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Jornal Especial Cliente Acesse a página do Sindicato dos Bancários do ABC: www.bancariosabc.org.br página 2 página 3 Instituições financeiras fatu- ram alto com tarifas Faça a sua parte: denuncie! Confira tabela de serviços bancários Bancos não cumprem lei da fila Regras da lei da fila no Grande ABC página 4 Bancos batem recordes de lucro e faturam alto à custa de clientes Mais de R$ 18,6 bilhões por ano é o resultado da soma do faturamento de 39 bancos somente com a arrecadação de três tipos de tarifas: renovação de ficha cadastral, cartão magnético comum e manutenção de conta corrente ativa. Por outro lado, muitas instituições financeiras não respeitam a lei das filas e empurram clientes e usuários para serem atendidos por correspondentes bancários. Os funcionários de bancos também sofrem com essa situação e são pressionados todos os dias a cumprirem metas abusivas, entre outros problemas enfrentados. A categoria bancária está em campanha salarial e uma de suas lutas é o atendimento digno e respeitoso à população. Clientes e usuários são barrados nas instituições financeiras ANO XIII - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro do Grande ABC - Filiado à Fetec SP/CUT e Contraf/CUT - Ago/2007

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Faça a sua parte: denuncie!Confira tabela de serviçosbancários

Bancos não cumprem lei dafila

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Bancos batem recordes de lucroe faturam alto à custa de clientes

Mais de R$ 18,6 bilhões por ano é o resultado da soma do faturamento de 39 bancos somente com aarrecadação de três tipos de tarifas: renovação de ficha cadastral, cartão magnético comum e manutenção

de conta corrente ativa. Por outro lado, muitas instituições financeiras não respeitam a lei das filas eempurram clientes e usuários para serem atendidos por correspondentes bancários. Os funcionários debancos também sofrem com essa situação e são pressionados todos os dias a cumprirem metas abusivas,

entre outros problemas enfrentados. A categoria bancária está em campanha salarial e uma de suas lutas éo atendimento digno e respeitoso à população.

Clientes e usuários são barradosnas instituições financeiras

ANO XIII - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro do Grande ABC - Filiado à Fetec SP/CUT e Contraf/CUT - Ago/2007

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Bancos não cumprem lei da filaClientes, usuários e bancários são prejudicados pelo não cumprimento da lei da fila por partedas instituições financeiras; a solução seria os bancos contratarem mais funcionários

Lei da fila

Você já ficou bastante tempo em umafila de banco à espera de atendimento?Quem já não ficou e ainda fica, não émesmo? Para evitar esse tipo deproblema, em vários municípios doGrande ABC existe legislação específicasobre o assunto. Em São Caetano doSul, por exemplo, as agências bancáriasque demorarem mais de 15 minutospara realizar o atendimento aos clientesserão multadas, segundo a lei 4996 de09 de maio de 2007. A lei das filastambém existe em outros municípiosdo Grande ABC (veja abaixo).

Santo André foi a primeira cidade acriar uma lei que limita o tempo deatendimento em bancos - depoisvieram São Bernardo do Campo, Mauá,Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra eSão Caetano do Sul - e determina queas agências são “obrigadas a colocar àdisposição dos usuários pessoalsuficiente no setor de caixas, para que oatendimento seja realizado em temporazoável”. Porém, na prática a realidadeé outra, os bancos não cumprem a lei,poucas pessoas conhecem a legislaçãoe, conseqüen-temente não exigem odireito, e muitas vezes as prefeiturastambém não fiscalizam nem autuamas instituições financeiras. É um cicloque acaba prejudicando o lado maisfraco: clientes, usuários e bancários.

Regras da lei da fila no Grande ABC

Seeb ABC

Entrada de agência da Nossa Caixa no ABC mostra o caos no atendimento à população

“Muitos funcioná-rios têm trabalhadoalém do limite físico, tanto que onúmero de doenças na categoria vemaumentando cada vez mais, e mesmoassim não há contra-tações para suprira demanda, o que também prejudica aqualidade do atendimento prestado àpopulação. Essa é uma das lutas quetemos com os bancos”, enfatiza MariaRita Serrano, presidenta do Sindicato

Santo André - número da lei: 7.774 de 1999; tempode espera: 20 minutos em dias normais e 30 minutos emvésperas ou após feriados prolongados e nos dias depagamento dos funcionários públicos municipais, estaduaise federais, de vencimentos de contas de concessionária deserviços públicos e de recebimento de tributos municipais,estaduais e federais; situação: em vigor ; onde denunciar:Ouvidoria: 4436-3292/4437-1150 ou Procon: 4992-7174.

São Bernardo do Campo - número da lei: 5.420 de2005; tempo de espera: 15 minutos nos dias normais deexpediente; onde denunciar: não informado pelaPrefeitura, porque a lei está em regulamentação.

São Caetano do Sul - número da lei: 4496 de 2007;tempo de espera: 15 minutos em dias normais; 30minutos em véspera ou em dia seguinte a feriados e emdata de vencimento de tributos e contas de concessionáriasde serviços públicos; situação: em vigor; onde denunciar:Procon (telefone: 4232-5870).

Diadema - não possui legislação específica.Mauá - número da lei: 3.778 de 2005 (Decretos 6796

e 6799); tempo de espera: 20 minutos; situação: em

vigor; onde denunciar: Procon de Mauá (telefones: 4541-6980 e 4544-6156).

Ribeirão Pires - número da lei: 4.887 de 2005 (alteraçãoda lei 4.574 de 2001); tempo de espera: até 20 minutosem dias normais; até 30 minutos em véspera após feriadosprolongados; até 30 minutos nos dias de pagamento dosfuncionários públicos municipais, estaduais e federais, devencimentos de contas de concessionários de serviçospúblicos e de recebimento de tribunais municipais,estaduais e federais; situação: em vigor; onde denunciar:Ouvidoria da Prefeitura (telefone: 156, somente nomunicípio).

Rio Grande da Serra - número da lei: 1.579 de 2006;tempo de espera: até 20 minutos em dias normais; até 30minutos em véspera ou após feriados prolongados e nosdias de pagamento dos funcionários públicos municipais,estaduais e federais; situação: em vigor; onde denunciar:Departamento de Fiscalização da Prefeitura.

Exija seus direitos - Faça valer os seus direitos: exija ocumprimento da lei das filas e a contratação de maisfuncionários. Participe dessa luta que também é sua.

dos Bancários do ABC. Paulo C. Buzetto,aposentado, morador de Santo André,correntista da CEF e do Bradesco,concorda. “Falta pessoal para atender.Estive no Banco do Brasil e demorou.Só tem uma pessoa para fazer tudo e osclientes ficam esperando. Precisamelhorar. Tem pessoa de idade que ficamuito tempo na fila, ‘abandonada’ e nãotem condições de ficar aguardando”.

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Mais de 372 mil casas popularespoderiam ser compradas com tarifasEnquanto bancos enchem o bolso com arrecadação de tarifas, a redução do número de bancáriosnos últimos anos é cada vez maior e o atendimento piora a cada dia...

Tarifas

Tarifas para pagar não faltam paraquem possui conta em banco, e novassurgem a cada dia. São cobradas paraconsultar extrato, fazer DOC ou mesmopela manutenção de conta correnteinativa. O dinheiro é seu, e ainda porcima as insituições financeiras lucramcom ele, à sua custa, mas paramovimentá-lo ou somente saber osaldo você tem de pagar por isso.

Segundo matéria do jornal Diário doGrande ABC, em 12 de agosto, mais deR$ 18,6 bilhões por ano é a arredaçãode 39 bancos com a cobrança de apenastrês taxas de serviços, entre várias outraspagas pelos clientes. São elas: renovaçãode ficha cadastral, cartão magnéticocomum e manutenção de conta cor-rente ativa. Para se ter uma idéia, comos R$ 18,6 bi seria possível a geração de1.070.063 empregos diretos, conside-rando que o piso salarial da categoriapara caixa e tesoureiro é de R$ 1.214,84.O montante também equivale a 1.242prêmios da Mega-Sena acumulada emR$ 15 milhões e a 372.654 casaspopulares no valor de R$ 50 mil cada.(quadro ao lado)

No site do Banco Central (BC)(www.bacen.gov.br), no link Serviçosao cidadão e neste em Tarifas bancárias,estão listados 82 tipos diferentes detarifas cobradas pelos bancos, quepossuem total liberdade para fixá-las edecidir quais serviços serão taxados,com autorização do BC.

Para Giorgio L. Marques, auxiliar deprodução, morador de Santo André, ecorrentista do Itaú, “as tarifas dosbancos em geral são muito altas. Todomês é descontado da minha conta, sãovalores altos, e não dá nem paraentender direito a que se refere odébito”.

Tânia Maria Silva Zerbato, técnicaem plásticos, moradora de SãoBernardo do Campo, vê a cobrança detarifas como abusiva. “O Unibanco, Itaúe Banespa [bancos dos quais écorrentista] lançam tarifas sem avisoprévio”.Mais empregos e ampliação doMais empregos e ampliação doMais empregos e ampliação doMais empregos e ampliação doMais empregos e ampliação dohorário de atendimentohorário de atendimentohorário de atendimentohorário de atendimentohorário de atendimento

“Os bancos ganham cada vez mais

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com a cobranças de tarifas, mas cadavez menos pensam na qualidade dosserviços prestados aos clientes eusuários. Por isso, em nossa campanhasalarial reivindicamos mais empregos e

ampliação do horário de atendimentopara que melhore a qualidade do serviçoprestado à população”, afirma MariaRita Serrano, presidenta do Sindicatodos Bancários do ABC.

Somente com o valor das tarifas poderiam ser gerados mais de 1 milhão de novosempregos e haveria mais bancários para melhorar o atendimento

Seeb ABC

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Clientes e usuários são barradosnas instituições financeirasInstituições já não respeitam o direito de clientes e usuários de ir e vir dentro dos bancos erealizarem suas transações financeiras da forma que acharem melhor

Atendimento

EXPEDIENTE: Presidente: Maria Rita Serrano. Diretor de Imprensa: Ageu Ribeiro. Jornalista responsável, redação e diagramação:Roberta Alves (MTB 42.757). Revisão: Maria Angélica Ferrasoli (MTB 17.299). Projeto gráfico: Marcelo Rodriguez. Sede: Rua Xavierde Toledo, 268, Centro, Santo André, SP. CEP: 09010-130. Telefone: (11) 4993-8299. Fax: (11) 4993-8290. Impressão: NSA. Editadoem 28/08/2007. Tiragem: 35.000. E-mail: [email protected]. Site: www.bancariosabc.org.br.

Faça a sua parte: denuncie!Denuncie o atendimento precário recebido nas agências e a falta de funcionários. Ligue parao Banco Central: 0800-99-2345, no IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor:(11) 3874-2152 ou no Procon: 1512.Ajude o Sindicato dos Bancários do ABC nessa luta pelos direitos dos clientes, usuários debancos e bancários.

Clientes e usuários denunciam queestão sendo impedidos de entrar nosbancos ou de utilizarem os serviços domodo que têm direito. Certasinstituições financeiras estão serecusando a receber contas de água, luz,telefone e títulos de outras instituiçõesde usuários não clientes, e até declientes, numa descarada “seleção” dequem vão atender. Os bancos direcio-nam as pessoas a realizar suas transa-ções em correspondentes bancários(casas lotéricas, supermercados etc),sendo que os trabalhadores desseslocais atuam como bancários, mas nãorecebem os direitos que essa categoriapossui. Além disso, muitas vezes ocliente quer fazer o pagamento no caixa,dentro da agência, mas é obrigado aefetuá-lo nos caixas eletrônicos.

Veja trechos de depoimento feito aoSindicato: “O meu banco não quer maisme atender no caixa. (...) estão senegando a receber meus pagamentosdizendo que eu tenho que deixarmalote, mas uma vez teve um problemade sumir dinheiro do meu malote,então eu não quero deixar. Eu tenhodireito, não tenho, de passar minhadocumentação na boca do caixa? (...)Disseram que não vão passar maismeus documentos no caixa, que estãosem funcionário e se eu não possodeixar no malote. (...) faz muito tempoque tenho conta nesse banco (...), fazmais de vinte anos (...)”, declarou acliente do ABN Real/Sudameris.

Guichê escondidoGuichê escondidoGuichê escondidoGuichê escondidoGuichê escondidoOutro absurdo presenciado pelo

Sindicato dos Bancários do ABC ocorreuem agência do Bradesco da região queescondeu, literalmente, o seu guichê decaixa atrás de uma divisória, obrigandoo funcionário atendente a umverdadeiro malabarismo para prestar oserviço somente aos clientes da agência.É clara a intenção de esconder o guichêpara desestimular a utilização daagência por não-clientes, ou seja, opúblico em geral. Questionados, osadministradores da banco informaramque aquela é uma “agência especial” e sóatende os seus correntistas... Tal situaçãofoi denunciada ao Banco Central e oSindicato aguarda retorno do órgão.

Prática ilegalPrática ilegalPrática ilegalPrática ilegalPrática ilegalA seleção de clientes e usuários é uma

prática ilegal, segundo o próprio Códigode Defesa do Consumidor Bancário(acesse www.bancariosabc.org.br paraver o documento), mas até gestores debancos públicos têm se utilizado dela.

Além de prejudicar os clientes, asordens para barrar os usuários sãocolocadas em prática pelos bancáriosque recepcionam todo o desagrado dapopulação, enquanto quem as ordenouestá confortavelmente instalado em seugabinete.ContrataçõesContrataçõesContrataçõesContrataçõesContratações

Os bancos precisam contratarfuncionários para que a populaçãoreceba um atendimento de qualidade.

Clientes são encaminhados pelos bancos às lotéricas e correspondentes bancários

Fotos: Roberta Alves