Jornal Mãos Unidas

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PUBLICAÇÃO BIMESTRAL | PREÇO: 1,00€ | ISSN: 1646 - 4389 | ANO VII - Nº 57 | MAIO/JUNHO 2020 Sinta o nosso abraço Mãos Unidas Jornal

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Sinta o nosso abraço

Mãos UnidasJornal

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ÍndiceEDITORIAL 3 Os abraços que ficaram por dar

ESPAÇO SAÚDE & BEM-ESTAR 4 Alzheimer: Cinco hábitos essenciais

para reduzir o risco

6 A propósito da pandemia do Covid-19…

EFEMÉRIDES 8 Ser Criança. Poder sonhar.

A NOSSA MISSÃO10 Polo de Carregal do Sal

Intervenção Social | Loja Social

12 Manter atividades de aprendizagem à distância

14 Apoio ao estudo | Ateliê Mãos Unidas

15 Programa abem: Rede Solidária do Medicamento

17 Ação Social em Tempos de Pandemia: Sede

19 Casos de vida que acompanhamos

22 Casos de vida novos

24 Testemunho de uma mãe…

26 Grande heróis

TESTEMUNHO27 Um testemunho

ESPAÇO LEITURA29 Óscar e a senhora cor-de-rosa

PASSATEMPOS30 Palavras Cruzadas • Sopa de Letras • Sudoku

FICHA TÉCNICA EDITOR E PROPRIETÁRIO: Associação Mãos Unidas P. Damião. Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD)Rua Sarmento de Beires, 19A-1º, 1900-410 LISBOATel.: 213 515 720 | E-mail: [email protected]: www.maos-unidas.ptwww.facebook.com/MaosUnidasP.Damiao

SOMOS MEMBROS: CNOD – Confederação Nacional dos Organismosde DeficientesILEP – Federação Internacional das Associações que Lutam Contra a LepraPLATAFORMA Nacional Saúde em DiálogoPLATAFORMA ONGDPLATAFORMA do Voluntariado Missionário (FEC)

DIRETOR:António Câmara Cordovil

COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO:Sofia Carrondo

SEDE DE REDAÇÃO: Rua Sarmento de Beires nº 19A – 1º, 1900-410 Lisboa

PERIODICIDADE: Bimestral

COMPOSIÇÃO e DESIGN: Nuno Veiga

ESTATUTO EDITORIAL:Consultar: www.maos-unidas.pt

IMPRESSÃO:CAFILESA Soluções GráficasNúcleo Emp. da Venda do Pinheiro SulQuinta dos Estrangeiros, Arm. 97 e 1072665-602 Venda do Pinheiro

DEPÓSITO LEGAL: 24013/06

ISSN: 1646-4389

REGISTO NA ERC: 126 233

TIRAGEM: 16.000 exemplares

ASSINATURA ANUAL:Portugal: 10,00€ | Europa: 18,00€Resto do Mundo: 27,00€

PESSOA COLETIVA: 504 072 722

FOTOS: Arquivo Institucional

António Câmara CordovilPresidente da Direção daAssociação Mãos UnidasP. Damião

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Sou uma pessoa muito emotiva e de afetos. E por isso, confesso, que o que mais senti falta durante este tempo de isolamen-to, foi dos ABRAÇOS.

Aqueles abraços que fi-caram por dar a quem eu gosto, o abraço que ape-

nas consegui dar por telefone nas vésperas de perder um amigo, o abraço que precisava mesmo de dar a uma amiga que pas-sava pelas torturas da quimioterapia, um abraço que apenas ficou pelo olhar a quem precisava de desabafar, o abraço que aliviaria alguém da ansiedade e do medo deste vírus, o abraço que poderia ajudar a fortalecer a autoestima de al-guém que viu de repente a sua vida esvaziar -se, o abraço de conforto a alguém que perdeu um ente querido, um abraço para dar força e ânimo

aqueles profissionais que assistiram a tanto so-frimento e que nunca desistiram de ninguém.

Mas também um abraço àqueles amigos que celebraram mais um ano de vida, um abraço que se resumiu à euforia das palavras por uma vitória alcançada de um amigo, um abraço ter-no a uma amiga que foi Mãe e que nem visitas pôde ter para celebrar a Vida, …, e tantos, tan-tos outros abraços…

Os abraços existem para expressarmos o que as palavras não conseguem.

Os abraços existem para passarmos energias e vibrações positivas aos que amamos.

É como que uma casinha acolhedora.

Seguramente, um dos melhores lugares do mun-do, fica dentro de um abraço.

Receba o meu abraço com carinho. n

Os abraços que ficaram por dar

Texto: Sofia Carrondo

EDITORIAL

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Texto: Alexandra Machado | Fotografia: do autor

Alzheimer: Cinco hábitos essenciais para reduzir o risco

Será possível atrasar a demência, mesmo em pessoas que apresentam um risco genético. Essa é a conclusão veiculada durante a Confe-rência Internacional da Associação de Alzhei-mer (AAIC) realizada a 14 de Julho nos Estados Unidos. Os vários estudos mostraram que com-binar vários hábitos saudáveis, permite reduzir os riscos de declínio cognitivo.

Um risco inferior a 60% com quatro hábitos

Um primeiro estudo da Universidade america-na Rush, seguiu 2.765 pessoas que não sofriam de demência no início da investigação. Cada participante recebeu um “score de vida”, que dependia do número de comportamentos sau-dáveis desta lista de cinco:

n Não fumar

n Fazer exercício físico moderado ou vigoroso pelo menos durante 150 minutos por semana

n Ter uma alimentação favorável para a ativi-dade cerebral (o regime “MIND”, rico em le-gumes verdes, azeite, nozes, aves e pobre em carne vermelha e fritos)

n Consumir álcool de forma moderada

n Realizar atividades que estimulem a cognição.

Durante os seis anos de seguimento, 608 volun-tários desenvolveram doença de Alzheimer. No final, os indivíduos que seguiam três dos hábi-tos apresentaram um risco 37% menor de so-frer da patologia do que aqueles que não se-guiam nenhum ou apenas um. O risco chegou mesmo a reduzir para 60% naqueles que ado-taram quatro hábitos.

Redução para metade para os predispostos

Num inquérito britânico, também se verificou que naquelas pessoas com risco genético de declínio cognitivo, o risco é 37% menor naque-les que tinham hábitos de vida saudáveis.

Para chegar a estas conclusões, os investiga-dores seguiram mais de 195.000 adultos sau-dáveis com menos de 60 anos de idade. A cada participante foi atribuído um “score de risco de demência”, baseado nos genes associados a um risco acrescido – como por exemplo a mu-tação genética APOE4. Também foi atribuído

Um espírito são em corpo são. É o mantra que devemos seguir para reduzir os riscos de demência, segundo três estudos apresentados

durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer.

ESPAÇO SAÚDE & BEM-ESTAR

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um “score de vida” em função do número de comportamentos relatados.

No total, 668 casos de demência acontece-ram ao longo de seis anos – sendo a proba-bilidade mais elevada naqueles com um “score de risco” mais alto. Mas os cientistas observaram que o risco era reduzido para metade nos voluntários predispostos que adotaram um modo de vida saudável: um caso em cada 121 foi evitado ao longo de um período de 10 anos.

Os fatores “ligados ao estilo de vida”

Um terceiro estudo da Universidade americana da Califórnia em São Francisco mostrou igual-mente que os fumadores têm um risco duas vezes superior de desenvolver uma deficiência do que os não-fumadores.

Estes três estudos reforçam a ideia de “que cer-tos fatores ligados ao estilo de vida podem afe-tar a trajectória do envelhecimento cognitivo e desenvolvimento de demência”, concluiu o Dr. Ronald Petersen, diretor do centro de inves-tigação sobre a doença de Alzheimer da Clínica Mayo. “Aceitamos este facto para a doença car-

díaca. Temos que adotar um estado de espí-rito semelhante para a doença cogniti-

va, refere também o Dr. Petersen. n

ESPAÇO SAÚDE & BEM-ESTAR

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ESPAÇO SAÚDE & BEM-ESTARTexto: Luís Costa | Fotografia: do autor

A propósito da pandemia do Covid-19…

A boa notícia é que, apesar dos números terrí-veis de mortos e de doentes, em termos plane-tários, isto não é o fim. Mais tarde ou mais cedo, vai ser descoberta uma vacina e a ciência há de produzir fármacos para combater este vírus de uma forma eficaz.

Nestes momentos é bom recordar a história. Olhamos para trás e vemos que este tipo de fenómenos já aconteceu muitas vezes, com consequências muito mais trágicas para a hu-manidade, porque as condições socioeconómi-cas, alimentares, higiénicas e médicas eram completamente diferentes das de hoje. De fac-to, diversos vírus e bactérias, tiveram o condão de matar mais do que qualquer guerra ou qual-quer cataclismo natural. Recordemos alguns dados históricos:

Na Antiguidade, em 430 a.C., na famosa guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, há regis-to de uma peste que mataria uma grande parte do exército e da população ateniense.

Uma das mais famosas pragas da história é, sem dúvida a Peste Negra. Entre 1348 e 1350, esta pan-demia espalhou-se pela Europa, vinda da Ásia, trazida por marinheiros genoveses. Calcula-se que tenham morrido mais de vinte e cinco milhões de pessoas, um terço da população europeia. Na Ásia, o número de mortos foi muito superior.

Entre os séculos XV e XVII, levada pelos euro-peus, a varíola matou cerca de vinte milhões de pessoas na América do Norte e do Sul, 90% da população daqueles territórios.

Na Índia, entre 1817 e 1823 apareceu um surto de cólera que, alastrando pelo mundo, em pan-demias sucessivas, veio a matar milhões de pes-soas. Em Portugal chegou em 1833.

Terrível foi também a gripe espanhola, mais co-nhecida por influenza, em 1918, perto do fim da Primeira Guerra Mundial. Foi a doença mais letal da história. Infetou quinhentos milhões de pes-soas, um terço da população mundial. Os estu-dos mais recentes apontam para a morte de

Nestes dias, em que vivemos uma experiência única, primeiro de estado de calamidade, depois de emergência e, em seguida, de calamidade novamente, seguida

de um desconfinamento gradual, por causa da pandemia do Covid-19, obrigados a um distanciamento social, reclusos em casa, vivendo centrados no essencial,

tivemos momentos de angústia e, para os mais pessimistas, isto era o fim.

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ESPAÇO SAÚDE & BEM-ESTAR

cinquenta a cem milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, morreram cerca de ses-senta a cem mil pessoas, entre as quais, os vi-dentes de Fátima, Francisco e Jacinta Marto.

Mais recentemente, em 2009, tivemos a Gripe A, conhecida pela “gripe suína” porque foi transmi-tida para os humanos através do consumo de carne de porco. Estima-se que tenham morrido entre cento e cinquenta e um mil, a quinhentos e setenta e cinco mil pessoas em todo o mundo.

Entre 2014 e 2016, o vírus da Ébola matou onze mil pessoas na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Estas são algumas das muitas pandemias da história. Hoje, com as condições que temos, com o avanço da medicina e com os canais de co-municação e de informação, podemos estancar a pandemia. Assim todos colaborem. A este pro-pósito, em pleno desconfinamento, recordemos as palavras do Papa Francisco quando no dia 27 de março na Praça de S. Pedro, em Roma, na-quele fim de tarde, sozinho, se dirigiu a todo o mundo, comentando o episódio da tempestade

no mar narrado por S. Marcos (Mc 4,35-41) e fazendo um paralelo com a realidade atual:

«“Ao entardecer”: assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que ao entar-decer, parece cair a noite. Densas trevas cobri-ram as nossas praças, ruas e cidades; apodera-ram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem; pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-nos os olhares. re-vemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos de Evangelho, fomos surpreendi-dos por uma tempestade inesperada e furibun-da. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chama-dos a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer”, assim também nós nos apercebemos de que não po-demos continuar esta estrada cada qual por con-ta própria, mas só o conseguiremos juntos». n

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Texto: Luís Costa | Fotografia: do autor

Ser Criança. Poder sonhar.

O propósito da efeméride ainda está longe de se concretizar totalmente. No entanto, se re-cuarmos alguns séculos, percebemos os avan-ços que têm acontecido no que diz respeito à defesa dos direitos das crianças.

Nos séculos XVIII e XIX, em plena revolução In-dustrial, as crianças, muitas vindas dos ambien-tes rurais, foram usadas como mão de obra ba-rata nas fábricas, nas minas, na siderurgia e na industria têxtil. Ganhavam duas a três vezes me-nos do que um adulto, queixavam -se menos, trabalhavam entre 12 e 14 horas diárias, seis dias por semana, sem frequentarem a escola e sem poderem brincar.

Neste contexto, foram aparecendo pessoas e ins-tituições, nomeadamente da Igreja Católica, que não ficaram indiferentes a esta realidade, e luta-ram pela defesa da dignidade das crianças. Lembremo -nos, por exemplo, do papel que teve D. Bosco, no fim do séc. XIX, para retirar as crian-ças pobres destes ambientes de exploração, crian-do em Turim, na Itália, escolas e oficinas, dando as condições necessárias para o seu crescimento equilibrado e harmonioso. Para D. Bosco, às crian-ças deveria ser dada a oportunidade de aprender, de brincar, de divertir -se, de aprender música, de fazer teatro, de desenvolver as suas capacidades.

A abolição do trabalho infantil e o cuidado dos órfãos que viviam na extrema pobreza nas gran-

des cidades impulsionaram a britânica Eglanty-ne Jebb a fundar a “Save The Children”, e a im-pulsionar a “Declaração de Genebra” sobre os Direitos da Criança, em 1924, aprovada pela Sociedade das Nações, predecessora da atual ONU. Esta Declaração, o primeiro instrumento jurídico internacional a fazer referência a “direi-tos da criança”, reconhece que as crianças de-vem ser protegidas e respeitadas, independen-temente da raça, nacionalidade e crença, e devem ter as condições necessárias para o seu desenvolvimento.

A Segunda Guerra Mundial veio ainda fragilizar mais a condição de vida das crianças. Assim, a ONU, constituída no final da Guerra, e com ob-jetivo de manter a paz no mundo, criou em 1946 a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a In-fância) para resolver os graves problemas rela-cionados com as crianças. Ainda hoje a UNICEF continua a trabalhar nessa gigantesca tarefa que é a promoção dos direitos dos mais novos.

Em 1950, a Federação Democrática Internacio-nal das Mulheres sugeriu à ONU a criação de um dia dedicado às crianças de todo o mundo. Com este dia, pretendia -se dar relevo às necessida-des das crianças: afeto, amor, compreensão e alimentação adequada.

Em 1959 a ONU promulga a Declaração dos Di-reitos da Criança, apesar de não comportar

O Dia Mundial da Criança, celebrado em Portugal no dia 1 de junho, é uma daquelas datas importantes que tem de ser cada vez mais valorizada.

EFEMÉRIDES

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quaisquer obrigações jurídicas. Reconhece os direitos da criança em matéria de cuidados de saúde, nutrição, educação e proteção. Refere, pela primeira vez, os direitos civis da criança, ao mencionar o direito a um nome e a uma nacio-nalidade. Durante muitos anos, este documento serviu de enquadramento moral para os direitos da criança.

Em 1976 a assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 1979 como o Ano Internacional da Criança. Dez anos depois, em 1989, a Conven-ção das Nações Unidas sobre o Direito das Crian-ça foi adotada pela Assembleia Geral das Na-ções Unidas. Portugal ratificou a mesma Convenção a 12 de setembro de 1990.

Apesar de muito caminho percorrido, ainda há muito por fazer no que diz respeito à infância…

O relatório anual da UNICEF de 2019, sobre a situação mundial da infância, debruçando -se sobre o tema da alimentação e nutrição das crianças, salienta que pelo menos 1 em cada 3 crianças menores de 5 anos está desnutrida ou com sobrepeso, e 1 em cada 2 sofre de fome oculta, devido à deficiência de vitaminas e outros nutrientes essenciais. Assim, a subnu-trição continua a ter um alto custo, prejudican-do o desenvolvimento normal de milhões de crianças.

Em 2017, segundo estimativas da Organiza-ção Mundial de Saúde, da UNICEF e do Banco Mundial, morreram 6,3 milhões de crianças com menos de 15 anos por causa de doenças, fatalidades ou violência. A maioria, 5,4 mi-lhões, crianças até aos 5 anos. São números bastante perturbadores. O retrato da vida das crianças em muitos países, sobretudo em Áfri-ca e na Ásia, é muito desolador: infância es-crava, abusada sexualmente, refugiada da guerra e sujeita às alterações climáticas, víti-ma de todos os infortúnios.

Dia da Criança. Dia para Sonhar. Sonhar um mun-do novo onde a infância seja mesmo sagrada. n

EFEMÉRIDES

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A NOSSA MISSÃOTexto: Equipa do Polo de Carregal do Sal

Polo de Carregal do Sal

Intervenção Social | Loja Social

Os tempos que decorrem são, para todos nós, tempos de mudança e de grande adaptação às novas restrições e condições impostas pelas consequências provocadas pela Covid19.

Durante este período de Pandemia, muitas fo-ram as famílias que sofreram diretamente os efeitos desta nova realidade. Chegaram ao nos-so Polo famílias muito desprotegidas e em situa-ção de risco face ao desemprego súbito e con-sequente quebra de rendimentos. Neste sentido, foi feito um reforço nos recursos e bens de pri-meira necessidade para conseguirmos fazer face a estas situações de emergência, quer em bens alimentares, quer em produtos de higiene. Nas

questões burocráticas, apoiámos as famílias no agendamento de serviços e acompanhamento dos seus diversos processos, sendo um período em que nós próprios tivemos que nos adaptar aos processos mais digitais, às reuniões por vi-deochamada e aos atendimentos por telefone, nunca deixando, contudo, de estar presente no combate ao stress psicossocial das famílias em situação de maior vulnerabilidade e risco social.

E após as recomendações oficiais da DGS sobre o uso de máscaras na comunidade, “sempre que houver um número elevado de pessoas num es-paço interior fechado… [supermercados, farmá-cias, lojas ou estabelecimentos comerciais, trans-

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A NOSSA MISSÃO

portes públicos]”*, as equipas dos Polos de Car regal do Sal e de Santa Comba Dão puseram mãos à obra e uniram esfor-ços para disponibili-zar a todos os uten-tes e cidadãos, as

Máscaras Sociais, que elabora-ram de uma forma muito entusiástica utilizando peças da Loja Social, com o cuidado de dispor de um orifício no interior para que pudesse ser colo-cado um filtro para maior proteção.

Esta iniciativa surge como medida de proteção adicional, sensibilizando as pessoas, apesar de tudo, que devem sempre manter o distancia-mento social, ter em conta as regras de etique-

* https://covid19.min-saude.pt/dgs-publica-informacoes-sobre-o-uso-de-mascaras-na-comunidade/

ta respiratória e ter um cuidado adicional com a higiene das mãos.

Esta Pandemia do novo Coronavírus fez com que as desigualdades sociais que já existiam, fossem mais notáveis aos olhos de todos. Agora, numa sociedade mais atenta, começa -se a olhar para o próximo de outra forma e, à boa maneira por-tuguesa, criam -se movimentos e grupos de aju-da que tanto são necessários nesta época de maior dificuldade.

Vivemos um momento crítico, mas acima de tudo esperamos que, após esta “guerra”, a so-ciedade se lembre que todos “navegamos no mesmo barco” e que não apague da memória este espírito de entreajuda, partilha e solidarie-dade que se conseguiu alcançar. n

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Manter atividades de aprendizagem à distância

O isolamento social contribui para conter a propagação do vírus e as pessoas que se en-contram nesta situação contribuem decisiva-mente para manter a sua segurança e a dos outros. Se és estudante estarás a experienciar

a necessidade de te adaptares a uma situação de distanciamento social e isolamento, pelo que as tuas aulas presenciais estarão a ser suspensas ou adiadas. Ainda que cada um de nós sinta esta situação de forma diferente e tenha as suas próprias estratégias para lidar com ela, algumas respostas são expectáveis e há um conjunto de recomendações que te po-dem ajudar a gerir esta situação e a manter o teu processo de aprendizagem.

Sê (Pro)Ativo na tua Aprendizagem

Independentemente das indicações que a tua escola te deu, poderás proativamente consultar recursos e materiais de aprendizagem, fazendo um estudo autónomo. Existem recursos de aces-so gratuitos na internet que te permitem apren-der sozinho sobre quase tudo.

Mantém as Rotinas de Estudo

Ainda que a situação de isolamento o possa fa-zer parecer, a realidade é que esta situação não equivale a estar de férias. Deste modo, manter o investimento em aprender é importante para a tua formação e desenvolvimento. Faz um ho-rário e compromete-te com a realização de ati-vidades de estudo.

Foca-te no Essencial

Pensa que esta situação não durará para sem-pre, é temporária. Não penses no que estás a perder, mas no que podes manter e até ga-nhar. Lembra-te que as escolas e os teus pro-

A NOSSA MISSÃOTexto: Equipa do Polo de Carregal do Sal e Santa Comba Dão

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fessores farão de tudo para garantir que, na medida do possível, as aprendizagens essen-ciais sejam mantidas. Por outro lado, poderás ter tempo livre para aprender sobre temas do teu interesse e para os quais, habitualmente, não tens tempo.

Sempre que possível, distingue zonas de Estudo e de Lazer

Uma vez que durante o período de isolamento temos de passar muito tempo em casa, é im-portante manter diferenciadas as zonas em que estudamos e as zonas de lazer. Deste modo, procura ter um espaço que seja espe-cificamente dedicado ao estudo. Caso ainda não tenhas um espaço em casa dedicado ao estudo, tenta criá-lo. Tenta que este seja bem iluminado (de preferência com luz natural), com temperatura adequada, confortável e com um bom acesso à internet (aspeto funda-mental para pesquisas online ou estar “ligado” às aulas online). Ainda que o conforto seja im-portante, este é um espaço de trabalho, pelo que deves utilizar uma mesa e uma cadeira (reserva o sofá ou a cama para momentos de lazer).

Procura estar ligado em rede com os teus Colegas

De forma a minimizar o sentimento de isola-mento e lidar com algumas dificuldades do processo de aprendizagem é importante man-teres o contacto à distância com os teus cole-gas, bem como com os teus professores, de forma a tirar proveito do trabalho cooperativo,

em rede. As relações sociais são importantes para facilitar a aprendizagem e, acima de tudo, preservar o nosso bem-estar e uma boa Saúde Psicológica. n

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Apoio ao estudo | Ateliê Mãos Unidas

O Ateliê Mãos Unidas disponibilizou para todas as crianças do 1.º ao 4.º ano já inscritas no Cen-tro de Estudos, um acompanhamento individual dado pelas técnicas, dando assim continuidade ao apoio ao estudo já prestado.

Uma vez que nos estamos a adaptar a uma nova realidade e o apoio exigir o acesso à Internet e/ou dispositivos de comunicação, não sendo possível abranger todos os alunos de uma forma justa e igualitária, o apoio é gratuito.

O apoio descrito depende de uma forte arti-culação entre os pais e as técnicas do Ateliê. Sem eles o ensino à distância não seria de todo possível.

Os encarregados de educação disponibilizam às técnicas os trabalhos de casa dos seus educan-dos e marcam uma sessão de apoio que é dado de inúmeras maneiras: telefonemas, videocha-madas, plataformas de comunicação, sempre a que melhor se adapta a cada realidade familiar. Nessas sessões, dedicamos o nosso tempo a cada criança para tirar as suas dúvidas e às ve-zes só mesmo para fazermos um pouco de com-panhia e os meninos poderem contar as suas novas aventuras!

O Ateliê Mãos Unidas disponibiliza ainda sessões de Teleterapia de Psicologia e Terapia da Fala

para toda a comunidade. Para mais informa-ções, por favor contacte -nos através dos núme-ros, 967 224 812 (Consultas de Psicologia) ou 961 901 092 (Consultas de Terapia da Fala). n

A NOSSA MISSÃOTexto: Equipa do Polo de Carregal do Sal e Santa Comba Dão

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Texto: Dignitude

Programa abem: Rede Solidária do MedicamentoApoiamos o acesso à saúde

dos portugueses mais vulneráveis

O Programa abem: Rede Solidária do Medica-mento é um projeto inovador, lançado pela As-sociação Dignitude, com a objetivo de permitir o acesso ao medicamento, algo que está veda-do a um em cada dez portugueses, que não têm dinheiro para comprar a medicação de que precisam. Uma realidade ainda tão presen-te no nosso país e que tem vindo a ser combatida pelo Programa abem:, em articulação com a sua importante rede de parcei-ros locais, da qual a Associa-ção Mãos Unidas Padre Da-mião faz parte.

Em Portugal, o casal Marta e João* são disso exemplo. Sempre trabalharam para proporcio-nar ao filho uma vida estável, mas um aciden-te de trabalho deixou João incapacitado para o exercício da sua profissão. Enquanto se pro-cura reinventar, é Marta quem suporta todas as despesas. Com o seu já muito esticado or-denado, e entre a renda da casa e a alimenta-ção do filho, os medicamentos de João passa-ram a ficar para trás.

Este é o caso de uma das famílias que encontra-ram no Programa abem: a resposta a um pro-blema concreto: perante a incapacidade econó-mica das pessoas para adquirir a medicação que lhes é essencial, o abem: cobre a despesa,

* Nomes fictícios.

permitindo aos seus beneficiários o acesso, anó-nimo e digno, aos medicamentos prescritos sem custos.

Foi para apoiar pessoas como Marta e João que a Associação Mãos Unidas Padre Damião esta-beleceu uma parceria com o Programa abem: referenciando e apoiando as famílias que preci-

sam de ajuda na aquisição dos medicamentos essenciais à vida.

O Programa abem: Rede Solidá-ria do Medicamento refle-te um esforço conjunto da sociedade portuguesa e une distintos parceiros na

convicção solidária de que somos responsáveis uns pelos outros. Está pre-sente em todos os distritos do país e regiões autónomas, assente numa rede colaborativa da qual fazem parte IPPS’s, Cáritas, Misericórdias e Autarquias. São estes parceiros locais que refe-renciam ao Programa abem: as famílias em risco. Estas pessoas, quando se tornam benefi-ciárias abem:, recebem um cartão que passam a usar nas Farmácias abem: para levantar os medicamentos de que necessitam, sem qual-quer custo e com a dignidade que merecem.

O abem: cobre a parte da despesa que não é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saú-de, através do Fundo Solidário abem:. Este Fun-

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do é constituído por donativos de entidades pú-blicas, privadas e da sociedade civil, e é 100% aplicado na co-comparticipação de medica-mentos para os beneficiários.

Marta e João fazem hoje parte dos 14.375 be-neficiários que até ao final de abril de 2020 já tinham sido apoiados a nível nacional e que, deste modo, têm acesso à saúde de que preci-sam para viver.

O abem: está a criar mudanças positivas na vida daqueles que mais precisam. Junte-se a nós, faça parte desta mudança. Conheça-nos melhor e deixe o seu donativo em www.abem.pt.

O Programa abem: Rede Solidária do Medica-mento da Associação Dignitude é uma iniciativa apoiada pela Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia. n

Cofinanciado por:

A NOSSA MISSÃO

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Texto: Sara Correia

Ação Social em Tempos de PandemiaSede

Vivemos tempos difíceis, imersos numa nova pandemia que nos trouxe múltiplos novos desa-fios a que nos tivemos de adaptar enquanto IPSS, tanto a nível dos nossos modelos de fun-cionamento, como naquela que é a nossa prin-cipal missão: servir os mais vulneráveis e esque-cidos da sociedade.

Adoptando todas as medidas que nos foram sendo recomendadas pela Direção Geral da Saúde, tivemos de nos reinventar de forma a garantir o apoio e assistência aos nossos utentes em situação de maior fragilidade e em risco de exclusão e isolamento.

Na área da ação social da nossa Sede, que dá resposta à região de Lisboa e Vale do Tejo, pro-curamos garantir e reforçar o suporte direto às famílias que acompanhamos, através de uma linha telefónica que esteve disponível 24h por dia, permitindo o suporte emocional, o esclare-cimento de dúvidas, o auxílio na resolução de problemas e o combate à solidão.

Tendo em conta o registo de um aumento signi-ficativo do número de situações que precisam de apoio, adoptámos as medidas necessárias, re-correndo ao nosso fundo de emergência social.

De forma a não deixar ninguém desamparado, criámos uma parceria com o Grupo Sonae, que nos auxiliou de forma gratuita em entregas de cabazes alimentares junto das nossas famílias, garantindo assim o acesso a bens de primeira necessidade, sem colocar em risco a saúde de cada um.

Foi possível contar também, com a colaboração da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Amadora, e com a AIIC – Associação de Impren-

João com máscara oferecida pela AMU

Utente com máscara e gel desinfetante

Máscaras sociais confecionadas por uma voluntária

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sa de Inspiração Cristã, na disponibilização de máscaras cirúrgicas que pudemos distribuir jun-to das famílias que acompanhamos com crian-ças portadoras de doenças crónicas complexas.

Posteriormente, com a preciosa ajuda de uma voluntária, pudemos confecionar máscaras so-ciais com filtro TNT reutilizáveis, que temos vindo a distribuir junto de todos os nossos utentes, bem como frascos de gel desinfectante que ge-

nerosamente nos foram doados pela Empresa Pedrada Tattoo Supplies.

Agora, e mais do que nunca, procuramos manter um papel ativo, garantindo a resposta às inúme-ras necessidades da população mais frágil e desprotegida que diáriamente chega até nós. Unimos esforços e de mãos unidas permanece-mos a cuidar uns dos outros. n

Entregas de alimentos ContinenteDoação de gel desinfetante Máscaras doadas à AMUPD

Agradecimentos:

A NOSSA MISSÃO

Page 19: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 19

Casos de vida que acompanhamos

Texto: Sara Correia

Afonso MatosSituação de Saúde: 12 anos, portador de paralisia cerebral – tetraparesia com predomínio de hipotonia mais acentuada no hemicorpo esquerdo.Maiores necessidades: Apoio no pagamento de sessões de fisioterapia e te-rapia da fala.

Duarte CristaSituação de Saúde: 7 anos, doença rara – Síndrome Lennox Gastaut que lhe afeta toda a parte motora e neurológica, tem epilepsia grave, hipotonia, não consegue segurar a cabeça, não se senta, não fala, não segura nada com as mãos, entre outras limitações.Maiores necessidades: Apoio no pagamento de terapias (terapia da fala, fisioterapia, terapia ocupacional, hidroterapia).

Fábio CostaSituação de Saúde: 15 anos, transplantado cardíaco com problemas de saú-de associados e que se encontra de momento internado e com prognóstico reservado.Maiores necessidades: Apoio no acesso a medicamentos e outros bens de primeira necessidade.

Beatriz MorgadoSituação de Saúde: 8 anos, portadora de paralisia cerebral, não consegue andar nem utilizar os braços e as mãosMaiores necessidades: Apoio no pagamento de terapias e tratamentos intensivos.

Diogo SouzaSituação de Saúde: 12 anos, portador de paralisia cerebral com 95% de inca-pacidade, abandonado pela mãe, vive sob os cuidados permanentes da avó.Maiores necessidades: Apoio no pagamento de tratamentos de fisioterapia.

Gonçalo TeixeiraSituação de Saúde: 7 anos, portador de paralisia cerebral, não consegue andar, nem brincar como qualquer outra criança saudável.Maiores necessidades: Apoio no pagamento de sessões de fisioterapia.

Page 20: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202020

Quero continuar a Ajudar os Casos de Vida da Associação Mãos Unidas Pe. Damião, pelo que envio o meu donativo de: ______________________ euros (Mencione o valor que quer doar)

Para o(s) Caso(s) de Vida do/a:

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(Indique o nome da criança que quer ajudar)

Dados para recibo:

NOME: _______________________________________

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MORADA: ____________________________________

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LOCALIDADE: _______________________________

CÓDIGO POSTAL: __________-_____

DATA NASCIMENTO: _____/_____ /_____

TEL.: ___________________________________________

NIF: ___________________________________________

EMAIL: ________________________________________

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Pagamento por:

Cheque: endossado à Assoc. Mãos Unidas P. Damião Multibanco: Entidade: 20970; Referência: 555 555 555 Vale Postal Transf. Bancária/IBAN: PT50 0033 0000 0021 7312 9810 5

NOTA: Favor enviar cópia/comprovativo de talão de multibanco e/ou de Transferência Bancária)

Ivo MeloSituação de Saúde: 7 anos, teve já 24 septicemias, foi submetido a 26 cirurgias e, ficou com sequelas no baço, no fígado e na vesícula derivado das sepcis e do uso prolongado da nutrição parentérica.Maiores necessidades: Apoio na com-participação de terapias específicas.

João SobralSituação de Saúde: 8 anos, portador de paralisia cerebral, microcefalia e uma incapacidade motora grave, tendo sido operado recentemente às articulações dos membros inferiores.Maiores necessidades: Apoio no paga-mento de sessões de fisioterapia e bens de primeira necessidade.

João TeixeiraSituação de Saúde: 10 anos, portador de paralisia cerebral severa, bilateral es-pástica com desenvolvimento de Síndro-me West (tipo de epilepsia refratária), cifoescoliose muito grave e dificuldade respiratória com aspirações recorrentes e suporte de O2 durante a noite.Maiores necessidades: Apoio na com-participação de terapias específicas.

Jorge loureiroSituação de Saúde: 7 anos, aos 11 me-ses sofreu de uma estenose bilateral das artérias renais e hipertensão arterial se-cundária que lhe afetaram a visão, mo-tricidade, rins, coração, bexiga e conse-quente atrofia medular nos planos C7 e D6. Tem um grau de incapacidade de 80% e não consegue andar.Maiores necessidades: Apoio na com-participação de filtros, sondas e serin-gas, apoio no pagamento de sessões de fisioterapia e quiroprática.

Luis NevesSituação de Saúde: 13 anos, portador de paralisia cerebral, recentemente com maiores problemas a nível respiratório.Maiores necessidades: Apoio no paga-mento de sessões de fisioterapia e tera-pia da fala.

Page 21: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 21

Marcos FanicoSituação de Saúde: 9 anos, portador de paralisia cerebral com tetraparesia e 100% de incapacidade (encefalopa-tia hipoxico isquemica de grau III), vive numa zona do país onde os apoios são quase inexistentes.Maiores necessidades: Apoio no paga-mento de sessões de fisioterapia intensi-va; Ajudas técnicas: colete postural, ca-deira de rodas, cadeira de alimentação.

Matilde SantosSituação de Saúde: 10 anos, portadora de paralisia cerebral distónica e epilepsia.Maiores necessidades: Apoio na com-participação de terapias específicas e tratamentos intensivos de elevado valor.

Quero continuar a Ajudar os Casos de Vida da Associação Mãos Unidas Pe. Damião, pelo que envio o meu donativo de: ______________________ euros (Mencione o valor que quer doar)

Para o(s) Caso(s) de Vida do/a:

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(Indique o nome da criança que quer ajudar)

Dados para recibo:

NOME: _______________________________________

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MORADA: ____________________________________

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LOCALIDADE: _______________________________

CÓDIGO POSTAL: __________-_____

DATA NASCIMENTO: _____/_____ /_____

TEL.: ___________________________________________

NIF: ___________________________________________

EMAIL: ________________________________________

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Pagamento por:

Cheque: endossado à Assoc. Mãos Unidas P. Damião Multibanco: Entidade: 20970; Referência: 555 555 555 Vale Postal Transf. Bancária/IBAN: PT50 0033 0000 0021 7312 9810 5

NOTA: Favor enviar cópia/comprovativo de talão de multibanco e/ou de Transferência Bancária)

Rodrigo PereiraSituação de Saúde: 9 anos, portador de paralisia cerebral, tem uma doença pulmonar obstrutiva crónica, contrai in-feções respiratórias recorrentemente.Maiores necessidades: Apoio no paga-mento de sessões de fisioterapia pulmonar de forma a evitar as constantes infeções.

Tiago CoelhoSituação de Saúde: 12 anos, portador de paralisia cerebral.Maiores necessidades: Apoio no paga-mento de sessões de fisioterapia e fre-quência no centro de treino funcional.

Viviane CostaSituação de Saúde: 8 anos, portado-ra de syndrome de deleção 1p36 e um atraso psicomotor grave, que se mani-festa com falta de autonomia.Maiores necessidades: Apoio na com-participação de umas botas ortopédi-cas, medicamentos específicos, vacinas, algálias e bens de primeira necessidade.

A pandemia pela qual estamos todos a passar, tem deixado marcas na vida de cada um de nós e estas

crianças e as suas famílias não têm sido poupadas ao peso de toda a crise que ainda agora está a começar.

Adivinham-se tempos muito duros e difíceis, e só com a ajuda de todos, poderemos continuar a nossa missão.

Ajude-nos a ajudar!

Page 22: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202022

Texto: Sara Correia

Casos de vida novos

Henrique

O Henrique tem 9 anos e é doente oncológico desde novembro de 2013.

Desde essa data que, para combater este pro-blema de saúde tão complexo e desgastante, tem vindo a fazer tratamentos de quimioterapia e radioterapia.

Em Setembro de 2018, o Henrique teve uma re-caída, situação muito comum neste tipo de doenças e que o impossibilitou de dar continui-dade aos tratamentos. A única forma possível de garantir a sua sobrevivência era submetê-lo a um transplante de medula óssea e em Abril de 2019, fez a cirurgia com sucesso. A partir daí e até à data de hoje, o Henrique encontra-se em recu-peração e necessita de inúmeros cuidados mé-dicos e de acompanhamento regular na Unidade de Transplante de Medula no IPO de Lisboa.

O pequeno Henrique vive com a mãe e os seus quatro irmãos, um deles irmão gémeo e a mais nova de apenas 2 meses de idade.

A mãe, ainda em licença de maternidade, é o único meio de sustento de toda a família e é com enorme dificuldade que tem de assegurar todas as despesas familiares.

O Henrique é considerado uma criança de risco, e requer imensos cuidados diários, nomeada-mente no que toca à sua alimentação que tem de responder a uma série de regras bastantes

rigorosas. A este menino, só lhe é permitido in-gerir alimentos frescos, tudo o que for alimen-tação embalada, tanto líquida, como sólida, apenas pode ser consumida de imediato, e uma vez aberto, não mais pode ser consumido por ele. Todo este panorama, acrescido a despesas com medicação e deslocações semanais ao IPO de Lisboa para tratamentos médicos, têm vindo a agravar a situação de enorme vulnerabilidade económica em que se encontra esta família. n

O Henrique e a sua família precisam do nosso apoio!

A NOSSA MISSÃO

Page 23: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 23

Maria

A pequena Maria sofre de distrofia muscular congénita por défice de merosina diagnostica-do aos 16 meses de idade.

Esta doença surgiu derivado a uma proteína não se ter formado completamente, provocan-do fraqueza muscular no corpo todo e impossi-bilitando o andar.

O problema de saúde da Maria afetou-lhe a componente respiratória, assim como a mus-

culatura óssea tendo desenvolvido já escoliose acentuada (aguarda por cirurgia) e encurta-mento de membros superiores e inferiores. Na parte respiratória, a Maria sofre de uma insu-ficiência crónica global e faz ventilação notur-na. No que toca à parte alimentar, o seu can-saço fácil faz com que não consiga mastigar e tenha muito pouco apetite, tendo de ser feita uma alimentação noturna por PEG e uma dieta diurna acompanhada com cardápio hipercaló-rico. Esta doença afeta também a parte dos músculos orofaciais o que compromete o pa-lato e ogival.

A Maria é acompanhada nas especialidades de Gastroenterologia, Pneumologia e Cardio-logia Pediátricas, Doenças Neuromusculares em Neuropediatria, Medicina Física e Reabili-tação, Psicologia, Dietética e Nutrição e Cuida-dos Paliativos.

A nível de terapias, faz fisioterapia motora, psi-comotricidade em meio aquático, terapia da fala e hidroterapia.

Neste momento, as maiores dificuldades da fa-mília da Maria recaem sobre a necessidade de apoio para a compra das seringas de alimen-tação, dos sistemas de alimentação para a bomba EPUMP kangaroo e dos suplementos alimentares: leite NutriniMax e garrafinhas leite Peptisorb. n

Ajude-nos a ajudar a pequena Maria!

Page 24: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202024

Texto: Alice Silva

Testemunho de uma mãe…

Olá, eu sou a Alice mãe da Érica Nóbrega, uma meni-na com 98% de incapaci-dade com uma alteração de cromossomas tendo por base uma doença pulmonar crónica.

Há oito anos atrás deci-dimos mudar de casa e ir para uma que tivesse to-

das as condições necessárias e adequadas para o problema de saúde da Érica. No entanto, tal não aconteceu e acabamos por nos mudar para uma casa cheia de humidade, de conden-sação e muito fria. Quando entrávamos na nova casa sentia-se um cheiro muito forte a humida-de, tudo se estragava facilmente e o mais pro-

blemático de tudo: a parte respiratória da Érica piorava de dia para dia.

A certa altura, falaram-me de um aparelho es-pecífico para controlar a condensação e elimi-nar a humidade, mas o preço era demasiado elevado para eu, sozinha e sem rendimentos, conseguir suportar.

Foi então que encontrei uma maravilhosa, ex-celente e humana Associação que nos deu a mão e que ficou muito sensibilizada com a nos-sa situação. Não tenho palavras para descrever a Associação Mãos Unidas que de tudo tem fei-to para proporcionar uma condição digna para a sobrevivência da Érica.

Para além de terem conseguido angariar o va-lor total do aparelho e o terem aplicado na sua

Casa Érica antes

A NOSSA MISSÃO

Page 25: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 25

Casa Érica após instalação aparelho humidade

compra e instalação, também me têm ajudado noutras dificuldades, como foi o caso de terem comprado uma almofada em gel para as esca-ras da Érica. São preocupados e atentos e es-tão constantemente a ligar-nos a perguntar se necessitamos de mais alguma coisa.

Quero, também, deixar o meu agradecimento a todos os benfeitores que fizeram chegar os seus donativos para a Associação, pois graças à ajuda de todos tem sido possível para a nos-sa família viver um pouco melhor.

O nosso muito obrigado! n

Page 26: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202026

Texto: Sara Correia

Grande heróisFilipe Oliveira

Os irmãos Paulo e Filipe são dois jovens que, des-de há três anos, a nossa Associação tão carinho-samente tem vindo a acompanhar de perto.

No passado dia 12 de abril, dia de Páscoa tam-bém, o nosso querido Filipe partiu para um lu-gar melhor.

Agora, ao lado do seu irmão Miguel, cuidam de longe, mas sempre perto, da mãe e do seu companheiro de sempre Paulinho.

Graças a si e à sua ajuda sempre generosa, conseguimos fazer uma despedida digna, as-segurando todas as despesas relativas ao fu-neral. n

A NOSSA MISSÃO

“Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”

Um abraço desde aqui até ao céu.

Page 27: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 27

Texto: Graça Rosa

Foi -me solicitado, por uma amiga, que desse o meu testemunho sobre a práti-ca da meditação, em particular o Mindfulness ou Prática da Atenção Plena.

Tudo começou em 2015 quando me apercebi que estava a sentir -me

muito deprimida, parecia que carregava o mundo nas minhas costas. Ao invés de recorrer ao médico, procurei ir pela via das medicinas alternativas e cheguei a várias páginas e tes-temunhos que trataram situações idênticas com a meditação. Então perguntei a mim mes-ma, porque não tentar? Quem sabe não resul-ta também comigo?

Dei o primeiro passo. Decidi acordar meia hora mais cedo e antes de sair de casa ouvia uma meditação. Só que em casa é mais difícil, há sempre qualquer coisa para fazer, que nos re-tira a atenção de apenas alguns minutos. Como fazer? Decidi entrar mais cedo no meu local de trabalho e aí sim, era mais fácil. E era assim de segunda a sexta, ao fim de semana, “saltei” algumas, mas, na segunda -feira, ouvia 2 meditações.

Lentamente, fui -me apercebendo que a depres-são foi desaparecendo, todas as coisas que eu carregava nas costas foram -se tornando mais leves, fui ficando cada vez mais autoconfiante e a acreditar no meu poder. Todos temos esse poder, só precisamos de o resgatar.

Entretanto, fui lendo cada vez mais coisas sobre o assunto e cheguei ao Mindfulness, a Prática da Atenção Plena, e a luz surgiu. Fiz cursos, faço e participo em várias iniciativas nesta área, as-sim como outras terapias holísticas.

Como resultou para mim, porque não tentar com outros. Sempre amei ajudar as pessoas, quem me conhece sabe que eu sou muito feliz quando ajudo alguém que me procura.

Hoje, no meu Concelho, ajudo séniores com duas turmas na Academia Sénior, ajudo alunos do 1.º ano do 1.º ciclo, com um projeto de AEC – Respira e Relaxa e ajudo qualquer particular que precise de uma mãozinha ou um empurrão-zinho na sua autocura e ajudo a trabalhar a sua autoestima.

Cada vez mais, estou convencida de que estou no melhor caminho que eu poderia ter escolhido.

Abraço!

Namastê! n

TESTEMUNHO

Page 28: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202028

TESTEMUNHO

Prática de Meditação Guiada

Vamos fazer uma meditação guiada para restaurar e manter a saúde do corpo e da mente.

Deixe que as sugestões que lhe vamos deixar, penetrarem no seu subconsciente promovendo o bem-estar e a cura de alguma situação que precise, um medo, uma dor, uma mágoa.

Escolha um lugar silencioso, um momento que sabe que não vai ser incomodado, sente-se con-fortavelmente, coluna direita, pés bem colocados no chão, desligue possíveis distrações e sin-tonize-se com a sua respiração.

Inspire prolongada e lentamente. Expire lenta e completamente. Faça esta respiração com consciência, por três vezes, e vá relaxando, acalmando a sua mente e entrando em conexão profunda consigo mesmo.

Sinta o seu corpo, sinta o seu coração, esteja no aqui e no agora. Inspire e vá relaxando.

Vamos começar a criar pensamentos positivos para adquirir um corpo perfeito e saudável. Imagine-se no meio da natureza, pode ser um lugar significativo para você: uma praia, uma montanha, à beira de um rio, na floresta ou num lugar em sua casa que goste particularmente e onde se sente bem. É você que irá escolher esse lugar.

Sinta-se como se estivesse nesse lugar, absorva as energias desse espaço e relaxe. Note o que a sua mente está a pensar, mas não se apegue a nenhum desses pensamentos. Querer que a sua mente deixe de pensar não vai ser possível.

Respire e note como está a respirar, sem se criticar.

Agora proponho que trabalhemos os desapegos: foque nos seus medos ou naquilo que precisa de curar, eles parecem cordas prendendo você. Vá soltando essas amarras, uma a uma, liber-tando-se desses medos e sinta a sensação de estar livre, aliviado e, se ainda existirem amarras, identifique-as, talvez sejam ressentimentos, mágoas, tristezas, culpas, raiva, tensão…

Vá soltando, libertando essas emoções, dissolva-as na paz. Você não precisa dessas emoções, nem do esforço e da luta que diariamente trava.

Todos temos um poder interno, divino que nos ajuda a libertar desses padrões que só nos pro-vocam cansaço, mal-estar, desânimo e até doenças.

Vá repetindo mentalmente ou em voz alta as seguintes afirmações: Eu vou ficar bem, eu estou bem! Eu escolho a saúde e a partir de hoje eu decido olhar mais por mim!

Fique, por instantes, usufruindo dessa paz, dessa liberdade, dessa leveza, usufrua da sua própria companhia, você deve ser a pessoa mais importante para si mesmo, você tem um verdadeiro manancial de amor incondicional, resgate-o e viva-o imensamente, intensamente.

Acredite, acabou de promover curas profundas no seu ser mais interior.

Inspire e expire profunda e demoradamente, por três vezes. Terminou a prática. Simples assim!

Até breve! Namastê! n

Page 29: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 2020 29

Texto: Sara Correia

Óscar e a senhora cor-de-rosa

Óscar é um menino de 10 anos, com leucemia, que passa a viver os seus dias num hospital.

Numa inquietação pela procura de respostas sobre a sua situação de saúde, e sem conseguir

qualquer explicação por parte da equipa médi-ca, um dia ouve uma conversa entre os pais e o médico responsável, e apercebe-se que a ope-ração a que tinha sido sujeito, tinha falhado.

É neste ambiente de enorme tristeza que conhe-ce a Senhora Cor-de-Rosa, uma voluntária na área de pediatria que todos os dias o visita. En-tre histórias das suas vitórias enquanto antiga lutadora de wrestling, às cartas que incentiva o menino a escrever para Deus, a Vovó Rosa vai enchendo de cor e de uma nova vida os dias desta criança no hospital.

Embarcando numa viagem pelo tempo, entre os dois decidem: «cada dia equivale a dez anos».

Óscar “renasce”, viaja pelas várias fases da vida e desfruta ao máximo de cada uma delas.

Reinventa um novo mundo aos seus olhos e de-safia a morte com uma perspetiva diferente so-bre o universo dos adultos e dos outros doentes do hospital.

Uma lição de vida que nos ensina a aproveitar cada momento como se fosse o último e a en-carar com um sorriso todos os obstáculos. n

ESPAÇO LEITURA

Page 30: Jornal Mãos Unidas

Maio/Junho 202030

PASSATEMPOS

Horizontais: 1 - Cume; vigio. 2 - Rosto; lista; pátria de Abraão. 3 - Grito de dor; recitei; corda de reboque. 4 - Dificuldade; partida; aquelas. 5 - Argolas; querido. 6 - alimento feito com farinha amassada, geralmente fermentada e cozida no forno; maior. 7 - Gostas de; equivalente ao alqueire. 8 - Sétima nota musical; possuir; ente. 9 - Grande massa de água salgada; dirigia-se; nordeste. 10 - Aqueles; lírio; lugar de embarque e desembarque de pessoas ou mercadorias. 11 - Repouso; ides para fora de casa.

Verticais: 1 - Leito; tosto. 2 - Branquear com cal diluída em água; terceira nota musical; solitário. 3 - Comparecer; caldo. 4 - Doença; sadias; lá. 5 - Dois em numeração romana; grupo de três. 6 - Oferece; selénio (s. q.). 7 - Elege por meio de voto; graceja. 8 - Gavinha; coloração; mau cheiro. 9 - Lavras, nesse lugar. 10 - Designa alternativa; o espaço aéreo; idosos. 11 - Alegria; unidade de medida agrária equivalente a cem metros quadrados (pl).

Associação

Portuguesa

Solidariedade

Mãos

Unidas

Padre

Damião

Lisboa

Polos

Santa

Comba

Dão

PALAVRAS CRUZADAS

SOPA DE LETRAS

Carregal

Do

Sal

Ofertas

Gratos

Ação

Urgente

Páscoa

Feliz

Aleluia

Sede

Equipa

Nesta sopa de letras procure em todas as direções, as seguintes palavras:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

SUDOKUCompletar a grelha de forma a que cada linha,

cada coluna e cada uma das caixas 3x3 contenha todos os números de 1 a 9.

1 3 9 82 4 9 1

Soluções

Helena Maria Pereira

9 7 1 55 4 9 29 4 5 6

1 2 4 93 8 9 6

8 6 3 41 2 4 9

Page 31: Jornal Mãos Unidas

OlheQuando estiver em dificuldade e pensar em desistir, Lembre-se dos obstáculos que já superou. OLHE PARA TRÁS.

Se tropeçar e cair, levante, não fique prostrado, Esqueça o passado. OLHE PARA A FRENTE.

Ao sentir-se orgulhoso por alguma realização pessoal, Sonde as suas motivações. OLHE PARA DENTRO.

Antes que o egoísmo o domine, enquanto o seu coração é sensível, Socorra os que o cercam. OLHE PARA OS LADOS.

Na escalada rumo às altas posições no afã de concretizar os seus sonhos, Observe se não está a pisar alguém. OLHE PARA BAIXO.

Em todos os momentos da vida, seja qual for a sua atividade, Procure a aprovação de Deus! OLHE PARA CIMA.

Charles Chaplin

Page 32: Jornal Mãos Unidas

Rua Sarmento de Beires, 19A-1º, 1900-410 LISBOATel.: 213 515 720 | E-mail: [email protected]

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