Jornal O Breves

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O Breves Diretor: José Fernando Bettencourt - Ano 3 - Nº 79 - 28 de julho de 2014 - Semanário - € 1,00 XS pág. 5 pág. 6 pág. 8 pág. 2 e 4 www.obreves.pt pág. 3 Porto Comercial Parecer Positivo O Conselho de Ilha de São Jorge deu parecer positivo à iniciativa do CDS-PP que propõe ao Governo Regional a criação de um Plano de Desenvolvimento Integrado das Fajãs da ilha. Fim das Quotas Leiteiras Eurodeputados eleitos pelos Açores querem garantir mecanismos que compensem o fim das quotas leiteiras, na região, sem ser o POSEI. Lacticínios a caminho da China Após visita do presidente da China, o Governo da República anunciou a certificação de 31 empresas de lacticínios para exportar para o mercado chinês. César mandatário nacional O ex-presidente do governo regional Carlos César será o mandatário nacional de Antó- nio Costa na corrida à liderança do Partido Socialista 18 M€ para prolongamento do Molhe e Cais

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Edição 79 publicada a 28 de julho de 2014

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O B r e v e s Diretor: José Fernando Bettencourt - Ano 3 - Nº 79 - 28 de julho de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

pág. 5

pág. 6

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pág. 2 e 4

www.obreves.pt

pág. 3

Porto Comercial

Parecer Positivo

O Conselho de Ilha de São Jorge deu parecer positivo à iniciativa do CDS-PP que propõe ao Governo Regional a criação de um Plano de

Desenvolvimento Integrado das Fajãs da ilha.

Fim das Quotas Leiteiras Eurodeputados eleitos pelos Açores querem garantir mecanismos que compensem o fim das quotas leiteiras, na região, sem ser o POSEI.

Lacticínios a caminho da China Após visita do presidente da China, o Governo da República anunciou a certificação de 31 empresas de lacticínios para exportar para o mercado chinês.

César mandatário nacional O ex-presidente do governo regional Carlos César será o mandatário nacional de Antó-nio Costa na corrida à liderança do Partido Socialista

18 M€ para prolongamento do Molhe e Cais

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EUROPA

Ricardo Serrão Santos defende mecanismo que permita compen-sar o fim do regime de quotas leiteiras. ”Devemos defender uma solução que permita compensar os eventuais efeitos do fim do regime de quotas leiteiras. Ainda na passada quarta-feira, na Comissão de Agricultura, em Bruxelas, marquei uma posição ao defender que as especificidades dos Açores e o facto de serem uma Região Ultraperiférica justificam um tratamento de exceção”, afirmou o deputado euro-peu, Ricardo Serrão Santos, à saída de uma reunião com a dire-ção da Associação Agrícola de São Miguel. Ricardo Serrão Santos referiu estar a cumprir “o compromisso que assumiu que é o de manter um diálogo sempre permanente com os setores económicos da Região. O setor agrícola é um

dos mais importantes na economia dos Açores, é muito relevante que eu mante-nha um diálogo permanente para não só informar do que está em debate no Parla-mento Europeu, como receber informações daqueles que são os interesses e as expe-tativas dos agricultores. Por isso, estas reuniões com Jorge Rita são para se man-terem no futuro”. Em cima da mesa esteve o dossier do leite e as perspetivas de futuro uma vez que as quotas leiteiras terminam em 2015. Sobre este tema, Ricardo Serrão Santos, apelando para a necessidade de todos unirem esforços em defesa das especifici-dades açorianas, referiu que “os Açores têm que ter uma ação proactiva para os mecanismos que minimizem os impactos

desta medida”. Sobre os principais desafios com que se debate o setor, o depu-tado Europeu referiu que, “neste momento, o principal desafio é o do leite. O leite dos Açores tem muita qualidade, regista níveis de produção significativos e é preciso que esta produção se mante-nha e continue a vender na Europa”. Esta reunião com a Direção da Associação Agrícola de São Miguel realizou-se no âmbito de um conjunto de encontros e visi-tas que o Eurodeputado tem levado a efeito. Reuniu também com a direção da Unileite, visitou uma exploração agropecuária e reu-niu com a administração da Lotaçor. Irá, esta segunda-feira, reu-nir com a Camara Municipal do Nordeste, visitar uma unidade de Turismo Rural e o Centro de Interpretação do Priolo.

Mecanismo que permita compensar o fim do regime de quotas leiteiras

Serrão Santos defende

REGIONAL

O líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, assegurou que “as tentati-vas políticas do governo regional de desviar atenções dos graves problemas da Região não farão com que o PSD/Açores se desvie do seu caminho de propositura aos açorianos e de responsabili-zar o governo PS, que já leva 18 anos de vida, pela situação que vivemos na Região”. “Ainda esta semana apresentámos aos açorianos um conjunto de propostas para o sector do Turismo. Contribuímos com ideias para a agenda do Emprego, temos um modelo que ajuda a resol-ver o problema das listas de espera cirúrgica nos hospitais”, disse Duarte Freitas garantindo que “o PSD/Açores vai continuar o seu trabalho de encontrar soluções para os problemas criados pelo

Partido Socialista aos Açores e aos açorianos”. “O Governo Regional e o Partido Socialista passam a vida a apontar o dedo a todos, como se não fossem eles os responsá-veis pela situação em que nos encontramos. Dezoito anos de governo socialista depois e os Açores têm a maior taxa de desemprego do País, a maior taxa de abandono escolar, o maior índice de pobreza e diversos outros indicadores sociais que deviam envergonhar quem se encontra no governo há quase vinte anos”, disse Duarte Freitas. O presidente do PSD/Açores lamentou, ainda, que o Governo Regional e o Partido Socialista “não expliquem claramente aos açorianos que não queriam o modelo de obrigações de serviço público agora apresentado como se fosse o seu, que não expli-quem que receberam dos impostos dos açorianos, em 2013, mais 126 milhões de euros e que vão receber mais fundos comu-nitários nos próximos anos por causa do bom trabalho desenvol-vido pelo governo da República. Os socialistas estão sempre prontos para chamar a si os louros por tudo o que corre bem e para apontar aos outros responsabilidades do que corre mal”. “Os socialistas queixam-se todos os dias do governo da Repúbli-ca, mas são quem mais tem ganho com as medidas do governo da República”, disse Duarte Freitas, defendendo que “os socialis-tas não têm mais desculpas porque eles são governo há 18 anos e todos os graves indicadores sociais que se registam derivam da sua má governação”. “O PSD/Açores critica quando deve criticar e elogia quando deve elogiar” garantiu Duarte Freitas, garantido que “os sociais-democratas açorianos vão continuar a apresentar propostas que melhorem a vida dos açorianos e a afirmar-se como alternativa na nossa Região”.

Duarte Freitas assegura

PSD continua a afirmar-se como alternativa na região

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LOCAL

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A empresa de capitais públicos Por-tos dos Açores, S.A., responsável pela gestão das principais infraestru-turas portuárias das nove ilhas do arquipélago, acaba de lançar o pro-cedimento contratual com vista à execução da empreitada de Cons-trução do Prolongamento do Molhe-Cais do Porto das Velas, na Ilha de São Jorge. Trata-se, formalmente, de um con-curso limitado por prévia qualifica-ção, cumprindo esta empreitada o compromisso oportunamente assu-mido pelo Governo dos Açores na «Carta Regional de Obras Públicas 2013-2016» relativamente a investi-mentos nos portos da Região. Este procedimento tem um valor base de € 18.000.000,00 (dezoito milhões de euros) e prevê um prazo de execução de 24 meses, compreendendo a empreitada o prolongamento do cais comercial atual e respetivo molhe de proteção em mais 150 metros, a construção de uma nova gare de passageiros, adja-cente à rampa ro-ro para navios ferry, e o reordena-mento dos espaços envolventes. Na empreitada de “Construção do Prolongamento do Molhe-Cais do Porto das Velas” inclui-se, ainda, a construção de um edifício destinado a oficinas e garagem dos equipamentos de movimentação das mercadorias e a instalação de redes técnicas (água, energia elétrica, combate a incêndios e combustíveis) no prolongamento do cais e a reabilitação/beneficiação das redes já existentes.

Os trabalhos a contratualizar têm em vista possibilitar a operação simultânea de dois navios naquela infraestrutura portuária, melhorar as condições de agitação marítima, não só no cais comercial e respe-tiva bacia de manobra mas também na entrada e interior da marina local e, ao mesmo tempo, permitir um melhor ordenamento de todo o porto, separando as suas principais valências (mercadorias/passageiros) e aumentando a segurança nas opera-ções portuárias, de acordo com o código ISPS. A execução da empreitada de “Construção do Prolon-gamento do Molhe-Cais do Porto das Velas” irá pro-porcionar, por fim, um funcionamento integrado da nova gare de passageiros com a rampa Ro-Ro e res-petivos acessos rodoviários, reorganizando o par-queamento de contentores.

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18 M€ para prolongamento de molhe e cais

do Porto Comercial da Ilha de São Jorge

Portos dos Açores, S.A. anuncia

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EUROPA

POSEI como medida de compensação do fim das quotas leiteiras

Sofia Ribeiro rejeita

A Eurodeputada Sofia Ribeiro interveio na Comissão de Agricul-tura do Parlamento Europeu afirmando "mais uma vez, quando se esperava que a Comissão Europeia apresentasse algumas medidas mais concretas, com vista à proteção dos produtores de leite, volta-nos a apresentar descrições e factos". Esta intervenção da Eurodeputada Sofia Ribeiro surgiu na sequência da apresentação ao Parlamento Europeu, por parte da Comissão Europeia sobre "a evolução da situação do mercado do leite e dos produtos lácteos e da aplicação das disposições relativas ao pacote do leite" tendo a Eurodeputada afirmado que "este documento não apresenta qualquer sistema de deteção antecipada de crises a nível europeu, do Estado Membro ou das regiões, nem tão pouco apresenta qualquer medida mitigadora dessas mesmas crises, tais como apoios à armazenagem priva-da, restituições à exportação, medidas de redistribuição da pro-dução", tendo prosseguido "não é isto, nem tem sido isto que os produtores de regiões como a minha, os Açores, uma Região Ultraperiférica, esperavam". De facto, a poucos meses do fim do regime de quotas leiteiras ainda existem muitas dúvidas sobre todo o processo de transição e o cenário futuro, não obstante a Comissão Europeia estar con-

fiante nos dados que prevêem o aumento da procura e do preço dos produtos lácteos. Para Sofia Ribeiro "o Parlamento Europeu deverá ser proactivo na busca de soluções de médio e longo pra-zo, porque só assim se consegue garantir a estabilidade dos mer-cados e evitar a especulação. Relativamente às medidas do "pacote do leite", é preciso que se perceba que este não substitui as quotas leiteiras nem tem trazido grande segurança aos produ-tores e aos mercados, num sector que sabemos ser alvo de cri-ses cíclicas, para mais, quando todos os estudos apontam para a concentração da produção em poucos estados membros, pondo em causa a tradicional produção de leite em regiões cujo sector apresenta enorme qualidade, mas que também tem uma enorme importância social, económica, ambiental, de ocupação do territó-rio, entre outros." A Eurodeputada especificou ainda a situação dos Açores, refe-rindo que "como está referido no documento, não há dados con-cretos sobre um efeito significativo da aplicação do pacote do leite nas regiões ultraperiféricas. Preocupa-me que se tente generalizar o que não é generalizável. No documento hoje apre-sentado, é referido que as RUP podem utilizar o POSEI para minimizar estes impactos, no entanto e como é sabido, a propos-ta anterior de revisão do POSEI pretendia entre outras coisas, aumentar a diversificação agrícola e aproximar este regime à PAC. Agora vem a comissão referir que também pode ser utiliza-do no âmbito de medidas de proteção do sector do leite, tudo isto sem qualquer aumento do envelope financeiro e ignorando que a produção de leite é algo que mais interessa a apenas uma RUP - os Açores, ficando esta limitada ao nível da sua produção", tendo prosseguido afirmando que "o orçamento do POSEI não pode nem deve ser pensado como instrumento de compensação aos produtores de leite nas RUP por demissão das responsabilidades da Comissão na regulação deste mercado". A finalizar, Sofia Ribeiro deixou uma questão à Comissão Euro-peia "em que medida, estes produtores podem contar com a Comissão Europeia para continuarem a produção de leite de qua-lidade e para defender localmente a sustentabilidade estas comu-nidades e populações".

A Eurodeputada Sofia Ribeiro foi co-autora de uma pro-posta de resolução do Partido Popular Europeu sobre o "Emprego Jovem", tendo referido "fiquei muito satisfeita pelo facto das minhas propostas terem ficado plasmadas na resolução do maior grupo político europeu - o PPE, e por conseguinte na proposta de resolução conjunta com todas as forças políticas que acabou por ser votada e aprovada em sessão plenária". De facto, a temática do emprego jovem esteve em desta-que nesta sessão plenária em Estrasburgo, devido à apre-sentação de uma comunicação da Comissão Europeia que pretende acelerar a implementação, por parte dos Estados-Membros, da "Iniciativa para o Emprego Jovem". Para A Eurodeputada Sofia Ribeiro "logo na primeira e única reu-nião do PPE da Comissão do Emprego e Assuntos Sociais no Parlamento Europeu, tive conhecimento do interesse do partido em apresentar uma proposta de resolução. Apres-sei-me a dar o meu contributo por escrito ao Coordenador político do PPE que aceitou alguns dos meus contributos. A minha contribuição focou alguns pontos que considerei essenciais, tais como a necessidade de alargar em todos os países europeus a Garantia Jovem até aos 30 anos de idade, tal como se faz, e bem nos Açores, uma vez que as altas taxas de desemprego dos jovens com menos de 25

anos levam a que estes permaneçam por mais tempo na dependência dos pais, aumentando assim o risco de uma "geração perdida", e por outro lado, as ideias relacionadas com os desenvolvimentos futuros na ciência como prioriza-ção do mercado de trabalho, levam a que os jovens tenham mais anos de formação. Defendi portanto que deve ser atribuído um apoio financeiro europeu para as empresas que promovam também a integração dos jovens mais qualificados, em complemento com a elaboração de medidas fiscais com o mesmo propósito." No processo negocial entre todos os grupos políticos, foi possível alcançar um acordo para uma Proposta de Reso-lução Conjunta sobre esta temática, tendo esta incidido sobre os seguintes pontos: Apoio às PME como o motor da economia europeia; Implementação eficaz da Garantia Jovem nos Estados-Membros; Maior mobilidade de Jovens pela UE; Prevenção do Abandono Escolar Precoce. A finalizar, Sofia Ribeiro referiu que "a Proposta de Resolu-ção Conjunta foi aprovada em plenário, o que permitiu ao Parlamento Europeu apresentar a sua posição de força sobre este flagelo que afecta mais de 6 mil milhões de jovens até aos 25 anos, instando desta forma os Estados-Membros e a Comissão Europeia a agir rapidamente."

Sofia Ribeiro co-autora de resolução sobre o Emprego Jovem

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Cooperação com a China em áreas estratégias para os Açores

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, realçou o potencial reforço de relações entre Portugal e China em áreas estratégicas para a região, como o mar e o setor dos laticínios. "É um aspeto positivo que nos permite, para além de todas as questões protocolares e de satisfação por esta visita, também acalentar a esperança neste reforço de cooperação em áreas que naturalmente nos interessam e nas quais, lacticínios e mar, os Açores têm uma palavra decisiva a dizer", frisou. Vasco Cordeiro falava na Base das Lajes, na ilha Terceira, depois de se despedir do presi-dente da República Popular da China, Xi Jin-ping, que fez escala na ilha durante cerca de oito horas, numa ligação entre o Chile e a Chi-na. No final de uma reunião com Xi Jinping, o vice-primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, anunciou que a China publicou recentemente "a certificação de 31 empresas portuguesas que estarão, a partir de agora, em condições de exportar para o mercado chinês leite e laticínios". Dessas 31 empresas, cinco têm sede nos Açores e para Vasco Cordeiro "têm grande potencial para aproveitar esta oportunidade". "Atrás dessa oportunidade, certamente outras se segui-rão", frisou, acrescentando que as empresas açorianas habilitadas a exportar produtos para a China "têm já um volume muito significativo de negócio". O presidente do executivo açoriano destacou também o potencial de negócios relacionados com o mar dos Aço-res, sublinhando que "foi um dos aspetos referidos pela parte chinesa". "É um gosto verificar que um dos aspetos centrais da pro-jeção que os Açores dão ao nosso país é claramente assumido como uma das áreas fundamentais dessa coo-peração", salientou. Vasco Cordeiro não participou na reunião entre o presi-

dente chinês e o vice-primeiro ministro de Portugal, mas considerou que a região demonstrou que "honra o seu papel de anfitrião", através da presença do presidente do Governo Regional na receção a Xi Jinping. "Para a Região Autónoma dos Açores foi um gosto e uma honra acolher durante estas horas o senhor presidente da República Popular da China", frisou. Questionado sobre o eventual interesse da China na Base das Lajes e na criação de um 'hub' logístico na Praia da Vitória, o presidente do executivo açoriano disse apenas que o que havia para dizer "publicamente" sobre a reunião já tinha sido dito pelo vice-primeiro-ministro. Xi Jinping chegou à ilha Terceira, com uma comitiva de 116 pessoas, pouco antes das 07:00 (08:00 em Lisboa) e partiu de regresso à China por volta das 15:30 locais. O presidente chinês teve uma reunião com o vice-primeiro-ministro num hotel em Angra do Heroísmo e fez uma "visita turística" ao Monte Brasil, acompanhado pelo vice-primeiro ministro, pelo presidente do Governo Regio-nal, pelo representante da República para os Açores e pelo presidente da câmara municipal.

Vasco Cordeiro destaca potencial REGIONAL

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LOCAL

REGIONAL

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Conselho de Ilha dá parecer positivo a iniciativa do CDS-PP

Plano de Desenvolvimento Integrado das Fajãs

O Conselho de Ilha de São Jorge, reunido no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Vila das Velas, deu parecer positivo à iniciativa do CDS-PP que propõe ao Governo Regional a criação de um Plano de Desenvolvimento Inte-grado das Fajãs da ilha. Este Projeto de Resolução apresentado pelo CDS-PP Aço-res recomenda que o Governo dos Açores elabore, em estreita colaboração com os municípios da ilha, um Plano de Desenvolvimento Integrado das Fajãs. Ana Espínola, deputada regional centrista, referiu que “é mesmo urgente ter um plano desenvolvimento integrado das fajãs”. “Não podemos eternizar este problema porque no presente momento o que temos é a ausência de investimento nas fajãs, é necessário que haja um plano que defina o que é possível fazer, com a colaboração dos municípios, que são quem está próximo e conhece as necessidades e que o governo regional esteja aberto e recetivo a todas estas iniciativas que se entendem necessárias para São Jorge”, afirmou. “Este plano recomenda ao governo que sejam alocadas verbas significativas do novo quadro comunitário para a sua elaboração, prevê que isso seja feito de uma forma faseada, que numa primeira fase seja injetado o capital necessário para dinamizar o setor da construção civil, criando novos postos de trabalho na consolidação das encostas, mantendo e preservando a segurança das pes-soas e bens que nas fajãs residem e de quem as visita”, concluiu a parlamentar.

No entender de Décio Pereira, presidente do município da Calheta, este plano “vem de encontro às suas pretensões antigas”. “Espero, sinceramente, que após esta discussão em torno do património das fajãs, e do que elas representam, se criem mecanismos que as valorizem, que as promovam e que criem emprego em torno da sua recuperação. Ir mais além valorizando o património e cultivando o nosso territó-rio”, disse o autarca. Já Luís Silveira entende que este parecer positivo “é essencial para o futuro das fajãs da ilha”. “Há já muitos anos que se vendem os Açores tendo como um dos seus ex-libris as fajãs da nossa ilha. Este projeto de resolução recomenda, ao governo dos Açores, que efe-tivamente se faça algo de concreto pelas fajãs, mantendo a sua traça original e a cultura do povo jorgense, que pas-sa muito pelas suas fajãs, mas também pelo aspeto eco-nómico, que traga mais valias à ilha, nomeadamente na vertente turística, e que até hoje pouco se tem feito”, acrescentou. Apesar de esta não ser a função deste documento, o edil das Velas considera que a segurança dos acessos às fajãs é, também, um tema que terá de ser avaliado, visto que engloba a segurança das pessoas. Recordando que as próprias sedes de concelho são em duas fajãs, o autarca entende que o futuro documento deve deixar claro de quem são as responsabilidades no domínio das encostas da ilha.

O secretário regional da Agricultura e Ambiente revelou que o executivo açoriano vai lançar, possivelmente em 2015, a marca 'Floresta dos Açores', no âmbito da Estratégia Florestal dos Aço-res (EFA). "Vamos começar a trabalhar já para, o mais rapidamente possí-vel, durante o decurso do próximo ano, termos tudo em condi-ções para certificar os produtos florestais com essa marca", declarou Luís Neto Viveiros, aos jornalistas, à margem da apre-sentação da EFA, em Ponta Delgada. O governante açoriano explicou que a marca 'Floresta dos Aço-

res' vai incluir todos os produtos oriundos da fileira florestal regional, para além da madeira criptoméria, tais como a folha-gem e produção de mel, bem como outras madeiras. Luís Neto Viveiros referiu que a EFA, que integrará a Estraté-gia Nacional para as Florestas, constitui um plano que integra todas as medidas que o executivo entende que devem ser desenvolvidas para valorizar a floresta dos Açores, nas suas diferentes componentes, como a certificação dos produtos como a criptoméria, visando a exportação. "Pretendemos, com o desenvolvimento dessas medidas, con-tribuir para a criação de emprego através da exploração de todo o potencial que temos, não esquecendo a preservação do ambiente, implementando todas as cautelas que têm a ver com a exploração deste bem", declarou. Luís Neto Viveiros está convicto de que a EFA vai contribuir, para além do desenvolvimento sustentado da floresta, para a competitividade do setor, melhoria da economia açoriana e criação de postos de trabalho. O governante açoriano referiu, por outro lado, que ao abrigo

do novo quadro comunitário 2014-2020, os Açores vão receber 16,6 milhões de euros para o desenvolvimento do setor. A dire-tora regional dos Recursos Florestais, declarou, por seu turno, na apresentação da EFA, que esta contempla vários objetivos, designadamente a promoção da certificação da gestão florestal e consequente procura de novos mercados, o aumento da com-petitividade dos Açores no setor, o incentivo da gestão florestal ativa e, finalmente, a dinâmica do uso múltiplo da floresta. Anabela Isidro especificou que, neste momento, existem 247 empresários ligados ao setor florestal nos Açores.

Estratégia Florestal dos Açores

Governo Regional lança marca 'Floresta dos Açores'

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DESPORTO

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Italianos dominam prova Les Sables / Les Açores 2014

O italiano Giancarlo Pedote, com o veleiro “Prysmian”, venceu, com o tem-po de 6 dias, 22 horas, 53 minutos e 30 segundos, a primeira etapa da regata de vela da Classe Mini 6.50 Les Sables / Les Açores (Horta) / Les Sables, que começou a concluir-se este domingo, 27 de julho, na ilha do Faial, para as pri-meiras embarcações da frota. A segunda posição, mas com uma dife-rença em relação ao melhor superior a 8 horas, foi conquistada pelo também transalpino Michele Zambelli, no iate “Fontanot”, que completou as primeiras 1270 milhas da competição com o tem-po de percurso de 7 dias, 06 horas, 56 minutos e 00 segundos. Ao início da noite deste domingo eram aguardados ainda mais seis velejadores na meta, sendo o melhor na aproxima-ção ao arquipélago dos Açores o gaulês Nicolas Boideve-zi, com o veleiro “Señor Blue”, que assim completava o domínio das embarcações protótipos sobre os iates de construção de série. Na categoria de série previa-se uma disputa quase ao sprint entre o francês Damien Audrain (“EPC – Rêves de Clown”) e o belga Jonas Gerkens (“Netwerk”), enquanto o gaulês Francois Jambou (“Kairos”) se achava separado daquela dupla, à altura, por apenas 13 milhas náuticas. A presente edição da regata Les Sables / Les Açores / Les Sables, destinada a veleiros minúsculos, de apenas 6,5 metros, tinha à partida de França 33 velejadores soli-tários em prova, mas um dos principais favoritos, o fran-cês Davy Beaudart (com a embarcação “Cultisol”, um pro-tótipo de proa arredondada, inovadora, tal como a do “Prysmian”), que chegou a liderar o pelotão, teve de desistir, depois de ter quebrado o mastro, quando nave-gava a pouco mais de 280 milhas da linha de chegada. Os dois primeiros skippers a arribar aos Açores já haviam participado na última edição da Les Sables / Les Açores /

Les Sables, disputada em 2012, tendo sido na ocasião, respetivamente 4.º e 8.º classificados, desempenhos que agora foram substancialmente melhorados. Giancarlo Pedote havia sido, entretanto, em 2013, segun-do classificado na MiniTransat (travessia do Atlântico, entre Douarnenez e Pointe-à-Pitre, na ilha de Guadalupe, Caraíbas, para navegadores ministas), tendo em 2014 triunfado em todas as quatro regatas que disputou. O compatriota Michele Zambelli traz no currículo, por seu lado, duas vitórias no Campeonato Italiano da Classe Mini 6.50, alcançadas em 2011 e 2012. Recorde-se que a Les Sables / Les Açores / Les Sables faz parte do calendário oficial da Federação Francesa de Vela, integrando agora, pela primeira vez, o Campeonato de França para Regatas de Alto Mar em Solitário, na Classe Mini, e é organização do Sports Nautiques Sablais, em conjunto com a Associação Classe Mini e a Municipalidade de Sables d’Olonne, contando com o apoio, no arquipélago dos Açores, da denominada Comis-são Náutica Municipal da Horta.

1º classificado - Giancarlo Pedote Veleiro “Prysmian”

2º classificado - Michele Zambeli Veleiro “Fontanot”

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REGIONAL

NACIONAL

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Temperatura nos Açores subirá até final do século

Os resultados preliminares de um estudo sobre alterações climá-ticas nos Açores apontam para um aumento da temperatura entre um e dois graus centígrados no período de 2080 a 2100, revelou à agência Lusa a investigadora Teresa Ferreira. "Já há resultados preliminares que indicam um aumento da tem-peratura, entre um a dois graus centígrados para o período de 2080 a 2100, para os Açores, e uma mudança da distribuição da precipitação, ou seja, vai haver invernos mais chuvosos e verões mais secos, portanto, uma alteração do padrão de precipitação", disse a investigadora. Teresa Ferreira integra o Grupo de Biodiversidade dos Açores e Plataforma para o Desenvolvimento e Investigação e Sustentabili-dade, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. A investigadora e a equipa que está a trabalhar no impacto das alterações climáticas no arquipélago estão a desenvolver o seu

trabalho com base num modelo criado por Miguel Araújo, docente da Universidade de Évora, adaptado aos Açores. A investigadora explicou que haverá impactos na agricultura com os verões mais secos e os extremos de precipitação que estão previstos, declarando que será "muito mais difícil" manter uma atividade sustentável no setor. "Em termos de biodiversidade, vamos perder espécies. As endé-micas dos Açores prevê-se que venham a desaparecer", referiu. Teresa Ferreira frisou que o impacto das alterações climáticas não causará apenas incómodos ao ser humano porque choverá mais ou nem tanto como anteriormente, havendo "consequências reais" em termos económicos. "Não dá para continuar a ter uma agricultura da mesma forma porque o clima vai ser diferente", afirmou. A investigadora apontou ainda a vulnerabilidade dos ecossiste-mas das ilhas. "O que está a acontecer a nível global, em termos continentais, é que as espécies estão a mover-se para norte no âmbito da sua distribuição. Numa ilha, isso não pode acontecer porque não há sítio para onde a espécie se possa espalhar, ficando num espaço confinado, desaparecendo", explicou. Teresa Ferreira estima que os resultados preliminares do estudo sobre alterações climáticas nos Açores sejam divulgados, em revistas da especialidade, em 2015. O Governo dos Açores anunciou em maio a elaboração de um Plano Regional para as Alterações Climáticas, a concluir no pra-zo de 18 meses. O plano vai ser "um instrumento essencial de planeamento das políticas públicas para responder à intensificação das alterações climáticas globais, que colocam uma pressão acrescida em terri-tórios limitados e frágeis como é o caso do arquipélago dos Aço-res". O executivo regional apontou que inicia desta forma a Estratégia Regional para as Alterações Climáticas, ao mesmo tempo que cumpre "as obrigações decorrentes dos objetivos definidos no Protocolo de Quioto e no pacote energia-clima 20-20".

Estudo indica

O dirigente socialista António Costa formaliza na ter-ça-feira a sua candidatura às eleições primárias do PS, ato em que estará acompanhado pelo seu man-datário nacional, Carlos César, ex-presidente do

Governo Regional dos Açores. Fonte oficial da candidatura do presidente da Câmara de Lisboa adiantou à agência Lusa que António Costa e Carlos César entregarão ao presidente da comissão eleitoral das primá-rias, Jorge Coelho, na sede nacional do PS, o número requerido de assinaturas para a forma-lização da candidatura. De acordo com o regulamento das eleições primárias do PS, as candidaturas são apresen-tadas «com indicação do respetivo mandatá-rio» (no caso de António Costa é Carlos César) até ao dia 14 de agosto. O regulamento acrescenta que cada candida-tura deve ser proposta «por um número míni-mo de mil militantes e um número máximo de 1500 militantes do PS, só podendo cada mili-

tante ser proponente de uma única candidatura». No processo de formalização, o candidato deve tam-bém entregar uma moção política sobre grandes opções de Governo do PS.

Ultimam-se estratégias

César é o mandatário nacional de Costa

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As novas tecnologias são, cada vez mais, uma constan-te presença na nossa vida diária. Usamos, por exemplo, a Internet para o trabalho e para o lazer, para comunicar com os nossos familiares e ami-gos, quer estejam longe ou perto, acedemos rapida-mente a todo o tipo de informação, em tempo real parti-lhamos conteúdos diversos à mesma escala planetária. Uma das grandes novidades do seu uso consiste em se sobrepor a este ciberespaço uma generalizada cons-ciência da necessidade duma espiritualidade religiosa com consequente busca de Deus, troca de orações e procura do caminho de santidade. O uso virtuoso das novas tecnologias é uma nova forma de evangelização, no meio da vida corrente, da labuta diária no meio do mundo, temos sempre ao nosso dis-por uma forma de falar de Deus aos outros cibernautas, gente que busca a felicidade e não sabe onde a procu-rar nem como ela está tão perto de si. Ciente da premência deste feliz casamento entre Igreja e Internet é imperioso que “não se perca o norte”, que sejamos utentes com critérios de exigência no seu bom uso evitando também um excessivo abuso. Todavia convém não esquecer alguns cuidados a ter para evitar algumas situações desagradáveis ou, even-tualmente, mais desastrosas: Durante os períodos de trabalho mais intenso, ou duran-te as aulas, deve desligar-se da obsessão da informa-ção virtual; Recorrer a perfis ou blogs como forma de protagonismo também não será muito aconselhado; Quando fala com outras pessoas, durante as refeições, encontros familiares, encontros sociais ou culturais tam-bém não deve atender servir-se do telefone, a menos que se trate de um assunto muito relevante; Salvaguarde sempre a sua intimidade e a dos outros, evite a dispersão e a superficialidade, não perca tempo com o desnecessário e o banal. Por muito que nos sintamos deslumbrados e fascinados não sejamos ingénuos mas prudentes, as amizades virtuais, a partilha de intimidades, o vazio moral e a falta de sinceridade podem por a nu toda uma interioridade, intimidade e dignidade que sempre são presa cobiçada por predadores em constante busca da vida privada, pessoal e moral de quem se atira ingenuamente para um mundo desconhecido, sem barreiras, nem limites.

Há certos sinais que nos ajudam a saber quando o

mundo nos parece belo, quando o sorriso e até uma

gargalhada é uma constante no nosso dia.

Quando as pessoas não nos aborrecem facilmente,

quando não ficamos tristes se alguém não concorda

connosco, quando acordamos todos os dias com von-

tade de fazer coisas, quando sentimos que amamos

os outros, o mundo e a vida, quando temos vontade

de ajudar, quando nos deixamos mover por gestos

simples como o sorriso de uma criança ou o nasci-

mento do sol, quando o aborrecimento de momento

não nos impede de ver a beleza em nós e no mundo.

Quando ficamos felizes quando vemos os outros feli-

zes, então, sabemos por esses sinais exteriores e

interiores que somos felizes porque temos um cora-

ção que não nos engana se o soubermos escutar... O

problema é que muitas vezes não o escutamos e

então enganamo-nos; podemos ser felizes e não o

reconhecermos ou fazer coincidir a felicidade com a

moda do momento ou o desejo do grupo ou dos fami-

liares, ou com a ânsia de um sucesso rápido e fácil.

Mas mesmo que nos enganemos temporariamente, o

tempo, a vida e a nossa consciência vão dar-nos

sinais, e as nossas falsas ilusões, rapidamente se

desmoronam como se tivessem pés de barro; então,

surgem os problemas que muitas vezes são a voz da

nossa consciência, do nosso coração que nos dizem,

“não, não vás por aí”...

Por tudo isto, a felicidade não é algo que se consiga

através de um simples desejar, improvisadamente ou

casualmente. Chegar à felicidade exige um lento e

gradual trabalho sobre o nosso eu, muita humildade e

paciência, um querer enraizado, o que implica um

conhecimento do mundo, de nós e de nós no mundo.

Isto é o que nos cabe como Seres Humanos e só o

dom de Deus nos pode fazer transbordar com um

sentido novo de Felicidade.

Opinião 10 O BREVES - 28 de julho de 2014

Por: Sara Meireles

Como saber se somos felizes?

Por: Susana Mexia

O uso e o abuso da Novas Tecnologias

Informáticas

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Opinião O BREVES - 28 de julho de 2014 11

Numa altura em que os horários escolares são o que todos nós sabemos, e para ajudar, os ATL das IPSS estão a ser vítimas de um atentado de destruição por parte do Serviço Público, que não tem capacidade de resposta, mas não deixa trabalhar quem sabe e pode…, os Avós assumem um papel de grande relevo no apoio aos netos. Daí a minha homenagem. Mas, com a crise instalada, os ATL, custam dinheiro e os Avós são realmente o último recurso – só podem ter férias quando recome-çam as aulas. Mas isto é puro engano: quando começam as aulas, ao Avós são os «motoristas» a tempo inteiro. Enquanto vão buscar os mais pequenos ao Infantário, vão levar os mais crescidos ao ténis, à natação, à patinagem, etc. Depois quando chegam com a «tropa» às respectivas casas, ficam a ajudar a dar banho aos mais pequenos, dar a sopinha, vestir o pijama, meter na cama e contar uma história. Isto, porque entretanto chega a Mãe ou o Pai e têm que fazer o jantar para os mais crescidos. E não há como uma Avó para contar, uma, duas, três vezes… a mesma história! Claro que as Avós têm de andar um pouco com os tempos. Um dia uma senhora foi visitar a Mãe e encontrou-a a ler as revistas «fofoqueiras». Entre o escandalizado e o divertido, perguntou: tu agora gosta disso? Não, respondeu a Mãe, mas como é que eu posso conversar com os teus filhos ou filhas se não ando a par do que elas consomem? A propósito vou contar uma história. Uma tarde um neto estava a falar com a avó sobre acontecimentos actuais. A dada altura perguntou: - Avó, que idade tens? - A avó respondeu: Bem, deixa-me pensar um minuto… Nasci antes da televisão, as comidas congeladas, a fotocopiadora, o fax, as lentes de contacto, a pílula anticonceptiva. Não existiam radares, nem cartões de crédito, nem raios laser, nem telemóveis. Não se tinha inventado o ar condicionado, os micro-ondas, as máquinas de secar a roupa. “Gay” era uma palavra respeitável em inglês e significava uma pes-soa alegre e não homossexual. De lésbicas nunca ouvi falar. Conhecíamos as diferenças entre os sexos, mas ninguém se lem-brava de mudar o seu. SIDA não significava nada, aids em inglês era um ajudante de escritório. Os casamentos não se combinavam por computador, facebook, coisas que nem existiam. O teu avô e eu casamos e só depois vivemos juntos e em cada família havia um papá e uma mamã. O homem não tinha ido à Lua e não havia aviões a jacto. Não se faziam transplantes de coração e desentupiam-se canos e não as artérias. “Chip” significava um pedaço de madeira, “hardware” era a loja de ferragens e “software” não existia. Até aos 25 anos chamei a cada homem “senhor” e a cada mulher “senhora” ou “menina”. Ter uma relação era dar-se bem com os primos ou simplesmente ter amizade. No meu tempo a virgindade não causava cancro. As nossas vidas eram orientadas pelos 10 Mandamentos e o senso comum. Ensinaram-me a distinguir o bem do mal e a ser responsável dos meus actos. A salsa era um condimento e não uma dança. Não havia café instantâneo nem adoçante. A gasolina custava 30 centavos o litro e uma família governava-se com um só carro. “Erva” era algo que se cortava e não que se fumava. “Coca” era uma gasosa e não se inalava. Fomos a última geração que acreditava que uma senhora precisa-va de marido para ter um filho. Casas e carros alugavam-se, mas «barrigas» não. Agora diz-me: quantos anos pensas que eu tenho? O menino res-pondeu: “De certeza, mais de 100!”. Não, meu amor … Tenho só 60!

Em louvor dos Avós

Por: Maria Fernanda Barroca

Nos últimos tempos, fruto das notícias da actualidade e de outras conversas, tenho-me questionado sobre porquê é que as pessoas não têm mais filhos e até porquê é que nós temos cin-co filhos. As perguntas são de resposta complexa, mas o que é facto é que muitas vezes me perguntam se foi por querer, se ficamos por aqui, se sempre quisemos ter muitos filhos,… e o assunto não parece fácil de explicar só com sim ou não. Pergunto-me porquê é os casais não têm mais filhos, lembro-me daquelas ideias de dar um cheque de 500€ por cada filho, recordo as questões fiscais e laborais que estão em cima da mesa. Espero sinceramente que se decida o melhor para as famílias e que não se continue a prejudicar quem tem mais filhos. Mas à parte de tudo isso, parece-me que os casais não têm mais filhos porque não arriscam. Porque inventaram a pílula e a massificação do seu uso fez com que os casais se sentissem donos e senhores da vida e, formatados nessa lógica, nem põem a hipótese de arriscar, de viverem abertos à vida, quer ela venha, quer ela não venha. É como diz o provérbio popular “Quem não arrisca não petisca!”. Do que vou ouvindo nalgumas entrevistas de famílias numero-sas, ninguém esteve parado a planear ter 3,4,5,6,7… filhos. Ninguém se senta um dia à noite para falar sobre o número de filhos que vai ter, quanto é que vai custar, quanto é que vai pagar mais no supermercado, se poderá continuar a ir viajar, se, se, se… Simplesmente, há casais que estabeleceram o limite dos dois filhos, idealmente o casalinho; e há outros que não estabeleceram limites e se deixam surpreender pela vida. E ainda bem. Planeado só tivemos o primeiro. Às vezes, olho para todos os outros e penso o que seria da minha vida se eles não existissem. Como é que eu poderia ser feliz sem o meu russito que tem tanto de atravessado como de meiguinho? Sem a minha mandona que faz uma tragédia a partir do nada? Sem o meu zé TT (todo-o-terreno) que leva tudo à frente e só pára para comer ou para um colinho? E sem a alegria e a tranquili-dade do pepito? Lembro-me do olhar de pânico do meu marido quando engravi-dava. Lembro-me do pânico que sentia quando descobria que estava grávida. Lembro-me da tristeza do meu marido quando percebia que eu estava grávida ainda antes de eu perceber. Lembro-me… lembro-me, lembro-me. E depois vejo o olhar do meu marido quando assiste às travessuras do quarto, que é tal e qual a cara do pai. Vejo o encanto com que vê a pequenita a dançar para ele. Vejo o quanto se dá para que todos estejam bem. Que bom é ser surpreendido pela vida e ir deixando-se ser feliz. Certamente seria feliz só com o casalinho piroso, certamente seria feliz só com um filho, mas de certeza que sou muito mais feliz com cinco. Não planeámos nada, apenas mantivemos abertura para que a vida entrasse na nossa vida. Os casais não têm filhos porque não têm dinheiro, não têm filhos porque estamos num ambiente de crise. Os casais não têm filhos porque estão noutra. Foram formatados assim e con-sideram as famílias grandes giras, agitadas, mas para outros, que, de facto, nem conseguem bem compreender. Parecemos boas pessoas, até com alguma capacidade de raciocínio, mas ter cinco filhos, não lembra ninguém! A lógica da surpresa traz consigo o calor inebriante de um filho que inunda a nossa vida e não deixa que nada volte a ser como dantes. A família torna-se aberta a quem vem. Os irmãos amam quem vem sem ainda saberem se vem ou não. O melhor que podemos dar aos nossos filhos são os irmãos. O

melhor que nos podemos dar a nós próprios é a possibilidade

de ter filhos.

Por: Rita Gonçalves

Ter filhos

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Última Página O BREVES - 28 de julho de 2014

FICHA TÉCNICA: Jornal o Breves Nº. de Inscrição na ERC: 126151 Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge - NIF: 509 893 678 Morada: Apartado 10, 9800-909, Velas, São Jorge, Açores Diretor: José Fernando Bettencourt, Diretor-adjunto: Fábio Santos, Subdiretor: Jaime Bento Contactos: 927 511 731 - 916 929 184 - E-mail: [email protected] TODOS OS ARTIGOS DE OPINIÃO PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES

OLHO NÚ Por: Mark Marques

Os nossos Touros estão a

ficar famosos no Continente.

Parece que ultimamente uma

cadeia de televisão nacional tem

dado muita relevância às festas

bravas Açorianas.

Pelos vistos, a “tourada”

deles não lhes chega! Estão a

ficar sem notícias porque os

“animais” começam a ir de férias

para o Algarve. Os Touros do

Continente, são exemplares muito

raros, oriundos maioritariamente

de Ganadarias de Cascais.

Estão avaliados em muitos

euros. Reparem que, só para sair

da “Caixinha” são três milhões! A

perspetiva da Tourada lá para a

Tourada cá, é completamente

diferente, porque a corda ao pes-

coço está em quem assiste e não

no animal!

Mas a gente Há-de se amanhar.

«há-de se amanhar»

Por: Fábio Santos

Há um ano...

PISCINAS DO MORRO - NOTA POSITIVA ao Município das Velas. Em 31 de Maio de 2014, o Olho Nu denunciava e alertava para o “estado lastimoso” em que se encontravam as Piscinas. Hoje estão totalmente recuperadas com condições ótimas para quem gosta de usufruir de infraestruturas deste género. Quios-que / Snack-bar aberto durante o horário de funcionamento das piscinas.