JORNAL DOS ENGENHEIROS

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O Jornal do Engenheiro é uma publicação da AEAASJRP, editada desde 1967 – Agosto de 2011 Atenção profissional registrado no CREA-SP! Ao preencher a ART, indique no campo 31 (Entidade de Classe) o número 054. Assim, você ajuda a gerar recursos para a Sociedade dos Engenheiros realizar cursos e palestras. CREA orienta sobre como usar o Livro de Ordem Documento é obrigatório. Pág 3 Opinião: Câmara atua sem sintonia com a comunidade O desgaste é inevitável. Pág 2 Polêmica na “maravilha” regional A construção de duas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no Talhadão e na foz do rio Preto abre uma polêmica na região. A dúvida é se o custo benecio da geração de energia compensaria eventual dano ambiental à Cachoeira do Talhadão, e à fauna e flora regionais. O lugar foi eleito em votação popular como uma das sete maravi- lhas da Região Noroeste de São Paulo. Os ambientalistas listaram 27 diferentes impactos ambientais e a ameaça à reprodução dos peixes, como o dourado. A Encalso diz que o impacto ambiental será abrandado e defende os empreendimentos. A Sociedade dos Engenheiros prega um estudo técnico aprofundado antes de qualquer decisão. Movimen- to suprapardário e ecumênico fará manifesto dia 1º de outubro ao lado da Cachoeira. Páginas 4 a 6 Raul Silva, 1417 - CEP: 15090-260 - São José do Rio Preto/SP

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O Jornal do Engenheiro é uma publicação da AEAASJRP, editada desde 1967 – Agosto de 2011

Atenção profissional registrado no CREA-SP!Ao preencher a ART, indique no campo 31 (Entidade de Classe) o número 054.

Assim, você ajuda a gerar recursos para a Sociedade dos Engenheiros realizar cursos e palestras.

CREA orientasobre como usar

o Livro de Ordem

Documento é obrigatório. Pág 3

Opinião: Câmaraatua sem sintonia

com a comunidade

O desgaste é inevitável. Pág 2

Polêmica na “maravilha” regional A construção de duas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no Talhadão e na foz do rio Preto abre uma polêmica na região. A dúvida é se o custo benefício da geração de energia compensaria eventual dano ambiental à Cachoeira do Talhadão, e à fauna e flora regionais.

O lugar foi eleito em votação popular como uma das sete maravi-lhas da Região Noroeste de São Paulo. Os ambientalistas listaram 27 diferentes impactos ambientais e a ameaça à reprodução dos peixes, como o dourado. A Encalso diz que o impacto

ambiental será abrandado e defende os empreendimentos. A Sociedade dos Engenheiros prega um estudo técnico aprofundado antes de qualquer decisão. Movimen-to suprapartidário e ecumênico fará manifesto dia 1º de outubro ao lado da Cachoeira. Páginas 4 a 6

Raul Silva, 1417 - CEP: 15090-260 - São José do Rio Preto/SP

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Editorial

A Câmara e a Sociedade O poder Legislativo passa por um processo de des-

gaste em São José do Rio Preto nos últimos meses, por pura falta de sintonia com a sociedade.

Parte dos vereadores, infelizmente, parece andar na contramão em relação ao que pensam as lideranças comuni-tárias, o que é ruim para eles próprios e para o conjunto dos rio-pretenses.

Não se trata de impor uma opinião a um grupo de pessoas escolhidas democraticamente pelo voto livre e direto da população. O que há de errado, no enten-der da Sociedade dos Engenheiros, é a falta de sintonia entre os vereadores da atual legislatura e a comunidade que representam. Como poder democrático e mais aberto à população, a Câmara não pode voltar as costas a ela. Temas delicados e recorrentes, como a regularização de puxadinhos, au-mento indiscriminado do perímetro urbano e alterações de zoneamento, que prejudicam as populações estabelecidas em determinadas áreas da cidade, são incompatíveis com o que os moradores esperam de seus eleitos. Agora, mais recentemente, vimos iniciativas da Câmara que elevam despesas públicas em tempos que exigem austeridade absoluta. Esta Sociedade, representando as categorias dos engenheiros, arquitetos e agrônomos, sempre colocou-se à disposição da Câmara para o bom debate, a discussão apolítica e técnica dos temas, mas não vê resultados práticos no diálogo. Continuamos insistindo, com um único interesse: a defesa da qualidade de vida dos rio-pretenses. JOSÉ PAULO SAES, PRESIDENTE

EXPEDIENTE

Diretoria – Biênio 2011/12

Presidente - José Paulo Saes:[email protected]º Vice-Presidente: Luiz Fernando Verroni2º Vice-Presidente: Avilson Ferreira de Almeida1º Secretário: Ronaldo Sérgio da Silva2º Secretário: Marcelo Silva Araújo Menezes1º Tesoureiro: Daniel Alves Ribeiro2º Tesoureiro: Cleiner Reame JuniorDiretor de Esportes: Marco Antônio MiceliDiretor de Sede: Artur GonçalvesDiretor Social: Luis Alberto de Souza CardozoDiretor Cultural: Ângelo Rubens Migliore JuniorDiretor colaborador: Engº Agr. Gilmar Luiz MartinsRepresentante da Sociedade no CREA-SP: José Paulo Saes.Gerente: Marcos Navarro [email protected]ária: Evandra Aparecida Lourenç[email protected] Administrativa: Naraína FernandaFerreira da CostaJornalista Responsável: MtB 11.290Tiragem: 5.550 exemplaresImpressão: Gráfica São Luiz Impressos – (17) 3353.3379

O Jornal do Engenheiro é uma publicação daAssociação dos Engenheiros, Arquitetos eAgrônomos de São José do Rio Preto. Rua Dr.Raul Silva, 1417 - CEP: 15090-260 - São José doRio Preto/SP - Fones: (17)-3227.7000 / 3305.7001

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Resolução de número 1024 do CONFEA, de 21 de agosto de 2009, dispõe sobre a obrigatoriedade do Livro de Ordem nas obras e serviços de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geografia, Geologia e demais profissões vinculadas ao Sistema. O Crea está disponibilizando informações aos profissionais para a adoção do documento. O Livro de Ordem é a memória escrita de todas as atividades dos responsáveis técnicos numa obra ou serviço, e o recolhimento da ART não dispensa a existência do Livro. No Livro de Ordem deverá haver o registro, a cargo do responsá-vel técnico e dos profissionais intervenientes na obra ou serviço, de todas as ocorrências relevantes ao empreendimento. Veja o que anotar, segundo a orientação do Crea.

Como usar o Livro de Ordem

• dados do empreendimento, do pro-prietário, responsáveis técnicos da ati-vidade e ART; • datas de início e de previsão da con-clusão da obra ou serviço; • datas de início e de conclusão de cada etapa programada; • posição física do empreendimento no dia de cada visita técnica;• orientação de execução, mediante a determinação de providências rele-vantes para o cumprimento dos proje-tos e especificações;• nomes de empreiteiras ou subem-preiteiras, nomes de outros profis-sionais responsáveis por projetos e ou responsabilidades técnicas espe-cíficas, caracterizando as atividades e seus encargos, com as datas de início e conclusão e números das ARTs res-pectivas;• acidentes e danos materiais ou am-bientais ocorridos durante os traba-lhos;

• os períodos de interrupção dos tra-balhos e seus motivos; • nas obras de Agronomia devem constar no Livro de Ordem as anota-ções referentes às receitas prescritas para cada tipo de cultura, bem como as orientações para aplicação dos pro-dutos receitados; • a visita da fiscalização, consignando, se houver, toda e qualquer ocorrência em desacordo com o projeto e/ou ser-viços aprovados;• implementação das ordens de ser-viços relativas às normas e procedi-mentos de segurança do trabalho do empreendimento ou empresa, entre outros fatos e observações.• os relatos de visitas serão datados e assinados pelo responsável técnico pela obra ou serviço. • o destinatário da orientação de exe-cução transmitida pelo responsável técnico deverá apor sua assinatura ao Livro de Ordem, dando assim ciência.

• a data de encerramento do Livro de Ordem será a mesma de solicitação da baixa da ART por conclusão do empre-endimento, por distrato ou por outro motivo cabível;• o uso do Livro de Ordem se dará em obrigação do responsável técnico pelo empreendimento ou empresa, que o manterá, permanentemente, no local da obra, serviço ou atividade, durante o tempo de duração dos trabalhos.• é facultado aos autores dos proje-tos, ao contratante ou proprietário da obra ou serviço efetuar anotações no Livro, datando-as e assinando-as.

IMPORTANTE O Livro de Ordem encaderna-do, intitulado e com suas folhas de-vidamente numeradas, será disponi-bilizado pelo CREA em sua sede, em suas inspetorias ou em convênio com as entidades de classe, ao responsável técnico pela obra.

Anotações obrigatórias

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Hidrelétrica abre polêmica em torno do Talhadão Para os ambientalistas ligados à Associação de Defesa dos Rios Tur-vo e Preto (Amertp) não há dúvida: a construção de uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) em Palestina (SP) acabará com uma das sete maravilhas da região Noroeste de São Paulo, a Cachoeira do Talhadão, situada no rio Turvo, no Distrito de Duplo Céu. A empresa Encalso S/A, inte-ressada no financiamento para cons-truir essa usina e uma outra na Foz do Rio Preto contra-ataca: o empre-endimento é viável financeiramente e eventuais impactos ambientais estão contemplados no relatório de impac-

to ambiental (EIA/Rima), apresenta-do à Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo como parte do processo de licenciamento da PCH. Pela primeira vez a empresa responde detalhada-mente a um órgão de imprensa sobre os questionamentos referentes à obra (veja resposta da Encalso na pag. 6). Em meio à polêmica, a região Noroeste mobiliza-se. Todos os depu-tados estaduais e federais eleitos pela região posicionaram-se contrários ao empreendimento. Mesma posição to-maram as igrejas católica e evangélica. O movimento ecumênico e suprapar-tidário promete fazer muito barulho

Para ambientalistas, PCH provocará 27 diferentes impactos ambientais e inundará mata nativa Para a advogada Gisele Paschoe-to, presidente da Associação de Amigos em Defesa do Turvo, não há dúvida: o custo ambiental será muito mais elevado que qualquer ganho que possa advir das geração de energia nas pequenas hidrelé-tricas regionais. “O impacto ambiental seria de-sastroso. Há um relatório com 27 itens de perdas da fauna e da flora regionais, e até a reprodução dos Dourados estaria com-prometida, pois o berçário dos peixes do rio Grande é o Talhadão, segundo estudos da Unesp de Rio Preto. Além disso, só o

fato de ser uma das maravilhas regionais já justificaria a preservação do Talhadão”, afirma Gisele. Ela diz que entrou no mo-vimento em defesa da cachoeira depois que o filho viu uma reportagem sobre o assunto e a questionou: - Mãe, você não vai fazer nada? Gisele decidiu fazer, junto com a diretoria da entidade, formada por pro-fessores, médicos, engenheiros, aposen-tados, religiosos, enfim, um estrato da co-munidade regional. A luta, para ela, será difícil e longa. “Se necessário, vamos à Justiça. Não podemos ficar de braços cru-

zados vendo esse desastre ambiental. O Turvo é o único rio entre entre Água Ver-melha e a Cachoeira do Marimbondo que permite a piracema, os demais pontos já foram represados na região”. A construção das PCHs conta com a velada simpatia dos prefeitos dos mu-nicípios vizinhos ao Talhadão e à Foz do Rio Preto. Consultada, a Prefeitura de Pa-lestina, por exemplo, passou a resposta a um técnico, mas acabou por não externar uma posição. Para a Amertp, os morado-res dos municípios de Palestina e Paulo de Faria, principalmente, estão “iludidos”

O estágio do projeto

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, o empreendi-mento está em processo de licencia-mento na CETESB. “A Diretoria de Impacto Am-biental está analisando o EIA/RIMA apresentado (pela Encalso) para ob-tenção da Licença Prévia”. A assessoria da secretaria confirma que empreen-dimento recebeu manifestações con-trárias de deputados, ongs, CNBB e do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo/Grande. “Já houve, inclusive, a suspen-são de Audiências Públicas agendadas para discussão do EIA/RIMA”. O pro-cesso enfrenta ainda um pedido de impugnação do relatório de impacto ambiental, protocolado na Secretaria.

Comitê de Bacias dá parecer contrário

O CBH-TG (Comitê da Bacia Hidrográfica Turvo Grande) analisou o projeto e manifestou-se, no documen-to de número 181/2011, de 22/03/11, contrário à construção das duas PCHs por considerar que a empresa Encalso deve adotar “novos instrumentos de avaliação de impactos ambientais, no intuito de planejar os aproveitamentos de forma sustentável.

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Hidrelétrica abre polêmica em torno do Talhadãocontra as hidrelétricas. Numa reunião na sede do Bispado em São José do Rio Preto ficou agendada uma con-centração dos defensores do Talhadão no dia 1º de outubro, um sábado, às 10h, ao lado da Cachoeira. O movimento liderado pela Amertp tem o apoio de pastores de igrejas evangélicas regionais, do bispo dom Paulo, da Diocese de Rio Preto, que engloba 94 paróquias em 51 mu-nicípios, com mais de 100 padres en-gajados no movimento. O barulho já começou, com reuniões e palestras, confecção de adesivos, bonés e camisetas, distribui-

ção de panfletos, além de abordagem do tema na imprensa regional, nas missas e cultos. A tentativa de preservação das duas últimas cachoeiras da região, a do Talhadão, no Turvo, e a de São Ro-berto, no Rio Preto (em Pontes Gestal) vem de longe. Em 1991, o então de-putado estadual Edinho Araújo (hoje Federal) apresentou projeto transfor-mando em reservas ambientais os dois pontos turísticos. O projeto acabou automaticamente arquivado quando ele elegeu-se deputado federal. Agora o deputado Pastor Sebastião formata novo projeto, com o mesmo objetivo.

Para ambientalistas, PCH provocará 27 diferentes impactos ambientais e inundará mata nativa quanto à possibilidade de rápido desen-volvimento e geração de empregos. “As usinas não gerariam qualquer tipo de royalties para os municípios da região onde seriam construídas. A cons-trução em si geraria 400 empregos, ape-nas pelo período de um ano. Depois de pronta, a PCH empregaria em torno de oito funcionários apenas. A mão de obra especializada – engenheiros e técnicos - viria na maioria de fora, enquanto a po-pulação local competiria nas vagas sem especialização, enfrentando a concorrên-cia de desempregados de outras cidades,

aumentando a migração”, assegura a presidente.

POUCA ENERGIA A geração de energia para apenas cerca de 100 mil pessoas é outro ponto negativo visto pelos ambientalistas. Para eles, essa marca poderia ser alcançada fa-cilmente com a energia da queima de ba-gaço da cana e outras fontes de geração. Ainda segundo o movimento, na época da seca não haveria garantia de geração de energia. A formação da barragem no Talhadão inundará, segundo a Amertp, uma área de mata nativa, contígua, de

1.100 hectares. “Ao lado da cachoeira foram descobertos vestígios da chegada dos primeiros jesuítas e há inscrições em pedras, que podem ter alto valor arqueo-lógico. Tudo isso iria para debaixo d’ água, e a área do Talhadão se tornaria pratica-mente privada, impedindo o acesso de turistas”, diz Gisele Paschoeto. “Haveria perda significativa para o turismo regional, a pesca artesanal , e a piracema. O empreendimento benefi-ciaria apenas a empresa, em detrimento da população, e a quantidade de energia produzida será insignificante”, conclui.

A posição da Sociedade dos Engenheiros

A diretoria da Associa-ção dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto, como um órgão técnico, de-fende um amplo debate do tema antes da concessão das licenças indispensáveis ao projeto, incluin-do:

Consulta pública;

Ampla discussão com setores organizados da comunidade;

Estudo de opções de fontes de energia que possam substituir as PCHs;

Total respeito ao meio ambiente, à memória e história regionais como condição principal para a instalação do projeto.

Estudar e elaborar projetos turísticos que possam dar oportunidade de trabalho e renda às comunidades regionais, caso as PCHs sejam rejeitadas.

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Encalso:

“Estamos abertos a ouvir da comunidade”A empresa Encalso S/A respondeu detalhadamente a vários aspectos levantados pelo Jornal do Engenheiro

com relação aos possíveis impactos ambientais dos empreendimentos. Vito Mandilovich, diretor da área de Energia do Grupo Encalso, diz que há muita desinformação nos debates e garante que a Encalso está

aberta a ouvir a comunidade. Confira os principais trechos da entrevista:

JE: Qual a capacidade de produção de cada PCH, projeção de investimentos, volume de energia gerada e previsão de funcionamento.R: A PCH Talhado tem previsão de capacidade de 12 MW e da PCH Foz do Preto é de 16 MW. Ainda encontram-se em andamento os estudos relativos ao investimento total nas duas PCHs, e a sua previsão de funcionamento depende da data de obtenção das respectivas licenças ambientais, bem como da autorização da ANEEL/MME.

JE: As duas PCHs oferecerão algum risco à natu-reza da região Noroeste, como pregam os am-bientalistas, que apontam o fim da cachoeira do Talhadão?R: Não há risco à natureza da região Noroeste com a construção desses empreendimentos. To-dos os impactos considerados negativos foram identificados no estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA) e serão mitigados através de proces-sos que serão determinados pelo órgão ambien-tal estadual. A maior parte dos impactos identi-ficados foi apontada pelos estudos ambientais como sendo de baixa magnitude. É importante ressaltar que toda e qualquer atividade humana causa impactos no meio ambiente, e para tanto são feitos estudos prévios para que esses impac-tos sejam reduzidos ao mínimo.

JE: Não seria mais vantajoso investir em outro tipo de energia, como a queima de bagaço de cana, preservando a Cachoeira do Talhadão?R: Na região já foram instaladas várias usinas de açúcar e álcool, cuja produção de energia é uma atividade secundária. É importante para o siste-ma elétrico do País que haja a diversificação de fontes de energia, para que possamos sempre fazer frente às sazonalidades de cada uma. No caso específico das PCHs Talhado e Foz do Pre-to, a produção de energia elétrica se dará duran-te todo o ano e será maior durante a época de chuvas, ocasião em que ocorre a entressafra da cana-de-açúcar, com a consequente redução da produção de energia por parte daquela fonte. O

próprio governo federal, através da EPE- Empre-sa de Pesquisa Energética, em seu plano decenal, planeja que a produção de energia elétrica origi-nada de PCHs, cresça cerca de 71% nos próximos 10 anos, o que atesta o reconhecimento de sua importância desta fonte limpa de energia para o abastecimento do sistema elétrico brasileiro.

JE: A pressão popular e política pode levar a em-presa a rever total, ou parcialmente, o projeto? Há um ato ecumênico e multipartidário marca-do para 1º de outubro na cachoeira...R: A Encalso Construções é uma empresa que há décadas atua na região, e sempre se pautou pelo respeito à legislação vigente e pela transpa-rência em seus atos. Acreditamos que essa mo-vimentação deve-se em grande parte por desco-nhecimento sobre o projeto apresentado para a região. Agradecemos ao Jornal do Engenheiro o espaço que nos abre para expor nosso plano para as PCHs Talhado e Foz do Preto. Serão dois em-preendimentos que gerarão cerca de 400 empre-gos em sua fase de implantação, com formação e capacitação de mão de obra local. A preservação da área onde as PCHs serão instaladas será de nossa responsabilidade, assim como a mitigação de qualquer impacto ambiental registrado. E es-tamos abertos a ouvir da comunidade suas preo-cupações a fim de esclarecer as possíveis dúvidas e obter sugestões para, juntos, encontrarmos um caminho que permita o desenvolvimento da re-gião e a melhor qualidade de vida da população.

JE: Os supostos achados arqueológicos no local mudam alguma coisa no processo?R: A futura construção da PCH não irá acarretar na destruição dos vestígios arqueológicos men-cionados. A equipe responsável pelas ações am-bientais da Encalso Construções conduzirá todos os trabalhos necessários para que não aconteça nenhuma destruição de material arqueológico devido à implantação das PCHs. Para isso, desde 2009, estão sendo realizados estudos na região que são acompanhados pelo Instituto do Pa-

trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela preservação dos sítios arque-ológicos no Brasil. Segundo o levantamento bi-bliográfico realizado, há apenas um sítio arque-ológico cadastrado, que está fora da área dos empreendimentos. O potencial arqueológico foi determinado como entre médio e alto para a ocorrência de sítios arqueológicos, o que será confirmado ou não em uma próxima etapa dos trabalhos, a Prospecção Arqueológica. Caso al-gum sítio seja localizado, ele será resgatado. O material passará a ser disponível para a consulta pública em um museu que poderá ser instalado na região. Assim, a Encalso reforça sua preocu-pação permanente com o patrimônio arqueoló-gico e toma todos os cuidados necessários para contribuir com a preservação na região onde pretende implantar as PCHs. Qualquer trabalho arqueológico deve ser comunicado ao Iphan e só pode ser realizado após autorização deste órgão. Qualquer intervenção feita sem o conhecimento do Iphan é considerada ilegal e passível de san-ções legais. Observe-se que a destruição de patri-mônio arqueológico é considerada crime contra o Patrimônio Nacional (Lei nº 3.924, de 1961).

JE: Para quando são esperadas as licenças am-bientais necessárias à largada do projeto?R: A tramitação legal do licenciamento ambien-tal de PCHs, em razão do grau de complexidade dos estudos ambientais e da análise posterior do órgão ambiental fiscalizador, leva, em média, de dois a quatro anos. A emissão da Licença Prévia, por exemplo, primeira licença a ser expedida pelo órgão ambiental, está vinculada não só à realização dos Estudos de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), mas à análise destes estudos por parte do órgão ambiental e à realização de Audiências Públi-cas. Após essa primeira etapa, inicia-se um novo momento do licenciamento ambiental, no qual todos os impactos identificados pelo EIA-RIMA serão colocados nos Planos Básicos Ambientais (PBAs) ou Planos de Gestão Ambiental (PGAs) para que sejam mitigados numa terceira fase. A tramitação legal do licenciamento ambiental de PCHs, em razão do grau de complexidade dos es-tudos ambientais e da análise posterior do órgão ambiental fiscalizador, leva, em média, de dois a quatro anos. Cabe destacar que o processo de li-cenciamento ambiental não termina após as Au-diências Públicas e que a construção da PCH não se dá antes de que todas essas fases de identifi-cação/mitigação dos impactos ambientais sejam ultrapassadas. As reais mitigações dos impactos identificados serão implantadas ao longo do pro-cesso, conforme estabelece a Legislação Ambien-tal, por meio das Resoluções Conama 001/86 e Conama 237/97.

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O presidente da Sociedade, José Paulo Saes, com diretores da Santa Paulina, José Maria Borges e Márcio Colochi Cardoso de Carvalho, e Afonso Celso Monteiro na inauguração da sede da empresa.

A diretoria da Sociedade dos Engenheiros reuniu-se para analisar o projeto polêmico que altera a lei de zoneamento no Jardim Seixas e posi-cionou-se contra a mudança sem que sejam aferidos os impactos da medida. A proposta de mudança é de autoria do vereador Emanuel Tauyr (DEM), que propôs mudar de “Zona 1” (exclusivamente residencial de baixa densidade) para “Zona 2” (predomi-nantemente residencial de baixa den-sidade). A diretoria da Sociedade de-fende que projetos que alteram o zoneamento urbano devam ser de iniciativa do Executivo e estar acom-panhados de estudos de impacto no trânsito, meio ambiente e urbanismo. “É preciso pensar a cidade como um todo, sempre levando em

Mudança no zoneamento só

com estudo técnicoconsideração a qualidade de vida”, diz o presidente José Paulo Saes.

CONGRATULAÇÕES A Câmara Municipal de Rio Preto aprovou na 30ª Sessão realiza-da dia 30 de agosto Moção de número 0019/11, manifestando congratula-ções à Associação dos Engenheiros, Ar-quitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto pelo posicionamento contrá-rio a alterações da lei de zoneamento originadas na Câmara . A proposta do vereador Marco Rillo (PT) foi aprovada pelos demais cole-gas. Por deliberação de sua diretoria, a Sociedade dos Engenheiros vem de-fendendo publicamente posições téc-nicas com relação ao urbanismo, pen-sando no futuro da cidade e no bem estar da população.

Anote na sua agenda

Eleições no Confea, CREA e Mutua. Dia 8/11, a partir de 8h, na Sociedade dos Enge-nheiros de Rio Preto.

Curso de SEFIP

A Regional São José do Rio Preto do SindusCon-SP irá realizar no dia 26 de setembro o curso SEFIP/GFIP X Conectividade Social X Cer-tificado Digital – Novas Regras. O curso é voltado para empresas, advogados, gerentes, contadores, supervisores e demais profissio-nais ligados à área.

O valor para associados é de R$ 190 e para não associados, R$ 320. Informações: (17) 3226-5626.

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Aniversariantes do mês de agosto 2011 02 – Ana Paula Altimari Di Bernardo 04 – Ricardo Scandiuzzi Neto06 – Antônio Fernandes Ferreira09 – Marcelo silva Araújo Menezes09 – Odimar Aparecido Zoner11 – Olívio Fávero11 – Afonso Celso Bueno Monteiro13 – Rodrigo de Alcântara Horta14 – João Manuel Malheiro Araújo15 – Milton Bombarda15 – Célia Maria P. Fernandes 16 – Jaqueline F. Pastore 16 – José Carlos Mugayar16 – Maria Henriqueta Grisi16 - Carlos Milanesi17– Luciano de Lima Banzatto21 – Marco Antônio Pastore21 – Ângelo Rubens Migliore Junior25 – Valmir Rui Passarin28 – Romeu Solferini Neto30 – Maluli Gimenez do Amaral

Aniversariantes do mês de setembro 2011 01 – Elmara de Cássia Gonini Paço01 – Jorge Abdanur Estephan08 – Sirlene A. de Oliveira Glacy 10 – Satomi Oba Makio 10 – Rapiel Parsekian15 – Elzido Farinassi17 – Delma Batista da Silva 18 – Caio Iglezias Bertazzi20 – Maria Lúcia T. Oda 22 – Benito Saes Junior22 – Marco Antônio de Souza22 – Josimeire Desinelli Bianchini 24 – José Carlos de Lima Bueno26 – Elaine Maria V.B.Santos 26 – Manoel Antônio Vieira29 – Kelly Alves de Jesus Miranda29 – Maria C.G.Braga

Parabéns

Feliz Aniversário