Jornal O Breves

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Página 2 Página 3 OBreves Diretor: Carlos Pires - Ano 3 - Nº 65 - 21 de Abril de 2014 - Semanário - € 1,00 XS www.obreves.pt facebook.com/jornal.obreves Fecho de laboratórios avança na Região Agricultura prioridade para Coligação Aliança Portugal Conselho de Governo decide Autorizar verba para intervenção na Calheta Trabalhadores suspendem greve na TRANSMAÇOR Pescador resgatado ao largo de São Miguel CDS-PP quer deslocações de doentes pagas pela Europa

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Edição 65 publicada a 21 de abril de 2014

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O B r e v e s Diretor: Carlos Pires - Ano 3 - Nº 65 - 21 de Abril de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

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Fecho de laboratórios avança na Região

Agricultura prioridade para Coligação Aliança Portugal

Conselho de Governo decide

Autorizar verba para intervenção na Calheta

Trabalhadores suspendem greve na TRANSMAÇOR

Pescador resgatado ao largo de São Miguel

CDS-PP quer deslocações de doentes pagas pela Europa

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, anunciou que o seu Partido vai propor a equiparação das diárias dos doentes deslocados às ajudas de custa dos membros do Governo Regional, Deputados e funcionários públicos, frisan-do que pretende ver as deslocações dos doentes pagas pelos fundos comunitários. Numa conferência de imprensa, em Ponta Delgada, no arranque das VI Jornadas Parlamentares da presente Legislatura, dedica-das ao Programa Operacional 2014-2020 (que define as regras de utilização das verbas comunitárias ao dispor da Região naquele período), Artur Lima apontou duas grandes vantagens para a aprovação destas medidas: “Primeiro confere maior digni-dade a quem está doente e se precisa de deslocar para fora da sua ilha de residência; depois permite libertar importantes verbas para que os hospitais fiquem com liquidez para pagar aos seus fornecedores”. “Entendemos que os fundos comunitários devem estar ao serviço das pessoas, naquilo em que lhes possa ajudar mais e, sobretu-do, nesta época de maior crise. O CDS-PP entende que as deslo-cações dos doentes das ilhas sem hospital para as ilhas com hospital e das ilhas para o continente devem e podem ser pagas pelos fundos comunitários. É uma medida de grande alcance social e de grande impacto económico no Serviço Regional de Saúde”, afirmou. Segundo os democratas-cristãos com a aprovação destas iniciati-vas, que apresentaram no Parlamento Açoriano a breve trecho, “a União Europeia passa a suportar os encargos com os custos das tarifas aéreas dos doentes e, ao mesmo tempo, permite-se às unidades de saúde poupar este dinheiro para reinvestir na melhoria das diárias dos doentes deslocados” que, frisou Lima, “nós entendemos devem ser equiparadas aos membros do Governo, Deputados e funcionários públicos”. “É uma medida de inteira justiça e dá dignidade a quem está doente e a quem mais precisa. Com esta medida atuamos em

várias frentes, pois libertam-se também as unidades de saúde desses encargos o que lhes possibilitará terem dinheiro disponí-vel para pagarem a tempo e horas aos seus fornecedores”, acrescentou. E isto acontecerá porque, na visão do CDS, estas despesas “são retiradas ao Serviço Regional de Saúde para serem alocadas, por um lado, a fundos comunitários (os custos com as viagens), e, por outro, as ajudas de custo passam a ser pagas pela Segurança Social, como sempre deviam ter sido”. Artur Lima salientou ainda que tal possibilidade já existiu nos Açores, mas nunca foi posta em prática, pelo que disse “estranhar muito como é que nunca se fez isto”, pois “no anterior quadro comunitário de apoio já era possível alocar verbas comu-nitárias às deslocações dos doentes”. Porém, prosseguiu, “estranhamente, também, a rubrica que permitia que tal tivesse acontecido no anterior quadro comunitário estava no mesmo capítulo que as verbas destinadas à gestão dos lixos na Região”. Considerando que importa colocar os fundos comunitários “ao serviço das pessoas”, o Líder Parlamentar popular lembrou, a propósito, que “o Governo Regional falhou redondamente com os doentes”, porquanto “nunca concretizou aquilo a que se compro-meteu quando aprovou uma outra proposta do CDS para que as diárias dos doentes fossem iguais às dos atletas deslocados”. Portanto, afirmou, “numa altura em que o Governo Regional apli-ca uma austeridade enorme na saúde dos açorianos, e isto verifi-ca-se todos os dias, julgamos que é de crucial importância ajudar quem mais precisa, ajudar os doentes”. Lima salientou que as atuais Jornadas Parlamentares são preci-samente dedicadas ao aproveitamento dos próximos fundos comunitários ao dispor da Região, a partir deste ano e até 2020, e que, já recentemente, o seu Partido anunciou uma outra pro-posta que visa a criação de um Plano Estratégico de Desenvolvi-mento das Fajãs da ilha de São Jorge, exatamente por cativação específica do novo envelope financeiro de Bruxelas.

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CDS-PP propõe

Deslocação de doentes pagas por fundos comunitários

Regional

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“Agricultura é uma prioridade para a coligação Aliança Portugal“

O cabeça de lista da coligação Aliança Portugal assegurou que o sector agrícola “será uma prioridade no trabalho a desenvolver no parlamento europeu” uma vez que os candidatos do PSD e do CDS “se recusam a fazer como o Partido Socialista que já assu-miu que a agricultura não será uma prioridade porque desistiu dela”. Paulo Rangel, em declarações à comunicação social, no final de

uma reunião com a direção da Associação Agrícola de S. Miguel, assumiu o compromisso “de tudo fazer para que o estatuto de região ultraperiférica possa ser protegido e assegurado uma vez que é esse estatuto que depois permite a existência de exceções e de compensações para os Açores. O candidato da coligação Aliança Portugal, acompanhado pelo presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, e pela candidata indi-cada pelos Açores, Sofia Ribeiro, defende, por isso, a necessida-de “de uma diferenciação dos produtos açorianos apostando na sua qualidade excecional a todos os níveis”. “É necessário dar-lhes esse destaque, assegurando o seu aces-so a apoios científicos que reforcem essa ideia de qualidade junto dos consumidores, mas também apoios para a sua promoção e para a sua divulgação no espaço da União Europeia”. Segundo Paulo Rangel, “essas são algumas possibilidades que devem ser concretizadas de forma a atuar preventivamente ao nível dos impactos previstos com o eventual final do regime de quotas leiteiras”. “A agricultura é hoje um sector dinâmico e os sinais que nós temos é de uma maior valorização da sua parte com grande capacidade de resposta aos desafios atuais”. Por isso, “são necessários apoios e uma estratégia”, acrescentou, afirmando “ter a convicção plena de que a candidata Sofia Ribeiro será a pessoa certa para continuar a defender a agricultura dos Açores no parlamento europeu”.

Paulo Rangel nos Açores Regional

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Pescador resgatado nos Açores

Local

Regional Terceira ação em duas semanas

A Força Aérea e a Marinha através dos seus Centros Coordena-dores de Busca e Salvamento Aéreo (RCC Lajes) e Marítimo (MRCC Delgada) coordenaram durante a madrugada do dia 18 de abril de 2014, a evacuação médica de um tripulante da embarcação de pesca “FV LAGOAL”, de bandeira Portuguesa, que se encontrava a navegar a cerca de 250 milhas náuticas (aproximadamente 463 Km) a nordeste da Ilha de S.Miguel. O pedido de auxilio foi recebido através Centro de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delga-da), pelas 23H16, horas locais, solicitando assim o empenhamen-to nesta missão dos meios aéreos ao dispor do RCC Lajes para a evacuação médica de um tripulante do sexo masculino, de 20 anos de idade, de nacionalidade portuguesa. O RCC Lajes planeou, coordenou e controlou toda a operação aérea, tendo enviado para o local uma aeronave EH-101 MER-LIN, da Esquadra 751 – “PUMAS”, com uma equipa médica do Centro de Saúde da Base Aérea Nº4 (BA4) a bordo, a fim de proceder à evacuação e estabilização do tripulan-te e uma aeronave C-295M da Esquadra 502 – “ELEFANTES” para realizar a deteção inicial da embarcação, acompanhar e apoiar as comunicações entre esta e o helicóptero e os Centros de Busca e Salvamento envolvidos. A extração do tripulante foi efetuada com sucesso nas coordena-das estabelecidas pelo RCC Lajes, pelas 03H10, tendo a aerona-ve (EH-101MERLIN) aterrado no Heliporto do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada pelas 05H42, regressando depois às Lajes onde aterrou pelas 07H35. A aeronave C-295M regressou também às Lajes

após acompanhamento até Ponta Delgada, aterrando pelas 05H50. As condições meteorológicas na zona de operações eram de vento moderado com rajadas a rondar os 30km/h e ondulação de 1,5 metros. A Força Aérea realizou assim no Arquipélago dos Açores, no espaço de duas semanas, a terceira missão deste tipo, fazendo jus ao lema “PARA QUE OUTROS VIVAM”.

O Conselho do Governo, reunido na visi-ta estatutária à ilha Graciosa, decidiu autorizar a celebração de um contrato programa entre a Região Autónoma dos Açores e a Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza, AZORINA S.A., no valor de 109 mil euros, tendo em vista a reparação de estragos provocados pelo mau tempo ocorrido em agosto e outubro de 2011 no concelho de Calheta, em São Jorge. Este contrato programa abrange as empreitadas de reparação e correção das estruturas hidráulicas do Caminho Municipal da Fajã dos Cubres, de prote-ção e infraestruturação do Caminho Municipal Adjacente ao Campo de Jogos de Santa Catarina e de reparação de danos no acesso à Fajã dos Cubres, e respetiva fiscalização destas obras. A medida visa reforçar a verba anteriormente transfe-

rida para esta empresa, que se revelou insuficiente para fazer face aos estragos provocados pelo mau tempo naqueles caminhos.

Autorizar verba para intervenção na Calheta

Conselho do Governo decide

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Regional

Terceira

Os vereadores do PSD na Câmara Municipal da Praia da Vitória apresentam uma proposta formal de alteração à circulação do trânsito no centro da cidade, "tendo em vista a reabertura ao trânsito na Praça Francisco Ornelas da Câmara e na Rua Aniceto de Ornelas, que poderão consti-tuir uma forma de captar mais pessoas e outra movimenta-ção urbana" explicou Judite Parreira.

A social-democrata manifestou satisfação "pelo facto de a edilidade ter decidido avançar com a deslocalização de alguns serviços municipais, nomeadamente que implicam atendimento direto ao munícipe, para um edifício no centro da cidade", recordando que "essa foi uma das propostas que o PSD apresentou e defendeu, por altura da campa-nha às últimas eleições autárquicas", lembrou. "Consideramos que a deslocalização desses serviços para o centro da cidade seria uma forma de revitalizar o comér-cio tradicional e de dar mais vida à cidade. Assim entende-mos que a abertura ao trânsito da Praça Francisco Ornelas da Câmara e da Rua Aniceto de Ornelas serão opções que a complementam, e que só vão beneficiar a cidade da Praia da Vitória", considerou Judite Parreira. "Para que a medida tomada pela câmara possa ser posta em prática com sucesso e ter o impacto esperado, é necessário complementá-la com essas outras, que facilita-rão o acesso dos munícipes ao coração da cidade e, con-sequentemente, aos referidos serviços", acrescentou a vereadora. Segundo Judite Parreira, "a situação sócio económica que vivemos, aliada à desertificação do centro da cidade, con-duziu o comércio tradicional praiense a uma situação de debilidade e de depressão insustentáveis. A implementa-ção destas medidas poderá fazer regressar alguma moti-vação e esperança aos comerciantes da nossa cidade", concluiu.

“Para captar mais pessoas e dar outra movimentação urbana”

PSD pretende reabertura ao trânsito do centro da Praia da Vitória

Fecho de laboratórios avança após

período de transição

Luís Cabral anuncia

O secretário regional da Saúde dos Açores disse que os laborató-rios de análises nas ilhas sem hospital vão mesmo fechar depois das 16:00, estando a decorrer um período de transição para os médicos testarem os novos equipamentos. Luís Cabral confirmou a intenção de avançar com esta medida nas seis ilhas do arquipélago que não têm hospital durante uma reunião do Governo dos Açores com o Conselho de Ilha da Gra-ciosa. O encerramento dos laboratórios de análises dos centros de saú-de entre as 16:00 e as 08:00 tem gerado protestos e apreensão por parte de autoridades locais e médicos. O secretário regional da Saúde disse que está a decorrer um período de transição em que estão a ser usados em simultâneo os laboratórios e os equipamentos “point of care” (que permitem análises rápidas, em alguns parâmetros) que serão usados nos períodos entre as 16:00 e as 08:00. Com a dupla análise, os profissionais de saúde poderão “certificar per si” a fiabilidade do “point of care”, disse Luís Cabral. O secretário regional da Saúde revelou ainda que na sequência de uma reunião recente com o Conselho de Ilha de São Jorge, em que estiveram os médicos dos centros de saúde locais, foi solicitado ao fornecedor dos “point of care” a inclusão de um parâmetro de análise que os clínicos consideraram ser importan-te. Depois de ser adicionado esse parâmetro, e deste “período expe-rimental”, a medida será mesmo implementada, disse Luís Cabral. Quanto à questão da ida de médicos especialistas a estas mes-mas ilhas, reiterou que estão esclarecidas as questões que fize-

ram com os clínicos suspendessem as deslocações, havendo algumas já programadas para as próximas semanas, no caso da Graciosa. Durante a reunião, os conselheiros da Graciosa insistiram tam-bém na importância de melhorar as ligações aéreas e marítimas a outras ilhas e para fora do arquipélago. O presidente do Conselho de Ilha, Carlos Brum, apontou a inconstância dos horários da SATA, por exemplo, a dificuldade de sair da ilha e chegar a Lisboa num mesmo dia e a necessidade de melhorar as ligações às ilhas do triângulo (Faial, Pico e São Jorge) a nível do transporte da carga, sobretudo, para um melhor escoamento de produtos hortícolas e frutas. Sobre esta última questão, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, sublinhou que ela “está na raiz” da decisão de construção de dois barcos novos para o transporte de passageiros e mercadorias entre ilhas e que têm como objetivo a criação de condições para haver no arquipélago um “verdadeiro mercado interno”. Vasco Cordeiro disse ainda compreender a insatisfação com algumas ligações aéreas, mas acrescentou que o recentemente apresentado Plano Integrado de Transportes pretende justamen-te construir soluções para estes constrangimentos. No final da reunião, Carlos Brum disse que o Conselho de Ilha ficou genericamente satisfeito com aquilo que ouviu do executivo, considerando que os conselheiros conseguiram convencer os membros do Governo Regional para a importância das questões que levantaram. Já quanto às análises clínicas, disse que se mantêm as reservas, dada a própria apreensão dos médicos e técnicos de saúde.

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Faial

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Regional

"Tendo a empresa Transmaçor -- Transpor-tes Marítimos Açorianos Lda e o SIMAME-VIP - Sindicato dos Trabalhadores da Mari-nha Mercante, Agências de Viagens, Tran-sitários e Pesca, encetado negociações, as partes para bem do processo suspenderam esta greve", sublinha um comunicado enviado à agência Lusa. Os trabalhadores da Transmaçor, empresa pública que gere o transporte marítimo de passageiros entre as ilhas do Grupo Cen-tral, tinham iniciado a 14 deste mês uma greve às horas extraordinárias, uma parali-sação que se iria prolongar por três meses. Em causa estava a redução em 50% no valor das horas extraordinárias pagas pela Transma-çor aos seus funcionários (na sequência das imposi-ções do Orçamento de Estado), contestada pelo sin-

dicato da Marinha Mercante, que exige um regime de exceção idêntico ao que vigora noutras empresas públicas açorianas.

Após inicio de negociações

Trabalhadores da TRANSMAÇOR suspendem greve

A Sailazores Yacht Charter, empresa açoriana líder no mercado do Aluguer de Veleiros, com uma frota atual de 4 veleiros, levou a cabo no dia 17 de Abril a sua segunda ação de compensação da pegada ecológica, desta vez gerada pela utilização dos seus veleiros em 2013 – essen-cialmente combustível e resíduos orgânicos -, procedendo à plantação de 38 árvores de Pau Branco - uma espécie endémica -, na Paisagem Protegida do Monte da Guia, na Horta, Faial, onde a empresa tem sediada a sua Base Operacional. A ação decorreu em estreita parceria com o Parque Natu-ral do Faial e com o Jardim Botânico do Faial (que proce-deram à seleção da espécie), tendo dela resultado a cria-ção da “Floresta Sailazores”, um espaço dedicado à empresa na lindíssima Paisagem Protegida do Monte da Guia. A nova geração da Sailazores Yacht Charter, um conjunto de 3 crianças entre os 6 e os 11 anos, voltou a participar de forma muito empenhada, liderando os traba-lhos de plantação, numa equipa que envolveu elementos de todas as entidades. Para Nicolau Faria, manager da empresa, “foi com enorme alegria que vimos hoje nascer a “Floresta Sailazores”, um espaço ao qual daremos um especial carinho no seu cres-cimento anual. Esta é a melhor forma de expressarmos o nosso agradecimento aos Açores e a todos os açorianos que direta ou indiretamente se relacionam em cada dia

com a Sailazores”. Recorde-se que a Sailazores assumiu e publicou uma Declaração de Compromisso com uma Política de Ecotu-rismo Sustentável que expresse o seu civismo empresa-rial: “À paixão que nos motiva, assiste-nos uma vontade de responder com profissionalismo a todos os desafios que se nos colocam. Olhamos para a frente e buscamos em cada dia a excelência do serviço e a transparência da relação, cujo objetivo único é a plena satisfação de cada Cliente, Parceiro e Amigo”.

“Sailazores” Compensa Pegada Ecológica no Faial

Plantação de 38 árvores

A greve, às horas extraordinárias, dos trabalhadores da Transmaçor, operadora marítima que asseguras as ligações entre o Faial, Pico e São Jorge, nos Açores, foi "suspensa", anunciou um sindicato do setor, adiantando que foram iniciadas "negociações".

Fernando Salgueiro Maia, nasceu em Castelo de Vide em 1 de Julho de 1944. Filho de pai ferroviário e tendo perdido a mãe muito cedo, viveu os primeiros tempos da sua vida na sua terra natal, tendo na ado-lescência percorrido diversas localidades do país entre as quais Tomar e Leiria, onde completou os seus estudos. Em 1964 ingressou na Academia Militar, tendo iniciado a seu tirocínio no ano de 1966 na Escola Prática de Cavalaria – EPC em Santarém. Terminado o tirocínio e como era hábito na época marcha para África integrando uma companhia de comandos no norte de Moçambique. Seguem-se outras comissões, a última na Guiné que o terá marcado profundamente em relação à política do governo ditatorial criado por António de Oliveira Salazar e perpe-tuado por Marcelo Caetano, exercida sobre os povos das então chamadas “colónias”. Regressa à sua querida Escola Prática de Cavalaria em 1973. Foi nesta unidade militar que o conheci em Janeiro de 1974. Foi o meu comandante de esquadrão durante o período de especiali-dade. Nessa altura entre quase os jovens como eu, na casa dos vinte anos, não havia qualquer consciência política nem social. Sabíamos sim, que quando terminávamos os estudos, e depois de um período curto e apressado da recruta e especialidade, tínhamos uma guia de marcha à espera para uma das províncias ultramarinas – Guiné, Angola ou Moçambique, deixando para trás corações desfeitos de pais, esposas, irmãos, amigos e namora-das. Foi este o destino dos jovens portugueses, tudo para susten-tar um regime cego às determinações internacionais, surdo à libertação dos povos, composto por um punhado de privilegiados e muitos milhares na miséria. Muitos protegidos pela sorte regressavam felizes, embora marca-dos para o resto da vida pelo sofrimento dos vinte e quatro meses que era o tempo médio das comissões no ultramar. Outros, infelizmente por lá ficaram, e foram muitos… Durante os treze anos de guerra terão perdido a vida nove mil homens e outros trinta mil terão ficado mutilados, dos cerca de um milhão e quatrocentos mil mobilizados. Logo nos primeiros dias de instrução com o Capitão Salgueiro Maia, e sendo embora a Escola Prática de Cavalaria, um estabe-lecimento militar muito exigente, que primava por honrar Mouzi-nho de Albuquerque, fundador da arma da cavalaria em Portugal, o capitão a todos nos impressionou e marcou pelo seu aprumo militar, exigência, respeito, mas, e sobretudo pela forma humana e respeitadora como a todos tratava. Comparado com outros militares havia naquele homem qualquer coisa de diferente que fazia com que todos o olhássemos mais como um amigo do que como um comandante. Não menos surpreendente era o seu comportamento nas aulas de acção psicológica em que de uma forma aberta, clara e pouco usual em outros superiores, falava do tratamento e da acção das tropas portuguesas em terras de África, mostrava algum dos equipamentos usados pelos movimentos de libertação daqueles países e tudo isto com uma serenidade que em nada se alterava, mesmo com a entrada repentina ou não do comandante da uni-dade! Esses pormenores como alguns passados em plena semana de campo, faziam-nos transparecer que não se tratava de um militar qualquer, mas antes de um grande estratega, para além de nos fazer pensar que algo de diferente estava para acontecer… Em 16 de Março de 1974, estava eu ainda na EPC. Naquele fim de semana havia poucos militares na escola, já que os militares regressados de exercícios finais tinham ido para casa. A tentativa de golpe falhado ficou a dever-se sobretudo à falta de comunicações atempadas ou intercetados entre quarteis. Aqui, uma vez mais o capitão Salgueiro Maia, revela as suas qualidades, quando à ordem do comandante da unidade para seguirem para as Caldas da Rainha onde se encontrava o quartel dos revoltosos, reúne com os oficiais mais antigos no sentido de não atuarem sobre os camaradas de armas das Caldas da

Rainha, e decidirem a forma de sabotar o percurso até lá.

Foram então chamados os milicianos que aqui tiveram um papel fundamental, a quem foi dito para todos se mostrarem colaboran-tes e a coluna que deveria ter arrancado em sessenta minutos levou oito horas a sair, já que as avarias nas viaturas foram cons-tantes, desde pneus vazios, avarias diversas e até o choque de algumas contra as valetas. Salgueiro Maia adere ao Movimento das Foças Armadas – MFA, quando este já estava em marcha, participando mesmo assim nas célebres reuniões de Évora e Cascais, tendo-lhe logo sido reconhecido uma mentalidade e consciência necessária para a mudança, sobretudo pela disponibilidade para encabeçar o movi-mento, dispondo-se mesmo a comandar as tropas que protagoni-zassem a quedo do regime. O Movimento das Forças Armadas ou Movimento dos Capitães como ficou conhecido para muitos, foi todo ele preparado e pla-neado dentro de um sigilo religioso e absoluto, em que a própria PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado, espalhada por todos os cantos do país, não conseguiu detectar, apesar das muitas patrulhas feitas no interior dos quarteis e junto às casas de muitos militares! Coube à Escola Prática de Cavalaria no 25 de Abril de 1974, a organização de duas subunidades, uma de reconhecimento e outra de atiradores, sob o comando do então Capitão Salgueiro Maia, para além de outra da iniciativa deste que ficaria na reta-guarda para defender a unidade e a cidade de Santarém, se algum imprevisto surgisse. O objetivo era apenas um “acabar com o regime que durante quarenta e oito anos governara Portugal”. Com tudo preparado reúnem-se os militares da EPC, na sua maioria instruendos, na parada Chaimite e Môngua e com o comandante da unidade já retido no seu gabinete, Salgueiro Maia tem uma conversa de militares e também de homens e cidadãos nos seguintes termos: “Meus senhores, como todos sabem há diversas modalidades de Estado. Os sociais, os cooperati-vos e aquele a que chegámos”. Quem quiser vir comigo fica sabendo que vamos para Lisboa para derrubar o governo. Quem não for voluntário sai da formatu-ra e fica aqui. Ninguém abandonou a formatura e em segundos as viaturas encheram-se. Sentado num jipe a caminho de Lisboa, Salgueiro Maia vai imbuí-do dos pés à cabeça do espírito de derrubar o regime! O tenente que o acompanha diz que se manteve calmo durante todo o percurso, atento aos rádios ligados mas em silêncio. Naquela noite as viaturas de chaimite excederam todos os seus limites de velocidade… Ao passar por Sacavém, quase às portas de Lisboa, o capitão Salgueiro Maia julga ter visto tropas da Guarda Nacional Republi-cana, que não o interferem e assim sem qualquer impedimento chega ao Campo Grande, onde avista a Polícia de Choque. Era já madrugada… O Comandante da Polícia de Choque aproxima-se, fala com Sal-gueiro Maia e este dá ordem ao condutor para seguirem em dire-ção ao Terreiro do Paço. Aqui geram-se momentos de grande pânico, pois houve que enfrentar o Regimento de Cavalaria 7, encarregado de defender o Ministério da Guerra e outros Ministérios ali situados, para além da fragata Almirante Gago Coutinho fundeada no Tejo, com canhões apontados para aquela praça. Uma vez mais o reconhecimento de Salgueiro Maia por oficiais e sargentos de Cavalaria 7, alguns dos quais tinham sido seus ins-truendos, valeu a que um aspirante daquela unidade retirasse o percutor da peça até então voltada para a coluna de Santarém, tornando assim inútil a ordem de disparo dada pelo comandante. A partir daí e cumprindo ordens do Comandante Chefe do Movi-mento, Salgueiro Maia avança em direção ao Largo do Carmo onde se situa o quartel com o mesmo nome. Terá sido neste momento que Salgueiro Maia, como viria mais tarde a confessar, hesitou, consciente das forças mal preparadas que o acompanhavam e que iam enfrentar um quartel, o Quartel do Carmo, defendido por militares profissionais, que num qual-quer ato de desespero poderiam ser coagidos a atuarem para defenderem figuras importantes do regime que ali se haviam recolhido, incluído o próprio Presidente do Governo, Professor

6 O BREVES - 21 de Abril de 2014

Opinião Em memória de Salgueiro Maia-Capitão de Abril

Marcello Caetano. Ao chegar ao Largo do Carmo recebe ordens para assumir o comando da operação. É uma altura decisiva para o sucesso do movimento das forças armadas que este jovem capitão, andaria pelos seus trinta anos, não enjeita nem questiona, antes agarra com toda a sua cora-gem, e com firmeza de cima do blindado onde se encontra e durante horas dura o cerco ao quartel do Carmo, Salgueiro Maia uma vez mais revela as suas capacidades de grande estratega e maturidade fora do normal, apresenta as condições para a rendição do Presidente do Conselho de Ministros, Professor Marcello Caetano, sem descurar o diálogo com os militares da GNR encarregados da defesa daquele quartel e que junto à estação de comboios do Rossio tinham posicionado diversos morteiros apontados exatamente na direção do quartel. De novo, e outra coisa não seria de esperar de tão valente e corajoso homem, Salgueiro Maia demonstra uma elevada nobre-za de atitudes com respeito pelos vencidos, protegendo o Presi-dente do Conselho e outros ministros que ali se encontravam. Ao entrar no quartel do Carmo, com uma granada no bolso, terá dito “Vivo não me apanham”. No diálogo mantido com o Professor Marcello Caetano que encontra com a barba por fazer, desfigurado e nervoso, colari-nho da camisa aberto, ter lhe à dito que não gostaria que o poder caísse na rua, ao que Salgueiro Maia terá respondido “Sou um simples capitão, mas vou de imediato chamar um oficial general para receber o poder das suas mãos…” Retira a salvo do quartel do Carmo o Professor Marcello Caeta-no e outros membros do governo deposto na chaimite “Bula” que actualmente integra o espólio do museu de cavalaria. Cumprida a missão regressa a Santarém com os seus homens, onde a população o recebe em peso nas ruas, e com a humilda-de que lhe é própria escusa-se a todas as homenagens que lhe querem prestar, tal como nunca aceitou qualquer promoção para além daquelas que lhe eram devidas por força da sua carreira militar. Amado por muitos e odiado por outros Salgueiro Maia ao longo da sua vida vai colecionando cursos em várias áreas e ficará para a história como “O Cidadão, O Militar, O Capitão de Abril, O Homem da Cultura”. Casado com Natércia Salgueiro Maia, professora hoje aposenta-da, tem dois filhos, um deles adotado, o que revela uma vez mais a grandeza do seu coração. Em 1989-1990 é lhe diagnosticado a doença que o haveria de vitimar. Enfrentou-a com coragem, e entre tratamentos e inter-venções em Portugal, vai a Londres para uma consulta e donde regressa já em coma. Morre a 4 de Abril de 1992, desce à terra em campa rasa e num caixão modesto, como pediria, ao som de “Grândola Vila More-na” e da “Marcha do MFA”. Não teve direito a avião oficial nem a pensão de sangue por altos serviços prestados à Nação contrariamente a tantos outros… É assim a Pátria Portuguesa. Sempre pródiga em contemplar os seus vilões. Ainda hoje é assim, do Minho ao Algarve, de Santa Maria ao Corvo, decorridos que são quarenta anos da revolução dos cravos que havia de restituir a liberdade a este país. E isso, naturalmente, porque Salgueiro Maia era um homem com “H” grande. Um homem integro, honesto que idealizou uma democracia genuína e que nunca se colou a qualquer movimen-to ou partido fosse ele de esquerda ou de direita. Que Deus te compensa e faça justiça que na terra os homens a quem serviste não souberam ou não quiseram fazer. Bem haja meu CAPITÃO

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Opinião

“Há um ano…”

Por: Manuel Santos

Última Página O BREVES - 21 de Abril de 2014

OLHO NÚ

A “BAGUNÇA” NA ZONA ENTRE MORROS – VILA DAS VELAS. Em 5 de Setembro de 2013 o Olho Nu relatava o seguinte: Lamen-tavelmente a Autarquia Velense "permitiu" a criação deste "aterro sanitário/lixeira", na Vila das Velas. Este espaço pertença do Muni-cípio não é para este tipo de atividades! Falta de autoridade, sensibilidade e bom senso! Como as eleições autárquicas "estão à por-ta" e em breve os Paços do Concelho, terão "outros inquilinos", fica aqui o reparo e o alerta. Esperamos uma atitude positiva. Agora passados 6 meses e com outros inquilinos no Município das Velas a situação mantém-se e agrava-se. Lamentavelmente assistimos a um “PARQUE DE GESTÃO DE ENTULHOS”. É retirado algum entulho num dia, mas no dia seguinte é colocado outro tanto. Esta movimentação de terras e entulho deixa dezenas de moradias, sem poderem abrir uma janela, com tanto pó e areia que o vento transporta. O relvado sintético do campo de jogos fica com pedaços de entulho e pedregulhos também levados pelo vento, o que põe em causa a segurança dos atletas na prática do desporto (futebol). Este espaço também continua a servir de estaleiro (grua gigante enferrujada) que está montada há anos sem atividade. As fotos valem mais que “mil palavras”. No mandato passado (2009 -2013) enquanto deputado municipal muitas foram as vezes que intervim sobre este assunto, mas dada à “inércia” da então Autar-quia, tudo continuou no mesmo. Como é do conhecimento do município, o PDM – Plano Diretor Municipal, não prevê, nem permite tais atividades, desde logo porque esta área está classificada como ESPAÇO URBANIZÁVEL. Se é verdade que o Município come-çou por arranjar passeios e bermas nesta zona, E MUITO BEM, a verdade é que com ESTE “BORRÃO”, não existe “arte de embele-zamento” que resista. Esperamos o dirimir desta situação quanto antes a bem da comunidade.