Jornal Materia Prima

16
28 de Julho de 2010 - Ano I - Edição 1 - R$ 2,00 INFORMAÇÃO LIMPA matéria PRIMA O Jornal Matéria Prima é impresso em papel certificado FSC, garantia de manejo florestal responsável, e com tinta ecológica elaborada com matérias-primas bioderivadas e renováveis. Túmulos que desaparecem

description

A região em revista aos domingos

Transcript of Jornal Materia Prima

28 de Julho de 2010 - Ano I - Edição 1 - R$ 2,00

INFORMAÇÃO LIMPA

matéria PRIMA

O J

orna

l Mat

éria

Prim

a é

impr

esso

em

pap

el c

ertifi

cado

FSC

, gar

antia

de

man

ejo

fl ore

stal

resp

onsá

vel,

e co

m tin

ta e

coló

gica

ela

bora

da c

om m

atér

ias-

prim

as b

iode

rivad

as e

reno

váve

is.

“Túmulos quedesaparecem“

Caro leitor, É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos hoje a primeira edição do nosso

Matéria Prima. Matéria Prima traz a informação limpa. Conteúdo apurado e visual claro. Em tempos de jovem prefeito, buscamos o mais jovem prefeito da história de Americana para contar a sua (hoje já longa) experiência política. E também caminhamos pelos corredores - que dizem mal assombrados - da Câmara Municipal para descobrir uma história de aparência macabra ocorrida no cemitério.Nesta caminhada por caminhos bem informados, em busca da informação, acabamos tendo acesso com exclusividade ao projeto que vai mudar a cara da Praia dos Namorados. Um projeto deste alcance não é uma brincadeira. A Praia dos Namorados, como a Praia Azul, �izeram parte de um momento de ouro da história de Americana. A região, depois abandonada, acabou no que é. Retomar este espaço é retomar Americana. E do mesmo jeito que a nossa represa foi abandonada, a reportagem da página central desta edição mostra que estamos abandonando outro espaço crucial do meio ambiente: o ar que respiramos. Mas a matéria prima da vida, da vida de todos nós, é bem mais ampla. Por isso falamos também das novas tribos urbanas, da delícia dos vinhos e das novas adegas, falamos dos espaços de sabor e lazer. Matéria Prima quer trazer para suas mãos, caro leitor, o melhor e o mais importante da vida.

Opinião

Mercadão

matéria PRIMA

matéria PRIMA

28 de Julho de 2010

DiretorWill Campos

Diretor administrativoFábio Estevam

Redação e textosPaulo San Martin (editor), Anderson Barbosa e

Fernanda NastriniFotografia

Cleiber Ribeiro e Flávio OliveiraDiagramação

José Ramón Valenzuela (Pepe)Comercial

F: (19) 3648.5050

Matéria Prima é uma publicação de Futura Editora.Rua Águas Marinhas, 355 - Jardim Bela Vista,

Americana-SPTelefones - (019) 3648.5050

[email protected]

O prefeito Diego De Nadai (PSDB) parecia muito tranquilo em meio aos comunistas no lançamento da campanha do ex-vereador e candidato a deputado estadual, Davi Ramos

(PC do B), no sábado. Ouviu discursos pró Dilma Roussef (PT) e aplaudiu.

O deputado estadual Antonio Mentor (PT) intermedia negociações com a Prefeitura de Cosmópolis para que parte dos produtos fornecidos na merenda escolar do município seja

adquirida de agricultores do Assentamento Milton Santos, em Americana. Mentor esteve reunido na sexta-feira com representantes do assentamento e o prefeito de Cosmópolis, Antonio Fernandes Neto, para discutir o assunto. A principal preocupação do parlamentar é escoar a produção do assentamento, que são produzidos sem a utilização de agrotóxicos. Boa Iniciativa.

Antes chamado por alguns de Flávio “Trator” Biondo, em função do jeito ousado de atuar na Secretaria de Obras, o apelido do secretário parece ter mudado. O ministro

Orlando Silva, no lançamento da campanha de Davi Ramos, inventou outro. “Gostaria de cumprimentar o secretário Flavio ‘El loco’ Biondo”, disse o ministro que arrancou risos do prefeito Diego De Nadai.

O secretário de Esportes de Americana, Mário Antonocci, está enlouquecido com os vendedores ambulantes de cerveja que comercializam a bebida, dentro das quadras e do complexo esportivo

Centro Cívico. Sempre muito educado, Mário explica a proibição um a um com paciência de Jó.

Tem candidato a deputado estadual forçando a barra para conseguir apoio na máquina do governo Diego De Nadai. Arrogante, o candidato quer impor apoios. Está se dando mal.

Muitos funcionários públicos o abandonaram.

As campanhas políticas para deputado em Americana esquentaram o rouba-rouba de lideranças para as campanhas. O conhecido Jaiminho, antes muito ligado ao candidato

a deputado estadual Chico Sardelli (PV), abandonou o candidato verde. Jaiminho será o coordenador da campanha de Davi Ramos, em Santa Bárbara d’Oeste.

02Opinião02OpiniãoOpinião

Davi Ramoslança campanha

Carta ao leitor

Mentor

El Loco

Cerveja Não

Pegou Mal

Troca

Nossa aldeiamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 03Nossa aldeia03Nossa aldeia

Túmulos desaparecemno Cemitério da Saudade

Uma história macabra está em curso nas ruas e nos bastidores do Ce-mitério da Saudade, em

Americana, e por força da lei sua elucidação terá que ser iniciada até o final deste mês. O lado macabro da história co-meçou em pleno Dia de Finados, 2 de novembro do ano passado, mas acabou se tornando pública apenas agora, depois de aportar na Câmara de Americana no iní-cio deste mês. A família Salles, netos e bisnetos de Lupercio e de sua filha Bene-dita, falecida em 1982, perde-ram ao longo dos últimos anos o hábito de cumprir o ritual de Finados, levar flores e limpar o túmulo de seus avós. Até que, no ano passado, uma das netas de-cidiu visitar o jazigo dos dois, o de número 64 na quadra 14C do Cemitério da Saudade.Mas a mulher (que por motivos óbvios não quer se identificar) logo seria surpreendida. Nem o jazigo e nem os corpos de seus avós estavam mais lá. Ela ainda imaginou que tivesse errado o lo-cal e rodou pelas ruas vizinhas. Consultou a administração, mas não havia dúvidas. Os corpos de um casal desconhecido, de outra família, estavam sepultados no túmulo de seus avós.

SEM RESPOSTAJá no mesmo dia e depois ao lon-go dos dias seguintes, ela procu-rou familiares próximos para re-latar a história macabra. Menos de uma semana depois, com a cópia da escritura do jazigo nas mãos, ela e um primo voltaram ao Cemitério da Saudade e fo-ram novamente surpreendidos. O nome entalhado no granito, da família que substituíra os seus avós naquele túmulo, havia sido riscado. Imediatamente a mulher pro-curou um advogado e protoco-lou na prefeitura um ofício, nº

63.496/2009, pedindo esclareci-mentos oficiais sobre o ocorrido. A família relata que esperou em vão, até o final de junho, pela resposta. Então decidiu procurar a Câmara Municipal em busca de ajuda. E acabou aportando no ga-binete do vereador Marco Anto-nio Alves Jorge (PDT), o Kim. No início deste mês, na última sessão da Câmara antes do reces-so parlamentar de julho, Kim e a vereadora Divina Bertalia (PDT) apresentaram um requerimento pedindo esclarecimentos sobre o fato. O requerimento foi aprovado por unanimidade pelos demais ve-readores e a prefeitura tem agora, por força da lei, que apresentar uma resposta até o final deste mês. “Fomos procurados pela família e agora estamos em busca de in-formações claras e precisas. Pe-dimos que a prefeitura procure em seus arquivos, mapas e regis-tros, a localização desses túmu-los para que a família possa ter acesso aos restos mortais de seus antepassados”, ressalta Kim.

QUEM AUTORIZOUO requerimento pede ainda ao Executivo a cópia do ofício nº 63.496/2009, protocolado pela família na prefeitura, e questiona onde estão os restos mortais de Lupercio e de sua filha Benedita Salles de Camargo Ferrari, quem autorizou a retirada e quem está sepultado no jazigo 64 da quadra 14 C. Kim também pede cópia do Título de Concessão Perpétua de Sepultura.Em nota da assessoria de impren-sa da prefeitura, o Secretário de Obras e Serviços Urbanos, Flávio Biondo, informa que na adminis-tração passada houve um reca-dastramento das famílias donas de sepulturas e levanta a possi-bilidade de ter ocorrido algum problema. Ainda segundo a nota, a Secretaria afirma ter tomado conhecimento do caso e “já tra-balha para resolver a situação”.

O lado macabro da história começou em pleno Dia de Finados,

quando a neta de Lupercio resolveu, depois de muitos anos, visitar o

jazigo do avô

03

Nossa aldeiamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 04Nossa aldeia04Nossa aldeia

ProtestosA proliferação dos pedágios

O estado de São Paulo tem 160 pedágios,contra 113 em todo o resto do Brasil

O aumento recente no preço dos pedágios criou uma nova onda de protestos por todo o interior paulista e a consolidação do “Movimento Estadual Contra os Pedágios”, que hoje tem o apoio de quase todos os prefeitos de cidades em rodovias pedagiadas da RMC (Região Metropolitana de Campinas). No dia 1º deste mês, o movimento chegou a provocar congestionamentos de quase dez quilômetros

na Rodovia Santos Dumont (SP-75), em protesto contra o aumento das tarifas, ocorrido no �inal de junho. A verdade é que os pedágios estão em plena proliferação nas rodovias paulistas. Desde o início da privatização das rodovias, em 1998, foram criados 112 pedágios. São Paulo, sozinho, já tem mais pedágios do que todo o resto do país. São 160 praças, entre estaduais e federais, contra 113 no restante do Brasil.O grande problema, tanto para motoristas como para autoridades de trânsito e prefeitos da região consultados por Matéria Prima, não é a existência de pedágios, mas o alto preço cobrado por eles. Neste particular, aliás, nem os artí�ices da política de privatização estão de acordo. Recentemente, o candidato à presidência José Serra (PSDB), chegou a bater boca com o jornalista Heródoto Barbeiro, da TV Cultura, dizendo que não acha caro o preço dos pedágios paulistas. Na discussão, ao vivo, Serra chegou a dizer que isso tudo era “trololó” petista.Poucos dias depois, Geraldo Alckmin, candidato tucano ao governo paulista, rodeado de repórteres durante a visita que fez a Ibitinga, 360 quilômetros da capital, acabou reconhecendo que “é preciso rever as tarifas cobradas” nas principais estradas do estado. “Como se não bastasse termos o IPVA mais caro do Brasil, as nossas tarifas de pedágio estão entre as maiores do mundo”, diz o deputado estadual Antonio Mentor PT, um dos integrantes do movimento contra altas tarifas do pedágio paulista.

Alto preçoMeio na brincadeira, durante este imbróglio, o pessoal do movimento contra pedágio fez um cálculo que logo se espalhou na blogosfera. Já que Alckmin e comitiva estiveram conhecendo as novidades de mais uma feira do Bordado, uma festa tradicional de Ibitinga, o pessoal calculou o custo da viagem.São seis pedágios de São Paulo a Ibitinga, alguns cruzando cidades da região de Americana, e mais seis para voltar. Na ida, o motorista paga R$ 6,35 no pedágio de Campo Limpo, mais R$ 6,35 em Itupeva, depois R$ 5,60 em Nova Odessa, R$ 4,25 em Limeira, mais R$ 7,25 em Tirapina, e mais R$ 11,25, no pedágio de Araraquara. Total, só ida: R$ 41,05. Na volta os preços são mais salgados. Primeira parada, Araraquara, R$11,25, depois Rio Claro R$ 11,25, Limeira, R$ 4,25, Nova Odessa R$ 5,60, Itupeva R$ 6,35 e Caieiras, R$ 6,35. Total: RS 44,85.Somando as duas viagens, R$ 85,90. Mais um cálculo aproximado de R$ 156 de gasolina para o percurso e, ao chegar em sua casa depois de uma agradável visita a Ibitinga, o viajante terá gasto R$ 241,90.O mesmo cálculo, aplicado em viagens dentro e fora do estado de São Paulo, mostra que é muito mais caro viajar por aqui. Cruzar de carro os 404 quilômetros entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, custa apenas R$ 9 em tarifas. O mesmo percurso dentro do estado, de São Paulo a Catanduva, por exemplo, sai por R$ 46,70. Já para ir de Americana a São Paulo, pouco mais de 120 quilômetros, o custo é hoje de R$ 18,30, ou seja, mais de 100% de diferença.“Ao contrário do que muitos pensam, mesmo quem não tem carro ou não circula pelas estradas estaduais acaba pagando pedágio, indiretamente. O custo da tarifa acaba sendo repassado pelas empresas aos produtos, atingindo toda a população. Os pedágios criam um efeito cascata sobre toda a produção e consumo, pois encarecem os preços dos produtos”, avalia Mentor. O deputado lembra que tramita hoje na Assembléia Legislativa um projeto que proíbe a cobrança de pedágio nas rodovias estaduais sem que seja oferecida via alternativa ao usuário. “A mobilização da população é importante para aprovar este projeto”, diz.

O questionamento de motoristas, autoridades de trânsito e prefeitos da região não é a existência de pedágios. Mas o alto preço dos pedágios paulistas

04

Entrevistamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 05Entrevista05Entrevista

A voz da experiência

Prefeito mais jovem que Americana já teve, o engenheiro Ralph Biasi con-tinua na vida pública atuando no PMDB local. Agora, novamente em tem-pos de um jovem prefeito, decidimos ouvi-lo - como um contraponto de

ideias e experiências. De fala mansa e pausada, ele criticou ao Matéria Prima a falta de planejamento dos últimos prefeitos. “Estamos sofrendo um dé�icit de neurônios”, a�irmou em relação à classe política atual. Disse ainda que o prefeito Diego De Nadai (PSDB) é inteligente e esforçado, mas acredita que o próximo prefeito será Omar Najar (PMDB). E garantiu também que vai de Dilma Roussef (PT) para presidente e Aloísio Mercadante (PT) para o governo do Estado.

Matéria Prima - Conte um pouco sobre sua história política?

Ralph Biasil - Em 1972 fui eleito prefeito de Americana, com 26 anos. Logo em seguida assumi a secretaria de Planejamento de Osasco. Fui eleito deputado federal em três mandatos: 1978, 1982 e 1986. E, por �im, fui ministro da Ciência e Tecnologia do presidente José Sarney.

Qual a diferença da política daquela época para os dias atuais?Naquela época tínhamos um bipartidarismo. Era o Arena e o MDB (hoje PMDB). Um era o governo e outro fazia oposição, no caso o MDB. Ambos foram criados após a revolução de 1964, quando os partidos foram extintos. O MDB – que sig-ni�ica Movimento Democrata Brasileiro – fazia um luta aberta contra a ditadu-ra militar. Esse período foi muito duro, não dava para defender a democracia plena, sem ser perseguido. As pessoas hoje não tem noção da di�iculdade que era naquela época. Eu comecei a fazer política dentro do movimento estudantil. Fazíamos política contra a ditadura mesmo. Vi muitos amigos serem presos e exilados.

Em uma breve biogra�ia sua publicada no Jornal de Brasília, em 1987, quando você assumiu o ministério, o jornal a�irma que, apesar de ser con-trário à ditadura, você sempre manteve o diálogo com os militares. Foi isso mesmo?Sim, é verdade. Por exemplo, quando fomos para Cuba, em uma comitiva, por-que achávamos um absurdo não reconhecer o país como parceiro, abri um diá-logo com o governo militar. Aquilo foi um absurdo imposto pelos Estados Unidos e acatado pelos militares. Vários políticos de esquerda daquela época, o Alberto Goldman (PSDB) (hoje governador de São Paulo) o Roberto Freire (presidente nacional do PPS) acreditavam nisso. Fui designado pelo grupo para ir falar com o ministro presidente Golbery do Couto e Silva, iminência parda permanente dos presidentes militares. Disse a ele que iríamos para Cuba, mas deixei bem claro que nossa intenção era restabelecer a diplomacia e as relações comerciais com o país. Se tínhamos relações comerciais com a Rússia e com a China, não entendia o boicote em relação a Cuba. Eu sempre fui de dialogar. Haviam setores da ditadura que conversavam, ouviam, entretanto, com outros, isso era impossível. Por exem-plo, eu tinha uma excelente relação como o ex-governador Paulo Egídio. Quando o Lula foi preso, eu fui um dos primeiros a tentar conversar com os militares.

Atualmente temos um prefeito jovem no comando da cidade, como você foi em 1972. Como você avalia a administração Diego De Nadai (PSDB) até o momento?Acho ele muito inteligente, muito esforçado, mas eu sempre digo que a gente deve avaliar uma administração do meio para frente, antes não. No primeiro ano, o prefeito tem que se adaptar, fazer o levantamento, resolver os problemas que foram deixados e acertar a casa. Isso demora um ano. Ele está começando a trabalhar. Vamos esperar mais um pouco para avaliar. No ano que vem podere-mos fazer uma avaliação criteriosa.

Quem você destacaria como nova liderança política de Americana?Todos os nossos políticos são conhecidos, mas acredito que o próximo prefeito de Americana deve ser o Omar Najar. Ele é empresário, muito competente, tem uma excelente visão sobre os problemas da cidade e tem experiência. Ele é a liderança mais expressiva e que ainda não ocupou cargos políticos.

Você sofreu preconceito quando foi prefeito com 26 anos?Sofri. Mas nunca �iz nenhuma campanha usando a idade como propaganda.

Acho isso uma bobagem. Ser jovem não é sinônimo de competência. Existem pessoas mais velhas que são mais ousadas e mais competentes.

O que falta para Americana?Planejamento. Quem não tem planejamento administra com o nariz encostado na parede. Você tem que cuidar dos problemas do dia-a-dia e prever os pro-blemas futuros. Tem que tomar medidas para isso, as quais não estão sendo tomadas. As últimas medidas de planejamento que foram realizadas foi quando fui prefeito. Muda-se permanentemente o zoneamento e o modo de usar o solo. O custo social disso é uma brutalidade. Não estou vendo crescimento econô-mico na cidade. Quando deixei a prefeitura, Americana era a sexta cidade do Estado em arrecadação. As áreas destinadas às indústrias estão à disposição de especuladores e com certeza são os mesmos que mudaram o zoneamento. Sem empresas, a cidade não cresce.

E o trânsito? Americana tem muitos veículos por habitante.Não é só isso não. Existe certa incompetência. Eu não sei o que querem fazer. Em cada esquina tem um semáforo. Aqui não é cidade turística. É uma burrice o trânsito. Gasto de dinheiro público com obras não terminadas, como é o caso do viaduto Abdo Najar, o qual não é prioritário. Prioritário é construir uma alça no Amadeu Elias. Se o Carrol Meneghel tivesse feito a alça, como estava no plane-jamento, não teríamos esse problema. Dá para fazer outras coisas. Por exemplo, a pior coisa que existe no Amadeu Elias é o semáforo na saída do viaduto. Basta reformular o �luxo do trânsito na região central que tudo muda. Não precisa pensar tanto assim, apesar que pensar hoje em dia é uma raridade. No meio político estamos sofrendo um dé�icit de neurônios.

Dilma ou Serra?Para presidente estamos como PT, assim como para o governo do Estado. Em São Paulo não apoiaríamos os tucanos de forma alguma. Isso é inaceitável.

Ralph Biasi05

Nossa aldeiamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 06Nossa aldeia06Nossa aldeia

Americanavai ter uma nova praia

O projeto definitivo de revitalização da Praia dos Namo-rados, em Americana, está em fase de finalização no Se-tor de Arquitetura e Urbanismo da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos da prefeitura. Matéria Prima teve

acesso ao projeto que vai mudar completamente – pela primeira vez nas últimas décadas e com investimentos que nunca antes foram feitos – a orla da praia. Os detalhes estão sendo guardados a sete chaves e devem ser anunciados na próximas semanas pelo prefeito Diego De Nadai PSDB.A nova orla terá quiosques personalizados, uma grande fonte de água interativa na qual as pessoas poderão se banhar, além de ampla área esportiva, com quadras e campos de futebol, e ainda uma pista para caminhadas.A finalização do projeto só depende de alguns ajustes para que ele possa ser apresentado ao Ministério do Turismo, que já con-signou recursos de mais de R$ 5,5 milhões para o empreendi-mento. A verba começa a ser liberada após a análise e aprovação

do projeto pelo Ministério. Em agosto, uma comitiva formada por ONGs (Organizações Não Governamentais), Associações de Bairro e lideranças políticas de Americana vai a Brasília para tentar acelerar a liberação dos recursos.O projeto, que já conta inclusive com ilustrações em 3D, prevê também um setor para a terceira idade, uma central de pórticos, setor infantil e baby, além de espaço para esportes radicais.“Estamos em fase de elaboração da parte arquitetônica e de de-coração da nova orla. Já elaboramos algumas ideias e colocamos em 3D, mas certos detalhes ainda estão sendo formulados”, afir-ma a arquiteta responsável pelo projeto, Claudia Regina.Segundo ela, a nova orla da praia está sendo planejada para tra-zer conforto, beleza e funcionalidade. “Assim como em todas as outras obras de revitalização, como a das praças da cidade, cada detalhe é importante”, ressalta.Para a ida da comitiva a Brasília, no mês que vem, já estão sendo agendados vários encontros junto ao Ministério e outros órgãos do governo. “Vamos reunir um grande grupo de pessoas envolvidas com o processo de revitalização da orla. A intenção é levar o interesse de todos os envolvidos até o Governo Federal”, afirma o secretá-rio de Obras e Serviços Urbanos, Flávio Biondo. Para ele, a praia é um local importante para a cidade e toda a comunidade tem uma ligação direta com ela.

EstudoNo mês passado, o Ministério do Turismo pré-aprovou o pedi-do de R$ 5,5 milhões requisitado pela prefeitura em 2009. Em seguida, uma empresa foi contrata pela administração para re-alizar um diagnóstico em relação às principais necessidades do local. A empresa também será responsável pela destinação da verba. A prefeitura desembolsou R$ 80 mil para e elaboração do projeto. “Dificilmente o dinheiro será liberado em período eleitoral. Com certeza teremos alguma resposta por parte do governo só após as eleições de outubro”, diz o secretário de Meio Ambiente, Jonas Santarosa, responsável pela articulação entre os vários segmen-tos envolvidos com a revitalização da praia e também pelas ne-gociações junto ao governo federal para a liberação dos recursos.

Matéria Prima tem acesso com exclusividade ao projeto que vai mudar a cara da Praia dos Namorados

Ministério do Turismo aprovou no mês passado a liberaçãode uma verba de R$ 5,5 milhões que havia

sido solicitada pela prefeitura em 2009. Os recursoscomeçarão a ser repassados após a aprovação do projeto de reformas

Em agosto, uma comitiva formada por vários movimentos comunitários e

autoridades de Americana vai a Brasíliatentar acelerar a liberação das verbas

Cidadesmatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 07Cidades07Cidades

Peixes de alto risco estão à ven-daO GPA (Grupo de Proteção Am-biental) órgão ligado à Secreta-ria de Meio Ambiente investiga atividade de pesca profissional na Represa de Salto Grande. Um grupo de pescadores, segundo a denúncia, estaria comercializando peixes da represa em bares e res-taurantes da região. Para o secre-tário da pasta, Jonas Santarosa, os peixes da represa são impróprios para o consumo em função do des-pejo indevido de esgoto doméstico e industrial na represa. Segundo ele, a atividade ilegal pode se tor-nar um caso de saúde pública.No início do mês, dois pescadores – um de Santa Bárbara d’Oeste e outro de Cosmópolis – foram autu-ados por uma equipe do GPA utili-

Mudanças na Praia dos Namorados vão ser a primeira grande intervenção das últimas décadas em uma das áreas mais turísticas da região

Americana pode ser o primeiro município a proibir a pesca pro�issional, predatória e de consumo

zando tarrafas, no Rio Piracicaba. O caso jogou nova luz em relação à pesca ilegal no município e, logo em seguida, a prefeitura decidiu encaminhar um projeto de lei à Câmara proibindo a pesca profis-sional, predatória e de consumo no município.

Um crime“O caso da autuação fez acelerar o término do projeto. No entanto, já estávamos trabalhando na ques-tão. Aquilo foi um crime, já que os pescadores praticamente limpa-ram os peixes do rio. Isso aconte-ce no Piracicaba e também no Rio Atibaia, mas outras denúncias dão

conta de que atividade funciona a todo vapor na Represa de Salto Grande”, explica o secretário.O projeto deve entrar na pauta de votação logo após o recesso parla-mentar. “O prefeito Diego De Na-dai está preocupado com a pesca ilegal e predatória e pediu serie-dade na elaboração do projeto. Te-mos importantes mananciais que devem ser respeitados e preserva-dos”, disse.

07

Meio Ambientematéria PRIMA 28 de Julho de 2010 08Meio Ambiente08Meio Ambiente

Em risco

O ar que respiramosRelatório da Cetesb aponta Americana como a nona cidade mais poluída por ozônio do estado de São Paulo

Respiramos mal, na verdade muito mal. Pesquisa divulgada este mês pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Pau-lo), com base em dados coletados ao longo dos anos de 2007 a 2009, mostra que Americana é a nona cidade mais poluída

por ozônio (O3) do Estado de São Paulo. Fica quase ao lado de pesos pesados da poluição do ar, como Cubatão, Paulínia e Jundiaí.O ozônio é um dos grandes vilões contemporâneos. Formado a partir de emissões industriais e, principalmente, pela queima incompleta de combustíveis automotivos, ele é um problema mundial. No interior paulista, as queimadas da cana-de-açúcar também são uma grande fon-te poluidora.O relatório da Cetesb mostra que ele é hoje um problema grave em quase todo o Estado de São Paulo. Das 32 áreas avaliadas no período, apenas duas estações não estão saturadas pelo poluente - Marília e Presidente Prudente. Em grandes centros industriais, como a região metropolitana da capital, dez das 14 estações medidas tiveram índices permanentes de “poluição severa”, o nível mais alto possível. O caso de Americana é sério, assim como o da vizinha Paulínia - os dois mais graves da região. O limite máximo de saturação por ozônio aceito pelos órgãos internacionais de saúde é de 160 microgramas por metro cúbico de ar atmosférico. Em Americana, a média dos maiores picos foi de 203 microgramas, logo atrás de Cubatão (204 microgramas). Em Paulínia, que sofre a poluição severa do pólo petroquímico, a média foi de 218 microgramas.

Excesso de carrosO relatório da Cetesb é executado por uma razão prática. A partir dele podem ser criadas medidas de orientação do licenciamento am-

biental de novas indústrias, onde a poluição do ar estiver severa. Na região de Americana, orientam também as políticas de combate às queimadas da cana. “Reforçamos a fiscalização contra queimadas e estamos cada vez mais cuidadosos com a instalação de indústrias potencialmente poluentes. Mas o nosso problema não é só esse. Recebemos parte da poluição de Paulínia e nossa frota de veículos é altíssima”, diz o secretário de Meio Ambiente, Jonas Santarosa. Americana tem hoje uma frota licenciada de mais de 137 mil veículos, quase um por cada habitante em condições de dirigir. É uma das maio-res frotas per capita do país. “A cidade é centro de negócios e recebe também uma frota flutuante muito grande”, diz o secretário municipal de Transportes e Sistema Viário Jesuel de Freitas.Embora muito menor, com pouco menos de 30 mil unidades licen-ciadas, a frota de motocicletas também é um problema. Muitas delas - principalmente as mais antigas, fabricadas antes de 2008 - chegam a jogar 20 vezes mais poluentes na atmosfera do que os carros novos.A redução da poluição atmosférica em Americana, portanto, vai além dos programas de controle das emissões industriais e veiculares. Exige políticas públicas e mudanças culturais amplas. “Só existe um caminho real para controlar a frota e reduzir não só o problema da poluição, mas também do trânsito urbano. Investir no transporte coletivo de qualida-de”, sentencia Jesuel. E Americana, até hoje, ainda engatinha neste setor. “Começamos agora a investir no incentivo ao transporte de massa. Até o final do ano sai o bilhete único e passamos a trabalhar culturalmente a população para a utilização do transporte público”, diz.

08

Meio Ambientematéria PRIMA 28 de Julho de 2010 09Meio Ambiente09Meio Ambiente

O ozônio em altas concentrações é devastador para o sistema respiratório. Ele é uma molécula formada por três átomos de oxigênio, com uma ca-mada externa instável e altamente reativa. Ele é originado de uma reação entre o COX emitido pelas fontes de poluição e os raios solares. Por isso, mesmo dias sem nuvens e ensolarados podem estar saturados de ozônio em regiões poluídas. Na estratosfera, o ozônio é essencial. Ele protege a vida terrestre dos raios ultravioletas do sol. Mas aqui, na camada mais baixa da atmosfera, a tro-posfera onde vivemos, os efeitos são devastadores. A última camada, altamente reativa, de suas moléculas destrói a superfície das células. Por isso, o ozônio é muito usado como desinfetante. Em con-tato com o aparelho respiratório, destrói células das mucosas e dos alvé-olos pulmonares, agravando problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Em regiões altamente poluídas ele é tido como um dos responsáveis pela redução do tempo de vida da população. De acordo com o otorrinolaringologista Sérgio Elizio Zurita Fernandes, no in-verno a poluição causa problemas ainda mais graves, já que as pessoas estão sujeitas a doenças respiratórias como a asma, gripe, pneumonia, faringite, ri-nite e sinusite. “Essas doenças têm uma incidência maior durante o inverno devido às mudanças bruscas do clima. As pessoas tendem a �icar em ambien-tes fechados e, nestas condições, as bactérias e vírus têm mais facilidade de se alojar e proliferar”. E o ozônio pode ser devastador para as vias respiratórias já debilitadas.

Tudo depende do que o profissional precisa. Existem

diagnósticos de R$ 12 e também outros mais complexos, como o

de toda a arcada

“Devastador para os pulmões

09

Culturamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 1010Cultura10Cultura

A nova pegada dopegada dopegada do

undergroundMúsicos e admiradores do rock alternativo e de outras tendências musicais

não comerciais, de Americana e Região, descobriram uma nova maneira de difundir o estilo underground: a discotecagem. A principal intenção desta turma, toda ela envolvida com a cena alternativa nacional, é colocar

na roda os mais diferentes estilos do rock underground. E utilizar a discotecagem como alternativa aos shows ao vivo, que pesam muito mais no bolso de qualquer um.A adesão ao novo estilo de divulgação musical é simples: basta ter criatividade para compor um set list atraente, que não deixe ninguém parado. Mas, sem criatividade, a missão pode ser um �iasco. Segundo adeptos experientes, uma sequência de músicas mal elaborada pode resultar no �im de uma carreira. Mesmo que, no caso, a “carreira” signi�ique apenas tocar para poder beber. Em outras palavras, por mais que seja uma atividade ainda amadora, os amadores em excesso que se cuidem.“É importante entender muito sobre o estilo que você toca e, ainda assim, existe a questão da sequência musical. Caso não agrade o público, a noite pode ser uma tragédia para o DJ. O público não se empolga e seu prestígio acaba rapidamente”, a�irma o músico Alamo Feitoza, 32. Além de DJ, ele é baixista e vocalista da banda Stop Four, que mescla ska, reggae e rocksteady, ritmos jamaicanos muito difundi-dos por DJs da ilha de Bob Marley. E tocados em profusão nas discotecagens de Feitoza. “Além disso, toco rock nacional e variações do punk-rock”, diz.

TECNOLOGIA ACESSÍVELOutro ponto importante neste tipo de DJ é o uso da tecnologia simples e acessível. Ao invés da dupla pick-up – difundida nos quatro cantos do mundo pelos DJs pro�is-sionais – os “DJs alternativos” usam somente um computador (portátil na maioria das vezes) ou apenas um pen drive com o set list escolhido. “O grande prazer em discotecar é saber que existe muita gente que se identi�ica com o som que você curte. E assim você vai interagir com um público que gosta do que você gosta. Mas tem que ter responsa”, diz o publicitário Cesar Bregantin, 25, que toca rock e hip hop underground, além de dub, reggae e ritmos latinos. “Não me prendo em apenas um estilo. Gosto de todos e procuro o melhor de cada um. Sempre encontro alguém que se identi�ica”.

ESPAÇOEm Americana, os “discotequeiros” de plantão já têm pelo menos uma casa como referência. O “Bar do Lenga”, que organiza baladas alternativas em plena Vila de Ca-rioba. O bairro tradicional e histórico de Americana é ponto de encontro garantido do pessoal alternativo da cidade. Todas às sextas, a casa bomba noite à dentro com discotecagem ou shows ao vivo.“Nosso público varia entre 200 e 400 pessoas, depende de quem está tocando. A discotecagem é uma ótima opção já que não exige grandes estruturas e o custo é baixo”, diz Júlio César de Oliveira, 28, gerente do bar. “A casa busca sempre renovar os DJs e variar os estilos nas apresentações”.

O importante é a diversão

Nesta nova onda de DJs, o Es-túdio SHN – coletivo de artes urbanas de Americana – reúne uma equipe de DJs que já ex-

trapola os limites regionais. Os cinco integrantes do coletivo já tocaram em Nova Odessa, Campinas e São Paulo. Além, é claro, do Bar do Lenga, pre-cursor da discotecagem alternativa em Americana. “Realizamos apresenta-ções de discotecagem dentro de ou-tros trabalhos que a gente oferece. Cada um toca o que gosta e adapta o repertório de acordo com a galera. Temos um set list pré-organizado, mas tudo depende muito de como o públi-co reage. Às vezes, modificamos a se-quência, viramos do avesso, enquanto a apresentação está rolando”, conta Kleber Botasso, 34, o “Klebão”, voca-lista da banda de hardcore, Prole, e DJ. Ele explica que o serviço é incluído em algumas festas organizadas pelo SHN e o cachê específico para a discotecagem ainda é pequeno. “Ganhamos umas cer-vejas e tal. Nada muito profissional ain-da”. Para ele e sua turma, o importante, por enquanto, é a diversão.

10

Aldeia Brasilismatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 1111Aldeia Brasilis11Aldeia Brasilis

Os ligeirinhos

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) colocou na roda e a galera distribuiu na rede. Veja quem são os mais rápidos na corrida eleitoral

Causou frisson no eleitorado, e muita conversa entre os interneta-dos do país, a informação divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre os candidatos mais velozes na atual disputa elei-toral.

Ganhou, de longe, o ex-presidente Fernando Collor (PTB), que hoje disputa o governo da velha e boa Alagoas. Ele detém uma coleção de dez veículos, quatro deles de alto luxo e alta velocidade, como a Ferrari S-43, avaliada em R$ 459 mil, e a Maserati de R$ 342,5 mil. Ele é ligeirinho também na água, com lancha, Jet Sky e Jet Kart.Na mesma linha, chamam atenção as máquinas do governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), dono de três motocicletas: duas Honda, uma 250 e outra 400, e uma Harley Davidson avaliada em R$ 49,3 mil. Geddel Vieira Lima (PMDB), que disputa o governo de Alagoas, informou à Justiça que é

dono de um avião Piper Sêneca, ava-liado em R$ 210 mil.Já o senador Cesar Borges (PR), candidato ao Senado, disse ter um veleiro que custa R$ 240 mil. O nome da embarcação é Emoções II. O ex-governador Blairo Maggi (PR), candidato ao Senado por Mato Gros-so, apesar do patrimônio declarado de R$ 152,4 milhões, foi bem mais discreto e disse ter um quadriciclo, avaliado em R$ 26 mil.

SaudosistasEntre os que têm muitos veículos

estão também os que não po-deriam ser incluídos no grupo

dos “ligeirinhos”, mas dos saudo-sistas. Como o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-MG), can-

didato à reeleição. Ele informou ter uma Vemaguet 67, um Kar-

man Ghia 68, dois fuscas, um de 1964 e outro de 1994,

um bug 2008 e um jipe 54. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO), candidato à reeleição, disse ter um chassi de kart, avaliado em R$ 3,4 mil. Edvaldo

Brito (PTB-BA), candida-to ao Senado, declarou ter um Galaxie 76 cujo valor é

de R$ 693,98.Há também, entre os políticos, pro-prietários de veículos pesados. Entre eles, Raimundo Colombo (DEM), can-didato ao governo de Santa Catarina. Ele entregou ao TSE a lista de bens com dois tratores, um caminhão, um jipe e um Fiat cupê, avaliados em R$ 335 mil.

Alguns, saudosistas, preferem os carros

antigos, como Carlos Valadares, com

Vemaguet, Karman Ghiae dois fuscas

Masserati, avaliada em R$ 342 mil

Teotônio Vilela Filho, o motoqueiro

Fernando Collor de Mello, o mais veloz

11

Decoraçãomatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 12Decoração12Decoração

Uma viagemà infância

Uma canção recorrente, ouvida ao longo de anos e anos de convivência, foi fonte de inspiração da nova coleção de quadros da artista

plástica Linda Campos, de Americana.A coleção com 22 quadros leva o nome da canção que a inspirou “Garoto da Rua” e já caiu nas graças de decoradores que vêem nela uma fonte de idéias para levar a tendência retrô aos quartos e ambientes infantis. Os quadros resgatam antigas brincadeiras de crianças. Algumas delas ainda vivas, outras já perdidas na memória. “Meus netos e netas e seus colegas nunca tinham ouvido falar de algumas destas brincadeiras, antes de verem meus quadros”, diverte-se Linda. As imagens estampadas neles são um painel da própria infância da artista em regiões rurais e nas então pequenas cidades do interior paulista.A ideia nasceu sem a menor intenção, num puro momento do acaso. Linda decidiu fazer os primeiros esboços enquanto ouvia o seu marido José Campos cantar mais uma vez a “Garoto da Rua”, um antigo clássico da música popular brasileira, gravada pela primeira vez na década de 1940 por Augusto Calheiros, o famoso Patativa do Norte. “Meu marido, até hoje, canta muito essa música. Acho que sempre que tem alguma lembrança boa da infância, a música vem na cabeça e ele canta”. Numa tarde de 2008, enquanto Linda desenhava, José começou a cantar. “Acho que entrei no clima dele e, sem pensar, comecei a esboçar desenhos dos jogos que eu brincava quando criança”, relata.A partir destes primeiros esboços a coleção foi tomando forma e absorveu todo o pique criativo de Linda até quase o final de 2009, quando ela acabou o último quadro. E, ao longo deste tempo, enquanto a coleção tomava forma, conquistou pelo menos um grupo fiel de admiradores. “São os meus netos”, brinca. “Tive que dar uma tela para cada um deles”

Decoração retrôEmbora Linda garanta que em nenhum momento tenha tido qualquer intenção, o fascínio que os quadros exercem sobre

a imaginação infantil chamou atenção de decoradores. E não é para menos. Nos últimos anos, a tendência retrô invadiu casas no mundo inteiro. Desde a moda, nas roupas e bijuterias, até o designer de utilidades domésticas, pratos, relógios de parede, copos, talheres, móveis e assim

por diante. A decoração retrô mistura, com doses de bom gosto, o antigo e o novo. A arte e o segredo, explicam os decoradores, não é reconstituir cenários antigos, mas colocar dentro de ambientes modernos os

elementos que resgatam o p a s s a d o . N o c a s o d e

ambientes de crianças e jovens, a mistura pode e

d e ve s e r h i t e c h , c o m games, computadores e

notebooks. Só que existem bem poucos objetos desta nova

d e c o ra ç ã o re t rô c r i a d o s exclusivamente para quartos

e ambientes infantis. E dentro deste conceito os quadros de Linda caem como uma luva. As cores vivas, a luminosidade e o insight quase primitivista das paisagens rurais são perfeitos para o contraste com as telas de computador ou TV ligadas. Apesar da procura, Linda já avisou que não pretende vender nenhum dos quadros da coleção. Ela pretende deixar todo o acervo para as crianças que ainda virão em sua família, o netos, os filhos dos netos e assim por diante.Foi daí que surgiu a idéia de reproduzir as telas, que serão transformadas em pôsteres para chegar às lojas de decoração. “Eu nunca tinha imaginado isso, mas confesso que estou gostando da idéia. Quanto mais crianças tiverem contato com estes quadros, mais feliz eu vou ficar”, garante.

Quadros de Linda Campos se inspiram nas antigasbrincadeiras infantis e conquistam o coração das crianças

elementos que resgatam o p a s s a d o . N o c a s o d e

ambientes de crianças e jovens, a mistura pode e

d e ve s e r h i t e c h , c o m games, computadores e

notebooks. Só que existem bem poucos objetos desta nova

d e c o ra ç ã o re t rô c r i a d o s exclusivamente para quartos

A ideia nasceu sem a menor intenção,enquanto eu ouvia uma antiga música

A música que inspirou a coleção

Garoto da rua René Bittencourt e Augusto Calheiros

Garoto da ruaQue anda rasgado Com o bolso pesado De bolas de gude. Que estuda sem livros A filosofia Buscando alegria Num fardo tão rude. Garoto da rua Que corre na frente Da turma valente Que tasca balão. Na bola de meiaÉ craque afamado É rei coroado Cravando pião. Garoto da rua Que é bamba da zona Que pega carona Melhor que ninguém. Ao vê-lo relembro Saudosa quimera O tempo que eu era Garoto também.

Arquiteturamatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 13Arquitetura13Arquitetura

Adegas novo objeto do desejoNunca se bebeu tanto vinho como hoje no Brasil. E o mercado oferece adegas de todos os tipos e tamanhos para os mais diferentes bolsos

Nunca o brasileiro bebeu tanto vinho. No ano passado, foram consumidos 350 milhões de litros, 11% a mais do que o Brasil consumia apenas três anos antes. E a expectativa é que o consumo continue em curva ascendente nos próximos anos. O vinho deixou de ser uma bebida

restrita, ganhou apreciadores em todas as classes sociais e já conquistou destaque nas gôndolas da rede varejista. Esta novidade transformou as adegas domésticas em um novo objeto do desejo de uma parcela crescente da população. “É cada vez maior o número de pessoas que reserva em seus projetos residenciais um espaço, pequeno ou grande, para a instalação da adega. E não há nada melhor para os apreciadores do que armazenar de maneira adequada o vinho, no conforto da residência”, diz a arquiteta Regina Gouveia. E boas adegas podem ser construídas tanto em grandes como em pequenos espaços. As chamadas adegas ambientes, que ocupam todo um cômodo, podem ter as mais variadas dimensões. Adegas pequenas,

climatizadas e elegantes, também podem ser construídas acopladas em compartimentos de um armário de cozinha, por exemplo.O segredo para todo o tipo de adega

é um só. Criar condições de temperatura, umidade e espaço que permitam o armazenamento do vinho por longo tempo, sem prejudicar a sua qualidade e sabor.

Os segredos da adega

A umidade do ar no interior da adega deve permanecer sempre entre 55% e 75%, daí a importância de serem fabricadas com madeiras especiais, resistentes à umidade, como o cedro rosa.A temperatura ideal para o armazenamento do vinho é entre 14º e 16ºC. O importante é que a temperatura no interior da adega se mantenha constante, pois os vinhos são muito sensíveis às oscilações.

O vinho deixou de ser uma bebida restrita e ganhou apreciadores em todas as classes sociais“

13

Saúde / Estética14Saúde / Estética14Saúde / Estética

Check-up digital

Nova tecnologia auxilia no trabalho de prevenção a males ligados à saúde bucal

Tudo depende do que o profissional precisa. Existem diagnósticos de R$ 12 e também outros mais complexos, como o de toda a arcada dentária, que chega a custar R$ 800”

As novas tecnologias estão de�initivamente inseridas nos tratamentos odontológicos modernos. O chamado “check-up digital preventivo”, jogou nova luz ao tratamento dos dentes. A área médica, na qual se inclui a odontologia, há séculos vem se aperfeiçoando em prevenção,

considerada por pro�issionais da área como o segredo para os males ligados à saúde. Segundo especialistas, os novos equipamentos de diagnóstico dentário são capazes de detectar

um princípio de doença antes mesmo dos sintomas aparecerem. Apesar dos bons resultados, especialistas a�irmam que a prática não é comum no País. Em países da Europa, por exemplo, como

Inglaterra e Alemanha, a média é de dois check-ups por ano para cada habitante. Para os especialistas, a digitalização do processo é fundamental para a recuperação de traumas graves uma vez que o sistema

é capaz de detectar lesões ou mesmo doenças ainda no início. O novo recurso é capaz de antecipar o surgimento de traumas dentários, mesmo antes do aparecimento deles. O tratamento acontece de forma

precoce, contudo, o preço pode variar de acordo com o modelo de check-up.No Brasil já existe no mercado tecnologia disponível para o diagnóstico. Com o recurso digital

é possível aumentar em 60 vezes a imagem da arcada dentária, capaz de detectar e prevenir complicações futuras, além de acompanhar o tratamento. Algumas clínicas do País possuem

essa máquina, já desenvolvida no Brasil. Em Americana, o tratamento pode ser feito na Meta Radiologia Odontológica. O equipamento captura

as imagens de todos os dentes e o pro�issional consegue analisar minuciosamente cada detalhe em função da nitidez e a ótima resolução da imagem. Em seguida, um laudo é emitido, o qual aponta os

problemas encontrados. A partir daí, um plano de tratamento é elaborado. As imagens �icam armazenadas em um computador e o cliente as recebe em um CD. “Tudo depende do que o pro�issional precisa. Existem

diagnósticos de R$ 12 e também outros mais complexos, como o de toda a arcada dentária, que chega a custar R$ 800”, a�irmou o Jorge Stecke, proprietário da Meta.

detecta doenças em fase inicial

14

Gourmetmatéria PRIMA 28 de Julho de 2010 1515Gourmet15Gourmet

Como todo bom paulista, o morador de Americana já se habituou a comer um bom pastel pelo menos uma vez na semana.

E nada melhor do que saboreá-lo no Mercado Municipal, prática que já se tornou rotina para empresários, políticos e centenas de famílias de Americana e, mais recentemente, também de várias cidades da região.Há 13 anos na parte interna do Mercadão, a Pastelaria Por�írio trouxe deliciosas inovações aos já tradicionais pasteis de queijo, carne e palmito. A pastelaria implementou, e agora já transformou em tradição na cidade, o pastel de bacalhau e os saborosos sanduíches de mortadela, inspirados nas pastelarias do Mercadão da Capital.“Sempre procuramos inovar e o sanduíche de mortadela acabou se tornando uma febre”, explica Por�írio Santana, proprietário da pastelaria. Segundo ele, o movimento é intenso durante todo o dia. “Nunca paramos, sempre tem alguém disposto a comer algum de nossos produtos”. Além dos pastéis, sanduíches e salgados em geral, a pastelaria conta com um farto cardápio de sucos, refrigerantes e cervejas.

Pastéis e outras delícias

De toda a regiãoPor�írio relata que nos últimos meses houve um aumento no número de famílias de outras cidades da região que passam diariamente pela pastelaria. “Temos clientes de Nova Odessa, Sumaré e Santa Bárbara d’Oeste”, disse.O motivo que pode ter aguçado a curiosidade de famílias vizinhas em conhecer a pastelaria está na ponta da língua: “Aqui o ambiente é agradável e remete os visitantes a lembranças e sabores de antigamente. Sem falar que o Mercadão foi eleito a maravilha de Americana”, a�irmou Santana.

Até o pastel de bacalhau já foi incorporado e virou tradição na pastelaria do Mercadão “Aqui o ambiente é agradável e

remete os visitantes a lembranças e sabores de antigamente

A linha Limpa Fácil é produzida em algodão com poliéster e utiliza em seu acabamento o inovador sistema Hyper Clean, que torna os produtos muito resistentes às manchas e resíduos do dia a dia, sem

perder o toque macio de tecido. Você vai economizar água, energia, produtos de limpeza e tempo! Bonita, versátil e completa, a linha Limpa Fácil tem toalhas de mesa, toalhas de centro, aventais, luvas

térmicas, descanso e pegador de panelas e cesta de pães.

Você pode encontrar os produtos Limpa Fácil nas

Lojas Ibitinguense - 19 3458.3068

Limpa Fácil, mais um sucesso de Xanfer Confecções.

www.xanfer.com.br / �� ����.����

Beleza e praticidade em produtos amigos da natureza.

Toalha de Mesa

15

Esportematéria PRIMA 28 de Julho de 2010 1616Esporte16Esporte16

Americana na ponta

Americana confirmou o favoritismo na primeira semana do 54º Jogos Re-gionais. Nas modalida-

des ginástica olímpica, ginástica rítmica, xadrez e tênis feminino, a cidade conquistou medalhas de ouro e desponta como favorita ao título. Neste sábado 24, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, acom-panhou algumas modalidades es-portivas em companhia do prefei-to Diego De Nadai (PSDB). O grande destaque ficou por conta da ginástica rítmica em conjunto. Em uma disputa acirrada, Ameri-cana saiu na frente para tristeza das concorrentes campineiras. A equipe formada por Caroline, Amanda, Elianí, Beatriz e Bru-na comemorou muito a medalha. “Quando Americana foi anunciada como campeã, não consegui con-ter a emoção”, disse Aline, que não conteve as lágrimas.Para Amanda, a vitória não era es-perada com tanta certeza já que Campinas conta com Laís Pasquoa-lino, da Seleção Brasileira. “Foi uma vitória com um sabor especial, esta-mos muito contentes”, disse.

Três ourosJá no masculino, André Felipe foi destaque da equipe americanense e levou três medalhas de ouro: sal-to sobre mesa, cavalo com alças e nas argolas. No xadrez, Americana também confirmou o favoritismo e levou ouro tanto no masculino quanto no feminino. O mesmo acon-

Jogos Regionais

Quando Americana foi anunciada como campeã, não consegui conter a emoção, disse Aline, entre lágrimas,

depois do anúncio da vitória da equipe de ginástica rítmica em conjunto

teceu com o tênis feminino de du-plas. Sumara e Tássia venceram a dupla de Bragança Paulista e sagra-ram-se campeãs da disputa.Sábado, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, acompanhou algu-mas disputas no Centro Cívico. Acompanhado do prefeito Diego De Nadai (PSDB), o ministro elo-giou a organização e o empenho dos atletas. “Americana está de pa-rabéns e tenho certeza que todos estão felizes com a organização dos jogos”, ressaltou.

VoleiAs equipes masculina e feminina de vôlei sagraram-se campeãs no �inal de semana. No masculino, America-na derrotou Limeira por 3 sets a 0. O jogo, que reviveu o duelo pela meda-lha de ouro de 2009, foi totalmente dominado pelos americanenses. “É gratificante demais conquistar o título dos Jogos Regionais em casa. Estou muito orgulhoso pela conquista, que mostra o bom tra-balho que Americana vem fazendo no vôlei”, comentou o técnico Zito Rechinelli. A última medalha de ouro de Americana nos Jogos Re-gionais foi em 2007.Já no feminino, Americana venceu São João da Boa Vista e confirmou o favoritismo. “Ganhamos tudo nos últimos anos, mas conquistar o títu-lo diante da nossa torcida teve um sentimento diferente de qualquer outro”, frisou a capitã Evelyn For-migoni. Cerca de duas mil pessoas incentivaram o time de Americana.