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JORNAL JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | BRASÍLIA/DF | MAR 2018 | Edição 26 Lei de Muros e Guaritas é prioridade para o GDF Segurança na ponta dos dedos NA CONTRAMÃO DA ÉTICA QUEM NUNCA PRESENCIOU ALGUM ESPERTALHÃO QUE USA DA MALANDRAGEM E DO JEITINHO BRASILEIRO PARA SE DAR BEM EM TUDO? JÁ PAROU PARA PENSAR QUE ESSE ESPERTALHÃO PODE SER VOCÊ? Entrevista: Mamede Said, diretor da Faculdade de Direito da UnB Página 3 Brasília recebe 8º Fórum Mundial da Água Obras de drenagem pluvial no Grande Colorado Página 6 Página 7 Página 2 Páginas 4 e 5 Página 7 facebook.com/nossobairro3.0 @nossobairro3.0 Divulgação Arquivo UPSA Divulgação Divulgação

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JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | BRASÍLIA/DF | MAR 2018 | Edição 26

Lei de Muros e Guaritas é prioridade para o GDF

Segurança na ponta dos dedos

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DA ÉTICA QUEM NUNCA PRESENCIOU ALGUM ESPERTALHÃO QUE USA DA MALANDRAGEM E DO JEITINHO BRASILEIRO PARA SE DAR BEM EM TUDO? JÁ PAROU PARA PENSAR QUE ESSE ESPERTALHÃO PODE SER VOCÊ?

Entrevista: Mamede Said, diretor da Faculdade de Direito da UnB Página 3

Brasília recebe 8º Fórum Mundial da Água

Obras de drenagem pluvial no Grande Colorado Página 6

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Páginas 4 e 5

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JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 20182NOSSOBAIRRO

EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018 | JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO

Editorial

A cada novo ano, desejos de uma sociedade melhor sempre reapare-cem. Pedidos por um mundo mais justo, com menos problemas e mais esperanças. Todos unidos em prol das boas energias, de atitudes no-bres e sentimentos puros.

Neste ano, que começa efetiva-mente após o carnaval, também não será diferente. Afinal, a esperança é uma das virtudes que baseia a vida humana e fortalece o sentimento de solidariedade.

Mesmo com os desejos pelos bons valores sociais e coletivos, em nossa sociedade também estão pre-sentes “valores” que não deveriam ser cultivados e que minam as boas relações de maneira discreta, porém, preocupante.

As fake news, o jeitinho brasileiro, o esquema, a passagem pelo acosta-mento, a omissão de rendimentos e a “gratificação” sem merecimento são alguns dos exemplos que colocam em xeque todos os bons sentimen-tos que desejamos para o ano.

Para entender melhor essa tran-sição de pensamentos e atitudes, de-cidimos trazer à tona a relação entre a ética e o brasileiro. Percorremos as esferas da sociedade (política e social) a fim de entender como a éti-ca está inserida em cada uma delas. Abordamos, portanto, a corrupção, para entender que não se trata de uma peculiaridade política, mas de uma consequência sistêmica, e apre-sentamos a opinião de especialis-tas sobre os porquês desse tipo de comportamento.

Falar sobre ética no Distrito Fe-deral é, no mínimo, intrigante, ou se-ja: discutir valores na capital do país, onde os “representantes” do povo agem guiados por uma moral pró-pria; onde, em pleno século 21, grilei-ros atuam invadindo terras que não poderiam ser ocupadas; e onde as pessoas organizam manifestações contra a corrupção, mas estacionam em local proibido e, ao final, saem pela contramão.

Os efeitos da crise ética que vive a sociedade já são sentidos pelas novas gerações. Em estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, 90% dos jo-vens não acredita estar vivendo em uma sociedade com valores éticos respeitados.

Uma falta de esperança que as-susta e ao mesmo tempo avisa: não adianta querer que os outros sejam éticos se mantivermos as velhas práticas.

Expediente

REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE MUROS E GUARITAS É PRIORIDADE PARA O GDFO TEMA FOI COLOCADO COMO UM DOS TRÊS PILARES DO CONPLAN PARA PREENCHIMENTO DAS LACUNAS DA LEI 13.465

A Lei de Muros e Guaritas será uma das prioridades do Conselho de Planejamento Urbano do Distrito Federal (Conplan), nas reuniões que tratarão da regulamentação da Lei 13.465/17, conhecida como a lei da regularização fundiária. Em encontro ocorrido em fevereiro, os conselheiros concordaram em acelerar o processo de análise e debate da nova lei por meio da realização de uma agenda extraordinária.

Durante a reunião, o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, afirmou que o problema da regularização no DF é uma pauta de grande relevância pa-ra o Conselho. “A regulamentação da 13.465 é uma tarefa que vamos en-campar no Conplan para podermos ter uma regulamentação que seja adequada ao cenário do DF” disse.

O secretário também chamou a atenção para o projeto de criação da Lei de Muros: “Vamos de forma mais imediata à discussão sobre os muros e guaritas, que é mais uma das no-vidades dessa nova Lei”, afirmou re-ferindo-se à minuta do projeto de lei elaborado pelo Movimento pela Lei de Muros e Guaritas e entregue no fim do ano passado nas mãos do go-vernador Rodrigo Rollemberg.

A regulamentação dos muros e guaritas nos condomínios horizon-tais do DF, além de trazer tranquili-dade para os moradores, também promoverá mais segurança jurídi-ca para o processo de regularização fundiária no DF, é o que explica Ri-

Jornal Nosso BairroRealização: Urbanizadora ParanoazinhoSCS Quadra 7 – Bloco A – Edifício Torre Pátio Brasil – Salas 1221/1223 Telefone: (61) 3226-6000Críticas, dúvidas, sugestões de pauta e anúncios: [email protected]: (61) 98256-7971

Editor chefe e jornalista responsável: Márcio Caetano Setúbal Alves - Reg Prof. 4904/DF

Reportagem: Larissa Nogueira e Lucas Dantas

Diagramação: Fernando Santana

Fotos: Agamenon Oliveira e Arquivo UPSA

Charge: Josenilton Bezerra

Tiragem: 20 mil exemplares

Impressão: iGráfica

Distribuição: AJ Distribuição e Panfletagem61 9 9554-5514 | 61 9 9554-5514

cardo Birmann, diretor-presidente da Urbanizadora Paranoazinho (UPSA). “Apoiamos o movimento em prol dessa lei para que tenhamos condi-ções legais de também regularizar os muros e as guaritas, juntamente com os condomínios”, destaca o diretor.

Diante da urgência, o Conselho decidiu se reunir mensalmente para tratar do assunto de maneira mais pontual. Além das reuniões ordiná-rias, o Conplan terá encontros extra-ordinários para debater o tema. De acordo com Thiago, “serão duas reu-niões mensais, sendo uma ordinária e

uma extraordinária, para tratar jus-tamente de grandes questões, como as discussões sobre a 13.465”.

A presidente da Associação dos Condomínios Horizontais do DF (Úni-ca-DF), Júnia Bittencourt, louvou a postura do conselho diante do as-sunto. “Saio hoje muito satisfeita da reunião. A Segeth está encaminhan-do a discussão sobre o fechamento de maneira correta, democrática, cha-mando a comunidade, as entidades que têm interesse no assunto além do Ministério Público, garantindo que tenhamos uma lei bastante eficaz”, comemora.

Júnia salienta ainda que “a Lei de Muros e Guaritas é uma necessidade muito importante para os condomí-nios do DF. O governo foi taxativo em dizer que entre as leis e decretos que precisam fazer parte da regulamenta-ção da lei 13.465, a questão dos mu-ros e guaritas é prioritária”.

A data da primeira reunião para a discussão do assunto ainda não foi marcada, mas a expectativa é que o Projeto de Lei sobre os Muros e Gua-ritas seja votado ainda no primeiro semestre de 2018 pela Câmara Legis-lativa do Distrito Federal.

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PARCEIRO

DIA DIA

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3NOSSOBAIRRO

JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

PROFESSOR MAMEDE SAID, DIRETOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UNB

Em sua opinião, o que é ética na visão do cida-dão brasileiro e quais são os principais valores éticos cultivados pela nossa sociedade?

Penso que a sociedade clama por um comporta-mento ético, principalmen-te da parte de seus agentes políticos e homens públicos. As denúncias de corrupção e malversação de recursos públicos (reveladas, entre outras operações, no âmbito da Lava Jato) deixam claro que nossas elites políticas seguem colocando seus inte-resses pessoais em primeiro lugar. Mas a sociedade de uma maneira geral precisa trazer o discurso ético para sua prática cotidiana. De nada adianta o indivíduo criticar e acusar os políticos, por exemplo, se em suas ati-vidades diárias ele burla as regras de convivência social em detrimento do interesse do próximo e do bem-estar da coletividade.

A corrupção no âmbi-to político e social pode ser considerada uma fa-lha de formação cívica? Por quê?

Certamente que sim. A corrupção que grassa, em todos os níveis, na Adminis-

EM ENTREVISTA, O PROFESSOR ABORDA QUESTÕES RELATIVAS À ÉTICA NA SOCIEDADE ATUAL, ÉTICA E EDUCAÇÃO, ALÉM DE COMENTAR SOBRE A CORRUPÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

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tração Pública brasileira é reflexo de uma visão mais geral na qual “se dar bem” parece ser o que move os in-divíduos. Trata-se de uma debilidade cívica na medi-da em que atinge principal-mente o interesse coletivo. O agente público que desvia dinheiro público está lesan-do a educação, a saúde e a infância; na verdade, ele compromete o futuro do país e a construção de uma socie-dade melhor. Sua conduta é mais condenável porque se confiou a ele a representa-ção dos interesses populares, e ele trai essa confiança sem medir as consequências do que faz e deixa de fazer.

Apesar de ser a mais conhecida e ter seu con-ceito generalizado, a corrupção na política pode ser entendida co-mo um reflexo da nossa sociedade? A que se deve esse fenômeno?

“Todo povo tem o gover-no que merece”, diz o di-tado. No caso brasileiro, o Congresso que temos, por menor que seja sua credibi-lidade, é constituído por re-presentantes eleitos, ou seja, parte significativa da socie-dade se vê representada nos parlamentares que aí estão. O fenômeno da corrupção

tem muito a ver com nosso passado patrimonialista, no qual os governantes trata-vam o Estado como se fosse parte de seu patrimônio, ha-vendo uma total confusão entre o público e o privado.

O “jeitinho brasilei-ro”, em parte, pode ser entendido como um ato para burlar a ordem? É um traço de corrup-ção do brasileiro? O que torna um cidadão “corrupto”?

A expressão “jeitinho brasileiro” relaciona-se com a ideia de improvisação, de criatividade e esperteza que muitas vezes extrapola as relações pessoais e alcan-ça a esfera público-estatal. Licitações dirigidas, contra-tos superfaturados e o ne-potismo na administração pública constituem o caldo de cultura que alimenta e retroalimenta a corrupção, atingindo as instituições e tirando delas a credibilida-de necessária. Assim, o “jei-tinho” pode ter, sim, uma dimensão negativa, e não de mero traço das relações interpessoais.

A corrupção, de ma-neira geral, pode ser en-carada como uma falha ética e moral causada

pela falha de nosso siste-ma de educação?

A corrupção é, sim, uma falha ética, e as deficiências do nosso sistema de educa-ção com certeza contribuem para sua reprodução. Quan-to menos educação e menos cultura, maior é a corrupção sistêmica.

Assim como na políti-ca, a sociedade brasilei-ra também pratica cor-rupções como os gatos de energia e internet, sone-gação de impostos, entre outras. Quais soluções devemos perseguir para alcançarmos uma socie-dade com menos infra-ções desse tipo?

É preciso romper com essa ideia de que levar vantagem, transgredir regras em prol de benefícios próprios, obter fa-vores espúrios e agir de for-ma maliciosa representa al-go positivo. As infrações do dia a dia, se toleradas, aca-bam por se disseminar para outras esferas, alcançando o espaço público-estatal.

De acordo com a pes-quisa do Instituto ETCO, 90% dos jovens brasilei-ros consideram a socie-dade pouco ou nada éti-ca. A que se pode atribuir

essa falta de esperança exposta pelas gerações mais jovens?

As novas gerações são contemporâneas de um pe-ríodo muito conturbado da história brasileira, e é natu-ral que o sentimento delas seja de indignação e revolta. A melhor forma de contribuir para a melhoria da situação do país é se fazer atuante, exercendo cotidianamente não apenas seus direitos, mas também seus deveres de cida-dão. Se a juventude descrê, o futuro da sociedade como um todo fica comprometido. Por isso, é preciso que os jovens se tornem protagonistas do pro-cesso político-social, deixan-do de lado qualquer postura de passividade e alheamento.

Quais profissionais atualmente o senhor con-sidera mais envolvidos com o exercício da ética? Por quê?

Não considero que alguns profissionais em particular estejam envolvidos com o exercício da ética, em detri-mento de outras categorias. Pessoas comprometidas exis-tem em todos os segmentos profissionais, e é nelas que temos que apostar para que a realidade do país como um todo possa ser aprimorada.

Queremos a sua

Opiniao

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www.jornalnossobairro.com.br/opiniao

O Jornal Nosso Bairro foi criado para você. Por isso, queremos entender que tipo de conteúdo

você gostaria que fosse abordado no jornal. Sua opinião é muito importante para que possamos escolher temas ainda mais relevantes para o seu dia

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4NOSSOBAIRRO

EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018 | JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

NA CONTRAMÃO DA ÉTICAQUEM NUNCA PRESENCIOU ALGUM ESPERTALHÃO QUE USA DA MALANDRAGEM E DO JEITINHO BRASILEIRO PARA SE DAR BEM EM TUDO? JÁ PAROU PARA PENSAR QUE ESSE ESPERTALHÃO PODE SER VOCÊ?

Você está há 30 minu-tos esperando para acessar uma via, atrás

de uma fila interminável de carros. De repente, surge um motorista que não fez o mesmo que você e entra re-pentinamente te forçando a frear bruscamente ou jogar o carro para o acostamento e, assim, evitar a colisão. A primeira reação que temos é julgar esse motorista pela atitude. Porém, na visão de-le, tratou-se apenas de um procedimento normal para chegar mais rápido ao seu destino.

Cenários como esse de-monstram como a sociedade é frágil diante das tentações do dia a dia, levando o cida-dão a cometer atitudes antié-ticas e pequenas corrupções, além de demonstrar que o que é ético para mim, talvez não seja para os outros.

No trânsito, na política, na administração pública, nas empresas, na família e no cotidiano do brasileiro, a ética é encarada de forma distinta e possui a “elastici-dade” proporcional ao mo-mento, interesses e/ou cul-turas específicas.

A folha de pagamento da Câmara Legislativa do Distrito Federal é um exem-plo de como a ética pode ser adaptável. No último dia 27

de fevereiro, os deputados distritais comemoraram o fim da verba indenizatória, que irá gerar uma econo-mia anual de R$ 7 milhões. Porém, nenhum deles ques-tiona o pagamento men-sal de mais de 20 milhões com o quadro de pessoal da casa, dos quais cerca de 25% é destinado a car-gos comissionados.

Do ponto de vista interno, não há ne-nhum tipo de desvio ético no caso de um Técnico Legislativo, que está se aposentan-do, receber R$ 752 mil em um único mês, entre venci-mentos, subsídios, vanta-gens periódicas, eventuais e pessoais, além de “outros créditos”.

Mas, se avaliarmos de fo-ra para dentro, na perspec-tiva de um professor que, por 40 horas de trabalho, recebe o salário de R$3.335 , a média da remunera-ção mensal dos servidores da Câmara Legislativa, de R$ 13,7 mil em dezem-bro de 2017, é totalmente desproporcional.

Apesar de elástica, adap-tável e inerente ao indiví-duo, sociedade ou cultura, a ética ou a falta dela é per-cebida, principalmente, na atitude do outro, e não na-

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quilo que fazemos de certo ou errado. Fato que muitas vezes permite ao cidadão reivindicar conduta íntegra de seus governantes e repre-sentantes sem, no entanto, reconhecer seus próprios desvios ou fraquezas.

“A ética contraria a natu-reza egoísta do ser humano que o permite manter-se vi-vo biologicamente. Porém, na dimensão social, o ego-ísmo se torna nefasto na medida em que privilegia o indivíduo em relação à so-ciedade”, destaca.

Q u a n t o m a i o ra l i b e r d a d e d e

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m u n d o . . .

Tr a n s i t a r p e l oa c o s t a m e n t o

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a s o c i e d a d ep o u c o o u n a d a

é t i c a . . .

É T I C A

M O R A L

PRINCÍPIOS

JEITINHOBRASILEIRO

CORRUPÇÃO

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Bombeiro Militar

Policial Militar

Empresário

Político

8,7

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Fonte: Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (2017) Fonte: Pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial (2017)

R a n k i n g d a s p r o fi s s õ e sm a i s é t i c a s n o B r a s i l

G r a u d e c o n fi a n ç a n o s p o l í t i c o s

Ranking global, mas apenas os países sulamericanos foram representados abaixo:

Uruguai (nota 4,4) 28º

Chile (nota 3,0) 66º

Argentina (nota 1,9) 118º

Colômbia (nota 1,7) 124º

Brasil (nota 1,3) 137º

Luiz Carlos Iasbeck, pro-fessor e pós-doutor em Co-municação, explica que na maior parte dos casos os desvios éticos estão relacio-nados à própria condição humana como um meca-nismo de defesa e sobrevi-vência .

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5NOSSOBAIRRO

JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

Entre os jovens brasileiros, 90% considera que a socieda-de é nada ou pouco ética. En-tretanto, quando fazem uma autoanálise, o cenário muda completamente, ou seja, 71% se diz ético o tempo todo ou a maioria do tempo, não con-siderando que ele próprio faz parte da sociedade.

Esses dados são fruto de pesquisa realizada, em 2017, pelo Datafolha e pelo Institu-to de Ética Concorrencial (ET-CO), com 1.042 jovens brasi-leiros de 130 municípios, que constatou a descrença geral das novas gerações em rela-ção ao comportamento ético.

Segundo o presidente exe-

Quanto menor a liberda-de de expressão em um país, maior o índice de percepção de corrupção na população – isso por que a liberdade de expressão é fundamental pa-ra a exposição da corrupção e das injustiças que ela causa. Essa foi uma das constatações que a pesquisa Índice de Per-cepção da Corrupção 2017, realizada pela organização Transparência Internacional.

Partindo desse pressu-posto, podemos esperar que Cuba, que vive um regime comunista monopartidário, e que sofre com forte controle midiático e social seja um dos países com a maior percep-

ÉTICA E A JUVENTUDE

ÉTICA E A POLÍTICA

Q u a n t o m a i o ra l i b e r d a d e d e

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É T I C A

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PRINCÍPIOS

JEITINHOBRASILEIRO

CORRUPÇÃO

DEP.FEDERAL

Professor

Bombeiro Militar

Policial Militar

Empresário

Político

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8,5

6,5

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2,2

Fonte: Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (2017) Fonte: Pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial (2017)

R a n k i n g d a s p r o fi s s õ e sm a i s é t i c a s n o B r a s i l

G r a u d e c o n fi a n ç a n o s p o l í t i c o s

Ranking global, mas apenas os países sulamericanos foram representados abaixo:

Uruguai (nota 4,4) 28º

Chile (nota 3,0) 66º

Argentina (nota 1,9) 118º

Colômbia (nota 1,7) 124º

Brasil (nota 1,3) 137º

cutivo do Instituto, Edson Vismona, a descrença maior está naquilo que o jovem vê no outro e não em si mesmo. “O problema é o outro, eu sou ético, eu procuro ser éti-co, mas o meio social não me ajuda. Então, na visão dos jo-vens o meio social não é éti-co no Brasil e isso prejudica o comportamento deles que têm como respaldo a socieda-de antiética ao seu redor”.

As influências de amigos e familiares podem ser um dos motivos de tamanha des-confiança. Quando a opinião sobre ética é direcionada aos familiares, 57% afirmam que o grupo é nada ou pouco éti-

co, e com amigos esse índice sobe para 74%.

Se por um lado amigos e familiares estão na lista das pessoas menos éticas, por outro profissionais como bombeiros e professores são aqueles que os jovens depo-sitam maior confiança. Das dez profissões avaliadas na pesquisa, numa pontuação de 0 a 10, as duas profissões obtiveram notas 8,7 e 8,5, respectivamente.

Na avaliação, os políticos brasileiros emplacaram o último lugar, entre as profis-sões avaliadas, com nota de 2,2.

ção de corrupção no mundo, certo? Errado!

Cuba está 34 posições me-lhor colocada do que o Bra-sil, quando o assunto é per-cepção de corrupção no ser-viço público. Ou seja, nosso país ocupa a 96ª posição no ranking que mede a percep-ção da Corrupção no mundo, perdendo para países como Timor-Leste (91º), Argentina (85 º), China (77 º) e Cuba (62 º).

A pesquisa demonstra que a confiança do brasileiro com relação ao setor público, que reúne também as três esferas de poder, está minguando dia após dia.

A falta de confiança na classe política brasileira é uma das principais respon-sáveis por esse desempenho. Em outra pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mun-dial, em parceria com a Fun-dação Dom Cabral, o cenário é ainda pior.

Em uma escala que vai de 1 a 7, a nota de confiança dos políticos brasileiros não passou de 1,3, segundo o re-latório de competitividade global. A avaliação foi reali-zada com 200 executivos que atuam no Brasil, questiona-dos em 2016 sobre o padrão ético dos políticos do país.

FAKE NEWS

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Caracterizada como uma atitude antiética, as fake news (notícas falsas em português) dominaram as redes sociais como uma estratégia de ataque/defesa e desper-taram o debate sobre até que ponto os fins justificam os meios. Para falar sobre suas origens e perigos, chamamos o PHD em Comunicação e Cultura, o professor Luiz Carlos Iasbeck.

JNB - Como o Sr. ava-lia a relação da ética com os interesses da mí-dia na atualidade?

LCI - Sabemos que os meios de comunicação são empresas que precisam se sustentar e, portanto, terem lucros. Essa relação empre-sarial não raro afasta a mí-dia do seu compromisso so-cial para beneficiar grupos que lhe dão sustentação (patrocínios, anunciantes, privilégios de acesso à in-formação, etc).

Dessa forma, podemos dizer que os interesses da mídia, quando coincidem com os da sociedade, não têm como não serem éticos. Quando, ao contrário, têm o propósito de beneficiar alguns mais poderosos ou influentes, em prejuízo da população, são nefastos.

Em sua opinião, o que são fake news?

Fake News são notícias fabricadas com a intenção de enganar, distorcer pro-positalmente uma situa-ção, prejudicar ou benefi-ciar alguém. Isso acontece facilmente devido à facili-dade de acesso aos meios de produção da notícia.

O que impulsionou o seu surgimento?

A democratização do acesso aos meios de pro-dução e divulgação da notícia trouxe junto com a liberdade de expressão plena os riscos da desin-formação ou da contrain-formação que aqui deno-minamos fake news. Isso faz parte dos dissabores da democracia, faz par-

te do gênero humano e a melhor maneira de lidar com elas não é negando ou condenando.

A Disfunção Narco-tizante também tem o mesmo efeito com esse tipo de desinformação?

Chamamos de disfun-ção narcotizante quando somos bombardeados por informações que vêm de todos os lados, guiadas e emoldadas por diversos interesses que nem temos condições de identificar. Se estar bem informado é condição essencial da mo-dernidade, estar hiperin-formado é estar, de certa forma, perdido e parado-xalmente, desinformado.

Estar bem informado é saber diferenciar infor-mações de qualidade de outras de consumo fácil e superficiais.

Professores e jor-

nalistas estão entre os profissionais mais bem pontuados no ranking de ética do Instituto ETCO. Como o Sr. ava-lia esse desempenho?

Quem trabalha com o grande público e com a formação de jovens, ado-lescentes e mesmo adultos têm uma responsabilidade maior do que aquilo que produz e divulga pois sabe as consequências de uma informação descuidada.

Professores que buscam fontes credíveis e diver-sificadas, jornalistas que submetem os dados que recebem ao crivo da aná-lise crítica, esses sim são profissionais que merecem nosso respeito.

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EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018 | JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

INOVAÇÃO

SEGURANÇA NA PONTA DOS DEDOS

Em Florianópolis, Carlos Cancellier, reitor da UFSC, foi alvo de prisão em uma opera-ção da Polícia Federal, acusa-do de obstrução de investiga-ção em esquema de desvio de verbas. O dinheiro deveria ser destinado para bolsas da Uni-versidade. O caso teve grande repercussão na mídia, mesmo sem provas concretas. Dias depois de ter sido solto, o rei-tor suicidou-se.

No Rio de Janeiro, a opera-ção “Fura Fila”, da Polícia Fede-ral (PF), investigava esquema de fraude à ordem de fila para transplantes de fígado no es-tado. O médico Joaquim Ribei-ro Filho, ex-coordenador do programa Rio Transplante, foi acusado de chefiar o suposto esquema. O Dr. Joaquim, que teve sua prisão amplamente divulgada pela mídia, foi ab-solvido tempos depois por ab-soluta falta de provas.

O ponto em comum entre esses casos é a espetaculari-zação das investigações, onde sequer havia um simples in-diciamento pela autoridade policial, com grave e perni-ciosa exposição midiática de pessoas de bem, que agora lutam para recomeçar suas vidas livres da mácula de cri-minosos, forma aliás com que foram tratados logo no início das operações

Observa-se uma total desproteção das pessoas simplesmente investigadas em relação à sua dignidade humana. Estudiosos do tema afirmam ser a influência das mídias sociais nas decisões ju-diciais, o que faz com que, não raras vezes, tribunais, Minis-tério Público e a Polícia sejam “sacodidos” de maneira a pra-ticamente ‘esquecerem ‘ que do outro lado da investigação existem pessoas, que preci-sam proteger sua dignidade, e por isso o devido processo legal seria sua maior proteção contra eventuais abusos por parte das autoridades esta-tais.

Fato é que no atual está-gio da sociedade da informa-ção em que nos encontramos, onde notícias divulgadas

A influência da mídia no Poder Judiciáriopor Paulo Roque

Paulo Roque é Jornalista, Advogado, Professor, Mestre em Direito e autor de livros em Direito do Consumidor, Contratual e Responsabilidade Civil.

Os sistemas biométricos estão completamente inse-ridos no dia a dia dos brasi-leiros. Seja para ter acesso a locais restritos, efetuar ope-rações bancárias, participar de votações ou simplesmente desbloquear o celular.

O método vem substituin-do antigos meios de identi-ficação e, segundo pesquisa feita pela consultoria norte--americana Tractica, a ex-pectativa é que esse mercado atinja US$ 15,1 bilhões em 2025, com receita acumula-da de US$ 69,8 bilhões em dez anos. Em 2016, era de apenas US$ 2,4 bilhões. O Brasil é um dos principais países que utilizam o recur-so da biometria em caixas eletrônicos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Japão.

A Apple foi uma das maiores responsáveis por po-pularizar o método e levá-lo para o cotidiano do usuário comum ao desenvolver o Touch ID, que utiliza a bio-metria digital para desblo-quear o smartphone. Desde o lançamento do iPhone 5s, primeiro aparelho da marca a contar com a novidade, em setembro de 2013, empresas como Samsung, Lenovo e a própria Google, com a linha Nexus, também resolveram apostar na tecnologia.

OPINIÃO

EMPRESAS APOSTAM NA INDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA PARA OFERECER AINDA MAIS SEGURANÇA AOS USUÁRIOS.

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Apesar da popularida-de, a leitura biométrica vai muito além do simples des-bloqueio do celular. O fun-cionário público Marcos Pe-reira, 41 anos, usa esse tipo de tecnologia para ter acesso ao condomínio onde mora. “É uma forma de dar mais segurança ao morador e ao

condomínio também. Mas também tem a questão da comodidade, já que eu não preciso mais ficar andando com várias chaves e perder tempo procurando”, conta Marcos.

Para o militar Paulo Cé-sar, 29 anos, mesmo com todos os benefícios da bio-metria, ele acha que o recur-so é burocrático em alguns

aspectos. “Eu tinha acaba-do de entrar em plantão e precisei que minha esposa sacasse dinheiro para pagar uma conta no petshop, mas ela não foi autorizada, nem com uma procuração mi-nha, aí conversei com o pes-soal do petshop e ficou fiado até o outro dia”, completa ele rindo por deixar a conta pendurada.

Mas, afinal, como os equipamentos de leitura biométrica funcionam? Co-mo cada ser humano possui um padrão único de linhas e curvas para cada dedo, os leitores analisam esse perfil e criam um código que re-presenta essa “exclusivida-de”. Para fazer o cadastro, os aparelhos trabalham de duas formas diferentes: enquanto alguns possuem uma câmera de alta resolu-ção que tira fotos das digi-

tais, outros possuem superfí-cie sensível capaz de detectar as características dos dedos. Ambas oferecem uma leitura praticamente livre de erros.

Além da digital, outros sistemas biométricos levam em conta características úni-cas dos usuários. A tecno-logia pode ser usada para analisar do timbre de voz ao formato da íris, por meio da identificação vocal, vascular, digital e ocular.

acerca de qualquer fato, mes-mo depois de desmentidas na apuração imparcial dos fatos, tendem a formar opinião de pessoas sobre determinado assunto, seja este objeto ou não de decisão perante o Po-der Judiciário.

Outro fator extremamente negativo é a grande exposição do cidadão e de seus entes fa-miliares quando sequer existe uma única denúncia em seu desfavor, apenas investigação preliminar ou inquérito.

Em verdade, os efeitos das redes sociais nesses casos, atentam contra os direitos individuais, como a vida, a honra, a privacidade, a inti-midade, podem acarretar em episódios drásticos como o do reitor da UFSC.

Diante desse quadro, faz-se necessário refletir, por um lado, acerca de quais são os li-mites da imprensa e das insti-tuições públicas na divulgação de notícias que tratam do as-sunto no Judiciário. Liberdade não significa abuso, ou seja, é legítimo o direito dos leitores e telespectadores de jornais, nos variados meios, que as notícias e as opiniões divulga-das lhes sejam apresentados de modo honesto e imparcial, respeitando a privacidade e o sentimento das pessoas. Nesse sentido, o meio de co-municação tem obrigação de tomar todas as providências razoáveis para assegurar a ve-racidade de suas afirmações.

Ainda temos muito que evoluir, e talvez a maior mu-dança nesse tema devesse passar pelo modelo atualmen-te em vigor na Suécia, onde a publicação de nomes e ima-gens de eventuais investiga-dos só podem ser divulgados nos casos de acusações for-mais do Estado. Em uma de-mocracia, todo cidadão pode ser a qualquer tempo investi-gado, devendo colaborar nes-te sentido, porém, tal ato não implica em acusação.

É necessário, por fim, que não se perca de vista que a imprensa é patrimônio livre da sociedade civil, não de go-vernos.

Cada ser humano possui

um padrão único de linhas e curvas

para cada dedo. Os leitores

biométricos analisam esse padrão e criam

um código que representa essa “exclusividade”.

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JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

SUSTENTABILIDADE

INFRAESTRUTURA

BRASÍLIA RECEBE 8º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA

INÍCIO DAS OBRAS DE DRENAGEM PLUVIAL NO GRANDE COLORADO

MAIOR EVENTO CORPORATIVO SOBRE O TEMA NO MUNDO ACONTECE NO EIXO MONUMENTAL. PARALELAMENTE, MOVIMENTOS SOCIAIS INTERNACIONAIS REALIZAM EVENTO ALTERNATIVO.

Durante o período de re-cuperação da maior crise hídrica de todos os tempos, Brasília receberá a 8° edição do Fórum Mundial da Água (FMA). Considerado o mais importante evento corpo-rativo de preservação e uso consciente de água no pla-neta, o Fórum acontecerá

ESTUDOS DE SONDAGEM FORAM REALIZADOS PARA VERIFICAR A VIABILIDADE DAS OBRAS PARA O CONDOMÍNIO VIVENDAS FRIBURGO

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O Grande Colorado co-meçou a receber no mês de fevereiro, os primeiros estu-dos para a viabilização das obras de drenagem pluvial. A obra beneficiará os mais de 230 lotes do condomí-nio, prevenindo os riscos de inundação e enxurradas.

A Urbanizadora Para-noazinho – UPSA realizou os estudos preliminares de sondagem para identificar as bacias de drenagem. Os procedimentos estão sendo feitos na região do Areal, atrás do condomínio Viven-das Friburgo. Regularizado em 2014, o condomínio será o primeiro a ser beneficiado na região.

As ações fazem parte do Termo de compromisso pela Regularização Fundiária no Grande Colorado, assinado em 2014, sob orientações do Ministério Público e em parceria com o Governo de Brasília. O documento pre-vê uma série de compensa-ções a serem realizadas pela empresa na região. Além do

execução de obras por parte da UPSA podem ser conferi-das no site www.upsa.com.

entre os dias 18 e 23 de mar-ço no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

O evento é realizado pelo Conselho Mundial da Água (WWC, em inglês) e nesta edição conta com a parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, e com o Gover-

no de Brasília, com a atu-ação da Secretaria de Meio Ambiente e da Agência Re-guladora de Águas do DF (ADASA).

De acordo com os reali-zadores, o evento “contribui para o diálogo do processo decisório sobre o tema em nível global, visando o uso racional e sustentável deste recurso”.

Acontecendo ao mesmo tempo em vários lugares, o Fórum conta com uma es-trutura dividida em vários espaços temáticos, feiras e exposições ocorrendo ao mesmo tempo que as pales-tras e discussões principais. A EXPO, no Estádio Mané Garrincha, terá a Participa-ção de governos de outros países e empresas multina-cionais do ramo expondo

FAMA E OUTROS PONTOS DE VISTA

Vivendas Friburgo, a empre-sa também deve realizar as obras de drenagem em todo o Grande Colorado. Para que isso aconteça, a região deve alcançar o percentual de 50% de regularidade.

De acordo com Cláudio Marques, diretor de obras da Urbanizadora Paranoa-zinho, “os trabalhos come-çaram com os estudos de ju-sante, para onde a água da drenagem vai chegar. Não adianta fazer melhoria nas vias sem garantir a bacia para onde a água escorre-rá”, explica.

Pelo ponto de vista am-biental, a instalação de in-fraestrutura traz uma série de benefícios. Mirella Ritter, coordenadora de meio am-biente da UPSA, relata que “a execução das obras redu-zirá os danos ao meio am-biente, uma vez que evita a erosão, diminui os índices de poluição do ecossistema, além de evitar o carrega-mento de lixo para os córre-gos da região”.

As informações sobre o processo de regularização da região e os requisitos para

Paralelo ao 8° Fórum, também acontecerá o FAMA, Fórum Alternativo Mundial da Água. Segundo o ambien-talista Thiago Ávila, que par-ticipa da construção do even-to, “o FAMA hoje é o maior evento em defesa da água no planeta. Ele foi criado a partir dos povos para se con-trapor à lógica da água en-quanto mercadoria e objeto de lucro de grandes corpora-ções expressa pelo 8º Fórum Mundial da Água, também

chamado de Fórum das Cor-porações” ressalta.

De acordo com ambien-talista, o 8° Fórum Mundial é onde as grandes empresas multinacionais “utilizam o poder econômico e a relação próxima com governos para tentar impor ao mundo uma agenda de privatização da água em suas mais diversas formas (aquíferos, bacias, sa-neamento nas cidades, etc.) ”, defende.

O FAMA ainda não tem local definido para acontecer, mas um ofício do Ministério Público Federal solicitou ao GDF que verifique a possibi-lidade de fornecer local para o acampamento dos parti-cipantes, preferencialmente no Eixo Monumental, próxi-mo ao 8° Fórum Mundial da Água.

produtos para o público do evento. Coca-Cola, Ambev e Nestlé estão entre as multi-nacionais que confirmaram presença.

br, na redes sociais da Urba-nizadora Paranoazinho ou pelo telefone 3226-6000.

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EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018 | JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO JORNAL MENSAL DA REGIÃO COLORADO-SOBRADINHO | EDIÇÃO Nº 26 | MARÇO | 2018

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

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SAIBA mais sobre os benefícios em:

PARTICIPANTES DO CLUBE UP TÊM UMA SÉRIE DE BENEFÍCIOS NO COMÉRCIO LOCAL.CONFIRA ALGUNS DOS ESTABELECIMENTOS PARCEIROS:

WWW.UPSA.COM.BR/CLUBEUP

A Anistia Internacional é um movimento global com mais de 7 milhões de apoia-dores, que realiza ações e campanhas para que os direitos humanos interna-cionalmente reconhecidos sejam respeitados. Está pre-sente em mais de 150 paí-ses. Todos os dias, alguém, em algum lugar do mundo, recebe apoio da Anistia In-ternacional. O compromisso da Anistia é com a justiça, a igualdade e a liberdade.

Mais informações:www. anistia.org.br

O Fórum Brasileiro de Se-gurança Pública (FBSP) é uma organização sem fins lucrati-vos que tem por missão atuar como um espaço permanente e inovador de debate, articu-lação e cooperação técnica para a segurança pública no Brasil.

O FBSP estrutura suas atividades em torno de um pensamento estratégico que valoriza a informação como eixo de transformação e mu-dança social.

Mais informações:www.forumseguranca.org.br

O movimento pela lei de muros e guaritas do Distrito Federal é uma ini-ciativa promovida pelos moradores de condomí-nios de todo DF, que conta com o apoio de organiza-ções públicas, membros da sociedade civil, empre-sas privadas e entidades governamentais. A inicia-tiva busca a regulamenta-ção dos muros e guaritas dos condomínios em todo o Distrito Federal.

Mais informações:www.leidemuros.com.br

ChargeQUEM FAZ A DIFERENÇA

Confira algumas iniciativas que estão se mobilizando na cidade e pensando o ambiente urbano de um jeito diferente, inovador e humano.