Jornal da Trindade

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O perdão é um dos gestos mais difíceis de se praticar, pois uma ofensa recebida mexe com a estrutura da pessoa, com a sua intimidade mais profunda e a fragiliza não só diante dos outros, mas, sobretudo, dentro de si mesma, fazendo-a experimentar um vazio tão grande, que parece nada poder preenchê-lo. Então, o ressentimento, a mágoa, a dor na alma, o desejo de vingança se tornam um peso, um fardo tamanho, que sobrecarrega quem insiste em carregá-lo aos ombros. O perdão tem o poder de preencher esse vazio e eliminar o peso dos ombros, libertando a pessoa, curando, das seqüelas que a ofensa causa, de uma agressão física ou moral, das selvagerias dos atos de desrespeito e de desamor, infelizmente tão comuns. Jó dizia que Deus perdoa “duas ou três vezes ao homem” (33,29). Buscando a perfeição, ou a superação de si, Pedro pergunta a Jesus se os seus discípulos podem perdoar até sete vezes. Este já é, certamente, um gesto excepcional. Jesus, porém, vai mais além, extrapolando o limite quantitativo do perdão, anulando, inclusive, o cântico de violência de Lamec, que dizia: “Caim será vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes” (Gn 4,24). Jesus responde exigindo de seus discípulos o perdão ilimitado, através de uma cifra que vai muito além de qualquer circunstância, “setenta vezes sete”. Na verdade, Jesus reconhece a existência do mal e dos malvados. Mas, embora o mal exista, e também os malvados sejam aos montes, isso não quer dizer que nós devemos cometer o mal e replicar os atos dos malvados. A existência do mal não nos autoriza a cometê-lo nem justifica nosso procedimento mau. O ensinamento de Jesus é muito claro quando ele diz que devemos perdoar não só “até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Em uma explícita referência à vingança ilimitada, ou ao espírito vingativo, que está na sentença de Lamec, como vimos acima, Jesus contrapõe a essa sentença selvagem o perdão sem medida, como regra fundamental da vida cristã. A história que se segue no Evangelho deste domingo (Mt 18,21-35) é de um contraste absurdo. Um homem que parece rico deve uma fortuna a seu Credor, mas tem a dívida perdoada bastando demonstrar um gesto de boa vontade. Esse mesmo homem que foi perdoado de toda sua dívida tem também um credor, que lhe deve uma ninharia, mas é incapaz de perdoar-lhe a dívida, nem sequer lhe dá a chance de uma negociação; é intolerante com o outro, não admite nenhum tipo de espera, nem prazo. É mesquinho, um déspota, um tirano, quando quem lhe deve, por pouco que seja a quantia, é outra pessoa. O final da história contada por Jesus todos conhecem. Fica-nos a lição do Mestre: diante de Deus, somos sempre devedores, e nossa dívida não é pouca. Ele, porém, é sempre acessível e o seu perdão, possível. Nenhuma lei O obriga. A sua norma é a misericórdia. De igual modo, a nossa relação com o outro, seja ele quem for, também não deve estar pautada apenas pelo rigor da lei, mas orientada e conduzida pela compreensão que brota da fé, pela abertura do coração que acolhe o menor sinal de reconciliação e elimina toda possibilidade de retaliação e vingança. Então, pelo nosso modo de ser, fiéis a Jesus Cristo, o que se propaga não é o mal, mas o bem. O Perdão Edição: 167 - Ano III 10 e 11 de Setembro de 2011.

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O perdão é um dos gestos mais difíceis de se praticar, pois uma ofensa recebida mexe com a estrutura da pessoa, com a sua intimidade mais profunda e a fragiliza não só diante dos outros, mas, sobretudo, dentro de si mesma, fazendo-a experimentar um vazio tão grande, que parece nada poder preenchê-lo. Então, o ressentimento, a mágoa, a dor na alma, o desejo de vingança se tornam um peso, um fardo tamanho, que sobrecarrega quem insiste em carregá-lo aos ombros.

O perdão tem o poder de preencher esse vazio e eliminar o peso dos ombros, libertando a pessoa, curando, das seqüelas que a ofensa causa, de uma agressão física ou moral, das selvagerias dos atos de desrespeito e de desamor, infelizmente tão comuns.

Jó dizia que Deus perdoa “duas ou três vezes ao homem” (33,29). Buscando a perfeição, ou a superação de si, Pedro pergunta a Jesus se os seus discípulos podem perdoar até sete vezes. Este já é, certamente, um gesto excepcional. Jesus, porém, vai mais além, extrapolando o limite quantitativo do perdão, anulando, inclusive, o cântico de violência de Lamec, que dizia: “Caim será vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes” (Gn 4,24). Jesus responde exigindo de seus discípulos o perdão ilimitado, através de uma cifra que vai muito além de qualquer circunstância, “setenta vezes sete”.

Na verdade, Jesus reconhece a existência do mal e dos malvados. Mas, embora o mal exista, e também os malvados sejam aos montes, isso não quer dizer que nós devemos cometer o mal e replicar os atos dos malvados. A existência do mal não nos autoriza a cometê-lo nem justifica nosso procedimento mau.

O ensinamento de Jesus é muito claro quando ele diz que devemos perdoar não só “até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Em uma explícita referência à vingança ilimitada, ou ao espírito vingativo, que está na sentença de Lamec, como vimos acima, Jesus contrapõe a essa sentença selvagem o perdão sem medida, como regra fundamental da vida cristã.

A história que se segue no Evangelho deste domingo (Mt 18,21-35) é de um contraste absurdo. Um homem que parece rico deve uma fortuna a seu Credor, mas tem a dívida perdoada bastando demonstrar um gesto de boa vontade. Esse mesmo homem que foi perdoado de toda sua dívida tem também um credor, que lhe deve uma ninharia, mas é incapaz de perdoar-lhe a dívida, nem sequer lhe dá a chance de uma negociação; é intolerante com o outro, não admite nenhum tipo de espera, nem prazo. É mesquinho, um déspota, um tirano, quando quem lhe deve, por pouco que seja a

quantia, é outra pessoa. O final da história contada por Jesus todos conhecem.

Fica-nos a lição do Mestre: diante de Deus, somos sempre devedores, e nossa dívida não é pouca. Ele, porém, é sempre acessível e o seu perdão, possível. Nenhuma lei O obriga. A sua norma é a misericórdia. De igual modo, a nossa relação com o outro, seja ele quem for, também não deve estar pautada apenas pelo rigor da lei, mas orientada e conduzida pela compreensão que brota da fé, pela abertura do coração que acolhe o menor sinal de reconciliação e elimina toda possibilidade de retaliação e vingança. Então, pelo nosso modo de ser, fiéis a Jesus Cristo, o que se propaga não é o mal, mas o bem.

O Perdão

Edição: 167 - Ano III 10 e 11 de Setembro de 2011.

Nicolau nasceu em Castel Sant’Angelo, diocese de Fermo, Itália, no ano de 1245. Um de seus biógrafos, frei Pedro de Monte Rubiano, conta que, desde a infância, Nicolau conhecia o espírito de penitência . Suas ocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Sua vida se resumiu nisso:

penitência, amor e dedicação aos pobres, e uma fé incondicional em Jesus e na Virgem Maria.

No início da adolescência foi acolhido pelos agostinianos de sua vila como oblato, discípulo que obedece as regras sem ter feito os votos perpétuos. Fez o noviciado em Sangirasio e foi ordenado sacerdote em Cingoli. Entre os anos de 1269 e 1275 passou por vários conventos até que se fixou na cidade de Tolentino.

No convento de Tolentino, Nicolau amadureceu sua santidade e ficou conhecido como “o anjo do confessionário”. Frei Pedro, seu biógrafo, fornece uma relação de suas extraordinárias experiências místicas e dos prodígios realizados, como as ressurreições da menina Filipina de Fermo, de Tiaguinho Fatteboni e Venturino de Gigliolo.

Nicolau possuía apenas uma túnica rota que remendava como podia. Ficava a pão e água durante quatro dias por semana. Dormia pouco, devido passar muitas horas da noite em prece. Morreu aos 60 anos.

Ao confrade que lhe perguntou a razão de tanta felicidade no momento de sua morte ele respondeu:

“ Eu vejo o Senhor , meu Deus, junto com sua Santíssima Mãe e meu pai, Santo Agostinho. Foi canonizado em 1446. O processo de canonização de são Nicolau de Tolentino confirmou a autenticidade de 301 milagres. Quarenta anos depois de sua morte seu corpo foi encontrado incorrupto. Sua festa foi mantida para 10 de setembro, dia de sua morte.

Nos tempos primitivos da história bíblica, quando as populações eram pequenas, en-contramos diversos casos de pessoas que se casaram com parentes próximos. No caso de Jacó, foi uma alternativa para evitar que se casasse com uma mulher pagã, o que daria um grande desgosto à sua mãe Rebeca. Isaac chamou seu filho Jacó, abençoou-o e disse-lhe para ir à casa de seu tio materno Labão, e lá casar-se com uma de suas filhas, pois não deveria casar-se com uma mulher de Canaã. Esaú, o filho mais velho, vendo que Isaac não queria casamento dos filhos com cananeias, desposou uma prima: Maelet, filha de Ismael, neta de Abraão, em adição às mulheres que já tinha. (Gen 28, 1-9)

São Nicolau de Tolentino Marina Campos Vamos Colorir

Segunda TerçaQuartaQuintaSextaSábadoDom.

Um dos textos antigos mais famosos é “O Martírio de São Policarpo”. Nos próximos números do Vox

vamos transcrevê-lo, para que vocês tenham contato com o verdadeiro testemunho da fé em Jesus Cristo,

como foi a vida e o martírio de São Policarpo.---.

A Igreja de Deus, estabelecida em Esmirna, à Igreja de Deus estabelecida em Filomélia e a todas as

comunidades da Igreja santa e universal, onde quer que esteja: a misericórdia, a paz e a caridade de

Deus Pai, de Jesus Cristo nosso Senhor, superabun-dem em vós.

---.Escrevemo-vos, irmãos, a respeito dos mártires e

do bem-aventurado Policarpo, cujo martírio foi, por assim dizer, o selo final, que pôs fim à perseguição. Na verdade, quase todos os acontecimentos anterio-res se efetuaram para que o Senhor nos mostrasse do céu o martírio narrado no Evangelho. Policarpo

esperou tranquilamente ser entregue, como o Senhor, para que aprendêssemos, com seu exemplo, a não ter em mira somente o que nos concerne, mas

também os interesses do próximo. Realmente, a caridade verdadeira e firme consiste em não desejar

apenas a própria salvação, mas a dos irmãos.---.

Felizes, pois, e generosos todos estes mártires que se deram conforme a vontade de Deus. Pois é

dever da nossa piedade tudo atribuir ao poder de Deus. Deveras, quem não admiraria a generosi-dade desses mártires, a sua paciência e amor ao Mestre? Dilacerados pelos açoites a ponto de se

tornar visível a estrutura íntima da carne, das veias e das artérias, suportaram tudo com tal firmeza

que os circunstantes se compadeciam e choravam. Eles, porém, chegaram a tanto heroísmo, que de nenhum se ouviu grito ou se viu lágrima. Assim,

esses generosos mártires de Cristo mostraram que naquela hora em que sofriam não estavam mais no corpo; mais ainda, que o próprio Cristo, presente, os consolava. Confiando unicamente na graça de

Cristo, desprezavam os sofrimentos do mundo e, por uma hora de tormento, se resgatavam do

castigo eterno. O fogo dos algozes parecia-lhes frio; pois, querendo fugir do fogo que não se apaga, fi-

tavam com os olhos do coração os bens reservados aos que perseveram até o fim”.

Quando um livro está entre os mais vendidos, existe uma expressão em inglês que identifica rapidamente a preferência por essa leitura -- “best seller”. Esta semana temos à disposição a Feira Pan-Amazônica do Livro, cujo prefixo “pan” nos remete à idéia de uma grande abrangência literária. O local é muito disputado, e todos querem sair com pelo menos uma obra para desfrutar do prazer da leitura. Coincidentemente, a Igreja Católica celebra no mês de setembro o MÊS DA BÍBLIA.

A Bíblia é o conjunto de livros sagrados reunidos em uma única edição. No sumário poderia ser dito apenas, “a Bíblia é Deus falando ao homem”! Em nossa paróquia da Trindade, um grande número de paroquianos está fazendo o Estudo Bíblico, demonstrando interesse em desvendar, aprender, interpretar e manusear esses livros onde existem tantos estilos e gêneros literários que supera a todo e qualquer livro já escrito, sob todos os aspectos. É o maior “ Best Seller” de todos os tempos, e sempre o será!

Se analisarmos a Bíblia sob ângulos geralmente abordados por críticos literários, observaremos que nos seus cinco primeiros livros, há lindas narrativas do início dos tempos em Gênesis, ação e emoção no Êxodo, um manual perfeito para os cultos no Levítico, e a continuação de uma saga em Números. No Deuteronômio, o prelúdio com Deus é contextualizado. Seguem-se dezessete livros históricos, personagens maravilhosos selecionados e eternizados nas próximas páginas, catalogados na categoria “não-ficção”. Então a emoção é retomada a seguir nos sete Livros Sapienciais: os Louvores dos Salmos, o Amor entre esposos no Cântico dos Cânticos. A sensibilidade aflora. É pura poesia que ensina Sabedoria. Então, sucedem-se aventuras e seres extraordinários, batalhas e eventos fantásticos. São os dezoito Livros Proféticos. Há um único protagonista no Antigo Testamento: Deus Criador!

Aí a leitura ganha a sua apoteose; há uma grande virada na trama toda. Surge o mais esperado personagem, aquele que vinha sendo anunciado para que a história ganhasse mais consistência. Uma nova aliança se desenha em fatos espetaculares, não há dúvidas, tudo está confirmado! É o Novo Testamento! O personagem central chega para dar ao leitor as maiores emoções já sentidas: Ele chega pequenino, ornado em mistério, fugas e perseguições. São capítulos, contando a história mais linda já escrita. Não há como não se encantar: é uma história de amor, de renúncias, de prodígios, de morte e de vida. Há traição, sangue e Paixão. Mas termina com a mais fabulosa, espetacular e especial notícia. Bem, o fim do livro faz parte do mistério.

– 12/09 - Dt 10,12-22 / Sl 147 (148) / Mt 17,22-27– 13/09 - Dt 31,1-8 / Sl Dt 32,3-4a. 7. 8. 9.12 / Mt 18,1-5.12-14– 14/09 - 2Cor 9,6-10 / Sl 111 (112) / Jo 12,24-26– 15/09 - Js 3,7-10a.11.13-17 / Sl 113 (114) / Mt 18,21-19,1– 16/09 - Js 24,1-13 / Sl 135 (136) / Mt 19,3-12– 17/09 - Js 24,14-29 / Sl 15 (16) / Mt 19,13-15– 18/09 - Is 56,1.6-7 / Sl 66 (67) / Rm 11,13- / Mt 15,21-28

Santos Padres O Maior “Best Seller”

São Policarpo

O próximo Curso de Noivos da Paróquia acontecerá nos dias 24 e 25 do mês em curso, no auditório do Centro Paroquial. No dia 24 (sábado), das 13h30 às 19h, e no dia 25 (domingo), das 7h30 até o término da celebração da missa das

11h30. As inscrições estão abertas na secretaria da igreja.

“ O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso”. Salmo 102(103)

No dia 19 de setembro, segunda-feira, às 19h30, no auditório do Centro Social Monsenhor Geraldo Menezes, a Irmã Ângela Tutas fará uma palestra

sobre o tema “Amor na Família Hoje”. Inscrições pelos telefones 3252-3831/3222-6330 (Zebina) e 3276-4390/ 81125500 (Carol).

Preparação para a Vida Matrimonial

O Terço dos Homens acontece toda terça-feira, às 20 h, no Centro Paroquial. Venha desfrutar desse momento de profunda devoção mariana vivenciada pelos

homens de nossa paróquia.

Terço dos Homens

A nossa 2ª Caminhada Mariana será no dia 24 de setembro. A concentração será na praça da Igreja e a saída às 8h, com os fiéis percorrendo as ruas com cânticos

e orações, acompanhando com alegria e fervor a imagem peregrina de N. Sra. de Nazaré. Enfeitem as janelas de suas residências com vasos de flores e toalhas

brancas, no trajeto da caminhada.

Caminhada Mariana

Os núcleos de oração estão fazendo os encontros em preparação ao Círio de Nazaré. Seria bom que em todos os condomínios houvesse um momento de oração com as famílias, para preparar a nossa grande festa em honra de

Nossa Senhora.

Peregrinações de Nossa Senhora

Nas bodas de Caná, Jesus pediu para encherem com água as talhas, para transformá-la em vinho e garantir a continuidade da alegria da festa. Permitiu com isso, que o homem tivesse também a alegria e a honra de cooperar, para o milagre. A água é, assim, fonte de vida e fonte de alegria. O dízimo também.

Convite