Jornal InfoNEIBA 2015.2
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8/18/2019 Jornal InfoNEIBA 2015.2
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ANO III
Nº 2Rio de Janeiro
2º semestre de 2015ISSN:2318-5767 (IMPRESSO)
ISSN:2318-6380 (DIGITAL)
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
LA HISTORIA DE ÁFRICA EN LA ESCUELA: ALGUNAS NOTAS SOBRE LOSDISCURSOS CURRICULARES DE ARGENTINA Y BRASIL
POR FRANCISCO RAMALLO E DANIELA SANTOS DO ROSÁRIO
RELAÇÕES BRASIL-AMÉRICA DO SULENTREVISTA COM CARLOS LESSA
JORNAL INFORMATIVO DO NÚCLEO DE ESTUDOS INTERNACIONAIS BRASIL-ARGENTINADISTRIBUIÇÃO GRATUITA | VENDA PROIBIDA
NOTÍCIAS
● Curso de língua francesa instrumental
para as Relações Internacionais com o
professor Carlos Guilherme Sampaio● Criado o curso de doutorado em Rela-
ções Internacionais na UERJ
MUSEO EVITA, BUENOS AIRES
UMA CASA DE MEMÓRIAS
POLÍTICAS
POR JANAINA CARDOSO DE MELLO EHILDÊNIA SANTOS OLIVEIRA
n o
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EDITORIAL
Jornal Informavo do Núcleo de Estudos Internacionais Brasil-Argenna | 2º semestre de 2015
O JORNAL INFORMATIVO DO NÚCLEO DE ESTUDOS INTERNACIONAIS BRASIL -ARGENTINA é uma publicação do Núcleo de Estudos Internacio-nais Brasil-Argenna, que se vincula ao Programa de Pós -Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(PPGRI/UERJ) e ao Programa de Estudios Argenna-Brasil (PEAB), da Universidad Nacional de Rosario (UNR). É disponibilizado semestralmente,com o objevo de congregar e incenvar estudantes que pretendam divulgar seus estudos sobre as relações internacionais do Brasil e da Argen-na.
Além disso, pretende disponibilizar reexões sobre: os processos de integração regional; a dimensão histórica e cultural das relações internacio-nais dos dois países; as relações comerciais, a arculação econômica e as relações econômicas com parceiros externos. Visa, também, divulgar osseminários, cursos de extensão, workshops e congressos realizados pelo NEIBA/PPGRI/UERJ e pelo PEAB/UNR.
Os autores assumem inteira responsabilidade pelas opiniões expressadas nos argos. O jornal é de acesso aberto, sendo permida a reproduçãototal ou parcial dos conteúdos publicados, desde que mencionada a fonte.
InfoNEIBA Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier, 524, 9º andar, sala 9037 (bloco F)
COORDENADORES
HUGO ROGELIO SUPPO
Doutorado em História das Relações Internacionais
pela Universidade Paris III, França.
Professor Adjunto do Departamento de História daUERJ.
E-mail: [email protected]
GLADYS T. LECHINI
Doctora en Ciencias: Sociología por la Universidadede São Paulo, Brasil.
Profesora Titular de la Cátedra de Relaciones Inter-nacionales, UNR.
E-mail: [email protected]
LEANDRO GAVIÃO
Doutorando em História pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro e mestre em RelaçõesInternacionais também pela UERJ.
Coordenador e pesquisador do NEIBA.
Coordenador do InfoNEIBA.
E-mail: [email protected]
RESPONSÁVEIS DAS LINHAS DE PESQUISAS
● Mídia, Cultura e Relações Internacionais
Coord. Prof. Dr. Maurício Santoro, UERJ.
● Regionalismo e Políca Externa
Coord. Prof.ª Dr.ª Miriam Saraiva, UERJ.
● Cooperação, Modernização e Políca de Defesa
na América do Sul
Coord. Prof. Dr. Claudio Silveira, UERJ.
● Segurança Internacional e Políca Nuclear
Coord. Prof.ª Dr.ª Layla Dawood, UERJ.
● Integração energéca da América Lana
Coord. Prof.ª Dr.ª Roberta Rodrigues, UERJ.
● Desenvolvimento, Desigualdades e RelaçõesInternacionais
Coord. Prof.ª Dr.ª Maria Luisa Mendonça, UERJ.
● Idendade e Políca
Coord. Prof.ª Dr.ª Ana Paula Tostes, UERJ.
SECRETÁRIO GERAL
RAFAEL SALES ROSA
Mestrando em História pela Universidade doEstado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista emHistória das Relações Internacionais também pelaUERJ. É revisor do Jornal InfoNEIBA.
E-mail: [email protected]
PESQUISADORES ASSOCIADOS
HELEN NUNES
Doutoranda em História, Políca e Bens Culturaispela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e mestraem Relações Internacionais pela UERJ.
LAURA BRIZUELA
Doutoranda em Economia Políca Internacionalpela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)e mestra em Relações Internacionais pela UERJ.
MARCELLO DE SOUZA
Mestre em Relações Internacionais pela UERJ eespecialista em História das Relações Internacio-nais também pela UERJ.
ASSISTENTES
ANA CLARA BRANCO Graduanda em Relações Internacionais pela Uni-versidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
NATHALIA DO VALE
Graduanda em Relações Internacionais pela Uni-versidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
DAVID ALBUQUERQUE MUNIZ
Graduando em Relações Internacionais pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
GUTEMBERG BARBOSA
Graduado em Arquivologia pela UniversidadeFederal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) egraduando em Geograa pela UERJ.
EQUIPE INTEGRANTE DO NEIBA
EXPEDIENTE
COORDENAÇÃO E DIREÇÃO
Hugo Rogelio Suppo
Leandro Gavião
CONSELHO CONSULTIVO Gladys T. Lechini Mauricio Santoro
Miriam Gomes Saraiva
ISSN: 2318-5767 (versão impressa)
2318-6380 (versão digital)
Info2º semestre de 2015
REVISÃO
Rafael Sales Rosa
EDIÇÃO GRÁFICA David Albuquerque Muniz
CONTATO
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Museo evita, Buenos Aires: uma casa de memórias polícas.1
Janaina Cardoso de Mello* e Hildênia Santos Oliveira**
Eva María Duarte de Perón nasceu na Província de Buenos Aires em1919, lha de Juana Ibarguren com Juan Duarte. Aos dezesseis anosdespontou em radionovelas, sensibilizando as massas. Desde 1943,
parcipava da Associação de Trabalhadores das Rádios Argennas,quando em 1944, ao auxiliar as vímas do terremoto na cidade deSan Juan, conheceu Juan Domingo Perón, uma forte liderança naSecretaria do Trabalho (DÍAZ, 2005).
Eva e Juan casaram-se em 1945. Extremamente popular na Argenna,Eva apresentava-se como: “una mujer de vosotras, madres, esposas,novias y hermanas... de mi salió el hijo que está en los cuarteles o el
obrero que forja una Argenna nueva, en erra, mar y ai-re” (BARRONI, 1970, p. 75-76).
Juan Perón foi eleito presidente em 1946, após um longo período deditadura. O legado de Evita e Juan Perón cristalizou -se em doze hospi-
tais, mais de mil escolas, universidades e casas de apoio para mulhe-res e crianças. A Fundação Evita Peron ajudou idosos e parcipou dareforma do sistema prisional, especialmente o feminino.
Evita morreu de um câncer aos 33 anos, e seu funeral foi um dosmaiores cortejos do país, tendo seu corpo embalsamado e expostoaté 1955. Com o golpe militar, seu corpo foi roubado e levado paraMilão (Itália), somente retornando à casa em 1971, onde hoje está no
Cemitério da Recoleta.
O golpe políco-militar de 1955 derrubou Perón e buscou destruirtudo relacionado à Fundação Evita Perón. Por isso, o Museu Evita
constuiu-se num forte elemento na retomada da memória contra asações de um esquecimento planejado.
O museu é um poderoso espaço de reexão e encontro com a culturaeducava, é também um lugar de representações sociais. O museu é
percebido como uma “casa de memórias” (DAMATTA, 1997). A casa éo lugar da calma, habitada por pessoas com um desno em comum,com objetos e valores tradicionais. Sua subjevidade permeia a hon-ra, o cuidado dos bens e seus membros. A casa é o lugar do amor
familiar que mantém as portas abertas aos agregados. Na casa háreconhecimento, respeito, um mundo à parte, onde o tempo mensu-ra-se pelo envelhecimento das coisas.
O Museu Evita inaugurado em 26 de julho de 2002, em Buenos Aires,em homenagem à memória de Eva María Duarte Perón, marcou oscinquenta anos de sua morte. Organizado pela sobrinha -neta, CrisnaÁlvarez Rodrigues, está na rua Lanur, nº 2988, em Palermo, numprédio construído pela família Carabassa. A casa do Instuto e Mu-
seu, construída em 1923 pelo arquiteto Estanislao Pirovano, foi decla-rada “Lugar Histórico Nacional” pelo Decreto nº 349/99 e tornou -se“lugar de interesse cultural” pela Resolução 187/2000 da CidadeAutônoma de Buenos Aires e “Monumento Histórico Nacional” pelo
Decreto nº 231/07. A casa foi adquirida em 1948 pela Fundação deAjuda Social Eva Perón para ser o lugar de Trânsito nº. 2.
As casas museus assumem funções sociais corroborando na confor-
mação cultural da sociedade. Criam uma idendade instucional sobo signo da reicação do passado, registram a memória. Guardamparte de uma trajetória, ajudam a sociedade a entender as históriasde vida. Nelas ouve-se a voz de um passado, observam -se biograas
mícas e fatos tornados histórias. As casas museus não ocultam, elas
revelam heranças culturais de um período.
A história de Eva Duarte é comunicada em treze salas. Os espaços sãosubdivididos em exposições de curta e longa duração. Como num
teatro biográco, ao abrir de cada corna, revela -se uma fase de suavida, começando pela infância, sua juventude como atriz e, nalmen-te, sua vida como primeira-dama ao lado de Juan Perón. Por isso, os
tulos das salas são intrínsecos à vida da personagem musealizada:“Eva Actriz – El encuentro con Perón”, “Primera Dama”, “Voto Femi-nino/Pardo Peronista Feminino”, “Ayuda Social Directa”,“Renunciamineto – Final Inesperado”, “La Razón de mi vida”.
O Museo Evita abriga ainda o Instuto Nacional de InvesgacionesHistóricas Eva Perón – INIHEP, responsável pela organização e pesqui-sa histórica do acervo. Na entrada do Museu Evita há um banner de
sinalização que traduz sua narrava expográca “Mi vida, mi mission,mi desno”. Administram a instuição: Natalia Nierenberger (direçãodo museu), Gabriel Miremont (curadoria) e Crisna Álvarez Rodríguez(presidência do INIHEP).
No museu, o visitante viaja pela história argenna e transformaçãopolíca de uma nação através da vida de uma mulher, buscandoconvencê-lo de que há um divisor de águas, a Argenna antes e de-pois de Evita.
O museu congura-se em uma ideologia para vivicar o mito. Reme-te-se ao conceito de nação como “comunidade imaginada” de Bene-dict Anderson (2008, p. 32), pois, embora todos os membros dessa
grande nação jamais se conheçam pessoalmente a construção cultu-ral do arquépo lhes dá a sensação de comunhão e solidariedade.
O Museu Evita é um instrumento simbólico da “nação peronista” real
e “imaginada” personicada numa mulher e assim “o museu e a ima-ginação museologizante cumprem seu papel eminentemente polí-
co” (Ididem, ibid, p. 246).
¹ O trabalho é resultado de pesquisa empírica à parr de uma visitatécnica realizada no Museu Evita, em Buenos Aires, em 2012, comrecursos da Secretaria Estadual de Cultura de Sergipe (SECULT -SE).
Referências:
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. Reexões sobre aorigem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
BORRONI, Otelo; VACCA, Roberto. Eva Perón. Vida y milagros denuestro pueblo. Buenos Aires: CEAL, 1970.
DAMATTA, Roberto. A Casa & A Rua: espaço, cidadania, mulher e
morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
DÍAZ, Martha Susana. Mulher e Poder. O caso de Eva Perón na polí-ca argenna. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. Salvador:
UFBA, 2005.
________________________________________________________
* Janaina Cardoso de Mello é Pós -Doutoranda em Estudos Culturais(PACC-UFRJ); Doutora em História Social (PPGHIS-UFRJ); Professorada Graduação em Museologia (UFS) e dos Mestrados em História(PROHIS-UFS e PPGH-UFAL).
** Hildênia Santos Oliveira é Mestranda em História (PROHIS-UFS);
Bolsista Capes 2014-2015; Graduada em Museologia (UFS).
[email protected] e [email protected]
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Entrevista - Carlos Lessa
InfoNEIBA - Quais são os elementosfundamentais hoje para se repensar umprojeto nacional?
Carlo Lessa - Eu começaria colocando apergunta: O que é o povo? Qual foi o seuprocesso de constuição? Quais são osgrandes afetos, as grandes cargas emoci-onais simbólicas que o povo tem? Acho,por exemplo, que aqui na América La-na, nós podemos coletar exemplos ex-tremamente fascinantes porque temos
uma variedade de relações afevas e deautoesma muito curiosas. Uma varie-dade realmente impressionante. Nocaso da Argenna, me chama muito aatenção [...] o fenômeno do peronismoenquanto uma manifestação afeva cujosímbolo era a Evita Perón; e cuja arma-ção do argenno popular urbano emrelação à velha oligarquia porteña.
Acho que, por exemplo, isto produziu oincêndio do prédio do Jockey Club ar-genno como caráter simbólico. Sinto-máco porque não houve queda daBaslha, mas incêndio de um clube soci-al. Acho que tem muito a ideia de “nóssomos a Argenna em potencial”. Isso éo denominador comum do peronismo.Já no Brasil, não tem um fenômeno dearmação afeva com a força simbólicade Perón. Não temos. Temos sim ummovimento afevo forssimo exaltandoo futebol brasileiro. Eu acho que os po-vos têm a necessidade de idencaresses objetos de afeto. Essas condensa-ções de afeto. Essas sensações de per-nência e de aceitação irrestrita de sím-
bolos.
Acho que hoje essa é uma questão revi-vida de certa maneira [...] É uma questãoabsolutamente atual. E é extremamenteúl o núcleo como o de vocês fazer com-parações destas categorias que empre-gam o coração popular.
InfoNEIBA - Em sua opinião, como é ainserção brasileira hoje no sistema in-ternacional? Como o Brasil se insere?
Carlos Lessa - Do ponto de vista objevodas relações econômicas, creio que háum retrocesso no modo pelo qual esta-mos integrados ao sistema mundial decomércio. Estamos reduzindo nossa
Carlos Lessa é economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez doutorado na Uni-
camp, ex-presidente do BNDES foi também reitor da UFRJ. Concedeu a entrevista à Helen Miranda Nu-
nes para o NEIBA e responde nossas perguntas sobre a situação econômica e políca do Brasil e a ne-
cessidade de repensar um projeto nacional no cenário Internacional. (10 de novembro de 2015)
presença neste comércio dos elementosdinâmicos e conrmando um papel defornecedor de commodies.
Quanto à imagem brasileira, à inserçãobrasileira no grande jogo políco inter-nacional, digamos assim, eu acho que oBrasil tem se esforçado por marcar algu-mas posições sem correspondência coma realidade econômica das forças produ-vas. Porém, é inquesonável que desdea visão de Terceiro Mundo até a rota
inicial dos BRICS, há um esforço polícoe instucional de marcar a presençabrasileira. Não sei avaliar os desdobra-mentos objevos desses esforços. Po-rém, ele tem o mérito de poder alimen-tar uma necessária controvérsia geopolí-
ca e subsidiar o processo decisóriointerno.
Quanto à presença cultural, não temosdo nenhum sucesso relevante. A ideiade um país musical com dimensões con-nentais não está adequadamente con-solidada. A literatura brasileira, apesardo fenômeno Paulo Coelho, não se en-raizou nas coletâneas mundializadas.Perdemos visibilidade com futebol, comos desastres futebolíscos e a displicên-cia de permir a falência da Varig.
InfoNEIBA - Na sua visão, como são asrelações do Brasil e da América do Sul,
em especial, as relações com a Argen-na?
Carlos Lessa - O Brasil vive, historica-mente, um problema sério de um con-nente sul-americano derivado do tama-nho brasileiro que apesar de não seralardeado nem exaltado, é percebidopelos nossos vizinhos como uma situa-ção extremamente assimétrica. Istoexige uma atenção delicada e cuidadosacom as relações que o Brasil mantémcom cada uma das nações sul-americanas e impõe uma arculadaatenção com iniciavas brasileiro-
argennas que não podem acentuar aassimetria. Temos que reforçar nossapresença e integração com os argennose, ao mesmo tempo, pracarmos umapolíca de negação da assimetria. Não éfácil [...] Um exemplo dramáco pelarepercussão nos países observadores é adisputa sobre fábricas de papel desen-volvidas pela Argenna e Uruguai. Émuito dicil ao Brasil se posicionar deforma transparente sobre esse tema. [...]Muito complicado. Como aparecer paraos bolivianos e paraguaios como irmãos?O eixo Brasil-Argenna é o eixo chavepara o futuro da América Lana; Brasil-Argenna é chave para o futuro do con-nente. Porém, os dois países têm quedesenvolver em conjunto uma polícaque reduza a percepção de prioridadebrasileira-porteña. [...] A energia elétricado Paraguai poderia ser um domíniopara cooperação [...].
InfoNEIBA - Em sua opinião, no Brasil, oque é mais grave hoje a crise políca oua econômica? Como elas se relacionam?
Carlos Lessa- Eu não sei responder. Te-nho a percepção de que a falta de um
projeto nacional impõe uma reexãoprofunda sobre a idendade brasileira ea degradação de nossa autoesma. Achoque é um processo que se desenvolve aparr da experiência autoritária que nãofoi resolvida por uma profunda discus-são republicana. [...]
InfoNEIBA - Como o senhor enxerga aperspecva desenvolvimensta hojepara a economia brasileira?
Carlos Lessa- Não consigo abrir mão da
ideia de que o Brasil necessita de umprojeto de desenvolvimento que combi-ne de maneira clara forças produvas e
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forças sociais. É, será da interação bemsucedida dessas duas dimensões quepoderá amadurecer um novo horizontede desejo histórico para o povo brasilei-ro. (Vou te dizer uma coisa que a gentenão pode discur isso ainda, mas achoque já tem alguns componentes apon-tando em direção a uma discussão sobreo Brasil a sério).
InfoNEIBA- E quais seriam esses pon-
tos?
Carlos Lessa - (Eu acho que a ideia deque se esgotou a mágica republicana danova república, não tem mais nem peloscaminhos dos direitos e nem pelo cami-nho dos paliavos sociais como forma deenfrentar os desejos. É necessário apro-fundar a discussão. Eu acho que essadiscussão já começa na sua geração.Quero tanto ver isso que eu acho quecomeço ver as coisas com olhos mais...
omistas. Mas não vou dizer isso).
InfoNEIBA - Quais são os fatores essen-ciais para a recuperação da economiabrasileira?
Carlos Lessa - Explicitar a nação comopotência e objeto de desejos. O Brasilpode enfrentar as restrições se houvercoesão nacional em torno dos desejos.Uma indicação forte da possibilidade
disto a vir ocorrer está na generalizadaopinião favorável à prioridade de itens
de consumo público como saúde, educa-ção e segurança. Esta prioridade irá ex-plicitar a dramáca diferença entre opadrão de vida e de qualidade de vida. Opadrão da vida motorizada se combinacom o bloqueio à livre circulação daspessoas. Hoje a questão urbana drama-za escolhas que deverão modicar signi-cavamente as prioridades do país. Porexemplo, transporte colevo de qualida-de ou/e mulplicação da frota de auto-móveis individuais?
InfoNEIBA - Qual é a sua mensagempara os alunos de Relações Internacio-nais?
Carlos Lessa - Sejam protagonistas dodebate necessário sobre Brasil e seufuturo. Vocês podem ser uma ponta delança para repor as prioridades geopolí-
cas da nação.
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LA HISTORIA DE ÁFRICA EN LA ESCUELA: ALGUNAS NOTAS SOBRE LOS DISCURSOS CURRICULARES DEARGENTINA Y BRASIL.
Francisco Ramallo y Daniela Santos do Rosário * [email protected] y [email protected]
Este breve arculo es el resultado de un diálogo de dos profeso-
res e invesgadores en relación a la enseñanza de la historia deÁfrica y las representaciones del mundo negro en las escuelas deArgenna y de Brasil. Bajo diferentes enfoques, nuestros análisisse concentran en abordar esta temáca desde una mirada nor-mava que recorre una serie de aspectos sobre los diseños curri-culares. Los países analizados presentan diferencias extremamen-te marcadas sobre esta cuesón, incluso se vuelven paradigmá-cas si recordamos que Brasil por ejemplo es el país con mayorpresencia de africanos y afrodescendientes (representada en suúlmo censo como el 51% de su población) y Argenna es demenor (ocultada y expresada en su censo por debajo del 1% de supoblación). No obstante es posible encontrar en ambos casosalgunas semejanzas en las imágenes y representaciones de cultu-
ra africana que se representan, como así también similitudes enlos prejuicios y los preconceptos en la historia única que se cons-truye de este connente.
En el caso brasileño desde el año 2003 existe una ley (10.639) querecorre el contexto curricular del todo el sistema educavo, des-de el nivel inicial al superior, y propone un trayecto transversal.Se trata de una normava que ofrece directrices curricularesnacionales para la educación de las relaciones étnico-raciales ypara la enseñanza de la historia y la cultura afr0-brasilera y africa-na. Su juscación y fundamentación para la enseñanza del pasa-do africano se basa en una cuesón identaria, en donde Áfricaasume un signicado: la consciencia del pueblo negro. De estaforma en Brasil la normava es general y pretende funcionar en
todas las áreas de formación, entrecruzando disciplinas, niveles yexperiencias.
En el caso Argenno si bien la historia de África no ene una cen-
tralidad curricular, en el contexto de la provincia de Buenos Airesen los diseños curriculares para la enseñanza de la historia (2006-2010), es posible adverr una novedosa presencia en relación alpasado de este connente. En los diseños de 2º y 5º año de laescuela secundaria el pasado africano se vuelve clave para enten-der las unidades de los vínculos coloniales del triángulo comercialentre Europa, América y África, y del mundo poscolonial (en elcual la descolonización de las ex colonias en África y Asia traza laslíneas para comprender la historia de la segunda mitad del sigloXX). En este marco es evidente que aparece una historia africanapero el mundo afrodescendiente connúa silenciado y ocultado.
Los diseños curriculares presentan una escritura que incluso po-
dríamos designar rápidamente como contrahegemónicas en rela-ción a la enseñanza tradicional de esta disciplina, en el sendoque cuesonan la historia eurocéntrica y que ofrecen otra miradade la historia universal (angua/medieval/moderna). Pues cree-mos que tal incorporación aparece como una tentava de con-trarrestar el carácter dominador eurocéntrico y no para valorizaral atacado pueblo negro. Analizar esta cuesón requiere ademásreparar en otros planos que reeren a comparar normavas biendiferentes, en este caso los diseños curriculares están descentrali-zados (pues no existe un diseño común de orden nacional) y en elcontexto de la provincia de Buenos Aires se caracterizan por serprescripvos en relación a los contenidos, orientaciones y secu-encias didáccas.
Asimismo la propuesta brasileña de transversalidad de los conte-nidos de la historia africana permite una apropiación de la cultu-ra, que hace (re)pensar la herencia africana en esta sociedad,dando énfasis a los contenidos afrobrasileños y afrodiaspóricos.
“O Brasil (...) é percebido pelos nossos vizi-nhos como uma situação extremamente
assimétrica. Isto exige uma atenção delica-
da e cuidadosa com as relações que o Brasil
mantém com cada uma das nações sul -
americanas e impõe uma arculada aten-
ção com iniciavas brasileiro-argennas
que não podem acentuar a assimetria”
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Diferente es en Argenna, en donde la tendencia a una historiaque marque una ruptura con el eurocentrismo dominante, creauna lectura de África como un “otro”, sin que se destaque losafrodescendientes de este país y manteniéndolos aún en un lugarde invisibilidad. Por otro lado, la ausencia de una construcción decontenidos educacionales delimitados en relación a África y lahistoria afro-brasileña en comparación con Argenna diculta lasposibilidades de aplicación de esos contenidos en las aulas.
También es cierto que los curriculum no resuelven las cuesonessobre las práccas educacionales. En el sendo de que si bienestos países están (re)pensando las tramas del pasado del pasadoafricano en sus aulas, precisamos de más. Las distancias entre lasnormavas y lo que ocurre en las aulas es muy grande. La forma-ción de los docentes en estas áreas de saberes es muy deciente,y se connúa en los dos contextos representado a África como unconnente pobre y colmado de prejuicios. Sumado a que el mo-tor de la historia de África desde lo curricular aún son las historiaseuropeas. Precisamos pensar y senr la cultura africana y las desus descendientes de un lugar otro. Necesitamos entonces quelos propios educadores sean quienes acaben con la naturalizaciónhegemónica de la inferioridad africana y de sus afrodescendien-tes. Las imágenes que durante siglos se construyeron sobre África
no se destruirán fácilmente, pero nosotros los profesores somosquienes podemos comenzar a disputar esta historia única.
Cerrando estas líneas nos queda señalar que pensamos que laeducación en temas de la cultura africana ocupa un lugar centralpara superar el racismo en nuestras escuelas. En tal sendo reco-nocemos que el racismo y el an-racismo se pueden manifestarde diferentes formas en los discursos y práccas sociales de laeducación. Pues de la misma manera que el racismo es enseñado,
el an-racismo puede ser ensañado también. Y aquí nuestro paí-ses conjuntamente enen mucho por hacer, en nuestras codia-nas desnaturalizaciones del mundo presentado en las aulas, mos-trando que la nuestra “realidad” es una construcción histórica,donde los profesores y los estudiantes presentamos alternavas ynuevas realidades.
Referencias:
BRACCHI, Claudia (coordinadora). Diseño Curricular para la Edu-cación Secundaria: Marco General para el Ciclo Superior. La Plata,Dirección General de Cultura y Educación de la Provincia de Bue-nos Aires.
COSTA, Sergio. DOIS ATLANTICOS: Teoria social, an-racismo,cosmopolismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - Secretaria da Educação Connuada,Alfabezação e Diversidade (2010). Orientações e Ações para aEducação das Relações Étnico-Raciais. Brasilia: SECAD, 2010
_____________________________________________________
* Francisco Ramallo es profesor y invesgador en formación del
Departamento de Ciencias de la Educación (FH-UNMdP). Docto-
rando en Humanidades y Artes (UNR) y estudiante de posgradode PosAfro- CEAO (Universidad Federal de Bahía).
*Daniela Santos do Rosário es licenciada en Historia por la Uni-versidade Jorge Amado (UNIJORGE). Maestranda de PosAfro-CEAO (Universidad Federal de Bahía).
NOTÍCIAS
NEIBA PROMOVE O CURSO PIONEIRODE LÍNGUA FRANCESA INSTRUMENTALPARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAISNA UERJ.
Buscando atender as necessidades dos estudan-tes de Relações Internacionais da UERJ, o NEIBApromove um curso de língua francesa instru-
mental com um ensino inovador e dinâmico.Com um professor de excelência, doutorandoda UERJ, Carlos Guilherme Sampaio, oferecendoaos estudantes sua experiência tanto com oidioma quanto com a cultura francesa.
O curso será ministrado em duas turmas de 25vagas* cada:
Turma 1: segundas e quartas de 18h às 19:40h; Turma 2: segundas e quartas de 19:50h às 21:30h
A matrícula ocorrera na sala do NEIBA (9018, bloco A - 9º andar) e teve o valor de R$ 150,00 (por módulo) no período de 29/02
a 04/03/2016.
O curso ocorrerá na sala 9002, bloco A - 9º andar a parr do dia 07/03/2016 (início das aulas).
*Vagas prioritárias a estudantes de Relações Internacionais UERJ
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Nocias
Info
II JORNADA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO NEIBAFOI UM SUCESSO!
A II JorNEIBA ocorreu no dia 9 de outubro de 2015, e teve como tema: "Os desafosdas novas tecnologias de comunicação no século XXI".
A Comissão Organizadora agradece a parcipação: dos ouvintes que presgiaram a Jornada; dos monitores que auxiliaram opúblico presente; dos comunicadores dos GTs; dos professores Maurício Santoro e Miriam Saraiva que moderaram os GTs; doapoio decisivo da Fundação Konrad Adenaeur e da secretaria do PPGRI-UERJ representada pelo funcionário Jeerson; do aceitedo convite pelo jornalista Andrew Fishman para a palestra: “Edward Snowden: o sombrio mundo da espionagem digital sobrenossas liberdades individuais” na conferência de encerramento e a todos os envolvidos na realização da II Jornada de RelaçõesInternacionais do NEIBA. Muito obrigado a todos!
2º semestre de 2015
ÁUDIO DA PALESTRA MINISTRADA PELO PROFES-SOR ALEXANDRE MORELI (FGV-RJ)
No dia 04 de novembro, o NEIBA promoveu a palestra “O
Atlansmo Tropical brasileiro e a ordem internacional no pós-Segunda Guerra Mundial”, ministrada pelo Prof. Dr. Alexan-
dre Moreli (coordenador do Centro de Relações Internacio-nais do CPDOC/FGV).O áudio está disponível no canal do NEIBA no Soundcloud: hps://soundcloud.com/neiba-492165560/palestra -alexandre-moreli
GRANDE EVENDO É CANCELADO DEVIDO À OCUPA-ÇÃO DE ALUNOS DA UERJ
Lamentavelmente o evento “Democracia virtual- implicações
polícas” foi cancelado devido à ocupação que protestavacontra a falta de pagamento de prossionais terceirizados e debolsas por alunos da UERJ em seus diferentes campus. O temaera as implicações polícas da democracia, onde seriam discu-da a inuência da internet e das redes sociais na sociedadecivil e na políca. Neste evento seria lançada a edição 3/2015da série Cadernos Adenauer, intulada “Internet e sociedade”.
MUJICA VISITA A UERJ E NEIBA MARCA PRESENÇA
O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, conhecidopor sua legislação mais avançada sobre as drogas, esteve no
Brasil à convite da Federação de Câmaras de Comércio e In-dústria da América do Sul (Federasur) e no dia 26 de agostopromoveu, por iniciava própria do ex-presidente, um encon-tro entre jovens no anteatro da UERJ, que calorosamente orecebeu com uma lotação do espaço.
COMO CITAR O INFONEIBA
MELLO, Janaina Cardoso de & OLIVEIRA, Hildênia Santos. Museo evita, Bue-nos Aires: uma casa de memórias polícas. InfoNEIBA: Jornal Informavo doNúcleo de Estudos Internacionais Brasil -Argenna, Rio de Janeiro, Ano III, n.2, p. 3, jul.-dez. 2015. Obs.: o destaque é para o tulo do periódico, o subtulo não é destacado.
ISSN: 2318-
5767 (impresso) e 2318-
6380 (digital)
O InfoNEIBA recebe em uxo connuo: argos, resenhas e materiais de cunho acadêmico para divulgação.Maiores informações no site: www.neiba.com.br
VALORIZAÇÃO DOS CURSOS DE DOUTORADO:CRIAÇÃO E PREMIAÇÕES
Com muito orgulho e muita honra, foi criado o curso de dou-torado em Relações Internacionais na UERJ, sendo aprovadono dia 3 de março de 2016 por unanimidade pelo CSEPE(Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão). O quesignica uma vitória na trajetória do curso, representando aprimeira instuição publica no estado do Rio de Janeiro comesse curso de doutorado. E nossa parceira, a Universidade Nacional do Rosário, recebeua nota máxima (equivalente à Excelente) no curso de doutora-do também em Relações Internacionais pela Comisión Nacio-nal de Evaluación y Acreditación Universitaria(CONEAU), demonstrando o resultado dos esforços da ins-
tuição para com o curso e os estudantes.
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