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JUNHO 16 | N°421 | ANO XXXVI | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRETOR RICARDO ALVES | MÉDIO TEJO Novo Almourol Tempo de festas A sardinha é sinónimo de festas populares e as festas populares prenunciam encontros, música, gastronomia e muita animação. Abrantes, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento celebram junho p17, 18&20 p03, 04&05 Fernando Freire em entrevista Prestes a completar três anos à frente dos destinos da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernan- do Freire (PS) faz um balanço do seu mandato. Bons Sons completo O Sport Clube Operário de Cem Soldos apresentou os nomes que em agosto vão actuar no festival Bons Sons. No entanto, a apresentação serviu para passar uma mensagem diferente: Cem Soldos quer ser mais que o Bons Sons e crescer em torno da cultura USF inaugurada A primeira Unidade de Saúde Familiar (USF) de Abrantes iniciou funções no dia 30 de maio com cinco médicos a prestar ser- viço a cerca de 10.400 utentes, dos quais 4.500 utentes sem médico de família. p18 p07 p006 Secretário de estado da educação "deslumbrado" Palavra de João Costa, secretário de estado da educação que visitou a Escola Ciência Viva de Vila Nova da Barquinha e teve oportunidade de conhecer um projeto pioneiro em Portugal.

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JUNHO 16 | N°421 | ANO XXXVI | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRETOR RICARDO ALVES | MÉDIO TEJO

Novo Almourol

Tempo de festas A sardinha é sinónimo de festas populares e as festas populares prenunciam encontros, música, gastronomia e muita animação. Abrantes, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento celebram junho p17, 18&20

p03, 04&05

Fernando Freire em entrevista Prestes a completar três anos à frente dos destinos da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernan-do Freire (PS) faz um balanço do seu mandato.

Bons Sons completo

O Sport Clube Operário de Cem Soldos apresentou os nomes que em agosto vão actuar no festival Bons Sons. No entanto, a apresentação serviu para passar uma mensagem diferente: Cem Soldos quer ser mais que o Bons Sons e crescer em torno da cultura

USF inauguradaA primeira Unidade de Saúde Familiar (USF) de Abrantes iniciou funções no dia 30 de maio com cinco médicos a prestar ser-viço a cerca de 10.400 utentes, dos quais 4.500 utentes sem médico de família.

p18 p07 p006

Secretário de estado da educação "deslumbrado" Palavra de João Costa, secretário de estado da educação que visitou a Escola Ciência Viva de Vila Nova da Barquinha e teve oportunidade de conhecer um projeto pioneiro em Portugal.

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02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

JUNHO 2016

Novo supermercadoa nascer no Entroncamento

Já começaram os trabalhos de remoção de árvores e limpeza do terreno que vai receber uma nova superfície comercial no Entroncamento. O novo supermercado, uma unidade da Sonae, o Continente Bom Dia, vai ser construído junto ao Tribunal Judicial da cidade e junto às oficinas da Câmara Municipal, na Avenida José Eduardo Vítor das Neves. Para já não há informações sobre quando se iniciam os trabalhos de construção ou sobre a data de conclusão do projeto. O projeto já era falado há alguns meses na cidade e agora inicia.―

Cortejo religioso e cultural do Tejo passou pela regiãoA quarta edição do cortejo religioso e cultural do Tejo já está a decorrer desde dia 28 de Maio. Partiu de Vila Velha de Ródão e só termina em Oeiras, no dia 18 de Junho. O cortejo divide-se em 12 etapas, sendo as terceira e quarta as que mais perto acontecem nesta região.No dia 2 de Junho o cortejo estacionou em Constância, e passou pela Praia do Ribatejo, Arripiado, Tancos e Vila Nova a Barquinha (foto). No dia 3 o cortejo passou por Pinheiro Grande, Chamusca e Golegã (Azinhaga), localidade de onde partiu no dia seguinte, em direcção a Alpiarça.Este cruzeiro religioso e cultural é dedicado a Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, e percorre as várias comunidades avieiras e piscatórias do Tejo ao longo do rio, em peregrinação.―

Pomonas CamonianasDe 9 a 12 de junho, Constância recebe as XXI Pomonas Camonianas, evento cultural que pretende homenagear Camões, a época em que o épico viveu e a sua ligação à vila de Constância. Paralelamente ao mercado quinhentista, integram o programa o espetáculo de teatro Lear, pelo Fatias de Cá, uma prova de orientação noturna, a Feira de Antiguidades e Velharias, o Concurso de Pintura ao Ar Livre, o V Festival Hípico, a cerimónia de deposição de coroas de flores, o Declamões, a exposição de fotografia Retratos da Festa, a apresentação do livro Camões Contado às Crianças Adultas, o Fadoando (com Ana Lains, Mafalda Arnaut e Maria Ana Bobone), a taberna quinhentista e muita animação d'época.―

↓ rio abaixoMais mortesMais do dobro de mortes comparando com os nascimentos. É a realidade do Médio Tejo em 2015 e assim deverá ser nos próximos anos. p06

Overdose cultural Por muito que se goste das festas concelhias a verdade é que a oferta cultural ao longo do ano é escassa na maior parte dos concelhos. É bom lembrar.

Escola públicaO ruído em torno dos contratos associação demonstra a falência das ideias das últimas décadas em Portugal. O estado deve valorizar a sua rede e apenas procurar soluções para onde não chega.

↑ rio acima

Francisca LaiaA atleta abrantina é já uma das figuras do ano ao conseguir, com 21 anos, o apuramento para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.p.16

Abrantes centenáriaA cidade de Abrantes sopra cem velas e está de parabéns. 2016 é um ano de celebração e de pico criativo na cidade. Venham mais 100 anos.

Manuel MaiaO veterano atleta Manuel Maia sagrou-se campeão europeu de estrada . O atleta barquinhense mostra que nunca é tarde para sonhar. p.16

Medalha de Honra MunicipalO Município de Vila Nova da Barquinha atribuiu a Medalha de Honra Municipal ao Regimento de Paraquedistas de Tancos, pelas mãos de Fernando Freire, presidente da autarquia, e Rui Picciochi presidente da Assembleia Municipal O Regimento de Paraquedistas celebrou o seu 60.º aniversário no dia 23 de maio.

O Castelo Almourol recebe ente os dias 24 e 26 de junho a primeira Festa Templária do concelho de Vila Nova da Barquinha.

6 A Câmara de Abrantes assinou um contrato de 6 milhões de euros resultante da aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano que permite desbloquear os fundos do Portugal 2020, garantindo o financiamento comunitário para diversas intervenções.―

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ENTREVISTA 03JUNHO 2016

FERNANDO FREIRE

“Afinal a geringonça

funciona. Estou

a gostar do que

estou a ver”

TEXTO & FOTOS RICARDO ALVES

A entrar no terceiro ano de primeiro mandato na presidência, que balanço faz a nível pessoal sobre as expectativas que tinha sobre o cargo?Quem aceita um cargo com estas caraterísticas está ciente que a responsabilidade é gigantesca ademais num contexto social complexo como aquele em que ocorreu a tomada de posse e nos anos seguintes com a intervenção da troika em Portugal. Com os talen-tos que Deus me deu e com o auxílio da Família foi possível atenuar o esforço e desempenhar o cargo com denodo, humanidade e responsabilidade colo-cando sempre como prioridade última os interesses das populações e do concelho. Acredito que o nosso dever é contribuir para o bem comum colocando as nossas aptidões, as nossas competências e os nos-sos conhecimentos ao serviço da comunidade que em nós confiou. Certo estou que neste cargo vale a entrega, a atitude, a proximidade e, essencialmente, o exemplo.

Quando chegou à presidência sentiram-se altera-ções profundas ao nível das infra-estruturas tu-rísticas, o nascimento da primeira grande super-fície comercial, a criação do GADEL (Gabinete de apoio ao desenvolvimento e empreendedorismo local)… Pode dizer-se que são estas as suas mar-cas políticas no concelho?

Fernando Freire visto da varanda do seu gabinete

“Acredito que o nosso dever é contribuir para o bem comum colocando as nossas aptidões, as nossas competências e os nossos conhecimentos ao serviço da comunidade (...)”

Importa salientar que não tenho marcas políticas. Os caminhos trilhados são de todos os dirigentes e trabalhadores. Eu só tão só o dirigente máximo. Ou seja, o trabalho realizado é de todos e é para todos. Não cabe à Câmara, nem ao Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Local, a criação de empresas que estimulem a economia. Todavia, devemos apoiar as iniciativas privadas no desenvolvimento das suas atividades. Estas conduzirão à criação e conserva-ção de postos de trabalho tão importantes nos dias de hoje. Este apoio é feito com diferentes incenti-vos, cedência de serviços de consulta, orientação e agilização de procedimentos, informação completa. Numa verbo “descomplicar”. É a mensagem que transporto para quem presta um serviço público.

Foi eleito numa altura de grande expectativa em relação à intermunicipalidade, ao novo quadro comunitário, mas também num quadro de pro-funda crise social e económica geral. Como avalia estas questões?O processo da intermunicipalidade tem funcionado muito bem quer pelo empenho de todos os presi-dentes de Câmara, no Conselho Intermunicipal, quer pelo excelente desempenho de Miguel Pom-beiro como secretário executivo. O quadro comu-nitário, como sabemos, encontra-se com dois anos de atraso por responsabilidade do último Governo que adiou a sua entrada em vigor. Contudo, temos projetos já com garantia de financiamento como é

Prestes a completar três anos à frente dos destinos da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire (PS) faz um balanço

do seu mandato. O autarca debruça-se ainda sobre as mudanças institucionais e políticas que

o novo quadro governativo trouxe e sobre o Tejo e seus problemas afirma que será um seu

defensor, sempre na linha da frente

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04 ENTREVISTANovoAlmourol

JUNHO 2016

exemplo: Serviços Online, Valorização de Almou-rol, Regeneração Urbana, Percursos, Eficiência energética, Construção do Jardim-de-infância da Barquinha, Apoio à criação de emprego, inclusão para todos, Envelhecimento ativo, Combate ao In-sucesso e Abandono Escolar, etc. Outrossim, temos desenvolvido esforços para atenuar as enormes difi-culdades resultantes do atual contexto socioeconó-mico, cujas consequências afetam as famílias mais vulneráveis.

A aposta na reabilitação urbana está ganha? Há mais projectos na calha para o centro da vila?A aposta na Regeneração urbana só agora come-çou. Há alguns edifícios privados que estão a ser reconvertidos mas importa alavancar este processo. Devemos manter informada a iniciativa privada no acesso aos apoios provindos da União Europeia e da legislação nacional, mormente a isenção de im-postos. Estamos neste momento a trabalhar no Pla-no de Ação de Regeneração Urbana que deverá ser apresentado muito em breve e que trará novidades para o centro da vila.

Quais são a maior atracção e a maior dificuldade para quem queira habitar no centro histórico?A maior atração será a existência de serviços (loja do cidadão, serviços municipalizados, restauração, clínica, alojamentos em espaço rural, Parque de Es-cultura Contemporânea de Almourol, Centro Cul-tural, Centro Estudos de Arte e galerias). A dificul-dade tem a ver com o preço dos prédios devolutos e degradados. O município tem feito um enorme esforço na notificação dos proprietários para a sua recuperação ou alienação sem prejuízo de triplicar o IMI para quem não proceder à sua conservação.

A situação financeira da autarquia é estável, há margem para investimento ou este sempre de-penderá dos fundos comunitários?Os documentos de prestação de conta referentes a 2015 apresentam um saldo positivo de cerca de 696 mil euros. Porém, existem compromissos que temos que honrar. Como afirmei aquando da minha toma-da de posse haverá obra se existirem fundos comu-nitários. Ora alguns projetos já têm financiamento garantido pelo que importa continuar a trabalhar para assegurar novos financiamentos sem descurar a conservação/manutenção de infraestruturas públi-cas, e que já são muitas, que importa cuidar.

O GADEL teve os efeitos que esperava?Essa questão deverá ser colocada aos investidores e promotores, não posso advogar em causa própria.

Sente que o parque de negócios poderia estar mais ocupado? Se sim porque não está?O desenvolvimento do Parque está condicionado à evolução da economia e à confiança dos empresá-rios. Certo é que nos últimos dois meses já levámos à reunião de Câmara propostas de empresas para a aquisição de lotes. Julgo que com o desbloquear dos fundos comunitários, maioritariamente direciona-dos para as empresas, vamos ter mais investimento no nosso concelho.

Uma questão que lhe é próxima é a do turismo mi-litar. Há avanços ou as questões legais serão sem-pre um obstáculo?O desenvolvimento de produtos de turismo militar e de ações deste tema, num mundo cheio de símbo-los portugueses, e num país que dispõe de incomen-suráveis unidades e instalações militares, museus e fortes, demonstram um colossal potencial histórico e cultural e são um potencial de consumo turístico. O nosso concelho é privilegiados pela localização das suas unidades militares e pela presença do Cas-

telo e Almourol no nosso território. Sabemos que não é fácil conciliar a questão operacional com a questão lúdica. No mês passado reuni com o Secre-tário de Estado da Defesa Nacional demonstrando a minha preocupação na dinâmica atual deste am-bicioso projeto.

É uma das vozes mais audíveis quando toca a de-fender o tejo. Sente que é difícil esse “malabaris-mo” entre notar e realçar os problemas do rio e ao mesmo tempo ter de “vender” o produto turís-tico do qual o tejo é peça central?A Consciencialização cívica para preservação do património natural e histórico do Rio Tejo é tema atual. Estamos a aguardar o relatório que será apre-sentado no final deste mês e pedido pela Comissão Parlamentar do Ambiente que esteve presente no nosso concelho. Como é público e notório verifica--se uma baixa generalizada do caudal do rio Tejo, passaram-se a notar focos de poluição e morte elevada de fauna e flora. Como autarca tenho de-nunciado a saúde do nosso rio. Por outro lado não posso de deixar de promover o mesmo rio na ver-tente natural, cultural e económica. Procuro, com parcimónia, garantir a coerência das diversas ações desenvolvidas em torno do recurso endógeno Tejo e do foco temático Turismo e Lazer com Sustentabi-lidade Ambiental. Porém, até que o rio não recupere a saúde direi presente na linha do combate político para a preservação da qualidade ecológica dos ecos-sistemas deste rio que nos leva para o mundo.

Sente alguma impotência nesta matéria, enquan-

“A aposta na Regeneração urbana só agora começou. Há alguns edifícios privados que estão a ser reconvertidos mas importa alavancar este processo.”

“O desenvolvimento do Parque (de negócios) está condicionado à evolução da economia e à confiança dos empresários. Certo é que nos últimos dois meses já levámos à reunião de Câmara propostas de empresas para a aquisição de lotes.”

Castelo de Almourol é a grande atração do concelho

Em 2015 o concelho de Vila Nova da Barquinha viu triplicar a oferta de camas turísticas

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ENTREVISTA 05JUNHO 2016

to autarca, na mudança de paradigma na defesa do tejo? Quem não luta pode não ganhar mas de certeza se não lutar não pode vencer. Este tema terá na linha da frente sempre a minha pessoa, nem que seja so-zinho com os movimentos que se dedicam a esta nobre causa. Porém, verifico que existe uma von-tade política como nunca existiu, quer de autarcas quer por parte da Assembleia da República, de que é exemplo a Resolução n.º 103/2015, em defesa da sustentabilidade do rio Tejo, aprovada por unani-midade. Por outro lado o Governo e as autoridades ambientais estão no terreno a instaurar processos--crime para quem não cumprir as regras ambientais. Também, o Município e a Comunidade Intermu-nicipal fazem parte da Comissão de Acompanha-mento da Poluição do Tejo. Estamos vigilantes, aguardamos a conclusão do relatório que será apre-sentado no final do mês de junho e logo na primeira semana de julho será realizado um Congresso no nosso concelho que envolverá várias personalidades ligados ao tejo sobre este delicado tema.

Pautou o seu discurso ao longo deste mandato pela urgência em dar resposta social à população do concelho. Após estes quase três anos como vê o concelho nesse âmbito?A recessão foi muito grande, o desemprego subiu muito acima do previsto e a dívida pública cresceu mais depressa e para lá do calculado. O que era pre-visível é que os cortes no Estado social, nos salários, nos rendimentos dos reformados e dos pensionistas e a descapitalização estendida a toda a classe mé-dia levariam a um forte investimento com a cria-ção de empresas e novos postos de trabalho. Ora esse investimento caiu 40%. Mas o outro lado deste ajustamento terrível, que teve efeitos devastadores, foi na área social com reflexos no nosso concelho. Temos acudido através da Loja Social em parceria com os grupos de voluntários e com as IPSS´s pelo que mantenho enorme preocupação diária sobre este tema.

Há um novo governo, de esquerda. Enquanto au-tarca que avaliação lhe faz?Afinal a geringonça funciona (risos). Uma nova ati-tude tem este Governo, diálogo com os autarcas e procura conjunta de soluções. Estou a gostar do que estou a ver. Gosto da colaboração plena entre insti-tuições, com saliência para a Presidência da Repú-blica. Vejo bons sinais no horizonte…

E enquanto cidadão, o que acha desta novel dinâ-mica política no país, com este arco da governa-ção?Como homem do Direito acho que todas as solu-ções no plano constitucional são viáveis. Tanto vale um voto do partido A como do partido B. A decisão expressa pelo povo foi contra uma política de auste-ridade que foi muito para além da troyka e por isso deu maioria à esquerda parlamentar que, por sua vez veio apoiar um Governo legítimo. Podemos discor-dar mas … a solução é constitucional e é inovadora ! Nada será como dantes. António Costa com arte e engenho tem levado a nau num mar de intempé-ries mas também de esperança. Por isso como diz o poeta é preciso acreditar “que se um barco parte ou volta passará no alto mar … e é livre o alto mar”.

O que, no seu mandato, faria de diferente e o que tem a certeza, ou quase, de que fez bem? Certamente fiz coisas bem e coisas mal, errar é hu-mano. O que importa é a minha consciência. En-quanto esta não for assassinada pelos meus atos, o julgamento de alguns não me desviarão do meu ca-minho que tem um rumo: a defesa da população e da qualidade de vida no nosso concelho.

“Divirtam-se. Está de volta a Feira do Tejo. Ele fortifica as nossas tradições e aproxima a nossa gente. Todos juntos com as nossas forças vivas vamos confraternizar e mostrar aquilo que bem fazemos. A Barquinha não pode parar!”

“Quem não luta pode não ganhar mas de certeza se não lutar não pode vencer. Este tema (Tejo)terá na linha da frente sempre a minha pessoa, nem que seja sozinho com os movimentos que se dedicam a esta nobre causa.”

Que mensagem gostaria de passar aos barqui-nhenses quando se aproximam os festejos conce-lhios?Divirtam-se. Está de volta a Feira do Tejo. Ele for-tifica as nossas tradições e aproxima a nossa gente. Todos juntos com as nossas forças vivas vamos con-fraternizar e mostrar aquilo que bem fazemos. A Barquinha não pode parar!

Em 2017 há eleições autárquicas. Gosta de estar presidente e vai voltar a candidatar-se?Gosto de estar presidente, logo isso envolve que tudo na vida é efémero e transitório, inclusive as recandidaturas a cargos políticos. Terei, em devido tempo, de avaliar muitas razões: as profissionais, as familiares e as políticas. Até esse tempo acontecer devo procurar ser honesto, sincero, humildade e próximo das pessoas. O futuro a Deus pertence!―

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06 NÓSNovoAlmourol

JUNHO 2016

Apesar de os últimos artigos se referirem mais aos aspetos organizativos do Núcleo de Arqueologia e às atividades viradas para o exterior, nomea-damente para a população, isso não significa que não tivesse prosseguido o trabalho de reconhecimento do territó-rio concelhio e, por vezes, indo mesmo para além dos limites geográficos deste.Assim, a título meramente exemplificativo, pois não me é possível recordar de todas as ações, darei aqui conta de al-gumas descobertas realizadas no ano de 1993, deixando para artigo posterior, as de 1994.

• Lavacolhos – Em data incer-teza, prospetando sozinho na zona de Lavacolhos (Praia do Ribatejo), tive oportunidade de recolher um machado em anfibolito verde, bastante tos-co, possivelmente relacionado com alguma atividade mineira no local, onde poderia ocorrer a lavagem de conhos, com acontecia noutras conheiras da região.

• Bonito I – Em data incer-ta, em visita coletiva à zona das piscinas do Bonito, no Entroncamento, localizámos um antigo terraço fluvial que continha materiais arqueológi-cos do Paleolítico Inferior.

• Bonito IV – E data incerta, prospetando na zona do Boni-to e alargando a área de busca, numa camada areno-siltosa, sobrejacente a um terraço fluvial, na margem esquerda da Ribeira do Bonito, detetá-mos uma mancha de vestígios arqueológicos (seixos talhado em quartzito, lascas de sílex, um fragmento de lâmina de sílex, que aqui se reproduz, etc.).

Contributo para a História da Investigação Arqueológica de VNB

XVII: Novas Descobertas

Júlio Manuel PereiraInvestigador de História Local

Mestre em Pré-História e Arqueologia

VN BARQUINHAEscola Ciência Viva mostrou porque deve ser "exemplo para o país" TEXTO NA

O Secretário de Estado da Educação, João Costa, e o Diretor Geral de Educa-ção, José Vitor Pedroso, esti-veram na manhã de dia 19 na Escola Ciência Viva e junta-mente com representantes da autarquia, nomeadamente o Presidente da Câmara Mu-nicipal, Fernando Freire, e o vereador Ricardo Honório, o director do Agrupamento de Escolas, Paulo Tavares e Ana Rodrigues da Universi-dade de Aveiro, visitaram as instalações. Também Miguel Pombeiro, atualmente secre-tario executivo da Comuni-dade Intermunicipal do Mé-dio tejo, esteve presente.

A visita integrou a iniciati-va “Barquinha de Ciências, Barquinha de Vivências”, or-ganizada pela Escola Ciência Viva (ECV) de VNB nos dias 18 e 19. Ana Rodrigues, da Universidade de Aveiro, foi a cicerone da vista. A Universi-dade de Aveiro é parceira da autarquia e do Agrupamento de Escolas no projeto.

Foi um secretário de es-tado deslumbrado aquele que falou aos jornalistas, já depois de ter assistido a várias apre-

Escola Ciência Viva mostrou-se à comunidade

sentações dos alunos e alunas da escola, bem como ter visi-tado as aulas abertas. Numa altura de discussão latente sobre a escola pública e pri-vada, João Costa afirmou que a ECV “é um exemplo para todo o país daquilo que pode ser feito e bem feito na esco-la pública”. “É preciso inovar tecnologicamente e integrar o conhecimento”, disse o secre-tário de estado, sublinhando que essa ideia está subjacente ao projecto da ECV.

“Levo daqui fascínio e admiração pelo projeto que esta escola tem vindo a de-senvolver. Fala-se muito da Finlândia como um exem-plo para a Educação, mas em Portugal existem muitas

Finlândias. Esta escola é uma delas. Estou deslumbradíssi-mo e as pessoas vão-se cansar de me ouvir falar daquilo que vi hoje, que é uma excelente prática. O trabalho feito aqui na sala de aula deve ser repli-cado noutras escolas do país” disse.

Visitas guiadas à escola e ao CIEC, aulas abertas no labora-tório, mostra de AEC’s, mos-tra de eventos do CIEC, ofi-cinas e espetáculos de magia foram algumas das atividades promovidas durante o evento, resultante da parceria da Câ-mara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Agrupamento de Escolas e Universidade de Aveiro.―

• Ribeira da Atalaia – Esta extensa mancha de vestígios arqueológicos, situa-se no vale da Ribeira da Atalaia (também

MÉDIO TEJO2015 com uma diferença de 1793 entre mortos e nascidosTEXTO NA

Segundo os dados do mins-tério da saúde para os tre-ze concelhos do Médio Tejo, em 2015 morreram 3329 pes-soas ao passo que apenas nas-ceram 1536.

Dos concelhos apresenta-dos apenas o Entroncamen-to tem um "saldo" positivo, de apenas dois, é certo, mas positivo. Nasceram no conce-lho ferroviário 182 bebés e as mortes foram 180.

Os dados dos últimos anos apontam para a desertificação do interior mas todo o país se debate com o problema.―

conhecida por Ribeira da Ponte da Pedra), em ambas as margens desta, mas com maior incidência na margem esquerda. Foi, inicialmente, reconhecida pelo Zé Gomes e a associada Maria da Anuncia-ção Freitas1. Este sítio viria a revelar-se um dos mais impor-tantes para a compreensão do povoamento pré-histórico da região, tendo sido alvo de di-versas campanhas arqueológi-cas e objeto de muitos artigos científicos.Reproduz-se aqui uma ponta de seta por mim recolhida no local.

• Torrinha I – Este sítio, na Quinta da Torrinha, foi desco-berto em data incerta de 1993, numa ação coletiva de prospe-ção. Aí, em sucessivas visitas, foi recolhido um importante espólio, constituído por cerâmica lisa; lascas, núcleos, lâminas, raspadores e buris de sílex; pesos de pedra com entalhes; diversos elemen-tos de moagem e artefactos de pedra polida, de que se reproduz aqui um fragmento de enxó em fibrolite, por mim recolhido.

O alargamento da área de prospeção veio a permitir a descoberta de outros locus próximos.

Outras descobertas se segui-riam, como teremos ocasião de ver em próximo artigo.

1 A Carta-Galeria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila Nova da Barqui-nha, erradamente, dentro da lógica de homenagear o Zé Gomes, não faz qualquer referência ao papel da Maria Assunção na descoberta do sítio e, como faz erradamente em muitos ou-tros casos, refere que essa descoberta ocorreu em 1991.

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SAÚDE 07JUNHO 2016

TOMARMedicina Interna garantida até outubro

TEXTO NA

O Ministro da Saúde, Adal-berto Campos Fernandes, reafirmou no dia 3 de junho, numa reunião em Tomar, que a abertura da Medicina Interna no Hospital da cida-de será uma realidade até ao final de Outubro do corrente ano.

O governante anunciou ainda a aquisição de um equipamento de TAC para a unidade hospitalar de Tomar que será instalado até ao fi-nal do primeiro trimestre do

próximo ano.Adalberto Fernandes es-

teve em Tomar no âmbito da discussão da estratégia de saúde para a região, na Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo, numa iniciativa que contou igualmente com a presença da presidente do Conselho Diretivo da Admi-nistração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo e da diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo.―

ABRANTESNova Unidade de Saúde Familiar para servir 10.400 utentes

Ministro da Saúde com Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia, na inauguração da USF

TEXTO NA

"As inscrições dos utentes para as listas dos médicos de família que vão integrar esta unidade já estão a decor-rer e irão continuar, a partir de agora, em Abrantes", referiu à Lusa a diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, Sofia Theriaga

A responsável acrescen-tou que os 4.500 utentes sem médico de família pertencem à União de Freguesias de S. João, S. Vicente e Alferrarede.

Nos 11 municípios da área de influência do ACES Médio Tejo trabalham atual-mente 112 médicos de Me-dicina Geral e Familiar, mas, segundo Sofia Theriaga, "serão necessários mais 17 para ter cobertura total" e dar resposta aos 32.466 utentes do Médio Tejo que não têm médico de família.

A diretora do agrupamen-to disse ainda que o concelho onde faltam mais médicos é Abrantes.

"A abertura desta USF vai ser muito importante para uma resposta mais cabal em termos quantitativos e quali-

tativos à população e significa o arranque da implementação em Abrantes do novo modelo organizacional no âmbito da reforma dos cuidados primá-rios", destacou Theriaga.

A USF de Abrantes, que irá funcionar no novo edifí-cio da Rua de Nossa Senhora da Conceição, em frente ao Mercado Municipal, vai con-tar com cinco médicos, cinco enfermeiros e quatro adminis-trativos, na sua fase inicial.

Numa fase posterior, a USF de Abrantes irá contar com um total de seis médi-cos, seis enfermeiros e cinco administrativos e poderá vir a abranger mais utentes que en-tretanto fiquem desprovidos de médico de família tendo em conta a eventual situação de reforma de alguns profis-

sionais de saúde que exercem funções nesta área geográfica.

No âmbito da criação da unidade, o município decidiu atribuir um incentivo finan-ceiro aos médicos que ali vão prestar serviço, num total de nove mil euros anuais, supor-tados pelo orçamento cama-rário.

Este apoio durará dois anos, com a possibilidade de ser prorrogado por mais um.

O edifício da USF de Abrantes, onde a autarquia pretende também instalar uma Loja do Cidadão, no 1.º piso, representou um investimen-to camarário de um milhão e cinquenta mil euros, que con-tou com fundos comunitários no âmbito do Quadro de Re-ferência Estratégico Nacional (QREN).―

Ministro da Saúde esteve em Tomar

A primeira Unidade de Saúde Familiar (USF) de Abrantes iniciou funções no dia 30 de maio com cinco médicos a prestar serviço a cerca de 10.400 utentes, dos quais 4.500 utentes sem médico de família

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08 PUBLICIDADENovoAlmourol

JUNHO 2016

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EDUCAÇÃO 09JUNHO 2016

REGIÃOPolitécnico de Tomar desenvolve estágios Ciência Viva em Barquinha e em Alvaiázere

TEXTO NA

O programa Ciência Viva no Laboratório - Ocupa-ção Científica de Jovens nas Férias (OCJF) - proporciona aos estudantes do ensino se-cundário uma oportunidade de aproximação à realidade da investigação científica e

tecnológica.No âmbito deste progra-

ma o Instituto Politécnico de Tomar obteve a aprovação da realização de dois estágios, um a decorrer em Alvaiáze-re (Centro de Arqueologia e Património) e outro em Vila Nova da Barquinha (Centro de Interpretação de Arqueo-logia do Alto Ribatejo), em

Julho e Agosto.A arqueologia é a área

científica de base nos dois projectos em que poderão candidatar-se jovens a fre-quentar o 10º, 11º e 12º anos, sendo que o estágio contem-pla alimentação e alojamento.

As informações relativas aos dois estágios encontram--se no site da Ciência Viva.―

VN BARQUINHACIAAR com novos órgãos sociais

TEXTO NA

Aos vinte e um dias do mês de Abril de 2016, reuniu no Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ri-batejo, a Assembleia Geral da ACIAAR para a eleição dos novos corpos gerentes ficando assim constituídos:

Direcção: Presidente- Rita Inácio; Vice- Presiden-

te- Conceição Catroga; Te-soureira – Cidália Delgado; Secretário, Pierluigi Rosina; Vogal- Pedro Cura.

Conselho Fiscal: Pre-sidente – Rui Constantino; Secretário – Luiz Oosterbeek; Relator – Ricardo Alves; As-sembleia Geral: Presidente- Fernando Freire; Primeiro Secretário- Cristiana Ferrei-ra; Segundo Secretário- Sara Cura.―

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010 ECONOMIANovoAlmourol

JUNHO 2016

Quatro concelhos do Mé-dio Tejo vão ter posto de abastecimento para veícu-los eléctricos. Os concelhos de Entroncamento, Sertã, Abrantes e Vila Nova da Barquinha são os concelhos que vão adoptar a medida. A informação foi dada por

Jorge Faria, presidente da Câmara Municipal do En-troncamento durante a reu-nião camarária de dia 16 de maio. O autarca afirmou que a instalação do posto estará para breve sem ter precisa-do a data.

Ainda segundo Jorge Fa-ria, a informação de que os quatro concelhos seriam escolhidos para a instalação do posto de abastecimento eléctrico surgiu da parte do Secretário de Estado Ad-junto e do Ambiente, José Mendes.

TRAMAGALHey! Hackathon – MFTE reuniu massa crítica das Universidades e Politécnicos

Foto do grupo que durante 24 horas lançou mãos ao desafio proposto

TEXTO NA

Sessenta e quatro estu-dantes do ensino superior, integrados em 15 equipas, participaram num Hackathon, organizado pela empresa Mit-subishi Fuso Truck Europe – Sociedade Europeia de Au-tomóveis (Tramagal – Abran-tes), nos dias 20 e 21 de Maio.

Denominado Hey! Ha-ckathon, este evento contou com a presença do Sr. Secre-tário de Estado da Indústria, João Vasconcelos.

João Vasconcelos, que vi-sitou os participantes na noi-te do dia 21, considerou “fa-bulosa a actividade. É única e demonstra a vontade desta fábrica de participar no sécu-lo XXI. De colocar a fábrica a discutir as tecnologias mais avançadas que existem, para aumentar a eficiência e com-petitividade. E querem fazê--lo com o melhor que nós te-mos para oferecer, que é esta geração.” Referindo-se aos alunos participantes, reforçou “ser esta a geração mais qua-lificada de sempre. É a gera-ção que nos coloca a par do que há de melhor no mundo.

É notável que numa fábrica das mais bem geridas do país, estes alunos ainda consigam encontrar motivos de eficiên-cia. Esta empresa, com muita inteligência, promovendo um evento como este, já percebeu o que é que vai acontecer no futuro. Já percebeu o poder do digital e da tecnologia. E quer fazer parte desse futuro.”

Durante as 24 horas do evento, os participantes in-tegrados em equipas de três e cinco elementos desenvol-veram soluções baseadas em

desafios lançados por colabo-radores da Mitsubishi Fuso Truck Europe, nas áreas de Produção, Qualidade, Logís-tica e Engenharia Industrial.

Os dois primeiros projec-tos vencedores pertenceram ao Instituto Politécnico de Tomar, sendo que a terceira equipa classificada, era oriun-da da Universidade de Coim-bra.

A equipa vencedora, de-nominada “oUltimoLugar”, apresentou uma solução para a área de Logística.

NERSANTFormação de Formadores arranca em OurémTEXTO NA

A NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, vai dinamizar mais uma ação do curso de For-mação Pedagógica Inicial de Formadores, em Ourém. A ação inicia no dia 13 de junho e ainda existem algumas vagas para formandos.

Os interessados em ob-ter o Certificado de Compe-tências Pedagógicas podem inscrever-se nas ações de For-mação Pedagógica Inicial de Formadores que a associação NERSANT realiza um pouco por todo o território do dis-trito de Santarém. Neste mo-mento, está prestes a arrancar uma ação de formação do cur-so em Ourém, já no próximo

dia 13 de junho.A frequência e conclusão

com aproveitamento do curso Formação Pedagógica Inicial de Formadores proporcionará aos formandos a aquisição e o desenvolvimento de com-petências no domínio peda-gógico, o que lhes permitirá o exercício da função de for-mador nas áreas para as quais estão habilitados.

Para além da ação de for-mação em Ourém, existem outras ações já agendadas para Torres Novas, Santarém, Be-navente, Abrantes e Cartaxo. As inscrições são realizadas online no portal da associa-ção, em www.nersant.pt. As empresas associadas da NER-SANT que inscrevam colabo-radores têm 10% de desconto em cada inscrição.

Para mais informações, os interessados devem contac-tar o Núcleo NERSANT de Ourém através dos contactos 249 544 211 [email protected].

De referir que os for-mandos que concluírem com sucesso esta ação, passarão a pertencer automaticamen-te à Bolsa de Formadores da NERSANT.―

O desafio lançado a 15 equipas de estudantes do Ensino Superior contou com 24 horas de actividade e uma fábrica aberta para a promoção da eficiência. Secretário de Estado da Indústria marcou presençaa

Os três melhores projectos. Em 1º Lugar, com o desafio “Logística Interna” ficou a equipa “ oUltimoLugar”, com o projecto “Logistics

Solução”: Visualização e gestão da logística de abaste-cimentos de peças através de microcontroladores e sensores nos postos de trabalho. Em 2º Lugar, com o desafio “En-genharia Industrial” ficou a equipa “Covil dos Engenhei-ros”. O seu projecto, “Hey! Quemedoi”, baseava-se na Monitorização, Alerta e En-

quadramento Estatístico dos sinistros laborais, para comu-nicação e actuação célere e efi-caz. No 3º Lugar ficou a equpa “DEI Vai às Bombas” com o desafio da “Logística Interna “ apresentando uma solução assente numa ferramenta que incorpora modelos analíticos que reflectem o actual sistema de abastecimento, permitindo simular, antever e planear a operação. O projecto chama--se “Deus Daimler Disse”.

Em balanço final, Jorge Rosa, CEO da Mitsubishi Fuso Tru-ck Europe, considerou que em termos globais “o resultado foi muito positivo, cumprin-do com os objectivos delinea-dos. As empresas em geral e a nossa, em particular, não se podem fechar sob si próprias e a ligação com as escolas é fundamental para potenciar o crescimento do país.

Esta geração, que está hoje nas universidades, será a ge-ração que liderará a 4ª Revo-lução Industrial (a designada Indústria 4.0).

Enquanto empresa, quere-mos estar na linha da frente e, por isso, contamos com estes jovens.”―

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PUBLICIDADE 011JUNHO 2016

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JUNHO 2016

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JUNHO 2016

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CULTO 015JUNHO 2016

OS PASSOS DE SÍSIFO

OtimismoOPINIÃO LUIZ OOSTERBEEK

A reitora da Universidade de Harvard, no seu discur-so de abertura do presente ano letivo na academia militar de West Point, destacava que mais de metade dos líderes mundiais são formados em Humanidades e que 70% dos dirigentes das maiores empresas do mundo consideram como critérios fun-damentais de seleção de qua-dros as capacidades de análise crítica, comunicação e escrita, treinadas nas Humanidades. E acrescentava que os cortes que muitos governos estão a fazer neste setor têm um impacto di-reto na capacidade de liderança dos EUA.

A Comissão Europeia, cria-da sobre as cinzas de duas guer-ras mundiais como um projeto “caro” para pagar o custo de manter a paz, não terá escutado este discurso, e certamente não percebe que para nada serve manter défices baixos quando morrem milhares de pessoas no Mediterrâneo todos os dias e se erguem de novo as antigas fronteiras nacionalistas que tantas más memórias nos tra-zem. Infelizmente, o discurso da excelência isolacionista (na verdade bastante medíocre e pouco competitivo) e do des-prezo pelos investimentos sem retorno financeiro imediato

também são hoje moeda cor-rente naquele que deveria ser o último reduto do conhecimen-to e da reflexão de longo prazo: o ensino superior.

Houve tempos, que prece-deram grandes períodos de crescimento económico, em que a Europa focou a sua aten-ção e investiu prioritariamente na reflexão de médio e longo prazo, como quando se criaram as primeiras universidades (nos séculos XII e XIII) que foram decisivas para o Renascimento, ou quando se desenvolveram os grandes debates filosóficos em torno da reforma, do raciona-lismo e do idealismo alemão, que foram fundamentais para o grande crescimento económico dos séculos XVIII e XIX. Esses tempos estão esquecidos, mas o mundo não é apenas a Europa e os EUA.

No passado já se viveram momentos muito mais graves que o atual, e por diversas oca-siões uma grande parte da po-pulação mundial morreu…mas ainda aqui estamos. Como re-fere o filósofo James Pawelski, da Universidade de Pensilvânia, quando olhamos para quem marcou a diferença e ajudou a reverter quadros negativos no passado, encontramos sobre-tudo pessoas que, nas maiores adversidades, não desistiram e mantiveram o otimismo de

querer viver o melhor possível que as circunstâncias de cada momento permitissem, sem soçobrar ao desânimo da auto-flagelação.

Sabemos que a economia, quase gelada a Norte, tem o seu motor mais dinâmico hoje na Ásia, e em especial no Sudes-te Asiático. E a relação com as Humanidades e as Artes é bem distinta nesses países.

Nos primeiros dias de Junho reunirá em Macau o IV Fó-rum Cultural Mundial Taihu, uma iniciativa da China, ini-ciada há alguns anos, e que se inspirou no Fórum Económico de Davos, na Suíça (Taihu é um lago na China), mas assumindo que a Cultura é o epicentro das grandes questões e mudanças estratégicas da Humanidade. O tema do Fórum será Dar as mãos para uma Comunidade com Destino Humano.

Nos finais de Outubro, o Fórum Mundial das Huma-nidades, na Coreia do Sul, irá reunir-se pela quarta vez, desde a sua criação em 2011, na se-quência da qual a UNESCO veio a adotar uma resolução que voltou a atribuir prioridade na investigação às Humanidades. O tema do Fórum este ano será Esperança!

A compreensão do papel central das Humanidades na criação de sentido na vida, ou

“Em todos os momentos de decadência do passado, um dos primeiros sinais foi a perda de interesse social na reflexão a médio e longo prazo, sem se perceber, nesses momentos como hoje, que sem uma visão de futuro só restarão os conflitos do presente e, mais cedo ou mais tarde, a guerra.”

DOM RAMIRO

A arte da “época”…OPINIÃO CARLOS VICENTE

Falemos então de artes. Em geral tal como no resto do mundo, subvertido pelos pode-res, do poder que têm, ou pelo poder da economia (rápida), geradora de oportunidades bem aproveitadas pelos oportunistas do costume. Parece-me… que simplesmente fazem parte do “todo” tresloucado, que é a socie-dade neste momento.

Existe uma boa diferença entre a fruta que vamos escolher para comprar e pagar… em re-lação há, que nos cai da árvore do vizinho, quando (imaginem) passávamos por acaso. O que mais se deferência, além da ati-tude ou do acontecimento, é o “tempo” do acontecimento (em

seja, na construção de caminhos partilhados em que se possam encontrar interesses divergen-tes de momento, em torno de visões partilhadas de futuro, é a chave do sucesso dos gigan-tes asiáticos. Visões como as da China ou da Coreia do Sul, também se encontram na Índia ou em Singapura, e constituem a maior fonte de otimismo que podemos hoje ter em relação ao futuro comum da Humanidade.

Este não é um debate novo. Em todos os momentos de de-cadência do passado, um dos primeiros sinais foi a perda de interesse social na reflexão a médio e longo prazo, sem se perceber, nesses momentos como hoje, que sem uma visão de futuro só restarão os confli-tos do presente e, mais cedo ou mais tarde, a guerra.

Mas tal como no passado, foram muitas vezes as periferias a resgatar o melhor dos centros em decadência, reabilitando a prazo esses centros, como no caso do Helenismo, que foi grego pela educação de Aristó-teles, mas essencialmente Ma-cedónio pela vontade e, depois, Romano pela capacidade.

Vivemos tempos difíceis, muitas vezes angustiantes, mas certamente podemos intervir e tentar contribuir para reverter a maré. Porque há razões sólida para manter este tipo de oti-mismo.―

si) que nos leva a pensar. Que fruta? Onde comprar? A escolha desta (aparência e cheiros) e o preço. No fim, a degustação.

Façamos então um exercí-cio a posteriori do “valor” dessa mesma fruta; o monetário, o quantitativo, o qualitativo e o satisfatório.

- Sim, é a minha cara. Foi uma escolha minha as-

sumida, declaro que a fruta é de boa colheita, tem sentimentos e é de boas famílias… consigo sentir o aninhar da terra com a enxada em volta da caldeira que lhe dá de beber, sentir a mão na apanha, o cuidado no transporte e o aninhamento na prateleira onde espero que me levem dali e me saboreiem. Que bom, mere-ceu todo o investimento…

- Caída da árvore do vizi-

nho. Hum… estará boa? Que sorte e de borla…

bom, é sempre ganho, vamos lá rentabilizar o achado! Que tal uma injecção de condimentos bem cheirosos, uns drunfos que lhe darão muito mais tempo de

prateleira sem entrar em decom-posição… que tal um botox e uma boa massagem para brilhar em qualquer situação… Que tal, o Conde de patilhas até ao pes-coço de cachucho no dedo que nunca sentiu terra… tal montra

cheirosa de spray nova vaga e néon cintilante… tal qual o meu vizinho da frente, também Con-de de patilhas até ao pescoço de cachucho no dedo que (tam-bém) nunca viu terra… então o meu amigo Conde, compra-me a fruta a dez, que vende por vinte a outro Conde que a vai vender a trinta… a tal que caiu da árvore do quintal do vizinho do lado…

A minha, comprei a quatro do agricultor que a vendeu a 1.5 (com todo o carinho) para ser vendida a três na loja da Ritinha (porque ela também tem de ga-nhar a vida…).

E, o que é que isto tem a ver com a arte? hoje. (Só porque o Verão está aí… e a fruta faz tão bem como a arte). Compre-a ao produtor com sabor e sentimen-tos...―

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Escola de triatlo do Clube de Natação no europeu

Realizou-se no Parque das Nações em Lisboa, o Campeonato da Europa de Triatlo entre 27 e 29 de maio. As triatletas juniores femininas foram as primeiras a lançarem-se ao Tejo. Neste escalão estiveram presentes atletas de 23 selecções europeias, sendo Gabriela Ribeiro do Alhandra, a melhor portuguesa terminando na 30ªposição, enquanto a torrejana Carolina Serra não foi além do 49ºlugar.Na distância Sprint, André Rodrigues chegou na 22ªposição no Grupo de Idades 16-19 anos, enquanto Miguel Moreira e Rafael Marques, foram 28º e 29ºclassificados. No Grupo de Idades 35-39 anos, Rita Amaro foi a única atleta torrejana feminina que participou nesta prova e terminou no 29ºlugar. Destaque também para o 17ºlugar de Marco Sousa, no Grupo de Idades 40-44 anos, com Pedro Silva a chegar na 43ªposição, 2 lugares acima de Ricardo do Canto que no Grupo de Idades 45-49 anos terminou no 41ºlugar.Na prova de distância olímpica, e no Grupo de Idades 25-29 anos, Miguel Reis e Silva terminou a sua 1ªprova nesta distância no 30ºlugar, enquanto André Antunes foi 47ºclassificado no escalão 35-39 anos, e o seu irmão Pedro Antunes no Grupo de Idades 40-44 anos, concluiu no 54ºlugar. Marco Sousa, Pedro Silva e Ricardo Canto voltaram a competir nesta prova de dia 29, e foram 27º, 68º e 65ºclassificados.―

TORRES NOVAS ENTRONCAMENTO

TEXTO NA

A canoísta Francisca Laia apurou-se no dia 19 de maio, para os Jogos Olímpicos Rio'2016 em K1 200, amplian-do para sete o número de ca-noístas no Rio de Janeiro, após o seu quarto lugar em Duisbur-go, Alemanha.

A estudante de medicina de 21 anos, formada no Clube Desportivo os Patos de Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, preci-sava ser uma das duas primeiras na final, mas como as rivais da Alemanha e Eslováquia, pri-meira e terceira, respectivamen-te, já tinham garantido vaga para o país noutra tripulação, Francisca Laia foi beneficiada com os dois lugares libertos e vai cumprir assim o sonho olímpico.

Com uma má largada, à se-melhança do que já tinha fei-to nas eliminatórias, a canoísta do Sporting completou a prova

ABRANTES

Francisca Laia apurada para os Jogos Olímpicos

Jovem lutador ganha três medalhas de ouro em Campeonato do mundo

O atleta do Entroncamento, Tiago Veríssimo, ganhou 3 Medalhas de Ouro em 3 modalidades diferentes no Campeonato Mundial de ALL STYLES WAC realizado nos dias 18, 19 e 20 de março.Orientado pelo treinador Joel Magalhães nas modalidades Jiu Jitsu Brasileiro & M.M.A KIDS (Artes Marciais Mistas para Crianças), na Equipa MMA PRIDE TEAM, Tiago Veríssimo venceu duas vezes nas finais contra membros de uma equipa francesa (Kemposhinkaï) nas modalidades BJJ WITH GI & NO-GI (Jiu jitsu brasileiro com kimono & sem kimono) e ainda MMA KIDS (Artes Marciais Mistas), venceu a final contra um português da equipa Ginofitness Kempo de Felgueiras.Esta sexta edição do WAC decorreu de 18 e 20 de março, na cidade de Caldas da Rainha que recebeu mais de 5.000 competidores de 54 nacionalidades.O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Faria, recebeu o atleta e o seu treinador nos Paços do Concelho, realçando a importância da prática e da promoção do desporto junto das crianças e jovens e salientou o sucesso e empenho do jovem atleta Tiago Veríssimo na conciliação da atividade desportiva com a vida escolar.―

em 42,098 segundos, atrás da alemã Sabine Volz (41,470), da sueca Linnea Stensils (41,509) e da eslovaca Martina Kohlová (42,081).

Horas antes, Beatriz Gomes e Helena Rodrigues falharam o que seria a terceira qualificação olímpica consecutiva, em K2 500.

Portugal vai apresentar sete canoístas em regatas em linha,

016 DESPORTONovoAlmourol

JUNHO 2016

Francisca Laia cumpre sonho aos 21 anos

nomeadamente Francisca Laia, Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro, David Fer-nandes, Hélder Silva e Teresa Portela.

Actualmente no Sporting Clube de Portugal, a atleta abrantina presenteia o seu con-celho de origem, Abrantes, com um feito que entra para a gale-ria de momentos notáveis em ano de centenário da cidade.―

TEXTO NA

A cidade de Vila Real de Santo António, no Algarve, recebeu nos passados dias 20 a 22 de maio, o “Campeonato da Europa de Estrada – Masters” e o CLAC – Clube de Lazer Aventura e Competição do Entroncamento esteve a repre-sentar a Seleção Nacional, com uma comitiva de seis atletas.

Nos resultados alcançados nestes “emacns 2016”, destaque para a vitória de Manuel Maia na “Estafeta Cross”, em que Portugal ganhou a medalha de ouro no escalão de M75 anos, à frente da congéneres da Suíça e da República Checa, que foram medalha de prata e de bronze, respetivamente. A estafeta foi composta, para além de Manuel

Maia, pelos atletas Arménio Patrício, que fez o primeiro per-curso e Armando Aldegalega, o último. No dia seguinte, Ma-nuel Maia participou ainda na Meia Maratona, na companhia de Ana Abegão, tendo obtido o 7º lugar no seu escalão.

Quem igualmente ganhou a sua prova foi José Canelo, que alinhou nos 10 quilómetros,

no escalão de M90 anos(!), mas que ficou a saber depois de con-cluir a mesma, que tinha sido desclassificado, pelo controlo médico da corrida, que aquando a apresentação do protesto, ale-gou que o atleta português, não reunia condições “médicas” para acabar a prova. 7No entanto, José Canelo acabou a sua prova, em perfeitas condi-ções de saúde.―

Manuel Maia é campeão europeu

ATLETISMO

Manuel Maia na companhia da colega Ana Abegão

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CULTURA 017JUNHO 2016

A Estratégia Turismo 2027 define-se através de 5 eixos: 1. Território; 2. Economia; 3. Conhecimento; 4. Produtivida-de; 5. Projectar PORTUGAL. A discussão pública sobre a ET2027 iniciou-se em 24 de maio de 2016 no Convento de Cristo de Tomar. Das palavras da Secretária de Estado do Turismo Ana Mendes Godinho retivemos o seguinte esquema: * desenvolver uma estratégia partilhada; * determi-nar políticas públicas activas; * combater a litoralização do país; * tornar o turismo resistente aos ciclos económicos desfavorá-veis; * atenuar a sazonalidade; * desenvolver política de compro-misso e de trabalho articulado; * mobilizar a sociedade civil, as regiões, as empresas e os trabalhadores; * “abolir a palavra potencial” (sic), porque o que interessa é fazer; * passar dos desejos à construção; * planear o turismo em rede articulada; * considerar que “Portugal é Turis-mo e Turismo é Portugal” (sic). Assinalando-se a o optimismo político destas pretensões e no seguimento do “PENT” e do “Turismo 2020-cinco princípios para uma ambição”, geridos pela autoridade turística nacional, inaugura-se nova abordagem ao sector. Do que respigámos da apresentação vejamos os desa-fios colocados: ET2027 - Desafios ao turismo nacional. 1- PESSOAS: (valorização dos recursos huma-nos). Foi assinalado o rendimen-to de prestadores de serviços de hotelaria e de restauração situado em média, 37% abaixo da média da restante economia (contestado na discussão). Não deixa de ser significativa a políti-ca geral de depreciação do factor trabalho que, no Turismo como noutras actividades económicas, se regista; 2- COESÃO TERRITO-RIAL: porque cerca de 90% as dormidas se localizam no litoral, o combate às assimetrias regio-nais é urgente; 3- CRESCIMENTO ECONÓMICO: (valores). Crescer e agregar mais valor ao negócio com aumento da receita média por turista; 4- SAZONALIDADE: impor medidas partilhadas para reduzir os efeitos da sazona-lidade, porque ela apresenta uma taxa média de 37% a 39%, obrigará à concertação estratégi-ca entre Organizações, visando aumentar a qualidade dos destinos; 5- ACESSIBILIDADES: Portugal tem que saber passar

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

55. Nova estratégia de Turismo para Portugal

Luís Mota FigueiraProfessor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

da situação tradicional de país periférico a destino com capaci-dade para atrair turistas da China, Austrália, Américas e mercados emergentes, revelando a sua realidade ambiental, cultural, artística, social e empresarial; 6- PROCURA: Estimular a procura baseada no conhecimento dos perfis dos turistas, cada vez mais exigentes e informados com ên-fase, nomeadamente, no turismo sénior e turismo desportivo/am-biental; 7- INOVAÇÃO: Utilização de instrumentos e ferramentas da economia digital e empreen-dedorismo focado, entre outras iniciativas, na densificação de propostas de startups e novos re-forços ao negócio turístico (http://startups.ativarportugal.pt/ como exemplo); 8- SUSTENTABILIDADE: Valorizar os 836 anos de história oficial nacional, comemorados a 23 de Maio, aumentando o uso da digitalização para conserva-ção e valorização do património ambiental e cultural e da biodi-versidade articuladas, também, com a salvaguarda dos valores paisagísticos; 9- SIMPLIFICAÇÃO: Simplificação da linguagem turística e desburocratização de projectos de investimento e dos procedimentos a eles associa-dos; 10- INVESTIMENTO: dada a descapitalização das empresas, a alocação dos recursos que possam garantir o acesso das empresas a financiamento é um objectivo central para criação de emprego e revitalização do sector. Do texto institucional da autoridade turística nacional respigamos: TURISMO 2027- A Estratégia para o Turismo 2027 pretende ser o referencial estraté-gico para o Turismo em Portugal na próxima década, tendo por base um processo participativo, alargado e criativo com con-tributos de diversos ângulos da sociedade nas suas várias valências. Consubstancia uma visão de longo prazo, combinada com uma ação no curto prazo, permitindo atuar com maior sentido estratégico no presente e enquadrar o futuro quadro comu-nitário de apoio 2021-2027. http://estrategia.turismodeportugal.pt/ . Esperemos que o processo tenha o sucesso que praticamen-te todos os presentes em Tomar auguraram a este novo caminho que está a ser desenhado para o turismo nacional.

Riachos, 1 de junho de 2016.―

“O Estado existe para realizar o que é útil. O indivíduo para realizar o que é belo.” Oscar Wilde

VN BARQUINHA

Rita Guerra é cabeça de cartaz de festa para toda a família

TEXTO NA

Cinco dias de festa. Vila Nova da Barquinha não vai parar entre 9 e 13 de junho. Vem aí o maior evento anual do concelho, com dezenas de expositores de artesanato e tas-quinhas.

Na edição 2016 da Feira do Tejo não irão faltar anima-ção de rua, teatro, dança, fol-clore, marchas populares, pi-rotecnia, desporto, insufláveis, exposições e muita música.

Nos concertos, de destacar a atuação do abrantino FEL (9 jun), o pop dos portugue-ses D'Alva (10 jun), a alma e energia do grupo Cais Sodré Funk Connection (11 jun), as grandes vozes e a música da Orquestra Ligeira do Exército (12 jun) e Rita Guerra, uma voz ímpar e consagrada que assinala 30 anos de carreira (13 jun), uma noite que promete ser memorável, de canções sin-cronizadas com pirotecnia.

Do programa fazem parte também os batismos a cavalo, voos suspensos em balão de ar quente, jogos tradicionais, workshops, ateliers de fotogra-fia e pintura para crianças, en-

Rita Guerra é apelo para grandes multidões mas programa encerra surpresas

tre outras atividades para toda a família.

O evento é também uma oportunidade para conhecer o Parque de Escultura Con-temporânea Almourol (www.barquinhaearte.pt), que nestes dias oferece visitas guiadas pe-las 11 esculturas de grandes di-mensões, o Castelo de Almou-rol, monumento nacional que abriu recentemente ao público renovado com um novo proje-to de musealização, ou um dos mais recentes espaços de divul-gação da ciência em Portugal – o Centro Integrado de Edu-cação em Ciências (www.ciec.vnb.pt). Sem esquecer a gas-tronomia, baseada nos sabores do rio, que pode ser apreciada nos inúmeros restaurantes do concelho.

Mais uma vez, a parceria

do Município de Vila Nova da Barquinha com as associações e entidades do concelho cria-ram condições para cinco dias de muita diversão junto ao rio Tejo, num espaço de rara be-leza.

Espaço de recato ao som do jazz e rock. O Clube União de Recreios de Moita do Norte (CIR-Ex-Tuna) e a Associa-ção de Pais e Encarregados de Educação do JI de Moita do Norte associam-se para criar um espaço de jazz e rock na Feira do Tejo. No Quiosque Central atuam o "Jorge Es-perança Quarteto" (jazz), no dia 10 de junho pelas 21h00. No dia 11, pelas 19h00, é a vez da dupla de Djs "Dois Tipos Mais ou Menos Assim Assim".―

A dupla D'Alva vai surpreender muita gente...

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018 CULTURANovoAlmourol

JUNHO 2016

TOMAR

O Bons Sons são quatro dias...Cem Soldos acredita 365 dias por ano

Luís Ferreira apresenta o projecto de Cem Soldos

TEXTO&FOTOS R. ALVES

São 16h45 minutos do dia 17 de maio e a maior parte dos jornalistas ainda não chegou à sede do Sport Clube Operário de Cem Sol-dos (SCOCS). Não tardam a chegar e quando o fazem vêm ruborizados, de máquina fotográfica em punho. Aca-baram de fazer a visita à al-deia tomarense, percorreram as ruas onde, de 12 a 15 de agosto, o Bons Sons recebe mais de três dezenas de mi-lhar de visitantes. Nas ruas a calma é palavra de ordem, tal como em qualquer aldeia. A igreja que se vê ao fundo da rua, da porta da sede do SCOCS é, naquele momen-to, “apenas” um local de co-munhão da aldeia, religiosa, leia-se. A praça que alberga o palco Lopes Graça está como é habitual, plácida. Mas sem-pre pronta para as cores do Bons Sons. Notam-se-lhe os tremores de quem só tem que esperar mais três meses para abraçar a multidão sorriden-te.

Os jornalistas começam a chegar à sede do SCOCS, um edifício de tectos altos com recantos mais acolhedo-res, um deles recebe a apre-sentação da edição 2016 do Bons Sons. A sala está mais cheia do que em 2015. Há mais objectivas, mais olhos, mais canetas e blocos de fo-lhas. Mas também há menos faces ruborizadas e mais ros-tos familiares. Não é por aca-so que o Bons Sons, embai-xador de um projecto maior do SCOCS (já lá vamos) consegue apelar ao fascí-nio da imprensa nacional. A maior parte dos que ali estão já percorreram outras vezes aquelas ruas, sentiram o pul-so à sua dinâmica, conhece-ram as avós e aproveitaram para fazer uma pausa nas suas rotinas diárias para dizer boa tarde a quem passa ou sorrir para as casas abertas e rostos curiosos de três quartos de século em média, em premo-nição do que se vai passar em agosto.

A equipa do SCOCS é jovem, simpática, acolhedora e crente em si e naquilo em que acredita. Acima de tudo, apostam na sua terra, na sua comunidade e, declarada-mente, querem ser exemplo. E aqui não há nada de ego-cêntrico ou narcisista. “So-mos um aldeia que acredita, e que porque acredita faz”, diz a certa altura Luís Ferreira, presidente do SCOCS e ope-rário graduado de Cem Sol-dos nestas coisas da cultura.

Este ano a apresentação do Bons Sons é uma passa-deira vermelha para o que está por detrás. E é muito. A edição de 2016 encerra maior sentimento de festejo, são dez anos de música portuguesa e o culminar de um período em que por Cem Soldos, pe-quena aldeia no concelho de Tomar, passaram os maiores nomes da música portuguesa. Desde então serviu de rampa de lançamento para projectos hoje bem conhecidos do pú-blico português.

“É bom ter casa cheia”, diz-nos Luís Ferreira sen-tado numa ponta do palco vazio, encimado por uma tela onde passarão vídeos sobre o projecto de Cem Soldos. Os jornalistas são servidos com Mouchão, uma bebida típica do concelho, fresca e muito agradável. Na ponta do pal-co, Ferreira explica que este ano propõe “uma conversa algo diferente, focando-nos numa acção, algo que é mui-to importante, mas vamos fazer muitas reflexões, sobre o legado para a música mas também para a aldeia e para o espaço rural”, avisa convicto.

“Somos o Bons Sons e muito mais que um festival”, atira. “Há um Cem Soldos que nos é muito difícil de comunicar”, contextualiza depois. E é verdade. Não há como esconder. Tal como qualquer bom operário, o tra-balho do SCOCS passa mui-tas vezes despercebido mas os resultados surgem quando menos se espera. E vão sur-gir cada vez mais. Se tal não acontecer apenas acontecerá por mesquinhez política e

pequenez nacional. É aqui que este texto passa de jorna-lístico a opinativo.

Numa região arregimentada ao modus operandi das tre-vas criativas, focada na luta pela sobrevivência perante Lisboa e dando a mão aos criativos quando politica-mente lhe(s) convém, há uma pequena aldeia que cria e que sonha. Mais, sonha e executa, com convicção. “A diferença quando trabalhamos para e com as pessoas”, atira a certa altura Luís Ferreira.

“O Bons sons é um projec-to que coloca a cultura como

base de desenvolvimento, co-loca a cultura no centro ou na base do desenvolvimento”. E só isto já serve para dife-renciar o projecto de Cem Soldos. Mas esta abordagem tem os seus obstáculos quan-do plasmado no mundo dos números. “Não podemos ava-liar os projectos apenas pelos números ou contrariaremos exactamente aquilo que jul-gamos que devemos fazer”, responde. O Bons Sons não é propriamente uma árvore do dinheiro mas é o motor para muitas ramificações culturais e mudanças na aldeia e nas suas gentes.

Os números que contam, por agora, são estes: seis edi-ções, 192 concertos, 173 mil visitantes, uma aldeia cultura. O SCOCS apoia desde os serviços de saúde da aldeia aos projectos de requalifica-ção urbanística da mesma. “Educação, turismo, Enve-lhecimento, Desporto, Urba-nismo e cultura são os pilares de um projecto maior. “Há dois anos a escola em Cem Soldos corria o risco de aca-bar”, contou Luís Ferreira, mas no ano lectivo de 16/17 trabalhou-se no “desenho do projecto Pedagógico” para a aldeia. A aposta passa pelo ensino moderno, um outro modo de formar as crianças. No caso, um ensino que for-me cidadãos atentos e sensí-veis ao mundo que os rodeia, começando pela sua aldeia.

“Pensar como crescemos na aldeia. Uma aldeia sem uma escola não é uma al-deia.” E pensar que o Bons Sons poucos apoios consegue granjear na região…

Bons Sons 16Sobem aos oito palcos do Bons Sons vários nomes na-cionais: Best Youth, Sensi-ble Soccers, Da Chick, Jorge Palma, Carminho, D'Alva, Branko, Deolinda, Vera Mantero, Tiago Pereira, An-dré Barros e ainda DJ Lilo-cox, Niagara, Puto Márcio, Os Tunos, entre outros. entre os dias 12 e 15 de agosto, em Cem Soldos, no concelho de Tomar. 8 palcos, 50 nomes da música portuguesa e 4 dias de festival.―

FLAK, fundador dos Rádio Macau esteve na apresentação com Diego Armés

O Bons Sons não é propriamente uma árvore do dinheiro mas é o motor para muitas ramificações culturais e mudanças na aldeia e nas suas gentes.

Cada vez mais jornalistas marcam presença na promoção do Bons Sons

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CULTURA 019JUNHO 2016

Não há qualquer razão para um concelho, ou uma região, se fechar em si mesmo e não importar do exterior bens culturais – pessoas e obras – que venham fecundar o que se faz dentro. Fecundar não é apenas ser espectáculo que corre como chuvada intensa para o mar… do esquecimen-to. Fecundar é transformar, é produzir vida.Não há nenhuma boa razão para não apostarmos nos criadores locais. Como não há cultura portuguesa sem cria-dores culturais portugueses e em Portugal, também não há verdadeira cultura local ou regional sem criadores cultu-rais em acção nesse local. Por exemplo no nosso concelho e na nossa região.Há que apostar nos nossos criadores. Apoiar os que existem – e há muitas formas de apoio já testadas – estimu-lar os potenciais criadores e semear a criatividade cultural nas novas gerações. E uma das formas de o fazer é multiplicar as interacções entre os criado-res locais. E entre os locais e os grandes criadores de fora, outra razão para não ficarmos fechados.O contrário disto tudo é ficarmos encasulados sobre uma ou outra figura local, já consagrada localmente, como se, pobrezinhos mas honra-dos, ficássemos satisfeitos com o que temos. Isso não é cultura, vida, criação. É bolor, decadência, morte lenta.Outra das apostas tem de ser na qualificação dos atores culturais que temos. A grande revolução nas artes plásticas portuguesas ficou a dever--se às bolsas concedidas pela Fundação Gulbenkian a artistas portugueses para que fossem ver e aprender lá fora. O mesmo tem de ser feito a nível local e regional se não quisermos perder o pé no mar agitado da criação que nos envolve. E não creio errar se disser que neste domínio está (quase?) tudo por fazer entre nós. Quem apostou em quem?Outra das apostas terá de ser na “exportação” dos nossos criadores e das suas obras. Por várias razões, por exemplo para os valorizar e potenciar. Um escritor que é “bom” por ser o melhor da sua rua ou do

Marca d’ Água

O melhor da minha rua?

Alves JanaFilósofo

“Há que apostar nos nossos criadores. Apoiar os que existem – e há muitas formas de apoio já testadas – estimular os potenciais criadores e semear a criatividade cultural nas novas gerações. E uma das formas de o fazer é multiplicar as interacções entre os criadores locais.”

seu concelho, não é o mesmo que por ser testado e reconhe-cido a nível nacional, se não mesmo internacional. E não é grande atrevimento afirmar que alguns dos nossos cria-dores são competentes para se afirmarem num contexto nacional e em certos contex-tos internacionais, apesar de nunca terem tido oportuni-dade de sair da sua pequena terra. Quem perde? Todos nós. E também eles, é claro.Não é difícil concluir que ao nível cultural está (quase) tudo por fazer. Até porque o

ABRANTES

Festa em tons de centenário

TEXTO NA

De 9 a 14 de Junho Abran-tes está em festa com uma programação diversa direcio-nada para diferentes públicos com diferentes interesses, no ano em que a cidade celebra o centenário.

Como vem sendo habi-tual os espetáculos musicais decorrem em diferentes lo-cais, proporcionando anima-ção por todo o centro histó-rico da cidade.

Dia 9 destaque para a Or-questra Ligeira do Exército na Praça Barão da Batalha, dia 10 conta com o local-mente famoso Carlos Cata-rino no Jardim da República e momento alto com os The Gift às 22h na Praça Barão da Batalha, às 22h 30 na Pra-ça Raimundo Soares é a vez de Hotplay (tributo aos Col-dplay) subirem ao palco. No dia 11 destaque para os Azei-tonas às 22h na Praça Barão Batalha, Fel e Filarmónica

Elétrica Livre às 23h30 na Praça Raimundo Soares e DJ Mossy à 01:00 na Praça D. Francisco de Almeida. No dia 12 atuam David Antu-nes & The Midnight Band às 22h na Praça Barão da Batalha, às 23.30 os abranti-nos Kwantta atuam na Praça Raimundo Soares. No dia 13 o projeto Vozes de Abran-tes faz-se ouvir, o concerto aqui apresentado constitui--se integralmente como um tributo a Abrantes e conta com uma participação espe-cial de artistas abrantinos e uma dinâmica multimédia, através de fotografias e ví-

deos. No último dia de festa, dia 14 realizam-se as cerimó-nias comemorativas do Dia da Cidade, com início às 11h nos Paços do Concelho. Às 16h realiza-se no Cineteatro São Pedro a cerimónia oficial do dia da Cidade. Encerram as festas com um concerto de Marisa Liz e Luís Represas às 22h no Castelo de Abran-tes.

As festividades contam com as tradicionais tasqui-nhas e a feira de artesanato de Abrantes, patente no largo João de Deus, na Rua Avelar Machado e no Largo Ramiro Guedes.―

Os The Gift e Luís Represas (em baixo) marcam presença nas festas da cidade

mais importante não é o que está feito, é o que falta fazer. Não que sejamos um deserto cultural, nem no que respeita ao passado, nem no que diz respeito ao presente. Mas entre o que há e o que pode haver existe uma distância… a percorrer, a desafiar-nos, a comprometer-nos. Está aí alguém?―

ALCANENAAteliê de Artes do CEAC em exposição TEXTO NA

Está patente desde dia 5 de junho na Galeria Ma-ria Lucília Moita, na Casa da Cultura, em Alcanena, a inauguração da exposição do Ateliê de Artes de Vila Nova da Barquinha.

Os trabalhos desenvol-vidos no Centro de Estudos de Arte Contemporânea de

Vila Nova da Barquinha em diversos ateliês vão desde a pintura, ao desenho, à foto-grafia e vídeo.

Esta exposição estará pa-tente ao público, na Galeria Maria Lucília Moita, até dia 24 de junho, de segun-da a sexta-feira, das 9:00h às 12:30h e das 14:00 às 17:30h.―

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020 CULTURANovoAlmourol

JUNHO 2016

ENTRONCAMENTO

Carlão nas festas da cidade

A energia de Carlão é atração

TEXTO NA

As festas de São João e da Cidade no Entroncamen-to acontecem de 17 a 25 de Junho, no largo da Câmara. Este ano com destaque para os espetáculos musicais de Santa Maria (dia 17), Carlão (dia 18) e UHF (dia 25). Para além dos nomes referidos, atuam também no Entron-camento os Átoa, Ricardo Rebelo, Gringos, Fun2Rock, Tributo Queen e também di-versos DJ´s animarão as noi-tes das festas da cidade.

Existirá também um pal-co 2 dedicado às coletivida-

des, associações e escolas do concelho, onde atuarão en-tre outros o Coro da Escola Rumo ao Futuro, Escola de Cavaquinhos e Tuna da Uni-versidade Sénior do Entron-camento, espetáculo de Dan-ça pelo Es-passo de dança “the new cats”.

No desporto destaque para o XXII Grande Prémio Museu Nacional Ferroviário e III caminhada José Canelo, dia 19 de Junho (domingo) às 10h.

Destaca-se também as já conhecidas tasquinhas, o artesanato, exposições, ani-mações de rua e o espaço criança.―

Pomonas Camonianas:celebrar Camões em Constância

António Matias CoelhoHistoriador. Consultor Cultural

[email protected]

Junho é mês de Pomonas em Constância. O que timidamen-te começou, há mais de 20 anos, transformou-se num dos grandes acontecimentos do calendário de realizações do concelho e da região a meio de cada ano: pelo 10 de Junho, Dia de Camões, Constância traz ao presente a atmosfera quinhentista em que o grande épico viveu e, segundo afirma a ancestral tradição popular, por aqui terá passado.

Digo Constância traz e di-go-o de propósito e a-propósi-to: é Constância que faz a fes-ta. São as crianças e os jovens do concelho, dos jardins de in-fância até ao ensino secundá-rio, enquadrados pelas suas educadoras, professores, fun-cionários, pais e encarrega-dos de educação, com o apoio do município e de associa-ções locais, que tudo prepa-ram e tudo realizam. As Pomo-nas Camonianas são, em rigor, feitas com o ouro da casa – di-zer prata é pouco porque fala-mos do melhor que Constân-cia tem. São festas genuínas, autênticas, que emanam do gosto, do trabalho e do empe-nhamento de centenas de pes-soas de todas as idades e do seu profundo afeto a Camões e à relação íntima e singular que Constância tem com ele.

A ideia foi apresentada à Câ-mara Municipal, em 1994, por Manuela de Azevedo – presi-dente da Associação Casa-Me-mória de Camões em Cons-tância, camonista e amiga de Constância – e visava apre-sentar, num ambiente qui-nhentista evocativo do tem-po do épico e sob a invocação de Pomona, a divindade ro-mana protetora dos frutos e dos jardins, uma exposição--venda das flores e dos frutos referidos por Camões na sua obra, da mesma forma que o Jardim-Horto Camoniano, ali ao lado, apresenta em perma-nência, as plantas que o poe-ta cantou.

Tive o privilégio de partici-par ativamente nessa primeira edição das Pomonas Camonia-

nas e em muitas outras que se seguiram e sei bem das dificul-dades que tiveram de ser ven-cidas para concretizar a ideia e, por outro lado, do conta-giante entusiasmo que a ativi-dade gerou, mobilizando cada vez mais pessoas para uma das mais belas e mais signifi-cativas homenagens que se fa-

zem em Portugal a Camões e à língua e literatura portugue-sas.

Muitas das crianças e dos jovens que vão fazer as Pomo-nas deste ano – representando figuras da época, clérigos, no-

A Bem Dizer...

bres, gente do povo, o próprio Camões, dançando ao jeito re-nascentista, declamando poe-sia, apregoando e vendendo nas bancas onde se expõem as flores e os frutos – muitas des-sas crianças e jovens são fi-lhos dos primeiros alunos, da então Escola C+S de Constân-cia, que, há cerca de 20 anos, realizaram as primeiras Pomo-nas e cresceram a ouvir con-tar aos pais as suas experiên-cias, vividas há tanto tempo, que uns e outros, filhos e pais, vivem de novo agora. É assim que Camões vai entranhando na identidade coletiva.

As Pomonas Camonianas não são uma festa qualquer: são uma demonstração de afeto a Camões que emana da gente da terra e contribui decisiva-mente para fortalecer os laços que unem a vila e o concelho de Constância à memória do nosso épico. Nenhuma outra terra de Portugal tem, como Constância tem, este senti-mento de tão profunda liga-ção a Luís de Camões. Do mes-mo modo que nenhuma outra terra de Portugal tem, como Constância tem, os elementos identitários que simbolizam essa relação: o Monumento a Camões, o Jardim-Horto Ca-moniano e a Casa-Memória de Camões. O que se fez em Cons-tância nas últimas décadas em matéria de consolidação da presença de Camões é uma obra coletiva absolutamen-te notável. E constitui um pa-trimónio de inestimável valor. Que, se bem avalio, o país não tem valorizado como devia.

Nesta edição de junho do Novo Almourol, sendo embora suspeito, tenho de dizer bem das Pomonas Camonianas, deixando aqui o convite a to-dos, em especial aos que ain-da não as conhecem, para as visitarem e viverem Camões numa festa genuína e encan-tadora. Porque, a bem dizer, as Pomonas Camonianas de Constância são do melhor que se faz no Médio Tejo em ter-mos culturais.―

"As Pomonas Camonianas não são uma festa qualquer: são uma demonstração de afeto a Camões que emana da gente da terra e contribui decisivamente para fortalecer os laços que unem a vila e o concelho de Constância à memória do nosso épico. Nenhuma outra terra de Portugal tem, como Constância tem, este sentimento de tão profunda ligação a Luís de Camões."

TEXTO NA

De 9 de junho a 28 de agos-to, as Galeria do Parque e Galeria St.º António em Vila Nova da Barquinha recebem os trabalhos de Adriana Mestre, Cíntia Louro, João Soares, Leonardo Sousa, Maria Horta e Raquel Leal.

A exposição mostra pela quarta vez na Galeria do Parque e este ano em simul-tâneo com a Galeria Santo António, em Vila Nova da Barquinha, a proposta co-letiva do alunos finalistas do curso de Artes Plásticas, Pintura e Intermédia da Es-cola Superior de Tecnologia

de Tomar/I.P.T., corres-pondente ao ano letivo de 2015/2016.

O conjunto de obras apresentadas demonstra o carácter interdisciplinar e multifacetado através do qual estes jovens artistas transfor-mam o seu pensamento em objetos, imagens e situações, num complexo jogo de apro-ximações à ideia de natureza e de um conjunto muito alar-gado de hipóteses de leitura que esta no propõe na sua relação com o meio ambien-te natural ou artificial, a vi-vência dos espaços selvagens ou edificados e a simbologia do natural na experiência do mundo de hoje.―

VN BARQUINHA"Sobre a natureza das coisas"

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NOVOALMOUROL.WORDPRESS.COM

PUBLICIDADE 021JUNHO 2016

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022 PUBLICIDADENovoAlmourol

JUNHO 2016

Page 23: Jornal Novo Almourol ed 412 junho 2016 dig

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROLNADA PARA FAZER 023JUNHO 2016

Junho Feira do Tejo, VN BarquinhaDe 9 a 13 de junhoFel, D'Alva, Orquestra Ligeira do exército, Cais Sodré Funk Connection e Rita Guer-ra. Gastronomia e animação diversa.

MÚSICA T E AT RO/DANÇA SABER CINEMA PATRIMÓNIO ETNOGRAFIA AR LIVRE GASTRONOMIA LITERATURA EXPOSIÇÃO

XXII Grande Prémio MNF

e 3ª Caminhada José Canelo

Até 15 de maio10h00

Inscrições limitadas e decorrem até ao próximo dia 12 de junho. Mais informações: telefone: 249 718 761 ou por e-mail: [email protected]

ENTRONCAMENTO-

Exposição "Sobre a natureza

das coisas"De 9 de junho a 28 de agosto

Ecposição com a proposta cole-tiva do alunos finalistas do cur-so de Artes Plásticas, Pintura e Intermédia da Escola Superior de Tecnologia de Tomar/I.P.T., correspondente ao ano letivo de 2015/2016.

GALERIA DO PARQUE E GALERIA SANTO ANTÓNIO

VILA NOVA DA BARQUINHA -

3º Festival Gastronómico Coisas d' OvoAté 26 de junho

6ª feira ao jantar, sábados e domingos

RESTAURANTES E CAFÉS ADERENTES

FERREIRA DO ZÊZERE -

Pomonas Camonianas

9 a 12 de junhoCONSTÂNCIA

-

Exposição Momentos

Até 28 de agostoO talento e trabalho de António Cotrim são reconhecidos com a publicação de fotografias em inúmeros livros, folhetos, catá-logos, sem contar com as varia-díssimas edições em jornais e revistas, tanto nacionais como internacionais. A par disso, expôs o seu trabalho em reco-nhecidas galerias e venceu dis-tintos prémios na área da foto-grafia.

CENTRO CULTURAL GIL VICENTE

SARDOAL-

Jazz na Tuna solidário18 de junho

19h30"Um dia pela Vida", Liga

Portuguesa contra o Cancro. Concerto de Jazz. Bifanas, grelhados, bebidas, entre

outros.CIR- EX-TUNA

MOITA DO NORTEVN BARQUINHA

-

3.ª Concentração de Tractores

26 de junho3.ª Mostra Agrícola

e Industrial

PERALVATOMAR

-

Festa de Cem Soldos24 a 26 de junhoArraial e Santos Populares

CEM SOLDOSTOMAR

-

Arraial Popular Santa Casa 18 de junho

16h00Música, actividades para crian-

ças, gastronomia alusiva. SANTA CASA

DA MISERICÓRDIA VILA NOVA DA BARQUINHA

-

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024 POR AGORA É TUDO JUNHO 2016

Novo Almourol

Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Diretor Ricardo Alves Chefe de Redação Ricardo Alves Colaboradores Cidália Delgado Opinião Luiz Oosterbeek, António Luís Roldão, Alves Jana, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, Humberto Felício, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio, António Matias Coelho Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves Paginação Ricardo Alves Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email [email protected] / [email protected]

Novo Almourol

Editorial

Ricardo AlvesDiretor

É a economia, estúpido!

James Carville, estratega da campanha vencedora de Bill Clinton (Estados Unidos da América) em 1992, procurava com a frase que faz de título a este editorial resumir o que guia o povo nos seus vo-tos. Já aqui o havia escrito: a solução governativa atual é um risco que tínhamos de tomar. Seja pela desfragmentação política que causou, seja pelo amadurecimento da nossa democracia. Derradei-ramente, precisava o nosso país de uma solução concertada, ideo-lógica, admito, ao saque neoliberal a que fomos sujeitos enquanto país mas igualmente enquanto humanidade. Pergunto se faz sentido caminharmos enquanto espécie como uma amálgama errante orientada pela voz mais estridente. É a econo-mia. Sim, sabemos que a economia guia os nossos anseios e os nos-sos votos, mas a democracia permite que a ideologia faça pender os esforços económicos para um lado ou para o outro. A voz mais estridente, nunca se engane o leitor, será sempre a do privado, es-fomeado por reduzir o estado, que somos nós, ao seu mais ínfimo e mecânico papel. Um dos assuntos mais falados nas últimas semanas foi o dos con-tratos de associação nas escolas. E o que terá este pormaior que ver com as visões diametrais do mundo? Tudo. Tendo em conta que a educação é a base de todas as democracias, estados, países. Mas aqui, o que salta à vista é o debate salutar que se criou em tor-no da questão. Se no início a voz estridente dos privados ganhava o concurso de simpatia da opinião pública, uma acção informativa, conjunta, coerente, não ensurdecedora, por parte dos partidos PCP, BE e PS, alteraram os “votos”. Claramente, a mensagem inicial de

que o governo queria eliminar a escola privada, que queria deixar centenas no desemprego, que queria sei lá o quê, foi sendo diluída.Aqui entra a ideologia. O que este governo de esquerda quer é va-lorizar a escola pública, os investimentos nela feitos, aumentar a qualidade da sua oferta, respeitar “à risca” o seu propósito consti-tucionalmente definido. Eu não quero que deixem de existir escolas ou colégios privados, ou qualquer outra instituição privada num sector deficitário do estado. O que não quero é pagar pelo privilégio de alguns, que se regem por regras diferentes das do estado, que se regem pelo lucro mesmo quando a sua existência não se justifica.Como em tudo, quem quiser o privado paga. É o preço. Nada nem ninguém impede alguém de o fazer. O Estado deve assegurar a saú-de, a educação, os direitos da nossa espécie. A ideologia reinante traz consequências. Eu prefiro que a crise seja paga com justiça e não olhando para uma folha de excell da mesma forma que se olha para os números da população e se fazem cortes baseados em fórmulas. Vivemos um momento da história mundial em que o conflito ideo-lógico nunca foi tão estridente e tão silencioso ao mesmo tempo. No fim, aposto, é a força do povo, dos povos, que prevalecerá. Assim seja e não nos deixemos enganar pela minoria abastada que nos ali-menta a ideia de sermos descartáveis. Não. Somos tudo. E se algum dia decidirmos parar, todo o mundo vai parar. Como já aconteceu. ―

Vivemos um momento da história mundial em que o conflito ideológico nunca foi tão estridente e, ao mesmo tempo, tão silencioso.