Jornal O Breves

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O Breves Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 84 - 1 de setembro de 2014 - Semanário - € 1,00 XS pág. 4 pág. 9 pág. 9 pág. 2 Pág. 3 Afirmar os Açores na U.E. Medidas Europeias no Leite A SRAA está acompanhar o desenvolvimento das medidas urgentes anunciadas pela Comissão Europeia para apoio ao setor dos lacticínios. Fotografia Subaquática O primeiro Campeonato Europeu de Fotogra- fia Subaquática CMAS vai realizar-se de 3 a 8 de Setembro de 2014, na ilha Graciosa. Reabilitação Urbana O Governo dos Açores, através da Vice- Presidência, decidiu alterar o regulamento da Linha de Apoio à Reabilitação Urbana nos Açores. Fajãs de São Jorge Fajãs de São Jorge www.obreves.pt O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre “Reservas da Biosfera “Reservas da Biosfera “Reservas da Biosfera – Um contributo para o desenvolvimento Um contributo para o desenvolvimento Um contributo para o desenvolvimento Serrão Serrão Serrão Santos Santos Santos quer em coordenação com a quer em coordenação com a quer em coordenação com a Assembleia Legislativa da Região e com o Assembleia Legislativa da Região e com o Assembleia Legislativa da Região e com o Governo constituir uma frente comum de Governo constituir uma frente comum de Governo constituir uma frente comum de afirmação das especificidades dos Açores junto afirmação das especificidades dos Açores junto afirmação das especificidades dos Açores junto das instituições europeias. das instituições europeias. das instituições europeias.

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Edição 84 publicada a 1 de setembro de 2014

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O B r e v e s Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 84 - 1 de setembro de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

pág. 4

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Pág. 3

Afirmar os Açores na U.E. Medidas Europeias no Leite A SRAA está acompanhar o desenvolvimento das medidas urgentes anunciadas pela Comissão Europeia para apoio ao setor dos lacticínios.

Fotografia Subaquática O primeiro Campeonato Europeu de Fotogra-fia Subaquática CMAS vai realizar-se de 3 a 8 de Setembro de 2014, na ilha Graciosa.

Reabilitação Urbana O Governo dos Açores, através da Vice-Presidência, decidiu alterar o regulamento da Linha de Apoio à Reabilitação Urbana nos Açores.

Fajãs de São JorgeFajãs de São Jorge

www.obreves.pt

O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha O Governo Regional dos Açores decidiu candidatar as Fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre de São Jorge a Reserva da Biosfera, no âmbito do seminário sobre

“Reservas da Biosfera “Reservas da Biosfera “Reservas da Biosfera ––– Um contributo para o desenvolvimento Um contributo para o desenvolvimento Um contributo para o desenvolvimento

SerrãoSerrãoSerrão SantosSantosSantos quer em coordenação com a quer em coordenação com a quer em coordenação com a Assembleia Legislativa da Região e com o Assembleia Legislativa da Região e com o Assembleia Legislativa da Região e com o Governo constituir uma frente comum de Governo constituir uma frente comum de Governo constituir uma frente comum de afirmação das especificidades dos Açores junto afirmação das especificidades dos Açores junto afirmação das especificidades dos Açores junto das instituições europeias.das instituições europeias.das instituições europeias.

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Município protocola cooperação com o Grupo "O Breves"

Cooperação social LOCAL

REGIONAL

A Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente está acompanhar o desenvolvimento das medidas urgentes anunciadas pela Comissão Europeia para apoio ao setor dos lacticínios, em consequência dos efeitos do embargo comercial da Federação Russa, e que vão ser discutidas a 5 de setembro, em Conselho de Ministros da Agricultura. A Comissão Europeia, segundo o Comissário Ciolos, pro-põe-se, no imediato, apoiar o armazenamento privado de manteiga, leite desnatado em pó e, eventualmente, de cer-tos queijos. O Governo dos Açores pretende que as empresas regio-nais que possam estar a ser ou que possam, no futuro, vir a ser prejudicadas, direta ou indiretamente, por via do embargo comercial da Federação Russa, beneficiem des-sas medidas ou de outras que venham a ser determina-das.

Governo defende

Acesso das empresas regionais de laticínios a medidas europeias de emergência

O município das Velas assinou um protocolo de coopera-ção social com o Grupo "O Breves", no intuito da colabora-ção mútua no concelho das Velas. Para Luís Silveira, presidente do município, esta coopera-ção é "importante para a divulgação informativa, cultural e social da população do concelho". "É importante haver comunicação social nos locais onde as pessoas residem para que saibam o que se vai passando na sua localidade mas, também, é sobretudo importante para projetar a nossa ilha e o nosso concelho, nomeada-mente nas comunidades emigrantes, onde o "O Breves"

tem uma forte presença, tendo este executivo o entendimento que o serviço que presta na divul-gação deste concelho e naquilo que é o interes-se da própria autarquia, uma vez que tem de ter parceiros onde faça as suas publicações e que faça a cobertura dos eventos municipais", refe-riu o edil. No entender da administração da Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge, instituição proprietária do Grupo "O Breves", o seu presidente afirmou que "todo o apoio dado à viabilização do projeto é bem vindo". "Esta associação é uma instituição sem fins lucrativos, que vive, em grande parte, da cola-boração das outras instituições e de particula-

res, e este apoio oficial, que já existia em anteriores man-datos, torna-se essencial ao bom funcionamento social da instituição", referiu Valdemar Furtado. "É intenção do Grupo "O Breves" alargar a sua área de ação na divulgação do concelho e da ilha, tendo, para isso, iniciado este ano a emissão em canal televisivo, de todas as suas atividades informativas e sociais, inserido na plata-forma MEO fibra, com uma programação continua de 24 horas, onde tudo o que acontece na ilha e no triângulo é abordado de forma idónea, justa e transparente", acrescen-tou o presidente da administração.

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LOCAL

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Governo Regional apresenta candidatura

a Reserva da Biosfera

Fajãs de São Jorge

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente revelou, em São Miguel, que o Governo dos Açores decidiu candidatar as Fajãs de São Jorge a Reserva da Biosfera, acrescentando que a apresentação desta iniciativa ocorrerá a 25 de setembro no âmbito do seminário sobre “Reservas da Biosfera – Um contributo para o desenvolvimento local”, integrado no 12º Encontro Internacional da RED-BIOS que se realiza na Região. “Desenvolvemos uma iniciativa que pode e certamente irá valorizar a ilha de São Jorge e as fajãs em particu-lar”, afirmou Luís Neto Viveiros em declarações à saída da reunião da Comissão dos Assuntos Parlamenta-res, Ambiente e Trabalho. O Secretário Regional precisou que a Direção Regional do Ambiente tem vindo a preparar as bases da candidatura - integrada na estratégia de desenvolvimento sustentável dos Açores e tendo em vista a promoção e reconhecimento internacionais do património natural e cultural das fajãs -, e que a sua formalização para que passe a integrar o pro-grama MAB (Man and the Biosphere) da UNESCO

ocorrerá no próximo ano. São cerca de oito dezenas as fajãs existentes em São Jorge e que determinaram a ocupação do terri-tório e toda a atividade económica e social da ilha, pelo que a equipa responsável pelo processo de candidatura estará no terreno ao longo dos próximos meses, envolvendo as forças vivas de São Jorge e os seus dois municípios.

Região revê plano de ordenamento da costa de São Jorge

O secretário regional da Agricultura e Ambiente dos Açores revelou que o executivo da região vai ainda este ano rever o Plano de Ordenamento da Orla Cos-teira de São Jorge. “O Plano de Ordenamento da Orla Costeira de São Jorge vai ser alterado, no âmbito de uma decisão do Governo dos Açores de o rever ainda este ano”, declarou Luís Neto Viveiros em Ponta Delgada. O governante foi hoje ouvido pela comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho do parlamento regional, em Ponta Delgada, sobre uma proposta do CDS-PP que preconiza um plano de desenvolvimento das fajãs de São Jorge. Luís Neto Viveiros considerou, no final da audição, que a revisão do plano “é uma oportunidade que se coloca ao Governo Regional, às autarquias, às dife-rentes forças da sociedade que queiram sugerir alte-rações ao plano atual, por forma a torná-lo mais efeti-vo”. O secretário regional da Agricultura e Ambiente admitiu, por outro lado, que a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira de São Jorge venha a considerar a proposta do CDS-PP, algo que disse ter sido consensual na comis-são parlamentar. Luís Neto Viveiros espera que, desta forma, a proposta do CDS-PP/Açores integre um diploma com “força jurídica própria”, o que considerou “completamente diferente”

daquilo que é o plano de intervenção e os moldes propos-tos pelo partido. “Nós tivemos a oportunidade de avaliar com muito detalhe aquilo que a proposta [do CDS-PP] encerrava. Ela tem alguns méritos, em termos de princípios”, declarou. A proposta do CDS-PP considera que o plano de desen-volvimento das fajãs de São Jorge permitiria injetar dinhei-ro na economia e criar postos de trabalho na ilha, bem como recuperar e manter o património ambiental e cultural.

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REGIONAL

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REGIONAL

I Campeonato Europeu de Fotografia Subaquática

No mar da Graciosa

O primeiro Campeonato Europeu de Fotografia Subaquá-tica CMAS vai realizar-se de 3 a 8 de Setembro de 2014, na ilha Graciosa, nos Açores e a Conféderation Mondiale des Activités Subaquatiques (CMAS) delegou na Federa-ção Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS) a organização deste evento desportivo que conta também, entre outras entidades locais, com a colaboração da AGRAPROME, importante parceiro na realização deste evento. O palco escolhido para esta competição internacional foi o mar dos Açores, com uma flora e fauna típicas do Atlân-tico, com espécies um pouco maiores e mais numerosas do que o habitual. A ilha da Graciosa está preparada para acolher atletas e respetivas comitivas com a sua beleza natural repleta de campos verdes, rocha vulcânica, muita história, excelente hospitalidade e peculiar gastronomia. Esta competição vai reunir os melhores atletas europeus da atualidade em representação de nove países e a orga-nização já mobilizou os meios indispensáveis à realização deste europeu nos Açores, desde embarcações com experientes skippers, a centros de mergulho que dispõem de equipamentos de emergência e recursos humanos qualificados. A Cerimónia de Abertura do Campeonato Europeu tem lugar no dia 3 de Setembro, a competição decorre nos dias 4, 5, e 6 de Setembro, e a Cerimónia de Entrega de Prémios será realizada no final do dia 7 de Setembro, no centro cultural da ilha, de acordo com o seguinte progra-ma previsto:

Dia 3 de Setembro 2014 17:30 – Abertura da exposição de escultura de José Ser-ra – Hotel Graciosa Resort 18:00 – Concentração das equipas na Praça Fontes Pereira de Melo 18:15 – Desfile das equipas até ao Centro Cultural 18:30 – Abertura oficial do evento – Centro Cultural 19:30 – Reunião técnica – Hotel Graciosa Resort Dias 4, 5 e 6 de Setembro 2014 08:00 – Partida para o porto de pescas – Vila da Praia 10:00 – Partida das embarcações para as zonas de prova 12:00 – Regresso ao porto de pescas 12:30 – Almoço 15:00 - Partida das embarcações para as zonas de prova 17:00 – Regresso ao porto de pescas 18:00 – Regresso ao Hotel Dia 7 de Setembro 2014 18:00 – Projeção e votação pública do júri, das imagens a concurso – Centro Cultural 19:00 – Entrega de prémios e encerramento do evento – Centro Cultural A realização deste evento desportivo internacional tem como principal objetivo aliar a prática desportiva ao desenvolvimento da economia e do turismo nacional, ten-do em conta o número de instituições envolvidas direta ou indiretamente na organização, de participantes de dife-rentes nacionalidades e do público assistente.

Valorização dos subprodutos dos Matadouros

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente reafir-mou, em Ponta Delgada, que o Governo dos Açores determinou a valorização dos subprodutos produzidos pela rede regional de matadouros como primeira opção para o seu destino final, encaminhando o mínimo possível para eliminação e potenciado oportunidades de negócios ao setor privado. “Decidiu encetar um processo de valorização dos subpro-dutos oriundos dos matadouros, designadamente produ-tos de origem animal” assim como dos “cadáveres dos animais” que “morrem nas explorações”, declarou Luís

Neto Viveiros após uma audição na Comissão dos Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho sobre política de resíduos. Esse processo, explicou, implica a “recolha em locais identificados e estrategicamente colocados” e, posteriormente, “remetê-los para o exterior, a fim de serem valorizados, correspondendo assim a uma mais-valia para empresas desse ramo interessa-das”. Considerando que até 2016 estão em curso os pro-cessos de selagem dos aterros e lixeiras em seis ilhas do arquipélago, a Secretaria Regional da Agri-cultura e Ambiente tem desenvolvido um conjunto de diligência que visam a implementação de solu-

ções ambiental e economicamente vantajosas, à medida que vão sendo encerrados os atuais locais de deposição. No âmbito do Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores (PEGRA) e do previsto na Carta Regional de Obras Públicas, o Governo dos Açores já adjudicou este ano as empreitadas de execução da selagem das lixeiras nas ilhas das Flores e Graciosa, no valor global de cerca de dois milhões de euros, visando eliminar locais não apropriados para destino final de resíduos, a sua requalifi-cação paisagística e favorecendo a qualidade ambiental e a saúde pública.

Governo determina

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“Mega-escolas confirmam insucesso nos Açores”

REGIONAL

PSD considera EDUCAÇÃO

A Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Isabel Rodrigues, disse, em Ponta Delgada, que o G o v e r n o R e g i o n a l m a n i f e s t a - s e “genericamente favorável” à proposta do PCP para alteração do regime de atribuição de publicidade institucional, embora tenha “entendimento diferente” relativamente a aspetos pontuais da iniciativa. “Concordamos que é útil clarificar aquele que é o âmbito subjetivo de aplicação do diploma, introduzindo algumas alterações de forma a que fique claro, para todos os intervenientes, quem são as entidades abrangidas pela obri-gação de reporte da aquisição de publicidade institucional”, disse Isabel Rodrigues. Trata-se da primeira alteração a um diploma, o Decreto Legislativo Regional 20/2010/A, proposto inicial-mente pelo PCP, no que respeita ao âmbito de aplicação e aos elementos do relatório daquele que é o regime. “É muito positivo que a Região Autónoma dos Açores tenha este regime porque veio introduzir um conjunto de princípios e de critérios que desempenham um papel fun-damental na orientação dos poderes públicos na aquisição da publicidade institucional”, afirmou Isabel Rodrigues, que falava aos jornalistas no final da audição da Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho da Assem-bleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Sobre o alargamento do regime às empresas públicas, a

Secretária Regional entende ser um bom critério conside-rar as empresas públicas “concessionárias de serviços públicos”, no âmbito dessa concessão, porque “quando elas prestam serviços num contexto de mercado fora do âmbito daquela que é a concessão dos serviços públicos, não podem ser prejudicadas no exercício da sua atividade relativamente ao conjunto de outras empresas com quem concorrem”. Isabel Rodrigues acrescentou que é “um aspeto essencial e que deve ser salvaguardado”, uma vez que “não há especificidades que exijam uma solução diferente daquela que está em vigor na República”.

Alteração do regime de atribuição de publicidade institucional

Governo dos Açores favorável

O PSD/Açores considera que "a opção de construir mega-escolas na Região foi uma escolha errada. E isso está à vista de todos, como o vão comprovando os resultados e os insucessos a vários níveis em várias escolas do arqui-pélago", disse a deputada Judite Parreira A declaração foi feita após uma visita dos deputados do PSD/Açores eleitos pela Terceira à Escola Básica Inte-grada dos Biscoitos, "uma escola com características muitos especiais, e que prova o que o PSD/Açores vem defendendo há muito como a melhor solução: escolas mais pequenas, de proximidade, com turmas cujo núme-ro de alunos é inferior ao da turma-padrão", avançou. "A Escola dos Biscoitos consegue suplantar os resulta-dos, ao nível dos rankings regionais mas também nacio-nais, apresentados por outras escolas, maiores, mais recentes, e com muitos alunos, algumas delas até a ultra-passar o padrão estipulado por turma", destacou a social-democrata. "São de realçar o trabalho cooperativo e a dinâmica impri-mida pelos professores, bem como o seu projeto educati-vo", elogiou, alertando no entanto para "a sua redução no número total de alunos, uma situação que governo e autar-quias deviam salvaguardar, pois há um abandono crescen-te dos alunos das suas freguesias rurais de origem para rumarem aos centros urbanos. E isso põe em causa igual-mente o atual quadro de professores", frisou. Judite Parreira referiu ainda um problema "muito específico da Escola dos Biscoitos", e que se prende com o seu órgão de gestão, "uma vez que a mesma está a ser assegurada,

pelo segundo ano consecutivo, por uma equipa de profes-sores nomeados, pois não houve listas para o Conselho Executivo". "Isso deve-se ao facto de, à luz da legislação, apenas se ter em conta o critério do número de alunos, que diminuiu nos últimos anos, para efetivar essa gestão. E isso implica que só o presidente pode ter isenção da componente lectiva, tendo os outros dois membros que assegurar tarefas em período não-lectivo", explicou. "É preciso resolver urgentemente essa situação, dado que se trata de uma escola com vários níveis de ensino, e tam-bém cursos Profij, e isso implica necessariamente uma maior liberdade e disponibilidade de quem gere o estabele-cimento de ensino", defendeu Judite Parreira.

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Festa Nossa Senhora da Encarnação

Foto - reportagem por Mark Marques

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AGRICULTURA

FAIAL

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Alargar idade de acesso ao RICTA O Secretário Regional da Agricultura e Ambien-te afirmou em Ponta Delgada, que a limitação até aos 55 anos de idade para aceder ao Regi-me de Incentivos à Compra de Terras Agrícolas (RICTA) “deixa de fazer sentido”, considerando o fim da Medida de apoio às Reformas Anteci-padas no setor por imposição comunitária. “Deixa, de facto, de fazer sentido e é um assun-to que temos neste momento em apreciação e que, provavelmente, terá uma redação diferente daquela que é a atual”, disse Luís Neto Viveiros em declarações aos jornalistas após uma reu-nião de trabalho com a Associação de Jovens Agricultores Micaelenses. A linha de crédito bonificado pelo Governo dos Açores que foi renovada este ano, já permitiu aos agricultores adquirir cerca de 1.400 hecta-res de terreno agrícola, num investimento global de cerca de 18,5 milhões de euros, correspon-dente a cerca de três centenas de candidaturas. O RICTA, comparticipado exclusivamente por fundos regionais, é um programa único a nível nacional, tendo substituído, em 2008, o Sistema de Apoio ao Crédito para Aquisição de Terras (SICATE), criado em 2000. Pretende-se com esta medida fomentar o redimensiona-mento das explorações agrícolas, viabilizando a aquisição de terrenos destinados a ações de emparcelamento. Questionado relativamente à pretensão de devolução de pagamentos ou perdão de coimas aplicadas por irregulari-dades na utilização de gasóleo agrícola, o Secretário

Regional reafirmou que “não é uma competência” do Governo dos Açores que “legisla” em respeito pela “separação de poderes”. “O Governo legisla de acordo com o seu Programa de Governo, de acordo com o que são também as expetativas dos agricultores e das suas associações” no sentido de “criar as condições de trabalho, de estabelecer os incenti-vos” e que “ajudam os agricultores a melhorarem o seu desempenho e a sua competitividade, no mercado em que desenvolvem a sua atividade “, declarou Luís Neto Vivei-ros.

Governo Regional admite

O Diretor Regional do Ambiente revelou na Horta que o Jardim Botânico do Faial, no âmbito da política de conser-vação da flora açoriana, tem cerca de três milhões de sementes preservadas de 45 espécies raras. “O Jardim Botânico do Faial tem neste momento conserva-das, no seu Banco de Sementes, 45 espécies que corres-pondem a mais de 400 amostras e cerca de três milhões de sementes”, afirmou Hernâni Jorge numa conferência de Imprensa para apresentação do trabalho de conservação de espécies raras ou em risco que tem sido desenvolvido nos Açores. Segundo o Diretor Regional, o objetivo do Governo dos Açores é o de desenvolver protocolos para a reprodução destas espécies, realçando, no caso particular do teixo dos Açores (Taxus baccata), “a grande relevância” desse tra-balho “pela dificuldade de reprodução desta espécie”, ten-do-se já obtido uma taxa de sucesso de enraizamento de 16% das estacas recolhidas na ilha do Pico. O teixo foi em tempos abundante nos Açores, tendo inclu-sive sido relatada a sua presença por Gaspar Frutuoso em seis ilhas açorianas. A exploração de teixo nos Açores para mobiliário luxuoso data de 1450, época em que já era conhecida por ser uma madeira nobre, e prolongou-se até 1760 na ilha do Pico. Atualmente está classificado como “provavelmente extin-to”, existindo o registo de apenas cinco indivíduos na ilha do Pico.

Em 2010, foi publicado um artigo científico que demons-trou que os teixos dos Açores pertencem a uma linhagem diferente dos restantes teixos, uma linhagem ancestral mais antiga que os teixos presentes na Eurásia e em Áfri-ca, o que torna ainda mais importante a conservação des-tas árvores. “A nossa preocupação é conservar” e conseguir que, “num futuro próximo, possam ser criadas em quantidade, em cativeiro, e depois colocadas em meio natural, promoven-do repovoamentos das espécies pelas nossas ilhas”, adiantou Hernâni Jorge, acrescentando que a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente vai prosseguir este trabalho. “Vamos continuar a desenvolver este trabalho de forma a que possamos reabilitar o teixo dos Açores”, assegurou o Diretor Regional, referindo-se ainda a um protocolo esta-belecido entre o Governo dos Açores e o Centro de Biotec-nologia da Universidade dos Açores para “a micropropaga-ção desta espécie”. O Jardim Botânico do Faial promove a sensibilização da população para a riqueza florística dos Açores através da manutenção da coleção viva de plantas, a propagação de plantas endémicas (viveiro) e ações de restauro ecológico e pelo controlo de ameaças (erradicação de espécies inva-soras e controle de atividade humana) às populações natu-rais de espécies endémicas.

Jardim Botânico preserva

Três milhões de sementes de espécies raras dos Açores

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POLÍTICA

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Veleiro mais rápido do mundo nos Açores

O mais rápido veleiro do mundo – e simultaneamente o maior trimaran existente –, “Spindrift 2”, largou na tarde de quarta-feira da Marina da Horta com o skipper Yann Gui-chard em navegação solitária rumo a França, no âmbito da sua qualificação para a próxima edição da ‘Rota do Rum’. Com 40 metros de comprimento e 23 de largura, construí-do em fibra de carbono, o “Spindrift 2” fez uma stop-over de cerca de 50 horas na ilha do Faial, para desembarque de cinco dos tripulantes, reparações num dos lemes dos flutuadores, que se havia quebrado após colisão na última sexta-feira com um contentor à deriva no Atlântico Norte e para descanso da equipa. Este singular veleiro, com 47 metros de altura de mastro e entre 713 e 1050 m

2 de área vélica, foi lançado à água em

2008, em Lorient (França), sob a denominação “Banque Populaire V” e até 2013 alcançou seis recordes de veloci-dade no mar, dos quais os mais destacados são a travessia do Atlântico Norte (em 2009), entre Nova Iorque e o Cabo Lizard, no sudoeste de Inglaterra (2921 milhas náuticas percorridas em 3 dias, 15 horas, 25 minutos e 48 segundos) e a volta ao mundo para equipas, sem escalas e sem assistência (21.760 milhas, ou seja, 40.300 quilómetros, concluídos em 45 dias, 13 horas, 42 minutos e 53 segundos), feito que lhe permi-tiu conquistar o «Troféu Júlio Verne», batendo, em 2012, por cerca de três dias, o recorde ante-rior do “Groupama 3”, também trimaran, que datava do ano de 2010. Com a denominação inicial este maxi-trimaran também fixou em 908,2 milhas náuticas (1682 km) o recorde de distância máxima percorrida

em 24 horas, o que foi conseguido a uma média de 37,84 milhas náuticas/hora (com picos de 47,17 nós!), enquanto já como “Spindrift 2” viu homologado, em novembro de 2013, o recorde de travessia entre Cádiz, Espanha, e Salvador da Baía, Brasil, no tempo de 6 dias, 14 horas, 29 minutos e 21 segundos. Agora Yann Guichard, skipper da embarcação há cerca de um ano e meio, prepara-se para participar na afamada ‘La Route du Rhum’, que larga de Saint-Malo, França, rumo a Pointe-à-Pitre, Guadalupe, Antilhas Francesas, a 2 de novembro próximo, numa competição transa-tlântica quadrienal para navegadores solitários, que se realiza ininterruptamente desde 1978. Na sua paragem destes dias no porto da Horta o

“Spindrift 2” mudou o leme do flutuador de estibordo, uma peça de 3,5 metros de comprimento que foi transportada de Vannes, França, para os Açores num avião proposita-damente deslocado para o arquipélago para acorrer a esta avaria do maxi-trimaran, ocorrência que também fez viajar às ilhas um staff de apoio de uma dezena de técnicos e outros colaboradores daquela ‘racing-team’. Reconhecida internacionalmente como escala obrigatória nas travessias de iates no Oceano Atlântico Norte, no sen-tido oeste/leste (Caraíbas/Europa), e com uma frequência, todos os anos, de mais de 1000 veleiros envolvidos em grandes aventuras de alto-mar, a Marina da Horta teve por dois dias no seu cais principal aquele que terá sido o mais destacado visitante desde a inauguração da infraestrutura, em 1986. O “Spindrift 2”, comandado pelo navegador Yann Guichard, já voltou, entretanto, às ondas e aos ventos.

Na Marina da Horta

Gary Store

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EUROPA

O BREVES - 1 de setembro de 2014 9

REGIONAL

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O eurodeputado Ricardo Serrão Santos reuniu, esta quin-ta-feira, na cidade da Horta, com a Presidente da Assem-bleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. À saí-da do encontro, que teve como objetivo apresentar cum-primentos a Ana Luís, Presidente do Parlamento Açoria-no, Ricardo Serrão Santos referiu que “em coordenação com a Assembleia Legislativa da Região mas também com o Governo, constituiremos uma frente comum de afirmação das especificidades dos Açores junto das insti-tuições europeias”. Para o deputado ao parlamento europeu, eleito pelas listas do Partido Socialista, “a articulação entre as institui-ções autonómicas e os representantes políticos da região noutros fóruns é fundamental para uma defesa consistente dos interesses dos Açores”. O eurodeputado manifestou ainda o desejo de “trabalhar em conjunto com a Assembleia da Região no sentido de ser a voz dos Açores em Bruxelas”. Para Serrão Santos os Açores têm “características muito próprias, são uma região ultraperiférica, distante do conti-nente europeu”. Salientou, por isso, que “os desafios que se colocam ao nosso desenvolvimento prendem-se, em larga medida, com a necessidade de continuarmos a apro-

fundar os mecanismos que permitam compensar as dificul-dades que resultam da distância e da nossa pequena dimensão geográfica e demográfica”.

Serrão Santos defende

Frente comum para afirmação das

especificidades dos Açores em Bruxelas

O Governo dos Açores, através da Vice-Presidência, decidiu alterar o regulamento da Linha de Apoio à Reabilitação Urbana dos Açores, estendendo o apoio à ampliação, alteração e conservação de edifícios ou frações existentes na região e abrangendo, assim, mais famílias, micro, pequenas e médias empresas e as cooperativas As alterações ao acesso à Reabilitação Urbana dos Açores, publicadas em Jornal Oficial, consideram ele-gíveis, à data da candidatura do edifício ou fração a intervir, não apenas os proprietários promotores da candidatura, bem como os usufrutuários ou superficiá-rios dos edifícios a reabilitar, devendo, no entanto, ser comprovada esta situação através do registo predial. Este instrumento financeiro de 50 milhões de euros, previsto na Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial e gerido pela Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA), abrange ainda operações de melhoria das condições de eficiência energética em edifícios existentes, de beneficiação das condições de acessibilidade aos edifí-cios ou de aquisição de ajudas técnicas necessárias aos cidadãos com mobilidade condicionada. A linha de crédito, que apoia as famílias e as empresas

açorianas, permite uma bonificação de 80 por cento do “spread” e um montante de financiamento até 75 por cento do custo total do investimento de reabilitação a realizar. As candidaturas deverão ser apresentadas junto das insti-tuições de crédito que assinaram um protocolo com o Governo dos Açores para a implementação desta linha.

Linha de Apoio remodelada

Governo intensifica o apoio à reabilitação urbana

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Nem eu, nem nenhum jovem desta nova “geração à rasca” fecundada pelas velhas gerações fruto de más governa-ções, más gestões, usos e abusos daquilo que tínhamos e do que não tínhamos. Num país em que o interesse privado sobrepôs-se ao públi-co, duplicou-se estradas que hoje só servem para suportar a chuva e o sol, e os portugueses imbuídos foram atrás desta euforia da construção de betão, se o Estado fazia um está-dio novo para a “futubolada”, o “zé povinho” também fazia uma segunda moradia, comprava-se carro para o avô, para o filho e para o neto, férias no estrangeiro em paraíso tropi-cal, só porque sim, quem pagava? O crédito bancário infini-to! O Estado convenceu-se e convenço a sociedade portugue-sa que era possível nascer, crescer, viver e morrer a crédito, muitos fundos europeus aplicados em obras megalómanas, muitas parcerias público privadas ainda por explicar, muita obra, muito betão e muita inauguração… até que vieram as consequências, e não tivesse toda a medalha o seu reverso. Acabou-se o crédito, venderam-se os anéis e penhoraram-se os dedos, hipotecou-se a casa, a reforma, emprego e o futuro de várias gerações, essencialmente da nossa gera-ção, agora como se pode culpar as novas gerações por esta crise? Clima propício a uma enorme crise de valores, semeado há muitas e muitas décadas. Se em mais de 35 anos de Democracia em Portugal os par-tidos do “arco da governação” não foram capazes de perce-ber que estávamos a tomar um rumo errado, será que vão perceber agora? Agora é tarde, já batemos no fundo, esta-mos mergulhados não só numa crise financeira como uma crise social, governos prós Troika que olham para as pes-soas apenas como números, onde as prioridades se cen-tram no salvamento do capital de Bancos privados que foram à bancarrota fruto de gestão ruinosa e danosa por parte de meia dúzia de gestores, que por si, ganhavam ordenados bem chorudos. Para evitar este pesadelo, mandou-se chamar os “homens da troika”, voltou o pesadelo…voltou o crédito, Crédito da Troika, pago a com juros descomunais por quem? Pelos contribuintes claro, os pensionistas que trabalharam uma vida inteira para receber uma reforma miserável, os traba-lhadores com empregos precários, quando os têm, os jovens que querem ingressar no mundo do trabalho e são mandados emigrar pelo nosso governo, não esquecendo os jovens estudantes do ensino superior que quando podem vêem os seus pais a sacrificarem-se para pagar a peso de ouro todas as despesas de um ensino superior, público, mas que não é para todos. Não, não quero pagar por aquilo que não fiz.

O PSD-Açores anda de ilha em ilha a comemorar os quarenta anos de existência daquele partido, relevan-do, como não podia deixar de ser, o seu papel na construção da autonomia democrática dos Açores, facto que é inegável para quem acompanha o que se tem passado nesta região desde 1975. Neste grande frenesim pelas ilhas, o PSD-Açores esqueceu-se de referir, e isso era não só fundamental como seria justo, que esse património é pertença dos diversos partidos que, de uma maneira ou de outra, tem dado o seu contributo para consolidar as con-quistas que a revolução de Abril proporcionou. Este súbito olhar para o passado e acerto de contas com a história se tem como objetivo relembrar os seus anos de governação, é, quando muito, um pro-cesso falhado porquanto o estado da região em 1996, quando aquele partido saiu do Governo, não pode orgulhar quem hoje se assume como principal alter-nativa de poder e é sempre muito lesto na crítica. Aqueles múltiplos momentos comemorativos servem, já se sabia, para disferir mais uns ataques ao Gover-no, mantendo, sem nenhum pudor, as incoerências costumeiras. Primeiro apelida o Governo de despesista mas todos os dias propõe aumento da despesa. Critica a dívida da saúde e recusa-se a admitir que esse crescimento teve a ver com a construção de novas infraestruturas para proporcionar mais e melhores serviços aos Aço-rianos. Critica o aumento do desemprego e apresenta na Assembleia uma proposta que cria emprego em indústrias inexistentes nos Açores, como são os casos da extração de petróleo e de hulha. Está contra os cortes mas manda os seus deputados votar favo-ravelmente o Orçamento de Estado onde estes estão previstos. Este modo de “trabalhar” causa alguns momentos de felicidade aos seus promotores, mas revela muitas fragilidades, sobretudo quando se esperava deste partido uma maior intervenção na concretização de propostas que ajudassem a melhorar a vida dos Aço-rianos. Enquanto isto, surgem, de quando em vez, dados que atiram por terra a postura derrotista do PSD-Açores, como foi o caso da execução orçamental conhecida recentemente. Os Açores tem as suas contas controladas enquanto no Continente o deficit agrava-se e a dívida pública sobe para os 134% do PIB, dando a perceber que todos estes sacrifícios pedidos aos Portugueses afinal não serviram para nada. É por isso que ao PSD-Açores se pede que, no lugar de glorificar o passado, tente ajudar a encontrar solu-ções para o presente que levem a um futuro melhor e que rejeite, de uma vez, as políticas de empobreci-mento perpetradas por Passos Coelho, o amigo de Lisboa.

Opinião 10 O BREVES - 1 de setembro de 2014

Por: José Ávila

O Passado

Por: António Machado

Não quero pagar por

aquilo que não fiz

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Opinião O BREVES - 1 de setembro de 2014 11

Em Lisboa, localizada na zona de Sete Rios, junto à Universidade Católica, a Residência Universitária das Laranjeiras, oferece um mode-lo de alojamento diferente, na medida em que as despesas de alojamento são custeadas pela colaboração que as residentes prestam nos próprios serviços, contribuindo simplesmente com duas horas e trinta minutos ao longo de quatro dias semanais, acrescidos de um fim-de-semana, por mês. Desafiante e estimulador este novo paradigma propõe-se entrelaçar estudo, trabalho, lazer e formação, numa dinâmica de vida ao nível das exigências do século XXI. Só estudar não chega, simplesmente tirar boas notas é incompleto, os tempos exigem uma abrangente preparação dinâmica entre o saber, o saber fazer, o saber estar, o saber escolher e o saber querer. O futuro começa hoje, as oportunidades escas-seiam e a sorte é para as audazes, para as que sabem que querer é poder. Esta revolucionária modalidade de ser universi-tária, é uma oportunidade única e imperdível! Não a perca.

Universitárias: Ver para Crer

Por: Susana Mexia

O Tio Manuel vivia com a família numa casita perdida nos montes, mas rodeada de um terreno que todos culti-vavam e que dava para o sustento. Naquele ano o inverno foi tão duro que destruiu as colheitas e a fome avizinhava-se. Mas o Tio Manuel acreditava em Deus e passou a contar com a sua ajuda. Não rezou, nem fez promessas (com Deus) não se fazem negócios, mas procurou resolver o seu problema, de maneira eficaz. Pensou, na sua simplicidade: se Deus nos ouve quando lhe pedimos com fé, o que não fará se eu lhe escrever? Começou assim: «Deus, se não me ajudas passarei fome com todos os meus durante este ano. Para remediar pre-ciso de 400 euros, para semear e vamos vivendo do mui-to pouco que resta até chegar a tua ajuda». Dobrou o papel onde tinha escrito estas palavras e meteu-o num envelope, lambeu a cola, colou e depois por fora escreveu – “Para Deus” . Foi à vila e depois de ter selado a carta, meteu-a na cai-xa do correio. Um empregado ao recolher as cartas no fim do dia, riu a bom rir com aquela que o Tio Manuel tinha lá deixado. Mostrou-a ao chefe e aos colegas e todos se riram, pois em tantos anos de ofício nunca tal lhes tinha acontecido. O chefe dos correios, um homem gordo e bonacheirão, f r a n z i u o s o b r o l h o e c o m e n t o u : - A fé! Quem me dera ter a fé de quem escreveu esta carta! Acreditar como ele acredita! Esperar como ele espera! E manter correspondência com Deus! Para não defraudar quem escreveu tal carta e como a tal carta não podia ser entregue, resolveu responder à carta. Abriu-a, e depois de ver o pedido, expôs o assunto aos seus subordinados e convidou-os a juntar o que pudes-sem para enviar, como se fosse da parte de Deus, o dinheiro pedido. Começou por ele: deitou num saco o seu salário e cada um dos seus empregados deitou o que pôde. Feitas as contas, não chegava a 400 euros, mas ele meteu num envelope, o que conseguiu arranjar, fechou o envelope e escreveu por fora: Para o Tio Manuel, da par-te de Deus. Passado algum tempo o Tio Manuel foi ver ao correio se já tinha alguma resposta. O chefe entregou-lhe a carta e ele não manifestou surpresa por ver as notas, mas … fez um gesto de cólera ao contar o dinheiro. Deus não podia ter-se enganado, nem sequer negar o que lhe pedia. Imediatamente, chegou ao guiché e pediu papel e tinta. Na mesa destinada ao público, ali mesmo, pôs-se a escrever. Quando acabou pediu um selo, lambeu-o e com um punho colou-o no envelope. Quando a carta caiu na caixa e o Tio Manuel já tinha saí-do, o chefe foi buscá-la. Dizia assim: «Deus, do dinheiro que te pedi, só me che-garam à mão 200 euros. Manda-me o resto porque me faz muita falta, mas manda para a minha morada. Basta escrever “Para o Tio Manuel, que mora na casita no cimo do monte, porque todos aqui me conhecem”. Não man-des para o posto dos correios pois os empregados são uns grandes ladrões».

Por: Maria Fernanda Barroca

Carta para Deus

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Última Página O BREVES - 1 de setembro de 2014

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OLHO NÚ Por: Mark Marques

Não sei se já ouviram ou viram aque-

le conteúdo televisivo norte-americano cha-

mado “Shark Tank”, o Tanque do Tuba-

rões? Parece que um dos nossos canais

privados vai adaptar essa série para Portu-

gal.

Antes de mais, devo dizer que o

nome não é original! Porque tubarões e à

séria, já existem no nosso tanque atlântico

há muito! Por outro lado também, tenho as

minhas dúvidas quanto à aceitação por

parte das audiências nacionais. O objetivo

é incentivar financeiramente as ideias dos

empreendedores, eu sei. Mas se fosse

antes mandar alguém para um tanque

cheio de tubarões semelhantes aos da

Graciosa, seria mais interessante e a esco-

lha é abundante.

Até podia ser com chamada telefóni-

ca pré-paga de 60 cêntimos mais IVA. Ou

até mesmo através do Facebook. Era uma

boa medida para acabar com o “meets”!

Não acredito que não haja um tubarão que

não goste de coelho!

«há-de se amanhar»

Por: Fábio Santos

Há um ano...

ACABOU A PRODUÇÃO DE MANTEIGA DE SÃO JORGE? Ironia das ironias, é a Ilha de São Jorge ser a “terra do leite”, onde a sua economia assenta essencialmente nesta fileira, e a Uniqueijo CRL, deixou de produzir “manteiga de vaca”! Não quero, nem devo, nem é minha intenção imiscuir-me na gestão de qualquer organização coo-perativa, mas como consumidor, cidadão e Jorgense, lamento que tal tenha acontecido. Esta manteiga deveria estar na categoria “gourmet”. Decerto que os seus diretores lá terão as suas razões e argumentos, mas lá que é difícil de compreender, é. Pois assim com-praremos mais a outras ilhas e elas ficarão com as mais-valias. Já agora guardem esta foto para memória futura e anexem à lista dos sabores da saudade.