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ABRIL 15 | N°407 | ANO XXXIV | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK Novo Almourol Constância em Festa Um milhão de flores decoram Constância nos dias 4, 5 e 6 de Abril. Estão de volta as Festas do Concelho e a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. Entrevistámos Júlia Amorim, presidente da Câmara Muncipal p14,15&16 Produtos locais no Intendente Seis Associações de Desenvolvimento Local, em representação de 38 municípios, realizaram uma parceria para a criação de uma Loja no Intendente, em Lisboa. A inauguração é em Julho. p04 p017 p010 Cuidados Especiais Por proposta da Associação Nacional de Municípios, o Governo aprovou o mapa do país da baixa densidade e em risco de desertificação. 164 municípios, incluindo oito dos 13 que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, terão privilégios especiais no acesso aos fundos estruturais no período até 2020 p06 Blaya em VN Barquinha gera entusiasmo na região 40 postos de trabalho a caminho de VN Barquinha Depois de algumas indefinições no arranque do projecto que criará a primeira grande superfície no concelho, eis que as obras do Intermarché começaram, investimento que vai criar entre 30 a 40 postos de trabalho e que a par de outros investimentos em fase de conclusão prometem mudar a face da vila Cantora dos Buraka Som Sistema dá aula de dança no novo Pavilhão Municipal de Vila Nova da Barquinha e vai testar a solidez do novo edifico, que será inaugurado dia 9 deAbril. Blaya e os cerca de 600 participantes que a organização prevê para esse dia.

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ABRIL 15 | n°407 | Ano XXXIV | PReço 1,20 euRos | MensALDIRECTOR LuIZ oosTeRBeeK

Novo Almourol

Constância em Festa Um milhão de flores decoram Constância nos dias 4, 5 e 6 de Abril. Estão de volta as Festas do Concelho e a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. Entrevistámos Júlia Amorim, presidente da Câmara Muncipal p14,15&16

Produtos locais no IntendenteSeis Associações de Desenvolvimento Local, em representação de 38 municípios, realizaram uma parceria para a criação de uma Loja no Intendente, em Lisboa. A inauguração é em Julho.

p04p017 p010

Cuidados Especiais Por proposta da Associação nacional de Municípios, o Governo aprovou o mapa do país da baixa densidade e em risco de desertificação. 164 municípios, incluindo oito dos 13 que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, terão privilégios especiais no acesso aos fundos estruturais no período até 2020

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Blaya em VN Barquinha gera entusiasmo na região

40 postos de trabalho a caminho de VN BarquinhaDepois de algumas indefinições no arranque do projecto que criará a primeira grande superfície no concelho, eis que as obras do Intermarché começaram, investimento que vai criar entre 30 a 40 postos de trabalho e que a par de outros investimentos em fase de conclusão prometem mudar a face da vila

Cantora dos Buraka Som Sistema dá aula de dança no novo Pavilhão Municipal de Vila Nova da Barquinha e vai testar a solidez do novo edifico, que será inaugurado dia 9 deAbril. Blaya e os cerca de 600 participantes que a organização prevê para esse dia.

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02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

ABRIL 2015

Incêndios no início da Primavera Incêndios deflagraram nos concelhos de Constância e Abrantes. Os primeiros aconteceram na freguesia de Rio de Moinhos (Abrantes). No dia 23 de Março, por volta das 13h00, os bombeiros foram chamados a combater um incêndio que acabaria por ser extinto às 14h30. No mesmo dia mas em Carvalhal, pelas 17h00, um outro incêndio deflagrou sendo extinto com a intervenção dos bombeiros de Abrantes, Sardoal e Vila de Rei. Em Constância, no dia 25, os bombeiros combateram um incêndio no Campo Militar de Santa Margarida, numa zona de mato e floresta. O fogo teve início às 11h30 e foi dado como extinto às 13h20, combatido pelas corporações de bombeiros de Constância, Abrantes, Sardoal, VN Barquinha e Chamusca, com o auxílio de uma força especial de bombeiros e da Brigada Mecanizada Independente.

Praia do Ribatejo coloridaA Junta de Freguesia de Praia do Ribatejo assinalou o Dia da Árvore e o Dia da Primavera, aliando-se à Fundação Francisco Cruz, e promoveu a "Primavera em cores", concretizada com os trabalhos manuais desenvolvidos pelos idosos da Fundação, pelos pais e crianças da Escola Primária e Jardim de Infância de Praia do Ribatejo através da Associação de Pais, pelas crianças, jovens e funcionários do CAT, pelas crianças e jovens da catequese da Praia do Ribatejo e pelas crianças e jovens da catequese das Limeiras. Vários privados doaram os seus trabalhos e/ou materiais, como lãs, tecidos, rendas, tricô, usados para alegrar e vestir as árvores da freguesia. Os trabalhos podem ser visitados até ao início do Verão em vários locais. A saber: Parque das Merendas na Rua Comendador Manuel Vieira da Cruz, Biblioteca, Igreja Matriz, Jardim junto ao Café Estrela, Fundação Dr. Francisco Cruz e Jardim da Boucinha (todos em Praia do Ribatejo), mas também no Largo da Igreja em Madeiras e no Recinto das Festas, em Limeiras.

Pedido de isenção deIMI até JunhoOs proprietários cujo rendimento do agregado familiar seja inferior a 15.295 euros ano e valor patrimonial tributário global da totalidade dos prédios rústicos e urbanos pertencentes ao agregado familiar (habitação própria permanente) seja inferior a 66.500 euros podem solicitar isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) à Autoridade Tributária até 30 de Junho. Esta isenção está incluída no artigo 48º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, e pode ser requerida junto da Autoridade Tributária, numa altura em que, durante este ano, termina a cláusula de salvaguarda, que permitia que as famílias com menores rendimentos vissem o seu imposto de IMI ser actualizado num máximo de 75 euros por ano. Agora, os aumentos podem ir, em certos casos pontuais, até aos 500%, embora a média ronde os 40%.

↑ rio acima

↓ rio abaixo

Interior em cuidados especiais

O Governo, por proposta da Associação Nacional de Municípios, aprovou uma lista de 164 municípios que terão privilégios no acesso aos fundos comunitários do Protugal 2020. Objectivo é combater desertificação do interior. (Pág.6)

xxxs

O Distrito de Santarém está bem acima da média nacional no que respeita a água desperdiçada. No distrito há um desperdício de 38,1% enquanto a média nacional cifra-se nos 19%. É apenas o recurso mais importante para a vida na terra e torna-se urgente protegê-lo.(pág. 5)

Gastronomia Regional

Os vinhos e os restaurantes da região do Médio Tejo vencem prémios regionais, nacionais e mundiais. A qualidade está cá, nem sempre valorizada por quem habita nas suas imediações. Mas não há como contornar, o que é nosso é que é bom, ou por outra, também é bom.(Pág.22)

Incêndios fora de época

Não há uma boa altura para incêndios mas a verdade é que mal a Primavera espreitou logo as chamas deflagraram nos concelhos de Abrantes e de Constância. A chuva tarda em aparecer. Resta esperar que o intenso trabalho da protecção civil e das autarquias seja frutuoso.

Investimentos que mudam

Vila Nova da Barquinha prepara-se para ver abrir novas unidades hoteleiras que em muito vão mudar a face da vila e do concelho. Por outro lado, um supermercado vai nascer e com ele 40 empregos. Em breve ver-se-ão as diferenças.(Pág.4)

Condenação

O ex-vice-presidente da Câmara da Golegã Rui Manuel Cunha foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa por igual período, e a multa de 900 euros, pela prática de sete crimes quando era oficial de justiça. Da justiça passou para a política...

Francisco Neves, que exercia o cargo de Director do Agrupamento de Escolas da Cidade do Entroncamento, assumiu o cargo de Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo. Filomena Pereira assume cargo no agrupamento até novo concurso público

25 Os anos celebrados pela EPDRA, Escola Profissional de Desen-volvimento Rural de Abrantes, no dia 20 de Março. A cerimónia juntou docentes, alunos, funcionários e entidades, bem como a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque.

Dia da ÁrvoreUm pouco por toda a região as escolas celebraram o dia Mundial da Árvore no dia 20 de Março, um dia antes da sua data oficial pois o dia 21 foi um Sábado. No Jardim de Infância (JI) de Moita do Norte, Vila Nova da Barquinha, as crianças ouviram explicações sobre o processo de plantação e crescimento das plantas, bem como a importância das mesmas para o Ser Humano. No final, as cerca de 40 crianças plantaram 10 árvores no Jardim da Nora, paredes meias com o JI, ajudados por elementos do executivo da Junta de Freguesia de VNB.

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noVoALMouRoL.woRdPRess.CoMNA PRIMEIRA PESSOA 03 ABRIL 2015

CVPatríciaMatos 31 anos,Jornalista TVIsanta MargaridaConstância

2005nasceu a minha afilhada, Lara

2006Terminei a licenciatura em Jornalismo e Comunicação, no I.P.Portalegre

2007Comecei a trabalhar na TVI

2009Apresentei o Jornal nacional em substituição de Manuela Moura Guedes

(...) falta-nos a capacidade para perceber que uma boa derrota faz tão mais por nós que uma vitória fácil.

2011Ingressei no diário da Manhã, o meu maior desafio na TVI

Sempre tive jeito para…Ler.

Três coisas a que nunca resistoBrincar com os meus primos, a comida da minha mãe. Um jantar caseiro com amigos.

Não podia viver sem...Amor e Sol.

Acredito...No poder infinito dos afectos.

Não acredito......e não suporto palmadinhas nas costas.

Se aprendemos com os erros porque temos medo de errar?Porque nos levamos tão a sério que por vezes nos falta a capacidade para perceber que uma boa derrota faz tão mais por nós que uma vitória fácil.

Se pudesse dar um conselho a um recém-nascido qual seria?Nunca te esqueças do teu valor.

O que preferia ser: um génio preocupado ou um idiota contente?Os génios só podem estar preocupados com os tempos que vivemos e eu também estou. Ninguém, nem um idiota poderá estar contente.

Uma música como banda sonora da sua vida?Qualquer uma da Diana Krall ou dos U2.

Patrícia Matos apresenta todos os dias o 'Diário da Manhã', na TVI e TVI24

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04 SOCIEDADENovoAlmourol

ABRIL 2015

VN BARQUINHAConstrução do Intermarché já foi iniciada e abertura está prevista para Agosto

TEXTO&FOTO RICARDO ALVES

Está em curso a constru-ção da superfície comer-cial Intermarché em Vila Nova da Barquinha (VNB) e segundo as previsões da em-presa responsável pela obra a mesma estará pronta até Agosto. A construção inclui o novo hipermercado, bombas de combustível e ainda uma zona de estacionamento que será criada num outro terreno de olival a norte do terreno.

A empresa responsável peça obra é a “Gadanha Em-preiteiros”, sediada em Pene-la, e Isaac Gadanha, respon-sável pela obra, contou ao NA que já se procedeu à remoção de parte da estrutura da anti-ga Valura, no topo do terreno.

Isaac Gadanha contou também que após a limpeza do terreno se procedeu ao início dos trabalhos de esca-vação no dia 27 de Março. Ao todo, no pico dos trabalhos,

obras iniciaram-se na segunda metade de Março

estarão alocados cerca de 40 trabalhadores.

Já o empresário responsá-vel pelo empreendimento, que migrou para a região centro do país vindo do norte, para apostar em VNB, declarou--se confiante nos trabalhos e prazos sendo no entanto prudente perante quaisquer entraves que normalmente surgem. O promotor do pro-jecto confirmou ao NA que serão entre 30 a 40 os postos de trabalho criados e avançou que o processo de recruta-mento ainda não se realizou, “ainda é cedo”, afirmou.

Presidente da autarquia satisfeito. Fernando Frei-re expressou ao NA a sua satisfação pelo avanço do projecto que está “a decorrer a bom ritmo”. O presiden-te da Câmara Municipal de VNB destacou a localização do novo empreendimento comercial, uma zona de for-te investimento da autarquia

e que se situa na rotunda de ligação à cidade do Entron-camento. Freire realçou ainda o facto de a vila ser atractiva a investimentos afirmando-se satisfeito por ver crescimento em VNB.

Camas Turísticas triplicam. Ainda não se sabe muito so-bre as datas de inauguração dos empreendimentos turís-ticos que, visivelmente, estão em avançada fase de constru-ção na zona baixa da vila, mas é mais uma mudança impor-tante a acontecer.

Ao todo, o concelho tem a perspectiva de triplicar a oferta de camas turísticas, nomeadamente com projec-tos em Limeiras (freguesia de Praia do Ribatejo), Tancos e na sede do concelho.

Em curso está também a reconversão da antiga escola Primária de VNB num mo-derna galeria de exposições, dando seguimento ao Merca-do das Artes.―

Após avanços e recuos, eis que a obra começa. Prevê-se que a conclusão dos trabalhos demore cinco meses. Entretanto, outros empreendimentos estão em fase de conclusão na vila

CONSTÂNCIALar de Santa Margarida inaugurado e autarquia já olha para MontalvoTEXTO RICARDO ALVES

O novo lar foi inaugurado pela Santa casa da Misericór-dia de Constância, um inves-timento na ordem dos dois milhões e trezentos mil euros que disponibiliza instalações para 40 utentes em 14 quartos individuais e 13 duplos, e que conta com zonas de banhos assistidos, gabinete médico, sala de medicação, cabelei-reiro, salas de estar, sala de convívio, refeitório, cozinha, lavandaria, engomadoria, salas técnicas, arrumos e garagem.O município apoiou desde a primeira hora a obra (ver en-trevista nas páginas 14 e 15), reconhecendo a importância e necessidade do empreendi-mento.

A Câmara Municipal de Constância apoiou a constru-ção com a doação do terreno, apoiando a candidatura finan-ciando os projectos, construiu a estação elevatória, e delibe-rou atribuir um apoio de 300 mil euros à instituição.

O Lar de Idosos de San-ta Margarida, resulta de uma candidatura ao programa co-munitário POPH - Programa Operacional Potencial Hu-mano, através da qual a Santa Casa da Misericórdia.

Júlia Amorim levanta hipó-tese de avançar com lar para Montalvo. Em entrevista ao NA a propósito das Festas de Constância, que se realizam entre os dias 3 e 6 de Abril, a presidente da Câmara Mu-nicipal de Constância admitiu que “se há dois ou três anos achava que em Montalvo o

que era necessário era refor-çar o Apoio Domiciliário e ter um centro de convívio para as pessoas, (…) hoje já não des-carto a hipótese de avançar com uma candidatura de res-posta de lar, tendo em conta a necessidade que se tem verifi-cado”.

Júlia Amorim aponta difi-culdades no caminho para tal desiderato, “a segurança so-cial é muito exigente”, come-çou por dizer, “tem legislação muito apertada - a dimensão dos quartos, pessoal técnico, o rácio de trabalhadores por utentes, etc – tudo tem regras que encarecem”. Mas a autarca aponta como solução a renta-bilização do que já existe, “há quadro de trabalhadores qua-lificados que são obrigatórios nas instituições”, “por exem-

plo, a Associação Humanitá-ria de Montalvo nunca conse-gue arrancar com o apoio da segurança social se não tiver uma direcção técnica, mas se articular com a Santa Casa que tem uma directora técni-ca, que supervisiona, podem ter complementaridade, e não é uma questão de privilegiar a Misericórdia, acho é que as próprias misericórdias, para a segurança social, têm um peso diferente das outras IPSS”. “Só têm de se unir”, vaticinou a autarca.

O provedor da Misericórdia, António Paulo Teixeira, du-rante a inauguração do lar de Santa Margarida, anunciou ainda a intenção de apresentar um novo projecto para requa-lificação e ampliação do edifí-cio sede da instituição, o lar de idosos de Constância.―

Autarca acredita na possibilidade de dar resposta de lar em Montalvo e Misericórdia vai avançar com candidatura para ampliar sede em Constância

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noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

CAMINHANDO 05ABRIL 2015

A ocupação populacional da Barquinha moderna, regular e sustentável, parece não ofere-cer grandes dúvidas, situando--se na primeira metade do século XVI.são os assentos paroquiais que a suportam, inequivo-camente; são, igualmente, os tombos da Cardiga e do Almourol, que apontam pistas nesse sentido. É, finalmente, o desvio do Tejo, operado em 1545, um dos poderosos argu-mentos da sustentabilidade do povoado atual.A generalidade das pessoas curiosas sobre o passado da Barquinha contenta-se com as leituras que assinalam alguns dos mais importantes e conhecidos passos do seu percurso, particularmente pela exposição sistemática que os assentos paroquiais consentem, habilitando-nos a reconhecer as primitivas vivên-cias da povoação no tocante aos nascimentos (baptismos), casamentos e óbitos.são episódios de um passado interessante e permanente, desperto nos horizontes do imaginário e na sensibilidade de quem gosta de revisitar esses passos da vida local. em muitos casos esse esta-do curioso, esse interesse pelos fundamentos do estado civilizacional deste termo, passa regularmente ao lado das preocupações fundamen-tais, prende-se a uma retórica de contornos mais ou menos ultrapassados. Por via dessas primícias, ainda agora podemos entrar em conflito com uma realidade que abala o nosso pensamen-to e nos obriga a um esforço de reflexão, obrigatoriamente mais exigente quanto ao co-nhecimento adquirido. A visibilidade de elementos, ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos, perturba por alargar substancialmente a nossa imaginação para um conceito de validade diluído na moderna sociedade.o exemplo da existência de um reduzido lote de exemplares de oliveiras milenares, nas proximidades da Barquinha e

Ciência Viva

As oliveiras milenares da Barquinha

António José RoldãolHistoriador

muito perto de nós, alarga os horizontes da história conheci-da projetando-a para funda-mentos remotos e consequen-tes de uma ocupação humana, em moldes organizativos, por estas paragens.A existência dessas espécies, objeto de um estudo apurado e de datação pela direção Geral de Florestas, no passa-do recente, levanta inúmeras interrogações e suspeições.Fazem parte de uma fatia do território e a sua implantação demonstra que o alinhamento não é fruto de uma qualquer casualidade, antes a de um processo maduramente pensa-do como e para o futuro, tendo por base o conhecimento e o raciocínio quanto aos resulta-dos correspondentes.

Prontificando por diversos sítios próximos do Pedregoso e da Lameira, aconchegadas ou afastadas umas das outras, deixam-nos a impressão de serem, hoje e apenas, as sobreviventes de uma cultura significativamente importante na antiguidade.A distância que separa algu-mas dessas oliveiras evidencia que era extensa a área desti-nada propositadamente a essa cultura. essa lógica suposição leva-nos a equacionar que esse facto está longe de obe-decer a mera casualidade. Tem de estar aí presente a

orientação da mente huma-na, a dimensionar todo um processo de permanência e fi-xação duradoura a um pedaço de terra apetecida e generosa nos resultados.A existência desse olival mile-nar tem o homem como exe-cutor, próximo, naturalmente, para a recolha do benefício.o povoado romano que se suspeita durma o sono do esquecimento nas entranhas da terra cultivável, dando fé aos achados arqueológicos retirados do local sob a orien-tação do falecido professor José Gomes e recolhidos na Associação Arqueológica desta vila, pode ter sido o alicerce ou contribuído para que aquele conjunto de memórias (as oliveiras) exerça uma atração irresistível. As tentativas de ressuscitar essas ruínas para a luz do dia, não têm passado disso mes-mo, de tentativas sem sucesso.este elemento provocador de suspeitas quanto a antiquíssi-mo povoamento na região da Barquinha, tem outros supor-tes de acolhimento, como, por exemplo, o castelo templário da Cardiga, edificado não mui-to longe, em plena planície, contrariando a normalidade dos propósitos construtivos. Pode não ter sido uma coin-cidência, a escolha desse local pela ordem do Templo, antes socorrendo-se de elementos e bases de suporte já existentes para justificar a construção naquele preciso sítio.são, em suma, pontas de um processo assumidamente complexo no xadrez das as-pirações templárias no nosso território, de que, as oliveiras milenares são assombração dessa época distante.Como nota final, recomenda--se ao estabelecimento de “Ciência Viva”, ali ao lado, que dê uma olhadela crítica para elas, ao menos por estreita curiosidade, e ao Município que as considere como interes-se municipal e as salvaguarde, como atração turística a nível nacional.

Ficam os recados.―

"A visibilidade de elementos, ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos, perturba por alargar substancial-mente a nossa imaginação para um conceito de validade diluído na moderna sociedade"

ENTRONCAMENTOChumbo dos projectos contra privatização das águas

TEXTO RAfAEL fERREIRA

No passado dia 20, a maio-ria PSD/CDS na Assem-bleia da República entendeu chumbar os diversos projectos que pretendiam impedir a pri-vatização do sector das águas, garantindo o controlo público do abastecimento.

Na intervenção de Mário Magalhães, da bancada do PSD, a razão alegada para a posição que haviam assumido, é que os diplomas em apre-ciação partiam de “uma falsa questão: o receio da privatiza-ção”, que o Governo não pon-dera nem sequer admite”. Cri-ticou também o PS, a quem acusou de ter ”mudado de po-sição desde que saiu do Go-verno, em matéria de presença de privados neste sector”.

É claro que os partidos da oposição parlamentar têm dúvidas, com Filipe Soares – BE- e Paula Santos PCP- defendendo a necessidade de “garantir a gestão pública do abastecimento, saneamento e resíduos sólidos, advertin-do para as consequências de eventuais privatizações, “ao que Heloísa Apolónia, de “Os Verdes”, acrescenta que “só não acontecerá porque a legis-latura está perto do fim”.

Ora, para além de toda argumentação expressa na moção de 17 de Fevereiro, apresentada pelo PS em reu-nião da Câmara Municipal do Entroncamento, com aprova-ção por unanimidade, inclu-sive do PSD, a que o NA fez referência, não sabemos se não lhe estará subjacente a mesma ideia.―

TEXTO RICARDO ALVES

A ERSAR (Entidade Regu-ladora para os Serviços de Águas e Resíduos) divulgou os dados relativos ao consu-mo e desperdício de água no distrito de santarém e os mes-mos indicam que o distrito está acima da média nacional (19%) no que respeita à água perdida. Três concelhos apre-sentam mesmo percentagens que demonstram que mais de metade da água para consumo que entra na rede pública não é facturada. São os casos dos concelhos de Mação (67,5%), Golegã (57,8%) e Ferreira do Zêzere (54,1%).

Ainda tendo em conta a média nacional de perda de água, nenhum dos 21 con-celhos do distrito apresenta

valores abaixo da média na-cional, sendo Alcanena o que mais se aproxima com 22,1%. No caso de Alcanena o siste-ma é gerido pela empresa Lu-ságua. A média do distrito de Santarém cifra-se nos 38,1%.

Nos concelhos com menos desperdício de água destaca--se a maior rede de abasteci-mento do país, a da EPAL, em Lisboa, onde a taxa era de 7%. Em Oeiras e Amadora, foram 9% e em Cascais, 8%. Já no segundo concelho onde mais água é distribuída, Sintra, a taxa foi de 24%. E no Porto, 14%.

Em todo o país cerca de 155 milhões de metros cúbi-cos de água das redes de abas-tecimento não chegaram às torneiras. Isto corresponde a 426 milhões de litros desper-diçados diariamente.―

ÁGUASDesperdício de água é preocupante

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06 SOCIEDADENovoAlmourol

ABRIL 2015

Município apagou as luzesÀ “Hora do Planeta”, no dia 28 de março, com o objetivo de alertar e consciencializar a todos para as alterações climáticas do nosso planeta, associou-se também, mais uma vez, o Município do Entroncamento.Como se sabe, é uma iniciativa mundial, criada em 2007 pela WWF-Word Wide Foundation, que consiste na ação simbólica de desligar a eletricidade nos espaços públicos, durante uma hora, em defesa do ambiente.Foi decidido que, localmente, esta medida abrangesse os Paços do Concelho. Largo José Duarte Coelho, Praças Salgueiro Maia e da República, assim como os edifícios das Juntas de Freguesia de S. João Batista e de N. Sr.ª. de Fátima.Foi endossado também um convite à população para aderir a esta iniciativa, a que se juntaram pessoas de todo o mundo.RF―

enTRonCAMenTo

Misericórdia de Barquinha com certificado de qualidadeA EQUASS – European Quality in Social Services - atribuiu à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha o certificado de garantia de qualidade aos serviços e departamentos da entidade, a saber: Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário, Creche e Centro de Acolhimento Temporário. O certificado foi atribuído para o período entre Janeiro de 2015 e Janeiro de 2017. O diploma entregue é um reconhecimento por parte da EQUASS das garantias de qualidade oferecidas na prestação de serviços sociais. A EQUASS constitui uma iniciativa da EPR - European Platform for Rehabilitation, (Plataforma Euroepeia para a Reabilitação) que providencia serviços de carácter abrangente na área da certificação da qualidade, os quais se encontram em consonância com os requisitos europeus em matéria de qualidade no âmbito dos serviços sociais. A entidade europeia é representada em Portugal pela APQ – Associação Portuguesa para a Qualidade, e o diploma entregue foi antecedido de candidatura e auditoria.―

Vn BARQuInHA

Inauguração do novo Pavilhão Desportivo

A inauguração do Pavilhão desportivo Municipal de Vila nova da Barquinha vai realizar-se no dia 9 de Abril, às 18h00, cerimónia aberta à população e que vai contar com a presença da Presidente da Comissão de Coordenação e desenvolvimento Regional do Centro (CCdR Centro), Ana Abrunhosa.―

Vn BARQuInHAPAÍS

164 municípios com direito a cuidados especiaisA lista foi elaborada e aprovada pelo Governo. O país da baixa densidade e em risco de desertificação vai ter direito a cuidados especiais sendo que 164 municípios, incluindo oito dos 13 que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, terão privilégios especiais no acesso aos fundos estruturais no período até 2020

TEXTO RICARDO ALVES

O governo aprovou no final do mês de Março as frontei-ras entre os 164 municípios em risco de desertificação e o país com algum músculo demográ-fico e económico. Na notícia avançada pelo jornal “Público”, aponta que o Portugal do inte-rior mudou de nome e chama--se agora o Portugal dos territó-rios de baixa densidade.

Abrantes, Constância, Fer-reira do Zêzere, Mação, Vila de Rei, Vila Nova da Barquinha, Sardoal e Sertã, oito dos 13 concelhos integrantes da Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo, fazem parte desta lista. Fora dela, seguindo a ló-gica de um mapa claramente desequilibrado perante a pro-ximidade com a litoral do país, ficam Alcanena, Torres Novas, Entroncamento, Tomar e Ou-rém.

A lista dos 164 municípios foi aprovada pela Comissão In-terministerial de Coordenação do programa Portugal 2020, que reúne representantes de todos os ministérios, e o mapa resulta de uma proposta da Associação Nacional dos Mu-nicípios Portugueses (ANMP), numa tentativa de acabar com as diferentes interpretações que existem sobre a faixa do territó-rio nacional afectada pelo des-

povoamento, a desertificação, o envelhecimento e falta de dinâ-mica económica.

Ao “Público”, Manuel Castro Almeida, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, disse esperar que o novo mapa “sirva de base para o futuro”, até porque “nunca se tinha feito este trabalho”.

O Governo definiu três fórmulas para discriminar favo-

ravelmente os municípios sina-lizados, nomeadamente com a criação de programas aos quais só eles poderão concorrer, de bonificações na apreciação das candidaturas e, no caso de um investimento privado, haverá lugar a uma bonificação de 10% face aos valores praticados nas outras áreas do país.

Cinco indicadores. A densi-dade populacional pesa 50% na análise aos municípios, de-pois com 10%, foram tidos em conta cinco outros indicadores, no caso o “perfil territorial”, que analisa questões como o uso do

Do Médio Tejo, apenas Alcanena, Entroncamento, Ourém e Torres Novas ficaram fora da lista aprovada pelo Governo

solo; o “perfil demográfico” que atende a factores como a varia-ção populacional ou o peso dos idosos e dos jovens na pirâmide demográfica; o “perfil povoa-mento”, que observa as per-centagens da população rural e urbana; o “perfil socioeconómi-co”, que atende a critérios como o rendimento médio mensal ou o peso da população com o terceiro ciclo do ensino básico; e o “perfil acessibilidade” que considera as condições de aces-so à sede do concelho, à capital do distrito ou à capital regional, lê-se na notícia avançada pelo “Público”.

Os territórios de baixa den-sidade chegam ao litoral alen-tejano (com excepção de Sines) e algarvio e abrangem todas as capitais de distrito do “interior”, com excepção de Viseu. As di-ferenças dentro do país são elu-cidadas através dos extremos que o novo mapa evidencia, en-quanto Alcoutim tem 5,1 habi-tantes por km2, a Amadora, por exemplo, tem 7363.

Apesar de não saber ainda o volume dos financiamen-tos, apenas que é maior que o QREN, o secretário de Estado acredita “muito” em pequenos investimentos, feitos à escala local, que tenham como ponto de partida a “valorização dos produtos locais prometendo que, para estes, “há bastante dinheiro”.―

Aniversário da Batalha de La Lyso núcleo de entroncamento/Vila nova da Barquinha da Liga dos Combatentes vai promover as Comemorações do “97º Anoversário da Batala de La Lys e dia do Combatente”, junto ao Monumento aos Mortos da I Grande Guerra, em Vn Barquinha, no dia 10 de Abril de 2015, pelas 11h30. o Monumento aos Mortos da I Grande Guerra, inaugurado em 11 de Abril de 1937, presta homenagem do concelho aos seus mortos na guerra de 1914-1918. na base do monumento repousam os restos de António Gonçalves Curado, 1.º soldado do C. e. P. falecido em combate e natural da freguesia de Vn Barquinha. Trasladado do cemitério português de Richebourg, depois de ter sido sepultado no cemitério inglês de Laventie, para a sua terra natal por intermédio da extinta comissão dos Padrões da Grande Guerra, no dia 18 de Agosto de 1929. era soldado n.º 234, da 4.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 28.―

Vn BARQuInHA

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MAÇÃO

Seminário juntou especialistas internacionais em Mação

noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

TERRITÓRIO 07ABRIL 2015

seminário Intensivo realizou-se no âmbito do projecto Apheleia

TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES

O seminário realizou-se no âmbito do Apheleia, um projecto que resulta da parce-ria de 18 entidades entre elas o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Terra e Memória (ITM), a Comunidade Inter-nacional do Médio Tejo o Mu-nicípio de Mação, o Centro de Geociências da Universidade de Coimbra e instituições in-ternacionais.

Foram oito as Universi-dades internacionais repre-sentadas nos trabalhos que se debruçaram sobre as políticas estratégicas de desenvolvimen-to para a região do Médio Tejo sendo que um dos objectivos do seminário foi o envolvimen-to de especialistas de diversas áreas, não se cingindo apenas a profissionais da arqueologia e ciências sociais, por forma a perceber melhor de que forma se pode intervir eficazmente no território.

Estudantes, investigadores e especialistas das áreas da an-tropologia, etnografia, gestão do património, geografia, geo-logia, urbanismo, arquitectura, planeamento, engenharia am-biental, economia, finanças e comunicação, foram chamados à discussão numa iniciativa do ITM e do Museu de Arte Pré--Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo.

Por Mação, concretamente pelo Auditório do Centro Cul-tural Elvino Pereira, passaram, entre outros, Miguel Pombeiro, Secretário Executivo da Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo, e uma delegação chinesa, composta por elemen-tos do governo chinês e mem-bros da Academia Chinesa de Ciências Sociais com os quais o ITM encetou uma parce-ria para a criação do primeiro programa de colaboração entre Portugal e a China, no âmbito das Humanidades.

O Seminário foi igualmente composto por workshops, aulas

de campo em Mação e visitas de estudo (ver peça ao lado).

Câmara Municipal de Ma-ção homenageada. O ITM homenageou o município no dia 27, durante os trabalhos do seminário, através de Vasco Estrela, presidente da autarquia. A homenagem justificou-se, se-gundo o ITM, “pelo contínuo investimento (do município) no desenvolvimento territorial de Mação, do Médio Tejo e de Portugal, manifestado através das estratégias de gestão da educação, da valorização flo-restal, da qualidade de vida da terceira idade e da afirmação local e internacional do patri-mónio cultural”. Para o ITM, o papel da câmara é decisivo “na criação, em Mação, de um centro de referência interna-cional em património cultural e gestão integrada do território, consubstanciada na criação do ITM e construção de projectos que nesta altura se desenvolvem em 14 países de quatro conti-nentes”.

Já Vasco Estrela, agradeceu em nome do município, “é uma homenagem do município, é do concelho e das pessoas que compõem este território. Tenho dito muitas vezes que este pro-jecto que está a ser desenvolvido pelo Museu, pelo ITM, pelos parceiros todos que connosco têm trabalhado é extraordinário

para o concelho, para a região e espero que o seja também para Portugal. A Câmara de Mação foi distinguida hoje sendo que eu, enquanto presidente, sinto uma gratidão por reconhece-rem o trabalho que a Câmara tem desenvolvido e o apoio que tem dado, mas quem também devia homenagear o ITM e to-das as pessoas é o município de Mação”.

Numa referência ao traba-lho realizado por Luiz Ooster-beek - Director Científico do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo - e sua equipa, Vasco Estrela voltou a repetir que “o trabalho desen-volvido tem sido extraordiná-rio” e agradeceu “tudo o que têm feito pelo concelho”.

A Câmara Municipal, o ITM e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa ce-lebraram um Protocolo de Co-laboração, que visa a regulação

de uma parceria entre as insti-tuições com vista à realização de Estudos e Projectos a de-senvolver por estudantes e do-centes do Mestrado em Design de Equipamento da Faculdade, enquadráveis no âmbito das actividades de investigação pro-movidas pelo ITM para a valo-rização cultural do património e gestão integrada do território no Município de Mação.

A Faculdade de Belas-Artes poderá fomentar a produção de conhecimento científico e estu-dos na área do design e da Cul-

Durante dez dias, de 19 a 28 de Março, o Seminário Intensivo “Gestão Integrada do Território Cultural para a Sustentabilidade Local e Global” juntou mais de meia centena de estudantes e cerca de 30 docentes, de 20 nacionalidades e várias áreas de formação em Mação. O Instituto Terra e Memória homenageou o município de Mação e ambos assinaram um protocolo de colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Está também em marcha o primeiro programa de colaboração entre Portugal e a China, no âmbito das Humanidades.

TEXTO&FOTO CIDÁLIA DELGADO

O Seminário não se restringiu ao Auditório do Centro Cultu-ral Elvino Pereira, em Mação,

Vasco estrela agradeceu e retribuiu a Homenagem do ITM

e também foi composto por diversas visitas à região, como Convento de Cristo, Vila Nova da Barquinha (ver foto), Vila Velha de Ródão, Paul do Bo-quilobo, etc.―

Comitiva visitou Parque Ribeirinho com Carlos Vicente, do CeAC - Centro de estudos de Arte Contemporânea - como guia

tura Material através de projec-tos de Curadoria de Design e Museografia em Exposições e outras acções através desta par-ceria com instituições culturais e/ou responsáveis pela conser-vação, valorização e dissemina-ção do património e da cultura material nacional. A Câmara Municipal de Mação e o ITM poderão vir a usufruir dos con-teúdos estratégicos em matéria de Design que a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa se encontra em condi-ções de produzir.―

Um dos objectivos do seminário foi o envolvimento de especialistas de diversas áreas, por forma a perceber melhor de que forma se pode intervir eficazmente no território.

Intervenientes no seminário visitaram Barquinha

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08 SOCIEDADENovoAlmourol

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depois desta interrupção acidental, recordo que vimos no apontamento anterior que o ano de 1990 foi o da realiza-ção das primeiras descobertas arqueológicas no concelho e da criação informal do núcleo de Arqueologia da Barquinha.

Contributo para a História da Investigação Arqueológica de VNB

IV: As descobertas continuam

Júlio Manuel PereiraInvestigador de História Local

Mestre em Pré-História e Arqueologia

EDUCAÇÃO

Mostra de Ciência e Arte e Feira das ProfissõesFOTOS RICARDO ALVES

Realizou-se na Escola Ciência Viva de Vila Nova da Barqui-nha, a 1.ª Mostra de Ciência e Arte, uma organização do Cen-tro Integrado de Educação em Ciências, do Agrupamento de Escolas e do município de Vila Nova da Barquinha. Na Escola Ciência Viva, entre 17 e 20 de Março, houve lugar ao teatro, literatura, olaria, artesanato, ciência entre outras actividades. No Entroncamento, na escola Secundária, realizou-se a Feira das profissões, nos dias 18, 19 e 20 de Março. .―

VN BARQUINHA

Celebrações do 25 de AbrilTEXTO NA

O município de Vila Nova da Barquinha vai comemo-rar o 41.º aniversário do dia 25 de Abril com um programa que junta desporto, música e even-tos automobilísticos, para além das cerimónias oficiais, durante os dias 25 e 26 de Abril. O pro-grama completo é este:

Sábado (25 de Abril) 09h00 - Hastear da Bandeira seguido de concerto pela Ban-da de Música dos Bombeiros Voluntários Barquinha: Praça da República; 9h30 - Corrida da Liberdade: Parque Ribei-rinho; 10h30-11h30 - Spin-ning Bike: Parque Ribeirinho; 15h30 – Arruada seguida de concerto Musical – Músicas

de intervenção pelo grupo Ar-regaita: Auditório do Centro Cultural.

Domingo (26 de Abril)Perícia Automóvel – Troféu Nacional, Troféu Clássicos e II Troféu do Médio Tejo, Sla-lom Clube de Portugal; 11h00

- Concentração de Clássicos e Originais; 14h30 - Prova de Perícia Automóvel; 16h00 - Actuação do Grupo Coral de Tancos: Auditório do Centro Cultural; 16h30 - Actuação do grupo Barquinha Saudosa: Au-ditório do Centro Cultural.―

Ainda nesse ano, em acção de prospecção conjunta, des-cobrimos, nas proximidades do local onde

existiam os chamados Portões Pequenos da Quinta da Cardiga, já na fronteira dos concelhos da Barquinha, Golegã e entronca-mento, uma mancha de disper-são de vestígios Pré-históricos.Aí recolhemos numerosas lascas de sílex e de quartzito, bem como artefactos talhados sobre quatzito (raspadores e bifaces) de tipologia do Paleolítico Infe-rior, como o exemplar que aqui se reproduz.Também na zona do Telheiro (Atalaia), em acção de prospec-ção colectiva, tivemos oportuni-dade de recolher lascas de sílex e seixos talhados em quartzito.

o pequeno raspador em sílex aqui reproduzido, foi por mim recolhido nessa acção de prospecção. este e outros sítios estão indicados na Carta Galeria Histórico Arqueológi-ca do Concelho de Vila nova da Barquinha, recentemente publicada, como tendo sido referenciados individualmente por José da silva Gomes, lapso incompreensível, porquanto os trabalhos publicados nos anos 90 que incorporam os sítios des-cobertos na Barquinha, referem claramente que foram identifi-cados por “elementos do núcleo de Arqueologia da Barquinha”, pois era sabido que o trabalho de pesquisa e inventariação de sítios arqueológicos tinha sido resultante de um labor colecti-vo. efectivamente, salvo os ca-sos excepcionais que indicarei, foram descobertos em acções colectivas de prospecção em que o amigo Zé Gomes, natural-mente, na grande maioria das vezes, também estava presente. este reparo em nada diminui o valor do seu trabalho, mas o seu legado é suficientemente

importante para que não seja preciso atribuir-lhe descobertas realizadas por outros ou a exclu-sividade das mesmas. na verdade, habitualmente encontrávamo-nos no sábado à tarde e partíamos para o campo no meu carro e na carrinha Peugeot do Zé Gomes, se éramos muitos; mas, a maioria das vezes, era suficiente a velha viatura daquele, que ele usava quase como se fosse um todo o-terreno.não resisto a contar um episó-dio curioso que nos aconteceu.um dia, andámos por uns caminhos desconhecidos na zona da Praia do Ribatejo e, a certa altura, deparámos com o caminho cortado por um monte de terra. o Zé Gomes não esteve com meias medidas: acelerou e tentou vencer aquele obs-táculo, o que conseguiu com muita dificuldade, pois a viatura chegou a estar praticamente assente naquele monte de terra. estávamos a ver que a carrinha ficava ali. Bom, mas continuámos o nosso caminho e, de repente, com grande surpresa nossa, aper-cebemo-nos que estávamos no meio do asfalto, na parada do quartel da escola Prática de engenharia. Imagine-se a nossa atrapalhação. Voltar atrás era um problema, seguir em frente um problema era.o Zé Gomes, porém, não se atrapalhou e disse:- não se preocupem. Confiem na minha experiência. A tropa só está preparada para impedir a entrada no quartel. Mante-nham-se com um ar natural e já vão ver.e, dizendo isto, apontou a viatura à porta de armas, numa marcha moderada e, para nosso espanto, a sentinela levantou a barreira e nós lá passámos sem problema, fazendo o resto do percurso até à Barquinha rindo às bandeiras despregadas.este é um pequeno episódio que mostra bem o espírito de “desenrascanço” do nosso amigo Zé Gomes.―

Vide:OOSTERBEEK, L. M. (1994) – Echoes from the East: the Western Network. North Ribatejo (Portugal): an insight to unequal and combi-ned development, 7.000-2.000 B.C. [Documen-to Policopiado]. Londres: University College, Vol. I, 346 p. Dissertação de Doutoramento. CRUZ, A. R. (1997) – Vale do Nabão: do Neolí-tico à Idade do Bronze. Arkeos, Perspec¬tivas em diálogo. Tomar: CEIPHAR – Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo, Vol. 3

Interpretações dos alunos do Castelo de Almourol e da esculturas no Parque de Vn Barquinha

Teatro (Vn Barquinha)

Renato Vieira deixou crianças concentradas com a olaria

Jovens cientistas (entroncamento)

Feira das profissões juntou muitos alunos no entroncamento

Alunos de Barquinha e Entroncamento mostraram o que aprenderam e abriram portas das suas escolas

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010 ECONOMIANovoAlmourol

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"A agricultura em Portugal não é uma moda, tem presente e tem futuro"

A antiga escola primária da Arrifana (Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes) é desde dia 13 de Março a nova sede da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, passando a designar--se Edifício Engenheiro Luís Bairrão. A ministra da Agri-

cultura e do Mar, Assunção Cristas, esteve na inauguração e elogiou a “resiliência” do sec-tor agrícola português. “A agri-cultura é uma área de presente e de futuro, temos um trabalho reconhecido cá e lá fora e agra-deço o empenho de todos os agricultores e também dos au-

tarcas numa acção conjugada nacional, nos vários níveis de governação”, disse a ministra. A conversão da antiga esco-la nasce de um protocolo da associação com a Câmara de Abrantes que inclui a cedência das instalações por um período de 35 anos.―

Portal para dinamizar a regeneração urbanaum novo portal foi criado pela nersant que disponibiliza uma bolsa de concursos a obras de construção nacionais e internacionais e, em particular, para obras de reabilitação urbana. no portal, é possível consultar os avisos de concursos públicos publicados a nível nacional ou nos mais diversos mercados internacionais. As empresas do sector da construção civil que queiram ter acesso gratuito à bolsa de concursos públicos de obras de construção nacionais e internacionais poderão fazê-lo através do portal http://regenerapolis.nersant.pt, após registo prévio. os empresários poderão aceder às informações sobre os mecanismos de financiamento disponíveis para estas obras e permite-lhes ainda ficar a conhecer iniciativas que surjam, ou mesmo novos diplomas legais.―

TEXTO RICARDO ALVES

Seis Associações de Desen-volvimento Local, em re-presentação de 38 municípios, realizaram uma parceria para a criação de uma Loja no In-tendente, em Lisboa, uma das zonas que maior fulgor tem granjeado nos últimos anos na capital portuguesa. A Loja do Intendente – Produtos e Territórios, foi visitada no dia 26 de Março e para além do parceiros das associações (Co-raNE – Terra Fria Transmon-tana, a Terras de Sicó, a Pinhal Maior - Pinhal Interior Sul, a TAGUS – Ribatejo Interior, a ADER-AL – Alto Alentejo e a MONTE–ACE – Alentejo Centro) viajaram, até Lisboa os presidentes das Câmaras de Abrantes, Mação e Sardoal.

A loja vai ser inaugurada em Julho mas até lá ainda vai realizar-se um concurso para a concessão do espaço, o qual vai escolher o representante dos territórios rurais na capital. O

concurso processa-se por ajuste directo por convite e com um aluguer mínimo mensal de 800 euros sendo que os interessados podem contactar a TAGUS - Associação para o Desenvol-vimento Integrado do Ribatejo Interior, em Abrantes.

Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, também acompanhou a comitiva na vi-sita às obras que após estarem concluídas deixarão uma loja agro-alimentar, uma cafetaria, zona expositiva e esplanada.

O projecto fica geografica-mente integrado com o hostel, a residência de estudantes de Erasmus e o hotel de charme em construção, cooperando com as associações e projectos resultantes do Programa dos Bairros e Zonas de Interven-ção Prioritária do Município de Lisboa.

INVESTIMENTOParceria entre seis associações leva produtos locais para o Intendente

neRsAnT

Nersant explica apoios para a economia socialNos dias 7 e 9 de Abril, a NERSANT vai realizar sessões de esclarecimento relativamente aos apoios disponíveis para o terceiro sector. No dia 7 a sessão vai decorrer em Torres Novas, entre as 14h15 e as 17h30, sendo que no dia 9, a mesma terá lugar no Vale de Santarém (Estação Zootécnica Nacional), entre as 10h15 e as 13h00. As sessões iniciam com intervenção do Presidente da União das IPSS’s de Santarém, Eduardo Mourinha, seguindo-se intervenção de Mário Rebelo, Presidente do Secretariado Regional de Santarém da União das Misericórdias Portuguesas e do Director da Segurança Social de Santarém, Tiago Leite."Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos" (apresentação do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos 2014-2020) é um dos temas a abordar, seguindo-se a apresentação do Programa Operacional Temático Inclusão Social e Emprego. A NERSANT vai ainda dar a conhecer as vantagens da eficiência energética para este tipo de entidades, seguindo-se a apresentação, por parte de Fernando Amaro, do Montepio Geral, dos apoios da banca para a economia social. O encerramento da sessão está ao cargo de António Campos, Presidente da Comissão Executiva da NERSANT.―

ReGIÂo

Site da Festa TempláriaA ADIRN – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, apresentou no dia 13 de Março o novo site da Festa Templária (www.festatemplaria.pt), que se realiza de 27 a 31 de Maio em Tomar. No site está toda a informação sobre as actividades a desenvolver antes e durante o evento: Palestras, Feira, Seminários, Animação; inscrições nas actividades; Festival de Cozinha Medieval; aluguer de trajes, entre outros.―

AdIRn

O azeite Gallo foi distinguindo, pela segunda vez, com a Medalha de Ouro no concurso internacional de Azeite Virgem Extra de Qualidade Mário Solinas 2015, um dos concursos internacionais do sector mais prestigiado e rigoroso, que distingue anualmente os melhores azeites do mundo. O escolhido foi o Gallo Colheita ao Luar, fruto de um antigo ritual da colheita nocturna, na categoria de Frutado Maduro.

Representantes das associações, autarquias e do Turismo do Centro posaram para a foto junto ao local da loja

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Muni-cipal de Abrantes, afirmou ao NA que a nova loja em Lis-boa é uma oportunidade para aproveitar o fluxo turístico na cidade. “A nossa presença em mercados nacionais, de seis associações de desenvol-vimento local, de 38 muni-cípios, num local que é uma aposta da autarquia de Lisboa em dinamizar uma zona da cidade no âmbito do turismo reveste-se para nós de espe-cial importância porque hoje chegam a Lisboa milhares de pessoas por dia, vindas de bar-co ou avião”.

A autarca abrantina disse também que esta aposta nos mercados nacionais é "essen-cial" porque “vai testar a capa-cidade de mostrar aos turistas, a quem visita Portugal, que há mais para além de Lisboa, que há um território imenso por descobrir cheio de potencia-lidades, cheio de produtos de qualidade, pronto para receber quem nos queira visitar”.―

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014 ENTREVISTANovoAlmourol

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Miguel Borges (PSD) é presidente da Câmara Municipal de Sardoal no seu primeiro mandato à frente do município depois de ter exercido funções como vice-presidente. Casado e pai de quatro filhos, o professor do

TEXTO&FOTOgRaFIa RICARDO ALVES

Depois de uma edição de sucesso em 2014, as festas regressam, que perspectivas para o fu-turo?De acordo com cada executivo camarário, pode haver sempre motivo de inovação nas festas, mas há aspectos que não se podem alterar, como a segunda-feira da Boa Viagem. Têm um formato religioso com rituais - missa solene seguida de procissão e a bênção das viaturas e dos barcos - que é para manter. Devemos fazer um grande esforço para continuar com a sensibilização e apelar à participação do maior número possível de embarca-ções, projectando o concelho e o turismo, com efeitos laterais no desenvolvimento económico. Cada vez há mais dificuldades em ter embarcações pois há custos adicionais para as autarquias e para todos os que vêm em nome individual. A nossa grande aposta tem sido com as autarquias, os concelhos ribeirinhos, é algo que se faz com muito tempo de antecedência, muitos tele-fonemas, muita persistência. Esse resultado tem vindo a ser alcançado. E na parte, digamos, profana, nas festas do concelho?Na parte de natureza cultural, desportiva, recreativa e de envolvimento da população, uma das nossas metas é continuar a envolver o mais possível as associações e colectividades do concelho e a população em geral. Tem havido um esforço para dar resposta a todas as associa-ções que querem participar na festa (tasquinhas, quios-ques, venda de bolos), com equilíbrio e equidade. Às vezes não é fácil de gerir, pois há interesses diferentes. A ideia de cada um é ganhar o mais possível para investir nas suas actividades. Este ano vamos manter a adesão. E mais, o centro histórico tem cada vez menos pessoas e as que lá vivem têm alguma idade pelo que aquela tradição mais recente de embelezar as ruas tem vindo a decair. Não digo em qualidade mas em quantidade. Este ano fez-se um desafio às associações e vamos ter 20 becos e ruas ornamentados e isso é um trabalho que temos planeado em termos de futuro, uma outra forma de atractividade. Vamos ver como resulta e se o trabalho a que as associações se comprometeram resultará numa imagem mais atractiva. E há uma oferta cultural e desportiva intensa durante os dias de festa…O nosso objectivo é, por um lado, ter uma época de oferta cultural de que todos possam usufruir gratuita-

mente, tendo em conta as disponibilidades financeiras da autarquia, e creio que há sempre qualidade para to-dos os públicos. Mas também há a promoção da nossa gastronomia, o peixe do rio e as migas, quer as que se faziam na margem sul – carvoeiras - como as de Mon-talvo, e por outro lado a promoção do nosso artesanato. Este ano vamos ter os artesãos do concelho integrados na mostra de artesanato nacional. As coisas têm que ir melhorando de uns anos para os outros em termos de avaliação e por isso concluímos que devia haver mais animação na praça. Nas linhas gerais para o futuro é realmente uma aposta de afirmação da Festa de NSBV, não só como interesse religioso mas como forma de afirmação do concelho e uma grande aposta no envol-vimento das pessoas e instituições do concelho. O trabalho local está a ser feito, e depois, o que mais pode ser feito?Nós estamos na zona centro, uma zona muito diversa. Apesar da temática ligada aos percursos da fé ser um dos eixos da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (RTC), creio que ainda não entenderam muito bem que as festas de NSBV, enquanto evento

Júlia Amorim, fotografada num dos jardins adjacentes aos Paços do concelho.

que constitui uma das mais autênticas e representativas manifestações de fé e de cultura popular do nosso país, tem de ser um marco de interesse relevante e “agarrado” por aquela entidade, fazendo parte de um roteiro reli-gioso, no qual Fátima está à cabeça. Mas não podemos descurar a festa de NSBV e a Semana Santa no Sardoal. Parte da tradição mais simbólica e atractiva das festas está associada aos antigos, à, à reli-giosidade. Como vê a perda de fiéis, a questão demográfica, o desinteresse dos mais jovens? Põe em causa o futuro dos festejos?Essa é uma boa pergunta mas tem várias respostas. Uma tem que ver com a afirmação da prática religiosa: há um grande trabalho a desenvolver pela igreja. A pa-

róquia nunca deixou de organizar as cerimónias religio-sas. É evidente que a câmara e a junta de freguesia de Constância têm aqui um suporte financeiro e logístico. Em meu entender, o que se coloca aqui tem que ver com o seguinte: as pessoas vêm para ver a procissão e as bênçãos por turismo ou por fé? Penso que é com senti-mentos de fé que se faz a procissão e há outros que vêm para assistir. E ainda se consegue ter um terceiro tipo de pessoas, que não têm uma prática religiosa, católica re-gular, mas que acabam por se sentir tocados por aquele envolvimento. Na questão demográfica, nós já tivemos menos embarcações no rio e eu acho que isto tem de ser um trabalho de cada concelho. É uma incógnita, mas eu tenho esperança! Se os nossos antigos têm morrido mas temos mais barcos a participar nas festas, tenho espe-rança que tal se irá consolidar. Na apresentação das festas disse que num mundo cada vez mais individualista Constân-cia podia ser um nicho de mercado, em con-traciclo, porquê?Apesar de tudo, entendo que no nosso concelho, neste momento, nos unimos todos em torno da festa. E quem nos visita acaba sempre por se sentir tocado; se for um cidadão atento, apercebe-se do ambiente de boa dispo-sição, em que todos se conhecem. Lembro-me agora da associação Aldeiense, os grupos de jovens, alguns que já não vivem no concelho, e que se juntam um dia para jantar. Nos escuteiros, os próprios pais a trabalhar e as famílias que lá vão… Há um grande número de pessoas que gostam das migas e do peixe frito, mas é frequente ver famílias que tradicionalmente almoçavam em casa no dia de Páscoa e que escolhem uma das tasquinhas que serve borrego. Vive-se um ambiente bastante co-munitário que pode ser a quebra de ritmos de vida, a que o concelho também não é imune, mas que acaba por ser uma característica da maioria das pessoas. Po-dem encontrar aqui um outro ambiente. Outro dos objectivos é mostrar a vila aos visi-tantes, por isso e não só alteraram o percurso da tradicional caminhada? Creio que o percurso da caminhada do ano passado era muito mais atractivo em termos desportivos (à beira do rio e plano). Mas a alteração faz-se com dois objectivos: os atletas da corrida queixavam-se por encontrarem as pessoas que iam na caminhada e nós queremos melho-res condições para a prova principal; e por outro lado, passando o percurso da caminhada pelo centro históri-co e parte nova da vila, temos perspectivas que as pes-soas se identifiquem com o local. Há muitas urbaniza-

“A Região Turismo do Centro ainda não entendeu muito bem que as festas de NSBV têm de ser um marco de interesse turístico relevante e “agarrado” por aquela entidade (...)„

JÚLIA AMORIM

"Em Constância sente-se um ambiente diferente"

A presidente da Câmara de Constância fala sobre

as Festas de N.ª Sra. da Boa Viagem (NSBV), do seu passado, presente e futuro, e aborda outras questões, mais sociais, como o papel da mulher na sociedade

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ENTREVISTA 015ABRIL 2015

ções que ainda têm lotes para vender e sabemos que os custos agora são mais baixos. Conhecendo o concelho pode haver alguma forma de atrair mais pessoas, não ficando apenas centradas na parte baixa da vila. Nos concelhos pequenos a cada vez maior responsabilização das autarquias e o menor financiamento pesam ainda mais? Vivemos momentos em que os concelhos não estão a ser bem tratados, e os autarcas também não. Sejam os grandes ou os pequenos. Um dos aspectos é a pró-pria responsabilização por determinados actos, até em termos administrativos, em que podemos ser levados a tribunal, por exemplo. É algo que que a Associação Nacional dos Municípios devia discutir mais, inclusiva-mente criar um seguro para os autarcas. O Tribunal de Contas tem sido muito insistente nas suas deliberações e pareceres técnicos sobre os quais os autarcas têm de emitir o despacho. Nós às vezes costumamos dizer a brincar que os autarcas têm de ser técnicos e têm que saber tudo. Não podemos deixar de ter conhecimento para poder despachar nos termos legais, responsabilida-des que alguns membros do governo não têm. Têm-se feito algumas inspecções em que se imputam aos eleitos algumas falhas e os responsabilizam, quando, no fundo, nós estamos aqui é para fazer mais trabalho de rua do que de gabineteJá referiu e criticou que a lei das finanças lo-cais não está a ser respeitada?Continua a não ser cumprida. Os municípios deviam ter mais receitas. Se formos ver o volume das receitas que recebemos do Orçamento de Estado (OE), o ní-vel da receita corrente aumenta mas a receita de capital por via do OE diminui. No seu todo, a coisa não está equilibrada. E podemos somar a isso os instrumentos de natureza legal que nos atrofiam o funcionamento, as questões relacionadas com a necessidade de mais pessoal para responder a novas responsabilidades, não podendo proceder à contratação – não é o nosso caso –, e a questão dos fundos comunitários que se avizinham, com os municípios mais pequenos a não poderem ter a componente nacional para fazer face a algumas oportu-nidades. Depois, a própria descentralização de compe-tências. A administração central acha que estamos mais próximos dos cidadãos e que podemos fazer um melhor trabalho que eles com menos ou iguais meios, mas nós já estamos a fazer muita coisa que ultrapassa as nossas competências, e sempre sem autonomia, acabando por sermos meros executantes. Há aqui um conjunto de si-tuações que acho que deviam passar pela regionalização, e uma vez que não a há… O que há é centralização do poder, uma que não é séria. Em algum momento quando esteve em Be-lém, a acompanhar a condecoração ao ex-pre-sidente António Mendes, imaginou passar algumas críticas ao Presidente da República (PR), imaginou-se a quebrar o protocolo?(risos) Bom, eu sou uma pessoa sincera e vou sê-lo. Foi um momento emotivo e naquela altura não pensei no que o PR tem feito bem ou mal. Estava centrada no que estava a acontecer, na grande estima pessoal que tenho por António Mendes e na honra para o conce-lho. A Presidência entendeu distinguir alguns autarcas e na altura da cerimónia era nisso que estava centrada e também me centrei no discurso que o PR fez, que foi o um discurso soft. O presidente Mendes, que foi incum-bido de fazer um discurso em nome dos autarcas, fez um discurso interessante e conseguiu, apesar de alguma amizade e relacionamento próximo com o agora PR, dizer algumas coisas de forma elegante, afirmando a importância do poder local democrático do 25 de Abril e que o mesmo não está a ser cumprido. Eu não ia com espírito para pensar noutras coisas (risos).Voltando às festas, as associações estão com força no concelho, ao longo do ano e não ape-nas nesta altura?Eu sou daquelas pessoas que acha que o movimento associativo é rico. Às vezes temos reuniões com eles e queixam-se que os associados não vão à sede… Por

exemplo, o caso do Estrela Verde, o presidente do clube queixa-se de que não há pessoas na sede e eu com o meu feitio disse-lhe que as pessoas agora já não precisam de ir lá para namorar ou ver televisão, fazem-no em casa. Os tempos mudaram. O Estrela Verde está a trabalhar bem na patinagem, com um grande envolvimento dos pais… No concelho, a análise que eu faço é que o mo-vimento associativo no concelho é extraordinário, con-seguimos ter todas as associações com direcção. Houve o caso de Malpique com a porta fechada durante seis anos mas houve um grupo de gente jovem que pegou e já vai na segunda direcção. Só em Malpique há três as-sociações, e com ritmo. Em Montalvo, desde a Associa-ção Humanitária, à Jica, à Banda Filarmónica e à Casa do Povo todas conseguem ter corpos sociais e todas têm uma actividade regular. Portanto, acho que o nos-so movimento associativo está de parabéns e fazem um trabalho voluntário excelente e as palavras que tenho para eles é que devem estar orgulhosos do trabalho que fazem e que tentem ao mesmo tempo envolver jovens nas direcções para continuar a haver quem continue o seu trabalho. Tem as Associações bem e tem agora também um sítio para cuidar dessas pessoas que já estiveram nas Associações, o lar de idosos de Santa Margarida, está satisfeita?Estou satisfeita porque era uma resposta social que fal-tava não só no concelho mas na região, foi sempre o que eu disse mesmo quando me disseram na altura que não havia necessidade, que eram caprichos de autarcas. Satisfeita por três razões: porque a resposta social existe e não é só para os idosos, é para as famílias que não têm possibilidade de cuidar dos idosos da maneira como eles gostavam e como eles merecem; porque se conseguiu pensar e decidir rapidamente que valia a pena arriscar

“As mulheres só se conseguem impôr pela competência numa empresa ou mesmo nos partidos. O que é que as mulheres podem fazer? Podem dar o exemplo, nem que se esmifrem todas, mas através do seu exemplo podem motivar outras.„

e num mês conseguimos fazer um projecto de arqui-tectura e a candidatura - conseguiu a misericórdia com o apoio da câmara, naturalmente. Por outro lado, sinto que é um lar familiar, que é o que me toca mais. Vejo que as pessoas estão perto da sua terra, num sítio areja-do e com muita luz e vê-se que há ali uma proximida-de, todos se conhecem, os que chegam, os familiares, os funcionários. Já entrei noutros lares em que não há uma proximidade tão grande em termos afectivos. A resposta social é suficiente?Há novos desafios. O facto de haver lista de espera leva--nos a concluir que o Lar da Misericórdia (Constância) necessita de se expandir e há uma forte possibilidade de virmos a resolver dois problemas: um é um edifício que era uma casa senhorial e está degradado e há um grande esforço da misericórdia em adquirir o espaço para aumentar e rentabilizar a capacidade de utentes. Ficamos com dois problemas resolvidos, o aumento na resposta, a sustentabilidade da Santa Casa e mais traba-lhadores, e também ficamos com o espaço recuperado. Já está encaminhado, fizemos uma reunião com ambas as partes e tentámos criar pontos de união. Isso é uma boa notícia. E se há dois ou três anos entendia que em Montalvo o que era necessário passava por reforçar o Apoio Domiciliário e ter um centro de convívio para as pessoas, um espaço quentinho e confortável com uma animadora sócio cultural, eu hoje já não descarto a hi-pótese de avançar com uma candidatura de resposta de lar, tendo em conta a necessidade que se tem verificado. Como vê o papel da mulher na sociedade, as desigualdades que ainda permanecem, e de que forma é que se pode lutar contra isso?Evoluiu-se muito a nível de legislação produzida após o 25 de Abril; e se for cumprida há aqui um grande avanço. Na prática tem-se evoluído em termos da par-ticipação das mulheres para além da vida familiar, mas é evidente que as desigualdades ainda existem. É muito mais difícil uma mulher chegar a um cargo de direc-ção, de maior protagonismo na política. Nas escolas, por exemplo, há uma maioria de professoras mas as direc-ções são maioritariamente compostas por homens. Nos salários (trabalho igual, salários diferentes) e mesmo a nível familiar há uma injustiça muito grande que é a fal-ta de partilha das tarefas domésticas, que faz com que a mulher não tenha tanto tempo para si. Ainda há muita coisa por fazer, e não posso deixar de dizer que nesse trabalho, nós temos um peso histórico, como todos os países têm, de educação, do papel da mulher na socie-dade e, portanto, estamos arreigados a isso. Acho que há um grande trabalho a fazer na educação e no próprio papel que a mulher ocupa na sociedade, em casa, na educação dos filhos. O facto de as mulheres trabalha-rem veio dar-lhes mais força porque a base essencial da liberdade tem a ver com a independência económica, e não estar subjugada ao marido para comprar comida ou comprar uns sapatos. É claro que muitas mulheres ao longo destes anos foram trabalhar mas, não vamos es-camotear a verdade, foram trabalhar para ajudar a equi-librar o orçamento doméstico, o que dá muito jeito, e os homens nem se importaram muito. As mulheres só se conseguem impor pela competência numa empresa ou mesmo nos partidos. O que é que as mulheres podem fazer? Podem dar o exemplo, nem que se esmifrem to-das, mas através do seu exemplo podem motivar outras. A luta pela igualdade deve ser dos homens e das mulhe-res e se a gente olhar para a Merkel… ela é um protó-tipo de homem na gestão, e muitas mulheres na gestão comportam-se exactamente como executivos, porque acham que não se conseguem impor por si e acham que têm de se impor formatadas pelo executivo homem. Vou-lhe propor que faça um convite especial às mulheres para virem à festa.Faço um apelo para que nestes dias das festas do conce-lho as mulheres do nosso concelho e da região possam vir e ter algum tempo de lazer, usufruindo de tudo aqui-lo que a nível cultural acontece neste espaço da festa; com o ambiente que aqui se vive, poderão sair revigora-das para a semana de trabalho que se segue.―

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016 FESTAS CONSTÂNCIANovoAlmourol

ABRIL 2015

PROGRAMA

Um mar de gente no abraço de dois riosRuas e becos da vila serão adornados com motivos típicos e grandiosos arranjos florais, tornando Constância numa verdadeira musa do Tejo e este ano aumentará em muito o número de ruas floridas, desde a zona histórica até à entrada norte da vila. Calcula-se que mais de um milhão de flores de papel vão ornamentar as ruas, recantos e praça da vila de Constância. A música, o desporto, o artesanato e as cerimónias religiosas animam a vila de 3 a 6 de Abril

3 de Abril Sexta-feira24h00 – Concerto: Dimpruviso(Palco Pelourinho)

4 de Abril Sábado15h00 – Inauguração Oficial das Festas(junto ao Monumento a Camões)15h30 – Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição.Inauguração da sede do Fórum associativo e de Juventude: Projecto rede Criativa – FAJUDIS (Rua Luís de camões, n.º 9)- Inauguração da exposição “Embarcações do estuário do Tejo: História, Memórias e Vivências” Espólio da Associação Naval Sarilhense (Sala Polivalente Cine-teatro de Constância)15h30 – 21h00 – Animação de rua: Drama e Beiço20h30 – Concerto: Miguel Maat (Palco Pelourinho)22h30 – Concerto: Mundo Segundo (Dealema) + Sam the Kid (Palco Camões)00h30 – Concerto: Remédiu Santu (Palco Pelourinho)

5 de Abril Domingo15h00 Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição15h30 – 21h00 – Animação de rua: Drama e Beiço16h00 – Tarde de Folclore (Palco Camões)20h30 – Concerto: The Peakles (Tributo aos Beatles) (Palco Pelourinho)22h30 – Concerto: Tiago Bettencourt (Palco Camões)24h00 – Concerto: Ricardo Rebelo (Palco Pelourinho)

Desporto - Sábado 4 Abril9h30 – 27.º Grande Prémio da Páscoa de Constância em Atletismo/Edp Distribuição (Avenida das Forças Armadas)16h00 – Aula de Zumba (Palco Pelourinho)

6 de Abril Segunda-feira9h30 – Içar das Bandeiras nos paços do Concelho, com Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Constância e a presença da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro.10h00 – Cerimónia de Distinção dos funcionários do Município (Salão Nobre do Paços do Concelho)10h30 – Visita às ruas floridas13h00 – Chegada das embarcações engalanadas15h00 - Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição15h30 Cerimónias Religiosas: Missa Solene na Igreja Matriz; Procissão em Louvor de Nossa Senhora da Boa Viagem; Bênçãos dos barcos nos rios Tejo e Zêzere e das viaturas na praça Alexandre Herculano.19h30 – Concerto: Toc’&Foge (Palco Pelourinho)22h00 – Concerto D.A.M.A. (Palco Camões)24h00 – Espectáculo piromusical

RICARDO ALVES

Programa Religioso 3 de Abril – Sexta Feira Santa, 17h00 Celebração da Paixão do Senhor 4 de Abril Sábado Santo, 21h00 – Vigília Pascal 5 de Abril – Domingo de Páscoa12h00 Celebração da ressurreição do Senhor14h30 Anúncio do Pároco da Ressurreição do Senhor com visita da Coroa de Nossa Senhora da Boa Viagem

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noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

DESPORTO 017ABRIL 2015

"Almourol àVista", uma das mais belas provas do paísno dia 26 de Abril realiza-se o VIII Almourol à Vista, Passeio/Maratona Btt – Almourol. As inscrições podem ser feitas em www.almourol-a-vista.webnode.pt, terminando o prazo no dia 21 de Abril ou quando se atingir o limite de inscrições validadas. A oitava edição da prova será composta por percursos de 40 kms em Passeio e 60 kms em Maratona. A prova é considerada por muitos como uma das mais belas do país.―

BTT ATLeTIsMo

Clube Náutico Barquinhense de volta aos pódios

no mês de Março deu-se o arranque do calendário nacional de canoagem. o CnB abriu o mês com uma prova de Fundo regional em Amora perto da Baía do seixal, onde obteve a sua primeira medalha da época. Com 11 atletas ao cuidado do técnico Fábio Passos Leitão o náutico alcançou o seu objectivo, tendo subido na classificação geral para 9º lugar. João santos foi o melhor classificado com a segunda posição do pódio no escalão de iniciados.no fim-de-semana 14 e 15 de Março o CnB. deslocou-se a Melres no rio douro para participar no Campeonato nacional de Fundo e Tripulações com apenas sete atletas o clube ficou em 27.º lugar entre 51 clubes, o destaque vai para a embarcação k4 infantil que ficou em 10º lugar nacional. no dia 21 de Março a deslocação foi para salvaterra de Magos levando 17 atletas do Barquinhense uma das maiores comitivas. o CnB conquistou 6 medalhas ( 1º lugar k1 iniciado João santos, 1º lugar K2 infantil Tiago Fernandes/Francisco santos, 3º K2 infantil Bruno Rodrigues/diogo Correia e 3º lugar k1 infantil Rodrigo Correia) na geral o náutico alcançou um 5º lugar. nesta prova estrearam-se 3 novos atletas (Rita Alarico, Cláudio Agostinho e Ângelo Pedrosa.―

CAnoAGeM

No Sábado, 18 de Abril, 14h00, há Danças de salão no novoPavilhão Municipal de Vila Nova da Barquinha.Vai realizar-se o 1.° Regional - 1.° Troféu José Casebre.A competir, no mínimo, 55 pares a nível do Distrito de Santarém.

TEXTO RICARDO ALVES

Trata-se da excêntrica vo-calista dos aclamados Bu-raka Som Sistema mas o que Blaya leva a Vila Nova da Bar-quinha, no dia 19 de Abril, é um Mega Workshop de “Kudafro e Pack Bundas” que vão pôr à pro-va a resistência do então recém inaugurado Pavilhão Despor-tivo Municipal e das cerca de 600 pessoas que a organização espera que marquem presença no evento.

A partir das 10h00, os ritmos africanos vão invadir VNB e os e as participantes vão descobrir movimentos do corpo que cer-tamente não imaginavam possí-veis. O evento tem por objectivo angariar alimentos para a Loja Social de Vila Nova da Barqui-nha, e nesse sentido, juntamen-te com a inscrição (obrigatória, no Centro Cultural, Escola D. Maria II ou através de formu-lário online disponível no site e facebook do município) pede-se que os participantes ofereçam alimentos para apoiar as famí-

DANÇA

HOMENAGEM

Centena e meia de pessoas aplaudiram Manuel MaiaTEXTO&FOTO RICARDO ALVES

Manuel Maia, atleta ve-terano de Moita do Norte (VN Barquinha) e do CLAC – Clube de Lazer, Aventura e Competição do Entronca-mento, foi homenageado com honras de casa cheia no Clube Instrução e Recreio da sua terra (Ex-Tuna) numa organização levada a cabo pela Junta de Fre-guesia de VNB e com o apoio da Câmara Municipal, Grupo Cicloturismo Barquinhense e Jornal Novo Almourol.

No dia 14 de Março, pela manhã, realizou-se o Corta--Mato de homenagem a Ma-nuel Maia, de 74 anos, junto às piscinas de Moita do Norte. À Noite a festa deslocou-se para a Ex-Tuna com cerca de 150 pessoas a aplaudir o atleta ve-terano. Presentes estiveram o presidente da Câmara Munici-pal de VNB, Fernando Freire, os vereadores Rui Constantino e Ricardo Honório, bem como Luís Valente, entre outros re-presentantes.

João Machado, presidente da Junta de Freguesia de VNB, afirmou que “não podia deixar de homenagear o seu atleta” e enalteceu “o grande contributo para a vitalidade diária desta nossa terra, para uma ideia de movimento” que “é dado pelo Sr. Manuel Maia e por todos quan-tos percorrem as nossas ruas, estradas e passeios, a correr ou de bicicleta”. Machado reforçou a importância do desporto pois “motiva e une comunidades, es-bate desigualdades e gera desen-volvimento.

Já Manuel Maia, visivel-mente emocionado, abriu o seu discurso agradecendo a todos os

Furacão Blaya vai atingir Vila Nova da Barquinha

Foto: Manuel Luís

lias carenciadas do concelho. Blaya será cabeça de cartaz,

mas antes do “furacão” atingir o Pavilhão, haverá lugar a um aquecimento com outros con-vidados.

A organização é da Câma-ra Municipal VN Barquinha, Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha e Cen-tro Municipal de Actividade Fí-sica Aquagym com o apoio dos parceiros Loja Social, Hobbyvi-da e Innova Team (empresa dos alunos da Escola D. Maria II, Viveiro de Empresas).―

presentes e afirmou que tal lhe dava “ainda mais força, garra e dinâmica para continuar a fazer o que tanto gosto, que é correr… No mínimo durante mais dez anos!”, arrancando gargalhadas. O atleta do CLAC agradeceu ao seu clube, “por todo o apoio prestado” e deixou palavras es-peciais para Ana Abegão e Má-rio Abegão, “amiga” e treinador. As mais especiais dirigiu-as á sua esposa, Conceição.

Manuel Maia recebeu “pré-mios” da Junta de Freguesia de VNB e outras colectividades, e Fernando Freire, presidente da autarquia, entregou-lhe em mãos a medalha do concelho.―

Vocalista dos Buraka som sistema

Manuel Maia, ladeado por Fernando Freire e João Machado, entre amigos

Nadadora abrantina convocada para mundial escolar

Maria Madalena silva, nadadora do Clube náutico de Abrantes e aluna da escola secundária dr. solano de Abreu, vai estar em Poznan, na Polónia, onde se realiza o Campeonato do Mundo do desporto escolar, entre os dias 16 e 21 de Abril. A atleta foi convocada para representar a selecção nacional Feminina de natação. Maria Madalena silva é Vice-Campeã nacional Absoluta nos 50m bruços.―

nATAção

José Canelo Campeão EuropeuJosé Canelo sagrou-se campeão europeu dos 3000 e dos 400 metros em Torun (Polónia), cidade que recebeu, de 22 a 28 de Março, o “Campeonato da europa de Atletismo de Pista Coberta – Masters”. o atleta de 90 anos do CLAC – Clube de Lazer Aventura e Competição do entroncamento correu os 3000 metros em 18.46.25 minutos e no dia 26 voltou a arrecadar a medalha de ouro com 1.56,85 aos 400 metros. José Canelo ainda iria competir nos 800 e 500 metros, mas o fecho de edição do nA não nos permite trazer os resultados atempadamente.―

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018 CULTONovoAlmourol

ABRIL 2015

OS PASSOS DE SÍSIfO

As fortificações do Médio Tejo: uma memória para promover a pazOpInIãO LUIz OOSTERBEEk

O Médio Tejo é um territó-rio de grande diversidade ecológica, com abundantes re-cursos naturais, que funcionou como plataforma de transição entre territórios e de conflitua-lidade entre interesses estru-turados na dicotomia litoral/interior ou Norte/Sul do Tejo. Essa conflitualidade quase per-manente desde a proto-história explica em parte a escassez de vestígios monumentais não militares, mas também a diver-sidade, alta densidade e com-plexidade destes últimos, desde os remotos povoados da Fonte Quente (Tomar) e Zimbreira (Mação), até ao actual polígo-no de Tancos.

O campo da chamada “ar-queologia do conflito” ou da “violência” (designação mais ampla e que consente a in-corporação de outro tipo de tensões sociais e pessoais, nem sempre plenamente explícitas) emergiu da história e, tal como outras temáticas que permea-ram a arqueologia nas últimas décadas, ainda se não estabili-

zou conceitualmente como um campo específico desta últi-ma. A violência é uma atitude comportamental associada a mecanismos de afirmação de poder (ou contrapoder), de escala individual ou colectiva, e que está presente nos prima-tas em geral e, em particular, entre os humanos. Mas assu-me, paralelamente, distintas aparências: protecção, defesa, identidade, segurança, coesão, diálogo… A violência começa, de facto, na afirmação identi-tária, que é sempre um proces-so de exclusão, segregador, de não-reconhecimento da huma-nidade (dos direitos iguais) do outro. Mas sendo um processo identitário, ele é sempre plu-ral, dado que cada indivíduo, e cada grupo, se reveste de diver-sas identidades, não raro con-traditórias. Como aferir, em contexto arqueológico, a fun-cionalidade de determinados artefactos? Como interpretar sinais de descarnação? Como distinguir, em contextos espe-cíficos, vestígios de assassina-tos de eventuais processos de eutanásia?

Um caminho importante na

análise dos contextos ar-queológicos tem sido o de com-preender a sua complexidade através da valoração da dimen-são simbólica do comporta-mento humano. A reinterpre-tação, em diversos contextos, de estruturas fortificadas como mecanismos de afirmação de poder e de dissuasão, mais do que como dispositivos milita-res, é disso um exemplo. Mas em contexto de violência pra-ticada (de batalha, de comba-te) a distância temporal entre o planeamento e a acção são muito reduzidos, sobretudo quando o comportamento hu-mano se torna sobretudo reac-tivo (o que é característico da violência em acção). Nestes casos, a compreensão radical do sentido da violência através da arqueologia é prejudicada (pois esta tende a valorizar o tempo longo, as tendências, o sentido geral…). Por exemplo, a arqueologia teria dificuldade em separar, no registo material (que é o que a caracteriza), os partidários de Pieter Botha e os de Frederik de Klerk, na África do Sul, uma distinção que no entanto se revelou cru-cial para o fim do apartheid. À

"Como aferir, em contexto arqueológico, a funcionalidade de determinados artefactos? Como interpretar sinais de descarnação? Como distinguir, em contextos específicos, vestígios de assassinatos de eventuais processos de eutanásia?“

DOM RAMIRO

O caótico mundo do sim SenhorOpInIãO CARLOS VICENTE

A felicidade existia. As coisas eram como eram. Hoje são como são… parece daquelas verdades que sim-plesmente o são, sem mais nem menos. Assim, sem pôr nem tirar, fazendo de conta que é.

Se assim não for, podemos sempre deitar as culpas para trás das costas, dar o dito por não dito, tendo o cujo, dito algo que na realidade não quis dizer, mas foi dito e ouvido por todos os outros, os tais, os que na realidade o ouviram, não ouvindo nada.

Não querendo contradizer alguma coisa, tem que contar de novo, pois nada foi ouvido, pois, nada fora dito. Ele bem o tinha dito, que nada fora

arqueologia escapam os deta-lhes do processo histórico, pois mesmo quando os identifica (uma fogueira acesa numa úni-ca noite, o esqueleto de um sol-dado tombado numa batalha) está quase sempre condenada a interpretar tais vestígios num fluxo global.

Mas isso em nada diminui a importância da arqueologia, que aliás por essa mesma razão consegue ser mais rigorosa na compreensão dos macro-pro-cessos, e na verdade educa o olhar e a reflexão sobre o que são os vestígios de natureza militar que nos cercam, e que muitas vezes olhamos com a condescendência de os consi-derar mero “património”.

As fortificações e vestígios de violência do passado teste-munham tempos e dinâmicas que a arqueologia ajuda a co-nhecer nos detalhes técnicos, e essa é a melhor forma de pro-mover uma didática para a paz.

É por isso essencial rejeitar ao mesmo tempo o relativismo cultural, que nega a história, e a ilusão patrimonialista, quando esta simplifica as interpreta-ções do passado.―

dito. Nisso, estava cheio de ra-zão Sim Senhor e um Senhor, não diz coisas ditas por outros. Um Senhor diz coisas ditas (logo ditas por outros) da boca para fora, logo são ditas por outros… o que é sempre de desconfiar, (quando são ditas por outros) pois, podem não corresponder à verdade dita pelo próprio.

Bom. O importante é tomar-se uma decisão, que é sempre importante, porque é uma decisão que é sempre im-portante, por ser decisão im-portante. E assim, decisão to-mada, mas logo repudiada Sim Senhor, pelos outros Senhores que com ela não concordaram nem discordaram… ficou as-sim a decisão tomada, adiada por mais umas considerações tomadas, não fosse o diabo tecê-las e o diabo tece-las

sempre em seu proveito, Sim Senhor, ficando então tomada a decisão, desta vez decidida pela anterior decisão do diabo, que fugindo da cruz a sete pés. Não teria autoridade nenhu-ma para impôr decisão da qual tinha fugido… fosse ou não o próprio diabo, pois a dúvida fica sempre… diabo que foge, ou não é diabo nenhum ou é um diabo que foge… Sim Se-nhor.

Mas um diabo que foge (!!!) não é diabo nenhum, o diabo não foge.

Pois! E, se as coisas são como são, são assim mesmo. Iguais a elas próprias Sim Se-nhor.

A felicidade existia. Sim Senhor. Agora já não existe! Sim Senhor… e vivemos as-sim, no caótico mundo do Sim Senhor… sem felicidade, pois, não existe no mundo do Sim Senhor. No mundo do Sim Senhor, só existe felicidade para o Senhor, Sim Senhor.

Fico então, à espera da fe-licidade caótica do mundo do Sim Senhor? Sim. Fico então à espera da caótica felicidade do SIM SENHOR… e da ca-deira?

- De quem?!! Do SIM SE-NHOR?

(de acordo com o desacordo ortográf ico… Sim Senhor).―

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noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

CULTURA 019ABRIL 2015

os museus fazem parte do conjunto de organizações-in-strumentos de desenvolvimento de base territorial, agora, des-ignada de base comunitária. o que parece ser comum é que os museus são criações culturais representando realidades natu-rais (quando nos lembramos dos ecomuseus, por exemplo) e realidades culturais, materiais e imateriais, expressas nas tipo-logias museológicas adequadas a coleções predominantes em artesanato, em arte, etc., em suma, representando a obra humana e a sua diversificada capacidade de se manifestar. os territórios e as suas gentes elegem os museus também como lugares distintivos e que representam (e apresentam para os outros territórios e suas gentes) o que se conven-cionou designar por identidade. Independentemente do que possamos dissertar sobre esta problemática museológica há, como a prática cultural nacional demonstra, essencialmente dois tipos de museus: os museus de chave na mão, caraterizados pelo facto de disporem de orça-mentos e projetos museológicos inseridos nas correntes mais modernas da museologia e mu-seografia internacionais. Alguns apresentam grande dificuldade em se imporem. Contudo, e nesta primeira tipologia outros trabalham o conceito de museu merecendo crescentes atenções e mostrando-se capazes de atrair públicos através de uma programação planeada com base na perceção da Procura. nesta mesma tipologia existem os museus que, embora com condições físicas e matérias de excelência (por vezes com coleções realmente singulares no panorama museal) não conseguem, todavia, atrair públicos. nessa circunstância, vão vivendo das oportunidades de financiamento ou de progra-mas de investimento, por vezes aleatórios. na segunda tipologia poderemos incluir os museus de construção gradual, geralmente de iniciativa local (tanto pública quanto privada) que podem ser lidos como manifestos culturais, por vezes espontâneos que, expressando o território e suas gentes, possuem uma pro-gramação orientada às necessi-

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

41. A memória do Território e sua importância estratégica: o papel dos Museus.

Luís Mota FigueiraProfessor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

dades das pessoas (residentes e visitantes). Alguns desses museus criam linhas de orien-tação científica, por vezes de grande mérito, disputando com os restantes espaços museali-zados, a notoriedade territorial na sua classe. no nosso tempo, parece haver a necessidade de os museus intensificarem a inclusão social que prestam, exercitando em novas con-figurações, o dever de memória que a todos nos implica. Há uma corrente de programação museológica e de organização ocupacional que se pode clas-sificar como museoterapia. neste conceito cabem as estra-tégias de captação e de criação de públicos, bem como uma outra forma de olhar o visitante do museu: a ideia de co-criação da experiência museológica, el-

"Há uma corrente de programação museológica e de organização ocupacional que se pode classificar como museoterapia"

Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpoOnde emergimos da noite e do silêncioE livres habitamos a substância do tempoSophia de Mello Breyner, Poema "25 de Abril"

Gymnaestrada de CáceresA Freguesia de Praia do Ribatejo, VN Barquinha, esteve representada na XVI Gymnaestrada Internacional, em Cáceres - Espanha (Extremadura 2015, Por La Luz), pelo Grupo de Dança L-Kteens do Centro Cultural e Desportivo Limeirense. Este Festival de Ginástica tem como objectivos principais o fomento e difusão das actividades colectivas, apoiar o trabalho em grupo e de solidariedade, exibir coreografias apenas pelo prazer de as mostrar sem nenhum interesse competitivo, facilitar o intercâmbio sociocultural entre diferentes países e regiões. Rita Faustino, Inês Coelho, Carina Machado, Micaela Grácio, Daniela Henriques, Rita António e Beatriz Faustino foram as participantes.―

Rota do Tejo 2015

Com duas poules já realizadas da Rota do Tejo 2015, prova amadora de saltos de obstáculos, na Golegã e na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (Mouriscas), segue-se agora a poule de Constância, no dia 25 de Abril no Centro Hípico de Santa Bárbara. No dia 9 de Maio a Rota do Tejo dirige-se para Vila Nova da Barquinha, para o Centro Hípico Margens do Tejo, finalizando no dia 23 de Maio no Centro Equestre de Abrantes, em Rossio Ao Sul do Tejo.―

HIPIsMo PRAIA do RIBATeJoFeira de Abril regressa à cidadeApós quase uma década de interregno, a Câmara Municipal do Entroncamento vai retomar, a tradicional Feira de Abril, uma feira de diversões e de entretenimento, que fez parte da história da cidade durante largos anos. O regresso da Feira de Abril ao Entroncamento pretende, segundo o município, retomar esta tradição, proporcionando momentos de divertimento e de lazer a toda a população. A feira de Abril é composta por diversos equipamentos de diversão e pela tradicional secção alimentar, e vai realizar-se de 17 a 26 de Abril, no Recinto Multiusos. De Domingo a Quinta: 14-24h00; Sextas-Feiras: 14-1h00; Sábados: 10h-1h00.―

enTRonCAMenTo

VN BARQUINHA

Apresentação do livro "Ao Ritmo do Guia"

TEXTO NA FOTOS SERRANO ROSA

Foi lançado no dia 15 de Março de 2015, na Escola de Tropas Pára-quedistas (ETP), em Tancos, o livro “Ao ritmo do Guia”, expressão bem con-hecida de todos os que fre-quentaram o curso de pára-quedismo militar português, desde os anos 50 até hoje.

Da autoria dos Alferes de Infantaria do Exército Portu-guês, Anacleto Santos, Car-doso Perestrelo e Santos Cor-reia, a obra foi apresentada no

auditório Coronel Pára-que-dista Alcinio Ribeiro da ETP, em Tancos.

O trabalho é o resultado de um diário escrito em 1985, no decurso do 123.º curso de pára-quedismo, pelos três jovens militares que o frequentaram, e que agora o transformaram em livro, enriquecendo-o com um enorme lote de fotografias alusivas às diferentes fases dos cursos de pára-quedismo.

A iniciativa transformou-se num verdadeiro encontro de “boinas verdes” de várias ger-ações e postos, do soldado do

Curso de Espanha em 1955 ao General Chefe do Estado-Maior do Exército em 2015, também ele pára-quedista, contando com a presença de inúmeros convidados militares e civis, entre os quais o Presi-dente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire.

As receitas da venda do liv-ro (15€) revertem inteiramente para o Pára-Clube Nacional os Boinas Verdes, sedeado na Rua Pedro Alvares Cabral, em Vila Nova da Barquinha, telefone 249711449, fax 24.―

evando o seu direito inalienável à participação cultural. Com essa linha de atuação, pratica-se a objetiva produção cultural participativa, desenvolvida em prol de cada região não apenas com a memória presente mas acionando a memória futura. nesta memória futura caberá dar espaço às novas gerações que hão-de continuar a desen-volver o culto da identidade e da espessura histórica a ela as-sociada, bem como a promover a criatividade contemporânea que o museu também deverá saber acolher e desenvolver. A propósito, o Museu nacional dos Coches vai reabrir dia 23 de maio de 2015 aquando da celebração dos 110 anos de existência. .

Tomar, 24 de março de 2015―

o livro foi escrito por três militares que frequentaram o curso de pára-quedismo em 1985

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020 CULTURANovoAlmourol

ABRIL2015

Mais música para o Bons Sons

Há mais adições ao cartaz do Festival Bons sons que se realiza em Cem soldo0s, Tomar, entre os dias 13 e 16 de Agosto. A Tó Trips, Retimbrar, nice weather For ducks e Trêsporcento juntam-se oco, Benjamin (ex-walter Benjamin), salto, eduardo Raon, Carlão, duquesa, Long way To Alaska, Éme, Xaral dixie, João Berhan, Criatura e Timespine. A organização (sCoCs – sport Clube operário Cem soldos) anunciou também a criação de um concurso destinado a arquitectos e designers, sob a designação Concurso Internacional de Ideias, em parceria com a plataforma IdeasForward. o objectivo é criar, na aldeia de Cem soldos, um espaço de descanso e convívio durante o festival. o concurso iniciou-se no dia 17 de Março e decorre até dia 8 de Maio. os passes para o festival encontram-se à venda nos locais habituais, estando, em número limitado, ao preço de 25 euros até final de Abril. Até Junho passarão para 30 euros e em Agosto sobem para 35 euros.―

Exposições Semana SantaTrês exposições estão patentes ao público durante a semana santa de sardoal. em destaque vai estar uma exposição no espaço “Cá da Terra” alusiva aos tapetes de flores, que nesta quadra, cobrem o chão das capelas do sardoal, com trabalhos elaborados pelos alunos do Agrupamento de escolas de sardoal. o átrio da Casa Grande vai acolher até 5 de Abril, uma instalação denominada “PIsCIs”, da autoria dos alunos do Curso Técnico superior Profissional (TesP) em Produção Artística para a Conservação e Restauro uma homenagem à tradição secular da decoração do chão das capelas e igrejas. A mostra de obras do artista nadir Afonso está patente até dia 26 de Abril no Centro Cultural Gil Vicente―

CeM soLdos

sARdoAL

Festas da Barquinha com Miguel Araújo, Kumpania Algazarra e Virgem Suta

As festas concelhias de Vila Nova da Barquinha vão contar com nomes de primeira linha no panorama nacional. Em Junho chegam à vila Miguel Araújo (dia 9), músico que já actuou nas festas com a banda Azeitonas), Kumpania Algazarra (dia 10), que promete pôr o Parque Ribeirinho em alvoroço com a sua qualidade e energia, e Virgem Suta (dia 14) que este ano serão os acompanhantes da pirotecnia, num espectáculo com sincronia. Esta sincronia é habitualmente realizada com a Orquestra Ligeira do Exército, a mesma que vai actuar no dia 13 de Junho. Os Kumpania Algazarra, que actuam dia 10 de Junho, vão realizar espectáculo de rua durante a tarde e à noite no palco.―

Vn BARQuInHA ABRANTESSérgio Godinho em liberdade por Abrantes

TEXTO NA FOTO RICARDO ALVES

“Liberdade” é de todas as palavras e conceitos que uso na minha vida, e por arrasto nas canções, a que mais aca-rinho e que mais defendo, aquela que dá ao norte a sua bússola. A frase é de Sérgio Godinho e dirige o público para o que poderá assistir em “Liberdade” – espectáculo que se vai realizar em Abrantes, no Cine-Teatro São Pedro, dia17 de Abril, pelas 21h30.

A partir de uma canção composta em 1974 e publica-da nesse mesmo ano no álbum “À Queima-roupa”, o “escritor de canções” revê, através do seu

sérgio Godinho vai cantar liberdade em Abrantes

VN BARQUINHA

Conversas Arte & Imagem 2015TEXTO NA

O Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha vai acolher, pelo segundo ano con-secutivo, no próximo dia 11 de Abril, alguns dos mais pres-tigiados nomes ligados à arte contemporânea em Portugal.

Gabriela Vaz Pinheiro (responsável pelo programa para as Artes e Arquitectura da Capital Europeia da Cul-tura Guimarães 2012), João Pinharanda (programador cultural da Fundação EDP e curador da exposição perma-

nente do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha) e Ângela Ferreira, artista autora de “Indépendance Cha Cha”, considerada pelos leitores do jornal “Público” a melhor ex-posição de arte contemporâ-nea de 2014, são alguns dos participantes na segunda edi-ção das ”Conversas Arte & Imagem 2015”.

Esta iniciativa promo-vida no âmbito das activida-des do Centro de Estudos de Arte Contemporânea de Vila Nova da Barquinha, projecto conjunto do Município, Ins-

O "Chaos" do mágico Luís de MatosInserido na Programação das Comemorações do 41º Aniversário do 25 de Abril, a Câmara Municipal do Entroncamento vai promover no dia 25 de Abril, Sábado, um espectáculo apresentado pelo mágico Luís de Matos. Em “Luís de Matos CHAOS” os mais estranhos elementos interagem de forma mágica e surpreendente. Os 90 minutos de espectáculo são uma combinação única da imaginação colectiva de todos os que participam. Os bilhetes têm o valor de 7,50€ e podem ser adquiridos a partir do próximo dia 30 de março, segunda-feira, nos seguintes locais: Posto de Turismo, Recepção das Piscinas Municipais e nos Serviços de Águas da Câmara Municipal. O evento terá início às 21h30m, no Pavilhão Desportivo Municipal.―

enTRonCAMenTo

repertório, a vivência do Portu-gal democrático. Estreado em Abril de 2014 em três memo-ráveis noites no São Luiz Tea-tro Municipal, em Lisboa, tem percorrido o país provocando grande do entusiasmo junto de todos quantos a ele têm as-sistido, motivando inclusive, a publicação de um disco ao vivo no final do ano com o mesmo título – “Liberdade”.

Por entre releituras e repro-duções, Sérgio Godinho abor-da a quase totalidade da sua vasta discografia tendo como ponto de partida a liberdade em sentido lato ou, se quiser-mos, as diversas liberdades, em sentido particular – “Já Joguei Ao Boxe”, “Fotos do Fogo”,

“Maçã Com Bicho”, “Que Força É Essa” ou “O Acesso Bloqueado” são, entre outras, canções presentes – mas há ainda espaço para a novidade, para os inéditos, e “Tem O Seu Preço” sobe ao palco; ou ainda para a descoberta de “Na Rua António Maria”, tema de Zeca Afonso nunca antes publicado e que Sérgio Godinho traz a “Liberdade”, literalmente, de memória.

Desde a música empenha-da, bandeira de causas e cons-ciência social, ao diário íntimo e plural, uma visão de nós próprios a partir do trabalho de um dos mais importantes criadores de imaginário das últimas quatro décadas.―

tituto Politécnico de Tomar e Fundação EDP, no contexto do Parque de Escultura Con-temporânea Almourol, tem entrada livre.

Programa: 15h00 - Gabriela Vaz Pinheiro; 15h45 - Carla Filipe; 16h30 - Ângela Ferrei-ra e Jürgen Bock, conversa em torno do projecto "Indépen-dance Cha Cha", moderação de João Pinharanda; 17h30 - visita à exposição e lançamen-to do catálogo da exposição "Indépendance Cha Cha"- apresentação das Residências Artísticas do CEAC.―

Carlão no Bons sons

Miguel Araújo

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CULTURA 021

Considero a observação de aves uma actividade muito estimulante e profundamente inspiradora. Portugal é um dos melhores destinos da europa em muitas coisas e na observação de aves o nosso país é privilegiado por ser o único território europeu onde podemos avistar uma águia imperial ou uma pega-azul. sinto-me sempre abençoado por partilhar o mesmo territó-rio destas aves. Porém, nem no universo das aves existem mundos perfeitos e cada vez mais se percebe que não é preciso vir alguém para nos atacar, engatar ou enganar, tratamos disso sozinhos. Perante o mundo das aves po-demos observar semelhanças incríveis quando comparadas com o nosso mundo e os vá-rios submundos que represen-tamos, sobretudo os submun-dos das diferentes autoridades e o que resta da sua influência nas nossas vidas.existem muitos tipos de aves, eu gosto especialmente das grandes aves selvagens. Po-demos vê-las a flutuar sobre as águas, a voar alto no céu ou simplesmente sentadas em galhos de árvores. Para identificarmos bem estas aves temos que ser muito exigentes com toda a análise, principal-mente com o comportamento, o tamanho e a coloração. o bico da ave ou projeto de lei, o guindaste sandhill tem um bico fino estreito, as águias e os abutres têm um bico curvo com uma ponta afiada, etc… as pernas e pés das aves, entre muitas outras características interessantíssimas como a ím-par vocalização das aves. esta está entre as manifestações da natureza que mais fascinam o ser humano. não raro vemos no cancioneiro popular a men-

Crónica Musical

Experiências com autoridades

Humberto FelícioMúsico e Produtor

“Existem muitos tipos de aves, eu gosto especialmente das grandes aves selvagens. Podemos vê-las a flutuar sobre as águas, a voar alto no céu ou simplesmente sentadas em galhos de árvores“

noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

ABRIL 2015

TORRES NOVAS

Teatro Virgínia apresentou programação de Abril a Julho

TEXTO ANDRé LOPES

A programação do Teatro Virgínia para os próximos meses de Abril a Julho foi apresentada no passado dia 23 de Março, pelo director artís-tico Rui Sena. Acompanhado pelo presidente da câmara mu-nicipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, pelo vice-presidente, Luís Silva e pela vereadora da cultura, Elvira Sequeira, o di-rector salientou a importante continuidade da presença de projectos locais, sublinhando que deverá haver poucos tea-tros no país que tenham na sua programação uma presença tão forte de artistas locais.

A programação da sala de espetáculos de Torres Novas traz consigo grandes referen-ciais da criação nacional. Gise-la João, voz do fado que num ápice se tornou numa estrela maior, chega a Torres Novas já no dia 11 de Abril. Tam-bém em Abril, dia 18, a dança contemporânea de Sofia Dias e Vítor Roriz volta ao Teatro Virgínia com o espectáculo “Satélites”. O 25 de Abril é celebrado com um concerto de música em homenagem a José Carlos Ary dos Santos, pelo cantor e actor Joaquim Lou-renço. A 2 de Maio, Manuela Azevedo regressa ao Teatro

Gisela João (foto), Vítor Roriz e Albano Jerónimo são os destaques do Teatro Virgínia

Virgínia, desta vez acompa-nhada por Bruno Nogueira, para ambos apresentarem o concerto “Deixem o Pimba em Paz”, que pretende dar uma nova roupagem a canções do “universo pimba”. A mú-sica clássica ocupará o Virgí-nia com o concerto de Coral Sinfónico de Portugal, a 10 de Maio, e o concerto de ani-versário do Choral Phydellius acontecerá a 17 do mesmo mês.

A Feira Medieval decorre este ano entre os dias 4 e 7 de Junho sob o mote “A Carta

ção sobre o canto das aves antropomorfizados em beleza, saudade e tristeza. Muito além do encantamento que causa ao ser humano, a vocalização tem para as aves o mesmo papel que para nós tem a fala, sendo veículo de interação so-cial, alerta e cortejo. Aprender sobre esse comportamento das aves torna-se fundamental para quem busca identificar de forma mais precisa os indi-víduos que observa, além de aumentar muito o fascínio que sobre nós elas exercem.

Toda a vocalização continua a surpreender-me e a proporcio-nar-me novas e estimulantes experiências. um dia destes gritei bem alto às autoridades, não injuriei, muitos menos agredi mas vocalizei a minha indignação como uma ave qualquer. esta manifestação voluntária proporcionou-me novas observações. descobri que a pega azul tem andado a afrontar a águia imperial.―

do Povoador”. A 20 de Julho o teatro toma de assalto o palco do Virgínia com o espetáculo “Pocilga”, da autoria de um dos nomes maiores do teatro europeu, Pier Paolo Pasolini, encenado por John Romão e com interpretações de Albano Jerónimo, Ana Bustorff, João Lagarto, entre tantos outros actores de renome. Para fechar a temporada, a 1 de Julho, o Semper Phydellius apresenta em concerto uma síntese de talentos de alunos do Conser-vatório de Música do Coral Phydellius.

O Lab Criativo irá fun-cionar durante os quatro me-ses de programação do teatro. A 23 e 24 de Abril, o Grupo de Teatro Juvenil do Virgínia apresenta “Só Há Uma Vida e Nela Quero Ter Tempo Para Construir-me e Destruir-me”, inserido no projeto PANOS dinamizado pela Culturgest, seguindo-se, nos dias 28, 29 e 30 de Abril, “Uma Carta Sobre a Dança”, dirigido por Marta Tomé, comemorando o Dia Mundial da Dança.

Como já vem sendo habi-tual, na compra da assinatura de temporada, que vai de um a cinco espetáculos, pode bene-ficiar de descontos entre os 20 e os 50%. Os bilhetes estão à venda na bilheteria do Teatro Virgínia ou na bilheteira online.―

Dia 2 de Maio, Manuela Azevedo regressa ao Teatro Virgínia, desta vez acompanhada por Bruno Nogueira, para ambos apresentarem o concerto “Deixem o Pimba em Paz”

Page 22: Jornal novo almourol ed 407 abril dig

NovoAlmourolABRIL 2015

Crónica de Enologia A Páscoa e a simbiose da gastronomia com um vinho do TejoEng. Teresa NicolauEnóloga

A Quaresma simboliza um longo período de privações, que impõe o jejum, com a Páscoa, retoma-se a mesa. Tradicionalmente ao cordeiro, pão e vinho tradicionais, juntam-se atualmente as amên-

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022 GASTRONOMIA

doas, o coelho, o folar, os ovos de chocolate coexistindo com as ervas amargas (endívias e chicória conservadas em vinagre), o pão ázimo, o vinho, as frutas (que incluem as amên-doas) e o cordeiro ritual da tradição hebraica.no entanto, o nosso país simboliza a época de forma diferente. no norte, o folar encontra--se entre os principais alimentos rituais da Páscoa. Come-se o folar doce e o folar gordo. em Vila do Conde e na Maia, o folar doce, denomina--se pão-doce ou mesmo broinhas. estas fazem--se com erva-doce, ovos, leite, farinha, manteiga, açúcar, erva-doce ou funcho, sal e polvilhadas com farinha branca. diverso na feitura e também na apresentação, o folar, em oliveira de Azeméis, assume a forma de uma galinha deitada sobre uma noz, ou de duas, bico com bico, cobrindo dois figos passados. em Trás-os-Montes, terra dura e áspera o folar doce é raro, dando lugar a um outro, gordo, de carne. Trata-se de uma bola feita de farinha, fermento, ovos, leite, azeite ou manteiga, carne de porco, entre outras carnes.no Minho e no Gran-

de Porto, o pão-de-ló substitui o folar e o costume pascal inclui comer carne de bovi-no e frango, assado na assadeira grande, de barro vidrado de Barcelos, vindo depois, à sobremesa, o pão-de--ló de Margaride e as amêndoas. esta é um dos principais suportes económicos da região sul-transmontana e alto duriensno centro do país, surge o folar comum a quase toda a região. Faz-se um bolo de massa seca, doce, e ligada, à base de farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha ou pingue, açúcar e fer-mento, e condimentado com canela e erva-doce. É depois encimado, con-forme o seu tamanho, por um ou vários ovos cozidos inteiros e em certos lugares tingidos. na região centro surgem os denominados Bolos da Páscoa. na Covilhã ganham o nome de em-penadinhas da Páscoa. noutras regiões encon-tram-se as broinhas e os bolos de azeite.na Beira Litoral, a carne está presente na chanfa-na ou no leitão assado, naturalmente aproveita-do para festejar a época.Mais a sul, próximo a elvas, os folares apre-sentam formas de animais, representando

borregos, lagartos, pintainhos, pombos. no Alto Alentejo, já próximo das beiras, em Castelo de Vide, o folar assume a forma de um duplo coração recamado de ovos e decorado com motivos feitos da mes-ma massa. um grande lagarto, com coleira de seda encarnada e lacinho igual na cauda. nas carnes, por todo o país o cordeiro aparece tipicamente associado a Páscoa.Assim e para disfrutar desta Páscoa da melhor forma, nesta edição falamos de um vinho da Região do Tejo. Trata-se de “Quinta do Côro”- Reserva, Vinho Regional Tejo 2012.oriundo das castas Touriga-nacional, syrah, Petit Verdot e Alicante Bouschet nasceu este vinho de cor rubi. no aroma destacam-se as frutas bem amadureci-das ao sol de um verão seco, enaltecendo um toque de mentolado e chocolate negro. na boca a fruta encontra-se bem presente envolta de taninos redondos fruto de um estágio em madeira bem consegui-do confluindo-se num final longo e persistente.um vinho que sem dúvida convido todos os leitores a desfrutar nesta Páscoa.―

Reserva Tinto 2012

Quinta do Côrosociedade Agro-Alimentar da Mascata,LdA www.quintadocoro.com

Castas: syrah, Touriga nacional, Cabernet sauvignon e Alicante Bouschet

Prémios: Grande Medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2014; Medalha de ouro no Concurso vinhos engarrafados do Tejo 2014

REGIÃORestaurantes e vinhos da região com honras de ouro TEXTO RICARDO ALVES

O Convento de S. Francisco, em Santa-rém, recebeu no dia 7 de Março a Gala de Vinhos do Tejo que deu a co-nhecer a excelência da vitivinicultura e enologia da região do Tejo assim como da gastronomia portuguesa.

Foram também en-tregues os prémios do VI Concurso de Vinhos En-garrafados do Tejo, com avaliação a 124 vinhos de 31 produtores, e distinção de 49 com as medalhas de “Excelência”, “Ouro” e Prata”.

O Melhor Rosé de 2014 foi entregue ao “Ca-sal da Coelheira”, do pro-dutor Casal da Coelheira, de Tramagal (Abrantes). O Casal da Coelheira ar-recadou ainda uma Meda-lha de Ouro com o vinho Casal da Coelheira Re-serva Tinto 2012, e uma medalha de Prata com o seu vinho Casal da Coe-lheira Tinto 2012. Para o Sardoal foram mais duas distinções: Medalha de Ouro para a Quinta do Vale do Armo com o vi-

nho Vila Jardim Escolha Special Selection Tinto 2011 e outra Medalha de Ouro para Vale do Armo Reserva Tinto 2011.

Durante o evento foram igualmente premiados os melhores restaurantes do Concurso Tejo Gour-met lançado pela primeira vez a nível nacional.

Na categoria “Melhor Restaurante Gourmet” venceu o “Segredos de Vale Manso” (Abrantes), ao restaurante “A Lúria” (S. Pedro Tomar) a sua carta de vinhos valeu-lhe o troféu “Melhor Carta de Vinhos do Tejo” e ao restaurante “Almourol” (Tancos, VN Barquinha), o troféu de “Melhor Pro-moção”.

A Gala organizada pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo com o apoio da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo pretendeu elevar e promover a marca Vinhos do Tejo, estimular a pro-dução de vinhos de qua-lidade e dar a conhecer os grandes protagonistas de 2014 quer na área vinícola quer na área gastronómi-ca.―

Restaurante Almourol premiado

Page 23: Jornal novo almourol ed 407 abril dig

Abril Semana Santa, Sardoal3, 4, e 5 de AbrilMaravilhosas capelas enfeitadas, a religiosidade e o profa-no (música, bares, animação) em perfeita sintonia.22 de Março – Passos do Senhor, 29 de Março - Ramos, 2 de Abril - Senhora da Misericórdia, 3 de Abril - Enterro do Senhor, 5 de Abril - RessureiçãoMúsICA TeATRo/dAnçA sABeR CIneMA PATRIMónIo eTnoGRAFIA AR LIVRe GAsTRonoMIA LITeRATuRA eXPosIção

noVoALMouRoL.woRdPRess.CoM

NADA PARA FAZER 023ABRIL 2015

2ª Meia Maratona BTT

19 de Abril Parque de São Lourenço,

Abrantes9h -

Workshop de dança com Blaya

(vocalista dos Buraka

Som Sistema) 19 de Abril

Pavilhão Desportivo Municipal

de Vila Nova da Barquinha11h -

“Relevo Particular”, gravura de

Joana Geraldes Até 16 de AbrilGaleria Municipal do Entroncamento

-27º Grande

Prémio da Páscoa

em Atletismo 4 de AbrilConstância

9h30-

“Tertúlia dos 40”,

com Carlos Daniel, Filipe

Fonseca e João Ricardo Pateiro

10 de AbrilCineteatro São Pedro,

Abrantes21h30 – 10€

-

Semana Académica e

da Juventude música

e desporto 2 a 4 de Abril

Mação - Cineteatro, Centro Cultural

e Pavilhão Desportivo-

Festival da Lampreia Até 19 de Abril

Restaurantes aderentes do concelho de

Mação -

“Nadir Afonso”, pintura

de Nadir Afonso Até 26 de Abril

Galeria do Centro Cultural Gil Vicente

Sardoal-

“Indépendance Cha Cha” de Ângela Ferreira

Até 24 de Maio Galeria do Parque,

Vila Nova da Barquinha -8º Festival

Gastronómico de lagostim

de rio Até 26 de abril

Restaurantes aderentes do concelho de Ferreira do

Zêzere -

“Satélites”, de Sofia Dias & Vítor Roriz

18 de AbrilTeatro Virgínia,

Torres Novas21h30 – 7,50€

-

André Lopes

“Fantasia Romântica”,

concerto de Pi-ano com

Isabel Dombriz & Pedro Mariné

5 de AbrilCentro Cultural Gil Vicente,

Sardoal16h -

Festas do Concelho

de Constância/Nossa Senhora da Boa Viagem

4 a 6 de AbrilConstância

-

“A Mosqueta” de Ruzante, pelo

GETAS 4 de Abril

Centro Cultural Gil Vicente, Sardoal

21h30 – 5€-

Gisela João 11 de Abril

Teatro Virgínia, Torres Novas,

21h30 – 15€ -

Hora do Conto Infantil

“O Jardim do Barco” 11 de Abril

Biblioteca Municipal da Praia do Ribatejo, às 14h

-

Sérgio Godinho apresenta

o espetáculo “Liberdade”

17 de AbrilCineteatro São Pedro,

Abrantes21h30 – 10€

-

Feira de Abril 17 de Abril

Recinto Multiusos do Entroncamento

-

VII Almourol à Vista

BTT 26 de Abril VN Barquinha

-

De Tomar e dos Conventos

Doçaria tomarense Até 30 de AbrilPastelarias aderentes

de Tomar-

“Urban Heart”, pintura

de Joana Arez Até 8 de Maio

quARTel Galeria Municipal de Arte de Abrantes

-

“Ary, o poeta das canções”, tributo a José Ary dos Santos

25 de Abril Teatro Virgínia,

Torres Novas21h30 – 7,50€

-

Luis de Matos “Chaos” 25 de AbrilEntroncamento

-

16º Grande Prémio

de Atletismo 25 de Abril

Cidade Desportiva de Abrantes,

10h -

“Deixem o pimba em paz”

Bruno Nogueira e Manuela Azevedo

2 de MaioTeatro Virgínia, Torres

Novas21h30 – 15€

-

Page 24: Jornal novo almourol ed 407 abril dig

"O Médio Tejo é especialmente rico nestas manifestações, que se encontram na relação com o rio, Constância, ou com a terra, como no Sardoal."

024 POR AGORA É TUDO ABRIL 2014

em toda a europa medieval, à medida que se consolidava a Cristandade, as antigas festas populares da primavera foram sendo substituídas pela Páscoa, relegando a festa profana para o período anterior à Quaresma: nascia assim o Carnaval. em Portugal, o forte poder central afirmou a Páscoa sem tolerar ma-nifestações populares marginais, mas a festa fez o seu caminho, por um lado ocupando as pró-prias celebrações religiosas (que hoje designamos como festas religiosas) e por outro eclodindo em diferentes momentos do ano. sem um carnaval de tipo euro-peu, Portugal viu assim nascer

Editorial

Terra e Água

Luiz Oosterbeek Director

Subchefes em JuramentoNo dia 27 de Março, na Escola Prática de Polícia, 201 subchefes (nove mulheres e 192 homens), ce-lebraram o compromisso de hon-ra. Ao concurso interno da PSP candidataram-se agentes com o mínimo de cinco anos de serviço.A conclusão do curso permite ascender na carreira de polícia e reforçar os quadros da hierarquia intermédia da PSP. Nas novas fun-ções, os subchefes terão responsa-bilidades ao nível da supervisão dos agentes, da sua coordenação bem como garantir uma estreita ligação entre os agentes e os comandantes.

Caminhada e jantarpela Bia Beatriz Morgado sofre de pa-ralisia cerebral e a comunidade juntou-se para ajudar a menina de Vila Nova da Barquinha e sua família. O próximo even-to solidário terá lugar no dia 11 de Abril, sábado, com uma caminhada solidária seguida de jantar na Associação Cul-tural e Recreativa do Cardal. A concentração para a cami-nhada é no Jardim do Cardal pelas 17h00 ao passo que o jantar se realiza pelas 20h00.

IPTVn BARQuInHA

Ex-vice condenadoRui Manuel Cunha foi conde-nado a três anos de prisão, com pena suspensa por igual período, e a multa de 900 euros, pela prá-tica de sete crimes quando era oficial de justiça. Rui Cunha foi condenado por actos cometidos quando era funcionário do Tri-bunal da Golegã, tendo depois, em Outubro de 2013, assumido funções como vice-presidente da Câmara Municipal da Go-legã (PS), demitindo-se em Setembro de 2014, quando teve conhecimento da acusação.

GoLeGã

Título Jornal Novo Almourol propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Director Luiz Oosterbeek Editor Ricardo Alves Sub-Directora Cidália Delgado Chefe de Redacção André Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Rafael ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião António Luís Roldão, Alves Jana, Augusto Mateus, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís Mota figueira, Luís ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio Edição gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves paginação Ricardo Alves publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão fIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email [email protected] / [email protected]

Novo Almourol

Prémios Almourol O Jornal Novo Almourol está a preparar a entrega de distin-ções às personalidades, empre-sas, entidades e associações que se tenham destacado durante o último ano na região. A cerimó-nia de entrega destes prémios será realizada durante a Feira do Tejo 2015, que se realiza em Vila Nova da Barquinha de 9 a 14 de Junho. Esta primeira edi-ção carece ainda de confirmação do dia em que se irá realizar. A cerimónia vai realizar-se no cen-tro Cultural de VN Barquinha.

dIsTInGuIR

ALCANENA

Alcanena investe 237 mil euros em rede de percursos pedestres e de bicicleta

TEXTO NOVO ALMOUROL

A Câmara Municipal de Alcanena apresentou no dia 22 de Março, no Audi-tório do Centro Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio, o projecto “Percorrer e Conhe-cer Alcanena” – Rede de Per-cursos Municipais.

O Projecto resulta de uma candidatura apresenta-da à ADIRN, ao abrigo da acção 3.2.1 – Conservação

e Valorização do Patrimó-nio Rural, do Subprograma 3 – Dinamização das Zonas Rurais do PRODER, com um investimento total de 237.525 euros, sobre o qual recai um financiamento de 115.425 euros, com vista à criação da Rede de Percursos Municipais “Percorrer e Co-nhecer Alcanena”, cujo ponto nevrálgico é a Praia Fluvial dos Olhos de Água. A rede é constituída por 11 percur-sos pedestres, cinco percur-

sos de BTT (sendo um com roadbook), três percursos de orientação e um circuito de manutenção.

No âmbito deste projecto, procedeu-se também à Rea-bilitação da Praia Fluvial dos Olhos de Água, Parque de Campismo e zona envolvente, com requalificação do campo de jogos e do parque infantil da Praia Fluvial dos Olhos de Água, vedação do parque de Campismo, instalação de um posto de BTT, que inclui

uma enorme diversidade de fes-tas, onde o religioso e o profano se misturam numa afirmação original de identidade, tradição e transformação. o Médio Tejo é especialmente rico nestas manifestações, que se encontram na relação com o rio, Constância, ou com a terra, como no sardoal. o que de mais forte existe na festa profana é a valorização da vontade humana, da sua determi-nação, seja no domar das águas ou no fazer brotar vida da terra, ilustrada por flores e verduras. um património imaterial, feito de saberes com sabor a terra e a água, que se encontra também em subtilezas como as oliveiras de que fala António Roldão neste número do nA.

lavagem e mini oficina de bicicletas (junto ao parque de campismo) e recupe-ração do deck do edifício onde funciona o restau-rante de apoio à Praia. O projecto contemplou igual-mente a colocação de nova sinalética na Praia Fluvial, no circuito de manutenção e Roadbook, assim como a aquisição e instalação, no Parque de Campismo da Praia Fluvial dos Olhos de Água, de 3 bungalows.―