Jornal Fevereiro

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Director: Adriano Brasil - Ano 1 - Nº: 3 - 27 de Fevereiro de 2012 - Mensal - €1.00 O Breves Página 3 Página 13 Câmara Municipal das Velas Atentos mas… não parados! É desta forma que Manuel Silveira define os dois anos de mandato que já passaram. Ensino Página 5 Gente da Nossa Terra Pequeno Grande Homem “Certo é que quando não pudermos negociar com um lavrador é sinal que São Jorge está falido.” “Não quero prever o futuro. Mas, a realidade é que o turis- mo é um sector fraco nesta ilha, por isso, investir, só nesta área em São Jorge, não será rentável.” África, fajãs, milhões Foi apresentado o novo projecto da EBS de Velas O Governo dos Açores compro- meteu-se, na ilha de São Jorge, a lançar até ao final do primeiro semestre, pelo valor de 14 milhões de euros, o concurso públi- co para a constru- ção da nova Escola Básica e Secundária das Velas. “Inovador e funcional” Açores uma referência como destino de Natureza Turismo Temos todas as condições para que os Açores se afir- mem como uma região de turismo natureza e julgo que esse é o caminho que deve ser seguido.”, disse Vasco Cordeiro, na apresentação da VI Bienal de Turismo em Espaço Rural que se realiza em São Jorge, em Abril próxi- mo. Página 6

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Director: Adriano Brasil - Ano 1 - Nº: 3 - 27 de Fevereiro de 2012 - Mensal - €1.00

O B r e v e s Página 3

Página 13

Câmara Municipal das Velas

Atentos mas… não parados!

É desta forma que Manuel Silveira define os dois anos de mandato que já passaram.

Ensino

Página 5

Gente da Nossa Terra

Pequeno Grande Homem

“Certo é que quando não pudermos negociar com um

lavrador é sinal que São Jorge está falido.”

“Não quero prever o futuro.

Mas, a realidade é que o turis-mo é um sector fraco nesta

ilha, por isso, investir, só nesta área em São Jorge, não será

rentável.”

África, fajãs, milhões

Foi apresentado o novo projecto da EBS de Velas

O Governo dos Açores compro-

meteu-se, na ilha de São Jorge, a

lançar até ao final do primeiro

semestre, pelo valor de 14

milhões de euros, o concurso públi-

co para a constru-ção da nova

Escola Básica e Secundária das

Velas.

“Inovador e funcional” Açores

uma referência como destino de Natureza

Turismo

“Temos todas as condições para que os Açores se afir-mem como uma região de turismo natureza e julgo que esse é o caminho que deve ser seguido.”, disse Vasco Cordeiro, na apresentação da VI Bienal de Turismo em Espaço Rural que se realiza em São Jorge, em Abril próxi-mo. Página 6

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2 Pagina da A.A.D.T.I.S.J. O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012

O BREVES - FICHA TÉCNICA - Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge, NIPC: 509893678. Nº de Registo de Título: 126151, Jornal Mensal. Composição e Impressão: Gráfica O Telegrapho. Sede e Redacção: Largo Dr. José Pereira (Praça Velha) - Velas. Contactos: Tel. 295 412 113, Telm. 91 692 91 84. E-mail: [email protected]. Director: Adriano Brasil, Director Adjunto: José Fernando Bettencourt, Chefe de Redacção: Armando Silveira, Colaboradores: Alexandre Soares, Luís Costa, João Amaral Silva, Maria José Silveira, Milton Dias. Fotografia: Valdemar Furtado, Foto Oceanus e outros colaboradores. Disign Gráfico: José Fernando Bettencourt. Edição Electrónica: Redacção. Administração: Valdemar Furtado, Raimundo Pereira e Willian Libardi. Tiragem desta Edição: 2.500 exemplares. Assinatura anual: 15,00€. TODAS AS CRÓNICAS E ARTIGOS DE OPINIÃO, PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES.

O que é nosso é bom

Carnaval 2012

Como o próprio nome indica, a nossa Associação está vocacionada para a divulgação de tudo o que são tradições da ilha de São Jorge. Nesta edição destacamos dois acontecimentos que nos parecem importantes.

1º - O Carnaval, ao contrário do que muitos esperavam foi, mais uma vez, um sucesso na nossa ilha. Alunos de todas as escolas da ilha saíram à rua e mostraram que a alegria que se vive na nossa ilha.

2º - A feira de produtos genuínos da nossa terra, organizada pela Catequese das Velas, é outro dos assuntos que não podíamos deixar de mostrar aos nossos leitores. O evento mostrou que São Jorge tem potencialidades para produzir muitos dos artigos que consumimos, vindos de fora. Ao fim e ao cabo está em causa a economia da nossa ilha.

Que haja muita alegria, para o próximo Carnaval. Que se façam mais feiras com produtos da nossa terra.

“Sinto-me orgulhosa pela

forma como os pais

colaboram e acarinham as

iniciativas da catequese.” -

diz a Irmã Filomena

Lourenço, responsável

pela catequese das Velas.

A feira ocorreu antes da

missa, junto à Matriz das

Velas, num espaço cedido

pelo Restaurante Açor.

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Pequeno Grande Homem José Almeida veio a São Jorge em passeio, depois de regressar de Angola. Nesta ilha encontrou o amor da sua vida com quem casou e formou família. Com um filho e uma filha, ambos ligados ao seu grupo de empresas, hoje em dia é o maior empresário de São Jorge, com investimentos também no Pico. Diz-se jorgense de alma e coração, gosta de viajar, é diverti-do e amigo de ajudar quem preci-sa. No que respeita ao “mundo” empresarial é ponderado nos investimentos que faz. Diz mesmo que, “(…) se ganho dez só gasto oito.”

Início de actividade e crescimento da empresa

Quando veio visitar São Jorge já tinha viagem comprada para o Brasil, país para onde foram mui-tos jorgenses, depois de regressa-rem de Angola, nomeadamente para o sul do Brasil. Pouco tempo depois de estar na ilha começa a trabalhar numa empresa jorgense. Mas, a sua aptidão para o negócio, que já vinha de Angola, onde tinha uma empresa de distribuição de produ-tos alimentares, levou José Almei-da a criar a sua própria empresa. Muitos não acreditarão mas, o que hoje em dia é o maior empresário de São Jorge e um dos maiores da região, iniciou a sua actividade como taxista. “O meu táxi era um Datsun 2200, ao fim de pouco tempo, vendi o táxi e montei uma pequena oficina mecânica.” – disse, José Almeida Com a oficina a funcionar o negó-cio começa a crescer, “Começamos a trabalhar e a evo-luir. Criamos um sector de venda de peças e outro de venda de automóveis. A nossa empresa foi crescendo até conseguirmos com-prar outras empresas e abrir outro tipo de negócio.” O investimento foi crescendo de forma ponderada e com a certeza que ao abrir mais uma empresa não seria para fechar. Com a aju-da da banca começa, desta forma, a erguer-se o «Grupo Almeida e Azevedo» que, nesta altura movi-menta, anualmente, 25M€ (vinte e cinco milhões de euros), empre-gando cerca de 180 (cento e oiten-ta) funcionários, em São Jorge e no Pico. O grupo de empresas divide-se por diversos sectores, hotelaria, rent-a-car, oficina mecânica, ven-da de automóveis, venda de com-bustíveis, ramo alimentar e mate-riais de construção. Um dos investimentos que falhou, por diversas razões, foi o transpor-te marítimo de passageiros. O «Grupo Almeida e Azevedo»,

durante cerca de dez anos, foi o maior accionista da Transmaçôr. Entretanto diversos entraves, com concursos, IPTM, etc., levaram a que José Almeida se desfizesse da maioria do capital que detinha na empresa. “Esta é uma história muito comprida e complicada que nem quero recordar.” – diz José Almeida com alguma mágoa. Entretanto o empresário diz que, conscientemente, fez tudo o que era possível para não vender a empresa, que veio revolucionar o transporte marítimo de passagei-ros no triângulo, facto que a popu-lação ainda recorda. José Almeida afirma ainda que a entrada do «Grupo» no sector dos transportes foi o pior investimento que fez até hoje, chegando a pre-judicar outras empresas do «Grupo» por causa da Transma-çôr.

A visão de José Almeida sobre São Jorge

A situação económica mundial e nacional reflecte-se em São Jorge. José Almeida refere, “Economicamente, São Jorge atra-vessa algumas dificuldades, como quase todas as ilhas da região. No nosso caso, dependemos da lavoura para o bom funcionamento económico das empresas. Sendo assim não é aceitável que o leite, a base do produto final do trabalho dos lavradores, o queijo, seja pago a um preço baixo ao produtor e o queijo seja vendido a preços ele-vados. Daí a preocupação de qualquer

empresário desta ilha. O sector agrícola é fundamental para o desenvolvimento económico de S. Jorge. E, um dia que falhe, não sei o que acontecerá. Os lavradores nem sempre recebem atempada-mente, por isso, as empresas estarem numa situação complica-da onde o dinheiro não circula como em anos anteriores. Asso-ciado a este problema está, nesta altura, o corte ao crédito na banca. Certo é que quando não pudermos negociar com um lavrador é sinal que São Jorge está falido.” – disse Em relação ao sector do turismo José Almeida mostra convicção e diz que São Jorge nunca será uma ilha onde se consiga viver deste sector. “Não quero prever o futuro. Mas, a realidade é que o turismo é um sector fraco nesta ilha, por isso, investir, só nesta área, em São Jorge não será rentável.” No entanto, o empresário tem a certeza que há solução para trazer mais turistas a São Jorge, fazendo com que o crescimento do sector seja uma realidade com a vinda de mais pessoas à ilha. José Almeida dá alguns exemplos do que acon-tece actualmente, “O maior proble-ma está no custo elevado das via-gens entre o continente e a nossa ilha. No meu entender, bastaria baixar o preço das viagens, abrir o espaço aéreo a outras compa-nhias, como acontece na Madeira, por exemplo. Se eu estiver em Lis-boa e quiser conhecer os Açores venho para São Miguel, Terceira ou Horta, porque consigo preços mais acessíveis. Qualquer agente turístico, no continente faz a mes-ma coisa. Encaminha as pessoas

que querem visitar os Açores para as ilhas que proporcionam viagens mais em conta. Não é admissível que uma viagem, entre Lisboa e São Jorge, custe cerca de 500€ (quinhentos euros), por essa razão os turistas do continente portu-guês não vêm em maior número a São Jorge, bem como, a outras ilhas mais pequenas. Não com-preendo a política de turismo para esta região, nem percebo porque não há “low cost” para os açores. É incompreensível! Conheço pes-soas que gostavam de cá vir mas, pelo mesmo preço, vão passar oito dias à Republica Dominicana, por exemplo, com tudo incluído. Alguma coisa está mal.” – conclui, José Almeida No que respeita à situação actual da sua empresa, José Almeida refere que, “Temos consciência que não estamos a viver os melhores dias, em termos econó-micos, mas, o nosso Grupo, que agrega várias empresas, sobrevi-ve à crise, não havendo proble-mas que coloquem em risco qual-quer sector.” – disse Empresário estabelecido há 37 anos tem como preocupação prin-cipal gerir o «Grupo» para que, no final do mês, tenha condições financeiras para pagar aos funcio-nários. “Essa é a minha maior preocupa-ção.” – diz o empresário José Almeida define-se como pes-soa humilde, ponderado nos investimentos e amigo dos ami-gos. Gosta de festa e guarda no bolço do coração o que de mais sagrado tem na vida – a família.

Por: José Fernando Bettencourt Gente da Nossa Terra

África, fajãs, milhões

Natural do norte do país nasceu num dos lugares mais bonitos de Portugal, zona da Régua. Teve uma infância como tantas outras crianças mas, aos treze anos par-tiu, com a família, para terras de Angola. Até aos 31 anos viveu e trabalhou naquele a que chama o país das oportunidades e do futuro. Regressa a Portugal em 75 com marcas de uma guerra que nunca mais esquecerá. Em causa estava, “(…) a minha vida e tudo o resto não importava.” Disse José Almei-da, o convidado do Breves em «Gente da Nossa Terra».

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Ensino

Para Cláudia Cardoso “não é por acaso que a nossa situa-ção financeira se distingue da que vive o país e da que vive a outra região autónoma. Ao con-trário do resto do país o gover-no dos Açores tem feito o que pode pagar e dimensionamos os nossos investimentos à medida das nossas necessida-des. Foi isso precisamente que fizemos no caso da Escola das Velas. Com coragem. Adequan-do hoje o novo projecto da escola aos 700 alunos que irá efectivamente receber”.

À semelhança do que tem acontecido em “tantas outras escolas espalhadas por todos os concelhos da nossa região”, disse a governante, com a construção da nova EBS de Velas, o Governo garante aos alunos do concelho de Velas “melhores condições do que aquelas que tivemos. Do que aquelas que nos foram dadas. Garantimos-lhe as melhores condições, e neste acto simples relembramo-nos todos do per-curso que nós próprios fizemos nuns Açores diferentes. Marca-dos por um parque escolar sobrelotado, com professores sem habilitação própria, e na ausência total de recursos edu-cativos e de percursos alternati-vos na escola”.

Para a Secretária Regional da Educação e Formação, “o cenário que hoje vivemos na educação nos Açores é muito diferente. E esta escola é bem o exemplo disto. Das condições que devemos propiciar às crian-ças e aos jovens das Velas para que tenham um percurso escolar marcado pelo sucesso”.

Lembrando que o governo tem uma responsabilidade na melhoria das condições propor-cionadas às comunidades edu-cativas da Região, Cláudia Car-doso salientou no entanto que o executivo “não tem a única res-ponsabilidade”, cabendo “às famílias, aos pais, aos encarre-gados de educação, aos pro-fessores, aos conselhos execu-tivos, aos funcionários das escolas” a criação de “condições que permitam garantir o sucesso educativo. E neste processo cada demissão deve ser responsabilizada”.

A construção da nova escola das Velas insere-se num pro-cesso de reestruturação da rede escolar do sistema educa-tivo regional que o Governo tem vindo a desenvolver.

Um “investimento sério na melhoria das condições mate-riais e pedagógicas das nossas escolas, construindo novas escolas, suportando um siste- ma vantajoso e meritório de

acção social escolar, com van-tagens singulares em relação ao resto do país, e remodelan-do edifícios, oferecendo percur-sos educativos diferenciados dentro das escolas do ensino regular e por via do ensino pro-fissional”, disse.

A nova EBS de Velas, cujo projecto foi apresentado publi-camente, garantirá à comunida-de educativa condições de excelência ao nível de infra-estruturas, de entre as quais se destacam um núcleo de ciên-cias, tecnologia e artes, com-posto por laboratórios, salas de tecnologias de informação e

comunicação, e salas de dese-nho, artes e expressões, por um centro de recursos, com-posto por biblioteca, mediateca e sala multimédia, um espaço escola que acolherá alunos do ensino pré-escolar ao 12º ano, núcleo de educação especial e uma zona desportiva de quali-dade composta por um pavilhão gimnodesportivo coberto, e um pavilhão descoberto com pista de atletismo.

A adjudicação deste projecto permite ao Governo estar em condições de lançar o concurso público da empreitada de cons-trução até ao próximo mês de Junho.

Na cerimónia que decorreu nas actuais instalações da EBS, presidida pelo Presidente do Governo dos Açores, a Secretária da Educação e Formação salientou que este é “um projecto inovador e funcional que parte da visão ajus-tada e realista que o governo dos Açores tem do investi-mento público”.

Por: Redacção

Novo projecto para EBS de Velas

A construção da nova escola das Velas insere-se num processo de reestruturação da rede escolar do sistema educativo regional que o Governo tem vindo a desenvolver.

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Os Açores pretendem ser uma referência nacional e o principal destino de natureza do país, disse o Secretário Regional da Econo-mia, considerando ser esta uma componente fundamental para o futuro do sector. “Cada vez mais, queremos que os visitantes pos-sam usufruir de actividades e não apenas observar a nossa nature-za”, referiu Vasco Cordeiro, duran-te a apresentação da VI Bienal do Turismo em Espaço Rural, que decorrerá em S. Jorge no próximo mês de Abril.

“Temos todas as condições para que os Açores se afirmem como uma região de turismo natu-reza e julgo que esse é o caminho que deve ser seguido, até pelo

Açores uma referência como destino de Natureza

Turismo

contributo que este tipo de turis-mo, muito ligado também ao turis-mo em espaço rural, pode dar para a criação de emprego e para o desenvolvimento de novas empresas prestadoras deste tipo de serviços”.

Segundo Vasco Cordeiro, o turismo em espaço rural “tem vin-do a conhecer um aumento muito significativo da oferta, contrarian-do, inclusivamente a quebra que se tem verificado no mercado das dormidas tradicionais”. “Actualmente”, referiu “o turismo em espaço rural representa cerca de 10 por cento da oferta de camas existente no arquipélago e é um nicho que continua a registar um aumento da procura”.

O Secretário Regional da Eco-nomia salientou ainda o facto de a oferta “estar a crescer não só em quantidade, mas também em qua-lidade”, existindo mesmo algumas ilhas “em que a oferta destes espaços já ultrapassa a que é dis-ponibilizada pela hotelaria tradicio-nal”.

Para o governante, o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido

tem como objectivo "passar de um turismo contemplativo para um mais baseado nas experiências que as pessoas podem ter". “Pretendemos uma aposta maior na experiência e menos na verten-te contemplativa, já que deseja-mos que o turista não desloque apenas para observar as belezas dos Açores, mas usufrua delas", concluiu.

Qualquer passageiro ao chegar ao aeroporto de São Jorge ou enquanto aguarda pelo embarque tem agora mais entretenimento à sua disposição.

O investimento tem como objectivo principal, dar a conhecer as especifici-dades de São Jorge e outras ilhas, ao turismo e mesmo a quem tem curiosi-dade de conhecer, mais em pormenor, as ilhas da coesão.

O Governo Regional, através da Secretaria Regional da Ciência Tecno-logia e Equipamentos (S.R.C.T.E.), colocou à disposição na aerogare, um painel “touchscreen” que pode servir como, “o primeiro cartão-de-visita das nossas ilhas da coesão, permitindo uma interactividade entre o passageiro que chega e que precisa de conhecer dados da ilha, sob o ponto de vista da sua fauna, flora, geologia, eventos, notícias, entre outros temas”. – disse José Contente.

O governante lembrou que a insta-lação destes painéis nas 5 ilhas da coesão tem um duplo objectivo, “de

informação mas também de promoção da ilha, do ponto de vista turístico. E isso está, naturalmente, ligado às questões das actividades económicas”. – disse.

José Contente salientou ainda que, “é nestes diálogos entre o homem e a máquina que também se pode projec-tar melhor o nosso futuro, sendo que, esta cultura digital que se pode apro-fundar nos açores tem que ser feita todos os dias com equipamentos cada vez mais modernos, pondo os açores a par e passo do que se passa noutras partes do mundo, onde estes equipa-mentos já existem e têm dado bons resultados”.

Numa intervenção proferida em simultâneo com a apresentação do painel interactivo, o governante salien-tou ainda que a intenção do Governo dos Açores é de “continuar a divulgar os Açores de um modo moderno e a permitir também que essa cultura digi-tal apareça através da utilização deste tipo de equipamentos”.

Painel de informação interactivo no aeroporto de São Jorge

Tecnologia

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Recorde-se que a obra começou em São Pedro, com a construção de uma rotunda, que, depois de gerada a polémica sobre a estrutura (como é habitual em São Jorge), agora é bem aceite por todos os automobilistas que, diariamente, circundam a rotun-da para tomar o seu destino na estra-da.

Recorde-se ainda a polémica (conversa de café), que houve no iní-cio da obra de requalificação do único acesso à vila das Velas. Ora porque os passeios estavam largos de mais, ora porque a entrada para o «caminho dos cavalos» não tinha a elevação correcta, ora porque os muros não estavam a ser construídos como devia ser (não se sabe bem como devia ser…), enfim, depois de uma data de críticas, no momento da inau-guração e, em frente ao Presidente do Governo e Secretário Regional da Ciência Tecnologia e Equipamentos, não se viu ninguém abrir a boca para questionar todos os “problemas” aci-ma mencionados. Até elogiaram a obra e bateram palmas aos governan-tes. Sinal que, afinal, gerou-se con-cordância em relação às obras de reabilitação do acesso à vila das velas.

Trata-se de uma obra de requalifi-cação do troço de estrada entre S. Pedro e as Velas, com 1,4 km que representou um investimento de mais de 900 mil euros. Em declarações aos jornalistas, o Presidente do Governo dos Açores sublinhou a importância da intervenção, em virtude de se tra-tar do único acesso à vila.

Carlos César disse que, “a obra tem esse mérito, que é o de, para além de contribuir para o bem-estar e garantir uma circulação segura, tor-nou-se uma via potencialmente mais operacional numa situação anormal ou de uma crise que suscite uma intervenção rápida”, designadamente no âmbito da protecção civil. – disse

A requalificação, agora feita, con-sistiu num ligeiro aumento da platafor-ma da via, na construção de passeio em toda a sua extensão, que não existia anteriormente, na melhoria da geometria do traçado da via com o aumento dos raios das curvas, no reforço da sinalização vertical e hori-zontal, para além da colocação de novos equipamentos de segurança e de balizagem, e, no alargamento da ponte sobre a Ribeira do Almeida, devido ao aumento da largura da pla-taforma.

O Presidente dos Açores que fala-va na apresentação do projecto para requalificação do acesso à vila da Calheta disse que, “nem sempre – e muito menos em tempo de crises eco-nómicas e financeiras súbitas – é pos-sível manter o calendário da execu-ção de compromissos assumidos, ou, até, confirmar a sua prioridade. Afir-mou que tem dito isso muitas vezes, “não para desculpabilizar uma cir-cunstância ou outra em que não tenhamos sido capazes de fazer o que pretendíamos, mas, sobretudo, para chamar a atenção para a razão pela qual temos feito coisas que não tínhamos previsto fazer”.

O projecto de requalificação do acesso rodoviário à vila da Calheta, numa extensão de 3,7 km e com um investimento de 950 mil euros, vem beneficiar toda a população da ilha, já que, esta é a única via de acesso à sede de concelho.

Na altura, o Presidente do Gover-no frisou que, embora a situação actual obrigue ao reequacionar de prioridades, foi possível manter o compromisso de efectuar aquela obra que assegura melhores acessibilida-des num dos mais movimentados tro-ços da ilha de S. Jorge.

Aliás, Carlos César lembrou que,

desde que entrou para o Governo, foram requalificados mais de mil quiló-metros de estradas em todas as ilhas da região, investimento que foi feito “não por luxo, mas por necessidade”, e que, em qualquer caso, “não impe-diu outros investimentos com maior influência no nosso desempenho eco-nómico e social.”

Dando alguns exemplos, só da ilha de S. Jorge, referiu a reestruturação do sector industrial queijeiro, a recu-peração da conserveira de Santa Catarina, a intervenção de salvaguar-da na Escola Profissional de S. Jorge, a obra de ampliação e requalificação do aeroporto da ilha, no valor de mais de 25 milhões de euros, as melhorias das estruturas portuárias, a constru-ção de infra-estruturas na área do apoio social, os muitos quilómetros de caminhos agrícolas, a modernização das explorações, as obras no sector do Ambiente e, entre outras, a projec-tada construção, em breve, da Escola Básica e Secundária das Velas.

“Sabemos, portanto, que introduzi-mos grandes melhorias nesta ilha, que este é um processo de continui-dade, que deve ser aprofundado e mantido porque fizemos uma grande mudança para melhor”. Sustentou Carlos César.

Inaugurado o acesso às Velas

Acessos Por: José Fernando Bettencourt

No último dia da visita Estatutária do Governo Regio-nal à ilha de São Jorge, foi inaugurada a única via de

acesso à vila das Velas.

Alteração de prioridades

“Forma inteligente de governar”

O Presidente do Governo dos Açores, Carlos César, entende que “faz parte de uma forma competente e inteli-gente de governar alterar opções e adaptarmo-nos às cir-cunstâncias e a cada momento”.

O Secretário Regional do Ambiente e do Mar visitou as obras de consolidação e reparação do acesso à Caldeira de Santo Cristo.

Aquele acesso ficou danificado em vários pontos, devido a uma enxurrada ocorrida em Outubro do ano passado.

Conforme disse aos jornalistas Álamo

Acesso à Caldeira de Santo Cristo

Meneses, “foram de imediato feitas obras de reposição do acesso”, já concluídas, mas, “nesta altura”, importa planear algu-mas intervenções de segurança que o governante quis analisar no local com os técnicos.

Essas obras “têm a ver com as linhas de água”, explicou, acrescentando que é necessário fazer “algumas intervenções de desvio de águas, para evitar repetições futuras deste evento”.

A visita realizada ao local serviu, por-tanto, para “analisar as travessias de ribei-ras” no trilho e “encontrar soluções que permitam garantir a segurança da recons-trução que foi feita e criar condições de melhoria da segurança e da comodidade do acesso”, concluiu Álamo Meneses.

Na reunião realizada com a administração da Unidade de Saúde de Ilha, no âmbito da visita estatutária, Miguel Correia disse que foram contratados dois novos médicos, em prestação de serviço, que asseguram grande parte do serviço de urgência, permitindo, deste modo, que os médicos do quadro possam fazer o acompanhamento dos utentes, tanto nas Velas como na Calheta.

Na mesma ocasião, o Secretário da Saúde garantiu que “não existem situações de ruptura, quer de medicamentos quer de material clínico nos hospitais da Região por falta de pagamen-to”.

Em resposta a questões colocadas pelos jornalistas, sobre este assunto, lembrou que, “até ao dia 18 de janeiro foram liquidadas todas as dívidas vencidas dos centros de saúde, incluindo laboratórios de análises clínicas e ginásios de fisioterapia” e ainda “um esforço muito significativo na liquidação da dívida venci-da às farmácias, no valor de 10,5 milhões de euros”.

Saúde

Médico de família para todos os jorgenses

Para os hospitais foram transferidos cerca de 14 milhões de euros, para que possam fazer face aos pagamentos mais emergentes.

Relativamente às dívidas com as casas de saúde, Miguel Correia garantiu que “o compro-misso assumido será cumprido”, assegurando que, “até ao final deste mês, serão feitos mais pagamentos”.

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8 O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012

O Secretário Regional da Eco-nomia, Vasco Cordeiro, defendeu, a necessidade das entidades públicas regionais, continuarem a desenvolver uma aposta muito for-te na criação de emprego, no apoio ao desenvolvimento econó-mico, ao empreendedorismo e à criação de empresas de forma a permitir, “a criação de valor para os Açores, a formação dos nossos jovens, a criação de condições de vida atractivas para que se esta-beleçam nos Açores e formem família, para que todas as açoria-nas e açorianos encarem os Aço-res como uma Região com futuro”.

Vasco Cordeiro falava na ceri-mónia de inauguração do novo edifício do Clube Naval das Velas, um investimento de cerca de 400 mil euros que vem dotar aquela colectividade de condições de excelência para o desenvolvimen-to das suas actividades.

Um dos elementos que devem potenciar a aposta estratégica das entidades públicas, salientou o governante, reflecte-se “na impor-tância que damos ao mar e do papel que este pode ter, não só como elemento desportivo e cultu-ral, mas também como pólo de desenvolvimento económico, capaz de proporcionar em todas as nossas ilhas novas oportunida-des de negócio e de criação de emprego”.

“Com esta estratégia”, acres-centou que, “é visível em todas as nossas ilhas, em especial nas de menor dimensão (como São Jor-ge), termos reforçado o apoio às actividades marítimas, quer seja pela implementação de núcleos de recreio náutico, na construção de edifícios de apoio a esses núcleos, ou na criação de sistemas de incentivo capazes de acarinhar as iniciativas desenvolvidas pelos nossos empresários, em especial os jovens que procuram criar valor acrescentado nas suas ilhas”.

Os resultados, assegura o Secretário Regional da Economia, “são bem visíveis, por muito que alguns a tentem desmerecer: Por

exemplo, actualmente os açores têm 103 operadores com perto de 170 embarcações registadas na actividade marítimo-turística com volumes de negócios da ordem dos 3 milhões de euros e que tem sido um impulsionador da criação de emprego na Região. Estando, actualmente registados no sector mais de 300 profissionais maríti-mos”.

Para Vasco Cordeiro, “é indis-cutível que este desenvolvimento é fruto da força empreendedora dos Açorianos. No entanto, tam-bém é de inteira justiça realçar os méritos dos diversos sistemas de incentivos existentes, que apoiam a capacidade de iniciativa e o espírito empreendedor dos Açoria-nos.

Basta apenas atentar que, do total de cerca de meio milhão de euros de apoios concedidos pelo «Empreende Jovem», em projec-tos ligados às actividades maríti-mo-turísticas, cerca de 43% são referentes a iniciativas de jovens empreendedores de S. Jorge, e 78% respeitam a projectos imple-mentados aqui no Triângulo, para constatarmos o dinamismo que, sobretudo neste sistema de incen-tivos, tem existido nesta ilha”.

O novo edifício do Clube Naval das Velas permite dotar esta enti-dade com todas as condições para desenvolver as suas actividades de formação e de prática de vela, actividade tradicional do clube e na qual estão inscritos cerca de duas dezenas de jovens pratican-tes.

O clube fica também dotado de uma sala adequada para a forma-ção de marítimos, numa nova infra-estrutura formativa que confere ao clube a dignidade requerida a uma instituição que, com o seu esforço, dedicação e elevado pro-fissionalismo, se certificou para estas práticas lectivas junto da autoridade marítima nacional, o IPTM. Nesta vertente da activida-de do Clube Naval de Velas, des-tacam-se os cursos de marinheiro e de patrão-local.

A Sociedade Filarmónica Nova Aliança apresentou-se no Auditório Municipal das Velas completamente renovada, no início do mês de Janeiro, aquando do concerto de Ano Novo.

Cerca de cinquenta músicos, dirigidos pelo jovem Maestro Joseph Pereira, inter-pretaram um reportório especial para o momento.

Notou-se empenho e motivação dos músicos, na sua maioria jovens, que pro-vocaram uma notável empatia entre a banda e o público.

Joseph Pereira dirige a Nova Aliança há pouco mais de um ano. Teve formação musical na União Popular da Ribeira Seca, com o Maestro Flávio Leonardes.

“Depois de conhecer as potencialida-des dos músicos começamos a adquirir novos instrumentos, que não existiam, e passamos à fase seguinte que foi introdu-zir na banda um reportório diferente. Pen-so que surtiu bom efeito e os músicos estão motivados. Neste momento procura-mos trabalhar mais, alargando o nosso reportório para continuar a inovar”. – disse Joseph Pereira.

Manter a filarmónica com qualidade não é fácil para os directores de qualquer colectividade. Mesmo assim, nos últimos três anos, a direcção da Sociedade Filar-mónica Nova Aliança, investiu na banda cerca de 150.000,00€ (cento e cinquenta mil euros). “Só em 2011, para renovar e adquirir mais equipamento para a precur-são, investimos cerca de 30.000,00€ (trinta mil euros). São custos elevados e as ajudas são muito poucas. A nível local a nossa sociedade não recebe qualquer apoio e, a nível regional, a Direcção

Regional da Cultura, na minha óptica, está a trabalhar mal. No nosso caso apresenta-mos dois projectos por ano e recebemos apenas 10% (dez por cento) do valor total. No investimento global, que lhe falei, 150.000,00€ (cento e cinquenta mil euros), recebemos 15.000,00€ (quinze mil euros) da Direcção Regional da Cultura. Penso que não é assim que se trabalha e ajuda as filarmónicas. Um dia destes, quando as filarmónicas começarem a fechar as portas, não venham com descul-pas porque a culpa não será das direc-ções nem dos músicos. No nosso caso concreto, se não fossem alguns apoios que recebemos de outras secretarias regionais, nomeadamente da Secretaria Regional da Ciência Tecnologia e Equipa-mentos (SRCTE), não conseguíamos ter uma filarmónica como temos hoje em dia”. – disse Adriano Cabral, Presidente da Sociedade Filarmónica Nova Aliança.

O Presidente da sociedade adianta ainda que, “Só pensam na Lira Açoriana, que recebe da Direcção Regional da Cul-tura (DRC) por ano, cerca de 600.000,00€ (seiscentos mil euros), e as restantes insti-tuições recebem umas migalhas para se manterem durante o ano inteiro”.

Além do investimento, feito o ano pas-sado (2011), a Nova Aliança tem como objectivo ir até aos Estados Unidos da América, este na ou no próximo. Para isso, necessita de alguns apoios para a realização deste sonho, já antigo.

Adriano Cabral pede aos emigrantes ajuda para esta viagem que, no seu entender, seria o melhor prémio a dar aos músicos da Sociedade Filarmónica Nova Aliança.

Prioridades

Criação de emprego e fixação de jovens

Sociedade Filarmónica Nova Aliança

Cultural

Entrada Brilhante em 2012

Page 9: Jornal Fevereiro

O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012 9

A obra do novo «Centro de Dia e Noite» do Instituto de Santa Catarina, na Urzelina, a recupera-ção da «Casa dos Tiagos», pas-sando a ser Centro de Dia e Ate-lier de Tempos Livres da Casa do Povo do Topo, o novo «Lar de Ido-sos da Calheta», a inaugurar em breve, o «CAO» das Velas, cuja obra está prevista arrancar em breve, a «Creche e jardim-de-infância da Casa de Providência de S. José», na Calheta, bem como, todo o apoio à habitação, são investimentos que mostram o empenhamento do governo aço-riano, no que respeita às políticas sociais que o executivo tem vindo a desenvolver na ilha de São Jor-ge.

A Secretária Regional do Tra-balho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, refere que o governo está decidido na “construção de uma sociedade alicerçada no princípio da promo-ção da igualdade de oportunida-des, sobretudo pela participação dos mais velhos no seu processo de desenvolvimento económico, social e cultural e na efectivação de uma política de cuidados assente em novas respostas sociais destinadas à população idosa, que se consubstancia na criação de uma rede de serviços de proximidade”.

Ana Paula Marques falava durante o lançamento da primeira pedra dos centros de dia e de noi-te do Instituto de Santa Catarina, na freguesia da Urzelina.

“Nos Açores, tendo em conta as nossas características geográfi-cas, a intervenção nesta área tem-se pautado pela adopção de res-postas que melhor atendem às necessidades de cada comunida-de”, acrescentou a governante regional, realçando a cooperação entre os diferentes sectores gover-namentais, as Instituições Particu-lares de Solidariedade Social (IPSS) e as Misericórdias dos Aço-res.

“Em São Jorge, por exemplo, o terceiro sector empregava, no final de 2010, 180 indivíduos, um número que quase duplicou em doze anos”, especificou, conside-rando que a evolução registada, nesta ilha, ao nível da capacidade empregadora das IPSS resulta do alargamento do número de valên-cias da acção social e, conse-quentemente, do aumento dos seus utilizadores.

Segundo Ana Paula Marques, entre 1996 e 2010, o número de valências na ilha de São Jorge passou de 15 para 27, em 2010,

abrangendo 1098 pessoas, sendo que, brevemente, com a entrada em funcionamento do lar de ido-sos da Calheta e com a conclusão das obras de ampliação da creche e jardim-de-infância da Casa de Providência de S. José, esta capa-cidade de resposta será reforçada, resultando num aumento significa-tivo.

Apesar do crescimento regista-do, ao nível dos equipamentos sociais, a secretária considera que, “o seu esforço e qualificação implicam a solidariedade de todos e uma gestão cada vez mais rigo-rosa por parte das instituições no sentido de fazer mais com menos recursos, de manter a nossa capa-cidade de resposta e de acolher as novas realidades decorrentes da actual conjuntura socioeconó-mica”.

As obras de remodelação do antigo Lar de Crianças e Jovens do Instituto de Santa Catarina para a instalação de um centro de dia, com capacidade para treze utiliza-dores, e de um centro de noite, com capacidade para oito utentes, representam um investimento glo-bal superior a 472 mil euros.

Esta iniciativa pretende ainda complementar as respostas já desenvolvidas pelos três centros de convívio, lar de idosos, unidade de cuidados continuados e pelos quatro serviços de apoio ao domi-cílio existentes nesta ilha, as quais apoiam cerca de 500 idosos.

Apoio à Habitação

O Governo dos Açores investiu, nesta legislatura, mais de 2,7 milhões de euros em programas de apoio à habita-ção na ilha de São Jorge.

Deste montante, cerca de 1,9

milhões de euros foram investidos na reabilitação e recuperação de habitação degradada, mais de 766 mil euros em realojamento de famílias em situação de grave carência habitacional, quer pela via da aquisição de fogos disponí-veis no mercado, quer pela via da construção de habitação destinada a residência permanente, e mais de 47 mil euros, no âmbito do arrendamento.

A informação foi revelada pela Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, durante a assinatura de processos de recuperação de habitação degradada e de aquisi-ção e ou construção de habitação própria, num investimento superior a 375 mil euros, em São Jorge.

No mesmo período, foram ain-da reabilitadas cerca de 120 habi-tações, uma medida que, segundo Ana Paula Marques, visa contribuir para a melhoria das condições habitacionais de um igual número de agregados familiares e para a viabilização do sector da constru-ção civil local, promovendo, para-lelamente, a manutenção das famílias nos seus locais de ori-gem, evitando o êxodo rural, e a preservação do património imóvel edificado.

Nesta legislatura foram, tam-bém, realojadas 14 famílias em situação de grave carência habita-cional e 39 agregados familiares adquiriram capacidade para pagar a sua renda de casa, através de subvenções ao arrendamento atri-buídas pelo executivo açoriano, ao abrigo do Programa Famílias com Futuro.

CAO das Velas Ainda na área social e, no

decorrer da visita do Governo

Regional dos Açores a São Jorge, ficou decidido avançar brevemente com as obras de remodelação do antigo edifício «Externato Cunha da Silveira» para a instalação de um equipamento social constituído por um centro de actividades ocu-pacionais e lar residencial para pessoas portadoras de deficiência da Santa Casa da Misericórdia das Velas.

Com a remodelação do edifício, o CAO terá capacidade para aco-lher 24 utentes e o lar residencial oito.

Este investimento, segundo Ana Paula Marques, visa “colmatar as necessidades da população deste concelho ao nível de apoio às pessoas com deficiên-cia sem capacidades autónomas”.

Ainda no âmbito da invalidez e reabilitação, a governante regional destacou o “aumento exponencial do número de equipamentos”, que passou de seis, em 1996, para 34, em 2010, abrangendo 1095 pes-soas com deficiência.

Mais recursos na área social Solidariedade Social

O sector da Solidariedade Social, em São Jorge, atinge níveis nunca antes registados. A ilha está dotada de mais e melhores equipamentos para apoiar a população mais desfavorecida.

Por: José Fernando Bettencourt

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10 O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012

O Presidente do CDS-PP Paulo Portas afirmou, este sába-do em São Jorge, que o ano “2013 é para recuperar e para crescer” em termos económicos e sociais, destacando a necessi-dade de reformas que “há muito deviam ter sido feitas” num País que “chegou onde chegou por-que tinha dívida a mais e défice a mais”.

“Todos nós sabemos que os anos 2011 e 2012 eram os mais difíceis de um País que chegou onde chegou porque tinha dívida a mais e défice a mais. O que é que nós temos que fazer? Pre-parar tudo para, em 2013, ter-mos crescimento económico e geração de emprego, apostando naqueles que trabalham, querem trabalhar e naqueles que querem dar trabalho aos outros. Fazer todas as reformas necessárias para que contratar seja uma ati-tude natural, para poder gerar emprego”, afirmou, acrescentan-do a sua convicção de que “2012 será difícil, mas 2013 é para recuperar e para crescer”.

Nas Velas, ilha de São Jorge, após acompanhar o Líder Regio-nal dos populares, Artur Lima, numa visita à Santa Casa da Misericórdia daquele Concelho,

Portas elogiou o trabalho das Misericórdias e das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), considerando que o caminho “é o que está a ser seguido pelo actual Governo” da República, ou seja, “confiar nas Misericórdias e IPSS’s, contratuali-zar com elas e não substituí-las”.

“Quero elogiar o trabalho que é feito pelas instituições sociais. Se não fosse o trabalho de Misericór-dias, como a que visitamos agora, ou de muitas outras IPSS’s ao lon-go do País, a protecção da infân-cia, a possibilidade das famílias poderem conciliar a educação dos filhos com o trabalho de que preci-sam, a possibilidade de dar acolhi-mento a quem tem fome, a possi-bilidade de dar atenção a quem é deficiente, ou a possibilidade de dar maior companhia e melhor tra-tamento aos idosos, em Portugal eram reduzidas significativamen-te”, afirmou.

O Líder nacional dos democra-tas-cristãos, no inicio de uma visita a três das nove ilhas dos Açores, salientou que “as Misericórdias e as IPSS’s são um pilar absoluta-mente essencial da política social”, acrescentando, por isso, que “o Estado deve confiar nelas, contra-tualizar com elas e não pretender

substituí-las e isto tem sido a polí-tica seguida pelo ministro Luís Pedro Mota Soares que eu quero aqui sublinhar”.

O que para o CDS é fundamen-tal são “mais respostas sociais, mais política social, mais acção social, menos burocracia e menos despesa administrativa, mas melhor resposta a quem tem mais dificuldades, a quem é mais pobre ou a quem tem menos autonomia, nomeadamente o idosos”.

Pensões actualizadas

Paulo Portas, ainda na área social, destacou que “uma das características que diferencia e distingue o CDS-PP é o empenha-mento na política social”, frisando que “quando um País ou uma Região atravessam dificuldades (e todos conhecemos as dificuldades que atravessamos), o mais impor-tante é olhar com solidariedade, com generosidade, com atenção com carinho e com cuidado para aqueles que são os mais vulnerá-veis e os mais pobres que são os idosos, porque quem o nosso Par-

tido tem largas provas dadas quer na Região, como no País”.

Aliás, disse Portas, “mesmo em tempo de dificuldade e austerida-de é preciso pensar primeiro naqueles que todos os meses tem muito pouco para viver” pelo que considera ter sido “muito importan-te, que mesmo neste quadro de dificuldades, as pensões mais bai-xas fossem aumentadas de acor-do com a inflação para que, pelo menos, as pessoas não percam poder de compra. Esta foi uma matéria que distinguiu este Gover-no da República do anterior que tinha congelado estas pensões”.

CDS Açores:

O que mais trabalha

O Líder nacional do CDS iniciou

a sua visita tecendo rasgados elo-gios ao trabalho dos populares açorianos, liderados por Artur Lima: “Quero dar um sinal positivo e de solidariedade aos CDS-PP Açores que tem feito no Parlamen-to Regional um excelente trabalho. Quando chegar a altura das pes-soas tomarem opções para o futu-ro, lá para o Outono próximo, é muito importante fazer as contas a quem cumpriu e a quem não cum-priu e a fazer as contas a quem trabalhou e a quem não traba-lhou”.

Para Paulo Portas “os cinco Deputados dos Açores eleitos pelo CDS cumpriram com os seus com-promissos e são, de acordo com todos os critérios, os Deputados que mais trabalharam, que mais se esforçaram, que mais deram voz aos seus eleitores e, por isso, a meu ver, com a humildade que nos caracteriza, nós podemos pedir às pessoas que confiem em nós, porque somos gente de tra-balhar muito”.

Considerando que “nos Açores fez toda a diferença esta nova geração de eleitos do CDS, que são, de facto, um exemplo na Assembleia Regional”, Portas fri-sou ainda que tem “uma grande amizade pelos Açorianos” e que não está cá para fazer campanha: “Conheço as nove ilhas dos Aço-res; venho a esta Região quando há eleições e quando não há elei-ções; é um trabalho de continuida-de e de lealdade com permanên-cia”, finalizou.

Paulo Portas de visita a São Jorge

2013 é o ano de

“recuperar e crescer”

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“Factos”…

Opinião

Promessas recicladas

Vivemos momentos difíceis, que nos exigem mais sacrifícios. Mas estes podem ser (e devem ser) encarados como mais um desafio que nos exige mais trabalho, mas sobretudo mais criatividade.

O facto de alegadamente as insti-tuições não poderem realizar ativida-des, na sequência de uma queixa da restauração, merece por parte de todos nós uma clara e ampla refle-xão.

Quantos de nós, no dia-a-dia indi-vidualista e agitado, paramos para pesar o devido valor das nossas filar-mónicas, clubes de desportivos e demais organizações. Estas, sem fins lucrativos, são entidades que ajudam a educar e valorizar os nos-sos filhos, muitas das vezes ocupan-do-os, dando-lhes melhor formação, disciplina e saúde, ocupando os nos-sos jovens desviando-os de hábitos que todos nós tememos. Elas dina-mizam a nossa sociedade desportiva e culturalmente, alastrando o efeito das suas atividades também à nossa economia.

Impedir estas organizações de se financiarem, com o trabalho gracioso e espontâneo de muitos dirigentes, sócios e familiares, seria uma injusti-ça e um erro que iria conduzir a pre-juízos sem precedentes para todos nós.

Todavia, ao longo dos anos, a prática destas atividades conduziu algumas instituições a realizar ações que pelo seu caráter regular e siste-mático, atualmente merecem ser encaradas como concorrência des-leal.

Fornecer refeições em plena con-corrência com a restauração, implica submeter-se a licenciamento, com a introdução das regras de higiene e controlo alimentar, para assim livre-mente poderem anunciar e promover os seus eventos.

Mas organizar atividades culturais é uma finalidade das Instituições, ninguém as pode proibir, quiçá impõem-se-nos incentivar. Se duran-te as mesmas pretendem proceder ao fornecimento de alimentos aos seus sócios, têm toda a liberdade para tal.

Numa ilha como a nossa, todos temos a ganhar se trabalharmos em sinergia, respeitando o espaço de cada qual. Cada qual deverá refletir, corrigir e contornar os pontos menos bons para atingir os seus fins e obe-decendo às regras, dinamizar os eventos a que se destina.

Senão vejamos: Num momento de crise em que

as famílias cortam nas despesas, almoçar ou jantar fora é uma das primeiras da lista. Mas, não é momento de baixar os braços ou gastar energias a encontrar culpa-dos. Afinal, críticas soltas, com mais ou menos fundamento abundam entre os que moram cá e os que vêm de fora, como as que passo a citar: “Ao domingo não há um restaurante aberto na Vila das Velas”; “Esse res-taurante tem a mesma ementa há mais de dez anos”; “As ementas, quase não variam de restaurante, para restaurante”; “Com tantos bons produtos da nossa terra, servem-nos congelados importados e sem quali-dade”; “ Nenhum restaurante prima pela diferença, não se evidencia uma especialidade” “O atendimento, às vezes, deixa muito a desejar” “Nenhum restaurante valoriza o melhor dos nossos produtos”.

A tristeza envolve-me sempre que ouço estas críticas, que com grande presteza tento refutar, mas que por vezes necessitava de possuir mais e melhores argumentos.

Há ainda quem sugira, e eu acei-to, algumas hipóteses que sendo viáveis em outras paragens, o pode-rão certamente ser por aqui.

Afinal, sabemos que durante o almoço semanal, os restaurantes precisam de apresentar preço e rapi-dez no do prato do dia e que durante o verão, urge faturar mais para recu-perar do período de inverno.

Na época baixa, onde somos poucos, os restaurantes precisam de inovar, combater a concorrência pela diferença. Não se leva o cliente a sair de casa se confecionar o mesmo que em qualquer sociedade ou tas-ca.

Eu lembro, e muitos lembramos a saudosa Feira Gastronómica. Foi a prova de que somos capazes de caminhar no sentido da excelência.

Resulta em muitos locais, alguns bem próximos, e talvez não seja difí-cil experimentar algumas estratégias, como brindar os clientes habituais com pratos diferentes aos fins-de-semana, ou jantares temáticos que surpreendam quem lá vai, e convi-dem outros a apreciar. Todos ansia-mos, principalmente neste momento em que nos teimam em mostrar um cenário negro e soturno, por uma novidade. Arrisquemos. Já agora, porque é que a restauração não ten-ta organizar os descansos e as férias, para que não ouçamos sem-pre e continuadamente estas críticas que podemos e sabemos facilmente calar.

A sabedoria popular não se con-traria e não nos esqueçamos que “A União faz a força” e o Facto é que os restaurantes podem exigir que as sociedades cumpram a lei, estas podem e devem realizar atividades dentro das regras em vigor, mas por outro, numa realidade cada vez mais exigente e competitiva, a sobrevivên-cia e o sucesso está em quem marca a diferença. Ao longo da nossa histó-ria sempre fomos engenhosos e empreendedores, assim nasceu o nosso queijo, ímpar e o melhor dos seus semelhantes, congrega os ingredientes certos na quantidade exata. Sem dúvida que sabemos muito bem alastrar esta receita a todos os setores.

A grande ampliação da Escola das Velas, com anos de atraso, foi mais uma vez prometida. Só que, desta vez, com um projeto signifi-cativamente reduzido. Nessa nova escola do futuro, que a Secretária da Educação veio anunciar (mais uma vez) em São Jorge, na reali-dade, só vai caber um número de alunos sensivelmente igual ao que já tem atualmente – só que mais à larga, imaginamos nós. Ficam, então, sem resposta e sem solu-ção as outras escolas de São Jor-ge que vivem sobrelotadas.

É uma enorme falta de visão de futuro investir 14 milhões de euros num equipamento que, logo à par-tida, estará funcionar nos seus limites. Ou isso, ou então o Gover-no está mesmo a assumir que as suas políticas, que falharam com-pletamente o objetivo de estancar a perda de população da ilha, são mesmo para continuar e que o número de alunos vai, forçosa-mente continuar a diminuir.

Depois de assentar o pó das festarolas governamentais, de se meter no avião o regimento de assessores e governantes, depois de desaparecer o último eco dos discursos grandiosos, o que fica mesmo é o resultado destas políti-cas, com que diariamente nos confrontamos.

Mas, enfim, nem tudo são más notícias. Afinal, soubemos tam-bém que a partir do próximo verão os jorgenses já terão um moderno centro de resíduos onde podem passar a reciclar os comunicados de governo e as suas muito reci-cladas promessas. Já fazia falta!

As promessas e inaugurações com grande festa e estardalhaço, que sempre fazem parte do folclo-re que rodeia das visitas do Governo foram, este ano, em São Jorge, ainda mais acentuadas. Notou-se bem a urgência no esfor-ço do Governo Regional para encher de milhões de euros o comunicado aos jorgenses, como se o volume dos investimentos, só por si, chegasse para mostrar a adequação das políticas.

Ainda assim, a maior parte des-tes milhões ou chegam com mui-tos anos de atraso ou, então, ficam apenas prometidos para um futuro nebuloso, que não se sabe muito bem quando chegará. Tal-vez depois das eleições, na cer-ta…

O Governo veio, desde logo, estender a mão à financeiramente debilitada Câmara Municipal das Velas (onde o PS veio acabar o trabalho de ruina que o PSD começou). Fez muito bem. Pena foi que o tratamento para a Câma-ra da Calheta não fosse bem o mesmo. Mas, histórias de filhos e enteados os jorgenses conhecem bem.

Foram importantes e úteis os investimentos anunciados nos equipamentos sociais, mas são, no fundo, o resultado necessário e lógico da política de empobreci-mento dos portugueses que José Sócrates começou e que Passos Coelho e Paulo Portas continuam, sempre com a bênção da troika, claro! Primeiro criam os pobres, reduzindo salários e aumentando impostos, fomentando o desem-prego; Primeiro flexibilizam os horários de trabalho, tornando impossível a conciliação do traba-lho com a vida familiar e cortam nos abonos de família. Depois é claro que se torna urgente a cria-ção e ampliação dos equipamen-tos sociais para apoiar crianças, acolher idosos e ajudar desfavore-cidos.

Por: Rogério Veiros

Deputado Regional - PS

Por: Tiago Redondo

www.politica-dura.blogspot.com

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O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012 11

Restauração, clubes e sociedades… não há um elo mais fraco!

O Breves

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Page 12: Jornal Fevereiro

O BREVES - 27 DE FEVEREIRO DE 2012 13

Onde estão os resultados?

Por: Mark Marques

Opinião

No ano de 2001 éramos 9.674 habitantes a residir na Ilha de São Jor-ge.

10 Anos depois em 2011, somos apenas 8.998.

Em 10 anos reduzimos 7,5 % da nossa população, ou seja, em núme-ros absolutos, hoje somos menos 725 habitantes a viver na Ilha de São Jor-ge.

Então surge a pergunta: Porque será que isto aconteceu? Sim, por-que este “mal” não aconteceu nas Ilhas de São Miguel e Terceira, por exemplo.

O Governo Regional criou, em 2004, o conceito de “Ilhas de Coe-são”, conceito este que engloba a Ilha de São Jorge.

Esse conceito tinha como objectivo, de acordo com a mensagem oficial difundida pelo Gabinete de Apoio à Comunicação Social, travar a deserti-ficação e promover a coesão econó-mica e social das ilhas mais peque-nas.

Ao criar este mecanismo, reconhe-cia-se implicitamente o falhanço das políticas, até então adoptadas, em relação a estas mesmas ilhas. Havia, deste modo, que surgir uma nova estratégia.

Desde então, o Governo Regional tem orçamentado centenas de milhões de euros para o denominado programa das Ilhas de coesão. Quanto à sua real execução, não só os relatórios do pró-prio Governo Regional dão conta da sua baixa execução, como a realidade do dia-a-dia dos Açorianos que resi-dem nestas ilhas demonstram à socie-dade que esta política do Governo Regional tem sido um AUTENTICO FALHANÇO – repare-se nos últimos dados demográficos e do desem-prego, que espelham bem a deserti-ficação populacional e os proble-mas sociais em que vivem as deno-minadas ilhas da coesão.

Afinal e os resultados destas politicas?

Não foi por falta de dinheiro, pois

o Governo gastou nestes anos, 25 mil milhões de euros, cerca de 100 mil euros por cada açoriano, nem por falta de tempo, com o próximo, são já 16 anos deste modelo de governação.

E os resultados dramáticos na vida

real de muitos são: Cerca de 18.000 desempregados,

em 2003 eram cerca de 2.000. Agora, com este governo, vive-se o maior número de desempregados da História da Autonomia.

3.500 Açorianos não conseguem pagar a prestação da sua casa.

18.000 Açorianos a viver do RSI – Rendimento Social de Inserção, mais do dobro da média nacional.

31.500 Famílias (um terço do Aço-res) a viver com menos de 540 euros, isto é, abaixo do limiar da pobreza.

Não se produz mais, não se cria mais riqueza, apenas se cria mais dependência, debilidade e condiciona-mento sobre as pessoas.

É, de fato, o fim do sistema! A sociedade, em grande medida,

desresponsabilizada, sem produzir riqueza nem criar emprego, não está a conseguir aguentar os efeitos deste modelo.

Mas o Governo, fechado no seu mundo, continua a dizer que está tudo bem, e que está no caminho certo.

Este Governo é useiro e vezeiro em afirmar que tudo o que corre bem é da sua responsabilidade e o que vai mal é culpa do Governo da República. Tentando assim “deitar água fora do capote”.

É verdade que vivemos com muitas medidas de austeridade e o Governo Regional não cansa de comparar as finanças dos Açores com as da Madei-ra.

Em meu entender, o mal dos outros só alegra os tolos, por isso entendo que se de fato o Governo Regional está assim tão bem, então o porquê do desastre e da crise que se vive nos Açores e na nossa Ilha?

Acredito muito nos Jorgenses e nos Açorianos, nas suas forças e na poten-cialidade desta Ilha.

A proposta do meu partido é a pro-funda mudança de modelo.

É a afirmação convicta de que tem de haver decisivas rupturas.

Tem de chegar o tempo de serem os cidadãos a construir o Estado e não este a condicionar as pessoas.

Passou o tempo do Governo esbanjar nos luxos, na ostentação, nas viagens, nas festas e nos palácios.

Tem de chegar o tempo da política promotora da produtividade, da quali-dade de vida, da preservação e valori-zação do que temos e somos.

O mar tem de deixar de ser um dis-curso, para ser uma prioridade.

A Energia tem de deixar de ser uma preocupação para ser uma apos-ta.

Os transportes têm de deixar de ser um problema para passar a ser um fator decisivo da nossa abertura ao mundo e ao progresso.

O aumento do desemprego deve deixar de ser um drama, pelo contrá-rio, a sua diminuição tem de ser uma consequência de políticas promotoras de desenvolvimento e riqueza.

Tem de chegar o tempo da respon-sabilidade, da verdade, da partilha, da criatividade e da inovação.

Tem de chegar ao tempo de não termos governantes a prometerem a criação de empregos para os jovens nos primeiros 100 dias se forem gover-no, mas ainda estão no Governo e tem mais de 240 dias, e porque não põem isso em prática? Será que este gover-no não acredita nas ideias de Vasco Cordeiro?

Como diz um colega meu parla-mentar “ Ome essa”!

É este o enorme desafio que temos pela frente, não podemos esperar mais.

Afinal onde estão os resultados?

Deputado Regional - PSD

Na primeira noite deste mês sobem do mar à serra, por uma cer-ta ribeira, os diabretes.

Gostam de pregar partidas aos encantos que passam à meia-noite fora de casa mas não são maldo-sos.

Costumavam parar num chafariz e virar um pote de água para assus-tar alguém. Era nessa altura que davam a entender a sua presença com gargalhadas manhosas.

Tais seres mitológicos são perso-nagens de contos tradicionais do Pais Basco, da Galiza e da Andalu-zia e seriam comuns aos territórios do Norte de Portugal, de onde vie-ram muitos dos povoadores da Ilha de São Jorge.

Por lá se estudam estas crenças nas Universidades, aqui já se perde-ram nas neblinas do passado que parece não ter futuro, pois a gente nova desligou-se dos mitos e virou-se para os realismos do desenvolvi-mento e do progresso, que agora se revelam miragens no deserto do nosso descontentamento actual.

O dia da Candelária, com a bên-ção da luz, anima o espírito dos devotos que, no dia 2 de Fevereiro, ainda tem a sorte de encontrar a porta da Igreja aberta e um padre disposto a celebrar esta tradição.

Acender o forno nesse dia era coisa, que não passava pela cabeça de gente com juízo. Dizia-se que as luzes “minarias” que saiam das cha-mas até podiam cegar quem se atrevesse a tal.

Já lá vai o tempo em que se matavam porcos pelo Carnaval para ter gordura fresca para fritar as filho-ses.

Polvilhadas de açúcar e canela faziam as delícias das crianças que lambuzavam e lambiam os dedos regalados com essas guloseimas raras.

Os mascarados apareciam de surpresa para armar o Bailo da Matança, onde a houvesse, e só o mestre tinha de se dar a conhecer ao dono da casa, que não revelava o segredo até ao grupo se ir embo-ra. Depois de conhecido o mestre, toda a gente se botava a adivinhar quem seriam os restantes e era rir a valer com a brincadeira.

Das brumas do passado vamos resgatando notícias da paróquia de Santa Bárbara das Manadas em cuja Igreja foi sepultada, a 4 de Fevereiro de 1709, Luzia Pereira neta, viúva de João Mendonça Machado, mulher rica que pagou 1.400 réis para imposição Régia de 1707.

Foi seu herdeiro e executor de um longo testamento onde dispôs a forma de realização do seu enterro, o vigário da Matriz de São Jorge das Velas, Ver. Pe. João de Sousa Pacheco que ficou com a quarta parte de uma vinha onde se diz Entre os Caminhos, com pensão perpétua das nove Missas antes do Natal e outras.

Luzia, libertou as suas escravas e respectivos filhos que, em 1707, pagaram 200 réis para os cofres reais,

No «rol» de contribuintes são referenciados de Bassos, designa-ção dada aos multados, o que prova terem raízes africanas.

Um neto de liberta escrava Inês Nunes, Francisco Pereira de Sousa, casou com Francisca da Conceição do Norte Grande, a 9 de Fevereiro de 1750, tendo embarcado com destino ao sul do Brasil de onde seguiram para o Rio Grande de São Pedro, no Uruguai, onde baptizaram 4 filhos, de 1756 a 1762.

Com data de 15 de Fevereiro de 1793, assinado pelo Rev. Vig. Sebastião Francisco Machado, foi enviado, para o Quartel das Velas do Governador da Ilha de São Jor-ge, o «rol» da população das Mana-das referente a 1792.

Homens com 7 anos completos 79, de 7 a 15 anos 54, de 15 a 60 eram 224, velhos de 60 para cima 54.

Mulheres com 7 anos completos 86, de 7 a 14 anos 46, de 15 a 40 eram 208, adultas e velhas de 40 para cima 116,

Nesse ano foram registados tan-tos óbitos como nascimentos em número de 19.

A Paróquia de Santa Bárbara das Manadas foi uma das que mais casais forneceram à grande emigra-ção para Sul do Brasil, de 1748 a 1750.

Fevereiro nas Manadas Por: Maria José Silveira

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“Não podemos falar da situação actual, desligada da situação que encontrámos aquando do início do mandato, nem da actual conjuntura económico financeira que o país atravessa e da qual resultaram a imposição de alguns condicionalismos para as Autarquias Locais, sobretudo a redução da transferência de verbas do Orçamento de Estado menos €184. 986,00 (cento e oitenta e quatro mil nove-centos e oitenta e seis euros) em 2011 e prevê-se que o corte em 2012 seja de € 218. 040,00 (duzentos e dezoito mil e qua-renta euros.)

È objectivo deste Executivo, apesar do que acabámos de referir, não baixar os braços, tentando que esta Autarquia seja um motor para o desenvolvimento econó-mico e social do Concelho e continuar a cumprir os nossos compromissos eleito-rais.

Acreditem que, nunca saiu da minha secretária o Programa Eleitoral que, mui-tas e muitas vezes o consulto e assinalo em cada uma das áreas o que já foi feito e em que fase de concretização se encon-tram.

Continuamos a defender os princípios com que nos apresentámos às eleições e podemos afirmar que, “A Diferença Está Em Nós”, já implementámos parte das medidas a que nos propusemos no nosso compromisso eleitoral.”

Situação Económico Financeira da

Câmara Municipal das Velas “Aquando da entrada em funções do

actual Executivo camarário procedemos a uma avaliação rigorosa sobre a verdadeira situação económico – financeira da autar-quia.

Importa neste ponto salientar que fize-mos um enorme esforço para credibilizar o nome da Autarquia junto dos fornecedores tentando cumprir os prazos estabelecidos para o pagamento.

A credibilização junto de fornecedores e das instituições bancárias, foi consegui-da com o pagamento de parte da dívida que transitou do anterior executivo, € 12. 423.033,52 (c, sendo que dessa dívida já foi paga a quantia de € 4.055.050,03.”

Obras “Passados 2 anos podemos afirmar

que já arrumámos a casa e estamos ago-ra em condições para realizar as nossas obras.

Desde que começámos o nosso man-dato realizámos as seguintes obras:”

Substituição da Cobertura dos

Paços do Concelho (consignado em 10 de Setembro de 2010);

Projecto do Caminho da Piedade – Reconstrução de Muros (consignado em 11 de Novembro de 2010);

Caminho de Ligação Beira Santo Amaro - Pavimentação (consignado em 11 de Novembro de 2010);

Caminho de São Pedro - Requalifi-cação (consignado em 11 de Novembro de 2010);

Caminho do Cascalho – Correcção e Pavimentação (consignado em 11 de Novembro de 2010);

Empreitada de Requalificação da Avenida da Conceição (consignado em 5 de Maio de 2010);

Requalificação da Rede de Água da Avenida da Conceição

Colocação do Piso Sintético do Campo de Futebol da Urzelina (consignado em 5 de Maio de 2011);

Caminho Fajã das Almas – Constru-

ção de Muros (ainda não consignado); Caminho do Porto da Urzelina -

Pavimentação (ainda não consignado). “Para além das obras referidas, pros-

seguimos com obras já iniciadas pelo anterior executivo e realizámos várias obras por Administração Directa, como por ex. – Obras de manutenção e remode-lação no interior do Edifício dos Paços do Concelho e de outros edifícios municipais; Reparação e manutenção no parque escolar; Manutenção de estações elevató-rias.

Dentro em breve serão lançadas obras, através essencialmente do aprovei-tamento do nosso Plafond Comunitário.”

Abastecimento de águas “Este ano como projecto principal e

portanto prioridade máxima do Município vamos proceder à ampliação e Beneficia-ção dos Sistemas de Abastecimento de Água no Concelho, um investimento cal-culado em €1.100.000,00 (um milhão e cem mil euros), de forma a colmatar os problemas na quantidade e qualidade da água fornecida aos munícipes, tendo ain-da em atenção os compromissos assumi-dos por esta autarquia com o IROA, SA., em colaborar com o abastecimento de água à lavoura.”

Resíduos Sólidos Urbanos. “Quanto a este compromisso eleitoral,

desde logo tentámos, melhorar as condi-ções de recolha de resíduos, através do recurso à aquisição de serviços.

O ano de 2012, será um ano de vira-gem, nesta matéria, uma vez que, em Setembro será dado início à actividade do Centro de Processamento de Resíduos e, esta Câmara já iniciou os procedimentos tendentes à aquisição de Ecopontos e Outdoors (sinalética/Ecopontos) para o Concelho das Velas, estando a preparar-se para o início da recolha selectiva de resíduos sólidos Urbanos, uma aspiração de há muito de todos os Munícipes.”

Dinamização do Triângulo “Estamos a fazer um esforço para redi-

mensionar o papel da Associação de

Municípios do Triângulo – AMT, exemplo disso foi a Reunião da Assembleia Inter-municipal da AMT – Associação de Muni-cípios do Triângulo realizada a 18 de Novembro de 2011, em São Jorge.

Desde o início do mandato encetámos igualmente, diversas negociações com as entidades da tutela com vista ao melhora-mento das ligações marítimas no triângu-lo, ex. – duas viagens diárias todo o ano, registamos uma melhoria significativa nes-te sector, embora ainda haja muito traba-lho a realizar.”

Apoio a Estudantes “Quanto a este aspecto, procedemos à

revisão do Regulamento para Atribuição de Bolsas de Estudo a Alunos do Ensino Superior, mantendo a atribuição de 10 (dez) bolsas anuais, aos estudantes do nosso Concelho, apesar dos cortes orça-mentais que temos vindo a sofrer.

Temos proporcionado através dos

Programas Estagiar L e Estagiar T, a oportunidade de vários jovens realizarem o seu estágio nos serviços municipais.”

Apoio/ Atendimento ao Munícipe “Com a criação da Divisão de Apoio ao

Munícipe tentamos uma aproximação aos Munícipes, criando um serviço que lhes presta apoio nas mais diversas vertentes.

Iniciamos também os procedimentos necessários à informatização dos serviços e desmaterialização dos processos, visan-do desburocratizar os mesmos, tornando-os mais céleres com benefícios para todos os habitantes do Concelho.

Para além do que foi dito, queria apon-tar que já fizemos muitas alterações relati-vamente à implementação de procedimen-tos obrigatórios que até à entrada em fun-ções deste executivo, nunca tinham sido aplicados e dou como exemplo, que só em 2010, os trabalhadores foram avalia-dos através do SIADAP- Sistema integra-do de Avaliação do Desempenho da admi-nistração Publica.”

Zonas Balneares “Neste âmbito procedemos à Requalifi-

cação da zona balnear dos “Portinhos da

Urzelina” em colaboração com a Junta daquela Freguesia, também iniciámos os procedimentos necessários à requalifica-ção da zona balnear da «Poça dos Fra-des».”

Canil Municipal “Tem sido preocupação deste executi-

vo a melhoria das condições dos animais abandonados no nosso Concelho, já demos alguns passos neste sentido, com a criação do Regulamento do Canil Muni-cipal das Velas e desenvolvendo uma colaboração estreita com a Associação dos Amigos dos Animais de São Jorge, embora tenhamos a noção que temos de continuar a trabalhar nesta área.”

Património Municipal “Temos desenvolvido um grande esfor-

ço no sentido da legalização do Patrimó-nio imóvel e móvel do nosso município, uma área que estava completamente esquecida.

Temos alguns projectos de requalifica-

ção do Património Municipal, um deles e se calhar o mais falado será o projecto de requalificação do Jardim da República.”

Dinamização Turística “Este ano vamos participar na Bolsa

de Turismo de Lisboa - BTL, com o intuito de divulgar o nosso Concelho e sobretudo divulgar os 25 anos da realização da Semana Cultural que se comemoram este ano.

Desde a entrada em funções deste executivo, imprimimos outra dinâmica às comemorações do dia do nosso padroeiro São Jorge, tanto no que diz respeito às cerimónias religiosas quer quanto às festi-vidades profanas.”

Requalificação da Zona Urbana jun-

to à Baía de João Câncio Quanto a este assunto, vários projec-

tos foram a discussão pública mas devido à actual conjuntura económico-financeira, por enquanto não vai avançar.

Por: Redacção

Atentos mas… não parados!

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É desta forma que Manuel Silveira define os dois anos de mandato que já passaram. A presidência do actual execu-tivo da Câmara das Velas, chamaram os jornalistas a uma conferência de imprensa que teve como objectivo de fazer um balanço e uma avaliação sobre o que tem sido o trabalho do Executivo ao serviço do Concelho das Velas.

Município das Velas

“Já pagámos mais de 4M€ da dívida que herdamos do executivo anterior.”

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DESPORTO

Ficha de Assinante Nome: Morada: Contacto: Email: Recorte e envie para: Jornal o Breves, Apartado - 10, 9800-909, Velas

Assinatura em S. Jorge: 15,00€ - outros destinos: 25,00€

Com 21 anos, iniciou a prática do Judo aos 6 anos de idade, tendo des-de cedo, revelado imensa habilidade motora e excelentes qualidades físi-cas.

Iniciando a sua actividade competi-tiva através de Torneios Regionais, Nacionais e Internacionais, tendo durante cerca de 4 anos (dos 11 aos 15) participado em 26 Torneios / Campeonatos - Nacionais e Interna-cionais - sem nunca ter perdido um só combate, destacando a sua 1ª inter-

nacionalização, onde se classificou em 1º lugar em Espanha (Oviedo).

Com 16 anos, participa pela 1ª vez num Campeonato da Europa (Hungria), tendo sido a revelação da selecção nacional, classificando-se em 7º lugar entre 24 atletas de 24 países e entra para a história do des-porto Jorgense como o primeiro atleta Jorgense a participar num Campeona-to da Europa. Com esta classificação ascende ao percurso da alta competi-ção e entra para o Projecto de Espe-ranças Olímpicas para Londres 2012, cujo já não se encontra.

No ano de 2009, sagrou-se Cam-peão Nacional de Juniores pela 3ª vez consecutiva e foi 3º classificado no Torneio Internacional de Juniores com participação de atletas de 9 países, onde se incluíam atletas de Top Euro-peu. Foi convocado pela 1ª vez para representar o País numa competição Internacional de Seniores em Espa-nha, e vence o Torneio, na sua cate-goria de -90kg. Ainda se classifica em

3º lugar do Torneio Nacional FPJ. Participa em várias Competições

Internacionais de Juniores em repre-sentação da selecção nacional, (Rep. Checa, Polónia, Áustria) tendo nesta última alcançado um 9º lugar entre 27 atletas de 20 países. Ainda em 2009, classificou-se no Torneio Nacional Sub 23 e no Torneio Internacional FPJ de Seniores em 3º lugar, e foi também Vice-campeão Nacional de seniores absolutos pela segunda vez, (competição sem distinção de pesos).

No ano de 2010, classifica-se em 3º lugar no Campeonato Nacional de Seniores; FPJ; Torneio Internacional KK e é Vice-campeão Nacional de Sub23, é convocado para representar o país em competição internacional de equipas no Brasil, onde vence o atleta Koreano da correspondente categoria de peso e efectua um está-gio internacional.

Em 2011 participa numa competi-ção de alto nível (Grand Slam) Tor-neio de Paris, posteriormente na Taça

do Mundo de Seniores da Roménia, e Taças da Europa da Turquia e Sué-cia. Na Taça Europa da Turquia, ao vencer 2 Georgianos e um Russo, classifica-se em 3º lugar, garantindo assim a sua presença no Europeu de Sub 23.

Em Maio sagra-se novamente Campeão Nacional de Sub23 e con-segue a proeza de já ter no seu currí-culo 6 títulos nacionais. Participou ainda no Campeonato da Europa de Sub23 na Rússia, em Novembro de 2011.

No início deste ano, 12 de Feverei-ro de 2012 vence o Torneio Federa-ção Portuguesa de Judo de seniores na categoria de 90kg.

Estuda Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e reside no Centro de Treino de Alto Rendimento da Cruz Quebra-da, onde estão incluídos os atletas de elite de todas as modalidades olímpi-cas.

Tiago Rodrigues - alta competição O nosso jornal dá-lhe a conhecer mais um exemplo jorgense

Por: João Amaral da Silva

Por: Luís Silveira

Deputado Regional - CDS-PP

A recente visita estatuária do Governo Regional à ilha de São Jorge ficará com certeza na nossa história, não pelas habi-tuais reuniões e inaugurações mas pelo facto de ser a última da presidência de Car-los César. Se é verdade que estamos a assistir ao render da guarda na liderança do Partido Socialista (PS) nos Açores, não é menos verdade que os açorianos serão em breve confrontados nas eleições regionais em outubro próximo com uma escolha entre uma continuação através de Vasco Cordei-ro, ou uma rutura na pessoa de Berta Cabral.

Pessoalmente, tive a felicidade de fazer escola na Juventude Socialista numa altura em que o PS estava na oposição e Berta Cabral fazia parte dos Governos do PSD, ora como Diretora Regional, administradora da EDA e SATA, e Secretária Regional das Finanças e Administração Pública, ou seja, a Senhora tem passado e todos devíamos saber quanto é que a casa gasta. Também acompanhei Carlos César muito antes da vitória do PS em 1996 e como todos os açorianos assisti, quanto a mim, à sua boa governação ao longo destes anos todos. Felizmente para os açorianos, o Presidente Carlos César sempre teve a coragem de governar ligeiramente mais à esquerda nos Açores, numa perspetiva equilibrada de um estado social de direito. Para aqueles que têm dúvidas em relação à governação socialista nos Açores, veja-se a diferença entre a região e o continente nos sectores chave da nossa sociedade, tais como a saúde, educação e segurança social. É claro que investir nas pessoas tem custos, mas não há recuperação económica possí-

vel sem políticas de apoio claro às pessoas, ao contrário dos ventos que nos chegam do continente português, onde o governo insis-te em sangrar ainda mais quem trabalha no sentido de aumentar as receitas do estado e diminuir o «deficit», algo que pelos vistos se tornou no nosso fado (agora património imaterial da humanidade).

O General MacArthur afirmou no seu discurso de despedida que «os velhos com-batentes nunca morrem, mas apagam-se lentamente», infelizmente para Portugal e para a nossa democracia existe toda uma geração de políticos nestas condições e que passam lentamente à história, mas felizmente para nós, Carlos César não é um deles. Como açorianos, tenho a certeza que podemos sempre contar com ele, ou seja, este não é o momento do «adeus às armas». Sinceramente, eu não tenho dúvi-das em quem vou votar em outubro e por-quê: daqui até às eleições regionais deve-mos todos ponderar seriamente se quere-mos trazer para os Açores aquilo que o PSD e o CDS-PP estão a fazer no continen-te, ou se queremos continuar com o nosso (bom) governo do PS, é tão simples quanto isso.

Pelo Contrário

O Adeus às Armas Mais uma vez o Governo Regional dos

Açores deu cumprimento ao artigo 87.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores ao realizar a sua últi-ma visita estatutária da actual Legislatura à Ilha de São Jorge. Foram lançadas algumas pedras, apresentados muitos projectos e foram feitas muitas mais promessas em sede de reunião do Conselho de Governo.

É certo que esta visita teve um cariz dife-rente, não fosse este um ano de eleições Regionais… Dos tais anos em que muito se promete, mas depois pouco se cumpre, facto que leva as populações a considerarem os políticos todos por igual, com afirmações como “são todos iguais em ano de eleições!”.

Se, por um lado, entendo a angústia das pessoas que, por vezes, se deixam iludir pelas promessas eleitorais (que se transfor-mam em desilusão após as eleições) é preci-so dizer que tal desilusão é provocada por aqueles que ganharam legitima e democrati-camente as eleições, os mesmos que rapida-mente se esquecem das promessas feitas ao Povo.

Afinal, que nos trouxe de novo o Governo a São Jorge?

Mais do mesmo: ouvimos mais um rol de promessas, muitas delas, já feitas em ante-riores anos eleitorais, mas passam os man-datos e continuam as promessas, porque obras, como diz o ditado, “é vê-las por um canudo!”.

Foi a euforia de lançar primeiras pedras, apresentar projetos, num total desdobramen-to dos membros do Governo, na tentativa de aparecer e transparecer às populações da Ilha, que muito se tem feito, e como tal os Jorgenses têm de continuar a apoiar este Governo… Este é o discurso, harmonioso e bem combinado entre todos.

Sim, porque de harmonioso os Açores apenas têm o discurso do Senhor Presidente do Governo e dos seus Secretários Regio-nais, porque desenvolvimento harmonioso da Região, esse, também, e no que toca aos Jorgenses, continua-se a “vê-lo por um canu-do!”.

Veja-se que deixaram as obras mais emblemáticas de investimento na Ilha, como é caso do aumento da pista do aeroporto ou a Casa de Repouso da Calheta, embora estas concluídas, para inaugurar mais perto do acto eleitoral, não se vão esquecer os Jorgenses de voltar a votar na onda rosa que recentemente invadiu São Jorge, e que tan-

tos desgostos nos têm trazido! Aliás, chega-ram ao ponto de inundar a ilha com mais uns placares “lindinhos” onde constam as obras que deveriam ter sido inauguradas… mas não foram!

Há um ano atrás, aquando da discussão do Plano e Orçamento para 2011, tive oportu-nidade de chamar a atenção para a falta de cabimento orçamental para várias obras refe-rentes a compromissos eleitorais do Partido Socialista para com os Jorgenses, como era o caso da obra do Matadouro de São Jorge, do aumento do Porto Comercial de São Jor-ge, da construção das novas Escolas Básicas de Velas e Calheta, do Núcleo de Recreio Náutico da Calheta, da requalificação do Porto do Topo, etc, etc, etc… A resposta que obtive, por parte do Governo e dos Deputa-dos do Partido Socialista eleitos por São Jorge, foi que eu tivesse calma, que a Legis-latura ainda não tinha acabado, e que as promessas eleitorais eram para cumprir na íntegra. Mas afinal… Onde está a palavra de honra? Onde pára a frase que serviu de slo-gan à campanha socialista de 2008 (que era “Compromisso Assumido, Compromisso Cumprido”)? Infelizmente parece que não foi assim.

Sou daqueles que entendo que na vida, como na política, não vale tudo para atingir os objectivos. Não concordo com a política de não olhar aos objetivos para atingir os propósitos.

Tenho pautado a minha forma de estar na política, e enquanto oposição, por uma oposição construtiva, que elogia quando tem que elogiar, da mesma forma que frontalmen-te critica o que tem que ser criticado.

Temos de reconhecer que nem tudo foi mau. Foram feitos investimentos importantes na Ilha. Respeitamos as decisões daqueles que nos governam. Não temos é que concor-dar sempre com eles.

Há quatro anos atrás era: “Uma nova ambição para São Jorge”… Qual será o slo-gan para este ano? Talvez “Uma nova desilu-são para São Jorge!”

Espero que não. Sejamos discernidos e saibamos dar o seu a seu dono…

Muitos projectos, mas… obras por um canudo

Opinião

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Última Página O BREVES - 27 DE FEVERIRO DE 2012

Ultima Coluna

Açores e o flagelo social do

desemprego

Sinta-se em Casa

PS/Açores lamenta que Berta Cabral tente enganar os Açorianos

Política

O PS/Açores tem assistido nas últimas semanas, com tolerância democrática, a sucessivas declarações do PSD/Açores que mais não são do que propaganda eleitoral demagógica, na maioria das vezes com o intuito único de enganar os açorianos.

Há, no entanto, e porque essas declara-ções ultrapassam o razoável, momentos em que não pode o PS/Açores ficar calado, nem permitir que os açorianos se deixem iludir pela estratégia do PSD/Açores de proferir uma mentira todos os dias na expectativa de que ela se torne verdade.

A Presidente do PSD/Açores proferiu, esta quinta-feira, declarações que tentam deliberadamente enganar os Açorianos, as quais deviam envergonhar um partido que se diz preparado para governar a Região Autónoma dos Açores.

O PS/Açores, em nome da verdade dos factos, não pode tolerar que a Presidente do PSD/Açores afirme hoje que a situação da economia dos Açores “é da exclusiva res-ponsabilidade do governo e de quem tem a tutela desta pasta”, com a mesma cara com que há uns meses atrás, em jornadas parla-mentares do seu partido, falava nas conse-quências da “crise internacional” na Região.

O PSD/Açores está, como se comprova, deliberadamente a tentar enganar os Açoria-nos quando agora omite que a Europa atra-vessa a maior crise económica desde a II Grande Guerra. Essa crise tem reflexos directos nos Açores, reflexos esses que são reconhecidos de forma unânime, assim como é reconhecido que os seus efeitos só não são piores porque a Região apresenta um património de boa gestão dos dinheiros públicos que permite, hoje mesmo, encon-trar mecanismos para responder às adversi-dades que nos têm sido impostas do exte-rior.

Não é aceitável que, quem se diz prepa-rada para governar, não consiga ter um discurso minimamente coerente mesmo numa matéria que é unânime em todos os responsáveis políticos regionais, nacionais e europeus. A falta de coerência da Presiden-te do PSD/Açores não pode ser utilizada como argumento para tentar enganar os Açorianos.

A tentativa de enganar os Açores foi, ainda, patente quando reclamou apoios à exportação dos produtos açorianos, omitin-do propositadamente que está a ser prepa-rada, para ser enviada aos Parceiros Sociais, uma proposta de revisão do Siste-ma de Apoio à Promoção dos Produtos Aço-rianos, nomeadamente, ao nível da apre-

sentação de candidaturas, simplificação de procedimentos e apoios ao transporte, aqui-sição de embalagens e participação em feiras.

A Presidente do PSD/Açores tentou enganar os Açores quando afirma que os apoios à exportação são “insuficientes”, mas omite deliberadamente que este sistema de apoio à promoção dos produtos açorianos, no âmbito do Plano de Investimentos para este ano, viu aumentada a sua dotação em meio milhão de euros.

Ainda pior é o PSD/Açores falar do apoio ao transporte de produtos como se esse apoio não existisse já. O actual siste-ma prevê, precisamente, o apoio ao trans-porte em 90% para os operadores estabele-cidos nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Flores e Corvo, em 75% para os operadores estabelecidos nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, na comer-cialização de frutas, flores e plantas orna-mentais e em 50% para os operadores esta-belecidos nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, na comercialização dos restantes produtos.

Fica, assim, provado que, nas suas sucessivas declarações, a Presidente do PSD/Açores, na sequência de uma qualquer visita, revela contradições e incoerências, para além de um grave e confrangedor des-conhecimento sobre as mais elementares questões.

Por todo o lado faz a promessa fácil de mais apoio, de mais dinheiro, só possível com o endividamento brutal e insustentável da Região, o que só demonstra que o PSD continua a defender para os Açores a mes-ma receita aplicada na nossa vizinha região Autónoma da Madeira, omitindo que, a ser levada à prática, essas políticas teriam os resultados devastadores que essa mesma receita está a ter na vida dos madeirenses.

Ao dizer, por exemplo, na sequência da visita à UNILEITE, que não há apoios à exportação, a Presidente do PSD/Açores revela desconhecer que a indústria de lacti-cínios da Região cresceu 47% nas suas exportações ao longo dos últimos 15 anos, que diversificou muito os seus mercados e os produtos que produz e comercializa e que esse crescimento só tem sido possível pela melhoria da qualidade dos seus produ-tos.

Estes dados são factuais e mostram o trabalho paulatinamente concretizado pelos Governo do Partido Socialista, por muito que o PSD/Açores o tente desmerecer.

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Na Região Autónoma dos Açores o desemprego já atingiu números impensá-veis e preocupantes. Só no último trimestre de 2011, mais de quatro mil açorianos/as entraram no desemprego. Oficialmente, a Região conta com 15,01 % de desemprego, sendo também verdade que o Vice-presidente do Governo Regional já admitiu que este número poderá continuar a cres-cer e atingir os 16% a 17%.

Atualmente existem mais de 18 mil desempregados/as, mas sabe-se que o total de desempregados/as, na realidade, é superior a esse número, se contarmos com o trabalho precário que não tem direito à prestação social de desemprego, e com uns bons milhares que usufruem de bolsas, como é caso dos estágios comparticipados, das formações, etc.

Trata-se de uma situação de emergên-cia social, cujo desenvolvimento dependerá em larga medida da capacidade do Gover-no Regional de criar politicas de emprego, de modo a menorizar as consequências sociais desastrosas para que os açorianos/as foram também arrastados, seja por uma economia recessiva imposta pelas medidas de austeridade da Troika e do Governo PSD/CDS, seja por uma economia regional débil.

Sabendo-se que o problema do desem-prego atinge, na sua grande maioria, jovens e mulheres é urgente a implementação de medidas de emprego direcionadas, em especial, a estas pessoas. O Grupo Parla-mentar do BE/Açores apresentou na Assembleia Legislativa um Projeto de Reso-lução, com pedido de urgência, sobre Incentivo à empregabilidade Jovem, em que por recurso ao Fundo Social Europeu se crie um programa, a médio prazo, que facili-te a integração de ex-estagiários nas respe-tivas empresas de acolhimento de estágio. Pasme-se a maioria do PS, e o PCP, chum-baram a urgência! A ver vamos se deixarão para os primeiros 100 dias de Governação, como prometeu Vasco Cordeiro, aquilo que podem e devem fazer já!

O direito ao emprego é um direito cons-titucionalmente consagrado, é pressuposto fundamental de um Estado Democrático, é obrigação do Estado promover políticas de pleno emprego, é obrigação do governo apresentar soluções no sentido de menori-zar este flagelo social. É necessário resol-ver rapidamente, tanto quanto possível, este problema de milhares de pessoas e famílias que, muito rapidamente, passam de uma situação, dita, normal, para uma situação grave de falta de rendimentos, sofrendo ainda muitas vezes do estigma provocado por se ser desempregado.

“A Ausência de emprego acaba por

traduzir-se num sentimento de indignidade,

em parte reforçado pelo discurso institucio-

nal ante o desempregado, que o vê ou

como a vítima incapaz de ultrapassar o

problema ou como o vigarista usurpador do

erário público” in Desemprego: a Política

para lá do Trabalho, José Nuno Matos.

Por: Lúcia Arruda