Jornal "O Ardina"

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N o primeiro centenário do seu nascimento,queremos comemorar dignamente estes acontecimentos. Para isso, convidamos os seus fa- miliares e todos os seus amigos, a juntarem-se a nós para uma reu- nião em que possamos organizar um programa que esteja à altura da pessoa que foi a Sra. D. Maria Luísa Ressano Garcia. Gostaríamos de iniciar esta efemé- ride no dia da mulher, 8 de Março ou no fim-de-semana seguinte. Esperamos poder contar não só com Ex.Ardinas mas também com aqueles que com ela colaboraram e gostaríamos da participação da União Noelista Portuguesa. Para isso esperamos que nos con- tactem para marcarmos uma reu- nião de trabalho. Em folha solta no interior desta publicação, onde há outras ques- tões, que gostaríamos que nos aju- dassem, mandando-nos pelo cor- reio as suas respostas. D. Maria Luísa quase na “hora da partida” disse-me: Não me deixe morrer a Obra, porque a Obra do Ardina é de Deus. É da Igreja. En- quanto for necessário tem de exis- tir… Adaptando-se aos tempos, pas- sando por altos e baixos, receben- do a ajuda e compreensão de uns e o desinteresse e negativismo de outros, porque a Obra é precisa, com a ajuda de Deus tem cumpri- do os fins para que foi criada e, no dia 1 de Novembro, próximo com- pleta 70 anos de bem-fazer. Diz o actual Direc- tor Executivo Dr. Car- los Diogo, que pelo me- nos, mais 70 anos há-de fazer, cuja esperança é baseada na sua vontade e capacidade de traba- lho, organização e dese- jo da continuidade aos seus objectivos princi- pais sem se afastar nos princípios cristãos que estão na base da Obra do Ardina. D. Maria Luísa, tinha bons e bem colocados amigos, que lhe valiam igualmente à sua Fundação. “Por intermédio de sua Ex.ª o Senhor Ministro da Justiça, um ge- neroso benfeitor que deseja ficar anónimo, fez-nos chegar a impor- tância de 5.000$00. Muito bem-haja à mão Cristã e Amiga que assim se lembrou da nossa Casa e que soube escolher o melhor amigo da casa do Ardina, para assim dobradamente nos fa- zer saber bem a sua esmola” (in “O Ardina”, n.º 34 de Junho de 1949, pág. 2,“generoso donativo”). Alguns Ministros, algumas altas entidades da Hierarquia da Igreja ou do estado, o próprio cardeal Cerejeira, o Sr. Bispo de Vatarba, o Sr. Bispo de Priene, a Infanta D. Fi- lipa de Bragança, a Esposa do chefe de Estado, D. Berta Craveiro Lo- pes, foram algumas pessoas com quem sempre pode contar:“Desde a primeira hora que a “Obra do Ar- dina” teve a aprovação e a bênção de sua Emi- nência o Sr. Cardeal Pa- triarca, pelo muito que- ridos que são ao seu co- ração os Ardinas, os ga- rotos de Lisboa. Estes, ainda no último Natal, quando foram apresen- tar a sua Eminência os seus cumprimentos de Boas-Festas, manifesta- ram-nos um desejo, que gostosamente aprova- mos:“podemos levar ao Sr.Cardeal um trabalho em ferro forjado feito por nós nas nossas oficinas?” À humilde oferta da “Obra do Ardina” quis agora Sua Eminência responder com sua generosidade ha- bitual, enviando-nos cinco mil escu- dos que haviam oferecido para dis- tribuir aos seus pobres. Bem-haja! Nota de Administração / Redacção – Isto foi há 63 anos, E HOJE? Director: Alexandre Martins • Chefe de Redacção: Paulo Emanuel Propriedade: Fundação Obra do Ardina Fundadora: Maria Luísa Ressano Garcia Nº 471 Ano LXIV – Janeiro/Fevereiro/Março 2012 Orgão de Informação Regional – 1 Euro Destaques Página 4 ANO DE 2012 • Ano de Esperança Embora com algum atraso, é com muita alegria, que saudamos todos os nossos assinantes, amigos e benfeitores. Neste ano em que a crise passa a ser a “palavra do dia”, mas, em que nós acreditamos que a Esperança, tem de ser o caminho a seguir com o qual temos de vencer.Agradecemos os votos de Boas-Festas a todos e apresentamos a nossa gratidão pelos donativos que nos ofereceram. O Director do Jornal “O Ardina” Alexandre Martins Comemorações em 2012 marcam o centenário do nascimento de Maria Luísa Ressano Garcia. O ano de 2012 será iluminado pela memória e história. O motivo é a comemoração do centenário de nascimento da nossa fundadora D. Maria Luísa Ressano Garcia, 1912-2012. Esperamos e desejamos poder apresentar uma ampla programação, queremos acima de tudo agradecer a quem foi capaz de trazer para a nossa sociedade uma Instituição como é a Obra do Ardina. Alexandre Martins Apóstolos foram doze os que Jesus escolheu para o acompanharem e espalharem os seus ensinamentos por toda a parte. Também foram doze os jovens vendedores de jornais, revistas e outras “bugigangas” da época que a Assistente Social Maria Luísa Ressano Garcia com o apoio da União Noelista Portuguesa, recebeu para serem acolhidos e seguirem exemplarmente os ideais que na década de trinta foram sonhados e praticados pelo então jovem Sacerdote Francisco Moreira das Neves. Foi então no dia 1 de Novembro de 1942 que nasceu a primeira Casa do Ardina em Portugal, tendo-se seguido mais duas com a designação de Associação de Protecção aos Ardinas, pois só a estes se destinava. Estes locais de acolhimento chamavam-se Casas do Ardina e funcionavam em regime de semi-internato. Com altos e baixos, tentando sempre acompanhar os tempos, defendendo os valores de sempre, funda o seu primeiro lar familiar no início da década de oitenta.Vivendo sempre com muitas dificuldades económicas e financeiras, tem resistido a todas as intempéries. E, ultimamente até tem merecido especial atenção e apoio pela parte do ministério da Solidariedade Social, o que muito nos regozija e ajuda a resolver as dificuldades financeiras, a que nos vimos forçados a chegar, para que a Obra do Ardina continue a cumprir a sua missão, sem que às crianças nada faltasse. “Não estamos no mundo apenas para existir. Não estamos só de passagem A cada um de nós foi dada a capacidade De fazer algo de maravilhoso.” Madre Teresa de Calcutá Conversando com Lucília Rodrigues Ribeiro Uma Senhora com 81 anos Deslocação a RioMaior Deslocação a RioMaior Página 8 Página 8 Acreditar sempre I Centenário do nascimento de Maria Luísa Ressano Garcia (1912-2012) O Tiago e o Ilídio, os mais recentes residentes nos lares da obra do ardina apagam as velas das comemorações dos 100 anos do nascimento de Maria Luísa Ressano Garcia. Maria Luísa Ressano Garcia, viajando, sempre com a Obra do Ardina, no coração e no horizonte.

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Jornal "O Ardina" N471 Ano: LXIV

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Page 1: Jornal "O Ardina"

No primeiro centenário doseu nascimento,queremoscomemorar dignamenteestes acontecimentos.

Para isso, convidamos os seus fa-miliares e todos os seus amigos, ajuntarem-se a nós para uma reu-nião em que possamos organizarum programa que esteja à altura dapessoa que foi a Sra. D. Maria LuísaRessano Garcia.

Gostaríamos de iniciar esta efemé-ride no dia da mulher, 8 de Marçoou no fim-de-semana seguinte.

Esperamos poder contar não sócom Ex.Ardinas mas também comaqueles que com ela colaborarame gostaríamos da participação daUnião Noelista Portuguesa.

Para isso esperamos que nos con-tactem para marcarmos uma reu-nião de trabalho.

Em folha solta no interior destapublicação, onde há outras ques-tões, que gostaríamos que nos aju-dassem, mandando-nos pelo cor-reio as suas respostas.

D. Maria Luísa quase na “hora dapartida” disse-me: Não me deixemorrer a Obra, porque a Obra doArdina é de Deus. É da Igreja. En-quanto for necessário tem de exis-tir…

Adaptando-se aos tempos, pas-sando por altos e baixos, receben-do a ajuda e compreensão de unse o desinteresse e negativismo deoutros, porque a Obra é precisa,com a ajuda de Deus tem cumpri-do os fins para que foi criada e, nodia 1 de Novembro, próximo com-pleta 70 anos de bem-fazer.

Diz o actual Direc-tor Executivo Dr. Car-los Diogo,que pelo me-nos, mais 70 anos há-defazer, cuja esperança ébaseada na sua vontadee capacidade de traba-lho,organização e dese-jo da continuidade aosseus objectivos princi-pais sem se afastar nosprincípios cristãos queestão na base da Obrado Ardina.

D. Maria Luísa, tinha bons e bem colocados amigos, que lhe valiam igualmente à sua Fundação.

“Por intermédio de sua Ex.ª oSenhor Ministro da Justiça, um ge-neroso benfeitor que deseja ficaranónimo, fez-nos chegar a impor-tância de 5.000$00.

Muito bem-haja à mão Cristã eAmiga que assim se lembrou danossa Casa e que soube escolher omelhor amigo da casa do Ardina,

para assim dobradamente nos fa-zer saber bem a sua esmola”

(in “O Ardina”, n.º 34 de Junho de1949, pág. 2,“generoso donativo”).

Alguns Ministros, algumas altasentidades da Hierarquia da Igrejaou do estado, o próprio cardealCerejeira, o Sr. Bispo de Vatarba, oSr. Bispo de Priene, a Infanta D. Fi-lipa de Bragança, a Esposa do chefede Estado, D. Berta Craveiro Lo-pes, foram algumas pessoas comquem sempre pode contar:“Desdea primeira hora que a “Obra do Ar-

dina” teve a aprovaçãoe a bênção de sua Emi-nência o Sr. Cardeal Pa-triarca, pelo muito que-ridos que são ao seu co-ração os Ardinas, os ga-rotos de Lisboa. Estes,ainda no último Natal,quando foram apresen-tar a sua Eminência osseus cumprimentos deBoas-Festas, manifesta-ram-nos um desejo,quegostosamente aprova-

mos:“podemos levar ao Sr.Cardealum trabalho em ferro forjado feitopor nós nas nossas oficinas?”

À humilde oferta da “Obra doArdina” quis agora Sua Eminênciaresponder com sua generosidade ha-bitual,enviando-nos cinco mil escu-dos que haviam oferecido para dis-tribuir aos seus pobres. Bem-haja!

Nota de Administração /Redacção – Isto foi

há 63 anos, E HOJE?

Director:Alexandre Martins • Chefe de Redacção: Paulo EmanuelPropriedade: Fundação Obra do ArdinaFundadora: Maria Luísa Ressano GarciaNº 471 Ano LXIV – Janeiro/Fevereiro/Março 2012Orgão de Informação Regional – 1 Euro

Destaques

Página 4

ANO DE 2012 • Ano de EsperançaEmbora com algum atraso, é com muita alegria,que saudamos todos os nossos assinantes, amigos e benfeitores. Neste ano em que a crise passa a sera “palavra do dia”, mas, em que nós acreditamos que a Esperança, tem de ser o caminho a seguir com o qual temos de vencer.Agradecemos os votos de Boas-Festas a todos e apresentamos a nossagratidão pelos donativos que nos ofereceram.

O Director do Jornal “O Ardina”Alexandre Martins

Comemorações em 2012 marcam

o centenário do nascimento de

Maria Luísa Ressano Garcia.

O ano de 2012 será iluminado

pela memória e história.

O motivo é a comemoração

do centenário de nascimento

da nossa fundadora

D. Maria Luísa Ressano Garcia,

1912-2012. Esperamos e

desejamos poder apresentar

uma ampla programação,

queremos acima de tudo

agradecer a quem foi capaz

de trazer para a nossa

sociedade uma Instituição

como é a Obra do Ardina.

Alexandre Martins

Apóstolos foram doze os que Jesus escolheupara o acompanharem e espalharem os seusensinamentos por toda a parte.Também foram doze os jovens vendedores dejornais, revistas e outras “bugigangas” da épocaque a Assistente Social Maria Luísa Ressano

Garcia com o apoio da União NoelistaPortuguesa, recebeu para serem acolhidos eseguirem exemplarmente os ideais que nadécada de trinta foram sonhados e praticadospelo então jovem Sacerdote Francisco Moreiradas Neves.Foi então no dia 1 de Novembro de 1942 quenasceu a primeira Casa do Ardina em Portugal,tendo-se seguido mais duas com a designaçãode Associação de Protecção aos Ardinas, poissó a estes se destinava. Estes locais de acolhimento chamavam-se Casas do Ardina efuncionavam em regime de semi-internato.Com altos e baixos, tentando sempre acompanharos tempos, defendendo os valores de sempre,

funda o seu primeiro lar familiar no início dadécada de oitenta.Vivendo sempre com muitasdificuldades económicas e financeiras, tem resistidoa todas as intempéries. E, ultimamente até temmerecido especial atenção e apoio pela partedo ministério da Solidariedade Social, o que muitonos regozija e ajuda a resolver as dificuldadesfinanceiras, a que nos vimos forçados a chegar,para que a Obra do Ardina continue a cumprira sua missão, sem que às crianças nada faltasse.“Não estamos no mundo apenas para existir.Não estamos só de passagemA cada um de nós foi dada a capacidadeDe fazer algo de maravilhoso.”

Madre Teresa de Calcutá

Conversando com

Lucília Rodrigues Ribeiro

Uma Senhora

com 81 anosDeslocação

a RioMaior

Deslocação

a RioMaior

Página 8

Página 8

Acreditar sempre

I Centenário do nascimento de

Maria Luísa Ressano Garcia (1912-2012)

O Tiago e o Ilídio, os mais recentes residentes nos lares da obra do ardina apagam as velas das comemorações dos 100 anos do nascimento de Maria Luísa Ressano Garcia.

Maria Luísa Ressano Garcia, viajando, sempre com a Obra do Ardina, no coração e no horizonte.

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2 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 APÁGINADAENFERMEIRA

1 – O Jornal “O Ardina”nasce por necessidade dedivulgar e informar as pes-soas de bem, visando aconsciencialização dos va-lores educativos e das res-ponsabilidades colectivas.2 – É uma publicação deperiocidade trimestral.3 – O Jornal “O Ardina” éum órgão informativo quese distende dos muros das“Casas do Ardina” às famí-lias, instituições e socieda-de em geral.4 – O Jornal “O Ardina”informa sobre a vida quo-tidiana e actividades e di-namismo dos utentes, nosrelacionamentos sociais eacontecimentos colectivosque se intercalam com oideário educativo de defe-sa dos valores, formandoos jovens em situação derisco e pré-delinquência,procurando sempre seguir afilosofia preventiva.5 – O Jornal “O Ardina”visa responsabilizar, com-prometer e influir a socieda-de, tanto em termos indi-viduais como colectivamen-te, tornando-se um elemen-to de utilidade premente, nasociedade aberta e demo-crática que vigora.6 – O Jornal “O Ardina”não é vendido nos lugareshabituais de publicaçõescomuns, mas sim enviadopara Portugal Continental,Re-giões Autónomas da Madei-ra e dos Açores e emi-grantes em diversos paísese bem como países de lín-gua oficial portuguesa, e dis-tribuído às portas das igrejas.7 – O Jornal “O Ardina”compromete-se a respeitaros princípios deontológicosda imprensa e a ética pro-fissional, de modo a não vi-sar fins comerciais, respei-tando sempre a boa fé dosleitores e a verdade da infor-mação conforme o estipu-lado no nº 4 do artigo 3º daLei de Imprensa (D.L. nº85/C-75,de 6 de Fevereiro).8 – A Alta Autoridade para aComunicação Social de-liberou em 13 de Março de1996, classificar “O Ardi-na” de: “publicação perió-dica,de expansão regional einformação especializada”.9 – A publicação do pre-sente Estatuto Editorial de“O Ardina” visa o cumprimen-to do disposto no D.L.nº 85-C/75 de 26 de Fevereiro, art.º55º da Lei de Imprensa.

EstatutoEditorial

de “O Ardina”

Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho,quando resplandece no copo e se escoa suavemente.Tenho um sobrinho que quando tinha 18 anos,começou a beber cerveja.A mãe bem o aconselhou,mas ele respondia que era só uma cervejinha com osamigos para comemorar.A mãe já aborrecida e incapaz de fazer alguma coisa,levou-o ao cemitério, onde estava enterrado o marido.“Oh mãe o que venho aqui fazer?O teu pai está aqui enterrado. Morreu eras tu aindapequeno. Bebia bastante, a toda a hora. Deixou de trabalhar, caiu doente e assim ficou durante longosmeses com uma cirrose, que o levou à morte.Não tinha dinheiro para te pôr na escola, por isso sótens a classe. Não te pude dar os sapatos e roupa queprecisavas. És magro, porque os alimentos erampoucos, embora eu trabalhasse bastante em casa desenhoras lavando e engomando roupa.A partir deste momento és o único responsável pelavida que escolhes”.A mãe morreu, e os anos passaram.O Gracílio é o nome dele casou e tem um filho mas ovicio continuou, ficou só sem emprego, sem casa e semcasamento. Passaram - se mais de 40 anos. Os amigosjá não os tinham e agora com a vida completamentedestruída conheceu o neto, o filho do filho. Estavadoente, mas houve uma mudança muito grande na suavida.A Criança, o neto amava o seu avô de tal maneiraque o avô fez um compromisso com Deus – deixar debeber, por amor a esse neto. Hoje já com a cabeçabranca, vive feliz no seio da família, que embora separados sempre o amou e o ajudou.

A 13 de Maio de 1888 a princesa Isabel assinavaa Lei Áurea dando liberdade aos negros do Brasil.Abraão Lincoln, quando jovem foi trabalharpara uma quinta e nas noites frias dormia numceleiro cheio de feno. Ele era pobre mas trabalhador e perseverante.Tinha grandes alvose aspirações na vida.Conheceu a filha do patrão e dedicou-lhe verdadeiro carinho e sincero amor. Por serpobre e até de figura pouco agradável, foiexpulso pelo patrão e recusado o seu pedido.Não conseguiu dormir toda a noite e escreveua carvão na parede do celeiro o seu nome e da

rapariga que amava. Os anos passaram e lincolnvenceu na vida.Tornou-se um brilhante advogado e presidentedos Estados Unidos.Um dia, o agricultor mandou destruir o celeiroe admirado quis saber que nomes eram aquelesescritos na parede.Esse homem passou por aqui? Foi meu empregado?Queria casar com a minha filha? Se este agricultor soubesse o futuro brilhante queesperava este humilde trabalhador Lincoln…Com certeza o teria tratado de outra maneira.Na história Americana Lincoln ocupa um lugar

de destaque; era um homem justo para comtodos e tornou-se um grande herói na lutacontra a escravidão negra no país. Foi assassinadofriamente. Mas a sua obra ficou e hoje continuaa ser lembrado como homem justo que foi.Deus manda o sol brilhar sobre os justos e os injustos.Deus não faz a diferença entre as pessoas, querelas sejam pretas, brancas ou amarelas.Sejamos bons para todos e tratemos todos deigual modo, tanto na cor da pele, como na suavida e na sociedade. Mais tarde ou mais cedo arecompensa vem, boa ou má, em consequênciadas nossas acções.

Há vários tipos de acne:

– Acne Tropical – afecta jovens de raça branca expostos a um clima quente e húmidoe pode atingir o tronco e extremidades do corpo.

– Acne neo-natal e infantil – embora rara atinge mais as crianças do sexo masculino.

– Acne química – causada pela exposição a certos produtos químicos e óleos localizada em áreas cobertas com roupa impregnada com estes produtos (pernas).

– Acne Vulgar – afecta sobretudo os adolescentes, em especial o rosto,ombros peito e pescoço, onde há mais concentração de glândulas sebáceas.Podem aparecer por pontos negros, quistos e pústulas.

As Causas são várias:– Aumento de secreção do sebo e por uma obstrução do canal de escoamento das glândulas sebáceas da pele.– Factores genéticos – perturbações hormonais, perturbações digestivas, carências de certasvitaminas, inflamação do folículo devido à multiplicação de bactérias, limpeza deficiente dapele ou o uso de produtos agressivos, certos cosméticos à base de gorduras, medicamentos,o espremer das borbulhas ou pontos negros, etc.

O que fazer então?Ao primeiro sinal, o jovem deverá consultar o seu médico, para poder fazer o tratamentoadequado ao seu caso.Praticar desporto e ter uma alimentação adequada à idade, desporto que pratica, gozar eter uma vida ao ar livre, educar o seu intestino, lavar (não esfregar) 2 a 3 vezes por diaas zonas afectadas.Abster-se de legumes fechados, álcool e tabaco ou excitantes, assim como de fritos,doces e gorduras.Aceitar a acne e ajudar outros com o mesmo problema, pois se o jovem for cuidadosoem pouco tempo a acne desaparecerá.

Enf. Maria de Lourdes Andrade

A picada

é veneno,

e o vinho

é a morte

ACNE na Adolescência

Abraão Lincoln

É uma doença da pele, causada por uma inflamação dos folículos pilosos

e das glândulas sebáceas.

A estas Instituições e a todas as outras que não estão aqui mencionadas o nosso Muito Obrigado. Mas um agradecimento muito especial para o Grupo Jerónimo Martins, para o Banco Alimentar e para o Montepio

que têm sido fantásticos, fabulosos, e sempre muito generosos.

Page 3: Jornal "O Ardina"

3JANEIROFEVEREIROMARÇO2012DARVOZAOSJOVENS

Estou mais confiante com o mundo, já fiz 18 anos, consigocolocar em prática algumas competências que adquiri na

Fundação Obra do Ardina, na “minha Casa”, desde que cácheguei, tinha então 11 anos.

Encontro-me a estudar o meu curso de restauração –Cozinha e pastelaria, tenho como objectivo vir a ser Cozinheiro

e também estou a frequentar uma escola de condução,com o objectivo de ficar com a carta de condução para

posteriormente poder conduzir.De momento sinto-me muito feliz e realizado por todas asactividades que estou a realizar e também porque chegaram

novos jovens para a Obra do Ardina, eu e outros colegastivemos a preocupação de os receber e integrar na casa

que é a minha e que agora também será a deles.Gostaria também de expressar o meu contentamento pela

abertura do lar no 2.º piso o que me leva a pensar que anossa família aqui na Obra do Ardina irá aumentar, pois talcomo eu necessitei de ajuda sei que existem muitas outras

Crianças e Jovens que se encontram na rua ao frio e aorelento, sem roupas,medicamentos, brinquedos, livros, porquenem sequer vão à escola e não tem uma verdadeira família.

A todos os amigos da Obra do Ardina aproveito para desejar um feliz ano de 2012.

Somos 2 irmãos, o Adolfo de 25 anos e o Sérgio de 23.A nossa mãe era boa e muito amiga,mas infelizmente morreu.

O pai biológico ignora completamente a nossa existência.Estivemos na Obra do Ardina onde aprendemos uma profissão.

Saímos da Instituição porque já tinha-mos curso e idade.Outros mais novos que precisavam foram ocupar os nossoslugares. Já estivemos a trabalhar, mas o emprego acabou…

Temos aprendido muito e, não temos dúvidas, que precisamosde qualquer trabalho, que seja honesto. Não queremos

enveredar por caminhos escuros que conduzam ao mal.Estamos muito gratos por sermos ajudados por amigos

relacionados com a Obra do Ardina, senão dormiríamos narua e já tínhamos morrido á fome. Mas esta situação não é

justa nem formativa.Na nossa idade precisamos de autonomia pois temos bom

corpo para trabalhar, desejamos pois ardentemente umtrabalho honesto de pessoas dignas.

Já nos inscrevemos em muitos lados com os currículos,já respondemos a muitos anúncios dos jornais,

mas parecem que as “cunhas” é que valem porque outrospassam à nossa frente.

Ouve-se por vezes dizer que trabalho há, mas não oaceitam. Nós precisamos ser alguém na vida, ter valor.

O trabalho dignifica, qualquer que seja.Por favor é justíssimo lutarmos com coragem por uma

vida pessoal de futuro e de bem.Amigos generosos não esqueçam este apelo que é profundo…

Obrigado!...

Era pequeno… Os meus pais morreram.Com 7 anos de idade foi a Obra do Ardina que me acolheue ao meu irmão Paulo com 6 anos.Foi a minha melhor casa. Considero o Dr. Martins como omeu pai.Aproveitei o que fui capaz oxalá que os outros saibamaproveitar mais do que eu, do tanto que nos oferecem aqui.Agora fiz 18 anos e gostaria de fazer a minha própria vidae de acabar o curso.Levo o Ardina no Coração…

Já fiz 18 anos

Um Grito de Aflição!…

Corações Apelativos

Chegou a hora da partida!

Rafael Furtado • 18 Anos

Adolfo Rodrigues • Sérgio Rodrigues

Rui Pereira • 18 Anos

A transformação da minha vida escolar dá-se num momentodeterminante, porque actualmente com 16 anos encontreia formação que melhor me serve, na qual me encontromuito motivado na minha formação PIEF. Em anos anterioresnunca estive motivado para a escola, hoje o meu maior desejoé conseguir atingir os objectivos que me são propostos eatingir através da minha nova formação um caminho profissional que me ajude a entrar no mercado de trabalho.

Nunca é tarde

Ivan Lopes • 16 Anos

Marco Rafael • 19 Anos

Ano novo vida nova assim espero que seja a minha vida este ano,repleta de sucesso e poder estar com as pessoas que maisgosto que são os meus irmão,minha mãe e as minhas sobrinhas.Espero que este ano também seja melhor em termos financeirospara o ardina, visto que estamos a passar algumas dificuldadesmas nada que não se resolva.A todos os ardinas, ex. ardinas,funcionários e amigos do ardina eu desejo um óptimo 2012cheio de saúde e felicidade.

Ano novo vida nova

Na companhia do meu colega Ivan, fizemos uma viagem, que tinha como destino o Porto.Foi muito cansativa, mas quando chegámos ao Porto, o Sr.Vítor Quelhas acolheu-nos emsua casa e muito bem. Gostei muito de conviver com a esposa e os três filhos, O Miguel,O Tiago e o Nuno.Esta visita tinha como principal objectivo ir pela primeira vez ao estádio do dragão, ver umjogo do Futebol Clube do Porto, e acreditem que foi muito entusiasmante.Ver osjogadores tão perto, e ainda por cima a jogarem ao vivo e eu a assistir, foi mesmo orealizar de um grande sonho.Acrescento que o jogo a que assistimos foi o F.C. do Portocontra o Nacional da Madeira. O Porto ganhou por 2-0.Do que me foi possível ver da cidade do porto e também um pouco de Gaia, gostei muitode conhecer principalmente a história de alguns dos monumentos e adorei ver os locaisque só conhecia por terem passado na televisão. Pareciam ser bem maiores.Mas ao vivo, realmente o Porto tem mais encanto.Obrigado a todos os que nos acolheram e obrigado por tudo o que nos proporcionaram.

De visita ao Porto e ao Estádio do Dragão

Ricardo Pereira • 13 Anos

Mais um ano se passou mais uma etapa se completou,2012 um novo ano novos horizontes e perspectivas seaproximam muitos sonhos se mantém novos de certezaque irão surgir. Espero que 2012 seja um ano positivo,quero alcançar os objectivos que tenho traçados, querofazer tudo aquilo que estiver ao meu alcance, quero ajudaras pessoas que me ajudaram, pois com esse apoio muitacoisa já consegui realizar e acredito que muito mais possofazer.

Ano novo vida nova

Sandro Ribeiro

Page 4: Jornal "O Ardina"

Conversando com Lucília Rodrigues RibeiroUma Senhora com 81 anos

Hoje desloca-se acompanhadapor pessoas amigas. É uma senhoraculta, de gostos requintados. En-quanto gozou de saúde, caminhoumuitos anos seguidos para a Obrado Ardina.

O Ardina (OA):Durante quantosanos a senhora colaborou noArdina?

Lucília Rodrigues Ribeiro (LRR):Foram muitos anos, mas não merecordo quantos.

(OA):A senhora fez parte,duran-te vários mandatos,do Conselho deAdministração.

Que outras funções desempen-hou?

(LRR): Dirigi o curso de culináriae artes domésticas, destinado a ra-pazes da Obra do Ardina e a rapari-gas de outras instituições. Fazia asementas das refeições, provava asiguarias depois de confeccionadas,assistia á preparação das mesas dorefeitório e ao decurso das refeições.

Vigiava a higiene dos aposentos dedormir dos rapazes e a lavandaria.

(OA): Exercia, pois, funções decoordenação e de disciplina.

A Obra do Ardina é uma grandefamília,com a colaboração de todosos seus membros.

Oferece-lhe citar alguém que lhemereceu maior consideração?

(LRR): Exercíamos o trabalho es-pecífico com o director da institui-ção, o Dr. Alexandre Martins, comquem reuníamos periodicamentepara tratarmos dos assuntos rela-cionados com o normal funciona-mento da instituição e acordarmosorientações a seguir na melhor re-solução de assuntos problemáticosque surgiam no dia a dia.É claro quenuma casa com tantos funcionáriose tantos rapazes surgem sempre pro-blemas, alguns de difícil resolução,mas com boa vontade,compreensãoe por vezes alguma condescendên-cia seguia-se sempre em frente.

(OA):Na Obra do Ardina luta-se,por vezes com grandes dificulda-des, para que nada falte às Criançase aos Jovens.

Cite,por favor acontecimentos quelhe deixaram maiores recordações.

(LRR): Sim, Deus sabe quão algodifícil era preciso enfrentar…

Mas falando de acontecimentosgenéricos recordo com satisfação aoferta de um andar sito no LargoMendonça e Costa em Lisboa.

Sob a orientação da Dra. Manue-la Eanes foi oferecido por Embaixa-trizes de vários países que anual-mente faziam na FIL um eventocom artigos oriundos dos seus paí-ses que vendiam ao público.

No ano que a Obra do Ardina fez50 anos de existência foi, entãocontemplada com as receitas queobtiveram.

O andar recebido foi devidamen-te preparado e decorado, fundou--se no mesmo um lar de residência

para os jovens mais velhos da insti-tuição.

Recordo também com saudade aaprendizagem dos jovens nas ofici-nas sob a orientação de mestresqualificados. Era um trabalho dignode menção realizado com energia einteresse por jovens da instituiçãomuitos já andados por maus cami-nhos outros de famílias muito pobres.Ali se esforçavam na aprendizagemde uma profissão, tão importantena sua vida futura.

A Obra do Ardina sofreu muitasnuances complicadas. Em 1986deflagrou um incêndio posto nacasa mãe da Rua Dr. Oliveira Ra-mos. Os jovens que estavam a jan-tar saíram todos ilesos pelas tra-seiras de outros prédios acompa-nhados pela Assistente Social Ana-bela que com eles jantava.

Os jovens foram depois acolhi-dos no Centro de Observação e Ac-ção Social de Lisboa do Ministério

da Justiça,hoje Centro Educativo daBela Vista.Lá continuaram a sua for-mação profissional e formação esco-lar.

(OA): Sabemos que ao receber“O Ardina” se interessa pela sualeitura.

Como sente na actualidade aObra do Ardina?

(LRR): Pelo que leio e pelas visi-tas que tenho feito a instituição con-tinua dentro das possibilidades quevai tendo, registo que continua osseus trabalhos meritórios,mas comgraves dificuldades económico-fi-nanceiras.

(OA): Sra. D. Lucília Bem-Hajapela sua disponibilidade e por todas asatenções,nomeadamente por nuncater deixado de contribuir com a suaajuda solidária para a manutençãoda instituição que tão necessária é.

Fazemos votos para que contemuitos anos com saúde e alegriapelo bem-fazer.

4 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 CENTRAIS

Uma amiga • Santer

Campanha do BancoAlimentar Contra a Fome764 toneladas

Uma vez mais, fizemos parte dos muitosvoluntários que aderiram à campanha derecolha de alimentos do Banco AlimentarContra a Fome.

Porque é cada vez mais premente a aju-da às pessoas que vivem com mais dificul-dades, temos a alegria de informar queajudámos a recolher parte das 764 to-neladas de alimentos doadas na área da

grande Lisboa e que posteriormente se-rão distribuídos por 73 mil pessoas atra-vés de 365 Instituições de Solidariedade So-cial.

Ao Dr. Carlos Diogo, ao Sr.Vasconcelos,ao Paulo Emanuel, ao Rafael Silva e ao Ra-fael Furtado a nossa gratidão por teremmobilizado pessoas e veículo de forma acolaborarem nesta campanha.

Rafael Furtado eRafael Silva doisdo milhares devoluntários daCampanha do

Banco Alimentar

…”Recordo também comsaudade a aprendizagem

dos jovens nas oficinassob a orientação

de mestres qualificados”…

…”Sob a orientação da Dra. Manuela Eanes foi oferecido

por Embaixatrizes de vários países que anualmente faziam na FIL um evento com artigos

oriundos dos seus países que vendiam ao público”…

Page 5: Jornal "O Ardina"

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A Obra do Ardina presente na Natalis

ALEGRIA, um dos espec-táculos mais conhecidos doCirque du Soleil (Circo doSol), de origem canadiana,esteve em Lisboa a celebrara passagem para o ano cre-puscular de 2012. Mais umavez viveu-se o arrebatamen-to, a excelência, a alegria.

A magnifica execução dostrapezistas, acrobatas, dança-rinos, músicos, palhaços, etc.,reflecte o que há de mais es-tético e aberto na naturezahumana através de uma artede palco contemporânea dopensamento que brinca.

Desde a exuberância dascoreografias à mestria dosexecutantes, por momentosa realidade é uma fábula,umaode à criação. A multiplici-dade das formas e das corescria um humor incendiário e cosmopolita que se tornaparte dos cenários, das ves-tes e das narrativas.A lingua-gem exprime-se através detodo o corpo num fogo debicho que harmoniza os con-trários. Tudo se une a tudo:As faixas de luzes às redesdo trapézio e os ritmosfrenéticos das acrobacias àprofundidade onírica da ges-tualidade.

Haverá algo em comumentre o Cirque du Soleile a Obra do Ardina?

A Obra do Ardina é tam-bém uma ode ao encontrona diversidade. Encontro en-tre jovens, gerações, desam-paros e sonhos por delineare concretizar. E se o espíritodo Cirque du Soleil tem acapacidade de deslumbrarquem assiste é porque ence-na o segredo de uma comu-nidade circense fecunda eunida por preocupações so-ciais, económica e ecológi-cas. Sem a coesão do corpode artistas, coreógrafos e en-cenadores não seria possíveluma tal harmonia a arrasar aperfeição.

Na obra do ardina tam-bém há uma alegoria da par-tilha e uma preocupação deexcelência, desde que se ini-ciou com os seus fundadoresaté ao momento actual – avontade dos jovens é a suaforça de transformação e ainstituição continua a existirpara lhes dar voz e oportu-nidade:Começam por ter umacasa onde morar e dai umespaço próprio; podem rela-cionar-se com outros jovens

em situações semelhantes edesenvolver afectos e cum-plicidades; estudar e projec-tar futuros sem que as falhasmais ou menos graves dosseus familiares ou deles mes-mos constituam um obstá-culo às suas mais caras reali-zações.

Se se traçar um paraleloentre realidades comunitá-rias que visam a excelência

lembro a descoberta de umatribo com uma filosofia rela-cional surpreendente citadano prefácio de Helena A.Ma-rujo ao livro o poder doperdão de Robert D. Enright(Editora Estrela Polar).

“(…) Uns Antropólogosencontraram uma tribo naÁfrica do Sul, um povo cha-mado Babemba onde, decada vez que um elemento

do grupo comete um deslizesignificativo, foge às normas,erra de forma saliente,toda atribo pára o que está a fazere reúne-se em circulo, nocentro da aldeia.Ai chegados,o “pecador” ou “pecadora”senta-se no meio do círculo,qual alvo. Então, todos ospressentes, das crianças aosanciãos, partilham históriaspositivas que viveram com o“culpado” ou “culpada”, sub-linhando-lhe as qualidades eo melhor do seu passado.Areunião pode demorar ho-ras,mantendo-se viva até ha-ver assunto. Publicamente eno momento conjunto deconfronto com a falha huma-na, o que o grupo faz é re-lembrar o bom e não dedi-car atenção ao erro,como setodos dissessem: perdoa-mos-te. Hoje erraste, mas oque realmente nos importaé sublinhar e dar voz a todase tantas vezes em que nosorgulhámos do ser humanoque és.A tua pessoa é maiordo que as tuas falhas. Estecolectivo verbaliza, mas so-bretudo abertamente con-cretiza, o acto de perdão.”

Em torno do erro e doperdão concebe-se então

uma forma de tolerância ex-cepcional, sem condenaçõesimplacáveis; a partir de umdesejo de compreensão einclusão, quais Fénix, há sem-pre lugar para” renascer dascinzas” e começar de novocomo diz a canção… Na obrado Ardina, na arte circenseou em qualquer outro lugardo mundo.

Como se sabe, a filosofiado perdão foi radicalmentevivida pelas comissões deverdade e reconciliação mo-bilizadas por Desmond Tutue Nelson Mandela nos apar-theids.E a humanidade aí ma-nifestada circulou feliz portodos os cantos do planeta.

Por vezes erra-se semquerer.Por vezes Erra-se porquerer. Por vezes é-se im-prudente e as consequênciassão inimagináveis.Com tudo,a realidade é remível e estáem permanente construção,o que significa que o novo serhumano,com os olhos postosno seu próprio infinito, podeser uma obra-prima irredu-tível.

A FIL recebeu de 03 a 11 de Dezembro a sua feira de Natal, contou com a presença de mais de 300 expositores de vários sectores: artesanato nacional e internacional, decorações,livros, electrónica de consumo, gastronomia, doçaria, gourmet, brinquedos, moda e acessórios.Uma oferta global para quem pretendeu fazer as suas compras de Natal.A Obra do Ardina também esteve presente, no seu stand, colocou várias peças de artesanato cuja procura nos encheu de orgulho.Desta forma aproveitamos para agradecer aos Voluntários que dedicaram parte do seu tempo a gerirem o stand da Instituição. Eles foram, inexcedíveis, Bem-Haja, Dra. Marília Antunes,Dr. João Torrão, D. Maria Luísa Beja Andrade, Enf.ª Maria de Lurdes, Cristina Veora, Sr. José Vasconcelos, Eng.º Gabriel, D. Maria do Carmo e Paulo Emanuel.

JANEIROFEVEREIROMARÇO2012

Cristina Veora • Jornalista e escritora

Lisboa, 16 de Janeiro de 2012

A Música das Esferas

Vista do Stand da Obra do Ardina, na FIL

…”Na obra do ardina também há uma alegoria

da partilha e uma preocupação

de excelência”…

Sr. Vasconcelos, preparando-se para mais um dia de Feira

Page 6: Jornal "O Ardina"

6 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 PÁGINADEPOESIA

Vem Senhor Jesus

Vem Senhor Jesus, estou à tua espera!Vem de novo em meu coração nascer!Quero ai estabelecer tua morada,Transformá-lo numa gruta aconchegadaPara que tenha sentido meu viver.

Vem senhor Jesus trazer-me a tua Paz!Ouço anjos nos céus cantarem para nós,Vejo a tua luz as trevas desfazer,E acredito que o mal não vai vencerSe me decidir a escutar a tua voz.

Vem Senhor Jesus, não me deixes só!Enxuga as lágrimas das faces sofridas,Encosta a tua face nos desanimados,Abraça com ternura os desamparados,Vem Senhor Jesus, transforma as nossas vidas.

Margarida Martins AlvesNatal 2011

Meu Deus! A dor não há ninguém que a vença!Paira, na terra, como a sombra escuraE pavorosa de uma noite imensa.

Um infinito cális de amarguraEscorre sobre as almas em tormento.A dor atinge o próprio sol, na Altura.

Em torvelinho, range, ao longe, o vento.As notas mais vibrantes da harmoniaPerderam todo o seu deslumbramento.

É toda cor de fogo a luz do dia.À noite, é toda sangue a cor do luar.Senhor p´las tuas chagas, alivia

Os doentinhos que aqui vêm chorar,Em fundas convulsões, e – que sei eu! –Lábios queimados, todo em febre o olhar.

Um deles, inda há pouco, aqui morreu,Com tua doce imagem sobre o peitoE as pupilas erguidas para o Céu.

Dá ternura, Senhor! Senhor, dá jeitoAos dedos virginais das religiosas,Para que, sobre a dor de cada leito,

Deponham sempre, com fervor de esposas,Florinhas brancas, num sorriso ideal,Bálsamos frescos, pétalas de rosas.

Enche de paz e amor este Hospital!(Os pobrezinhos não têm outra casa…)E faz rondar sobre ele, em voos de asa,Todos os corações de Portugal!

Ao homem que dedicou a sua vida ao ensinamento da propagação do amor, através da grande obra de solidariedade que tem desenvolvido, desejo um Santo Natal e que essa aura de amor incondicional permaneça entre nós por muitos mais “Natais”no exemplo dos ensinamentos que Cristo Jesus trouxe à terra.

A.S.

Na 1.ª VisitaChoravam mil crianças pelos caminhosDe olhos postos no azul em graça alada:«Senhor! Senhor! Na Terra não há nada«Que nos não lembre, em vão, senão espinhos.

«Falta-nos tudo: desde a paz dos ninhos«A doçura do pão que farta e agrada.«Somos a luz do Céu em alvorada«E não sabemos o que é ter carinhos.

«E não sabemos o que é ter um lar!»– Nisto, ela – a santa Noiva – indo a passar,Cai dentro de si como uma flor que feche.

Sente que o coração lhe escalda o peito.Sonha… E do seu sonho sai-lhe feitoO Divino milagre desta CRECHE.

Paços de Ferreira, 2-VII-1928

Moreira das Neves,Padre,Poeta e Escritor

Santo António

Do livro dos visitantes

do hospital de

Paços de Ferreira

Vem Senhor Jesus

Se na Fremia das sua pregações.Com corações de pedra se encontrava,Encarando de frente as multidões- Santo António Gritava.

Se deparava, em duas caminhadas,Com semeadores de ódio ou de heresia,Em defesa das almas ameaçadas- Santo António rugia.

Se descobria um pobre desvalidoOu uma dor de mãe que ao céu bradava,Então, baixando o olhar compadecido,- Santo António Chorava.

Mas se via uma bilha se quebrar,Quando de água da fonte alguém a enchia,Depois de, um milagre, a converter,- Santo António sorria…

Moreira das Neves

Page 7: Jornal "O Ardina"

7JANEIROFEVEREIROMARÇO2012GERAL

Mais uma visita de um amigoque não nosesquece

Haja mais justiça social!...Não podemos parar…A inactividade significa desistir da luta; o que é própriodos fracos dos que põem de lado objectivos definidos,que conduzam a um futuro mais justo, benéfico para osque mais sofrem.Muitos dizem: eu não tenho culpas de haver tanto sofrimento, porque não contribui para isso.Atenção, é mais correcto reflectir em situações reais,que são bem visíveis à nossa volta. Nada de indiferença…a casos bem pontuais. Pensemos, então:Nada me falta à mesa. Durmo todas as noites com muito conforto.Como posso esquecer aquele que me estende a mão,aquele que vi dormir no passeio ao frio e à chuva!...Ou aquela Criança mal tratada, a criança que não tempais, ou estes que, perto ou longe, ignoram os filhos eainda os perdidos nos caminhos da vida sujeitos ao mal,à delinquência. Sejamos, pois conscientes.Procuremos ajudar quem precisa…Oh! Como são tantos os injustiçados, sem culpas dosnascimentos que tiveram ou que perderam as suasfamílias. São, pois, os que precisam de muito calorhumano, de compreensão, de AMOR…Por exemplo os meninos que vivem na Obra do Ardinaem lares devidamente organizados ou em outras IPSSprecisam muito de si, de mim e da solidariedade deseres humanos bem formados.Todo o apoio énecessário, para crescerem com dignidade e sejam umdia PESSOAS DE BEM.Esquecê-los nunca…Sejamos generosos.

Porque são tempos difíceis os que estamosa viver no momento, e muito provavelmenteporque serão temposainda mais difíceis osque iremos encontrarno futuro próximo,partilho com os nossosleitores e amigos umahistória que nos ajuda aconstruir os dias difíceisque ainda temos pelafrente…

“Um velho pedreiro queconstruía casas há muitotempo,estava pronto para seaposentar.Ele informou o chefe,do seu desejo de se aposen-tar e passar mais tempo comsua família. Ele disse aindaque sentiria falta do salário,mas realmente queria aposen-tar-se. A empresa não seriaafectada pela saída dele. Maso chefe estava triste em verum bom funcionário partir,então ele pediu ao pedreiropara trabalhar num últimoprojecto,como um favor pes-soal. O pedreiro não gostou,mas acabou concordando.Foi fácil de ver que ele nãoestava entusiasmado com a

ideia.Assim o pedreiro pros-seguiu fazendo o trabalho desegunda qualidade e usandomateriais inadequados.

Quando o pedreiro aca-bou, o chefe veio fazer a ins-pecção da casa construída.Depois de inspeccioná-la,deu a chave da casa ao pe-dreiro e disse: “Esta é a suacasa. Ela é o meu presentepara si”.

O pedreiro ficou muitosurpreendido. Que pena! Seele soubesse que estava con-struindo a sua própria casa,teria feito tudo diferente....

O MESMO ACONTECECONOSCO. Nós construí-mos a nossa vida, um dia decada vez, e muitas vezes fa-zendo menos que o melhorpossível na sua construção.Depois, com surpresa, nósdescobrimos que precisa-mos de viver na casa que nósconstruímos. Se pudéssemosfazer tudo de novo, faríamostudo diferente.Mas agora nãopodemos voltar atrás. Nóssomos os pedreiros.Todo odia martelamos pregos, ajus-tamos tábuas e construímosparedes. Alguém já lhe disse

que: “A vida é um projectoque nós mesmo construí-mos?” As nossas atitudes eescolhas de hoje estão cons-truindo a “casa” em que ire-mos morar amanhã. Portan-to construamos com sabe-doria”, porque esta vida nãoé para ser vivida num sódia….

“Bem aventurados oshumildes de espírito,

porque deles é oreino dos céus”

(Mateus 5:3)

Foi em Agosto passadoque vimos em Santa Cruz oGrande Amigo Rev.º Pe.Car-los Pratas.

Encontrámo-lo pela últimavez sentado numa cadeira derodas, já não falava mas ou-via.

Foi com profunda emoçãoque lhe transmiti a gratidãoque a Obra do Ardina tinhapara com ele.

Foi um grande amigo querecebeu em sua própria casajovens da Obra do Ardina.

O bom acolhimento, a

partilha solidária que usou eos seus paroquianos usaramna Silveira, em Santa Cruz ena Amadora calam bemfundo no nosso coração.

Pedi-lhe que rezasse pelobom funcionamento da Obrado Ardina.

Temos a certeza que face aface com Cristo a sua Acçãode Amigo continua a ser fun-damental para que esta IPSSsupere as suas dificuldades econtinue com vigor as suastarefas de BEM FAZER a fa-vor do mundo com maisPAZ e mais FELICIDADE ecom JUSTIÇA SOCIAL.

No dia de reis tivemos ograto prazer de receber emnossa casa «a sagrada família»,representada pelo Miguel Ân-gelo, mulher e o seu filhinho,Santiago,que conta sete meses.

O menino é lindo… está muitodesenvolvido e bem cuidado.

Foi para nós uma grandealegria ver o Miguel que,vindode uma família de 12 filhos,entrou no Ardina com 7 anos,

onde cresceu e se manteveaté aos 18. Vive feliz com afamília que constituiu. É umhomem digno com 33 anosque se mantém no 1.º empre-go desde que saiu da Instituição.

PARABÉNS MIGUEL!Que Deus continue a aju-

dar-te, são os nossos votos.Aparece sempre que possas…Obrigado por teres vindo.Saudações amigas.

“O Pedreiro”

Um Grande Amigo

A Esperança de um Mundo melhor!

LIG

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ÃO

M.ª dos Anjos Santareno

M.ª dos Anjos Santareno

Paulo Emanuel

MAGOS

…”as nossas atitudes e escolhas de hoje

estão construindo a “casa” em que

iremos morar amanhã”…

Reverendo Padre Carlos Pratas,

celebrando a Santa Missa

Miguel Ângelo,

com a sua

esposa e filho.

Page 8: Jornal "O Ardina"

Director: Alexandre Luís Mendonça Martins – Chefe de Redacção: Paulo Emanuel – Edição e Propriedade de «Obra do Ardina» – R. Dr. Oliveira Ramos, Nº 7 – 1900-210LISBOA – Telef.: 21 816 51 50 • Fax: 21 815 40 46 email: [email protected] – Redacção e Administração: «Casa do Ardina» registado sob o nº 108305 – RuaDr. Oliveira Ramos, 7 – 1900-210 LISBOA Apartado 9025 – 1901 LISBOA Codex – Composição, Paginação: Miguel Delgado Impressão: Tipografia Rápida deSetúbal, Lda. – Tiragem: 7.500 exemp. e média distrib. aproximada – Depósito Legal N.º 253/82 – Assinatura anual: 6 euros Contribuinte: 500 205 442

“Eu sou a Maria dosAnjos e sou voluntáriaperegrina da Obra do Ardina hámais de trinta anos”.

Foi assim que a Drª Mariados Anjos se apresentou naparóquia de Rio Maior onde,comigo e o João Rafael, umdos jovens utentes dos La-res da Fundação da Obra doArdina, nos deslocámos nosdias 19 e 20 de Novembropassado numa missão deangariação de fundos juntodaquela comunidade.

E, de facto, é graças a esta“peregrinação” da Drª Mariados Anjos e de outros vo-luntários que a Obra do Ar-

dina que tem sido possívelmanter uma instituição queem breve completará a bo-nita idade de 70 anos.

É desta deslocação e dosseus resultados que preten-demos dar conta neste pe-queno artigo, que represen-ta um justo agradecimentoao Sr. Padre António Diogoe à comunidade paroquial deRio Maior, pela sua solidarie-dade, forma generosa comonos receberam e suas ofer-tas.

Como acima já referimos,a deslocação a Rio Maiorocorreu nos dias 19 e 20 de Novembro passado.

Para além da nossa pre-sença na Igreja paroquial de

Rio Maior nas missas aí cele-bradas nos dias referidos,es-tivemos também presentesem missas celebradas emArca da Memória, Azinheirae Quintas.

Em toda a parte fomos re-cebidos com carinho e rece-bemos a solidariedade das

pessoas, traduzida em contri-buto monetário ou em gé-neros (foram-nos oferecidasbatatas, feijão e mercearia).Numa das localidades, Azi-nheira, salvo erro, algumaspessoas que não sabiam danossa deslocação e não es-tavam com dinheiro no mo-

mento, chegaram a pedir di-nheiro aos vizinhos para da-rem o seu contributo.

A todos queremos aquiagradecer publicamente asua generosidade.

No entanto, em especial,queremos agradecer ao Sr.Padre António Diogo, quenão só teve a gentileza denos oferecer a estadia, comoesteve sempre connosco,como ainda enquadrou aObra do Ardina no âmbitoda homilia, de modo a queos seus paroquianos melhora pudessem compreender eajudar.

Um agradecimento tam-bém em particular ao Sr.An-tónio, proprietário do Res-taurante Fortaleza que, aoaperceber-se da nossa “mis-

são” de solidariedade, quistambém dar o seu contribu-to especial oferecendo-nos ojantar de domingo, antes doregresso a Lisboa. À parte apublicidade, o restaurante etrês moinhos de vento adap-tados ao turismo consti-tuem um local aprazível paraférias ou fim-de-semana.

Para terminar, informamostodos os que deram a suaoferta que, para além dosgéneros atrás referidos, con-seguimos arrecadar um mon-tante em dinheiro de 854,31euros.

Em nome da Fundação daObra do Ardina e dos jovense crianças que dela benefi-ciam, muito obrigado comu-nidade paroquial de RioMaior.

O presente número doNosso jornal é publicadonum período em que umpouco por toda a parte seapelou à fraternidade, à soli-dariedade, crença no próxi-mo e esperança no futuro, éo fim da quadra festiva deNatal e do Ano Novo.

Eu recuso-me a pensar queo Natal acabou, para mimnão acabou,não é um instan-te, pois, num tempo de reco-nhecido momento de perdade valores e princípios, e emque parece valer tudo, édever de todos continuar aacreditar.Foi acreditando nassuas capacidades que o PadreMoreira das Neves, em co-laboração com a Assisten-te Social Maria Luísa Garciae um grupo de mulheres

noelistas da época, criaram a“Obra do Ardina”, surgindocomo associação em 1942,destinada exclusivamente àprotecção dos ardinas da ci-dade de Lisboa. Foi, também,acreditando nas suas capaci-dades e a pedido da Dra.Ma-ria Luísa Garcia que entre-tanto adoecera, e já no inicioda década de 70, que o Pro-fessor e Assistente Social Dr.Alexandre Martins pega nosdestinos da Instituição,dandocontinuidade a uma imensaobra, em que ao longo de 40anos por entre alegrias etristezas a conduziu até mea-dos de 2011.

A Instituição ao longo dosanos sofreu alterações decor-rentes das necessidades so-ciais e é hoje uma Fundaçãocom natureza jurídica de Ins-tituição Particular de Solida-

riedade Social (I.P.S.S), desti-nada a ajudar e a acolhercrianças e jovens de todo opaís que se encontrem emsituação de risco familiare/ou psicológico.

Porque acredito e comun-go dos mesmos princípiosuniversais idealizados pelosmeus antecessores,e porquenunca gostei de ser um cató-lico mole e confortavelmen-te instalado, aceitei o desafiode poder caminhar por mui-tos e muitos anos ao ladodos que mais precisam. Estardisponível para contribuirpara esta causa, leva-me asentir um filho de Deustocado pela sua graça.Sei quetudo o que fizer no plano so-cial será fraco e estéril senão tiver a ajuda sobrenatu-ral que Nossa Senhora estásempre disposta a conceder-

-nos. Procurarei não entrarem facilitismos e fraquezas.Sei que com muito trabalho,dedicação e amor vindo dointerior do coração, e atra-vés da oração ajudarei esta“Obra do Ardina” a fazermais 70 anos, para além

Deslocação a Rio Maior

Acreditar Sempre

8 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 ÚLTIMA

João A. V. Torrão

Carlos Alberto Ereira Diogo

daqueles que a 24 de Janeirocelebra, e são já 70 anos.Parabéns, eu acredito!

Recordar sempre

Lembrar toda a generosi-dade que sentimos no anoanterior, desde cidadão anó-nimos, dos assinantes, dosvoluntários, das Instituiçõesvárias, como sendo a famíliae amigos “Goodsense” da

EmpórioCapital, a DirecçãoProject Finance do GrupoMillenium BCP, a FundaçãoBP, o Banco Alimentar, a ac-ção da turma de estudantesde psicologia da UAL e semesquecer um pequeno grupode crianças da catequeseque se quis solidarizar paracom todas as crianças e jo-vens que são o corpo e almada Nossa (de todos) “Obrado Ardina”.

Igreja Paroquial de Rio Maior

Padre António Diogo,

Dra. Maria

dos Anjos

e João Rafel

Chegada a Rio Maior

…”através da oração ajudarei esta “Obra do Ardina”,

a fazer mais 70 anos”…

RestauranteFortaleza