Jornal ETC... E Toda Cultura

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etc... e toda cultura... A nova música sertaneja O sertanejo universitário está cada vez mais frequente na vida dos brasileiros. Com músi- cas contagiantes, está deixando a inocência românca de lado, a tranquilidade da vida no campo e ganhando um ritmo acelerado. A estudante Sabrina Lemes diz que a raiz sertaneja originou os novos cantores e que houve uma mudança estrondosa neste mercado. “Meus pais sempre colocavam Milionário e José Rico para eu escutar. Sou amazona desde pequena”, brinca. Em contraparda, a jovem Natalia Estevam, 18 anos, ressalta que a época em que cantores como Chitãozinho e Xororó, deixou somente lembranças, hoje, o público está mais foca- do em: Luan Santana e Michel Teló. Além desta inovação, é comum encontrar lugares cheios quando tem alguma dupla sertaneja se apresentando. É o caso da enfermeira Debora Regina Paz Siqueira, 40 anos, que costuma comparecer aos shows com frequência. “É um eslo diferente, traz boas lembranças e te coloca para cima”, conta. Entre o “velho“ e o “novo“, o que se espe- ra é que novos ritmos invadam o cenário musical, trazendos novidades contagiantes. Como o “arrocha“, que está ganhando espaço nacional, com músicas agitadas e maliciosas. Por Gustavo Siqueira Das ruas, para o mundo Para quem achou que o RAP, eslo musical criado na periferia, não teria futuro, enga- nado estava! 2012, mais do que nunca, foi o ano em que o RAP desabrochou e ganhou grande espaço na mídia. Espaço, reconheci- mento e mais fãs a cada dia. Mas a correria para tal reconhecimento é anga. Segundo o site suapesquisa.com/rap, o RAP surgiu no Brasil em 1986, em São Paulo, mas com o preconceito grande em cima das letras, que as pessoas diziam ser “violentas e de periferia”, o eslo só ganhou as rádios a parr de 1990. Um dos primeiros grupos a se consagrar foi o Racionais MC’s. Em suas letras o grupo destaca o modo em que eles vivem nas favelas, temas que abordam o preconceito, miséria, drogas, entre muitos outros assun- tos. E assim por diante, o ritmo foi cre- scendo e mostrando vários outros talentos como Sabotage, Detentos do RAP, Gabriel O Pensador, Planet Hemp. Guilherme Junkes, 21, é estudante de Publicidade e Propaganda e vendedor, mas também mantém um blog que fala somente sobre RAP: “Escrevo e mantenho o blog porque acredito que muita coisa ainda pre- cisa ser dita. E mesmo que a mídia de massa venha produzindo bastante coisa, convenha- mos, nem sempre dá pra colocar muita fé”, diz. Hoje o blog ganha mais de 1.800 visitas diárias. Para Guilherme, o que ajudou muito com que o eslo chegasse ao topo foram as tecnologias: “A tecnologia ajudou bastante. Não só pela melhora na produção musical, mas também na facilidade com que os rappers têm em propagar suas músicas pela internet e redes sociais. Antes gastava-se milhares de reais para conseguir que sua música tocasse no Brasil todo. Hoje em dia basta uma postagem no facebook.” Hoje os nomes mais falados no RAP são Criolo e Emicida. No ano passado eles deram show no VMB (Vídeo Music Bra- sil), evento feito pela MTV, e ganharam prêmios. Já em junho desse ano, Criolo também foi destaque na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira, levando três troféus para casa. Os dois tam- bém fizeram turnê internacional, mostrando um pouco da boa música brasileira para a Europa, Itália e Estados Unidos. Junto com eles outros nomes também vêm ganhan- do força no cenário musical como Rashid, Projota, Flora Matos, Kamau, Rael da Rima, Cone Crew Diretoria, entre outros. Por Amanda Rovenni Expediente: Textos: Amanda Rovenni, Beatriz Peixoto, Carolina Namura, Lecia Delghingaro, Gustavo Siqueira e Taane Galvão. Revisão: Taane Galvão Diagramação: Lucas Spinardi Jornal produzido pelos alunos do 4º semestre de jornalismo da Faculdade de Comunicação, Artes e Design do CEUNSP, nas disciplinas de Jornalismo Impresso, Planejamento Gráfico e Tecnologias da Comunicação. Foto: Lucas Spinardi Foto: Divulgação

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Jornal experimental sobre cultura produzido pelos alunos do 4º semestre de jornalismo da Faculdade de Comunicação, Artes e Design do CEUNSP

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  • etc...e

    toda

    cultura...

    A nova msica sertaneja

    O sertanejo universitrio est cada vez mais frequente na vida dos brasileiros. Com msi-cas contagiantes, est deixando a inocncia romntica de lado, a tranquilidade da vida no campo e ganhando um ritmo acelerado.A estudante Sabrina Lemes diz que a raiz sertaneja originou os novos cantores e que houve uma mudana estrondosa neste mercado. Meus pais sempre colocavam Milionrio e Jos Rico para eu escutar. Sou amazona desde pequena, brinca. Em contrapartida, a jovem Natalia Estevam, 18 anos, ressalta que a poca em que cantores como Chitozinho e Xoror, deixou somente lembranas, hoje, o pblico est mais foca-

    do em: Luan Santana e Michel Tel.Alm desta inovao, comum encontrar lugares cheios quando tem alguma dupla sertaneja se apresentando. o caso da enfermeira Debora Regina Paz Siqueira, 40 anos, que costuma comparecer aos shows com frequncia. um estilo diferente, traz boas lembranas e te coloca para cima, conta.Entre o velho e o novo, o que se espe-ra que novos ritmos invadam o cenrio musical, trazendos novidades contagiantes. Como o arrocha, que est ganhando espao nacional, com msicas agitadas e maliciosas.

    Por Gustavo SiqueiraDas ruas, para o mundo

    Para quem achou que o RAP, estilo musical criado na periferia, no teria futuro, enga-nado estava! 2012, mais do que nunca, foi o ano em que o RAP desabrochou e ganhou grande espao na mdia. Espao, reconheci-mento e mais fs a cada dia.Mas a correria para tal reconhecimento antiga. Segundo o site suapesquisa.com/rap, o RAP surgiu no Brasil em 1986, em So Paulo, mas com o preconceito grande em cima das letras, que as pessoas diziam ser violentas e de periferia, o estilo s ganhou as rdios a partir de 1990.Um dos primeiros grupos a se consagrar foi o Racionais MCs. Em suas letras o grupo destaca o modo em que eles vivem nas favelas, temas que abordam o preconceito, misria, drogas, entre muitos outros assun-tos. E assim por diante, o ritmo foi cre-scendo e mostrando vrios outros talentos como Sabotage, Detentos do RAP, Gabriel O Pensador, Planet Hemp.Guilherme Junkes, 21, estudante de Publicidade e Propaganda e vendedor, mas tambm mantm um blog que fala somente sobre RAP: Escrevo e mantenho o blog porque acredito que muita coisa ainda pre-

    cisa ser dita. E mesmo que a mdia de massa venha produzindo bastante coisa, convenha-mos, nem sempre d pra colocar muita f, diz. Hoje o blog ganha mais de 1.800 visitas dirias.Para Guilherme, o que ajudou muito com que o estilo chegasse ao topo foram as tecnologias: A tecnologia ajudou bastante. No s pela melhora na produo musical,

    mas tambm na facilidade com que os rappers tm em propagar suas msicas pela internet e redes sociais. Antes gastava-se milhares de reais para conseguir que sua msica tocasse no Brasil todo. Hoje em dia basta uma postagem no facebook.Hoje os nomes mais falados no RAP so Criolo e Emicida. No ano passado eles deram show no VMB (Vdeo Music Bra-sil), evento feito pela MTV, e

    ganharam prmios. J em junho desse ano, Criolo tambm foi destaque na 23 edio do Prmio da Msica Brasileira, levando trs trofus para casa. Os dois tam-bm fizeram turn internacional, mostrando um pouco da boa msica brasileira para a Europa, Itlia e Estados Unidos. Junto com eles outros nomes tambm vm ganhan-do fora no cenrio musical como Rashid, Projota, Flora Matos, Kamau, Rael da Rima, Cone Crew Diretoria, entre outros.

    Por Amanda Roventini

    Expediente:Textos: Amanda Roventini, Beatriz Peixoto, Carolina Namura, Letcia Delghingaro, Gustavo Siqueira e Tatiane Galvo.Reviso: Tatiane GalvoDiagramao: Lucas Spinardi

    Jornal produzido pelos alunos do 4 semestre de jornalismo da Faculdade de Comunicao, Artes e Design do CEUNSP, nas disciplinas de Jornalismo Impresso, Planejamento Grfico e Tecnologias da Comunicao.

    Foto: Lucas Spinardi

    Foto: Divulgao

  • EspecialJorge Amado completa 100 anosEm 10 de agosto de 2012, o escritor baia-no Jorge Amado completaria 100, por isso o Brasil inteiro comemorou esta data com eventos e exposies das suas obras, inclu-sive com a readaptao de seu romance Gabriela, cravo e canela, para a televiso.A histria de vida de Jorge Amado se mistu-ra a fatos importantes da histria nacional e mundial, como a Semana de Arte Moderna (1922) e a Segunda Guerra Mundial (1939 1945). Amado chegou a cursar a faculdade de Direito, mas nunca atuou na profisso, preferiu trocar os processos pelos jornais e pela poltica.

    Na poltica se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e foi eleito Deputado Feder-al. Em 1947, o PCB foi considerado ilegal e seus membros foram perseguidos e presos. Jorge Amado se exilou com a famlia em Paris. Ao retornar ao Brasil, deixa a poltica e se dedica exclusivamente literatura.As obras de Jorge Amado tm carter de denncia, pois foi influenciado pelos escri-tores da Gerao de 30, entre eles Eu-clides da Cunha e Rachel de Queirs. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas e tm exemplares em braile e audiolivro.

    Para a professora Simone Boff, Jorge Amado um dos escritores mais influentes da literatura brasileira e merece ter uma comemorao to linda quanto a que teve. Sobre as facilidades em encontrar as obras de Amado, afirma quando o cara bom, seu trabalho precisa ser divulgado e de fcil acesso. Assim pratica-se, inclusive, a in-

    cluso literria e a disseminao da cultura brasileira.A estudante Izabella Camargo, disse que no conhecia Jorge Amado e que quando a professora falou sobre ele teve certeza de que no gostaria, mas se enganou. Achei que a aula me daria sono, mas eu gostei tanto, que pedi o livro Mar morto para o

    Editorial

    Achei que a aula me daria sono, mas eu

    gostei tanto, que pedi o livro

    A produo de um jornal um processo engenhoso, trabalho-so, mas, sobretuto, apaixonante. Todos os detalhes so estudados e planejados em busca de algo mais prximo perfeio. O Jornal ETC... E todas as culturas! nasce com todos esses ingredientes, e com especial entusiasmo das pes-soas e profissionais envolvidos no trabalho.Desde que foi concebido em forma de projeto, o jornal optou por uma personalidade definida: vai ser um jornal cultural, abrangendo todos os tipos de cultura. Nada mais justo. Vamos falar de variedades, destacar os principais acontec-imentos, falaremos de msica, novelas, iremos envolver todo entretenimento que seja digno de reconhecimento por voc, caro amigo leitor. Essa a proposta do seu mais novo jornal: oferecer servio, informao e, principal-mente, servir de interlocutor para diferentes linhas de pensamento que ajudaro cada um de ns no seu natural processo de desen-volvimento.

    Por Gustavo Siqueira

    Foto: Arquivo Pessoal

  • meu pai.Ricardo Vecchi, estudante, disse que aprove-itou a aula e foi Bienal do Livro e ao Museu da Lngua Portuguesa apenas para conferir um pouquinho das obras de Amado. Quan-do minha me disse que amos Bienal, perguntei se podamos passar tambm no Museu da Lngua Portuguesa e expliquei o motivo. Ao chegar l, me encantei com tudo que vi.As comemoraes do Centenrio de Jorge Amado encerraram-se no final do ms de agosto, mas em Salvador e Ilhus, as comemoraes iro at dezembro, em even-tos especficos.

    Da personagem vida real

    Desde que iniciaram nas telinhas da tele-viso, as novelas envolvem as pessoas que assistem no s pela trama, mas tambm atravs das roupas e acessrios utilizados nos figurinos das atrizes. J usei pulseiras e o brilhinho na testa que as personagens us-avam na novela O Clone. E tambm quando eu assistia Rebeldes morria de vontade de me vestir como eles e estudar em um col-gio igual, conta Vitria Cursino, 21.Para a estudante de moda Adila Kobayashi, 19, algumas vezes as influncias das tele-novelas no mundo fashion so positivas e outras no. Quando as personagens so da classe A, elas j possuem informao de moda e passam isso de uma maneira certa para o pblico, mas alerta que o mesmo no ocorre quando as personagens que in-spiram as telespectadoras so as do ncleo carente onde a moda no to favorecida, explica.Atualmente o que est no gosto da mulhera-da o colar de cobra da Chayene, person-agem de Cludia Abreu da novela Cheias de Charme e a correntinha da protagonista Rita de Dbora Falabela da novela Avenida Brasil. Logo quando vi o colar que a Chay estava usando, fiquei com muita vontade de com-prar um igual. Esses dias fui para So Paulo e encontrei um idntico. J estou usando! conta Ceclia Martins, 32, apontando para a bijuteria em seu pescoo. possivel usar os figurinos para criar looks misturando com as tendncias e basean-do-se em alguma personagem. s soltar a criatividade! conta, a estudante de moda para o Jornal ETC.

    Por Carolina NamuraO Pas do Carnaval (1930)Cacau (1933)Mar morto (1936)Capites da areia (1937)A estrada do mar (1938)ABC de Castro Alves (1941)Terras do Sem-Fim (1943)So Jorge dos Ilhus (1944)Bahia de Todos os Santos (1945) Seara vermelha (1946)O mundo da paz (1951)Os subterrneos da liberdade (1954)Gabriela, cravo e canela (1958)A morte e a morte de Quincas Berro dgua (1961)Os pastores da noite (1964)Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966)Tenda dos milagres (1969)Teresa Batista cansada de guerra (1972)Tieta do Agreste (1977)Farda, fardo, camisola de dormir (1979)Do recente milagre dos pssaros (1979)O menino grapina (1982)Tocaia grande (1984)O sumio da santa (1988)Navegao de cabotagem (1992)A descoberta da Amrica pelos tur-cos (1994)

    ObrasOpinio

    Foto: Reproduo

    As 4 novelas que mais influen-ciaram a moda

    1 - Viver a VidaMinissaia ul-tra-justa

    2 - Caminho das ndiasAssessrios indianos

    3 - BelissmaVestido longo

    4 - CelebridadeSainhas de Darlene

    Fonte: Revista Veja

  • A espera do prximo captulo

    Com as televises ao alcance de todos, as telenovelas esto presentes em grande parte dos lares evidente que as novelas influenciam seus receptores, pois somos seres humanos e sem modelos seguir no conseguriamos viver em sociedade, afirma Josefina Tranquilin, professora do Ceunsp.

    um produto cultural e de entretenimen-to que atualmente quebra tabus com um pblico alvo composto no s por mulheres. Cada vez mais as novelas tentam mostrar a realidade da sociedade em suas tramas, proporcionando ao pblico modelos de relacionamentos, classes sociais e difer-entes modos de vida. Posso dizer que a telenovela influencia nos questionamentos que fazemos a respeito da vida, comenta a

    professora.Segundo a dona de casa Conceio Bet, 47, se ficar um dia sem ver a novela no ter o que comentar com os vizinhos. No perco nenhum captulo e at evito sair prximo aos horrios das novelas. Caso tenha que sair deixo gravando para poder assistir depois. J para o caminhoneiro Luiz Souza, 54, assistir novela no acrescenta em nada.

    No vejo graa em assistir, uma perda de tempo. Em minha opinio deveria passar mais programas educativos. Algumas vezes as tramas tm ajudado em alguns questionamentos dentro do convvio familiar. Valores como autoridade dos pais, separaes entre os casais, homossexuali-dade, drogas, alcoolismo, preconceito, sexo, independncia feminina, so questionados atravs das telenovelas, finaliza Josefina.

    Por Letcia Delghingaro

    O hype do brega

    O ritmo sucessor de Calypso e do forr arrasta-p, chegou ao sudeste j como um grande boom musical. O eletrobrega, ritmo tpico dos estados nordestinos, est dominando as festas e o gosto do povo do sudeste. O movimento brega tem como estado-me, o Par, assim como o Calypso e outros rit-mos calientes do Brasil. A mistura da msi-ca nordestina com os sintetizadores (famo-sos por estarem nos maiores hits da msica pop da atualidade), viraram febre nas mdias atuais. A gente est transformando o brega em uma coisa hype. Sempre tive vontade de trazer de volta alguns ritmos que estavam meio esquecidos. Os produtores musicais vo ao mais popular buscar uma novidade divertida. afirmou Davi Sabbag, um dos vo-calistas da Banda U na internet.Com a fama da novela Cheias de Charme da Rede Globo, artistas como Gaby Amarantos e a Banda U esto no gosto popular. As letras alegres e as melodias rpidas e eletrizantes dominam as rdios e a internet. O eletrobre-ga agrada bastante o paulistano pelo fato das pessoas e das prprias bandas estarem divul-gando mais o trabalho via internet. Algumas msicas so tocadas

    e lanadas em novelas tambm, explicou Mariana Milanez de 21 anos, f da Banda U.Como ainda h pessoas que no so to ligadas nas mdias, a maior repercusso dessas msicas, ainda o famoso bo-ca-a-boca. Eu conheci por uma amiga, que foi ao show da Banda U em So Paulo e amou o eletro-brega! Ela disse que eles so agradveis, as letras muito fceis de decorar e grudam na cabea. Qualquer canto que vou tem gente ouvindo e at cantando. Eu gosto porque um som diferente e diverti-do, concluiu Mariana.Os jovens mais moderninhos do sudeste utilizam do estilo brega para extravasar nas roupas e tambm no gosto musical. O cabe-lo colorido e as estampas mais chamativas esto na moda por causa deles.

    Por Beatriz Peixoto

    Foto: Morguefile

    Foto: FiestaIntruder