Jornal O Breves

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O Breves Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 87 - 22 de setembro de 2014 - Semanário - € 1,00 XS pág. 5 pág. 2 pág. 8 Pág. 2 Pág. 3 Campeões Jorgenses 522€ de Salário Mínimo Os TSD/Açores entendem que é hora de se proceder à atualização do salário mínimo regional, devendo o valor de referência não ser inferior a 522 Euros. Acessibilidades Aéreas O Governo garante que está a trabalhar na revisão das Obrigações de Serviço Público (OSP) de transporte aéreo dentro dos Açores. Redução na Eletricidade O PCP/Açores apresentou um Projeto de Resolução, ao Governo Regional, que prevê a redução em 10% nas faturas de todos os açorianos em 2015. Novo Porto do Topo Novo Porto do Topo www.obreves.pt Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o desenvolvimento económico e a criação de emprego. desenvolvimento económico e a criação de emprego. desenvolvimento económico e a criação de emprego. A participação em Coimbra valeu dois Campeões no peso -66 Kg, para André Soares, e em -90 Kg, para Tiago Rodri- gues. Valeu ainda uma Medalha de Bronze na categoria de -81 kg, para Rui Azevedo.

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Edição 87 publicada a 22 de setembro de 2014

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Page 1: Jornal O Breves

O B r e v e s Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 87 - 22 de setembro de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

pág. 5

pág. 2

pág. 8

Pág. 2

Pág. 3

Campeões Jorgenses

522€ de Salário Mínimo Os TSD/Açores entendem que é hora de se proceder à atualização do salário mínimo regional, devendo o valor de referência não ser inferior a 522 Euros.

Acessibilidades Aéreas O Governo garante que está a trabalhar na revisão das Obrigações de Serviço Público (OSP) de transporte aéreo dentro dos Açores.

Redução na Eletricidade O PCP/Açores apresentou um Projeto de Resolução, ao Governo Regional, que prevê a redução em 10% nas faturas de todos os açorianos em 2015.

Novo Porto do TopoNovo Porto do Topo

www.obreves.pt

Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de Governo apresentou o projeto de melhoria das condições de operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, operacionalidade e segurança, do porto da vila jorgense, convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o convicto de que a nova infraestrutura permitirá promover o

desenvolvimento económico e a criação de emprego. desenvolvimento económico e a criação de emprego. desenvolvimento económico e a criação de emprego.

A participação em Coimbra valeu dois Campeões no peso -66 Kg, para André Soares, e em -90 Kg, para Tiago Rodri-gues. Valeu ainda uma Medalha de Bronze na categoria de -81 kg, para Rui Azevedo.

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Judo jorgense medalhado em Coimbra

Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi DESPORTO

REGIONAL

Decorreu neste fim-de-semana, em Coimbra, a Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi em Judo, que contou com a participação dos atletas do Judo Clube de São Jorge. Esta participação valeu dois Campeões no peso -66 Kg, para André Soares, e em -90 Kg, para Tiago Rodrigues. Valeu ainda uma Medalha de Bronze na categoria de -81 kg, para Rui Azevedo. Além dos referidos resultados, participaram, também, os atletas Moisés Soares, em -66 Kg, tendo terminado em 7º lugar e Filipe Soares, em -60 kg, que acabou por perder o primeiro combate, acabando assim por sair precocemente da prova. Neste torneio participaram igualmente Nuno Pereira Carvalho, do Clube JCPD de São Miguel, que venceu na categoria -60 Kg, e Nuno Paiva que foi Medalha de Bronze em -90 Kg.

Os TSD/Açores defenderam o aumento do salário mínimo regional para um valor nunca inferior a 522 euros, alegan-do que os trabalhadores açorianos “continuam a ser dos que mais baixos salários auferem em todo o país”. “Os TSD/Açores entendem que é chegada a hora de se proceder à atualização do chamado salário mínimo regio-nal, devendo o valor de referência não ser inferior a 522 euros mensais. Esta atualização deve ser feita no âmbito do Conselho Regional de Concertação Estratégica e ter em consideração os seus efeitos nos domínios da produti-vidade e competitividade das empresas regionais”, afir-mou, em comunicado, o conselho regional da organização autónoma do PSD/Açores, que reuniu em Angra do Heroísmo. Para os trabalhadores social-democratas, “a crescente pressão sobre o emprego nos Açores tem causado tam-bém o agravamento dos baixos salários”, continuando os trabalhadores açorianos “a ser dos que mais baixos salá-rios auferem em todo o país, com um elevado grau de inci-dência da Retribuição Mínima Mensal Garantida”. O Conselho Regional dos TSD/Açores denunciou também a falta de uma “estratégia concertada” do governo regional para enfrentar o problema do desemprego na Região,

“uma chaga social que se alastra há muitos meses” e que afeta “quase 20 mil açorianos e de forma muito particular 40 por cento dos nossos jovens”. “A crise nacional e as medidas de austeridade da Repú-blica há muito que deixaram de ser desculpa para este estado de coisas, considerando que a nível nacional o desemprego desce continuamente há 15 meses conse-cutivos. Nos Açores, pelo contrário, têm-se registado subidas significativas e somos mesmo a região do país com a mais elevada a taxa de desemprego”, referiram os trabalhadores social-democratas. Os TSD/Açores também manifestaram “preocupação com o elevado número de açorianos (cerca de cinco mil) integrados em programa ocupacionais”, considerando que este é um “sinal evidente da falência das políticas de promoção do emprego”.

O conselho regional da organização abordou também a situação dos professores desempregados nos Açores, nomeadamente o facto do recente concurso extraordinário para ingresso na carreira ter introduzido “critérios muito estranhos e injustos na ordenação dos candidatos, daí resultando graves atropelos à dignificação profissional dos docentes e às justas expetativas por eles criado ao longo de vários anos de contratação”. “Os TSD/Açores apoiam, portanto, a iniciativa legislativa do PSD/Açores, já entregue no parlamento, para alterar esses mesmos critérios e assim repor a justiça no concur-so extraordinário do próximo ano. Expressam ainda o seu apoio à proposta do PSD/Açores, igualmente entregue na Assembleia Legislativa, com vista a garantir a paridade entre a estrutura remuneratória dos docentes contratados na Região e no resto do país”, salientaram. O conselho regional dos TSD/Açores reafirmou igualmente a sua “preocupação relativamente à situação financeira da Universidade dos Açores e quanto ao futuro da RTP/Açores”. Foi ainda deliberado marcar para Ponta Delgada, nos dia 29 e 30 de novembro, o VII congresso regional dos TSD/Açores.

TSD propõem

Aumento do salário mínimo regional para 522 euros

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LOCAL

O BREVES - 22 de setembro de 2014 3

“Investimento promove desenvolvimento

e a criação de emprego"

Investimento de 2,2 M€

Reportagem em obreves.pt MEO Kanal 118827

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia apresentou, no Topo, o projeto de melhoria das condições de operacionali-dade e segurança do porto desta vila da ilha de São Jorge, manifestando a convicção de que a nova infraestrutura permitirá promover o desenvolvimento económico e a criação de emprego. “O nosso plano é adjudicar o projeto de exe-cução ainda este ano, de forma a que toda a tramitação legal, que é muito demorada numa obra como esta, possa desenrolar-se durante o primeiro semestre do próximo ano e a obra esteja em condições de começar no início do verão”, afirmou Fausto Brito e Abreu, acrescentando esperar que a obra permita “trazer retorno para toda a Região”. Na intervenção que proferiu na cerimónia, o Secretário Regional salientou que esta obra, orçada em cerca de 2,2 milhões de euros, é uma necessida-de antiga, recordando que a sua realização foi uma promessa eleitoral, que agora dá mais um passo para a sua concretização, através da apresentação pública do projeto. “A pesca é uma atividade que beneficiará diretamen-te, mas o porto será um pólo de desenvolvimento tam-bém para outras atividades, como a náutica de recreio ou as atividades marítimo-turísticas, que estão a ter cada vez mais procura na Região”, frisou. “O nosso mar está cheio de riquezas que ainda não estamos a explorar totalmente. Este porto e outras infraestruturas em que o Governo está a investir vão

dar a possibilidade de as explorar bem, mas vamos precisar da capacidade dos homens do mar e de outros empreendedores que saibam tirar o máximo proveito deste investimento”, afirmou Fausto Brito e Abreu. O projeto apresentado prevê a construção de um molhe cais mais rodado para norte, de modo a fechar mais a bacia portuária, ficando a frente de acostagem com 40 metros de comprimento. O porto ficará dotado com uma área de terrapleno de 1.300 metros quadrados, com uma zona de cais acos-tável de cerca de 77 metros, mais 50 metros do que atualmente, e será também construída uma nova ram-pa de varagem, com 7,5 metros de largura.

AGORA DEPOIS

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REGIONAL

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PARLAMENTO

Esclarecimentos sobre cooperação financeira com as autarquias

PSD/Açores solicita

O PSD/Açores solicitou um conjunto de esclarecimentos ao Governo Regional sobre a cooperação técnico-financeira e a execução do Proconvergência, solicitando "informação detalhada sobre os contratos ARAAL, celebra-dos com os municípios e freguesias do arquipélago desde 2012 até hoje", disse o deputado Cláudio Lopes. "Trata-se de esclarecer todos os contornos de uma relação cooperativa, que permite uma resposta mais célere aos problemas com que se debatem as autarquias, bem como dignificar o poder local democrático. No respeito pelas atri-buições e competências próprias de cada um dos poderes, queremos esclarecer, em especial, a comparticipação

financeira indireta e a comparticipação financeira dire-ta", adiantou. Cláudio Lopes lembra que "a colaboração entre a administração regional e a administração local dos Açores é uma prática que remonta ao início do pro-cesso autonómico, para a qual foi estabelecida legisla-ção". Assim, e num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, o grupo parlamentar do PSD/Açores solici-tou informações sobre os diferentes tipos de contratos "de coordenação, colaboração e cooperação, previs-tos nesse regime de cooperação, para obter os respe-tivos montantes e a que projetos se reportam, nos anos em referência", referiu o deputado. "Pedimos igualmente informação das candidaturas aos contratos ARAAL, tanto dos municípios como das juntas de freguesia, ainda não respondidas ou decidi-

das, bem como uma relação, município a município, do grau de utilização e do comprometimento dos plafonds financeiros atribuídos no âmbito do Proconvergência. Até para saber quais os municípios que não utilizaram integral-mente esses plafonds", explicou. Cláudio Lopes quer saber, nomeadamente, se "existe ver-ba remanescente dos 191 milhões de euros, inicialmente atribuídos aos 19 municípios dos Açores, no âmbito do Proconvergência, e que não tenha sido ainda utilizada pelos mesmos. Se isso se verificar, queremos saber qual o montante e, no caso da verba não ser utilizada, que desti-no terá", concluiu.

Região tem participado em todos os desenvolvimentos de estratégias nacionais para o Mar

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia asse-gurou, no Faial, que os Açores têm participado em “todos os desenvolvimentos de estratégias nacionais para o Mar e em todas as iniciativas que desenvolvem a chamada economia azul”. Fausto Brito e Abreu falava no Salão Nobre da Câmara Municipal da Horta, na sessão de apresentação do proje-to ‘Portugal Náutico’ nos Açores. O Secretário Regional frisou que o Governo dos Açores tem “um interesse especial” por este projeto, adiantando que, “da mesma forma que Portugal, como país, cresce na sua plenitude quando se contempla o Mar, dentro de Portugal, os Açores, sendo pequenos em população e em hectares terrestres, crescem quando se contempla a nos-sa zona marítima”. Fausto Brito e Abreu sublinhou ainda que a Região Autó-noma dos Açores tem sabido “usufruir plenamente dos poderes que a Constituição dá para a administração do nosso Mar” e garantiu que o Governo continuará a desen-volver “um quadro jurídico que atraia os agentes privados e as empresas, que são essenciais para plenamente

desenvolver estes objetivos”. “Temos feito investimentos grandes no desenvolvimento de uma rede de infraestruturas que apoiam atividades náuticas em portos, distribuídos por várias ilhas, e acha-mos que isso vai ser essencial para conseguirmos desen-volver plenamente a oferta de turismo náutico”, afirmou o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia. Nesse sentido, destacou o facto dos Açores manterem “uma tradição de notoriedade na vela desportiva e nas competições desportivas internacionais”, o que constitui mais uma razão para que o Governo promova, “sempre que pode, o conhecimento da Região Autónoma como um destino turístico de excelência”. “Temos recebido vários galardões e provas desse reco-nhecimento”, como foi o caso da recente atribuição do galardão Platina da Quality Coast, salientou o Secretário Regional, acrescentando ter “esperança que estes galar-dões sirvam para atrair o tipo de turismo certo que nos permitirá desenvolver a oferta turística plena, que na área do turismo náutico traz várias mais-valias para setores de atividade muito específicos”.

Fausto Brito de Abreu assegura

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Breves-TV no MEO #118827

Melhoria das acessibilidades aéreas interilhas

Vasco Cordeiro garante REGIONAL

O Presidente do Governo destacou a importância que assumem as visitas estatutárias que, anualmente, se reali-zam a Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Flores e Corvo por permitirem a cada membro do Executivo um contato mais direto e mais próximo com um conjunto de assuntos da respetiva tutela. “Na medida em que permitem um contacto de cada um dos membros do Governo com os Açorianos de cada uma das ilhas, com as instituições e com as áreas que, direta-mente, dizem respeito à sua tutela, estas visitas cumprem, claramente, o seu objetivo”, afirmou Vasco Cordeiro. O Presidente do Governo falava aos jornalistas após a reu-nião com o Conselho de Ilha, no âmbito da visita estatutá-ria que efetuou ao Corvo. Estas visitas de todo o Governo decorrem com regularida-de anual a Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Flores e Corvo, ilhas que não têm sedes de Departamentos do Governo. Segundo Vasco Cordeiro, as visitas estatutárias não se destinam apenas para o Governo apresentar o trabalho que está a desenvolver em cada uma das áreas, mas tam-bém para o Executivo poder recolher a avaliação e a opi-nião das entidades representativas dos diversos setores

das ilhas. “É sintomático desta perspetiva o facto de o Governo ini-ciar a sua participação nas reuniões com os Conselhos de Ilha dando a conhecer uma perspetiva mais regional da sua atuação”, frisou Vasco Cordeiro, para quem esta opção permite que os diversos Conselhos de Ilha tenham uma visão, não apenas da sua ilha, mas também do que está a ser feito a nível regional. Para reforçar essa política de proximidade, o Governo dos Açores decidiu, no início desta Legislatura, implementar nas visitas estatutárias momentos destinados a receber a população de cada ilha, que, também por essa via, pode apresentar diretamente aos secretários regionais os assuntos que considere relevantes. Relativamente à reunião com o Conselho de Ilha do Corvo, o Presidente do Governo salientou que várias questões levantadas pelos conselheiros já estão em andamento, dentro do planeamento e do calendário que corresponde aos compromissos que o Governo assumiu. Algumas destes assuntos foram mesmo analisados no Conselho do Governo que reuniu na ilha do Corvo, salien-tou Vasco Cordeiro.

Visitas Estatutárias reforçam proximidade

entre o Governo e as ilhas

O Presidente do Governo garantiu que o seu Exe-cutivo já está a trabalhar na revisão das Obriga-ções de Serviço Público (OSP) de transporte aéreo entre os Açores, no sentido de assegurar melhores acessibilidades aos Açorianos das nove ilhas do arquipélago. Vasco Cordeiro, que falava aos jornalistas após a reunião do Governo dos Açores com o Conselho de Ilha das Flores, salientou que, neste processo de revisão das OSP internas, é, porém, funda-mental que a Região veja aprovadas, pelo Gover-no da República, as Obrigações de Serviço Públi-co entre os Açores, o Continente e a Madeira. “O Governo dos Açores não está à espera que haja essa aprovação para iniciar esse trabalho, que já está a decorrer, mas é de elementar caute-la não aprovarmos as OSP de transporte aéreo interilhas antes de termos a conclusão do processo por parte do Governo da República”, referiu Vasco Cordeiro. A 18 de julho deste ano, o Presidente do Governo anun-ciou a conclusão das negociações com o Governo da República sobre o novo modelo de OSP nas ligações aéreas entre os Açores e o Continente e a Madeira, que prevê que os Açorianos paguem um valor máximo de 134 euros pelas suas deslocações e a liberalização das rotas entre o Continente e Ponta Delgada e a Terceira. Na sequência deste acordo global, seguem-se outros passos, nomeadamente, a aprovação em Conselho de Ministros e comunicação por parte do Governo da Repú-

blica à Comissão Europeia das respetivas alterações às OSP. “Até ao momento, não tenho razão nenhuma para crer que o Governo da República não quer resolver essa situação”, disse o Presidente do Governo dos Açores. Após o Conselho de Ilha, Vasco Cordeiro salientou, por outro lado, que, à semelhança do que acontece em todas as visitas estatutárias, o Governo dos Açores procurou esclarecer e clarificar o seu entendimento sobre as ques-tões colocadas pelos Conselheiros, assim como apresen-tar o trabalho que está a desenvolver e os objetivos que pretende prosseguir.

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Procissão São Mateus - Urzelina

Fotoreportagem por Mark Marques

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O BREVES - 22 de setembro de 2014 7

Fotoreportagem por Mark Marques

Procissão Sra. Das Dores - Fj. Ouvidor

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REGIONAL

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Redução nos preços da eletricidade O PCP insiste na proposta que apresentou no ano de 2012 – e que foi rejeitada por PS, PSD e CDS, para que seja criada uma “redução, especial e transitória, de 10% no valor men-sal a faturar a cada consumidor de eletricidade, independen-temente do tipo e da potência contratada, para vigorar durante o ano de 2015 e a ser suportada financeiramente pelos proveitos da EDA, SA.” O PCP recorda que o preço médio de venda da eletricidade em baixa tensão normal (BTN), que abrange os consumido-res domésticos, aumentou 15,8% entre 2009 e 2013, o que levou a que os proveitos da EDA, antes de impostos, subis-sem de 58 para 85,3 milhões de Euros no mesmo período. Observe-se ainda que, neste mesmo período, entre 2009 e 2013, a EDA distribuiu 17,5 milhões de Euros em dividen-dos, sendo que cerca de metade desse valor foi distribuído aos acionistas privados. Apenas no ano de 2013 o resultado operacional da empresa foi de quase 44 milhões euros, o que representa um acréscimo de 37% face aos 32 milhões de euros de 2012. Uma redução de 10% na fatura da eletricidade para as famí-lias e empresas açorianas corresponderia, grosso modo, a 10,5 milhões de Euros, um valor que não afetaria a solidez financeira da empresa, nem a continuação dos seus investi-mentos. O PCP recorda ainda que não existe qualquer obstáculo legal para que a Região, na sua qualidade de acionista maioritário crie mecanismos que permitam aliviar os consu-midores açorianos, sem com isso onerar o erário público.

Igualmente, e ao contrário do que foi argumentado por PS, PSD e CDS em 2012, a Entidade Reguladora de Serviços Elétricos não irá reduzir as compensações tarifárias pagas à EDA, caso esta tome a opção gestionária de aliviar transito-riamente o preço pago pelos consumidores açorianos de eletricidade. Se existir alguma sobrestimação dos sobrecustos suporta-dos pela EDA, que são compensados pela ERSE, essa sobrestimação comprova-se pelos próprios proveitos da empresa e pela sistemática distribuição de dividendos e não pelo destino que a administração do Grupo EDA lhes dá. O PCP considera que esta é uma medida de elementar justi-ça social e que os sacrifícios não podem recair apenas sobre as famílias e sobre as empresas açorianas. Tendo em conta a progressiva redução dos rendimentos dos açorianos ao longo deste período, quer por via quer das reduções sala-riais, quer pelo aumento da carga fiscal, quer pelo aumento do custo de vida, torna-se evidente que os custos elétricos representam um peso cada vez maior no orçamento das famílias açorianas, como também um custo acrescentado para as empresas dos Açores. Assim, esta medida constituirá um importante alívio para os orçamentos familiares e um apoio direto às empresas e à retoma das atividades económicas, ao mesmo tempo que reforçará o seu poder competitivo e a capacidade da Região Autónoma dos Açores para atrair novos investimentos e oportunidades, com os resultados positivos que daí advirão para a economia, para o emprego e para a Região.

PCP/Açores insiste

O Breves no MEO #118827

O PSD/Açores quer saber se o Governo Regional tem, "na realidade, uma vontade expressa de reabilitar os Estaleiros Navais da Madalena, uma importante infraestrutura para a economia da ilha do Pico, para, através deles, recuperar uma importante indústria com tradição no Pico e criar alguns postos de trabalho". Segundo o deputado Cláudio Lopes, "exige-se essa explicação ao governo, que há mais de 4 anos vem prometendo aos picoenses a reestrutura-ção dos estaleiros", avançou. "Como e quando pretende o Governo Regional concretizar essa medida, após terem supostamente falhado algumas tentativas, como o negócio de 2010 com os Estaleiros de Peniche ou outros mais recentes contatos sem frutos", questionava o social-democrata, num requerimento envia-do há 10 meses à Assembleia Legislativa, em que se inter-rogava sobre "a estratégia concreta da tutela para os Esta-leiros da Madalena, depois das promessas eleitorais de 2012". Segundo Cláudio Lopes, "foi renovado o compromisso de reabilitar os estaleiros, pelo que, apesar de essa ação não estar prevista na Carta Regional das Obras Públicas, volta-

mos a perguntar ao governo se vai concretizar a iniciativa na presente legislatura. Já o fizemos há 10 meses, sem nunca obter resposta. Continua a ser esta a postura do Governo Regional", explicou. O deputado do PSD/Açores acrescenta que "a promessa feita por Vasco Cordeiro, então secretário regional da Eco-nomia, ultrapassava a reabilitação dos estaleiros, e previa o alargamento do leque de serviços a prestar pela infraes-trutura: "queremos que o Pico assuma o lugar que é seu por direito histórico na indústria naval (...) este processo insere-se na estratégia do executivo de valorização do mar na economia regional", cita Cláudio Lopes. "A medida previa um investimento de 6 milhões de euros que, para além de potenciar uma atividade com vocação histórica no Pico, poderia criar vários postos de trabalho e fixar de mão-de-obra especializada. Passados dois anos sobre tal decisão, nada de concreto aconteceu, e apenas vemos sucessivas negociações falhadas e a degradação contínua de uma infraestrutura deixada ao abandono", lamentou.

PSD/Açores exige PICO

Posição sobre os Estaleiros Navais da Madalena

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O BREVES - 22 de setembro de 2014 9

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Durante anos a governação socialista açoriana investiu em megas escolas porque elas seriam uma solução para combater o insucesso escolar. Alega-va-se, como justificação para os milhões que se gastaram, que escolas grandes, onde se juntassem alunos do primeiro ciclo ao secundário, permitiriam aos meninos um relacionamento que os ajudaria a ser melhores alunos. Acrescentava-se que fechar unidades nas freguesias e concentrar alunos em escolas grandes nos centros urbanos iria permitir que os meninos das "escolas de fundo de canada" alargassem horizontes ao socializar com outros criados nas cidades... Enfim, tudo isto foi politicamente defendido e politi-camente praticado durante mais de uma década por um engenheiro que tutelou a pasta da Educação nos Açores. Para além de ter levado a sua avante nos mega-investimentos escolares, cujos maus resultados estão à vista de todos, o engenheiro também criou nos Açores umas provas de avaliação que eram só nossas, ou seja, eram feitas por nós e para nós, sem possibilidade de comparação com outras reali-dades. Quando uma sua sucessora em boa hora se lembrou de acabar com esta "mistificação" do sucesso escolar açoriano, percebeu-se a hecatom-be do insucesso. Agora, que temos um novo Secretário Regional da Educação (que mal assumiu funções teve a cora-gem de assumir que a política de combate ao insu-cesso escolar nos Açores tem sido uma política de "pensos colocados em cima das feridas") e que ouvimos o Presidente do novo Governo Regional a anunciar a necessidade de implementar um "Plano Regional de Promoção do Sucesso Escolar", perce-bemos que a política do betão do Eng.º Álamo Meneses deixou um vazio pedagógico arrepiante e cujos actuais governantes atestam como política incompetente do político que mais anos foi Secretá-rio da Educação nos Açores...

Milhares de pessoas perderam tudo de um dia para o outro. As suas vidas sofreram um verdadeiro terramoto. Agora dependem exclusivamente da ajuda humanitária. Regina Lynch, directora de projectos da Fundação AIS, esteve recentemente no Iraque para ajudar a definir, com as estruturas da Igreja local, a melhor estratégia para apoiar estes milhares de refugiados. O que viu deixou-a impressio-nada. “A vida deles está completamente virada do avesso. Os refugiados estão a abrigar-se em igrejas, alguns deles estão em parques, a viver em tendas. Nesta altura do ano, as temperaturas atingem os 45 graus. São condições muito difíceis. Conhecemos uma família que demorou cinco horas a fazer uma viagem que normalmente demoraria uma hora e meia. Eram 24 pessoas numa carri-nha que transporta 8 no máximo. Isto mostra a forma desesperada como as pessoas tiveram de abandonar a região. Há pessoas a viver em abrigos e que estão a ser registadas neste momento. Há muitos a viver com familiares em casas sobrelotadas. É difícil ter um número exacto, mas sabemos que há cerca de 70 mil refugiados à volta de Ankawa e 60 mil nas áreas a norte de Mossul. Mas a todo o momento há pessoas a che-gar, famílias a bater à porta, à procura de lugar para ficar.” Regina Lynch não se vai esquecer do sentimento de impo-tência e de desespero que encontrou entre os refugiados. "As pessoas estão traumatizadas porque aconteceu tudo muito rápido. Os Cristãos em Mossul, por exemplo, achavam que o exér-cito do Governo ia protegê-los. Foi um choque para eles." Sem exército nem milícias, os Cristãos não têm ninguém a acudi-los. Apenas a Igreja procura ajudá-los, mas é como tentar conter uma enxurrada. Todos os dias aparecem mais e mais famílias destroçadas, incapazes de voltar atrás, de recordar os momentos de terror por que passaram, descal-ços, caminhando quilómetros sob o sol abrasador, sem água, sem alimentos. Depois de Mossul, foi a vez de Kirkuk cair nas mãos dos jihadistas. Em todos os lugares ocupados pela força, deixa-ram sempre um rasto de violência. É difícil imaginar tanta atrocidade. É uma guerra de terror. Os jihadistas fazem questão de mostrar o que são capazes de fazer para fragili-zarem ainda mais os inimigos. D. Louis Sako, Patriarca Católico dos Caldeus, dirigiu-se particularmente aos benfeitores da AIS. “Todos nós temos de agir porque não podemos ficar indiferentes diante desta catástrofe O Patriarca Caldeu do Iraque, tem sido, nestes dias de holocausto, a voz dos que perderam tudo, o grito de alarme para que o mundo acorde da sua letargia e faça alguma coisa por estes milhares de Cristãos em sofrimento; já organizámos uma Jornada Mundial de Oração pela Paz no Iraque, masisso não basta. Já enviámos mais de 200.000 € para ajudar os refugiados, mas isso não chega. É preciso mais”. Os Cristãos do Iraque precisam da nossa ajuda agora! Pre-cisam de saber que nós não os abandonámos. Com a nossa oração e generosidade podemos minorar o sofrimento dos Cristãos no Iraque. As famílias iraquianas precisam desesperadamente da nos-sa ajuda, material e moral. Do muito que temos – demos muito; se temos pouco demos pouco, mas não esqueçamos que há quem não tenha mesmo nada Hoje – eles; amanhã – nós

Opinião 10 O BREVES - 22 de setembro de 2014

Por: Maria Fernanda Barroca

Cristãos no Iraque preci-

sam da nossa ajuda

Por: Artur Lima

Pensos e

atestados...

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Opinião O BREVES - 22 de setembro de 2014 11

Asdrúbal era um ambicioso candidato a autarca. Bonifácio era um medíocre pintor que sonhava ser alguém no mundo da arte, nem que fosse a organizar exposições com outros pintores mais hábeis. Asdrúbal prometia tudo a todos, de modo a alcançar o poder. Bonifácio conhecia muita gente e era, tendencialmente, da facção política oposta a Asdrúbal, sendo, por isso, alvo apete-cível à táctica eleitoral deste. Asdrúbal prometeu a Bonifácio que lhe daria para a mão todo o dinheiro necessário à satisfação das suas vontades e capri-chos. Asdrúbal ganhou as eleições e teve de pagar, pelo menos, algumas promessas, incluindo a que tinha feito a Bonifácio, especialmente, pelo seu impacto numérico-eleitoral. Passado o tempo, Asdrúbal foi implantando a sua teia de dependências e favores na qual se incluía, de forma quase icónica, a actividade de Bonifácio, ao organizar exposições colectivas com a participação de todos os possíveis pintores da terra. No fundo, os interesses e ambições de um encaixavam reci-procamente nas necessidades do outro, criando uma aliança de dependência em que um não podia viver sem os votos que o outro arranjava, nem este sem o dinheiro que aquele lhe pas-sava para a mão. Chegou a altura em que a ânsia desgovernada e incontrolável de poder, por parte de Asdrúbal, fez com que o dinheiro come-çasse a faltar para cumprir as promessas com Bonifácio e com os outros dependentes. Bonifácio, que continuava acreditar em Asdrúbal, começou a não conseguir pagar as suas actividades, pela falta do dinheiro que deixou de jorrar, deixando um rasto de dívidas e credores com o que contribuiu para afundar a economia da terra. Bonifácio, aflito, pedia que Asdrúbal lhe pagasse o que prome-tera, enquanto este ameaçava o outro com o corte definitivo das transferências se ele o denunciasse. Um e outro incapazes de assumir os seus compromissos e responsabilidades, mas, intensamente, emaranhados nas relações de dependência que mútua e voluntariamente criaram. Tanto mais dependentes quanto, "et por cause", menos livres… Asdrubal e Bonifácio não existem, pelo menos com estes nomes e actividade. Mas, as posturas relatadas são conheci-das e reveladoras de uma certa prática política de poder e de oposição, baseada na promessa e na dependência que garan-te lugares e satisfaz ambições. Não me interessam, individual-mente, quem são os protagonistas das histórias que, a este propósito, se sucedem. Mas, preocupa-me e muito que os car-gos e recursos públicos sejam utilizados para alimentar depen-dências e projectos meramente pessoais, sem qualquer subs-tracto de interesse público e prossecução do Bem Comum. Esta é, sem dúvida, mais uma das causas da doença social que nos aflige, sem se saber, no nosso caso, qual dos dois é mais dependente do outro e, nessa medida, menos livre...

Dependências

Por: Clélio Meneses

“ Cada Santo - aliás, cada pessoa - traz consigo um

carisma peculiar, e a sua descoberta enriquece-nos

sempre, seja para tentar torná-lo nosso também,

seja para admirar a imensa variedade dos dons que

Deus derrama sobre os homens”. *

Nascido em Madrid no ano de 1914, Álvaro del Portillo, teve uma família e uma infância normais, não obstante os já agitados meandros políticos que se reflectiam na Europa, os quais se viriam a agravar com o eclodir da 1ª grande guerra e, anos mais tarde, na sangrenta guerra civil que se abateu em Espanha, nos anos de 1936-39, seguindo-se-lhe ainda uma outra e não menos violenta - a 2ª grande guerra mundial. Álvaro foi sempre um rapaz excepcional em todos os aspectos, afectuoso, brincalhão, generoso, educado, inteligente e bom aluno. Não obstante os seus muitos afazeres académicos, fazia parte da Conferência de S. Vicente de Paulo, na Paróquia de S. Raimundo, em Madrid, deu aulas de Catequese e organizava visitas às famílias carenciadas que viviam em barracas. Licenciou-se em Engenheiro, trabalhava então na Direc-ção Geral de Obras Hidráulicas da Bacia do Tejo e nos Serviços de Pontes e Estruturas, conheceu o fundador do Opus Dei, S. Josemaria Escrivá, identificava-se com os seus ensinamentos e reconheceu que estava ali o seu Caminho. Com sentido de missão humana e divina, em 1935 pediu admissão à Obra de Deus, em 1944 foi ordenado Sacerdote e em 1975 foi eleito como primeiro sucessor de S. Josemaria. No dia a seguir, 23 de março de 1994, partiu para o Céu. A sua “Missão” estava cumprida, “afundar o mal em abundância de bem” e pelo mundo deixo sementes de paz. Nascido e criado em tempos de profundas crises mun-diais, tão grandes ou maiores do que as que hoje atra-vessamos, Álvaro del Portillo, Engenheiro e Sacerdote, vai ser beatificado no dia 27 de Setembro, na cidade que o viu nascer, Madrid. “Saxum, rocha: terá sido D. Álvaro ao longo de uma vida dilatada e santa, se entendermos por santidade “cumprir o projecto divino que Nosso Senhor tem para cada um de nós”.* *(“Missão Cumprida” de M. Hugo de Azevedo, Diel)

Por: Susana Mexia

Saxum

Trajano de Oliveira Lopes

05/12/1924 a 17/09/2014

Agradecimento

A esposa e família, muito sensibilizada pelas manifestações

de pesar e carinho recebidas aquando do falecimento do seu

ente querido, agradece a todas as pessoas que participaram

no funeral ou de que qualquer outro modo se associaram à

sua dor.

A Família

Page 12: Jornal O Breves

Última Página O BREVES - 22 de setembro de 2014

FICHA TÉCNICA: Jornal O Breves Inscrito na ERC sob o nº 126151 Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge - NIF: 509 893 678 Morada: Apartado 10, 9800-909, Velas, São Jorge, Açores Diretor: Carlos Aberto Pires Contato: 927 511 731 - Presidente: Valdemar Furtado Contato: 916 929 184 E-mail: [email protected] TODOS OS ARTIGOS DE OPINIÃO PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES

OLHO NÚ Por: Mark Marques

Por: Sofia Ribeiro

Há um ano...

TEMPO DEMAIS - Na freguesia da Urzelina (Casteletes) o perigo espreita! Existem buracos enormes, provocados pelo abatimento de terras no caminho, devido a cedência de um muro de suporte virado ao mar. O Olho Nu em 24 de Maio deste ano alertou para esta situação MUITO PERIGOSA. Já passaram mais de 3 MESES, e agora de Verão com o mar “manso” é que se pode e deve fazer obra no muro de supor-te. Este caminho é Municipal, mas tendo em conta a prote-ção da orla marítima, o Governo Regional dos Açores, atra-vés da respetiva Secretaria Regional, deverá ser solidário e colaborar na recuperação desta situação. Os utilizadores desta estrada e a população da Urzelina agradecem a celeri-dade.

Escrevo este artigo na recta final de uma semana de tra-balho em Estrasburgo, fortemente marcada pela relação União Europeia – Ucrânia. É uma situação complexa, dado estarem em equação questões de natureza bélica, geo-política, económica, cultural e de direito internacional, em que a diplomacia tem de ser uma constante. Direitos e deveres são confrontados e o trílogo Rússia – Ucrânia – União Europeia questionado, tendo por base os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Por mera casualidade, escrevo a 17-09-2014, decorridos 75 anos da invasão soviética da Polónia, numa fase inicial da segunda guerra mundial, cujo desfecho acabou por estar na origem da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) que, por sua vez, está na base da União Europeia que hoje conhecemos. Volvidos 75 anos, a recente invasão russa da Crimeia (justificada por Putin pela “necessidade” de proteger por todos os meios os cidadãos russos da ex-república sovié-tica) traz ao de cima a discussão em torno das ideologias imperialistas que, entre outras, estiveram na origem da segunda grande guerra. Está sobretudo em causa a sobe-rania territorial da Ucrânia e o seu direito à livre escolha de aproximação à União Europeia (UE), que serve de garantia à sua viabilidade e continuidade como Estado. Neste círculo vicioso da história mundial, atente-se aos fundamentos da UE: no preâmbulo do Tratado que insti-tuiu a CECA, os países constituintes comprometeram-se a “assentar (...) os primeiros alicerces de uma comunidade mais ampla e mais profunda entre os povos”; e o Tratado da União Europeia que hoje vigora expressa um conjunto de valores, nomeadamente o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e o respeito pelos direitos do Homem. A defesa do princípio da integridade internacional constitui, pois, um dever da UE, sob pena desta perder a sua idoneidade e a sua identidade, cenário em que somente as questões económicas e financeiras a sustentariam. Um qualquer recuo no apoio à Ucrânia colocaria em causa a solidarie-dade internacional e legitimaria movimentos de desagre-gação fundamentados em princípios de natureza pura-mente capitalista. Foi neste preciso contexto que o Parlamento Europeu, numa larga maioria, ratificou o acordo de associação com a Ucrânia, mesmo apesar da sua componente comercial estar suspensa até ao final do próximo ano, por decisão desta. Pretende o governo russo que sejam revistas um quarto das rubricas aduaneiras, numa clara intromissão nas relações bilaterais União Europeia – Ucrânia, tendo ameaçando esta última de uma imediata aplicação de sanções económicas se avançasse com as disposições comerciais a 1 de Novembro próximo, tal como estava inicialmente previsto. Apesar do Parlamento Europeu, na sua generalidade, ter lamentado tal adiamento, compreen-de-se que a Ucrânia, deprimida financeiramente face ao conflito gerado, precise de mais tempo. Até lá, o foco cen-tra-se nas negociações trilaterais entre a Comissão Euro-peia e os governos Ucraniano e Russo, que serão certa-mente marcadas por um fortíssimo sinal de unidade euro-peia. A ratificação do acordo decorreu em simultâneo nos parlamentos europeu e ucraniano, num momento simbóli-co que reforça as relações bilaterais entre a UE e a Ucrâ-nia. E se dúvidas houvesse quanto à importância histórica de tal acto e ao seu significado para os ucranianos, basta-ria a referência de que, enquanto em Estrasburgo votáva-mos o acordo, todo o Parlamento Ucraniano entoava o seu hino nacional.

Ecos da Semana