Jornal Novo Almourol Dezembro

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Um rio de oportunidades O Tejo é a figura principal em projectos turísticos, visões políticas e estratégias empresariais. O rio é o que os une e num futuro que será marcado pela união, quer administrativa quer política, é justo realçar o seu curso. p13e16 Fadista Helder Moutinho O fadista esteve em Torres Novas, em concerto, e o jornalista André Lopes entrevistou-o no Teatro Virgínia. Irmão de outros dois fadistas, João Moutinho e Camané, Helder Moutinho veio à região mostrar o seu disco, “1987”, e falou sobre o fado, que vive de forma total em todas as suas áreas, o interior e o mar, Ser a Barquinha e o Tejo Ser Joaquim Vieira O Quim do 21 é figura carismática de Vila Nova da Barquinha. Vive no nº 21 de uma rua que já foi curso de água, uma casa "afundada" que muitos conhecem pois é local de visita de muitos amigos da região, do país e turistas que o visitam e não esquecem. Nova Temporada T.V. O Teatro Virgínia apresentou a sua nova temporada Janeiro/Março com grandes nomes a pautar a programação. Jorge Palma, Luísa Sobral, Diogo Infante, Noiserv, The Neverminding Bastards e a mostra de teatro Bons Vizinhos são apenas alguns dos destaques de um Teatro que quer reforçar a sua importância local e nacional. Pombeiro subiu ao médio tejo Miguel Pombeiro é o novo Secretário Executivo da CIMT. DEZEMBRO 13 | N°391 | ANO XXXII | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK Novo Almourol p18e19 p4e5 p22 p8 sobre a claustrofobia do estúdio de gravação. Palavras que dão cor às outras, cantadas nas suas composições. Em "1987", o fadista fala de liberdade, da sua juventude reflectindo sobre o tempo.

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Um rio de oportunidades O Tejo é a figura principal em projectos turísticos, visões políticas e estratégias empresariais. O rio é o que os une e num futuro que será marcado pela união, quer administrativa quer política, é justo realçar o seu curso. p13e16

Fadista Helder Moutinho O fadista esteve em Torres Novas, em concerto,

e o jornalista André Lopes entrevistou-o no Teatro Virgínia. Irmão de outros dois fadistas, João Moutinho

e Camané, Helder Moutinho veio à região mostrar o seu disco, “1987”, e falou sobre o fado, que vive

de forma total em todas as suas áreas, o interior e o mar,

Ser a Barquinha e o TejoSer Joaquim Vieira

O Quim do 21 é figura carismática de Vila Nova da Barquinha. Vive no nº 21 de uma rua que já foi curso de água, uma casa "afundada" que muitos conhecem pois é local de visita de muitos amigos da região, do país e turistas que o visitam e não esquecem.

Nova Temporada T.V.O Teatro Virgínia apresentou a sua nova temporada Janeiro/Março com grandes nomes a pautar a programação. Jorge Palma, Luísa Sobral, Diogo Infante, Noiserv, The Neverminding Bastards e a mostra de teatro Bons Vizinhos são apenas alguns dos destaques de um Teatro que quer reforçar a sua importância local e nacional.

Pombeiro subiu ao médio tejo

Miguel Pombeiro é o novo Secretário Executivo da CIMT.

DezeMBrO 13 | N°391 | ANO XXXII | PreçO 1,20 eurOS | MeNSALDIRECTOR LuIz OOSTerBeeK

Novo Almourol

p18e19p4e5 p22p8

sobre a claustrofobia do estúdio de gravação.

Palavras que dão cor às outras, cantadas

nas suas composições.Em "1987", o fadista

fala de liberdade, da sua juventude reflectindo sobre

o tempo.

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02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

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Oficinas CIEC

Faz mais devagar para eu ver... Qual é o truque? Não é truque? Tu és mágico, só podes ser...! Mas não cozeste o ovo? Como é que ele não parte? E como é que viras o copo sem a água cair? E a bola, a bola não cai porquê? Explica-me lá que eu quero saber. Quero saber e aprender a fazer! Diz-me lá, como é que faço? Dou um toque com a varinha? Verto uns pozinhos? Assim? Ah ah! Já pareço um mágico, não é verdade...? A oficina é para Aprendizes da Natureza, uma organização do CIEC – Centro Integrado de Educação em Ciências, Vila Nova da Barquinha, 18, 19 e 20 de Dezembro e espectáculo dia 21 no Centro Cultural da vila.

Barquinha: Albergue de Juventudee Centro de Convívio de Tancos ganham forma

O município fez a doação do prédio onde funcionava a Escola Básica n.º 1 de Tancos à Junta de Freguesia ( JFT) e a escritura foi celebrada no dia 22 de Novembro. O imóvel está actualmente a ser reconvertido em Albergue de Juventude e Centro de Convívio em consequência de intervenção/transformação após candidatura do PRODER e concurso público já efectuado. A antiga escola primária de Tancos será convertida e ampliada, um edifício que está erigido numa plataforma a meia encosta da pitoresca aldeia, a partir da qual é possível desfrutar de uma reconfortante paisagem sobre o rio Tejo, o Castelo de Almourol e as encostas da margem oposta, a sul e a nascente. O Albergue de Juventude terá capacidade para 30 camas aumentando a capacidade de alojamento de turistas na região e de atractividade para a o território.

Água boapara TomarOs Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Tomar foram distinguidos com o selo de qualidade exemplar de água para consumo humano, atribuído pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos em colaboração com a revista Água & Ambiente. Os SMAS foram uma das 61 entidades gestoras distinguidas, num universo de cerca de 400.

Abrantes: Obras do novo Mercado Diário vão ser retomadas

A Câmara Municipal de Abrantes aprovou no dia 19 de Novembro, a adjudicação da empreitada de “Alterações ao Mercado Municipal de Abrantes” ao concorrente CIP - CONSTRUÇÃO, S.A., pelo valor de 703.602,42 € acrescido de IVA à taxa legal em vigor com prazo de execução da obra de 120 dias. A empreitada devia ter sido concluída em Abril de 2012 mas a construtora responsável foi alvo de um processo de insolvência.

A Câmara Municipal de Sardoal, aprovou a redução da taxa do IMI, para os Prédios Urbanos avaliados nos termos do CIMI, de 0,375% para 0,35%

750 Segundo a Nersant terão sido mais de 750 as reuniões de negócios realizadas ao longo do evento Business International 2013, em Santarém entre os dias 26 e 29 de Novembro. O encontro organizado pela associação empresarial, trouxe à região 12 países e mais de 100 empresas estrangeiras.

↑ rio acima

↓ rio abaixo

MiguelPombeiro

Muitos questionavam o que faria depois de deixar de ser presidente da câmara de Vila Nova da Barquinha. É o novo secretário executivo da comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, entidade que terá muita influência no investimento na região.

Instabilidade40 ou 35 horas? Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Alcanena, Vila Nova da Barquinha e Torres Novas, algumas das autarquias que voltaram às 35 horas de trabalho. O Tribunal Constitucional declarou 40 horas constitucionais mas outros tribunais repõem as 35 horas.

Tagus sopra 20 velas

A Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior celebrou o seu vigésimo aniversário no dia 26 de Novembro. Duas semanas depois, nos dias 6 e 7 de Dezembro inaugurou mais duas lojas de produtos locais em Sardoal e Constância.

Suspeitas na Igreja Católica

O Tribunal do Fundão considerou provados os 19 crimes de natureza sexual sobre menores de que o antigo vice-reitor do Seminário Menor do Fundão, estava acusado. Dias depois as suspeitas sobre o Padre da Golegã, numa instituição que devia estar acima de qualquer suspeita.

RioTejo

É um recurso endógeno de beleza e importância acrescidas. A Nersant, como outras entidades e empresas, voltam a olhar o rio como centro estratégico fundamental para o desenvolvimento da região. Responsáveis de muitos países vieram à região para o conhecer.

"El Tajo" mais anémico

Numa altura em que o lado português tenta valorizar o RioTejo, a nova lei de Avaliação Ambiental espanhola, aprovada recentemente pelo Governo de Madrid, vem flexibilizar os desvios de água no transvase Tejo-Segura e o Rio Tejo pode ficar com ainda menos água.

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NA PRIMEIRA PESSOA 03

Espero ir até onde a imaginação e o sonho me levarem!“

Rafael Vergamota é fundador da Companhia de Teatro PoucaterraO que mais gosta de fazer nos tempos livres?Primeiro temos de designar “tempos livres”. Para mim, “tempos livres” é quando não tenho uma ocupação definida, tal como: um hobbie. Sem nada para fazer, sei que sou uma amofinação em pessoa! Nestes períodos, que são muito singulares na minha vida, aprecio contemplar a imensidão do mar. De vez em quando, muito menos do que gostaria lá o procuro fazer, no sentido de encontrar pequenos momentos zen, para serenar o espírito, recarregar baterias e inspirar os meus sonhos.

O que mais o irrita?Existem poucas coisas que me irritam, para ser franco, pois as minhas ocupações e projectos são tantos que não me posso dar ao luxo de perder tempo a cogitar nessas futilidades. Mas, talvez, nomeie quando me tentam ofender a inteligência… Aquelas atitudes em que nós sabemos que mentem com todos os dentes que têm na boca e que, conscientemente, sabem que nós sabemos que estão a tentar serem “politicamente corretos”…

Até onde gostava de ir?Não há nada como a nossa mentalização e como o sonho, que comandam a vida! Quero realizar todos os projectos que idealizo e que ainda considero válidos. Sei que o querer, ainda, tem muita força! Sentir-me-ei frustrado se um dia olhar para trás e sentir que não irei conseguir alcançar algum deles… Como estou, constantemente, a definir “horizontes” nos meus projetos espero ir até onde a imaginação e o sonho me levarem!

Se eu pudesse...Se eu pudesse gostaria, mesmo muito, de acabar com este mundo! De consertá-lo ou recomeçar um mundo novo, mesmo aqui neste planeta… que tem tudo para ser um paraíso! - De ter a capacidade de o converter num espaço onde não fosse necessário alimentar o corpo para ninguém sentir fome e onde não houvesse o sentido e a possibilidade de possessão, para que todos tivessem realmente os mesmos ideais de igualdade, oportunidades e o sentimento de partilha. Para que, jamais alguém empreendesse a sensação de inveja, por exemplo! O que mais prolifera no mundo…

CVRafaelVergamota37 anosentroncamentoDirector Artísticocompanhia Poucaterra

1998Ano em que constituí a companhia de Teatro Poucaterra, estrutura que, cada vez mais, me dá razões e sentido de viver a vida.

2000Nasceu o meu filho. Naturalmente, a partir desse momento, inegavelmente marcante na vida de qualquer Homem, passei a sentir uma forma diferente de ver e ajuizar o mundo.

2007companhia de TeatroPoucaterra vence o concurso Nacional de Teatro com a sua 18ª produção “uma viagem para lá do fim” e transfigurava-se, significativamente, aos “olhos“ do panorama cultural português.

2012estreia “Sobre a Mesa de cabeceira” no Teatro da Trindade [Lisboa], baseado na minha obra literária com o mesmo título, encenação, desenho de luz e criação cenográfica minhas.

2013celebro a união e a partilha do meu mundo com a Mulher que inspira a minha vida, a rute Lourenço

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eNTreVISTA HELDER MOUTINHO

Ver o Fado em todosos sentidosHelder Moutinho é o irmão do meio. Aos 44 anos desdobra-se em múltiplas atividades, que passam pela carreira de fadista, pelo agenciamento de espetáculos e pela gerência da empresa “HM Música”. No passado dia 16 de novembro, o cantor passou pelo Teatro Virgínia, em Torres Novas, para apresentar o disco “1987” e, poucas horas antes de subir ao palco, esteve à conversa com o NA. Helder Moutinho revelou que “o fado não se fabrica nem se prepara. É algo que simplesmente acontece.” E em Torres Novas o fado aconteceu. A sala aplaudiu de pé.

TExTO&FOTOgRaFIa ANdrÉ LoPeS

O que aconteceu de tão importante em 1987?

Primeiro que tudo, foi o ano em que fiz 18 anos, quando comecei a recolher uma série de va-lores para me definir na pessoa que sou hoje. Em 1987 comecei a tomar decisões e a tomar partido de algumas coisas. Foi nesse ano que se começou a definir o conceito de músicas do mundo, World Music, o fado inseriu-se nessa área e começou a surgir e a expandir-se a nível internacional. Mas, na verdade, “1987” foi o nome que escolhi para o disco porque achei que, em vez de ter um nome, o disco devia ter uma data. O número surgiu-me por acaso, quando estava a falar com o Frederico Pereira, produtor musical do disco. Depois che-guei à conclusão que houve acontecimentos rele-vantes nesse ano e que fazia sentido a data.

Fez 18 anos em 1987. O que recorda desse tempo de juventude?

No fundo, o primeiro capítulo do disco cha-ma-se “Os dias da liberdade” porque me fez pen-sar em tudo o que se passou até aos meus 18 anos. Foi uma época pós 25 de abril, com uma tremen-da liberdade, havia muita solidariedade. Estou a lembrar-me, por exemplo, da Guerra do Ultra-mar, dos retornados que vieram para Portugal e que foram acolhidos por este povo. Lembro-me de a minha mãe me dizer para levar duas sandes, uma para mim e outra para o miúdo que veio de África. Nos dias que correm, este tipo de gene-rosidade foi-se perdendo. Este “1987” é um disco de reflexão, escrevi muito sobre ele. O conceito do álbum começa com o tema “Venho de um tem-po” e desenvolve-se em redor da solidariedade e

da união das pessoas. Daí eu ter convidado três poetas para se juntarem a mim, como fazendo parte do mesmo trabalho. Este é um disco de todos.

Quatro letristas escreveram quatro histórias cada. Como surgiu a ideia de dividir o álbum em quatro partes?

Senti que nada do que se faz no mundo se faz sozi-nho. É preciso vender a ideia às pessoas e trazê-las para trabalharem connosco, acreditarem no projeto. Começa tudo com um convite que eu faço ao João Monge, um dos meus poetas preferidos. Ele não escreve apenas um fado, quando o faz gosta de escrever para discos inteiros. Isso aconteceu com o projeto Rio Grande, com a Ala dos Namorados…No momento em que estava a convi-dá-lo achei que seria interessante ter mais dois poetas. Lembrei-me do Pedro Campos, com quem já tinha tra-balhado, e, por sua vez, o João Monge falou-me do José Fialho (Gouveia) e a partir desta ideia surgiu o disco.

Disco esse que foi gravado no Palácio do Marquês de Tancos, na Mouraria. Do estúdio para um Palácio há uma grande diferença sonora…

Foi um conceito criado em termos sonoros pelo Frederico Pereira, que fez a produção do álbum. Já ti-nha feito um disco em estúdio e pedi para ficar na sala de espera porque gostei da acústica, a claustrofobia do estúdio é um bocado estranha, e o Frederico disse-me que gostava de fazer um álbum ao vivo, num espaço acusticamente bom. No Palácio do Marquês de Tancos os músicos ficaram numa sala com o chão em pedra e eu fui para uma sala com tábuas corridas com uma vis-ta fantástica sobre a Mouraria. Estivemos cerca de um mês no Palácio, a pensar no conceito do disco, a escolher as melhores músicas para gravar, estivemos a ensaiar-…O Frederico espalhou vários microfones pelo Palácio para conseguir captar alguns efeitos e toda a sonoridade

que existe em “1987” é analógica, tem os pequenos ruí-dos. Ouve-se no meio de um tema o sino a tocar numa igreja, o ruído de uma porta, de uma janela…É tudo natural.

O “Fado Menor” é um tema peculiar por ter 12 minutos. Não é arriscado compor um fado tão longo?

É arriscado, claro. O “Fado Menor” é uma harmo-nia, não tem melodia e, normalmente, costumo cantá--lo em sol e pedi para experimentar cantá-lo em ré, uma tonalidade muito acima, o que me obriga a mim, enquanto cantor, a improvisar e, em cima da melodia, criar uma nova melodia. Para o “Fado Menor” fiz dois takes separados, mas não me estavam a agradar e decidi juntá-los, o que acabou por ficar com 12 minutos. As rádios não passam todos os temas de um disco, quanto muito passam um single ou outro, mas o que é facto, é que já ouvi o “Fado Menor” em duas rádios nacionais. Não pensamos nos discos só para as pessoas ouvirem na rádio, também devem ouvi-lo em casa. É um risco calculado.

“1987” é dedicado ao seu pai, que faleceu no ano passado. Ainda ouviu o disco consigo?

O meu pai só ouviu os ensaios, que foram gravados. Fui ter com ele ao hospital e mostrei-lhe. Ele foi uma influência e o incentivo principal para ter enveredado pelo fado.

Pedro Moutinho, Helder Moutinho e Camané são três irmãos profissionalmente ligados ao fado. Como é a relação dos três?

É fantástica, muito boa. Costumamos ir ver os es-petáculos uns dos outros. Quando estamos juntos em casa da minha mãe não falamos muito de fado, falamos, antes, de viagens… De vez em quando há alguns conse-lhos que damos uns aos outros. Eu, por exemplo, posso

“A claustrofobia do estúdio é um bocado estranha”

04 ENTREVISTANovoAlmourol

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“Ouve-se no meio de um tema o sino a tocar numa igreja, o ruído de uma porta, de uma janela… É tudo natural.„

“Talvez se viesse viver para o interior sentiria falta do mar, mas por vezes também sinto falta viver num local calmo, sem grande agitação.„

“Costumamos ir ver os espectáculos uns dos outros. Quando estamos juntos em casa da minha mãe não falamos muito de fado, falamos, antes, de viagens…„

aconselhar mais na área de gestão de carreira, o mais ve-lho (Camané) incentiva e aconselha na área da música. O irmão mais novo é o casula, aquele que faz perguntas. Cada um tem a sua carreira diferente, não fazemos nada em conjunto, não nos juntamos para nada.

Tem uma ligação ao mar. Como seria viver no interior?

Durante muitos anos pensei assim, mas hoje em dia já não me faria diferença viver no interior. Hoje pen-

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ENTREVISTA 05dezembro 2013

Tiago Guedes no palcodo Teatro Virgínia.

samos de uma maneira, amanhã já podemos pensar de outra forma. Mudei de opinião e considero importante que assumamos que mudámos de opinião. O mar faz--me muita falta, estar perto do mar e vê-lo todos os dias. Talvez se viesse viver para o interior sentiria falta do mar, mas por vezes também sinto falta viver num lo-cal calmo, sem grande agitação. Se vivesse numa ilha, completamente rodeada de mar à volta, aí sim, sentia um pouco de claustrofobia. Mas não sei, são coisas que nunca sabemos.―

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06 PUBLICIDADENovoAlmourol

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VILA NoVA dA bArQUINHA

Município "cai" na Rede de Cidades e Vilas de Excelência A cerimónia realizou-se no dia 22 de Novembro no edifício dos Passos do Concelho de Vila Nova da Barquinha e oficializou a en-trada da vila numa rede que visa potenciar e enaltecer as cidades e vilas, trabalhando em rede, de for-ma multidisciplinar, integradora, inclusiva e sustentável.

O presidente da autarquia, Fernando Freire, congratulou-se pela entrada de VNB na Rede e deixou votos para que a Barqui-nha possa continuar no rumo que tornou possível ser agora integra-da no conjunto de excelência.

Presentes na cerimónia esti-veram os vereadores da autarquia, presidentes de junta do conce-lho e membros da assembleia municipal, juntamente com os responsáveis do projecto, Pedro Ribeiro da Silva, em representa-ção da RCVE, e Paula Teles, do Instituto de Vilas e Cidades com Mobilidade.

A integração nesta rede de tra-balho visa obter o reconhecimen-to e certificação do título Vila de Excelência em território nacional e, tendencialmente internacional,

a partir da definição de metas e monitorização do seu cumpri-mento evolutivo. Um compro-misso prático de qualificação dos territórios e das suas dinâmicas socioculturais e económicas de forma a estimular a regeneração dos tecidos urbanos ou periurba-nos, do ambiente urbano, da em-pregabilidade e do turismo.

Com benefícios ao nível da eficácia pelo aproveitamento de conhecimentos e assertividade na acção, na economia pela utili-zação de soluções mais rentáveis, e com possibilidade de efeitos multiplicadores positivos e com-plementaridades de cada acção no mosaico das acções locais. Be-nefícios aos quais se aliam a boa imagem, prestígio e marketing, celeridade na implementação, formação pessoal, implementação e boas práticas, e possibilidade de financiamento QREN/ QEC 2014-2020, através de apoio a preparação dos futuros programas de apoio comunitários.

A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aderiu à

Rede de Cidades e Vilas de Excelência, nomeadamente aos temas “Vila de Regeneração e Vitalidade Urbana”, e “Vila Tu-rística”, onde o projecto “Mer-cado das Artes” assume especial destaque. Em fase final de im-

plementação, coloca agora um novo desafio ao Município - o futuro projecto, que engloba a sua manutenção, a sua especiali-zação e ao mesmo tempo o seu desenvolvimento em novas ver-tentes.

Considerando a sustentabi-lidade no futuro da estratégia Mercado das Artes importa in-tegrarredes que possibilitem am-pliar conhecimentos, partilhar vontades, definir metas e alcançar resultados com menores custos.―

Paula Teles e fernando freire. Vila Nova da Barquinha, Vila de excelência.

VILA NoVA dA bArQUINHALoja Social em campanha de recolha alimentarTExTO NoVo ALmoUroL

Sob o lema “Ignorar não deve ser a nossa Forma de Estar”, iniciou-se em VN Barquinha, uma Campanha de Recolha de Alimentos

na Loja Social de Vila Nova da Barquinha até ao pró-ximo dia 20 de Dezembro nos Supermercados, Igrejas do Concelho, bem como na própria Loja Social (3ª das 10 às 12.30m; 5ª das 14 h às 17:30m e 6ª das 10 às 12:30).

Em época natalícia, o ob-jectivo é atribuir às famílias de maior carência do concelho um Cabaz de Natal com bens alimentares. Bacalhau, azeite, arroz, bolachas, farinha, açúcar, óleo, leguminosas e enlatados são alguns dos géneros ali-

mentares que poderão ser co-locados nos cabazes que estão distribuídos pelo concelho.

A iniciativa foi precedida pela Campanha de divulga-ção iniciada em Novembro, promovido pelo Gabinete de Acção Social do Município, a

decorrer junto da população e das várias instituições do con-celho, de forma a que todos os munícipes possam contri-buir e utilizar o equipamento, sensibilizando a comunidade local para a importância do voluntariado. ―

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CAMINHANDO 07dezembro 2013

oPINIÃo

Crónica do EntroncamentoTExTO rAfAeL ferreIrA

A escolha das terças-feiras, de tarde, para reunião do exe-cutivo, de acordo com a decisão da maioria PS, não foi bem aceite por Isilda Aguincha (PSD), pelos inconvenientes que isso represen-ta para si, dado não se ajustar com as presenças a que está obrigada, enquanto deputada nacional à Assembleia da República, pre-cisamente à terça-feira, de tarde, “dia da sua reunião da comissão parlamentar de educação ciência e cultura, de que é responsável em termos de coordenação par-lamentar”, motivo pelo qual já teve de ser substituída em recente reunião da Câmara do Entronca-mento, por Rui Gonçalves (PSD), como vereador substituto, o qual considerou como “baixa” a atitu-de do presidente da edilidade, por não ter procurado harmonizar os dias das reuniões da Câmara com os da Assembleia da República”.

Jorge Faria(PS), veio entre-tanto declarar que não sabia da existência de tal incompatibili-dade, pelo que a sua posição lhe parecera a mais acertada a nível local, mostrando-se disposto a um eventual acerto. Não deixou, por sua vez, de mandar uma “far-pa “como resposta à crítica que lhe era feita, pedindo à Senhora Deputada Parlamentar “que se dispusesse a defender os inte-resses dos Entroncamentenses e dos ferroviários em geral, durante as votações, a favor ou abstendo--se, se houvesse motivo para isso, no tocante às concessões que lhes

foram retiradas este ano, e cuja situação parece que irá continuar para 2014.” Isilda Aguincha veio, por sua vez, confirmar que já ex-pusera por escrito a situação ao Presidente da Câmara, uma das vezes em acordo com a Sr.ª. Pre-sidente da Assembleia da Repú-blica, “nada sabendo do que ele pretenda fazer”. Disse ainda, sobre o caso dos ferroviários e familiares próximos, do seu inegável empe-nho em que o assunto seja resolvi-do, com justiça, mediante a repo-sição das concessões, tendo dado conhecimento das suas razões junto do Ministério da Economia e do Sr. Secretário de Estado dos Transportes.

Comemorando-se este ano o centenário da SCAFA - Coopera-tiva de Consumo dos Ferroviários e Aderentes do Entroncamen-to, tiveram lugar, durante o mês de Novembro, atos festivos que culminaram no dia 17 com uma sessão solene no Centro Cultural. Dos vários dias referimos as parti-cipações do Orfeão do Entronca-mento, os “Bordoada” - Grupo de Bombos do Pinhal Novo, Danças de Salão do Entroncamento, bem como do Grupo de Bombos da Marinha Grande. Estes últimos percorreram algumas ruas da ci-dade, enquanto decorria, paralela-mente à sua intervenção, a “Cor-rida dos 100 anos”. Na véspera, sábado, realizou-se durante a tar-de um espetáculo com as atuações da Tuna da Universidade Sénior e do Rancho Folclórico de Covão Coelho- Alcanena. Por fim, en-

Feira de ÉpocaCom o intuito de promover o artesanato e os produtos regionais do concelho, realizou-se no centro náutico de VNB, uma feira de época nos passados dias 16 e 17 de Novembro. No espaço da feira encontraram-se produtos da terra, fruta da época, artesanato, gastronomia, chás, licores, mel e doçarias.

V.N. BArquINHA

Vinte anos da biblioteca Celebrou-se no dia 26 de No-vembro mais um aniversário da abertura ao público e inaugura-ção do atual edifício da Biblio-teca Municipal António Botto, no Convento de S. Domingos. Conta com 12.500 utilizadores inscritos e presta serviços como Empréstimo de documentos; Serviço de Leitura em Supor-tes Especiais; Catálogo virtual; Salas de leitura; Oficinas de animação; Horas do Conto; Encontros com autores e ilus-tradores, entre outros espaços.

ABrANTeS

O país caminha devagar, com passos cuidadosos e receosos. É esta a realidade com que nos deparamos diariamente, pelo menos no mundo real. então abordemos o mundo real, não unicamente o mundo privado, de cada um de nós, mas este inserido na sociedade. Numa altura dramática, em que nada é certo, pelo contrário, cabe-nos a nós, enquanto socie-dade, levantar o olhar do chão, recorrente de quem é fustigado por promessas vãs.

O “medo e a esperança são os dois grandes instrumentos para o controle do homem." Disse-o Jean Jacques rousseau e dos seus pensamentos bebem mui-tos dos que nos comandam, nem sempre para os mais honrados objectivos. A mudança está diariamente à porta, é esse o isco que mantém a sociedade focada em outra coisa que não a revolta. O isco é a esperança e é nesses binómios emocionais que se revela a estratégia do poder. quando se aproximarem as eleições legisla-

Consigo

os caminhoscertos pela vidaerrática

Jornal NAPublicação mensal cujo objectivo é divulgar, valorizar e informaro médio Tejo

tivas certamente que a esperança estará novamente nas capas dos jornais. O NA renovou-se e nas suas capas o leitor encontrará mais esperança que medo. Não é en-ganar, é preparar. Dentro da hu-milde acepção das nossas capa-cidades cremos que o caminho é prepararmo-nos para os tempos de esperança, informarmo-nos sobre as dinâmicas que surgem, aprendermos com as soluções que se criam, despojarmo-nos do acessório que é a mensagem mastigada que só confirma a concepção turva da realidade presente.quanto mais depressa perceber-mos que é preciso levantar os olhos do chão, ter esperança em tempos de medo, mais nitida-mente observaremos a retoma, com melhores ferramentas para vingar, seja qual for o sonho ou objectivo de cada um de nós. No fundo, aproximar o que está perto. Não é contradição. Apro-ximar o que está perto pois só com união poderemos caminhar mais seguros. Somos uma região criativa e com potencialidades, numa localização privilegiada, casa de algumas das maiores empresas nacionais, para elencar apenas algumas características. O mundo está em constante e frenética mutação, é necessário hoje saber para ontem o que vai acontecer amanhã. Voltando a rousseau, filósofo suíço que ainda hoje molda os nossos dias, "o mundo da realidade tem os seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras." A imaginação nasce da esperança e esta abre-nos horizontes. Subamos aos nossos castelos e observemos o que nos rodeia. A solução está bem perto, ajudemo-nos a caminhar certo. O NA deseja-vos um bom ano de 2014.

"O NA renovou- se e nas suas capas o leitor encontrará mais esperança que medo. Não é enganar, é preparar."

trando pela noite, foi o momento do jantar comemorativo na Co-ferpor, durante o qual foram en-tregues os prémios do Torneio de Snooker, seguindo-se fados com Luísa Bastos, Teresa Tapadas e António Lourenço, acompanha-dos de Manuel Gomes, à guitarra, e Fernando Gomes à viola.

A nível cultural, de destacar o encerramento do Festival Nacional de Teatro “Palcos de Outono 2013”, organizado pela Companhia de Teatro Poucater-ra e pela Câmara Municipal, que decorreu de 5 a 27 de Outubro do corrente ano na Sala da Cultura do Pavilhão Municipal do En-troncamento.

Muito embora fosse desejável e justa, pelo nível dos espetáculos apresentados, uma maior assis-tência aos mesmos, foram ainda assim cerca de mil de setecentos e cinquenta espetadores que assisti-ram ao ciclo, muitos deles vindos de outros concelhos da região.

Tendo como patrono Nicolau Breyner que, aquando da sua pre-sença para a sessão inaugural, de-pois de fazer uma visita ao Cine-teatro São João, que aguarda obras de remodelação, e perante tudo quanto lhe foi dado ver e conhe-cer, o destacado homem de teatro referiu, com agrado: “Vocês vivem para o Teatro e eu vivo do Teatro!”

A oitava, está já a ser pensada, mas é desejo dos responsáveis um espaço que se coadune mais com as condições requeridas pela arte de Talma, como poderia ser o ci-neteatro São João, se restaurado.―

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TExTO&FOTOS rICArdo ALVeS

Foi largamente referido e enfatizado perante os pre-sentes na cerimónia pública de tomada de posse de Miguel Pombeiro, no dia 28 de Novem-bro: o futuro passa pela CIMT. A Lei n.º 75/2013 que, entre outros, estabelece o regime ju-rídico das autarquias locais e aprova o estatuto das entidades intermunicipais, veio dar pode-res e importância reforçados à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), composta por 13 municípios.

Não quer isto dizer que as autarquias, o poder local, perca poderes. Há sim uma reformu-lação, uma (re) emancipação das autarquias enquanto verdadei-ros baluartes da democracia, da proximidade, em paralelo com a partilha da acção política, uma bicefalia, ao lhes serem atribuí-das novas responsabilidades de negociação supramunicipal, nas comunidades intermunicipais. Os projectos estruturantes da região passam assim para a es-fera das parcerias e visões con-juntas de estratégia, esbatendo fronteiras concelhias.

As comunidades intermu-nicipais ganham também poder negocial com o governo central

e pressupondo que haverá união estratégica e solidariedade, como enfatizado na cerimónia em Tomar, as vozes dos muni-cípios, não só do médio Tejo, ouvir-se-ão mais alto.

Municípios deixam de ser ilhas. A captação de investi-mento provindo do Quadro Estratégico Comum 2014-2020 passará muito pela “coor-denação, articulação e dinami-zação de parcerias”, palavras de Miguel Pombeiro, ex-presiden-te da autarquia de Vila Nova da Barquinha e actualmente Secretário Executivo da CIMT. Na presença dos membros do conselho e assembleia da CIMT - António Manuel Oli-veira Rodrigues (presidente), Paulo Jorge da Encarnação Sil-va Bacelar Macedo (vice-presi-dente) e Ana Margarida Hen-riques Neves Vieira (secretária) - antigos e actuais presidentes de Câmara, Pombeiro agra-deceu a confiança e prometeu “retribuir da melhor maneira possível”, reforçando o papel da CIMT no futuro dada a “nova realidade e novas competências” da mesma.

A presidente do conselho intermunicipal, Maria do Céu Albuquerque, presidente da au-

tarquia de Abrantes, falou num “novo paradigma” alertando que a partir de agora “os municípios não são ilhas” e que o futuro da região abrangida pela CIMT passa pelo trabalho “em rede entre municípios, com compe-titividade e solidariedade”.

A partir de Janeiro de 2014, quando o novo quadro europeu de financiamento entra em vi-gor, se verá que novas dinâmicas serão construídas. Analisando a cerimónia de posse de Miguel Pombeiro, com os mais altos re-presentantes da região reunidos e em aparente sintonia, pode ter-se esperança no futuro. Tal só pode acontecer se as cores do mapa do poder na região da CIMT – sete municípios PS, cinco PSD e um CDU – não sejam obstáculo na projec-ção do desenvolvimento, e em quaisquer mudanças há sempre um período de adaptação. ―

ComUNIdAde INTermUNICIPAL do mÉdIo TeJo

Miguel Pombeirointegra entidadeque vai ditaro futuro da região

É uma visão rara: 13 presidentes de câmara, e outros ex-presidentes, juntos na mesma sala. Aconteceu novamente em Tomar, na sede da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) e prever que muitas outras reuniões assim acontecerão é o mesmo que realizar aposta tripla. Miguel Pombeiro, um dos ex-presidentes de câmara, é o novo secretário executivo da CIMT.

08 PRESENTENovoAlmourol

dezembro 2013

Miguel Pombeiro ladeado por Maria do céu Albuquerque (Abrantes), António rodrigues (ex-Torres Novas) e José farinha Nunes (Sertã)

O que é a CIMT?Instituída em Dezembro de 2008, por publicação dos respectivos estatutos no Dr n.º233 II Série de 02 de dezembro de 2008, a cIMT é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e financeira, cabendo-lhe executar, no âmbito da respectiva área geográfica de actuação, a articulação dos investimentos municipais de interesse supramunicipal e a coordenação de actuações entre os municípios e os serviços da administração central em diversos domínios, nomeadamente para o planeamento estratégico regional e de apoio às autarquias locais.A cIMT é constituída pela Assembleia Intermunicipal e pelo conselho Intermunicipal, cujos mandatos coincidem com os

mandatos autárquicos. A Assembleia Intermunicipal é composta por membros de cada assembleia municipal, sendo a sua mesa constituída por um presidente, um vice-presidente e um secretário, eleitos de entre os seus membros. O conselho Intermunicipal é o órgão de direcção e é constituído pelos presidentes das câmaras Municipais de cada um dos municípios integrantes (Abrantes, Alcanena, constância, entroncamento, ferreira do zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha, Sertã e Vila de rei) e os quais elegem de entre si, um presidente e dois vice-presidentes. O conselho Intermunicipal tem 12 reuniões anuais com periodicidade mensal.

Page 9: Jornal Novo Almourol Dezembro

fUSIS

Ciência e Religião: Dualidade ou Unicidade?TExTO ANA CrUz

No passado dia 7 de Novem-bro teve lugar no Auditó-rio do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha o Sim-pósio FUSIS.

Este evento congregou in-vestigadores e religiosos de vá-rios quadrantes e proporcionou a discussão amigável entre as várias formas de olhar estas dis-ciplinas.

Com um cariz informal e inteligente foram colocadas vá-

rias visões de se ver a relação in-trínseca entre Religião e Ciên-cia colocando-se os vértices da discussão, sem preconceitos, na plena possibilidade de nos de-pararmos com cientistas crentes e não-crentes.

Foram abordadas questões que derivam da Geologia e da Paleontologia modernas e de que forma os fenómenos lito-lógicos e a existência de fósseis foram olhados ao longo da His-tória da Humanidade. Por ou-tro lado foi olhada a perspectiva pré-historica de se olhar os vá-

rios elementos como o sol, a lua ou os cometas patentes na arte rupestre mundial.

Relativamente ao turismo religioso ouvimos a explanação do director do Museu de Arte sacra de Fátima, onde nos foi permitido observar não só a va-lorização deste património por-tuguês mas também as várias formas pedagógicas e didácticas como o Museu interage coma a comunidade local e com os tu-ristas que visitam Fátima.

Foi também explanada a forma como a comunidade is-

raelita concilia sua própria tra-dição bíblica com os avanços tecnológicos da ciência e o mis-sionário da Consolata trouxe--nos a sua experiência com os índios da América do Sul – os Yanomami.

Podemos dizer que se in-corporou neste evento uma quantidade de personalidades que, todas elas, expuseram o seu propósito em manter uma rela-ção inequívoca entre o mundo da Ciência e o mundo da Reli-gião onde o respeito mútuo foi a pedra de toque.―

CoNSTÂNCIAJornadas do Património em clima de consensoAs primeiras Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do Médio Tejo realizaram-se em Cons-tância, dia 16 de Novembro, no auditório da Casa-Memória de Camões, sob o tema - o Rio e as suas terras: gestos, saberes, sabores, memórias e futuros,.

Os seus participantes, - pro-fissionais autárquicos, directo-res e funcionários de museus, investigadores, professores e es-pecialistas em património cul-tural - trocaram experiências, expectativas e interrogações tendo chegado a consensos so-bre alguns temas chave e elen-caram medidas fundamentais como realizar o levantamento

e inventariação do Património Cultural Imaterial (PCI) em cada um dos Municípios que constituem a Comunidade In-termunicipal do Médio Tejo (CIMT), criar o Dia Nacional do PCI (27 Novembro) com promoção já a partir de 2014 e criar uma «Linha “SOS” Pa-trimónio Cultural Imaterial em Perigo», com o objectivo de alertar para as situações mais graves que necessitem de medi-das de salvaguarda urgentes.

Foi ainda consensual apoiar a candidatura da cultura Avieira a património cultural imaterial bem como o afirmação da ur-gência de criar no Médio Tejo um programa operacional que

estruture estes esforços na re-gião, articulando-os com outras redes no campo do património, envolvendo as autarquias, os agentes culturais, o sector turís-tico e as empresas.

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

CULTO 09dezembro 2013

AntónioRoldãoPoeta

A poeira do tempo fez-me ausente…Das fantasias, montras de fachada,Palha que o fogo reduziu, ardente,A cinzas e a pó, a quase nada.

Não tive condições para partir…Os medos ensinaram-me a ficar,A inventar maneiras de fugirAo apelo, constante, de mudar.

censurado por falta de vontadee outras que eu não sei como possíveisentardeci sem dar pela idade…

No silêncio das horas, meu repouso, cuido das minhas feridas invisíveiscomo se fosse um homem corajoso.

Eco

Poeira

As Jornadas celebraram também a Década da aprovação da Convenção para a Salva-guarda do Património Cultural Imaterial (UNESCO, 2003) e foram organizadas pela Asso-ciação Portuguesa para a Salva-guarda do Património Cultural Imaterial, com apoio dos Muni-cípios de Constância e de Ma-ção, e a colaboração de CIMT, Entidade Regional Turismo do Centro, Instituto Politécnico de Tomar, Universidade Lusófo-na, Instituto Terra e Memória, Posrto dos Museus, Tradisom, Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado no Vale do Tejo e Museu dos Rios e das Artes Marítimas. ―

romÉNIAITM debateu em Iaşi novas formas de proteger o PatrimónioNos dias 7 e 8 de Novembro, ocorreram na cidade de Iaşi (Roménia), os trabalhos da Con-ferência Internacional “Current Trends in the Archaeological Heritage Preservation: the Na-tional and the International pers-pectives”. O evento contou com 14 Países da Europa, Ásia, Oceâ-nia e Sul América, o Instituto Terra e Memória (I.T.M.), apre-sentou uma comunicação sobre a colaboração entre os sectores

público e privado no Médio Tejo.Foi salientado o papel do

I.T.M. como estrutura privada com participação pública, capaz de realizar investigação científi-ca e valorização do Património Arqueológico da região, com a participação da sociedade civil, sendo destacados dois casos: em Mação, com a Câmara Munici-pal e a empresa Benefits&Profits no caso do Museu de Arte Pré--Histórico; em Abrantes, com a

Câmara Municipal e a Fundação Estrada no caso do projecto do Museu Ibérico de Arqueologias e Arte.

As conclusões da Conferên-cia, indicam que: a nível de con-venções internacionais, como é o caso da Convenção de La Vallet-ta, nos Países que as ratificam são necessárias autoavaliações perió-dicas das políticas de preservação e o envolvimento nelas da so-ciedade civil. Para a preservação

do Património Arqueológico importa pensar as materialidades que hoje ainda não são Patrimó-nio, mas um dia podem vir a ser.

Para o que já hoje é conside-rado Património Arqueológico, a pior ameaça é o seu esquecimen-to. Por isso, o turismo é uma das melhores formas de preservação, com a condição de que seja um turismo responsável e bem pla-nificado. Salvar do esquecimento o Património, significa também

levar a sociedade civil a viver, cui-dar e amar o seu Património. Os arqueólogos são fundamentais nesse processo.

O ITM executa estas novas perspectivas: no envolvimento da sociedade civil, favorecendo uma política de autoavaliação na ges-tão do Património, promovendo a certificação HERITY, bem como envolvendo na sua estru-tura autarquias, universidades e entidades privadas.―

quimeras transformadas qual golpe de alquimistaem pedaços de pó inertes e opacosquimera futuro adiado, presente mal vividoquimera que não és mais que espectro feito de sonhos longínquosquimera de barcos negros pintadosDesprovidos de horizontequimera feita de sonhos adiadosquimera que não és mais que uma quimera

+ Poesia

QuimeraMaria de Vasconcelos

Page 10: Jornal Novo Almourol Dezembro

TExTO ANTóNIo LUíS roLdÃo

Os argumentos da destrui-ção foram de tal gravidade e radicalismo que não sobrou folha de livro oficial para registar, como memória futura, as razões funda-mentais do sucedido, os trâmites do atentado patrimonial.

Por outro lado, as testemu-nhas presenciais do bárbaro acto, levadas pelo vendaval do tempo, não transmitiram consequente-mente as incidências do facto, e, hoje, se auscultarem a população residente em Tancos, ninguém nos dará, sobre o assunto, por certo, o mais breve comentário elucidativo.

Do da Atalaia conhecem-se algumas pontas soltas, transmiti-das em letra de imprensa, pelo Dr. Xavier da Cunha e pelo polígrafo Júlio de Sousa Costa, que por aqui fez carreirismo politico – admi-nistrativo, como funcionário ca-marário até ao topo de acidental Administrador do Concelho.

Sabemos, por este último, pelo que escreveu sobre a destrui-ção do pelourinho da Atalaia, que se lembrava de:

«ver parte da sua coluna caída no chão, junto ao local onde ele estava erecto e onde hoje se ergue um candeeiro de iluminação pú-blica, defronte da fachada princi-pal do antigo edifício da Câmara, transformado em actual edifício escolar e sede da freguesia».

Acrescenta: «esteve bastan-tes anos abandonado esse resto simbólico da autonomia do velho concelho da Atalaia, que, por fim, foi depositado no museu arqueo-lógico do Convento de Cristo…»

Esta é uma das pontas soltas no tocante ao vetusto pelourinho da Atalaia e à sua destruição, obe-decendo - segundo Júlio Costa - a procedimentos de «decência e de asseio», de acordo com os ilumi-nados princípios norteadores das cabeças pensadoras e arrogantes, carregadas de facciosismo politi-co.

Júlio Costa, conhecedor dos autores do vandalismo, por respeito e por temor de afrontar os seus superiores da governação local, não quis exarar os seus no-mes nas considerações que teceu a propósito dos referidos pelou-rinhos.

O Dr. Xavier da Cunha que por aqui peregrinou, como médi-co do partido municipal, de 1869 a 1874, vai, destemidamente mais longe no discurso, nos conside-randos que deixou estampados na Revista Ocidente, nº98, 4ºano, volume IV, de 11 de Setembro de 1881!

A propósito do pelourinho de Vila Viçosa, objecto principal da sua crónica, não perde a ocasião para desabafar - lateralmente – a sua indignação sobre a destruição dos de Tancos e da Atalaia, ver-gastando com palavras violenta-

mente duras os mentores da proe-za em nome dos tais princípios, venenosamente ingénuos e estú-pidos da «decência e do asseio».

Deixou ele descrito, como memória futura, (mas omitindo, igualmente, a identidade dos ma-labaristas do poder) na Revista Ocidente, o elucidativo trecho:

Um concelho conheço eu no districto administrativo do San-tarém, - concelho, cujo nome por vergonha não quero aqui dizer, e onde os dois pelourinhos antigos que havia de Tancos e da Atalaya (mau…! lá dei com a língua nos dentes, sem querer !) derrocaram--n`os e quebraram-n`os.

Assim o decretou um alvar synhedrio do boçaes mas infatua-dos labregos, que por desgraça do respectivo município empunha-vam em certo biennio as varas da vereação.

Diz que eram uma indecên-cia aquellas velharias ali, padrões de ignominia, recordações de tempos bárbaros e ominosos.

Liberalões… até áquelle ponto!

A violência das palavras, o aparente veneno da linguagem do Dr. Xavier da Cunha, pode dar a impressão de excessiva e despro-positada. Porém, o conhecimento que ele tinha como personalidade culta, inteligente e sabedora para avaliar as convicções e as aspi-rações sociais das pessoas que o rodeavam demonstram o homem atento, que percebe, claramente, o

aventureirismo dos condutores do governo local, durante a sua pas-sagem por este termo. Suponho que há, no seu desabafo, apenas e só, a clarificação pontual de um episódio lamentável.

Embora não possamos ga-rantir que os responsáveis pelo atentado patrimonial tenham sido aqueles que ele bem conhe-ceu durante a sua permanência por esta terra (ele o não quis dizer) a leitura de algumas fontes parale-las, apontam algumas particulari-dades, não de todo inocentes.

O período de 1869/1874 e preenchido por duas presidências de Câmara: a primeira que o aco-lhe e aceita a sua resignação em 1874; de permeio intromete-se (1872/1874) um outro presidente.

Em qualquer dos casos, ao analisarmos as consequências da política local nesse espaço tem-poral, percebemos os dramas da governação, asfixiada por uma grave crise económica, corroendo os alicerces e a sustentabilidade do concelho.

Os copiadores das vivências municipais, no tocante à corres-pondência expedida pela Câmara, expõem, com uma crueza de lin-guagem o arrastar desse processo, patenteando o progressivo dese-quilíbrio das contas, a desorça-mentação perigosa e evidente do Concelho.

A despesa sobrepõe-se à receita e a arrecadação desta é fortemente comprometida pela

IdeNTIdAde

A questão dos pelourinhos de Atalaia e TancosPerderam-se, quase que por completo, os símbolos da autonomia desses antigos concelhos, num passado anterior à reforma administrativa de 1836. No tocante ao de Tancos, não restou marca documental ou transmissão oral que tivesse chegado até nós, mesmo com alguma dose de imprecisão ou defeito

010 NÓSNovoAlmourol

dezembro 2013

incapacidade de cobrança das contribuições relaxadas. Socorre--se ao governador Civil, ao que se percebe, a entidade que em última instância tem o poder de resolver a questão.

A instabilidade provocada por esse caos económico não é de modo a esfriar o pensamento liberal dos homens que comanda-vam os destinos concelhios à épo-ca, tão singularmente semelhan-tes aos que vigoravam na capital do Reino.

Exemplo das peregrinas ideias que norteavam os homens do poder local, podem extrair-se da leitura de uma exposição por eles dirigida aos deputados da na-ção, manifestando a opinião sobre o que pensavam quanto aos refor-mistas e as liberdades próprias dos povos que governavam.

O episódio da destruição dos pelourinhos pode ter acontecido como manobra de diversão, como ópio para acalmar alguns espíritos mais inquietos, dando satisfação a incontidas reivindicações. Ou a algum ódio de estimação a essas pedras seculares.

Que a comemoração dos qui-nhentos anos do Foral Manueli-no da Atalaia, que ocorrerá a 2 de Novembro de 2014, possa trazer de volta, se possível, o que restar desse símbolo, dormindo o sono do esquecimento, no Convento de Tomar, ressuscitando-o, para que tenhamos presentes os ensi-namentos da história. ―

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ATLeTISmo

Com a reforma fez-se à estrada e especializou-se em ganhar medalhasTExTO&FOTO rICArdo ALVeS

Manuel Maia, 73 anos, já faz parte do quotidiano dos automobilistas. Com frio ou calor, três vezes por semana, Manuel faz-se à estrada e du-rante uma hora prepara-se para as competições. Este atleta vete-rano do Clube de Lazer, Aven-tura e Competição (CLAC) juntou mais um título nacional à sua galeria de casa, em Moita do Norte, concelho de Barquinha. No início do mês de Novem-bro sagrou-se campeão nacional de Maratona, no escalão M 70 anos, com o tempo de 05:00:15 horas. Foi na 10.ª edição da Ma-ratona do Porto, que contou com mais de 10 mil participantes que

se dividiram entre a Maratona e o convívio da prova “Family Race”, de 16 quilómetros e pela Mini Maratona “Fun Race”, de 6 quilómetros.Manuel Maia competiu pelas ruas do Porto, Gaia e Matosi-nhos para arrecadar mais um título mas noutras ruas e pistas de outras cidades e vilas, o atleta barquinhense já se sagrou várias vezes campeão nacional (800m, 1500m, 100m, estrada de 15km, vice-campeão de corta mato). O atletismo é uma paixão an-tiga que teve de suspender mas que com a reforma voltou ao seu quotidiano. “O gosto vem do tempo de escola, fui levado para o Sporting Clube Portugal por um senhor da Moita do Nor-te, que era sócio do Sporting”.

Nessa altura era Manuel Oli-veira campeão nacional de 1500 metros e ainda se cruzou com o ‘Senhor Atletismo’, o Prof. Má-rio Moniz Pereira.Com a reforma, aos 55 anos, Manuel retomou a sua paixão, mas apenas há seis anos come-

çou a competir a sério. O vetera-no é treinado por Mário Abegão e dia 28 de Dezembro volta à es-trada, no caso às ruas de Lisboa, para a Corrida de São Silvestre. Ainda no Porto, no dia 3 de Novembro, o CLAC esteve pre-sente com uma comitiva de mais

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

ACTIVO 011dezembro 2013

oito atletas: Ana Abegão, An-tónio Paixão, Jorge Sousa, João Dias, João Martins, José Marçal, Luís Rato e Octávio Dias. Todos terminaram a prova e o primeiro atleta do CLAC a cortar a meta foi José Marçal com o tempo de 03:18:04 horas. ―

NATAÇÃoCN Tejo em destaqueTExTO NoVo ALmoUroL

Com um grande número de torneios e com as mais diversas provas, em que a equi-pa da Barquinha tem partici-pado com os seus nadadores,

destacam-se no último mês: a participação no dia 03 de No-vembro nas Piscinas Munici-pais de Santarém na primeira prova de Cadetes da época desportiva 2013/14.

No passado dia 10 de No-vembro nas piscinas Munici-

pais do Entroncamento; nos dias 16 e 17 de Novembro nas piscinas Municipais de Coru-che; destacam-se também nos passados dias 22, 23 e 24 de Novembro nas piscinas Muni-cipais de Tomar e por último o torneio que decorreu nos dias

30 e 1 de Novembro, nas Pis-cinas Municipais de Abrantes.

O CNTejo procura reor-ganizar o seu quadro de com-petição com novos nadadores, para isso, espera poder contar com o auxílio e colaboração das escolas da Aquagym.―

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VILA NoVA dA bArQUINHA

Ao encontro da população

Autarcas responderam a cada uma das perguntas dos populares numa iniciativa inédita no concelho

012 PRESENTESNovoAlmourol

dezembro 2013

TExTO&FOTOS rICArdo ALVeS

Foi a primeira reunião des-centralizada de um execu-tivo autárquico no concelho de Vila Nova da Barquinha. Limeiras, freguesia de Praia do Ribatejo, foi o palco. Mais pre-cisamente o Centro Cultural e Recreativo Limeirense, que re-cebeu no dia 13 de Novembro o executivo da Câmara Muni-cipal numa reunião aberta ao público.

O objectivo, já o explicara

e prometera Fernando Freire durante a sua campanha au-tárquica, é levar o executivo até junto das populações, ouvir as suas preocupações, trabalhar em proximidade.

E foi isso que aconteceu em Limeiras. Os populares presen-tes apresentaram-se, para regis-to, de modo a que todos os re-latos, apelos e questões fossem correctamente documentados, e explanaram as suas preocu-pações.

Na sua maioria, os proble-mas apresentados relaciona-

ram-se com o saneamento bási-co, a limpeza de fossas, estradas, trânsito e percursos das linhas de água, e cada uma das ques-tões foi respondida.

De forma democrática os vereadores e presidente da Câ-mara, Fernando Freire, foram questionados e os populares vi-ram as suas questões atendidas.

Rui Constantino Martins, vereador na área das Águas, sa-neamento e resíduos sólidos ur-banos, entre outras, foi dos mais solicitados na reunião.

Muitos dos assuntos leva-

dos à discussão encontravam-se sob o seu pelouro e uma a uma respondeu prometendo tão bre-ve quanto possível realizar dili-gência para as resolver.

Os terrenos em Limeiras, com forte influência de linhas de águia, provoca trasntornos, principalmente aquando da chegada das chuvas.

Sobre melhoramentos no saneamento básico, o executivo prometeu tentar resolver a si-tuação quando surgir uma jane-la de oportunidade na captação de fundos comunitários. ―

Promessa eleitoral cumprida em Limeiras onde os populares deixaram sugestões, alertas e preocupações que o executivo registou e prometeu analisar

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REPORTAGEM 013dezembro 2013

SemINÁrIo NerSANT

"O Tejo que nos une"O seminário “O Tejo que nos une” reuniu políticos, empresários, investigadores e representantes de instituições ligadas ao Tejo, em Vila Nova da Barquinha. Perante plateia cheia, discutiu-se o rio, as suas potencialidades e formas de as aproveitar

TExTO rICArdo ALVeS

No mesmo dia em que se ficaram a conhecer as novas Estrelas do Médio Tejo (ver p.16), dia 29 de Novembro, de-correu no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha o se-minário que pretendia ser mais um elemento agregador de no-vas ideias para a região e para o rio Tejo.

Com a moderação de Mi-guel Pombeiro, Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), os convidados fala-ram sobre os problemas do Tejo e tentaram apontar caminhos para os ultrapassar.

“O Turismo é um sector es-tratégico para Portugal e para o desenvolvimento do país e uma oportunidade para valorizar os nossos territórios e as eco-nomias locais e regionais. Foi com este objectivo que a NER-SANT criou o projeto Viver o

Tejo”, afirmou Salomé Rafael, Presidente da associação em-presarial.

Pedro Saraiva, Presidente da CCDR-Centro afirmou que "nos estamos a reencontrar com as nossas zonas ribeirinhas. O Médio Tejo está a agarrar esta oportunidade juntamente com a NERSANT. Acredito que é por aqui que devemos cami-nhar”.

Já Maria do Céu Albu-querque, Presidente CIMT, lembrou que “foi graças a um conjunto de intervenções que foi possível começar a recupe-rar as margens do Rio Tejo, de-volvendo-as às pessoas”, e que o

grande desafio actual é “deixar que os privados também assu-mam o seu papel e trabalhem connosco numa cadeia de va-lor”.

No seminário participaram, entre outros, Fernando Carva-lho Rodrigues, presidente da Marinha, Carlos Blasquez, res-ponsável pela candidatura do Tejo a Património da Huma-nidade da UNESCO. Ricardo Silva, Turismo do Governo de Goiás (Brasil), Aníbal Nham-possa, Turismo de Sofala (Mo-çambique), e José Mendes, Pre-sidente da Câmara Santa Cruz (Cabo Verde), apresentaram o turismo nas suas regiões.―

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14 PUBLICIDADENovoAlmourol

dezembro 2013

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oS PASSoS de SíSIfo

Ver o Mundo em cada rio, cada produto, cada posto de trabalhoOpInIãO LUIz ooSTerbeek

O que pode o Médio tejo fazer para ajudar o País e a Europa?O modelo de funcionamento da Europa, durante milénios assente sobre a compra de matérias-pri-mas a baixo custo e venda de pro-dutos com elevado valor acres-centado, experimenta há algumas décadas uma progressiva agonia, que se precipita hoje num ciclo depressivo. Mais grave do que isso, ao contrário das depressões de 1873-96 e de 1929-47, des-ta vez há uma “moldura” global preocupante: quebra abrupta da natalidade em todos os continen-tes (excepto África), com graves consequências no plano econó-mico e social (como recentemen-te destacou Paul Krugman); cres-cimento dos territórios do globo onde o Estado colapsou e grupos de bandidos armados fazem a sua

lei; explosão dos “nacionalismos de ricos” que ameaçam dispersar os estados de maiores dimensões; mudanças climáticas que amea-çam todo o planeta; falência cres-cente das estruturas intergover-namentais (com a ONU a seguir os passos da antiga Sociedade das Nações),…A Europa, dentro desta “moldu-ra”, depois de ter ensaiado nos anos 90 uma breve reedição dos “loucos anos 20”, revisita agora as práticas e os discursos da década de 1930: redução de conquistas sociais (que não é mais possível pagar), empobrecimento das clas-ses médias, austeridade (leiam-se os discursos dos governos demo-cráticos de Inglaterra, França ou Alemanha, no início da década de 1930), radicalização política (um pouco à esquerda, e bastante mais na extrema direita – com as forças fascistas a ultrapassarem os 20% em diversos países e poden-

do vir a ganhar as eleições…em França!). Não é preciso repetir os erros da década de 1870 (e que se foram ultrapassando com a visão de Bismarck e a criação do estado social) ou da de 1930 (que levaria à 2ª guerra mundial). O primeiro passo é generalizar o debate nas regiões e em todo o planeta so-bre a natureza do mundo em que hoje vivemos, sobre a natureza da globalização e sobre a dimensão global dos problemas que as pes-soas sentem no seu quotidiano local (alimentação, habitação, la-zer, educação, saúde, etc.). A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a realização próxima de um ano internacio-nal para o entendimento global (IYGU), que é uma oportunida-de única para tentar inverter o rumo perigoso que se instalou no planeta, e também no nosso País. As regiões que se posicionarem

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

CULTO 15NoVembro 2013

na dupla dinâmica da integração e da internacionalização, estarão em melhores condições na con-corrência global entre territórios que hoje caracteriza o mundo. O Médio Tejo tem dado passos significativos na sua dinâmica de integração, demonstrando que a boa e eficaz racionalização não passa essencialmente pela extinção de pequenas estruturas de proximidade (cuja relevância social e eficiência económica é muitas vezes superior) e sim pela construção de sinergias orgânicas. Algumas das discussões de pre-paração do projecto do IYGU agora aprovado pelos diversos governos tiveram lugar no Médio Tejo, e por isso será desejável que a Comunidade Intermunicipal e os parceiros da região o comecem a preparar desde já. Mais informações sobre a ini-ciativa estão no endereço online www.global-understanding.info.

As regiões que se posicionarem na dupla dinâmica da integração e da internacionali-ção, estarão em melhores condições na concorrência global e entre territórios que hoje caracteriza o mundo (...)

dom rAmIro

Por rios que sempre foram navegadosOpInIãO CArLoS VICeNTe

Navegando numa barquinha de artes, aportando no CEAC, antiga casa da hidráulica, respira-mos um pouco o adocicado sabor das tintas, das alquimias fotográ-ficas, do papel amarfanhado de pequenos trechos dos bonecreiros da nossa infância e um cheiro a giz ou lápis de cor no bolso da bata… Tal arca de memórias.O Centro de estudos de Arte Contemporânea, agora com uma

página no FACEBOOK com o mesmo nome, dá assim a conhe-cer o que por lá se passa…Ateliers de desenho e pintura, fotografia e vídeo, teatrinho de marionetas com feitura das per-sonagens que o habitam, poesia, conversas informais todas as pri-meiras quintas do mês (palavras soltas – com personagens de cá, da nossa terra ) e ateliers para crianças ( um ensaio ao futuro serviço educativo ) no primeiro sábado de cada mês, monitoriza-do por alunos do IPT artes.

Estes ateliers são acompanhados por professores e alunos do IPT com quem temos uma parceria, e técnicos do município com for-mação nas referidas áreas.É um espaço que deverá visitar e utilizar, assim o sinta… um espa-ço de tertúlia artística de referên-cia, já mencionado em diversos órgãos de comunicação e semi-nários de artes. É um forte complemento à pai-sagem da nossa Vila, aos monu-mentos que fazem parte da sua história e ao parque de escultura

contemporânea uma referência nacional pela sua contempora-neidade e importância na arte pública nacional.A residência de artistas espreita

a qualquer momento uma opor-tunidade para receber criativos nestas áreas. Esperamos por si… Num novo fôlego a partir de Ja-neiro de 2014.

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16 NA RUANovoAlmourol

dezembro 2013

NerSANT

Estrelas do Médio Tejo anunciadasO concurso organizado pela Associação Empresarial da Região de Sanatrém (Nersant) elevou a estrela seis dos candidatos e os resultados da votação foram anunciados dia 29 de Novembro, inserido no evento "Viver o Tejo International Meetinf 2013"

TExTO rICArdo ALVeSFOTOgRaFIa PÉrSIo bASSo

Castelo de Almourol (Vila Nova da Barqui-nha), Centro de Ciência Viva (Constância), Praia Fluvial do Vergancinho (Mação), Parque de Merendas do Brejo (Ma-ção), Arroz de Lampreia e Fofas de Mação foram os can-didatos com melhor votação e assim os vencedores do concur-so Estrelas do Médio Tejo.

O anúncio encerrou da me-lhor forma o mega evento da Nersant que decorreu em San-tarém e Vila Nova da Barqui-nha (VNB) entre os dias 26 e 29 de Novembro.

O primeiro vencedor a ser anunciado foi precisamente o Castelo de Almourol, no Cen-tro Cultural de VNB, mesmo concelho que lhe é casa, em pleno Rio Tejo. A nova estrela venceu na categoria Património Histórico Edificado. O concur-so Estrelas do Médio Tejo visa a valorização do território, ten-do como elemento agregador o Rio Tejo e os candidatos a estrela foram escolhidos nos concelhos que fazem parte do projecto Viver o Tejo: Abran-tes, Constância, Mação e Bar-quinha.

Dois dias antes foi apre-sentado o Portal de Turismo www.viverotejo.pt, um portal

que reúne em si todas as ofer-tas que a região abrangida tem para oferecer. No mesmo por-tal pode o visitante ficar a co-nhecer onde praticar desporto, onde assistir a espectáculos, onde e o que comer e mesmo reservar mesa nos restaurantes.

Fernando Freire, Presi-dente da Câmara Municipal de VNB, anfitrião, saudou a “iniciativa da Nersant, que permite a ligação entre o meio empresarial e o meio autárqui-co”, e que o projecto abre por-tas a uma “visão estratégica, de região e global” ao território abrangido. O evento reuniu representantes de Portugal, Espanha, Dinamarca, Cabo Verde, Brasil e Uruguai. ―

os participantes no seminário depararam-se com as obras no Castelo mas nem assim o monumento deixou de maravilhá-los

CoNSTÂNCIACentro de Ciência Viva com (ainda) mais orgulhoO Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia – foi outra das estrelas vencedoras no concurso da Nersant. Parte integrante da Rede Nacio-nal de Centros Ciência Viva, venceu na categoria Patrimó-nio Cultural. Altura então

para recordar o equipamento de excelência em pleno Mé-dio Tejo.

Foi inaugurado em 19 de Março de 2004 e tem como principal missão divulgar a ciência através das diferentes áreas científicas, nomeada-mente a astronomia.

O Centro é composto por

um edifício principal com auditório, observatório solar, um planetário digital e um parque exterior com vários módulos entre os quais uma representação do Sistema So-lar, um carrossel representan-do o Sol, a Terra e a Lua, um Globo terrestre, uma Esfera Celeste e um Relógio de Sol

Analemático. Possui também 6 cúpulas destinadas à ob-servação nocturna, equipadas com vários telescópios, entre os quais o maior telescópio público do país.

É dirigido a todos os públicos, crianças, jovens e adultos e está situado no Alto de Santa Bárbara com uma

excepcional vista panorâmica e um céu nocturno de gran-de qualidade. Em destaque as noites de Sábado, em que o Centro abre as suas portas ao público para a observação dos astros através de binó-culos, telescópios e à vista desarmada. O CCV encerra à Segunda-feira. ―

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I Feira de NatalA organização é da Universi-dade da Terceira Idade de Tra-magal e da Junta de Freguesia de Tramagal. Nos dias 14 e 15 de Dezembro a Feira de Natal, no Largo dos Combatentes, vai contar com a participação de algumas associações locais e de pessoas individuais que pretendem comercializar e/ou divulgar o seu trabalho. ―

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

CULTURA 017dezembro 2013

O XXVIII encontro de Poesia organizado pelo NAr-Núcleo de Arte de riachos, aconteceu na casa-Memorial Humberto Delgado, dia 2. No 1.º sábado de cada mês acontece Poesia. cerca de 30 pessoas que criam cultura, divulgam os nossos Poetas (nesta sessão figurou José Saramago), popularizam a arte de escrever e dizer, o que só por esta forma tem “voz” e, todos eles criam as suas próprias poesias, editam-nas, partilham-nas, abrem-se a novos aderentes. Não indica-rei nomes, porque não tenho espaço para todos. uso o NAr para isso. Tem sede em http://nucleoarteriachos.blogspot.pt/ e todas as actividades e os seus protagonistas estão ali repre-sentados. É uma “obra” saída de um museu comunitário que, por esta via, reforça a sua função social. Os participantes do NAr e do MAr- Museu Agrícola de riachos, interagem, comunicam e socializam a cultura, entre si, debatem o que sabem e o que querem aprender, são agentes culturais que, na nossa região vão sensibilizando o contexto social envolvente colhendo adeptos e, numa visão sempre aberta, nacionalizam e interna-cionalizam os seus encontros de Poesia e cultura, Artes Plásti-cas, Gastronomia, etc., como escrito na contra-capa do guião do encontro este é de “Poesia e cultura”. estavam alinhados 19 de Saramago e atrás dele foram evocados outros poetas trazidos à memória e convívio. eu próprio, li um poema “re-trato do Poeta quando Jovem”, estreando-me nestas andanças mais por participar do entu-siasmo e crença dos presentes no meu desempenho, do que propriamente por jeito para a declamação. As gentes da Bro-gueira apareceram e a D. Irene Ludovino proprietária de um café, levou um livro e leu-se a poesia que escolheu. O Territó-rio precisa destas Pessoas e das suas Organizações e, caso haja dúvida sobre a validade deste

Na minha modesta opinião

roteiro do Tejo:dos territórios, das pessoas e das organizaçõesda Poesia como pilar de todos os tempos e de todos os mundos.

Luís Mota FigueiraProfessor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

exercício de cidadania e salva-guarda do património comum este acto é significativo. Numa ponta diametralmente oposta, que não contrária, encontramos uma iniciativa do centro Nacio-nal de cultura que, a propósito da Poeta, Sophia de Mello Brey-ner Andersen, nos fala da poesia mais antiga e mais fresca que lemos na imortalizada figura do “Vemos, ouvimos e lemos” de tão grata memória democrática. em http://e-cultura.blogs.sapo.blogue do cNc, podemos ler a “6ª crónica de Alberto Vaz da Silva na «Grécia de Sophia»”, sub-título “encontro com o Minotauro” em que Sofia escre-ve: “Assim o Minotauro longo tempo latente/De repente salta sobre a nossa vida/com vee-mência vital de monstro insacia-do.” alusão ao mundo telúrico e maravilhoso do mito grego, nascente cultural inesgotável onde todos bebemos. entre o encontro de poetas populares abrigados na casa que perten-ceu ao “General Sem Medo” e a pulsão poética de uma cultura antiga, base da cultura euro-peia, há um laço indestrutível: o sonho de ser gente, a prática da sensibilidade e da arte, o ideal de construção de uma humani-dade mais chã, mais próxima da natureza, mais ligada aos mitos fundadores. A Poesia é, neste contexto, um cimento social indestrutível porque, no reverso da globalização económica, na bárbara componente da globalização que vivemos, há palavras escritas, ditas e lança-das aos ventos que possuem o poder da inquietação, de nos fazer parar, de nos ensinarem a caminhar por entre armadilhas e destroços mas, acima de tudo, pelos caminhos da esperança que muitos nos querem roubar e teimosamente perseguimos. A Poesia anda no ar (e daqui vislumbro o sorriso de Sophia e da Maria Helena Vieira da Silva ao criarem o tal cartaz sobre a Liberdade que a memória dos dias nos faz evocar. Ainda nos lembraremos dessa imagem?)

Grupo Coral em concerto de Natal O Grupo Coral de Tancos realiza o habitual concerto de Natal no dia 21 de Dezembro na Igreja da Atalaia, pelas 21 horas. O concerto tem a parti-cularidade de ser acompanhado por diversos instrumentistas vindos de Lisboa e Tomar, di-rigidos por Pedro Correia cujos méritos atravessam fronteiras, um "feito único a nível distri-tal e não só.", disse o presidente do grupo. A direcção convida a população a estar presente, num concerto que será "memorável".

TANcOS TrAMAGAL

Temos de começar a pensar como um rio se queremos deixar um legado de beleza e vida para as futuras gerações.David Brower

AbrANTeS“Dentro do Segredo” de José Luís PeixotoTExTO ANdrÉ LoPeS

A Biblioteca Munici-pal António Botto, em Abrantes, recebe no dia 20 de Dezembro o escritor José Luís Peixoto para a apresentação do livro “Dentro do Segredo”.

A obra retrata o interior da ditadura mais repressiva do mundo, a da Coreia do Norte. Em abril de 2012, o escritor, nascido nas Galveias, foi um

espectador privilegiado nas exuberantes comemorações do centenário do nascimento de Kim Il-sung, em Pyongyang, na Coreia do Norte.

José Luís Peixoto partici-pou também na viagem mais extensa e longa que o governo norte-coreano autorizou nos últimos anos, tendo passado por todos os pontos simbóli-cos do país e do regime, mas também por algumas cidades e lugares que não recebiam visi-

We Are LovemakersOs Lovemakers DJSet re-gressam ao Café Concerto do Teatro Virgínia com as já famosas festas We Are Love-makers. Pioneiros do Electro em Portugal os LoveMakers vão contar com convidados muitos especiais para apresen-tarem as ultimas tendências da musica de dança. É no dia 14, Sábado, a partir das 23h30 até os deixarem tocar.―

TOrreS NOVAS

TomArA alegoria de Gustavo Martins na Casa dos CubosTExTO ANdrÉ LoPeS

Gustavo Martins expõe na Casa dos Cubos, em Tomar, até ao dia 31 de Janei-ro. A mostra de pintura in-titulada “A Alegoria da Cor” pode ser visitada de segun-da a sexta-feira, das 9h00 às

12h30 e das 14h00 às 17h30. Gustavo Etelvino Mar-

tins nasceu na Sertã em 1951, mas foi para Lisboa aos dois anos de idade. Vive desde 1972 na Figueira da Foz e, incentivado por amigos e fa-miliares, expôs, pela primeira vez, em 1996, na Cooperati-va Grão a Grão. A sua obra

reflecte a cor e a emoção da vida, a fantasia e o sonho do homem.

Para Gustavo Martins a pintura é um hobby que surge após uma jornada de trabalho, trabalho esse que é o verdadeiro motivo de mos-trar tão pouco o que mais gosta de fazer: criar.―

tantes estrangeiros há mais de sessenta anos.―

Page 18: Jornal Novo Almourol Dezembro

QUIm VIeIrA

Ser daBarquinhaJoaquim Vieira, ou Quim, o Quim do 21, é figura carismática de Vila Nova da Barquinha. Vive no nº 21 de uma rua que já foi curso de água, uma casa "afundada" que muitos conhecem pois é local de visita de muitos amigos da região, do país e de outros países que o visitam e não esquecem. É de noite que Quim abre as portas da sua casa, do seu interior, e as conversas começam, ao sabor da boa música e arte

TExTO rICArdo ALVeSFOTOgRaFIa PAULo PASSoS & rICArdo ALVeS

Ao longo da carreira de um jornalista há pessoas com que nos cruzamos mais vezes que outras. Quan-do essas pessoas existem iguais em frente à objectiva da máquina fotográfica como no quotidiano, torna-se mais difícil descrevê-las perante os leitores, ao mesmo tem-po que mais fácil e importante tê-las na nossa vida. O esforço compensa mas nas palavras abaixo escritas está uma ínfima parte do que se pode conhecer ao visitar o Bar 21 em Vila Nova da Barquinha, o interior de Quim que recebe quem o visita sem artifícios.

Já passaram quatro anos desde que pela primeira vez entrevistei o ‘Quim da Barquinha’. Desde então muito aconteceu neste pequeno pedaço de terra à beira mar plantado. Joaquim Vieira, 54 anos, residente no nº 21 de Vila Nova da Barquinha (VNB) vila em que nas-ceu, sofreu como todos nós as consequências do tempo, das lides troikianas, do mundo mutado e muitas vezes mudo. Mas muda pouco, algo confortável de tão raro nos nossos dias.

Encontro-o na sua casa, um andar acima da sua “obra maior”, o Bar e Museu Etnográfico 21. A casa, que conforta como poucas e qualquer casa antiga de soalhos de madeira e alinhada com as disposições do sol, é mais uma extensão de Joaquim. Documentos e livros a perder de vista, fotografias, molduras, mane-quins, obras de arte, um acordar e adormecer dentro da história.

No seu palco principal, o Bar 21, Quim expõe a sua história, as suas criações polémicas e desafiantes, a história da vila, um espaço de conversa, música, museu e sala de exposições. Mas a vida do espaço é ele pró-prio e Quim mantém a tenacidade em tempos de có-lera. “Adquiri a casa em 1993 e em 1994 nasceu o bar. Não tenho clientes mas sim amigos, a família do 21”. A família tem vindo sempre a crescer, chegam de todo o país, visitam, tiram fotos, bebem abafado, conversam sobre o que observam e interessam-se pelo espaço bem como pela pessoa.

O Bar é peito aberto, é toda uma criação de Joa-quim, numa casa afundada em vila que já conheceu

muitas cheias. Na rua “há só duas, são casas do séc. XVII, a rua alteou bastante”, explica. “Em 1945 aconte-ceu a maior cheia do século, tapou 3 degraus da igreja”. Falar com Joaquim é descobrir sempre e numa altura em que tanto se fala e investe na valorização do Tejo, relembra a vida que o rio tinha no passado recente. “No meu tempo o Tejo batia sempre acima da base da escada no topo da hidráulica no Verão. Hoje está mais poluído e assoreado, podia beber-se a água, podia enterrar-se a fruta na areia e ela ficava fresca. A praia fluvial ao pé do cais do Pombeiro, recebia muitas pessoas, um mar de gente junto ao rio, as pessoas acampavam na margem sul, onde havia areia fina”. Melhor ou pior, o Tejo é um dos mais antigos e fiéis amigos de Quim.

A musa que é a Barquinha O abafado é um dos atrac-tivos do 21. Muitos associam a bebida ao bar de Joa-quim, “o segredo é encher sempre os copos até acima”, conta bem-disposto. Sinal de bom anfitrião. Joaquim Vieira é alguém que ama a sua terra, “bonita” como lhe chama, sempre no feminino, o que na sua voz ainda se acentua mais.

Com olhar crítico recorda o passado recente da Barquinha, “houve um período de grande inércia, ha-via instabilidade politica, o poder tanto era PS como PSD. Depois com Miguel Pombeiro (ndr. presidente da autarquia durante 16 anos, eleito pelo PS até 2013) criou-se estabilidade, ele deu importância à Barquinha.

Um dos seus orgulhos enquanto barquinhense é o Parque Ribeirinho, uma “construção milagrosa”, nas palavras de Quim que acrescenta “podem fazer muitos parques mas este é especial.” Quim convive praticamen-te paredes meias com o parque, a escassas dezenas de metros da sua casa. A sua Barquinha, diz, tem recupera-do a sua identidade depois de a ter perdido aquando da perda da navegabilidade do rio.

Sair à rua com as vielas da vida dentro de casa Per-gunta básica mas incontornável: qual a parte mais im-portante do seu espólio? “É muito difícil responder. Cada objecto tem a sua importância, mas destaca e mostra uma peça de olaria “do séc. XVIII feita a partir de um molde islâmico”, fala de parte do “espólio Foto-grafia Alves”, dos registos que guarda do “Rei D. Carlos

e da Rainha D. Amélia que vinham passar temporadas à Quinta da Cardiga, e de lá levavam mantimentos por-que a república não lhes pagava... o Rei viveu na mi-séria”, conta baixinho. Do outro lado dessa “barricada” existem diplomas do Deputado à Assembleia Consti-tuinte de 1911, Amílcar Ramada Curto, e até um autó-grafo de Camilo Castelo Branco

Igualmente, ou mais importante, são os vários espó-lios de famílias, associações, festas tauromáquicas, parte do espólio do núcleo da Legião Portuguesa na Barqui-nha, como a bandeira que é imagem permanente no bar, esburacada e cansada. “Sou um ajuntador de objectos”, memórias.

Recentemente pegou numa bicicleta antiga, uma pasteleira, e fez-se à rua. Com um pequeno barril do famoso abafado nas traseiras da bicicleta passeia alegre-mente e espalhar alegria pela vila. Um copo de abafado aqui, uma frase divertida acolá, sorrisos colhidos sem dificuldade um pouco por todo o lado. Se há coisa que Quim tem é não se deixar levar pelo tempo, mantém-se igual no seu palco. Nas festas concelhias e no tempo ameno ou quente, está Quim a vender alegria na rua, no espaço comum a todos.

É como a sua casa, que por acaso é peito, bar, museu e ponto de encontro de família. Uma família que cresce e cujo patriarca se define assim: “Sou filho de José Fran-cisco de Matos Vieira e de Maria dos Santos Joaquim e carrego dentro de mim essa herança toda. Fui operário de cerâmica durante 19 anos e hoje ainda me considero operário”.

Como seria a amplitude da felicidade se o bom do mundo não mudasse. No fim despedimo-nos. Disse--lhe: até daqui a uns anos para nova entrevista e “até logo para mais uma reunião de família”. ―

Adquiriu a casa em 1993 e em 1994 surgiu o Bar 21.Desenho, barro, colagens e escrita são outras das artes a que se dedica

No Bar 21, Joaquim Vieira tem expostas muitas das suas criações, como os Castelos de Almourol que são requisitados por muitos

“Não tenho clientes mas sim amigos, a família do 21„

18 FIGURANovoAlmourol

dezembro 2013

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fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOLL

FIGURA 019dezembro 2013

1. matrícula antiga da sua companheira de viagem 2. Copo de abafado "cheiinho", 3. Quim é conhecido pelo seu humor... aguçado... 4. Assim anda na rua, alegre, de alma em alma5. o passado é uma das suas paixões

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AbrANTeS

‘Bar Tejo’ recebeu Stereo Clubbing

TExTO bÁrbArA G. GomeS

Proporcionar aos músicos a oportunidade de ter um palco onde possam apresentar os seus projectos" foi, à seme-lhança das edições anteriores, o conceito desta terceira edição do Stereo Clubbing. Humberto Felício, fundador do evento e vo-calista dos Kaviar, acrescenta que, "em termos de géneros musicais, o Stereo Clubbing é genérico e abrangente, tendo a preocupa-ção de não predefinir estilos de música. É um clube que gosta de boa música, de descobrir o que se anda a produzir em cima dos palcos e, sobretudo, apreciar."

Foi o que aconteceu no es-paço ‘Bar Tejo’, em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, nos dias 15

e 16 de Novembro. A primeira noite contou com a presença dos abrantinos The Kast, seguindo--se o projecto a solo de Manuel Molarinho, intitulado O Ma-nipulador. Para finalizar, esteve presente o trio português Lulu-lemon, com os seus sons ousados e irreverentes, e, por fim, a DJ Cherry Blossom Girl com a sua energia contagiante.

A noite de 16 de Novembro iniciou-se com DJ sets, abrindo com Stereo Animals, seguindo--se a actuação de Dj Camelier. Posteriormente, o palco encheu--se de sonoridade reggae com o Live Act de Dried Flowers e como toque final o house pro-gressivo de Dj Mossy.

Esta edição, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes e, a nível logístico,

das Associações de Estudantes da Escola Secundária Dr. Ma-nuel Fernandes e Dr. Solano de Abreu, foi organizada por José Tomás (DJ Mossy) e pela sua equipa de colaboradores. Sobre a produção de um evento como o Stereo Clubbing, nomeadamen-te na cidade de Abrantes, José Tomás salientou que a maior

dificuldade está na divulgação e promoção deste tipo de ini-ciativas, mostrando-se por isso satisfeito com o apoio da autar-quia, bem como da Rádio Ante-na Livre. Conclui ainda que, "à medida que vai chegando a data do evento, é quando surgem os desafios mais complicados, mas, felizmente, sendo uma equipa

grande, organizada e sincro-nizada, correu tudo da melhor forma."

Na opinião de Ana Sofia Heleno, estudante, que esteve presente em ambas as noites do evento, este tipo de iniciativas "são uma boa oportunidade para juntar as pessoas e positivas para a cidade em geral". ―

020 ESTANovoAlmourol

dezembro 2013

O Stereo Clubbing foi criado com o objectivo de discutir e divulgar a música na região.

edUCAÇÃo

ESTA recebe alunos brasileiros em intercâmbioTExTO bÁrbArA G. GomeS

Com o intuito de facultar uma troca de experiências entre estudantes de Comunicação brasileiros e portugueses, a Es-cola Superior de Tecnologias de Abrantes (ESTA) recebe em in-

tercâmbio, no mês de Dezembro, cinco alunas brasileiras da Uni-versidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos.

Além da oportunidade de interagir com a realidade escolar, as alunas terão a oportunidade de visitar vários locais, entre eles, as

instalações da TSF e da estação de televisão RTP, na companhia de docentes e alunos da ESTA.

Sobre as expectativas para esta viagem, Luana de Andrade, de 23 anos, afirmou: "A euforia é grande e está difícil conter o co-ração. Na verdade, não consigo mensurar e compreender tudo o

que estou a sentir neste momento. Sinto-me como uma criança que está experimentar algo pela pri-meira vez".

Relativamente à importância deste tipo de intercâmbios, Sa-brina Rodrigues, também de 23 anos, referiu que "é uma grande oportunidade académica e pro-

porciona uma aprendizagem que vai além da Universidade. Dá-nos realizações pessoais que, através do conhecimento adqui-rido, contribuem directamente para o nosso futuro profissional.”

A estadia das estudantes bra-sileiras em Portugal acontece até dia 23 de Dezembro. ―

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TorreS NoVAS

O tempo do corpo aos 65 anos TExTO ANdrÉ LoPeS

O corpo humano tem um tempo. E aos 65 anos o cor-po já fez um percurso de vida, em que as transformações são visíveis na pele, nos ossos, nos músculos, nos órgãos e, até, nas emoções. Sofia Silva, a quem pertence a direção artística do espetáculo, procurou reunir um grupo de 15 idosos e, com eles, trabalhar os seus corpos de for-ma real, “as suas características físicas” e todas as suas fragilida-des e características. A comuni-dade sénior local e a dança con-temporânea estão em sintonia

no Teatro Virgínia, no dia 14 de Dezembro, pelas 21h30. Os bilhetes podem ser comprados

na bilheteira do Teatro Virgí-nia ou bilheteira online e têm o preço de 7,5€ com descontos. ―

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

CULTURA 021dezembro 2013

AbrANTeS

Kwanta gente e Kaviar esgotadoTExTO rICArdo ALVeS

“Casa Real” é o nome do primeiro trabalho disco-gráfico dos Kwantta e a ban-da abrantina apresentou-o em grande. No dia 22 de Novem-bro foram perto de 400 os fãs que se deslocaram ao Cinetea-tro São Pedro em Abrantes para hora e meia de concerto de boa música e bom ambiente.

Num misto de rock, folk, reggae e jazz, a banda que já conta com 13 anos de existên-cia, composta por Marco Perei-ra, André Pedro, David Quinas, Diogo Pereira, André Tomás e Eduardo Soares, levou ao ru-bro a assistência com a música “Gina”, uma das oito músicas que fazem parte do álbum, tra-balho que, segundo a banda, traduz os anos na estrada a to-

car e a mostrar do que são feitos os Kwantta.

Os Kwantta são uma banda experiente que apesar de ape-nas agora apresentarem o seu primeiro álbum já se tornaram famosos um pouco por todo o país. Venceram o Festival Shou-tOut 2007, no Centro Cultural Malaposta, em Lisboa, o Festi-val RibaRock2009, em Coru-che e no Concurso de Bandas da Queima das Fitas de Coim-bra 2011, foram considerados a melhor banda de originais, que

lhes valeu a partilha do palco principal com os James. A se-guir com atenção.

Por outro lado, no dia 21 de Dezembro, também no Cine-teatro São Pedro em Abrantes, os Kaviar celebram 10 anos de actividade e ao mesmo tempo vão realizar o último concer-to da banda. Está marcada a maior reunião do movimento Rock'n'roll local. Pelo palco irão passar muitos convidados bem como antigos elementos. A sua falta será sentida. ―

foi distinguida, no passado dia 1 Dezembro, com o prémio de Boas Práticas Associativas do Instituto Português do Desporto e da Juventude, para a região de Lisboa e Vale do Tejo, a as-sociação cultural ScOcS (Sport club Operário de cem Soldos) pela realização do festival BONS SONS. É comum os municípios quere-rem ter eventos embaixadores que correspondam às tendên-cias do momento. um pouco como a moda do centro cultural imponente, muitos municípios e instituições de desenvolvimento local têm promovido festivais instantâneos que vivem como verdadeiros “extraterrestres” no seu território. Pululam festivais de dança contemporânea, festas medievais, feiras do cho-colate, entre outros que tentam sempre mimetizar o sucesso dos pioneiros. que fique claro que sou defen-sor de que as boas práticas de-vem ser recriadas e replicadas. O problema geralmente reside na dificuldade em perceber o que realmente são os elemen-tos a reter e qual o conceito base que pode constituir uma inspiração para os demais.com o caso do BONS SONS poderemos perceber qual o foi o contexto propício para o seu aparecimento (em 2006) e crescimento. O BONS SONS vive da malha ur-bana de cem Soldos e envolve todos os habitantes na orga-nização. Por isso, este festival mantém-se e promove-se pelo sentimento de pertença dos cem soldenses.Na sua génese aproveitou-se um espaço de oportunidades. Por um lado, conquistou-se um vazio na programação dos festivais que não tinham espaço para a música nacional enquan-to esta crescia em qualidade e diversidade. Por outro, posicio-nou-se como agregador social pelos motivos da sua criação – o descontentamento de jovens de cem Soldos que não se reviam nos actuais arraiais, descarac-terizados e distanciados do seu conceito popular, tanto no programa como na promoção do convívio e partilha.

Disco Riscado

boas práticas culturais

Luís Ferreiradesignerdirector Artístico festival bons Sons

Adversamente, tinha um conceito base pouco atractivo para o patrocínio de grandes marcas, como acontece a outros festivais nacionais, mas isto per-mitiu que o BONS SONS livrasse os seus festivaleiros das campa-nhas de marketing predadoras. Vive-se um festival com espaços limpos sem parecer um “centro comercial ao ar livre”. em resumo: o BONS SONS surgiu de um desconforto, aproveita a oportunidade e supera dificuldades. Mas é a sua identidade que congrega uma aldeia em torno de um objecti-vo comum, de se abrir e deixar uma marca num Portugal maior.A caminhar para a sua 5ª edição, estima-se que o festival tenha contribuído para o concelho, só numa semana, com 750 mil a 1 milhão de euros e se tenha tor-nado no evento que mais pro-move o valor da marca “Tomar”. contudo, ainda não garantiu a viabilidade económica que lhe permita cumprir o ambicioso plano de se tornar o agente de impacto cultural e social que pretende. Poucos sabem que o festival BONS SONS é “apenas” um embaixador de um ambicio-so projecto social desenhado para criar valor na região, fixar nova população e melhorar as condições de vida locais. Apesar do crescimento cautelo-so, o BONS SONS tem consuma-do, de edição para edição, o seu plano. como dizia Saramago, “Não tenhamos pressa mas não per-camos tempo”. e é assim que o festival BONS SONS encerra em si um exemplo de boas práticas associativas e se tornou no maior evento de música portuguesa. Percebe-se que é mais proveito-so trabalhar sobre a identidade local para a realização de um evento cultural sustentável. In-ventar projectos para beneficiar de financiamento cria apenas riqueza aos promotores durante o curto período do evento e nada traz de perene ao território e à sua gente. A agravar, ainda se criam ideias erradas sobre o que é a cultura e se dispersa o seu interesse socioeconómico. Boas práticas precisam-se.

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022 CULTURA&GASTRONOMIANovoAlmourol

dezembro 2013

TExTO NA

No dia 5 de Dezembro, rea-lizou-se no espaço do Café Concerto do Teatro Virgínia (TV) em Torres Novas, a con-ferência de imprensa para apre-sentação da Nova Temporada Janeiro a Março do Teatro. O Director Artístico do TV, Tiago Guedes, o Presidente da Câma-ra Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, o Presidente do Concelho de Administração da Turrisespaços, Luís Silva e a responsável pelo Lab Criativo, Cláudia Hortêncio marcaram presença numa conversa sobre tudo quanto envolve o trabalho da equipa do TV.

Pedro Ferreira e Luís Silva salientaram a importância do teatro, do papel que este tem vindo a desempenhar junto da comunidade e da importância em divulgar a programação do Teatro Virgínia. Tiago Guedes passou à apresentação da nova temporada e referiu que há um grande foco no serviço educati-

vo, que se procura integrar cada vez mais a comunidade local e trabalhar em conjunto com ela.

Dos diversos espectáculos que integram a nova agenda, os destaques vão para Jorge Palma, Luísa Sobral, a peça de teatro de Tiago Rodrigues “Tristeza e Alegria na Vida das Girafas” - uma sátira politica e social - o projeto Virgínia Sai de Casa com o espectáculo “A Rulote”, a dança com os espectáculos “Jim” de Paulo Ribeiro inspirado nas músicas de Jim Morrison, e “Danza Preparata”de Rui Horta e a mostra de teatro “Bons Vi-zinhos" que visa promover a vi-zinhança entre diferentes grupos de teatro.

Este projeto foi criado para assinalar o Dia Mundial do Teatro que se comemora a 27 de março e nesta sua 1ª edição conta com a participação de três grupos de teatro do concelho: Torres Novas, Meia Via e Ria-chos. O objectivo é que em edi-ções futuras, outros “vizinhos” sejam convocados a participar neste projeto que pretende ser

uma verdadeira mostra da vita-lidade do teatro na região. Para-lelamente aos espectáculos vão ser realizadas três oficinas com o intuito de alargar a formação profissional aos grupos de teatro amador.

O Café Concerto e sua pro-gramação foram também destacados como palco de dife-rentes estilos musicais. Local de

edUCAÇÃo

Apresentação da Nova Temporada no Teatro Virgínia Grandes nomes da música como Jorge Palma ou Luísa Sobral, a mostra de teatro “Bons Vizinhos”, Diogo Infante, Tiago Rodrigues, o Café Concerto em ebulição com Noiserv e os The Neverminding Bastards, são apenas algumas das sugestões para a temporada. O serviço educativo e a integração da comunidade são objectivos fundamentais do Teatro Virgínia

culto da noite torrejana, o Café Concerto vai receber, entre ou-tros, a banda de rock português Capitão Ortense e o músico Noiserv, que vai apresentar o seu novo disco “Almost Visible Or-chestra”. Foram igualmente des-tacados Les Enfants Terribles, Ardina, Strugglaz e a banda The Neverminding Bastards, sobeja-mente conhecida nos circuitos alternativos cujos elementos são

de Torres Novas, Entroncamen-to e Vila Nova da Barquinha, uma banda de rock que arrasta fãs aos seus concertos.

Sobre o Lab Criativo, Cláu-dia Hortêncio explicou que os espectáculos se concentram à volta da palavra e da leitura e que são para escolas e na sua maioria realizados nestas. Destacam-se os espectáculos “Sermão de San-to António aos Peixes” com Dio-go Infante, destinado aos alunos do ensino secundário; “Uma Cadeira na Montanha” onde os alunos do 5º ano são convidados a exercitar a leitura e é desenvol-vido um projecto que será poste-riormente apresentado aos pais; “Trava ou Destrava Línguas” construído a partir de lengas--lengas, trava-línguas ou poesia; e “Poema para Bocas Peque-nas” onde se introduz a poesia a crianças dos 3 aos 5 anos. A par destes espetáculos, serão desen-volvidas oficinas, diversos proje-tos com a comunidade, ensaios abertos, residências artísticas, conversas pós-espetáculos. ―

TAGUS - NoVAS LoJAS

Cá da Terra e Camões com Sabor Com o intuito de promover o que melhor se produz em Abrantes, Constância e Sardoal, a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e os Municí-pios de Sardoal e Constância, em parceria com os produto-res locais, abriram dois novos espaços de comercialização na região.

A loja de Sardoal, designada de “Cá da Terra”, foi inaugurada dia 6 de Dezembro, no Centro Cultural Gil Vicente e a loja

“Camões com Sabor” no dia 7 de Dezembro, na Casa Santos Costa, localizada na rua Luís de Camões com montra para a Praça Alexandre Herculano, em Constância.

O espaço “Cá da Terra” tem três valências. Além de comer-cialização de produtos, disponi-biliza também o serviço de ca-fetaria para prova de produtos e promove regularmente eventos tal como a Praça dos Sabores, começando já no dia 15 de De-zembro, às 9h, com o passeio

cultural “Sabores de Inverno”. Mel, vinho, azeite, compo-

tas, queijo, marmelada, enchi-dos e fumeiro são algumas das iguarias que estão à disposição nestes dois novos espaços a pre-ços de produtor, juntando-se à Praça dos Sabores, que já fun-ciona no Mercado Criativo, em Abrantes, desde 2011.

“Cá da Terra” abre de Ter-ça a Domingo e “Camões com Sabor” a nos dias úteis entre as 10h e as 14h e das 15h às 18h. ―

Page 23: Jornal Novo Almourol Dezembro

DezembroAbrantes recebe o Circuito Nacional de Equipas Emergentes - Rugby Sevens.Dia 15 de Dezembro, Campo nº2 Cidade Desporti-va de Abrantes, 13h00

Mostra documental

Espólio fotográfico

Cipriano Trincão (1874-1933) Até 3 de Jan

TOrreS NOVAS, ÁTrIO DO ArquIVO MuNIcIPAL

BIBLIOTecA MuNIcIPAL -

Exibição de conjunto de negativos em vidro

e de positivos impressos. Depósito de Luís Francisco

Andrade Pinto Trincão e Maria João Andrade Pinto Trincão

“Presépios Tradicionais e Presépios de Montra”Até 6 de Jan

BIBLIOTecA MuNIcIPAL JOSÉ cArDOSO PIreS

VILA De reI

“Uma Linha Raspada”,

trabalhos de Daniel BarrocaAté 31 de Dez

GALerIA DO PArque eDIfícIO DOS PAçOS

DO cONceLHO VILA NOVA DA BArquINHA

-

“Curtas Portuguesas”

21 Dez Sardoal,

Centro Cultural Gil Vicente, 21h30

- “Histórica trágica

com final feliz”,“Gambozinos”,

“3x3”“O Coveiro”

“Os olhos do farol”“Abraço de vento”

“Passeio de domingo”

Colóquio “A sustentabili-dade dos Recur-sos Arqueológi-cos e Turísticos em Discussão”

16 de DezMAçãO,

ceNTrO cuLTurAL eLVINO PereIrA

9H àS 18H-

“A Casa das Glicínias”

Fotografia João Galamba

de OliveiraAté 5 Jan

GALerIA MuNIcIPAL De OurÉM

-

“E(n)caixa Handle

with care” trabalhos do pintor Ícaro Até 03 Jan

GALerIA MuNIcIPAL De ArTe De ABrANTeS

-A caixa

que pode ser lida pelo seu interior/ conteúdo mas também

pelo exterior, e que sofre mu-danças com o tempo.Cinema

11, 18 DezABrANTeS – cINe-TeATrO SãO

PeDrO, 21H30-

11 – “Hanna Arendt”18 – “A Batalha de Tabatô”

-“Sempre

Mais Alto" Maria Lamas

120 anos (1893-1983) ATé 8 MAR

TOrreS NOVAS, BIBLIOTecA MuNIcIPAL

ÁTrIO e SALA POLIVALeNTe -

“Cheiros &

Sabores” fotografia de

Jorge Menezes Até 31 Dez

BIBLIOTecA MuNIcIPAL De VILA De reI

-Exposição inaugurada em Setenbro, através da qual o município de Vila de Rei se

associou ao Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) para as comemorações oficiais

das Jornadas Europeias do Património

Concerto de Natal Grupo Coral de Tancos

21 DezIGreJA DA ATALAIA

21HVILA NOVA DA BArquINHA

Feira Antiguidades coleccionismo

22 DezTOrreS NOVAS

AVeNIDA Dr. JOãO MArTINS De AzeVeDO –

9H àS 17H

Concerto de Natal

Filarmónica União

Sardoalense 28 Dez

SArDOAL, ceNTrO cuLTurAL GIL VIceNTe, 16H00

-

Dança“Tempo

do Corpo”de Sofia Silva

14 DezTOrreS NOVAS

TeATrO VIrGíNIA21H30

-

“Passeando pelo Portugal

de Roque Gameiro”Até 31 Dez

MuSeu De AGuAreLA rOque GAMeIrO – MINDe

-13ª exposição do Museu de Aguarela Roque Gameiro

MúSIcA TeATrO/DANçA SABer cINeMA PATrIMóNIO eTNOGrAfIA Ar LIVre GASTrONOMIA LITerATurA eXPOSIçãO

fAceBOOK.cOM/JOrNAL-NOVO-ALMOurOL

CARDÁPIO 023dezembro 2013

“Silêncios” exposição de

fotografia por Feliciano Pipa16 Dez a 3 Jan

OurÉM PAçOS DO cONceLHO

“Carlos Reis A cor e a luz

da alma portuguesa”

150 anos do nascimento

Até 28 Fev TOrreS NOVAS

SALA De eXPOSIçõeS TeMPOrÁrIA DO MuSeu

MuNIcIPAL

Concerto Kaviar 21 DezABrANTeS,

cINe-TeATrO SãO PeDrO 21H30

-A banda abrantina despede-se

dos palcos num último concerto de revisitação da carreira.

Pink Floyd Time Tribute 20 e 27 Dez

MINDe fÁBrIcA DA cuLTurA

22H-

TOMAr cINe-TeATrO PArAíSO

21H30

José Luís Peixoto20 Dez

ABrANTeS, BIBLIOTecA MuNIcIPAL ANTóNIO BOTTO

21H30Apresentação do livro “Dentro do Segredo”

Page 24: Jornal Novo Almourol Dezembro

"Quanto mais belos são os enigmas que emergem da noite(…) mais débil ainda o poder invisível do destino."Schiller

024 POR AGORA É TUDO dezembro 2013

PATrImóNIo ImATerIAL dA UNeSCo

Dieta Mediterrânica é PatrimónioA inscrição na lista da UNESCO, no dia 4, abre oportunidades e cria obrigações.

TExTO NoVo ALmoUroL

A documentação entregue na Unesco expressava as neces-sidades de salvaguarda do patri-mónio por parte dos sete países que subscreveram a candidatura: Portugal, Croácia e Chipre, Es-panha, Marrocos, Itália e Grécia.

A partir de agora, segundo os especialistas, terão de ser toma-das diligências no sentido de, por

exemplo, realizar um inventário nacional do que existe realmente a nível de produtos, técnicas de confecção, de produção, de con-servação. Ao inscrever a Dieta Mediterrânica na lista, a UNES-CO está a inscrever também um modelo cultural que passa pelas comunidades, pela partilha da mesa, pelas festividades. São as identidades, nacionais e regio-nais, que ganham todo um plano para se expandir e enriquecer.

As iniciativas de salvaguarda

Há dois séculos uma Alemanha e uma europa de futuro cresciam, anunciando que as angústias que sentimos sobre o futuro abrem o caminho a que a acção humana racional se reforce, diminuindo o espaço da inevitabilidade.Vivemos numa onda gigante de interrogações, mas podemos ter medo dela ou aprender a surfar nela, agindo ao seu ritmo. O ritmo da globalização acentua o espaço da diferença, reforça as oportunidades dos locais que antes eram periféricos, mas também exige maior integração, maior coesão territorial, maior equidade, menor burocracia, menor acomodação. O ritmo da globalização é, por isso, estra-tegicamente benéfico para os territórios que reforçarem a sua coesão, a sua escala de actuação. Isso implica novos equilíbrios que ao mesmo tempo reforcem as competências operacion-ais integradas e o espaço das especificidades identitárias de proximidade. este é o quadro do debate no Médio Tejo, e em cada uma das suas bases institucionais: cIMT, autarquias, escolas, empresas, associações,… e é o terreno de debate que se abre neste mês no NA. um debate para continuar…e para agir rapidamente!A onda que nos envolve é in-evitável. Basta saber ver como é bela, para não nos afogarmos.

Editorial

debater o médio Tejo

deste património, e de qualquer outro, acrescente-se, tornam-se assim fundamentais no sentido de potenciar este marco interna-cional. Em articulação e esforço conjunto, tendo em conta a pro-jecção internacional que os países subscritores da candidatura obti-veram, a cultura, a gastronomia, o comércio, o turismo, são áreas que podem vir a beneficiar da entrada da Dieta Mediterrânica para a lista do Património Ima-terial da UNESCO. ―

Luiz Oosterbeek director

Carta Nacional em elaboração

O Instituto Politécnico de To-mar, em parceria com a Briga-da de Reacção Rápida e a CM de Vila Nova da Barquinha, encontra-se a desenvolver uma proposta de Carta Nacional do Turismo Cultural. Pretende-se suscitar a participação de enti-dades públicas e privadas e da comunidade em geral através do preenchimento de um breve for-mulário disponível na platafor-ma www.turismomilitar.ipt.pt.

Prémios AASFábio Martins, atleta do CLAC, do Entroncamento, recebeu o prémio de Atleta Revelação do Ano da Associação de Atletis-mo de Santarém, no dia 8 de Dezembro no salão nobre da Câmara Municipal de Almei-rim. Durante a Festa do Atletis-mo, o CLAC recebeu também o prémio de quinto lugar no tor-neio Super Clube Regional.

TurISMO MILITArATLeTISMO

Em construção Estão em curso, desde Novem-bro, as obras de construção do novo Pavilhão Desportivo de Vila Nova da Barquinha. O novo equipamento servirá todo o Campus Escolar, podendo também ser utilizado pela popu-lação em geral. Com capacidade para 222 lugares sentados, o va-lor de adjudicação da obra é de 1.273.020 euros, (85% do valor elegível pelo QREN).

VILA NOVA DA BArquINHA

Título Jornal Novo Almourol propriedade CIAAr - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto ribatejo Director Luiz oosterbeek Sub-Directora Cidália delgado Editor ricardo Alves Chefe de Redacção André Lopes Redacção maria de Lurdes Gil Jesuvino, Ana Tomás, Paulo Varino, rafael ferreira, Patrícia bica, Núcleo de Comunicação eSTA Opinião António Luís roldão, Alves Jana, Augusto mateus, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís mota figueira, Luís ferreira, João Geraldes marques, Joaquim Graça, bruno Neto, Humberto felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente Edição gráfica Pérsio basso e Paulo Passos Fotografia flávio Queirós paginação Novo Almourol publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo registo erC nº 125154 Impressão fIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-419 Vila Nova da barquinha Email [email protected]

Novo Almourol

Noite Solidária No dia 21 de Dezembro realiza--se a Noite Solidária para ajudar a equipa do Rendimento Social de Inserção de Torres Novas, que ajuda diversas famílias carencia-das. No Café Concerto do Tea-tro Virgínia, em Torres Novas, a partir das 23h00 acontecem várias actuações como Alma Crua, R.J.A. e Ponto G dj-set, e a entrada é um donativo ou bens de primeira necessidade que re-verterão a favor das famílias. A organização é do CRIT.

TOrreS NOVAS