Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

28
SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. abril | maio | junho 2014.ano 14.n.º52 Centro escolar serve 300 alunos pág. 9 Descentralização com verba recorde para freguesias págs. 4 e 5 Marchas coroam Núcleo de Bicross pág. 16 Concelho segura valores de Abril Cidade navega em mar sonoro págs. 12 e 13 Baixa em alta Setúbal Mais Bonita aumenta atratividade do centro histórico págs. 14 e 15 pág. 18 pág. 7 Bela atitude vista de fora

description

Setúbal. Edição de abril, maio e junho de 2014

Transcript of Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

Page 1: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.abril | maio | junho 2014.ano 14.n.º52

Centro escolarserve 300 alunos

pág. 9Descentralização com verba recorde para freguesias

págs. 4 e 5

Marchas coroamNúcleo de Bicross

pág. 16

Concelho seguravalores de Abril

Cidade navegaem mar sonoro

págs. 12 e 13

Baixa emaltaSetúbal Mais Bonita aumenta atratividade do centro histórico

págs

. 14

e 15

pág. 18

pág. 7

Bela atitude vista de fora

Page 2: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

2SETÚBALabril|maio|junho14

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: SMCI/Serviço Municipal

de Comunicação e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Marco Silva,

Susana Manteigas

Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque,

António Martins, Rui Minderico, Arquivo

Nacional Torre do Tombo (imagem do Foral

de Setúbal - pág. 26)

Paginação: Humberto Ferreira

Impressão: PROS - Promoções e Serviços

Publicitários, Lda.

Redação: SMCI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 15.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

edit

oria

l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício do Banco de PortugalRua do Regimento de Infantaria 11, n.º 7265 545 180Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorMercado do Livramento, 1.º andar265 545 390

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeCasa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 [email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoPraça da República, 47212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Casa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 168

Museu de Setúbal/Convento de JesusExposição de longa duraçãoAvenida Luísa Todi, 119265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

EqUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipal de AtletismoEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.abril | maio | junho 2014.ano 14.n.º52

Centro escolarserve 300 alunos

pág. 9

Descentralização com verba recorde para freguesiaspágs. 4 e 5

Marchas coroamNúcleo de Bicross

pág. 16

Concelho segura

valores de Abril

Cidade navegaem mar sonoro

págs. 12 e 13

Baixa emaltaSetúbal Mais Bonita

aumenta atratividade

do centro histórico

págs

. 14

e 15

pág. 18

pág. 7

Bela atitude vista de fora

4 PRIMEIRO PLANO O Setúbal Mais Bonita voltou a contribuir para a beneficiação do concelho. O aumento da atratividade da Baixa e a pintura de praticamente toda a extensão da Rua Vasco da Gama foram pontos fortes.

6 LOCAL Obras estão a requalificar o Largo José Afonso enquanto o parque escolar sai reforçado com um novo equipamento no Bairro Afonso Costa. A Autarquia está a ouvir a população e apoia as freguesias.

12 ESPECIAL Os 40 anos do 25 de Abril foram festejados por todo o município, num dia que lembrou a necessidade de retomar os valores da Liberdade e Democracia. Há também histórias curiosas em torno da data.

14 PLANO CENTRAL Um grupo de jovens está a contribuir para mudar o olhar do exterior em relação à Bela Vista. A dinâmica criada pela população traduz-se em projetos e ajudam os bairros a tomarem parte ativa na cidade.

16 CULTURA O Núcleo de Bicross de Setúbal venceu pela primeira vez as Marchas Populares, numa edição dominada por três coletividades. A cidade recebeu ainda o desfile da qualidade do Festival de Música.

19 TURISMO Setúbal pôs à prova o que de melhor tem para oferecer em termos de vinhos e gastronomia, num novo evento. Azeitão recorre à tradição para cativar os visitantes com os sabores e os aromas da região.

20 FREGUESIA Azeitão tem mais uns lavadouros recuperados. S. Sebastião abriu as portas do Centro Sociocultural Elmano Sadino e a União das Freguesias de Setúbal deu água e luz ao fontanário da Fonte Nova.

21 DESPORTO O Polidesportivo de Vale de Cobro permite a prática de futebol e basquetebol à população local. A pesca lúdica é outra atividade em alta, com a realização de mais uma feira específica dirigida a praticantes.

22 EDUCAÇÃO O final do ano letivo foi celebrado com animação no Há Festa no Parque, que juntou famílias no Jardim do Bonfim. Setúbal recebeu pela primeira vez um encontro nacional da Rede de Cidades Educadoras.

23 ACADEMIA A Escola Secundária D. Manuel Martins dá cartas na inovação, agora como uma sala de aulas futurista. Na Escola Superior de Ciências Empresariais desenvolve-se uma estratégia de marketing para a região.

24 RETRATOS Uma barbearia à moda dos anos 60, inspirada em Paris e Nova Iorque, nasceu na Fonte Nova. A barba é feita à navalha e com toalha quente, com os clientes numa cadeira de que não apetece levantar.

25 INICIATIVA A percussão marca o ritmo do BelaBatuke, grupo que junta perto de setenta alunos em torno das sonoridades. O ensino da música é apenas o ponto de partida deste projeto escolar da Bela Vista.

26 MEMÓRIA O Foral Manuelino, marco na organização do território, faz 500 anos. Bem mais recente, há uma praça que mostra a ligação entre Setúbal e o Brasil por força da importância internacional de Bocage.

28 PLANO SEGUINTE A Feira de Sant’Iago tem os 40 anos do 25 Abril como tema inspirador para noites animadas. A Setúbal Bay regressou após um ano de interregno e logo com o número recorde de todas as edições.

Page 3: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

3SETÚBALabril|maio|junho14

edit

oria

lFui há dias distinguida, pelo senhor Presidente da República, com uma condecoração nas

comemorações do dia 10 de Junho e que muito me honrou.

Trata-se de uma distinção pessoal, entregue à cidadã e presidente da Câmara Municipal Maria

das Dores Meira, mas, acima de tudo, é uma condecoração atribuída pelo trabalho que temos feito

na cidade, com a cidade e pela cidade.

Uma condecoração atribuída pela enorme transformação que temos feito, com setubalenses

e azeitonenses, por todo o concelho.

Por isso, esta é também uma medalha entregue a todos os que, na equipa a que presido,

se entusiasmam com esta terra.

Mais do que isso: é uma medalha entregue a todos os setubalenses e azeitonenses que amam

a sua terra, que trabalham afincadamente por uma cidade melhor, mais justa, onde é bom viver

e trabalhar.

Uma medalha que, também por esta razão, teria sempre de aceitar.

Porque o que está em causa é Setúbal.

O que está em causa é o reconhecimento que o órgão de soberania que é a Presidência da República,

órgão autónomo de quem o ocupa a cada momento, faz do nosso trabalho em Setúbal.

Vivemos numa conjuntura complexa, em que se reclamam

atos simbólicos que possam ser entendidos como posições

de protesto contra as injustiças que todos os portugueses estão

a ser alvo, em especial contra a especial fixação que este

governo tem com os funcionários públicos e os pensionistas

e reformados, duramente afetados por cortes de salários,

reduções de pensões, anulação de direitos sociais arduamente conquistados.

Entendo que afirmar o enorme trabalho do executivo municipal a que presido é também

um poderoso ato simbólico de afirmação da visão política que temos da cidade.

Uma visão que se consubstancia em atos, em obras, em transformações profundas por todo

o concelho, mas também em posições políticas de clara rejeição do caminho por onde o País

está a ser conduzido.

Uma visão que se consubstancia, por exemplo, na defesa dos setubalenses que são afetados pelo

encerramento do Centro de Saúde de Santa Maria ou pela intenção de reduzir valências do Hospital

de Setúbal.

Mais do que atos simbólicos, fazemos política todos os dias.

Rejeitamos em permanência a injustiça.

Talvez também por isso me tenham condecorado.

Pela minha perseverança na defesa dos setubalenses e azeitonenses, na defesa dos direitos sociais

de todos os que habitam este espaço concelhio, pela transformação que estamos a operar

em Setúbal, uma cidade da qual existe hoje uma perceção externa completamente diferente.

Uma cidade que continuaremos a afirmar como a Capital da Margem Norte do Sado, como uma

das mais importantes cidades portuguesas.

A condecoração do dia 10 de Junho foi entregue à cidadã e presidente da Câmara Municipal Maria

das Dores Meira, mas, mais do que isso, foi entregue a todos os setubalenses e azeitonenses que,

nos últimos anos, connosco, se têm empenhado profundamente na transformação desta nossa

terra.

Por isso, reafirmo: esta é uma Condecoração para Setúbal!

Muito obrigada a todos os que me permitiram, em seu nome, receber esta condecoração.

Uma Condecoraçãopara Setúbal

Esta é uma mEdalha EntrEguE a todos os sEtubalEnsEs E

azEitonEnsEs quE amam a sua tErra

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

Page 4: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

4SETÚBALabril|maio|junho14

prim

eiro

plan

o

Centro histórico mais bonito

Esta edição do projeto “Setúbal Mais Bonita” teve um toque especial. O início do fim do paradigma de uma Baixa “cinzenta”. Lojistas recriaram o melhor que Setúbal tem para oferecer. A intervenção no centro histórico permitiu também uma requalificação ímpar na Rua Vasco da Gama. Um pouco por todo o concelho, os voluntários deixaram obra à vista

A Baixa de Setúbal não podia estar mais bonita. “Está linda!”, exclama alguém, enquanto clica na máquina fotográfica. “É para os santos popula-res”, induz em erro outra pessoa que passa. A Rua Dr. Paula Borba vai-se enchendo de gente. Primeiro ouve-se a música dos Cantares do Sado, segue-se a multidão. “É a presidente da Câmara. É ela, é”, ouve-se, aproximando-se um pouco mais para que não haja dúvida. Ma-ria das Dores Meira veste o “traje de trabalho”, como chama à t-shirt do “Setúbal Mais Bonita”, à semelhança de tantas outras pessoas, da vereação e técnicos da Autarquia à multidão de voluntários da quarta edição des-te projeto municipal, mas não passa despercebida. De luvas enfiadas nos bolsos das cal-ças, faz questão de cumprimentar os comerciantes da antiga Rua dos Ou-rives. O momento é de festa. A decoração, suspensa no “céu” en-tre os largos Francisco Soveral, ou da Ribeira Velha, e da Misericórdia, recorda o rio azul, como canta o gru-po Cantares do Sado, acompanhado de coro e palmas rua acima. quem

também está presente neste dia, o segundo desta edição do projeto mu-nicipal, que se realizou entre 6 e 8 de junho, é António Manuel Ribeiro, dos UHF, e Luís Buchinho, estilista setubalense.Peixes, chocos e golfinhos, a ilustrar o que de melhor o rio Sado tem para oferecer, pendem das redes de pes-ca, onde não falta a cadeira de praia e o chapéu-de-sol. Entre trapilho, lã, linha e outros materiais, os motivos decorativos feitos por comerciantes, amigos e familiares, num trabalho de meses, para embelezar a Baixa da cidade, pesa quatro toneladas.A paragem obrigatória é junto da loja da Tininha, a comerciante que coor-denou esta iniciativa, com o apoio da Atlantic Ferries e da Troiaresort.Um brinde oficializa a “amostra do que vai acontecer na Baixa”, como refere Maria das Dores Meira, sa-lientando que este é um exemplo da “mudança do paradigma da Baixa cinzenta”.A presidente da Câmara Municipal agradece o esforço de todos os que “trabalharam muito, muito para pôr de pé este lindo projeto, o primeiro de mui-

tos”. Está dado o “tal clique que falta-va” para motivar quem ali trabalha.

Rua como nova

O Largo da Palmeira é o ponto de en-contro para o início oficial das inter-venções do projeto municipal “Se-túbal Mais Bonita”, que teve como parceira as tintas Barbot.Por volta das nove da manhã, a pre-sidente e os vereadores André Mar-tins, Carlos Rabaçal, Carla Guer-reiro, Manuel Pisco e Pedro Pina começam por recuperar o murete do largo. Lixar, envernizar e pintar fo-ram tarefas nada desconhecidas uma vez que este projeto já vai na quarta edição. Para a Mariana, de apenas 3 anos, talvez tudo seja novidade, mas é com entusiasmo que ajuda a pintar de amarelo uma fachada com o ir-mão de 13, a mãe e o pai.À medida que os voluntários vão chegando, são distribuídos bonés, t-shirts, luvas, trinchas, rolos e lixa. Enquanto uns lixam e envernizam o assento de madeira do murete, ou-tros pintam-no de branco.Mas a grande operação de requalifi-

cação está logo ali, a poucos metros, na Rua Vasco da Gama, onde litros e litros de tinta Barbot deslizam nas fachadas de vários edifícios. Gruas sobem e descem, andaimes mon-tam-se e desmontam-se, centenas de mãos pintam portas, janelas e frisos. E como um puxa o outro, para exe-cutar as intervenções previstas, os proprietários alinharam na onda da cidadania, voluntariado e embele-zamento, e adquiriram as tintas para contarem com a ajuda dos voluntá-rios nas pinturas.A meio da manhã, entre o Largo da Palmeira e a Praça Machado dos Santos, os edifícios da Rua Vasco da Gama começam a exibir um novo rosto, em tons de amarelo, salmão, verde, vermelho e azul.“Está excelente!”, frisa a presidente da Câmara Municipal ao olhar de um extremo ao outro da rua, salientando o “ambiente” ali gerado com centenas de voluntários a “transformarem Se-túbal, a pôr Setúbal mais bonita”.Enquanto isso, os edifícios do Largo Joaquim António de Aguiar, antigo Largo da Machadas, junto da Rua Ar-

Page 5: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

5SETÚBALabril|maio|junho14

Centro histórico mais bonito

Veja a reportagem em vídeo www.mun-setubal.pt/pt/galeria-video ou diretamenteneste código qR

ronches Junqueiro, são pintados por motards do Moto Clube de Setúbal.Um dos voluntários lembra que na-quele largo, onde era montado um palco, festejavam-se os santos po-pulares. “A ‘Arronches Junqueiro’ esta-va sempre cheia de gente.”Assim foi mais um ano do “Setúbal Mais Bonita”, com muitas famílias, amigos, colegas e vizinhos, de Azei-tão à Gâmbia, a reabilitar a imagem urbana, ao pintarem floreiras, ban-cos, edifícios e muros e replantarem canteiros e espaços ajardinados.

Dia das escolas

Desporto, jardinagem e horticultura foram as temáticas escolhidas por alunos e professores para esta edição nas escolas, com ações realizadas no primeiro dia, a 6 de junho.A pintura de bolas de basquetebol e voleibol, raquetas de pingue-pon-gue, pinos e outros materiais asso-ciados à prática desportiva ocupou a manhã na EB n.º 2 do Faralhão. O muro que envolve o campo de jogos foi o local escolhido para decorar a escola, que recebeu, além das tintas,

plantas para os canteiros do recreio. Ionut, 9 anos, é romeno e soletra o nome para que não haja enganos. Diz não saber se passou para o 4.º ano, mas com os “Muito Bom” em todas disciplinas não é difícil adivinhar que sim.Neste dia diferente, em que uns cor-rem para um lado e outros para o oposto, quase esbarrando nos copos de iogurte aproveitados para levar as tintas em pequenas quantidades,

fazem-se filas para, dois a dois, agar-rarem nos pincéis. “Eu pintei de ama-relo e a minha amiga Maria, de azul.”O mesmo fazem os colegas Sandro e Francisco, que pintaram uma bola de voleibol e um pino, desenhados pelas professoras das Atividades Extracur-riculares.Já no edifício que acolhe três turmas da EB da Bela Vista e jardim-de-in-fância estão a ser pintados caracóis, borboletas, minhocas e flores.Uma das professoras que acompa-nham o Diogo, que prefere a borbo-leta, e a Maísa, o caracol, salienta que estão a “prolongar o jardim” e a horta que fizeram no muro interior.O vereador Pedro Pina não resiste em tirar fotografias para mais tarde recordar. Mais do que requalificar espaços, este projeto que integra escolas do concelho vale, “acima de tudo, pela participação, pelo envolvi-mento das crianças, dos pais e dos pro-fessores”.A EB da Bela Vista, igualmente visita-da, quis transpor, para três muros, o bairro, o Sado e outros simbolismos como a “árvore da sabedoria” e as “plantas da integração”.

As tintas Barbot foram a princi-pal parceira da Câmara Munici-pal na quarta edição do “Setúbal Mais Bonita”, que contou ainda com o envolvimento das em-presas Vibeiras, EDP, Carmo-na, Fertagus, Portucel, Jumbo/Auchan, JVR Construções, Re-frige, Águas do Sado, Santander Totta, Atlantic Ferries e TST, as quais contribuíram com apoio financeiro ou logístico, na anga-riação de voluntários e, mesmo, na execução de ações.

APOIO À CIDADANIA

Page 6: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

6SETÚBALabril|maio|junho14

loca

l

Mais vida para o Largo José Afonso. Novos es-paços para a circulação pedonal, a par de áreas dedicadas à restauração, propõem renovadas dinâmicas para o reforço da atratividade da-quele espaço privilegiado de lazer da cidade, entre o centro histórico e a frente ribeirinha.O alargamento da alameda lateral poente do Largo José Afonso em mais de uma dezena de metros para a criação de uma plataforma técnica de apoio à realização de eventos é uma ação já a decorrer naquele espaço público com mais de 35 mil metros quadrados.Esta obra de requalificação urbana liderada pela Autarquia, um investimento da ordem dos 150 mil euros, permite a instalação de um conjunto de equipamentos de apoio no Largo José Afonso, espaço utilizado regularmen-

A Câmara Municipal iniciou, no fi-nal de abril, a terceira fase da em-preitada de reabilitação da rede de drenagem de águas que serve os bairros da Terroa e do Peixe Frito, operação que visa solucionar um conjunto de situações prioritárias que afetam o normal funcionamen-to daquele sistema.A obra, um investimento de mais de 40 mil euros, com conclusão prevista para breve, aponta à reso-lução de problemas estruturais que afetam a infraestrutura de sanea-mento, uma das principais e mais

Terroamelhora

redes

Largo ganha atratividadeO usufruto do Largo José Afonso é alargado com um conjunto de arranjos que reforça o potencial

de utilização daquele espaço privilegiado de lazer. A criação

de uma plataforma logística para apoio a eventos é uma

das novidades introduzidas naquela área, para a qual

está projetada a futura biblioteca municipal

te para a dinamização de pequenos eventos, onde existe um auditório.Pontos de acesso à rede elétrica, um novo sis-tema de abastecimento de água e de recolha de águas pluviais, a par de um conjunto de equipamentos para a deposição de resíduos sólidos urbanos gerados aquando da reali-zação de eventos, são inovações introduzidas numa área com 590 metros quadrados.A obra inclui a redução da rodovia, para 3,5 metros, ficando o Largo José Afonso apenas com um sentido único de trânsito (norte/sul), na ligação da Avenida Luísa Todi com a frente ribeirinha, sendo que o sentido inver-so é assegurado naturalmente através da Rua João de Deus.A empreitada, iniciada em abril, inclui o re-

forço da iluminação pública e a criação de uma nova linha de árvores, assim como o cal-cetamento da rodovia e da ampliada alameda em calçada portuguesa, com diferentes di-mensões, para diferenciar as duas áreas. A zona conquistada com a redução da via é integrada no aumento do passeio que descola das fachadas dos edifícios a poente do Largo José Afonso, ação que possibilita o funciona-mento, em simultâneo, de uma área de pas-seio e esplanadas.O Largo José Afonso, para o qual está proje-tada a futura Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, é utilizado, regularmente, para a di-namização de várias iniciativas, das mais po-pulares e bairristas a eventos gastronómicos e vínicos de promoção turística.

Obra recupera reservatórioO reservatório elevado da Bela Vista é rea-bilitado numa empreitada liderada pela Au-tarquia superior a 250 mil euros, com ações de reforço estrutural do equipamento e de modernização, através da reformulação dos circuitos hidráulicos. A obra, com conclu-são prevista para o final de julho, inclui a re-qualificação urbanística da zona envolvente àquela infraestrutura, localizada na Avenida Belo Horizonte.

Garantia repara avenidaVários troços de zonas de circulação pedonal e de ciclovia da Avenida José Saramago foram reparados em abril numa operação realizada no âmbito da garantia da obra, acionada pela Autarquia após verificação de anomalias. Os trabalhos, a cargo da empresa responsável pela execução original da rodovia, envolve-ram a regularização de pavimentos em ambos os sentidos daquela via localizada num polo comercial.

Semáforos dão segurançaAs condições de segurança pedonal e rodoviá-ria na Avenida D. Manuel I saem reforçadas com a instalação de sinalização semafórica, numa área próxima da interseção com a Rua do Monte. Para concluir esta operação da Câ-mara Municipal de Setúbal, executada no iní-cio de maio e com um custo superior a três mil euros, falta proceder à ligação dos respetivos ramais elétricos, ação a realizar em breve pela EDP.

Rua beneficiada em AzeitãoA Rua Casal Verde, na Jardia, é beneficiada com a construção de um conjunto de infra-estruturas urbanas básicas, cuja primeira fase decorreu até meados de maio. A criação de sistemas de saneamento e de abasteci-mento de água e a definição de zonas de cir-culação pedonal são ações já concretizadas na empreitada. Brevemente, por adminis-tração direta, a Autarquia procede à pavi-mentação do arruamento.

antigas da cidade. A separação e reabilitação dos coletores da rede pública de saneamento – domésti-co e pluvial – é um dos principais objetivos da empreitada, com tra-balhos centrados na Avenida Soeiro Pereira Gomes, com o objetivo de evitar a necessidade de frequentes operações de manutenção.Os trabalhos permitem aumentar a capacidade de recolha, transporte e encaminhamento das águas pro-venientes do sistema de drenagem pluvial e doméstico, impedindo inundações em caso de ocorrência

de períodos de chuva intensa. A Au-tarquia procede ainda ao reforço do sistema de abastecimento de água na zona, ação que inclui a criação de novos ramais, a par da eliminação de algumas ligações ilegais deteta-das.A reabilitação da rede de sanea-mento básico da Terroa e do Peixe Frito, em virtude da dimensão e dos encargos financeiros, é realizada por etapas. A maior intervenção foi executada em 2011, num inves-timento global superior a 600 mil euros.

Page 7: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

7SETÚBALabril|maio|junho14

Mais um passo na progressiva me-lhoria das condições de ensino no concelho. A entrada em funciona-mento do Centro Escolar do Bairro Afonso Costa é o culminar de uma fase de grandes investimentos da Câmara Municipal no parque esco-lar. Mas há mais a caminho. Nos estabelecimentos de ensino, “materializou-se o melhor da Revolu-ção, em especial a democratização do acesso ao ensino, algo que foi negado por demasiado tempo”, sublinhou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na inauguração do equipamento, a 24 de abril. O centro escolar, projeto execu-tado em três fases por se tratar da ampliação e modernização da an-tiga escola do Bairro Afonso Costa, serve 260 alunos do 1.º ciclo do en-sino básico, a que se juntam outras

A área de usufruto da zona ribeiri-nha foi aumentada numa interven-ção liderada pela Câmara Municipal, executada em maio, que culminou com a demolição de um conjunto de imóveis obsoletos instalados na zona poente da Praia da Saúde.A operação incluiu, além da retirada dos edifícios, a limpeza daquela área junto do Parque Urbano de Albar-quel, dando continuidade ao obje-tivo estratégico de requalificação da frente ribeirinha da cidade.A intervenção, numa área com cerca de 60 metros lineares, incluiu uma ação especial de remoção e trata-mento de telhas de fibrocimento, trabalhos acompanhados por uma equipa especializada. Os restan-tes materiais foram encaminhados para reciclagem e vazadouro.A demolição do conjunto de imó-

As estratégias e políticas ur-banas delineadas para o futuro de concelho foram apresen-tadas numa sessão integrada nas comemorações dos 154 anos de elevação de Setúbal a cidade, realizada a 23 de abril, que destacou alguns dos novos projetos-âncora.“Temos de olhar para o território como um suporte determinante para o sucesso de uma estratégia urbanística integrada”, subli-nhou a presidente da Autar-quia, Maria das Dores Meira, na conferência “Elevação de Setúbal a Cidade, estratégia urbana e novos projetos”. A forma como a cidade se de-senvolveu e as políticas ur-banas adotadas na revisão do Plano Diretor Municipal foram temáticas transversais a todo o encontro, realizado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a participação de especia-listas ligados ao urbanismo.O modelo de crescimento que está na génese do desenvolvi-mento urbano, os principais marcos de evolução da cidade e a filosofia adotada para o fu-turo do território foram temas aflorados pelo arquiteto Fer-nando Travassos, do Urbanis-mo da Autarquia.As políticas de gestão territo-rial definidas, com o intuito de otimizar e retificar aspetos da evolução urbanística, devem centrar-se na “desfragmen-tação da cidade, numa melhor articulação entre os equipamen-tos e no preenchimento de vazios urbanos”, frisou.

Urbanismo apresenta estratégias

Zona ribeirinha alarga utilização

Centro escolar favorece ensinoDe portas abertas à aprendizagem,

o novo Centro Escolar do Bairro

Afonso Costa é feito de história e modernidade.

Serve três centenas de

alunos, entre o pré-escolar

e o 1.º ciclo do ensino básico, e

aplica em pleno o conceito de escola

a tempo inteiro

veis devolutos materializa mais um passo na preparação daquela área da frente ribeirinha que acolherá o Terminal 7, equipamento que fun-cionará como um polo de promoção de atividades náuticas, com centro de apoio náutico, espaço expositi-vo, centro interpretativo e didático, zonas de restauração e comerciais e áreas técnicas administrativas.Enquanto o projeto do Terminal 7 não avança, o espaço intervencio-nado pode vir a ser utilizado pela Câmara Municipal para apoio logís-tico a eventos dinamizados no cor-redor ribeirinho, nomeadamente provas e competições desportivas. A concretização desta operação marca mais um passo no grande ob-jetivo de devolver o usufruto de lazer daquela área à população e de apro-ximação da cidade ao rio.

quatro dezenas de crianças que fre-quentam a valência de pré-escolar.A autarca salientou que o ensino é alvo de um forte investimento por parte do Executivo municipal, que tem apostado “com grande intensida-de na escola pública com fortes inves-timentos em novos equipamentos e na renovação e modernização de outros”.O presidente da Junta de S. Sebas-tião, Nuno Costa, sublinhou que o centro escolar é “um equipamento fulcral para a construção do futuro co-letivo” e que faz parte “de um percurso longo e pensado, que tem vindo a ser implementado na freguesia e por todo o concelho”.O investimento de 2,6 milhões de euros, comparticipado com fundos comunitários no âmbito do qREN – quadro de Referência Estraté-gico Nacional e pelo Programa de

Expansão da Rede de Educação Pré-Escolar, começou pela construção do jardim-de-infância, em funcio-namento desde 2011.Na segunda fase foram construídos dois edifícios, dotados de oito salas de aula e serviços administrativos, a que se juntam um refeitório e uma cozinha, que já estavam em funcio-namento, e áreas de utilização co-mum para crianças do 1.º ciclo e do pré-escolar.A terceira fase centrou-se na reabi-litação do imóvel original e cente-nário da EB do Bairro Afonso Costa. Apesar da intervenção de moderni-zação, o traço arquitetónico original foi mantido e o edifício reabilitado ficou com duas salas de aula, uma biblioteca, uma mediateca e uma sala polivalente.O estabelecimento de ensino conta

ainda com um novo campo de jogos e passagens pedonais cobertas que garantem a ligação entre os edifí-cios. O Centro Escolar do Bairro Afonso Costa funciona a tempo in-teiro, em regime normal e com re-feições para todos os alunos.“Se tivermos como referência 2006, ano de aprovação da Carta Educativa Concelhia, apenas 24 por cento das turmas do 1.º ciclo estavam em regime normal”, recordou Maria das Dores Meira, acrescentando que atual-mente é possível “afirmar que, com a ampliação desta escola, o concelho está perto dos 75 por cento”.A próxima etapa nesta estratégia, adiantou na cerimónia, integrada nas comemorações locais dos 40 anos da Revolução dos Cravos, será o Centro Escolar da quinta da Caia-da, projeto que já está preparado.

As novas estratégias passam pelo “reforço e reabilitação do centro histórico, pelo preenchi-mento de espaços vazios através da reurbanização e de uma ar-ticulação urbana funcional”, salientou Fernando Travassos, para acrescentar que é impe-rativo “não crescer acima dos li-mites fragmentados da cidade”.Na conferência, além de uma abordagem às intervenções em curso e obras já realizadas, fo-ram apresentados em porme-nor dois projetos na agenda do desenvolvimento da cidade, a nova Biblioteca Pública Muni-cipal de Setúbal e o Terminal 7.

Page 8: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

8SETÚBALabril|maio|junho14

loca

l

A Câmara Municipal de Setúbal relançou, em finais de abril, o programa “Ouvir a Popula-ção, Construir o Futuro”, após o êxito regis-tado no anterior mandato, com o objetivo de verificar novas necessidades de intervenções em todo o concelho.A freguesia de S. Sebastião, com trabalho de terreno desenvolvido até ao final de junho, foi a primeira visitada no âmbito deste segundo ciclo do programa, para o mandato de 2013--2017.Executivo municipal, corpo técnico da edili-dade e autarcas das freguesias deslocam-se a diversos locais para observarem questões muito diversas, diferentes das detetadas na campanha anterior ou decorrentes de proble-mas registados em locais intervencionados mas que, por alguma razão, ressurgiram.De realçar que, do levantamento resultante das visitas de terreno realizadas em 2010 e 2011, um total de 94 por cento das situações foram resolvidas, permanecendo apenas por solucionar problemas que obrigam a investi-mentos maiores e que ficaram a aguardar fi-nanciamento.

A presidente da Câmara Municipal denun-ciou, no Encontro Anual de Avaliação da Ati-vidade de Crianças e Jovens 2013, realizado no início de maio, que os mais novos são par-ticularmente afetados pelos efeitos do mode-lo político de combate à crise.No evento, que decorreu no Fórum Municipal Luísa Todi, Maria das Dores Meira lamentou a “violência da crise económica e social que destrói

Ouro distingue Antoine VelgeA Medalha da Cidade em Ouro, a mais alta distinção de Setúbal, foi entregue a 16 de abril, a título póstumo, a Antoine Velge, num reconhecimento pelo trabalho bene-mérito desenvolvido no concelho e na di-namização da economia local. A “merecida distinção”, como sublinhou a presidente da Câmara Municipal, que concede o tí-tulo de cidadão honorário de Setúbal, foi entregue a um neto do empresário belga.

Em memória dos pescadores A memória dos marítimos desaparecidos foi evocada a 31 de maio numa cerimónia do Dia do Pescador, promovida pela Au-tarquia no Cemitério da Piedade, com a deposição de flores e um cântico dedicado às gentes do mar. Na evocação, realizada junto do Memorial ao Pescador Setubalen-se Desaparecido, a vereadora Carla Guer-reiro sublinhou a forte ligação da pesca com a história e identidade de Setúbal.

Convento promove segurançaAs comemorações do Dia Nacional de Pre-venção e Segurança no Trabalho incluíram, a 16 de maio, no Convento de Jesus, uma ação de sensibilização para meia centena de trabalhadores das empresas envolvidas na requalificação em curso naquele mo-numento. A sessão versou, em particular, a segurança na utilização de produtos quí-micos e a prevenção de doenças profissio-nais e acidentes de trabalho.

Festa em diálogo culturalA Fonte Nova recebeu, a 10 maio, o “Ar-raial Março Mulher”, iniciativa organizada pela SEIES, com apoio da Autarquia, que proporcionou uma festa para crianças e adultos, com música, ateliers e artesana-to. Gastronomia regional e internacional, petiscos e peças de vestuário, entre outros artigos, estiveram ao dispor nesta ação in-tegrada nas iniciativas Maio – Diálogo In-tercultural e Março Mulher 2014.

Ouvir ajuda a resolverCada freguesia, cada bairro, cada rua. A Autarquia volta a palmilhar o concelho em busca da identificação dos problemas mais prementes. O programa “Ouvir a População, Construir o Futuro” está aí, com o segundo ciclo

Passeios deteriorados, raízes de árvores na via pública, abrigos de passageiros danificados, entulhos de construção por recolher, pavi-mentos e mobiliário urbano degradados, falta de iluminação, canteiros por arranjar, eco-pontos mal localizados, árvores por podar e carência de equipamentos públicos são alguns dos factos observados.Além dessa verificação e registo de situações, a comitiva realiza ainda visitas a um conjun-to significativo de instituições, associações, escolas e empresas. Nalguns casos, promove reuniões com os responsáveis, o que permite aprofundar o conhecimento sobre realidades específicas.Acresce que a presidente e os vereadores da Câmara Municipal de Setúbal efetuam sessões de atendimento individualizado à população, por marcação, uma forma de ouvir os muní-cipes sobre questões que lhes são próximas.

Inédito em Portugal

Depois de S. Sebastião, segue-se, em julho e setembro, a União das Freguesias de Setúbal,

resultante da junção das freguesias da Anun-ciada, de Santa Maria e de S. Julião. As restantes freguesias, Azeitão, Sado e Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra são visitadas até ao final do ano.O “Ouvir a População, Construir o Futuro” é uma operação municipal inédita sem prece-dentes em Portugal que aproxima, como nun-ca, a população da gestão autárquica. O pro-grama permite resolver os problemas mais urgentes de cada freguesia com rapidez e efi-cácia, no âmbito de um levantamento exaus-tivo que identifica as principais necessidades dos munícipes.Esta metodologia, adotada no âmbito da filo-sofia de município participado, transversal a todo o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Setúbal, apura com precisão o que, em cada freguesia, cada bairro, cada rua, pode ser feito em prol da qualidade de vida das populações e da imagem urbana do concelho.As visitas permitem ouvir os anseios dos ci-dadãos e dos autarcas locais, mas também dos comerciantes, do pequeno e grande empre-sário, dos dirigentes associativos e escolares, dos responsáveis de instituições.

Combate à crise afeta criançaso País”, a qual “tem atingido as crianças e jovens de forma particularmente dramática”.A discursar na sessão de abertura, a autarca afirmou que “há fome na escola porque há fome em casa”, afirmando que esta realidade deve ser combatida.Na cerimónia inaugural, que contou com a presença do ministro da Solidariedade, Em-prego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, a presidente do Município garantiu que “cada vez mais famílias têm dificuldades em cumprir necessidades básicas das crianças, como a ali-mentação, o vestuário, a habitação, o material escolar e os cuidados de saúde”.Referiu que não haveria necessidade de cons-tituir comissões de Proteção das Crianças e Jovens em Risco (CPCJ) se os direitos cons-titucionais das crianças fossem assegurados, como “o direito à proteção e a cuidados espe-ciais, o direito ao amor e ao afeto, ao respeito pela

sua identidade própria, o direito à diferença e à dignidade social, o direito a serem desejadas, à integridade física, a uma alimentação adequa-da, ao vestuário, à habitação, à saúde, à segu-rança, à instrução e à educação”. No início do encontro, em que também es-tiveram presentes o presidente da Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, e a presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Setúbal, Carla Roberto, a autarca lembrou o trabalho desenvolvido ao longo de 15 anos da aplicação da Lei de Proteção das Crianças e Jovens em Risco.Maria das Dores Meira realçou “o esforço dos parceiros locais e da Câmara Municipal, sabendo que nem sempre o princípio da subsidiariedade é cumprido, pela dimensão dos problemas, pelas dificuldades em alocar recursos ou simplesmente porque a comissão não é prioridade”.

Page 9: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

9SETÚBALabril|maio|junho14

Rastreios cardiovasculares e informações sobre fatores de risco, a par de conselhos para a adoção de um estilo de vida saudável, foram proporcionados gratuitamente à população no “7 Dias do Coração”, realizado na primeira quinzena de maio.A “consulta” de cardiologia ao ar livre, disponibilizada na área central da Avenida Luísa Todi, co-meçou com uma pequena triagem. Seguiu-se, de acordo com as neces-sidades de cada utente, um circuito de rastreios de fatores de risco car-diovascular e de avaliação física.Dislipidémia, diabetes, obesidade, fibrilação auricular/hipocoagulação, hipertensão arterial e tabagismo foram aspetos analisados nesta ini-ciativa do Centro Hospitalar de Se-túbal, com o apoio da Autarquia.A diretora clínica do Centro Hos-pitalar de Setúbal, quitéria Rato, ao destacar a importância da iniciati-va, realizada no âmbito do Mês do Coração, sobretudo “num momento económico sensível”, frisou a neces-

Setúbal foi este ano a capital esco-lhida para as comemorações nacio-nais do Dia Mundial da Hiperten-são, a 17 de maio, numa iniciativa organizada pela Sociedade Portu-guesa de Hipertensão.Além de rastreios e sessões de es-clarecimento junto da população, o programa de atividades contou com uma cerimónia solene, no Sa-lão Nobre dos Paços do Concelho, em que se falou da importância da hipertensão como fator de risco de doença cardiovascular.A presidente da Câmara Municipal

Freguesias recebem valor recorde

Hipertensão sob vigilância

Tudo por um bom coração

A Câmara Municipal de Setúbal transfere o maior

valor de sempre para as juntas de freguesia. Durante este mandato

são mais de 11 milhões de euros a conceder no âmbito

da política de delegação de competências. Com

a noção de que a maior proximidade com os problemas ajudar a

resolvê-los bem e depressa

Os procedimentos administrativos que descentralizam competências da Câmara Municipal de Setúbal nas cinco juntas de freguesia do conce-lho, com a transferência, até 2017, de mais de 11 milhões de euros, fo-ram assinados a 6 de maio.A presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, salientou na ce-rimónia, realizada nos Paços do Concelho, que os 11 milhões e 108 mil euros, para o mandato 2013--2017, constituem “o mais alto valor transferido” nos últimos mandatos desde há 14 anos.Como consequência da reorganiza-ção administrativa territorial autár-quica e das alterações introduzidas pela Lei n.º 75/2013, a delegação de competências para as juntas de fre-guesia, anteriormente assegurada por protocolos, passa a ser garanti-da por acordos de execução, contra-tos interadministrativos e protoco-

los de colaboração, procedimentos com vigência prevista de um man-dato autárquico.“Não precisámos que o Governo ditas-se esta lei para fazermos a descentra-lização de competências porque já a fazíamos. Foi só fazer alguns ajusta-mentos”, comentou Maria das Dores Meira.Com os presidentes das juntas de freguesia de S. Sebastião, de Azeitão, do Sado e de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra e da União das Freguesias de Setúbal presentes na cerimónia de assinatura dos acordos, contratos e protocolos, a autarca afirmou que “a delegação de competências, ou, dito de outra forma, a descentralização de poderes, é, acima de tudo, um aper-feiçoamento da democracia local com o qual ganham as pessoas, a cidade e todo o território concelhio”.Para isso, a Câmara Municipal transfere para as cinco juntas de

A prática desportiva regular constituiu um dos principais conselhos que os profissionais de saúde passavam aos utentes. “Setúbal tem uma frente ribeirinha de excelência para caminhadas”, sublinhou a diretora clínica.Os cuidados a ter no dia-a-dia são alargados à alimentação, com uma série de fatores de risco a

evitar, nomeadamente o uso exces-sivo de sal na confeção de refeições e a ingestão exagerada de alimentos ricos em gorduras saturadas, res-ponsáveis, entre outras incidências, por problemas de colesterol.Ateliers de culinária e uma cami-nhada foram outras ações do “7 Dias do Coração”, organizado em colabo-ração com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a Faculdade de Mo-tricidade Humana, a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Setúbal e a Escola de Hotelaria de Setúbal, com os apoios do Jumbo de Setúbal, da Águas de Penacova e da Jaba Re-cordati e o patrocínio da Boehringer Ingelheim.

sidade de a população conhecer e compreender, antecipadamente, os fatores de risco cardiovascular e po-tenciais sintomas de doença.“As questões sociais que as famílias portuguesas estão a passar podem conduzir a situações de stress, um dos principais fatores de risco de doença cardiovascular”, alertou a médica, para apontar a necessidade de um trabalho de proximidade e de pre-venção junto da comunidade. A promoção de um estilo de vida saudável, nomeadamente com uma alimentação correta e a realização de exercício físico, para minimiza-ção de riscos, foi uma das principais apostas do “7 Dias do Coração”.

freguesia, este ano, 2 milhões e 687 mil euros, valor que sobe para 2 mi-lhões e 807 mil euros nos anos de 2015, 2016 e 2017.O facto de a descentralização ser quadrienal é outra vantagem. “Faz--se tudo agora, discute-se tudo ago-ra”, referiu, embora possa haver complementos se, por exemplo, for construída uma nova escola ou um novo um jardim.Dos mais de 2,8 milhões de euros a transferir anualmente, 924 mil e 414,97 euros são para a Junta de Freguesia de S. Sebastião, 730 mil e 991,62 para a Junta de Freguesia de Azeitão, 655 mil e 860,29 para a União das Freguesias de Setúbal, 271 mil e 261,37 para a Junta de Fre-guesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra e 224 mil e 680,59 euros para a do Sado.Maria das Dores Meira destacou a importância destes protocolos,

Sebastião, e a gestão e conservação do mercado mensal de Azeitão são tarefas igualmente ao abrigo dos acordos de execução, embora sem necessidade de transferências fi-nanceiras da Câmara para as juntas no âmbito dos mesmos.Os contratos interadministrati-vos celebrados, com um montante anual de 344 mil e 622 euros, pre-veem que todas as juntas de fre-guesia assegurem tarefas de con-servação e reparação de sinalização vertical não iluminada e de conser-vação e manutenção de placas topo-nímicas e de calçadas.A União das Freguesias de Setúbal e as juntas de freguesia de S. Sebas-tião e de Azeitão garantem ainda a limpeza de edifícios municipais. quanto a Azeitão, acresce a gestão e conservação dos cemitérios de Vila Nogueira e de Vendas de Azeitão.A Câmara Municipal celebrou ain-da protocolos de colaboração com a Junta de Azeitão para apoio ao funcionamento do posto de aten-dimento da Autarquia naquela fre-guesia e com a Junta de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra para o fun-cionamento do polo da Biblioteca Municipal.“Um cêntimo na mão de uma junta de freguesia equivale a três ou quatro cên-timos”, referiu Maria das Dores Mei-ra, ao congratular-se com o empe-nho dos autarcas locais. “É tudo mais rápido e tempo também é dinheiro.”Os presidentes das juntas de fre-guesia demonstraram agrado com o novo modelo de descentralização de competências, que permite, tal como tem acontecido em anos an-teriores, beneficiar sobretudo as populações.

recebeu, neste encontro ao final da manhã, o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Fernando Pinto, o coordenador nacional das comemorações do Dia Mundial da Hipertensão, Francisco Torres, e o secretário-geral da SPH, Manuel Carvalho Rodrigues.Problemas cardiovasculares, renais ou coronários são algumas compli-cações a que estão sujeitas as pes-soas com tensão arterial elevada, tema abordado na sessão, em que estiveram presentes o presidente do Vitória Futebol Clube, Fernando Oliveira, o vice-presidente António Aparício e o ex-treinador do clube sadino José Couceiro.Ao longo do Dia Mundial da Hiper-tensão, a iniciativa, organizada com o apoio da Câmara Municipal de Se-túbal, incluiu rastreios da pressão arterial e ações de sensibilização para a população sobre o tema e estilos de vida saudáveis a adotar, num espaço montado na Avenida Luísa Todi.

que, “pela proximidade acrescida que conferem ao exercício do poder local democrático, pela maior eficácia que permitem na rápida e eficaz resolução de muitos problemas”, são de extre-ma importância para as populações “pelo reflexo que têm nas suas vidas quotidianas”.

Intervenções variadas

Os acordos de execução, no va-lor anual de 2 milhões, 435 mil e 307,84 euros, destinam-se a asse-gurar que as cinco juntas de fregue-sia realizem pequenas reparações em estabelecimentos de ensino do pré-escolar e 1.º ciclo e nos espaços envolventes e façam a manutenção de áreas verdes e a limpeza de vias e espaços públicos, de sarjetas e de sumidouros.A gestão e manutenção do Mercado da Confeiteira, na freguesia de S.

Page 10: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

10SETÚBALabril|maio|junho14

O melhor da gastronomia local, temperada com muita música e o visionamento dos jogos do Campeonato do Mundo de Futebol, é oferecido a setubalenses e turistas no Fest’Asso, a funcio-nar no Cais 3 do Porto de Setúbal até 13 de julho.As coletividades, principal energia motora des-te género de certames, esmeram-se para sedu-zir a clientela com pratinhos de fazer crescer a água na boca. Do rio, vêm o choco, as ovas, o camarão, a santola e as lambujinhas, iguarias servidas à moda de Setúbal. As bifanas, os ham-búrgueres, os cachorros e os caracóis também não faltam. Assim como as moelas, os couratos e as entremeadas.A iniciativa, organizada pela União das Fregue-sias de Setúbal, dá continuidade às dinâmicas de apoio ao movimento associativo e procura manter viva as tradições populares das extintas

COMENDADORA. A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, foi agraciada nas cerimónias do Dia de Portugal com o grau honorífico de Comendador da Ordem do Mérito, que distingue atos ou serviços meritórios praticados no exercício de funções públicas ou privadas que revelem abnegação em favor da coletividade. “Creio que é o reconhecimento do trabalho que, com todos os setubalenses e azeitonenses, temos feito em prol do nosso concelho”, referiu a comendadora, após receber a distinção das mãos do Presidente da República (foto Luís Filipe Catarino/Presidência da República).

Fotografia dá vitória a amadorAndré Carvalho foi, pelo segundo ano, o grande vencedor da Meia Maratona Fotográfica de Setúbal. O participante de 55 anos, de Loures, vencedor tam-bém em 2012, arrecadou o prémio da 11.ª edição para o melhor conjunto de imagens e a distinção para melhor fotografia, no subtema “Espaço Pú-blico”. Nesta edição, o tema que ins-pirou os 47 fotógrafos amadores par-ticipantes foi “Reabilitação Urbana”. O vencedor do concurso, integrado no programa municipal m@rço.28, que assinala localmente o Mês da Juven-tude, arrecadou ainda outras quatro menções honrosas.

Coroada como melhor modeloA setubalense Bárbara Gavaia Rodri-gues foi eleita a melhor modelo da Europa no concurso Future Model & Talent World, realizado em abril, na Turquia. Coroada, a jovem, de 17 anos, representante de Portugal no concur-so mundial, quis agradecer o apoio do Município ao levar a bandeira de Setúbal para Istambul. A presidente da Autarquia, que elogiou a beleza da modelo, estudante na Escola Secun-dária Sebastião da Gama, destacou o orgulho na “excelente” representação de Bárbara numa competição que reúne modelos, entre crianças e jo-vens, de vários países.

Crianças caçam ovo da PáscoaCentenas de crianças participaram na Caça ao Ovo da Páscoa, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Azeitão que proporcionou brincadeiras no Parque da Cooperativa, em Vendas de Azei-tão. Pintura de ovos, teatro de fanto-ches concebido pelo grupo de volun-tários e muitos doces alusivos à época, desde os cupcakes aos coelhos em for-ma de chupa-chupas, passando pelas bolachas a lembrar ovos, foram pro-porcionados a miúdos e graúdos nesta atividade. Os livros infanto-juvenis também não faltaram a esta primeira edição da Caça ao Ovo da Páscoa, rea-lizada a 12 de abril.

Festa de olho no MundialTrinta dias a petiscar o melhor que Setúbal tem para oferecer em termos de gastronomia, com o rio a dois passos de distância. O novo Fest’Asso começou em meados de junho e acaba a meio de julho. A transmissão dos jogos do Mundial de futebol em ecrã gigante é um dos aliciantes

freguesias, agora agregadas no âmbito do pro-cesso de reorganização administrativa.Durante trinta dias, com a brisa do Sado a re-frescar os dias e as noites quentes, o Fest’Asso passa os vários jogos televisionados do Mundial de futebol num ecrã gigante de 6 por 4,5 me-tros, enquanto se degustam petiscos nas espla-nadas das tasquinhas.Além de muito futebol e gastronomia, servi-da numa dezena de espaços, utilizados rotati-vamente pelas 22 associações e coletividades presentes, medida fomentada com o intuito de promover o estreitamento de laços entre os participantes, os visitantes dispõem de diverti-mentos, mostras de artesanato e diversos mo-mentos de animação e música.Canta Brasil, Jorge Nice, Arsha, Ash is a Robot, Amigos do Xico da Cana, Luís Portela, Cantares

do Sado, Os Alcorrazes, Toy e Belito Campos são alguns dos nomes que já passaram ou ainda vão passar pelo palco do Fest’Asso, a par de espetá-culos de tunas, sevilhanas e música por DJ.“A nossa intenção é, ano após ano, procurar enri-quecer este certame com mostras de trabalhos das várias associações e coletividades da freguesia, seja qual for a área de intervenção”, adianta o presi-dente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, confiante no sucesso da festa, organiza-da com o apoio da Câmara Municipal.O certame funciona no Cais 3 do Porto de Se-túbal de domingo a quinta-feira, das 18h00 à 01h00, exceto nos dias em que os jogos do Campeonato do Mundo de Futebol começam mais cedo, nomeadamente às 17h00, enquanto às sextas e aos sábados o horário é alargado até às 02h00.

A cidade de Setúbal é o palco da mais recente telenovela da SIC, a estrear em setembro no horário nobre.A história desenrola-se principalmente na cidade sadina, com boa parte das gravações a realizarem-se no Bairro da Fonte Nova, no Mercado do Livramento e na Doca dos Pesca-dores.Na Rua Vasco da Gama, a Câmara Municipal, que estabeleceu entretanto um protocolo de colaboração com a SP Televisão, antecipou uma intervenção já prevista no âmbito de reorga-nização urbana e retirou os pilaretes que deli-

Setúbal inspira telenovelamitavam a faixa de rodagem naquela artéria do centro histórico.A Autarquia prevê, após a conclusão das filma-gens, com a duração de sensivelmente um ano, que os limites da faixa de rodagem daquela rua passem a ser constituídos por mobiliário ur-bano mais pequeno e esteticamente apelativo, bem como por floreiras.Com Setúbal a constituir-se como a principal referência geográfica da telenovela, os locais e as ruas mencionados no decorrer da história não são ficcionados e correspondem à reali-dade.

A Câmara Municipal, além de apoio logístico às filmagens, assume-se ainda como mediadora entre a SP Televisão e outras entidades locais, no sentido de se agilizar burocracias e autoriza-ções necessárias para a realização de filmagens.Ao longo da rodagem dos cerca de 300 episó-dios que constituem a nova telenovela da SIC podem surgir constrangimentos pontuais na cidade, nomeadamente ao nível da circulação rodoviária e de estacionamento, dificuldades compensadas pela grande exposição mediática da cidade e do concelho e o consequente retor-no ao nível de setores como o turismo.

Page 11: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

11SETÚBALabril|maio|junho14

loca

l

O empreendedorismo, o espíri-to de cidadania ativa e a inclusão digital são promovidos no Comité para a Democratização da Informá-tica. O projeto, direcionado para a comunidade jovem, funciona no Mercado 2 de Abril e disponibiliza um conjunto de recursos tecnoló-gicos e ações de formação.A iniciativa de âmbito internacio-nal, promovida pela AICD – Asso-ciação para a Inserção por Centros Digitais de Informação, é imple-mentada localmente através de um protocolo de colaboração, assinado a 28 de abril entre aquela institui-ção e a Câmara Municipal.“Este é um território no qual há mui-

A higiene urbana dos pátios do Bairro da Bela Vista é reforçada com uma equipa comunitária de limpe-za, composta por seis moradores, que zela pela manutenção do espaço público desde o início de junho.A iniciativa, do programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, é garantida através de um protocolo de cola-boração celebrado entre a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia de S. Sebastião e a ACM – Associação Cristã da Mocidade. As tarefas conduzidas pela “Equipa Comunitária de Limpeza Urbana da Bela Vista” incidem nos 19 pátios e zonas adjacentes do “Bairro Ama-relo”, espaços reabilitados através do programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envol-vente.O fardamento e outros equipamen-tos necessários para a execução dos trabalhos, como carrinhos de varre-dura, pás e vassouras, foram dispo-

As entradas de vários prédios do edificado habitacional do Bairro da Bela Vista estão a ser alvo de intervenções de beneficiação. A instalação de portões é umas das melhorias introduzidas no âmbito destas operações, que visam o reforço das condições de segurança.As obras, promovidas pelos moradores com o apoio da Câmara Municipal, são dinamizadas no âmbito do pro-grama “Nosso Bairro, Nossa Cidade” e impulsionadas no espírito de participação cidadã do projeto “Setúbal Mais Bonita”, com ações de embelezamento urbano.A Autarquia cede cimento, areia e tijolos, os materiais de alvenaria utilizados pelos moradores para fechar as entradas dos prédios, que contam, em breve, com no-vos portões, adquiridos pelos inquilinos e instalados com apoio técnico dos serviços camarários.As intervenções, além de reforçarem o sentimento de segurança dos moradores, asseguram melhores condi-ções de limpeza e manutenção dos prédios, trabalhos garantidos pelos próprios residentes, alguns já com condomínios constituídos.Paralelamente a estas obras, a Câmara Municipal de

AMBIENTE. Uma ação de sensibilização para a recolha e separação seletiva de óleos

alimentares usados realizou-se a 12 de abril, nas imediações

e dentro do Mercado do Livramento. A campanha,

com distribuição de folhetos informativos e oferta de funis

que ajudam na recolha, em casa, de óleos alimentares usados, foi

promovida pela ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida,

com o apoio da Autarquia, no âmbito do projeto RecOil.

Informática fomenta criatividade jovem

O espírito empreendedor de um

grupo de jovens da Bela Vista é estimulado

através de um projeto que democratiza o uso das novas tecnologias. A criação de um jornal

de bairro é a primeira iniciativa a nascer no

âmbito do Comité para a Democratização da

Informática

Moradores zelosos

Bela Vista beneficia prédios

tos talentos para trabalhar”, salien-tou a presidente da Autarquia, Ma-ria das Dores Meira, para destacar a “grande transformação” gerada na Bela Vista e na zona envolven-

te, sobretudo através do programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, que envolve os moradores em ações de melhoria dos bairros.A autarca acentuou que esta é uma

“iniciativa de oportunidades” ao dirigir-se aos jovens que tiravam apontamentos e captavam imagens do momento com o intuito de pro-duzir um trabalho para constar no

nibilizados pelos serviços camará-rios, que promoveram, igualmente, sessões de formação.A iniciativa, executada em regime de voluntariado, é comparticipada pela Autarquia, que apoia este projeto com um subsídio anual destinado a financiar, com o valor simbólico de três euros por hora, o trabalho de cada morador envolvido.A valorização das capacidades da população, através da prestação de uma colaboração de grande utili-dade para a comunidade, é um dos objetivos da iniciativa, que fomenta, ao mesmo tempo, a cidadania ativa na utilização adequada dos espaços públicos.Através do projeto pretende-se, igualmente, que o modelo possa vir a ser alargado a outros moradores daquele bairro da cidade, no senti-do de elevar o sentido de responsa-bilização individual na manutenção do espaço no qual residem.

jornal “O Bairro”, a primeira ini-ciativa dos oito jovens, entre os 15 e os 22 anos, que integram o novo projeto.O fundador e presidente do Comité para a Democratização da Infor-mática, Rodrigo Baggio, recordou o lançamento deste projeto em Portugal, há um ano. “Lançámos as sementes e hoje estamos a colher os frutos”, sublinhou, orgulhoso do trabalho promovido pelos jovens setubalenses.“Este é o primeiro passo, um exem-plo que queremos estimular”, frisou aquele responsável ao folhear uma edição do jornal, que inclui um lo-gotipo personalizado que integra três bairros – Bela Vista, Alameda das Palmeiras e Forte da Bela Vista – assim como uma imagem de gru-po em caricatura.A criação de um jornal foi a res-posta encontrada pelo grupo de trabalho para quebrar estereótipos quanto à imagem da Bela Vista no exterior. No futuro, há a possibi-lidade de este projeto se tornar sustentável e local de trabalho para alguns dos participantes.

Setúbal dá continuidade à conservação do parque habi-tacional da Bela Vista, com um conjunto de empreitadas a decorrer desde maio, que visam suster a degradação do edifi cado.As operações, que materializam um investimento su-perior a 50 mil euros, incidem, sobretudo, na reabilita-ção de revestimentos e de fachadas de prédios, a par do reforço estrutural nas caixas de escadas.

Page 12: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

12SETÚBALabril|maio|junho14

espe

cial

Portugal viaja por caminhos

diferentes dos que Abril trilhou há quarenta anos,

como se uma nuvem ensombrasse o dia inicial inteiro e limpo descrito por

Sophia de Mello Breyner. Setúbal festejou a data à

espera de melhores dias, a recordar

a urgência em recuperar os ideais

da Revolução dos Cravos

Abril festeja por melhores diasOs 40 anos do 25 de Abril foram vividos em clima de festa no con-celho, mas a presidente da Câmara Municipal de Setúbal não esqueceu a necessidade de lutar por um país com futuro que dê trabalho e digni-dade aos portugueses.“Não houve, nem haverá, machado que nos corte a raiz ao pensamento, há 40 anos, como hoje. Abril demons-trou-o com a alegria que as revoluções comportam, com a dignidade que só os povos conhecem”, assinalou a Ma-ria das Dores Meira, em sessão so-lene da Assembleia Municipal.É tempo, acrescentou, de questio-nar o caminho apontado, de inter-rogar se a Revolução foi uma linha contínua ou se a realidade atual de-monstra uma inversão de marcha que deve ser travada. “A resposta a esta questão é fácil e resulta de um imperativo de consciência: claro que temos o dever de travar este retrocesso! É o que faremos porque a história não acabou.”A autarca defendeu que este dia de festa deve ser usado para afirmar a capacidade de construir uma so-ciedade melhor e mais justa, que acabe com as desigualdades e res-peite os direitos políticos, sociais e económicos alcançados. “Quere-mos, acima de tudo, ter a possibilida-de de viver com dignidade.”

Maria das Dores Meira afirmou que comemorar Abril “é também comemorar a inigualável obra que o Poder Local Democrático fez em todo o País”, considerando que as câmaras municipais e as juntas de fregue-sia são “os principais responsáveis pela correção das abissais diferenças de desenvolvimento entre os grandes centros urbanos e um interior que foi, durante demasiado tempo, esquecido e desprezado”.Esse “esquecimento e desprezo”, aler-tou, começa de novo a acentuar-se, realidade materializada no encer-ramento de diversos equipamentos do Estado e na entrega a privados de serviços básicos e que “se con-sumou com a extinção de freguesias, sem qualquer respeito pelas identi-dades locais e históricas, contra a vontade das populações, contra tudo e contra todos”.A Câmara Municipal de Setúbal, afirmou Maria das Dores Meira, orgulha-se do “contributo funda-mental” que dá para “o Portugal construído pelo Poder Local Demo-crático”, apesar das dificuldades, nomeadamente financeiras.Por isso, destacou a autarca, no caso de Setúbal, o esforço feito nos últimos anos pela melhoria da qualidade de vida das populações resulta num retorno para a eco-

nomia local. Isto ao atrair “novos investidores, novos visitantes, novos turistas em número nunca alcança-do” e gerar “a alteração de perceções sobre Setúbal”.E garantiu que a Autarquia tudo fará, no contexto das oportuni-dades que surjam no quadro dos apoios comunitários, para “trans-formar projetos em realidades”.

Concelho comemora

Os 40 anos do 25 de Abril foram assinalados por todo o concelho de Setúbal com um programa co-memorativo que incluiu um vasto leque de atividades e incentivou a população a festejar a data nas ruas em ambiente de convívio.Após uma cerimónia do hastear da bandeira e a sessão solene da As-sembleia Municipal, o Coro Lima Voxx, constituído por alunos da ES 2,3 Lima de Freitas, recordou num pequeno concerto de dez minutos, à entrada dos Paços do Concelho, perante cerca de uma centena de pessoas, temas clássicos do perío-do da Revolução dos Cravos, como “Filhos da Madrugada” e “Somos Livres”.Pouco depois, no coreto da Avenida Luísa Todi, o grupo de percussão BelaBatuke e a banda da Socieda-

de Musical Capricho Setubalense recuperaram outros temas conhe-cidos de Abril, numa atuação que culminou com o público a entoar o refrão de “Grândola, Vila Morena”.Seguiu-se uma cerimónia de de-posição de flores no Monumento à Resistência Antifascista, organiza-da pela Autarquia e pelo núcleo de Setúbal da URAP – União de Resis-tentes Antifascistas Portugueses.Francisco Lobo, representante da URAP, sublinhou a importância de “recuperar o ideário que a Revolução deixou”, valores que considera es-tarem ameaçados na atualidade, quando “a riqueza de apenas 25 fa-mílias totalizam 10 por cento do PIB de Portugal, algo que faz lembrar o período antes do 25 de Abril, em que 40 famílias sustentavam o fascismo”.Seguiu-se uma visita a atividades das várias freguesias, nomeada-mente à de Azeitão, onde foram inaugurados uns antigos lavadou-ros, agora recuperados, em Vila Nogueira (ver pág. 20).Antes, durante a manhã, no Parque da Lanchoa, em Setúbal, decorre-ram várias atividades desportivas, complementadas com animação musical e uma exposição de arte-sanato. Em paralelo, o mesmo local foi ponto de partida e chegada da 9.ª edição da Corrida da Liberdade.

Page 13: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

13SETÚBALabril|maio|junho14

Da infância, recorda as manhãs animadas em que o pai punha no gira-discos um vinil do Zeca Afonso e ouvia foguetes e gaiteiros nas ruas de Palmela, onde cresceu. “Contam-me os meus pais que quando era pequena pergun-tava se todos aqueles festejos eram por ser o meu aniversá-rio.”Anos mais tarde, nos jantares de aniversário, Márcia distribuía cravos pelos amigos e, à meia-noite, além dos parabéns, cantavam-lhe “Grândola, Vila Morena”. “Sempre gostei de comemorar o meu aniversário e o 25 de Abril com as pessoas, na rua, pois esta é uma celebração do povo, de liberdade e fraternidade.”Tal como Maria da Paz, a família de Márcia “sempre se

preocupou” em explicar o significado e valor da data. “Com maior ou menor entendimento, penso

que cedo fui percebendo que tinha nascido num dia de grande significado para Portugal, como também foi inspirador e exemplo para outros

países.” Márcia, com 35 anos, tem vindo a reunir

livros, jornais, documentários, discos e fotografias de família, que utiliza em

exposições e muito jeito deram para trabalhos na escola. Na facul-

dade, apresentou uma série de depoimentos sobre as expe-riências aquando da instrução

primária.Por isso, há uma importância acrescida para aqueles que nasceram depois da revolu-

ção. Celebrar a liberdade, mas também procurar estar informa-

do, esclarecido, além de “questio-nar e pensar o futuro”.

Conceição Noronha ainda viveu 11 anos no antigo regime. Nascida a 25 de

abril de 1963, confessa que não tem no-ção dos últimos anos da ditadura e só com-

preendeu a importância da data por volta dos 14 anos.Depois da Revolução dos Cravos, o aniversário passou a ter contornos duplamente especiais, celebrando o nascimento e a liberdade “tão importante para a demo-cracia”. Na escola, sentia “uma vaidade enorme por ter nascido neste grande dia” e a responsabilidade acrescida de “res-peitar os ideais de Abril, os princípios da revolução, e dá-los a conhecer aos outros”. Conceição tenta incutir esses valores aos filhos, cele-brando o aniversário a assistir aos festejos das come-morações do 25 de Abril.

Há 40 anos, quando Maria da Paz veio ao mundo, na noite de 25 de abril de 1974, em Almada, já a prima ti-nha nascido em Vizela, ao mesmo tempo que a revolu-ção acontecia na capital, às primeiras horas da manhã.Um feliz acaso entre a família de Maria da Paz e a Re-volução do Cravos que não se fica por aqui. Há outras coincidências, como o nascimento noutro 25 de abril dos dois sobrinhos gémeos. Por pouco, também o filho mais velho nasceria na mesma data, mas foi um pouco preguiçoso. Aniversários à parte, Maria da Paz sente que tem um dever cívico “mais apurado” porque desde cedo a famí-lia esclareceu sobre o antigo regime e a importância da Revolução da Liberdade. “Os meus pais sempre come-moravam de uma maneira diferente, participando em manifestações, incutindo-me os valores grandio-sos pelos quais se fez a Revolução de Abril.”Maria da Paz sentiu no seio familiar as agruras do antigo regime. “Vários fami-liares viveram fugidos da PIDE, batalhando sempre por um mundo melhor, inclusive um tio de meu pai, que trabalhou com Álvaro Cunhal”, conta Maria da Paz, que era para se chamar Maria da Liberdade. Não deixaram. Nos dias imediatos à Revolução dos Cravos, a conserva-tória de Almada não autorizou o registo do nome “Liberdade”. Agora com 40 anos, explica que, ain-da assim, os pais quiseram homenagear as “transformações vividas e ganhas naquele dia, que iriam trazer a Portugal muita alegria e ’Paz’”.Embora a data seja especial para as pessoas que saibam o que mudou no contexto político, eco-nómico e social do País, Maria da Paz lamenta que, “para uma grande parte da população, o 25 de Abril é só mais um feriado”.Lembra-se que tomou consciência do significado da data do aniversário quando, aos 5 anos, numa ma-nifestação em Lisboa, se perdeu dos pais. “Alguém, que reparou em mim, levou-me ao palco e foi bonito ter muitas pessoas a baterem-me palmas.”

Parabéns e Zeca Afonso

Márcia Pacheco, nascida a 25 de abril de 1979, sente-se “muito vaidosa” por ter nascido numa data tão simbóli-ca. “A minha família sempre deu muita importância a este dia e sempre se preocupou em explicar-me o significado e valor.”

A Câmara Municipal de Setúbal, em colaboração com as seis escolas do ensino secundário do concelho, lan-çou um desafio aos alunos. Simplesmente responder o que o 25 de Abril representa para os jovens entre os 13 e os 17 anos.De escola em escola, recolheram-se depoimentos, fotografaram-se rostos e o resultado final ficou à vista

Palavra aos jovens

Paz nascida na revolução

Abril festeja por melhores diasJá no Clube Desportivo, Cultural e Recreativo de Gâmbia realizou-se um jogo de futebol e uma matiné dançante, enquanto na Fonte Nova, na Associação Centro de Bem-Es-tar Social dos Reformados e Idosos de Setúbal, muitos pensionistas festejaram Abril ao ritmo de um animado baile.“40 Poemas à Liberdade” é o título de uma exposição inaugurada, ao final da tarde, na Biblioteca Pública Municipal, com textos de autores consagrados, numa viagem literá-ria com início no século XVIII, com Bocage, um dos primeiros portu-gueses a dedicar poesia ao tema da liberdade, e final já em pleno sécu-lo XX, com Jaime Rocha.De regresso aos Paços do Conce-lho, a Casa da Poesia de Setúbal apresentou o livro “Abril, 40 Anos, 40 Poetas”, com poemas de auto-res locais. Alexandrina Pereira, da comissão instaladora da Casa da Poesia de Setúbal, agradeceu todo o apoio que a Câmara Municipal tem dado na constituição da nova asso-ciação cultural, bem como para a produção da publicação lançada no 25 de Abril.No programa comemorativo pre-visto para o feriado, a Artiset – As-sociação de Artistas Plásticos de Setúbal, com a colaboração da As-

sociação José Afonso, inaugurou a exposição “Entre Trovas e Canti-gas”, no Espaço das Artes da Casa da Cultura.Também no âmbito das festivi-dades do dia 25 de Abril, A Naifa apresentou, à noite, no Fórum Mu-nicipal Luísa Todi, o concerto “As Canções d’A Naifa”.O serão reservou ainda a apresen-tação da peça “A Estrela de Seis Pontas” e a tertúlia “Conversas sobre Abril”, no Teatro de Bolso, numa organização do Teatro Ani-mação de Setúbal, e o lançamento do livro “Militares e Política: o 25 de Abril”, de Luísa Tiago Olivei-ra, numa iniciativa do programa “Muito Cá de Casa”, desenvolvido pelo atelier DDLX na Casa da Cul-tura.Na véspera, na noite de 24, Sérgio Godinho voltou a atuar em Setúbal passados dez anos sobre o concerto de inauguração da Feira de Sant’Ia-go no atual recinto, localizado nas Manteigadas.A seguir ao concerto de Sérgio Go-dinho, que atraiu uma multidão à Praça de Bocage, seguiu-se um espetáculo de fogo-de-artifício na Avenida Luísa Todi nos primeiros minutos da madrugada que com-pletou 40 anos sobre o 25 de Abril de 1974.

de todos, com pendões colocados nos respetivos esta-belecimentos de ensino.Os alunos envolvidos neste projeto fizeram o trabalho de casa e com os familiares (re)descobriram que mui-tas coisas foram conquistadas, como a Democracia e a Liberdade, esta, sem dúvida, a palavra mais pronun-ciada.

Page 14: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

14SETÚBALabril|maio|junho14

plan

oce

ntr

al

driana, Cassandra, Bruno (Congas), Flávio (Tiozinho), Leny, Jessica, Eti, Indi, Cristina, Leandro, Idalé-cio, Helder (Babas) e Janete são os bravos que pretendem “Mudar o Olhar” ao acreditarem ser possível mudar a forma como os olhares de quem está de fora incidem sobre a Bela Vista.Outra certeza que estes jovens têm é de que essa mudança não passa só por “cimentar” boas vizinhanças, tão-pouco por recuperar edifícios e pátios no labiríntico complexo urbanístico dos anos 70. Mas já é um princípio, uma ponta solta para desmistificar o que sai dos limites do bairro, sobretudo na comunica-ção social.O “Nosso Bairro, Nossa Cidade” tem possibilitado tudo isto, não es-quecendo, sobretudo, o lado huma-no. A constituição de condomínios, as reuniões com moradores e os vários programas direcionados às novas gerações têm sido prioridade tanto da Câmara Municipal como dos que ali residem.Estela, ou “Tia”, como carinhosa-mente lhe chamam, garante que a Bela Vista está diferente e que “as novas gerações são mais calmas”. Prova disso é o envolvimento dos jovens em múltiplas atividades. O projeto “Mudar o Olhar”, sob orientação da Tia, é exemplo da vontade dos 15 jovens que planifi-cam e concretizam, com a coorde-nação conjunta com a Autarquia.E o que planeiam estes munícipes com idades entre os 15 e os 23 anos?

Olhos abertos à mudançaA Bela Vista está diferente. As novas gerações marcam

a diferença. Fazem por isso ao aproveitar a embalagem do projeto “Nosso Bairro, Nossa Cidade”. Trabalham para desconstruir estigmas e construir novos olhares

Aterceira, do festival. A folha de pre-sença roda por todos e o nome de cada um começa a encher as linhas. Metade do grupo está presente.Adriana, uma das jovens, faz o pon-to da situação. querem um festival diferente dos outros anos, com “diversidade de estilos para não ser só

música africana”, bem como acres-centar a vertente de dança ao pro-grama.Do fado à música popular, a maior parte dos artistas sugeridos é de Se-túbal, mas também são propostos participantes de outros concelhos para subirem ao palco.

Bruno bem tentou mas não conseguiu entrar na Escola D. Manuel Martins. A alternativa foi a Escola Secundária de Bocage, o “Liceu”, como ainda hoje se lhe referem. Aos 19 anos, o “Congas” frequenta o segundo ano do curso técnico-profis-sional de Apoio à Infância. quanto ao futuro não sabe o que lhe reserva.Amizades “só na turma” e pouco mais, e, mesmo assim, não foi fácil. Não gosta da escola, sente-se deslocado e, por falar em deslocação, Bruno não esquece o primeiro mês de aulas em que, por não ter a senha do passe, descia a pé da Bela Vista até à escola no centro da cidade.

Bela Vista no liceu

Festival de Música e Dança, com desfile de moda incluído, e mono-torização das Férias do Bairro, as de verão, Páscoa e Natal, além de uma formação de informática para desenvolverem um projeto, patro-cinado pela Microsoft. Este curso, do Comité para a Democratização Informática, vai permitir a criação de um jornal online disposto num ecrã gigante nas ruas da Bela Vista onde passem notícias e campanhas de sensibilização e formação cívi-cas. “Mudar o Olhar” de fora para dentro, mas também a servir de exemplo para os de “casa”.

Olhar para a música

É na reunião quinzenal, entre o “Mudar o Olhar” e o grupo de tra-balho da Câmara Municipal, que se cose o que vem alinhavado das reu-niões em casa da Tia.A poucas semanas do Festival de Música e Dança, a 19 de julho, no Parque Verde da Bela Vista, ainda falta confirmar a presença e a boa vontade de artistas, fazer o alinha-mento do espetáculo, tecer estra-tégias de comunicação, angariar patrocínios e amadurecer o desfile de moda que querem integrar no evento.Ao final da tarde, depois das aulas, os jovens começam a chegar a con-ta-gotas ao Gabinete da Bela Vis-ta, da Câmara Municipal, onde os esperam os técnicos da Autarquia que ali estão para apoiar o grupo na organização de mais uma edição, a

Page 15: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

15SETÚBALabril|maio|junho14

Olhos abertos à mudança

Para assistir ao espetáculo estão convidados os moradores dos bair-ros vizinhos Alameda das Palmei-ras, Forte da Bela Vista, Manteiga-das e quinta de Santo António e, claro, todos os setubalenses e não setubalenses.O que se pretende com este festival

é que, através da música, da dança e do convívio, a Bela Vista comece, finalmente, a ser vista com outros olhos, com bons olhos, sem medos nem preconceitos, onde todos são bem-vindos. A pouco mais de um mês do acon-tecimento, o programa está longe

de estar fechado. O entusiasmo é tal que os jovens presentes na reunião quinzenal entre o grupo “Mudar o Olhar” e os técnicos da Autarquia se atropelam nas sugestões.“Para decidirmos alguma coisa tem de ser em conjunto”, lembra a Tia, pon-do ordem na mesa. quem fica res-

ponsável por conseguir patrocínios e quem começa a alimentar a página do facebook “Mudar o Olhar”, à me-dida que o festival começa a ganhar forma.Até lá, agenda-se a próxima reunião no gabinete da Autarquia e, entre o grupo, o encontro mais informal

e com maior frequência na casa de Estela para o final da tarde do dia seguinte.

Uma “tia” do bairro

Cassandra, 15 anos, é a mais nova do grupo e a que está, literalmente, em casa, na Avenida da Bela Vista. A rapariga, que estuda na Escola D. Manuel Martins, é filha de Estela, a matriarca do “Mudar o Olhar”. Em casa desta família, os jovens reúnem-se frequentemente en-chendo a sala, ao final da tarde, já ocupada por Emanuel, o filho mais novo da “tia” Estela, sempre pre-sente nas reuniões, por um aquário com peixes, por um hamster e pela cadela Lady. Estela, convidada a coordenar o projeto “Mudar o Olhar” há um ano, substituindo a “tia Riquita”, acredi-ta no que o “Nosso Bairro, Nossa Cidade” pode fazer pela Bela Vista. “Os miúdos são responsáveis, podem confiar neles”, garante, ansiando que de uma vez por todas os estig-mas à volta dos problemas do bairro desapareçam e que se desconstrua a imagem de insegurança. “Não dei-xam de ser miúdos.”A “tia” – uma forma de os angola-nos mostrarem respeito pelos mais velhos, enquanto estes tratam por “mãe” a geração mais antiga – veio da então Nova Lisboa, atual Huam-bo, para Portugal aos 2 anos. “Sou mais portuguesa do que angolana. Gostava de lá ir, mas acho que não conseguiria viver.”A Setúbal chegou há mais de vinte anos e à Bela Vista há apenas um, embora morasse nas proximidades, e não se arrepende.Na sala de estar de Estela, no tercei-ro andar, as janelas estão abertas e ouvem-se os “miúdos” lá em baixo a jogar à bola. “Daqui a pouco vão para casa e não se ouve mais nada. A Bela Vista mudou.”

Page 16: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

16SETÚBALabril|maio|junho14

cult

ura

O concurso das Marchas Populares

de Setúbal 2014 baixou o pano com

um vencedor inédito no concurso. Três

grupos arrecadaram a totalidade dos

galardões em disputa. A entrega de prémios

é a 26 de julho

Pelos sítios da memóriaA inauguração da mostra “A semente lançada germinou” e a visita aos luga-res de Sebastião da Gama assinalaram o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a 18 de abril. Com o tema “Luga-res de Memória”, o Museu do Trabalho expôs instrumentos musicais, partitu-ras e fotografias de músicos. Em Azei-tão, percorreram-se locais na Arrábida onde Sebastião da Gama se inspirou para escrever alguns dos seus poemas.

O produtor Paulo Branco, com mais de 270 filmes em Por-tugal e no estrangeiro, foi homenageado com o Golfinho de Carreira na última edição do Festroia, edição que dis-tinguiu, com o prémio máximo, uma película servo-croata.“Não sei o que dizer. Um produtor normalmente não fala, age”, afirmou Paulo Branco. “Festivais como o Festroia devem ser aplaudidos, pois fazem com que o cinema continue a ser visto, ouvido e falado.”“As Crianças do Sacerdote”, obra do realizador Vinko Brešan, arrecadou o Golfinho de Ouro do 30.º Festival In-ternacional de Cinema de Setúbal, edição em que a própria

Museu pela noite dentroCaldo verde, livros e música animaram a Noite dos Museus, a 17 de maio, no Museu do Trabalho Michel Giacome-tti. Ao contrário do horário normal de funcionamento, as portas do espaço museológico abriram às oito da noite para receber os mais de cem visitantes. O programa, que só finalizou perto da meia-noite, depois de servido caldo verde, contou com a apresentação de livros e momentos de música popular portuguesa.

Alentejo canta para SetúbalUm espetáculo de cante alentejano no Largo da Misericórdia, a 17 de maio, foi o culminar de mais um encontro, o nono, do evento “Alentejo Abraça Se-túbal”. Seis grupos corais alentejanos que participaram nesta iniciativa da Câmara Municipal em parceria com “O Independente” entoaram cânticos, em passo vagaroso e trajando indumentá-ria a rigor, pelas ruas da Baixa da cida-de, surpreendendo lojistas e clientes.

Testemunho da história local“Setúbal Sob a Ditadura Militar 1926|1933”, livro que resulta de uma investigação do historiador Albéri-co Afonso Costa, foi apresentado em maio, numa sessão que teve como ora-dores o historiador Fernando Rosas, o arqueólogo Carlos Tavares da Silva e o designer José Teófilo Duarte, que con-cebeu a capa e editou o livro. Fotogra-fias, recortes de jornais e outros docu-mentos integram ainda a obra.

Montra do cinema europeu

Bicross marchapara vitória inédita

diretora do certame, Fernanda Silva, foi surpreendida com uma distinção, a cargo da organização não-governamental de jornalistas católicos SIGNIS.Fernanda Silva recebeu do bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, um prémio que sublinha o trabalho desenvolvido pelo Festroia e, em especial, pela direção, em garantir a cada edição uma programação diversificada e de qualidade.“Quando soube deste prémio, agora mesmo, ali sentada, pensei para comigo: ‘Já não mando nada aqui’”, brincou Fernanda Silva, instantes após ter recebido a distinção, a qual assi-

nala ainda os 30 anos do festival e os 25 anos nos quais o prémio SIGNIS é atribuído no Festroia.Antes, no início da cerimónia, realizada a 14 de junho, Fernanda Silva já havia deixado a convicção de dever cumprido e, em simul-tâneo, num aparente paradoxo, também por cumprir. “Mais uma vez, sentimos que o público não saiu desiludido com a qualidade da progra-mação. Mas, mal acabe esta edição, começamos imediatamente a pensar como podemos fazer a próxima de uma forma ainda melhor.”A diretora do festival de cinema sadino, no qual foram exibidos 188 filmes entre os dias 6 e 15 de junho, agradeceu os vários apoios que o certame recebe, em especial da Câmara Mu-nicipal de Setúbal, o principal patrocinador.

O Núcleo de Bicross de Setúbal alcançou uma vitória inédita nas Marchas Populares, em deci-são tomada pelo júri após os desfiles a concurso, realizados nos dias 20 e 21 de junho, na Praça de Touros Carlos Relvas.A coletividade, que arrecadou ainda os prémios na categoria de música e de melhor madrinha, Inês Pereira, recorreu à calçada portuguesa e a canteiros florais para evocar “Pedaços de um passado, uma História, uma lição”, com as mu-lheres a desfilarem embelezadas por flores, en-quanto os homens prestaram uma homenagem aos antigos funcionários de limpeza urbana da cidade.O júri, presidido pela cantora Maria José Va-lério, atribuiu o segundo lugar ao Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, que alcançou também os prémios de melhor letra e de desfile.Amores e namoricos, personificados por um

Zé pintor e uma Rosa florista, inspiraram esta marcha, pontuada por flores e paletas, sobre o “Bairro Santos, tela de pintores e floristas”.O restante lugar do pódio é ocupado pelo Gru-po Desportivo Setubalense “Os 13”, que, com o tema “No meu bairro tão velhinho… foi a nossa inspiração”, numa homenagem à evolução da própria marcha e do antigo Bairro da Trindade, leva ainda para casa os troféus de coreografia, cenografia e figurino.Esta coletividade foi, no entanto, penalizada com dois pontos, conforme disposto na alínea c) do ponto 4 do artigo 17.º, por incumprimento do ponto 1 do art.º 17.º do Regulamento do Con-curso das Marchas Populares de Setúbal.A quarta e a quinta posições coube, respeti-vamente, à União Desportiva e Recreativa das Pontes e à ACTAS – Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal

Grupo Desportivo Independente, em sexto, Centro Cultural e Desportivo dos Brejos de Azeitão, em sétimo, Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, oitavo, Diabo no Corpo – Associação Cultural, nono, e Cooperativa de Habitação e Construção Económica Bem-Vinda a Liberdade, décimo, são os restantes lugares da classificação geral.A entrega de prémios do concurso, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, com o pa-trocínio da SGS Car e os apoios da Europrol e da Aplaudir e que, antes dos desfiles a concurso na Praça de Touros, contou ainda com uma apre-sentação das marchas na Avenida da Liberdade, realiza-se a 26 de julho.A cerimónia, com atuação das madrinhas e a presença dos marchantes e alguns arcos, tem lugar na Feira de Sant’Iago, na Praça do Mundo, a partir das 21h00.

Page 17: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

17SETÚBALabril|maio|junho14

Mais de duas centenas de obras de arte de 180 artistas japoneses foram apreciadas em Setúbal na exposição “Arte Atual do Japão”, patente até 22 de junho em quatro galerias muni-cipais da cidade.A mostra foi inaugurada oficial-mente no Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, na Casa da Baía, onde estiveram patentes al-guns dos 225 trabalhos, a par da Casa da Cultura, da Galeria Munici-pal do Banco de Portugal e da Gale-ria Municipal do 11.A presidente da Câmara Municipal de Setúbal salientou na abertura que esta iniciativa “é o prolongamen-to dos laços que unem portugueses e japoneses, laços que se iniciaram no longínquo século XVI”.O embaixador do Japão em Portugal, Hiroshi Azuma, destacou tratar-se de “um privilégio poder apreciar em Portugal um número tão grande de peças de arte japonesas”, sendo este um “excelente exemplo do intercâmbio cultural entre os dois países”.Na cerimónia de inauguração parti-ciparam também o vice-presidente do Clube dos Amigos da Europa e das Artes (CAEA), Bumpei Magori, o diretor-geral das Artes, Samuel Rego, os vereadores Manuel Pisco e Pedro Pina e o presidente da Câma-ra de Comércio e Indústria Luso--Japonesa, Fernando Pinto Bessa.Esteve ainda presente uma dele-gação de 15 artistas nipónicos com

Japão mostra arteSetúbal recebeu uma exposição inédita em Portugal com um importante espólio de arte japonesa nas mais diversas expressões. Quatro equipamentos culturais da cidade acolheram esta mostra de grandes dimensões

obras patentes na exposição, or-ganizada pelo CAEA e pela Câmara Municipal, com o alto patrocínio da Sociedade Internacional de Arte do Japão e o apoio da Embaixada do Ja-pão em Portugal.

Importância do pormenor

A mostra, iniciativa de caráter iti-nerante a nível internacional e que pôde ser vista pela primeira vez em Portugal, integrou um leque alargado de expressões artísticas nipónicas, com pintura, caligrafia, gravura, cerâmica, escultura e arte decorativa como origami e têxteis.Bumpei Magori sublinhou que “o mais importante em qualquer peça de arte japonesa são os pequenos deta-lhes, pois poucas são as que não têm pormenores que merecem uma obser-vação mais cuidada”.Durante a cerimónia inaugural, que contou no início com uma demons-tração de caligrafia japonesa pelo mestre Bokuzan Takada, que pro-moveu ainda, no Mercado do Livra-mento, um workshop, realizou-se uma visita guiada pelo historiador de arte Batista Pereira a todos os es-paços expositivos.Além dos trabalhos patentes, a mostra incluiu iniciativas como conferências, nomeadamente na Faculdade de Belas-Artes da Uni-versidade de Lisboa, e workshops de caligrafia japonesa.

Fórum denota humores variáveis

Os meses de abril e maio foram pródigos em espetáculos no Fórum Municipal Luísa Todi, em particular com música, mas também com teatro de entretenimento.A 4 de abril, o humorista Filipe Menezes apresentou “Loop”, no qual misturou a comédia com muitas doses de música e tea tro. Ouviu-se queen, Madonna e até Michael Jackson rit-mados por uma forte componente humorística.No dia seguinte, a Orquestra Metropolitana de Lisboa promo-veu uma produção encenada de “Così Fan Tutte”, de Mozart, com a participação do Atelier de Ópera da Metropolitana.Uma semana depois, a 11 de abril, o mais recente trabalho de The Legendary Tigerman, “True”, resultou num concerto de rock’n’roll que pôs o público a dançar.No dia 12, num registo bem mais calmo, Mafalda Veiga apre-sentou “Todas as Palavras Tocam”, acompanhada de Filipe Raposo, no piano e arranjos, Lars Arens, trombone e eufónio,

e Cláudio Silva, trompete e flugel. Este foi o segundo evento do “Ciclo Concertos Íntimos” de 2014, enquanto o terceiro e último aconteceu a 10 de maio, no espetáculo acústico “Voz e Piano”, em que Paulo de Carvalho recuperou temas marcan-tes de uma longa e profícua carreira.A música erudita voltou ao Fórum no dia 16, com “Era uma vez o Lied e a Chanson”, uma viagem a obras de grandes com-positores alemães e franceses dos séculos XIX e XX, inter-pretadas pela soprano Ana Paula Russo e pelo barítono Luís Rodrigues, acompanhados ao piano por João Paulo Santos.A 23 maio, a plateia mudou de comportamento e riu a bom rir quando Bruno Nogueira e Manuela Azevedo pediram que “Deixem o Pimba em Paz”. O humorista e a cantora, acompanhados de músicos, fizeram com que canções populares se transformassem em temas de jazz e pop.

Page 18: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

18SETÚBALabril|maio|junho14

cult

ura

Doze espetáculos musicais inspi-rados no mar, com concertos ao ar livre e em espaços culturais, reali-zaram-se, durante quatro dias, na quarta edição do Festival de Música de Setúbal.Entre os dias 29 de maio e 1 de ju-nho, o certame promoveu a cultura e o património musical do concelho, numa organização da A7M – Asso-ciação Festival de Música de Setú-bal, resultante de uma parceria da Câmara Municipal e da The Helen Hamyn Trust, com apoio da Funda-ção Calouste Gulbenkian.O festival chegou ao fim na noite de 1 de junho, com “Mar de Emo-ções”, no Fórum Municipal Luísa Todi, num espetáculo da Orquestra de Câmara Portuguesa com a parti-cipação da soprano Susana Gaspar. No concerto, dirigido pelo maestro Pedro Carneiro, foram interpreta-das obras de Mendelssohn, Mozart, Beethoven, Berlioz e HaydnO certame abriu com “Trova de Três Oceanos”, a 29 de maio, concerto dirigido por Tony Haynes que apre-sentou temas originais deste com-positor e arranjos de músicas das mais distintas proveniências.Ao palco do Fórum subiu meia cen-tena de crianças e jovens da Acade-mia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, do Conservatório Regional de Setúbal e do grupo de percussão BelaBatuke, a que se juntaram dez músicos de todo o mundo da Grand Union Orchestra.No dia 30, o habitual desfile de

Poeta homenageadoUma cerimónia evocativa homenageou Sebastião da Gama no dia em que o es-critor e pedagogo completaria 90 anos, a 10 de abril. No ato, com deposição de flores no monumento dedicado ao poeta da Arrábida, em Vila Nogueira de Azeitão, o vereador da Cultura, Pe-dro Pina, sublinhou que “são homens como Sebastião da Gama que permitem fazer continuar a querer sonhar”. Um passeio na Arrábida, uma exposição e um concerto coral foram outras ativi-dades dedicadas a Sebastião da Gama.

Imagens da revoluçãoMais de uma centena de desenhos de Abel Manta, expostos entre abril e maio na Galeria Municipal do 11, mos-traram a ferocidade, a ironia e a subti-leza dos pormenores. “João Abel Man-ta – Cartoonista de Abril”, composta por trabalhos publicados sobretudo no suplemento literário do Diário de Lis-boa, evidenciaram a caracterização de Portugal nos últimos anos da ditadura e a aceleração apaixonada vivida entre 25 de abril de 1974 e 25 de novembro de 1975, durante o PREC.

Dança ganha adeptosA cultura cubana foi explorada ao rit-mo da salsa e da rumba num workshop realizado a 29 de abril, Dia Mundial da Dança, na Casa da Cultura, com a par-ticipação de mais de quatro dezenas de pessoas. A atividade “Baila Cuba”, dinamizada pelos professores Papyto Gonzalez e Lilian Rivera, integrou o programa municipal Semana da Dan-ça, que começou com uma atividade rua, ao longo de três horas, incluiu ainda ateliers, workshops e espetácu-los em vários locais.

Atualidade cheia de graçaUma exposição do ilustrador André Carrilho, intitulada “Estado de Gra-ça”, esteve na Casa da Cultura entre abril e maio, com cartoons e carica-turas que percorrem com sagacidade temas nacionais e internacionais dos últimos anos e mostram algumas das personagens centrais. A dívida e a cri-se, a pedofilia na Igreja e a liberdade de expressão, mas também imagens de García Márquez, Mandela, Putin, Mr. Bean e Dr. House, entre outros, estive-ram na exposição.

O mar, fonte de inspiração artística e espaço de ligação entre culturas, moldou os espetáculos apresentados no Festival de Música de Setúbal. A cidade assistiu a um programa que juntou intérpretes conceituados a grupos da comunidade local

Música inunda cidade

percussão desceu a Avenida Luísa Todi até ao Largo José Afonso, com a participação de várias turmas das escolas EB da Brejoeira, EB de Azei-tão, EB Barbosa du Bocage, EB Luísa Todi, EB+S Lima de Freitas, EB do Viso, EB de Aranguez e EB+S Ordem de Sant’Iago, além da Edinstvo – Associação dos Imigrantes dos Paí-ses do Leste, do Projeto “Agora Sim E5G” e da APPACDM de Setúbal.Depois de percorrem a avenida, atuaram em conjunto no Auditório José Afonso no apontamento musi-cal “A Foz dos Ritmos”, com direção de Fernando Molina.À noite, a Igreja de Santa Maria acolheu o “Encanto Marítimo – Re-quiem pelos Navegadores Portugue-ses”, dirigido por Armando Possan-te, em que atuaram o Grupo Vocal Olisipo, o Coro do Conservatório Regional de Setúbal e o ator Luís Madureira. Através da música, foi

evocada a perda de vidas nos mares dos Descobrimentos.

A ver o rio...

A travessia do rio Sado, por ferry, surpreendeu os passageiros no dia 31 de manhã com a atuação de diver-sos grupos do Conservatório Regio-nal de Setúbal. Em terra, a iniciati-va, intitulada “Música nas Ruas e no Rio”, esteve no centro da cidade com diversos apontamentos artísticos.Com coordenação de Carlos Barre-to Xavier, ouviram-se “Canções do Mar”, a 31, à tarde, no Fórum Munici-

pal Luísa Todi, com os coros de várias escolas do 1.º ciclo e da APPACDM de Setúbal e Luís Barrigas quarteto.O evento mostrou canções criadas no âmbito de projeto de integra-ção dos alunos numa metodologia de ensino em torno da composição musical em sala de aula.Meia hora depois de terminar o concerto, às 17h00, começou “Mú-sica no Coreto”, com a Banda de Música da Capricho Setubalense e o BelaBatuke, numa confluência de duas distintas tradições musicais da cidade.O mar e o trabalho uniram-se num concerto-instalação de homenagem aos pescadores portugueses, intitu-lado “quando o Homem Lavrava o Mar”, na noite de dia 31, no Museu do Trabalho Michel Giacometti.Com conceção e interpretação de Fernando Mota, o vídeo e as ima-gens pertenciam a Tiago Pereira,

José Madeira, Michel Giacometti e James Knight-Smith. O espetáculo contou com o Conservatório Re-gional de Setúbal, nos violinos, e o Coral Infantil de Setúbal, no canto e objetos sonoros.

... e sobre o mar

O último dia do Festival de Músi-ca de Setúbal, 1 de junho, começou com “Olhares sobre o Mar e Refle-xos”, no Convento da Arrábida. O evento, uma visita guiada ao local histórico acompanhada de música com vista para o mar, contou com um quinteto de sopros da Orques-tra de Câmara Portuguesa e alunos de canto e instrumento do Instituto Gregoriano de Lisboa.Antes do concerto de encerramento “Mar de Emoções”, a tarde foi de-dicada à “Diversidade e Inclusão”, com conversas com especialistas e responsáveis de projetos de inclu-são pela música desenvolvidos no âmbito do festival e uma atuação da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi e de alunos da EB 2,3 Cruz de Pau com deficiências audi-tivas, no Fórum Municipal.Seguiu-se a “Viagem”, no Cais 3 do Porto de Setúbal, espetáculo-per-formance com vista para o Sado que juntou alunos do Externato Rumo ao Sucesso e do Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal, com direção e composição de Pedro Condinho e António Laertes.

Page 19: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

19SETÚBALabril|maio|junho14

turi

smo

Caldeirada servida a preceitoO melhor peixe apanhado na costa de Setúbal enriqueceu as ementas dos cinquenta restaurantes envolvidos no Festival da Caldeirada 2014, que decorreu entre 29 de março e 13 de abril, numa organização da Câmara Municipal. Em mais esta edição de um certame dedicado a um dos pra-tos típicos de Setúbal, organizado com o apoio das empresas Lallemand e Makro, houve ainda, no último dia, na Casa da Baía, a confeção e degus-tação de uma caldeirada, a cargo do chef Rui Praxedes, do restaurante O Praxedes, ação que incluiu uma atuação musical do grupo popular Os Massacotes.

Criação de marina em análiseA Câmara Municipal de Setúbal e a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra formaram um grupo de trabalho para análise da instalação de uma marina, processo que en-volve a auscultação de especialistas. A primeira reunião de avaliação da melhor localização para a marina, realizada em abril, na Casa da Baía, foi promovida pelo Clube Naval Setubalense, presidido por Hugo O’Neill, nomeado interlocutor do grupo de especialistas e da parce-ria APSS-CMS. A sessão debateu a atratividade para futuros clientes, a qualidade da oferta e a expectativa de retorno do investimento.

Cavala ao gosto do clienteA Semana da Cavala, organizada pela Câmara Municipal, com o apoio das empresas Lallemand e Makro, além de desafiar a imaginação dos esta-belecimentos de restauração de Se-túbal, incluiu, na Casa da Baía, um live cooking do chef Ivan Shemchuk, da Taberna Flamenca Alvarez el Gato. A Semana da Cavala, realizada no final de maio, é um dos eventos gastronómicos que a Câmara Muni-cipal de Setúbal desenvolve ao lon-go de todo o ano com o objetivo de promover os produtos regionais, em particular associados à pesca, e de apoiar a dinamização da restauração local.

Setúbal à prova de qualidade

Três dias para provar o que de melhor a

região tem para oferecer em

termos de vinhos e gastronomia.

Um certame turístico inédito

chegou, viu e venceu

A gastronomia e os vinhos da região de Setúbal foram mostrados e saboreados num evento enogastronómico realizado no final de maio, na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, com provas vínicas comentadas e sessões de cozinha ao vivo.Doces tentações saltavam à vista ao entrar na zona de expositores do “Setúbal à Prova” con-vidando a momentos de degustação e de des-coberta de sabores da região. Entre vinhos e outras iguarias, difícil foi escolher por onde começar neste evento da Câmara Municipal e da Comissão Vitivinícola da Região da Penín-sula de Setúbal, promovido entre 23 e 25 de maio.Uma primeira passagem ajudava a conhecer as mais de duas dezenas de participantes, sobre-tudo adegas da Península de Setúbal, mas tam-bém confeitarias e produtores de ostras e de sal. De Espanha veio o Município de Almen-dralejo e uma empresa de produção gráfica.Tintos, verdes, brancos e os generosos mosca-téis. Todos marcaram presença e puderam ser experimentados e adquiridos pelos visitantes, assim como os queijos, o pão, o mel e tantos outros artigos de produção regional. Também não faltaram as típicas conservas e as ostras do Sado.Ao som de jazz, os visitantes saboreavam mais vinho, momentos apenas interrompidos pela curiosidade de participar nas sessões de show cooking e nas conversas e provas comentadas

por especialistas sobre néctares da Península de Setúbal, incluindo os generosos moscatéis, Se nas provas comentadas foi possível receber conselhos práticos para aprender a selecionar, guardar e degustar diferentes tipologias de vinho, na cozinha vários chefs convidados de-monstraram formas inovadoras de confecionar produtos como o atum, o choco e a sardinha, a par da preparação de sushi.As provas comentadas do evento produzido pela Essência do Vinho, com o apoio da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, contaram com as participações de Rodolfo Tristão, pre-sidente da Associação de Escanções de Portu-gal, e de Manuel Moreira, sommelier da Revista Wine. Já as atividades de cozinha ao vivo, todas com temáticas diferentes, foram dinamizadas pelos chefs José Serrano, Vasco Alves, Luís Barradas e Fernanda Amaro, a par do chef Alexandre Sil-va, dos restaurantes lisboetas Bica do Sapato e Alexandre Silva na Ribeira.

Certame recolhe elogios

“É uma iniciativa fantástica”, sublinhou a pre-sidente da Câmara Municipal de Setúbal, Ma-ria das Dores Meira, na inauguração evento, o primeiro deste tipo a ser realizado no antigo quartel de Infantaria 11, um “espaço histórico que ganhou uma nova vida e condições de utiliza-ção excecionais e que deve ser usufruído por todos”.

A autarca, ao destacar o investimento realizado nos últimos anos na promoção das “potenciali-dades da cidade e da região”, afirmou que “é pre-cisamente com este tipo de eventos que Setúbal fica à prova” dos munícipes e visitantes. “E Setúbal passa na prova com distinção.”Na visita ao espaço, um cumprimento mais alargado a Almendralejo, município espanhol que marcou presença no evento e com o qual a Autarquia celebrou, recentemente, um acordo de colaboração, para partilha de experiências no âmbito de diferentes quadrantes sociais e económicos, nomeadamente do turismo vínico.“A participação de expositores internacionais atesta a importância deste evento ibérico”, real-çou Maria das Dores Meira, ao frisar que “Se-túbal tem muita qualidade nos eventos que dina-miza e condições de excelência para promover os produtos da região”. O evento enogastronómico, que ao longo de três dias atraiu muitos setubalenses e visitan-tes do concelho àquela montra privilegiada dos produtos da região, mereceu elogios do presidente da Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal, Henrique Soares.“Tudo o que é bom está aqui. É uma iniciativa que tem tudo para ser um sucesso e continuar”, referiu, ao vincar a importância de associar a gastronomia e os vinhos ao turismo. “É uma aposta estratégica e fundamental para a região. Atrai mais turistas e gera riqueza.”

Tradição saborosa A vida no campo, as antigas pro-fissões e o espírito de aldeia foram recriados no “Tradições, Sabores e Aromas de Azeitão”, certame que destacou, entre 23 e 25 de maio, produtos gastronómicos, vínicos e artesanais da região da Arrábida.Sopa caramela, provas de vinho, queijo, mel e doçaria, a par de pro-dutos hortícolas, florais, artesanais e turísticos da região, foram atrati-vos para os visitantes do certame, no rossio de Vila Nogueira, orga-nizado pela Junta de Freguesia de Azeitão, com mais de seis dezenas de expositores presentes.O tema “Azeitão Antigo” inspirou animações de rua dinamizadas pelo “Manuel da Horta” juntamente com as suas Marias, numa recriação que recordou pedaços da vivência do

antigo estilo de vida rural daquela região do concelho de Setúbal.Além de vários momentos de ani-mação musical, o certame “Tradi-ções, Sabores e Aromas de Azeitão” contou com exposições diversas, visitas guiadas ao património local e iniciativas direcionadas aos mais novos, de momentos de animação infantil a jogos tradicionais e ate-liers pedagógicos, no “Espaço Des-coberta”.A presidente da Junta de Fregue-sia de Azeitão, Celestina Neves, ao destacar os momentos “de confra-ternização e de descoberta” propor-cionados na festa, sublinhou que a quinta edição do certame “renovou o sucesso”, com “milhares de pessoas a conhecer um pouco mais das riquezas de Azeitão e da Arrábida”.

Page 20: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

20SETÚBALabril|maio|junho14

freg

ues

ia

Os antigos lavadouros de Vila Nogueira fo-ram inaugurados em ambiente de festa no 25 de Abril, depois de concluídas as obras de recuperação do equipamento desenvolvi-das pela Junta de Freguesia de Azeitão e pela Câmara Municipal com o apoio de empresas locais.Ao som da banda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, centenas de pessoas lotaram o espaço para assistir ao descerrar da placa que assinala a abertura dos lavadou-ros da vila, recuperados após uma interven-ção que durou um mês e meio.A presidente da Junta de Freguesia de Azei-

Vila da roupa branca

A antiga estrutura em ruínas foi recuperada

para dar lugar a novos lavadouros,

agora rejuvenescidos. O hábito ancestral

de lavar a roupa em tanques públicos

mecanizou-se, mas em Vila Nogueira reergueram-se as

instalações como um símbolo da identidade

e cultura locais. Esforço coletivo inaugurado em pleno dia da Liberdade

tão salientou que o novo espaço representa um investimento da ordem dos 100 mil eu-ros, “repartido entre Junta, Câmara e as em-presas Fábrica de Azulejos de Azeitão e Águas do Sado”.Celestina Neves adiantou igualmente que os lavadouros, “dado hoje em dia já não se lavar a roupa em tanques públicos, vão ser aproveita-dos para a realização de diferentes iniciativas, como um mercado biológico”.Está ainda a ser estudada a hipótese de aco-lher um espaço para a venda de produtos tí-picos de Azeitão.“Esta é a melhor forma de comemorar Abril”,

sublinhou a presidente da Câmara Muni-cipal, Maria das Dores Meira, aludindo ao trabalho em parceria desenvolvido entre o Município e a Junta de Freguesia.O projeto foi desenhado em sintonia por uma equipa de arquitetos da Câmara Muni-cipal e da Junta, da qual Nuno Maroco e Nuno Viterbo são as caras mais visíveis.“O tanque é alimentado pela chuva com recurso a um implúvio, uma técnica arquitetónica ma-ravilhosa que remonta ao período dos romanos e que, através de um buraco no teto, faz com que a água caia unicamente na área do tanque”, explicou Nuno Maroco.

O arquiteto adiantou que, para os períodos de menor pluviosidade, o tanque é servido por uma ligação à Fonte dos Pasmados, loca-lizada em frente dos lavadouros, na Rua José Augusto Coelho.A inauguração dos lavadouros de Vila No-gueira, que contou ainda com uma recria-ção cénica humorística, protagonizada por duas “lavadeiras” e pelo Manel da Horta, é a quarta do género feita nos últimos anos em Azeitão. Património local igual já havia sido recuperado nas aldeias de Pinheiros, em janeiro de 2009, de Vendas de Azeitão, em março de 2013, e depois Oleiros, em julho.

O Centro Sociocultural Elmano Sadino, pro-jeto de reforço da coesão social, que alia, num edifício totalmente reabilitado, novas valências culturais e de saúde, abriu portas no final de abril à comunidade setubalense.O espaço, composto por 16 salas, um auditó-rio e uma sala de reuniões, aposta na dina-mização de atividades comuns desenvolvidas pela Cruz Vermelha Portuguesa – delegação de Setúbal, Espaço Integrar, Núcleo de Poe-sia de Setúbal e Teatro do Elefante, institui-ções residentes no centro.O presidente da Junta de Freguesia de S. Se-bastião, Nuno Costa, ao afirmar que o centro materializa “um importante contributo para a coesão social”, destaca a abrangência do

A Fonte Nova, localizada junto da Praça Ma-chado Santos, no Bairro de Troino, foi alvo de arranjos de beneficiação que devolveram o fornecimento de água e acrescentaram ao monumento um sistema de iluminação.A intervenção, realizada por administração direta pela União de Freguesias de Setúbal, representou um in-vestimento de 3700 euros e levou cerca de três semanas a exe-cutar.A inauguração reali-zou -se a 26 de abril, no âmbito das come-morações da Revolu-ção dos Cravos, pe-rante a presença dos presidentes da Junta, Rui Canas, e da Câ-mara Municipal, Ma-ria das Dores Meira, assim como de popu-lares, que assistiram ainda à atuação dos Bardoada e do grupo João da Ilha.As obras incluíram a instalação de um jogo de luz, desenha-

Fonte como novado com a preocupação de não encandear os edifícios circundantes, e a recuperação dos sistemas de bombagem de água e de esgoto.“Esta intervenção reveste-se de grande im-portância. A fonte não deitava água há mais de vinte anos e este monumento passa a estar iluminado, com outro destaque”, salienta Rui

Canas. “Criou-se um espelho de água que permite ver o chão ori-ginal da fonte.”A Fonte Nova, data-da do século XVI, é abastecida por uma nascente situada no Outeiro da Saúde. Alvo de obras ainda nesse período, por ordem de D. Sebas-tião e com o apoio de fundos provenien-tes da população, o fontanário conheceu as formas atuais, em que se reconhece o estilo neoclássico de um projeto de re-cuperação realizado em finais do século XVIII.

Centro reforça coesão social

projeto ao constituir-se como “uma resposta integrada que aposta num espírito de proximi-dade”. O centro, uma obra conjunta da Autarquia e da Junta de Freguesia, materializa um inves-timento global da ordem dos 200 mil euros. Para o equipamento está a ser estudada a criação de mais valências de índole social e da área da saúde, nomeadamente um “serviço de apoio domiciliário, uma enfermaria e um re-feitório social”, adianta Nuno Costa.A cerimónia de inauguração do centro, no âmbito das comemorações locais dos 40 anos do 25 de Abril, incluiu o apontamen-to cénico “Abril Cravos Mil”, pelo Teatro do Elefante.

Page 21: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

21SETÚBALabril|maio|junho14

Aquatlo define campeõesCompetições oficiais e uma prova aberta, todas com natação e corrida, em vários es-calões etários, marcaram o “II Aquatlo de Setúbal”, iniciativa dos 12.os Jogos do Sado realizada a 17 de maio. No Parque Urbano de Albarquel, Vasco Pessoa e Helena Carvalho sagraram-se campeões da modalidade en-quanto o Alhandra Sporting Clube ganhou em equipas. O evento incluiu uma recolha solidária para escoteiros.

Sapadores vencem provaA Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal representa Portugal num campeonato mundial a realizar em Phoenix, Estados Uni-dos, após vencer o Firefighter Combat Chal-lenge, nos dias 17 e 18 de maio, em Alcobaça. A prova desportiva, ganha com o tempo de 01m19s, foi disputada por estafetas, em cinco estações. Participaram 21 equipas de corpo-rações de bombeiros, entre profissionais e voluntários.

Taça junta meio milharAs equipas “Magic Foot” e “Estrelas do Fei-jó” venceram a etapa de Setúbal da Taça Coca-Cola, torneio com 500 participantes, no qual nove jovens foram pré-selecionados para as representações nacionais do troféu. No dia 24 de maio, além dos jogos de futebol, o Estádio do Bonfim acolheu o Parque Vida Ativa, com atividades lúdicas e desportivas, jogos didáticos e uma ação solidária, com re-colha de vestuário.

Remo setubalense triunfa Dinis Costa, atleta do Clube Naval Setuba-lense, sagrou-se campeão nacional em Skiff Juvenil Masculino, em Merles, Gondomar, ao terminar uma prova de 3000 metros com o tempo de 13m16s. Na competição, uma tripulação mista com atletas de Setúbal e do Clube Naval Barreirense alcançou ainda o título de campeã nacional em quadri-Scull Júnior Masculino, com o tempo de 20m28s em 6000 metros.

des

port

o

Um polidesportivo, campos de fu-tebol com relvado sintético, com 38 metros de comprimento por 19 de largura, e de basquetebol em piso betuminoso, nas dimensões de 18 por 10 metros, foi criado em Vale do Cobro.O equipamento, inaugurado a 26 de abril, no âmbito das comemorações locais dos 40 anos da Revolução dos Cravos, está localizado numa zona residencial e materializa um inves-timento de 23 mil euros da Autar-quia.“Isto continua a ser 25 de Abril, porque Abril faz-se todos os dias”, sublinhou a presidente de Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na cerimó-nia de abertura do polidesportivo.

Emiliano Vieira e Cláudia Pereira foram os vencedores da XXV Meia Mara-tona de Setúbal, realizada a 11 de maio, na qual participaram mais de 800 atletas, a que juntaram perto de mil pessoas em duas outras competições.O atleta da RB Running completou o reformulado percurso da prova setu-balense em 1h07m37s, enquanto Cláudia Pereira, do Joma, foi a mais forte entre as mulheres e triunfou com o tempo de 1h16m13s. O evento, organizado pelo Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Setúbal, com o apoio da Autarquia, incluiu uma competição do Circuito Nacional de Estrada e a Minimaratona das Famílias.Mais de três centenas de atletas participaram nos 10 quilómetros do Cir-cuito Nacional de Estrada, prova ganha por Luís Margarido, a título indivi-dual, com 33m15s, e por Liliana Veríssimo, do Olímpico de Lagos, 45m47s.O convívio e a boa disposição deram a tónica à Minimaratona das Famílias, corrida de caráter popular, com cerca de seis mil metros, no qual marcaram presença 650 pessoas, a correr ou simplesmente a caminhar.

Mais de 30 mil pessoas passaram pela quarta edição da Fei-ra de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, evento realizado entre 24 e 27 de abril, no Parque Urbano de Albarquel, com exposição e venda de material, workshops e concursos.A interação entre importadores, lojistas, clubes, associações, federações, sítios de internet, revistas da especialidade e pes-cadores das mais variadas técnicas voltou a ser uma das ima-gens de marca desta iniciativa dos 12.os Jogos do Sado.Ao longo de quatro dias, houve formações de vários níveis, do jigging vertical à pesca apeada, mostra e testes de todo o tipo de material relacionado com a atividade, a par da venda de embarcações de náutica de recreio ligadas à pesca, concursos e atividades para os mais novos.

Cidade ganha polidesportivoDois campos, um para futebol, outro para basquetebol. Vale do Cobro ganhou um polidesportivo, uma obra de Abril para o usufruto de toda a população, já com iniciativas garantidas

PRIMEIRO. Rui Azevedo foi distinguido como o melhor instrutor profissional de fitness aquático do mundo, prémio da Aquatic Exercise Association, atribuído a 16 de maio, numa cerimónia realizada em Palm Harbor, nos Estados Unidos. O prémio internacional é um reconhecimento do trabalho dinamizado pelo setubalense na modalidade, ao longo de 17 anos, ao nível da formação, investigação e prática desportiva.

Pesca lúdica mostra potencial

Atletismo festeja nas ruas

O equipamento, com gestão asse-gurada pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, é cedido para o desen-volvimento de atividades promo-vidas pela Junta, a par de eventuais parceiros, população escolar e pro-jetos municipais.Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia, salientou o facto de a gestão do polidesportivo estar a ser desenvolvida em conjunto com moradores locais, política que con-sidera enquadrar-se “perfeitamente nos valores de Abril”.Na cerimónia, um grupo de jovens participou num torneio de futebol de abertura. O pontapé de saída do novo polidesportivo foi dado por Maria das Dores Meira.

Page 22: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

22SETÚBALabril|maio|junho14

edu

caçã

o

As famílias de Setúbal festejaram nos dias 24 e 25 de maio, no Parque do Bonfim, o final do ano letivo com um conjunto de atividades de-senvolvidas no âmbito do evento “Há Festa no Parque”.Entre três a quatro mil pessoas passaram pelo jardim central da cidade, onde decorreram ao longo dos dois dias atividades orientadas para pais e filhos.Pelo Parque do Bonfim encontravam-se es-palhados ateliers de pintura facial, de mode-lagem de balões e de pintura de murais.Os mais audazes aventuraram-se a pular no dynamic bungee, enquanto a pequenada pôde gastar o resto das energias em insufláveis e jogos tradicionais.

Cerca de mil alunos do Agrupa-mento de Escolas Luísa Todi as-sistiram, a 28 de abril, aos exer-cícios da equipa cinotécnica da PSP, demonstração que deu início à 10.ª edição da Semana da Segu-rança e Educação Rodoviária.Na abertura da iniciativa, na EB 2,3 Luísa Todi, a atividade com os cães polícia atraiu as atenções dos vários alunos dos pré-escolares e das escolas do 1.º ciclo do agrupa-mento.Dos exercícios simples com cinco cães-polícia, como sentar, deitar e rebolar, aos de deteção de ar-mas, drogas ou explosivos, o pon-to alto esteve nos saltos com arcos em chamas.

Segurança total visita a escola

Famílias em festa no parqueO encerramento do ano letivo

foi celebrado por miúdos e graúdos, com atividades

desportivas, lúdicas e pedagógicas e também

exposições de trabalhos escolares. A diversão foi a palavra de ordem para as

famílias que passaram pelo “Há Festa no Parque”

O programa do “Há Festa no Parque” con-ciliou, como é habitual, vertentes lúdicas e pedagógicas, incluindo uma exposição de projetos escolares, música, dança, teatro, modalidades desportivas e um peddy paper.No Bonfim esteve também em funcionamen-to um circuito de prevenção rodoviária.O “Há Festa no Parque” incluiu ainda a en-

trega de diplomas de participação e brindes a alunos da turma vencedora do concurso de criação da mascote da campanha “Setúbal em Bom Ambiente”, promovida pela Câmara Municipal.As lembranças foram entregues pelo verea-dor Manuel Pisco a alunos da EB do Montal-vão, que batizaram a mascote da campanha

quito e Hero foram os cães deste-midos, que, mesmo com a euforia desmedida das crianças ao verem as chamas, saltaram sem dificul-dade.“Para os cães, acaba por ser uma brincadeira, para nós, é serviço”, referiu o chefe Lourenço, da PSP, explicando que o cão sabe que se fizer um movimento bem feito tem sempre uma recompensa. A 10.ª edição da Semana da Se-gurança e Educação Rodoviária, realizada entre 28 de abril e 2 de maio com um conjunto variado de atividades, com organização da Autarquia, contou com a parceria das forças e serviços de segurança e outras instituições.

O Conselho Municipal de Educação de Setúbal, consti-tuído por agentes educativos e parceiros sociais, para o quadriénio 2014-2018 tomou posse a 16 de maio, em ce-rimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho.O presidente da Assembleia Municipal de Setúbal, Palma Rodrigues, o primeiro membro empossado, formalizou a instalação do conselho, seguindo-se a assinatura dos restantes 17 representantes das várias entidades que in-tegram este órgão de coordenação da política educativa local.A presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, que também preside ao Conselho Municipal de Educação, frisou a importância do trabalho deste órgão junto da co-munidade educativa, desenvolvido “em estreita colabora-ção” entre os 18 representantes.Ao lamentar que, 40 anos depois do 25 de Abril, seja mostrado aos jovens “o caminho da emigração”, a autarca referiu que “apostar na escola pública de qualidade é rejeitar esse caminho”, um dos temas em discussão no Conselho Municipal de Educação.O Conselho Municipal de Educação integra represen-tantes de entidades da comunidade e gestão educativa, da saúde, da segurança social, do desporto, da juventude, dos órgãos municipais e das forças de segurança.

Organismo junta entidades

com o nome “SAMBI”, com o objetivo de ho-menagear a Arrábida e o Sado e alertar para a importância da preservação das espécies.O “Há Festa no Parque” contou igualmente com a habitual Mostra de Cursos e Profissões, que apresenta as ofertas disponíveis em dife-rentes escolas profissionais e de ensino su-perior, bem como em empresas.

A aposta na formação de uma cidadania mais ativa, aliada a uma constante modernização do concelho, foi destacada pela presidente da Câmara Municipal, a 7 de abril, no en-contro nacional da Rede Portuguesa das Cidades Educado-ras, o primeiro realizado em Setúbal.“Orgulhamo-nos de ser uma cidade educadora, que investe no desenvolvimento de uma cidadania mais forte, ativa e parti-cipada”, salientou Maria das Dores Meira, na abertura do encontro, realizado no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.Aliada à formação de uma melhor cidadania, frisou a au-tarca, está uma profunda transformação do concelho, ma-terializada na execução de grandes investimentos nas mais variadas áreas de intervenção, da educação ao desporto, da cultura à inclusão, passando pela reabilitação urbana.O vereador com o pelouro da Educação da Autarquia, Pe-dro Pina, vincou que o Executivo “entende Setúbal como uma cidade educadora e um espaço de emancipação” nas va-riadas formas de construção de uma sociedade dinâmica.O autarca lançou a comunicação “5 notas para uma cidade educadora” dinamizada por Pedro Maia, docente e inves-tigador com vários trabalhos dedicados à formação da ci-dadania e desenvolvimento educativo.O concelho de Setúbal integra, desde setembro de 2012, a Associação Internacional das Cidades Educadoras, pla-taforma de trabalho e de partilha de conhecimento, com mais de quatro centenas de representantes dos cinco con-tinentes.

Cidadania ativa

Page 23: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

23SETÚBALabril|maio|junho14

Setúbal marca presençaac

adem

iaA conceção de uma abordagem de marketing integradora da região, com uma marca capaz de direcionar os esforços dos diversos intervenientes locais, está na mira de um projeto académico, iniciado em março, na Escola Superior de Ciên-cias Empresariais, do Instituto Politécnico de Setúbal.A ideia do “Setúbal Marca.me”, que envolve professores, alunos e a empresa In-terbrand, é, essencialmente, colocar a cidade e a região “de forma mais presente no mapa mental dos habitantes, das empresas e de potenciais visitantes”, explica o docente Paulo Silveira. Mais de centena e meia de alunos do curso de Marketing do primeiro ao terceiro ano estão envolvidos neste projeto, transversal a várias unidades curriculares. “Acompanha-os em diferentes fases do curso e, ao mesmo tempo, enriquece o currícu-lo”, frisa a professora Graziela Vieira da Silva.O ponto de partida do projeto assenta numa inquietação. “Há muitas políticas e intervenientes locais que tentam, individualmente, promover a região, embora de uma forma descoordenada”, sublinha Du-arte Xara Brasil, docente que adianta várias possibilidades de aplicação da investigação. Os contributos possíveis passam por “dar aos decisores um conjunto de ferra-mentas para que estes possam gerir mais eficazmente as políticas de promoção”, assim como melhorar “a perceção que os cidadãos têm da própria região”, re-força o docente. O projeto, centrado, nesta etapa, no eixo geográfico Setúbal, Palmela e Sesimbra, está pensado para ser alar-

Algumas das mais modernas tecno-logias ocupam grande parte de uma nova sala de aula da Escola Secun-dária D. Manuel Martins. O cená-rio convencional de ensino, com as tradicionais cadeiras e secretárias alinhadas em fila e o clássico quadro de giz e ardósia, desapareceu. É a evolução educativa. A Sala de Aula do Futuro é feita de computadores, calculadoras grá-ficas, equipamentos audiovisuais, mesas e ecrãs interativos e mobili-ário informal. Tem pequenas áreas de trabalho, distintas nas funções para a resolução de desafios lança-dos a uma turma com um máximo de vinte alunos. É única em Portugal e na Península Ibérica e a segunda em toda a Euro-pa. Virada para o ensino do século XXI, a sala, criada no âmbito do pro-jeto iTEC, da European Schoolnet, demonstra como as novas tecnolo-gias podem transformar o processo de educação e aprendizagem. Levou dois anos a ser preparada até à inauguração, a 24 de abril. “A ideia de criar a Sala do Futuro em Setúbal surgiu após uma formação que tive em Bruxelas, precisamente num espaço semelhante a este”, explica o profes-sor Carlos Cunha, coordenador do projeto. Equipada com o apoio de várias em-presas, num investimento da ordem dos 100 mil euros, a sala destaca-se

Futuro vai à sala de aula

A Escola Secundária D. Manuel Martins tem uma Sala de Aula do Futuro, única em toda a Península Ibérica, espaço de desafios educativos que abre portas a uma nova metodologia de ensino. Docentes e alunos da Escola Superior de Ciências Empresariais desenvolvem uma estratégia de marketing que aposta no reforço da atratividade da região

pela forte componente prática. É di-recionada para alunos do 2.º ciclo e do secundário e abrange várias áre-as educativas, da ciência às artes, da economia às humanidades.“Este espaço enquadra-se na atu-al forma de pensamento europeu em termos de educação”, reforça Carlos Cunha, ao defender um novo mode-lo de ensino no qual “a sala de aula surge com um caráter menos formal e cada vez mais atrativo para alunos e professores”.

Tecnologia sensata

Na génese da criação da Sala de Aula do Futuro está a mobilização daqui-

lo que as novas tecnologias dispo-nibilizam para potenciar a apren-dizagem dos alunos. É a mudança do paradigma em que o professor é o exclusivo transmissor de conhe-cimento e os alunos são os agentes passivos de aprendizagem.“A tecnologia tem de ser utilizada com sentido”, salienta Carlos Cunha, ao mencionar as cinco zonas de tra-balho existentes na sala de aula, criadas com base na metodologia do Enquiry Base Learning, que desafia os alunos a investigar e a apresentar soluções em equipa.A área “Apresentar”, projetada numa tipologia de anfiteatro, é o ponto de partida da aula do futuro.

gado a outras áreas do distrito e abre portas a novos caminhos de intervenção, como a melhoria da atratividade da região, a captação de novos investimentos e a promoção turística.A primeira fase do projeto consistiu na realização de um trabalho de recolha de informação, um género de diagnóstico sobre as perceções e visões da região, no-meadamente através de um questionário online, cuja estrutura foi baseada num estudo semelhante realizado numa cidade australiana.questões como “Acha que a cidade tem suficientes parques verdes?” ou “Como classifica a dinamização de eventos culturais?” foram respondidas individual-mente por mais de 1200 pessoas e por cerca de 150 empresas, entidades e insti-tuições da região. Através do Facebook, os alunos envolvidos no projeto trocam impressões e par-tilham diferentes perceções e visões recolhidas nas várias dimensões do traba-lho, da natureza às festividades, do turismo ao quotidiano, passando pelas artes e

património, entre outras. Fotografias, vídeos, frases e até tra-balhos jornalísticos realizados sobre a região são partilhados naquela rede social, informações aproveitadas pos-teriormente para o desenvolvimento de um produto final que possa ter uma utilidade prática.Também a escolha do título da investi-gação não foi aleatória. “Setúbal Mar-ca.me” é um projeto que “pretende con-tar várias histórias”, esclarece Duarte Xara Brasil. “A marca é algo que nos in-fluencia e com a qual nos relacionamos.”

1 microscópio

2 mesas interativas

4 computadores, com quadros e ecrãs interativos

5 estações de trabalho

10 calculadoras gráficas

20 alunos por turma

100 mil euros em gadgets educativos

dotada de puffs, cadeiras pequenas e uma mesa, é um local de discussão e de troca e partilha de ideias entre alunos.A Sala de Aula do Futuro espera ainda um conjunto de outros equi-pamentos, como tablets, um fundo verde utilizado em televisão e um software que permite a avaliação em tempo real.

Estudo de caso

Para testar os potenciais benefícios da Sala de Aula do Futuro, já duran-te o próximo ano letivo, uma turma do 7.º ano passa a ter ali pelo menos 50 por cento das aulas, revela Carlos Cunha. “A ideia é tentar perceber até que ponto este espaço tem real impacte na aprendizagem dos alunos.” Para as restantes turmas, as ativi-dades serão pontuais mas sistemá-ticas, de modo a que todas possam contactar com a Sala de Aula do Fu-turo, que recebe, a partir de maio, formações para docentes, quer em termos técnicos, quer a nível de metodologia de ensino. “Acredito que a Sala de Aula do Fu-turo poderá ser uma real mais-valia na aprendizagem”, afirma o profes-sor, ao adiantar que vários estudos apontam para que cada vez mais o espaço tradicional mude. “Vamos demonstrar uma maneira diferente de ensinar.”

NÚMEROS

Seguem-se, de acordo com os tra-balhos a dinamizar, passagens por outras estações da sala, como a zona “Criar”, na qual é possível realizar uma variedade de produções audio-visuais. A navegação na internet e a consul-ta de documentos são feitas na área “Interagir”, dotada de uma mesa interativa e de um ecrã multitouch. Ao lado, num pequeno laboratório, são feitas pesquisas no “Investigar”, espaço apoiado em vários recursos educativos, como calculadoras, sen-sores, um microscópio e uma outra mesa interativa.A quinta área de trabalho, designada de “Desenvolver”, a mais informal,

Page 24: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

24SETÚBALabril|maio|junho14

retr

ato

s

A decoração retro, ao estilo dos anos 60, marca o ambiente da Barbearia After Shave. No espaço, inspirado em antigos estabelecimentos de Nova Iorque e Paris, cabelo e bar-ba são embelezados com recurso a utensílios e técnicas que cruzam o passado e o presente. O “Barber’s Pole” na Rua João Eloy do Amaral indica o sítio da bar-bearia. Abriu portas em março, no Centro Comercial Fonte Nova, após algum tempo de pesquisa para montar um espaço com alma que recuperasse a tradição do corte de barba à navalha, com toalha quente. O conceito, que começou como uma brincadeira, pegou. “É um prazer olhar para o resultado final e, sobretu-do, marcar pela diferença”, confessa Manuela Rodrigues, proprietária, juntamente com a sobrinha, Ana, que a desafiou para um negócio conjunto. Com o espaço praticamente mon-tado, faltava o barbeiro. Um can-didato respondeu prontamente a um anúncio do jornal. Entrevista marcada e... era um velho conhe-cido. “Foi um encontro inesperado. Não foi preciso procurar mais, porque houve logo sintonia entre o Mário e o conceito.” No After Shave, cada cabeça, sua

Passado corta no presente

Barba, cabelo e coisas de homem.

No After Shave o corte é feito com arte e recupera o conceito

de barbearia antiga. A decoração

vintage inspira penteados clássicos e modernos, ao som

de uma qualquer música. Já a barba

volta a ser feita à navalha com toalha quente, uma técnica

que já conquistou o público

sentença. Cada corte de cabelo ou barba é diferente, adaptado à von-tade do cliente. “Sou um faz-tudo, do mais clássico ao contemporâneo. Se puder melhorar, tanto melhor”, frisa o barbeiro profissional Mário Ma-chuqueiro.À limpeza do cabelo caído no chão, em vinil aos quadrados pretos e brancos, um novo cliente entra na loja para um corte personalizado. O pedido é aceite e a tesoura nas mãos de Mário parece que ganha vida própria. O trabalho é complemen-tado à navalha e à máquina.Na barbearia, música não pode fal-tar. Os cortes são feitos ao som de um reportório eclético que inclui rock, fado, blues e eletrónica. “Até aceito discos pedidos. Tudo menos quizomba”, brinca, entre risos, o jo-vem, para quem estar no After Sha-ve “é estar em casa”.Entre a barba e o cabelo, a barbea-ria, cujo espaço foi totalmente cria-do pelos próprios proprietários, disponibiliza outras coisas de ho-mem, nomeadamente serviços de manicura e pedicuro, a par de depi-lações e hidratação de pele.Na barbearia, aberta de terça a sex-ta-feira das 09h00 às 19h00 e aos sábados das 09h00 às 17h00, há um conjunto de produtos nacionais

para venda, como espuma de bar-bear, after shave, lápis hemostáticos e cera para o cabelo, assim como vá-rios artigos de merchandise.São aceites marcações, pelo telefo-ne 916 937 547, incluindo fora do horário normal de funcionamento, serviço disponibilizado, por exem-plo, para os clientes que vão a algum tipo de cerimónia.Manuela e Ana, juntas, dinamizam também o Pó d’Arroz, instalado de-fronte da barbearia e direcionado para o público feminino. O espaço, com o mesmo espírito vintage, con-ta com vários elementos pintados a rosa claro, entre os quais dois con-juntos toucador, com cadeirões for-rados a veludo bege. A moda retro chegou, viu e venceu. É um conceito diferenciador, cada vez com mais adeptos. E está para ficar.

Cadeira de sonho

As paredes, forradas a madeira re-cente, contrastam com os elemen-tos vintage que decoram a barbearia. Há recordações familiares e foto-grafias de barbearias de outrora, discos de vinil de antigos conjuntos portugueses e vários utensílios de barbeiro em exposição.

Contudo, a peça de maior destaque do After Shave está no chão, entre o vinil preto e branco. É, para já, a única cadeira disponível. Desco-berta por acaso, foi, pode dizer-se, um autêntico achado. Os elemen-tos em ferro cromado continuam a reluzir e a pele ainda solta o cheiro característico. “Foi numa viagem ao Porto que a achámos. Passámos por uma barbea-ria e vimos a cadeira. Decidimos tentar a sorte e meter conversa. Correu bem, até porque o homem já não tinha uti-lidade para ela. No fim, confessou que o filho ia ficar chateado por a ter ven-dido”, partilha Manuela Rodrigues. Impecável, como se tivesse saído diretamente da fábrica, a “cadeira de sonho” da proprietária do After Shave vai em breve ter companhia. “É uma cadeira antiga, idêntica à que temos. Contudo, precisa de uma in-tervenção de restauro. Mas tudo a seu tempo.”

Barbearia sai à rua

A arte de cortar não é feita somente no espaço da Fonte Nova. Para cati-var o público e promover o negócio, a barbearia sai à rua para participar em eventos de caráter alternativo, como é o caso do STB Urban Market,

realizado mensalmente na Praia da Saúde. “Foi uma experiência espetacular. Trabalhar ao ar livre, defronte do rio, é algo singular”, salienta Mário Ma-chuqueiro, que alimentou desde miúdo o desejo de se tornar pro-fissional desta arte. “A sério foi de há cinco anos para cá, até que completei a formação, em 2012.”Na primeira participação naque-le evento da Autarquia, a cadeira do After Shave marcou presença, assim como um outro reforço, um Volkswagen “pão de forma”. O veí-culo, emprestado por amigos, está apetrechado com um enorme bigo-de, a imagem de marca da barbea-ria.Recentemente estiveram no II Rock Tattoo Show, que decorreu no pa-vilhão dos Bombeiros Voluntários de Setúbal. “Estava um pouco cética quanto à relação barbearia/tatua-gens”, confessa Manuela Rodrigues. “Acabou por ser um sucesso inespera-do. Eram dez da noite e ainda o Mário cortava cabelos.”Com a participação nestas iniciati-vas, “além da promoção do negócio”, pretende-se “marcar uma presença diferenciadora”, destaca a proprietá-ria. ”Barbearias há muitas, mas esta é o orgulho do nosso trabalho.”

Page 25: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

25SETÚBALabril|maio|junho14

rostoArte transformadora

inic

iati

vaA crença de Elsa Mobilha, dinamizadora do BelaBatuke, no poder transformador da música é inabalável. “Faz toda a diferença na formação de indivíduos”, assinala a professora de Educação Musical, que divide o ensino entre a EB+S Ordem de Sant'Iago, na qual leciona desde 2005, e a Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, onde fez o curso. “É um maravilhoso contraste de dois mundos.”A aproximação à música surgiu através do pai.Começou os estudos no Instituto Musical Patrí-cio, a aprender órgão, e fez a profissionalização de serviço e um curso de mestrado na Escola Superior de Educação de Setúbal.O projeto de percussão BelaBatuke foi objeto de estudo numa tese de investigação que elaborou sobre estratégias de promoção da socializa-ção através da música, em contextos sociais complexos. Marcante foi também um workshop conduzido por um jovem de etnia cigana com objetos sonoros. “Inesquecível”, classifica.Para explicar a sua filosofia de vida recorre a uma frase do companheiro de andanças musi-cais, o músico Fernando Molina. “Música é aquilo que me inspira, não só diariamente, quando a estou a fazer, mas também quando estou a pensar nela, que é quase sempre.”

Educação com ritmo afinadoO rufar de

objetos sonoros e instrumentos

musicais anuncia a chegada do grupo.

Crianças e jovens da Bela Vista partilham

ritmos num projeto de percussão como

forma de integração social. Aprendem na

escola, tocam para a comunidade e até

repartem o palco com músicos profissionais.

São o BelaBatuke

A percussão marca o ritmo do Bela-Batuke. O ensino da música é ape-nas o ponto de partida deste proje-to da EB+S Ordem de Sant'Iago, da Bela Vista, que fomenta as relações interpessoais de crianças e jovens e contribui para uma educação mais humanizada e integradora.Através da música são geradas liga-ções afetivas, não só entre alunos, mas também com os professores, que se mantêm inseparáveis ao lon-go dos anos, mesmo quando a liga-ção física é cortada, uma vez que este é um projeto em constante mutação.“Nunca acontece da mesma maneira até porque as competências individu-ais diferem. A principal preocupação é que cada um se sinta capaz para aqui-lo que foi responsabilizado”, salienta a professora Rosa Nunes.O processo acaba por ser facilitado

pelo espírito de entreajuda, com os mais velhos a ajudar os mais novos. Perto de setenta crianças e jovens dos 11 aos 16 anos, do 5.º ao 9.º ano, integram o projeto, que “marca pela vertente integradora”, salienta a do-cente. “Mais do que o ensino da músi-ca, é o trabalho colateral com as com-petências sociais e humanas de cada um que se destaca.”A disciplina, a organização e a con-centração são transversais no tra-balho do BelaBatuke e refletidas no ensino e na formação pessoal. “Sen-timos uma transformação quando educamos através da música”, salien-ta, ao revelar o desafio constante de envolver os encarregados de educa-ção no projeto.O grupo, que entre os alunos integra alguns com necessidades educativas especiais e percursos curriculares

alternativos, afirma-se como “um contributo no combate aos problemas diagnosticados no projeto educativo”, com enfoque, igualmente, na co-munidade da Bela Vista.

Objetos e instrumentos

Baldes de tinta, jerricans de óleo, paus de vassouras, garrafas variadas e até piaçás. Estes são materiais que estão na base da criação de mais de uma centena de objetos sonoros do BelaBatuke.“Tudo o que faz som é aproveitado”, confessa Elsa Mobilha, outra das docentes envolvidas no projeto. A ideia, que começou como uma brincadeira, acabou por se tornar a imagem de marca, inspirada num famoso grupo de dança e percussão que faz música com variados obje-

tos do lixo. “Somos um calcanhar dos Stomp”, ilustra. A participação do grupo no Festival de Música de Setúbal alargou hori-zontes. A doação de instrumentos pela Fundação Helen Hamlyn Trust,

instituição de apoio à inclusão so-cial de jovens, permitiu a criação de uma nova vertente musical, o Bela-Batuk’Olodum.Ainda assim, não esquecem as ori-gens. “Fazemos questão de manter os objetos sonoros.”A oportunidade de o grupo tocar com músicos profissionais revela--se um misto de sentimentos. “Para eles, é ótimo, para nós, um drama”, refere Elsa Mobilha, uma vez que é preciso fazer escolhas e nem todos podem atuar.O festival é uma mais-valia, mas a professora destaca o papel da Câma-ra Municipal. “Tem sido uma madri-nha incrível para nós”, ao possibilitar as primeiras aparições públicas, nos eventos municipais “Há Festa no Parque” e “Receção à Comunidade Educativa”.

O BelaBatuke começou em 2006, com qua-renta alunos. Já foram pouco mais de vinte e hoje são quase setenta. De um pequeno projeto de percussão em clube, atividade extracurricular, passou para a sala de aula. Saiu para a rua, envolveu a comunidade lo-cal e tocou para a cidade. O grupo surge no âmbito de um programa TEIP – Território Educativo de Intervenção Prioritária na EB+S Ordem de Sant'Iago. O desafio foi lançado a Elsa Mobilha, que convidou os outros cinco professores de música. “Entrámos de cabeça!”, recorda.O ano seguinte, já com material angariado e as complicações burocráticas resolvidas, é marcado pela estreia, ainda em versão pré-BelaBatuke. “Foi numa festa de Natal, só com os professores a tocar objetos sonoros. Os miúdos ficaram espantados, mas agradados.”A atuação promocional resulta. Têm deze-nas de inscrições e um horário não letivo atribuído para trabalhar em percussão, mas a irregularidade dos alunos quanto a assi-

Da escola para a cidadeduidade e compromisso leva a que apenas 24 fiquem aptos a assumir o grupo no final do ano letivo. Novos caminhos surgem no terceiro ano do projeto. Muitas solicitações e pouco tempo transportam o trabalho de percussão para a sala de aula. Integrado, para os interessa-dos, na disciplina de Educação Musical, o BelaBatuke começa a crescer e a atuar em mais “palcos”.A reorganização curricular e a perda de au-tonomia das escolas na atribuição das horas destinadas às Expressões lançam a incerte-za na continuidade. Há material e massa humana para trabalhar, mas falta tempo, pois as aulas de música são reduzidas a me-tade. A solução foi recuperar o clube.Dos seis professores iniciais ficaram ape-nas dois… e meio. Elsa Mobilha e Rosa Nunes, a tempo inteiro, a par de António Brazinha, reformado, mas que continua a fazer questão de acompanhar os ensaios e incursões do grupo.

Page 26: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

26SETÚBALabril|maio|junho14

Setúbal, tal como muitas cidades, vilas e lugares do “reino de Portugal e dos Algarves”, recebeu um novo foral, no reinado de D. Manuel, da-tado de 27 de junho de 1514.Inovador e renovador, ao longo de uma regência de 26 anos, entre 1495 e 1521, ano da sua morte, D. Manuel levou a cabo inúmeras al-terações na gestão administrativa, financeira e judicial do reino, re-formando as políticas desajustadas à realidade do País, implementadas na época medieval, para dar lugar a um Estado moderno, tanto a nível interno como externo.Para isso, D. Manuel reuniu uma comissão, em 1497, encabeçada por Fernão de Pina, cavaleiro da Casa Real, destinada a reformular as velhas cartas forais.Tal como o primeiro foral de Se-túbal, concedido em 1249 pela Ordem de Santiago, muitos outros documentos produzidos ao longo da Idade Média estavam desajusta-dos dos vários contextos do reino, como os sociais, geográficos, de-mográficos e económicos, dos sé-culos XV e XVI.Cada cidade, vila ou lugar interpre-tava o respetivo foral, redigido em latim, nem sempre da forma mais fiel, acabando por criar dispari-dades entre comarcas em aspetos como a divergência no sistema do peso e das medidas e os diferentes valores da moeda. Apesar de regu-lamentação própria, estes são dois exemplos reformistas que carac-terizam o reinado de D. Manuel I e que foram de extrema importância na revisão dos forais medievais e na elaboração dos novos.Para o cumprimento desta tarefa, que decorreu entre 1497 e 1552, e anteriormente solicitada no rei-nado de João II (1481-1495) pelos representantes dos concelhos, foi emitida uma carta, no mesmo ano da constituição da comissão, para a recolha de todos os forais e de-mais documentos respeitantes à cobrança de rendas e direitos reais.

Aplicação de leis gerais

A regulamentação da administra-ção local e a orientação das ações dos oficiais régios e municipais nas várias áreas do respetivo contexto territorial foram os objetivos do foral, um instrumento normativo.Ao contrário dos forais da Idade Média, que regiam a organização e povoação do reino após a recon-quista de Palmela e Alcácer aos mouros, dando direitos e privi-légios especiais aos habitantes de cada comunidade para que a admi-nistrassem económica e politica-

O foral de D. ManuelAo longo da história de Portugal são vários os marcos aqui deixados por reis, seja pelo património arquitetónico, seja por episódios como a ratificação do Tratado de Tordesilhas. Na época em que Vasco da Gama chegava à Índia, Setúbal era um importante porto, reconhecido por D. Manuel I no foral atribuído há 500 anos

mente, os forais manuelinos pre-tendiam aplicar leis gerais, e não de exceção, de forma a centralizar o poder régio, assegurando um con-trolo mais eficaz sobre o território.Com os novos forais, e posto fim ao Estado feudal, os concelhos deixaram de obedecer a leis parti-culares, o que lhes retirou direitos e privilégios, para reger numa úni-ca ordem jurídica e fiscal todos os municípios, favorecendo assim a centralização do poder régio.Ao obedecer às mesmas linhas orientadoras de todos os outros, o foral de Setúbal, assinado por Fer-não de Pina e Rui Boto, fez parte dos mais de 230 forais redigidos em 1514, o qual destacava os direi-tos e deveres da comunidade setu-balense para com o Rei e a Ordem de Santiago, como se de senhorios do concelho se tratassem.Integrado no volume dos “Forais de Entre Tejo e Guadiana”, da obra “Forais Manuelinos do Reino de

Portugal e do Algarve, conforme o exemplar do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Lisboa”, de Luís Fernando de Carvalho, o foral de Setúbal, e outros integrados na divisão administrativa, muito es-tudado por académicos e curiosos, aborda principalmente questões subordinadas às atividades maríti-mas, como a pesca, a entrada e saí-da da foz e a venda de mercadorias. A par da atividade piscatória, a maior fonte de rendimento da vila, também o sal se destacava numa época de expansão portuguesa e de descobertas além-mar. Como em todas as regras há exceções, entre o pagamento de dízimas, de porta-gens, de aquisição de direitos e dos demais “impostos” à coroa, o foral nomeava algumas “coisas de que não se paga portagem”. Uma isen-ção concedida em alguns casos, como por exemplo a compra e ven-da de gado, desde que não ultrapas-sasse as quatro cabeças.

História

Fontes: “Setúbal, a vida quotidiana há 500 anos”, João Costa, Arquivo Munici-pal de Setúbal; “História e Cronolo-gia de Setúbal 1248 | 1926”, Albérico Afonso Costa; “História de Portugal volume I – Das Origens ao Renasci-mento”, A. H. de Oliveira Marques; “Foral de Alhos Vedros”, Câmara Municipal da Moita

Sabe-se que do foral manuelino de Setúbal foram feitos três exem-plares. Um para a Torre do Tombo, outro para a Ordem de Santiago e um terceiro para o Município, que provavelmente ardeu entre a documentação destruída no in-

Lagares“E os lagares do vinho e do azeite poderão fazer, livremente, os moradores da dita vila sem nenhuma ‘prema’, nem pagarão por isso nenhum foro (…)”

Pesos“E os pesos por que hão de pesar as coisas que se vendem são da dita ordem, as quais hão de estar no dito paço onde sempre estiveram (…)”

Alcaidaria“E posto que de propósito tomem o dito pau ou pedra se não fizerem mal com ele não pagarão a dita pena; nem mulher de qualquer idade que seja; Nem pagarão a dita pena aquelas pessoas que castigando a sua mulher, filhos, escravos e criados tirarem sangue; nem pagará a dita pena quem jogando ‘punhadas’ sem armas tirar sangue com bofetada ou punhada (…)”

Barcos de Sesimbra“E de todas as barcas de Sesimbra e de quaisquer outros lugares da ordem, assim do alto como do baixo, que vierem vender a esta vila de Setúbal os seus pescados, pagarão a dízima antiga à ordem da dita vila como pagam os pescadores dela (…)”

Rede de pesca“E os que matarem pescado com rede de pesca, ‘bicheyro’, anzol ou a linha, somente para comer e não para vender, não pagarão dízima (…)”

Mouro“E se um mouro cativo sair pela foz para se vender por mercadoria pagarão dele a dízima. E se o levarem para seu uso não pagarão dele dízima, nem direito (…)”

Livro secular

Frases do documento

cêndio nos Paços do Concelho que deflagrou em 1910. É composto por 25 fólios, ou folhas, pautados, 21 respeitantes ao corpo do foral, em papel pergaminho, e três fólios anexos datados de 1517.Em cada fólio de 30 linhas, a cali-

quem desrespeitasse o foral – no-meadamente na alegação de mais direitos ou na cobrança de quantias mais elevadas do que declaradas no documento régio – ficava sujeito à expulsão da vila ou à cadeia.

Setúbal renascentista

Portugal estava a sair de uma crise graças a um novo período da his-tória, a expansão ultramarina. Em 1498, já no reinado de D. Manuel, Vasco da Gama chegava, por mar, à Índia e regressava um ano depois carregado de especiarias, fama e prestígio. Com orgulho, D. Ma-nuel acrescentou ao título de Rei de Portugal e dos Algarves o epíteto “daquém e dalém mar em África, senhor da Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”.A posição geográfica de Setúbal foi determinante para o desenvol-vimento da vila e uma mais-valia

para o reino, uma vez que apor-tavam barcos que carregavam e descarregavam os mais variados produtos. Enquanto Setúbal cres-cia, contando com 1200 fogos em 1527, a produção de cereais decaiu, dando lugar à produção, e por con-seguinte à exportação, de vinho e de azeite. Em 1502, em carta régia, foi determinada a abolição da dízi-ma do trigo, cevada e biscoito (ali-mento para os navegadores) que entrassem nos portos de Lisboa e Setúbal. Uma medida que vigoraria até à morte do Rei, embora o filho, D. João III, tivesse tornado essa isenção permanente.Aquando da subida ao trono de D. Manuel I, já decorria a construção do Convento de Jesus, arquiteta-da pelo mesmo autor do Mosteiro dos Jerónimos, mestre Boitaca, e ordenada no reinado de D. João II, monarca que viveu em Setúbal vá-rios períodos e que aqui ratificou o Tratado de Tordesilhas.

grafia é desenhada ao estilo Gó-tico Librário, com as capitulares desenhadas.A encadernação é de couro cas-tanho-escuro com as esferas ar-milares de D. Manuel e do Reino gravadas.

Page 27: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

27SETÚBALabril|maio|junho14

mem

óri

a

hoje

ontem

A Praça de Bocage muito tem mudado ao longo dos anos, seja em termos

de estruturas físicas, seja enquanto eixo de circulação rodoviária e pedonal.

Na imagem de Américo Ribeiro, feita em 1944, vê-se, onde hoje é uma agência bancária, uma loja de artigos elétricos

e, ao canto, um espaço dos Grandes Armazéns do Chiado. Hoje,

a zona central da cidade tem mais oferta de restauração, mas é possível observar

edifícios que parecem intactos, excluindo o quiosque com esplanada e, por trás,

a pizzaria, onde funcionou o Café Central, o qual ainda não existia há setenta anos.

Portugal e o Brasil sempre tiveram em comum a poesia de Bocage como objeto de estudo e de divulgação, uma ligação perpetuada na estátua da Praça de Bocage, ideia que surgiu no Rio de Janeiro, durante as comemorações do centenário do nascimento, a 15 de se-tembro de 1865.Cem anos depois, outra manifestação de apreço dos brasileiros para com Bocage e a sua terra natal foi a coloca-ção de um busto de Olavo Bilac, poeta brasileiro e grande entusiasta da obra bocagiana, na urbanização que se co-nhece como Praça do Brasil. Olavo Bilac (1865-1918) deu ainda nome à pequena artéria compreendida entre a Praça do Brasil e a Rua Ormuz.A cerimónia de inauguração do busto de Olavo Bilac, monumento oferecido por uma comissão brasileira, deu-se a 15 de setembro de 1965, por ocasião do segundo centenário do nascimento de Bocage, cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Américo Tomás.Por essa altura, já existia a maioria dos

Estória

RuaBocage e o Brasil

prédios que formam a atual Praça do Brasil, construídos poucos anos antes e ocupados nos seguintes, mas, em vez de um parque de estacionamento, a área habitacional era servida de uma zona verde.O espaço, dotado mais tarde de um par-que infantil, possuía diversas parcelas relvadas e arborizadas, separadas por percursos feitos de pedra, com o pou-co trânsito a circular a todo o redor da praça. No centro, num pequeno parque com piso de tijoleira, um muro feito em argamassa tosca pintada de branco, com uma configuração em arco, osten-tava na zona mais alta, a dois metros do chão, o busto de Olavo Bilac.Com o crescimento populacional e a banalização do uso do automóvel, a zona verde deu lugar a um parque de estacionamento, no início da década de 80. A Praça do Brasil ganhou uma nova configuração, que incluiu a supres-são da faixa de trânsito do lado norte. Com o novo desenho, o busto do poeta brasileiro teve de ser deslocado alguns metros.

CERIMÓNIA. Foto da inauguração do busto de Olavo Bilac, na Praça do Brasil, a 15 de setembro de 1965, do Arquivo Américo Ribeiro

Gaiola de sustentoAos 90 anos, Vicente Inácio Martins conseguiu a proeza, embora apanhado de surpresa, de ser notícia por causa de uma fotografia com quase tantos anos como ele.O Rapaz dos Pássaros saiu do anonima-to quando um sobrinho o reconheceu com pés descalços a ganhar forma, pelo street artist Odeith, numa lateral do Auditório José Afonso. A família foi ver a obra de graffiti ain-da a ser produzida. Ali estava Vicente, com 8 anos, numa rua das Fontainhas, a carregar uma gaiola com pássaros, posando para a fotografia tirada nos anos 30 por Américo Ribeiro. O feri-mento na perna do rapaz, representada também no mural, foi uma chaga que acabou por sarar. “Antigamente, era o tempo que curava tudo”, refere Júlia, ca-sada com Vicente há 65 anos,A memória de Vicente, nascido na Azinhaga do Maltalhado, ainda guarda algumas espécies de pássaros que um homem lhe dava para vender. Pintas-silgos, rouxinóis e pintarroxos eram vendidos a cinco tostões cada, sobre-tudo nos restaurantes, numa época em

que havia “muita miséria”, lembra Júlia. “Um senhor é que apanhava os pássaros e depois dava ao Vicente para ele os vender.”Claro que, numa família com mais três irmãos para sustentar, o rapaz levava alguns para casa, justificando a falta com uma fuga da gaiola.Com tal responsabilidade, não havia tempo para brincadeiras. Mas andou na escola, tirando a segunda classe. A professora, ao saber que o rapaz que-ria fazer a comunhão, arranjou-lhe um fato e um par de sapatos. A terceira classe tirou-a em adulto para conseguir ter a carta de condução.À medida que foi ganhando altura, massa muscular, força e destreza, Vi-cente começou a andar pelos campos a rachar lenha. Semanalmente, ia de bi-cicleta até Alcácer do Sal e depois a pé para o Torrão. Até que aos 24 anos casou com Júlia, na altura, com 17, começando a “esta-belecer-se” num pequeno quintal onde montou a sua primeira serralharia. Décadas passadas, Vicente voltou aos restaurantes em Setúbal, não para ven-der pássaros, mas para fornecer lenha.

Page 28: Jornal Municipal - abr | mai | jun'14

28SETÚBALabril|maio|junho14

plan

o

segu

inte

Uma dezena de escolas de samba, dois grupos carnavalescos e um trio elétrico, de Sesimbra, quinta do Conde e Ovar, a que se juntam foliões, num total de meio milhar de pessoas, desfilam no Carnaval de Verão, a 19 de julho, na Avenida Jaime Rebelo.O evento, a realizar pelo quarto ano con-secutivo, assenta arraiais mais junto do rio, transitando da Avenida Luísa Todi, o que promete uma desejada brisa fres-ca nas noites escaldantes oferecidas por esta animação popular.O desfile noturno, a partir das 22h00, de entrada gratuita, é o ponto alto dos fes-tejos, transformando toda a extensão da Avenida Jaime Rebelo num sambódro-mo, aberto à participação de grupos de coletividades e de formação espontânea.A iniciativa, organizada pela Câmara Municipal e pela ACOES – Associação do Carnaval e Outros Eventos de Setúbal, proporciona ainda convívio e anima-ção numa minifeira, entre os dias 17 e 20, junto do Jardim da Beira-Mar, com tasquinhas, esplanadas, artesanato, um programa de espetáculos e divertimentos para os mais novos.

Dezenas de feirantes, espaços de restauração, diversões e, claro, de espetáculos prometem fazer da edição de 2014 da Feira de Sant’Iago um evento a não perder entre 25 de julho e 3 de agosto.“Setúbal 1974-2014 | 25 de Abril 40 Anos” é o tema principal, patente no pavilhão da Câma-ra Municipal, numa grande exposição que re-cupera os momentos da Revolução dos Cravos no País e, em particular, em Setúbal.Uma outra área é dedicada ao foral manuelino, responsável, há precisamente 500 anos, pela reorganização do concelho, nomeadamente ao nível normativo. Dinamizada pelo Arqui-vo Municipal de Setúbal, inclui uma mostra, ateliers lúdico-pedagógicos, encenações de

Cerca de trinta bandas portuguesas compõem o cartaz do Rock no Sado, festival que, entre 15 e 17 de agosto, no Parque Sant’Iago, apre-senta artistas como Richie Campbell, Boss AC e Xutos & Pontapés.Mais de 40 mil pessoas são esperadas nesta segunda edição do festival sadino, agora com os horizontes alargados a outros géneros mu-sicais além do rock, mas que não abdica de promover e de dar um lugar de destaque nos festivais de verão aos grupos portugueses.O festival, com bilhetes diários a 15 euros e passes de três dias por 30 com direito a cam-pismo, apresenta, no palco “Arrábida”, Richie Campbell e Klepht, no dia 15 de agosto, Boss AC e Lemm Project, a 16, e Xutos & Pontapés, UHF e Alcoolémia, a 17.O segundo palco, o “Sado”, recebe, a 15 de agosto, Børge, Million Dollar Lips, Zop, Get a Dog, Ol’Jolly Roger, Electric Divinity e Dead Stone, vencedores do Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal deste ano.O mesmo espaço acolhe, no dia 16, Switch-tense, Hills Have Eyes, The quartet of Woah, Low Torque, Fokker e Phazer, enquanto no último dia atuam União das Tribos, Karpe Diem, Um Zero Azul, Booster, Rysko e Gente Estranha.

O australiano Jarrod Poort e a brasileira Ana Marcela Cunha ganharam a etapa de Setúbal da FINA 10 Km Marathon Swimming World Cup 2014, prova de natação em águas abertas realizada a 28 de junho, no Parque Urbano de Albarquel.A participar pela primeira vez na competição sadina, Jarrod Poort bateu os rivais ao sprint, o que lhe valeu um triunfo internacional iné-dito. “Foi difícil, com condições muito traiçoei-ras”, sublinhou o australiano, vencedor com o tempo de 1h52m06s.

Emoção nas águas abertas

Rock e não só no Sado

Carnavalanima no verão

Feira de Sant’Iagofesteja com AbrilOs aliciantes daquele que é o maior certame realizado

a sul do Tejo são uma constante. O 25 de Abril é recordado na Feira de

Sant’Iago, mas a história local também é elevada

através da comemoração dos 500 anos do foral

manuelino. Feirantes, diversões e concertos são

em fartura. E, estas, claro, também as há

época de um picadeiro e mercadores, anima-ções de rua e jogos e restauração medievais.As juntas de freguesia, além de representa-ções institucionais, têm também uma área de restauração.O Espaço Ciência, interativo com o público, reserva, pelo IPS, experiências científicas, pelo Circo Matemático, um ambiente cir-cense que propõe desafios de matemática e, pela Fundação Champalimaud, o Champimó-vel, simulador de movimento, com filme em 3D, que convida a uma viagem pelo corpo humano. O Festival do Desporto inclui, entre muitas outras atividades, paintball, karts, pista de skate e aulas de artes marciais e esgrima.

Com partida e chegada no recinto da Feira, realiza-se ainda uma caminhada, pelo proje-to Nosso Bairro Nossa Cidade, um passeio de cicloturismo e a corrida de obstáculos Setu-batlon.Na área Turismo, o certame promove produ-tores vitivinícolas e produtos regionais.Nesta onda de novidades, a Feira de Sant’Iago apresenta pela primeira vez uma roda gigante nas diversões.Com dois palcos de espetáculos, o cartaz in-clui dezenas de concertos, com artistas como Pedro Abrunhosa e cantores do programa do televisivo Factor X.Mais informações em www.facebook.com/feiradesantiagooficial.

O alemão Thomas Lurz, segundo classifica-do, com 1h52m07s, e o brasileiro Allan do Carmo, terceiro, com 1h52m08s, que já ha-viam participado na “Setúbal Bay”, ocuparam os restantes lugares do pódio masculino no regresso desta competição internacional ao Sado, com edições garantidas até 2017.A prova foi, no entanto, dominada durante muito tempo pelo grego Spyridon Gianniotis, que chegou a ter mais de cem metros de van-tagem sobre os adversários mais próximos. Mas o ritmo forte que impôs esgotou-se à en-

trada da última volta, levando-o a desistir.Nas mulheres, Ana Marcela Cunha foi a mais forte, com a mar-ca de 2h03m52s. “Foi muito bom voltar a Por-tugal e vencer”, afirmou a brasileira.O segundo lugar foi para a compatriota Poliana Okimoto, que registou 2h03m54s. A italiana Martina Gri-maldi, com 2h04m01, ficou no terceiro posto.