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ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ • rua Henrique Gorceix, 80 • padre Eustáquio • BH/MG • 30720-360 Ano X Nº 23 Agosto de 2012 JOrNAL Família de Caná “Fazei o que Ele vos mandar” vII Encontro Mundial com as Famílias MENSAGEM DO pApA BENtO XvI “Na vivência do Matrimônio, não doais qualquer coisa ou alguma ati- vidade, mas a vida inteira”... PÁGINA 3 COISAS DE COrAÇÃO DE MÃE... Essa frase esconde uma armadilha, quando o assunto é um filho depen- dente de drogas. PÁGINA 5 Entronização do Sagrado Coração DEpOIMENtO DE LEO E SIMONE Assumindo o compromisso de “ser cristãos pra valer”, a vida do casal e da família se transformam. PÁGINA 4 por onde anda? NEIDA DO SAuDOSO tIÃO PÁGINA 3 Aconteceu no Caná ENCONtrO EvANGELIZAr O Padre Osvaldo concretiza mais um sonho, realizando o 1º ENCONTRO EVANGELIZAR, nos dias 16 e 17 de junho, com a participação de 53 pes- soas. O tema foi o documento Evan- gelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI. PÁGINA 7 ArrAIÁ DO CANÁ A já tradicional festa junina rea- lizou a sua 14ª edição. Promovido pelo PRODES, grupo de jovens do Caná contou com um público fiel e animado. Comida e música típica fez a alegria dos foliões. PÁGINA 7 ENCONtrO DE OutONO As velhas árvores... umas caem, outras continuam dando frutos. PÁGINA 7 O prodes em minha vida FAtINHA “O PRODES foi uma das mais im- portantes escolas da minha vida.” PÁGINA 4 vArIEDADES Palavras cruzadas, adivinhas e ou- tros. PÁGINA 6 Entrevista vANESSA BArrEtO, ex-interna Cada interna vive uma experiência única e irrepetível: “Conheci a ver- dadeira face de Jesus”... PÁGINA 8 padre Osvaldo é homenageado pela Arquidiocese de BH Na abertura do 3º Circuito Sociocultural e Político Arquidiocesano, realizado de 22 a 24 de junho último, o Padre Osvaldo Gonçalves re- cebeu das mãos do Pe. Ademir Ragazzi, Vigário Episcopal para a Ação Social e Política, o título de Parceiro Social da Arquidiocese de Belo Horizonte, como reconhecimento público do seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa. (PÁGINA 8)

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ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ • rua Henrique Gorceix, 80 • padre Eustáquio • BH/MG • 30720-360

Ano X

Nº 23Agosto

de 2012

JOrNAL

Família de Caná “Fazei o que Ele vos mandar”

vII Encontro Mundial com as FamíliasMENSAGEM DO pApA BENtO XvI

“Na vivência do Matrimônio, não doais qualquer coisa ou alguma ati-vidade, mas a vida inteira”...

PÁGINA 3

COISAS DE COrAÇÃO DE MÃE...

Essa frase esconde uma armadilha, quando o assunto é um fi lho depen-dente de drogas.

PÁGINA 5

Entronização do Sagrado CoraçãoDEpOIMENtO DE LEO E SIMONE

Assumindo o compromisso de “ser cristãos pra valer”, a vida do casal e da família se transformam.

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por onde anda?NEIDA DO SAuDOSO tIÃO

PÁGINA 3

Aconteceu no CanáENCONtrO EvANGELIZAr

O Padre Osvaldo concretiza mais um sonho, realizando o 1º ENCONTRO EVANGELIZAR, nos dias 16 e 17 de junho, com a participação de 53 pes-soas. O tema foi o documento Evan-gelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI.

PÁGINA 7

ArrAIÁ DO CANÁ

A já tradicional festa junina rea-lizou a sua 14ª edição. Promovido pelo PRODES, grupo de jovens do Caná contou com um público fi el e animado. Comida e música típica fez a alegria dos foliões.

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ENCONtrO DE OutONO

As velhas árvores... umas caem, outras continuam dando frutos.

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O prodes em minha vidaFAtINHA

“O PRODES foi uma das mais im-portantes escolas da minha vida.”

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vArIEDADES

Palavras cruzadas, adivinhas e ou-tros.

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EntrevistavANESSA BArrEtO, ex-interna

Cada interna vive uma experiência única e irrepetível: “Conheci a ver-dadeira face de Jesus”...

PÁGINA 8

padre Osvaldo é homenageadopela Arquidiocese de BH

Na abertura do 3º Circuito Sociocultural e Político Arquidiocesano, realizado de 22 a 24 de junho último, o Padre Osvaldo Gonçalves re-cebeu das mãos do Pe. Ademir Ragazzi, Vigário Episcopal para a Ação Social e Política, o título de Parceiro Social da Arquidiocese de Belo Horizonte, como reconhecimento público do seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa. (PÁGINA 8)

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Informativo da ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ - Agosto de 20122

Estive presente, no dia 22 de junho, na homenagem feita ao Padre Osvaldo pelo Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política, como reconhecimen-to da Arquidiocese de Belo Horizonte à grande obra pastoral e social da Família de Caná. Foi uma oportunidade de mos-trar que, mesmo sem estar vinculado a uma paróquia, é possível realizar servi-ço pastoral, que merece ser apoiado pela

Igreja, hierarquia e leigos.Como é de seu costume, o mineiro de Patrocínio compa-

receu “britanicamente”, às 19 horas, para a abertura; aliás, chegou alguns minutos antes. Às 20 horas a solenidade ainda não havia começado. Para ajudar a passar o tempo, fomos caminhar visitando alguns estandes de projetos e obras so-ciais; inclusive o estande do Caná, montado pelo Geraldo Magno, supervisor da Fazenda Recanto de Caná, e Haroldo, ex-interno e voluntário do GRAFA, com a ajuda de outros voluntários.

Já meio impaciente com a demora, ele comentou: “Preci-sa disso?” Eu respondi: “Isso o quê?” “Essas homenagens; a gente não faz questão dessas coisas”, completou. Eu, ins-tintivamente, repetindo o que o mestre P.O. me ensinou em diversas oportunidades, retruquei: “Em nossos encontros o senhor disse várias vezes que o testemunho de vida, as boas obras devem ser mostradas para o mundo, não para vaidade pessoal, mas como testemunho cristão.” Ensinamento de Je-sus no Sermão da Montanha: “Não pode ficar escondida uma cidade situada sobre um monte, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim sobre o candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.

A homenagem acabou acontecendo lá pelas 22 horas, com os termômetros do Parque das Mangabeiras registrando 8ºC. O frio penetrava até os ossos. Assim que terminou a so-lenidade, reservadamente, como se nada tivesse acontecido, ele perguntou: “Podemos ir embora? Amanhã devo ir para a Fazenda às 6 horas”. Este é o Padre Osvaldo: simples, práti-co, direto e totalmente dedicado ao seu trabalho missionário. Que nos sirva de exemplo.

Eu e minha querida Ariádina pedimos a Deus que lhe dê muita vida e saúde para continuar pastoreando a Família de Caná na sua missão de “Fazer Famílias Felizes”.

José Afonso Pinto de Assis

pALAvrA DO prESIDENtE

Lições do Mestre

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CPF 436.098.566.53 - CNPJ 16.137.480.0001.77

Na edição de abril, falei dessa semente que estou lan-çando. Pode ser um sonho, mas quero abrir mais o meu coração para que os irmãos me ajudem na sua realização.

A proposta é criar uma Comunidade Nova, de “irmãos consagrados a serviço dos irmãos necessitados”. O servi-ço proposto é a evangelização e a assistência social, o que já fazem os serventes de Caná, voluntários comprometi-dos com o nosso trabalho pastoral em favor da família e da libertação das drogas.

Então, qual é a novidade? A primeira é ampliar o nos-so campo de ação. A segunda é ter pessoas comprometi-das com o trabalho, de maneira mais firme, mais estável e a longo prazo. A terceira é encontrar pessoas compro-metidas em tempo integral, que se disponham a morar juntos, em comunidade de vida.

Na proposta inicial, fala-se de consagrar a vida a um ideal de crescimento pessoal e de serviço à Igreja, uni-dos por laços de profunda fraternidade, o que já acontece em tudo o que faz a Família de Caná. Isso também será marcado com um sinal de novidade: o maior empenho de todos no que eu chamo “ser cristão pra valer”, e Jesus chama de “ser o adorador que o Pai procura”.

No livrinho “Convite”, que venho distribuindo há al-gum tempo, sugiro começar pela Entronização, que é a

consagração da família ao amor de Cristo, para construir a Civilização do Amor. A Entronização já nos ofe-rece um meio de atuar concretamen-te no trabalho de evangelizar, mesmo sem sair de casa. Já saiu o Livro do Missionário, à venda aqui na sede.

A partir do dia 3 de setembro, passaremos a ter uma reunião todas as segundas-feiras, pontualmente às 20 horas. Estão todos convidados a vir orar comigo e refletir sobre a COMUNIDADE SA-MARITANA. Se não vier ninguém, estarei sozinho em oração para que o Senhor Jesus toque o seu coração e nos inspire a todos nós.

Vou repetir muitas vezes, pensando nas atitudes de Maria, a começar pelo “sim” da anunciação: “Nossa Se-nhora de Caná, ensinai-nos a fazer o que Jesus manda”: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como Ele amou.

Um grande abraço para todos. Continuarei sonhando cheio de esperança!

Padre Osvaldo Gonçalves SSCC

A COMuNIDADE SAMArItANA

Publicação da ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁEndereço: Rua Henrique Gorceix, 80 Bairro Padre Eustáquio - Belo Horizonte/MGCEP: 30720-360 - Telefone: (31) 3462-9221e-mail: [email protected] Site: www.familiadecana.com.brCNpJ nº 16.881.294/0001-48Entidade filantrópica de utilidade pública•Decreto Federal – Proc. MJ 2042/97, 20/06/97•Lei Estadual 9.073, 11/12/84•Lei Municipal 6.372, 18/08/93 (Belo Horizonte)•Lei Municipal 2.958, 30/11/06 (Rib. das Neves)

Conselho Nacional de Assistência Social•Certificado nº 28.984.016095/94-01presidente: José Afonso Pinto de AssisDiretor: Padre Osvaldo Gonçalvesredator: José Wagner LeãoColaboradores: Danilo dos Santos Pereira, Mau-rício Luiz Assis dos Reis, Sued Carvalho Chamone, Tereza Chamone, Frederico Melo Paixão, Samuel de Freitas Rodrigues e Maria da Conceição Silva Toledo.Edição: Frederico Melo Paixãotiragem: 10.000 exemplaresDiagramação, arte e impressão: FUMARC

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♦♦♦♦

Este espaço é seu. Suas opiniões são muito importantes para captarmos

o que você quer do seu jornal.

OpINIÃO DO LEItOr MENSAGEM DO pApA

pOr ONDE ANDA?

“Sempre que recebemos o Jornal do Caná, temos a oportunidade de nos inteirarmos sobre o que aconteceu, e o que vai acontecer no Caná, e nos sentimos mais “ligados” à Casa. Parabéns a toda equipe de redação.” João e Neli

“O Caná mudou as nossas vidas para melhor e por isso gostamos muito de receber o Jornal do Caná, através do qual ficamos cientes das ativida-des desse recanto abençoado por Deus.” Márcio e Edir

“Quando recebemos o Jornal do Caná, senti-

mos que é um privilégio. Apesar do espaço muito pequeno de que dispõe, as matérias são bem esco-lhidas e a redação é bem feita. Deus abençoe esse magnífico trabalho de vocês”. Dirceu e Denise

Receber periodicamente em minha casa notí-

cias da Família de Caná aumenta em meu coração o amor por essa obra. O jornal tem também o pa-pel de manter a unidade na diversidade, fazendo com que saibamos sobre as várias frentes de atua-ção do carisma de “fazer famílias felizes”. Obriga-da a todos que se empenham para que o periódico chegue até nossas mãos! Aline do Léo

MENSAGEM pArA:e-mail [email protected] site www.familiadecana.com.br

(clique em “contato”)

“Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade, mas também com características próprias e complementares, para que os dois fos-sem dom um para o outro, se valorizas-sem reciprocamente e realizassem uma comunidade de amor e de vida.”

“Na vivência do Matrimônio, não dais qualquer coisa ou alguma ativida-de, mas a vida inteira. E o vosso amor é fecundo, antes de mais nada, para Vós mesmos, porque desejais e realizais o bem um do outro, experimentando a alegria do receber e do dar. Depois é fecundo na pro-criação generosa e responsável dos filhos, na solicitude carinhosa por eles e na educação cuidadosa e sábia.”

“Queridos esposos, cuidai dos vossos fi-lhos e, num mundo dominado pela técnica, transmiti-lhes com serenidade e confiança as razões para viver a força da fé, desvendando-lhes metas altas e servindo-lhes de apoio na fragilidade. Mas também vós, filhos, sabei manter sempre uma relação de profundo afeto e atencioso cuidado com os vossos pais, e as relações entre irmãos e irmãs sejam também oportunidade para crescer no amor.”

“O projeto de Deus e a própria experiência

mostram que não é a lógica unilateral do que me é útil e do maior lucro que pode contribuir para um desenvolvi-mento harmonioso, o bem da família, e para construir uma sociedade mais justa, porque traz consigo uma compe-tição exasperada, fortes desigualdades, degradação do meio ambiente, corrida ao consumo, mal-estar nas famílias.”

“Quero dedicar uma palavra tam-bém aos fiéis que, embora comparti-lhando os ensinamentos da Igreja sobre

a família, estão marcados por experiências dolorosas de falência e separação. Sabei que o papa e a Igreja vos apoiam na vossa fadiga. Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, e almejo que as dioceses assu-mam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade.”

“Queridas famílias, mesmo nos ritmos ace-lerados do nosso tempo, não percais o sentido do Dia do Senhor! É como o oásis onde parar para saborear a alegria do encontro e saciar a nossa sede de Deus. Harmonizar os horários do trabalho e as exigências da família, a profis-são e a paternidade/maternidade, o trabalho e a festa, é importante para construir sociedades com um rosto humano.”

Tião e Neida participaram o 3º Encontro de Revisão Matrimonial, quando completaram vinte anos de casamen-to. Tornaram-se serventes e estiveram a serviço por vinte e oito anos, proferindo as palestras de Diálogo, Harmo-nia Conjugal e Educação de Filhos. Tião, ainda exerceu a presidência da Associação, fundou e dirigiu a Escola de Serventes e constituiu o grupo Seresteiros de Caná. Alguns amigos costumavam chamá-lo de Tião “Paganini”, alusão ao maior virtuose do nobre instrumento em todos os tem-pos. Foram também muito atuantes na Paróquia do Padre Eustáquio, ajudando no Curso de Noivos por longos anos.

De seu casamento vieram ao mundo Ricardo, Regina Coeli, Alexandre, Eduardo e Heloisa. Com dor imensa per-deram Regina Coeli, com quase seis anos de idade, mas a fé em Deus amenizou o sofrimento. Além dos cinco, aco-lheram e criaram Geralda, que lhes deu muitas alegrias. A nova geração já conta com cinco netos e cinco netas. Seu casamento, de conformidade com o plano de Deus, só teve fim quando a morte os separou, em 30 de julho de 2009.

Num agradável bate papo, encontramos Neida com o espírito acolhedor que lhe é peculiar. Há cerca de oito me-ses mudou-se do bairro Padre Eustáquio para a Serra, um belo e amplo apartamento. Chamou-nos a atenção o mo-biliário, o mesmo de seu casamento com o nosso saudoso

Tião. Em um corredor, sobre uma cômoda, os retratos de uma diva e um galã, Neida e Tião, como duas celebridades hollywoodianas.

Mesmo tendo convivido com eles durante muitos anos, essa visita nos permitiu conhecê-los um pouco mais, e par-tilhamos, neste texto, com a nossa abençoada Família de Caná um pouco da história de amigos tão queridos. Agora, ao perguntamos por onde anda, sabemos que Neida ainda se encontra entre nós com seu coração piedoso, enquanto o amado Tião, com seu violino, acompanha o coro dos anjos lá no Céu.

Neida do saudoso tião

vII Encontro Mundial das FamíliasTrechos da homilia do papa Bento XVI na missa de encerramento

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Anunciar no Jornal Família de Caná

é trabalhar pela causa da FAMÍLIA

e contra a praga das DROGAS

Durante dezessete anos participei ativamente do PRODES. Os últimos três anos, nos Encontros para familiares dos internos da Fazenda Recanto de Caná. Aprendi muito com todos com quem convivi no grupo e trago no meu coração um “pedacinho” de várias pessoas, apesar de nos termos distanciado fisicamente.

O maior ensinamento que o PRODES me pro-porcionou foi a importância de SER ÚTIL ao próxi-mo. Descobri que esse é um trabalho conosco mes-mo, de uma vida inteira, já que para isso é necessário amar mais e melhor a si mesmo e às pessoas. É o que venho buscando.

SER ÚTIL é ter DISPONIBILIDADE para o ou-tro, dando-lhe o melhor de si mesmo: os dons, o per-dão, o amor, a compreensão, a aceitação, o saber ou-vir, o não julgar... Em tempos em que a natureza se rebela contra os desmandos do Homem, mais do que nunca precisamos aprender a SER ÚTIL. É o tempo de aprendermos o AMOR UNIVERSAL, de prati-carmos ações e pensamentos de amor. Como padre Osvaldo costuma repetir, “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”. É hora de colocarmos em prática o Evangelho que o Cristo nos ensinou.

A propósito, não posso deixar de citar um exem-plo do Padre Osvaldo, esse mestre amoroso, que tantas vezes me ensinou a ter esperança, perseveran-ça, amor e fé. Me lembro de uma vez que estava no Caná preparando um evento. Eram mais de 9 horas da noite, muita, muita chuva; o telefone tocou da Fa-zenda comunicando que alguém precisava dele. Ele entrou na capela, fez uma rápida oração, pegou o carro e saiu debaixo do temporal arrasador, enfren-tando um trecho precário de estrada de terra. Fiquei apreensiva e fiz uma oração para que ele chegasse em segurança, mas logo me veio um pensamento: Tenha fé, confia em Deus! E deu tudo certo.

O PRODES foi uma das mais importantes esco-las da minha vida. Seria muito bom que todos os jo-vens, pudessem ter a oportunidade que eu tive, pela qual agradeço a Deus. Que a paz e a luz de Jesus esteja com cada um de vocês.

Fatinha

Fomos abençoados quando fize-mos a entronização do Sagrado Cora-ção de Jesus e Maria em nossa casa. Primeiramente, pelo poder do espírito de Deus, que pudemos presenciar nos dias subsequentes. E em segundo lu-gar, pela presença do Padre Osvaldo e dos nossos amigos vizinhos e padri-nhos de casamento no dia da entroni-zação.

O sentimento foi de um profundo despertar na luz de Jesus. No momen-to em que começamos a orar diante do Sagrado Coração de Jesus, perce-bemos a grandeza espiritual com que ele nos move, e da mesma forma a su-tileza das suas ações.

O Sagrado Coração hoje fica em um lugar de referência em nossa casa, para nos lembrar que em Jesus tudo é possível e que seu amor por nossa família é imensurável.

Agradecemos muito a Deus esse momento e a todos que o comparti-lharam conosco e com certeza foram abençoados também. Hoje percebe-mos a importância da entronização dos lares, não como um mero simbo-lismo religioso, mas como forma de louvar e resguardar nossas vidas dian-te de Deus.”

Leo e Simone

um profundo despertar de luz

O prODES NA MINHA vIDA ENtrONIZAÇÃO DO SAGrADO COrAÇÃO DE JESuS NOS LArES

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Informativo da ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ - Agosto de 2012 5

Senhora de as-pecto frágil, bei-rando os sessenta anos, pede ajuda.

“Meu filho de trinta e sete anos está envolvido com as drogas”.

É uma história dramática, como costumam ser todas. O pai morreu cedo, deixando a esposa com o filho único, Julinho, de saúde muito frágil, com frequentes internações hospitalares. Fi-lho já criado, a mãe volta a se casar. O padrasto se dá bem com o rapaz, mas procura não se envolver no relaciona-mento dele com a mãe.

A partir dos dezoito anos, Julinho começou a apresen-tar alterações de comportamento. E a mãe, muito lúcida, percebeu que ele estava chafurdado nas drogas. Ele veio a casar, nasceu um filho, separou-se da esposa e voltou para a casa da mãe.

Agressivo com ela, chega às vezes a subjugá-la, quan-do o padrasto tem que intervir. Não demonstra carinho nem paciência com o filho, exige da mãe itens de confor-to - como som de última geração e TV a cabo - além de comida pronta, casa arrumada e roupa lavada e passada.

Instável no emprego, poucos dias depois de receber já não tem um tostão no bolso, pede emprestadas peque-nas quantias que nunca reembolsa. Ele jura que largou a droga, mas pelas atitudes dele, a mãe tem certeza de que Julinho continua usando. Ela sabe que o dependente não assume a sua condição, e um dos seus instrumentos de manipulação é a mentira. Na situação atual, ela busca ser firme com ele, exigindo, por exemplo, que ele participe das despesas domésticas.

Mas, na infância, por causa da orfandade precoce e da saúde precá-ria, Julinho recebeu um tratamento diferenciado, com excesso de mi-mos e cuidados extremados. Ima-turo e inseguro, após o fracasso do casamento, refugiou-se na casa da mãe que o acolheu e atura. Mesmo agora, convenhamos, continua como um “pequeno prín-cipe”. Coisas de coração de mãe, a gente diria.

E as consequências? Estão fazendo feliz o coração da mãe? E você, caro leitor, trocaria uma vida mansa dessas,

apoiada na “muleta” das drogas e sob as asas maternas, por nove meses de internação, enfrentando a “fissura” da abstinência da droga, o esforço físico para desintoxicar o organismo, a disciplina dura para recobrar a força de von-tade e a autoestima perdidas?

Nós pais temos que tomar consciência de que amar nem sempre é sorrir; tanta vez é chorar...

José Wagner Leão

Os Encontros de Revisão Matrimonial sempre produziram bons frutos, mas no último, o de número 249, aconteceu algo especial. Sete casais encontris-tas foram convidados a formar, juntamente com o casal Sued e Teresa, um novo grupo de pós-encontro, que foi batizado de “HARMONIA 2012”.

A primeira reunião aconteceu no dia 17, infelizmente com a au-sência justificada dos casais João Antônio/ Maria José e Carlos/Maria Cristina.

A Família de Caná deseja que as bênçãos de Deus sejam derra-madas sobre o novo grupo, e que tenha vida longa e próspera, sem-pre ajudando no objetivo de fazer famílias felizes.

Da esquerda para a direita: Rafael e Aline, Luiz Otávio e Jacqueline, Guilherme e Regiane, Gustavo e Letícia,

Guilherme e Amanda e Sued e Teresa.

Você já percebeu o quanto é difícil falar de nós mesmos, das coisas boas que temos e fazemos. Pois é, este sentimento nos pegou. Estamos aqui para falar sobre nosso pós-encontro. Somos um casal jovem, com apenas seis anos de casados, dos quais quatro vividos e construídos dentro deste grupo. É impressionante como mudou e vem mudando a nos-sa relação.

Levados pelo exemplo dos nossos pais José Afon-so e Ariádina, nem bem fizemos um ano de casados e lá estávamos no Encontro de Revisão Matrimonial e, na semana seguinte, no Grupo Alicerce. Nome forte e representativo. Alicerce! Sinônimo de base, força, sustentáculo, fundamento. Aqui, na constru-ção de nossa família, trocamos experiências, anseios e receios. Amadurecemos e crescemos não só como casal, mas como pessoas humanas e cristãos. Hoje, não nos parece possível mais viver sem isso.

Nada como desfrutar do carinho e da convivência

com pessoas e casais experientes, de espírito aber-to e alegre, sempre dispostos a dialogar, cantar, re-zar e celebrar. Sob a liderança firme e dedicada dos amigos Aristides e Lúcia, passamos duas segundas-feiras do mês discutindo a vida conjugal, amparados pela palavra de Deus e na fé em Cristo. O grupo nos ajuda a manter viva a mensagem e a chama acesa em nossos corações no encontro de Revisão Matrimo-nial, tornando nossas famílias unidas e felizes.

Claro, nem tudo são flores! Existiram e existirão reuniões pesadas, trocas de farpas e clima quente, mas tudo faz parte da evolução e aperfeiçoamento que buscamos juntos. Nada que o sempre gosto-so “lanchinho” oferecido ao final das reuniões não resolva... Fato é que, no grupo Alicerce, sentimos e vivenciamos o que disse o grande mestre: “Onde es-tiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20).

Moisés e Renata

Coisas de coração de mãe!...

O ALICErCE DE NOSSAS vIDAS

NASCE O FILHO MAIS NOvO DO pÓS-ENCONtrO

A vIDA NO pÓS-ENCONtrO

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vArIEDADES

IMpOrtANtE!...Serão sorteados 5 exemplares do livro

Em Oração com a Bíblia na Mão, do Pe. Osvaldo,entre os que enviarem as respostas corretas

das Palavras Cruzadas.

Horizontais2. Comunidade... O mais novo sonho do Padre Osvaldo4. Mãe de João Batista6. Encontro para Casais que fizeram a revisão7. Uma das catorze cartas8. ... De Caná. Local dos encontros no Caná9. Anjo que anunciou Maria10. Jesus quer que tenhamos...

verticais1. Terceira pessoa da Trindade3. Terceiro Livro do Antigo Testamento5. Estavam nas Bodas de Caná.

SÓ... rIA!

roubando na IgrejaNa aula de catecismo o padre repreende Joãozinho por ter rouba-do um santo da capela e fica horas falando sobre roubo.– Bem, Joãozinho, agora que eu já lhe expliquei o que é um la-drão e que isso é uma coisa muito feia, me diga: Se eu colocar a mão no seu bolso e tirar 10 reais... O que é isso?– É um milagre, padre!

Entrando no CéuNa última aula de catecismo o padre pergunta ao Joãozinho.– O que você fará para entrar no céu?– Eu vou ficar ali na porta, entrando e saindo, entrando e saindo, entrando e saindo... Até São Pedro ficar de saco cheio. Aí ele vai bronquear: “E aí moleque? Ou sai ou entra de uma vez!” Daí eu entro!

ADIvINHAS1. Qual o meio de transporte que tem 6 motoristas, 1 passageiro,

e só faz a viagem de ida?2. O que enche uma casa mas não enche uma mão?3. Qual é o animal preferido do vampiro bêbado?4. O que é o que é faz saltos sensacionais, mas nunca esteve em

uma Olimpíada?5. Como você chama um pingüim com uma raquete pequena na

mão?

Se você é um vencedor,terá alguns falsos amigose alguns amigos verdadeiros.Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,as pessoas podem enganá-loSeja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construirAlguém pode destruir de uma hora para outra.Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,As pessoas podem sentir inveja.Seja feliz assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,mas isso pode nunca ser o bastante.Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final de tudoSerá você ... e Deus.E não você ... e as pessoas!

Madre Tereza de Calcutá

“SE vOCê é...

RESPOSTAS: 1. caixão; 2. o botão da camisa;3. a girafa; 4. o sapateiro; 5. pinguim-pongue

rECEItAS DA tErESACALDO DE MORANGA

(Próprio para ser consumido nos dias frios)

A abóbora moranga é uma leguminosa de alto valor nutritivo e cada 100g de sua polpa possui apenas 19 calorias. Entre outros benefí-cios, auxilia no bom aspecto da pele, evita in-fecções e melhora a contração muscular.• 1kg de peito de frango• 1 moranga média• 1 lata de creme de leite sem soro• 2 tabletes de caldo de galinha• Alho e cebola a gosto.

Cozinhe a moranga com uma pitada de sal e o caldo de galinha. Bata a abóbora com a água do seu cozimento. Refogue e cozinhe o peito de frango na pressão, acrescente a moranga com caldo ao frango e ferva até dar consistência. Por último, incorpore o creme de leite;

SER CRISTÃO É:“VIGIAR E ORAR”

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Informativo da ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ - Agosto de 2012 7

ACONtECEu NO CANÁ

Rua João Garzon, 210 | Bandeirantes | BH | [email protected] | www.valmarinho.com

Produções fotográficas: bebê, criança, gestante e família;Estúdio acolhedor para gestantes,

mamães, bebês e crianças;Sessão de fotos planejada, com carinho, para você.

temas antigos,nova abordagem

Retomar a temáti-ca conjugal e familiar a partir de nova pers-pectiva é a proposta do Encontro de Ou-tono. Um longo cami-nho já foi percorrido – pelo menos 25 anos de casamento – e o panorama é outro. Na vida conjugal e pessoal, o choque do declínio físico e pro-fi ssional, quem sabe o desgaste afetivo e emocional, certa falta de horizontes. No plano familiar, o confronto com uma visão de mundo diferente, de fi lhos, genros e noras; a casa se esvazia e, de repente, volta a pulsar de vida nova, a seiva inebriante dos netos. Uma completa revolução!

Essa realidade desafi adora foi o tema da refl exão de 14 casais e 3 senhoras, durante o 14º Encontro de Outono, nos dias 05 e 06 de maio. “O encontro foi um sucesso; que possamos desfrutar de um outono só colhendo excelen-tes frutos”, é o testemunho de Wallace e Cláudia. “É na vivência das pessoas, partilhando suas experiências que nós vamos crescendo no dia a dia, como casal”, diz um casal que não se identifi cou. E ainda: “Temos de agradecer a Deus por ter capacitado todas essas pessoas para levar tanto amor a outras pessoas, e a todos pela acolhida”.

Numa relação simbólica com o desenrolar do Encon-tro, aconteceu a derrubada de duas árvores, elemento his-tórico da paisagem do Caná, conforme o texto do Danilo.

A Mangueira e o JambeiroAs árvores possuem grande relevância na vida de todos

nós. No Caná, desfrutamos do convívio de duas árvores fron-dosas, a mangueira e o jambeiro, que enfeitavam nossas vidas. Por força de circunstâncias, que ecologistas xiitas chamariam de ocultas, ambas vieram abaixo neste fatídico sábado.

O coração é quem diz: Como eram belas! Não pode-riam ser ceifadas sem homenagens. As internas se reuni-ram junto ao tronco da mangueira para histórica foto de vida vegetal a ser imolada e vidas humanas a serem res-gatadas. A outra homenagem é a transcrição do célebre poema de Olavo Bilac, o Príncipe dos Poetas brasileiros: “Velhas árvores”

Olha estas velhas árvores, mais belasDo que as árvores novas, mais amigas:Tanto mais belas quanto mais antigas,Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delasVivem, livres de fomes e fadigas;E em seus galhos abrigam-se as cantigasE os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!Envelheçamos rindo! EnvelheçamosComo as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!

Danilo dos Santos Pereira

Encontro EvangelizarAconteceu, nos dias 16 e 17 de junho, o 1º En-

contro Evangelizar, para adultos, longamente aca-lentado pelo Padre Osvaldo.

No sábado, os 53 participantes foram chegando com enorme expectativa, muita alegria e, por que não dizer, muita curiosidade. Foram recebidos com alegria pelo Padre Osvaldo, o apóstolo corajoso, in-cansável e criativo. Ele pessoalmente conduziu todo o Encontro.

Os participantes se entusiasmaram desde o co-meço pelo conteúdo que ia se revelando, inspirado no documento “Evangelii nuntiandi”, do Papa Pau-lo VI. Com segurança, tranquilidade e paciência o Padre Osvaldo foi desenvolvendo o trabalho, mos-trando a necessidade de ser evangelizadores. Tarefa nada fácil mas cativante. Já foi dito que “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”.

“A força e o entusiasmo do Padre Osvaldo real-mente nos levam a querer caminhar com Cristo, que faz nosso coração arder, e com o ele, que vai sempre à nossa frente; evangelizar é preciso”, destacou a Lilia, servente do Caná, presente ao Encontro. E faz um convite: “Vamos semear com amor a Palavra de Deus, vivenciá-la no nosso dia a dia, para o cresci-mento do Reino.”

Parabéns ao Padre Osvaldo!Avante, Comunidade Samaritana.

Muita comida, diversão e música boa marcaram o Ar-raiá do Caná, que aconteceu no último dia 7 de julho. Cer-ca de 150 pessoas compareceram ao evento, que está em sua 14ª edição e vem ganhando cada vez mais destaque entre os eventos da Casa. Num ambiente acolhedor e fa-miliar, as pessoas participaram das brincadeiras, do bingo e do leilão de dois lindos cães, gentilmente cedidos.

“Foram cerca de dois meses de muito trabalho e de-dicação, mas com a bênção de Deus, tudo saiu como o planejado e a festa foi um sucesso”, afi rmou Luís Gusta-vo dos Santos, integrante do Prodes. Ainda segundo Luís, é importante agradecer a ajuda de outros movimentos da casa, como os internos da Fazenda e o grupo de casais, que se colocaram à disposição e contribuíram para a rea-lização do Arraiá.

Organizado pelo grupo Prodes desde 1999, o Arraiá de Caná acontece anualmente no mês de julho com o intuito de arrecadar fundos para o Caná e promover a integração entre os grupos da Casa e seus familiares. A cada ano que passa a festa vem ganhando novas atrações, conquistando um público fi el que não perde um evento.

Grupo prodes realiza mais uma edição do

Arraiá do Caná

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A rotina da Comunidade Feminina Padre Eustáquio não muda. São quinze mulheres dependentes

químicas que se revezam a cada nove meses, no “trabalho, disciplina e espiritualidade”, em busca de serem “sóbrias,

puras, honestas e verdadeiras”, conforme pedem a Deus todos os dias. Mas cada uma que passa por aqui vive uma experiência

única e irrepetível, como conta a nossa entrevistada, que acaba de cumprir o processo terapêutico.

9912263973 - DR/MG

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

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Não procurado

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Data de Reintegração

Rubrica do CarteiroInformativo da ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA DE CANÁ - Agosto de 20128

Quem é a Vanessa?Meu nome é Vanessa Barreto,

tenho 44 anos, sou enfermeira e dependente química em recupera-ção. Sou uma pessoa que tem uma doença incurável, progressiva e fatal.

Como foi que você se tornou dependente?

Fui uma criança e uma adolescente obesa e, por isso, sempre me considerei a mais feia da escola, a filha mais problemática e a pessoa mais rejeitada. Fui me tornando compulsiva em comer, fumar e comprar. Nunca tive limi-tes. Em 2003 passei por uma cirurgia de redução do es-tômago, pois minha obesidade não atrapalhava somente a beleza física, mas comprometia também minha saúde física e mental. Em 2004, aos 36 anos, ingressei na faculdade; foi onde tudo começou. Fui emagrecendo e ficando com a auto-estima mais elevada. Conheci os “prazeres da vida” e a famosa cervejinha. Comecei com um copo e fui aumen-tando as doses, até perceber que, ao fazer a cirurgia, eu apenas troquei de compulsão. Passei a frequentar lugares não apropriados, bebia sozinha, cheguei a dormir na rua com drogados e mendigos. Me envolvi com um dependen-te do crack, mas graças a Deus sou muito medrosa e não experimentei.

Como você explica o seu envolvimento com as drogas?

As pessoas em geral, consideradas seres da falta, são in-satisfeitas, portadoras de frustrações, dificuldades e sonhos destruídos. Todavia, com o amadurecimento conseguem passar por tudo isso sem uma “ajuda extra” para preencher o vazio que todos sentem em algum momento vida. Nós, que nos tornamos dependentes químicos, precisamos des-sa “ajuda extra”, como um vício qualquer, por não termos amadurecido o suficiente. A partir daí, somos julgados e incompreendidos por amigos, familiares e pela sociedade.

Em que momento você resolveu parar?Ao chegar ao fundo do poço, pedi ajuda a minha famí-

lia. E foi aí que conheci a Família de Caná. Cheguei aqui completamente desinformada sobre a dependência, embora minha formação seja na área da saúde. Nesta casa descobri que a cura vem através do trabalho, da disciplina e da es-piritualidade.

Que avaliação você faz do tratamento que recebeu?

Cumpri um processo de nove meses recebendo orien-tações, passando por consultas; com muito estímulo e cari-nho, me senti protegida neste verdadeiro oásis e recuperei o equilíbrio da minha personalidade. Foi através desta casa que conheci a verdadeira face de Jesus e descobri que “ser feliz é fazer alguém feliz”.

Quais são os seus projetos?Depois de nove meses de tratamento, estou aqui traba-

lhando como voluntária, com o objetivo de continuar o que renasceu em mim e con-seguir força para reco-meçar e persistência para ajudar não só a mim, mas a todos que precisam. Continuo também apren-dendo cada dia com o Padre Osvaldo, que, com sua abnegação, paciência e total desprendimento, faz desta casa uma ins-tituição modeladora do caráter e transmissora de princípios cristãos.

padre Osvaldo recebe título de

parceiro Social da Arquidiocese

O Padre Osvaldo Gonçalves, fundador da Família de Caná, foi homenageado na abertura do 3º Cir-cuito Sociocultural Arquidiocesano, re-alizado nos dias 22 a 24 de junho, quando foram apresentados aproximadamente 1200 projetos sociais, políticos e culturais

que são realizados pelas pastorais, entidades, paró-quias e comunidades da Arquidiocese. O Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidio-cese de Belo Horizonte conferiu-lhe o título de Par-ceiro Social, como reconhecimento público de seu compromisso com construção de uma sociedade mais justa.

O evento aconteceu no Parque das Mangabeiras. Cerca de 12 mil pessoas visitaram os estandes, que apresentavam um pouco das grandes iniciativas desen-volvidas e mostram que os esforços de muitos na bus-ca por uma sociedade mais justa e fraterna dão grandes resultados e renovam as esperanças de todos que cola-boram com os trabalhos sociais da Igreja. A Igreja não existe para si mesma e deve dedicar-se ao serviço, a partir de uma opção preferencial pelos pobres.

Pe. Ademir Ragazzi, Vigário Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Ho-rizonte, parabenizou todos os projetos apresentados e destacou que a sociedade e o poder público devem dar mais apoio a iniciativas como as que foram apresenta-das no evento. Investimento em projetos como estes, ajudam na educação, saúde e lazer, tirando os jovens do mundo das drogas.

José Afonso Pinto de AssisPresidente da Família de Caná

ESpECIAL ENtrEvIStA