Jornal do Conselho Ano 19 - Nº 105 Set/Out 2010 ISSN 2176 ... Ele pode ajudar a limpar a água que...

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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 19 - Nº 105 Set/Out 2010 ISSN 2176-4409 Ele pode ajudar a limpar a água que você bebe Pesquisa da Unicamp aposta na quitosana, encontrada em crustáceos, como agente contra a poluição Pág. 6 Prêmio CRQ-IV: inscrições começam em novembro Pág. 3 Método torna análise de cocaína mais eficiente Pág. 10

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 19 - Nº 105

Set/Out 2010

ISSN 2176-4409

Ele pode ajudar a limpar

a água que você bebePesquisa da Unicamp aposta na quitosana, encontrada

em crustáceos, como agente contra a poluição

Pág. 6

Prêmio CRQ-IV: inscrições

começam em novembro

Pág. 3

Método torna análise de

cocaína mais eficiente

Pág. 10

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20102

Editorial

PRESIDENTE: MANLIO DEODOCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI,ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER,JOSÉ GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS,NELSON CÉSAR FERNANDO BONETTO,RUBENS BRAMBILLA, SÉRGIO RODRIGEUS

E WALDEMAR AVRITSCHER

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO,ANA MARIA DA COSTA FERREIRA,ANTONIO CARLOS MASSABNI,

Os artigos assinados são de exclusivaresponsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.

Conselho Regional de Química - IV Região

Leitores

SoluçõesA Química não perde sua capa-

cidade de surpreender. Tantas vezesusada indevidamente como sinônimode coisas ruins, a matéria de capadesta edição mostra o quanto aquelapremissa é preconceituosa. A técnicapara despoluição de águas, desenvol-vida nos laboratórios da Universidadede Campinas, é um exemplo doquanto essa ciência pode contribuirpara a preservação do meio ambientee melhorar a qualidade de vida.

Outro trabalho destacado nestenúmero trata do desenvolvimento deum novo método para análise decocaína. Criado por duas jovensprofissionais, ele poderá reduzircustos e acelerar o trabalho destinadoao combate às drogas.

A edição volta a destacar o Prê-mio CRQ-IV, cujas inscrições serãoabertas em novembro. O concursoé uma iniciativa que visa estimular osestudantes postulantes à profissão ainvestirem em pesquisas que, comoas dos exemplos acima, propor-cionem resultados benéficos paratoda a sociedade.

Plásticos 1 - Gostaria de sugerir quefossem ministrados cursos na área depolímeros, processos de transformaçãode plásticos, suas aplicações e recicla-gem. Precisamos mostrar que os plásti-cos podem ser utilizados sem agredir anatureza, conciliando meio ambiente eviabilidade econômica.

Técnico Marcos Paulo Machado VilarSão Paulo /SP

A proposta será considerada na pro-gramação dos minicursos de 2011. Osprofissionais podem sugerir outros te-mas e, inclusive, indicar instrutores.

Plásticos 2 - Um leitor sugeriu que aembalagem plástica que acondiciona oInformativo viesse com o símbolo dereciclagem. Entendo que a preocupaçãocom o meio ambiente vai além disso.Vivemos em uma era informatizada, ondeo uso do papel para impressão é semdúvida uma atitude atrasada. Proponhoum referendo para que os leitores optempor receber o Informativo impresso oupor e-mail, como fazem outras entida-des. A economia gerada poderá retornarcomo benefícios na forma de cursos eoutras coisas realmente importantes.

Técnico Reginaldo Carvalho da SilvaGuarulhos/SP

A proposta tem sentido e, aliás, corro-bora em parte o editorial publicado naedição passada. As facilidades e eco-nomia proporcionadas pelos meios ele-trônicos são inegáveis. Especialistasainda divergem sobre o assunto, mas nãoé absurdo imaginar que no futuroapenas publicações muito específicassejam produzidas em papel. Contudo, nomundo todo, inclusive nos países ondea informática é mais disseminada, o usodo papel não só continua absoluto comotem crescido, pois as pessoas preferemler algo que tenham em mãos a ficarolhando para a tela de um computador.Caberá à sociedade decidir se abrirámão disso em prol do meio ambiente.

Bolsa - Quero agradecer imensamentepela bolsa de estudo integral que ganhei

para fazer o curso para analistas, pro-movido pelo CEP.

Bacharel Matheus Henrique VieiraTaboão da Serra/SP

Só neste ano, a distribuição de bolsaspara cursos de atualização já bene-ficiou mais de 100 profissionais. A divul-gação dessas promoções é feita pelo site.

Dia do Químico - Em apoio ao colegaCelso Luiz/Lorena-SP, gostaria dedestacar que o Dia do Eng. Químico é20 de setembro. Por favor, lembrem-se de nossa esquecida classe.

Eng.Anderson FlôresMogi das Cruzes/SP

A data em questão foi definida por outraentidade. Assim como o explicado aoEng. Celso Luiz na edição 104, o Sis-tema CFQ/CRQs estabeleceu o dia 18de junho para comemorar o Dia do Pro-fissional da Química, classe a qual per-tencem os Técnicos, Tecnólogos, Licen-ciados, Bacharéis, Químicos Industriaise os Engenheiros da Área Química.

Para participar deste espaço escrevapara [email protected],

informando seu nome e cidade.As mensagens poderão ser resumidas.

Expediente

Rua Oscar Freire, 2.039 - Pinheiros - CEP 05409-011 - São Paulo - SP - Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-5001

Internet: http://www.crq4.org.br e-mail: [email protected]

O Informativo CRQ-IV é uma publicação bimestral. Tiragem desta edição: 86 mil exemplares

CARLOS ALBERTO TREVISAN, CLÁUDIO DI VITTA,GEORGE CURY KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI,REYNALDO ARBUE PINI E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL: MANLIO DE AUGUSTINIS

E JOSÉ GLAUCO GRANDI

IMAGEM DA CAPA: SXC.HU

JORNALISTA RESPONSÁVEL: CARLOS DE SOUZA - MTB 20.148

ASSIST. COMUNICAÇÃO: ANA CRISTINA VELASCO -MTB 43.167 E MARI MENDA - MTB 4606

PRODUÇÃO: PÁGINAS & LETRAS EDITORA E GRÁFICA LTDA.TEL.: (11) 3628-2144 - FAX: (11) 3628-2139

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20103

Estudantes

Inscrições para o Prêmio CRQ-IVserão abertas mês que vem

Ganhador em cada modalidade receberá R$ 10 mil; orientador, R$ 4,6 mil

As inscrições para a edição 2011 doPrêmio CRQ-IV estarão abertas noperíodo de 03 de novembro de 2010 a01 de fevereiro de 2011. Poderão parti-cipar do concurso público alunos matri-culados este ano em cursos técnicosou superiores da área química ministra-dos no estado de São Paulo.

O prêmio é dividido nas modalidadesQuímica de Nível Médio, Química deNível Superior, Química de Nível Supe-rior com Tecnologia e Engenharia daÁrea da Química. O candidato vence-dor em cada uma delas receberá R$ 10mil e um certificado. O professor ouprofissional que orientar o trabalhoganhador levará R$ 4,6 mil. Dessesvalores serão descontados os impostos.

Para incrementar a divulgação doprêmio, iniciada na edição anterior doInformativo, o Conselho confeccio-nou 1.500 cartazes como o da imagemao lado. Eles serão enviados a todas asinstituições de ensino técnico e supe-rior, endereçados aos respectivos coor-denadores de cursos. O Conselho es-pera contar com o apoio dos profis-sionais da área de educação para divul-gar a iniciativa e estimular os alunos aparticiparem da disputa.

Mais tradicional do País, o PrêmioCRQ-IV tem por objetivo estimular apesquisa entre os futuros profissionaisda química. Entende o Conselho que ainiciativa, o interesse, a curiosidade e abusca pela inovação são as bases aserem perseguidas por quem almejauma carreira de sucesso. A participaçãono Prêmio CRQ-IV poderá representarum passo importante nessa direção.

O concurso ganhará mais em im-portância ainda, uma vez que 2011 foi

definido pela Organização das NaçõesUnidas como Ano Internacional da Quí-mica. Isso significa que são bem maio-res as chances de que os autores dostrabalhos participantes ganhem desta-que nos meios de comunicação, o quevalorizará o estudante, seu professore, por consequência, a instituição deensino representada.

GRUPOS - Os estudantes interessadosem participar do Prêmio CRQ-IVdeverão apresentar um trabalho sobrequalquer tema relacionado à química.Os textos poderão ser individuais ouem grupo. Nesta última situação, otrabalho deverá ser inscrito em nomede um aluno, sendo os demais inte-grantes relacionados no verso da fichade inscrição. Se o trabalho vencedorda modalidade for coletivo, todos osintegrantes receberão certificados. Oprêmio em dinheiro, porém, será entre-

gue ao aluno indicado na ficha deinscrição, cabendo a ele fazer a divisãodo valor entre os colegas.

Cada trabalho poderá ter até doisorientadores. Sendo este o vencedor damodalidade, os dois orientadores rece-berão certificados. O cheque represen-tativo do prêmio será entregue ao pro-fissional que figurar no anverso da fichade inscrição, sendo sua responsabili-dade dividi-lo com o colega.

O regulamento e a ficha de inscriçãoestão disponíveis no site do Conselho.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20104

Cidade

Vapor metálico ressalta beleza deprédios históricos de São Paulo

Em setembro, lâmpadas de vapormetálico passaram a ser usadas na ilumi-nação pública da cidade de São Paulocom uma finalidade bastante especial:valorizar prédios e construções históri-cas da cidade, sem distorcer as cores.Mais de cem lâmpadas deste tipo jáiluminam a região do Teatro Municipal,Viaduto do Chá, Praça Ramos de Aze-vedo e locais próximos, substituindo asantigas, de vapor de sódio, que davamaparência amarelada à paisagem noturna.

De acordo com o gerente de produ-to da OSRAM no Brasil, Ronald Lep-tich, a lâmpada de vapor metálico sediferencia da que utiliza vapor de mer-cúrio devido à presença de iodetosmetálicos no interior do tubo de des-carga. Daí a possibilidade de variaçãoda coloração da lâmpada. Ela tambémé mais eficiente, já que conta com umrevestimento de alumínio nas extremi-dades do tubo de descarga que refleteo calor gerado pela descarga para oseletrodos impedindo, assim, a conden-sação dos iodetos no interior do tubo,o que aumenta sua vida útil.

Leptich explica que esse tipo delâmpada deve operar com um reator,

que produz picos de alta tensãode até 5.000 V para a ignição.“Porém, há outras versões quedispõem de eletrodo auxiliar,assim como a lâmpada a va-por de mercúrio. Dessa forma,a geração de pulsos de alta ten-são é desnecessária”.

O gerente da Osram - em-presa registrada no CRQ-IVdesde 1967 - informa que hojea lâmpada de vapor metálico éuma das soluções mais versá-teis do mercado de iluminação,já que pode ser utilizada em lo-jas, indústrias, estádios de fute-bol e até mesmo para finsresidenciais.

Esta tecnologia, acrescen-ta, está disponível em potên-cias de 10W até 1.800W e seurendimento gira em torno de100 lm/W, oferecendo o dobrode eficiência em relação àslâmpadas de mercúrio.

Quando utilizadas em sistemas desegurança, oferecem diferenciais impor-tantes como a proteção das cores cap-turadas pelas câmeras. Além disso,

proporcionam mais luz e menor con-sumo de energia elétrica quando com-paradas a outros tipos de lâmpadasmais comumente utilizadas, como asmistas e halógenas.

ANTES E DEPOIS

Em cima, o Viaduto do Chá iluminado com lâmpadasde vapor de sódio. Embaixo, a nova iluminação.

Divulgação

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20105

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20106

Antoninho Perri - Ascom/Unicamp

Artigo

O uso da quitosana para remoção demetais pesados em solução aquosa

por Elaine Cristina Nogueira Lopesde Lima e Claudio Airoldi

A água é uma das necessidadesbásicas exigidas para a subsistência econtinuidade da vida. Por isso, é impor-tante que a mesma seja de boa quali-dade, esteja disponível para o consumohumano e para diversas atividades.Entretanto, isto está se tornando cadavez mais difícil, em virtude da alta taxade poluição causada por atividades in-dustriais têxteis, couro, papéis, plásti-cos, agrícolas, domésticas etc. Estasatividades geram efluentes que contêmpoluentes inorgânicos e orgânicos,sendo os mais comuns os fenóis, as

Airoldi e Lima, na Unicamp

tinturas, os detergentes, os inseticidase os metais pesados, como o cobre.Estes poluentes são, em geral, tóxicose causam efeitos adversos em pessoase animais se presentes acima de deter-minados níveis de concentração. Den-tre os poluentes citados, os metais pesa-dos constituem uma das principais cau-sas da poluição ambiental e são diaria-mente descartados em efluentes dediversas indústrias.

Desta maneira, há um crescente in-teresse na utilização de polímeros deorigem natural, pois, além de apresen-tarem vantagens na sua composição,os mesmos são amplamente encon-trados na natureza. Entre eles pode-sedestacar os polímeros biodegradáveis,obtidos a partir de fontes naturais deorigem animal ou vegetal, tais comocolágeno, celulose, quitina, quitosana,amido, entre outros.

Entre os polissacarídeos mais utili-zados em estudos de remoção de me-tais pesados de efluentes industriais,destacam-se os polissacarídeos natu-rais: celulose, quitina e quitosana.

A quitina, quitosana e seus deriva-dos são extensivamente investigadoscomo sorventes para a remoção de íonsmetálicos de água e efluentes. A quito-sana possui um elevado potencial nasorção de metais pesados e este poten-cial pode ser atribuído à (1) elevadahidrofilicidade devido ao grande núme-ro de grupos hidroxila nas unidadesglicosídicas, (2) presença de grande nú-mero de grupos funcionais, (3) elevadareatividade química destes grupos, (4)flexibilidade estrutural do polímero e (5)facilidade de ser modificada quimi-camente, introduzindo novos gruposfuncionais na sua cadeia polimérica.

As modificações estruturais da qui-tina e da quitosana favorecem a utili-zação destes polissacarídeos em várioscampos da ciência. A lista de aplicaçõesda quitosana é ainda mais extensa quan-do são incluídos os vários derivadosdeste biopolímero, obtidos por meio dereações químicas através das quais sãoinseridos diferentes grupos funcionaisàs suas moléculas, conferindo dife-rentes propriedades e aplicações.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20107

A quitosana é um copolímero β(1-4)-2-amino-2-desoxi-D-glicose e β(1-4)-2-acetamida-2-desoxi-D-glicose,normalmente obtida pela desacetilaçãoalcalina da quitina, podendo ser comer-cializada em pó ou flocos. A quitina é opolissacarídeo mais abundante na natu-reza, depois da celulose, sendo o princi-pal componente de exoesqueletos decrustáceos, insetos e parede celular defungos. A quitosana atrai atenção parti-cular como eficaz biossorvente devidoao seu baixo custo comparado ao car-bono ativado e a seus elevados índicesde grupos funcionais amino e hidroxila,que mostram o seu elevado potencial nasorção de vários poluentes aquáticos.

A habilidade da quitosana em sermodificada quimicamente a torna aindamais atraente do ponto de vista daaplicação. A modificação química podeser justificada por pelo menos dois obje-tivos: (a) prevenir a dissolução do polí-mero quando o experimento é realizadoem soluções ácidas ou (b) para aumen-tar a seletividade ou a reatividade frentea uma aplicação específica.

Neste trabalho, o biopolímero qui-tosana foi submetido a uma série dereações com a finalidade de explorar areatividade do grupo amino livre da ca-deia polimérica, através de reações comcloretos orgânicos e compostos amina-dos. Foram utilizados nas modificaçõesquímicas o dicloreto de isoftaloíla e ocloreto cianúrico, com posterior reaçãocom etilenodiamina e dietilenotriamina.Os novos biopolímeros foram caracte-rizados por análise elementar, espec-troscopia de absorção na região do in-fravermelho, ressonância magnéticanuclear de carbono 13, difratometria deraios X, análises térmicas e micros-

ArtigoImagens - SXC

Exoesqueletos de crustáceos são fontes de quitina, de onde é extraída a quitosana

Antoninho Perri - Ascom/Unicamp

copia eletrônica de varredura. Essas su-perfícies foram aplicadas na remoçãode metais de soluções aquosas, sendoque a sorção dos cátions metálicos, emquitosana não modificada apresentou aordem: Cu2+ > Cd2+ > Ni2+ > Pb2+ >Co2+ > Zn2+, com os valores de Ns,capacidade máxima de sorção:2,09±0,05, 1,39±0,03, 1,33±0,02,1,05±0,02, 1,04±0,02 e 0,76±0,02mmol g-1, respectivamente. A mesmaordem foi seguida para as quitosanasquimicamente modificadas, sendo queestas, de um modo geral, apresentaramvalores de Ns superiores ao da quitosa-na não modificada.

Os materiais foram submetidos, tam-bém, a estudos calorimétricos com o ob-jetivo de determinar as grandezas termo-dinâmicas (ΔH, ΔG, K e ΔS) das intera-ções cátioncentro básico das molécu-las imobilizadas através da técnica detitulação calorimétrica. Os resultados ob-tidos a partir desta técnica mostraramque a sorção dos metais na quitosana eem seus derivados trata-se de um pro-cesso exotérmico com valores de ΔHvariando entre -1,95 a -61,89 kJ mol-1.

Em geral, os biopolímeros modifi-cados quimicamente apresentaramvalores entálpicos maiores que o da qui-tosana não modificada, corroborandocom os resultados obtidos nos estudosde sorção. A espontaneidade do pro-cesso de sorção foi comprovada atravésdos valores negativos de ΔG, em tornode -20 kJ mol-1. Os valores entrópicosnegativos sugerem o ordenamento dosistema a partir do processo de comple-xação do metal com os centros básicosdas cadeias pendentes dos polímeros.

Os resultados obtidos através dosestudos de sorção e calorimétricos

sugerem que as quitosanas modificadasquimicamente apresentam maior capa-cidade de sorção em solução aquosa,quando comparados com a não modifi-cada. Portanto, estes materiais podemser empregados com êxito na remoçãode cátions metálicos de efluentes indus-triais, atuando como agentes na dimi-nuição dos efeitos tóxicos causados pormetais pesados e também na renovaçãodo ecossistema.

Solução aquosa de nitrato de cobre em contatocom a quitosana. A coloração azulada demons-trada a adsorção de cobre no pó da quitosana

Elaine de Lima temLicenciatura e Mestrado emQuímica pela Unversidade

Federal de Sergipe eDoutorado pela Universidade

Estadual de Campinas.Bacharel em Química pelaUSP, Claudio Airoldi temDouturado pela Unicamp,onde atua como professor.

Contatos pelo [email protected].

As referências bibliográficasestão na versão on-line

desta edição.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20108

Artigo

Sistemas da Qualidade e oProfissional da Química

por Carlos Alberto Trevisan

A atualidade tecnológica das organizações tem caracterís-ticas de ponto crítico de tal forma que possam realizar suasatividades em concordância com os parâmetros especificados.

A função da tecnologia é servir de apoio para que asorganizações garantam produtos e/ou serviços de sua com-petência e especialidade, que atendam plenamente àsexpectativas dos consumidores.

Na atividade industrial química podemos considerar osprocessos e as operações como transformações de substân-cias em escala industrial. Estas transformações são comple-xas e ocorrem através de uma sequência de etapas queacontecem nos equipamentos em cujo interior ocorrem rea-ções, misturas, separações, absorção, adsorção, evaporação,condensação, resfriamento e muitas outras.

O processo da qualidade obriga a que a organização semantenha atualizada, pois as mudanças cada vez mais rápidase com características globais assim o exigem.

Por serem características da atividade química, estastransformações são, por disposição legal, atribuições doProfissional da Química, pois somente ele possui osconhecimentos para o desenvolvimento, execução e controledas mesmas.

Com o objetivo de integrarmos a Gestão da Qualidade ea atividade do Profissional da Química faremos um brevehistórico da evolução da qualidade através dos tempos eexplicaremos o porquê as atividades da qualidade devem serde responsabilidade do referido profissional.

A evolução da Qualidade ocorreu em três grandes fasesassim denominadas:

Devemos considerar que a qualidade depende das carac-terísticas do processo e da sua execução, ou seja, existe anecessidade da execução das melhores práticas. Um processoprecisa ser bem concebido e realizado com a melhor qua-lidade possível.

Este enfoque atual implica que a efetivação da sistema-tização do processo da qualidade, no que compete à suaimplantação e controle, requer, tendo em vista a especificidadeda atividade química, que as atividades do Sistema da Quali-dade sejam desenvolvidas, implantadas e controladas porProfissional da Química, pois é obvio que o desconhecimen-to das características dos processos e das operações nestesenvolvidos impedem a elaboração correta dos procedimen-tos, sua revisão e aprovação.

Como sabemos, é regra básica de qualquer implantaçãocorreta de Sistema da Qualidade que os procedimentos sejamdescritos por quem efetivamente realiza a atividade. No casodo setor químico, conforme estabelece a Lei 2.800/1956,em seu artigo 27, essa responsabilidade deve ficar a cargode um Profissional da Química.

O Sistema da Qualidade possui uma formalização quetem por base a elaboração e a emissão de documentação deacordo com a seguinte estrutura:

Do quadro acima podemos verificar que, ao evoluir, oprocesso de qualidade passou da correção para a prevenção,passando a atuar na produção e, por consequência, em suasdiversas etapas.

Como pode ser observado, quanto mais nos aproximamosda base da pirâmide maior é a quantidade de documentos aserem elaborados.

Como também observamos, o Manual da Qualidadepossibilita uma visão do Sistema da Qualidade como um todo,

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Informativo CRQ-IV Set-Out/20109

Artigo

mas são os procedimentos, as instruções de trabalho e osformulários que possibilitam a efetiva implantação, moni-toramento e as atividades de melhorias inerentes ao mesmo.

Os POPs (Procedimentos Operacionais Padrões) indicamo que cada setor faz, sendo que o detalhamento é esta-belecido pelas instruções de trabalho. As instruções de trabalhosão utilizadas na maioria dos processos e operações da áreada química para orientar os operadores na correta execuçãodas atividades.

A clareza e objetividade das instruções de trabalho devempossibilitar o completo entendimento da atividade, resultandona obtenção da qualidade pretendida.

Abordando rapidamente a parte referente à documen-tação, devemos considerar que a administração da mesmarelativa aos processos e operações da área da química

também exigem conhecimentos que são específicos dosprofissionais da química.

Concluindo, podemos considerar que as atividades deimplantação, monitoramento e melhoria inerentes ao Sistemada Qualidade, quando relacionadas às empresas da área daquímica, deverão ser realizadas por profissional da químicadevidamente habilitado.

Engenheiro Químico e conselheiro do CRQ-IV,o autor é especialista na aplicação de

ferramentas da qualidade principalmente naindústria de cosméticos. Contatos pelo

e-mail [email protected]

Morrem Ney Galvão e José Otávio Marianoda Silva, ex-colaboradores do Conselho

A comunidade Química fechou omês de agosto lamentando as mortes dedois profissionais que alcançaram grandesucesso em suas carreiras, além de te-rem se notabilizado por difundir a ciênciae fortalecer a profissão. Ambos tambémtiveram estreita ligação com o CRQ-IV.

No dia seis daquele mês, vítima deinfarto, morreu em São Paulo José

Otávio Mariano da Silva, aos 64 anos.Diretor geral da Aquaplan Tecnologia,empresa com atuação nas área detratamento, reúso e gerenciamento deáguas, Silva era um apaixonado pelaquímica e há mais de três anos tornou-se um frequente colaborador dos pro-gramas do Conselho voltados ao aper-feiçoamento dos profissionais. Em

2008 e 2009 ministrou minicursos emSão Paulo e em Ribeirão Preto. Muitoconcorridas, suas apresentações rece-beram excelentes avaliações. Para esteano, ele já havia se proposto a falarsobre reúso de água num minicursoprogramado para o dia 16 de outubro,em Ribeirão Preto.

No dia 26, aos 89 anos, morreu nacidade de Analândia, distante 223 quilô-metros de São Paulo, o Bacharel NeyGalvão da Silva. Graduado em 1945 pelaantiga Faculdade de Filosofia, Ciênciase Letras da Universidade de São Paulo,ele fez parte da primeira equipe deconselheiros do CRQ-IV, constituída emagosto de 1957.

Ney Galvão foi diretor da Laborte-rápica Bristol por 35 anos, tendo sidoum dos responsáveis por trazer para oBrasil o Tetrex, um dos primeiros anti-bióticos comercializados no país. Indica-do para o tratamento de infecções cau-sadas por micro-organismos, o medica-mento ainda está no mercado.

Depois de se aposentar na indústriafarmacêutica, mudou-se para Analândiae virou produtor de leite. Sempre ativo,foi eleito prefeito e governou a cidadeentre 1989 e 1992.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201010

Determinaçãode cocaína

por eletrodosmodificados

por Natalia Biziak de Figueiredo

Artigo

Anualmente, o UNODC, divisão daOrganização das Nações Unidas (ONU)que se dedica ao combate às drogasilícitas, divulga um relatório com dadossobre o mercado de entorpecentes aoredor do mundo. A publicação mostracomo ele está distribuído nos conti-nentes, além de fazer algumas críticasa este respeito.

O relatório divulgado em junho de2009 apontou que a produção de co-caína girava ao redor de 845 toneladas/ano, volume mais baixo nos últimos cin-co anos. Porém, o documento indicouque o Brasil se encontrava entre os qua-tro países que mais consumiam drogasno mundo, sendo o maior mercado con-sumidor de cocaína da América do Sul.A cocaína é uma das drogas mais fre-quentemente apreendidas pela Polícia.

Representações do teste de tiocianato de cobalto em cocaína (à esquerda), em açúcar (aocentro) e em procaína (à direita). Fonte: Y. Tsumura et al.. Forensic ScienceInternational, v. 155, p. 158–164,2005.

No Brasil e em grande parte domundo, as polícias científicas se utili-zam do teste do tiocianato de cobalto,um teste colorimétrico, também conhe-cido como um tipo de Spot Test, paraidentificar a droga. Para realizá-lo,adicionam-se gotas de ácido clorídricoem solução 1:5 à amostra de cocaína.O ácido, então, converte a base livre emcloridrato de cocaína, promovendo suasolubilidade. Posteriormente, adiciona-se uma solução de tiocianato de cobalto.

Resultados positivos são identifi-cados pela formação de um precipitadoazul turquesa, devido à formação de umcomplexo entre o cobalto e o alcaloidecocaína que pode ser descrito pelafórmula [Co(alcaloide)2](SCN)2.

O problema é que esse teste nãoapresenta resultados positivos somente

para a cocaína. Outras drogas comoatropina, heroína, salicilato de nicotinae a lidocaína, por exemplo, tambémrespondem positivamente ao tiocianatode cobalto. Isso revela falta de espe-cificidade desse teste preliminar, con-forme demonstrado na Imagem 1.

A necessidade de um método de aná-lise mais eficiente demandou o desen-volvimento de um novo método de de-terminação dessa substância que pro-porcionasse maior confiança, mas semperder a simplicidade e a rapidez deobtenção de resposta.

Com tais objetivos em mente, as quí-micas Érica Naomi Oiye e Natalia Bi-ziak de Figueiredo, da Faculdade deFilosofia, Ciências e Letras de RibeirãoPreto da USP (FFCLRP/USP), orienta-das pelo Prof. Dr. Marcelo Firmino deOliveira, elaboraram sensores (eletro-dos modificados) para a detecção dacocaína, utilizando-se de medidas vol-tamétricas.

Eletrodos metálicos (como o de pla-tina, Pt) e de pasta de carbono podemser modificados com diferentes subs-tâncias a fim de se obter maior especifi-cidade para um analito de interesse,como é, no presente caso, a cocaína.Esses eletrodos (designados como ele-trodos de trabalho) junto com mais dois

Imagem 1

iStockphoto

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201011

Professora do Colégio CarlosMagno, de Ribeirão Preto, a

autora é Licenciada emQuímica, com Mestrado em

Ciências - Área Química, pelaUSP da mesma cidade.

Contatos pelo [email protected]

Artigo

outros (um de referência e outro auxi-liar), compõem um sistema eletroquí-mico no qual uma faixa de potencialaplicado ao sistema faz com que a co-caína interaja com o modificador deeletrodo em um determinado potencial,gerando uma corrente elétrica. Este dis-positivo é integrado a um potenciostatoque lê em qual potencial e corrente ainteração entre a droga e o modificadorocorreu. Tais parâmetros são particula-res de cada composto, conferindo espe-cificidade à análise, reduzindo ou atémesmo anulando os falsos positivos.

Além disso, a determinação de co-caína por sensores eletroquímicos érápida, fácil de ser executada e de baixocusto, já que envolve menor consumode reagentes frente aos testes colorimé-tricos e aos testes secundários para aconfirmação do entorpecente apreendi-do, como a cromatografia líquida.

Os resultados da pesquisa de inicia-ção científica de Érica Naomi Oiye ede Mestrado de Natalia Biziak de Fi-gueiredo, embora não sejam definitivos,abrem caminho para o desenvolvimentode sensores específicos para cocaínae outras drogas, como é o objetivo cen-tral da linha de pesquisa do Prof. Dr.Marcelo Firmino de Oliveira, contri-buindo positivamente para a atividadede apreensão de drogas pela Polícia.

USP de Ribeirão Preto receberá encontronacional sobre Química Forense

Está programado para o período de8 a 11 de dezembro o 2º EncontroNacional de Química Forense (Enqfor).Organizado pelo Departamento deQuímica da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras da USP de RibeirãoPreto, o evento buscará principalmenteestimular uma maior integração entrepesquisadores das universidades e peri-tos criminais, dando ênfase nas análiseslaboratoriais.

Para tanto, as discussões serão pau-tadas por uma abordagem mais amplado papel da química na área forense,com foco na apresentação e discussãode temas relacionados aos foros crimi-nal (métodos químicos de identificaçãoe análise de vestígios em locais de cri-mes ou correlatos) e cível (perícias cí-veis, assessorias técnicas). O encontrotambém centrará atenção na área des-portiva (exames anti-doping), englo-

bando assim o amplosignificado e a abran-gência da químicaforense.

O Enqfor incluirá aapresentação de traba-lhos científicos, confe-rências e minicursos. Asconferências serão pro-feridas por especialistasbrasileiros e por re-presentantes de institui-ções criminalísticas dosEstados Unidos, Itália e Portugal.

Os minicursos tratarão de temas co-mo análise de fraudes em documentos,análise de fraudes em bebidas e com-bustíveis e doping químico e genético.Suzanne Bell, da West Virginia Univer-sity, ministrará um minicurso abordan-do as práticas internacionais em quí-mica forense.

INSCRIÇÕES - As taxas de inscriçãovariam de R$ 100,00 (estudantes) a R$320,00 (pesquisadores e profissionais).O interessado poderá participar apenasdos minicursos, cuja taxa é de R$ 60,00por evento.

Mais informações em http://sites.ffclrp.usp.br/enqfor ou pelo [email protected].

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201012

Justiça

Atividades enquadradas pelo Judiciáriocomo pertencentes à área química

por Catia Stellio Sashida

Muitas empresas têm levado discussões aos Tribunais a fim de se verem desobrigadas do registronos CRQs. Abaixo estão alguns casos julgados pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/

MS), que classifica como básicas da química as atividades desenvolvidas, obrigando as

empresas a se registrarem e a manterem Profissional da Química como Responsável Técnico paraacompanhar seus processos produtivos.

Tintas e vernizes - A 6ª Turma do TRF 3ª– acórdão 2006.03.99. 023147-1/SP – em02/10/2008 - julgou que empresa “que tempor objeto a fabricação, compra, venda,importação e exportação de produtosquímicos, em especial tintas e vernizes”não possui atividade-fim de engenharia,arquitetura ou agronomia, portanto, devemanter-se registrada no CRQ, já que pos-sui Responsável Técnico Engenheiro Quí-mico, não devendo filiar-se ao ConselhoRegional de Engenharia (Crea).

Água mineral - A 4ª Turma do TRF 3ª –acórdão 2002.61.06.005390-0/SP – em 28/01/2010 – julgou que empresa que possuiobjeto social consistente na “explora-ção, industrialização e comércio deáguas minerais” está obrigada a manterregistro no CRQ e profissional químicocomo Responsável Técnico, e não noConselho Regional de Farmácia, poisficou comprovado tecnicamente nos

autos que neste tipo de atividade há amanipulação de produtos químicos,aliada à condição da obtenção de pro-duto final por meio de operações unitáriasdirigidas a partir de matéria-prima deorigem mineral.

Beneficiamento de fios e tecidos - A mes-ma 4ª Turma também entendeu – acórdão2004.03.99.034403-7/SP – em 28/01/2010– que a empresa que tem inserido no seuobjeto social a atividade de “tecelagemem geral, especialmente tecidos dealgodão, fios artificiais e assemelha-dos, (...) tais como o beneficiamento defios e tecidos (...) e a industrialização ecomercialização de tecidos” deve terregistro no CRQ e Profissional da Químicacomo Responsável Técnico, uma vez queficou comprovado, por meio de períciajudicial, a existência de processos querequerem acompanhamento de profis-sional devidamente habilitado.

Fabricação de molas para veículos - A 3ªTurma do TRF 3ª – acórdão2000.61.19.022771-1/SP – em 17/12/2009 –julgou que empresa fabricante de molaspara linha automobilística, consistindosua produção em instalações e maqui-nários onde se desenvolvem operaçõesunitárias e conversões químicas, se definecomo atividade tipicamente química,devendo manter registro no CRQ e, porconsequência, Profissional da Químicacomo Responsável Técnico para acom-panhar seu processamento industrial.

Colchões e espumas - A 6ª Turma do TRF3ª – acórdão 1999.03.99.118218-7/SP – em29/10/2009 – julgou que empresa dedicadaà indústria e comércio de colchões,espuma e outros artefatos de espumadeve manter registro no CRQ, bem comoProfissional da Química como Res-ponsável Técnico pelo seu processoprodutivo.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201013

Justiça

Da importância do registro e da anotaçãoda RT no conselho profissional competente

Apesar de alguns não verem comafabilidade as atribuições exercidas pelosConselhos Profissionais, é importanteesclarecer que a sociedade colhe frutosdeste trabalho. No caso das atividadesquímicas presentes na economia, emdiversos segmentos de industrialização,o Profissional da Química tem papelimprescindível ao bem comum. Esteprofissional atua na produção, segurançado processo, na qualidade do produtofinal e no respeito à legislação ambiental.

Somente com a anotação da Respon-sabilidade Técnica e do registro dessas

empresas é possível a realização das atri-buições dos CRQs. Tais atividades sãosustentadas pelas taxas e anuidades re-colhidas pelas empresas e profissionais.

A empresa que se encontrar regularperante o CRQ dá à sociedade a segu-rança de que o produto por ela produ-zido está sendo acompanhado por umprofissional qualificado tecnicamente e“identificado” pelo seu Conselho, quedeverá, pela legislação ética de sua pro-fissão, seguir todas as regras emanadasdos órgãos sanitários, de inspeção e decontrole para a fabricação do produto

sobre o qual se “responsabiliza”, sobas penas da lei. Com isso, ficam pre-servados a integridade física das pes-soas, o consumidor e o meio ambiente.

Os julgados citados na página aolado estão disponíveis no site do CRQ-IV – Seção Jurisprudência.

A autora é gerentedo Departamento

Jurídico do CRQ-IV.Contatos pelo

e-mail [email protected]

Conselho amplia presença no interior paulistaSorocaba e Piracicaba são as novas cidades a contar

com escritórios do CRQ-IV. As inaugurações ocorreram,respectivamente, nos meses de agosto e setembro e buscamaproximar a entidade dos profissionais, empresas, estu-dantes e instituições de ensino do interior paulista.

A iniciativa beneficiará um público estimado em 4.100profissionais e cerca de 700 empresas daquelas regiões,facilitando o acesso aos serviços de registro e regularização- que até então somente poderiam ser feitos na sede, emSão Paulo, ou nos pontos de atendimento de outrascidades. Além disso, as inaugurações colocam as cidadesna rota de eventos técnicos, como cursos pro-movidos em

parceria com outras entidades e os minicursos gratuitos,estes promovidos pelo CRQ-IV.

Inaugurado no dia 16 de agosto, o escritório deSorocaba fica na Av. Antonio Carlos Comitre, 510 – Sala117, Parque Campolim, telefone (15) 3327-9003 e e-mail [email protected].

A unidade de Piracicaba entrou em funcionamentono dia 27 de setembro. Fica na Rua Treze de Maio, 797,sala 09, Centro, telefone (19) 3375-9835 e [email protected].

Nos dois locais, o atendimento ao público é feito desegunda a sexta-feira, das 9h30 às 15h.

CRQ-IV na internetSaiba antes sobre as

promoções, convênios,oportunidades de emprego/

estágio e informaçõessobre eventos promovidospelo Conselho acessando

www.crq4.org.br

ou nos seguindo no Twitter(www.twitter.com/crqiv).

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201014

A participação do Sinquisp no AIQO ano de 2011 foi proclamado pela

Organização das Nações Unidas(ONU) como o Ano Internacional daQuímica, sendo atribuído à Organi-zação das Nações Unidas para a Edu-cação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)e à União Internacional de Química Purae Aplicada (IUPAC) a coordenação dasatividades mundiais, que têm comoobjetivo a celebração das grandesdescobertas e dos últimos avançoscientíficos e tecnológicos da química.

No Brasil, a programação das ativi-dades para celebração do AIQ-2011está sendo coordenada pela SociedadeBrasileira de Química (SBQ) e contacom a colaboração, entre outros, doSinquisp.

Na avaliação de Wagner Contrera,Diretor de Divulgação e Cultura doSinquisp, o AIQ-2011 tem importânciaadicional para a profissão de Químico,ao propiciar maior integração entre asdiversas entidades representativas daQuímica Brasileira. “Temos a convic-ção de que esse movimento para colocara Química em evidência não se encer-rará no final do próximo ano. Os envol-vidos na organização do AIQ-2011 sãounânimes quanto à necessidade de

uma maior valorização da Química ede que este é apenas o início de umtrabalho contínuo”.

Nossa contribuição

Cumprindo a política de valorizaçãoda profissão de Químico e constanteapoio ao aprimoramento profissional,o Sinquisp se une às Comissões Téc-nicas do Conselho Regional de Quí-mica – 4ª Região para, no decorrer dopróximo ano, oferecer sua contribui-ção para o AIQ-2011 e organizar quatrograndes eventos relacionados à atua-ção dos profissionais da Química. Noprimeiro semestre serão realizadostrês seminários: Dia Mundial da Água,Dia Mundial do Meio Ambiente e Quí-mica é Qualidade. No segundo semes-tre será organizado um evento voltadoa docentes, dirigentes de escolas eestudantes que terá como tema a Edu-cação Profissional.

Para atingir essa meta e fortalecera oferta de cursos de aprimoramentoprofissional, a diretoria do Sinquisp, emsua reunião ordinária de setembro,decidiu encaminhar à assembleia geralda categoria, a ser realizada no final

do mês de outubro/2010, uma propostade ampliação da dotação orçamentáriapara organização de eventos voltadosaos profissionais da Química.

Facilitando ainscrição em

eventos técnicosDesde o início do mês de outu-

bro, as inscrições para os eventospromovidos pelo Sinquisp já po-dem ser feitas totalmente a partirda página do Sindicato na internet,onde o profissional poderá fazersua inscrição e promover o paga-mento eletronicamente.

Antes, o profissional precisavase deslocar a uma agência bancá-ria para fazer o depósito da quantiacorrespondente à taxa de inscrição,o que de certa forma representavaum desestímulo. “Esse sistema decobrança, em fase de implantação,será estendido, em breve, às taxasassociativas e à geração do DARFpara recolhimento da contribuiçãosindical”, informa Reynaldo Pini, Te-soureiro do Sinquisp.

Confira a programação decursos na página: www.sinquisp.org.br.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201015

Literatura

Destaques para o bioetanol e otransporte de produtos perigosos

O Informativo sorteará um exemplar do livro Bioetanol de cana-de-açúcar: P&D para produtividade e sustentabilidadee cinco do Manual de autoproteção – produtos perigosos – manuseio e transporte rodoviário PP10. O sorteio ocorreráno dia 08/11/2010, podendo dele participar profissionais e estudantes em situação regular no CRQ-IV. Interessados devemenviar e-mail para a [email protected] contendo nome completo, nº de registro e cidade onde reside. Se forestudante, escreva “Estudante” ao lado do nome. No campo assunto da mensagem escreva “Sorteio” e ao lado o nome dotítulo de interesse. Mande inscrições individuais se quiser concorrer aos dois sorteios. As obras já estão disponíveis paraconsulta na Biblioteca do Conselho (11 3061-6039.)

Bioetanol de cana-de-açúcar: P&Dpara produtividade e sustentabilidade

O livro é uma coletânea de textos escritos por especialistasem diversas áreas de atuação, inclusive químicos. Foielaborado a partir de workshops do Projeto de PolíticasPúblicas PPP Etanol da Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com o coorde-nador da obra, Engenheiro Luís Augusto Barbosa Cortez,os textos ajudarão jovens pesquisadoresa usarem a cana-de-açúcar na produçãode combustíveis líquidos, bioprodutose bioeletricidade. O livro custa R$180,00 e pode ser comprado pelo siteda Livraria Martins Fontes (www.martinsfontespaulista.com.br).

Manual de autoproteção – produtos perigosos– manuseio e transporte rodoviário PP10

Compilação das legislações referentes ao transporterodoviário de produtos perigosos, considerado pelo setor umimportante instrumento para consulta por embarcadores,transportadores, fiscalizadores, concessionárias e órgãospúblicos. Editado pela Indax Advertising Comunicação, saipor R$ 115,00 e pode ser adquirido pelo tel. 11 3872-5252.

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Informativo CRQ-IV Set-Out/201016

Programa gratuito recebeu em2010 mais de 800 inscrições

Minicuros

O Conselho encerrou no dia 16 deoutubro a edição 2010 dos MinicursosCRQ-IV. Patrocinado pela Caixa Eco-nômica Federal, o programa de treina-mentos gratuitos incluiu 23 apresenta-ções distribuídas nas cidades de Araça-tuba, Araraquara, Bauru, Campinas,Ribeirão Preto, São José dos Campos,São José do Rio Preto e São Paulo.Sem contar o do dia 16/10, ocorridoapós o fechamento desta edição, oseventos receberam 837 inscrições. Das24 ausências registradas, três não fo-ram justificadas, ensejando cobrançada taxa de R$ 230,00 dos faltosos.

Poucos treinamentos não tive-ram preenchidas as 40 vagas abertas.Apenas um evento, em Campinas,precisou ser cancelado devido aopequeno número de interessados.Uma possível razão para isso foi adata escolhida para ele (08/05), vés-pera do Dia das Mães.

Como vem ocorrendo desde a suacriação, em 2006 e quando ainda se cha-mava Encontros Técnicos Regionais, oprograma voltou a receber excelentesavaliações. Conforme poderá ser verifi-cado no site do Conselho, os aspectosenvolvendo a capacidade dos instrutores,

a organização e a infraestrura receberamnotas entre 4 e 5, conceito máximo.

Talvez uma das razões que expliquetal desempenho seja o fato de o Conse-lho procurar renovar o programa a cadaano. A grade de temas de 2010, porexemplo, foi montada com base emsugestões feitas por participantes deedições anteriores. Outra novidade foia inclusão de assuntos que, apesar denão estarem diretamente ligados à ati-vidade química, buscaram dar umavisão mais ampla sobre o funciona-mento de uma área de produção e atémesmo de uma empresa. Tais treina-mentos destinaram-se, principalmente,a profissionais que ocupam cargos es-tratégicos. Cabe ressaltar que cursoscom esse perfil são caros para boa partedas pessoas, mas devido à gratuidadedo programa até mesmo profissionaisdesempregados tiveram a oportunidadede participar e com isso enriquecerseus currículos.

Também para atender a pedidos,quase todos os treinamentos incluírama realização de dinâmicas. O propósitodessas atividades práticas foi permitirque os participantes testassem na horao quanto absorveram dos conteúdos

apresentados e, em muitos casos, apren-dessem com seus erros.

Uma das dinâmicas mais interes-santes ocorreu durante o minicurso“Introdução ao Lean Thinking” (foto).Baseado no método criado pela mon-tadora de veículos Toyota e que pregao máximo de eficiência com o mínimode desperdício, os participantes “mon-taram” uma fábrica de sucos na sededo Conselho. A ideia foi que enxergas-sem as falhas que podem ser evitadasdurante o processo produtivo, que naverdade começa por entender as neces-sidades do clientes e termina com a sa-tisfação deste ao receber o produto final.

Segundo informou o EngenheiroManlio de Augustinis, presidente doCRQ-IV e idealizador dos minicursos,a intenção da entidade é ampliar o pro-grama em 2011, quando será comemo-rado o Ano Internacional da Química.Para isso, disse, o Conselho iniciará embreve negociações visando a renovaçãodo patrocínio com a Caixa EconômicaFederal, parceira da entidade nestainiciativa desde 2006.

CRQ-IV

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