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Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de julho de 20172

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Felipe ParanhosProjeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira, Matheus Morais e Stephanie SuerdieckRevisão Felipe Paranhos

Fotos Tácio MoreiraProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

Boca quente

TROCA-TROCAO recesso parlamentar na Assembleia Legislativa só acaba em agosto, mas alguns partidos, como o PT, do go-vernador Rui Costa, já estão fazendo mudanças nas composições de suas bancadas. Conforme apurou a coluna, o deputado Rosemberg Pinto deixa a liderança do partido na Casa e será substituído por Joseildo Ramos. Ro-semberg assume a presidência da Co-missão de Constituição e Justiça.

BOMBEIRO, NÃOUm competente profissional, que não quis se identificar, deixou, recentemente, a as-sessoria do vereador de Salvador e cantor Igor Kannário (PHS). Em conversa com a coluna, ele se desmanchou em elogios ao pagodeiro, mas disse que as recentes confusões em que ele se envolveu foram decisivas para seu desligamento. “Estava atuando como bombeiro: só fazia apagar incêndio”, lamentou. Haja fogo!

SEM PRENOME Em entrevista à Metrópole, na quarta--feira (26), o deputado federal João Carlos Bacelar (Podemos), pediu ao apresentador Zé Eduardo para não ser chamado de João Carlos. Prefere ser chamado só de Bacelar, nome adotado por ele para ser usado na atividade parlamentar. Depois, uma as-sessora fez novamente a solicitação. Tudo isso é para não ser confundido com o ho-mônimo, da foto, Jonga Bacelar (PR)?

SÓ FALTAEssa semana, funcionários da Câmara Municipal de Salvador, que também está em recesso parlamentar, aprovei-taram para alfinetar alguns vereado-res. Em conversa informal com a co-luna, um funcionário da Casa soltou essa pérola: “Tem vereador que pode-ria aproveitar a folga e ficar ausente eternamente. Não faz falta... Porque só falta”.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, vai visitar duas cidades no interior neste final de semana. A agenda em Brasília também tem sido cheia, inclusive após o tal veto ao financiamento do Banco do Brasil ao governo Rui. É, prefeito, com tanta articulação lá e cá, está cada vez mais difícil de acreditar que o senhor não será candidato a governador em 2018.

LÁ... E CÁ

SE A MODA PEGA...Falando em Assembleia, o presidente Angelo Coronel (PSD), que é radia-lista e apresenta o programa “Tête a Tête com Coronel”, exibido em sua página no Facebook, está fazendo es-cola. Agora é a vez de o presidente da UPB e prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD), ter um progra-ma. Trata-se do “Eures Convida”, que já entrevistou o ex-governador Jaques Wagner e o senador Otto Alencar.

divulgação tácio moreira/metropress

tácio moreira/metropress tácio moreira/metropress marcelo camargo/agencia brasil

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Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

“Chegamos por volta de 16h40 nas imediações da Praia do Forte e só saímos 21h30”

Paulo Dias, engenheiro

ABRE A CANCELA,CLN! Sem avisar, Concessionária Litoral Norte interditou

ponte, criou desvio armengado e prejudicou milhares de motoristas com atrasos de mais de 4 horas. Um novo fim de semana vem aí. Vamos continuar pagando pedágio?

A viagem do engenheiro Paulo Dias entre a cidade de Conde, no Litoral Norte, e Lau-ro de Freitas durou cinco horas no último domingo (23). Geral-mente, o percurso é feito em menos de duas horas, mas uma intervenção da CLN, concessio-nária que administra a BA-099, a Estrada do Coco, tornou a via-gem um verdadeiro martírio. “Nós chegamos por volta de 16h40 nas imediações da Praia

do Forte e estava tudo parado, só saímos umas 21h30. A sina-lização também estava deficitá-ria. Você só tinha noção do que estava acontecendo em cima do evento. Faltou comunicar [sobre a obra]”, reclama Paulo.

Há duas semanas, a CLN interditou a ponte sobre o Rio Jacuípe, no sentido Salvador. Desde então, os motoristas pre-cisam utilizar um desvio repleto de buracos — o que atrasa ain-da mais a viagem. Para piorar, a entrega da ponte deve acontecer só em novembro.

Até novembro, quando a CLN prevê liberar a ponte, o motorista que enfrentar a Estrada do Côco terá de passar por este transtorno

Viagem Praia do Forte-Salvador, normalmente feita em menos de 1h30min, chegou a levar cinco horas

Bahia

A Agência Estadual de Re-gulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Co-municações da Bahia (Ager-ba) é a responsável por fisca-lizar os trabalhos da CLN. Ao Jornal da Metrópole, o dire-tor do órgão, Eduardo Pessoa, negou que a ponte corra o ris-co de desabar.

“Está sendo feita a conser-vação da ponte, normal. Às vezes tem uma intempérie, causa certa corrosão do con-creto e tem uma periodicida-de de fazer essa reforma”, ex-plicou. Mas, se a manutenção era programada, por que nada foi avisado com antecedência à população? Estranho.

Um leitor do Metro1, que passou cinco horas no engarra-famento de domingo (23), ficou indignado. “Não tinha um funcio-nário da CLN. Zero de preocupa-ção. Um problema na ponte feita por eles mesmos. Armengaram um desvio, mas não puseram nin-guém para orientar’, reclamou.

RISCO DE A PONTE DESABAR? “NÃO TINHA UM FUNCIONÁRIO DA CLN”

ATÉ A OBRA ACABAR, SERÃO MAIS 15 FINAIS DE SEMANA — E DOIS FERIADÕES

Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de julho de 2017 5

Se você não gosta de engarrafamento, melhor não ir ao Litoral Norte

Falta de comunicação prévia e sinalização adequada foram algumas das queixas Para Marcos Cavalcanti, “houve equívoco operacional não só na execução dos desvios”

Bahia

Na opinião do secretário de Infraestrutura do Estado, Mar-cus Cavalcanti, o desvio impro-visado e repleto de buracos não foi o único erro cometido pela concessionária, que acabou causando um engarrafamento de 7 km. De acordo com ele, a secretaria recebeu inúmeras reclamações de motoristas que criticaram também a falta de sinalização. “A informação [da CLN] foi que teria sinalização, mas a informação passada pe-los usuários é que não houve. Eu determinei que a Agerba fizesse um levantamento. Era obrigação deles fazer essa si-nalização”, pontuou.

O secretário questionou ainda a necessidade de inter-dição total da ponte. “Fazer uma avaliação da necessida-de da interrupção do tráfego sob a ponte permanente ou só durante o período que estives-se fazendo os trabalhos que são feitos na parte inferior da ponte, porque se não há ne-

cessidade da interrupção do tráfego, no momento em que não se estivesse trabalhando poderia liberar o tráfego”, dis-se Cavalcanti.

A CLN não respondeu se a medida foi uma emergência e se não poderia esperar a con-clusão do desvio para interdi-tar a ponte.

Enquanto a situação não é resolvida — acredite se quiser — a sugestão da concessionária é: “Se possível, programar a via-gem para períodos de tráfego mais tranquilo na rodovia, que são manhã, início da tarde até às 15h e a partir das 20h”.

Mas segundo o secretário de Infraestrutura, Marcus Ca-valcanti, o problema pode ren-der uma punição a CLN. “Pre-cisa fazer uma análise, mas está claro que houve equívoco operacional não só na execu-ção dos desvios”, afirmou.

DESVIO IMPROVISADO, FALTA DE INFORMAÇÃO E NENHUMA SINALIZAÇÃO AO MOTORISTA

INTERDIÇÃO TOTAL É QUESTIONADA

PROPOSTA INDECENTE

4 MESES

é o tempo em que a obra vai ser feita, segundo a CLN. Enquanto isso...

Segundo a promotora do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Rita Tourinho, os motoristas prejudicados po-dem entrar com uma ação na Justiça contra a CLN. “Teve um prejuízo? Tinha que ir para o aeroporto e perdeu o voo? Podem entrar com uma ação. Ela é uma concessioná-ria e responde objetivamente. Por exemplo: a pessoa perdeu o voo em função de uma obra por ela realizada. Tem possibi-lidade de pessoas, individual-mente, buscarem esse ressar-cimento”, explicou.

MOTORISTA PODE PROCURAR A JUSTIÇA

Promotora esclareceu que a CLN pode responder pelos prejuízos causados a motoristas

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Bahia

SEM RAZÃO PARA PÂNICOReestruturação do Planserv não significa que plano de saúde do governo do estado será privatizado

Na última semana, um boato de que a Assistência à Saúde dos Servidores Públi-cos do Estado da Bahia (Plan-serv) seria privatizada assus-tou servidores e movimentou a internet. Mas diante da in-certeza, a coordenadora-geral do Planserv, Cristina Teixeira, garantiu que a questão não passou de boato e que o plano segue “cada vez mais forte”.

Em entrevista à Metrópo-le, Cristina negou a privati-zação. De acordo com ela, as mudanças que estão sendo feitas têm finalidade de mo-dernizar o sistema e tornar a assistência mais rigorosa no combate a irregularidades. “Estamos discutindo com parceiros para fortalecer o Planserv. Não houve cortes. Temos responsabilidade com o plano. Tudo o que fizemos foi buscando aprimorar o Planserv”, declarou.

A questão já havia sido ne-gada pelo secretário da Fazenda, Manoel Vitório, em junho. Se-gundo ele, a reestruturação está apenas cortando abusos cometi-dos. “Infelizmente, pessoas vão fazer tratamento estético, mas-sagem, pelo plano”, afirmou.

Segundo Cristina Teixeira,

o auxílio à gestão do Planserv vai reforçar a assistência à saú-de. “Todo o desenho de con-tratação dá mais força e apoio ao Planserv. Essa contratação mostra a vontade do governo de fortalecer o Planserv. A rela-ção não está fora de controle”, declarou a coordenadora.

EDITAL “DÁ MAIS FORÇA” “NÃO HOUVE CORTES”

Cristina Teixeira negou ainda que o processo de re-estruturação da Assistência Médica do Estado esteja cau-sando um grande número de demissões. “Não houve cortes. Nós estabelecemos quais eram os limites. Não pode ultrapas-sar isso. Não houve aumento de carteiras. Não pode haver contratação em órgãos públi-cos com cheque em branco. Não há motivo para o usuário se sentir lesado”, disse.

Por meio das consultas, recursos do Planserv representam uma das principais verbas de muitas clínicas particulares do estado da Bahia

Vitório afirmou que muitos segurados do Planserv usavam o plano para procedimentos estéticos

Coordenadora-geral do Planserv disse que o plano vai, na verdade, fortalecer-se

“Infelizmente, pessoas vão fazer tratamento estético, massagem, pelo plano”

Manoel Vitório, secretário, citando abusos no Planserv

Foto Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

adenilson nunes/secom

adenilson nunes/secom

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Falecido há 10 anos, Antonio Carlos Magalhães continua pre-sente na memória de seus aliados. O secretário municipal da Fazen-da, Paulo Souto (DEM), lembrou momentos marcantes com o ex--senador. “Estava no Senado ha-via menos de dois meses. E ele me disse que eu seria relator da CPI do Judiciário. ‘Minha Nossa Se-nhora... E agora?’. Acabou saindo tudo bem. Na época, foi uma coisa corajosa ele bancar aquilo. Foi ne-cessário coragem”, declarou.

Segundo o secretário, se ACM estivesse vivo, teria atuação forte na crise política. “Ele sofreu mui-to com certos adversários e foi ob-jeto dessas coisas que acontecem na política. Hoje ele estaria com protagonismo muito forte nessa situação”, concluiu.

Apesar dos efeitos da crise econômica nas cidades do país, de acordo com o secretário da Fazenda de Salvador, Paulo Souto, Salvador está superan-do o momento graças ao traba-lho da Prefeitura, encabeçada pelo prefeito ACM Neto (DEM).

“O prefeito fez o dever de casa desde o primeiro ano.

Na administração pública, a população às vezes não sabe que o que vivemos hoje é re-flexo do que não foi feito no passado. Na Secretaria da Fazenda, temos uma equipe capacitada de modo que isso me dá ânimo para continuar, embora numa situação de cri-se complicada”, disse.

Souto explicou como vai funcionar o programa Salvador 360, do ponto de vista da in-fraestrutura. “Vamos reformar a Avenida Sete, vários projetos importantes que dependem das condições macroeconômi-cas. Salvador, durante 4 anos, foi a capital que mais investiu proporcionalmente com recur-sos próprios. O Salvador 360 criou atratividade para que o investidor antecipe seu inves-timento”, explicou.

De acordo com o secretário, apesar de não ter tido queda na receita tributária, a cidade sofre com a diminuição no re-passe federal.

“SALVADOR FEZ DEVER DE CASA” “VAMOS REFORMAR A AV. 7 DE SETEMBRO”

Souto elogiou a responsabilidade financeira do prefeito ACM Neto, apesar da crise

Foto Tácio Moreira

Entrevista

“ACM TERIA UM PROTAGONISMO MUITO FORTE NESTA CRISE POLÍTICA”

Ex-governador comentou situa-ção das finanças municipais, futuras obras da cidade e lem-brou a relação com o ex-sena-dor Antonio Carlos Magalhães

Paulo Souto, secretário da Fazenda de Salvador

“Tenho ânimo para continuar, mesmo

numa situação de crise complicada”

Texto Felipe [email protected]

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felipe paranhos/metropress

Semáforos de Pituba, Ondina, Costa Azul, Itaigara

e Orla são recordistas de queixas de ouvintes

Cidade

CHOVEU, APAGAQuedas de energia deixam cidade sem semáforos; Coelba culpa a natureza e não dá nenhuma solução

Não é novidade que bas-ta chover ou ventar um pouco para a maioria das sinaleiras nas ruas de Salvador apresen-tarem problemas. Para quem passa pela Av. Adhemar de Bar-ros, em Ondina, a situação fi-cou corriqueira e não acontece só quando chove. No início do mês, alunos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) pro-curaram a Metrópole para de-nunciar os constantes proble-mas no equipamento.

Segundo eles, a sinaleira apa-receu piscando pela primeira vez no dia 19 de junho. Após três dias quebrado, e colocando em ris-co os pedestres que precisavam atravessar, o aparelho voltou a funcionar, mas repetiu o defeito nas duas semanas seguintes.

Pituba, Costa Azul, Itaigara e Orla de Salvador também têm semáforos mais “apagáveis” pelo vento e pela chuva. Com a pala-vra, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).

COELBA CULPA MAU TEMPO

A Coelba insiste que a chuva e os fortes ventos são os principais causado-res das quedas de energia. “Quando ocorre aumento no número de ocorrências, são priorizadas aquelas que afetam um número elevado de consumidores”. Apesar disso, segundo a empresa, é impossível afirmar que a in-termitência nos semáforos seja causada somente pela falta de energia, precisando analisar caso a caso.

Por toda a Orla, basta chover ou ventar um pouquinho para os semáforos de Salvador pararem de funcionar. Segundo a Transalvador, a maior responsabilidade pelos apagões é da Coelba, que prefere culpar a natureza

Sinaleira com lâmpadas apagadas causa confusão na Pituba: pode passar ou não?

Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de julho de 2017 9

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www.metro1.com.br/cidade

Cidade

A Prefeitura está finalizan-do um programa de requalifi-cação que, segundo Fabrizzio, deve melhorar o problema. “Muitas vezes você tem nas in-terseções um ambiente hostil: vento, umidade e salitre. Isso não faz bem para os compo-nentes eletrônicos. Vamos fa-zer a requalificação que con-

siste em trocar cabeamento, lide se precisar. Já fizemos em 2014 e foram investidos R$ 4 milhões. Esses semáforos que foram requalificados dificil-mente apresentam problemas de funcionamento. A gente vai reiniciar esse programa”, disse. No total, nesta segunda etapa, serão investidos R$ 5 milhões.

REVITALIZAÇÃO EM BREVEQUEDAS DE ENERGIA SÃO PRINCIPAL MOTIVOSuperintendente de

Trânsito e Transporte de Salvador, Fabrizzio Muller explicou que o motivo para um semáforo estar apaga-do, normalmente, é a falta de energia — na maioria das vezes — ou o roubo de cabos, que é menos comum.

Nesses casos, segundo

Fabrizzio, uma equipe da Transalvador é deslocada ao local para descobrir o moti-vo da interrupção. “Quando é energia nós informamos a Coelba, eles fazem o repa-ro, sobretudo no período de chuva, e aí volta a funcionar. Muitas vezes, quando falta e volta, o semáforo entra em

modo intermitente. Então a equipe precisa fazer o reset do equipamento”, afirmou.

Instabilidade da rede elétrica piora a situação: Transalvador precisa reconfigurar o sistema das sinaleiras quando elas entram em modo intermitente Como é que atravessa a rua sem sinaleira? Pedestres correm risco na Orla de Salvador

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Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de julho de 201710

Tolerância convenientemente ocultada“Pra mim é uma surpresa! Outra surpresa é essa questão da tolerância do esta-cionamento, que é o único que conhecemos, aquele ali da frente. Eu não conse-gui ver ainda onde tem informando essa tolerância”, criticou.

“Estou descobrindo a rodoviária”A ouvinte Márcia reforçou a falta de sinalização em todo o terminal: “Não tem uma sinalização. Ouvindo essa entrevista, estou descobrindo a Rodoviária, porque real-mente ninguém sabe que tem esses três estacionamentos, que tem esse elevador…”

Cidade

A NOVA ‘RODOVIÁRIA VELHA’Terminal Rodoviário envelhece mal e, como o aeroporto, retrata a incapacidade de Salvador receber turistas bem

“A sensação que dá é que eles pararam no tempo. A gente não vê mudanças. Tudo continua da mesma forma. É lamentável você trazer alguém de fora. Como so-teropolitana, fico envergonhada. E essa é a sensação que todos têm quando vão à Rodoviária… De se sentir envergonhado, de se sentir humilhado por passar por todo o transtorno que é a Rodo-viária de Salvador”. Esse foi o re-lato da ouvinte Daniele Mota, na última quarta-feira, no progra-ma Metrópole Turismo, quando

o entrevistado foi o diretor da Sinart, administradora do ter-minal, e o assunto foi um velho conhecido nosso: os problemas da Rodoviária de Salvador.

Construído pela Sinart em 1974 e gerido pela empresa nes-ses 43 anos, o terminal, por onde circulam cerca de 28 mil pesso-as por dia, há muito tempo não comporta a demanda e precisa de uma ampla modernização ou um novo local. Cada dia mais, portanto, a denominação “Ro-doviária velha” se encaixa ao terminal, e não mais à antiga estrutura das Sete Portas, desa-tivada nos anos 1970.

O diretor da Sinart destacou a tolerância de cinco minutos do estacionamento como uma alternativa para o confuso desembarque de quem chega de carro à Rodoviária — só esqueceu de dizer que isso só aconteceu por força de uma ação do Ministério Público. Até o primeiro semestre, o estacionamento não tinha tolerância alguma.

RECENTE TOLERÂNCIA NÃO FOI ANUNCIADA — E NÃO ERA DESEJADA PELA SINARTFotos Tácio MoreiraTexto Stephanie [email protected]

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Ninguém sabe, ninguém viuAzevedo informou, porém, que um elevador está disponível para os usuários que não podem subir as velhas escadas do terminal. Mas Io-landa, como tantos outros soteropolitanos, não sabia disso.

CadeirantesA ouvinte Iolanda Rebouças achava que não havia acesso de cadeirantes ao piso su-perior, afinal, não há sinalização. “Sou idosa e tenho dificuldade para subir e comprar a passagem. Não tem elevador. Eu tenho artrose e não posso subir escada”, reclamou.

Cidade

A Rodoviária de Salvador está muito longe de ofere-cer uma estrutura e serviços adequados, além de ter pro-blemas de falta de sinaliza-ções externa e interna, se-gurança, entre outros. Após Pedro Azevedo relatar a mo-dernização e investimentos no terminal, o ouvinte Lu-

ciano Lopes disse que não é possível perceber as altera-ções e questionou onde esta-riam elas.

“Quais são essas mudan-ças? Tem 20 anos que estive lá, retornei recentemente, e não consegui notar mudan-ça nenhuma. Absolutamente nada”, lamentou.

“MUDANÇAS? QUE MUDANÇAS?” PROBLEMAS DE ACESSO? POR CONTA DA CCR

SINART COBRA “BOM SENSO” DE USUÁRIOS

Um dos questionamentos ao diretor da Sinart foi sobre os constantes engarramentos na região da Rodoviária, provoca-dos pelos problemas de acesso ao terminal. Em resposta a um ouvinte, o diretor culpou as obras do metrô na região. “Já tem alguns projetos elaborados que visam exatamente fazer

essas adaptações. Mas, se vocês observarem, todo aquele en-torno da Rodoviária está sendo utilizado pela CCR Metrô. Então isso tem gerado alguns proble-mas, que devem terminar até o fim do ano. Essa dificuldade existe, mas a gente entende que isso pode ser melhorado e adap-tado”, declarou Pedro Azevedo.

Azevedo garantiu que vai melhorar a sinalização da Ro-doviária — resta saber quando. “Pelo que estou percebendo, a gente precisa fazer uma nova sinalização, para que as pessoas tenham maior conhecimento”, disse. Sobre as críticas à atua-ção da Transalvador, que tem multado motoristas que desem-barcam passageiros, Azevedo cobrou bom senso dos usuários: “Talvez falte um pouco mais de entendimento ou de bom senso do próprio passageiro”.

Estrutura da Rodoviária é antiga e não combina com uma metrópole como Salvador. Sensação de sujeira e insegurança está por toda parte Utilização dos banheiros da Rodoviária depende de pagamento: valor chega a R$ 6,50

Sem estrutura, taxistas disputam espaço com motoristas que buscam e levam passageiros

43ANOS

é a idade da Rodoviária de Salvador, gerida desde a fundação pela Sinart

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