o professor salienta o pioneirismo do Brasil em relação ao tema. Ele entende ainda que alguns temas pontuais foram deixados de lado para facilitar a aprovação do projeto de Lei. Tal ação ocorreu visto que alguns pontos poderiam barrar a aprovação por gerarem comoção da mídia - como a revisão da Lei de Direitos Autorais.

Gustavo Gindre ainda sustenta, de forma otimista e prática, que algumas questões - como a da privacidade na rede - poderão ser melhoradas com futuras emendas.

Foto: Portal CNPqhttp://www.cnpq.br/

ONLINE: leia a matéria na íntegra

abril/maio de 20146

Belo Horizonte. Cidade planejada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897 para ter várias novidades das grandes metrópoles do exterior e do Brasil. Além das avenidas e ruas extensas, fazia parte do projeto arquitetônico também um parque. Seu projeto seria, segundo o jornal Minas Gerais de 1897, “construído de acordo com as regras modernas admitidas nesse gênero de construção.” O Parque Municipal seria o pulmão da cidade.

Era 1903, o carioca Victor Serpa, estudante de direito, chegou à atual capital de Minas Gerais para estudar e trouxe uma novidade, o esporte que aprendeu enquanto estudou na Suíça: o futebol. De acordo com a doutora em história e professora da UFMG, Marilita Aparecida Arantes Rodrigues, os adeptos do novo esporte logo se apropriaram do mais importante espaço de lazer da cidade – o Parque Municipal.

O primeiro treino no parque foi realizado na alameda à direita do portão da Avenida Afonso Pena, local onde se construiu o Teatro Francisco Nunes, no dia 3 de maio de 1904 .

Em 10 de julho de 1904, Serpa e alguns acadêmicos, comerciantes e funcionários do governo, pertencentes à elite, fundaram a primeira associação esportiva de Minas, o Sport Club Foot-Ball que teve como sede uma loja na Rua dos Caetés e o local dos treinos era o Parque Municipal.

O primeiro jogo foi em 2 de outubro de 1904, em um campo na Praça Rui Barbosa, onde hoje é a Praça da Estação, em que os jogadores se dividiram em dois times, um liderado por Victor Serpa e

outro pelo presidente da associação, Oscar Americano.

Os jogos seguintes entre os times do Sport Club tiveram grande divulgação e o futebol ganhou interesse da população, virando mania em todas as camadas. Incentivados pelo clube de Serpa dois novos clubes surgiram na capital: ainda em 1904, o Plínio Foot-ball Club e o Athletico Football Club. Então foi criada uma liga com os três clubes para disputar o primeiro campeonato na cidade. A princípio, o Parque era o único local utilizado para partidas e treinos, mas logo outras opções foram criadas pelos clubes belo-horizontinos.

A população estranhava o modismo das vestimentas e de empolgação dos rapazes pelo esporte que recebeu duras críticas nos jornais da época. Segundo o cronista Pan d’Ega em 1905, “o magnifico sport que, em outras cidades, o povo joga, aqui joga o povo. [...] o mal invadiu todos os bairros, transformando a cidade num vasto campo de exercício, em que até as pernas ocupadas dos transeuntes servem de goal”.

A cronista Marialva relatou em uma nota, intitulada “Incipientes”, que o futebol fazia parte dos problemas daquela época: “Ó éra de crise, de tombos políticos, de foot-ball e polemica!”.

Em 17 de janeiro de 1905, o futebol mineiro perde Victor Serpa que falece no Rio de Janeiro enquanto passava férias com a família. Abalados com a perda e desmotivados, os times fundados com ajuda de Serpa tentaram dar continuidade, mas nos anos seguintes o esporte perdeu força. Em nota, o jornal Minas Geraes disse

que as atividades futebolísticas se tornaram escassas no ano de 1906 e nenhuma das agremiações pioneiras teve continuidade, sendo todas extintas em 1907. Apenas algumas iniciativas isoladas em quartéis usavam o futebol como atividade física nos treinamentos policiais. Deu-se início ao auge do Prado Mineiro que realizava torneios de turfe e corridas no hipódromo.

Em 1908, o futebol volta a ser notícia nos jornais com o aparecimento de novos clubes. Uma nova agremiação com o nome Sport Club Mineiro é fundada e nela um novo time, herdando o nome do pioneiro da cidade.

O Parque Municipal retorna como espaço para prática da modalidade esportiva e outro time é fundado em 25 de março no coreto por meninos entre 13 e 14 anos que estudavam juntos.

Eles saiam da aula e se encontravam no Parque Municipal para jogar futebol com bola de meia, em frente de onde hoje é o prédio da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Decidindo levar a brincadeira a sério, marcaram o retorno do futebol na cidade.

Hoje, o Clube Atlético Mineiro é o mais antigo clube mineiro em atividade com 106 anos de história. A importância do Parque Municipal na história do futebol mineiro é retratada em livros e exposições.

O Atlético foi homenageado com um memorial no local da sua fundação com o nome dos seus idealizadores que pode ser vista pelo público durante o horário de funcionamento, ao ar livre onde, há décadas atrás, jovens davam início ao esporte mais popular de Belo Horizonte.

BerÇo do FuteBol MIneIroesporte

Texto por Izabella Costa (5º período) Jornalismo Multimídia

7abril/maio de 2014

Era 28 de setembro de 1913, um espaço público de Belo Horizonte foi apropriado para a prática de esporte: O Parque Municipal. Um grupo de homens mais velhos e influentes, sobretudo médicos da elite de Belo Horizonte, fundaram o Club de Sports Hygienicos que instalaria, segundo o jornal Minas Geraes em julho 1914, “(...) à direita do jardim, transversalmente, dois campos de tennis; á esquerda, o frontão e os dois campos de croquet, um do systema francez e o outro, do systema inglez; em frente ao jardim, o rink; e na parte posteiror, o campo de foot-ball, separado do jardim e do bar, pela linha construida para os exercícios de tiro aos pombos.”.

O grupo havia apresentado ao prefeito da cidade um planejamento bem organizado do que esperava ser um local “elegante, sadio e civilizado” para a prática de esportes da elite social belo-horizontina.

Os jornais da época criticaram o fato da ocupação de um espaço público para o uso restrito da elite sem benefício geral para a sociedade. Mas, mesmo assim, o grupo conseguiu o seu intento.

A revista Vita publicou, em novembro de 1913, a seguinte nota: “O Club de Sports Hygienicos, brilhante associação recentemente fundada nessa capital e destinada a ser um ponto chic de reuniões das

famílias da nossa elite, distinguiu-nos com um convite para as suas reuniões ás quintas e domingos. Muito gratos, lá estaremos, de Kodak em punho, para instantanear os valentes sportmen e as gentis sportwomen.” Seguindo preceitos ingleses, homens, mulheres e crianças iam, elegantemente vestidos, praticar esportes como o crocket, futebol e o lawn tennis, que era o seu maior destaque.

Não há relatos que mostrem como o Club de Sports Hygienicos encerrou suas atividades. Mas historiadores afirmam que o clube se extinguiu entre os anos de 1917 e 1918, deixando um legado para a história.

CluB de sports HYGIenICos:esportes para

a elIte

esporte

Texto por Izabella Costa (5º período) Jornalismo Multimídia

abril/maio de 20148

Em junho de 2013, o Brasil saiu às ruas e mostrou o seu descontentamento com o momento político pelo qual estávamos passando. Em meio a gritos e protestos que lotaram as ruas, os brasileiros reivindicaram transparência dos políticos e melhorias na educação, saúde e no transporte público. Quase um ano depois, pouco mudou, mas é possível ver um rumo diferente para o país.

Após as “Jornadas de Junho”, como ficaram conhecidos os protestos dessa época, os grupos sociais ganharam força nas grandes capitais. Com o engajamento desses grupos, a população obteve conquistas perante os “mandatários” das cidades. Em Belo Horizonte, os destaques foram a conquista contra o aumento das passagens (Não é pelos 20 centavos) - apesar da tarifa ter sido reajustada em maio -, o Espaço Luiz Estrela (na Região Leste) e a ocupação dos espaços públicos da cidade.

Os grupos sociais não se abateram pelo revés perante o aumento da passagem e continuam com as ocupações nos espaços públicos, ato que vem conquistando adeptos por BH e propondo transparência da prefeitura em suas manifestações pela cidade. No dia 15 de maio, as avenidas Amazonas, Afonso Pena e João Pinheiro foram palco de uma manifestação que demonstrou solidariedade entre os grupos, onde todos se alternavam na liderança e coordenavam gritos por mudanças e apresentavam as suas propostas. No entanto, não houve

grande adesão, mas isso não fez com que a manifestação perdesse a importância.

A luta contra o aumento das passagens teve uma reviravolta no ultimo mês. No início de abril, o Ministério Público conseguiu uma liminar que suspendeu o aumento temporário das passagens de ônibus, previsto para o dia 6 do mesmo mês. O grupo Tarifa Zero, junto com os belo-horizontinos comemoram a conquista que durou por pouco tempo. No inicio de maio, a justiça negou o pedido que tornaria a suspensão definitiva. Sendo assim, no dia 10, as passagens de ônibus passaram de R$2,65 para R$2,85.

Questionado a respeito das próximas manifestações, o jornalista Geneton Moraes Neto, atento observador da onda política que se estendeu de junho do ano passado até agora, é categórico. Para ele, “há um óbvio cansaço diante de um absurdo que se repete há décadas: o brasileiro paga impostos altos, mas não vê um retorno em forma de educação, segurança e medicina pública de qualidade”.

Geneton também considera que houve excesso tanto por parte dos manifestantes quanto pelos policiais, esperando que, mesmo com o clima de confronto que se anuncia, que haja bom senso. “De qualquer maneira, aquelas manifestações gigantescas do ano passado terão cumprido um papel se conseguiram de alguma maneira abrir os olhos dos governantes em todos os níveis”, analisa o jornalista.

cidade

Texto e foto por João Alves (5º período) Publicidade e Propaganda

9abril/maio de 2014cidade

BH PAROU

VEZ1

MÉDIA

MANFIESTANTES

500

R$2,85 R$2,65

MÉDIA

MANFIESTANTES

30 MIL

MAIOJUNHO

SETEMBRO

BH PAROU

VEZES6

MORTES0

MORTES2

15/06/13 - 8000 mil pessoas foram às ruas em um sábado, com o objetivo de protestar contra o aumento das passa-gens e da represália policial em São Paulo. Não houve registro de confrontos.

19/06/13 - 5 mil pessoas ocuparam a Praça Sete, no Centro da Capital. Foram regis-trado confrontos entre mani-festantes e policiais, sem prisões. O principal motivo foi o gastos com a Copa.

15/05/14 - No último dia 15, cerca 500 pessoas foram as ruas por melhorias no siste-ma político do país, assim como no ano anterior. A manifestação contou com a partici-pação dos grupos soci-ais Tarifa Zero e ocupação William Rosa, além de servidores públicos. Não houve registros de con�itos policiais, nem prisões.

20/06/13 - 15 mil pessoas foram às ruas e a�rmaram que “amanhã vai ser maior”.

22/06/13 - Manifestação contou com 100 mil pessoas. Foi registrado confronto entre policiais e manifestantes. 11 pessoas �caram feridas.

26/06/13 - A manifes-tação reuniu 50 mil pessoas.

07/07/13 - O protesto contou com 800 pessoas e foi marcado como a mais violenta das manifestações. A população foi às ruas pelas melhorias políti-cas e por um Brasil mais decente no Dia da Inde-pendência. Ocorreram 23 prisões e varias agressões policiais contra manifestantes. Dois jornalistas foram agredidos.

OS NÚMEROS DAS JORNADAS DE JUNHO

Infográfico por Cassiano FreitasONLINE: veja o infográfico na íntegra

abril/maio de 201410 cinema

aÇÃoCIneCluBIsta ContInua atIva

A ação cineclubista começou no Brasil em 1928, com o Chaplin Club, no Rio de Janeiro e desde então foi se espalhando por todas as regiões do país. Hoje, totalizam cerca de 1370 cineclubes ativos, segundo o Conselho Nacional de Cineclubes no Brasil. Após 50 anos de Ditadura Militar, o cineclubismo continua a ser uma prática vanguardista. Em 1964, após o golpe, foram fechados vários cineclubes que eram vistos como prática subversiva. Em Belo Horizonte, a repressão fechou na década de 70, o curso de cinema da PUC Minas.

Sempre com local, data e horários fixos, os cineclubes exibem filmes de diversas temáticas - política, social, ou até mesmo a filmografia de alguns cineastas que marcaram, geralmente pensando na democratização do acesso e filmes que não circulam dentro das salas comerciais. A exibição é sempre acompanhada de debate, que tem ampla participação e importância. Nos debates os cinéfilos trocam experiências e despertam sua criticidade.

Texto por Luna Pontone (3º Período)Jornalismo Multimídia

Foto por Danilo Vilaça

ONLINE: leia a matéria na íntegra

11abril/maio de 2014cultura

No inicio do mês de abril, entre os dias 08 e 09, ocorreu o Circuito Comunica: Cores da Igualdade, organizado pelo coletivo ABUNA. O coletivo que, em tupi-guarani significa “Homem Preto”, é um grupo institucional formado por 11 alunos do Centro Universitário UNA, responsável por realizar o evento.

Com palestras e workshops, o Circuito foi de grande sucesso no ICA (Instituto de Comunicação e Artes). O workshop “Turbantes: Origem, Significados e Torções para o Cotidiano”, realizado pela estudante Énia Dára Medina, teve a participação dos professores e dos alunos que não tiveram vergonha de se jogar na moda dos turbantes.

Sob o comando da professora Daniela Viegas, os alunos do 3º período de Relações Públicas, organizaram o II Fórum Comunica intitulado como Diversifica. O evento contou com a presença dos palestrantes Cris Guerra, blogueira e colunista de moda, Wesley Schunk, médico e ex-BBB, Gustavo Jabrazi, representante da agência Filadélfia, Roberto Reis, professor e coordenador do UNA-SE Contra a Homofobia e Tania Rodrigues, representante do grupo Black Soul de BH.

Segundo Viegas, a experiência de organizar o Fórum foi muito gratificante, não só para ela, como para os alunos e participantes, pois todas as decisões sobre o evento foram feitas em discussões democráticas em um processo deliberativo.

CIrCuIto CoMunICa: Cores da IGualdade

Diversidade pode ser a palavra que contextualiza todo o primeiro semestre no Instituto de Comunicação e Artes da UNA.

Texto por Luna Pontone (3º Período)Jornalismo Multimídia

Foto por Diogo Fabrim

abril/maio de 201412

Uma hora é o tempo que o bancário Vinícius Mundim economiza no trajeto do trabalho, na Praça da Liberdade, para casa, no Bairro Dom Cabral. A advogada Juliane Rocha consegue poupar meia hora por dia ao cruzar a rua Gonçalves Dias, entre os bairros Funcionários e Santo Agostinho. A fórmula que ambos usam para fugir dos congestionamentos da capital é a mesma: deixar a preguiça de lado e tirar a bicicleta de casa.

Para Vinícius, a bicicleta como primeira opção de transporte traz muitas vantagens, principalmente financeiras. “Por ano, gasto R$250,00 com manutenção, com um carro. Poderia gastar isso por mês só com gasolina”. Juliane ja economizou R$ 3.200 em um ano. Para ela, o maior benefício é a qualidade de vida. “O stress do trânsito estava me deixando muito impaciente. Quem vai trabalhar de bicicleta chega ao trabalho mais feliz”, comenta.

Entretanto, os próprios ciclistas afirmam que a prática não traz só vantagens. Guilherme Tampieri, da Associação BH em Ciclo, conta que o desrespeito por parte dos motoristas e a falta de lugares específicos para estacionar são as maiores dificuldades. “Tem lugares que eu gosto de ir, mas não posso porque não aceitam bicicleta”, explica.

Segundo a BH Trans, Belo Horizonte atualmente possui aproximadamente 53 km de ciclovias. Até o final de 2015, a prefeitura pretende concluir um plano de mobilidade para incentivar o uso das bicicletas na capital. De acordo com o coordenador do Programa de Mobilidade da Agência Metropolitana, Samuel Hertel, “o transporte não-motorizado é menos poluente, ocupa menos espaço viário e tem custo zero.”

Com base nos dados da Secretaria de Estado Extraordinária de Gestão Metropolitana, dos 15 milhões de deslocamentos individuais realizados diariamente na RMBH, 80 mil são feitos de bicicleta e a tendência é que o uso desse meio de transporte cresça 2,5% em cinco anos.

vIda eM duas rodas

cotidiano

Foto por João Alves

Texto por Ana Magnani, Frederico Thompson e Ingrid Torres (5º período)Jornalismo Multimídia

13abril/maio de 2014

Em 2007, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo em 2014, Herlanderson Silva sonhou com um evento que traria muita prosperidade para o bar que gerencia na Savassi. A região foi revitalizada há pouco tempo, além de abrigar muitos estabelecimentos e diversidade de pessoas - a combinação perfeita para unir o útil ao agradável: ganhar dinheiro e ter o prazer de receber turistas estrangeiros para torcer e ver o Brasil ser hexacampeão.

Entretanto a realidade hoje é outra. A poucos dias da abertura da Copa do Mundo, Silva não sabe dizer ao certo quando seu bar irá funcionar.

A dúvida surgiu a partir da experiência da Copa das Confederações, no ano passado. O bar, localizado à Rua Antônio de Albuquerque, sofreu prejuízos com os arrastões que pegaram onda junto com as manifestações que eclodiram por todo o país. “Estamos preparados para fechar as portas a qualquer momento se houver baderna”, explica.

No quarteirão da Rua Pernambuco, a livraria Status, investiu e apostou em um ambiente externo com música ao vivo, mas foi impossibilitada de manter seu padrão durante os 32 dias de evento. “A Prefeitura

de BH já nos notificou informando que não teremos alvará para usar o espaço externo, não será permitida música ao vivo nem montagem de telão, só poderemos utilizar o ambiente interno”, relata o gerente Charles Santana.

Em função de tanta burocracia, os demais bares da região decidiram não modificar nada no cardápio. Nada de coquetéis comemorativos, nem pratos novos, ou sequer decoração. “Apenas o reajuste nos valores, porque a Ambev já aumentou em 11% o preço da cerveja, que está por 7,90 a garrafa de 600 ml”, conta Jarbas Gomes, responsável pelo Baiana do Acarajé.

De acordo com Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel), após repercussão dos impactos que o setor de alimentação fora do lar sofreria com o segundo aumento consecutivo da tributação sobre bebidas frias, o Ministro da Fazenda se reuniu com o presidente executivo da Abrasel e representantes do setor de bebidas. Segundo Guido Mantega, aumento marcado para 1º de junho foi adiado para setembro e acontecerá de forma escalonada.

A ideia da Copa do mundo era mostrar uma cidade turística, capaz de receber pessoas de vários países. Por enquanto, consumidores

e comerciantes estão muito receosos com o que irá acontecer nos dias de jogos, principalmente os que a cidade mineira irá sediar.

O belo-horizontino, habituado com o movimento boêmio da capital, terá que se adaptar neste período. Joana Melo, estudante de moda, moradora da região sul e cliente fiel dos bares da Savassi, diz que não tem intenção de assistir aos jogos na rua. “Já que não irão oferecer nenhum diferencial e diante da expectativa de violência, optei por torcer na casa de amigos”, explica.

Já em relação à exibição dos jogos, no interior dos estabelecimentos, a FIFA estabelece condições, que podem ser consultadas no site Exibição Pública FIFA. E sobre a colocação de telões nas calçadas dos estabelecimentos para a exibição dos jogos, o interessado precisa licenciar o evento na Prefeitura e seguir as condições da FIFA, de acordo com o regional Centro-Sul.

Já a Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo (SMCOPA) disse que Belo Horizonte terá dois eventos oficiais durante a Copa do Mundo - os jogos que serão realizados no Mineirão e o FIFA Fan Fest, evento de exibição pública dos jogos, no Expominas. Obitis audae corestenissi occab

Texto e foto por Lívia Tostes(2º período)

Jornalismo Multimídia

FrustraÇÕes verde-aMarelocopa

Foto por João Alves

Texto por Grazi Souza, Silva de Assis e

Ursulla Magro (6º período)Jornalismo Multimídia

abril/maio de 201414 cinema

BerGMan: do CIneMa para o teatroA Fundação Clóvis Salgado apresentou durante 46 dias

a Mostra Igmar Bergman - Instante e Eternidade. Segundo o curador do Cine Humberto Mauro, Rafael Ciccarini, “uma mostra desse tipo e dessa proporção não se limita a apenas exibir toda a filmografia, mas também de vivenciar esse cineasta por um longo período de tempo, tentando discutir os diferentes aspectos desse autor.” Na programação, 79 filmes distribuídos em 160 sessões foram exibidos, reunindo diversos formatos, como o digital, a tecnologia DCP (Digital Cinema Package) e a película de 35mm, que totalizaram 800 kg de filme vindos do exterior.

Além dos filmes, a programação apresentou cursos, debates, palestras e a realização da peça teatral baseada no último filme de Bergman - Saraband. Os diretores Ricardo Alves Jr. e Grace Passô foram os convidados para transformar a ideia em realidade. O espetáculo Sarabanda foi apresentado no Grande Teatro do Palácio das Artes e teve apresentações impactantes. Bergman, em sua vida, colocou o teatro como sua esposa e o cinema como sua amante e a mostra trouxe essa referência. O cinema trazendo a eternidade e o teatro o instante, compondo o nome da Mostra.

Texto e foto por Lívia Tostes (2º período)Jornalismo Multimídia

ONLINE: leia a matéria na íntegra

15abril/maio de 2014teatro

rICardo alves Jr e GraCe passô:o desaFIo teatral de

ONLINE: leia a entrevista na íntegra

Ricardo Alves Jr., formou-se pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Como curador, integrou comitês de seleção dos Festivais Internacionais de Curtas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Diretora, dramaturga e atriz, Grasse Passô formou-se no Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte. Grace e Ricardo foram convidados pela curadoria da Mostra Ingmar Bergman - Instante e Eternidade para adaptar o último filme da obra de Bergman, Saraband.

ADAPTAÇÃO

Grace Passô: A mostra foi ousada em radicalizar nesse formato em homenagear esse homem do teatro que o Bergman foi, que por vezes a gente até se esquece disso.

Ricardo Alves Jr.: Na relação desses 4 personagens, está ali contido tudo que o Bergman trabalhou em todas as suas filmografias, as relações entre pai e filho, a relação com o outro, e tem alguns que falam muito sobre a morte

INOVAÇÃO

RAJ: Trazer a plateia para esse ponto de vista é trazer o espectador para uma proximidade da cena, criando um espaço bem intimista em determinados momentos para a construção da cena, o que é também muito próprio do Bergman.

DIFICULDADES

GP: A nossa preocupação sempre foi entender lucidamente qual a função de fato de transformar o filme numa obra teatral com força própria e com autonomia.

Foto por Layla Braz

abril/maio de 201416

FestIval de k-pop no país da Copa

música

O que é esse tal de K-pop que vem tomando o mundo da música e a cada dia conquistando mais o coração dos fãs brasileiros? Trata-se da música pop coreana. E o que tem de mais em música coreana? Por que usar um K na frente do Pop? “Além da própria música, as coreografias e o carinho dos ídolos com os fãs são muito bonitas”, explica uma das moderadora do K-pop MG, Paula Rayssa.

Micaela Amaral, fundadora do grupo que reune os fãs do estilo explica os pormenores. “Eu tenho em mente que o K é de Korea, o pop que o mundo conhece é o pop americano, então para demonstrar a diferença, coloca-se o K na frente, assim como o C-Pop é da China e o J-Pop do Japão”, explica Micaela.

Em Belo Horizonte, a popularidade do K-pop não é diferente. Existem grupos de dança cover que participam de competições por todo o país e no Facebook há uma comunidade chamada “K-Pop MG”, onde os fãs da música pop coreana compartilham suas opiniões, ideias, sonhos e dúvidas. De tempos em tempos, o grupo realiza meetings com gincanas com direito a prêmios.

O K-pop MG, junto com a Gafanhoto Produções e os DJs Thomas Ribeiro e Marlon Castro, são os responsáveis pelas duas baladas k-pop que se tem notícia na capital: a Festa K-pop, no Matriz, onde k-poppers de todas as idades podem entrar, e o K-Pop Station, realizado sempre em alguma boate. Esse ano, a K-Pop Station ocorreu na Mary In Hell e ambas as baladas tiveram um publico superior às edições anteriores.

O K-pop MG possui quatro moderadores: Micaela Amaral (Mika), Luzia Lima, Paula Rayssa e Matheus Assunção. Mika explica que teve a ideia de reunir pessoas que gostavam de K-pop depois que viu uma apresentação pela primeira vez na TV aberta, no programa Leitura Dinâmica. “Na época eu não conhecia ninguém que gostava, então criei o @kpop_mg no Twitter, pra ver se alguém mais daqui gostava, desde então só vem crescendo, criamos o grupo no Facebook, montamos um blog, canal no YouTube, e a galera foi aparecendo”, relata.

O ano de 2012 foi um momento muito importante para a música pop coreana no mundo, pois o artista sul coreano PSY lançou o hit Gangnam Style, que até hoje faz sucesso por aí com o passo do cavalinho. Mesmo depois do sucesso do hit, ainda se vêem pessoas que se surpreendem quando alguém fala que gosta de k-pop. “As reações são variadas, algumas pessoas acham interessante e até pedem pra escutar, mas já teve gente que perguntou se na Coreia do Sul existia música”, expressa Luzia Lima. O estudante de Engenharia de Produção, Lucas Takahashi explica que “tudo o que foge do padrão da rádio brasileira gera um certo estranhamento. Um pouco desse preconceito foi quebrado pelo PSY, mas ainda existe esse julgamento sim“.

Para comprovar a crescente popularidade do K-pop, no dia 7 de junho, o Music Bank, o maior festival de música coreana do mundo, aterrissará em solo brasileiro pela primeira e última vez. Trata-se de um evento que ocorre somente uma vez em cada país e, graças a Copa do Mundo, o país escolhido para receber o evento este ano foi o Brasil.

Texto e foto por Juliana Costa(5º período)Jornalismo Multimídia