Jornal Nacional da Umbanda Ed 51

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J o r n a l Quinzenal Jornal Nacional da Umbanda São Paulo, Janeiro de 2013. Edição: 51 Ano: 03 [email protected] Jornal Nacional da Umbanda página 1 Expediente: Pai Rubens Saraceni Pai Alan Levasseur ENCERRAMOS O ANO COM HOMENAGEM A MÃE YEMANJA, E INICIAMOS COM HOMENAJEM AO PAI OXOSSI.

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Jornal de umbanda edição 51

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J o r n a lQ u i n z e n a l

Jornal Nacional da Umbanda São Paulo, Janeiro de 2013. Edição: 51 Ano: 03 [email protected]

Jornal Nacional da Umbanda ● página 1

Expediente:Pai Rubens SaraceniPai Alan Levasseur

ENCERRAMOS O ANO COM HOMENAGEM A MÃE YEMANJA, E INICIAMOS COM HOMENAJEM AO PAI OXOSSI.

Jornal Nacional da Umbanda ● página 2

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EDITORIALINTOLERANCIA RELIGIOSA.

Por: Rubens Saraceni E-mail: [email protected]

Muito se fala sobre a intolerância religio-sa, na maioria praticada por seguidores de deter-minadas religiões cujos seguidores se acreditam os únicos ungidos e amparados por Deus, mas pouco se tem falado na intolerância praticada pelo poder publico, que se mostra solicito com as manifestações dos seguidores das religiões cris-tãs (católicos e evangélicos), franqueando-lhes espaço publico em estádios praças e avenidas, proporcionando-lhes os mais variados serviços públicos (desde proteção policial até médico, se-gurança e fiscalização) para que possam reali-zar seus eventos com toda tranquilidade e segu-rança, não lhes cobrando nada por maiores que sejam os gastos que realizam. Mas, quando é a vez da Umbanda promo-ver seus eventos religiosos em homenagem a Iemanjá, tudo muda e as tendas, além de serem obrigadas a pagarem taxas de uso do solo, em terreno da Marinha do Brasil, têm que pagar para entrarem com ônibus até a beira do mar, sendo tratados como indesejáveis pelos respectivos prefeitos das cidades litorâneas. Dois pesos e duas medidas, esta é a verdade! Nossa homenagem, aqui em São Paulo, já é tradicional e vem sendo realizada há varias décadas e, se no passado o poder publico era receptivo devido o grande afluxo de pessoas às suas cidades nos dias em que eram realizados os eventos, quando o comercio local era beneficiado, hoje a realidade é outra e somos vistos e tratados como uma praga, como um estorvo pelo poder publico das cidades litorâneas, com muitos nos acusando de “sujarmos as suas praias”, a maioria delas reprovadas para banho pela CETESB, que as consideram impróprias e até publica a relação das que devem ser evitadas, devido o perigo para os banhistas. Nós só vamos em dezembro para as festas em homenagem a Iemanjá e, se deixamos os restos das oferendas na areia, é porque não tem outro jeito de se fazer as oferendas. Não dá para inventar ou substituir esta pratica milenar de se oferendar na natureza as forças e os poderes dos Orixás. Mas, e a sujeira e as depredações que acontecem nos grandes eventos das outras religiões, e que ninguém sequer comenta, porque é tabu falar sobre a sujeira deles? Nós somos criticados e tratados como estorvos e cidadãos de 2ª categoria, tanto pelo poder publico quanto pelos moradores das cidades litorâneas, e os restos de oferendas são descritos como poluidores de suas “maravilhosas” praias, que, na verdade, estão muito poluídas e oferecem risco para a saúde dos turistas banhistas, ou que só caminham pelas praias, oferecendo-lhes desde micoses até doenças infecciosas graves, mas isto eles ocultam, porque querem o nosso dinheiro quando vamos às suas cidades só como turistas, não é mesmo? Hipocrisia! A intolerância se mostra de muitas formas e esta é só mais uma delas. As outras religiões até recebem incentivos dos poderes públicos (devido os políticos eleitos por seus seguidores), e seus eventos são vistos e tratados com respeito e reverencia. Já os nossos, são vistos como perturbação dos seus habitantes e como poluidores de suas praias, como se fosse possível poluí-las ainda mais do que já estão. Para os seguidores das outras religiões, tudo!

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DUVIDAS E EMAILS DOS LEITORESHIPOCRISIA E INTOLERÂNCIA.(1)

Pai Rubens, eu espero que esteja bem. Li sobre a condição da intolerância e a forma em que os poderes públicos tratam as diversas religiões. Temos a Marcha para Jesus (que de Jesus não tem nada, porque o que manda é a grana, o dinheiro e o que movimenta é a ignorância do povo que quer ser carrega-do e negociar com Deus). Eu de certa forma previ isto quando vi a chamada, porque esta bandeira, seja da Um-banda, seja do Kardecismo (no qual fui criado) não possuem nada, rádios (fortes), templos, igrejas, televisões, justamente porque não conduzem como empresa estas denominações.Até na Umbanda eu vejo mil críticas e brigas por espaço, ou seja, onde há o homem, há po-liticagem. Às vezes não sabemos o que se passa no coração das pessoas, mas sabemos que a sociedade é hipócrita. Não sou contra o idiota, desculpa o termo, que vai ao templo evangéli-co, o tal pastor Santiago paga 6 milhões de reais por mês para manter 22 horas de programa-ção no canal 21 e agora fez uma proposta de compra de 700 milhões, isto porque ele é cria da IURD. E o que fazemos? Temos visto que tem umbandista que evita falar que é umbandista sim, seja no meio social porque tem medo. Vejo isto no meio kardecista também, que não frequento mais, nem sei mais onde situo-me, fui apenas um dia no Colégio de Umbanda no último dia de atendi-mento espiritual e os mentores pediram para eu voltar na próxima quinta, os mentores não sabiam que não haveria mais trabalho na quinta próxima? Ou seja, se sabiam ou não sabiam não seria de minha conta, até porque é fácil a gente tecer comentário sobre o que a gente não sabe o que se passa. Mas fico muito chateado uma cidade fazer isto, o prefeito com receio, um hipócrita que deve ter a sua sustentação política em cima de evangélicos e da podre igreja católica. Podre sim, somente pelos 300 anos de escravidão no Brasil em que ela nada fez, di-zendo que negro não tem alma (eu não sou negro), o que fizeram com a raça negra e a igreja omissa, a inquisição... a sociedade que olha com olhos tortos a umbanda. Fica aqui, meu respeito e gostei do texto, mas ele deveria ser mais difundido, espalha-do na internet, mídia, para que este tipo de coisa não ocorra, o evangélico é a pior praga que existiu, que surgiu, os católicos com suas rezinhas, Deus me livre. Respeito àquele que bate no peito e afirma que é umbandista ou kardecista sem medo, mas eu acho que nós não veremos estas mudanças enquanto aqui, mas deverão ocorrer e a pompa da igreja cair. Ela tem que cair. Vamos lá! Tom Capella: estrelaparalela.blogspot.com

E-mail: [email protected]

HIPOCRISIA E INTOLERÂNCIA.(2) Amado Pai Rubens Saraceni, ao seu lado como filha de santo, aluna e irmã lamento tamanha Hipocrisia mesmo. Cansamos de atender pessoas dessas religiões em nossas tendas para que nossos guias, mentores Divindades possam de maneira natural amenizar sofrimentos que esses irmãos não conseguem compreender através de “livros” escritos e reescritos por homens.

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E depois cansamos de ter que abaixar a nossa cabeça quietos para não perdermos pelas mãos desses mesmos irmãos, nosso espaço em nosso trabalho profissional, em nos-sa batalha diária nessa sociedade onde a hipocrisia reina e que aceitam pessoas ditas governantes roubem nosso dinheiro para si e abandonem suas obrigações para com nosso povo na saúde e educação principalmente mal distribuída e mal administrada. É melhor um povo ignorante e intolerante e que guerreia entre si para que os gran-des e poderosos possam ter tempo e espaço para acabar com a única coisa que é nossa de verdade...a VIDA...a vida que só poderá ser preservada com dignidade e amor se todos entendermos e praticarmos a nossa fé respeitando o nosso único livro direcionador... A mãe natureza que tenta se proteger de nós quando seu papel em nossas vidas é nos preservar para sejamos criaturas plenas em nosso divino Pai Olorum. Agradeçamos aos Pais e Mães Orixás pelo ano que passou por sua intercessão sempre em nossos momentos mais difíceis e peçamos a Olorum aos pés de nossa amada mãe Yemanjá ,nessa linda festa que nos re energiza e purifica, que nos dê mais vida para podermos seguir mesmo sendo rechaçados por aqueles ignorantes que não nos compre-endendo...nos julgam sem conhecimento....mas sabe pai Rubens, nas obras psicografadas por você aprendi que eles sofrem por não sabem dissipar a dor de não saberem de onde vêm e nós temos certeza de que somos centelhas vivas de nosso Criador Olorum, sabe-mos nos purificar nessa centelha e nos fazermos chama divina dentro dela para acolher a todos....se pagamos taxas....e taxas e somos criticados......também sabemos nos livrar de todos os males...quanto seus ensinamentos nos ensinou e nos livrou de dores e doenças ? Quantas almas de irmãos já não acolhemos em nossos trabalhos, nos tornando por-tais de luz de nosso amado pai Obaluayê, para curar pessoas e nos curar de toda miséria que o mundo tem vivido em sua fé? Ah Pai, não se preocupe, as taxas são recuperadas em cada ser que o senhor já fez ajoelhar por amor em auxilio de seu semelhante e de si próprio. Posso falar por mim que sigo ao seu lado há muitos anos. Que hoje seja um dia de muita LUZ, receba as luzes vivas de Nossa Divina Mãe Ye-manjá e sem falsa modéstia sinta em seu ser mais íntimo o agradecimentos de todos nós encarnados e de todos os nossos irmãos desencarnados pela imensa e divina obra que fez de todos que chagaram até você precisando de auxilio, somos nós estrelas perdidas que encontraram uma direção e a luz através do seu trabalho grandioso de amor e humanismo. Muito grata eu sou por tudo que com seu exemplo tem feito por mim. Sou alguém melhor e, portanto, muito mais feliz! Eu amo o senhor com todo o respeito de uma filha e meus olhos se enchendo de agua ao dizer isso porque a gratidão é algo que vem da essência de amor que eu aprendi a utilizar para mim e para meus semelhantes através do amor que você tem ao nos ensinar com tanta dignidade e paciência

Texto de Cris Lima E-mail: [email protected]

SALVE OXOSSI!OKE CABOCLO.

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São Sebastião nasceu em Milão, na Itá-lia, de acordo com Santo Ambrósio, por vol-ta do século III, embora haja versões de que tenha nascido em Narbonne, na França. Per-tencente a uma família cristã, foi batizado em criança. Mais tarde, tomou a decisão de en-gajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do Im-perador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus ver-dadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Se-cretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denun-ciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.

Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou. Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guar-das o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288. São Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na bata-lha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janei-ro. São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome, a peste e a guerra.

Na Umbanda, São Sebastião corresponde a Oxóssi Oxóssi é o orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Ode, que significa caçador. No Brasil, o orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número

DIA DE OXOSSI.O REI DAS MATAS

Por Alan Levasseur

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AxoxôÉ a comida mais comum de Oxossi. Cozinha-se milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se numa Gamela e enfeita-se por cima com fatias de coco. (pode-se cozinhar junto com o milho, um pouco de amendoim).QuibebeDescasca-se e corta-se 1kg de abóbora em pedaços. Numa panela, faz-se um refogado com 2 colheres de manteiga e 1 cebola média picadinha, até que esta fique transparente ou levemente corada. Acrescenta-se 2 ou 3 tomates cortados em pedaços miúdos, 1 pimenta malagueta socada, e a abóbora picada. Põe-se um pouco de água, sal e açúcar. Tampa-se a panela e cozinha-se em fogo lento até que a abóbora esteja bem macia. Ao arrumar na travessa que vai à mesa, amassa-se um pouco.Pamonha de milho verdeRala-se 24 espigas de milho verde não muito fino. Escorre-se o caldo e mistura-se o bagaço com 1 coco ralado(sem tirar o leite do coco), tempera-se com sal e açúcar.Enrola-se pequenas porções em palha de milho e amarra-se bem. Cozinha-se numa panela grande, em água a ferver com sal, até que desprenda um bom cheiro de milho verde.

Lendas de OxOssiComo Oxossi Virou Orixá

Odé era um grande caçador. Certo dia, ele saiu para caçar sem antes consultar o oráculo Ifá nem cumprir os ritos necessários. Depois de algum tempo andando na floresta, encontrou uma serpente: era Oxumaré em sua forma terrestre. A cobra falou que Odé não devia matá-la; mas ele não se importou, matou-a, cortou-a em pedaços e levou para casa, onde a cozinhou e comeu; depois foi dormir. No outro dia, sua esposa Oxum encontrou-o morto, com um rastro de cobra saindo de seu corpo e indo para a mata. Oxum tanto se lamentou e chorou, que Ifá o fez renascer como Orixá, com o nome de Oxossi. Orixá da Caça e da Fartura !!! Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando farpas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástro-fes. O Rei então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança, resolveram con-vocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha. Sua mãe, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Ela foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Os Babalaôs disseram para ela preparar

de filhos, recebendo o título de Rei das Matas. Seus símbolos são ligados à caça.

oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas), èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). A mãe de Òsotokànsosó fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a ofe-renda recitasse o seguinte: “Que o peito da ave receba esta oferenda”. Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada pela mãe do caçador, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: “Oxossi! Oxossi!” (caça-dor do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referen-ciado com honras e carrega seu título até hoje. Oxossi.

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aLGUMas eRVas da LinHa de OxÓssi: picão do mato, cipó caboclo, barba de milho, mil folhas, funcho, fava de quebranto, gervão roxo, tamarindo (folhas), alecrim do mato, boldo, malvarisco, sete sangrias, unha de vaca, azedinha, chapéu de couro, grama barbante.

sUGesTÃO de OFeRenda PaRa OxOssi:Toalha ou pano verdeVelas Branca e VerdeFitas Branca e VerdeFrutas de qualquer espécie, (preferencia para as que contem bastante semenete)Comidas (moranga cozida, milho verde em espiga cozido, maça cozida e regadas com mel ou açucarada, doces cristalizados)Vinho TintoCerveja BrancaPembas Branca e VerdeFúba, para circular a oferenda(sugestão retirada do livro RITUAIS UMBANDISTAS - oferendas, firmezas e assentamen-tos. Editora Madras. Autor Rubens Saraceni)

Jornal Nacional da Umbanda ● página 7

Jornal Nacional da Umbanda ● página 8

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DESABAFO DE UM DIRIGENTEPor Pai Fabio Marques

É com tristeza que recebo alguns e-mails e verifico algumas publicações nas redes sociais de dirigentes de federações da nossa religião, que deveriam representar-nos guer-reando entre si e em um completo jogo de vaidade, pelo simples fato de que a festa de Ye-manjá de “fulano de tal” teve mais repercussão que a festa de Yemanjá de “sicrano de tal”. Precisamos nos manter atentos a estas pessoas que desta forma, denegrindo a ima-gem uma da outra, fere o principio maior delas existirem, a UMBANDA tendo como um úni-co motivo o “PODER” material e financeiro. Infelizmente nossa amada mãe Yemanjá e os Sagrados Orixás assistem a isso tudo. Somos uma religião naturalista, que aceita as diferenças, que não se opõem em atender quem quer que seja, inclusive os nossos opositores, que tem no seu maior templo a natureza de Nosso Pai Olorum. Como toda religião o que a estraga é a mão do homem, que se entende acima do bem e do mal, único detentor da verdade, que não respeita as tradições, que não respeita a hierarquia, que não tem historia, que não tem família espiritual, que enxerga na religião ape-nas uma forma de ter “sucesso”, de “ganhar dinheiro”, de dizer “eu sou o cara da religião”, “eu apareci no programa da fulana de tal”! Eu , eu, eu, sempre eu..... E a Umbanda em sua vida, entra aonde? Infelizmente ninguém consegue entender que quando um sacerdote de qualquer re-ligião aparece na mídia, seja ela televisiva, jornalística, redes sociais, etc. ele representa a religião em um todo e não apenas ele, ou a Federação que ele é presidente. Quando estes ignorantes irão entender que esta guerra entre federações, que esta briguinha de vaidade, que este pensamento único e exclusivista mais atrapalha que ajuda a nossa religião? Pudemos ver e sentir isso nas ultimas eleições onde os candidatos que se diziam espiritualistas, espiritas, do axé, etc., não conseguiram o mínimo possível para elegerem-se em uma cidade onde temos mais de 70.000 umbandistas. Está na hora de deixar as diferenças pessoais, as vaidades, o orgulho e todo senti-mento negativo de lado e tentar unir forças para que a nossa religião não seja perseguida e consigamos, definitivamente, cultuar nossos Orixás como deveríamos, além das casas de axé regularizadas, em seus pontos de força, sem joguinhos de vaidade, onde quem perde somos todos nós, Umbandistas praticantes. Há coisa mais importante pra você do que poder receber um axé de um Orixá, seja ele de que nação ou forma de cultuar, este esteja sendo cultuado? Então você não é Um-bandista, você pode ser qualquer coisa, menos Umbandista. Ocorre-me uma ideia há bastante tempo de termos um órgão regulador, fiscalizador, para que possamos ter credibilidade junto à sociedade, que ainda nos trata como seita. Mas chego à conclusão de que isso, até seria possível, se as pessoas que estão à frente das federações fossem um pouco mais tolerantes, pois deixaríamos de dividir forças e nos uniríamos em respeito a nossa religião, mas para muitas federações o que importa é a mensalidade que aquele templo, casa, tenda, etc. paga no final do mês. Deixo uma pergunta a todos os dirigentes de federações: Qual o motivo de você liderar uma federação é para ajudar a sua religião ou para ser famoso?

CADERNO DO LEITOR

Jornal Nacional da Umbanda ● página 9

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O DESPERTAR PARA A ESPIRITUALIDADE E PARA A UMBANDA

Por PH Alves. E-mail: [email protected]

Sempre vivi em uma família muito espiritualizada, com braços tanto no Catolicismo, Espiritismo e até na Umbanda e desde criança aprendi a ver as diferenças e práticas reli-giosas. O mais engraçado é que mesmo estando nesse meio desde quando nasci nunca ti-nha me interessado em estudar, muito menos aprofundar-me em algumas destas religiões, para dizer que nunca me envolvi com nada até tentei ir às aulas da bíblia que aconteciam aos finais de semana em uma igreja católica perto de casa, o que acabou não dando muito certo já que não me interessava nem um pouco no conteúdo do curso e sim nos lanches que era dado nos finais de cada aula, é verdade tive meu lado interesseiro, mas quem não teve? (risos) Fui crescendo e meu interesse pela espiritualidade diminuía cada vez mais, só acha-va legal essa história de acender velas e incensos porque para mim naquela época soava um tom místico e para falar a verdade eu gostava muito desse ar. Mais o que eu realmente achava interessante era quando eu visitava meus tios em Santos, pois eles têm um terreiro de Umbanda por lá, e não sei por qual motivo, mas essa cidade sempre me fez sentir bem, principalmente quando estava na casa deles. Quando aconteciam as festividades dos Erês, os rituais, as defumações e até as giras, sempre me faziam sentir uma energia muito magica, que naquela época ao mesmo tempo em que me fascinava me deixava com medo, até então nunca tinha assistido uma gira de perto, somente ouvia as batucadas que já eram o suficiente para me deixar atento. O tempo foi passando e como eu não vivia o tempo todo no terreiro dos meus tios não conheci e nem procurei conhecer nada sobre a Umbanda, e quando cheguei à adolescência tive minha fase de rebeldia com a espiritualidade e com as religiões, achava que tudo era baboseira e que tudo não se passava de picaretagem, foi então que virei ou pelo menos comecei a me considerar Ateu, e procurei estudar todas as formas cientificas de provar que a espiritualidade não se passava por baboseira. Eu só não estava percebendo que quanto mais eu achava que estava se afastando da espiritualidade mais eu estava abraçando ela, já que por tese, aquilo que nos incomoda é justamente aquilo que mais criamos uma ligação. Com o tempo um amigo meu me apre-sentou algumas coisas relacionadas à magia e ao ocultismo, e as coisas começaram a ter um sentido muito mais amplo em minha vida. Mas e a Umbanda? Já iremos chegar lá, pois estou querendo mostrar que foi através da Magia que en-contrei a Umbanda. Comecei a estudar bastante coisa sobre magia e espiritualidade, e atra-vés das praticas e das fontes bibliográficas eu via que a magia está em tudo que fazemos,

A impressão que tenho e acredito que muita gente compartilha este mesmo senti-mento é que é para ser famoso. Não estou dizendo que todos os presidentes de federação são assim, mas que há muitos em nosso meio, e alguns velhos conhecidos nossos, a isso há sim. Desculpem o desabafo.

Pai Fabio MarquesSacerdote Umbandista

Eterno aprendiz de UmbandaTenda de Umbanda Caminheiros da Luz

www.tendadeumbandacaminheirosdaluz.com

Jornal Nacional da Umbanda ● página 10

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através de símbolos, rituais, manipulação de elementos como ervas, cristais, e energias, até de cantos e entoação de certos mantras e palavras de poder. Só que ainda estava faltando alguma coisa, um foco, algo em que eu possa por em pratica todo esse estudo, um lugar que usasse todos estes artifícios em nome da caridade e do amor. Foi então que quando voltei para o terreiro do meu tio em Santos pude perceber que a magia estava ali dentro, e que aquele sentimento que existia dentro de mim quando criança era algo, mas ainda não sabia ao certo do que se tratava. Visitei e comecei a frequentar alguns terreiros aqui de São Paulo, como o Instituto Cultural Sete Porteiras do Brasil do sacerdote Jorge Scritori e também o Colégio de Umban-da Sagrada Caboclo Pena Branca do Alexandre Cumino, além dos cursos online ministrado pelo Instituto Cultural Aruanda, e mais e mais eu me identificava com aquilo e a semente que estava plantada em mim quando criança começava a germinar de uma maneira espeta-cular, foi quando em um dos atendimentos em que passei um Exu me perguntou se eu não gostaria de desenvolver minha mediunidade, e em seguida o Colégio de Umbanda Sagrada Caboclo Pena Branca abre vagas para o curso de Desenvolvimento Mediúnico. Tudo pare-cia estar se encaixando, e estavam! As aulas foram e estão fazendo minha perspectiva como pessoa mudar e me tornar não somente uma pessoa espiritualizada, mas também melhor para si mesma e para os outros. Até que chegou um dia em que durante uma destas aulas eu estava em estado de meditação e as forças dos Orixás começaram a ser evocadas, e estas forças entraram no amago do meu ser, fazendo com que cada batida de meu coração se tornar-se um batuque que faz a canção da vida tocar. Eu sentia em cada um de meus poros a energia, eu sentia em minha alma a força e o Axé que a Umbanda estava trazendo para mim, a cada nome dos orixás, a cada respiração profunda, a cada palavra evocada, o meu ser inteiro se estremecia de amor por esta reli-gião, e os meus olhos se abriram, e não digo os meus olhos físicos e sim os olhos de meu espirito que viu a Umbanda não só como uma religião onde eu me identificava ou poderia colocar em pratica os estudos magísticos, mas como um pedaço daquilo que chamamos de Amor de Deus. O Amor Divino que estava me envolvendo de dentro para fora e de fora para dentro me fazendo tornar não só um adepto da Umbanda, mas um pedaço da Umbanda Sagrada, um pedaço de Deus que está aqui para servir em nome da caridade e do amor incondicional do Criador. E assim aconteceu o despertar, o despertar para a espiritualidade, o despertar para a Umbanda, o despertar para o Amor de meus Guias e Guardiões, o despertar como filho dos Orixás e de Deus. Axé, axé, axé!

Este é um livro a respeito dos fundamentos doutrinários da Umban-da, uma religião fundada no Brasil em 16 de novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, a partir de uma manifestação espiritual do Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão espírita. Os umbandistas cul-tuam Deus e suas divindades, os Orixás, e, durante as suas giras, contam com a presença dos Guias espirituais incorporados em seus médiuns, para o cumprimento de uma das suas finalidades primordiais: a prática da Cari-dade. Nesta obra, Rubens Saraceni explica com desenvoltura fundamen-tos ritualísticos e doutrinários dessa religião centenária, com destaque para a cosmogênese umbandista e seus Orixás, discorrendo sobre suas firme-zas, irradiações, oferendas e seus assentamentos, bem como aborda de modo claro as Sete Linhas de Umbanda.

Jornal Nacional da Umbanda ● página 11

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UMBANDA NO ESPIRITO SANTO CAMINHA COM FÉ

Por Adriano Trigo Lopes

Dificuldades, repressão política e policial, su-peração. A história da Umbanda no estado do Es-pírito Santo não fugiu à regra de outros estados brasileiros. O movimento teve início nos primeiros dias da década de 1940, “coincidentemente” num período de extrema aflição coletiva. De carências físicas e espirituais. E repletos de incertezas e dificuldades. O motivo: o mundo envolvido em sua 2.a Grande Guerra. Os primeiros passos do movimento umbandista em solo capixaba foram dados por duas institui-ções que ainda estão em plena atividade: Fraterni-dade Tabajara e Centro Espírita Paz Amor e Cari-dade Canabibi.

Em 1940, numa propriedade rural no município de Cariacica – vizinho da capital Vi-tória – surge a Fraternidade Tabajara, com reuniões realizadas numa pequena cabana de sapê e com assentos em tocos de madeiras. Esta primeira fase é interrompida em 1942 de-vido ao desencarne do médium-chefe José Baptista de Carvalho. A instituição retoma seus trabalhos em 1945, após um fenômeno espiritual que envolvia a família formada por Álvaro da Silva Labuto e Maria de Lourdes Poyares Labuto. Maria de Lourdes encontrava-se doente, desenganada pelos médicos. O que para a ciência dos homens significava doença desconhecida e sem cura, era um processo es-pontâneo de desenvolvimento mediúnico. Seu marido, aconselhado por médiuns amigos, a levou ao Rio de Janeiro em busca de ajuda e esclarecimentos ao Centro Fé, Esperança e Caridade de Jesus, no bairro de Vila Isabel. No encontro que teve com a entidade Pai João de Aruanda, Maria de Lourdes foi aconselhada a cumprir sua missão espiritual. A entidade afirmou que daria a devida assis-tência e que com Deus tudo se acertaria. No retorno ao estado do Espírito Santo, o casal seguiu os conselhos recebidos e visitaram a Vila Tabajara, em Cariacica. Exatamente no local, onde antes houvera as sessões espirituais, a médium Maria de Lourdes – através da clarividência – descreve aos presentes o agradável ambiente espiri-tual que lhe era revelado. Em sequência houve a manifestação (incorporação) da entidade Tia Maria, que transmite as ordens de reabertura da Fraternidade Tabajara e dos trabalhos espirituais, mantidos até os dias de hoje. [1] Na capital Vitória, praticamente dentro do mesmo espaço/tempo, numa casa simples localizada no bairro Forte de São João, onde hoje está erguido o Colégio Estadual de Vi-tória, a Umbanda dava seus primeiros passos. Entre móveis domésticos, afastados para ganhar espaço, a sala de estar era transformada em templo de um culto religioso, até então, estranho e desconhecido para a maioria. A família formada por João de Deus Farias Chagas, sua esposa e duas filhas foi a semente da Umbanda na capital, cujo nome é Vitória e o estado fora batizado de Espírito Santo. Foi neste pequeno núcleo que as bases do mais tradicional Centro de Umbanda do estado do Espírito Santo, o Centro Espírita Paz, Amor e Caridade Canabibi, foram firmadas, sob o comando espiritual da Cabocla Canabibi.

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Como não bastassem as dificuldades impostas pela 2.a Guerra Mundial, o Brasil passava pelo período denominado Estado Novo, compreendido de 1937 a 1945, coman-dado pelo ex-presidente Getúlio Vargas, que reprimia e controlava até mesmo as reuniões religiosas. Sessões de Umbanda nos grandes centros urbanos, quase sempre começavam num espaço humilde da periferia e terminavam na polícia. Em função dos desconfortos provoca-dos pela polícia, que com frequência interrompia os trabalhos espirituais, é que um amigo de João de Deus e adepto da Umbanda, Sylvino Fontes, legaliza o Centro Canabibi junto ao Estado, em 10 de fevereiro de 1942, sendo em nível oficial o primeiro terreiro de Umbanda legalizado no Espírito Santo. Mais gente. Necessidade de mais espaço Em pouco tempo, a pequena casa da família de João de Deus ficou pequena para o número de pessoas que procuravam ajuda. Pacientes ficavam aguardando no lado de fora o momento da consulta. Era urgente a preparação de mais espaço e mais médiuns. O problema era grande e os recursos financeiros escassos. Mas, para a espiritualida-de não é coincidência, tudo é providência. Sylvino Fontes era amigo de Mário Monjardim, membro de uma tradicional família de Vitória e possuidor de casas e terrenos na cidade. Pronto! Um encontro. Uma conversa. Problema resolvido. O Canabibi passou a funcionar no bairro Fradinhos, inicialmente, numa casa cedida por Mário Monjardim. E depois, num terreno próximo. Onde foi erguida a sede definitiva, que se encontra em funcionamento até os dias de hoje. Mas, a maior contribuição de Mário Monjardim para a Umbanda não foi o espaço físico cedido ao Centro Canabibi. Ele casou-se com Maria Borloth Monjardim, adepta do kardecismo desde criança. No início, não frequentava as sessões do Canabibi com o marido, que já fazia parte da diretoria. Mas, um dia – por curiosidade – procurou conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Umbanda. Durante uma sessão, em contato com o Caboclo Anastácio, lhe foi revelado a missão que tinha junto à Umbanda. A partir desse momento, não mais criou resistência. Passou a estudar e a se dedicar a Umbanda. Entrou para a corrente mediúnica do Canabibi e em 1959 assumiu a condição de médium-chefe. Junção de forças Em função de problemas de saúde, dela e com o marido, Maria Monjardim – como é carinhosamente chamada – precisou se afastar fisicamente de grande parte dos trabalhos materiais e espirituais do Canabibi. Era chegado o momento da corrente mediúnica, por ela arduamente preparada, mostrar o seu valor. Momento de juntar forças. Cely Fonseca Car-doso, na época diretora social e sub chefe do Canabibi, assume a direção dos trabalhos, permanecendo à frente daquela instituição até 2007. Novos caminhos No mesmo ano, trazendo como base o modelo de trabalho espiritual desenvolvido pelo Canabibi e recebendo orientações espirituais da Cabocla Yara, sua mentora espiritual dentro da Umbanda, Cely funda a Fraternidade Umbandista Cabocla Yara, juntamente com o Projeto Social Caminhado com Fé, localizada na Avenida Brasil, no bairro Resistência em Vitória/ES.

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No local, são desenvolvidos os trabalhos espirituais associados a um núcleo de atividades que envolvem: distribuição de cestas básicas para famílias carentes cadastradas, doação de cadeiras de rodas, fraldas geriátricas, cursos de qualificação profissional e geração de renda.

Também, nos finais de semana, são mantidos grupos de estudos relacionados à Umbanda, através do Sacerdote Marcos Mozol e Magia Divina, através

da Maga Iniciadora Karen Carvalho, estudos estes desenvolvidos com base nos ensina-mentos do Mestre Rubens Saraceni. Com 45 anos dedicados à Umbanda, Cely Fonseca sintetiza sua trajetória com a se-guinte declaração: “Aprendi com minha mãe-espiritual, Maria Monjardim, que Umbanda é carida-de. E o pagamento da caridade é a ingratidão. Porém, não querendo negar este sábio ensinamento, somente reconhecer os méritos, tudo que aprendi de bom, retive e posso passar para os meus filhos de fé, agradeço ao Pai Olorum e à minha eterna professora de Umbanda, Maria Borloth Monjardim”.

(www.fraternidadetabajara.org.br/fraternidade_3.html, 2012)

SUAS ESCOLHAS!Por Junior Pereira E-mail: [email protected]

Sua vida é hoje resultado de suas próprias escolhas e das decisões que você toma! Você tem o poder de escolher pensamentos, preparo físico, experiências e, se duvi-dar, até a sua situação financeira. Pode escolher quem o cerca, às vezes que o magoa, mas são somente suas esco-lhas. As circunstâncias não determinam, mas revelam quem você é. Olhando sempre ao seu redor, verá sempre o resultado de suas escolhas. Todas elas têm ou tiveram alguma razão. E, no centro delas, está você! Cada momento que você decide algo saiba que isso passa a ter um impacto direto na sua vida. E, para cada decisão existe uma razão ou emoção que pode ter sido pensada ou pode ter sido fruto de um impulso, tomado ao acaso. Ainda assim existe uma razão para isso. É por isso que a razão da vida é tudo. É por isso escolher de forma positiva é tão importante. É por isso que ouvir o coração faz toda a diferença. Porque a suas razões e as suas emoções vão, implacavelmente, moldando a sua vida. E tem mais, o preconceito é opinião sem conhecimento. Lembre-se disso!

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PARTINDO DA MÃE ÁFRICA, ATRAVESSANDO O ATLÂNTICO E CRIANDO RAÍZES NO BRASIL.

Por Rodrigo Correia dos Santos. E-mail: [email protected]

Minhas raízes estão ligadas a Mãe África, trazida pelos escravos dentro dos “tumbeiros” como era chamados os navios negreiros, atracados e ancorados em solos brasileiros escrito com sangue de pessoas passivas na pele desses homens cujo nosso Pai Maior lhe confiou essa mis-são. Miscigenação, lágrimas, dor, alegria, fé esses homens e mulheres cultuavam seus Orixás pedindo a vossa proteção, e assim por alguns momentos matavam a saudades da mãe África e de quem a completa. Estava quase nascendo, já tinha conquistado a todos dentro da nossa senzala que era um pedacinho da nossa África aqui em terras brasileiras e o respeito entre as nações com a minha humildade que desde sempre a carreguei comigo, mostrando sempre o amor ao próximo só me restava à liberdade. Anos passaram alguns irmãos meus se foram, outros iam chegando a todo o momento até que o dia mais esperado chegou 13 de maio de 1888, nosso sonho veio através das mãos de uma mulher que estava no poder, e o nosso sonho se concretizou ganhamos a “liberdade” que lutáva-mos constantemente. Estava pronto para colocar em prática o segundo ato da minha missão aqui na terra, no dia 15 de novembro de 1908 dei inicio a parte mais complicada e significativa da minha existência junto com o meu companheiro espiritual chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas junto com o nosso maior porta-voz o médium chamado Zélio Fernandino de Morais. No dia seguinte na hora marcada por Zelio Fernandino de Morais demos inicio a minha exis-tência, fui batizada e ganhei o nome de “Umbanda”. Sou eu quem guarda todas as pessoas que me respeitam e se dedicam com a prática da caridade e ensinando para as outras pessoas o amor ao próximo sem se preocupar com cor, credo, classe social... Estou sempre a guardando meu filhos queridos, que são inúmeros aqui no plano físico, na caminha aqui em cima da terra vermelha, com as benções de nosso Pai Olorum e nossa Mãe Ie-manjá. Filhos meus não me chamo Umbanda por caso, e vocês meu filhos também não são Umban-dista por caso... Somos uma família só.

A HISTÓRIA DE CELY FONSECA A história de Cely Fonseca com a Umbanda não difere daquelas que conhecemos dos sérios dirigentes espirituais e suas respectivas missões. Terceira filha de uma família de sete irmãos, todos de formação católica, aos nove anos começa a sentir as primeiras manifestações. Desmaios sem explicação, audição de múltiplas falas sem emissores físicos ou aparelhos sonoros ligados. Vultos visíveis a ela e invisíveis para a maio-ria. “Doenças” em que só apresentavam as consequências e nunca as causas. Com doze anos, uma vizinha que tinha alguns conhecimentos sobre espiritualidade e seus fenômenos, a levou a um benzedor para uma consulta. De imediato, Sr. João Benzedor identificou a mediunidade em pleno desenvolvimento. A partir daquele momento, o que era doença começou a ser um dom. Mas, trabalhos foram feitos para “trancar” a mediunidade, devido a dois motivos: a pouca idade e a falta de conhecimento e aceitação da família. Aos 17 anos, logo após o seu casamento, os fenômenos típicos da mediunidade retornaram e Cely passou a frequentar reuniões do kardecismo, na Federação Espírita do ES. Sentindo que esta não era sua trajetória, em 1967 passou a fazer parte da corrente mediúnica do Canabibi.

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SACERDÓCIO E LIDERANÇA UMBANDISTAPor Alexandre Cumino

Todo sacerdote de Umbanda é, ou deveria ser, um líder dentro de seu grupo, terreiro, centro, tenda, núcleo, etc. Afinal exercer o sacerdócio, ser um dirigente, assumir esta res-ponsabilidade, é chamar para si a responsabilidade de conduzir e orientar uma comunida-de. Nos tornamos sacerdotes quando nossos guias espirituais nos colocam a missão de tomar à frente de um grupo. Passamos a ser identificados como pais e mães espirituais destes médiuns que nos procuram para se desenvolver e trabalhar sua mediunidade em nosso templo. Este sacerdócio é legalizado e oficializado perante a sociedade com a docu-mentação do templo registrada em cartório. Quando somos chamados para esta missão, geralmente, não nos sentimos prontos para tal responsabilidade, nos preocupamos com: obrigações, feituras, firmezas, assen-tamentos, coroamentos, reconhecimento, segurança, demandas e etc. Alguns de nós re-cebemos um preparo sacerdotal dentro do terreiro em que nos desenvolvemos, mas hoje existem bons cursos de sacerdócio para que o médium receba um preparo todo dedicado ao contexto religioso sacerdotal umbandista. Mesmo quem já é sacerdote e dirigente costuma procurar os cursos de sacerdócio e, desta forma, ir se lapidando e se aprofundando cada vez mais nos fundamentos e mistérios da religião. Ninguém sabe de tudo e a Umbanda é uma religião extremamente complexa, aprendemos com os saberes de todos e assim vamos nos enriquecendo e nos preparando cada vez mais para lidar com vidas que são colocadas à nossa frente em sua fragilidade maior. Logo, trabalhar como médium não é brincadeira, ser sacerdote é algo muito sério e que deve, sim, ter um bom preparo que vai muito além de aprender algumas práticas, ter feitos estas e aquelas obrigações ou ter passado por um ritual de coroação. O sacerdote lida com pessoas, com seres humanos, com médiuns, com homens e mulheres enfrentando dificuldades emocionais, racionais, espirituais, materiais e mediúni-cas. É preciso, antes de mais nada, saber diferenciar estas questões. Claro que é importan-te ter segurança mediúnica e contar com nossos guias para ajudar médiuns e consulentes. Ainda assim, nos deparamos com a questão da liderança, ou seja, como este diri-gente, este sacerdote, conduz o seu grupo. De nada adianta ter uma boa mediunidade, ter todos os preparos, conhecer todos os fundamentos e não conseguir exercer a liderança sacerdotal. Aqui entra uma questão fundamental, LIDERANÇA É ALGO QUE PODE SER APREN-DIDO. Há anos venho estudando sobre liderança e colocando a questão para ser estudada e debatida nos cursos de Sacerdócio de Umbanda Sagrada. Os resultados são sempre animadores e surpreendentes. Existe muita literatura sobre o assunto. Entre tantos títulos, quero recomendar dois livros que se complementam: “O Monge e o Executivo”, de James C. Hunter, Editora Sextante; e “Krishna e a arte de liderar”, de Sathia Sai Baba, Editora Madras. Cito abaixo algumas definições apresentadas por James C. Hunter, para nossa refle-xão: Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum. Poder é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer.

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Autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade tudo o que você quer por causa de sua influência pessoal. Liderar é exercer a autoridade e não o poder, liderar é conduzir pessoas que que-rem ser conduzidas. Liderar no sentido religioso é inspirar as pessoas a se tornarem seres humanos melhores. No título de Sai Baba, ele deixa muito claro que nenhuma técnica de liderança serve para quem não tiver caráter. Não adianta aprender a ouvir, dar atenção, ser educado, polido, firme e etc. Se não houver uma retidão entre pensamentos, palavras e ação. A liderança está diretamente ligada à sua VERDADE. Viver uma verdade é algo con-tagiante, conseguir realizar-se em algum campo de sua vida é algo magnetizador e atrator de pessoas que querem viver esta mesma experiência. No campo religioso, isto é mais forte ainda, pela oportunidade de viver experiências de transcendência que dão um sentido existencial para a vida. O líder realizado religiosamente vai naturalmente se tornando desa-pegado, pleno e satisfeito. Este líder feliz consegue vencer suas dores, traumas, mágoas, e subjulgar o ego com : AMOR, logo surgem outras qualidades citadas por Hunter, como: Paciência é capacidade de autocontrole. Bondade é dar atenção, apreciação e incentivo. Humildade é ser autêntico, sem pretensão ou arrogância. Respeito é tratar os outros como pessoas importantes. Abnegação é Satisfazer as necessidades dos outros Perdão é desistir de ressentimento quando prejudicado. Honestidade é ser livre de engano. Compromisso é sustentar suas escolhas. Estas qualidades não podem ser forjadas, mas podem ser exercitadas, estimuladas, de tal forma que aos poucos seja possível sentir prazer em praticá-las. Mas, de qualquer forma, deve ser algo que se deseja viver, caso contrário se torna hipocrisia. Na Umbanda, temos muitas pessoas de boa vontade, mas que nem sempre param para pensar nas ques-tões comportamentais. Coisas simples como: dentro de um grupo em que você é o líder, aprender a elogiar em público e chamar a atenção, apenas, em ambiente privado. Pode até parecer boba-gem, mas vemos muitas pessoas sendo expostas ao ridículo e sentindo-se constrangidas pela forma como são ou foram tratadas dentro de um templo de Umbanda. Isso é possível aprender, assim como é possível aprender sobre organização, aprender e ensinar posturas comportamentais. Sim, é possível aprender muita coisa. Assim como, ao ser contratado por uma grande empresa, os funcionários passam por um treinamento em que serão orientados sobre como agir em cada situação, também precisamos refletir sobre como devemos nos portar em relação aos consulentes, aos outros médiuns, aos guias e Orixás. No caso de um terreiro, tudo começa com o dirigente, o líder, pois o seu comporta-mento será reproduzido por seus médiuns, seus liderados. Se este dirigente trata mal os consulentes, seus médiuns também adotarão este comportamento; se ele trata mal os mé-diuns, eles também se tratarão mal uns aos outros. Até mesmo com relação às incorporações, segue-se este padrão: se o dirigente in-corpora de uma forma violenta, isso se repetirá em sua corrente mediúnica, se suas entida-des tem comportamento invasivo ou chulo, os demais se sentirão à vontade para assumir este comportamento. Então entrará em questão o que chamamos de doutrina, dizemos que fulano não tem doutrina, portanto voltaremos à questão inicial de caráter, verdade e retidão entre pensa-mentos, palavras e ações. Estas são algumas das questões tratadas nos estudos de sacer-

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dócio, em que fica muito claro que não basta incorporar espíritos, ter boa vontade, ou ter sido coroado, feito obrigações. É preciso se preparar emocionalmente e racionalmente para lidar com pessoas e si-tuações. É preciso ser um apaixonado pela vida e pelo ser humano e querer se aprofundar em si mesmo e crescer junto de seu grupo mediúnico. Vontade é um anseio que não considera as consequências físicas ou psicológicas daquilo que deseja. Necessidade é uma legítima exigência física ou psicológica para o bem estar do ser humano. Neuróticos são as pessoas que assumem responsabilidades demais acreditando que tudo acontece por sua culpa. Sem caráter são aqueles que não assumem a responsabilidade por seus atos.

CLaMOR aO Pai OxaLÁ.Texto de Marcelo Cordeiro. E-mail: [email protected]

Amado Pai Olorum, diante de ti e diante de vossos mistérios divinos eu lhe peço a permissão para invocar as correntes socorristas do nosso Pai Oxalá. Pai Oxalá, vós que sois poder e bondade, neste momento, eu esse vosso servo encarnado ungido pelas Sete Linhas de Umbanda Sagrada lhe peço que vossas falanges espirituais socorristas atendam a este clamor e venham até mim e até aos meus irmãos en-carnados aqui presentes para nos libertar de todos os males que estão nos afetando, tanto em nosso corpo físico como em nosso corpo espiritual. Que sejamos libertados também de todos os cordões energéticos negativos que por ventura estejam ligados aos nossos chacras principais e secundários. Pedimos ainda, Pai Oxalá que todas as pessoas que de alguma forma estejam liga-dos a nós, sejam elas afetas ou desafetas, também passem a receber este beneficio de auxilio de vossas falanges de socorristas e que também sejam libertados de todas as per-turbações e ligações energéticas negativas que por ventura existam nelas. Pai Oxalá vos pedimos que, se estas ligações existentes entre nós, que somos ir-mãos encarnados, estejam sendo utilizadas como meio de transferências de energias ne-gativas por espíritos perturbados, negativados, vingativos ou vampirizadores a fim de nos prejudicar em alguns de nossos Sete Sentidos da Vida que estas transferências sejam ime-diatamente interrompidas e cessadas em sua origem para que assim todos sejam libertados destas perturbações. E que se estas ligações também sejam um meio propagador de energias negativas geradas por nós, então que sejamos amparados e esclarecidos e assim deixemos de vi-brar sentimentos de rancor, ódio, vingança, ciúmes, incompreensão, intolerância e inveja e, assim, equilibrados e, livres desses sentimentos passemos a gerar somente sentimentos positivos e nobres para com nosso irmão encarnado. Conceda ainda Pai Oxalá a todos nós que estamos interligados de alguma forma, a oportunidade de reconhecermos nossos erros e de nos perdoarmos mutuamente, pois desta forma perdoando e perdoados estaremos amparados por completo por essa vossa Misericórdia Divina e Infinita e com isto passaremos a vibrar em nosso íntimo e em nosso âmago a centelha do re avivamento da fé em nosso Divino Criador Olorum e assim prosse-guiremos em Paz rumo a nossa evolução espiritual e em busca de nossa reforma íntima.

ORAÇÕES E CLAMORES

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J N UO maior jornal umbandista, comunica:

Pedimos aos leitores que não deixem de confirmar seu cadastro no site:

jornalnacionaldaumbanda.com.br para evitar que deixem de receber o JNU pelo e-mail.

Amém Aguardar o tempo necessário para a realização de todo o trabalho espiritual e em seguida fazer o agradecimento: Amado Pai Olorum, vos agradecemos a oportunidade de estarmos aqui e sermos atendidos por um de vossos Mistérios Divinos, representados por nosso Pai Oxalá e suas falanges espirituais de socorristas e agradecidos que estamos lhe pedimos a benção e a proteção, tanto para nós como para todos os que de alguma forma estejam ligados a nós. Amém!

ORaÇÃO

Ó, Grande Espírito, Pai e Mãe de todos os seres viventesQue caminha nas asas do vento e sua voz se faz nos trovões

Abençoe toda a humanidade, traga luz à nossas mentesQue um país não guerreie o outro, que haja paz nos corações

Que forjem estufas de seus canhões e sementeiras de seus mísseisQue contemplem a Mãe Natureza, compreendam suas leis e lições

Que saibam que a única vitória, é a que não deixa derrotadoQue toda ação e palavras proferidas sejam na direção do AmorQue os víveres de todos os planos possam se sentir amados

Que Teus olhos e ouvidos vejam e escutem este clamorQue desvaneça o egoísmo e que surja a luz da generosidade

Que desvaneça a ignorância e que surja a luz da compreensãoQue desvaneça a falsidade e que surja a luz da verdade

Que compreendam a felicidade que provém de Suas mãosQue acordem da ilusão das drogas, que saiam da iniquidade

Que alcancem o equilíbrio entre o Espírito e a razãoQue se libertem da ilusão da culpa e que vivam a verdade

Que alcancem o estado de Buda e gozem da liberdadeQue saibam que o que sai do Divino também é divindade

Que o Cristo interno dos homens, já se torne uma realidadeQue conheçam o espírito de tribo e que vivam em irmandadeQue todos compreendam de vez, que para um mundo de pazUm sorriso e uma mão firme estendida, muita diferença faz

Mitakuye Oasin

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autenticidadeMENSAGENS

Quando um homem se afasta de DeusSe afastou da justiça e da humanidade Regras de condutas vindas da hipocrisiaNa ausência do divino surge a falsidade É mais trabalhoso fingir do que serO hipócrita é um viciado na insensatez Seguir um caminho é questão de escolhaSer honesto é o caminho da lucidez.... Não desmereça a boa ação de um ho-memAlegando que ele fez por motivos suspeitos Acaso enxergas o teor do coração alheioOu é o teu coração que de inveja está cheio? Que não faça o bem só devido aos elogiosQue não seja honesto só devido ao louvor Que não faça o mal só devido as críticasQue busque luz por ser filho do AMOR.

Vale mais a reprovação de um sábio, do que os aplausos vindo de um insensato. O sábio reprova quando ainda há es-perança E o tolo te aplaude por julgar equiparado.Como pode assumir um compromisso, da qual não está qualificado a cumprir? Como pode falar do que nada co-nhece e ainda a outro tentar instruir? O qualificado vai te expor ao ridículo buscou exaltação, mas terminou humilhado o professor apontará suas falácias tolas bus-cou reconhecimento e terminou ignorado. Quem prejudica mantém o peso do re-ceioMesmo perdoando, dele não terá amizadeEle sabe o que fez e a consciência acusa o

medo do revide não o deixará a vontade.Mas todo ato é digno de reconciliação

Acaso gosta da dívida que não saldou?Acaso não fica com a face vermelha,

Quando na presença de quem prejudicou?Por isto tudo é reconciliável meu filho deixe fluir a natureza do amor incondicional que go-

zará do mérito e da simpatia alheia e sua reconciliação terá âmbito universal.

Ambas fazem parte do Hinário do Gideon dos Lakotas.Orações enviadas por Caroline Tatto.

E-mail:[email protected]

CaLa-Te e aJUda! Se podes vislumbrar o mal, encastelado sob ouropéis cintilantes, ajuda em silêncio, mesmo afrontando a ignorância e a ingratidão, lembrando-te do sacrifício propiciatório de Jesus por todos nós. Se no meio da incompreensão, tu podes acender a lâmpada refulgente do Evangelho mas se não te escutam, cala-te e confia no Divino Mestre, orando com fervor por estes que são incongruentes consigo mesmo. Se teu companheiro de jornada te critica, eivado de inveja, orgulho ou ambição, cala-te e procura compreendê-lo; Jesus também foi censurado por Judas e, antes do beijo da traição, o qualificou de amigo. Se a calúnia e a maledicência batem à tua porta, fecha as janelas de tua alma a este ruído vulgar do mundo e procura encontrar dentro de ti mesmo a mansidão do Divino Mes-tre, calando e escutando o cântico sublime da Verdade em seu espírito. Se te perseguem e se te acusam, cala-te e confia nos anjos do SENHOR, que distri-

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buem Sua Justiça; pois os justos desta gozarão. Se te sentes só e pequenino no burburinho do mundo, ante o fragor das tempestades da alma, cala-te, recolhe-te, e na prece cheia de sinceridade encontrarás logo a companhia sublime do DIVINO AMIGO para ajudares teus irmãos em provas. “Frei Luiz”

Mensagem psicografada pelo irmão Presidente-FundadorLuiz da Rocha Lima em 28/08/1995

Enviado por Andrei Vinicov CallazansE-mail; [email protected]

aMOR!Por Pai Waldir Persona. E-mail: [email protected]

Umbanda como és forte, gloriosa! Seu destino guiado por Oxalá é exemplo para to-das as crenças! Deus na sua infinita sabedoria colocou lado a lado a vaidade, a humildade, a inveja, o amor, o ódio, a vingança, o perdão, a insensatez, a coerência, a complexidade, a simplici-dade, a inimizade, a amizade, amigos, inimigos, união, desunião. Tudo no mais amplo livre arbítrio, a mais sagrada das leis de Deus. Portanto você é única Umbanda, você é tudo que o ser humano almeja nesse plano. Muitos não a compreendem, muitos não querem compreendê-la, muitos têm medo de conhecê-la, muitos só compreenderão quando perdê-la, e muitos, mas muitos mesmo a amam. És única em um universo tão mirabolante de tantas religiões, mas é tu, Umbanda, que estás predestinada a redimir, a encontrar o grande Criador. É a salvadora do mundo. Você é valente, guerreira, ética, familiar e detentora do poder espiritual. Você veio para salvar, você veio para ficar. No passado te apedrejaram, no presente é respeito, no futuro a salvação. Você trouxe alegria e cores em um mundo conturbado, trouxe novos valores, deu outra dimensão para os seres humanos. Sua simplicidade deu exemplo para seus filhos, fazendo orgulho para o Criador. Minha, sua, nossa de todos, você se multiplica para dar um pedacinho de seu amor, da sua caridade da sua paz a todos que a procuram. Se a felicidade tivesse um símbolo, certamente seria o símbolo da Umbanda. O Amor. Glória a ti Umbanda, glória ao Salvador do mundo por fazer você existir!

Tenha FÉ na UmbandaPor Alexandre Cumino

Se você que é Umbandista está pas¬sando por dificuldades, lembre-se que todos passam por dificuldades e não é por conta de ser adepto desta ou daquela religião e sim porque a vida tem algo para nos dizer, algo para se aprender dentro de nossas necessida-des e mere¬ci¬mentos. Procure dar um sentido a suas dores e frustrações. Tente olhar de fora e compreender melhor. Medite, esvazie a mente, reze, converse com seus guias. Procure ir à natureza, veja como a vida é maior e mais preciosa que todas as dificuldades juntas. Antes de sair cor¬rendo para buscar receitas mágicas e mirabolantes da mão de pes-soas que só tem interesse em rendi¬mentos monetários a custo de sua dor e sofrimento,

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tenha fé na Umban¬da. Tenha fé em Deus e nos Orixás, aguente firme as difi¬culdades que a vida nos pro-porciona, busque com os Guias – Enti¬dades/Espíritos – de Umbanda a melhor forma de passar por esta dor, seja ela qual for.

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MensaGeM! Semeadores de Oxalá atentem para a mensagem. No presente momento, a Terra passa por mudanças na mentalidade das pesso-as. O despertar é lento, mas prodigioso. Não podemos caminhar à frente do que ainda está por vir. O progresso moral e espiritual ocorre quando os seres humanos estão mais preocupados com seus semelhantes e com o mundo em que habitam. A Terra que vão deixar para seus herdeiros depende do que fazem hoje. O ama-nhã não está tão tarde assim. Faça cada um a sua parte na busca do bem comum. Para que todas as famílias possam encontrar consolo nos corações umbandis-tas e todos os que passam dificuldades sejam consolados. Nós esperamos sempre oferecer o acalanto para as mudanças que virão. Muita paz a todos. Fiquem com Deus! Cacique Pena Verde

Por Ronaldo FigueiraE-mail: [email protected]

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 23

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Colégio de MagiaRua IRmã CaRolIna, nº 272 - BelenzInho - São Paulo

Fone: (11) 2796-9059e-maIl: [email protected]

Título: FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DE UMBANDAAutor: Rubens SaraceniEditora: Madras Editora Ltda. Este é um livro a respeito dos fundamentos doutrinários da Um-banda, uma religião fundada no Brasil em 16 de novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, a partir de uma manifestação espiritual do Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão espírita. Nesta obra, Rubens Saraceni explica com desenvoltura funda-mentos ritualísticos e doutrinários dessa religião centenária, com des-taque para a cosmogênese umbandista e seus Orixás, discorrendo so-bre suas firmezas, irradiações, oferendas e seus assentamentos, bem como aborda de modo claro as Sete Linhas de Umbanda. Outro ponto importante é a Escrita Mágica Divina, que se trata da própria escrita dos Orixás, e que os Guias chefes, com ordens de

trabalho, riscam e ativam o poder das divindades por meio da magia riscada umbandista. O autor discorre ainda sobre o Orixá Exu e sua forma de atuação, e a respeito da formação sacerdotal umbandista. No final da obra, o leitor encontra um glossário que facilita o entendimento dos termos utilizados na obra. Trata-se, portanto, de um livro indispensável a todos os umbandistas e estudiosos do assunto.

AVISOS CULTURAL

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ÚLTIMA PAGINAQUEM É O SACERDOTE DE UMBANDA?

Por Alexandre Cumino

“Todo médium é um sacerdote em potencial,cada um de nós é um templo vivo da religião.”

Pai Benedito de Aruanda, por Rubens Saraceni.

Pai de Santo, Mãe de Santo, Pai no Santo, Mãe no Santo, Pai Espiritual, Mãe Espiritual, Padrinho, Madri¬nha, Cacique, “Cacica”, Mestre, Mestra, Comandante, “Comandanta”, Chefe, “Che¬fa”, Orientador, Orientadora, Mi¬nistro, Ministra ou Dirigente? São varia¬das as formas de identificação do Sacer¬dote ou Sacerdotisa de Umbanda. Mas quem é o sacerdote de Umbanda? O que é o sacerdócio umbandista? Perante o astral, o mundo espiritual, o sacerdote de umbanda é um médium que encarnou com esta missão, o que é confirmado por seus guias espirituais. Suas entidades lhe comunicam a vontade de comandar um trabalho de umbanda e, com o tempo, formar seu próprio grupo de médiuns. Perante uma comunidade, o sacerdote é aquele líder religioso que toma a frente do grupo com orien-tação religiosa e espiritual. Geralmente, este líder é responsável por um templo, no qual se pratica a religião. Pe¬ran¬te o Estado, que é laico, é sacerdote o líder religioso (de qualquer seguimento) re¬conhecido oficialmente por uma comuni¬dade, em atas e estatutos registrados em cartório, como o seu “ministro reli-gioso”. Perante as religiões instituídas e organizadas, existem os cursos de formação sacerdotal em que pes-soas com o dom da oratória, ou vocação sacerdotal, passam meses, ou até anos, dependendo do seguimento, se preparando, estudando e praticando o sacerdócio. Uma tradição de investidura sacerdotal vai se forman-do, em que o mais velho vai passando seus conhecimentos ao mais novo e assim sucessivamente. O conceito é manter um padrão de qualidade, ou exigência de requisitos, e profundidade naquele que vai representar a religião e assumir a responsabilidade de conduzir e orientar seres humanos (diga-se de passagem que em nada tem a ver com ovelhas). O sacerdote é um representante da religião, é alguém que deve ter a autoridade de falar sobre a sua religião, mesmo que não seja um orador. Independente de ser reconhecido pelo astral, pela comunidade e pelo Estado, devemos ressaltar que ele não é apenas um dirigente espiritual, não é apenas um “pastor com suas ovelhas”. Mesmo que não represente todos os seguimentos dentro de sua religião, o sacerdote deve saber apresentar de forma clara os fundamentos de sua religião. Todo sacerdote é um formador de opinião e deve ter consciência deste seu papel e assumir a respon-sabilidade dos valores e conceitos que transmite. Muitas vezes, sua simples opinião sobre algo é tomado como “lei” por seu grupo, o que pode ser um poder efêmero e imposto, ou uma autoridade a ser seguida. Para tal, é preciso equilíbrio emocional, humildade e maturidade, o que pode e deve ser trabalhado ao longo dos anos. Podemos falar em investidura sacerdotal vertical ou horizontal. A investidura é esta outorga sacerdo-tal perante a comunidade e a divindade. Há, na história da humanidade, uma forma de investidura vertical que vem do contato direto com a divindade e a horizontal, em que sacerdotes encarnados preparam outros encarnados como sacerdotes para dar continuidade à religião. A religião mais antiga que se conhece é o xamanismo e, nele, podemos verificar aqueles que se tor-naram xamãs pelo contato direto com o sagrado, o mistério tremendo e fascinante, e aqueles que se tornaram xamãs por terem sido preparados por outros xamãs. Grandes lideres religiosos tiveram este contato direto com a deidade, como Abraão, Moisés, Cristo e Mohamed (Maomé) para falar dos idealizadores das três grandes religiões autodeclaradas monoteístas. Melquisedec é um exemplo de sacerdócio divino recebido direto do alto, para muitos, ele é considerado um anjo manifesto. Quando o sacerdócio horizontal foi instituído no judaísmo, os homens que tinham um contato direto com o mistério sagrado passaram a se identificar como profetas. Cristo podia ser reconhecido como profeta, mas foi identificado como sacerdote da linhagem de Melquisedec por aqueles que perpetua-

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ram a tradição sacerdotal cristã, conforme se lê na bíblia. Mohamed se declara o último profeta por meio de contato direto com o Arcanjo Gabriel, quem lhe ditou o Alcorão (Corão). Os vedas do hinduísmo foram dita-dos e escritos por divindades. Ganesha, filho de Shiva, em pessoa, escreveu parte dos vedas, homens santos (rishis) e inspirados escreveram outras partes. E assim tem sido em todas as tradições religiosas, que surgem do encontro místico com o sagrado, do qual nasce uma doutrina, filosofia, mitologia, ritual, liturgia, ou seja, onde nasce uma religião. Este contato com a divindade ou a espiritualidade foi definido como mediunidade por Allan Kardec e, deste contato de forma organizada com um grupo de médiuns respondendo a um questionamento sistema-tizado por uma rígida metodologia, surgiu o espiritismo. O contato com espíritos sempre houve na humani-dade, o que nasce de novo é o código espírita, a obra organizada por Kardec. Por meio desta obra, muitos outros se prepararam para uma missão espiritual, para um sacerdócio vocacional, mesmo que não tenha as formalidades ritualísticas, tem o ideal filosófico que anima a missão sacerdotal. Dentro do espiritismo, grandes médiuns como Chico Xavier tiveram a oportunidade deste conta-to direto com seus mentores e por eles foram lapidados durante uma vida de atividade mediúnica, recebendo e transmitindo orientações, conduzindo toda uma comunidade. Podemos citar Zélio de Moraes como alguém que recebeu outorga e investidura sacerdotal vertical, por meio do contato direto com a espiritualidade, representada por seus guias espirituais. A partir do mo-mento em que incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas e este idealizou o ritual e a doutrina da nova religião, Zélio se torna sacerdote e fundador da religião recém criada, anunciada ou trazida do astral. Com o tempo, Zélio de Moraes passou a preparar novos sacerdotes para a Umbanda, que foram também tomando a frente de outros templos ou tendas de Umbanda. Daí, nasceram as primeiras tendas de Umbanda que se tem notícia. De forma direta ou indireta, Zélio ajudou centenas de médiuns a assumirem sua missão como sacer-dotes de Umbanda. Benjamim Figueiredo, desenvolvido na Umbanda por Zélio, fundador da Tenda Espírita Mirim, 1924, e criador do Primado de Umbanda, 1952, também criou e orga¬nizou uma metodologia de formação me¬¬diúnica e sacerdotal para seus mé¬diuns e filiados. Pai Ronaldo Linares ao que nos cons¬ta, é o criador do primeiro curso, aberto, de sacerdotes na Umbanda, onde formou já mi¬lhares de sacerdotes. Pai Ronaldo também conviveu com Zélio de Moraes e encon¬trou nele o apoio necessário para a criação deste modelo de preparação sacer¬dotal umbandista. Rubens Saraceni, preparado por Ro¬nal¬do Linares, também recebeu de seus men¬tores de forma direta uma enorme quantidade de infor¬mações teológicas de Um¬banda e foi orientado para organizar este conhecimento e passá-lo adiante. Rubens idealizou cursos de Desenvolvimento Mediúnico Umbandista, Te-ologia de Umbanda Sagrada e Sacerdócio de Umbanda Sagrada. Preparou sacerdotes aptos e com condição e outorga de prepararem outros sacerdotes. Sabemos que ninguém faz do outro um sacerdote antes deste ter mis¬são para tal, que é a outorga espiritual. No entanto, mesmo antes de ter ideia sobre esta missão, já vamos sendo preparados por nossos guias e, se tiver sorte, o médium vai sendo preparado dentro do terreiro em que frequenta, por seu sacerdo-te e pelos guias espirituais que comandam a tenda em que frequenta. Este se tornou um preparo tradicional dentro da Umbanda, no qual cada um dá o que recebeu de seu antecessor. A ideia de um curso sacerdotal é unir o conhecimento de muitos, mais o conhecimento do astral, para se alcançar o máximo de recursos em um período relativamente curto de preparo sacerdotal. A questão é que nem tudo se passa tão tranqui¬la¬mente para médiuns umbandistas em ge¬ral e para os que têm a missão espe¬cífica de sacerdócio em particular. Muitos umbandistas têm a mediu¬nidade aflorada do dia para a noite, al-guns sem ter partici¬pa¬do de nenhuma corrente mediúnica e, ain¬da assim, incor-poram Guias de Um¬banda que lhe pedem pa¬ra tomar a frente de um trabalho es-piritual, explicando que é uma mis¬são. Ou¬tros, que se de¬sen¬volveram em um tem-plo, incor¬poram seus guias que traba¬lham mui¬to bem e, em deter¬minado mo-mento, tam¬bém lhe esclarecem so¬bre sua missão: tomar a frente de um tra¬balho que se fundamenta ne¬les, os men¬tores, sem ter recebido nenhum amparo ou orientação de quem os desenvolveu mediunicamente. Mui-tos começam dentro de casa, num quarto, sala, garagem ou quintal e, na maioria das vezes, o trabalho cresce e junto também aumentam as dúvidas e os questionamentos, internos e exter¬nos. Afinal, não são poucos os que se en¬con¬tram nesta mesma condição: pos-suem o dom mediúnico, têm missão sacerdotal e sentem que falta algo em sua formação. Quase sempre, falta um amadurecimento, reflexão ou, ainda, a orienta-ção prática/teórica que lhe dê seguran¬ça e lhe responda algu¬mas de suas

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dúvidas. Além disso, é possível aprender ainda muitos recursos, técnicas e ferramentas que venham a somar para sua missão. E é por isso que foram criadas as formações Sacerdotais. “Todo médium é um sacerdote em potencial, cada um de nós é um templo vivo da religião”, como disse Pai Benedito de Aruanda, por meio de Rubens Saraceni. O preparo sacerdotal não se destina apenas para médiuns que têm a missão sacerdotal de comandar um grupo. O preparo sacerdotal se destina a todos os médiuns de umbanda que desejam conhecer mais sobre sua religião, se destina a todos os médiuns de incorporação que desejam ter mais recursos para ajudar ao próximo, se destina a todos os médiuns de incorporação que pretendem passar por consagrações e iniciações que vão ajudá-lo em sua caminhada e missão mediúnica. Um curso de sacerdócio se destina a todos aqueles médiuns de incorporação que desejam ver o tra-balho espiritual sob a ótica do dirigente espiritual, a todos que querem entender o quanto é delicado tomar a frente de um grupo e qual a responsabilidade de tal tarefa. Um curso de sacerdócio está voltado a passar mais cultura, conhecimento, preparo e fundamentação prática e teórica tanto para quem tem a missão, como para quem não tem, ou ainda não sabe se tem a missão de assumir a liderança de um grupo. A preparação sacerdotal é o preparo de um líder para conduzir um grupo ou aprender a conduzir a si próprio. É a estas pessoas se destina o que chamamos de curso de sacerdócio, e não encontramos definição melhor pa¬ra identificar um modelo de ensino que envolve conteúdo teórico/prático, me¬to¬dologia e reco-nhecimento da comuni¬dade que o acolheu. O sacerdócio umbandista não é brincadeira e não nos propomos a preparar quem possa vir a banali-zar a religião. Logo, é um estudo voltado para os médiuns que amam a religião e colocam sua missão mediú-nica como uma prioridade em sua vida. Todas as religiões instituídas têm o co¬nhe¬cimento da necessária e bem vinda instrução e formação sacerdotal, que nos seus primórdios, era passado de “Mestre” para “discípulo”. Já no mun¬do antigo, foram criadas escolas de pre¬pa¬ro sacerdotal coletivo, onde seus mis¬térios são compartilhados pelo grupo. Com a Umbanda não seria dife¬rente...