Jornal do Partido Comunista do Brasil no Paranáparticipou ativamente da coordenação da campa nha...
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Jornal do Partido Comunistado Brasil no Paraná
Novembro de 2019.
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Pleno PCdoBPR 20172019Edson Souza [presidente] (Cascavel), Elton Barz [vicepresidente] (Ponta Grossa), Renato Celso Moreira Filho [secretário de organização] (Curitiba), Jonivan Oliveira
[secretário de finanças] (Curitiba), José Ferreira Lopes [secretário de formação] (Curitiba), Claudinei Pereira [secretário de comunicação] (Maringá), Hugo Valadares [secretáriode juventude] (Ponta Grossa), Elza Campos [secretária de movimentos sociais] (Curitiba), Mônica Andressa Silveira [secretária de mulheres] (Cascavel), Zenir Teixeira
[secretário sindical] (Pinhais), Adriano Soares Matos (Cascavel), Alberto C. Rocha (Paranaguá), Profª Ana Lúcia (Maringá), Beatriz Alves dos Santos Silva (Foz do Iguaçu),Camila Lanes (Curitiba), Célio Rodrigues (Ponta Grossa), César Bueno (Curitiba), Dyego Lima (Curitiba), Mario Alberton (Maringá), Isabela Sens Fadel Gobbo (Ponta Grossa),
Izabela Marinho (Curitiba), Luiz Alberto Manfredini, (Curitiba), Marli Gonçalves (Toledo), Mario Ferrari (Curitiba), Marcelo Pinhatari (Londrina), Odair Rodrigues (Fazenda RioGrande), Pablo Braga Machado (Foz do Iguaçu), Tércio Nascimento (Ponta Grossa), Túlio Hoffmann (Palmas)
Edição Especial daConferência Estadual
Algumas das fotos por @leonardocosta.fotos
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Ratinho Júnior: a recriaçãoda modernidade conservadora
Vitorioso ainda no primeiro turno nas eleições gerais do ano passado, Ratinho Júnior foiuma das opções de continuidade conservadoraconstruída no Paraná. Secretário de Desenvolvimento Urbano, tendo seu consórcio partidário(PSD e PSC) como parte importante da bancadade sustentação do Governo Richa, Ratinho Júnior construiu, dentro do espectro social e políticodo conservadorismo no Paraná, sua viabilidadeeleitoral e sua vitória foi a remontagem em outrosparâmetros do grupo conservador da época dogoverno de Beto Richa.
Sua composição tem como sustentáculo oprotagonismo empresarial, expresso na pessoade seu vicegovernador Darci Pianna, presidenteda Federação do Comércio de Bens, Serviços eTurismo do Paraná (Fecomércio), junto com amobilização da radicalização dos neopentecostais, contando ainda com a herança do núcleoempresarial de apoiadores da natimorta candidatura Osmar Dias, com destaque para as cooperativas agroindustriais do Estado.
Todos estes setores foram ativos na defesado golpe de Estado de 2016 e na construção deuma agenda conservadora para o Brasil. Nas eleições de 2018, o núcleo do conservadorismo estadual perfilou com Bolsonaro. Ratinho Júniorparticipou ativamente da coordenação da campanha presidencial do PSL no Paraná. Tal participação, no entanto, parece estar mais ligada a umoportunismo eleitoral de momento, do que a convicções que o levem, eventualmente, a reproduzirno Estado, ipsis litteris, o ideário bolsonarista.
Planos de governos recém empossadoscompromissos programáticos ali expostos nemsempre conhecerão concretude no decorrer daação governamental. Daí serem vistos com certareserva até que sejam efetivamente implementados, total ou parcialmente. De todo modo, numinício de governo, se constituem parâmetro deanálise não desprezível. A despeito da origemconservadora e do arco de forças de centro e centrodireita que o sustentam, Ratinho Júnior, noPlano de Governo apresentado à Assembleia Legislativa, em 4 de fevereiro de 2019, apresentapostulados, intenções e metas que merecem registro.
Em seu plano, Ratinho Júnior é claro quanto à natureza do Estado que defende: nem mínimo, nem máximo, mas o necessário. Com basenesse pressuposto, anuncia um movimento detransformação e inovação no Paraná, de modo a“fazer do Paraná uma referência para o Brasil, oestado mais moderno do nosso país”, respeitadaa pluralidade de sua gente e o “diálogo franco,amplo e inteligente”, claro que o caminho para arealização deste processo não está apontadonem mesmo as medidas que fazem parte destespressupostos.
Ratinho Júnior anuncia compromisso com ademocracia: “A consolidação de um estado mais
igualitário, mais democrático, econômico e socialmente desenvolvido, perpassa pelo incondicionalrespeito à cidadania, aos direitos humanos e aosgrupos vulneráveis, principalmente à valorizaçãoda mulher e o enfrentamento a qualquer forma dediscriminação de raça ou gênero”, foi constituídouma Superintendência para cuidar do setor e levar a frente as negociações das crises.
Do Plano de Governo, importa consideraras questões mais essenciais para a definição deuma postura política em relação à atual administração do Estado. É o caso, por exemplo, do seureconhecimento da agricultura familiar (“O fortalecimento da agricultura familiar melhora a renda doagricultor, com estímulo ao cultivo de produtos dealto potencial de valor agregado e à estruturaçãode atividades não agrícolas”).
Segundo o texto o atual governo reconheceque as unidades estaduais se constituem “numexcepcional ativo de inteligência (...), “fundamental de apoio ao desenvolvimento regional do Paraná”. Entre as medidas propostas, está “aproveitar o potencial das universidades para odesenvolvimento da Educação à Distância e, assim, promover a expansão de vagas para levar aeducação superior a todas as regiões do Estado”.Mas, ao mesmo tempo que traz este enunciado,ameaça a Autonomia Universitária com a Instituição da Lei Geral das Universidades.
No capítulo do Plano de Governo dedicadoà desestatização, a nova administração públicaparanaense “reconhece a importância das empresas estatais eficientes”. Quanto à Copel, não háindício de que pretenda privatizála. Ao contrário,garante manter “o Estado do Paraná como maiore principal acionista”. Também a Sanepar não étratada como empresa privatizável, mas apontapara a privatização de partes da empresa como aCopel Telecom.
O plano em ação do governo Ratinho
Na ação, como já se afirmou acima, planospodem ser modificados e, não raro, distorcidos.Os primeiros 100 dias do governo já indicam, aomenos inicialmente, sua coerência – ou não –com o plano original. Talvez os casos mais emblemáticos dessa alteração digam respeito à CopelTelecom e à Compagas.
No capítulo “Desestatização” do Plano deGoverno, não há referência ao que agora seanuncia, ou seja, a privatização (seja por qual modelo for) das duas empresas. A iniciativa é amplamente contestada, sob a alegação de essasempresas integram o patrimônio público e devemestar a serviço do desenvolvimento da populaçãoe não do lucro privado.
O Plano de Governo referese recorrentemente à parcerias entre a sociedade civil organizada e o Governo do Estado, como “coprodutora
dos serviços públicos” e “na execução de grandesprojetos essenciais para o desenvolvimento doParaná”. São frequentes indicações como “modelos de gestão colaborativa entre o governo e a sociedade”, “o Estado deixa de ser o executor paraser aquele que fiscaliza e regula”, “transferir atribuições administrativas por meio da celebraçãode contratos de gestão”, e daí por diante. Suspeitase, não sem razões, que tais enunciados mascaram uma inclinação privatista da atualadministração a ser melhor verificada no andardos acontecimentos e trazem preocupação noque se refere às ações de Privatização já anunciadas.
A reforma administrativa anunciada por Ratinho Júnior também sofre contestações. Ela reduziu de 28 para 15 o número de secretarias eelimina 339 cargos comissionados e de funçõesgratificadas, pretendendo poupar o Estado em R$10 milhões. Em entrevista à Gazeta do Povo, em11 de abril, sobre os primeiros 100 dias de governo, o governador, segundo o jornal, “não conseguiu detalhar onde serão economizados os R$ 10milhões. Ele admitiu que é apenas uma projeção”.
Um dos pontos controversos quanto à reforma administrativa está na pretendida fusão entre o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), depesquisa agronômica, com a Emater, de assistência técnica. Não poucos afirmam que a iniciativarepresenta um alto risco de retrocesso na pesquisa científica e tecnológica no Estado.
A redução de 30% nos recursos das universidades estaduais, entre outros danos, ameaçagravemente, entre outras coisas, o Laboratório deEnsino e Pesquisa em Análises Clínicas, da Universidade Estadual de Maringá e boa parte dosserviços prestados a comunidade através dasUniversidades Estaduais.
Também a decisão governamental de nãopromover reajuste no vencimento dos servidorespúblicos este ano (transferindoo para 2020, nabase de 3,5%) recebe críticas, sobretudo porque,ainda em abril último, Ratinho Júnior garantiu aoministro Paulo Guedes que as contas do Estadoestão equilibradas: “O Paraná é um dos estadoscom melhor saúde financeira do país”, declarouem encontro com o ministro.
Diante do quadro acima exposto, o PCdoBparanaense não deve vacilar em combater energicamente todas as iniciativas do Governo do Estado que afetem ou venham afetar os interessesdo povo, para tanto articulando ou participando dearticulações e ações de resistência. Apesar dessa postura de firmeza e discernimento em defesados interesses populares, o PCdoB deve examinar com maior profundidade a constituição, osprojetos e a ação concreta do governo RatinhoJúnior, de modo a bem fundamentar conclusõesde ordem tática.
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O que fazer: um partido do tamanhodas tradições e das glórias do PCdoB
O centro da tática Estadual, neste momento, é a luta contra a privatização da Copel e daCompagas e outras estatais importantes que porventura venham a ocupar a agenda do Governodo Estado. Destacase, também, a mobilização,debate e resistência à Lei Geral das Universidades LGU. No que tange aos movimentos sociaise Direitos humanos, devemos estar atentos àsnegociações e ao andamentos das ações relativas aos Assentamentos do MST e ao processodas tensões sobre as terras indígenas, assim como estarmos vigilantes às ações truculentas daPolicia Militar em ocupações urbanas e sobre osmovimentos culturais no Estado. Em torno desseeixo tático, o Partido deverá estar atento a outrasmedidas que o Governo Ratinho Júnior possa tomar em desfavor dos interesses do povo paranaense. O Partido deverá ter sabedoria paraarticular adequadamente as bandeiras federais eestaduais e, em cada um desses setores, aquelas que dizem respeito aos eixos centrais da tática.
No Plano da Politica o centro da Tática é asobrevivência do partido no meio institucional,que passa pela construção, desde já, da nossachapa de deputados e deputadas Federais de2022. Todo nosso movimento eleitoral em 2020tem que ter como pano de fundo o processo de2022. A estrutura e a estruturação financeira e organizativas nossas prioridades eleitorais estarãocentradas em três níveis:
1. Cidades com eleição em dois turnos (Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e possivelmente São José dos Pinhais)2. Cidades com mais de 100 mil habitantes,notadamente as cidades da Região Metropolitana de Curitiba.3. Cidades onde teremos chapas para o Legislativo Municipal competitivas e/ou chapasmajoritárias com possibilidade de vitória.
Será cuidando, preparando e acompanhando estas cidades – algo em torno de 38 municípios que se dará o início de nossa chapapara a Câmara Federal. Esta centralidade nãopode ser somente um movimento das direçõesMunicipais e da Estadual. Precisamos cada vezmais envolver toda a militância e nossas frentesde massas. A União da Juventude Socialista(UJS) tem papel central nesta tática como o exemplo já ocorrido nas eleições Gerais de 2018.Dar protagonismo às lideranças Jovens nas direções municipais, Fórum Regionais e no processoeleitoral de 2020 será importante para o fortalecimento da nossa Frente de Juventude. Para issotemos que aprimorar a ação da nossa SecretariaEstadual de Juventude e fazer uma conexão dela com a ação nos principais municípios do estado, principalmente àqueles que são o centro de
Universidades Públicas e Institutos Federais deEducação.
Precisamos apostar com todas energiaspossíveis no empoderamento das mulheres napolítica. Um dos primeiros grandes desafios serádar sequência à Conferência Nacional sobre aEmancipação das Mulheres aqui no Paraná. Asmaiores cidades do Estado precisam fazer açõespreparatórias para a Conferência Nacional sobrea Emancipação das Mulheres e este processoserá acompanhado diretamente pela presidência,vicepresidência e secretária Estadual de Mulheres do PCdoB, em conjunto com as direções Municipais destas cidades. Logo após a realizaçãoda Conferência a direção estadual, junto com asdireções dos principais municípios, precisam criar mecanismos de formação, acompanhamento ede fortalecimento de lideranças femininas no Estado, juntamente com um programa de políticaspúblicas voltadas para as mulheres, para constarem como pontos importantes nos Programas demandato de todos nossos candidatos e nossascandidatas e do nosso programa de governo.Ainda neste ponto se encontra o fortalecimentoda União Brasileira de Mulheres (UBM), com o intuito de construir representações da entidade nosprincipais Municípios do estado.
Na Frente Sindical precisamos neste período debater junto com a Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) ofortalecimento da central nesta conjuntura desfavorável aos sindicatos e ao sindicalismo. Precisamos, através da Secretaria Sindical do partido, dapreparação de uma radiografia dos filiados e filiadas militantes da área sindical para preparar oCongresso da CTB e preparar nossas candidaturas para 2020 já apontando para as eleições de2022.
A União Nacional LGBT (UNALGBT) precisa ser reforçada e ter sua atuação intensificadano interior do Estado. A meta é construir um Encontro da Diversidade e a eleição de 2020 atémarço no Estado do Paraná. Quanto à União de
Negros Pela Igualdade (UNEGRO) precisamosfazer a reorganização completa da entidade noParaná. Caberá à Secretaria Estadual dos Movimentos Sociais definir ações para o reinicio dasatividades desta importante Frente de Massas noParaná. Precisamos ter um número grande decamaradas Negras e Negros na disputa do processo eleitoral de 2020 e 2022.
Na esfera da estruturação partidária o partido tem que promover uma revolução de suasações tanto na sua organização burocrática, daestruturação financeira e da vida institucional dopartido. A meta é colocar o partido estadual e dascidades prioritárias dentro das normas legais tendo, assim, funcionamento pleno. Talvez este processo continuo seja um dos grandes desafiosdesta e das próximas direções. Precisamos lutarcom todas as forças contra o menosprezo dasquestões burocráticas e legais do partido.
A constituição do núcleo básico da EscolaEstadual de Formação é nossa principal metapara a área de formação. Nos próximos dois anosprecisamos universalizar para nossas principaislideranças o curso de nível dois no Estado e fazercom que ao menos quinze novos camaradas façam o curso nacional de nível três.
Dentro do processo da autonomia financeira do partido precisamos passar invariavelmentepela contribuição militante. Cada cidade prioritária ter que constituir um plano de ação e execução para o fortalecimento financeiro do Partido noEstado, acompanhada pela Secretaria Estadualde Finanças. Outra grande prioridade é regularizar toda as prestações de contas do Partido Estadual e de nossos Diretórios Municipais dascidades prioritárias.
Por um Balanço Necessário
O biênio que agora termina foi marcado porum desafio intenso para o PCdoB do Paraná. Enfrentamos o crescimento do conservadorismo daextrema direita no Estado (Centro da Lava Jato),
Conferência municipal do PCdoB de Curitiba
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o desafio de enfrentar as novas regras políticas epartidárias determinadas pelo Congresso Nacional e, ao mesmo tempo, tivemos que tentar construir um núcleo dirigente para dar conta destemomento. O processo de eleição de 2018 mostrou nossas amplitudes mas acentuou com muitomais força nossas deficiências organizacionais,financeiras e de estruturação partidária.
Conseguimos pela primeira vez escolherum projeto político unitário e conseguir, com todas dificuldades do período, executálo. Não conseguimos eleger nosso deputado estadual, maso partido conseguiu toda estruturação financeirapara a campanha prioritária. Conseguimos fazercerca de cinco mil votos fora de Foz do Iguaçu,mas a não eleição (ficamos na primeira suplência) determinou muitas derrotas organizativas econtribuiu com a saída do viceprefeito de Foz doIguaçu, Nilton Bobato, das nossas fileiras.
A mudança da regra eleitoral, com a neces
sidade de chapa própria para as câmaras municipais, vem acarretando na saída de muitaslideranças de nosso partido agravando o já debilitado quadro político do partido no Estado.
Esta direção que se encerra serviu de transição entre um momento de extrema disputa para a consolidação de uma unidade de ação queinfelizmente não foi acompanhada de uma maiorestruturação de nossa direção que, agora no novo período, tem que ter como prioridade básica aconstrução de uma direção coletiva e que consiga dar conta da política e da organização do partido. Precisamos, como bem disse nossoVicePresidente Nacional Valter Sorrentino, construir um PCdoB do Paraná que seja o PCdoB,principalmente no que tange seu processo organizativo.
A novidade boa do período foi o processode incorporação dos camaradas e das camaradas do PPL, que ajudam a vitalizar o partido em
inúmeras cidades, contribuíram com a estruturação de saídas para nossa política em muitas cidades e agora vão desempenhar importantepapel na Direção Estadual e em muitas das cidades prioritárias. Ressaltamos, sem demérito dasoutras cidades, a contribuição para a constituiçãoda nossa chapa de vereadores em Curitiba e naconstrução do nosso processo de conferência.Isso por si só mostrou como foi acertada a posição das duas direções nacionais em realizar este processo de encontro entre estes dois troncoscomunista do Brasil. A unidade vai trazer a novidade para os horizontes vermelhos do Paraná esua gente.
Direção Estadual doPCdoB no Paraná
Lula, citando Che Guevara, reafirmou: "Ospoderosos podem matar 1, 2, 100 rosas. Mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera".Aliás, fazendo valer a Constituição, o STF possibilitou a libertação do expresidente da injusta prisão em meio à primavera brasileira. E a frase porele mencionada ficou marcada nas mentes e corações dos que lutam por liberdade e democracia, especialmente daqueles que sustentarambravamente, debaixo de sol e calor, sob chuva eo frio de Curitiba, todos os 580 dias, naquela esquina encravada no bairro Santa Cândida.
O PCdoB no Paraná, através da Secretariade Movimentos Sociais, esteve presente na Vigília por Lula desde o primeiro dia da prisão, 7 deabril de 2018. Nas saudações de “Boa Tarde” e“Boa Noite, presidente Lula!”, o Partido esteve emnumerosas delas, coordenando a atividade, expressando grande emoção e muita consideraçãopara com todos os militantes dessa luta, que ficará gravada na trajetória de um semnúmero deativistas, principalmente os de Curitiba, mas também os vindos de outras regiões do Paraná e detodos os estados brasileiros. Gente de tantosrostos e muitas histórias, que trazia e levavaabraços fortes de solidariedade. Alguns militantescomunistas também puxaram os debates chamados “Rodas de Conversa”, sobre os mais variados temas, nas tardes de sábado.
Dizíamos: “Lula não está só!”. Com ele hámilhões de brasileiros e brasileiras que esperame, a seu modo, lutam pela liberdade do expresidente. Em cada novo dia vivenciado, nos 580 dias, 13.920 horas, 835.200 minutos, 50.112.000segundos de resistência, ousadia, solidariedade,compartilhamento, dedicação, o movimento daVigília se propagou para o mundo todo denunciando a perseguição de um dos maiores líderesda história contemporânea.
Naquele triste 7 de abril, quando Lula foiposto na cela da PF, milhares de militantes ento
aram canções de luta, como a inesquecível canção de Vandré, “Para não dizer que não falei dasflores”, perante a covardia da polícia militar doParaná, que agrediu os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Cerca de 20 ativistas sofreram lesões. Nos primeirosmeses, quando foi montado um acampamento simultâneo à Vigília, provocadores desfecharam tiros contra esse precário alojamento, em tentativaintimidatória. Sem sucesso: a Vigília reforçou suas convicções, sua lealdade à Lula e se manteveainda mais unida e forte até o último dia da prisão.
A duas quadras da Vigília, foi também instalada a “Casa Marielle Franco”, onde se desenvolveram atividades artísticas, culturais efestivas, para manter indelével a memória dacombativa vereadora carioca, barbaramente assassinada por milicianos. Ainda persistem incertezas sobre o real mandante do crime. Háindícios e denúncias de possível envolvimento dopróprio presidente e seus filhos nesse caso, encobertos por um véu de impunidade e tergiversações.
Importantíssimos apoios nacionais e internacionais foram dados a Lula, assinalando a injustiça de sua prisão, a começar da própriaComissão de Direitos Humanos da ONU. AsMães da Plaza de Mayo condecoraramno com olenço branco, a mais alta homenagem do movimento argentino. Pela Vigília passaram AdolfoEsquivel (Prêmio Nobel da Paz), o expresidente argentino Duhalde e o atual recémeleito Alberto Fernández, JeanLuc Mélenchon (liderança domovimento de esquerda “França Insubmissa”),Kailash Satyarthi, Noam Chomsky (linguista norteamericano), o juiz Baltasar Garzón (que prendeu o ditador Pinochet), Chico Buarque, o atornorteamericano Danny Glover (embaixador daONU para Direitos Humanos e Assuntos Raciais,com quem tivemos a oportunidade de visitar o as
sentamento do Contestado do MST na LapaPR),o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB),a presidente nacional do PCdoB e vicegovernadora de Pernambuco Luciana Santos.
Muitas outras personalidades do Brasil edo mundo estiveram na Vigília, mal cabendoneste espaço enumerar todas, mas demonstrando que a Campanha Lula Livre não só representa um movimento pela liberdade mundial comotambém uma defesa da democracia, da soberania nacional e de direitos sociais subtraídos noatual quadro de acirramento da luta de classes.
A vivência do PCdoB na Vigília Lula Livrepermitiu alcançar a compreensão de que as batalhas pela liberdade do expresidente inseremsena luta maior em defesa da democracia e daConstituição Brasileira, e que a prisão manipulada por setores inescrupulosos do Judiciário e doMP foi mais um capítulo do golpe que destituiu apresidenta Dilma, entronizou o oportunista neoliberal Temer e abriu caminho à eleição de Bolsonaro.
A Vigília por Lula foi um espaço politico deaprendizagem, de humanidade, de encontros, deunidade na diversidade, para o acúmulo de forçaspara o enfrentamento do governo fascista, machista, racista e misógino de Bolsonaro. E issotem que desembocar na constituição de umaFrente Ampla que possa afastar a barbárie bolsonarista e recomponha um verdadeiro projeto deBrasil soberano, democrático e justo.
Viva Lula Livre!
“Se o presente é de luta, o futuro nospertence”. (Che Guevara)
O PCdoB/PR e a Vigília Lula Livre
Elza Maria CamposSecretária de Movimentos Sociais
PCdoB no Paraná