Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2010

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Jornal da SBD Ano XIV n. 3 1 Diretoria 2009-2010 Presidente - Omar Lupi - RJ Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ 1 a secretária - Célia Luiza P . Vitello Kalil - RS 2 o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XIV - n. 3 - maio-junho - 2010 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc, Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de Andrade Lima Jornalista responsável - Erika Drumond - Reg. MT nº 31.383 Redação - Erika Drumond e Victor Gimenes Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiário de editoração eletrônica - Maurício Pacheco Versão On-line - Samuel Peixoto Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 120,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 7.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica SBD garante recorde no Guinness Book Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário Não bastam grandes ideais, trabalho árduo e o orgulho de ver os planos concretizados. É preciso que estejamos integrados em nossos objetivos e miremos um horizonte comum. A maté- ria de capa desta edição traz ótima notícia para a dermatologia brasileira: com a ajuda de todos os nossos dermatologistas, engajados a cada ano na Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, conseguimos a certificação do Guinness Book como a maior campanha do mundo contra a doença. A con- quista seguiu difíceis trâmites burocráticos e exigiu empenho extra da atual diretoria, que coordenou com esmero as várias etapas do processo de certificação. O resultado alcançado é mérito da união dos esforços concentrados em 11 anos de trabalho, com mais de 350 mil atendimentos à população. A participação em eventos dermatológicos e a valorização do aprimoramento científico continuado são a base para o desenvolvimento de todo profissional. Sobre o tema, preparamos uma reportagem com os últimos detalhes do Congresso Brasileiro que se aproxima. Você também poderá se informar sobre o Congresso Mundial de Dermatologia, que ocorrerá em maio de 2011, em Seul, capital da Coreia do Sul. Na oportunidade, cerca de 30 dermatologistas brasileiros irão participar como coordenadores ou palestrantes de simpósios, fóruns e cursos. Outro evento para o qual chamo a atenção neste espaço é a segunda edição do Teraderm, que ocorreu em maio em São Paulo. Foi um verdadeiro sucesso. Quase 2.000 inscritos conheceram o que há de mais novo em terapias dermatológicas.Também merece destaque a atuação da SBD na promoção de um simpósio na última Reunião Anual dos Dermatologistas Latino-Americanos (Radla), em Buenos Aires. Mais assuntos importantes são abordados: a relevância do trabalho pioneiro do cien- tista Carlos Chagas em relação às doenças infecciosas e parasitárias. Em entrevista ao JSBD, o colaborador sênior do Instituto de Química da USP , Walter Colli, fala sobre o tra- balho que vem realizando e explica como se dão as formas de transmissão da Doença de Chagas, que ganhou destaque recentemente, após a constatação da transmissão pela ingestão de alimentos contaminados pelo barbeiro. Publicamos ainda as últimas informa- ções sobre o TED Especial, além do Projeto Residentes, que chega em seu segundo ano. Nos preparativos para as comemorações do centenário da SBD, em fevereiro de 2012, prosseguimos com a matéria intitulada “Com a palavra, o Professor Nelson Proença”. Encerrando o editorial, convido a todos, mais uma vez, para o Summer Meeting of Dermatology 2010, em dezembro, na Bahia. Os preparativos já estão bas- tante adiantados, e o trabalho tem sido intenso para que o evento seja memorável. Boa leitura e até a próxima edição! 22 02 Palavra do Presidente 03 Notas 05 Ombudsman 06 Congresso Brasileiro 08 Congresso Mundial 10 SBD e ACT 12 Radla 14 Segundo Teraderm 17 Radla 18 Pele em Sintonia 21 Projeto Residentes 26 Doação de autoclaves 28 Medicina Tropical 30 DermAção 32 Profissões e Dermatoses Ocupacionais 34 TED Especial 36 Grandes Mulheres da Humanidade 38 SBD 100 anos 41 Departamentos 42 Regionais 44 Serviços Credenciados Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 1

Diretoria 2009-2010

Presidente - Omar Lupi - RJVice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SPSecretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJTesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ1a secretária - Célia Luiza P. Vitello Kalil - RS2o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia,dirigida a seus associados e órgãos de imprensa.

Publicação bimestral - Ano XIV - n. 3 - maio-junho - 2010

Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc,Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de Andrade LimaJornalista responsável - Erika Drumond - Reg. MT nº 31.383Redação - Erika Drumond e Victor GimenesEditoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiário de editoração eletrônica - Maurício PachecoVersão On-line - Samuel PeixotoContato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira deDermatologia não garantem nem endossam os produtos ouserviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidadeúnica e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/17o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 120,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 7.000 exemplaresImpressão: Sol Gráfica

SBD garante recorde noGuinness Book

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

Editorial

Sumário

Não bastam grandes ideais, trabalho árduo e o orgulho dever os planos concretizados. É preciso que estejamos integradosem nossos objetivos e miremos um horizonte comum.A maté-ria de capa desta edição traz ótima notícia para a dermatologiabrasileira: com a ajuda de todos os nossos dermatologistas,engajados a cada ano na Campanha Nacional de Prevenção aoCâncer da Pele, conseguimos a certificação do Guinness Bookcomo a maior campanha do mundo contra a doença. A con-quista seguiu difíceis trâmites burocráticos e exigiu empenhoextra da atual diretoria, que coordenou com esmero as várias etapas do processode certificação. O resultado alcançado é mérito da união dos esforços concentradosem 11 anos de trabalho, com mais de 350 mil atendimentos à população.

A participação em eventos dermatológicos e a valorização do aprimoramentocientífico continuado são a base para o desenvolvimento de todo profissional. Sobreo tema, preparamos uma reportagem com os últimos detalhes do CongressoBrasileiro que se aproxima. Você também poderá se informar sobre o CongressoMundial de Dermatologia, que ocorrerá em maio de 2011, em Seul, capital da Coreiado Sul. Na oportunidade, cerca de 30 dermatologistas brasileiros irão participarcomo coordenadores ou palestrantes de simpósios, fóruns e cursos. Outro eventopara o qual chamo a atenção neste espaço é a segunda edição do Teraderm, queocorreu em maio em São Paulo. Foi um verdadeiro sucesso. Quase 2.000 inscritosconheceram o que há de mais novo em terapias dermatológicas. Também merecedestaque a atuação da SBD na promoção de um simpósio na última Reunião Anualdos Dermatologistas Latino-Americanos (Radla), em Buenos Aires.

Mais assuntos importantes são abordados: a relevância do trabalho pioneiro do cien-tista Carlos Chagas em relação às doenças infecciosas e parasitárias. Em entrevista aoJSBD,o colaborador sênior do Instituto de Química da USP, Walter Colli, fala sobre o tra-balho que vem realizando e explica como se dão as formas de transmissão da Doençade Chagas, que ganhou destaque recentemente, após a constatação da transmissão pelaingestão de alimentos contaminados pelo barbeiro. Publicamos ainda as últimas informa-ções sobre o TED Especial, além do Projeto Residentes, que chega em seu segundo ano.

Nos preparativos para as comemorações do centenário da SBD, em fevereiro de2012, prosseguimos com a matéria intitulada “Com a palavra, o Professor NelsonProença”. Encerrando o editorial, convido a todos, mais uma vez, para o SummerMeeting of Dermatology 2010, em dezembro, na Bahia. Os preparativos já estão bas-tante adiantados, e o trabalho tem sido intenso para que o evento seja memorável.

Boa leitura e até a próxima edição!

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02 � Palavra do Presidente03 � Notas05 � Ombudsman06 � Congresso Brasileiro08 � Congresso Mundial10 � SBD e ACT 12 � Radla14 � Segundo Teraderm17 � Radla18 � Pele em Sintonia21 � Projeto Residentes26 � Doação de autoclaves28 � Medicina Tropical30 � DermAção32 � Profissões e Dermatoses Ocupacionais34 � TED Especial36 � Grandes Mulheres da Humanidade38 � SBD 100 anos41 � Departamentos42 � Regionais44 � Serviços Credenciados

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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Dirijo-me a você trazendo ótima notícia: nossa recém-obtida certificação pelo Guinness Book de que a CampanhaNacional de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP) pro-movida pela SBD é oficialmente a maior campanha médicamundial realizada em um único dia, além de ser também amaior campanha de diagnóstico e prevenção ao câncer dapele do mundo. Esse recorde pertencia até então àAcademia Americana de Dermatologia (AAD) com 10 milatendimentos; nosso empenho elevou o número de atendi-mentos reconhecidos pelo Guinness para mais de 34 mil,todos realizados no último dia 5 de dezembro de 2009, issosem contar os quase quatro mil pacientes avaliados peloTour de Prevenção ao Câncer da Pele que circulou por inú-meras cidades brasileiras nas semanas subsequentes.

Seria fácil neste momento apenas enaltecer nossaCNPCP de 2009, o comprometimento de todos os associa-dos da SBD e a tenacidade da diretoria em obter essa cer-tificação. Na verdade, isso até merece ser feito; mas este tam-bém é o momento de relembrar o trabalho de tantos anosde muitos abnegados dentro de nossa Sociedade, discutir de

forma madura a necessidade de estimularmuitos colegas a participar da

CNPCP, bem como a necessida-de de modernizar seu modelo.

A matéria central desta edi-ção faz um belo trabalhode recuperação da histó-ria de nossa campanhadesde seus primórdios,

ainda nos anos 80, até asedimentação desse recor-

de com o total de 350 milatendimentos nos 11 últi-

mos anos. O mentor inicialda CNPCP, Prof. Jarbas Porto,

estaria hoje muito satisfeito coma plena frutificação de seu proje-

to maior. Tive a oportuni-dade de desfrutar

de seu convívioprofissional,

tendo sidoseu alunona época

Caro dermatologista,

Palavra do Presidente

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de graduação em medicina na Universidade do Estado doRio de Janeiro (Uerj), de onde foi professor titular.Vale citara máxima da vida docente segundo a qual um professor égrande quando é capaz de gerar uma escola; mais do queseus feitos pessoais, valem os alunos que forma e suas con-tribuições para o futuro. Nesse caso, o legado deixado peloProf. Jarbas Porto pode hoje ser chamado de “únicosmaiores do mundo” sem nenhum exagero.

Outro ponto que merece reflexão é a adesão restrita demuitos associados à CNPCP. A análise dos dados nacionaismostra que em muitos postos de atendimentos prevalece-ram os residentes e sócios aspirantes da SBD; para quenossa campanha represente tudo que ela realmente é, aparticipação de todos os associados é fundamental.Aproveito para pedir seu voluntariado para a CNPCP de2010, que já se aproxima. Cabe lembrar também aspectoque tem merecido nossa luta incessante: a modernização dacampanha para que, com o tempo, ela não perca seu apelo.A introdução do Tour de Prevenção em 2009 ajudou arenovar a proposta da CNPCP; a obtenção desse recordedeve facilitar as parcerias para realizarmos suas futuras edi-ções, mas devemos ter cuidado constante e dinamismo paraque ela se mantenha interessante aos parceiros da indústria,à mídia e aos próprios dermatologistas.

Dito isso só nos resta comemorar muito a obtenção dorecorde. É um presente para todos os dermatologistas doBrasil e nos coloca no lugar que sabíamos ser merecido, masainda não era oficialmente reconhecido. Quero agradecermuito a todos vocês, colegas dermatologistas, chefes de ser-viços credenciados e presidentes de regionais, por teremconfiado em nossa proposta de reconhecimento peloGuinness, que incluía o aumento do tempo de atendimentopara oito horas e a certificação meticulosa de cada postode atendimento e de cada paciente avaliado no Brasil.Trabalho hercúleo que, após realizado, foi organizado pornossos funcionários da SBD, que se atiraram de corpo ealma no projeto. Pedimos a todos vocês mais doação e maisempenho, algo não tão simples em nossas vidas atribuladas,e fomos plenamente atendidos. Fico emocionado com essamanifestação de carinho, de profissionalismo e de confiança.Afinal, como disse Shakespeare em sua última peça teatral,A tempestade, “Nós somos feitos da mesma matéria dosnossos sonhos”. E hoje temos em nós todos os sonhos domundo.

Omar Lupi Presidente da SBD

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Notas

Estão abertas as vagas para os associados interessadosem concorrer à bolsa da Federation for InternationalDermatological Education (Fide), que inclui curso grátis euma bolsa de 2.500 dólares no Meeting da AcademiaAmericana de Dermatologia (AAD) de 2011. Um dosrequisitos para participar é ter algum trabalho na área dedermatologia tropical publicado ou aceito em revistacientífica entre 2007 e 2010 como autor ou coautor ou

A biblioteca da SBD acaba de receber importante doação de livros da ACFarmacêutica, agência científica do Grupo Editorial Nacional (GEN), que produz con-teúdo e eventos na área da saúde. A entrada de 15 novas obras de grande relevânciapara a dermatologia vem engrandecer ainda mais o acervo da maior biblioteca daAmérica Latina no segmento. Sílvio Araújo, diretor da agência, destaca que, com oapoio, a empresa cumpre sua função de colaborar para a qualificação do ensino da der-matologia, além de democratizar o conhecimento. "Nossa intenção é colaborar para oconhecimento do especialista.Ao dar essa complementação à biblioteca, contribuímospara que o acervo se torne mais completo e atualizado." A responsável pela Bibliotecada SBD, Rosalynn Leite, comemorou o recebimento das obras: "Passamos a ter umacervo de livros superatualizado que, somado às assinaturas de revistas internacionais,reforça o título de biblioteca mais completa da área de dermatologia do Brasil e daAmérica Latina." Entre os títulos estão edições mais recentes dos livros: Fitzpatrick’s

Dermatology in general medicine, Rook’s textbookof dermatology, Dermatology de Bologna J eBraun-falco’s Dermatology.

A parceria com a AC Farmacêutica tam-bém resultará na edição do livro Rotinas nodiagnóstico e tratamentos da SBD, que serálançado durante o 65o Congresso Brasileiro,em setembro, no Rio de Janeiro.

Prêmio Fide para participação do Meeting AAD 2011

ter inscrito algum trabalho na área de dermatologia trop-ical no Congresso Brasileiro da SBD 2010 como autorprincipal. Ele deverá ser apresentado no evento oral-mente ou como poster. O período de inscrição vai até odia 31 de julho. Serão disponibilizadas duas vagas. Para ou-tras informações consulte o edital no site da SBD:www.sbd.org.br.

Reciclar para preservar Dar destino adequado ao lixo é um dos gran-des desafios da administração pública mundial.Preocupada com a preservação do meio ambien-te, a SBD participa desde abril de 2009 doPrograma Netuno, desenvolvido pelos servidoresda Caixa de Construções de Casas para oPessoal da Marinha (CCCPM), que tem um braçona coleta seletiva de papéis nos 19 andares doEdifício União Mercantil, em que está situada suasede.A ação socioambiental inclui rotina de sepa-ração, armazenagem e retirada de materiais quepodem ser reciclados, como papéis, jornais, revis-tas e papelão. Metais, plásticos e vidros tambémestão incluídos. O valor da venda é revertido emações sociais. Em maio, por exemplo, foram reco-lhidos 440 quilos de material reciclável, e dessemontante obtidos 43 quilos de alimentos destina-

dos à Colônia de Hansenianos em Venda dasPedras, em Itaboraí (RJ).

Desde sua criação, em dezembro de 2008, oprograma reaproveitou 3.900 quilos de papel,evitando o corte de 65 árvores. “Não é sóseparar e vender esses objetos. Nosso trabalhovai além do social. Queremos promover a edu-cação ambiental, contribuindo de modo sim-ples, mas significativo, para o fortalecimento dacidadania”, diz a assessora de GovernançaCorporativa da CCCPM, Marcia Nezzi.A tesou-reira da SBD, Maria Fernanda Gavazzoni, subli-nha a importância da coleta seletiva solidáriapara o compromisso da responsabilidade socialcorporativa:“Espero que nós, da SBD, continue-mos contribuindo para fazer a diferença”, com-pleta ao apostar no efeito positivo do exemplo.

Em apenas uma semana de divulgação doprojeto Site para o Sócio, cerca de 850 sóciostitulares já manifestaram o interesse de ter seusite pessoal. O lançamento oficial do projetofoi adiado para o Congresso Brasileiro deDermatologia, em setembro, no Rio de Janeiro.A previsão é de que 40% dos associadostenham seus sites desenvolvidos pela SBD.

Site para o Sócio

Acervo ampliado

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Eventos da SBD - 2010

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Ombudsman

Prezados colegas,

Escrevo esta coluna com especial apreço, pois finalmente vejoeste espaço ser procurado, e seu objetivo ser cumprido: um canalde comunicação dos nossos associados com nossa Sociedade.Que essa porta não seja esquecida!

Nos últimos dias, tenho recebido inúmeros e-mails de colegasabordando um só assunto: a medicina estética e o posicionamentoda SBD. Nestes e-mails, os associados têm cobrado de nossa institui-ção uma ação que não lhe cabe. De acordo com o estatuto e desig-nação da AMB, nenhuma sociedade médica reconhecida pelo MECe regida por esse órgão tem o direito ou o dever de fechar consul-tórios, impedir a organização de congressos ou acabar com socieda-des médicas civilmente constituídas, pois, como o próprio nome indi-ca, elas constituem sociedades civis, com seus respectivos registros najunta comercial, portanto agindo dentro da legalidade como qual-quer outra empresa ou negócio. A solução para o esvaziamentodesse tipo de “negócio”passa por uma reformulação da Constituiçãobrasileira, dependendo de aprovação no Congresso Nacional.

Portanto, o que está em nossas mãos e podemos fazer desdeagora, mais do que nos preocupar com a concorrência, é focarnossas energias na qualidade da formação profissional do derma-tologista, na qualidade científica de nossos eventos, e, aí sim, épapel e dever da SBD ser atuante, ao levar e fomentar o conheci-mento, estimular a pesquisa, dar acesso a trabalhos e a periódicos,implementar melhorias nos nossos Anais Brasileiros deDermatologia e, por fim, promover a integração dos sócios. Nadarelacionado a nossa formação e atualização profissional deve ficaraquém de nossas expectativas.

Como já propus em reuniões administrativas anteriores, quemsabe poderíamos destinar parte do lucro dos Congressos na for-mação do jovem cientista dermatológico? Poderíamos, também,reduzir os custos nas festas de nossos congressos e usar essedinheiro para a construção (que não cessa nunca) de umaSociedade mais atraente e moderna.

Só com o crescimento de nossa produção científica e qualida-de de nossos eventos é que venceremos essa guerra contraaqueles que, sem a formação adequada, avançam sobre nossaespecialidade em busca do lucro. Esclareço que esse lucro é dese-jado e bem-vindo, mas deve tão somente ser fruto de anos dededicação e de estudos na formação dermatológica.

Lembro sempre que de nada adianta nos orgulhar por sermosa segunda maior Sociedade dermatológica do mundo; temos queser a melhor. Esse crescimento passa pela SBD e por nossa parti-cipação plena no processo.

Até breve.

Gilvan Alves

JULHO

20 � Reunião mensal – Anatomoclínica SBD-MS(Hospital Universitário)

28 � Reunião mensal SBD-MA� Reunião mensal SBD-RJ

29 � Quarta Dermatológica – Biológicos e SBD-PEDermatologia

30-1/8 � Radeco – Reunião dos SBD-DFDermatologistas do Centro-Oeste

30 � Reunião mensal – Premiação casos SBD-AMclínicos + palestra

30-31 � Jornada de Cosmiatria – Fecomércio SBD-SP31 � Reunião científica – Cirurgia SBD-PB

Micrográfica de Mohs

AGOSTO5-7 � Jornada Paraibana de Dermatologia SBD-PB7 � Curso de micologia SBD-MG

� Reunião de atualização terapêutica SBD-MA14 � 52a Jornada Paranaense de SBD-PR

Dermatologia / Eleição� 7a EMC-D/135a Jornada SBD-SP� Dermatológica Paulista – Santa Casa +

convidado conferência� Curso prático de cosmiatria SBD-PA

15 � Título de Especialista em Dermatologia SBD� Especial – Belo Horizonte (MG)

19-20 � 2a Jornada Dermatológica do Grupo de SBD-MS� Melanoma – Curso de dermatoscopia

20 � Curso de radioeletrocirurgia SBD-PE� Curso do Departamento de Alergia SBD-GO

e Dermatoses Ocupacionais da SBD20-21 � VI Jornada Brasileira do Câncer da Pele

Blumenau (SC)21 � Dermassábado – Laser e LIP SBD-PE

� Jornada de Dermatologia Cosmiátrica SBD-RJda PGRJ

25 � Reunião mensal SBD-RJ� Reunião mensal SBD-MA

27 � Reunião mensal – Casos clínicos + SBD-AMPalestra (FMTAM)

28 � Reunião clinica mensal – SDHUCAM SBD-ES� Curso de toxina botulínica e SBD-PE

preenchimento

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A presidente do 65o CongressoBrasileiro de Dermatologia, Luna Azulay,garante o sucesso do principal evento docalendário da SBD, que vai ocorrer entre osdias 4 e 7 de setembro, no RioCentro, Riode Janeiro. Até agora há quatro mil partici-

pantes, e a expectativa é de que esse número aumente. “Éimportante destacar que as inscrições só foram abertas paramédicos; assim, não teremos estudantes de medicina. Isso foidefinido em função de decisão da Anvisa que limitou a pro-paganda de medicamentos em ambientes frequentados pornão prescritores, explica. Informa também que esse é o pri-meiro ano em que a divulgação do Congresso foi realizadadurante a Radla, que ocorreu entre maio e junho, naArgentina. “Abrimos um caminho que poderá ser ampliadopelos colegas em nossos próximos congressos, mostrandonossa dermatologia. Para facilitar o entendimento dos cole-gas de língua espanhola, contratamos tradução simultâneapara todo o tempo do Congresso em pelo menos duasgrandes salas. Com isso, pretendemos reforçar o sentido deunião entre os dermatologistas dessa parte do mundo e lan-

çar a semente da criação de uma Academia Latino-Americana de Dermatologia”, prevê.

Toda a parte científica está concluída. O evento traráalgumas novidades, entre elas, cursos teóricos gratuitos, ses-são especial com temas escolhidos pelos congressistas,curso de reciclagem na dermatologia e curso de dermato-patologia (com rico material iconográfico que será entregueposteriormente a cada Serviço Credenciado da SBD).Também farão parte do Congresso, que terá a colaboraçãoe a participação de expressivos nomes da dermatologiabrasileira e internacional, 15 cursos teóricos, 63 simpósios,11 temas em foco, 12 conferências, 21 sessões Tire suasdúvidas, seis sessões especiais, quatro simpósios-satélite etrês reuniões com o Cilad e a Radla.

Comprometimento com a sustentabilidade e a responsa-bilidade social também estão na pauta. "Já foram feitos conta-tos com a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Riode Janeiro, e estaremos inseridos em atividades dessa secreta-ria. Vamos receber grupos para trabalhar como auxiliares,como, por exemplo, promover o treinamento de jovens parao trabalho de secretaria e recepção, dando-lhes a oportunida-

Comissão Organizadora espera

os 4 mil inscritos no 65o Congresso

Pedra da Gávea

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Do Leme ao Pontal, como bem cantava Tim Maia, tudo é belo. Sevocê gosta de esportes ao ar livre, basta ir à orla para fazer caminha-das ou jogging pela manhã ou ao final do dia e não prejudicar a fre-quência às atividades científicas. Aos domingos e feriados, a pista decarros fica fechada. Com isso, o turista ganha mais espaço para o lazerem bairros como Copacabana, Ipanema e Leblon, onde há gente detodas as tribos. Se estiver próximo à Praia de Copacabana, a dica éconhecer os fortes que ficam nos extremos da praia. No Forte doLeme, há uma subida de 150 metros. No outro, uma agradável con-feitaria. Caso prefira, vá até a ponta do Arpoador; isso serve tambémpara quem estiver em Ipanema. Uma volta em torno da LagoaRodrigo de Freitas também é uma bela caminhada (sete quilômetros).

No domingo, outra opção de passeio é nas Paineiras (sopé doCristo). Depois da caminhada, dá para esticar em almoço em agra-dáveis restaurantes de Santa Teresa. (Aprazível, Bar do Mineiro,Espírito Santa são para lá de recomendados). Para os mais ousa-dos, sugiro a subida da Pedra Bonita (são dez minutos de carro a

partir de São Conrado) e um salto duplo de asa-delta ou de para-pente. Outra opção é ir de carro para as praias que ficam mais aosul, como a Prainha (onde há muito surfistas) e Grumari, encerran-do o passeio com um almoço em um dos bons e caros restauran-tes de Guaratiba (indico o Bira, o Cândido e a Tia Palmira).

Dependendo de onde estiver hospedado na Avenida dasAméricas, pode-se pegar um barquinho da Lagoa de Marapendi até apraia e curtir uma bela paisagem do percurso. Ótima indicação tam-bém é passar na Marina da Glória com um grupo de amigos, e ir debarco até as ilhas Cagarras (aquelas em frente a Ipanema) para ummergulho. Na noite de sexta ou sábado, a dica é conhecer a Lapa. Orestaurante mais tradicional é o Rio Cenário, mas há opções variadas.Museus não faltam, assim como boates e shopping centers. No mais, éaproveitar a noite de sábado que, além da cerimônia de abertura doCongresso, no RioCentro, reserva algumas surpresas interessantes...Na segunda-feira terá show com Lulu Santos no Armazém do Cais.Não dá para perder! Sejam todos muito bem-vindos e divirtam-se!

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de do primeiro trabalho profissional.Teremos também a vei-culação de vídeos em vários pontos do Rio divulgando nossoCongresso e principais doenças prevalentes (hanseníase, pedi-culose, escabiose, DSTs), além das estigmatizantes, como pso-ríase e vitiligo. Esses vídeos serão veiculados nas barcas, nometrô e na Central do Brasil", sublinha Luna. Campanhas deesclarecimento e de triagem em postos específicos, com aparticipação de dermatologistas voluntários, estão previstas.

Programação socialOs inscritos no Congresso da Sociedade Brasileira de

Dermatologia terão uma agenda repleta de atividades. Oprimeiro dia, 4 de setembro, será marcado pela cerimôniade abertura, às 19h, no próprio RioCentro. Na ocasião,serão feitas justas homenagens aos professores RubemDavid Azulay, Renê Garrido Neves, Neide Kalil e GabrielaLowy. Discursos curtos deixarão o encontro mais leve, ale-gre e informal.A noite de domingo será livre para que cadaum possa fazer seu programa. Para os acompanhantes tam-bém haverá intensa programação, que acontecerá no horá-rio do Congresso, como, por exemplo, passeio de barco

pela Baía de Guanabara, no domingo, às 9h. Na segunda-feira, dia 6, às 21h, o Armazém do Cais vai ser palco deinesquecível festa de confraternização, embalada pelo showdo cantor Lulu Santos, seguido do Bloco de CarnavalSuvaco do Cristo. Um ambiente mais calmo está reserva-do para os que preferirem ouvir músicas mais tranquilas.Tudo isso com boa comida, boa bebida e transporte paratodos.“Fiquem certos de que estamos preparando o nosso65o Congresso da SBD como se fosse um lindo presentepara vocês. Não percam o maior evento de nossaSociedade!”, convida Luna Azulay.

Dos Estados Unidos, Alan Menter, Bruce Thiers, Jean Bolognia,Lawrence E. Gibson, Luis A. Diaz, Mark Denis Peter Davis, MarkLebwohl, Richard Rox Anderson, Rokea A. el-Azhary e Zoe DianaDraelos; da França, Robert Baran; da Itália, Marco Ardigò; daAlemanha, Thomas Ruzicka; da Argentina, Ana Kaminsky, CarlosFernando Gatti, Edgardo Chouela, Fernando Stengel, Horacio Cabo eRicardo Galimberti.

Palestrantes internacionais

O carioca da gema David Azulay, membro da Comissão Organizadora do 65o Congresso, dá dicas de turismo

Forte do LemeCopacabana Lapa

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Seul

A cidade de Seul, na Coreia do Sul, é a anfitriã do 22o

Congresso Mundial de Dermatologia (WCD) a ser realizado nosdias 24 a 29 de maio de 2011. Será a segunda vez que o eventoocorre na Ásia, após o encontro em Tóquio, há 29 anos. A SBDserá representada por 30 dermatologistas que vão ministrar sim-pósios e workshops. "Esperamos contribuir ao levar nossas novida-des na área, trocar experiências e assimilar as últimas descobertasem dermatologia", afirma o coordenador médico do JSBD, PauloCunha. Ele complementa, informando que o Congresso Mundialde Dermatologia garante aos dermatologistas, profissionais desaúde, acadêmicos, representantes governamentais e da indústriachance única de ver a especialidade como um todo, em toda a suavariedade, que é vasta. "Além disso, é um encontro inesquecível,que traz oportunidades de crescimento num sentido amplo ehumanista."

Segundo o presidente do 22o Congresso, Eun Hee Chul, o comi-tê organizador tem seguido o exemplo de sucesso dos eventosanteriores, com organização científica de alta qualidade. Na progra-mação do WCD 2011 serão exploradas diversas áreas da derma-tologia – clínica, pediátrica, cirúrgica, cosmética – em 79 simpósios eworkshops. Estão programados também seis cursos com duração deum dia (cerca de oito horas de estudo) e 15 cursos de meio dia,com quatro horas cada, entre outras atividades. Será empregadoainda um novo sistema eletrônico na apresentação de posters.

A organização ficará a cargo da Liga Internacional deSociedades Dermatológicas (Ilds), entidade fundada em 1935,que reúne atualmente 127 sociedades filiadas de todos os cantosdo globo, incluindo a EADV,AAD e a sociedade brasileira. O últi-mo congresso ocorreu em Buenos Aires, Argentina, em 2007, eteve a participação de mais de 12 mil dermatologistas de todo omundo. Para o evento do próximo ano espera-se que essenúmero cresça em cerca de 60%. Canadá, Itália e Áustria sãoalguns países candidatos para abrigar o Congresso, em 2015. Paraoutras informações, consulte o site: www.wcd2011.org.

SBD será representada por extensa de

vai sediar o 22 o CongressoMundial de Dermatologia em 2011

SIMPÓSIOSAlice Alchorne, Beatriz Moritz Trope, JesusSantamaria, José Antônio Sanches, Flavio QueirozTelles, Luna Azulay, Omar Lupi, Paulo Cunha,Ricardo Romiti e Sinésio Talhari.

CURSOSDoris Maria Hexsel, Flavio Barbosa Luz, GabriellaCampos-do-Carmo, Gerson Penna e MirianSotto.

WORKSHOPSAda Trindade de Almeida, Alena MargarethDarwich, Bernardo Gontijo, Bogdana VictóriaKadunc, Cristiane Benvenuto-Andrade, Emersonde Andrade Lima, Haddad Junior Vidal, IdaDuarte, Jackson Machado-Pinto, Karime Hassun,Luis Fernando Tovo, Luiz Guilherme Castro,Marcio Serra, Omar Lupi, Silvio Alencar Marquese Vinicius Souza.

Comissão SBD

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 9

Centro deconvenções e exibição

elegação de brasileiros

Uma missãoMelhorar a saúde da pele para todos os cidadãos do

mundo é a função primordial da Ilds, organizadora doevento, que ocorre a cada quatro anos. Seus objetivosincluem a melhoria da cooperação entre as sociedadesdermatológicas, incentivo à educação, cuidados e ciênciaem dermatologia, a promoção das relações pessoais eprofissionais entre os dermatologistas e representaçãoem organizações internacionais de saúde. Na primeiraedição de 2009 do Jornal da SBD, entrevistamos o secre-tário-geral da Ilds, David McLean. Na ocasião, ele men-cionou o belo trabalho desenvolvido pela Liga ao insti-tuir a Fundação Internacional de Dermatologia (IFD),que visa à realização de trabalhos em países menosdesenvolvidos.No Centro de Treinamento em Moshi, naTanzânia, criado em 1987, mais de 150 estagiários de 15

países africanos têm assistido a cursos sobre como diag-nosticar e tratar doenças de pele e venéreas maiscomuns. Esse conhecimento retorna com eles a seuspaíses de origem. O centro mantém ainda um programade treinamento de residentes para dermatologistas afri-canos. Foram realizados também projetos epidemiológi-cos de saúde da pele no Mali, México e Índia.

Seul, capital da Coreia do Sul, quer conectar o mundo através da dermatologiainovadora

A frase acima foi criada para ser o slogan do WCD2011.A escolha faz sentido. Líder global em tecnologia einovação, a Coreia se tem aos poucos destacado nocampo da dermatologia. Um exemplo é a AssociaçãoCoreana de Dermatologia (KDA).Fundada na década de1940, a entidade tem crescido anualmente e hoje é com-posta por dez sociedades regionais dermatológicas e 14subcomissões de investigação.Com mais de 1.700 mem-bros regulares, é uma das mais importantes organiza-ções de subespecialidades, sob a égide da AssociaçãoMédica Coreana. Sua irmã da sociedade, a SociedadeCoreana para Dermatologia Investigativa, foi fundada em1991 e conta com cerca de 300 membros.

Seul quer aproveitar o evento para difundir sua rica etradicional cultura combinada aos muitos recursos moder-nos decorrentes de suas inovações.Assim sendo, a cidadese torna um local atraente para os que apreciam história –a Coreia é o único país dividido no mundo – e procuramestar atentos às novidades da tecnologia da informação.

"Esperamos receber cerca de 20 mil participantes emais da metade deve vir de países asiáticos.Atualmente somos testemunhas da onda colossal daglobalização em várias áreas, e a dermatologia não éexceção. Sem dúvida, o 22o WCD em Seul será umcampo dinâmico e intenso para intercâmbios",ressaltou o secretário-geral da Comissão Orga-nizadora, Soo-Chan Kim, em entrevista na edição demaio/junho de 2008 do JSBD.

Uma missãoMelhorar a saúde da pele para todos os cidadãos do

mundo é a função primordial da Ilds, organizadora doevento, que ocorre a cada quatro anos. Seus objetivosincluem a melhoria da cooperação entre as sociedadesdermatológicas, incentivo à educação, cuidados e ciênciaem dermatologia, a promoção das relações pessoais eprofissionais entre os dermatologistas e representaçãoem organizações internacionais de saúde. Na primeiraedição de 2009 do Jornal da SBD, entrevistamos o secre-tário-geral da Ilds, David McLean. Na ocasião, ele men-cionou o belo trabalho desenvolvido pela Liga ao insti-tuir a Fundação Internacional de Dermatologia (IFD),que visa à realização de trabalhos em países menosdesenvolvidos.No Centro de Treinamento em Moshi, naTanzânia, criado em 1987, mais de 150 estagiários de 15

países africanos têm assistido a cursos sobre como diag-nosticar e tratar doenças de pele e venéreas maiscomuns. Esse conhecimento retorna com eles a seuspaíses de origem. O centro mantém ainda um programade treinamento de residentes para dermatologistas afri-canos. Foram realizados também projetos epidemiológi-cos de saúde da pele no Mali, México e Índia.

Seul, capital da Coreia do Sul, quer conectar o mundo através da dermatologiainovadora

A frase acima foi criada para ser o slogan do WCD2011.A escolha faz sentido. Líder global em tecnologia einovação, a Coreia se tem aos poucos destacado nocampo da dermatologia. Um exemplo é a AssociaçãoCoreana de Dermatologia (KDA).Fundada na década de1940, a entidade tem crescido anualmente e hoje é com-posta por dez sociedades regionais dermatológicas e 14subcomissões de investigação.Com mais de 1.700 mem-bros regulares, é uma das mais importantes organiza-ções de subespecialidades, sob a égide da AssociaçãoMédica Coreana. Sua irmã da sociedade, a SociedadeCoreana para Dermatologia Investigativa, foi fundada em1991 e conta com cerca de 300 membros.

Seul quer aproveitar o evento para difundir sua rica etradicional cultura combinada aos muitos recursos moder-nos decorrentes de suas inovações.Assim sendo, a cidadese torna um local atraente para os que apreciam história –a Coreia é o único país dividido no mundo – e procuramestar atentos às novidades da tecnologia da informação.

"Esperamos receber cerca de 20 mil participantes emais da metade deve vir de países asiáticos.Atualmente somos testemunhas da onda colossal daglobalização em várias áreas, e a dermatologia não éexceção. Sem dúvida, o 22o WCD em Seul será umcampo dinâmico e intenso para intercâmbios",ressaltou o secretário-geral da Comissão Orga-nizadora, Soo-Chan Kim, em entrevista na edição demaio/junho de 2008 do JSBD.

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Paula Johns, diretora da ACT, explica que um dos pon-tos fortes da organização é conseguir reunir parceiros dasmais diversas áreas do saber. “A SBD certamente temmuito a contribuir na disseminação de informações sobretabagismo e dermatologia para a sociedade”, destaca.Paula, no entanto, reconhece que a luta não é das maisfáceis. “Apesar de sabermos o que deve ser feito, não éfácil avançar, já que nos deparamos com interesses comer-ciais poderosos dos fabricantes de cigarro e de seus alia-dos na hora de implementar uma regulamentação eficaz. Éuma disputa entre o poder econômico e o interesse públi-co”, complementa.

Juntas, a SBD e a ACT têm o caminho livre para a orga-nização de campanhas, divulgação de material informativo,apoio por meio da utilização de suas marcas, enfim, tudo quevenha a somar-se ao trabalho de ambas as instituições ebeneficiá-lo. Não há nenhuma obrigatoriedade, e tudo éresolvido com muito diálogo. O presidente Omar Lupi espe-ra muitos frutos e encara com otimismo a parceria. “Apoiaruma causa nobre como essa só pode nos trazer benefícios.A epidemia do fumo é um problema que exige a mobiliza-ção social. A SBD não se poderia ausentar”, acredita.

A ACT também tem parceria com a Associação MédicaBrasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica(SBOC), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), prefeiturase governos estaduais e outras organizações não-governa-mentais.

“Qualquer ambiente fechado é pequeno demais para ocigarro.” Certamente você já ouviu essa frase em algumlugar.Trata-se do slogan de uma das campanhas muito bemformuladas pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT),associação que luta desde 2003 contra uma das maiorescausas de morte no mundo, o cigarro. No dia 7 de junho aSBD tornou-se membro da instituição e passará a colabo-rar de diferentes formas com a causa.A parceria, segundo opresidente da SBD, Omar Lupi, manifesta a preocupaçãocom a saúde pública. “A ACT é entidade séria que desen-volve trabalho muito eficiente na luta contra o tabagismo.Com a parceria, a SBD reforça seu compromisso com apopulação”, afirmou.

A ACT é uma das maiores entidades do gênero nomundo. Segundo Daniella Guedes, coordenadora deRelações Internacionais, a estratégia é convencer os forma-dores de opinião a aderir à causa e agir diretamente naaprovação das políticas públicas.

Na atual campanha da instituição,“Diga não à propagan-da de cigarros”, a briga é com as estratégias da indústria dotabaco para continuar divulgando seus produtos. Uma daspeças da campanha é um documentário muito esclarecedor,com narração do jornalista Pedro Bial, no qual são apresen-tadas diversas entrevistas, principalmente com adolescentesque relatam de modo informal – e perceptivelmente since-ro – sua visão sobre o assunto. Acredite, os jovens conhe-cem muito bem as marcas, sabem onde comprar, estão apar dos valores e até dos sabores dos cigarros, sinal de quea propaganda continua eficaz.

10 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

SBD se junta à luta contra o tabagismoA diretora da ACT, Paula Johns, e o presidente da SBD, Omar Lupi sacramentando a parceria

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12 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

parece que existe um terreno fértil para unir o Cilad e a Radla,no sentido da criação de um evento único, forte, de todos osdermatologistas da América Latina”, observa a presidente do65o Congresso da SBD, Luna Azulay. Ela afirmou ainda que tantoo Cilad como a Radla são presenças oficiais no evento.

A aliança significa amadurecimento na relação entre SBDe Cilad.“Como foi mencionado em outro momento, estamostraçando de forma aguda ações conjuntas com o presidentedo Cilad, Carlos Gatti, para tornar a relação entre as duasentidades mais coesa e madura.Esperamos colher bons resultadosem breve”, reforça o presidente daSBD, Omar Lupi.

Radla

Integração bem próxima

O Brasil registrou o maior público da história daReunião Anual dos Dermatologistas Latino-Americanos(Radla) no último encontro, ocorrido entre 29 de maio e1o de junho, em Buenos Aires, Argentina. Dos 3.800 inscri-tos, 920 eram brasileiros, fato que consolida o papel devanguarda do país na dermatologia latino-americana. Apresença significativa da SBD também demonstra futuropromissor para a possível criação – ao lado da Radla e doColégio Ibero-Latino-Americano de Dermatologia (Cilad)– da Academia Latino-Americana de Dermatologia, daqual cada dermatologista individualmente seria sócio, assimcomo acontece na Academia Americana e Europeia deDermatologia (AAD).

“A integração da SBD com o Cilad e com a Radla é, sim,um caminho para a criação da Academia Latino-Americana deDermatologia. E o Brasil será forte liderança nessa nova entida-de”, ressalta um dos delegados da Radla, Jesus Santa Maria, emcuja opinião, o Brasil e a dermatologia brasileira exercem papelde grande importância tanto na participação como nos desti-nos da Radla.“Através das reuniões e congressos temos divul-gado a dermatologia brasileira e trocado conhecimento comtodos os países da América Latina”, diz ele, que foi o presiden-te da 26a reunião, em 2008, na cidade de Curitiba.

Para o delegado permanente do Comitê Radla BrasilJúlio César Empinotti, a união também é possível, desde quehaja boa vontade e entendimento de todas as partes.“Temos que pensar grande, como os nossos fundadores,logicamente após um período de transição. Está na hora deunirmos as forças porque a América Latina representa umgrande grupo da dermatologia mundial, e já merecemos teressa representatividade no mundo científico.A aproximaçãocom a Radla deve ser equivalente, porque também repre-senta toda a dermatologia da América Latina. A SBD deveintegrar-se às duas, conjugando os esforços para criar-se aAcademia Latino-Americana de Dermatologia, instituiçãofinal que represente todos nós”, salienta.

Com seis mil associados, a SBD volta seus olhos cada vezmais para a busca de soluções conjuntas com seus vizinhos. Aintenção é que juntos possam fortalecer sua importância nocontexto mundial.“Conversando com colegas de outros países,

Sebastião de Almeida Prado Sampaio, um dos funda-dores da Radla em 1972 e também presidente do Cilad,foi homenageado com uma Sessão Especial durante oencontro. Participaram como palestrantes EvandroRivitti e Júlio Empinotti (Brasil), Albert Woscoff e CarlosGatti (Argentina) Juan Carlos de Medina (Bolívia), JuanHoneyman (Chile), José Maria Torres (Equador),Arnaldo Aldama (Paraguai), Fernando Magali (Peru) eNestor Macedo (Uruguai). Os dez dermatologistas lem-braram fatos marcantes da vida do Prof. Sampaio e tam-bém apresentaram casos dermatológicos vivenciadosdurante as carreiras universitárias em seus respectivospaíses. Na véspera, a SBD realizou um simpósio oficial(Ancillaring Meeting) com a participação de 22 especia-listas.

A força da SBD, acoplada ao papel

que a dermatologia brasileira vem

desempenhando na América Latina,

é impulso para estreitar a união

com a Radla e com o Cilad

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 13

Dermatologia na web, potencial ainda a ser explorado no Brasil

Saúde dos lábios, cigarro e calvície, cicatrizes de acne,manchas, micose, botox, transplante de cabelos... Esses eoutros assuntos relacionados à pele estão disponíveis noblog sobre saúde e estética Espelho Meu(www.veja.com.br/espelhomeu), da dermatologista LuciaMandel, no site da revista Veja. Além de escrever semanal-mente no espaço virtual, Lucia, que é associada da SBD,também arruma tempo para se dedicar às atividades emseu consultório particular e à família. Formada pelaUniversidade de São Paulo (USP), em 1997, fez residênciano Hospital das Clínicas, tem título de especialização emdermatologia pela SBD e é membro da AcademiaAmericana de Dermatologia (AAD).

No ar desde abril de 2008, o Espelho Meu conta commais de 160 posts, todos disponíveis para leitura ecomentários. Dois anos se passaram e até hoje o suces-so perante o público leigo tem sido enorme. “No come-ço fiquei surpresa com o alcance desse meio de comuni-cação. Posso dizer que o número de comentários deixa-dos nos posts sobre melasma (mais de 300) me sur-preendeu. É interessante ver que o espaço destinado aoscomentários também virou fórum de discussão, aindaque sem moderador. Os leitores trocam e-mails, dãodicas uns aos outros, discutem quais tratamentos deramcerto ou errado”, revela a dermatologista. “Infelizmente,não consigo moderar essas discussões, por vários moti-vos. Um é a falta de tempo, e outro, é que o foco do meutrabalho não é esse, e sim, escrever novos posts”, com-plementa.

Lucia considera a internet peça fundamental em seu tra-balho e faz uso regular da web para pesquisas e atualização.“Ao longo desse tempo fui descobrindo sites e blogs muitobons. Frequentemente, faço consultas na seção ‘PeriódicosOnline’ do site da SBD, que na minha opinião é excelente.Com poucos cliques, o associado tem acesso na íntegra amais de 20 publicações de interesse dermatológico, como oDermatologic Surgery ou o Archives of Dermatology”, sugereLucia, que também cita o Dermatology Daily, espaço restritoaos membros da AAD. Para os médicos não associados elarecomenda os informativos do Fact Sheets. “Também é pos-sível comprar artigos pela internet por meio de cartão decrédito. O processo é rápido e muito diferente da épocaem que eu era estudante e tinha obrigatoriamente queconsultar bibliotecas para procurar o que me interessava”,afirma.

Fóruns de discussão, um nicho ainda a ser exploradono Brasil?

Na opinião da dermatologista, o país ainda carece de bons fórunsde discussão sobre doenças de pele. Ela ressalta que nos EstadosUnidos esse tipo de espaço está bem estabelecido. “Em sites comoAlopecia Areata Foundation (www.naaf.org) e Alopecia World(www.alopeciaworld.com), os pacientes relatam suas experiências ese ajudam, mesmo morando a milhares de quilômetros uns dosoutros. Eles podem nunca se encontrar,mas trocam informações, pos-tam fotos e filmes. Num fórum sobre alopecia areata, li depoimentosde paciente dando dicas sobre onde comprar perucas. Vi tambémpropaganda de bonequinhas de pano com miniperucas e minichapéus,além de depoimentos de mães dizendo como venceram o preconcei-to de coleguinhas e professoras na escola. Então eu percebo que essetipo de fórum de discussão ainda pode se desenvolver mais no Brasil.Espero que com o tempo, os fóruns existentes (e outros que venhama surgir) se solidifiquem em nosso país”, opina.

O site da SBD está entre os links recomendados em seu blog. Embreve, um dos posts vai mostrar ao público leigo a importância daatuação da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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14 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

Mais de 80 renomados palestrantes, nove estados bra-sileiros, 27 temas e seis meses de trabalho integrado. Oresultado dessa mistura foi o Segundo Teraderm, que reuniu1.800 dermatologistas de todo o país em grande encontrorealizado em São Paulo nos dias 21 e 22 de maio, naFecomércio. Com proposta de educação médica continua-da e a exemplo do que aconteceu no ano passado, o even-to teve os valores de inscrição mantidos. O modelo ágil,com palestras de cinco minutos de duração sobre inúmerosassuntos da dermatologia, não se fixou apenas na estética.Os participantes acompanharam as novidades no campoterapêutico da dermatologia, bem como receberam atuali-zações condensadas nas principais áreas da especialidade.Ao final de cada bloco, os dez minutos de discussão sobreos temas apresentados configuraram boa oportunidadepara o esclarecimento de dúvidas.

“Tivemos aqui um grande estímulo para que os médicosprocurem técnicas cirúrgicas mais simples e que possam serúteis para o tratamento de seus pacientes. Os dermatolo-gistas mais novos foram os que mais ganharam, pois ouvi-ram aulas de um mesmo tema em níveis de complexidadedistintos”, ressalta o responsável pela coordenação, IphisCampbell. Como destaque do primeiro dia, citou o blocode fotoproteção e antivirais.

A dermatologista norte-americana Sharon Keene, especialis-ta em cuidados com os cabelos, foi a convidada especial dessaedição, participando do bloco rejuvenescimento global da face.“O resultado do evento foi acima do esperado, com maciça pre-sença de público, que pôde trocar experiências e solidificar seuconhecimento nas mais diversas áreas”, ressalta o presidente daSBD,Omar Lupi, complementando que pela logística,a cidade deSão Paulo foi mais uma vez a escolhida para sediar o evento.“Oacesso é muito facilitado.A prova é que essa edição recebeu 600dermatologistas a mais em comparação à de 2009”, pontua.

Transferência de conhecimentoIara Silveira é uma das muitas dermatologistas que compa-

receram pela primeira vez ao evento. Há mais de 18 anos Iaraatende em sua clínica particular situada em Belo Horizonte.Ela gostou muito do bloco novas drogas, novas indicações dedrogas antigas e terapias emergentes, em especial da aulamicroagulhas no tratamento das cicatrizes de acne, apresenta-do por Izelda Costa. “Estou tendo uma revisão geral de tudoo que já aprendi. Além de ficar a par da opinião de outrosespecialistas, o que é fundamental para o bom exercício danossa profissão”, explica. O dermatologista Álvaro Machado,formado na Faculdade Souza Marques, no Rio de Janeiro, éoutro que cultiva o hábito de participar de eventos de atuali-zação. Morador de Resende, ele também destacou a aula deIzelda como uma das mais interessantes. “Além dessa aula,outras ficarão como referência para estudo”, revela ele, quetrabalha há mais de 30 anos na rede pública de saúde. Já asjovens Camilla de Barros Borges e Vanessa Gomes Maciel,ambas formadas pela Universidade Federal de Goiás (UFGO)há seis anos, disseram que a aula de dermatologia geriátrica“foi uma das melhores do segundo dia”.

A presença em peso da indústria farmacêutica marcourelação institucional saudável e ética com a SBD. “O for-mato em que o evento é concebido é muito interessanteporque trouxe quase 2.000 inscritos que compartilharamconhecimentos e assistiram a aulas curtas e com conteú-do consistente. O nível de interesse do público por essetipo de evento é enorme. Parabéns para a SBD”, elogia ogerente de eventos da Galderma, Nelson Baptista Junior.“A expectativa de crescimento já mostrou que é bemforte, e esperamos que no ano que vem o evento possase repetir, pois tem tudo para crescer ainda mais”, reforçaa gerente de relações médicas e eventos da Theraskin,Adriana Galindo.

Segundo Teraderm bate recorde de público

e supera patamar de 1.200 participantes alcançado

em sua primeira edição

Além dasexpectativas

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 15

CarboxiterapiaUma das dúvidas recorrentes levantadas pela plateia no

bloco cosmiatria corporal foi a posição da Anvisa com rela-ção ao tratamento da carboxiterapia. A primeira secretáriada SBD, Celia Kalil, mediava a aula e esclareceu: “O que aAnvisa aprova são aparelhos e medicamentos, ela não é res-ponsável por aprovar métodos, ou seja, ela pode aprovaraparelhos que façam laser, LIP, carboxiterapia, e tambémmedicamentos injetáveis ou não (como a isotretinoína sistê-mica e o ácido hialurônico injetável), mas não fornece o avaldireto sobre método de tratamento e suas complicações”.

impossível, vive, luta e ri sem desistir. Os baianos celebramsuas festas, cantam suas músicas, e em tudo isso reina seusorriso livre e fácil.”, ratificou em sua obra o escritor baianoJorge Amado, mostrando para o mundo o retrato de umaterra inspiradora e vigorosa.

Já são 14 palestrantes estrangeiros confirmados. DaAlemanha, Thomas Luger ; da Áustria, Klaus Wolff; daBielorrússia, Uladzimir P. Adaskevich; do Canadá, RichardLangley; da Inglaterra, Roderick J. Hay; da Itália, AlbertoGiannetti e Aldo Morrone; da Jordânia, Medhat A. Malek; dePortugal, António Picoto; da Eslováquia, Hana Zelenková; edos Estados Unidos, Omar Sangueza, Robert A. Schwartz,Stephen P. Stone e Stephen Tyring.

Otimista com a presença maciça dos dermatologistasbrasileiros, Paulo Cunha reforça o convite: “Esse é um gran-de momento para você se atualizar de forma consistentepor meio de aulas ministradas por notáveis professoresnacionais e estrangeiros de diferentes partes do globo. Elesmostrarão o que há de mais recente nos avanços da der-matologia mundial. Agende a data e compareça!"

A Secretaria de Turismo da Bahia tem total interesse em contribuirpara o sucesso do evento

Os associados que não

compareceram ao Se-

gundo Teraderm terão a

oportunidade de rever

pela web todo o conteúdo abordado. A programação

estará disponível mediante o pagamento de taxa a ser

definida pela diretoria. Em breve, o site da SBD divulgará

informações sobre como proceder. Não perca!

Reunião administrativaDurante o Segundo Teraderm, a atual dire-

toria e a presidente eleita para o biênio 2011-2012, Bogdana Victória Kadunc, reuniu-se comex-presidentes da SBD para traçar diretrizesvisando à comemoração dos 100 anos daentidade, em fevereiro de 2012. Estiverampresentes os dermatologistas Alberto CoxCardoso, Fernando Augusto de Almeida,Sarita Martins, Iphis Campbell, MaurícioAlchorne, Nelson Proença, MarcioRutowitsch, Arival Cardoso de Brito, AliceAlchorne, Omar Lupi, entre outros.

Foto

:Rita

Bar

reto

O presidente do 1st SummerMeeting of Dermatology da SBD, PauloCunha, e a comissão organizadora local reuni-ram-se no dia 30 de abril, no gabinete do secre-tário estadual de Turismo da Bahia, CarlosTramm, para apresentar um resumo do evento e os benefí-cios diretos e indiretos que ele trará ao Estado da Bahia.Durante o encontro, foram discutidas estratégias de promoçãoda cultura local por meio da apresentação de grupos artísticoslocais nos dias de evento e condições de infraestrutura e apoioem pontos estratégicos aos participantes nacionais e estrangei-ros em relação à receptividade, informações sobre turismo emportuguês e em inglês, segurança e saúde. “Estamos cuidandodos mínimos detalhes para que todos aproveitem ao máximoo evento, tanto na parte científica quanto como oportunidadede turismo”, destaca Paulo Cunha, que também parabenizou oestado por receber o evento de braços abertos.

Os participantes terão a oportunidade de conheceruma das mais lindas capitais brasileiras, que une a belezanatural com rica diversidade cultural e artística, e cujo povoé sempre muito alegre e hospitaleiro. "O povo é mais forteque a pobreza. Mesmo que o sobreviver pareça quase

Reunião discute detalhesda realização do1st Summer Meeting ofDermatology Brazil 2010

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Viagem

A XVIII edição do Congresso Ibero-Latino-Americano (Cilad) se aproxima. Marcado para ocorrerentre os dias 10 e 14 de novembro, emCancun, México, esse consagrado evento naárea da dermatologia vai contar com númeroexpressivo de brasileiros, que precisarão estarcom seus vistos em dia para entrar no país. Umaboa notícia para aqueles que ainda não têm aautorização é que o processo de obtenção ficouum pouco mais fácil. Em maio, a Comissão deRelações Exteriores e Defesa Nacionaldo Senado aprovou acordo entreBrasil e México desobrigando da neces-sidade de emissão de vistos em passaportescomuns, ou seja, não será preciso tirar visto para oMéxico o viajante que já possuir visto para os EstadosUnidos, desde que esteja válido e vigente. Ainda assim,você ainda precisa tê-lo? Saiba como proceder :

Onde solicitar?A solicitação de entrevista para o visto depende do

estado em que você mora. Quem é do Acre, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul,Rondônia, Santa Catarina e São Paulo deve agendar opedido pelo site do Consulado do México em São Paulo(www.sre. gob.mx/ saopaulo). Quem vive no Amapá,Amazonas, Brasília, Distrito Federal, Goiás, Pará, Roraima eTocantins precisa consultar a Embaixada do México emBrasília (http://por tal.sre. gob.mx/brasil). Lá, não énecessário realizar o agendamento; basta comparecer comos documentos e formulário preenchido (disponível nosite da embaixada). O mesmo ocorre para quem é deAlagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, MinasGerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, RioGrande do Norte e Sergipe.Todos devem ir ao Consuladodo México no Rio de Janeiro (http://www.con-suladodomexicorj.com) com os documentos e formuláriopreenchido. Lá também não há agendamento.

Valor da taxa O visto de turista custa R$ 69.

Prazo de entrega São entregues no prazo de 48 horas, a partir da data de

entrada da documentação e retirados de segunda a sexta-feira, por qualquer pessoa, desde que de posse do protocolooriginal. Para os que residem fora do Rio de Janeiro, a entre-ga está prevista para o mesmo dia em que foi solicitado.

Documentos necessários1. Formulário de solicitação de visto disponível nos itens,

preenchido e assinado, com uma fotografia atual 3x4;2. Passaporte original com validade mínima de seis

meses e xerox das páginas em que constam a firma e osdados pessoais, e original e cópia dos vistos válidos paraoutros países, além de original e cópia dos vistos mexicanosprévios;

3. Comprovante de renda dos três últimos meses (original e cópia);

4. Comprovante de movimentação de cartão de crédito(opcional) e/ou conta bancária dos últimos três meses(original e cópia);

5. Comprovante de residência (original e cópia).

Cilad no México:

OBS: O certificado de vacina contra febre amarela foiabolido pelas autoridades mexicanas

Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 17

como tirar o visto para entrar no país

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No ar desde o dia 10 de maio, no Grupo Bandeirantesde Rádio, o “Pele em Sintonia”, primeiro projeto da SBDrealizado nesse tipo de mídia, tem feito sucesso entre os

ouvintes e os dermatologistas. Com apoio daNeutrogena, a série de programas foi realiza-da até início de julho e destacou temascomo hidratantes faciais e corporais, enve-lhecimento da pele, fotoproteção diária erecreacional, manchas, limpeza facial. Comformato dinâmico, contendo boletins eentrevistas semanais, o quadro traduziu paraa linguagem coloquial as dúvidas maiscomuns dos ouvintes em relação a tratamen-tos e problemas de pele.

Na primeira entrevista, o presidente daSBD, Omar Lupi, revelou que a dermatologia éa terceira especialidade mais procurada narede pública de saúde: “Os problemas depele são extremamente comuns; tanto, queem todos os hospitais públicos o derma-tologista é sempre o terceiro com maiorprocura, só perdendo para o clínicogeral e o oftalmologista. Houve umamudança de comportamento nosúltimos anos. Há tempos as pes-soas iam ao dermatologista quan-do tinham doenças de pele.Hoje, elas se adiantam aosfatos e procuram o dermato-logista para que envelheçamcom mais qualidade”,salienta. “Saúde não é sóausência de doença, é obem-estar completo,

que inclui pele saudável. Esperamos que esse projeto possatrazer muitos benefícios para nossa população e divulgar adermatologia de maneira ética”, complementa Lupi.

Dermatologia no arAs entrevistas semanais discutiram apenas um assun-

to da área. O coordenador do Departamento de Laserda SBD, Alexandre Filippo, foi um dos nove dermatolo-gistas da SBD que par ticiparam do “Pele em Sintonia”.Seu tema abordou o tratamento de manchas com o usodo laser. Para ele, é necessária avaliação dermatológicaprévia, a par tir da qual o tratamento é direcionado.“Sendo manchas tipo melasma, o tratamento com des-pigmentantes e pellings combinados é a melhor escolha.Se as manchas são lentigos solares, o laser e a luz pulsa-da tratam com bastante sucesso, mas não devemosesquecer que tratamentos menos onerosos, como acrioterapia, também apresentam bons resultados”, des-taca, lembrando a importância de orientar de maneirasimples a população brasileira sobre os cuidados no diaa dia para manter a pele sempre saudável sem nenhumtipo de doença.

Flacidez foi o tema abordado pela editora científica dosAnais Brasileiros de Dermatologia, Izelda Costa. Na ocasião,ela ressaltou que a flacidez em graus leve ou moderadospode ser resolvida por meio de tratamentos como radio-frequência, infravermelho e lasers fracionados não ablati-vos.“Mas é necessária a manutenção, já que o processo deenvelhecimento é contínuo. O paciente precisa estar cien-te das limitações e expectativas. Em casos de tratamentocorporal, o exercício físico deve estar sempre associado,assim como alimentação saudável. Quando existe flacidezdas pálpebras, recursos como a blefaroplastia cirúrgica ouquímica com peeling profundo como o fenol na fórmula

Campanha de valorização

do dermatologista mostra

força de atuação

Projeto da SBD leva informações essenciais sobre cuidados com a pele para a população

brasileira e reforça a importância de consultar um médico dermatologista

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Painel do leitor

Sobre a reportagem "Título de Especialista 2010", defato as provas estão bem mais elaboradas do que as antigas,que visavam à memorização. Porém, aprovado no últimoexame, percebi um excesso de patologias raras ou poucoprevalentes, identificação de patologias com duplo nomepor apenas um deles, o que pode prejudicar o candidato,além de perceber pouco enfoque em dermatoses de extre-ma frequência na prática, das quais devemos ter conheci-mento amplo, detalhado e necessariamente avaliado – issome parece fundamental para certificar um dermatologista,não importando se a prova é "fácil" ou "difícil".

Gleison DuarteCRM-BA 18.130

Acredito que podemos dizer que o especialista tem queestar capacitado a conduzir todo e qualquer caso de suaespecialidade, independente de ser mais prevalente ou não.Na verdade, dermatoses muito comuns, como, por exem-plo, pitiríase versicolor, são muitas vezes bem abordadas pormédicos não especialistas em dermatologia. No entanto, overdadeiro especialista tem que estar apto a responder aqualquer questionamento de seu paciente sobre as doençasda especialidade. É nesse contexto que a Comissão do TEDjulga importante o conhecimento de dermatoses poucofrequentes, mas de grande impacto na vida de pacientesque as apresentam.

Jackson MachadoPresidente da Comissão responsável pelo TED

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar a SBD pelasações junto ao MEC no que se refere a esses cursos definais de semana (lato sensu). Gostaria de que a SBD seposicionasse junto ao CRM para que essa instituição fizesse

Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 19

de Baker-Gordon podem se utilizadas com bons resulta-dos”, assinala.

SBD no rádio: estratégias de educação e saúdeFilippo gostaria que as ações de valorização da

especialidade elaboradas pela atual diretoria estendi-das às próximas, a fim de conter o avanço de especia-lidades não reconhecidas. “Toda campanha de orienta-ção ao público leigo vinda da SBD dá credibilidade àcampanha e valoriza nossa especialidade. O que maistemos visto são médicos de outras especialidades mui-tas vezes não reconhecidas pela AMB, falando barbari-dades para o público leigo como se tivessem plenodomínio dos problemas da pele. É válida a continuida-de das campanhas de valorização para diminuir cada

vez mais o espaço das especialida-des não reconhecidas, que queremtirar nosso público”, ressaltaFilippo.

A gravação radiofônica tem lin-guagem mais coloquial, menos tecno-crática. Presente em 87% dos lares brasi-leiros, o rádio cobre mais de 90% do territó-rio nacional e constitui instrumento eficaz em ter-mos educativos: “O rádio ainda é meio de comu-nicação massivo. Com o “Pele em Sintonia”, apopulação se sentiu mais per to do profissionalque tão bem conhece essa especialidade que tantoamamos: a dermatologia”, frisa Izelda Costa.

Nota de falecimento

Faleceu em 27 de maio, em Curitiba, aos 95anos, Ruy Noronha Miranda, o primeiro presidenteda SBD-PR, e presidente da SBD Nacional em1968. Fundador do Serviço de Dermatologia doHospital de Clínicas da Universidade Federal doParaná (UFPR) nos anos 60, o médico, professor, escritor e filósofotinha como área de interesse o estudo da hanseníase, produzindogrande número de trabalhos sobre o tema.

Ruy Miranda formou-se em 1938 na UFPR, sendo professor eméri-to da instituição, além de presidente da Academia Paranaense de Letras(1954-1956), vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB),chefe do Centro de Estudos Leprológicos Souza Araújo da UFPR(1960-1983) e presidente de honra da Fundação Pró-Hansen.Tambémparticipou da primeira banca examinadora do primeiro exame do TED,realizado a 28 de outubro de 1967, em Juiz de Fora, MG. Ele deixa afilha, Zea Gradoswski Miranda Ratton, cinco netos e bisnetos.

a sua parte e fiscalizasse os médicos que divulgam ser espe-cialistas embora não sendo. No ano passado (14 de abril),fiz uma denúncia de colega que se diz dermatologista, masnão está inscrita nem no CRM, nem na SBD como especia-lista. Procurei resposta junto ao CRM no dia 23 de junho.Até hoje, quase 12 meses depois, nada foi feito. A colegacontinua atendendo e divulgando ser dermatologista até nalista telefônica, mas consegui, sim, que ela fosse descreden-ciada de um convênio da Polícia Militar, pois não tinha docu-mentos para comprovar sua especialidade. Portanto, o con-vênio fez a sua parte, mas o CRM nada fez. O novo Códigode Ética já está em vigor e continua sendo desrespeitadocom a omissão do CRM art. 115. A SBD pode fazer algo?

Fábio Rodrigues Batista CRM-MG 30.168

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O Concurso "Trabalho de Investigação", uma dasprincipais atividades do Projeto Residentes, repete osucesso do ano passado e leva quatro residentes doterceiro ano dos Serviços Credenciados da SBD parauma temporada no exterior de setembro a novem-bro de 2010. No início de julho, a SBD divulgou osnomes dos autores dos dois melhores trabalhos deinvestigação na área de dermatologia tropical e dosdois que obtiveram maior destaque nas áreas de cos-miatria e fotoproteção. Os jovens vão ter direito abolsas de estudos para três universidades nos EstadosUnidos e uma na Europa. Além disso, o prêmio con-siste na publicação dos artigos premiados nos AnaisBrasileiros de Dermatologia (dermatologia tropical) ena Surgical & Cosmetic Dermatology (fotoproteção oucosmiatria).

Segundo o ex-presidente da SBD gestão 2001-2002, Fernando Augusto de Almeida, que fez parteda banca, não há fronteiras na medicina, e a iniciati-

Projeto Residentes, credibilidade na formação

de dermatologistas va de promover intercâmbios no exterior é umamaneira de formar novos líderes no futuro. "O‘Trabalho de Investigação’ tem ambições tão exten-sas quanto seu nome: fomentar ideias e promover odiálogo entre os países na área de dermatologia.Nossa especialidade está mudando muito; é dinâmi-ca em todos os aspectos, seja na clínica ou na cirur-gia estética. Além de ressaltar essa ótima oportuni-dade concedida pela SBD, acredito também que éfundamental que a universidade e os serviços cre-denciados estimulem esses jovens a fazer trabalhosnessas linhas”, destaca.

Os trabalhos foram avaliados pelos seis membrosda Comissão Julgadora, que os pontuou segundo oscritérios de clareza, objetivo e relevância. "Analisamosdesde o título e o conteúdo do trabalho, até a manei-ra de expor o tema e a consistência metodológica.Os artigos originais saíram na frente”, afirmaFernando de Almeida.

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Um novo fôlegopara a CNPCPCriada há 11 anos, a Campanha Nacional de Prevenção ao

Câncer da Pele entra para o livro dos recordes, o Guinness,

como a maior ação médica do mundo realizada em um único dia

Capa

Sol na medida. Saúde na certa.

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Com a marca de 357 mil atendimentos ao longo de 11anos de existência, a Campanha Nacional de Prevenção aoCâncer da Pele (CNPCP) da SBD, realizada anualmente emtodo o país, colocou à prova a capacidade da dermatologiabrasileira. O feito lhe deu a entrada no livro dos recordes, oGuinness Book, pela realização da maior campanha médica ede prevenção ao câncer da pele do mundo cumprida emapenas um dia. Até então, o recorde pertencia à AcademiaAmericana Dermatologia (AAD). Para alcançar a certifica-ção, anunciada oficialmente no dia 17 de junho, a última cam-panha teve de ser planejada e organizada para se enquadraràs exigências do líder global de setor de recordes mundiais.Uma das principais mudanças foi o aumento em duas horasno tempo de atendimento da campanha e a certificaçãominuciosa de cada ponto de atendimento e de cadapaciente avaliado em todo o Brasil. A mobilização deu certoe coroou o esforço de um trabalho essencialmente coletivoem benefício da população. “Esse momento é um marco narica e vitoriosa história da nossa instituição. Mais do que acertificação, recebemos reconhecimento digno da grandezade nossa maior campanha. Para que isso se tornasse possí-vel, fizemos grande esforço logístico para atender às váriasexigências e para organizar a campanha de modo a mantê-la grande e sincronizada em todo o país. Por isso, por exem-plo, aumentamos o tempo de atendimento para oito horasde duração”, explica o presidente da SBD, Omar Lupi.

Com campanhas irretocáveis desde 1999, quando foicriado o Programa Nacional de Prevenção ao Câncer daPele (PNPCP), cuja principal ação é a CNPCP, a união deregionais, serviços credenciados e voluntários para a propa-gação e o desenvolvimento de cultura de prevenção temtido papel fundamental. “Cada diretoria deu sua contribui-

ção, e também os sócios da SBD, pois sem eles nunca che-garíamos onde chegamos. Mesmo com o recorde,

temos que destacar o grande benefício que o pro-grama, por meio das inúmeras campanhas edu-

cativas, prestou a nossa população", afirma oex-presidente da SBD, Alberto Cox Cardoso.

A mesma opinião tem Lupi. Em newsletter enviada aosassociados, ele agradeceu a cada dermatologista que parti-cipou, atendeu, divulgou e torceu pelo resultado. Ressaltoutambém a participação das diretorias anteriores, funcioná-rios e voluntariados que, em sua opinião, foram a chave para

o sucesso da empreitada: “A campanha contra o câncer dapele existe há 11 anos, e ao longo de suas edições, tornou-se cada vez mais organizada, respeitada e reconhecida pelasociedade. Em 2009, realizamos um trabalho árduo que sófoi possível graças a sua doação incondicional, amigo asso-ciado, que despendeu seu tempo e sua sabedoria de formagratuita em prol dessa causa, hoje coroada com a certifica-ção internacional de ‘maior do mundo’. Nosso agradecimen-to é completo quando oferecemos esse título a cada um denossos membros: associados, diretorias, serviços credencia-dos e funcionários. A SBD nada mais é do que nós, unidosem nossas diferenças, sotaques, anseios e motivações.Somente dessa forma alcançamos nossas maiores vitórias e,é claro, superamos nossos percalços.”

A fim de que todas as etapas fossem cumpridas à risca,uma equipe formada por funcionários da SBD trabalhouintensamente para transformar o desafio em realidade. O pri-meiro passo foi o preenchimento do formulário online. Apósreunir toda a documentação exigida pela organização doGuinness World Records, a SBD encaminhou por e-mail e pelocorreio, entre outros documentos, declarações que compro-vavam a legitimidade da campanha, três delas de representan-tes de órgãos governamentais, como o ministro da Saúde, JoséGomes Temporão, o secretário de Vigilância em Saúde,Gerson de Oliveira Penna, e o secretário de Saúde de Niterói,Alkamir Issa.Após sete semanas, a equipe de administração derecordes deu resposta positiva à certificação. Em 2009, maisde 34 mil pessoas foram assistidas durante a campanha, reali-zada no dia 5 de dezembro. Coordenadora da CNPCP em2009 e da Regional de São Paulo em três anos anteriores,Selma Cernea colaborou para a implantação do caminhão doTour da Prevenção e para modificações necessárias à aplica-ção do Guinness. Este ano a campanha terá início no dia 27 denovembro, com o Tour da Prevenção. "Para a campanha de2010, vamos estender o trajeto percorrido pelo caminhão,que deverá incluir cidades do interior do país. Espero que comisso, possamos chegar aos 45 mil atendimentos", prevê.

Um recorte da históriaOs pesquisadores que se debruçarem sobre a história da der-

matologia brasileira vão encontrar trajetórias de profissionais enga-jados, desprendidos e compromissados com ações preventivas.ACampanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele é uma das

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mais importantes.Sua história começa na cidade do Rio de Janeiro,no final dos anos 80, quando foi criada por Jarbas Porto, à épocapresidente da SBD-RJ.Partiu dele a iniciativa pioneira da realizaçãoda primeira campanha isolada no Brasil, em dezembro de 1987,processo que foi acompanhado de perto por alguns de seus dis-cípulos. A dermatologista Leninha Valéria do Nascimento é umadelas.No mesmo ano em que a dermatologia comunitária ganha-va força no estado, a docente e “filha dermatológica” estava emterras estrangeiras fazendo seu pós-doutorado. Mas a distâncianão os separou. Apesar de estar estudando na França (HospitalSaint-Louis), mantinha contato com seu mestre por meio de car-tas. Em uma delas, chegou a pedir que Leninha o ajudasse nasações educativas. “Ele mandava cartas falando da organização dacampanha do câncer da pele e queria que eu participasse. Fiqueimuito lisonjeada e assim que retornei ao Brasil, em 1988, uni-mea ele e aos chefes de serviço do Hospital Universitário PedroErnesto (Hupe), para colaborar com o trabalho de conscientiza-ção.Divulgávamos em supermercados, favelas,clubes,rádios e pro-gramas de televisão...”, relembra ela que, em maio de 1995, viria asubstituí-lo como professora titular de dermatologia naUniversidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

No número 9 (novembro de 1988) do JornalRio Dermatológico, foi publicado o artigo A cam-panha é perene, em que Jarbas Porto, tambémidealizador da publicação, enfatizou: “(...)Certamente, sentimos que o movimento seriacontinuado com a adesão cada vez maior dos

nossos colegas, com a difusão sempre mais ampla dos conheci-mentos capazes de proporcionar a prevenção e o diagnósticoprecoce do câncer de pele e do melanoma.Tudo isso porquetemos a certeza da sua validade e da sua absoluta necessidadee inadiabilidade. Poderemos suprimir métodos, modificá-los,aperfeiçoando-os como certamente será feito,mas a Campanhade Prevenção ao Câncer da Pele tem valor perene e crescerá deimportância a cada ano...”

Dito e feito. No ano seguinte, o Paraná desenvolveu cam-panha de detecção e prevenção da doença. “Realizamosnossa primeira campanha em setembro de 1988, organizadapelo Programa de Dermatologia Sanitária da Secretaria deEstado de Saúde do Paraná, órgão no qual exercia a funçãode diretor, com a colaboração da SBD-PR, da DivisãoNacional de Dermatologia Sanitária, da SociedadeParanaense de Cancerologia, da Liga Paranaense deCombate ao Câncer, da PUC-PR, da UFPR, da Faculdade de

Medicina Evangélica, além de todos os dermatologistas denosso estado”, assinala Sérgio Fonseca Tarlé, dermatologistado Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.Meses antes, a Associação Médica do Paraná com o apoio daSBD-PR promoveu curso de extensão sobre câncer da pele,com a participação de professores das três faculdades deMedicina de Curitiba, além de Jarbas Porto e Antônio CarlosPereira. “A finalidade era preparar a equipe médica para ocumprimento da campanha com a presença de colegas der-matologistas de Curitiba e de cidades do interior do estado”,complementa.

Outro exemplo que confirma a participação crescente dasregionais vem de Goiás. Lia Cândida Miranda de Castro, presi-dente da SBD-GO em 1991-1992, seguiu o modelo de JarbasPorto e iniciou as campanhas em seu estado. A partir daí foifeito um esforço de massa com a adesão de todos da Regional."O Prof. Jarbas Porto esteve em Goiânia para uma jornadaconjunta com a Sociedade de Cancerologia em abril de 1992,nos relatou seu empenho e compartilhou ideias de sua cam-panha. Logo após, ele mesmo me enviou, a pedido, e até auto-grafados, todos os seus artigos sobre o tema. Naquele mesmoano, desenvolvemos a ideia e iniciamos a campanha. Nos cincoprimeiros anos, havia a distribuição de folders em clubes, empontos de ônibus, em consultórios e a realização de aulas deesclarecimento em escolas públicas. Outdoors preenchiam acidade nos meses de junho e julho, pois aqui temos uma cul-tura de pesca forte nessa época.Com o tempo, as ideias foramevoluindo, e a campanha melhorando", relata a dermatologista,que participou de todas as edições da CNPCP.

Programa Nacional de Prevenção ao Câncer daPele (PNPCP)

Preocupada com os números alarmantes da doença, aSBD criou, em 1999, o PNPCP ampliando a abrangência das

2005

2006

1991

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campanhas feitas em caráter local e disseminando-as por todoo território nacional. A iniciativa de elaboração do programapartiu de Marcus Maia (SBD-RESP), que propôs a AlbertoCardoso Cox, na ocasião presidente da SBD Nacional, que asações fossem contínuas, em todo o Brasil, e de forma simultâ-nea. Dessa maneira, formou-se um grupo, sob a coordenaçãodo dermatologista de São Paulo. "A proposta foi apresentadae aprovada no Conselho Deliberativo da SBD como ativida-de permanente e hoje faz parte da regulamentação do exer-cício médico. O objetivo do programa é a realização de cam-panhas informativas de prevenção primária (medidas educati-vas), secundária (exame clinicolaboratorial para diagnóstico) eterciária (tratamento dos casos diagnosticados).

A implementação permitiu que houvesse uma açãosocial coletiva brasileira com o envolvimento de todos osdermatologistas na tentativa de interferir na evolução dadoença”, relembra Maia. “Nunca recebemos nenhuma cola-boração governamental. Nosso trabalho é espontâneo, edu-cacional e motivo de orgulho”, complementa

Destaque em atendimentosO Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário

Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio deJaneiro (UniRio) foi um dos postos que tiveram maior númerode assistidos na campanha de 2009 entre os 170 locais de aten-dimento das 23 cidades brasileiras. Moradores da região deTijuca, Praça da Bandeira e Rio Comprido tiveram assistênciagratuita e de forma coordenada, das 8h às 16h.“A divulgação foifeita basicamente por meio de panfletagem e convite boca aboca para o comparecimento ao hospital para exame derma-tológico gratuito. Tivemos êxito nessa empreitada, o que nosdeixa muito satisfeitos, pois o esforço foi intenso.Vejo a educa-ção como principal eixo na divulgação e orientação à popula-ção no que se refere à saúde da pele e qualidade de vida”, ana-

Associados vibram com a conquista

Parabéns por mais uma conquista! De nossa Paraíba, tenha a certeza de que per-maneceremos engajados e estimulando cada vez mais o voluntariado!

Carla Gayoso, presidente Regional PB

Excelente notícia. Parabéns a todos e a todas.A propósito, haverá uma placa ou algoque possamos imprimir para colocar nos Serviços Credenciados? De alguma forma, omérito de ser chancelado pelo Guinness Book e pela SBD Nacional e Regionais serviráaté para que possamos conseguir mais fácil alguns parceiros e doações. Pensem nisso!

Sidney Augusto, presidente Regional RN

Caro presidente da SBD e demais membros da diretoria,Parabéns! Certamente todos vocês se empenharam muito na elaboração daCampanha de Câncer da Pele. Esse resultado final é bastante significativo. Não foi sóo título conseguido no Guinness Book, mas a capacidade de agregar que Omar vemconseguindo com suas grandes ideias! Sinto-me orgulhosa em fazer parte do time!

Maria Helena Sandoval, ex-presidente Regional ES

20092007

2008

lisa Paulo Roberto Issa, coordenador local da campanha. Aotodo 18 pessoas estiveram envolvidas na operação, entrevoluntários, pessoal de apoio do hospital, médicos residentes,pós-graduandos e internos. “A integração de todos os partici-pantes foi imprescindível para o sucesso da operação”, finaliza.

Guinness BookA maior doação de sangue do mundo, o maior público

de cinema, o time de futebol com mais títulos na Liga dosCampeões da União das Associações Europeias de Futebol(Uefa), o primeiro presidente americano a usar o e-mail emseu mandato, entre muitos outros são exemplos de assun-tos que estão nas 287 páginas do Guinness World Records2010 – o livro da década. Desde sua criação, em 1955, olivro dos recordes virou sensação internacional sendo publi-cado em mais de 100 países e em 37 idiomas. Até hoje,mais de 100 milhões de exemplares foram vendidos.

Carta CFM

Senhor Presidente,Acusamos o recebimento de sua correspondência, informando que

a SBD recebeu no dia 17 de junho, do Guinness World Records, a certi-ficação por ter organizado a maior campanha médica do mundo rea-lizada em um único dia e a maior campanha de prevenção ao câncerda pele mundial. Parabenizamos a SBD pela conquista, certos de quetais esforços enaltecem a medicina brasileira e o próprio país.

Roberto Luiz D'Avila, presidente do CFM

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Presente para o futuroServiços credenciados da SBD recebem autoclaves e seladoras

Fortalecer e desenvolver a especialidade médica. É comesse propósito que a SBD acaba de doar 62 autoclaves de21 litros e seladoras a seus Serviços Credenciados, valiosasunidades que contribuem na prática para o engrandecimen-to da história da dermatologia brasileira. A SBD investiucerca de R$ 200 mil na obtenção dos equipamentos, res-ponsáveis pela esterilização de diversos materiais hospitala-res por meio do calor úmido sob pressão. Sete serviços quejá possuem o aparelho receberão vales para serem utiliza-dos na compra de material cirúrgico ou insumos. "A aquisi-ção e o repasse desses equipamentos representa mais umapreocupação de nossa diretoria em colaborar de formaativa e pragmática, dentro das possibilidades de nossaSociedade, com nossos associados e ServiçosCredenciados", sublinha o presidente da instituição, OmarLupi, cuja opinião é reforçada pela do segundo secretário daSBD, Emerson de Andrade Lima: “O apoio dado para cadaServiço Credenciado, unidades de formação dos nossosdermatologistas e futuros membros da nossa associação,traduz o objetivo da SBD de fortalecer as bases através doaprimoramento científico.”

O chefe do Serviço de Dermatologia do Instituto deAssistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro(Iaserj), Sérgio Quinete, está animado com a chegada donovo aparelho e aponta que a doação da autoclave vai deencontro a uma necessidade específica do serviço de der-matologia. "Há mais de 20 anos, possuíamos uma estufa quefoi desativada pela Vigilância Sanitária. Atualmente, a desin-fecção de todo o material do hospital está sendo feita emunidades referenciadas de saúde do estado fora do Iaserj,por razões adversas. Como se sabe, o material cirúrgico dadermatologia possui peças pequenas e por vezes acontecea perda ou o extravio, sem explicações plausíveis e, conse-quentemente, sem a devida reposição. Dispondo de esteri-lização própria, sem dependência externa, não correremosesse risco nem ficaremos submetidos à demora de dois a

três dias para o retorno do material", ressalta, complemen-tando que a chegada do novo aparelho permitirá aindaredução de custos no hospital.

O Serviço de Dermatologia da Universidade Federal deCiências da Saúde de Porto Alegre, comandado por RenanBonamigo, já contava com uma autoclave. No entanto, coma vinda de outro aparelho, os materiais devem ser esterili-zados de forma muito mais rápida. "Nosso Serviço possuiuma autoclave que funciona no limite de sua capacidade e,por vezes, necessita de reparos, os quais ocasionam trans-tornos ao fluxo de procedimentos. Portanto, a possibilidadede contar com uma autoclave adicional poderá trazer maistranquilidade ao serviço quanto a esses problemas", relata.

Mato Grosso do Sul também vai experimentar a mudan-ça. O Serviço de Dermatologia da Faculdade de MedicinaDr. Hélio Mandetta, da Universidade Federal do MatoGrosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, terá sua primei-ra autoclave. "Nunca tivemos esse equipamento. Até a pre-sente data, temos esterilizado todo o material no centro deesterilização do Hospital Universitário. A presença da auto-clave irá dinamizar e agilizar as atividades cirúrgicas e, princi-palmente, eliminará o transtorno de troca de materiais, quecomumente ocorre quando é executado numa unidade deesterilização que administra todo o material dos diversosambulatórios e do centro cirúrgico. E, por fim, ficará mais fácilcontrolar nosso material permanente. Será muito bem-vindo", salienta Gunter Hans Filho, chefe do Serviço. ParaCarlos D'Apparecida Santos Machado Filho, doDepartamento de Dermatologia da Faculdade de Medicinado ABC, o reforço possibilitará mais dinamização dos proce-dimentos cirúrgicos, uma vez que, com o aparelho novo, osmateriais serão esterilizados bem mais rapidamente e comuma qualidade melhor. "No ABC realizamos cerca de cincomil cirurgias ao ano; não podemos, portanto, ficar sem auto-clave. Por coincidência já estava na hora de adquirir outra;nesse sentido, a doação vem em boa hora".

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A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em convêniocom a Associação Médica Brasileira (AMB), realizará no dia 15 deagosto de 2010 a segunda edição do “Exame de SuficiênciaCategoria Especial para obtenção do Título de Especialista emDermatologia” (TED). Os candidatos aptos ao exame são todos osmédicos, sócios contribuintes ou não da SBD, com inscrição defini-tiva no CRM, formados há mais de 15 anos até a data do exame eque comprovem o exercício profissional na dermatologia há pelomenos seis anos (duas vezes o tempo para a formação na especial-idade). Além disso, é necessário que o candidato seja apresentado,formalmente, por dois sócios titulares do mesmo estado em quereside, sendo exigidas as descrições das atividades. No último lev-antamento, havia cerca de 1.222 sócios contribuintes candidatos aoconcurso; porém, no Brasil, esse número é bem maior, se levarmosem consideração o número total dos médicos que atuam na espe-cialidade, sem ser especialistas. A Comissão de Ética e DefesaProfissional (CEDP) da SBD entende que esse processo seletivoveio para “fortalecer o reconhecimento à especialidade e ao espe-cialista” uma vez que vê a possibilidade de aumento progressivo donúmero de sócios titulares. Com essa luta não só a dermatologia,mas também as outras especialidades médicas, se vem defrontandoao longo dos últimos anos.

Além disso, é, sem dúvida, uma excelente oportunidade de oscolegas pertencentes à categoria de sócios contribuintes passarem adivulgar a especialidade, já que o novo Código de Ética Médica emseu Capítulo XIII, artigo 115, refere que “é vedado ao médico anun-ciar títulos científicos que não possa comprovar a especialidade ouárea de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado noCRM”. Sendo assim, desejamos a você, colega, um excelente examee boa sorte!

* Coordenador da Comissão de Ética e Defesa Profissional (CEDP)

Ética em Pauta

José Roberto Pegas *

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"Agradeço à diretoria da SBD por mais essa atenção aosServiços Credenciados, característica e empenho da atualgestão", Cecília Cassal, Ambulatório de DermatologiaSanitária, Porto Alegre

"É bastante louvável a iniciativa da SBD. Parabéns",Emmanuel França, Hospital Oswaldo Cruz, Pernambuco

"É com grande satisfação que manifesto minha gratidãopelo apoio dado por essa diretoria, a começar pelo esforçodedicado a nós no início do nosso Serviço no HospitalMilitar de Belo Horizonte. Deixo meu agradecimento ecomprometimento para com o futuro da nossa especialida-de", André Piancastelli, Hospital Militar de Belo Horizonte

"À diretoria 2009-2010 da SBD, nossos agradecimentose cumprimentos por mais essa valiosa iniciativa", JoãoRoberto Antônio, Hospital da Faculdade de Medicina deSão José do Rio Preto, São Paulo

"Aos membros da diretoria, nosso agradecimento e parabénspela feliz iniciativa que será muito útil aos Serviços Credenciados",Alberto Cox Cardoso, Universidade Federal de Alagoas

“Agradecemos a preocupação dessa diretoria na doaçãodo aparelho ao nosso Serviço. Com certeza os senhoresestão cumprindo importante papel no desempenho dostrabalhos realizados no dia a dia de nossos residentes emédicos dermatologistas do ambulatório de dermatologiado Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos”, Mariado Rosário Vidigal, São Paulo

“Agradecemos a excelente iniciativa!”, Sandra Durães,Hospital Universitário Antônio Pedro – UFF, Niterói

“Que maravilha! Um superobrigado a todos vocês emnome do Serviço de Dermatologia do Huec”, LincolnHelder, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba

“Prezado Omar Lupi e diretoria, agradeço em nomede todos do nosso Serviço o empenho na busca demelhorias da nossa SBD. Esperamos que esse trabalhosirva de exemplo para a nova gestão. Obrigada peladoação da autoclave, que agilizará nossa prática diária.Vamos continuar nos esforçando para formar aqui profis-sionais compromissados e tecnicamente preparados”,Mecciene Mendes Rodrigues, Valter Kozmhisky, MatildeCarrera e Lígia Helena, Instituto Integral ProfessorFigueira (Imip), Pernambuco

A SBD recebeu por e-mail a manifestação de diversos chefes de

Serviço de todo o país:

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O valor do médico e pesquisador mineiro CarlosJustiniano Ribeiro das Chagas (1878-1934) para a saúdepública brasileira é incomensurável. O cientista descobriu,em 1909, doença tropical que levou seu nome, além dovetor (que a transmite) e o parasita (que causa a enfermi-dade), ou seja, o ciclo completo de uma afecção, aconteci-mento raro na medicina. Os estudos da doença de Chagascontribuíram para o conhecimento e o debate científicointernacional sobre as doenças tropicais. No Brasil, esse malainda constitui problema a ser enfrentado devido à pobre-za e às precárias condições sanitárias de grande parte dapopulação do interior do país. Dados do Ministério daSaúde apontam três milhões de brasileiros infectados. Noentanto, a transmissão tradicional da doença pela picada dobarbeiro está em fase de eliminação.

O Jornal da SBD conversou com o químico Walter Colli,colaborador sênior do Instituto de Química da Universidadede São Paulo (USP), professor titular da instituição de 1980a 2009, ex-diretor do Instituto Butantan (1999), e atual dire-tor do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais(CNPEM). Suas pesquisas se baseiam na revelação dosmecanismos moleculares da relação hospedeiro/parasita, emque utilizou como modelo o Trypanosoma cruzi, protozoáriotransmissor da doença de Chagas.

Inexiste ainda hoje procedimento terapêutico capazde eliminar a doença de Chagas. Em que estádioandam as pesquisas para a decifração total da estru-tura química e do funcionamento da membrana plas-mática do Trypanosoma cruzi?

Há um medicamento denominado Benznidazol, comnome de fantasia Rochagan, que era produzido pela Roche.Esse laboratório doou a tecnologia para o governo brasilei-ro, que passou a fabricá-lo no Laboratório Farmacêutico doEstado de Pernambuco (Lafepe). No entanto, esse medica-

mento é razoavelmente eficiente na fase agudada doença, isto é, nas primeiras semanas emque o indivíduo é infectado. Ora, essa circuns-tância é de baixa detecção porque a fase agudanão apresenta sintomas, exceto febre, confundi-da com indício de muitas outras afecções. O

uso do Benznidazol ficou adstrito praticamente aos labora-tórios de pesquisa, que o empregam todas as vezes em quehá suspeita de infecção de um pesquisador. Ainda assim, omedicamento é relativamente tóxico, e decorrido o prazode dez dias de uso costumam surgir reações cutâneas como aparecimento de eritemas. O uso prolongado do medica-mento pode provocar depressão da medula óssea, que pro-duz as células de defesa imunológica e polineurites. Na fasecrônica da doença a eficiência do medicamento é baixa.Após 40 anos de estudo a composição química doTrypanosoma cruzi é muito conhecida, sobretudo a de suamembrana plasmática, mas ainda não foi possível estabele-cer correlação entre os componentes químicos e a capaci-dade invasiva do parasita. É evidente que a melhor aborda-gem seria a busca de medicamentos mais eficientes quematassem o parasita sem matar a célula hospedeira, mas aprobabilidade de os encontrar é muito baixa, mormentelevando-se em consideração que as grandes empresas far-macêuticas não têm interesse no assunto, já que a doençapode ser extinta de outras formas mais baratas, e o trata-mento não daria retorno aos laboratórios devido à baixarenda da população afetada.

Como um paciente se torna chagásico?Há um inseto triatomíneo, conhecido como barbeiro,

que urina e defeca sobre a pele quando se alimenta dosangue da vítima. O barbeiro é o vetor natural do parasi-ta, que se reproduz muito bem no intestino do inseto.Normalmente, vive em rachaduras da parede em casasfeitas de barro e pau a pique, e gosta de escuridão e umi-dade. Uma forma de o extinguir no domicílio seria melho-rar a renda das famílias que vivem em regiões endêmicaspara que pudessem ter casas com reboco e janelas maisamplas que permitissem a entrada de luz e calor. Nadécada de 1990, por iniciativa dos países do cone sul,coordenados pela Organização Mundial da Saúde, ascasas e o peridomicílio foram fumigados com inseticidaou as paredes das casas pintadas com tinta contendoinseticida. A transmissão caiu vertiginosamente no Brasil,na Argentina, no Chile e no Uruguai. No entanto, não sepode abandonar a vigilância porque, se o programa não

“Não vai demorar que passemos adiante uma grande e bela ciência,que faz arte em defesa da vida”

Carlos Chagas mostrou como o fazer científico pode aproximar-se da sociedade

Medicina Tropical

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for continuado, o inseto retorna, principalmente aquelesque vivem na floresta e que se adaptam ao domicílio. Háoutras formas de transmissão: (1) por transfusão de san-gue contaminado; essa via perdeu sua importância tendoem vista que os bancos que fazem transfusão examinamas bolsas de sangue antes de aplicá-lo, providência que setornou obrigatória após o aparecimento da Aids; (2) damãe para o feto através da placenta; (3) oral, por ingestãode alimentos contaminados com barbeiros infectados(caldo de cana moído em engenhos abandonados; consu-mir açaí colhido sem atentar para a eventual presença debarbeiros contaminados nos pés).

Qual é sua opinião sobre a integração entre univer-sidades e o setor privado para o desenvolvimento denovas pesquisas? A Fapesp tem sido referência noapoio financeiro à ciência paulista...

A integração se dá, mas muito penosamente.Comparado a outros países, principalmente os Estados

Unidos, o Brasil tem poucos empreendedores. A migraçãoda universidade para a empresa e o movimento contrárionão são facilitados. Em muitos setores da universidade olucro ainda é percebido como pecado. No entanto, entreempresários e cientistas existem aqueles que queremmelhorar a interação e uma das formas de alcançá-la é atra-vés de institutos de pesquisa tecnológica que falam com osdois lados. A Fapesp, além de apoiar a pesquisa básica nasuniversidades, faz grande esforço para financiar pequenasempresas, além de aproximar grandes empresas e cientistasda universidade.

Sobre o assunto, o coordenador médico do JSBD, PauloCunha, acrescenta ser imprescindível que a SBD além detodas as funções que desempenha, se direcione mais noincentivo às pesquisas. "Esse esforço é crucial para que nofuturo possamos ganhar mais espaço dentro da dermatologiamundial".

Uberlândia com o intuito de coletar espécimes de triatomí-deos e classificá-los. O artigo chama a atenção pela buscaativa dos agentes, relembrando tempos românticos de nossaprofissão e da pesquisa no Brasil e da própria genial pesqui-sa de Carlos Chagas, descrevendo tudo sobre a doença quereceberia seu nome, tempos nos quais os recursos laborato-riais e de infraestrutura praticamente não existiam.

A dermatologia não tem como objeto de estudos adoença de Chagas, que apresenta poucos sinais cutaneomu-cosos.A exceção é o sinal de Romaña, que ocorre na muco-sa ocular quando da infecção inicial. Entretanto, essa atençãopara com os pesquisadores e com o trabalho deve ser vistacom bons olhos, pois temos muitos colegas que se dedicamda mesma forma e sob as mesmas dificuldades e motiva-ções ao estudo de várias doenças infecciosas e parasitárias,como a leishmaniose mucocutânea, a hanseníase, as micosesprofundas e outras.

A doença de Chagas, no entanto, é um belo exemplo doque podemos fazer (mesmo sem as condições ideais).Carlos Chagas desvendou os mistérios sobre a enfermida-de (assim como Gaspar Vianna fez com a leishmaniose cuta-neomucosa, ambos no início do século passado). A lem-brança do que esses grandes brasileiros fizeram deve man-ter a vocação de nossa especialidade. Embora uma minoriade nós faça isso hoje, temos pesquisadores de alto nível erespeitados no mundo todo, mas jovens dermatologistasdevem ser motivados para a continuidade dessa tarefa. Oscongressos oferecem espaço para a dermatologia infeccio-sa e parasitária; mais participação durante a formação dis-cente e na residência médica, porém, seria fundamental paraesse objetivo.

Vidal Haddad

O estudo das doenças tropicais se confunde com a his-tória da medicina brasileira. Os grandes pesquisadores bra-sileiros, de real destaque no mundo todo, trabalharam comdoenças estudadas pela medicina tropical. Para orgulho denossa dermatologia, vários tinham como especialidade oucomo interface desses estudos as doenças cutâneas, espe-cialmente a hanseníase. O estudo de doenças infecciosas eparasitárias por nós, antes de qualquer coisa, é um legadode gerações mais antigas que devemos preservar.

Um artigo recente publicado na Revista da SociedadeBrasileira de Medicina Tropical (“Ocorrência e positividadepara Trypanosoma cruzi em triatomíneos de municípios daRegião Sudeste do Brasil, de 2002 a 2004”) foi comentadona revista da Fapesp com o título “Caça aos barbeiros” edescreve uma série de estudos de campo em áreas de MinasGerais, promovida por colegas da Universidade Federal de

À frente das doençasinfecciosas e parasitárias

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DERMAÇÃO

Uma entidade sem fins lucrativos voltada para a pes-quisa, o ensino e a assistência a portadores de hansenía-se e doenças sexualmente transmissíveis – moléstiasmarcadas socialmente por medo, culpa e, especialmen-te, preconceito. Criado em maio de 2007, o Centro deEstudos e de Apoio à Dermatologia Sanitária (Ceads),desenvolve essas atividades com o objetivo de contri-buir e colaborar nos processos de conscientização,prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanha-mento de doenças dermatológicas. Estão incluídosnesse rol o câncer da pele e as dermatoses ocupa-cionais. "Apoiamos projetos de pesquisas acadêmi-cas de enfoque biomédico, epidemiológico, social eoperacional, e realizamos também programas de

capacitação, treinamento em serviço e de edu-cação continuada, presencial ou a distância",explica o colaborador voluntário do CeadsLuiz Jorge Fagundes.

Atualmente o Centro de Estudos dásuporte a três bolsistas que moram em áreasde dermatologia sanitária: a biomédica Fátima

Regina Borges de Morais, responsável peloLaboratório de DST e de Hanseníase do Centro

de Saúde Escola Geraldo Horácio de Paula Souza,da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da

Universidade de São Paulo CSEGPS/FSP/USP, a enfer-meira Natalina Vizinho Marta, responsável pela pré e

pós-consulta de hanseníase e DST do CSEGPS/FSP/USP, eo dermatologista Elso Vieira, integrante da disciplina deTelemedicina da Faculdade de Medicina da USP, que partici-pa do levantamento sobre os últimos 15 anos de assistên-cia prestada no Ambulatório de DST do CSEGPS/FSP/USP,a ser em breve enviado para publicação nos Anais Brasileirosde Dermatologia.

Movimento conjuntoA atual gestão da SBD, sensibilizada com a bela trajetó-

ria e os esforços empregados pelo Centro, aparece este anocomo colaborador de peso da entidade. "A SociedadeBrasileira de Dermatologia, na pessoa de seu PresidenteProf. Dr. Omar Lupi, ciente e conhecedor do trabalho doCeads, ofereceu-nos apoio financeiro substancial que nosauxiliou na conclusão de diversos trabalhos em andamento,além de prover recursos aos bolsistas envolvidos nesses tra-balhos. Por outro lado, a presença da SBD, com seu logoti-po indicativo de seu apoio inserido em nosso site, faz comque desfrutemos da credibilidade não só dos associados daSBD como de seus futuros parceiros", salienta. O recursoserá investido na produção de cartilhas, posters, DVDs e

Novas realidades

1. O tesoureiro do Ceads, Milton Moraes, o coordenador de projetosdo Ceads, Fábio Hanamura, e o coordenador científico do Ceads,Luiz Jorge Fagundes

2. Luiz Jorge Fagundes, o primeiro presidente do Ceads Prof.Sebastião Sampaio, e o cineasta Ugo Giorgetti, na ocasião da gravação do DVD sobre o Prof. Sampaio

3. O presidente do Ceads, Ricardo Romiti, no estande do Ceads na Radesp 2008

Ceads ajuda a recriar vidas de portadores de doenças de

pele. SBD Nacional passa a ser parceira da entidade

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CDs com gravações de orientações sobre essas doenças, edestinado ao apoio àqueles bolsistas que auxiliam na assis-tência, no ensino e na pesquisa.

HistóriaO primeiro projeto do Centro foi desenvolvido, imple-

mentado e concluído na Companhia Brasileira de Alumínio(CBA), na época presidida pelo empresário Antonio Ermíriode Moraes. "Ele nos permitiu realizar em sua fábrica, nomunicípio paulista de Alumínio, um trabalho envolvendo abusca ativa de hanseníase por ocasião dos exames admis-sionais, periódicos e demissionais de seus funcionários", res-salta Fagundes. O resultado do projeto, que envolveu oexame médico dermatológico de mais de 4.000 funcioná-rios, está sendo enviado como trabalho científico para osAnais Brasileiros de Dermatologia. Como material de apoio,foram distribuídos na ocasião cartilhas e posters abordando

o tema. Houve ainda a reprodução de um DVD com aulasobre hanseníase, documentário sobre os leprosários deSão Paulo com depoimentos de profissionais, doentes e ex-doentes. “Queremos expandir esse trabalho de busca ativada hanseníase ao examinar os 70 mil funcionários do GrupoVotorantim”, disse Fagundes.

Outros projetos foram desenvolvidos, como um guia deorientação em DST, distribuído gratuitamente a todos ospacientes do Ambulatório de DST do CSEGPS/FSP/USP, eum documentário em DVD sobre a trajetória científica doprimeiro presidente do Ceads, o Prof. Sebastião de AlmeidaPrado Sampaio, profundo conhecedor da hanseníase, do cân-cer da pele e das DSTs. "Fazem parte de nossos planos futu-ros, a elaboração de outros documentários com a participa-ção dos mestres da dermatologia brasileira, constituindoacervo cultural de grande valia e interesse científico", afirma.

O instituto, sem fins lucrativos, tem seus recursos capta-dos por voluntários em empresas. Para participar acesse osite: www.ceads.org.br.

Alguns colaboradoresSensibilizados com nossos projetos, tivemos a adesão de

profissionais médicos como o atual presidente RicardoRomiti, o ex-presidente Mario Cezar Pires, além de SalimAmed Ali, Clovis Lombardi e Theo Lerner, representante doCentro junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM).

Reflexão sobre a cultura do BrasilCriar um instrumento de pesquisa, de estudo e de forma-ção da população brasileira com base em soluções tecnológi-cas. Inspirada nesse pensamento, a Universidade de São Paulo(USP) lançou em junho de 2008, o projeto Brasiliana Digital,que pretende disponibilizar pela internet a coleção de 40 milobras reunidas durante mais de 80 anos por José Mindlin edoados à universidade em 2006 por ele e sua mulher, Guita.

A versão inicial do site (http://www.brasiliana.usp.br) ofe-rece ao internauta o acesso a três mil documentos sobre acultura e a história do Brasil desde o século 16. Coordenadopelo professor do Departamento de História da USP PedroPuntoni, o trabalho está sendo feito por uma equipe decolaboradores, na maior parte bolsistas, com auxílio de tec-nologia de digitalização avançada. Para isso, foi adquiridocom o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (Fapesp) um robô que reconhece 120 línguas– equipamento pioneiro no Brasil – e é capaz de processarpor hora 2.500 páginas (ou 40 livros por dia) de materialraro e delicado.Ainda não há previsão do tempo necessáriopara a digitalização integral do acervo doado por Mindlin.

Vem da Brasiliana Digital a inspiração para que alongo prazo seja realizada a digitalização de todo o acer-vo das mais de duas mil obras raras da Biblioteca

Professor Francisco EduardoRabello da SBD. Atualmente,mais de 1.500 livros foram cata-logados com a digitalização deseus principais dados, comotítulo da obra e ano de publica-ção. A próxima etapa poderiaser a digitalização completa detodo o conteúdo das obras. "Asbibliotecas digitais são a cadadia mais fundamentais para uma política de pesquisa, deformação e de difusão cultural. Ao realizar um trabalhosimilar na biblioteca da SBD, facilitamos as possibilidadesde acesso de todos e contribuímos para gerar maisconhecimento sobre nossa área, que é a dermatologia",declara o coordenador da biblioteca, Ricardo Romiti."Espero que nossa biblioteca se inspire nesse belo exem-plo da Brasiliana Digital, pois o serviço à coletividade éuma das condições primordiais para uma formulaçãomais sólida da memória do nosso país e para uma refle-xão ampliada sobre a cultura brasileira. Desejamos omesmo para a dermatologia", completa o presidente daSBD, Omar Lupi.

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Na coluna desta edição, vamos abordar as dermatosesocupacionais causadas pela borracha. Devido ao uso crescentede produtos dela derivados, verificamos relevante aumento nasensibilização alérgica a seus componentes. Muitas vezes, são ospróprios equipamentos de proteção individual (EPI), principal-mente as luvas, os causadores de dermatoses. Quadros super-postos por EPI de borracha podem passar despercebidos.

Os usuários representam 80% das vítimas dos produtosde borracha, seja por dermatose ocupacional (DO) ou emseu dia a dia, pois são inúmeros os produtos de uso pessoalou doméstico (roupas) em que entram componentes quí-micos desse material, além de outros, de usos diversos (pes-ticidas, alimentos e medicamentos). Aproximadamente 14%da população tem pelo menos um alérgeno positivo dabateria-padrão de testes de contato (TC). As luvas de bor-

racha são as fontes mais importantes de alérgenos, cujomais comum é o tiuram.

Na indústria de fabricação de borracha, as DO não sãotão comuns devido à automação dos processos e às medi-das preventivas, sendo mais frequente a DCI por álcalis, sol-ventes, sabões, etc. A dermatite de contato alérgica (DCA)é geralmente pelos antioxidantes da vulcanização, comoderivados da parafenilenodiamina (PPD), e aceleradores devulcanização, como mercaptos e tiurans.

Borracha: substância orgânica obtida de fontes naturaisou sintéticas cujas propriedades são a elasticidade e a resis-tência.Borracha natural: obtida principalmente da Hevea brasi-liensis, planta produtora do látex, substância viscosa que con-tém 30% de borracha, polímero de metilbutadieno ou iso-preno (C5 H8), com duas formas: “cis”, que é a borrachanormal e “trans”, que é a gutapercha e a balata, com outraspropriedades.A natural só é elástica entre 15 e 30ºC.Abaixode 15ºC, é dura.Acima de 30ºC, é mole, plástica, moldável ese deforma. Cerca de 75% da produção de borracha é con-sumida pela indústria de pneus, 8% pela de calçados, e 17%por outras indústrias. O látex é concentrado a 68% de bor-racha e depois coagulado com ácidos fórmico e acético, lava-do, e os coágulos, prensados, formarão pranchas.Borracha sintética: a mais utilizada devido tanto à grandedemanda quanto à dificuldade de alguns países em adquirir aborracha natural. Some-se a isso, sua grande variedade paraos mais diferentes usos. São diversos os tipos de monômerossintéticos, como dimetilbutadieno, butadieno estireno (Buna-S), butadieno nitrilo (Buna-N), cloropreno (neopreno), clore-to de vinila e, finalmente, o próprio isopreno.

A fim de aumentar a velocidade na polimerização dosmonômeros para formação da borracha artificial, utilizam-sea pressão, o calor e os catalisadores (sódio, bório, alumínio,titânio, persulfato alcalino e de amônia, peróxido de benzoílae mercaptos). Freadores de polimerização (fenil-naftilamina,hidroquinona e butilcatecol terciário) também são utilizados.Moldagem: os polímeros da borracha natural ou sintéticasão triturados para aumentar a plasticidade e em seguidasofrem a moldagem conforme o produto desejado.Vulcanização: forma de polimerização que dá à borrachacaracterísticas úteis, como força, elasticidade e resistência àtração. O principal vulcanizador é o enxofre, mas, como o

Alice O. A. Alchorne

Dermatoses ocupacionais causadas pela

borracha

Profissões e Dermatoses Ocupacionais

Dermatoses ocupacionais causadas pela

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processo é lento e demanda altas temperaturas, são empre-gados aceleradores da vulcanização e outros aditivos.Aceleradores: produtos de reação aldeidoaminas; arilguani-dinas; ditiocarbamatos (luvas, elásticos e pesticidas); sulfetos detiuram (utilizados na borracha, por exemplo: luvas, elásticos, eem pesticidas, cosméticos e antiabuse); tiazóis – mercaptoben-zotiazol (EPI, elásticos e pneus); sulfonamidas; tioureias (recen-tes) também são antioxidantes e anticorrosivos (objetos deesporte e de pesca submarina - são impermeáveis).Antioxidantes e antioxonizantes: estabilizam o políme-ro e reduzem a ação do oxigênio e do ozônio, aumentandosua vida útil (diminui as fissuras). Pertencem principalmenteao tipo aminas, como os derivados da PPD (borrachasnegras), muito sensibilizantes (pneus, mangueiras, aparelhosdomésticos, botas e elásticos), mas também às hidroquinoli-nas, às tioureias e aos sais metálicos do ácido ditiocarbâmico.Freadores: evitam a vulcanização prematura na molda-gem (cicloexiltioftalimida).Reforçadores e preenchedores: reforçadores são par-tículas pequenas que evitam a abrasão (argila, óxido dezinco, carbonato de magnésio e negro fumo). Preenchedoresaumentam a massa do produto (talcos, carbonatos e argila).Pigmentos: dióxido de titânio, óxido de zinco, pigmentosorgânicos ou inorgânicos.Plastificantes: dibutil e dioctilftalato, mercaptobenzotiazole tiuram.Outros: emulsificantes, suavizantes, cromo (corante e/oucontaminante).

CLÍNICA - Dermatite de contato: é a dermatose maiscomum, sendo a forma irritativa (DCI) mais frequente doque a alérgica (DCA). Geralmente eczematosas, adquiremaspectos diversos conforme o alérgeno e a localização dalesão. Na pele fina pode ser bolhosa, e na pele grossa, erite-matosa e ligeiramente vesiculosa. As formas muito agudassão causadas por antioxidantes. Quando o produto é sólido,as lesões são causadas por sua fricção. São bem delimitadas

e respeitam áreas cobertas. Pode haver lesões a distânciacausadas pelo contato do objeto na face, nos genitais e nasflexuras lembrando a dermatite atópica. Em trabalhadoresde bancos e dos correios, a DO se manifesta também comodisidrose, nas regiões laterais do segundo e terceiro dedosda mão direita, causada por aros elásticos de amarrar paco-tes de dinheiro ou documentos. Outros tipos de DCA nãoeczematosas: liquenoides por N-isopropil-p-fenilenodiamina(IPPD) e pustulose palmoplantar por mercaptos.Urticária de contato: hipersensibilidade imediatamediada por IgE, tem apresentado maior incidência devidoao uso cada vez mais frequente de luvas de látex por pro-fissionais da saúde (5 a 10% dos médicos e enfermeiros sãoafetados). O talco das luvas retém o látex, podendo desen-cadear quadros de urticária, respiratórios e anafilaxia.Queratose palmoplantar: são causadas pelas aminasantioxidantes (“mãos e pés de borrachas negras”). A retira-da do alérgeno melhora rapidamente. Faz diagnóstico dife-rencial com psoríase palmoplantar e dermatofitose.Acromia: atualmente é muito rara, pois a hidroquinona,que é o agente responsável, não está sendo quase utilizada.Ocorre após DCA pela hidroquinona após DCA ou inde-pendente de sensibilização.A localização mais frequente é odorso das mãos pelo uso de luvas. Pode ser difusa ou emconfete. O diagnóstico diferencial se faz com o vitiligo.Síndrome PPP: dermatite alérgica pela amina antioxidan-te IPPD, com púrpura, petéquias e prurido. Localizam-se nasregiões de contato com a borracha, geralmente elásticos.Câncer: podem ser causados por princípios ativos oucontaminantes, ou por reações incontroladas na produçãoda borracha. Agentes cancerígenos da borracha são as β-naftilaminas e N-nitrosaminas.

DIAGNÓSTICO - É feito com testes de contato,realizados com:

- bateria-padrão, que contém os principais alérgenos daborracha (hidroquinona, mix de tiurans, mix de mercaptos,PPD, mix de PPD e mix de carbamatos). São comuns testespositivos a mais de um alérgeno;

- produtos próprios sólidos dos pacientes (testar como tal).

PROFILAXIA - É difícil, em função de serem inúme-ras as substâncias envolvidas, e ignorada pelo usuário a com-posição do produto, já que seus rótulos não especificam oscomponentes nem sua concentração – além do fato de osprodutos mudarem eventualmente sua composição. Outroproblema é que os alérgenos da borracha são encontradosem muitos outros produtos, como pesticidas, medicamentos,alimentos, etc. O que se tem feito é substituir ou diminuir asconcentrações de alguns componentes sensibilizantes. Paraos alérgicos à borracha, o uso de EPI de borrachas isentas delátex ou de vinil, ou de nitrila, é aconselhável. Os alérgicos aEPI de borracha deverão prevenir-se em relação a outrosobjetos de borracha em seu dia a dia.

Acromia por hidroquinona da

borracha em trabalhador de

fábrica de pneus

Dermatite decontato alérgica por borracha doelástico embancária

Dermatite de contato alérgica à luva de borrachapor acelerador de vulcanizaçãomercaptobenzotiazol

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Nem sempre é simples enfrentar as mudanças. Noentanto, não se pode ignorar que elas são imprescindíveispara nos manter em sintonia com o ritmo do mundo. Buscaro refinamento intelectual para ser mais assertivo nas funçõesdesempenhadas no dia a dia é mudar de postura. Isso requercoragem, disciplina e comprometimento. O Exame para oTítulo de Especialista Categoria Especial é um bom desafio.Ao serem aprovados, sócios contribuintes com mais de 15anos de formação em medicina passam a ser efetivos. Aprova, administrada pela Fundep, está marcada para o dia 15de agosto, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Garantiainquestionável da atuação do dermatologista especialista nosdiversos serviços de saúde pública do país e recebimento dedescontos em congressos científicos são alguns dos benefí-cios dados aos que passarem no Exame.“Disso tudo, o maisimportante é que na condição de associado titular, o derma-tologista será reconhecido como especialista. O benefíciomaior é o orgulho de pertencer à classe dermatológica”,reforça o presidente da Comissão de Título de Especialistada SBD, Jackson Machado-Pinto.

O TED Especial terá duas etapas, a teórica, das 9h às12h, e a teórico-prática, das 14h às 16h30. O conteúdo dasprovas será similar ao do TED atual.A escrita, de caráter eli-minatório, trará 50 questões sobre dermatologia clínica,laboratorial, cirúrgica e cosmiátrica. A prática, realizada pormeio de computador, vai apresentar 20 questões sobredermatologia clínica, cirúrgica, cosmiátrica e propedêuticos.A nota da prova oral será acrescida da avaliação curricular,e os candidatos que somarem 60% de acertos nos examesserão aprovados. “O exame foca as dermatoses de maiorocorrência no Brasil e também nos atendimentos em con-sultórios, pois o candidato encontra-se mais afastado dehospitais terciários do SUS, comparado ao recém-saído daresidência em dermatologia”, exemplifica Ana Maria

Roselino, da Comissão de Título de Especialista.Os certificados da categoria Títulos Especiais terão vali-

dade de cinco anos, sendo renováveis de acordo com nor-mas da Comissão Nacional de Acreditação. “Há várias for-mas para se renovar um título, com a participação em edu-cação médica continuada, em eventos científicos e outros”,salienta Ana M. Roselino.

“Prezado colega que ainda não obteve o TED: lute con-tra essa resistência, faça o seu “sacrifício científico” (se assimo podemos chamar), aceite essa oportunidade que a SBDlhe está proporcionando e seja um dermatologista que valo-riza mais nossa especialidade.A consequência disso será suasatisfação pessoal e outros benefícios que virão naturalmen-te.Assim procedendo, você poderá colher ainda mais glóriasque pode nos conferir a condição de ser sócio titular daSociedade Brasileira de Dermatologia”, aconselha JoãoRoberto Antônio, um dos nove dermatologistas aprovadosno primeiro exame para o TED, em outubro de 1967.

O gabarito oficial e a relação dos aprovados serão divul-gados a partir do dia 31 de agosto, nos endereços eletrônicoshttp://www.gestaodeconcursos.com.br e www.sbd.org.br. Oprazo para a entrega do título varia entre três e quatro meses.

TED Especial

Um retrato da mudança: com o TED Especial, sócio contribuinte pode tornar-se titular

Requisitos exigidos para as inscrições O candidato deverá:� ter inscrição definitiva no Conselho Regional de

Medicina (CRM);� estar exercendo atividades na especialidade

dermatologia por período de tempo não inferior a seis anos contados da data da abertura da inscrição do Exame;

� ser apresentado por dois associados titulares da SBD de sua região de trabalho (cidade ou estado) que devem descrever as atividades profissionais do postulante.

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Com apenas três anos de idade, a argentina MarthaArgerich, nascida em Buenos Aires, em 5 de junho de 1941,tocou piano pela primeira vez. Dois anos depois, iniciouaulas com o lendário Vincenzo Scaramuzza, estreando aosoito anos em um show em sua cidade natal. Em 1955 otodo-poderoso presidente Perón a enviou à Europa paraaperfeiçoamento; estudou na Suíça, em Londres e Vienacom os professores Bruno Seidlhofer, Nikita Magaloff, Mme.Lipatti, Stefan Askenase, Arturo Benedetti Michelangeli eFriedrich Gulda, pianista e compositor austríaco, um dosmaiores do século 20, e também seu principal mentor.Vitórias nos concursos internacionais de Bolzano eVarsóvia, aos 16 anos de idade, impulsionaram uma brilhan-te carreira internacional. Quem ouviu Martha ao menosuma vez na vida, sabe que sua música emociona.

Valorizadíssima por suas apresentações, ela inclui em seuvasto repertório Bach, Bartók, Beethoven e Messiaen, alémde Chopin, Schumann, Liszt, Debussy, Ravel, Franck,Prokofiev, Stravinsky, Shostakovich e Tchaikovsky. Emboragrande parte dos convites que recebe hoje seja para seapresentar junto a orquestras, maestros e festivais, é a músi-ca de câmara (a que é executada por um número peque-no de músicos, geralmente em salas pequenas, em atmos-fera mais íntima) que ocupa parte significativa de sua traje-tória musical. Há 11 anos dá preferência a essa forma defazer música, renunciando às performances de piano solo.Suas gravações e concertos são realizados quase semprecom parceiros, seja em música de câmara ou com orques-tra. Suas atuações, quase sempre avassaladoras, estimulamseus parceiros musicais a também fazer interpretações for-tes, polêmicas e marcantes...

Grandes Mulheres da Humanidade

Atualmente costuma tocar e gravar com pianistas comoNelson Freire (um de seus grandes amigos e com quem fezduo em vários recitais) e Alexandre Rabinovitch, a violoncelis-ta Mischa Maisky e o violonista Gidon Kremer. No documen-tário Nelson Freire (2003), de João Moreira Salles, o público sedepara com uma Martha diferente, falante, dona de prosa sim-ples e cativante. Já em Martha Argerich, conversas noturnas(2002), documentário de Georges Gachot, ela fala especifica-mente sobre sua relação com a música, compartilha memó-rias e se refere a compositores com quem trabalhou.

Desde 2002, a pianista portenha comanda o Festival deLugano, na Suíça, que reúne músicos experientes e novostalentos. Os dias de junho, quando ocorrem os concertos,viram verdadeiras jam sessions eruditas.Todos são gravadosao vivo e disponibilizados no site do festival(http://rtsi.ch/trasm/argerich/welcome.cfm). Casada apenasuma vez, com o maestro Charles Dutoit, com quem viveude 1969 a 1973, Martha tem três filhas, Lida, Annie eStéphanie, de três homens diferentes. É uma mulher queaposta no exercício da liberdade pessoal e artística. Seuscabelos desalinhados, longuíssimos e repleto de fios brancoslhe conferem aparência original, única, inatingível.

Martha Argerichmãos esguias que produzem sons sublimes

Uma das casas de ópera mais famosas do mundo, o Teatro

Colón, reabriu em maio, em Buenos Aires, no ano do bicen-

tenário da Argentina. Uma montagem do balé Lago dos

Cisnes, composição de Tchaikovsky, marcou sua reinaugura-

ção. Construído em 1908 e com lugar para 2.700 pessoas, o

Colón é conhecido mundialmente por sua acústica natural.

Lá, renomados solistas instrumentais, como Paco De Lucia,

Nelson Freire, Friedrich Gulda,Gidon Kremer,Misha Maisky

e, claro, Martha Argerich se exibiram. O teatro ficou fecha-

do por três anos e hoje volta em grande estilo.

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38 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

Elaborar respostas para as perguntas que a vida nosapresenta não é tarefa simples. Na dermatologia, o desafioé ainda maior, por se tratar de especialidade médica comvasta diversidade de aspectos patológicos e que oferecevários campos de pesquisa. Para nos ajudar a esclarecer tan-tas dúvidas, recorremos aos ensinamentos dos grandesmestres. Nesta edição da coluna SBD 100 anos, resgatamosum pouco da história de uma das testemunhas da derma-tologia brasileira, Nelson Guimarães Proença. Uma das per-guntas que fizemos, sobre os rumos da especialidade, foirespondida de forma enfática: “Não se pode abandonar averdadeira dermatologia!” Para que melhor entendêssemossua concepção do assunto, o Prof. Proença nos enviouextenso artigo escrito em parceria com Evandro Rivitti, emque estabelece conexão entre a dermatologia e a cosmia-tria. Infelizmente, por razões editoriais, deixaremos o textopara publicação futura.Aqui, porém, destacamos uma parte:

“Há vários anos, quando apenas se iniciava a corrida dosdermatologistas para a medicina estética, ouvia-se uma fraseabsolutamente imprópria (e estúpida): ‘O futuro da derma-tologia está na cosmiatria’. Depois, com mais modéstia e

Com a palavra,

Nelson Guimarães Proença

mestre da dermatologia,

professor de vida

“Este espaço foi cr iado para que todos possam compartilhar informações histór icas

de momentos especiais vivenciados naSociedade. Notícias e fotografias são

bem-vindas. Contamos com a participação denossos associados para que, ao longo deste

ano, possamos reavivar e conser var a memóriade uma das mais antigas sociedades

médicas do Brasil.”

Paulo Cunha

Coordenador médico do JSBD

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 39

propriedade, houve uma mudança: ‘O futuro econômicodos dermatologistas está na prática da dermatologiaestética’. Acreditamos que nenhuma dessas abordagens écorreta. Dentro de poucos anos, acreditamos que a área decosmiatria estará saturada. Ela só será viável para quemtenha potencial econômico para disputar através do amplouso da mídia, a clientela existente. Por todas essas razões, oque é imperativo recomendar aos dermatologistas maisjovens? Não apostem todas as suas fichas em aplicações detoxina botulínica ou em manejo do laser. Continuem prati-cando a boa dermatologia voltada para os processos pato-lógicos, desde os mais simples até os mais graves. Do equi-líbrio com que souberem praticar sua especialidade, iráresultar seu sucesso e sua satisfação profissional”. A entre-vista na íntegra você lê abaixo:

Interesse pela dermatologiaEm primeiro lugar, vamos relembrar qual era o cenário

da dermatologia, em São Paulo, nos anos 50. Nessa época,os médicos recém-formados raramente se interessavampela especialidade.Vejamos: em 1946, Estevam de AlmeidaNeto (formado pela USP); em 1949, Norberto Belliboni(também pela USP); em 1951, Cyro Aranha Pereira (pelaEscola Paulista de Medicina). Até 1956, ano em que me for-mei, ninguém mais! Ou seja, em um período de dez anos,surgiram apenas três novos dermatologistas em São Paulo.Residência em dermatologia ainda não existia.

Meu interesse pela dermatologia ocorreu em circunstân-cia pouco ortodoxa.Ao me formar (1956), já casado e comtrês filhos, precisei ir à luta.Antes, durante o curso de medi-cina, eu era professor do cursinho para os vestibulares doCentro Acadêmico Oswaldo Cruz (do qual também fuidiretor). Mas, ao me formar, decidi ser apenas médico, nãomais professor de cursinho. Foi então que, ao final de 1957,mudei minha residência para a periferia da capital de SãoPaulo, na zona norte, no bairro da Água Fria. Junto comminha esposa, Yvonne (ginecologista e obstetra), monteiuma clínica médico-cirúrgica, que era verdadeiro serviço de

emergências. Nessa época, o bairro todo era servido porum único telefone e este era público. Carro, ninguém tinha.Ônibus, somente entre cinco da manhã e 11 da noite. Nãohavia nenhum serviço de saúde, apenas outro consultóriomédico, de um bom colega.

Ao praticar a clínica médico-cirúrgica geral, logo percebia frequência das queixas relacionadas à pele que afetava umde cada quatro clientes! E eu não sabia nada de dermatolo-gia. Procurei o Prof. João de Aguiar Pupo, catedrático emdermatologia no Hospital das Clínicas, da USP (ele era tam-bém o diretor da Faculdade de Medicina). A ele soliciteiautorização para fazer um estágio em sua clínica, o que mefoi concedido. Lá permaneci de 1o. de setembro a 31 dedezembro de 1958. Para aproveitar a oportunidade, estudeitodas as noites e todos os finais de semana. Peguei a ediçãofrancesa do livro de texto mais usado na época, o Darier, efichei suas 800 páginas durante esse período. Ao completarmeu estágio fui surpreendido com inesperado convite doProf. Pupo para assumir como assistente extranumerário daclínica, na vaga deixada pelo Dr. Luiz Baptista. “Você levajeito para a especialidade”, disse-me o Prof. Pupo. Foi assimque, em 2 de janeiro de 1959, iniciei minha trajetória emnossa especialidade.

Atividades como professor Cumpri meu contrato com o Hospital das Clínicas nos

dois anos seguintes. O Prof. Sebastião Sampaio assumiu acátedra, no final de 1960, e manifestou a intenção de trazerda Santa Casa para a faculdade um colega de grandeexpressão, o Dr.Vinício Arruda Zamith. Prontamente acedia seu pedido, e entreguei a ele meu cargo para que a subs-tituição se efetivasse. Nos anos seguintes até 1966, fui cola-borador voluntário da disciplina de dermatologia da EscolaPaulista de Medicina, chefiada pelo Prof. Abrahão Rotberg.Em 1966, o Prof. Raymundo Martins Castro assumiu a che-fia da disciplina de dermatologia da Faculdade de CiênciasMédicas da Universidade de Campinas, que há pouco haviasido criada. Formou sua equipe com dois voluntários: o Dr.

Da esq. para dir.: Nelson Proença, Marcus Maia e Helena Müller Da esq. para dir.: Nelson Proença, Eduardo Rabelo, Raimundo Martins Castro,Humberto Cerrutti, Sebastião Sampaio e José Eduardo Martins

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40 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

Flamínio Maciel, dermatologista em Campinas, e eu. Foi emCampinas que dei o primeiro passo na carreira universitá-ria, na área de dermatologia, defendendo minha tese dedoutorado, em abril de 1971.

Para me preparar para o passo seguinte, a livre-docência,solicitei ao Prof. Sebastião Sampaio que me autorizasse fazerum estágio de dermatopatologia no Hospital das Clínicas.Foi-me concedido, e ali estive de outubro de 1971 a setem-bro de 1972. Nesse estágio, convivi muito de perto commaravilhosos colegas que se tornaram grandes amigos:Evandro Rivitti, Elemir Macedo de Souza, Simão Cohen.Passávamos manhãs inteiras debruçados sobre os microscó-pios, revendo todos os casos atendidos no Serviço. Éramosassessorados pelo professor de anatomia patológica,Thalesde Brito, e diretamente pelo próprio Prof. Sampaio. Ao ter-minar esse inesquecível período de estágio em dermatopa-tologia, fui aconselhado pelo Prof. Sampaio a colaborar como Prof. Humberto Cerruti, que estava absolutamente sozi-nho na Santa Casa de São Paulo. Por sua recomendação, fuiali aceito no corpo clínico, em novembro de 1972.

O passo seguinte da carreira universitária foi dado em1974, quando prestei concurso para obter o título de livre-docente na Escola Paulista de Medicina (hoje UniversidadeFederal de São Paulo, Unifesp). Tinha aí assumido a chefia,como titular, o Prof. Raymundo Martins Castro. Obtive otítulo desejado, viabilizando o prosseguimento da carreirauniversitária. Isso ocorreu em 1975, com a aposentadoriado Prof. Humberto Cerruti, chefe da dermatologia na SantaCasa. Aberta a vaga para essa chefia, apresentei meu currí-culo à comissão julgadora e, entre outros candidatos aolugar, fui o aprovado. Em 6 de fevereiro de 1975, assumi ocargo de chefe da clínica de dermatologia da Santa Casa deSão Paulo e a direção da disciplina de dermatologia daFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Atividades associativas de classeEm 1979, colegas que militavam na vida associativa vie-

ram a minha procura, trazendo um convite para que eu par-ticipasse de uma chapa que iria concorrer à AssociaçãoPaulista de Medicina (APM) no cargo de diretor de Defesa

Trajetória na Santa Casa de São PauloConstituí minha primeira equipe convidando três médi-

cos formados pela Santa Casa: Fausto Alonso, Marcus Maiae Salim Ahmed Ali. A eles veio juntar-se uma preciosa cola-boradora, Helena Muller, patologista designada peloDepartamento de Patologia para nos dar assistência. Comessa equipe montamos um Serviço modelar, que cresceucontinuamente e que continua a crescer ainda nos dias dehoje. Criamos a residência em dermatologia, que já formouem torno de 200 especialistas. Organizamos setores espe-cíficos que são referência nacional e até mesmo internacio-nal: Alergia Dermatológica, Cirurgia Dermatológica,Dermatopatologia, Dermatologia Infecciosa e Tropical,Dermatologia na Infância, Fototerapia, Medicina Cutânea eMedicina Interna, Oncologia em Dermatologia.

A equipe original foi sucedida por uma plêiade denomes que já estão consagrados na especialidade. São tan-tos, que não posso citar todos. Mas gostaria de destacar osque me sucederam na chefia, em rodízio que ocorre a cada

três anos: primeiro Fausto Alonso e depois, sucessivamen-te, Marcus Maia, Clarisse Zaitz, Ida Duarte,Thaís Proença eRosana Lazzarini. E temos ainda outros nomes, verdadeiraspreciosidades, que irão garantir o elevado padrão da Clínicade Dermatologia da Santa Casa de São Paulo.

Da esq. para dir.:Marcus Maia, Ida Duarte,

Humberto Frucchi,Clarisse Zaitz, Thaís Proença,

Fausto Alonso e Silvia Sotto Maior

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Profissional. Relutei muito, mas acabei por aceitar. Minharelutância tinha razão de ser, pois em ambas as chapas con-corriam colegas que eram grandes amigos. Fiquei constran-gido e não fiz campanha.Acontece que ganhamos a eleição,pela mínima diferença de votos: 5497 a 5493! Os dois votos,meu e de minha esposa, Yvonne, decidiram a eleição anosso favor. Caso estivesse na outra chapa, a eleição termi-naria empatada. Coisas do insondável destino. Foi um perío-do de grandes transformações na medicina, que deu gran-de destaque ao setor de Defesa Profissional. Certamente,foi por essa razão que fui indicado e eleito para a presidên-cia da APM (1981-1983). Depois, presidente da AssociaçãoMédica Brasileira (AMB), para dois mandatos (1983-1987);finalmente, de novo, para a APM (1987-1989).

Vida em famíliaEu e Yvonne criamos ambiente familiar saudável, em que

todos souberam crescer e conviver em harmonia, comamor e solidariedade. São cinco os filhos, três mulheres edois homens. Por sua vez, já casados, constituíram suas pró-prias famílias e aumentaram a descendência. São oito osnetos, já formados em nível universitário ou prestes a se for-mar. Mas, no momento em que estiver circulando essenúmero de nosso Jornal, terá nascido um nono neto, tem-porão.Agradeço a Deus por ter sido contemplado com umgrupo familiar saudável, com boa formação moral, atuaçãoprofissional de destaque, voltado não só para si mesmo, massobretudo, para a sociedade a que pertencemos. Filha médi-ca, tive uma:Thais Proença, tão bem conhecida (e respeita-da) por todos os colegas. Mas quero anunciar que vem aíuma neta, Cecília, já no quinto ano de Medicina.

AposentadoriaNão pretendo me aposentar. Continuo trabalhando oito

horas por dia, mas dividi minha atividades entre São Paulo eCampos do Jordão. Atendo em clínica privada, em SP, desegunda a quarta-feira, sempre no período da manhã. Nasegunda-feira, à tarde, fico com os residentes de dermatolo-gia dando seminários, aulas magistrais, discussão de casospara diagnóstico. Nessas tardes tomo um banho de juven-tude e de rejuvenescimento. Penso ocupar assim minhassegundas-feiras, à tarde, pelos próximos 20 anos (se me dei-xarem). Para Campos do Jordão, onde hoje resido, vou todaquarta-feira, à tarde. Dou consultas às quintas e sextas (diainteiro), também aos sábados (pela manhã). Em meu consul-tório atendo e acompanho pacientes com toda a patologiadermatológica, aquele tipo de patologia que mais me agra-da. Dermatologia pura! Patologia! Medicina voltada para osocial! Continuo fazendo aquilo de que mais gosto. E agora,um convite: desde já abro as portas de minha residência, emCampos do Jordão, para receber todos os colegas que porlá passarem e se lembrarem de me telefonar.

Departamentos

Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 41

PsicodermatologiaA sessão “Tire suas dúvidas com o Departamento de

Psicodermatologia”, a ser realizada no dia 7 de setembro,durante o Congresso Brasileiro de Dermatologia, terá a par-ticipação de dois ilustres convidados: o diretor do Centro deMedicina Psicossomática e Psicologia Médica da Santa Casade Misericórdia do Rio de Janeiro, Abram Eksterman, e achefe clínica do serviço, Rosina Verta Bretas.“Nosso objetivoé que os participantes do Congresso tenham contato comespecialistas de renome no assunto. Por isso, estimulamos ocomparecimento de todos a essa sessão, pois o tema é deextrema importância no tratamento dos pacientes derma-tológicos, uma vez que a pele tem participação intensa naexpressão dos conflitos emocionais, encobertos pela doençacutânea”, alerta Marcius Peryassú, coordenador doDepartamento de Psicodermatologia da SBD.

Alergia e Dermatoses OcupacionaisO Departamento de Alergia e Dermatoses Ocupacionais

da SBD informa que será realizado a 10ª edição doCongresso da Sociedade Europeia de Dermatite de Contato(ESDC), de 15 a 18 de setembro, em Strasbourg, França. Noprimeiro dia de evento, haverá uma sessão com participantesda língua espanhola e portuguesa, a "Ibero Latin AmericanContact Dermatitis Meeting". O coordenador do simpósioLuis-Conde Salazar, da Espanha, convida os dermatologistasbrasileiros interessados no tema. Informações adicionaispodem ser obtidas em escd-gerda2010.com.

Oncologia cutânea

A cidade de Blumenau, em SantaCatarina, vai sediar a VI JornadaBrasileira do Câncer da Pele da SBD-SC nos dias 20 e 21 de agosto.Palestrantes experientes que atuam naárea de oncologia cutânea vão debater a prevenção, o trata-mento precoce e o tratamento clínico dos diferentes tipos decâncer cutâneo. Estão previstos simpósios de dermatosespré-cancerosas, carcinomas não melanoma, epidemiologia doscânceres da pele, novas orientações sobre o melanoma, entreoutros assuntos. "O evento, tradicional na Região Sul do país,foi interrompido por alguns anos e agora reaparece para mar-car a relação entre dermatologistas e câncer da pele. Faço umpedido especial para que todos compareçam a fim de ajudara identificar e a fortalecer o dermatologista como principalespecialista capaz de diagnosticar, tratar e prevenir o câncerda pele", convida Nilton Nasser, chefe do Departamento deOncologia Cutânea, complementando que, nas atividadessociais, está sendo programado um miniOktoberfest.

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Distrito Federal Piauí

Fluminense Rio Grande do Norte

Pará

Pernambuco

Amazonas

Regionais

Goiás

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� AmazonasA Regional Amazonas, com o apoio da Fundação

Alfredo da Matta, promoveu no final de março o cursoDermatopatologia Básica e Avançada para médicos derma-tologistas e residentes dos serviços credenciados doAmazonas.O evento, com duração de dois dias, foi ministra-do por Mario Miranda, professor adjunto da UniversidadeFederal do Pará (UFPA) e contou com a participação decerca de 20 médicos que atuam em diversas instituições.Seu objetivo foi proporcionar o aperfeiçoamento dos profis-sionais médicos, com enfoque nas condições patológicas demaior importância para a prática diária.

� GoiásRica em discussões e com a presença de grande público. Foi

assim a primeira edição da Reuma-Derma de Goiás, promovi-da no dia 15 de maio pela SBD-GO e pela Sociedade Goianade Reumatologia (SBR-GO). Com o tema “Atualização ter-apêutica”, o evento contou com um palestrante de cada espe-cialidade. De acordo com a presidente da SBD-GO, MarileneSilvestre, a iniciativa das duas sociedades mostrou que a uniãotraz conhecimento.“Foi muito interessante, pois cada uma deusua visão sobre as mesmas doenças, possibilitando a integraçãodas duas especialidades”, afirmou.

O evento teve dois módulos. O primeiro abordou lúpuseritematoso em palestras da dermatologista Thaís Helena

Médicos residentes do Amazonas participam de curso ministrado porMario Miranda (centro) no Alfredo da Matta

� PiauíA SBD-PI promoveu em Teresina, nos dias 14 e 15 de

maio, a I Jornada de Oncologia Dermatológica. Participaramda jornada multidisciplinar vários palestrantes dermatologis-tas locais, além de oncologistas e cirurgiões oncológicos doPiauí. Como convidados, estiveram presentes os profes-sores Evandro Rivitti (SP), Eugênio Pimentel (SP), NilceoMichalany (SP) e Carlos Barcaui (RJ).

� Pará

Nos dias 18 e 19 de junho a SBD-PA realizou ocurso itinerante de Alergia e Dermatoses Ocupa-cionais. Participaram como palestrantes Fátima Rabay(SP), Magda Weber (RS) e Arival de Brito (PA). ARegional Pará foi a terceira contemplada com o cursoque ainda vai percorrer as regionais Sergipe, Goiás,Paraná, Piauí, Bahia e Espírito Santo.

Proença de Freitas (SP) e da reumatologista Emília Sato(SP); no segundo módulo a dermatologista Gladys MartinsAires (DF) e a reumatologista Hellen Mary da Silveira deCarvalho (DF) discutiram psoríase.

Reuma-Derma reuniu médicos de todo o Brasil para aulas de atualização terapêtica

Deborah Unger (secretária geral SBD-PA), Elizabeth Constante(presidente SBD-PA), Fátima Rabay (SP), Magda Weber (RS),

Rosemary Góes (vice-presidente SBD-PA) e Arival de Brito (PA)

Lauro LourivalLopes Filho (quinto da esq.para a dir.) com os participantes da jornada

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 3 � 43

Regionais

� Distrito FederalTemas atuais e relevantes do dia a dia dos derma-

tologistas, casos clínicos com pacientes ao vivo e cur-sos práticos com palestrantes consagrados fizerampar te da pauta da Reunião Científica da SBD-DFocorrida no dia 4 de abril. Adilson Costa, RubensMarcelo, Úrsula Metelmann Neri, Joaquim Mesquita eAna Maria Pinheiro foram alguns dos convidados.

São muitos os dermatologistas que já estão aprovei-tando para se inscrever na XIX Jornada Pernambucanapelo site da SBD-PE. O evento será realizado entre osdias 9 e 12 de outubro, no Hotel Vila Galé Eco Resort,no Cabo de Santo Agostinho, próximo a Porto deGalinhas. Vários temas vão ser discutidos durante oencontro, entre eles, dermatologia clínica, cosmiátrica ecirúrgica, dermatoses infectoparasitárias, dermatologiageriátrica, oncológica, fotoproteção e outros, com asaulas realizadas sempre no período da tarde.

"Estamos preparando também grande pro-gramação social, com shows de artistas con-sagrados em nossa região, como o cantorGeraldinho Lins e a banda Santa Clara, em trêsfestas que prometem animar todos!Aguardamos você para esse grande encontroda dermatologia!", convida o presidente da SBD-PE,Sérgio Palma. A taxa de inscrição e o pacote dehospedagem podem ser consultados no site www.sbd-pe.org.br/pernambucana2010/inscricoes.html.

� Pernambuco

� Fluminense� Rio Grande

do NorteÉtica, ciência, descon-

tração...Sucesso! Para o pres-idente da Regional RN,Sidney Augusto, essas são aspalavras que melhor defini-ram o DermaNatal, eventorealizado em conjunto como curso de dermatologia ger-iátrica, entre os dias 3 e 5 dejunho, no Hotel PestanaBeach Resort, em Natal, RioGrande do Norte.Ao todo,191 dermatologistas assistiram a palestrasde expoentes da dermatologia brasileira e participaram de dois even-tos sociais, ambos marcados pelo humor e pela leveza. "Natal é isso:cidade que encanta e se destaca no cenário nacional pela responsabil-idade que tem com seus associados e pela formação dermatológicasem igual. Para isso, basta verificar o índice de aprovação nos últimosdez anos do TED,que está em 95% e que obteve 100% nas últimasnove edições", ressalta Sidney Augusto, também presidente do even-to. Em sua opinião,o ponto alto do DermaNatal foi a obtenção dos20 pontos para a EMC-D. "Essa é uma pontuação singular e que deumuito trabalho de conseguir junto ao CNA-CAP. Isso faz parte danossa meta, que é tratar o associado da SBD com dignidade erespeito", enfatiza, acrescentando que apenas médicos associados eestudantes de medicina estiveram presentes.

Além de profícuas discussões entre os palestrantes e aplateia, um fórum sobre rejuvenescimento facial encerrou oevento. Na oportunidade, foram sorteadas inscrições para oIII Simpósio de Cosmiatria e Laser, a ser realizado em Curitiba,e para a Jornada Pernambucana, em Porto de Galinhas.

No dia 15 de maio, a SBD Fluminense realizou a VIJornada de Cosmiatria, no Hotel Pérola, em Búzios (RJ).Oevento, que contou com a participação de renomadospalestrantes membros da SBD e de colegas de diversasregiões do Brasil, aliou o ótimo conteúdo científico daprogramação à descontração e à beleza do espaço, situa-do em um dos mais belos balneários do país.

Na véspera da jornada, foi promovida ação social edu-cativa organizada pelos dermatologistas LeonardoCerqueira e Anderson Abreu. Alunos da rede pública,membros da guarda municipal e salva-vidas que atuamnas praias da região assistiram a palestras ministradas pormembros da SBD Fluminense sobre prevenção do cân-cer da pele.As aulas, realizadas em vários pontos da cida-de, levaram informação e esclarecimento a todo o públi-co, que demonstrou grande interesse pelo assunto. "Essafoi mais uma iniciativa da regional no sentido de levarinformação científica de qualidade aos dermatologistasfluminenses e a educação em saúde preventiva à popula-ção", afirma o presidente da Regional Fluminense,Leonardo Cerqueira.

Adilson Costa,Gilvan Alves,Úrsula Metelmann eJoaquim Mesquita

Em pé da esq. para dir.: Joaquim Mesquita, MariaFernanda Gavazzoni, Alexandre Filippo, AndreiaMateus, Silvia Marcondes e Larissa Morais. Sentados:Alice Alchorne, Mauricio Alchorne, Omar Lupi, PatriciaFreire, Sidney Augusto.

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44 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 3

Serviços Credenciados

� Hospital Padre BentoO Hospital Padre Bento e a Associação Paulista de

Medicina (APM) de Guarulhos realizarão o Simpósio deDermatologia em Alergia no dia 14 de agosto. O eventoterá aulas teóricas e práticas e será ministrado na sede daAPM Guarulhos, localizada na rua Darcy Vargas, n. 64.Informações adicionais podem ser obtidas pelos telefones:(11) 2409-6855 e 2409-8209.

� Hospital Universitário da UniversidadeFederal do Mato Grosso (UFMS)

No início deste ano, com o apoio da atual diretoria doHospital Universitário da Universidade Federal do MatoGrosso (UFMS), foi ampliada a área física do Serviço deDermatologia do Dr. Günter Hans, que agora passa a con-tar com seis salas ambulatoriais, todas com ar-condicionadoe boa iluminação, além de bancada com lavatório.Tambémfoi criado espaço para a copa. A sala de procedimentoscirúrgicos recebeu caixas com novos materiais, e a sala dereuniões é informatizada. Segundo Hans, a partir deste anoo Serviço terá duas vagas de residência médica.“Acrescentoainda que o Serviço organizou a programação de derma-tologia no Congresso Médico-Científico Internacional Brasil-Itália (Omnia), realizado no Centro de Convenções doHospital São Julião, de 23 a 27 de abril. Como convidadoespecial, estiveram presentes Vidal Haddad Jr. e osestrangeiros Elia Ricci e Paula Savoia, ambos professores daUniversidade de Turim, na Itália”. Nos dias 26 e 27 de agos-to acontecerá mais uma edição da Jornada de Dermatologiado Serviço.

Da esq. para dir:.professores-

assistentes daUnitau, Samuel

Mandelbaum,Evandro Rivitti e os residentes

da Unitau

A 12a edição da Jornada de Dermatologia do HospitalNaval Marcílio Dias, ocorrida no dia 8 de maio, foi, comosempre, evento de grande aprendizado com troca de infor-mações, experiências e condutas. Com auditório lotado eexcelentes palestrantes, o evento se encerrou com agradáv-el almoço de confraternização. "Não é fácil manter uma jor-nada por tantos anos, principalmente com vários outroseventos acontecendo ao mesmo tempo. Isso só nos desafiaa tentar sempre nos superar e, ao final de cada ano, plane-jar uma jornada cada vez melhor", ressaltam os coorde-nadores do evento, Claudio Lerer e Murilo Drummond.

� Hospital Naval Marcílio Dias

No dia 22 de maio o Serviço de Dermatologia daUniversidade de Taubaté (Unitau) realizou em Campos do Jordão(SP), sua 63a reunião científica, denominada “Dermatologia nasAlturas II”, cujo tema em evidência era “Vasculites com reper-cussão sistêmica”. Esse foi o segundo ano em que o evento teveparceria com o Projeto Atualize, coordenado pelo Prof. NelsonProença e que leva mensalmente Educação Médica Continuadaaos médicos de Campos do Jordão e regiões adjacentes.

Como convidado ilustre esteve presente o chefe do Serviço deDermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo (HC-FMUSP) e professor titular de derma-tologia da Faculdade de Medicina da USP, Evandro Rivitti. Ele discutiucinco casos clínicos, juntamente com os professores Proença, SamuelMandelbaum (Unitau),Thaís Proença (Santa Casa de São Paulo),médi-cos residentes da Santa Casa de São Paulo e da Universidade deTaubaté, e com toda a plateia, composta de 60 colegas. Em seguida,Rivitti ministrou palestra abordando o tema "Vasculites".

Após a manhã científica, palestrante e membros dos serviçosde dermatologia confraternizaram em agradável feijoada, aprovei-tando a baixa temperatura de Campos do Jordão.

� Universidade de Taubaté (Unitau)

Duzentos e oitenta e trêsinscritos participaram do 24o

Congresso da Associação dosEx-Alunos e Alunos do Prof.Azulay (Aeapa),ocorrido em 28e 29 de maio. No primeiro diado evento, coordenado porMarcos Miranda e MariaFernanda Gavazzoni, foram real-izados oito cursos práticos no Instituto de Dermatologia Prof.Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro; a parteteórica, ministrada no dia seguinte, debateu 20 temas queficaram ainda mais valorizados pela discussão subsequente. Naocasião, foram feitas justas e emocionantes homenagens aoProf.Azulay, sócio mais antigo e idoso da SBD, que no dia 9 dejunho completou 93 anos de vida, muitos deles dedicados àdermatologia e a seu ensino – donde ter feito centenas deprofissionais no Brasil e no exterior. Em 2011, a Aeapa prometefazer um megaevento para comemorar seu jubileu de prata.

� Santa Casa de Misericórdia do Rio deJaneiro