Jornal O Breves

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2014 com balanço positivo 2014 com balanço positivo O Breves Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 4 - Nº 102 - 05 de janeiro de 2014 - Semanário - € 1,00 XS Pág. 7 Pág. 3 Pág. 8 Pág. 2 Pagos prémios e Pagos prémios e apoios comunitários apoios comunitários Plano Estratégico da SATA O Governo dos Açores solicitou, a Ana Luís, o agendamento da apresentação do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Grupo SATA. Acidente na Praia do Norte Acidente de viação na falésia da Praia do Norte, na ilha do Faial, provocou um morto, sendo resgatado com a cooperação da Força Aérea Portuguesa. Sismos nos Açores Foi registado, esta madrugada, um evento com magnitude 4.1 na Escala de Richter de epicentro a oeste de Várzea, em S. Miguel, e foi igualmente sentido na ilha Terceira. www.obreves.pt Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender bastante positivo, dentro das contingências do município. bastante positivo, dentro das contingências do município. bastante positivo, dentro das contingências do município. O Governo dos Açores procedeu ao pagamento de 22 M€ aos agricultores da Região, relativos aos prémios POSEI. Pág. 6

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Edição 102 publicada a 5 de janeiro de 2015

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2014 com balanço positivo2014 com balanço positivo

O B r e v e s Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 4 - Nº 102 - 05 de janeiro de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

Pág. 7

Pág. 3

Pág. 8

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Pagos prémios e Pagos prémios e

apoios comunitáriosapoios comunitários

Plano Estratégico da SATA O Governo dos Açores solicitou, a Ana Luís, o agendamento da apresentação do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Grupo SATA.

Acidente na Praia do Norte Acidente de viação na falésia da Praia do Norte, na ilha do Faial, provocou um morto, sendo resgatado com a cooperação da Força Aérea Portuguesa.

Sismos nos Açores Foi registado, esta madrugada, um evento com magnitude 4.1 na Escala de Richter de epicentro a oeste de Várzea, em S. Miguel, e foi igualmente sentido na ilha Terceira.

www.obreves.pt

Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender Autarca velense faz balanço de 2014, no seu entender bastante positivo, dentro das contingências do município. bastante positivo, dentro das contingências do município. bastante positivo, dentro das contingências do município.

O Governo dos Açores procedeu ao pagamento de 22 M€ aos agricultores da Região, relativos aos prémios POSEI.

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O Governo dos Açores informou a Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Aço-res da conclusão do Plano de Desenvolvimento Estraté-gico do Grupo SATA para o período 2015-2020. Na sequência do compromisso público assumido, o Governo dos Açores acaba de solicitar à Presidente da ALRAA o agendamento da data na qual o documento possa ser apresentado aos deputados.

O plano elaborado pela SATA engloba, para além do plano de negócios, o plano de sustentabilidade econó-mico-financeira e o processo de renovação da frota. O objetivo é assegurar que os Açores tenham uma transportadora que sirva sobretudo os interesses dos açorianos e dos que visitam a Região, oferecendo ele-vados padrões de segurança e qualidade de serviço.

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Governo apresenta Plano de Desenvolvimento Estratégico da SATA

REGIONAL Agendamento solicitado

Executivo Regional convoca Conselho

Administrativo do Fundopesca

O Governo dos Açores, através da Direção Regional das Pescas, decidiu agendar uma reunião do Conse-lho Administrativo do Fundopesca para 12 de janeiro, de modo a analisar a situação das descargas de pes-cado nas lotas do arquipélago no mês de dezem-bro. A decisão foi tomada após a Federação das Pes-cas dos Açores ter enviado um ofício ao Presidente do Conselho Administrativo do Fundo Pesca a solici-tar uma reunião. O Conselho Administrativo do Fundopesca, órgão consultivo em que têm assento representantes dos pescadores, dos armadores, da Lotaçor e das Secre-tarias Regionais da Solidariedade Social e do Mar, Ciência e Tecnologia, irá reunir no dia 12 de janeiro, na Horta, para decidir se o fundo de compensação salarial deve ser ativado.

O Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca dos Açores, vulgarmente designado por Fundopesca, foi criado em 2002 com o objetivo de atribuir uma compensação salarial aos pescadores açorianos quando, em determinadas situações pre-vistas na lei, estejam impedidos de exercer a sua ati-vidade. De referir que já no decorrer desta legislatura, em setembro de 2013, procedeu-se a uma alteração do regime jurídico do diploma, introduzindo-se melhorias para que exista mais transparência, previsibilidade e justiça social. É da competência do Conselho Administrativo definir os critérios a observar aquando da ativação deste fundo.

Banco Condor permanece encerrado

para estudos científicos O Governo dos Açores, após consultar os parceiros do setor, decidiu manter a proibição do exercício da pesca demersal na área do banco Condor, situado a cerca de 10 milhas do Faial. Uma portaria publicada hoje em Jornal Oficial estabelece por um período de mais três anos a interdição à pesca com determinadas artes neste banco submarino, onde foi instalada, em 2008, uma estação científica de observa-ção permanente que contribui para uma gestão mais infor-mada dos recursos marinhos da Região. Este projeto, coordenado pelo Departamento de Oceano-grafia e Pescas da Universidade dos Açores, é considera-do de interesse para o aprofundamento do conhecimento científico sobre os ecossistemas dos montes submarinos e para o estudo dos efeitos de proteção nas comunidades dos ecossistemas. “Os estudos científicos dedicados a espécies de peixes demersais, como o goraz ou o boca negra, que decorrem no banco Condor, permitem-nos acompanhar flutuações naturais e a recuperação das populações destas espécies,

que têm grande valor económico para as pescas nos Aço-res”, afirmou o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tec-nologia. Fausto Brito e Abreu salientou que “alguns pescadores demonstraram discordância da decisão do Governo man-ter a proibição da pesca demersal no banco Condor”, mas frisou que “a capacidade dos Açores apresentarem à Comissão Europeia dados científicos fiáveis sobre a abun-dância das espécies com maior valor comercial será essencial para evitarmos mais cortes de quotas de pesca a partir de 2016”. O Secretário Regional do Mar assegurou ainda que “haverá um reforço da fiscalização na área banco Condor a fim de garantir o sucesso da experiência científica em curso”, acrescentando que esta “é uma medida reivindica-da por várias associações de pesca”. Este banco submarino, com mais de um quilómetro de altura e 26 quilómetros de extensão, foi encerrado à pesca pela primeira vez em 2010.

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O Governo dos Açores procedeu ao paga-mento de cerca de 22 milhões de euros aos agricultores da Região, relativos aos prémios POSEI, designadamente Culturas Arvenses, Produtores de Leite, Vaca Leiteira, Ovinos e Caprinos e Vacas Aleitantes. O regulamento prevê que estes pagamentos possam ser feitos até 30 de junho de 2015, mas o Governo Regional desenvolveu todos os esforços para que a sua liquidação decor-resse nesta data, conforme se havia compro-metido. O Executivo Açoriano procedeu ao reforço da dotação do Prémio aos Produtores de Leite, conseguindo assim reduzir para apenas 4,3% o rateio neste prémio, em benefício dos pro-dutores dos Açores. A proposta de alteração ao POSEI apresentada a Bruxelas e consensualizada com as associações de agricultores dos Açores, recentemente aprovada pela Comissão Europeia sem reparos, prevê que, a partir de 2015, este prémio seja pago em função do leite

produzido. No âmbito do PRORURAL - Programa de Desenvol-vimento Rural são também hoje pagos aos beneficiá-rios da Região cerca 6,1 milhões de euros referentes às medidas de investimento na modernização das explorações agrícolas e da agro-indústria dos Açores.

AGRICULTURA

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O BREVES - 05 de janeiro de 2014 3

Governo paga prémios e apoios comunitários

Fundos Comunitários

Atualidade da Ilha e da Região

A portaria que regulamenta as novas regras para os pagamentos diretos aos agricultores açorianos, no âmbito do programa POSEI - Agricultura para os Aço-res, recentemente aprovado pela Comissão Euro-peia, foi publicada em Jornal Oficial. O novo POSEI vai permitir agilizar procedimentos e reajustar os montantes das ajudas aos diferentes pré-mios, visando a melhoria da competitividade das explorações existentes na Região. Nesse sentido, extinguiram-se alguns prémios, cujas dotações financeiras foram transferidas para outras medidas de maior relevância na agricultura regional. A nova regulamentação do POSEI assegura assim uma maior equidade entre as nove ilhas do arquipéla-go e entre fileiras de produção, tendo em conta o quadro atual da Agricultura nos Açores. O novo programa POSEI contempla um crescimento

em 20% da dotação na área da diversificação, com o objetivo de aumentar a produção, promover o autoa-bastecimento e reduzir a dependência do exterior. O Prémio aos Produtores de Leite sofreu igualmente um incremento de cerca de dois milhões de euros e passa a ser atribuído em função do leite produzido. Na área da carne, reforçam-se os apoios às vacas aleitantes, através do incremento do prémio por ani-mal e da distribuição de mais cerca de 6.000 direitos aos agricultores dos Açores. A partir do dia 2 de janeiro, os agricultores açorianos podem candidatar-se aos prémios à Vaca Aleitante, ao Abate de Bovinos, aos Produtores de Ovinos e Caprinos, à Vaca Leiteira, aos Produtores de Leite e ainda à Ajuda ao Escoamento de Jovens Bovinos dos Açores.

Nova regulamentação

do programa POSEI publicada

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4 O BREVES - 05 de janeiro de 2014

Cortejo de Oferendas ao Menino Jesus

Fotoreportagem por Mark Marques

Nas freguesias de Santo Antão e Vila do Topo, a tradição ainda é o que era. No dia 1 de Janeiro de cada ano um grupo de crianças e alguns adultos, acompanhados por uma banda filarmónica, formam em cortejo com oferendas para o Menino Jesus, em direção à Igreja da freguesia. As ofertas advêm sobretudo da produção dos habitantes da freguesia (laranjas, bebidas de aguardente ou angelica, caramelos caseiros, tartes, bolos, maçarocas de milho e até galinhas). No fim da missa estas ofertas são arrematadas no adro da Igreja revertendo a receita a favor da mesma.

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Concerto de Ano Novo - S.U.P.

Fotoreportagem por Jorge Gois

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LOCAL

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Reportagem em obreves.pt e MEO Kanal 118827

“2014 positivo no Concelho e na Ilha”

Tempo de balanço

O presidente da Câmara Municipal de Velas fez, ao Breves-TV, um balanço do ano de 2014, que foi, no seu entender, na generalidade muito positivo. “Houve muitos momentos bons, outros menos bons, mas na generalidade 2014 foi um ano positivo, no con-celho das Velas em particular, e na ilha em geral”, refe-riu.

Na sua opinião “o nosso quotidiano é feito por ambos, e penso que o maior marco, em termos culturais, foi a edição das comemo-rações do Dia de São Jorge, onde se evo-cou os cinquenta anos da crise sísmica de 1964, momento esse que alterou todo o percurso de vida na ilha”. Referindo-se à gestão autárquica, Luís Sil-veira afirmou que os momentos mais con-turbados foram os “primeiros dois meses do ano”, quando começou a “executar o seu orçamento municipal”, num momento em que a edilidade atravessa um “mau período em termos financeiros”. “Temos conseguido, até agora, cumprir com aqueles que são os nossos objetivos, tentando sempre fugir, o mais possível, à entrada em saneamento financeiro”, acres-centou. Para o edil, “para resolvermos os proble-mas temos de assumir que os temos”. “Tenho feito questão de transmitir, aos

munícipes, aquelas que são as dificuldades

da autarquia. As pessoas não percebem

quando dizemos que estamos bem mas

que não conseguimos chegar àquelas que

são as suas solicitações. Tudo o que lhes

transmitimos é a realidade daquela que é a

nossa situação, sobretudo financeira, que é

difícil mas que nós temos conseguido, den-

tro daquilo que são os constrangimentos

próprios da autarquia, estimular a economia

local, realizando algumas obras com algu-

ma dimensão, o que permite criar alguns

postos de trabalho, e continuaremos a fazer

o mesmo em 2015, que será, parece-nos, um bom ano

de investimento, que nos permitirá criar mais postos de

trabalho, de forma indireta, seguindo um caminho para

que, no fim deste mandato, tenhamos um concelho mui-

to melhor, uma autarquia com estabilidade financeira”,

disse o autarca.

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FAIAL

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Corpo resgatado na Praia do Norte Acidente de viação

O Centro de Coordenação de Busca e Sal-vamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), recebeu ao início da tarde do dia 1 de Janeiro, informação do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) da suspeita de um aci-dente de viação na zona da Praia do Norte – Faial. Esta suspeita teve por base a evidência de marcas de pneus na zona do Miradouro da Ribeira das Cabras, detetadas por um popu-lar que alertou as autoridades. Para a zona deslocaram-se equipas da Capitania do Porto da Horta, Polícia Maríti-ma, dos Bombeiros Voluntários da Horta (BVH) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), que, sob coordenação da Capitania do Porto da Horta, efetuaram buscas, tendo detetado uma viatura na base do miradouro. Na ausência de tripulantes no interior viatura, inicia-ram-se buscas ao longo da ravina, tendo sido empe-nhada a equipa de grande ângulo dos BVH e solicita-do ao Centro de Coordenação de Busca e Salvamen-to Aéreo das Lajes (RCC Lajes), da Força Aérea (FAP), o emprego de um Helicóptero EH-101 Merlin. No decorrer das buscas o helicóptero da FAP dete-tou, já ao final da tarde, um corpo numa zona de mui-to difícil acesso e sem possibilidade de recuperação por aquele meio aéreo, pelo que foi direcionada a equipa dos BVH para o local. Com o anoitecer e consequente redução da visibilida-de, de forma a garantir a segurança dos elementos dos BVH envolvidos, as operações de recuperação foram interrompidas, tendo existido a necessidade de o helicóptero recuperar dois elementos dos BVH, operação essa que decorreu sob condições meteoro-

lógicas bastante adversas. As buscas foram interrompidas já durante a noite sendo retomadas na manhã seguinte, cerca das 08:30. No local estiveram equipas da Capitania do Porto da Horta, da Polícia Marítima, dos Bombeiros Voluntá-rios da Horta (BVH) e da Polícia de Segurança Públi-ca (PSP), que, sob coordenação da Capitania do Por-to da Horta, efetuaram o resgate do corpo do indiví-duo do sexo masculino, 35 anos de idade, detetado durante as buscas ao final da tarde de ontem pelo Helicóptero da Força Aérea EH-101 Merlin. A recuperação do corpo acabou por ser concluída durante a tarde de hoje, pela equipa de grande ângu-lo dos BVH, após o que foi transportado para o Hos-pital da Horta.

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ATUALIDADE

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O Breves no MEO #118827

Sismo em São Miguel e Terceira

Abalo de 4,1 na escala de Richter O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) informou que, segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), foi registado às 03h47 de hoje um evento com magnitude 4.1 na Escala de Richter e epicentro a cerca de 36 quilómetros a oeste de Várzea, na ilha de S. Miguel. Este evento foi seguido por algumas réplicas de menor magnitude. De acordo com a informação preliminar disponível até ao momento, o sismo foi sentido com intensidade máxima II/III na Escala de Mercalli Modificada em Porto Judeu, no con-celho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira. O SRPCBA informa também que, segundo o CIVISA, a atividade sísmica localizada entre quatro e cinco quilóme-tros a oeste das Furnas, em S. Miguel, se mantém acima dos valores normais de referência. Ao longo do dia 4 de janeiro, domingo, foram registados 48

eventos com epicentro nesta zona, todos de baixa magni-tude. O padrão de atividade observado permite concluir que os sismos ocorrem em pequenos grupos, alternando períodos de maior sismicidade com fases de acalmia. O sismo mais forte ocorreu às 08h44 de domingo, com magnitude 2.0 na Escala de Richter, teve epicentro a cerca de quatro quilómetros a oeste das Furnas e foi sentido com intensidade máxima II/III na Escala de Mercalli Modifi-cada nas Furnas, concelho de Povoação. Sob o ponto de vista geológico, a sismicidade desenvolve-se no flanco oeste do Vulcão das Furnas, mais concreta-mente numa faixa de direção NNE-SSW onde o bordo da caldeira externa do Vulcão das Furnas é intersetado pelas fraturas de direção aproximada WNW-ESE do Sistema Vulcânico Fissural do Congro.

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Opinião 10 O BREVES - 05 de janeiro de 2014

Por: Susana Mexia Por: Sara Meireles

O sociólogo canadiano, Marshall McLuhan elegeu o paradigma de “ aldeia global”, nos anos sessenta do século passado, para demonstrar como a televisão era uma forma de normalizar e de chegar a todos os confins da terra, com a informação pronta, rápida e eficaz. Revolucionária foi, sem dúvida, a alteração profunda de hábitos e comportamentos que atraiu toda a gente à “caixinha mágica”, a qual passou a ser um altar de adoração em casa de toda e qualquer família que a possuía, rica ou pobre, culta ou humilde, grande ou pequena. Para o bem ou para o mal, todos seduziu atraindo a si as aten-ções de pais e filhos, que se esqueceram dos outros à sua bei-ra, esperando um olhar, um carinho, um afecto, necessitando de falar, contar, ouvir, partilhar e amar – perto do mundo e lon-ge do lar, cada vez mais solitários. Todavia, o problema não está no desenvolvimento da tecnolo-gia mas sim no aproveitamento positivo ou negativo que dela se fizer, toda a evolução é boa se o homem não se deixar escravi-zar ou alienar pelas suas potencialidades. O novo milénio viu nascer de forma acelerada e sem preceden-tes na história da humanidade o progresso tecnológico, nomea-damente a Internet e o telemóvel, que cada vez conquista mais as novas gerações. Os ”novos media” provocaram uma profunda transformação cultural e social, representando um mundo sem confins ou limi-tes, sem fronteiras de acesso a novas relações, de partilha de conhecimento, de intercâmbio pessoal, de riqueza e de comple-mentaridade, discussão e diálogo neste verdadeiro “areópago digital”. Mas não há bela sem senão e as suas potencialidades são tão extraordinariamente complexas, como positivas. A sua grande dimensão e fruição que a todos beneficia, implicam também uma enorme responsabilidade, honestidade e uma educação própria para a sua adequada utilização. Ficar fascinado apenas pelas imensas vantagens que a internet oferece, pode ser uma armadilha, pois ela é um mundo virtual que não cessa quando se desliga o computador. Toda a infor-mação que lá foi colocada continua a circular livremente ao sabor, por vezes, muitas vezes, de todos os que, nem sempre de boa-fé, se apoderam dos respectivos dados. A geração digital vive em rede e ligados ao mundo, mas cuida-do com os conteúdos impróprios, os contactos indesejáveis que podem conduzir a comércios menos éticos, onde crianças e jovens não estão preparados, nem prevenidos ou protegidos para os seus malefícios. Sendo um mundo aberto com acesso a tudo, as “ novas amas tecnológicas” que retêm as crianças no quarto, quietinhos, horas a fio, podem ser um isco fácil e perverso. O perigo espreita dentro de casa, sendo todo o cuidado pouco, o que implica ter de haver uma atenção desmesurada por parte dos pais e educadores, a fim de rentabilizarem o que têm de positivo, possibilitando o bom uso destas tecnologias, que são boas, se forem utilizadas para o bem integral da pessoa e da humanidade. A todos cabe a responsabilidade de colaborar neste sentido, sabemos com a experiência e o tempo já passados, que a Inter-net não é o melhor amigo do nosso filho ou neto, tal como o uso do telemóvel na sala de aula é o principal factor de perturbação e indisciplina, com reflexos irreversíveis na aprendizagem e no aproveitamento das matérias leccionadas pelo professor. Tecnologias de Informação e Comunicação sim, mas com edu-cação adequada, moderação e limites obrigatórios para se evi-tarem comportamentos desviantes, minimizar as suas conse-quências nefastas e rentabilizar as suas potencialidades, que são verdadeiramente extraordinárias para quem as sabe apro-veitar.

Geração Digital Janeiro

Os presentes guardados, a casa vazia, a árvore de Natal desmontada, tudo já passou mas Jesus não se despediu de nós… E nós teremos sido já tenta-dos a esquecê-Lo? Para que isso não aconteça é preciso fazer crescer o Menino que em nós nasceu. Como? É preciso dar-lhe atenção, muito carinho, muito amor, muita en-trega, uma entrega total… Dedicar-Lhe o nosso tempo e, confiantes, vê-Lo crescer em nós. Os dias continuam curtos, frios e o tempo à lareira, propício à reflexão, é ideal para o contacto com Deus, para a oração sentida. Mas que bom seria também fazê-lo logo pela manhãzinha, antes de sair do quentinho da cama, tornando-se um hábito essa conversa com Deus e, assim, começar o dia com outro sentido, cheios fé e alegria. Serão então dias totalmente diferentes e tudo faremos focados e com muito amor. Os resultados aparecerão e começaremos a perce-ber o mundo e a nós próprios de uma maneira dife-rente, vendo em cada ser e em cada situação uma manifestação de Deus e uma oportunidade de cres-cermos em direcção a Ele. À medida que os dias forem crescendo e o sol nos for presenteando, cada vez com mais horas de luz, assim também nós, ao ritmo da naturaza, devería-mos fazer crescer a Luz d´O Menino que em nós nasceu para que na Primavera transborde e possa-mos ser flores e jardins para todos aqueles que con-viverem connosco. E que tesouro sagrado será a vida cheia desta gra-ça!

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Opinião O BREVES - 05 de janeiro de 2014 11

Desculpem se parece disparate, mas, em dois mil e quinze, não quero viver engomada. Engomamo-nos para aparecermos direitinhos e sem vincos ao pé dos outros. Que bonito! Pensamos: tenho esta idade por isso vou fazer isto, depois vou fazer aquilo, porque é assim, porque tem que ser. Isto assim é porque se usa, isto é desta forma por-que eu vi no outro dia, na televisão, naquela revista, naquela pessoa. Deixo-me andar. Um ano e depois outro. E quando fizer não sei quantos anos, vai ser isto e depois aquilo. E ter aquela forma de ser, de estar, de pensar, e ter 2 filhos. Um casalinho. Para que pareça bem. Ai, o Natal, a Páscoa, as férias do verão. A reforma. Isto, isto e mais isto. Oh que triste fadário, o da estranha normalidade a que, inconscientes, nos submetemos na sucessão dos dias, no embrutecimento da alma, no desprezo do nosso fim…! Confuso? Desculpem, a mensagem é simples: engomamo-nos nos nossos vícios. Sem nos aperce-bemos. Estamos submersos na goma da sociedade em que vivemos. Cheia de superficialidade, de vazio; sem decoro, sem moralidade, sem perspecti-va. Sem Deus. Sem Deus, o que é que fazemos aos anseios mais profundos da nossa alma? Condenamo-nos a ser gente vincada pela angústia do tempo que corre, que passa, que voa, desde o momento que a Eva trincou a maçã. Hoje quase toda a gente, mesmo que não tenha por hábito reflectir, perde um ou dois minutos a pensar uma ou duas coisas sobre o passado, o presente e o futuro. Hoje, deve haver muita gente a falar com Deus… Hoje, deve haver mais gente a pensar que não sabemos o dia nem a hora… Hoje, Ele deve ter andar mais ocupado. E por isso, a minha mensagem para Ele esta manhã foi simples, concisa, repetitiva e informal (e também foi bruta, mas Ele já sabe o que a casa gasta) para não Lhe roubar muito tempo: Meu Deus, não quero ir engomada para a cova.

Em 2015, não quero

viver engomada

Por: Frederica Costa

Ano Novo

No dia 1 de Janeiro de cada ano, depois da festa da passagem de ano, é o momento de fazer o balanço do ano que terminou e de perspetivar o futuro. Para o ano que hoje começa as perspetivas, no contexto Nacional, não são muito animadoras: o IVA vai manter-se na taxa atual, o Imposto sobre Veículos aumenta 3%, a cláusula de salvaguarda no IMI que impedia o aumento superior a 75 euros por ano, vai ser eliminada, os impostos verdes vão surgir, o preço da eletricidade vai aumentar, tal como os impostos sobre o tabaco e o álcool, são alguns dos exemplos do que nos espera. Como novidades teremos a aplicação da reforma do IRS e as novas tabelas de retenção na fonte com entregas previsivelmente mais baixas, o ate-nuar ligeiro dos cortes na Função Pública, o fim da Contribuição Extraordinária de Solidariedade nas pensões até 4.611 euros e o aumento de 1% nas pensões mínimas, que corresponderá a um crescimento mensal de 2,5 euros apenas. Nos Açores, apesar do Governo da República ter reduzido as transferências para a Região e de ter diminuído o diferencial fiscal, foram criados meca-nismos sociais que têm atenuado esta crise nos últimos anos. Os números de 2011 e de 2013, recentemente divulgados, são bastante animadores e permitirão, a curto prazo, melhorar a vida dos Açorianos. O Produto Interno Bruto dos Açores (PIB) regis-tou, em 2013, o maior crescimento de todas as regiões do País, com 1,7%. O PIB per capita dos Açores é de 14,9 mil euros, enquanto no Norte era de 13,3 mil euros, 14,0 no Centro e 15,1 no Alen-tejo. A Região Autónoma dos Açores foi a que mais convergiu para as médias Nacional e da União Europeia. Ficamos também a saber que a em 2011 as famílias dos Açores tiveram um rendi-mento disponível bruto de 11.913 euros, superior à média Nacional, que se situava nos 11.532 euros. Apesar de alguns insistirem em puxar para baixo, tentando ensombrar estas conquistas com anún-cios repetidos da maior crise de sempre nos Aço-res, o Governo Regional, numa grande parceria com a sociedade civil, tem avançado na melhoria dos indicadores económicos apesar desta conjun-tura muito difícil que atravessamos. A boa governação e o empenho das empresas e

dos seus trabalhadores dão-nos a garantia que

estamos no caminho certo.

Por: José Ávila

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Última Página O BREVES - 05 de janeiro de 2014

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Há um ano...

FICHA TÉCNICA: Jornal O Breves Inscrito na ERC sob o nº 126151 - Tiragem da edição: 500 exemplares. Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge - NIF: 509 893 678 Morada: Apartado 10, 9800-909, Velas, São Jorge, Açores Diretor: Carlos Alberto Pires - Contato: 927 511 731 - Presidente: Valdemar Furtado - Contato: 916 929 184 E-mail: [email protected] TODOS OS ARTIGOS DE OPINIÃO PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES

Por: Rita Gonçalves

Um dos aspetos interessantes do Dia de Reis é que muito se ouve falar de Jesus. Curiosamente, duran-te a época natalícia propriamente dita, não se pode falar muito de Jesus, não se pode ter presépios nas ruas, nem nas escolas, para não cair em religiosida-des, para não ferir suscetibilidades. Todavia, no Dia de Reis, todas as crianças apregoam o Nascimento Jesus, cantam a entrega do ouro, do incenso e da mirra, usam coroas coloridas, feitas com materiais recicláveis e, pasme-se, até se manda para casa fichas informativas sobre o que se celebra no Dia de Reis, o significado das prendas dos reis magos e até se fala de Jesus. Há qualquer coisa aqui que soa a estranho. Somos assim tão incoerentes, tão inconsistentes? Porque é que Jesus só faz sentido às vezes? Porque é que casamos pela igreja e depois negamos Jesus, negamos a Igreja? Voltamos para batizar os filhotes e depois conversamos com os amigos sobre todas as falácias que nos vendem por aí. O Dia de Reis é um bom dia para pensarmos que presentes queremos oferecer a Jesus neste ano, que agora começa. O tempo que Lhe queremos dar, os assuntos de que Lhe queremos falar, o que Lhe queremos perguntar e, com o tempo, com boas lei-turas e bons conselhos, talvez consigamos ir des-bravando o caminho, afastando as veredas, para ver claro qual o lugar do Menino Jesus na nossa vida, que palhinhas lhe podemos oferecer para o soninho. O Dia de Reis é um bom dia para analisarmos quem têm sido os reis da nossa vida, a que é que vivemos subjugados, onde e quando perdemos o leme. O Dia de Reis é um bom dia para destronarmos o nosso eu vaidoso e egocêntrico para ouvirmos o silêncio divino que há em cada um de nós e assim percebermos que Jesus não está no passado, não é uma personagem de ficção histórica, não é o prota-gonista de uma aventura existencial e epistolar. Jesus é Deus feito homem e isso modifica tudo, ain-da que muitos se envergonhem de o assumir, ainda que muitos se ocupem em o negar.

Dia de Reis