Jornal de negócios 22 09 2015

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Novos mercados, a base de inovação e tradição É o maior sector industrial do país, com um volume de negócios que ultrapassa os 15 mil milhões de euros, sendo também responsável pela criação de mais de 100 mil postos de trabalho directos. O principal desafio para o futuro do sector passa pelo desenvolvimento de produtos alimentares de valor acrescentado com qualidade superior e com um custo acessível, que possam acompanhar as tendências dos diferentes mercados. INDÚSTRIA AGRO-ALIMENTAR Este suplemento comercial é da responsabilidade editorial do departamento comercial da Cofina Media, é parte integrante do Jornal de Negócios n.º 3091, de 22 de Setembro de 2015, e não pode ser vendido separadamente.

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Suplemento do Jornal de Negócios, sobre o sector agroalimentar, em que o INOV'LINEA - Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar dá o seu ponto de vista da evolução do sector

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Novos mercados,a base de inovaçãoe tradiçãoÉ o maior sector industrial do país, com um volumede negócios que ultrapassa os 15 mil milhões de euros,sendo também responsável pela criação de maisde 100 mil postos de trabalho directos.O principal desafio para o futuro do sector passapelo desenvolvimento de produtos alimentares de valoracrescentado com qualidade superior e com um custoacessível, que possam acompanhar as tendênciasdos diferentes mercados.

INDÚSTRIA AGRO-ALIMENTAR

Este suplemento comercial é da responsabilidade editorial do departamento comercial da Cofina Media, é parteintegrante do Jornal de Negócios n.º 3091, de 22 de Setembro de 2015, e não pode ser vendido separadamente.

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Representa um quinto do que a indústria portuguesa gera. No ano passado,o volume de negócios ascendeu aos 15,2 mil milhões de euros, o que se traduziunum crescimento de 2% face a 2013. As estimativas para este ano apontam paraum novo aumento de 2%.

Indústria Agro-alimentar

Falar da indústria portuguesa agro-alimentar é muito mais do que refe-rir um acto isolado, é olhar parauma cadeia de valor cada vez maiscomplexa e diversificada,que repre-senta hoje um dos pilares de susten-tação da economia nacional. A in-dústria agro-alimentar é o maiorsector industrial do país, com umvolume de negócios que ultrapassaos 15 mil milhões de euros, sendotambém responsável pela criação demais de 100 mil postos de trabalhodirectos.

Pedro Queiroz, director-geralda Federação das Indústrias Portu-guesas Agro-Alimentares (FIPA),destaca ao Negócios em Rede quea indústria agro-alimentar tem umimpacto elevado noutros sectoresda economia portuguesa, com des-taque para os que se situam a mon-tante da cadeia de valor. “A médiaponderada da percentagem de pro-dução agrícola (agro-pecuária epescas) que se destina à indústriatransformadora ronda os 65%, oque resulta num contributo indirec-to de cerca de 4,5 mil milhões de eu-ros e cerca de 300 mil postos de tra-balho, acompanhado de uma im-portância superior no desenvolvi-mento do tecido empresarial e nacriação de emprego nas zonas maisdesfavorecidas do país (representacerca de 20% dos postos de traba-lho criados na produção primária

F

Agro-alimentaré o maior sectorindustrial do país

na região do Alentejo)”. Por outrolado, os números da exportaçãomostram que as empresas nacionaisestão cada vez mais viradas para osmercados externos o que deve ace-lerar as estratégias de diversifica-ção, procurando novos mercadosnomeadamente junto das novas po-tências económicas. “É com umaverdadeira ambição, por parte degestores e empresários,que têm vin-do a ser criadas condições para a in-ternacionalização da nossa indús-tria agro-alimentar,promovendo ao

máximo as sinergias e trabalhandopara a identificação das oportuni-dades e a capacitação das empre-sas”, diz Pedro Queiroz.

Ameaças à actividade eao investimento industrialA FIPA identifica um conjunto

de factores que condicionam a ac-tividade industrial e o investimen-to empresarial. O primeiro pontoestá relacionado com“a permanen-te ameaça velada de mais e mais im-

postos, que nascem sob o auspíciodo seu impacto na saúde ou no am-biente, mas que visam apenas o en-gordar da receita fiscal. Mais doque a carga fiscal, já por si estran-guladora das empresas e dos cida-dãos, teme-se esta permanente in-certeza que afasta grande parte dopotencial investimento”, explica Pe-dro Queiroz.

Outro aspecto identificado é aelevada taxa de IVA em várias cate-gorias de produtos alimentares,quepossuem um enorme diferencial face

à vizinha Espanha, bem como ataxa de 23% aplicada ao sector darestauração, que retira competitivi-dade às nossas empresas.

Por último, surge para algunssectores da indústria agro-alimen-tar a dependência do comércio in-ternacional das matérias-primas,que se tem caracterizado pela vola-tilidade e incerteza, e de uma formatransversal a dependência económi-ca de uma distribuição modernacom um grau de concentração ele-vado.

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Desafiosdo sector

A maior prioridade do país é a dainversão do ciclo de recessão frutodas duras consequências para os ci-dadãos e para as empresas.A indús-tria alimentar e das bebidas não foiexcepção. Pedro Queiroz, director-geral da FIPA – Federação das In-dústrias Portuguesas Agro-Alimen-tares, explica que “uma inimaginá-vel retracção do mercado internoameaçou deitar por terra anos eanos de trabalho e investimento, le-vando muitos empresários e gesto-res a enfrentarem cenários que nema experiência prática nem os cená-rios académicos mais pessimistas ti-nham traçado”.

No entanto, apesar das dificul-dades, este sector“tem-se recusadosempre a baixar os braços”.Muitasempresas arriscaram e investiram,tentaram melhorar a qualificaçãodos seus recursos humanos comoforma de adaptar os postos de tra-balho e reter competências,mas aci-ma de tudo, “muitas perceberamque o mercado é global e que teriamde olhar para o exterior como for-ma, diria mesmo a única forma, decrescer”, esclarece o responsável.

A FIPA – Federação das Indús-trias PortuguesasAgro-Alimentaresidentifica três grandes desafios paraos próximos anos. O primeiro con-siste na contínua aposta na interna-cionalização do sector. Ou seja, se-gundo a organização têm de ser re-forçadas as sinergias público-priva-das para que Portugal se afirmecada vez mais no mercado global daalimentação e bebidas.“É necessá-rio trabalhar no sentido da valori-

Quais os desafios para um sector que, em 2014,valeu 6 mil milhões de euros em exportações,com um crescimento de 7,7%, face a 2013?

Aumentar a competitividade é umdesafio que é inerente a qualquersector, passando por inovar, dife-renciar e optimizar. “Particular-mente, no agro-industrial, passapor diferenciar e valorizar a qua-lidade das nossas matérias-primas,produtos endógenos e tradicio-nais, desenvolver novos produtose processos, e implementar meca-nismos de controlo, quer ao nívelprodutivo, mas também de gestão,capazes de impulsionar a eficiên-cia para aumentar a produtivida-de, diminuir custos e não confor-midades, aproveitar resíduos esubprodutos”, defende a respon-sável.

Para o INOV'LINEA – Centrode Transferência de TecnologiaAlimentar, um desafio igualmenteimportante é o “de promover acriação e o acesso ao sector, nosentido de facilitar os processos decriação de novos negócios (porexemplo, ao nível de licenciamen-tos, conhecimento técnicos e legaisaplicáveis)”.

A Frulact lançou-se no sectordos preparados de fruta em 1987.Vinte e sete anos depois, é uma dascinco maiores empresas do mun-do no sector. Segundo João Miran-da, CEO da Frulact, a indústriaagro-alimentar foi das que mais emelhor se desenvolveu na últimadécada, capitalizando, de formaexemplar, o esforço efectuado nabusca de mercados, internaciona-lizando-se e ganhando escala e di-mensão, sendo um bom exemploa replicar. O gestor acredita quenada aconteceu por acaso, ou seja,“foram criadas condições pelo Es-tado e as empresas souberam unir-se, promovendo o agro-alimentarde forma colectiva, liderando epromovendo uma estratégia delongo prazo para a fileira. A cria-ção dos pólos de competitividade,em 2009, ajudou ao desenvolvi-mento desta dinâmica de partilhae eficiência colectiva das empre-sas.”

Valorizara matéria--prima paradesenvolvernovosprodutos

Indústria Agro-alimentar

zação dos produtos produzidos emPortugal e das marcas nacionaiscom real capacidade exportadora,porque sem marcas fortes Portugalnão conseguirá atingir as metas aque se propõe.”

O segundo desafio identificadopassa por maximizar o potencial deinovação das empresas do sector,que passará, em parte,“pela conso-lidação de um ‘cluster’ económicodevidamente abrangente e de di-

mensão nacional, no âmbito donovo processo de reconhecimento”.

Por último, o terceiro desafioconsiste na necessidade de se conti-nuar a evoluir no sentido do refor-ço da cadeia de valor.Torna-se hojeimperativo prosseguir o trabalho deaproximação e diálogo já iniciadopelos vários elos. Com a recenteadequação do quadro legal das prá-ticas individuais restritivas do co-mércio às novas realidades, impõe-se a continuação do trabalho con-junto iniciado entre as partes envol-vidas.

Para Ondina Afonso, directoraexecutiva da PortugalFoods,um dosdesafios continua a ser a coopetição,isto é, “as empresas conseguiremtrabalhar em conjunto nos merca-dos externos, sendo concorrentesem Portugal.E porque é que a uniãoé importante? É importante para ga-nhar dimensão, não só em termosde oferta de produtos,mas tambémpara comunicar, com mais força eem conjunto ‘o nosso Portugal Ex-cepcional’”.

É com este sentimento que nas-ce o projecto PortugalFoods –HUB,suportado pela estratégia de inter-nacionalização para o sector agro-alimentar, e que aborda os merca-dos externos numa perspectiva decategorias de produtos, em que secomunica que Portugal dispõe deum cabaz amplo e variado de pro-dutos de elevadíssima qualidade –HUB (High and Unique Brands).Aresponsável destaca algumas cate-gorias de produtos que têm traba-lhado: produtos com certificação

Halal e dirigido aos consumidoresmuçulmanos, produtos capazes deservirem as “marcas de distribui-dor”internacionais, as conservas depeixe e frutos do mar,as carnes e de-licatéssen, doçaria diversa e queijosportugueses. Para cada um destesgrupos a PortugalFoods,em conjun-to com as empresas, “está a desen-volver uma estratégia de mercado euma estratégia de comunicação”.

A perspectiva do INOV'LINEA–Centro deTransferência deTecno-logia Alimentar, quanto a desafios,passa pela organização, resposta àsexigências do mercado,aumento decompetitividade,diferenciação e im-plementação de ideias de negócios.No que respeita à organização, em-bora existam bons exemplos no pa-norama nacional, Joana Grácio,coordenadora da entidade,defendeque “continua a ser necessário per-correr um longo caminho para or-ganizar e agrupar produtores e in-dustriais, para que possamos teruma escala capaz de responder aosmercados externos, e definir posi-ções negociais firmes e de formaagregada”.Responder às exigênciasdo mercado passa, também,pela ne-cessidade de ter produtos que te-nham validades capazes de percor-rer os caminhos logísticos globais,conhecimento e implementação deferramentas para acesso aos merca-dos (como, por exemplo, conhecerexigências específicas de produtos eprocessos,questões legais, aduanei-ras,entre outras), e responder às ten-dências de consumo cada vez maisexigentes e mutáveis.

14.949milhõesde eurosfoi o valordo sectorem 2013.

15.553milhões deeuros é o valordo sectorexpectávelpara 2015.

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Produtosagro-alimentaresportugueseschegam a 80novos países

Percorrer o agro-alimentar portu-guês é, hoje, um interessante exercí-cio de uma actividade/indústria al-tamente profissional, que se distin-gue pela sua relevância económica esocial, dado o seu importante con-tributo para o PIB e para o empre-go.Se procedermos a uma análise decadeia alimentar, da produção pri-mária à comercialização, ficará sur-preendido quem, nos últimos anos,não acompanhou o investimento, odesenvolvimento, a inovação e a in-ternacionalização do sector.

No ano passado, Portugal ex-portou 5,6 mil milhões de euros emprodutos do sector agro-alimentar,incluindo as áreas do mar e da flo-resta. Este número quase duplicounuma década. Em 2005, a médiaanual do total de exportações agro-alimentares era de 3,5 mil milhõesde euros. Os dados são do InstitutoNacional de Estatística e foramapresentados no dia 30 de Junho nasessão“Estratégia de Internaciona-lização doAgro-alimentar – Novosrumos, Novos mercados” que de-correu no Ministério da Agricultu-ra e do Mar, em Lisboa.

“Na verdade,os últimos quatroanos, permitiram políticas públicasestruturantes e coordenadas entreos diferentes sectores, os públicosque tutelam a economia, a agricul-tura e a diplomacia, e os privados,que reforçaram a sua organização eestimularam, pela primeira vez, osurgir de estratégias em diferentessectores, mas em particular o da in-vestigação e o da internacionaliza-ção”, explica o governante, acres-

Em entrevista, o secretário de Estado da Alimentaçãoe da Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira e Brito, faz um pontode situação do sector, após quatro anos de mandato.

A introduçãode inovação,através doconhecimento,nos produtosportugueses,para a suacaracterizaçãopeladiferenciaçãoe nãomassificação,é expectável.

centando que “estes anos motiva-ram uma notável (e positiva) altera-ção de comportamento dos consu-midores,numa preferência pelo tra-dicional e nacional, e numa desa-fiante complementaridade,uma ne-cessidade imperiosa de internacio-nalização (produto ou empresa) quemuito impulsionou a adaptação, acriatividade e, obviamente, o inves-timento neste sector”.Neste enqua-dramento, temos hoje uma indús-tria que promove a segurança ali-mentar, num país reconhecido emparticular pela sua biodiversidade.E seguramente,deverá ser este o ca-

minho a valorizar e a aprofundar.Pormenorizando por sectores,

Nuno Vieira e Brito anunciou queos hortofrutícolas alcançaram ex-portações no valor de 1.100 milhõesde euros, os frutícolas cresceram27% em 2014,o vinho registou va-lores de 730 milhões de euros e oazeite alcançou os 375 milhões,comum crescimento de 29% na UniãoEuropeia.

Internacionalização é o caminhoO secretário de Estado da Ali-

mentação e da Investigação Agro-alimentar detalha, em particular, oesforço de internacionalização dasempresas e, com dados objectivos,os seus resultados.“Não posso dei-xar de registar, neste últimos anos,o contínuo crescimento, traduzindosustentabilidade, das nossas expor-tações, com valores máximos abso-lutos – em 2014, cerca de 6 mil mi-lhões de euros e contínuas taxas decrescimento superiores a 7% (7,6 e7,7, em 2013 e 2014, com 8% noperíodo homologo Janeiro/Julho de2015) e com uma reforçada impor-tância do contributo dos países ter-ceiros (actualmente 1/3 das expor-tações, tendo duplicado relativa-mente ao período anterior a 2011)”.Mas estes resultados são obtidosquando os principais parceiros co-merciais (Espanha,França) são afec-tados pela crise financeira, em quese verifica o embargo russo em con-sequência das sanções da União Eu-ropeia e em que o preço do petró-leo afecta fortemente a economiados nossos parceiros extracomuni-

tários (Angola e Brasil). Constran-gimentos portugueses que afecta-ram igualmente a economia de ou-tros países, aumentando a competi-tividade internacional.

A política de abertura de merca-dos e de uma maior presença e cons-tância de Portugal (produtos ou em-presas) no mundo, e seguramenteem países terceiros, era/é/será fun-damental. Num trabalho intensoentre Governo,administração e em-presas definiram-se estratégias emercados (o que levou Portugal amais de 80 novos países),“num es-forço político,diplomático e empre-sarial, com intenso pragmatismo,mais de 270 certificados foram en-cerrados, alguns com mais de dezanos de intenções,num esforço em-presarial e apoio (e por vezes pre-sença) político. Portugal mostrou-se em feiras e organizou missões,de-monstrando ser um país moderno,mantendo a tradicionalidade, efi-ciente e competitivo,mantendo a se-gurança alimentar, inovador, refor-çando a qualidade.”

Novos mercados para os produ-tos portuguesesE assim, pela primeira vez, Por-

tugal exportou lacticínios para aChina, carne de aves para Cuba,bovinos vivos para Israel, maçãspara a Colômbia. E as empresasagro-alimentares abriram e refor-çaram igualmente a sua presençaem diferentes geografias, do Cana-dá à África do Sul, da Costa Ricaà China, num redescobrir temáti-co e contemporâneo das antigas

rotas das descobertas. Ao mesmotempo estimulam-se outros secto-res da economia, além da produ-ção primária que integra e reforçaeste esforço e contribui para a re-dução do“deficit”alimentar, logís-tica e distribuição, “marketing” ecomercialização, e estruturas por-tuárias a serem felizmente adapta-das aos produtos agrícolas, ani-mais e agro-alimentares.

De acordo com o governante,“a rota do agro-alimentar foi en-contrada, mas o rumo precisa dese manter seguramente numa di-recção de um só sentido em que odesembarque se realize de formatranquila, mas eficaz, recordandosempre a importância de se inte-grar nas diferentes culturas ali-mentares pelos mais diversos can-tos do mundo. E aqui, ainda mui-to temos que navegar.”

É relevante que se continue noesforço político, diplomático e téc-nico de abertura de novos merca-dos e novos produtos, muito dosquais se encontram em fase finalde aprovação e que, com as empre-sas, se analisem novas oportunida-des de mercados e negócio.

É também crucial que existapersistência nos novos mercados,estratégias bem estudadas e adap-tadas ao país ou região, desenvol-vimento de parcerias e confiança,e é fundamental que o sector agro-alimentar, protagonistas públicose privados, seja ouvido, dada a suarelevância económica e social, peladiplomacia económica e pelos seusactores.

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Criar novos produtos

É hoje evidente que só com umaforte aposta nos processos de ino-vação, e com uma investigação edesenvolvimento potenciados emprol da economia, poderá ser ex-pectável dar resposta aos desafioscolocados pelos consumidores epelos mercados. Segundo PedroQueiroz, director-geral da FIPA –Federação das Indústrias Portu-guesas Agro-Alimentares,“é neces-sário criar incentivos aos investi-mentos tecnológicos que tenhamimpacto directo e indirecto no em-prego, na capacidade de inovaçãoe na sustentabilidade (económica,ambiental e social), e configurar osregulamentos dos programas pú-blicos para o apoio directo ao in-vestimento feito pelas empresasem investigação e desenvolvimen-to, que assente na partilha de res-ponsabilidade e numa perspectivade fileira, enquadrando-se em par-cerias com o sistema científico na-cional.

Na estratégia do Ministério daAgricultura e do Mar (MAM) paraa Investigação e Inovação Agro-ali-mentar e Florestal no período2014-2020, é clara a intenção de seapostar numa economia inteligen-te, sustentável e inclusiva, que pro-mova a capacidade produtiva dossectores, o emprego e a coesão so-cial. Neste documento, a entidadeprivilegia“a competitividade e a in-ternacionalização das empresas e

Desenvolver pela inovação, com forte dinâmica na ligação com a área científicae tecnológica, é cada vez mais a missão das diferentes empresas do sector agro--industrial.

Para a FIPA, o principal desafiopara o futuro passa pelo desenvol-vimento de produtos alimentaresde valor acrescentado com quali-dade superior, conveniência, dis-ponibilidade e com um custo aces-sível, que possam acompanhar astendências dos diferentes merca-dos. O director-geral explica que“sem prejuízo da existência de al-gumas linhas orientadoras, a ideiacentral não deve passar por defi-nir subsectores estratégicos nemáreas muito específicas, mas simpor criar uma rede permanente eoptimizada de partilha de conhe-cimento que permita alavancar acompetitividade”. De forma trans-versal, é importante continuar aapostar na excelência ao nível daqualidade e segurança alimentar,na melhoria do abastecimento dematérias-primas de proximidade equalidade, no papel da alimenta-ção na saúde e no bem-estar, nosprocessos de produção e conserva-ção e na tecnologia de embalagem.

As empresas nacionais estãocada vez mais atentas a todo oprocesso, isto é, desde a montante– investigação, produção, tecnolo-gia – à jusante – tendências de con-sumo, embalagem, marketing e co-municação – há uma preocupaçãoacrescida por parte das empresas,“e para tal têm contado com aPortugalFoods”, revela a directo-ra executiva da associação.

Por sua vez, Joana Grácio par-tilha que as empresas estão maisvoltadas para inovar através de

Empresas nacionais maisvoltadas para inovar

A ideia é criaruma redepermanentee optimizadade partilha deconhecimentoque permitaalavancar acompetitividade.

Indústria Agro-alimentar

dos produtos nacionais, estimula-das quer pelo aumento da I&DT+Inas áreas agro-alimentar e flores-tal, quer pela promoção de parce-rias com empresas e entidades na-cionais e internacionais com o Sis-tema Científico e Tecnológico Na-cional (SCTN), que possui carac-terísticas que potenciam o desen-volvimento de uma investigaçãoaplicada e inovação de qualidade,alicerçada nos recursos humanosde excelência existentes, nas suasinstalações e equipamentos”.

A inovação já está a ser enca-rada como suporte à internaciona-lização das empresas. “Recente-mente começámos a trabalhar a in-ternacionalização do conhecimen-to, promovendo as universidadeslá fora e mostrando produtos queresultam da cooperação com asempresas”, revela Ondina Afonso– directora executiva da Portugal-Foods, associação formada porempresas e entidades do sistemacientífico e tecnológico nacional epor entidades regionais e nacionaisque representam os vários subsec-tores que compõem o sector agro--alimentar português, acrescentan-do que “todas as iniciativas desteâmbito têm sido muito reconheci-das e bem acolhidas em mercadoscomo os Emirados Árabes Unidose a Coreia do Sul”.

No fundo, a inovação tem umpapel fundamental para responder

aos desafios de qualquer sectore/ou empresa. Ou seja, inovar nãoé mais do que fazer algo diferenteque acrescente valor na organiza-ção, e pode ser a nível da gestão,dos processos, dos produtos. “Sepensarmos nos desafios identifica-dos, diríamos que a inovação éuma ferramenta que permite res-ponder à optimização e à diferen-ciação necessária”, explica JoanaGrácio, coordenadora doINOV'LINEA – Centro de Trans-ferência de Tecnologia Alimentar.

Ao nível dos produtos é essen-cial que uma organização definauma política de desenvolvimento denovos produtos, pois os ciclos devida destes são cada vez mais cur-tos, com consumidores mais exi-gentes e menos fiéis, devido à pro-cura de novas experiências de con-sumo, de preocupações com saúdee nutrição, facilidade de preparaçãoe com um leque muito mais alarga-do de escolhas. De acordo com aresponsável do INOV'LINEA –Centro de Transferência de Tecno-logiaAlimentar,“ao nível da gestãoe processos, é fulcral fazer mais commenos na agro-indústria, uma vezque a inovação tem de passar pelamanutenção e sustentabilidade dosrecursos e promoção de aumentosde validade dos alimentos porquea perecibilidade do produto é umdos pontos mais críticos para o sec-tor”.

novos produtos, do“design”e nosprocessos de conservação para te-rem produtos com validades maisalargadas. Nota-se a crescentepreocupação e necessidade de ino-var em novos produtos, introduzirnovos sabores e responder a mer-cados específicos como o da saú-de (sem glúten, pouco sal, poucoaçúcar, etc.) a par do desenvolvi-

mento de novas embalagens e for-mas de apresentação. “Sentimosque a maioria das pequenas em-presas ainda não vê como essen-cial a definição de uma estratégiade ‘marketing’, para a colocaçãode um novo produto no mercado,o que condiciona o sucesso domesmo”, remata.

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SUPLEMENTO COMERCIAL|

VII

A associação PortugalFoods reúne empresas e entidades do sistema científico e tecnológico nacional parapromover e identificar melhorias nos produtos e criar “benchmarks” nacionais e internacionais.

Produtosinovadores,com maioresprazosde validade,permitemexportar paranovos destinos.

Reconhecida desde 2009 pelo Mi-nistério da Economia como Pólode Competitividade e TecnologiaAgro-Alimentar, a PortugalFoodstem como missão o reforço dacompetitividade das empresas dosector agro-alimentar através doaumento do seu índice tecnológi-co, promovendo a produção, atransferência, a aplicação e a valo-rização do conhecimento orienta-do para a inovação. Os seus asso-ciados são as empresas e as entida-des do sistema científico e tecno-lógico nacional (ESCN).

A inovação aplicada a este sec-tor não se limita à qualidade dosprodutos, está também associadaao reforço da sua imagem, inves-tindo no“design”das embalagense no melhoramento da ecoeficiên-cia das empresas, tornando os ali-mentos cada vez mais seguros esaudáveis.

Ondina Afonso, directora exe-cutiva da PortugalFoods, conta aoNegócios em Rede que“a associa-ção actua junto das ESCN, fomen-tando a transferência de conheci-mento bem como a articulaçãocom as empresas, através de trêsgrandes pilares: Observatório In-

Criar sem alterar o gostoportuguês dos alimentos

ternacional; a promoção de I&DT+ I e a divulgação ampla de resul-tados de projectos”.

Com o Observatório consegui-ram acompanhar as tendências aonível dos produtos alimentares quevão sendo lançados em 70 merca-dos, e levar aos associados essa in-formação, motivando uma atitudeproactiva em termos de inovação,

ao invés da estratégia do“me-too”e mais reactiva, copiando outrosprodutos que chegam a Portugal.

Com base no conhecimentodas necessidades das empresas as-sim como no perfil dos investiga-dores, a PortugalFoods promovereuniões entre as duas partes, como objectivo de que se concretizeuma parceria, seja através de umprojecto de investigação, seja nou-tro formato, mas que leve a resul-tados palpáveis para as empresas.

A directora executiva da Por-tugalFoods diz que divulgam os re-sultados dos projectos da associa-ção e dos seus associados, o quepermite disseminar mais conheci-mento. Ondina Afonso destacaque os resultados de alguns projec-tos de Investigação e Inovação es-tão a dar suporte ao aumento dasexportações, conseguindo-se pro-dutos inovadores, com maioresprazos de validade, capazes de se-rem exportados para destinos queaté há bem pouco tempo não seriapossível, em que foram trabalha-das novas tecnologias e novas em-balagens que permitem um tempode prateleira maior, sem alterar ogosto português dos alimentos.

A indústria agro-alimentar estácomprometida em desenvolver no-vas dinâmicas investindo em ino-vação. Um dos resultados alcança-dos com essa aposta foi o apareci-mento de novos produtos de qua-lidade superior, com prazos de va-lidade mais dilatados. Uma situa-ção que acabou por abrir novasoportunidades de negócio ao per-mitir chegar a mercados e clientesmais distantes.

As exportações de produtosagro-alimentares cresceram em2014 e as estimativas para 2015apontam também para um au-mento. Uma associação que des-envolve um papel importante namodernização e inovação do sec-tor agro-alimentar é a Portugal-Foods. Quisemos saber o balançoque a directora executiva faz da as-sociação que dirige.

Que balanço faz dos resultadosalcançados com a iniciativa Por-tugalFoods?A PortugalFoods em seis anos

contribuiu para o aumento do in-

PERGUNTAS A

“A PortugalFoods em seis anoscontribuiu parao aumento do investimento,por parte das empresas,em projectos de investigaçãoe inovação.

Seis anos ao serviçodo agro-alimentar

ONDINA AFONSODirectora executivada PortugalFoods

vestimento, por parte das empre-sas, em projectos de investigaçãoe inovação; contribuiu tambémpara o aumento do número de ac-ções de promoção externa das em-presas e dos seus produtos, repre-sentando um investimento de cer-ca de 5 milhões de euros e impac-tando no aumento das exporta-ções de 3,4 mil milhões de euros(em 2011) para 6 mil milhões ac-tuais. Além disso, contribuímospara o crescendo número de pré-mios que as empresas foram arre-batando nos diversos certames in-ternacionais, e cuja participaçãoportuguesa foi organizada pelaPortugalFoods.

Finalmente, sentimos que con-seguimos mostrar lá fora que Por-tugal é um país produtor de exce-lência e, cá dentro, sensibilizar osnossos governantes para a impor-tância do sector agro-alimentardentro da economia nacional.

O que é mais valorizado no mer-cado externo nos produtos agro--alimentares nacionais?O “gosto português” dos pro-

dutos. É importante sublinhar queas empresas e os seus empresáriossão também muito valorizadosnos aspectos da flexibilidade, ho-nestidade e capacidade de adequara oferta ao gosto do cliente.

Sabemos tirar proveito da dietamediterrânica para promover edesenvolver os nossos produtosno estrangeiro?O sector agro-alimentar portu-

guês é composto por diversos sub-sectores e, consequentemente, porinúmeras categorias de produtos.Por isso, há de facto produtos quebeneficiam da comunicação via“dieta mediterrânica” como, porexemplo, o azeite, sendo que ou-tros, pelas suas especificidades nãosão tão apoiados.

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Que papel desempenha o Centrode Transferência de Tecnologia Ali-mentar – INOV’LINEA nesta evolu-ção?Representa uma das valências

doTAGUSVALLEY –Tecnopólo doVale doTejo,no apoio à inovação eao desenvolvimento tecnológico dasempresas.O INOV’LINEA,em par-ticular, dedica-se a apoiar o sectoralimentar (sector identificado comoestratégico para a região), atravésdo desenvolvimento de novos pro-dutos, estudo de processos produti-vos e de conservação de alimentoscom objectivos concretos, como au-mentar eficiências produtivas, vali-dades e/ou qualidade do produto.

O que motivou a criação doINOV’LINEA?O INOV’LINEA surgiu, em

2007, após ser identificada a neces-sidade da existência de uma estru-tura, em que fosse possível desen-volver inovação e realizar investiga-ção aplicada a uma escala (nestecaso piloto) em que a passagem deresultados para as empresas fossemais fácil.E também,pelo reconhe-cimento da conservação de alimen-tos como tema fulcral para o desen-volvimento do sector, tendo por issoo INOV’LINEA sido capacitadocom um conjunto de tecnologias deconservação únicas,para obter pro-dutos com qualidade superior e/ouvalidades mais alargadas e que ain-da não são muito utilizados na nos-sa indústria.

O nosso trabalho é,maioritaria-mente,assente na experimentação einvestigação aplicada de acordocom as necessidades concretas dasempresas. Focado em aspectos quesão,efectivamente,muito importan-tes na actualidade da indústria ali-mentar, como alimentos mais segu-ros, saudáveis e com validades maisdilatadas.

Qual a avaliação dos projectos queestão a implementar? Que tipo deprojectos são?O INOV’LINEA tem vários

Indústria Agro-alimentarPERGUNTAS A

Investir em inovação

JOANA GRÁCIOCoordenadora do INOV'LINEA– Centro de Transferênciade Tecnologia Alimentar.

projectos para diferentes actores nosector alimentar, entre os quais des-tacamos o fomento de tecnologiasde conservação alternativas, o des-envolvimento de novos produtos eapoio ao desenvolvimento e a im-plementação de negócios de trans-formação alimentar.

Através das diferentes acçõesrealizadas,nomeadamente, técnicas,demonstrativas e de divulgação so-bre diferentes tecnologias inovado-ras e alternativas para a conservaçãode alimentos (aquecimento óhmico,alta pressão hidrostática,ultraviole-tas, enchimento asséptico, entre ou-tras),observamos umincremento dointeresse das empresas nesta temáti-ca. Com as tecnologias indicadas,que estão ao dispor das empresaspara que as possamtestar, temos rea-lizado diversos projectos que permi-tiram obter produtos com validadesmais alargadas, de qualidade nutri-cional e organoléptica superior.

Pode dar alguns exemplos?Por exemplo, recorrendo à tec-

nologia de alta pressão hidrostáti-ca,desenvolvemos um sumo de me-lão com validade de 30 dias com ca-racterísticas de frescura de sumo na-tural acabado de fazer.

Dos produtos que desenvolve-mos, destacamos o desenvolvimen-to de azeites aromatizados (comalho,erva limão) com grande suces-so no mercado,produtos desidrata-dos provenientes de frutas e legu-mes, vinagres de framboesa e dedióspiro.Uma valência que tem tidouma procura crescente é o FOODFAB LAB, com o objectivo de ala-vancar negócios de transformaçãoalimentar. O FOOD FAB LAB tra-ta de colocar à disposição de qual-quer indivíduo ou empresa instala-ções industriais (com os requisitosde segurança alimentar implemen-tados),para que estes possam expe-rimentar ou iniciar as suas produ-ções, sem necessidade de investir eminfra-estruturas ou em equipamen-tos, podendo contar com o nossoapoio técnico.

Com sete fábricas localizadasem dois continentes,600 empregados e um volumede negócios de 110 milhõesde euros em 2014, a Frulactapresenta-se como umadas empresas portuguesasde qualidade e inovaçãoque são bem representativasdeste sector.

N.º de fábricas3 em Portugal

1 em França

2 em Marrocos

1 na África do Sul

1 no Canadá (iniciaprodução em 2016)

Indústria Agro-alimentar

É o líder ibérico em preparados àbase de fruta para a indústria ali-mentar e uma das cinco maioresempresas europeias do sector.O quea Frulact mais comercializa são pro-dutos cuja base é o morango.A em-presa exporta para vários países,com especial ênfase nos países daEuropa do Sul, Norte de África eMédio Oriente, e também para aComunidade para o Desenvolvi-mento da ÁfricaAustral (SADC).Omaior mercado da Frulact é o fran-cês, mas a empresa está sempre àprocura de novos mercados. O Ne-gócios em Rede falou com João Mi-randa, CEO da Frulact, duranteuma viagem-relâmpago que fez aoIrão numa comitiva de empresáriosdo sector,nos passados dias 15 a 17de Setembro.

João Miranda conta que entreos desafios que se colocam à empre-sa está a continuidade do processode crescimento acelerado da Frulact.Está prevista a abertura de umanova fábrica já em 2016, desta vezlocalizada no Canadá, o que au-mentará o número de continentesnos quais a Frulact possui capacida-de de produção. As previsões decrescimento para 2015 passam poraumentar em 5% o volume de ne-gócios alcançado em 2014.

O CEO refere que o rápido cres-cimento previsto de alcançarem sóé possível com uma estrutura de ca-pital humano que seja capaz de su-portar esse mesmo crescimento, semnunca perder as suas característicasdistintivas, tão presentes e aprecia-das nos“frulacteanos”.

Todas as empresas têm de terbem presente que competem num

Uma empresa viradapara o mundo

mercado global, e devem ter certe-zas de como se querem posicionar.Nesse sentido,“a Frulact tem a in-ternacionalização,a inovação e o re-conhecimento do mercado,como ostrês eixos onde apostamos,para ga-rantir essa sustentabilidade”, dizJoão Miranda, explicando que a in-ternacionalização, a prazo, dará apresença global que ambicionam euma maior competitividade,que noseu entender só se consegue alcan-çar com “o consequente aumentode produtividade e a escala de ope-rações”.

Estratégia de médio e longo prazoO CEO conta que,na última dé-

cada,o Grupo Frulact manteve umaforte dinâmica, com um crescimen-to constante e sustentado, tendopassado de um volume de negóciosde 20 milhões de euros em 2004para 110 milhões de euros em2014.

Este crescimento aconteceu pelavia da conquista de mercados exter-nos, principalmente França e todo

o continente africano e MédioOriente, tendo o mercado ibéricopermanecido praticamente estável.Do volume global de facturação, oGrupo Frulact exporta a partir dePortugal cerca de 50%, sendo osrestantes 50% produzidos nas fá-bricas de França, Marrocos e Áfri-ca do Sul. Também nesta década, oGrupo Frulact passou de uma estru-tura de recursos humanos de 240funcionários para os actuais cercade 600, incluindo Portugal e as uni-dades de produção no exterior. Sóem Portugal, passaram nessa mes-ma década de 190 para 320 funcio-nários.

E como não podia deixar de ser,o investimento em ID&I acompa-nhou este crescimento, tendo passa-do de 1,3% do volume de negóciosem 2004, para 2,8% em 2014.

Novos produtos a caminhoO desenvolvimento é um pro-

cesso quase que contínuo na Fru-lact. A empresa perde anualmentecerca de 12% do volume de negó-cios devido ao fim de ciclo de vidados produtos. Por esse motivo háuma necessidade de regeneraçãoconstante.

Ao nível dos projectos de inova-ção,cerca de uma dezena,existe pornorma um grau de incerteza maiselevado em termos de resultados,mas são estes que mais conhecimen-to e valor produzem.Um dos exem-plos destacados por João Mirandaé o estudo que estão a desenvolvercom a utilização de insectos (gafa-nhotos, grilos, etc.) nos produtoslácteos, como fonte alternativa deproteína.

João Miranda,CEO da Frulact