Jornal Novembro 2009

12
Raquel Borges “E era bom. ‘Não entender’ era tão vasto que ultrapassava qualquer enten- der — entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção es- tranha como a de ter loucura sem ser doida.” Clarice Lispector, in Uma apren- dizagem ou O livro dos prazeres. Nunca cresci tanto quanto nos úl- timos três anos. Nunca antes uma Insti- tuição me fez tão bem. Entendi a gran- deza de ser ética, algo que vai contra a sociedade hedonista e individualista da pós-modernidade... Eu tenho orgulho de ter entendido isso. Em uma sociedade de consumo em massa, em que se transferem para as relações humanas o fútil e inútil, em que a fé virou, para muitos, pro- duto enlatado e vive-se a “cultura do provisório”, o Colégio Santa Marcelina vem ensinando aos seus alunos como ir contra a maré. Lembro-me de 2006, quando vim conhecer o colégio. A acolhida foi indescritível: as irmãs, sempre tão simpáticas; os funcionários, idem. Está tatuado em mim o carinho de uma irmã que, no dia da minha matrícula, me viu pelo corredor e pensou já ter me visto antes. O carisma marcelino me cativou. E eu sinto que também cativei o Santa Marcelina. Antoine de Saint-Exupéry já dizia: “Tu te tornas eternamente res- ponsável por aquilo que cativas”. E o caminho passa bem por aí. O Santa Marcelina nunca sairá de mim, e eu es- pero também nunca sair dele: se hoje saio como aluna, espero voltar amanhã como estagiária e professora. Foram nesses três anos que con- solidei quem eu sou e quero ser. O in- cômodo que os professores cultivaram em mim, essa eterna e intensa busca pelo saber me fez começar, em 2007, ainda com 15 anos, cursos de extensão em filosofia e teologia. Isso me aproxi- mou de uma das grandes mentes do nosso tempo: Pe. João Batista Libanio, hoje meu pai espiritual, meu mestre, meu guru intelectual. Sinto que sem esse colégio – que já ouso chamar de segunda casa – eu não teria chegado tão longe: hoje já tenho seis certifica- dos da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, faculdade reconhecida internacionalmente. E pre- tendo ter mais. Você agora deve estar se per- guntando o porquê de um título tão, assim, vamos dizer, clariceano. É que a o Santa Marcelina é uma aprendizagem para a vida. E é também um espelho: se você quer crescer e se tornar hoje alguém melhor do que você era ontem, você consegue. Mas se você não quer, ninguém faz isso por você. Nada mais justo, certo? Porque aqui é um lugar de apren- dizado constante. Todos aprendem com todos. Aqui é uma instituição, mas nós somos seu carisma, o que é dito meta- foricamente em Guimarães Rosa: “Mas liberdade – aposto – ainda é só alegria de um pobre caminhozinho, no dentro do ferro de grandes prisões. Tem na verdade que se carecer de aprender do encoberto, e que ninguém não ensina: o beco para a liberdade de se fazer.” O que o nosso colégio faz é colocar em nós esse carecer de aprender o enco- berto. Isso é simplesmente maravilhoso. Saibam vocês que, se um dia eu tiver a oportunidade de planejar uma escola (e eu espero ter), ela vai ter muito do Santa. Esse jornal é uma expressão de tudo isso. Aqui se fala. Aqui se expõe. Aqui o carisma tem lugar dentro da instituição, por mais que isso pareça improvável. Quem quer, tem sua voz ouvida. Basta querer. E ter coragem de romper com a autocrítica destrutiva e se mostrar capaz de dizer, de ser. Então, contribua também. Faça sua parte. Já sinto saudades desse palácio que é o nosso colégio. E você um dia também sentirá. Não vejo a hora de ir, dar meus vôos altos, “enfrentar o mar aberto” e “avançar para águas mais profundas” (Lc 5, 4), mas, também, voltar e retribuir com tudo o que esse colégio fez por mim. Vocês agora sa- bem que isso não é pouca coisa. Izabella de Assis Rocha Uma aprendizagem ou o colégio dos espelhos Informativo do Colégio Santa Marcelina Ano IV - Nº 12 - Novembro de 2009 EDITORIAL Davi Farace Bruna Lara Marina Wenceslau Thiago Campos Aloísio Rabelo Débora Lúcia Luíza Magalhães Tatiana Cruz Marcelo França Giovanna de Giácomo Márcio de Abreu Mariana Martins Rita Diniz Maria Luiza Gomes Pedro Nedir Bruno Juntolli Lorena Fernandes Victor Maia Lara Vieira Bruna Brandão Bernardo Lembi Alice Pimenta Adler Rocha Guilherme Brant Luísa Benda Eduardo Tarqüínio João Kalab

description

Jornal Novembro 2009

Transcript of Jornal Novembro 2009

Raquel Borges

“E era bom. ‘Não entender’ era tão vasto que ultrapassava qualquer enten-der — entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção es-tranha como a de ter loucura sem ser doida.” Clarice Lispector, in Uma apren-dizagem ou O livro dos prazeres.

Nunca cresci tanto quanto nos úl-timos três anos. Nunca antes uma Insti-tuição me fez tão bem. Entendi a gran-deza de ser ética, algo que vai contra a sociedade hedonista e individualista da pós-modernidade... Eu tenho orgulho de ter entendido isso.

Em uma sociedade de consumo em massa, em que se transferem para as relações humanas o fútil e inútil, em que a fé virou, para muitos, pro-duto enlatado e vive-se a “cultura do provisório”, o Colégio Santa Marcelina vem ensinando aos seus alunos como ir contra a maré.

Lembro-me de 2006, quando vim conhecer o colégio. A acolhida foi indescritível: as irmãs, sempre tão simpáticas; os funcionários, idem. Está tatuado em mim o carinho de uma irmã que, no dia da minha matrícula, me viu pelo corredor e pensou já ter me visto antes. O carisma marcelino me cativou. E eu sinto que também cativei o Santa Marcelina. Antoine de Saint-Exupéry já dizia: “Tu te tornas eternamente res-ponsável por aquilo que cativas”. E o caminho passa bem por aí. O Santa Marcelina nunca sairá de mim, e eu es-pero também nunca sair dele: se hoje saio como aluna, espero voltar amanhã como estagiária e professora.

Foram nesses três anos que con-solidei quem eu sou e quero ser. O in-cômodo que os professores cultivaram em mim, essa eterna e intensa busca pelo saber me fez começar, em 2007, ainda com 15 anos, cursos de extensão em filosofia e teologia. Isso me aproxi-mou de uma das grandes mentes do nosso tempo: Pe. João Batista Libanio, hoje meu pai espiritual, meu mestre, meu guru intelectual. Sinto que sem

esse colégio – que já ouso chamar de segunda casa – eu não teria chegado tão longe: hoje já tenho seis certifica-dos da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, faculdade reconhecida internacionalmente. E pre-tendo ter mais.

Você agora deve estar se per-guntando o porquê de um título tão, assim, vamos dizer, clariceano. É que a o Santa Marcelina é uma aprendizagem para a vida. E é também um espelho: se você quer crescer e se tornar hoje alguém melhor do que você era ontem, você consegue. Mas se você não quer, ninguém faz isso por você. Nada mais justo, certo?

Porque aqui é um lugar de apren-dizado constante. Todos aprendem com todos. Aqui é uma instituição, mas nós somos seu carisma, o que é dito meta-foricamente em Guimarães Rosa: “Mas liberdade – aposto – ainda é só alegria de um pobre caminhozinho, no dentro do ferro de grandes prisões. Tem na verdade que se carecer de aprender do encoberto, e que ninguém não ensina: o beco para a liberdade de se fazer.” O que o nosso colégio faz é colocar em nós esse carecer de aprender o enco-berto.

Isso é simplesmente maravilhoso. Saibam vocês que, se um dia eu tiver a oportunidade de planejar uma escola (e eu espero ter), ela vai ter muito do Santa.

Esse jornal é uma expressão de tudo isso. Aqui se fala. Aqui se expõe. Aqui o carisma tem lugar dentro da instituição, por mais que isso pareça improvável. Quem quer, tem sua voz ouvida. Basta querer. E ter coragem de romper com a autocrítica destrutiva e se mostrar capaz de dizer, de ser.

Então, contribua também. Faça sua parte. Já sinto saudades desse palácio que é o nosso colégio. E você um dia também sentirá. Não vejo a hora de ir, dar meus vôos altos, “enfrentar o mar aberto” e “avançar para águas mais profundas” (Lc 5, 4), mas, também, voltar e retribuir com tudo o que esse colégio fez por mim. Vocês agora sa-bem que isso não é pouca coisa.

Izabella de Assis Rocha

Uma aprendizagem ou o colégio dos espelhos

Informativo do Colégio Santa MarcelinaAno IV - Nº 12 - Novembro de 2009

E D I T O R I A L Davi FaraceBruna Lara

Marina WenceslauThiago Campos

Aloísio Rabelo

Débora Lúcia

Luíza MagalhãesTatiana Cruz

Marcelo França

Giovanna de Giácomo

Márcio de Abreu

Mariana Martins

Rita Diniz

Maria Luiza Gomes

Pedro Nedir

Bruno Juntolli

Lorena Fernandes

Victor Maia

Lara Vieira

Bruna Brandão

Bernardo Lembi

Alice Pimenta

Adler Rocha

Guilherme Brant

Luísa Benda

Eduardo Tarqüínio

João Kalab

R E F L E X Õ E S

EXPEDIENTE – SANTA MARCELINA EM NOTÍCIAS – ANO 4, Nº 12Diretora Pedagógica: Irmã Belarmina Andrade – Diretora Administrativa: Irmã Marinez Rossato – Coordenadora Pedagógica Geral: Eliane Veloso – Editores: Igor de Queiroz e Luiz Fernando Braga. Tiragem trimestral: 3000 exemplares – Endereço: Alameda das Falcatas, 505, São Luiz, Pampulha, CEP 31275-070 – Belo Horizonte / MG. Fone: (31) 34414988 – Fax (31) 34974189 – Homepage: www.colegiosantamarcelina.com.br - Arte, Impressão e Fotolito: Lanna Projetos Gráficos Ltda. E-mail para contribuições: [email protected]

Desde os primórdios da huma-nidade, o ser humano vem trans-formando o meio onde vive para buscar novas conquistas e expan-dir fronteiras.

Ainda no período pré-histórico, houve a descoberta do fogo: uma atitude simples de raspar duas pe-dras revolucionou os métodos de cozinhar a carne e de defesa avan-çando na história, criaram-se as primeiras rodas, o que influencia, até hoje, o transporte terrestre.

A partir da revolução indus-trial, a tecnologia nunca mais pa-rou de evoluir, e tivemos a contri-buição de vários inventores que se destacaram, como Santos Dumont, que deu um avanço à humanidade criando o 14 Bis, o balão a gás e o relógio de pulso.

O mundo está se tornando cada dia mais tecnológico. Estamos vivendo em uma era informatizada,

em que, junto com o capitalismo, prevalece a cultura digital. Em me-nos de quarenta anos, o simples aparelho televisor preto e branco, que funcionava através de válvulas, cedeu lugar à TV a cores, que per-deu terreno para as grandes de 29 polegadas, que, por sua vez, foram ultrapassadas pelos equipamentos de plasma e LCD. As máquinas de datilografar e os computadores de dois gigabytes deram lugar a pos-santes processadores, impresso-ras e notebooks de cem, duzentos gigabytes. O aparelho de rádio, que reunia famílias e vizinhos para ouvir noticiários, programas de auditório, entre outros, deu lugar aos individuais e famosos MPs e Ipods. Em quinze anos, aparelhos celulares deixaram de ser somente instrumentos de comunicação en-tre duas pessoas, para serem, ao mesmo tempo, câmera fotográfica,

rádio, gravadores, televisores e até mini-computadores.

Esses confortos tecnológicos, frutos da chamada “globalização”, podem trazer danos irreparáveis à vida e à saúde de uma pessoa. Existem estudos científicos que comprovam que o uso prolongado e o volume demasiadamente alto de fones de ouvido podem provo-car surdez irreversível. Há casos de pessoas que permanecem co-nectados na rede de computado-res por dias, prejudicando o sono, a alimentação e a capacidade de raciocínio, ficando caracterizado um vício na utilização desse recur-so tecnológico.

Nunca se produzira tanto nas indústrias auto-motoras como hoje. Na cidade que irá sediar as olimpíadas de 2016, são, em mé-dia, três pessoas por cada carro; em São Paulo, são dois indivíduos.

O mundo está ficando mais ace-lerado, humanos estão com mais pressa para chegarem ao trabalho ou à residência. Juntamente com essa vida auto-motora, crescem os temidos graus de poluição, as emissões de CFC aumentam e o risco de super aquecimento global pode, no futuro, levar a raça hu-mana a ser extinta.

As crianças estão ficando cada vez mais susceptíveis e submissas às sedutoras inovações da nova era. Hoje,não sabemos mais o que é brincar de boneca, carrinho, pique-esconde, cabra-cega. Com tudo isso, perde-se o aperto de mão, que foi substituído pelo to-que no botão da máquina, fria e insensível vilã do calor humano. Máquinas estão tomando o lugar da amizade e, assim como elas, a pessoa um dia pode entrar em pane.

Pane no sistema

destrua a

natureza:

preserve

o mundo.Thiago Campos

Giovanna de Giácomo

NãO

Davi Farace

F A L A N D O S O B R E E D U C A Ç ã O

Com ampla participação da população brasileira, o Projeto

de Lei de Iniciativa Popular do Movimento Contra a Corrupção

Eleitoral, mais conhecido como Projeto Ficha Limpa, conseguiu

sua meta de recolher mais de 1 milhão e 300 mil assinaturas.

O projeto recebeu o número PLP 518/09 e foi anexado ao PLP

168/93, que já tinha sido avaliado e aprovado pela Comissão

de Constituição e Justiça da Câmara Federal em 1999. Ou seja,

já havia uma proposta de 1993 e que foi aprovada para tramitar

em 1999, há dez anos. A iniciativa popular recupera agora essa

bandeira e tenta fazer com que ela se torne lei.

Para quem perdeu a esperança em iniciativas desse tipo,

vale lembrar que a Lei 9840/99 passou pelos mesmos trâmites e

numa década já cassou 667 políticos. Uma vitória da população

brasileira comprometida com a defesa do interesse público.

Diversas turmas do Colégio Santa Marcelina, do Ensino Funda-

mental ao Ensino Médio, participaram da importante mobilização

pelo Projeto Ficha Limpa. É o início do fundamental exercício de

sua cidadania. Não podemos ficar passivos assistindo à corrup-

ção daqueles que deveriam representar os interesses coletivos.

Esses representantes estão transformando a política – espaço

de cuidado da coisa pública – em negócio particular ou dos seus

grupos. A escola tem um papel muito importante na formação de

nossa consciência cidadã. Somos um dos países com a maior carga tributária do mundo,

cerca de 38,45% do PIB, recolhida em impostos que representam

contribuição compulsória penosa, especialmente para os mais

pobres, justamente os que pagam proporcionalmente a parte

maior. Em respeito a todos os que trabalham e geram riquezas

em nosso país, devemos assumir o dever cívico de ser vigilantes

dos nossos representantes e contribuir para o amadurecimento

de nossa democracia, participando sempre que possível.

A escola Marcelina se fundamenta no legado espiritual do

Beato Luigi Biraghi que construiu esse espaço religioso e educa-

cional buscando articular Evangelho, ciência e vida, num espírito

de família, dentre muitos outros valores do seu carisma. A “boa

notícia” de Jesus continua a nos mobilizar. O Reino de Amor, Jus-

tiça e Paz, centro da vida e da pregação de Jesus Cristo, começa

a se tornar realidade agora, neste mundo, através da vivência

da fraternidade e da solidariedade, numa palavra, pela práxis do

amor. Devemos colocar nossa vontade, inteligência, conhecimen-

to e ciência a serviço desse objetivo. Evidentemente, o Reino

de Deus não se realiza plenamente agora, mas começa aqui e se

plenifica quando encontrarmos Deus “face-a-face”.

A fé que não se traduz em práxis amorosa é vazia e sem

sentido: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos:

se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13,35). Mas além do amor,

a fé também se relaciona com a esperança, uma esperança ativa:

“quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré).

Devemos dar razão da esperança que entre nós existe, como di-

zia a Primeira Carta de Pedro (1 Pr 3,15).

Há uma página na internet (<http://www.avaaz.org/po/olim-

piadas_rio2016/>) de uma entidade que pode nos ajudar a con-

tinuar a luta contra a corrupção. Ela elaborou uma proposta de

carta, incluindo a preocupação com as Olimpíadas de 2016, para

ser enviada aos deputados. Temos de usar a criatividade para

que o bem comum seja vivido. Participem!

Numa certa manhã, ao sair do es-tojo quentinho e confortável, o lápis começou a trabalhar... Ele escreve, escreve, escreve cada vez mais e mais; o caderno, sendo utilizado, fala com ele:

– Não é certo você copiar esta atividade em mim! Desse jeito, o Pe-drinho não aprende nada!

O lápis retrucou:– Deixa de ser antiquado! Assim é

muito mais rápido e prático, além do mais sobra mais tempo para ele fazer as coisas mais legais!

– Fazer atividades pode não ser tão legal quanto jogar bola, mas é mais importante, é o futuro do Pedri-nho que está em jogo aqui!

– Nossa, como você é exagerado! Ele só está copiando uma atividade pequenininha!

– Hoje pode ser uma pequenini-nha, amanhã uma maior e, sem per-ceber, ele não faz mais nada além de

copiar!– Você fala como se isso

fosse arruinar a vida do menino!– E não vai?– Mas é claro que não! Ele só está

sendo esperto!– Esperto? A quem você acha que

ele está enganando com isso? A ele mesmo!

– Olha, cansei de conversar com você! Me deixa trabalhar em paz!

Alguns meses depois, Pedrinho pegou recuperação e, em vez de co-piar atividades para ter mais tempo pra jogar bola, ele começou a fazer todos os deveres e estudar um pou-quinho todos os dias. Ao perceber que Pedrinho tinha aprendido a lição, o caderno falou com o lápis:

– Viu? Eu não te disse que ele estava enganando somente a si mes-mo?!

– Eu não queria admitir, mas você tem razão! E nós aprendemos pelo jeito mais difícil que nem sempre as coisas mais fáceis são melhores, a vida não é só feita de prazeres!

Ficha limpa: a luta continua!Prof. Paulo Agostinho N. Baptista

Honestidade intelectual Raquel Borges Figueiredo

4

N O v O S L I T E R A T O S

Uma guerra...

Muitos mortos...

Uma família...

Uma criança...

E um pai.

– Promete? – Pediu a menininha com um

sorriso amarelo e muitas lágrimas no rosto.

Papai, com os olhos adocicados e mo-

lhados pelas lágrimas, assentiu. Olhou nova-

mente para a mamãe, que pairava no vão da

porta e murmurou:

– Eu voltarei.

– Papai? – sussurrou a menina entre

soluços.

– Não chore meu bem. – Pediu papai se

virando e secando as lágrimas da filha.

– Vai voltar antes dos meus 8 anos? –

Implorou a menininha. Papai abaixou os

olhos. – Não é? - Desta vez ela gritava.

– Espero. – Sussurrou papai.

Um carro barulhento parou à frente da

despedida melancólica. Papai olhou de re-

lance antes de deduzir que era a hora de

partir. Ele nunca fora bom com despedidas,

mas este momento poderia ser o último com

sua família. Deu um beijo na testa da filha e

de sua esposa.

– Amo vocês. – Foram as últimas pala-

vras de um pai se dirigindo para a guerra.

Ele correu para o carro. Mãe e filha ace-

navam enquanto o carro seguia seu destino,

a morte e a chuva de verão se juntavam às

lágrimas de dor.

– Vamos. – A voz da mamãe estava mo-

lhada de lágrimas. Seu sussurro se dissolveu

aos poucos, como uma vela acesa.

Não havendo resposta, mamãe arrastou

a filha para dentro da casa vazia.

– Papai! – Gritou a menininha com a

maior força que poderia, enquanto era ar-

rastada para sua cama.

Um telefonema. O som era irritante, mas,

para a menina, era uma chance de seu pai

estar vivo.

Anos haviam se passado desde o início

da guerra. A menina crescera. Papai morreu.

E a mãe estava cada vez mais deprimida.

Como se pode imaginar, não era papai,

mas a notícia de que ele morrera. Mamãe ha-

via atendido ao telefone.

– Bom dia. – Murmurou ela com um ar

cansado e deprimido.

A menina descera da cama aos pulos

para poder falar com o seu pai. Se é que

era ele, pensou ela tentando escutar o que a

mãe dizia, mas não conseguiu. Ouvia apenas

um grito abafado e o barulho dos “leques”

no chão.

– Por quê? – Gritou a voz abafada e mo-

lhada de sua mãe.

A menina foi para a sala aos pulos. En-

controu a mãe abaixada de maneira depres-

siva.– Não. – Dessa vez a mãe parecia se cul-

par da guerra vivida no país.

A menina retirou o telefone das mãos afli-

tas da mãe e o colocou no gancho. Sentou-se

ao lado da mãe, esperando as palavras:

– Seu pai está ferido. – Mas não foi o

que escutou exatamente.

– S s seu pa i i m o r r... – Ela foi incapaz

de terminar a frase.

A menina se aconchegou nos braços da

mãe. Chorou como sua mãe.

As duas nunca mais o veriam. Era difícil

aceitar este fato.

LágrimasLara vieira

As lágrimas que rolam pelo meu rosto

Não são apenas lágrimas salgadas

É a apuração do meu gosto

Por coisas tristes e desamparadas

Condensam-se para mostrar

Àqueles que odeio

Que posso fazer a não ser chorar

E cantar que na paixão somente creio

Meu sentimento será sempre o mesmo

Minhas lágrimas ainda se formarão

[a esmo

Meu medo é de ficar só

E que tudo construído se reduza a pó

DEvANEIO DO MAR

Davi Farace, Eduardo Tarqüínio,

Pedro Nedir e victor Maia

Sempre que estou em Ilha Grande

Fico eu a pensar

Será que estou a sonhar?

E como um tubarão vou lutar

pelo fundo profundo do mar

onde irei achar

Uma grande aventura para enfrentar

Contra lulas, polvos e estrelas-do-mar

Agora chego ao fim

Sem nada poder afirmar.

Maria Luiza Gomes Faria

Resultados

“A guerra causa dor não apenas em quem a presencia,

mas em todos aqueles capazes de amar.”

N O v O S L I T E R A T O S

LágrimasLara vieira

As lágrimas que rolam pelo meu rosto

Não são apenas lágrimas salgadas

É a apuração do meu gosto

Por coisas tristes e desamparadas

Condensam-se para mostrar

Àqueles que odeio

Que posso fazer a não ser chorar

E cantar que na paixão somente creio

Meu sentimento será sempre o mesmo

Minhas lágrimas ainda se formarão

[a esmo

Meu medo é de ficar só

E que tudo construído se reduza a pó

Esse amor é complicado, difícil de entendernão sei onde vai chegar, tô deixando acontecertomara que dê certo, é o que eu sempre quis

mas, se não der, só quero um final feliz

De muitas e tantas formas eu tento esquecerQue um dia amei e fui feliz ao lado de você

Mas, com tudo que acontece, a gente não aprendeÉ o coração que manda, nunca a nossa mente

Não vou mais te procurar, sei o que quer de mimdistância, quase desprezo, ou flores de um jardimSão aquelas palavras presas no meu pensamentoQue me fazem pensar em você a todo o momento

Refrão:Vou te falar dos meus sonhos

Daqueles que eu tive pensando em vocêvou te contar meus desejos

Não acreditaria nem se pudesse verQuero te falar das estrelas que verei no céu assim

O que mais quero é que você também pense em mim

Faces, rosto, corpo,distorcidos pela lente do sono.A luneta cega da noite enxerga o romance,

aquele que apenas cintila na manhã seguinte.

O lençol é grama,o colchão é terra, o silêncio é céu.Seu céu.

Bruna Brandão

Ainda...Marina Wenceslau

Irreparável Erro

Canção: DesejosAdler Rocha e Guilherme Brant

Angústia. Insegurança. Indecisão. Saudade... Saudade, que só se define saudade quando não dá mais tempo, Quando desistir é inevitável, e continuar se torna impossível,

Saudade, que vai ocupando meu coração aos poucos.

Faz muito tempo que não vejo seu rosto. Desculpe-me se eu te magoei, se for por isso eu não fui a única culpada.

Sei que você já me viu chorar.

Só quero pedir desculpas...Esse vazio idiota que me consome....

E você já nem deve mais lembrar meu nome.

Medo. Calafrio. Frio na barriga.Minha boca seca. Os olhos doem. Finalmente as lágrimas escorrem.

Lágrimas, que deixam ainda mais o destino duvidoso... e cruel. Escorrem pela minha bochecha rosada, seguida por um enorme número de perguntas,

Refletindo em cada uma um súbito desejo. Doloroso sentimento. Lágrimas, que não esperam uma razão para sair do meu olho e depois caírem no papel.

Quem disse que o amor é cego podia tanto estar errado...Realmente, se eu enxergasse bem,

não iria querer tanto ficar ao seu lado.O que eu sinto não importa, mas pra que chorar se não faz mais sentido amar você?

Pra que sorrir se por ti sei que até desistiria de viver?

Se é isso mesmo, por que não consigo parar de pensar na gente?Voltaria a ser meu herói, meu bandido, meu mais querido confidente?

Eu voltaria a ser criança, que brincava de pique e gostava de cachorro-quente?Sua amiga de infância, que te contava segredos, conversava e fazia o possível e o impossível

pelo garotinho que eu amava incondicionalmente?

Até quando eu vou mentir? Até quando eu vou fingir que não ligo?

Como vou me esquecer de uma hora para a outra?

Se pra você foi tão fácil, fique sabendo que pra mim iria ser mais. Se eu quiser te esquecer!

Se eu decidir que não vou mais ligar pra você! Se você não fosse assim...

Se isso fosse tão fácil... como parece.

Por que tudo isso não passou de um sonho bobo! De garotinha mimada, menininha metida, implicante.

Insistente, estúpida, arrogante. A boba que só conta com a sorte...

Garota sonhadora, que acha que pode resolver tudo em um instante.... Mas não pode!

5

P E q U E N O S C R I A T I v O S

Dia desses no início das aulas da manhã, na roda com a turma do 3º período, alguém começou a cantarolar: “Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado...”.

A turma que atualmente estuda as obras de Ro-mero Britto, pintou a alegria e o colorido vibrante da nova estação em seus trabalhos. O que não faltou foi COR! As de Frida enfeitaram rubros penteados nas obras dos 1os anos. Nos 2os períodos entre um conto e outro as flores do “Pote Vazio” foram tema principal.

Massinha é arte? Indagam os alunos. Volume, formas tridimensionais, combinação de cores no es-paço. Sim, modelar é fazer Arte!

Prega daqui, cai ali! Os alunos das turmas de 7os anos modelaram bonecos e objetos que foram usados na produção de filmes de animação. Os mo-delos foram movimentados e fotografados quadro a quadro. Estes quadros foram posteriormente mon-tados em um programa de computador. Processo conhecido como stop motion. A cenografia também foi concebida por eles num formato de duas pare-des e um piso.

Para entender ainda mais o processo, tiveram contato com uma película hollywoodiana ainda uti-lizada nas salas de cinema: manuseando-a e ob-servando a localização dos registros sonoros e das legendas.

Uma mostra acontecerá na segunda quinzena de novembro, quando apreciaremos o resultado dessas produções.

As experimentações continuam acontecendo e, desta vez, as turmas dos 3os anos nos contarão o que sentiram ao conhecerem um pouco sobre o pro-cesso construtivo de Jackson Pollock.

“Pollock era um artista comum e, um dia, quan-do estava pintando, parou para pensar: de repente respingou um pouco de tinta no chão e ele criou a arte do gotejamento.” (Laura - 3 º ano A)

“Eu percebi que para fazer arte não é preciso de quadro ou pincel, mas, sim, de muita criativida-de.” (Pedro Henrique Tamiozzo - 3 º ano B)

“Ao ver o vídeo com o Pollock pintando, percebi várias coisas que não existem, sentimentos... Antes eu pensava que pintura abstrata era apenas uns ra-biscos, agora eu sei: essa arte é mais difícil! Agora estou focado só na pintura abstrata, é como se eu estivesse escutando ela falar. Cada respingo corres-ponde a uma letra, estou muito ansioso para pintar como Pollock. (Daniel Renault vaz 3 º ano D)6

Faço Arte no SantaProf. Aloísio Rabelo

Combinação de formas e cores

P E q U E N O S C R I A T I v O S

7

Faço Arte no SantaVisitar a exposição de retrospectiva do trabalho

de Vik Muniz, no Museu Inimá de Paula, foi uma expe-riência muito rica, tanto em termos estéticos quanto em termos de ideias. Vik é um artista contemporâneo, que se utiliza de matérias primas ousadas para com-por suas obras de arte, que são sempre expostas em forma de fotografias. É internacionalmente respeita-do, tendo exposto em grandes centros divulgadores de arte, como o Museu de Arte Moderna de Nova York, além de ter passado por países como Canadá e México.

A obra de Muniz é muito inspirada por imagens consagradas da arte e da cultura pop, por isso ainda mais surpreendente. Alia matérias primas comuns e inusitadas como geleia, chocolate e macarrão a ima-gens clássicas no subconsciente das pessoas, como a figura da Mona Lisa ou do mito grego da Medusa. Nessa mesma linha de criação, inspira-se em quadros de pintores famosos como Goya e Caravaggio para criar imagens a partir de sucata.

Outro aspecto instigante da obra do artista é como ele relaciona o material usado com a mensa-gem proposta pela imagem. Ao retratar as divas de Hollywood, Muniz escolheu o diamante, que repre-senta ao mesmo tempo a imortalidade e o glamour do cinema. Utilizou caviar para representar os monstros que também fizeram história nos filmes, devido ao seu ciclo de glória, decadência e morte. Assim como o caviar, que é glamouroso, mas pouco duradouro. Dessa forma, torna a obra mais compreensiva para os visitantes, enquanto mostra a genialidade da sua ideia.

A obra de Muniz também é um poderoso veículo de crítica social. Ao projetar um mapa-mundi, todo feito de sucata eletrônica, mostra que a sociedade está caminhando pra ser dominada, em todos os aspectos, pela tecnologia. Também retrata através da arte o duro cotidiano dos catadores de lixo dos aterros sanitários, ao retratá-los em imagens feitas de lixo. Vik também atrai olhares para o cotidiano das crianças que trabalham nos canaviais, através da sé-rie “Crianças de Açúcar”, que o fez reconhecido pelas galerias e museus estrangeiros, em que desenhou crianças de um canavial de uma ilha caribenha e, de-pois, pulverizou açúcar por cima da ilustração.

A retrospectiva é uma experiência completa, pois, além de provocar reflexão social, encanta pela varie-dade de cores e matérias-primas usadas, que formam obras que agradam aos olhos e, ao mesmo tempo, tendo conceitos contemporâneos que provocam pen-samento em todos que as presenciam.

Débora Lúcia

vik Muniz :experiência social e

sensorial

Os alunos do 5° ano C torna-ram-se detetives inspirados pelo livro “O gênio do crime”, de João Carlos Marinho, e estão identifican-do cada um de seus personagens para solucionar o seu enigma.

A partir das características des-critas e pistas deixadas ao longo da trama, o retrato-falado de cada um dos personagens está sendo reve-lado através dos desenhos.

P E q U E N O S C R I A T I v O S

Os alunos do 1º ano colocaram no papel suas ideias para ajudar na pre-servação do meio ambiente.

O reaproveitamento da água também foi a preocupação do aluno Julio Cesar Teodoro Alves, que criou uma máqui-na para aproveitar a água da chuva.

Pensando na poluição das águas, a aluna So-fia de Maria Sapori pensou em uma máquina que estaria instalada no helicóptero movido a energia solar.

Detetives imaginários

Profa. Janaína

Profa. Tatiana CruzSOS Planeta

O aluno Iago Adir Féres de Castro

Fernandes criou o Fumaçador: ele evita

que as fumaças emitidas pelas fábricas

sejam projetadas no Meio Ambiente.

Anna Giullia Fonseca pensou na energia eólica e na energia solar para o abastecimento das casas.

Pensando nas consequências do efeito estufa,

a aluna Clara Andrade do Valle criou uma

máquina para sugar os gases do planeta.

8

R E v I E W

9

O caçador de pipasMarcelo França Marques Cândido

“O caçador de pipas”, de Kha-led Hosseini, foi eleito Melhor livro do ano, pelo San Francisco Chroni-cle e vem sendo vendido em mui-tos países. O livro conta a jornada de Amir, que, ainda quando garoto, traiu seu melhor amigo e servo, Hassan. Ainda jovem, Amir sofria com a falta de semelhança com seu pai, o que fez com que houvesse uma falta de compreensão entre os dois. Como sua mãe morrera ao dar à luz, a única pessoa que lhe con-fortava em momentos difíceis era Rahim Kahan, sócio dos prósperos negócios de seu pai. Ao completar dezoito anos, Amir e seu baba são obrigados a sair do Afeganistão devido à invasão dos russos. Vão para a Califórnia e iniciam uma nova vida. Anos depois de Amir casar-se com Soraya, recebe uma carta de Rahim Kahan, que deseja revê-lo. Ao se encontrarem, Rahim pede para que ele se redima com Hassan procurando o filho que deixara, Shorab, já que perdera os pais em uma execução do Talibã.

Ao achar Shorab, Amir se en-contra com um velho inimigo de infância que sempre o atormentava e agora teria de enfrentá-lo cara a cara. Meses depois, após a recupe-ração de Amir, este decide adotar Shorab e levá-lo para a América, já que não queria deixá-lo em um orfanato.

O livro é bastante emocionante e reflexivo, pois, como é narrado por Amir na primeira pessoa, po-demos quase sentir a emoção dos momentos, tornando este um ótimo livro.

Scusa Ma Ti Chiamo Amore (Uma Prova de Amor)

Lorena Fernandes T. Oliveira

Nikki (Michela Quattrociocche) é uma menina de 17 anos, está no último ano do ensino médio e, com suas três melhores amigas, Olly, Di-letta e Erica, diverte-se como uma verdadeira adolescente, frequen-tando os mais diversos e divertidos lugares de Roma. Alessandro Belli (Raoul Bova), mais conhecido como Alex, é um bem sucessido publici-tário de 37 anos que, abandonado pela noiva, encontra-se emocional-mete perdido e com a vida social adormecida. Em uma manhã, Alex bate seu carro na moto de Nikki e é a partir desse momento que a vida de ambos começa a mudar. Mesmo sabendo dos preconceitos e das más línguas que teriam que enfren-tar pela diferença de 20 anos entre eles, não resistem e se apaixonam perdidamente.

O filme “Scusa Ma Ti Chiamo Amore” foi baseado no best seller italiano de mesmo título, do autor Federico Moccia, que também diri-giu o filme. O livro já possui uma versão em português, o título é “ Desculpa se te chamo de amor “, da editora Planeta.

AC/DCBruno Juntolli Ferreira

A banda de rock AC/DC, for-mada pelos irmãos Angus Young e Malcom Young, iniciou uma nova turnê, a “Black Ice Tour”, que per-correrá o mundo inteiro, passando pelo Brasil, em São Paulo.

A banda é constituída por Angus Young (guitarra), Malcom Young (guitarra), Cliff Williams (Bateria), Phill Rud (baixo) e Brian Jonshon (vocal), todos australia-nos, mas que residem, atualmente, em New York. Eles já venderam mais de 450 milhões de discos. A banda foi formada em Sidney, em 1973, com o cantor Bon Scott, que morreu em 1978; quem veio no seu lugar foi o Brian Jonshon, que permanece até hoje.

A nova turnê, que se iniciou em 2008, terá um show em São Paulo, no Morumbi, dia 27 de novembro de 2009. Os 65 mil ingressos se esgotaram em 6 horas. A banda tem novas músicas, como “Black Ice”, “Rock n’ roll Train” e outras.

Muitas músicas de sucesso mar-caram a história do AC/DC: “Back in Black”, “The Jack”, “Thunderstru-ck”, “For about the rock (we salute you)”, “Hells Bells”, “Rock and Roll ain’t noise polution” e várias outras. A banda já compôs aproxi-madamente 180 músicas.

AC/DC é bem conhecida pela presença do guitarrista Angus Young, por seus passos e brinca-deiras com o público, pelo logotipo e por sempre usar o mesmo mo-delo de guitarra, a Gibson SG. No site oficial da banda, você encon-tra a biografia, todas as músicas, produtos e a agenda dos próximos shows.

Jogo entre ladrõesBernardo Lembi

Reply (Morgan Freeman), um ladrão muito famoso que necessi-tava de um companheiro, começou a seguir Gabriel (Antonio Ban-

deiras), um ladrão de Miami, que roubou diamantes de um joalheiro em um trem. Reply se encontra com Gabriel, quando o pequeno ladrão vendia sua mercadoria. En-tão aponta sua arma para o ladrão de Miami falando para dividirem o dinheiro e convida-o para partici-par de um roubo de umas das mais valiosas jóias.

No dia seguinte, Gabriel aceita o convite de Reply e, por coinci-dência, conhece Alex (afilhada de Reply). Gabriel a convida para ir a uma boate, onde ele a beija pela primeira vez.

Reply descobre que terá uma festa para policiais, assim ele e seu companheiro se disfarçam de policiais para entrar na festa e descobrir onde guardam os ovos valiosos. Com uma câmera escon-dida, eles veem como é o sistema de proteção do cofre.

Nick Petrovich, querendo con-versar com Reply e Gabriel, manda seus capangas trazê-los até ele. Ao chegarem, Petrovich diz que, se não trouxerem os ovos para ele, Alex irá morrer.

Gabriel, preocupado, decide que irá roubar os ovos no dia se-guinte; Reply, sabendo que a vida de Alex estava em risco, concor-dou.

Então a dupla entra em ação e consegue entrar no cofre, onde ficavam as jóias, sem que os segu-ranças percebam. Porém, Gabriel, que na verdade era um policial, rouba os ovos para entregá-los para Petrovich, para que libertem Alex. E deixa Reply preso dentro do cofre, para que os policiais o prendam.

Gabriel entrega os ovos para Petrovich, que liberta Alex. Reply é preso por um policial que tentava prendê-lo há muito tempo. Porém, Alex paga sua fiança para que saia da prisão.

Quando Gabriel vai para dele-gacia, os policiais alegam terem capturado Nick Petrovich, que estaria com os ovos. Gabriel diz que não é Petrovich, já que ele, na verdade, tinha conhecido Victor Korolenko (pai de Alex, que supos-tamente estava morto), fingindo ser Nick Petrovich, e viu que foi enganado por Reply.

opinião

10

O P I N I ã O

Atualmente, o mundo dos jogos vem crescendo muito graças à globalização, que possibilitou aos jovens de diversos países se conectarem por meio de um console. Mas o enfoque deste texto não são os jovens de países estrangeiros, mas, sim, os brasilei-ros, que sofrem razoavelmente com a falta de desenvolvimento do país, pois os conso-les chegam em um elevado preço e ainda com algumas desvantagens.

Dentre essas desvantagens, pode-se destacar a diferença de preço entre o vi-deo game vendido nos EUA e o vendido no Brasil. Um xbox 360, no Brasil, custa em média R$1000, enquanto, nos EUA, apenas U$250 (em média, R$500). Já o playsta-tion 3 custa aproximadamente R$1050; nos EUA, custa U$300 (mais ou menos R$600). Outro problema é que o console da Sony só possui jogos originais, que custam em media de R$200 a R$300. Ou seja, mui-

to pouco acessível à maioria da realidade brasileira. Já o console da Microsoft possui desbloqueio, podendo, assim, rodar jogos piratas que custam R$15, em sua maioria, ou, que podem ser baixados pela internet, o que reafirma seu sucesso de vendas no Brasil.

Anos atrás, a moda era somente ter con-soles feitos pela Sony, ou seja, a famosa sé-rie de PS1 e PS2, mas, a partir da inovação da Microsoft, o Xbox 360 veio para quebrar as barreiras e os paradigmas, apesar de o PS3 ser um fortíssimo concorrente.

A partir dessas informações, todos ficam se perguntando na hora de comprar seu console: “Devo eu comprar um Play Station 3 ou um Xbox 360?”

Para responder a tal pergunta, faz-se importante destacar as vantagens e des-vantagens de cada um, como em um quadro comparativo, bem simples:

Quem estava acostumado a ver nos tablóides as extravagâncias e as esquisitices de um Michael Jackson decadente levou um choque ao descobrir que, repenti-namente, o “rei do pop” havia saído de cena. Michael deu seu último suspiro em junho deste ano, poucos dias antes de iniciar sua última turnê, “This is It”.

As causas de sua morte ainda são investigadas, sendo o principal suspeito seu próprio médico. En-tretanto, essa não foi a preocupação principal da po-pulação. Todos queriam conhecer e tentar entender a história do “rei do pop”. A indústria fonográfica e a mídia não hesitaram em dar prioridade ao que eles queriam: CDs, DVDs, reportagens e documentários so-bre Michael.

O interesse das pessoas pela vida e pela carreira de Michael, após sua morte, mostrou que sua impor-tância para o mundo pop superou seus erros. Mostrou, também, certo peso na consciência de alguns, por te-rem sempre julgado Michael como um ser desumano e bizarro e nunca ter tentado entender o motivo de seus atos.

Sua morte fez com que, da noite para o dia, o es-tranho homem que tinha a aparência cada vez mais degradada fosse substituído por um pobre rapaz que teve a infância roubada por um pai monstruoso. Será que é esse o Michael que devemos guardar na me-mória?

Temos a tendência de idolatrar as pessoas quando elas morrem. Seus defeitos e seus erros são esquecidos e, no lugar, fica a saudade. Isso não foi diferente com Michael. Devemos nos lembrar de um Michael talentoso, mas que também errava, como qualquer ser humano.

É essencial nos lembrarmos que a influência de Michael deu-se na música, na moda e no estilo de vida, gerando o pop que hoje conhecemos. Com seu estilo revolucionário e popular, Michael rompeu a barreira que antes separava a música “de negros” da música “de brancos”.

Os inúmeros fãs de Michael não se ausentaram nesse triste momento. Vários o homenagearam e mui-tos choraram, mas nenhum o esqueceu. O carinho dos fãs, nesse momento, foi mais marcante que o da famí-lia Jackson, que demonstrou frieza.

Michael estava no auge nos anos 80. Com o passar do tempo, seu sucesso começou a ser ofuscado por polêmicas sobre mudanças na aparência e pedofilia. Assim, sua música se perdeu em meio a escândalos e os jovens de hoje não tiveram a oportunidade de co-nhecer a importância de Michael antes de sua morte.

O mundo perdeu um gênio da música. Sabemos que não haverá outros Michaels, por isso devemos preservar seu legado. Na época que antecedeu sua partida, Michael era reconhecido como uma estrela de-cadente e sua música já não era tão importante quanto fora antes. Mas, em vida, deveria ter sido reconhecido como o gênio que era. Deveria ter sido visto também como um ser humano, mas “humanidade não vende revista”, não é mesmo?

Infelizmente, foi necessária a morte de Michael Jackson para sua música viver novamente. Quantos ou-tros ídolos precisaremos perder para percebermos que não há vida após a morte?

Mariana Martins Santos

Perpetuação do mitoPlayStation 3 x Xbox 360A rivalidade entre as duas maiores produtoras de games do mundo. De um lado a

Sony(PS3) e, do outro, a Microsoft(Xbox360).

Márcio de Abreu Brito Junior

Play Station 3 Xbox 360

Vantagens

- O tipo de mídia do PS3 é bem mais vantajoso, pois é Blu-ray, logo caberá mais dados e, consequentemente, terá mais detalhes.

- Possui a versão com-pacta e pode-se jogar pela internet sem ter que assinar por um serviço.

- O desempenho gráfico do Xbox 360 é realmente muito bom, seus controles sem fio lhe dão muita mobilidade.

- O tão esperado PROJETO NATAL é um grande diferen-cial no console da Microsoft. Tal projeto consiste na maior inovação promovida pelo Nintendo Wii, só que muito mais adaptado, pois os jogadores não têm que segurar nenhum equipamento para jogar. Eles somente têm que fazer o movimento e o video game reconhece.

- Grande variedade de jogos.

Desvantagens

- Apesar de ter todo esse desenvolvimento quanto ao tipo de mídia, o PS3 tem um grande desfal-que quanto à quantidade de jogos, que se torna incomparável a infinita variedade de jogos do Xbox 360.

- Não vem cabo HDMI, logo sua imagem não tem uma alta definição se o mesmo não for compra-do, sendo que este cabo é de alto custo.

- A Microsoft pensou nos mínimos detalhes ao fazer seu console, mas deixou a mídia a desejar, pois no DVD dupla camada utilizado em seus jogos não cabem mui-tos detalhamentos, ficando assim, atrás do PS3(muito detalhado).

- Outra desvantagem está no fato de, para se ter o Xbox 360, ser necessário assinar um pacote de dados chamado Xbox Live para poder jogar na internet, sendo que este deveria ser um recurso disponível já que você efetuou a compra de um console.

- O Xbox 360 apresenta um erro muito comum chamado 3RL(3 luzes vermelhas) em que o aparelho queima por um erro de fabricação da Microsoft, tornando-se, assim, incapaz de rodar um jogo. E seu conserto gira em torno de R$400, o que é bem revoltante.

Após essa breve comparação, percebe-mos que ambos os video games têm vanta-gens e desvantagens e cabe a cada consumi-

dor escolher o que mais lhe agrada. E tenha certeza de que, na compra de qualquer um dos aparelhos, você ficará satisfeito.

11

E S C O L A N O M U N D O

Atualmente, o ambiente rural deve ser compreendido para além de seus aspectos econômicos ou da descrição compartimentada dos fenômenos so-ciais e naturais que o caracterizam. As múltiplas dinâmicas existentes entre as cidades e o campo; as semelhanças e diferenças entre os modos de vida que aí se constituem; as formas de trabalho e a produção e percepção do espaço e da paisagem; os relógios naturais e me-cânicos que controlam a vida nas cida-des e no campo, impondo ritmos de vida diferentes, foram temas de investigação dos nossos alunos do 6º ano durante o trabalho de campo realizado na Fazen-da Retiro das Rosas.

As atividades desenvolvidas, além de oferecer a oportunidade de apro-fundamento e construção de novos conhecimentos, tornaram-se um tempo agradável de convivência, estreitando ainda mais os laços de amizade e res-peito entre todos, caracterizando-se em um momento único e muito enriquece-dor.

A observação da produção artesanal de queijo, o prazer de retirar o leite ao “pé da vaca”, a visitação aos criadou-ros de suínos, o plantio na horta foram algumas das atividades desenvolvidas pelos alunos durante o trabalho.

O 7º ano do Ensino Fundamental II participou de um projeto interdisciplinar realizado na Reserva Particular do Patri-mônio do Caraça.

Durante as atividades desenvolvi-das, os alunos tiveram a oportunidade de aplicar, de maneira mais intensa, boa parte dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Divididos em grupos, tinham como tarefas: identificar e fotografar repre-sentantes dos grandes grupos vegetais (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas); identificar e fotografar processos de polinização e identificar e fotografar animais e plantas adaptados

ao meio.Já na primeira trilha, a caminho das

piscinas e do mirante, os alunos se mos-travam atentos. O mimetismo do bicho-pau não foi suficiente o bastante para enganar os olhos da turma.

Difícil de ser encontrado em seu ha-bitat natural, fora dele, no restaurante, o gafanhoto foi facilmente avistado pelos alunos.

Com tanta diversidade, não foi difícil identificar e fotografar os agentes polini-zadores em ação. A todo instante, pássa-ros e insetos eram vistos transportando o pólen.

Trabalho de campo na RPPC

ALUNOS DOS 6os ANOS vISITAM FAZENDA E DELICIAM-SE COM AS EXPERIÊNCIAS vIvIDAS

Profa. Rita Diniz

E S C O L A N O M U N D O

12

Alice Pereira Pimenta

Luíza Magalhães

João Victor Kalab, Bruna Lara, Giovanna de Giácomo e Luísa Benda

RESULTADO9 de dezembro

ATENÇÃO!2º TESTE DE SONDAGEM

PARA NOvOS ALUNOSDia 2 de dezembro - 8h30min