Jornal dos Bancários - ed. 447

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ANO XXI Nº 447 01 A 15 DE MARÇO DE 2013 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR LEIA TAMBÉM HSBC rebaixa PPR e frustra bancários Página 3 Caixa desmente boatos sobre reestruturação Página 6 MPT entra com ação contra demissões no Santander Página 3 Projeto do Sindicato resgata história de Pernambuco Página 8 @bancariospe /bancariospe /bancariospe MARÇO É DAS MULHERES BANCO DO BRASIL Bancários iniciam campanha contra novo Plano de Funções Os bancários entraram com força na briga contra o novo Plano de Funções do Banco do Brasil. Na primeira ativi- dade nacional, oito agências tiveram a abertura retardada em Pernambuco. E os bancá- rios mostraram que estão dis- postos a lutar por seus direi- tos. As mudanças prejudicam os trabalhadores e atentam contra a jornada. Uma agenda de atividades já está traçada para o mês de março, com ações junto ao governo fede- ral e parlamentares e novas mobilizações em todo o país. Páginas 4 e 5 Março é mês de discutir igualdade de oportunida- des, de exigir relações compartilhadas, brigar contra a violência que atinge as mulheres, combater as de- sigualdades no ambiente de trabalho. Mas é também mês de festejar o orgulho de ser mulher, trabalhado- ra, guerreira. E, para isso, o Sindicato reservou uma noite especial: com poesia, arte e cultura. Página 8 LUMEN FOTOS

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ANO XXI • Nº 447 • 01 A 15 DE MARÇO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

LEIA TAMBÉMHSBC rebaixa PPR efrustra bancáriosPágina 3

Caixa desmente boatossobre reestruturaçãoPágina 6

MPT entra com ação contra demissões no SantanderPágina 3

Projeto do Sindicato resgata história de PernambucoPágina 8

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MArço É dAs MuLhErEs

BANCo do BrAsIL

Bancários iniciam campanha contra novo Plano de Funções

Os bancários entraram com força na briga contra o novo Plano de Funções do Banco do Brasil. Na primeira ativi-dade nacional, oito agências tiveram a abertura retardada em Pernambuco. E os bancá-rios mostraram que estão dis-postos a lutar por seus direi-tos. As mudanças prejudicam os trabalhadores e atentam contra a jornada. Uma agenda de atividades já está traçada para o mês de março, com ações junto ao governo fede-ral e parlamentares e novas mobilizações em todo o país. Páginas 4 e 5

Março é mês de discutir igualdade de oportunida-des, de exigir relações compartilhadas, brigar contra a violência que atinge as mulheres, combater as de-sigualdades no ambiente de trabalho. Mas é também mês de festejar o orgulho de ser mulher, trabalhado-ra, guerreira. E, para isso, o Sindicato reservou uma noite especial: com poesia, arte e cultura.

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A cada novo censo do IBGE, um número maior de mulheres ingressa no mercado de tra-balho e cada vez mais famílias passam a ser che-fiadas por elas. Infelizmente, isso não significa que a desigualdade vem diminuindo. Apenas muda de perfil. Embora 43,9% delas estejam empregadas e 19,2% tenham concluído a faculdade - índice supe-rior ao dos homens, elas continuam recebendo, em média, 72,3% do salário masculino. E ocupam os postos mais vulneráveis: são mulheres, por exem-plo, 92,7% dos trabalha-dores domésticos.

Neste cenário, são elas as principais beneficiadas pelas políticas públicas de inclusão social. Elas ganham, por exemplo, com as políticas de incen-tivo à agricultura familiar; ganham com a nova legislação a reger o serviço doméstico; ganham com os programas de combate à fome ou com a valorização do salário mínimo.

A Marcha à Brasília, no próximo dia 06, tem portanto um significado especial para as mulhe-res. Ao exigir “desenvolvimento, Cidadania e Va-lorização do Trabalho” e colocar em pauta a agen-

da dos trabalhadores, a marcha fala em nome de todos, mas sobretudo dos que estão nos degraus mais baixos da escadaria. Mulheres, por exemplo.

Se são elas as maiores beneficiadas com as políticas públicas, são também as mais prejudi-cadas quando se trata de flexibilização de direitos, demissão, rotatividade. Nos bancos, por exemplo, a remuneração média dos trabalhadores admitidos é 38,65% menor que a dos desligados. E as mulheres admitidas recebem 23,4% a menos que os homens.

Ao relatar mais um ca-pítulo na luta contra as demissões no Santander, ou ao denunciar a perda

de direitos com o Plano de Funções do Banco do Brasil, esta edição do Jornal dos Bancários fala especialmente às mulheres, que são 42,97% dos empregados de bancos públicos e 53% da mão-de-obra nos bancos privados. No dia 13 de março, o Sindicato preparou uma noite de poe-sia e cultura para as bancárias. E, todos os dias, está de portas abertas para recebê-las nas lutas por mais empregos, mais igualdade e melhores condições de trabalho.

EdITorIAL Tema livre

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosJustiniano JuniorBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorWellington Trindade

Secretaria da MulherSandra Trajano

FormaçãoJoão Rufino

Ramo FinanceiroFlávio Coelho

IntersindicalRenato Tenório

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

Ao exigir “desenvolvimento,

Cidadania e Valorização do Trabalho” e colocar em pauta a agenda dos trabalhadores, a marcha fala em nome de todos, mas sobretudo dos que estão nos degraus mais

baixos da escadaria. Mulheres, por exemplo.

LIBÓrIo MELoHumor

Mulheres: entre conquistas e percalçosInsegurança bancárIaA falta de investimentos dos bancos

em equipamentos de segurança causou mais um assalto no final de fevereiro. O ataque ao Bradesco de Rio Formoso teve troca de tiros, mortes, e muita tensão. Que se diga: o número de bancários víti-mas de doenças psíquicas decorrentes de assaltos tem aumentado a cada ano.

Fator prevIdencIárIoNa Marcha à Brasília, do dia 06, os

aposentados voltam a exigir o fim do Fa-tor previdenciário. Há mais de dez anos, ele prejudica milhões de trabalhadores que se aposentam com a redução de até 40% nos benefícios. A ordem é ampliar a pressão para que a Câmara dos Depu-tados vote ainda no primeiro semestre o projeto que põe fim ao instrumento.

trabalho InFantIlRelatório da OIT no Brasil mostra

que, entre 2004 e 2009, o número de crianças e adolescentes com idade entre cinco e 17 anos que trabalhavam diminuiu 1,05 milhão. Apesar disso, os números continuam altos: passaram de 5,3 milhões para 4,2 milhões. O relató-rio mostra, ainda, que crianças e jovens tem duas vezes mais chances de sofrer acidentes de trabalho.

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sANTANdEr

hsBC BNdEs

BANCos

Ministério Público do Trabalho pede nulidade das demissões

Banco altera regras e reduz a PPR; bancários protestam

PLR aprovada

Financiamentos

O Ministério Público do Trabalho entrou com Ação Civil Pública contra

o Santander requerendo a nulidade de todas as demissões ocorridas em dezembro último e reintegra-ção dos demitidos. Depois de qua-tro audiências e exame minucioso dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados), o MPT reconheceu que o banco praticou demissões em massa. “Em Pernambuco, por exemplo, houve 24 demissões sem justa causa de janeiro à novembro de 2012. Em dezembro, este nú-mero praticamente triplicou”, afir-ma a diretora do Sindicato, Teresa

Souza, representante da Fetraf/NE – Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste.

O ajuizamento da ação ocorreu depois que a Contraf/CUT – Con-federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro entrou com re-presentação junto ao Ministério Público, no início de dezembro. Desde então, foram quatro audi-ências de mediação, duas delas abertas à participação dos sindica-tos e federações de todo país, que tiveram acesso à lista de demitidos e dados do Caged de 2011 e 2012.

O estudo das informações mos-trou que, enquanto a média de de-missões sem justa causa era de 182

entre janeiro e novembro, o banco despediu 1.153 pessoas em dezem-bro – um crescimento de 533,5%. O Ministério Público do Trabalho também requereu tutela antecipada

para que o Santander seja conde-nado a abster-se de realizar demis-sões coletivas ou em massa sem que haja prévia negociação com as entidades sindicais.

Avanços e retrocessos marca-ram a última negociação entre representantes dos bancários e do HSBC, no dia 19. A PLR – Parti-cipação nos Lucros e Resultados, que é negociada com os trabalha-dores e está na Convenção Cole-tiva, não sofrerá desconto: será paga integralmente em sua regra básica, e o adicional ficará em uma média de R$ 610. Também não sofrerá desconto da PPR – programa próprio de remuneração. Mas a PPR, cujas regras são vali-dadas por uma comissão interna, teve regras alteradas em prejuízo dos empregados.

A diminuição será tão grande que, mesmo sem o desconto na Participação nos Lucros, a soma da remuneração variável resulta-rá em uma diminuição de 10% a 15%. “Para se ter uma ideia, um caixa deve receber uma média de

R$ 4.740 de PLR, somadas as duas parcelas. E, de PPR, apenas R$ 125”, critica o diretor do Sindicato, Alan Patrício, que também é secre-tário de Assuntos Jurídicos da Con-traf/CUT – Confederação dos Tra-balhadores do Ramo Financeiro.

PLANo dE sAÚdEOs representantes dos bancários

foram enfáticos, também, nas críti-cas às alterações no Plano de Saúde. O HSBC ficou de levar as críticas

para o Conselho de Administração e uma nova reunião foi marcada para a primeira quinzena de março para tratar sobre o assunto.

A exemplo da PPR, as mudanças no Plano de Saúde também não fo-ram negociadas com o movimento sindical. Esta ausência de diálogo na tomada de decisões foi o prin-cipal alvo dos protestos realizados no Dia Nacional de Lutas, 27 de fevereiro. Em Pernambuco, houve ato na agência Conde da Boa Vista.

Os trabalhadores do BNDES em Pernambuco aprovaram por unanimi-dade a proposta de acordo para Parti-cipação nos Lucros e Resultados 2012 /2013. A assembleia foi realizada na sede do banco em Pernambuco. A pro-posta prevê o pagamento de 3,3 salários em 2013, valor que será majorado a 3,6 salários em 2014. Após a assinatura do acordo, os valores serão creditados em um prazo de dez dias.

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo quer que os bancos privados finan-ciem os projetos de infraestrutura. Ela citou exemplos de financiamen-tos por debêntures e a partir da libe-ração dos depósitos compulsórios, como alternativa ao crédito ofere-cido pelo Banco Nacional do De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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A luta contra o novo Plano de Funções do Banco do Brasil começou forte. Em Per-nambuco, oito agências tiveram a abertura

retardada e debates foram realizados nos locais de trabalho no Dia Nacional de Luta, 20 de fevereiro. O calendário de mobilizações para os próximos me-ses também já está traçado: inclui articulação junto ao governo federal e um novo ato nacional, previsto para 20 de março (confira a agenda abaixo).

No primeiro ato unificado, protestos e parali-sações foram realizados em todo o país. Em Per-nambuco, as agências Cidade Universitária, Recife, Barão de Souza Leão, Guararapes, Getúlio Vargas, Derby, Sete de Setembro e São José do Egito só abriram por volta das 11 horas. Enquanto as unida-des permaneciam fechadas, uma parte dos diretores do Sindicato debatia com os bancários e outra parte conversava com os clientes.

No interior do estado, a agência de São José do Egito trouxe à tona, também, outros problemas. “Lá o protesto foi contra o Plano de Funções, mas também contra a falta de condições de trabalho. A agência está em reforma, o ambiente é insalubre e clientes idosos ou deficientes não tem como ser atendidos, já que o único acesso é por uma escada-ria”, relata o diretor do Sindicato, Gilvan Santana.

Na agência Recife, o destaque foi o apoio dos clientes, que se manifestaram em favor dos traba-lhadores. Em cada uma das unidades, os bancários mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos. Ressaltaram, inclusive, a importância de fazer este debate em todas as unidades do banco. “O pessoal também elogiou bastante a forma de-mocrática com a qual construímos o ato. Fizemos questão de deixar à cargo deles a decisão de retar-dar a abertura e participar da reunião. E o retorno foi muito positivo”, afirma o diretor do Sindicato, João Marcelo.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os bancários mostraram força e disposição neste primeiro passo da caminhada. Implantado unilate-ralmente pela empresa, o plano cria uma nova no-menclatura para alguns cargos comissionados, que passa a chamar de Cargo de Confiança; e garante a “opção” pela jornada de seis horas, mas com preju-ízos de mais de 15% na remuneração. “Trata-se de mais uma manobra para driblar a Justiça, estender a jornada e retirar direitos dos trabalhadores. Se-remos enfáticos na luta pela jornada de seis horas para todos, sem redução de salários, e por um Plano de Funções decente, negociado com os trabalhado-res”, afirma a presidenta.

BANCo do BrAsIL

EsQuENTA A LuTA CoNTrA o NoVo PLANo dE FuNçÕEs

5 de março - reunião do Comando, com apresentação da marca de campanha; panfle-tagem junto a parlamentares e ministros em Brasília.

6 de março - ato no Ministério da Fazenda, em conjunto com a Marcha das Centrais por Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho; busca de interlocução com o ministro Guido Mantega para tratar das questões do BB.

20 de março - novo Dia Nacional de Luta.

Março e abril - campanha nacional em todas as bases sindicais

Maio - Congressos dos bancos públicos (leia mais na página 07)

CoNFIrA A AgENdA dE LuTA CoNTrA o PLANo

Agência sete de setembro

Agência derby

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BANCo do BrAsIL

EsQuENTA A LuTA CoNTrA o NoVo PLANo dE FuNçÕEs

conversa FIadaO banco bem que tentou enrolar os

trabalhadores e convencê-los de que o novo Plano não traria perdas. Mas bastou receber o contracheque para que os bancários confirmassem que os prejuízos não são poucos. Quem decidir “optar” pela jornada de seis horas, tem perdas de mais de 15% na remuneração.

drIble na leIO BB também atenta contra a jor-

nada. Para driblar a Justiça, que vem reconhecendo que a comissão remunera responsabilidade e não jornada extra, passou a classificar alguns cargos como “Função de Confiança”, embora sem a liberdade de gerir que é devida a quem tem função de confiança.

pIso ou tetoCom as mudanças implantadas pelo

banco - gratificação de função equiva-lente a 10% do Valor de Refrência -VR (6 horas) e 30% do VR (8 horas) - o objetivo é que o VR seja teto remune-ratório de função e não piso, prejudi-cando todos os direitos conquistados durante a vida funcional. .

súmula do tstA composição dos salários dos

comissionados, antes da mudança, era formada por gratificações de função muito maiores. O banco vai de encon-tro, inclusive, à Súmula 372 do TST, que garante incorporação e/ou não redução de valor da gratificação de função após 10 anos de exercício

lucros no céuNo balanço publicado em fevereiro,

mostrou lucro líquido nominal recorde de R$ 12,2 bilhões em 2012. E a soma da receita com prestação de serviços, que cresceu 15,5%, cobre 127,68% das despesas de pessoal. Estas aumentaram apenas 10,7%, apesar das 99 novas agências.

Agência recife

Agência guararapes

Agência getúlio Vargas

Notas

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expansão do crédItoOs bancos públicos despejaram

crédito na economia brasileira em 2012. No Banco do Brasil, a expan-são ficou perto de 25% e a Caixa Econômica Federal teve avanço ainda mais expressivo: 45%. Em termos de lucro, os dois públicos tiveram alta, apesar da queda dos juros cobrados dos clientes. No BB, a expansão foi de 0,7%, para R$ 12,2 bilhões. Na Caixa, de 17,1%, para R$ 6,1 bilhões.

públIco x prIvadoNo sistema financeiro em geral,

a expansão no crédito foi de 16%, segundo o Banco Central (BC). Mas a participação dos bancos privados é mínima. No Itaú, líder do segmento, os empréstimos subiram apenas 6%. No Bradesco, 8,3%, e no Santander, 7,6%. Nos últimos 12 meses, as ações do BB na Bovespa acumulam desvalorização de 3,3%. No mesmo período, os papéis do Itaú perderam 4% e os do Santander, 19,3%

CAIXA

BNB

Banco desmente boatossobre reestruturação

Lucro aumenta mais de 60% ebancários cobram melhorias

Não há qualquer reestrutu-ração prevista. É o que ga-rantiram os representantes

da Caixa Econômica em negocia-ção no dia 21. O assunto veio à tona depois que o banco contratou uma consultoria para realizar um estudo na estrutura da instituição. “A úl-tima reestruturação realizada pelo banco foi muito traumática. Vários setores foram extintos, com redu-ção de funcionários e de comissões. A preocupação dos trabalhadores é bastante compreensível”, afirma a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniela Almeida.

Uma boa notícia da negociação diz respeito à antecipação da PLR – Participação nos Lucros e Resul-tados. O movimento sindical co-

brou e o banco aceitou: a segunda parcela do benefício foi antecipada para 1º de março. E vem bem re-cheada, já que o balanço anual de 2012 mostra lucro liquido recorde de R$ 6,1 bilhões.

Os bancários também denun-ciaram ao banco a situação das agências recém inauguradas. As agências de Pernambuco foram, inclusive, utilizadas como exemplo da carência de funcionários e falta de estrutura para trabalho e aten-dimento. O banco informou que a lotação autorizada de pessoal nas novas unidade é de nove empre-gados em média e garantiu que os problemas seriam resolvidos.

A elaboração de uma política de descomissionamento e discussão

dos critérios para avaliação por mérito também foram pauta da reunião. Os representantes dos tra-balhadores apresentaram sugestões pra instituição de critérios e pro-cedimentos a serem adotados nos

casos de retirada de função. Quanto à avaliação por mérito, instituída na empresa desde 2008, a empresa concordou com a retomada das dis-cussões, que começa já nos dias 11 e 15 de março.

O BNB - Banco do Nordeste encerrou o ano passado com lucro líquido de R$ 508,5 milhões, um crescimento de 61,5% em relação a 2011, quando o ganho foi de R$ 314,8 milhões. Para o diretor do Sindicato, Fernando Batata, em-pregado do BNB, os resultados aju-dam a resgatar a imagem do banco, que tinha sido arranhada com as

denúncias que resultaram na mu-dança da administração. “Também significam que há margem de lucro bastante para se investir nos fun-cionários, na melhoria das condi-ções de trabalho e no papel social dos bancos”, diz Batata.

Os bancários cobram a valoriza-ção dos trabalhadores, por meio do atendimento à reivindicações que

se arrastam há anos, como a revi-são do Plano de Cargos e Remune-ração e Plano de Funções. Também cobram a resolução dos problemas de infraestrutura das agências; con-vocação dos aprovados no último concurso; respeito à carga horária; quitação de todos os passivos tra-balhistas e uma PLR – Participação nos Lucros e Resultados melhor.

Outra reivindicação importante diz respeito aos investimentos em segurança. “Com este lucro, dá para cumprir integralmente a legislação, implantando todos os equipamen-tos previstos na lei de segurança bancária do Recife”, diz Batata. E completa: “Cobramos, ainda, que o banco amplie os investimentos em projetos sociais, cumprindo o papel que lhe é devido”.

Notas

Condições das agências recém inauguradas foram pauta da negociação

Fernando Batata: “é hora de investir na valorização dos funcionários”

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aposentadosDepois de breve pausa no mês de feverei-

ro, o café dos Aposentados volta a acontecer em março. No mês passado, por conta do carnaval e da agenda apertada de atividades, o evento não aconteceu. Mas, no próximo dia 22, os aposentados voltam a se encontrar.

InterIorAs visitas aos bancários do interior não

param. Depois de percorrer 111 municípios em janeiro e várias outros municípios da Zona da Mata e Agreste no início de feverei-ro, a direção da entidade visitou, na terceira semana do mês, outras 14 cidades do Sertão pernambucano.

reabIlItaçãoO Sindicato participou, no dia 20 de feve-

reiro, do Seminário Nacional sobre Reabili-tação Profissional. Os debates contaram com a participação de Maria Maeno, pesquisa-dora da Fundacentro, e de Mara Alice Conti Takahashi, socióloga e ergonomista. Em xeque, a política de reabilitação profissional do país.

Notas

MArChA À BrAsÍLIA

ruMo À CAMPANhA

Trabalhadores marcham em defesa de direitos e empregos

Conferência Nacional dosBancários será de 19 a 21 de julho

No dia 06 de março, cen-trais sindicais e movi-mentos sociais estarão

juntos em Brasília, na Marcha por Desenvolvimento, Cidadania e Va-lorização do Trabalho. “É um mo-mento de pressionar o governo fe-deral e o Congresso Nacional pela retomada dos investimentos públi-cos e em defesa da produção, dos direitos, dos salários e empregos de qualidade. Para isso, a regula-mentação do sistema financeiro é uma das prioridades. Precisamos exigir dos bancos contrapartidas sociais e combater a especulação e os abusos”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

No início de fevereiro, a presi-denta Dilma, em audiência com a CUT – Central Única dos Tra-balhadores, se mostrou favorável

à realização de uma conferência nacional do sistema financeiro. Na marcha do dia 06, ela volta a re-ceber os trabalhadores para iniciar a discussão da pauta unificada da classe, que inclui a luta pela redu-ção da jornada para 40 horas sema-nais, o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, ne-gociação coletiva no setor público, reforma agrária, 10% do orçamen-to da União para a saúde e combate à demissão imotivada.

Este último ponto atinge espe-cialmente os bancários, que vivem sob a sombra da rotatividade e de-missões em massa. Neste sentido, a Contraf/CUT – Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro vem buscando desde dezembro pas-sado, após as demissões no Santan-der, uma audiência com o ministro

da Fazenda Guido Mantega. O pe-dido foi reforçado na reunião com a presidenta Dilma em fevereiro e a expectativa é de que, desta vez, o canal de interlocução seja aberto.

Além do problema das demis-sões, a intenção é pedir, também, a intervenção do ministro no que se refere às mudanças no Plano de Funções do Banco do Brasil.

Os primeiros passos para construção da Campanha Na-cional 2013 já começam a ser dados. Em reunião no dia 22 de fevereiro, o Comando Nacional dos Bancários, formado por re-presentantes dos trabalhadores em todo o país, definiu o ca-lendário de encontros prepara-tórios. A Conferência Nacional será realizada em São Paulo, de 19 a 21 de julho. Já os congres-sos dos funcionários da Caixa e do Banco do Brasil ocorrem an-tes, a exemplo do que já aconte-cia em anos anteriores: 17 a 19 de maio, também em São Paulo.

Para a presidenta do Sindica-to, Jaqueline Mello, a reunião do Comando foi bastante pro-

veitosa. “Discutimos, inclusi-ve, estratégias de organização que serão amadurecidas nas conferências e encontros”, diz. A Conferência Nacional é o ápice desta etapa preparatória para a Campanha. É lá que é

definida, entre outras coisas, a pauta de reivindicações da categoria. Antes disso, em con-ferências estaduais e regionais, os trabalhadores definem as contribuições que serão leva-das ao plano nacional.

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dicas de alongamento

Os II JOgOs dO sIndIcatO estãO chegandO!

#05 Deitado,mantenha um dos pés apoiado no chão e, com ajuda das mãos, estenda a outra perna coma ponta do péflexionada

#06Coloque as mãos sobrea cabeça epressione-a para baixo

No próximo 06 de março, a Data Magna do Estado de Pernambuco não passará em branco. Palestra e debate no Sindicato dos Bancários dão início ao projeto que pretende trazer à tona os fatos da história do estado que foram “esquecidos” pelos livros didáticos. A ideia partiu de um grupo de escritores e pesquisadores, e foi abraçada pela diretoria do Sindicato: a cada mês, uma história diferente. Na abertura, o escritor Paulo Santos

fala sobre a Revolução de 1817.Paulo Santos de Oliveira é autor

do premiado romance histórico A Noiva da Revolução (Comu-nigraf, 2008), já em sua quarta edição no Brasil, e também publi-cado em Portugal e em Cuba. O li-vro retrata, de forma romanceada, a revolução de 1817 que, segundo o historiador Oliveira Lima, é “a única que merece o nome de revo-lução, no Brasil”. O debate será às 19 horas, no Sindicato..

Noite cultural para as mulheres

Uma noite cultural vai marcar a programação do Sindicato em home-

nagem à mulher. No dia 13 de março, todas e todos os bancários estão convidados para um encon-

tro regado à poesias, maracatus e artesanato. A poeta Suzana Mo-raes, que também é bancária da Caixa, participa de uma roda de conversas e poemas. Autora de mais de 50 cordéis, Suzana tam-

bém é declamadora. E a mulher é personagem principal de boa parte de seus escritos.

A programação continua com apresentação do grupo de mara-catu Conxitas, formado unica-

mente por mulheres e mostra de artesanato do grupo “Fuxiqueiras do Coque”, que também soprarão poesias no ouvido de quem estiver disposto a escutar. A partir das 19 horas, no Sindicato.

A história de Pernambuco revisitada