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www.aborlccf.org.br | [email protected] | Ano XVII - Especial Congresso - 07/09/2011 Dolci Destaca Paralisação no Primeiro Dia do JORNAL DO OTORRINO O VII Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia Pediátrica é um sucesso. As inscrições estão esgotadas. O 41º Congresso Brasileiro de Otor- rinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial começou ontem, em Curitiba (PR), na Expo Unimed. Na abertura da 15ª Reunião da Sociedade Brasileira de Otologia, o presidente da Associa- ção Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Dr. José Edu- ardo Lutaif Dolci, destacou a mobiliza- ção dos médicos de todo o Brasil pelo piso de R$ 80,00 para os honorários da categoria e pela implantação total da CBHPM. No Pré-Congresso, o presidente da So- ciedade Brasileira de Otologia, Dr. Sil- vio Caldas, elogiou a mescla de nomes consagrados com jovens talentos na 15ª reunião da área. A primeira palestra foi proferida pelo Dr. André Luiz Lopes Sampaio, do setor de Saúde Auditiva e Implante Coclear da UNB, sobre Cirur- gia da Atresia Aural Congênita. 41º Congresso O que dizer ao paciente que deseja fazer uma cirurgia plástica de nariz e chega ao consultório com uma capa de revista em mãos? Antônio S. Vieira (Portugal) afir- mou, ontem, durante palestra sobre Rino- plastia Via Externa, que o paciente deve sa- ber que um bom resultado estético é obtido quando o nariz passa despercebido e olhos e boca são destacados. Vieira acredita tam- bém que a via externa funcione desde que o cirurgião esteja bem preparado. “Técnicas e cuidados adequados tornam a cicatriz mí- nima que tende a desaparecer em seis me- ses.” Na sequência, durante a mesa redonda Controvérsias: Endonasal e Via Externa, dirigida por José Eduardo Lutaif Dolci, a plateia foi unânime ao defender a técnica via endonasal por ser mais rápida e muito menos traumática. em Discussão Rinoplasa O especialista americano em cirurgia pe- diátrica de cabeça e pescoço, Michel Cun- ningham, apresentou um painel sobre as alternativas cirúrgicas para a apneia obstru- tiva do sono em crianças. A doença, tam- bém chamada de “distúrbio do sono”, tem prevalência igual em meninas e meninos, mas atinge com mais frequência crianças obesas, com paralisia cerebral, síndrome de down e anemia calciforme. Ele explicou que, em um tratamento mais conservador, procura-se mudar a posição de dormir da criança, fazê-la perder peso e usar medi- camentos para desobstruir as vias aéreas. Cunningham aposta na polissonografia ou estudo do sono, a fim de identificar a causa e escolher o melhor tratamento. “É impor- tante também ir investigando as anomalias e alterando os tratamentos à medida que a criança cresça”, disse. Michael Cunningham é Destaque Dolci: Mobilização.

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Dolci DestacaParalisação no Primeiro

Dia do

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otorrino

o Vii Congresso Brasileiro de otorrinolaringologia Pediátrica é um sucesso. as inscrições estão esgotadas.

O 41º Congresso Brasileiro de Otor-rinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial começou ontem, em Curitiba (PR), na Expo Unimed. Na abertura da 15ª Reunião da Sociedade Brasileira de Otologia, o presidente da Associa-ção Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Dr. José Edu-ardo Lutaif Dolci, destacou a mobiliza-ção dos médicos de todo o Brasil pelo piso de R$ 80,00 para os honorários da categoria e pela implantação total da CBHPM.No Pré-Congresso, o presidente da So-ciedade Brasileira de Otologia, Dr. Sil-vio Caldas, elogiou a mescla de nomes

consagrados com jovens talentos na 15ª reunião da área. A primeira palestra foi proferida pelo Dr. André Luiz Lopes Sampaio, do setor de Saúde Auditiva e Implante Coclear da UNB, sobre Cirur-gia da Atresia Aural Congênita.

41º Congresso

O que dizer ao paciente que deseja fazer uma cirurgia plástica de nariz e chega ao consultório com uma capa de revista em mãos? Antônio S. Vieira (Portugal) afir-mou, ontem, durante palestra sobre Rino-plastia Via Externa, que o paciente deve sa-ber que um bom resultado estético é obtido quando o nariz passa despercebido e olhos e boca são destacados. Vieira acredita tam-bém que a via externa funcione desde que o cirurgião esteja bem preparado. “Técnicas e cuidados adequados tornam a cicatriz mí-nima que tende a desaparecer em seis me-ses.” Na sequência, durante a mesa redonda Controvérsias: Endonasal e Via Externa, dirigida por José Eduardo Lutaif Dolci, a plateia foi unânime ao defender a técnica via endonasal por ser mais rápida e muito menos traumática.

em DiscussãoRinoplastia

O especialista americano em cirurgia pe-diátrica de cabeça e pescoço, Michel Cun-ningham, apresentou um painel sobre as alternativas cirúrgicas para a apneia obstru-tiva do sono em crianças. A doença, tam-bém chamada de “distúrbio do sono”, tem prevalência igual em meninas e meninos, mas atinge com mais frequência crianças obesas, com paralisia cerebral, síndrome de down e anemia calciforme. Ele explicou que, em um tratamento mais conservador, procura-se mudar a posição de dormir da criança, fazê-la perder peso e usar medi-camentos para desobstruir as vias aéreas. Cunningham aposta na polissonografia ou estudo do sono, a fim de identificar a causa e escolher o melhor tratamento. “É impor-tante também ir investigando as anomalias e alterando os tratamentos à medida que a criança cresça”, disse.

Michael Cunningham

é Destaque

Dolci: Mobilização.

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e Congresso Começa Hoje

Jornal do

otorrinoFeira

é inauguradaNo segundo dia do Pré-Congresso, na Expo Unimed, em Curitiba, foi aberta feira com 63 expositores, em 1.800 m² de área. O presidente da ABORL-CCF, Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, acom-panhado do presidente do Congresso, Marcos Mocellin, agradeceu a presen-ça dos otorrinos, dos patrocinadores e parceiros. O diretor da Comissão de Eventos e Cursos da ABORL-CCF, Marco Ce-sar Jorge dos Santos, destacou que os estandes da feira foram montados em tempo recorde: 36 horas.Ele também salientou uma das inova-

Foi lançado ontem, no Congresso, o novo Tra-tado de ORL, vital para estudantes, residentes e médicos da especialidade. O diretor primeiro vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Marcelo Miguel Hueb, afirmou que a edição anterior, de 2002, fez grande sucesso, o que certamente ocorrerá com a nova edição aprimorada.“Norteia condutas médicas dos jovens especia-listas, porque tem foco científico”, salientou. Se-gundo Hueb, provavelmente seja um dos maio-res tratados do mundo de ORL de associação de especialistas. Elogiou o empenho dos Drs. Silvio Caldas, João Mello, Regina Martins e Sady da Costa.Ressaltou, ainda, ser muito importante que os jovens tenham como base uma associação de especialidades forte como a ABORL. Lem-brou que a otorrinolaringologia é muito rica em abrangência anatômica e de doenças, o que se reflete nos temas do Pré-Congresso. “Os dois dias que antecederam o Congresso foram tão bem-sucedidos, que, na verdade, o Congresso começou antes.”

lança novo tratadode orl

aBorlNos últimos 10 anos, os aparelhos auditivos incorporaram avanços tecnológicos e se tornaram quase invisíveis, como o microcanal. Porém, ainda é grande a resistência dos pacientes, que demoram em média sete anos para aceitar e admitir seu uso, disse o Dr. Marcelo Toledo Piza (SP), diretor – presidente da Comissão de Comunicação da ABORL-CCF. Ele falou sobre a importância de o otorrino retomar conhecimentos sobre a indicação de próteses auditivas. “Temos a responsabilidade de diagnosticar, indicar a melhor prótese, incentivar e apoiar pacientes e familiares.”

Palestra

ções do Congresso, que começa hoje, após dois dias de Pré-Congresso: resi-dentes e jovens otorrinos dispõem de tempo na grade científica, em horário nobre, para apresentar seus trabalhos. Os premiados voltarão a ser apresenta-dos sábado, em salas de aula magnas. “Assim expomos nossos novos talen-tos”, enfatizou.

indicação de próteses auditivas

Dolci, Mocellin e Santos na abertura da Feira.

Piza:resistência dos

pacientes.

Hueb:Tratado norteiacondutas.

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FortesEmoções:

Congresso começa com homenagens espe-ciais aos grandes nomes da ORL brasilei-ra, embalado ao som de música clássica da Camerata Antiqua. O presidente do evento Marcos Mocellin destacou que depois de 17 anos Curitiba volta a sediar outro Congres-so marcado pelo alto nível científico e o de-dicou a seu pai, o professor Jonas Mocellin (in memoriam). Ao abrir oficialmente o 41º Congresso, o

No final da tarde de ontem, a diretoria realizou uma Assembleia Geralpara aprovação de relatórios da diretoria e anúncio da eleição do segundo DiretorVice-Presidente, Fernando Ganança.

Fique Ligado

Charles Ford (EUA) salientou ontem que o uso de laser para corrigir lesões que envolvem a prega vocal contribui para a preservação do epitélio, evitando as alterações de voz, queixa comum dos pacientes após o procedimento cirúrgico.

No diagnóstico de SAOS em crianças, é preciso ficar atento a diversos sintomas, como ronco, distúrbios de aprendizagem, sonambulismo, hiperatividade, déficit de atenção, agressividade e obesidade, disse em outra palestra Edilson Zancanella (SP).

No painel sobre otite média crônica não colesteatomatosa, Álvaro Munõs (BA) acha que a técnica de Fish para timpanoplastia facilita a visualização das estruturas do ouvido médio e a colocação de enxertos. Já Vinícius Cotta Barbosa (MG) considera mais seguro fazer a cirurgia após 5 ou 6 anos de idade. Syriaco Atherino Kotzias (SC), por sua vez, falou sobre complicações graves decorrentes da doença, como labirintite, meningite e paralisia facial, os três no mesmo painel, coordenado pelo vice-presidente Marcelo Hueb (MG).

Música, Homenageme Festas

presidente da ABORL-CCF, José Eduar-do Lutaif Dolci, agradeceu aos “anfitriões desta vanguardista cidade” pelo empenho dos últimos meses para tornar possível um acontecimento dessa grandeza. Dolci fez um balanço das conquistas da ABORL-CCF em benefício de todos os associados. Entre elas, a luta contra os con-vênios de saúde pelo reajuste dos honorá-rios médicos, a adoção da tabela CBPHM, inauguração da nova sede, na capital paulis-ta, e o projeto R4 para tornar obrigatório o quarto ano de residência. Hoje, sexta-feira, além da continuidade das palestras, é dia, ou melhor noite, de festa com o grande acontecimento de encerra-mento no Clube Curitibano.

Representantes dos patrocinadores Reckitt Benckiser, GSK, MSD, Nycomed e Aché são homenageados pelo diretor de Eventos Marco Cesar dos Santos.(da esq. para dir.)

Dolci homenageia Marcos Mocellin.

Foto: Nereu Leme

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CuritibaJá Deixa Saudades

Ainda teremos muito trabalho pela frente, até o meio da tarde de hoje, com 49 paineis e três mesas-redondas. É hora de voltar para casa ou curtir uma última noite apreciando delícias gastronômicas da cidade. O 41º Congresso de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial de Curitiba já deixa saudades. Da atualização científica de alto nível, das experiências apresentadas pelos palestrantes internacionais e também pelos nossos es-pecialistas brasileiros; e, porque não dizer, das festas e dos contatos sociais. De rever amigos, bater-papo, trocar ideias.

Adeus Curitiba. Recife aí vou eu! “Vale mais perceber a voz do que acreditar na imagem ao fazer um diagnóstico”, disse Agrício Nubiato Crespo (SP) ontem em Conferência Magna, seguida de mesa redonda. Ele destacou que disfônicos, pessoas normais e cantores têm habilidades diferentes para percepção de sons. Por isso, nem toda disfonia é ouvida, mas sim percebida. “Em breve, além de aplicação de botox, teremos como ajudar nossos pacientes, utilizando marca-passos laríngeos”, ressaltou o segundo diretor vice-presidente da ABORL-CCF.

Crespo: grandes avanços pela frente.

Perto de 50% dos seis mil otorrinos de todo o Brasil aderiram à paralisação do atendimento aos usuários das operadoras de planos de saúde que se recusam a reajustar o valor das consultas ou a estabelecer negociações para melhoria da remuneração dos profissionais da saúde. O movimento para a categoria dos otorrinos foi do dia 8 até ontem, dia 9. Segundo Mara Gândara (SP), da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF, está programada uma paralisação nacional no dia 21/09.Mara Gândara: participação é fundamental.

Para quem participou, o Congresso teve alto nível científico. Foram mais de três mil congressistas durante os dois dias de Pré-Congresso e três de Congresso. O con-gressista Carlos Alberto Dias (MA), por exemplo, elogiou a organização e o nível científico dos trabalhos apresentados. Para o acadêmico Vinicius Bortoli (PR), que fez sua estreia em congressos de ORL, foi uma experiência muito importante: “Apresentei quatro pôsteres”. Mas, vamos para casa revigorados. Boa via-gem a todos!

Neurolaringologiaem Evolução

Foto: Marcelo Oliveira

ORLsUnidos e Mais Fortes