Jornal Nova Lapa 4

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Distribuição Gratuita Ano I - Edição n o 4 - Setembro / Outubro 2011 THIAGO LIBERATORE Conservação do local é precária Entrevista Vereador Gilberto Natalini abre seu gabinete para que moradores protocolem pedido de construção de UBS no bairro. página 7 Memória Rua Engenheiro Fox é uma homenagem a engenheiro inglês da SPR, responsável pela construção das fer- rovias em São Paulo. página 6 Subprefeitura da Lapa leva adiante projeto de revitalização do Largo da Lapa, resgatando sua função urbana, como a integração dos moradores com esse espaço público. Projeto arquitetônico e paisagístico, elaborado pela empresa Tec Urbes, vencedora de licitação, foi apresentado e debatido com a comunidade da Lapa de Baixo. página 4 Urbanismo Se promessa da CPTM for mesmo dívida, passagens de nível na Lapa serão extintas em 2015, com a construção de moderna estação. página 3 O fim do túnel

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Diagramação do jornal

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Distribuição GratuitaAno I - Edição no 4 - Setembro / Outubro 2011

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Conservação do local é precária

EntrevistaVereador Gilberto Nataliniabre seu gabinete para quemoradores protocolempedido de construção deUBS no bairro. página 7

MemóriaRua Engenheiro Fox é uma homenagem a engenheiro inglês da SPR, responsável pela construção das fer-rovias em São Paulo. página 6

Subprefeitura da Lapa leva adiante projeto de revitalização do Largo da Lapa, resgatando sua função urbana, como a integração dos moradores com esse espaço público. Projeto arquitetônico e paisagístico, elaborado pela empresa Tec Urbes, vencedora de licitação, foi apresentado e debatido com a comunidade da Lapa de Baixo. página 4

Urbanismo

Se promessa da CPTM for mesmo dívida, passagens de nível na Lapa serão extintas em 2015, com a construção de moderna estação. página 3

O fim do túnel

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DIRETOR

Ubirajara de Oliveira

EDITOR

Eduardo Fiora

REDAÇÃO E REPORTAGEM

Diego de Castro Bremer, Patrícia Candelária eTatiana Lanzelotti

(alunos do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco)

PROJETO GRÁFICO

Bárbara Gabriela Duram Santos,Daniele Correia Szakacs,

Monike Pereira, Sérgio Luiz Lopes (alunos do curso de Editoração das Faculdades Integradas Rio Branco)

DIAGRAMAÇÃO

Luciana Silva Rodrigues, (aluna do curso de Editoração das Faculdades Integradas Rio Branco)

PUBLICIDADE

Rosana Braccialli

DISTRIBUIÇÃO

Pedro de Jesus Secco

IMPRESSÃO

Prol Gráfica

TIRAGEM

3 mil exemplares

O Jornal Nova Lapa é uma publicação bimestral da Página Editora

Rua Marco Aurélio, 780 - Vila Romana - CEP 05048-00

Tel.: 3874-5533 Distribuição gratuita

na Lapa de Baixo

É mais do que bem-vinda a de-cisão da Companhia Paulis-ta de Trens Metropolitanos

(CPTM) de levar adiante a decisão de construir uma nova Estação Lapa, unifi-cando, dessa maneira, o embarque e de-sembarque de passageiros que se utilizam das linhas 7 (Estação da Luz – Jundiaí) e 8 (Júlio Prestes-Itapevi).

Do ponto de vista técnico, a decisão foi tomada por conta do aumento da deman-da (em boa parte devido ao uso do bilhete único), que tem gerado problemas nas pla-taformas, que já não mais oferecem confor-to e segurança aos passageiros. Outras esta-ções na região da Subprefeitura da Lapa, como a Água Branca, por exemplo, passa-rão por processo semelhante de reforma, de modo a atender o fluxo cada vez maior de usuários que recorrem ao transporte coleti-vo por meio de trilhos.

A título de memória histórica, vale a pena recordar que a Estação Lapa na linha de Jundiaí nasceu em 1889. Em 1979 rece-beu a configuração atual. Na linha que vai até a Itapevi, a Estação Lapa data de 1958, mas a plataforma de embarque e desem-barque da estação foi terminada apenas em 1961. A atual plataforma é obra entregue em 25 de janeiro de 1979, dia do aniversá-rio da cidade de São Paulo.

Do ponto de vista da zeladoria urba-na, o projeto da nova Estação Lapa con-templa antiga demanda dos moradores

da Lapa de Baixo: respeito ao pedestre que se desloca do bairro para a Lapa e vi-ce-versa. De fato, é inaceitável que tais des-locamentos sejam feitos, ainda hoje, por passagens de nível totalmente inseguras e sujas. Uma delas, a da John Harisson, se-quer pode ser considerada como um túnel que liga um bairro ao outro. Na verdade, trata-se de antiga galeria de águas plu-viais adaptada como passagem de nível. Com a construção da futura estação, no-vos e modernos acessos serão criados, per-mitindo a ligação Lapa-Lapa de Baixo de forma adequada e cidadã.

Não obstante os esforços da subprefeitu-ra em melhorar as condições da circulação nas passagens de nível – colocação de bom-ba hidráulica e rigor na fiscalização do co-mércio ambulante, impedido de ficar nesses locais por conta da Operação Delegada – é preciso que o poder público promova, com urgência, ações em favor dos usuários do trem e dos moradores. Afinal, a obra pro-posta pela CPTM só estará concluída em 2015, segundo cronograma apresentado pela empresa, isso num cenário de norma-lidade jurídica em relação ao andamento do processo de licitação.

Caso ocorram recursos judiciais im-petrados por uma oumais empresas que venham a se habilitar para a execução do projeto, o prazo de entrega será ainda maior. Vale lembrar que, recentemente,a licitação para obras de combate às en-

chentes na movimentada região da Rua Guaicurus e Viaduto da Lapa ficou pa-rada na Justiça por vários meses, compro-metendo a execução de um projeto que, se não for implementado inviabiliza a inau-guração do Poupatempo prevista ainda neste segundo semestre.

A manutenção das passagens de nível da CPTM, por força de um acordo entre Prefeitura e governo estadual, é de respon-sabilidade do poder público municipal. Cabe, então, ao prefeito Gilberto Kassab agir em benefício da população e autorizar serviços de revitalização nessas passagens em particular iluminação e pintura (inter-na e externa).

Iniciativa da Página Editora, o Jornal Nova Lapa é projeto pioneiro no âmbito do jornalismo regional ou comunitário, classificações usadas quando se quer fa-lar sobre jornais com circulação restrita a determinados bairros de uma cidade. O pioneirismo se dá pelo modo com que foi concebido e pela forma com que é produzido.

A gestação do Nova Lapa teve início em 2009. Naquele ano, lideranças comu-nitárias colocaram na pauta de discussões a fragilidade do atual tecido urbano da Lapa de Baixo e formas de atuação capa-

editorial

Obras e serviços

zes de iniciar um movimento em direção à revitalização do bairro, onde um jovem ator, com apenas 10 anos de vida no bair-ro, as Faculdades Integradas Rio Branco, se mostrava pronto a encarar esse desafio.

Para discutir as mudanças necessárias para revitalizar a Lapa de Baixo nada me-lhor do que um meio de comunicação dirigido para quem mora e/ou trabalha no bairro e editado por uma empresa, a Página Editora, que há 15 anos se dedica à difusão da informação em caráter re-gional, mais especificamente, em bairros da Zona Oeste de São Paulo.

EDUARDO FIORA

Uma parceria entre Página Editora e Faculdades Integradas Rio Branco possi-bilitou o nascimento do Nova Lapa, no segundo semestre de 2010 num modelo bem definido: os alunos dos cursos de Jornalismo e Editoração das Faculdades Integradas Rio Branco participam do Nova Lapa ativamente, seja apurando e escrevendo reportagens, seja diagraman-do as páginas do jornal, cujo projeto gráfi-co foi concebido por estudantes matricu-lados no curso de Editoração. Toda essa produção é coordenada por profissionais da Página Editora, que também é respon-

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sável pela captação dos recursos financei-ros que viabilizam a publicação do jornal.

A essa parceria inicial se juntou, poste-riormente, grupo Editorial Pearson (do qual fazem parte prestigiosas publicações como o jornal Financial Times e a revista The Eco-nomist, além de livros com o selo Penguim e Makron Books). A Pearson entendeu, per-feitamente, a dimensão e o alcance do pro-jeto e decidiu difundir no Nova Lapa men-sagens de caráter institucional, viabilizando, assim, essa primeira etapa do projeto. Novos parceiros estão sendo sondados e convida-dos a participar do projeto

objetivo e parceria

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Pensando na Operação Urbana Lapa Brás, que prevê o aterramento dos trilhos, as entradas da nova estação serão subterrâneas.

Dessa forma, quando as obras da Operação Urbana es-tiverem concluídas, a estação já estará adaptada.

Corte nos recursos

Luiz Claudio Marcolino, tomando por base os problemas

Uma antiga fonte de confu-são para os usuários dos trens da CPTM, formalizada inclusi-ve nos mapas de linhas coloca-dos nos vagões e nas platafor-mas, vai finalmente terminar. A Lapa deve ganhar uma nova estação de trem que unificará o embarque das duas linhas que cruzam o bairro: Diaman-te ( Julio Prestes – Amador Bueno) e Rubi (Barra Funda – Francisco Morato), que con-tavam com estações próximas, com o mesmo nome, mas que efetivamente não possuíam nenhuma ligação física.

Os planos da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – foram apre-sentados pelo diretor de pla-nejamento da empresa, Silves-tre Eduardo Rocha Ribeiro, ao deputado federal Carlos Zarattini e ao deputado esta-dual Luiz Claudio Marcolino, ambos do PT e membros do G-10, grupo de deputados federais e estaduais engaja-dos com as questões referen-tes à região da Subprefeitura da Lapa.

De acordo com o calen-dário da CPTM, ainda neste semestre será apresentado o primeiro projeto executivo da nova estação. Em 2012 serão feitos ajustes no projeto e as licitações das obras, que iniciam em 2013. A nova estação Lapa será entregue à população no início de 2015. Ela será totalmente acessível e vai estar localizada na rua John Harrison, com entra-das e saídas pela Rua 12 de Outubro, pelo terminal de ônibus e também pela Lapa de Baixo” afirmou Rocha Ribeiro. Assim, os túneis usados para atravessar a linha do trem serão eliminados.

enfrentados pelos usuários da CPTM faz uma análise da políti-ca de investimento em transpor-te metropolitano no Estado de São Paulo nos últimos anos.

Segundo ele, houve um corte na aplicação dos recursos no setor no governo Serra. “A redução foi mais de 50% só para o primeiro semestre de 2011”, denunciou Marcolino, que vê uma continui-dade na redução pelo governo atual. “Além disso, falta proposta para a política de investimentos”, afirma Marcolino

Para o deputado, quem paga por isso é a população, que “sofre com as superlotações e as panes ocorridas nos trens do Metrô nos últimos anos”.

De acordo com o parlamen-tar, do G-10 tanto em qualidade quanto em quantidade a situa-ção dos transportes metropo-litanos de São Paulo é muito ruim. “Nesse quesito, lamenta-velmente, ainda estamos abaixo da média mundial”, afirmou Luiz Marcolino

transporte

TATIANA LANZELOTTI

Luz no final do túnel: CPTM unificará embarques

“Nova estação será totalmente

acessível e estará localizada na rua

John Harrison com acessos

pela Rua 12 de Outubro”

Passagem atual é fonte de queixas por parte da população

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“Cobramos os prazos para as obras de requalificação da Estação Lapa, que se encontra deteriorada, com problemas de acessibilidade e vem, inclusive, de-preciando o bairro”. É o que sus-tenta o deputado federal Carlos Zarrtini (PT). “Mais uma vez, em nome dos vários projetos e estudos que devem ser feitos e da não prioridade com a vida

do povo, os prazos apresentados pelo Governo do Estado para a solução dos problemas são bastan-te largos, ultrapassam os 4 anos. Enquanto isso, a população mais pobre continua tendo de utilizar um péssimo transporte público e o caos no trânsito vai aumentan-do, já que muitas pessoas passam a utilizar o automóvel como meio de transporte mais confortável”.

Deputado cobra agilidade em projeto

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tes. A preservação e ampliação da massa arbórea serão feitas com o plantio de árvores como: Ipê roxo e amarelo, Pau- Brasil, Qua-resmeira e Pitangueira. Além de diversas flores e plantas rasteiras, com texturas, cores e alturas di-ferenciadas, as quais darão mais vida à região.

Os pedestres serão prioriza-dos, mediante a redução da velo-cidade, e conseqüente diminuição do tráfego de veículos. Ocorrerá, ainda, a melhoria da área de lazer, com outras atividades como pe-quenos shows e feiras. Haverá a implantação de novos postes de luz, mesas de jogos, e bancos de madeira com encosto. Os espaços serão organizados respectivamen-te em: jardim, boulevard, área de estar e jogos, área de estar e con-vívio, praça da música, banca de jornal e paraciclos.

A comunidade acolheu posi-tivamente a iniciativa da subpre-feitura. Para o morador José Trin-dade: “O projeto vai contemplar a melhoria da Lapa”. Na mesma

Numa feijoada organiza-da pela Associação Amigos da Lapa de Baixo, foi apresenta-do o projeto de reurbanização do Largo da Lapa, localiza-do nos cruzamentos da Rua Félix Guilhem com Rua En-genheiro Aubertin. Uma vez concretizado,o projeto benefi-ciará toda a população residente da área. “O objetivo é melhorar a circulação e segurança do pe-destre, permitir acessibilidade a deficientes físicos, propiciar lazer e conforto para todas as idades” afirma o subprefeito da Lapa, Carlos Fernandes, que teve a iniciativa de propor a re-vitalização da área.

A reforma será entregue ainda este ano pela empresa TC Urbes, especializada em arquitetura e paisagismo; com o financiamen-to da subprefeitura. Os espaços não utilizados serão integrados e haverá 95% de permeabilidade da área através de pisos drenan-

linha segue a vice-presidente da Associação Amigos da lapa de Baixo, Rosana Atafin: “O projeto vai atender às expectativas da área trazendo grandes benefícios”.

Segundo Simone Gatti, arqui-teta responsável pela proposta apresentada à comunidade, o atual espaço utilizado pela popu-lação não tem estrutura e é uma região muito carente de área verde. “Acreditamos que requali-ficando áreas como esta, melho-rando o paisagismo, as calçadas, possibilitando que as pessoas se apropriem dos espaços pú-blicos, haverá uma melhora na questão da segurança”, afirma Simone. “Isso possibilita a criação de um espaço de lazer. Melhora também a mobilidade em relação aos veículos e ao pe-destre, que hoje não se desloca com segurança, porque as calça-das não têm estrutura para isso. É um potencializador de melho-ria urbana que começa com um pequeno projeto e depois pode se expandir em vários outros”.

PATRÍCIA CANDELÁRIA

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Sub apresenta e debate reurbanização do Largo

A revitalização do Largo da Lapa começou a ser ava-liada ainda no primeiro semestre de 2010, quando subprefeito da Lapa, Carlos Fernandes, reuniu sua equipe para estudar as demandas dos moradores e comerciantes da Lapa de Baixo. Era um momento em que o bairro esatva no centro das aten-ções por conta do anúncio da Operação Lapa-Brás, que uma vez aprovada modifi-cará completamente mão só a Lapa de Baixo, mas boa parte da Lapa e também da Vila Pompeia.

Decidiu-se, então, pela contratação de uma empresa, via licitação, capaz de elabo-rar projeto executivo (com-pleto), arquitetônico e paisa-gístico de uma área, que, no passado, cumpria importan-te papel urbano, mas que, ao longo do tempo, passou por um processo de desvaloriza-ção. A vencedora do processo de licitação foi a TC Urbes, empresa que já havia partici-pado de outra concorrência, o projeto de revitalização da Praça Guernio Ricciotti, no Distito do Jaguará.

Projeto completo

“Para moradores, o projeto de

reurbanização atende às

expectativas e trará melhorias para a

Lapa de Baixo”

urbanismo

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Revitalização recuperará as funções urbanas perdidas ao longo do tempo

Largo é um dos mais importantes da região

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zeladoria

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Retida verba para passagem de nível

Melhorias na passagem de nível na Rua John Harrison, dependem da li-beração, por parte do prefeito Gilberto Kassab, de R$ 100 mil, valor de emenda parlamentar ao orçamento municipal, de autoria do vereador Eliseu Gabriel (PPS), membro do G-8, grupo de ve-readores engajados com as questões da região da Sub Lapa.

A emenda encaminhada por Eliseu teve como destino final a Secretaria Mu-nicipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) e fazia parte da cota de R$ 3 milhões a que cada vereador tinha direito de incorporar ao orçamento aprovado pela Câmara no final de 2010, num total de R$ 165 milhões. Porém, o prefeito Gil-berto Kassab acabou congelando R$ 55 milhões. Sendo assim, cada parlamentar teve sua cota reduzida para R$ 2 milhões em emendas. Os R$ 100 mil liberados via

Eliseu Gabriel para a passagem de nível estavam incorporados, justamente, na cota de R$ 1 milhão congelado.

Antigo problema

A passagem de nível da John Harrison, região do Mercado da Lapa, é um dos problemas crônicos do Bairro. Improvi-sada como ligação Lapa-Lapa de Baixo, o local, na verdade, é uma antiga galeria adaptada. A comunidade, há anos, pro-testa em relação às condições da passa-gem pedindo segurança, limpeza, ilumi-nação. A questão da segurança melhorou durante o dia, quando está valendo a Operação Delegada (parceria entre Pre-feitura e governo estadual com a PM atuando na fiscalização dos ambulantes). Porém à noite, o local é considerado in-seguro pela população. (TL e EF)

Novos recursos

Se por um lado a Lapa de Baixo perde com o congelamento de verbas do Orçamento, por outro o bairro ganha com a liberação de recursos via emenda parlamentar ao orçamento municipal feita pelo vereador Roberto Trípoli (PV), líder do governo Kassab na Câmara Municipal.

Recentemente, ao participar de almoço na sede da Associação Amigos da Lapa de Baixo, Trípoli confirmou a liberação de um R$ 1 milhão para obras e serviços na região da Sub-prefeitura da Lapa. Parte dessa verba (R$ 200 mil) será usada no projeto de reurbanização do Largo da Lapa. “Não adianta colocar dinheiro onde tem gente que não sabe gastar. Tendo um bom subprefeito, como é o caso do

Carlos Fernandes, colocamos emenda no orçamento”, afirma Trípoli. A emenda do vereador do PV beneficia-rá, sobretudo, áreas verdes da região da Subprefeitura da Lapa.

Operação Urbana

No almoço com a comunidade, Trípoli falou, também, sobre as Ope-rações Urbanas (Lapa-Brás e Água Branca), ambas com implicações diretas e indiretas na região da Lapa de Baixo. “Líder do governo, é meu dever encaminhar esse projetos para que sejam votados no plenário da Câmara. Mas estarei sempre aberto ao diálogo com a sociedade, que tem o direito de apresentar sugestões em relação ásd dus Operações Urbanas”, afirmou Roberto Trípoli. .

Reforma depende de liberação orçamentária

Tripoli (D) e Fernandes visitaram o bairro

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Em fevereiro de 2010, Maria Lúcia Lamounier (Professora Associada do Departamento de Economia da Faculdade de Eco-nomia, Administração e Con-tabilidade de Ribeirão Preto, FEA-RP/USP) apresentou no II Congresso Latino-Americano de História Econômica (CLADHE II), Cidade do México, o traba-lho “A construção de ferrovias no Brasil no século XIX: empresas, empreiteiros e trabalhadores”.

O texto da docente, mostra, entre outras cosias, as dificulda-des inerentes à grande obra de engenharia e   traz importantes depoimentos de engenheiros da São Paulo Railway (SPR), empresa inglesa responsável pela implantação das ferrovias no século retrasado. Foi a partir dessa infraestrutura dos trilhos que a região da Lapa passou a se desenvolver economicamente.

Um dos relatórios citados pela docente da USP leva a assinatura do engenheiro inglês Daniel Fox. Na Lapa de Baixo, a Rua Enge-nheiro Fox é uma homenagem a esse profissional dos trilhos. “ Os relatórios dos engenheiros que administravam as obras de cons-trução das ferrovias trazem des-crições minuciosas dos diversos

tipos de dificuldades que eram encontradas”, conta Maria Lúcia.

O relato de Daniel Fox contém inúmeros exemplos dos obstácu-los enfrentados por sua equipe durante a construção da estrada que ligava Santos a Jundiaí, espe-cialmente na serra. Fox (1870) observa que: “[...] apenas aqueles engenheiros que tenham feito levantamentos topográficos em florestas tropicais podem ter uma idéia clara do imenso trabalho en-volvido na exploração e seleção de uma rota de ferrovia em um país como o Brasil, especialmente nas escarpas da Serra do Mar. Para aumentar ainda mais as dificulda-des, a serra  [...] da garganta mais profunda ao pico mais elevado, é coberta com floresta quase impe-netrável, através das qual o explo-rador tem de se guiar por trilhas estreitas [...] A equipe de explora-dores permanece na selva por três semanas de cada vez, vivendo em barracos cobertos com folhas de palmito, expostos às chuvas tro-picais e privações sobre as quais é difícil dar uma idéia”.

Grandes desafios

De acordo com Maria Lúcia, a construção de uma ferrovia

envolvia uma série de tarefas complexas. “A completa au-sência de mapas precisos e confiáveis tornava necessária a realização de um levantamen-to geográfico e topográfico da área antes de se projetar a rota da ferrovia. Terminado o levan-tamento, podiam se iniciar os trabalhos de construção, que incluíam a derrubada da mata, a preparação do terreno (drena-gem de pântanos, movimentos de terra, incluindo escavações, transporte, depósito e outros), nivelamento do leito (o restan-te da terraplenagem, aterros e taludes e abertura de túneis), projetos de alvenaria (para re-forçar taludes, túneis e pontes, construir as estações e depósi-tos) e assentar a via permanen-te (dormentes, trilhos e lastro)”.  Todas essas tarefas, os traba-lhos das obras que compreen-diam as duas fases de execução, chamadas de ‘infraestrutura’ (terraplenagem, obras de arte, e obras acessórias) e ‘superes-trutura’ (assentamento dos trilhos, sinais, desvios e es-trutura metálica das pontes), exigiam uma grande quantida-de de técnicos e de trabalhado-res não qualificados.

memóriaAbrir túneis era a tarefa mais

árdua e perigosa de toda a cons-trução e permaneceu assim durante todo o século. O emprego de tecnologia mais avançada na perfuração de túneis, como per-furatrizes de ar comprimido e dinamite, só ocorreu no final da década de 1870.

Homens e animais

O engenheiro Fox destacava que o transporte do equipamento era um dos fatores que tendiam a aumentar as dificuldades e o custo da construção de ferrovias em uma região como São Paulo. Importados da Inglaterra, os equipamentos e materiais tinham de ser transportados até o local da obra. Em maio de 1861, Fox tinha encontrado “atolado na lama, um carro de boi puxado por oito animais e três homens” que estava há sete dias transportando um fole e outros equipamentos de um ferreiro desde o pé da Serra até o cruzamento da ferrovia com o Rio Grande, uma distância de 20 milhas”. Segundo Fox, o custo por tonelada transportada dos mate-riais e equipamentos pesados, de partes de viadutos e pontes, na subida da serra, antes da ferrovia funcionar era altíssimo. 

As linhas eram, em geral, divi-didas em seções, cada uma a cargo de um engenheiro responsável (chefe de seção), que tinha sob sua supervisão engenheiros resi-

dentes responsáveis por seções menores, algumas de seis a nove quilômetros de comprimento, de acordo com a complexidade das obras. As tarefas eram realiza-das por turmas de trabalhadores (sondadores, roçadores, cavou-queiros, condutores, niveladores, e outros) sob a supervisão de um capataz. Para o movimen-to de terras inicial utilizavam-se cavalos e bois. Tração animal, no entanto, só era utilizada para dis-tâncias superiores a 450 metros; para distâncias superiores a 1.400 metros, geralmente construía-se uma linha temporária auxiliar. Estas obras exigiam centenas de trabalhadores. Colocar os trilhos e o balastro requeria um número menor de trabalhadores, mas ainda assim era necessário cerca de 200 homens para assentar um quilômetro. Os trabalhadores que se ocupavam do assentamento da via permanente manejavam entre 110 a 140 toneladas por dia, incluindo trilhos e dormentes.  Os trilhos e acessórios eram car-regados dos depósitos no começo da linha até o final por vagões. O trabalho de descarregar os vagões e carregar os trilhos até o local de assentamento era manual e exigia homens com grande força física e boa coordenação para evitar acidentes. Havia fornecedores que entregavam os dormentes ao longo da linha.

(fonte: www.historiasdalapa.blogspot.com)

Obra na serra foi trabalho ousado

Engenheiro Fox e a ferrovia em São Paulo

Fox trabalhou numa obra que marcou época

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examinada. Ninguém pode obrigar o morador de rua ou qualquer cidadão a fazer exame de próstata, fazer exame de sangue, fazer exame de mama, porque quem manda no corpo da gente é a gente mesmo. Agora, isso teria que ser feito a partir de um trabalho social, que não é um trabalho obrigatoriamente da Secre-taria da Saúde. Ela tem que atender, mas aquelas instituições, entidades, ONGs, que são centenas ou milha-res, têm um trabalho de abordagem específica em relação à população de rua. O mesmo acontece com a Secre-taria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social.

Muitos recusam as ofertas de atendimento e acolhimento ofe-recidas pela Prefeitura.

Em muitos casos são alcoólatras, outras vezes tem alguma questão de droga, tem doenças crônicas. São pessoas que estão em uma situação psicologicamente deprimidas que elas não querem cuidar de si própria, elas querem que o mundo caminhe.É um negócio muito delicado Você também não pode obrigar ele a ir até a unidade fazer qualquer exame, não pode fazer um furo nele para colher um sangue, se ele não autori-zar. Não pode internar. Muitos são alcoólatras e muitas vezes a prefei-tura quer internar ou levar para um albergue e eles, por conta da compa-nhia de um cachorro, não vão para o albergue, pois não podem levar o animal para dentro do albergue.É uma situação muito difícil do ponto de vista do atendimento.

Vereador, em relação à falta de Ama e sobretudo de uma UBS na Lapa de Baixo, o que pode ser feito para que o bairro tenha esses equipamentos?

O que podemos é pedir ao secre-tário a UBS e o AMA. Eu nunca recebi nenhum pedido neste sentido nos meus 10 anos de mandato. Não recebi de ninguém da população da Lapa: de nenhum jornalista, de nenhum representante, de ninguém pedindo o UBS na Lapa de Baixo e uma unidade AMA no Centro da Lapa. O que recebi foi pedido da transferência da UBS da Vila Ipojuca, do local que ela está para um local maior.

E como está essa situação?

Isso nós estamos encaminhando. Estamos verificando. Existe um pro-blema que é não poder construir uma UBS por conta da questão do zonea-mento urbano na Vila Ipojuca. Outra dificuldade é encontrar na região um local um imóvel que seja maior do que já está funcionando.Nós estamos acompanhando isso com a socieda-de Amigos da Vila Ipojuca. Quanto

à UBS na Lapa de Baixo é preciso que se faça um pleito junto à autori-dade (Secretaria de Saúde). Não sei se alguém já fez. Se alguém já fez o pleito tem que ser reforçado.

Daria para colocar isso no or-çamento deste ano ou seria obra para ser contemplado no próximo orçamento?

Primeiro nós temos que ver na Se-cretaria da Saúde se existe algum projeto nesse sentido. Temos que ver qual a necessidade real, a necessidade epidemiológica, a necessidade popula-cional de se ter uma UBS. Então pre-cisamos conversar com a secretaria. Agora, a comunidade que está reivin-dicando isso ou quem está reivindican-do isso, se quiser a nossa ajuda, nos procure aqui na Câmara. Nós estamos à disposição. Tenho todo o interes-se de ajudar como eu faço com todo

mundo que me procura,. Se não existir nenhum planejamento, nós temos que fazer uma indicação, uma pro-posição e entrarmos com o pedido de Unidade Básica de Saúde e de AMA. Nós já conquistamos tantas unida-des Básicas de Saúde em São Paulo, tantas Amas.

Na Lapa de Baixo existem muitos moradores em situação de rua,.O que fazer para que eles tenham atendimento na área da saúde?

Constitucionalmente, o morador de rua tem direito a ter um atendimento de saúde como qualquer cidadão. Se alguma unidade de saúde negar aten-dimento de saúde ao morador de rua, está transgredindo a Constituição Federal. Tem que ser denunciado e ser punido. Qualquer unidade de saúde tem a obrigação, sendo procurada, de atender. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde tem colocado, principalmente no centro, algumas equipes de saúde da família voltadas exclusivamente para o atendimento ao morador de rua. Existem várias equipes aqui no centro da cidade que fazem esse trabalho.E a própria Unidade Básica de Saúde do Bairro tem a obrigação de abrir as portas e atender as pessoas, como atende qualquer um. O morador de rua não é mais e nem menos brasileiro do que qualquer um de nós. Ele só está em condições de morar na rua, mas ele é brasileiro, cidadão que tem os direitos que a Constituição garante a qual-quer um de nós.

Como convencer um morador de rua a fazer um exame de prósta-ta, e uma mulher sem teto a sub-meter a um exame de mama?

Ninguém pode obrigar ninguém a fazer qualquer exame. Essa é outra cláusula constitucional. A pessoa só vai ser examinada se ela anuir ser

DIEGO DE CASTRO BREMER

Membro do G-8, o grupo de verea-dores engajados com as questões da região da Subprefeitura da Lapa, Gil-berto Natalini (PV), médico de forma-ção, garante: se formalmente a reivin-dicação comunitária de implantação de equipamentos na área da saúde chegar ao seu gabinete, imediatamente será aberto diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde. No intervalo de uma agitada seção da Câmara Munici-pal, Natalini concedeu ao Jornal Nova Lapa a seguinte entrevista.

“Pela Constituição, todo morador de rua tem direito a ter um atendimento de saúde como qualquer cidadão”.

“Podemos pedir UBS e a AMA, mas eu nunca recebi pedido neste sentido nos meus 10 anos de mandato”.

entrevista

Uma porta que se abre na Câmara Municipal de SP

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grande revolução. É muito difícil um recém formado entrar na publicidade tradicional, porém na nova publicidade, baseada nas redes sociais, há muitas oportunidades de trabalho: “Está bombando. Tem muita vaga para quem tem vontade de experimentar caminhos novos e marcas diferentes.”

Quem pretende iniciar a car-reira no mercado publicitário precisa ter habilidade com ferra-mentas de tecnologia como Drea-mweaver, Flash, editores de vídeo

Durante a 11ª Semana da Co-municação das Faculdades Inte-gradas Rio Branco vários pro-fissionais renomados da área, entre eles Juca Kfouri e Heródo-to Barbeiro, falaram sobre como a atual situação do mercado de trabalho influencia o ingresso de jovens profissionais.

Segundo o publicitário Celso Figueiredo, diretor da Univer-sidade Mackenzie, o mercado publicitário está vivendo uma

Novas mídias ampliam oportunidades de emprego

TATIANA LANZELOTTI

e Photoshop. “Mas o principal mesmo é vontade de se atirar no assunto”, concluiu Figueiredo.

O jornalista Juca Kfouri também acredita que as novas mídias ampliaram as oportu-

nidades para os profissionais da comunicação: “Estamos vivendo um bom momento, basta ter preparo e meter as caras. Não ter vergonha de ofe-recer seus serviços”.

Heródoto Barbeiro, jornalis-ta recém-contratado do Canal Record News, acredita que as dificuldades que os jornalis-tas enfrentam para conseguir trabalho são as mesmas en-contradas pelos profissionais de qualquer outra área: “Ter simplesmente o diploma e sair por aí procurando vaga, não vai levar à lugar nenhum. Mas quem se esforça, quem tem credibilidade, vai encontrar. É preciso estudar, se aprimorar.”

Para Heródoto, a idade e a aparência física não influem na hora de um jornalista encontrar uma vaga: “Eu mesmo, que não sou nenhum Rodrigo Faro e já estou com 65 anos, acabei de ser contratado”.

Segundo Daniel Berlanga, diretor da gráfica Color System, o jovem que pretende trabalhar na indústria gráfica, pode se es-pecializar em cursos técnicos de colorimetria, densitometria, gerenciamento de cores, corte e vinco e acabamentos, que são oferecidos pelo Senai.

Para aqueles que preten-dem fazer uma graduação, tec-nologia gráfica e publicidade e propaganda são cursos que oferecem boas oportunidades no mercado gráfico.

“Estamos vivendo um bom momento, basta ter preparo e meter as caras”.

parceria

Se você só espera um diploma do seu curso superior, esqueça. A proposta das Faculdades Integradas Rio Branco vai muito além: vai ao extremo para cumprir o compromisso de ser a formadora de um

profissional, de uma pessoa, de você. Por isso, os cursos são dureza mesmo, mas a Rio Branco não podia fazer por menos. Por isso, se você quer mais, faça Rio Branco.

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Paleatra de Juca Kfouri foi muito concorrida

Heródoto Barbeiro

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AÇÃO

Daniel Berlanga

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ULG

AÇÃO