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28 de março de 2013

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Caderno Especial Aniversário 132 de Campos Novos

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CAMPOS NOVOSEM NÚMEROS

Autoria: Gilberto Nunes e José Milton Machado (1989)

Símbolos

BandeiraO azul representa o céu e as águas. O branco representa a paz e a estrela amarela, representa o município.

BrasãoO brasão foi criado em 1969, durante mandato de Dejandir Dalpasquali que encomendou o desenho a um artista da capital do estado e contem os símbolos das fontes de produção do município, representado pelo pinheiro, trigo, cavalo, boi e agricultura mecanizada, e a cruz, que representa a reverencia a Deus.

Emancipação: 30/03/1881

Área: 1.719 km2

População em 2010: 32.824 hab. (40ª estado)Homens: 15.944 / Mulheres: 16.880População urbana: 27.065 (82,45%)População rural: 5.759 (17,54%)Estimativa Populacional: 33.313 habitantes em 2012Eleitores: 24.962 eleitores

IDH: 0,794 (médio)

Base econômica: Agropecuária, metal-mecânico e serviços.

PIB 2010: R$ 863.425.464,00 (33ª economia do estado)

Valor adicionado por setores:Serviços e Comércio: R$ 322,745 milhões (37,38%)Agropecuária: R$ 188,583 milhões (21,84%)Indústria: R$ 173,822 milhões (20,13%)Impostos: R$ 96,18 milhões (11,13%) Administração Pública: R$ 82,091 milhões (9,5%)

Arrecadação ICMS em 2010: R$ 1,15 bilhãoRepasse de ICMS ao município em 2010: R$ 28,7 milhões (16° do estado)

Exportações: 2011: US$ FOB 44.136.330 2012: US$ FOB 39.863.048

Empregos: 7.981Admissões em 2012: 247Desligamentos em 2012: 319

Total de empresas: 2.037 Micro e pequenas empresas: 1.525Empresas criadas em 2011: 190Empresas criadas em 2012: 184

11.321 Carros em circulação 2.228 Motos em circulação 2,23 Habitantes (maiores de 18) por automóvelR$ 2,5 milhões foi a arrecadação com IPVA em 2012, 17,3% maior que 2011.

Campos Novos de tanta beleza,Vibrante cheia de vida,Que tem na soja a riquezaE no gado sua Guarida.Suas terras são pomposas,De um verde sem igual,De planícies numerosas,Um recanto natural.

Campos Novos é garbosa,É gigante, é divina.Bandeira do meu Estado.Celeiro de Santa Catarina.

Os teus filhos seguem trilhasDo grande herói pioneiro,Herança dos farroupilhas,João Araújo Guerreiro.Desbravando nossa terra.Em prol do nosso progresso.Teu trabalho é uma guerraE a luta um sucesso.

Campos Novos é esperançaDa nossa pátria amadaCampos Novos é pujança.Em versos e prosa cantada,Como cresces minha terra.Os teus filhos já sentiuMas não percas tua nobrezaA que sempre conheci

Salve minha terra,De juventude sadiaVigorosa tu despontasEm teus anos de alegriaNovos tempos, rumos novosMais de cem anos de glória!Dando exemplo a outros povosCampos Novos Legendária.

Hino

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UMA hiStóriA eSCritApor muitas mãos

A ssim, como a história do Bra-sil, as terras camponovenses tiveram como primeiros donos os indígenas. Os Guaranis, Kain-

gangs e Xoklengs habitavam essa região e viviam da pesca e caça, coletavam raízes e frutos das matas, pinhão, amora, jabuticaba e pitanga. Campos Novos foi a principal rota dos tropeiros gaúchos que levavam gado até São Paulo, em 1730. As tropas conduziam cerca de 50 mil ani-mais anualmente. Com a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande do Sul e o movimento de tropeiros que cruzavam por esta região, afluíram para cá muitos gaúchos, paulistas e paranaen-ses - pessoas das mais variadas índoles, convicções ou crenças. Mais tarde vieram muitos gaúchos que fugiram da Guerra

dos Farrapos.Seus moradores por necessidade de

um convívio social fundaram um povoado, denominado “Povo Velho” que ficava há dois quilômetros do local onde está loca-lizado o centro, às margens do Rio Taboão, próximo a Estrutural Zortéa. Mais tarde, escolheram a sede – um altiplano de cam-po limpo, circundado por capões de mato e por sete lagoas. Na época, o povoado chamava-se oficialmente Freguesia de São João Batista dos Campos Novos, e em 1854, Campos Novos foi elevada a categoria de distrito do então município de Nossa Se-nhora dos Prazeres de Lages (hoje Lages), ao qual pertencia. Os primeiros posseiros pecuaristas foram Isaias Pinheiro da Silva, João Antunes de Souza e João Gonçalves de Araújo.

Alguns fatos e histórias que contribuíram para o desenvolvimento de Campos Novos nesses 132 anos

Campos Novos em 1954.

Município viveu anos

de ouro com a exploração da madeira,

setor que movimentou a economia por muitos anos.

Com a revolução provincial e com abertura da estrada entre Campos Novos e Curitibanos, os dois distritos, juntamente com o Distrito de Palmas, deram origem ao município de Curitibanos. Naquela época, o Distrito de Campos Novos era forte re-duto do Partido Liberal, comandado pelo Coronel Manoel Ferreira da Silva Farrapo e pleiteavam junto ao Governo da Provín-cia, a separação do distrito do município de Curitibanos, fato que ocorreu por meio da Lei nº 923 de 30 de março de 1881, ele-vando Campos Novos á categoria de mu-nicípio, limitado por Lages, Curitibanos e Palmas. É importante ressaltar que entre 1850 a 1895, a província de Santa Cata-rina contava com apenas 11 municípios. Tão logo emancipado, o novo município passou a ser administrado pelo Coronel

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Farrapo. A vinda de colonos europeus com a

construção da estrada de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, foi o prin-cipal fator de desenvolvimento do muni-cípio. Nesta área, encontravam-se terras férteis, as quais aliadas a baixos preços atraíram levas de colonos vindos do RS, intencionados em desenvolver a atividade agropecuária e a indústria.

Com um território com mais de 15 mil km², aos poucos, os distritos que perten-ciam a Campos Novos foram crescendo, e como é normal ao adquirir maioridade, os filhos procuram tornar-se autônomos e independentes. Foi assim, que a partir de 1934 iniciou-se o processo de emanci-pação dos distritos. Já integraram o terri-tório de Campos Novos, os municípios de Caçador, Rio das Antas, Herval D`Oeste, Tangará, Videira, Piratuba, Ipira, Ouro, Capinzal, Erval Velho, Abdon Batista, Var-gem, Ibicaré, Pinheiro Preto, Fraiburgo e

Campos Novos dia 16 de março de 2013. Aos poucos o desenvolvimento foi chegando e muito mais está por vir.

Monte Carlo. A educação chegou no município em

1907, por mãos do professor Eurico Ba-cellar. O Colégio Serrano era particular e mantinha cursos primário e secundário e teve como aluno de honra, José Athanásio. Em fevereiro de 1909, abriram-se as aulas da Escola Pública, somente eram aceitos meninos e era regida por Ernesto Ferreira da Silva. Em 1924, chegou em Campos No-vos, Ondina Neves Bleyer, ficando a frente do ensino público. Em 1934, inaugura o Grupo Escolar Gustavo Richard. De pro-priedade do estado, a escola contava com 126 alunos e localizava-se nos fundos da Igreja Matriz.

Durante a Campanha do Contestado, conflito pelos limites do Paraná e Santa Catarina, que teve Campos Novos como palco, surgiu na região José Maria de Santo Agostinho por volta de 1911, que fora sol-dado do Exército Paranaense. O “monge” deixara profundas marcas pela sua reli-giosidade, espírito pacifista e conciliador, arrastando multidões atrás de seus conse-lhos e milagres.

A saúde nos anos 30/40 era precária em Campos Novos, não existia hospital e os consultórios não possuíam equipamen-

tos básicos para o atendimento. Salas de cirurgia eram improvisadas nas próprias casas dos pacientes. Um dos primeiros médicos foi Dr. José Athanásio e sua re-sidência foi destinada após sua morte ao Hospital, que leva seu nome. Athanásio era um dos poucos camponovenses que pos-

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A festa é de todos os camponovenses que fizeram história, dos que são o presente e dos que serão o futuro, é de todos os que acreditam nesta terra e por ela trabalham

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suíam automóvel, o transporte individual era feito à cavalo e o coletivo e de merca-dorias era feito por carroças.

Em fevereiro de 1908, a imprensa da época noticiava a fabricação do primei-ro lote de cerveja produzida em Campos Novos. Tratava-se da Cervejaria Serrana “límpida, agradável e convidativa”, dizia o anúncio. A cervejaria pertencia a Victor Rauen.

Nos anos que seguiram, Campos Novos viveu anos de ouro com a exploração da madeira, setor que movimentou a econo-mia por muitos anos. Nos anos 60 e 70, a agropecuária começou a ganhar destaque, com a abertura das primeiras lavouras ex-tensivas e expansão da pecuária, destaque para os primeiros produtores, Beno Mora-es e Ernesto Zortéa. O trigo era a principal cultura agrícola na região na década de 70. Aliás, foi justamente a busca por métodos apropriados de armazenamento do cereal que motivou um grupo de produtores a unir forças e formalizar a primeira coope-rativa agrícola, a Copercampos. Em janeiro de 1993, outra cooperativa abriu as portas apostando no desenvolvimento de Campos Novos, a Coocam. Com a criação da nova cooperativa, os produtores rurais passa-ram a contar com mais uma alternativa para a comercialização da produção, sen-do responsável por um grande impulso na

*Pesquisa realizada no Livro “Campos Novos, um pouco de sua história” de Paulo Blasi e arquivos do Jornal O Celeiro.

economia camponovense. Hoje são cinco cooperativas de grãos em Campos Novos.

O vereador Angelin Rosseti foi um dos primeiros camponovenses a apostar na ideia de exploração das águas sulfurosas do Distrito de Barra do Leão, em 1993. Ele via na implantação do ponto turístico, am-pla possibilidade de desenvolvimento não só do local, mas de Campos Novos. Hoje as Thermas Leonense são realidade, consoli-dado atrativo turístico do município, com fluxo estabelecido de visitantes.

Em 1991 o ensino superior chegou em Campos Novos contribuindo para o apri-moramento profissional do campo empre-sarial rural. A faculdade de Administração Rural da Unoesc foi o curso pioneiro de outros que vieram no decorrer dos anos. O sonho alimentado por lideranças, pro-fessores, alunos, imprensa, com a garra de um povo que sabe lutar pelo quer, tornou--se realidade.

Em 1995, a Eletrosul anunciava a construção da Usina Hidrelétrica Campos

Novos, obra que iniciou em 2000, trazen-do a promessa de incremento na economia e desenvolvimento. Fato que não ficou só na promessa, hoje a geração de energia é a principal fonte de retorno do ICMS para o município, com repasse ao município pela compensação pelo uso dos recursos hídricos na ordem de R$ 14 milhões até o mês de março, auxiliando no investimento em infraestrutura e benefícios ao cidadão. Ainda em 95, o Ministro dos Transportes se comprometeu em concluir a Ponte da Integração, ligando Campos Novos ao esta-do do Rio Grande do Sul, luta encabeçada também pelo Deputado Estadual Romildo Titon, que estava em seu primeiro manda-to na Casa Legislativa. A ponte sobre o Rio Uruguai foi entregue em 1996.

Aos poucos o desenvolvimento foi che-gando e muito mais está por vir. A festa é de todos os camponovenses que fizeram história, dos que são o presente e dos que serão o futuro, é de todos os que acredi-tam nesta terra e por ela trabalham.

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A alta da construção civil, com pla-nos habitacionais nas esferas do governo, somada ao desenvolvi-mento de Campos Novos e con-

sequente aumento da demanda, tornam a cidade uma das mais atrativas da região para investimentos. O resultado é o aque-cimento do setor imobiliário, com a chega-da de muitas empresas do ramo nos últi-mos anos, interessadas no mercado local.

“O setor imobiliário não está aquecido somente em Campos Novos, mas em várias outras regiões do Brasil. O aumento do po-der aquisitivo da população fez emergir a classe C, que vem buscando adquirir sua casa própria. O programa “Minha Casa, Mi-nha Vida” alavancou as atividades no se-tor, trazendo novos investidores devido à demanda e com isso as obras de uma sim-ples casa popular foram tomando novos formatos e hoje Campos Novos tem em-preendimentos que passam de 10mil m²”, destacou o Engenheiro Civil Daniel Chiodi, sócio da Construtora Casa Blanca.

Não há dados detalhados de quantos empreendimentos estão sendo erguidos no município, mas de acordo com Chio-di, os investimentos em edifícios chegam a ser cinco vezes maior comparado com anos anteriores. “Com a evolução do mer-cado e as novas empresas, quem ganha

Mercado imobiliário aquecido em Campos Novos e há espaço para expandir

com isso é o cliente que está mais exigente e tem mais opções para comparar a quali-dade”, destacou.

De acordo com o Engenheiro, um ter-reno central nas Ruas Coronel Farrapo e São João Batista, na zona comercial, que há cinco anos valia em torno de R$ 500 a R$ 1.000 o m², hoje vale o dobro, podendo chegar esse valor até três vezes mais. “No início do aquecimento do mercado imo-biliário, os investidores apenas construí-ram casas e com a valorização dos terre-nos acabaram optando por edifícios. Mas agora com novos loteamentos e os preços dos terrenos voltando ao normal, o mer-cado deve voltar a investir em casas, prin-cipalmente populares aonde temos uma demanda com mais de 1500 unidades”, explicou.

De tijOlO eM tijOlO

O empresário aponta que o mercado imobiliário é um atrativo para investido-res, pois o imóvel rende com o aluguel e valoriza com o passar do tempo. “Tenho investidores que compram na planta e as-sim que concluída a obra, vendem o imóvel e já compram outro somando um lucro em média de 30%”, destacou, lembrando que são necessários alguns cuidados ao com-prar um imóvel na planta como, por exem-plo, verificar se a construtora, incorpora-dora ou pessoa física já entregou algum imóvel, se cumpriu o que foi estabelecido no contrato e qual é a opinião daqueles que já contrataram com a empresa.

Há ainda grande expectativa de pro-gressão para os próximos cinco anos, afir-mou Daniel. “Posso afirmar que Campos Novos tem mercado garantido para os próximos cinco anos, após esse período, nosso temor é que o mercado imobiliário possa congestionar caso o número de ha-bitantes não aumente”. Um dos grandes desafios do setor é a baixa qualificação da mão de obra para atender o mercado.

Investimentos na construção civil chegam a ser cinco vezes maior,

comparado com anos anteriores.

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EconomicamenteAtiVA

D iversos setores contri-buem para geração de ri-quezas em Campos Novos. De acordo com o último

dado consolidado do movimento econômico apresentado pelo Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) de 2010, o Produ-to Interno Bruto (PIB) de Campos Novos atingiu o maior patamar histórico, chegando a marca de R$ 863,425 milhões, apresentan-do crescimento de 8,21% com relação a 2009. Na avaliação dos setores produtivos de Campos Novos, a agropecuária contri-buiu com R$ 188,583 milhões (21,84%), a indústria com R$ 173,822 milhões (20,13%), o setor de serviços e comércio

com R$ 322,745 milhões (37,38%), a admi-nistração pública e seguridade social com R$ 82,091 milhões (9,5%) e impostos R$ 96,18 milhões (11,13%). Os dados apon-tam Campos Novos como a 33ª economia do estado.

A participação do setor agropecuário no PIB do município passou de 23,44% em 2009, para 21,84%, representando decréscimo de 1,6%. No setor industrial, passou de 18,98% em 2009 para 20,13%, representando acréscimo de 1,15%. No se-tor de serviços, que compreende também o comércio e a administração pública pas-sou de 47,37% para 46,88% representan-do decréscimo de 0,49%. Os impostos re-gistraram acréscimo passando de 10,21% para 11,13%, com aumento de 0,92%.

De acordo com os últimos dados conso-lidados da receita da administração públi-

Propulsores do desenvolvimento - comércio, agropecuária, indústria e serviços são as peças-chave do crescimento econômico de Campos Novos

A participação do setor agropecuário no PIB do município teve baixa de 1,6%. Já o setor industrial teve acréscimo de 1,15%.

ca, do ano de 2010, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que o contribuinte pagou e retornou ao mu-nicípio foi de R$ 28,7 milhões, sendo que a geração, transmissão e distribuição de energia, o setor primário que compreende toda a cadeia do agronegócio, a fabricação de papel, cartolina e papel-cartão foram as atividades que corresponderam a maior participação no retorno do ICMS. Entre os 295 municípios catarinenses, Campos No-vos ocupa a 16ª posição em retorno na par-ticipação do ICMS. O repasse do imposto gerado em Campos Novos para o estado em 2010 chegou a R$ 1,15 bilhão e em 2011, R$ 1,25 bilhão.

O número de empresas no município e a diversidade de atividades demonstram que o empreendedorismo está na gênese de nosso povo. As inovações dos empre-sários compõem a força motriz do cresci-mento econômico, juntamente com o setor de serviços. No total são 2.037 empresas de pequeno a grande porte, gerando 7.981 empregos formais. De acordo com o últi-mo balanço do PIB municipal, a indústria subiu o índice de participação, ficando 1,71% atrás do setor mais importante

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para a economia camponovense, a agrope-cuária. Hoje o município busca um perfil econômico na busca pela industrialização do grande volume de matéria prima pro-duzido em seu território, e já destaca-se nos setores metalúrgico (fabricação de máquinas e estruturas metálicas), alimen-tação para animais, vidros, beneficiamen-to de madeira, confecção, frigorífico, mo-veleiro e papel.

De acordo com o Secretário da Indús-tria, Comércio e Turismo, Márcio Azevedo, Campos Novos possui uma área com 12 lotes de até 5 mil m² em fase de licencia-mento ambiental, localizada no perímetro urbano às margens da BR 470 aguardando por empreendedores que queiram investir no município. “Temos recebido visitas de diversos empresários que estão avaliando a viabilidade de mercado. Indústria de trans-formação de materiais reciclados, cimento usinado, fabricação de pré-moldados em madeira são exemplos”, destacou o Secretá-rio, explicando que há cerca de 20 pedidos de empresas de Campos Novos solicitando terrenos.

Geralmente as empresas buscam o poder público para a doação de terrenos,

que desde as alterações na lei municipal de incentivo a indústria, é necessário pas-sar por processo de licitação e pagamento de um valor simbólico ao município, não sendo mais possível a doação pura e sim-plesmente do terreno. Quando se tratar de empreendimento de grande impacto socioeconômico, o município coloca em andamento uma lei específica para apro-

var a doação. “Outros tipos de incentivos podem ser requeridos, como terraplana-gem, abertura de acessos, britagem, mas antes é necessário passar pela Câmara para aprovação”, destacou o Secretário. Um dos grandes desafios da administração é a qualificação da mão de obra local para atender o mercado.

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Os desafios doDeSeNVOlViMeNtO

O Produto Interno Bruto (PIB) tem sido o parâmetro para se falar em crescimento econômico e é até uti-lizado como indicador de desen-

volvimento de uma cidade, estado ou país. Acontece que esse indicador é muito fraco para se falar em desenvolvimento. No en-tanto mede a riqueza geral da economia e nesse quesito, Campos Novos é a 33ª cida-de do estado, de acordo com o último índi-ce divulgado pelo IBGE, referente ao ano de 2010. O valor da soma de todas as riquezas produzidas chega a R$ 863 milhões. Campos Novos está na frente de cidades como Curi-tibanos (38º) com PIB de R$ 621 milhões, Capinzal (40º) com PIB de R$ 591 milhões e Fraiburgo (42º) com PIB de 567 milhões. O município vizinho de Joaçaba está na 31º posição com PIB de R$ 938 milhões.Se dividíssemos esse valor por todos os habitantes, que no último Censo do IBGE somou 32.824 habitantes (com estimativa atual de 33.313 pessoas) teremos uma ren-da média de aproximadamente R$ 26.300 anuais. Observando apenas o PIB surge uma dúvida, pois a maioria da população ganha muito menos de R$ 26 mil anuais e há aque-les que ganham muito acima dessa cifra. O PIB não considera a distribuição de renda e aí está sua maior fraqueza como indicador social. O desenvolvimento, em qualquer concep-ção, deve resultar do crescimento econômi-co acompanhado de melhoria na qualidade de vida, para isso se faz necessário bus-carmos um indicador mais consciente. Um deles, o Índice de Desenvolvimento Huma-no Municipal (IDH-M) revela que em 2000, Campos Novos alcançou 0,794, colocando o município na 152ª posição estadual neste indicador. Considerando o período de 1970 a 2000, o IDH-M do município acumulou uma evolução de 92,7%. O maior avanço foi determinado pela dimensão renda, que no mesmo período evoluiu 218,8%. O índice é

uma média, que leva em conta a expectati-va de vida (73,9 anos, superior a longevida-de média do estado, que está na marca de 73,3), a renda (0,695) e a educação (0,872 - 67,6% superior aos anos 70). Embora esse índice seja amplamente utili-zado, está defasado diante dos dados ofe-recidos pelo Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PMHIS), instituído pelo ex-prefeito Vilibaldo Erich Schimid, onde uma empresa de pesquisa realizou um diag-nóstico da realidade do município em vários aspectos, estabelecendo diretrizes gerais de política urbana que traçam eixos estratégi-cos de desenvolvimento partindo das neces-sidades habitacionais atuais no município, e de estimativas quanto à sua evolução, apon-tando metas e prioridades de atendimento até 2019. O Plano revela um dado alarmante no aspec-to socioeconômico: a baixa renda da popula-ção camponovense, e estipula ações de im-plantação e fortalecimento de programas e ações voltadas para a geração de emprego e renda. Para isso outro problema detectado: população com baixa qualificação profissio-nal o que torna a busca de parcerias para implantação de cursos de qualificação pro-fissional uma tarefa urgente. O norte das úl-timas administrações está sendo este, visto que o plano facilitou e muito na elaboração de políticas públicas em diversos aspectos e se houver um resumo para a obra do ex--prefeito Vilibaldo, pode ser o de “prefeito do planejamento estratégico”. Vale ressaltar que neste quesito, a responsabilidade do ci-dadão em frente ao desenvolvimento coleti-vo inicia-se no plano pessoal. A procura por qualificação profissional também é baixa diante das oportunidades existentes e que estão sendo pleiteadas em Campos Novos, o que agrega outro aspecto para este circulo vicioso - as instituições de ensino precisam de demandas para se instalar aqui.De acordo com o diagnóstico, a renda da

Campos Novos está crescendo diante de nossos olhos, mas ainda existem muitos desafios para superar

Os bairros Nossa Senhora Aparecida, Senhor Bom Jesus e Jardim Bela Vista são os que apresentam número mais elevado de habitações consideradas com padrão baixo e sub-habitações.

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população está assim dividida: 57,4% das fa-mílias recebem até 1,5 salário mínimo (s.m); 35,7% possuem renda na faixa de 1,5 a 3,0 s.m; 4,7% possuem renda na faixa de 3,0 a 5,0 s.m e 2,2% mais de 5,0 s.m. Apenas 6,9% concentram renda acima de R$ 2 mil mensal. Ainda dentro das deficiências socioeconômi-cas, embora o setor agropecuário no muni-cípio seja responsável por uma das maiores arrecadações de ICMS no estado, há falta de agregação de valor à produção agropecuária. A pouca diversificação da economia também foi apontada e ações voltadas para o fortale-cimento da indústria e comércio são urgentes para a geração de renda. A atividade que mais emprega é o setor industrial: com 31,16% da população; o comércio: 25,65%; setor de ser-

viços: 25,55% e agropecuária:13,60%. Uma das ações que devem guiar as atividades dessa administração será reduzir o déficit ha-bitacional, na marca de 850 unidades na área urbana e 350 unidades no meio rural. O diag-nóstico apontou que 55% das famílias en-trevistadas no município, vivem em imóveis alugados, cedidos ou arrendados e o padrão das habitações predominam de médio baixo e baixo na maioria dos bairros, com regis-tros de focos de sub-habitação e ocupações irregulares. Outros fatores foram apontados como pouca oferta de imóveis para compra e/ou aluguel; preço da terra e do imóvel ele-vado para o poder aquisitivo da população; habitações com problemas de titularidade de terra e precárias condições de habitabilidade em alguns bairros. O plano de ação ainda pre-vê a implantação de programa de ampliação e reforma das unidades habitacionais na área urbana, reurbanização e ou relocação das sub-habitações e ocupações irregulares em curto prazo.Outras ações também constam no Plano de Habitação, com execução a curto (3 anos), médio (de 3,1 a 7 anos) e longo prazo (7,1 a 10 anos). Podemos citar ainda algumas medi-das constantes no Plano, como melhorias de sinalização de trânsito; adequação dos pas-seios públicos à lei de acessibilidade; articu-lação a curto prazo para aumentar o quadro de efetivos na área da segurança; readequa-ção do transporte coletivo, com novas linhas,

horários e adequações às necessidades de portadores de deficiência e idosos; aquisição de nova área para ampliação do cemitério que está com capacidade quase esgotada; construção e reestruturação das creches, com aumento do número de vagas; instala-ção de praças em todos os bairros e áreas de lazer, incluindo o interior; construção de no-vas creches e aumento de vagas. Nos aspec-tos ambientais, o diagnóstico apontou focos de degradação dos recursos hídricos princi-palmente por esgotos domésticos e efluentes industriais; pouca ou nenhuma arborização nas ruas; abastecimento de água precário nas comunidades Florão da Serra e Pocinhos; coleta de lixo em algumas comunidades com pouca frequência e falta de profissionais e equipamentos na área da saúde. Falar em desenvolvimento é falar em quali-ficação social, espacial, ambiental e cultural do meio urbano. À gestão pública cabe criar um caminho facilitador, com contribuição popular nas decisões, de forma a possibilitar qualidade de vida a todos os munícipes. O planejamento urbano tem a missão de criar condições para a sobrevivência do sistema e de buscar uma cidade ideal, que seja um lo-cal de troca de realização de acontecimentos, da ciência, do conhecimento, sem desigual-dades. Há um caminho longo para percorrer tanto no Brasil como em Campos Novos em busca do tão sonhado desenvolvimento sus-tentável.

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Quem mora em Campos Novos percebe um crescimento na quantidade de veículos e motos nas ruas nos últimos anos. Dados

do Conselho Municipal de Trânsito reve-lam que nos últimos 10 anos, a frota de veículos registrados em Campos Novos aumentou 129%. Para se ter uma ideia, em março de 2003, Campos Novos tinha registrado uma frota de 7.892 veículos; hoje tem 18.079 veículos; sem contar os veículos que circulam no centro de Cam-pos Novos de toda região da Associação dos Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina (Amplasc), entre outros. Até fevereiro de 2013, os automóveis, cami-nhonetas, utilitários e ônibus somavam 13.937 e motos e motonetas, 2.228. Em 2007, esse número chegou a 8.706 e mo-

tos, 1.250. O aumento das revendas e ascensão

da classe C mostra que a cidade é um bom alvo de investimentos no setor automobi-lístico. Em 2008, o repasse de recursos re-ferentes à arrecadação do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para o município atingiu o valor bruto de R$ 1.257.000, ultrapassando o dobro em 2012, na marca de R$ 2.546.000 de arrecadação somente com o imposto.

Embora os dados apresentem aspectos positivos para o setor, só quem enfrenta diariamente o trânsito em Campos Novos, sabe das dificuldades causadas pelo exces-so de tráfego de veículos e de circulação de pessoas nas ruas. Quem imaginaria, há alguns anos atrás que iríamos enfrentar congestionamento na cidade de Campos

Setor automobilístico está aquecido, mas aponta para um paradoxo: excesso de tráfego de veículos para a infraestrutura do trânsito de Campos Novos

Novos? É o que vemos hoje, principalmen-te nos horários de pico no centro da cida-de. O número de veículos aponta para res-postas urgentes sobre o que deve ser feito para melhorar o trânsito e a qualidade de vida das pessoas.

Em novembro de 2010, foi alterado o flu-xo de veículos para mão de sentido único no centro e foram instalados quatro semáforos para poder estabilizar o fluxo. “O objetivo quando da instalação era fazer com que os motoristas utilizassem outras ruas e assim desafogasse o trânsito no centro, mas todo mundo quer passar pelo centro o que causa esses congestionamentos”, disse o presiden-te do Conselho Municipal de Trânsito (Co-mutran), Roseli Sutil de Oliveira, apontando que as melhorias no trânsito devem passar pela consciência dos cidadãos.

eCONOMiA em trânsito

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O transporte coletivo é apontado como saída, mas antes uma readequação das linhas e horários se faz necessário. “É preciso tirar o usuário do automóvel e levá-lo para o transporte coletivo. Não adianta fazer grandes obras para resol-ver o problema do trânsito, nem há recur-sos suficientes para isso, nem há espaços para acondicionar esses veículos no cen-tro da cidade daqui uns anos, pois a frota vem crescendo muito rápido. Precisamos mudar essa questão da cultura do carro, como objeto de status, ou a bicicleta como algo de alguém que não tem dinheiro para comprar um carro. Precisa ser superada essa ideia, para que a gente possa ter pelo menos nos pequenos fluxos a utilização da caminhada, da bicicleta e não necessitar do uso do carro”, observou Oliveira.

O Comutran ainda apresentou algu-mas propostas interessantes para a me-lhoria no trânsito, como a demarcação individual de estacionamentos através de decreto municipal, com poder de multa. “O motorista só se conscientiza se pesar no bolso. No espaço, por exemplo, onde daria para estacionar dois veículos, vem um mo-torista e estaciona no meio, acabou com o estacionamento. Com essa demarcação proposta pelo Conselho isso irá aumentar

em até 20% os espaços de estacionamen-tos”, destacou Oliveira. Outra proposta do Conselho é a criação de estacionamentos para motos em todas as quadras e proi-bir que motocicletas estacionem fora do estacionamento exclusivo, também com a penalidade de multa aos que desrespeita-rem.

O Poder Executivo investiu alto na infraestrutura das vias, mais de 80% das ruas de nossa cidade são asfaltadas; mas o investimento em relação ao pedestre, ao ciclista, ainda é pequeno. “Hoje se pensa muito em dar mobilidade aos veículos, mas não se pensa no pedestre principal-mente. Nos do Comutran estamos delibe-rando sobre o assunto e já foi solicitado a criação de ciclovias que liguem os bairros ao centro da cidade”, apontou Oliveira. Com crescimento muito rápido da quan-tidade de carros, somado a falta de res-peito à sinalização de trânsito por parte da maioria dos motoristas, cresce outro número: o de acidentes de trânsito. Solu-ções imediatas no trânsito, que a cada dia recebe novos veículos, não são fáceis, mas repensar o modelo de transporte coletivo e a criação de ciclovias, junto com o incen-tivo por parte do poder público está mais do que na hora.

Frota de Campos Novos cresceu 129% em 10 anos.

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Com a frase “Trocar o coldre do re-vólver pela caneta”, Padre Quintílio Costini marcou a história de Campos Novos, especialmente na área educa-

cional. O Sacerdote chegou no município no ano de 1957 e iniciou seus trabalhos na Paró-quia São João Batista, como Vigário. “Encon-trei sobre a minha mesa de trabalho um pe-daço de jornal que tratava do banditismo de Campos Novos, com uma observação: vê onde andas”, contava o Padre Quintílio sobre sua che-gada em Campos Novos. Ele sempre testemunha-va dizendo: “Encontrei sobre a minha mesa de trabalho um pedaço de jornal que tratava do banditismo de Campos Novos, com uma obser-vação: vê onde andas”, contava o Padre Quin-tílio sobre sua chegada em Campos Novos. Ele sempre testemunha-va dizendo: “Encontrei uma cidade com pou-cos habitantes, algumas casas de madeira, ruas sem calçamentos, sem ginásio (escola) algum. A casa paroquial estava caindo aos pedaços. Tudo por fazer. A Igreja estava em boas condi-ções e o Hospital era pequeno, mas suficiente para a época. Encontrei também, uma escola primária, dirigida pelas Irmãs Salesianas”.

Com o apoio do deputado Augusto Breso-la, Padre Quintílio legalizou em Florianópois a criação de uma escola com o nome Dom João Batista Scalabrini. Em setembro de 1960, as aulas iniciaram com a 1ª e 2ª séries ginasiais, com 42 alunos num casarão, local onde está a prefeitura atualmente. Em 1968, o Padre adquiriu uma chácara na saída para Tangará e iniciou a construção do Seminário Paulo VI (hoje abriga a Secretaria Municipal de Educa-ção e a E.E.B. Novos Campos), sendo inaugu-rado no início de 1972. Anexo ao Seminário, o Ginásio São João Batista, a Escola Técnica de Comércio João Batista Scalabrini, a Escola Santa Gema Galgani e a Escola Agrícola.

O sacerdote foi um dos grandes precursores do desenvolvimento de Campos Novos

Padre Quíntilio Um homem à frente do seu tempo

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O primeiro telefone foi adquirido pelo Padre e funcionava entre a Casa Paroquial e o Ginásio. Em seguida foi iniciada por ele uma campanha para conseguir telefone para a cidade o que foi conseguido com muita di-ficuldade. Mais tarde conseguiu um DDD e a instalação de uma agência telefônica, numa peça do Salão Paroquial, construída por ele próprio.

Destacou-se em Campos Novos, particu-larmente no setor da edu-

cação e na comunicação radiofônica, constituindo peças preponderantes para o desenvolvimento. A Rádio Cultura existia desde o inicio de 1957, mas estava fora de fun-cionamento. O Ministério da Agricultura, de quem dependia, na época, a ra-diodifusão, tinha lacrado a Rádio por falta de con-dições técnicas e admi-nistrativas. Na metade de 1957, o Padre foi ao Rio de Janeiro e conseguiu no Ministério a reabertura da emissora. Em 02 de abril

de 1958, a emissora voltou ao ar e passou a ser propriedade da Paróquia São João Batista e consequentemente da Diocese de Lages, a qual pertencia.

Em 1975, com a criação da Diocese de Jo-açaba, a paróquia São João Batista passou a integrá-la. O Bispo Diocesano, Dom Henrique Müller, no mesmo ano de 1975, doou a Rádio à Congregação dos Padres Scalabrinianos, a qual pertence atualmente. Padre Quintílio trabalhou em Campos Novos por 24 anos. No ano de 1974, foi transferido para Serafina Correa e lá montou a Rádio Rosário. Em Cam-pos Novos, era respeitado, por ser um ho-mem que além de ser Sacerdote por vocação, assumia juntamente com os poderes consti-tuídos o desenvolvimento e o progresso do município. Não se intimidava diante das difi-culdades, pelo contrário, convocava todos ao serviço social, empresarial e educacional. Foi um grande mestre da língua portuguesa.

Chegada ao Brasil

Quintílio Costini nasceu na Província de Perúgia, na Itália e ainda menino iniciou sua vida sacerdotal, quando aos 13 anos ingres-sou no Seminário de Bassano Del Grappa, Itália. Dez anos após, antes de completar 23 anos, concluiu a Teologia. Por ainda não ter atingido a idade mínima exigida pelo Direito Canônico, necessitou de uma licença especial do Papa para poder se ordenar.

Em meados de novembro de 1939, em-barcou com mais quatro colegas no Porto de Nápoles a caminho do Brasil e ao longo da cansativa viagem de navio, que durou apro-ximadamente vinte dias, aproveitou o tempo para estudar a língua portuguesa. O primeiro campo de trabalho, no Brasil, foi no Seminá-rio São Carlos de Guaporé (RS), onde desem-penhou as funções de vice-diretor, professor e mais tarde, orientador espiritual. O empe-nho e a boa vontade no estudo da língua por-tuguesa foram tais que, em março de 1940, já estava lecionando português para os alunos do Ginásio. No ano 1946, foi nomeado Vigário da cidade onde também dedicou particular atenção à juventude.

Padre Quintílio foi um homem de cora-gem e irreverência, um homem que estava além do momento que o município vivia, por isso, sua contribuição inquestionável. Sua visão desbravou e lapidou muitas men-tes, colaborando com a formação de muitos camponovesnes. A cidade deve à ele o méri-to da mudança cultural, intelectual e moral, encabeçando verdadeiras revoluções no ser, daquelas difíceis de encontrar nos dias de hoje. Seu nome é lembrado em vários locais, como escolas e edifícios, no busto em sua ho-menagem instalado na Praça Lauro Müller, além de estar na memória daquelas pessoas que tiveram oportunidade de conviver com o Sacerdote. Padre Quintílio Costini faleceu em 20 de março de 1990.

*Os dados do texto são de arquivos de Maria Rossi, Gerente da Rádio Cultura de Campos Novos.

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Indústrias de Campos Novos enviaram volume significativo de produtos para 30 países diferentes em 2012

Campos Novos exportou US$ 39,86 milhões em 2012

Aprodução industrial de Cam-pos Novos, além de atender o mercado local e nacional, também atende o mercado

externo, com volume significativo de pro-dutos para inúmeros países e continentes. A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorrentes internos, pois diversifica mercados, aproveita me-lhor sua capacidade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais.

De acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio, Campos No-vos exportou em 2012 a quantia de US$ 39,863 milhões para 30 países, registran-do redução de 9,6% comparativo ao ano de 2011, quando exportou US$ 44,136 milhões. Os dois últimos anos represen-tam um recorde para o setor de exporta-

ções camponovense. Janeiro e fevereiro de 2013 já acumulam US$ 5,924 milhões em produtos na balança comercial brasileira. Os principais países de destino das expor-tações do município em 2012 foram Vene-zuela, Estados Unidos, Senegal, Gana e Pa-raguai. Juntos, estes países representaram 68,19% das exportações do município.

No total são 41 produtos que tiveram como destino a exportação, de acordo com a classificação da Secex como papel, trigo e soja, madeira de coníferas, máquinas e in-sumos industriais, elevadores para trans-porte de mercadorias, silos metálicos para cereais, correias de transmissão, corrente de rolos e amortecedores de suspensão para tratores e automóveis. As empresas camponovenses que mais exportaram por faixa de valor foram: entre US$ 10 a 50 mi-lhões – Iguaçu Celulose e Papel e Coper-campos; entre US$ 1 e 10 milhões – Bruno Industrial e Andreazza Madeiras; até US$ 1 milhão, Planalto Indústria e Comércio.

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Os principais países de destino das exportações do município em 2012 foram Venezuela, Estados Unidos, Senegal, Gana e Paraguai. Juntos, estes países representaram 68,19% das exportações do município

Campos Novos também é um mer-cado que importa produtos como bens de capital, insumos industriais, peças e acessórios de equipamentos de trans-porte e bens de consumo de outros países. Em 2012 as empresas e indús-trias camponovenses desembolsaram a quantia de US$ 3,989 milhões de nove países de origem e em 2011, US$ 10,509 milhões, de dez países. Em 2012, os principais países que abasteceram o mercado local foram Argentina, China, Áustria, África do Sul e Alemanha, re-presentando 99,31% das importações. Já em 2011, as importações feitas so-mente do Japão e Argentina, repre-sentaram 90,81%. As empresas que importaram em 2012 foram Iguaçu Celulose e Papel, Copercampos, Estru-tural Zortéa, Spolti Informática e Bru-no Industrial. As empresas adquiriram pasta química de madeira de conífera e insumos para a indústria de celulose e papel, feijão, ceifeiras, debulhadoras, aparelhos agrícolas, peças de borracha vulcanizada, ferramentas, partes de maquinas e motores elétricos.

importação

As exportações de Campos Novos atingiram a marca dos US$ 39,8 milhões. As importações somam US$ 3,98 milhões.

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Com base econômica provenientes do agronegócio, indústrias entre outros diversos serviços, Campos Novos desponta no cenário catarinense e cresce ace-leradamente. Embora os desafios sejam constantes, o povo que mora aqui acredita no potencial do muni-cípio e ajuda a construir a história com entusiasmo e comprometimento. Fomos ouvir pessoas da sociedade que foram unanimes em dizer: Campos Novos está no caminho do crescimento.

Campos Novos escrito por quem conhece

Campos Novos vive “Décadas douradas”, com investimentos em todas as áreas, trazendo alavanca do progresso e fazendo jus ao cognome de “Celeiro Catarinense”. Após a construção da Usina Hidrelétrica Campos Novos, o município “acordou” para o progresso, surgindo novas perspectivas. As pessoas passaram a acreditar em seu desenvolvimento novas possibilidades de negócios, por sua vez mais segurança para investir em novas empresas, pequenos e grandes negócios. Uma cidade atraente, maravilhosa para se viver, com ótimo comércio, povo alegre, acolhedor, honesto, guerreiro e trabalhador.

Então aconteceu a grande “virada”, que tanto aguardávamos. Há 20 anos, em uma entrevista para o Jornal O Celeiro, falei para a Jornalista Alceni Basso, que acreditava nessa terra abençoada, disse a ela que seríamos destaques no cenário estadual, nacional e internacional. Hoje isto é uma realidade.

Os desafios para esse desenvolvimento são como na grande maioria dos demais municípios brasileiros, mas na minha modesta opinião, o que precisamos é investir na mais importante riqueza que temos “o ser humano”, sem esquecer também a educação, saúde, meio ambiente, mão de obra qualificada e lazer.

Eu gostaria de ver executados os passeios com calçadas padronizadas, o que proporcionaria um visual lindo para nossa bela cidade. Os jovens que anseiam por um centro esportivo moderno e adequado aos padrões de nossa cidade, precisam ser ouvidos. Quero muito que os novos projetos deem certo, torço e apoio, porque aqui resido, constitui minha família e aqui trabalho, exercendo ainda minha profissão.

O futuro depende do que fizermos no presente. Cabe as autoridades, mas também cabe a nós comunidade planejar de forma adequada a projeção para 20, 30 anos adiante.

Lígia Judit Santos Bresola – Registradora de Imóveis

Dona lígia

Falar de minha cidade natal é sempre uma honra e motivo de grande alegria. Somos Camponovenses e sempre temos a esperança de uma cidade melhor. Melhor para se viver, melhor para empreender.

No decorrer desses 132 anos de História, Campos Novos evoluiu na agricultura, no comércio, no ensino e hoje até no turismo. Parabéns a todos nós povo de Campos Novos que luta por um município melhor e que não espera por um futuro melhor, mas, que empreende hoje com sabedoria porque acreditando no hoje estamos projetando o amanhã.

“Somos Empreendedores do Futuro, porém, nosso futuro é agora. Construímos o hoje pensando no amanhã.”

Gustavo Zortéa – Empresário

Gustavo

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Comemorar 132 anos de emancipação política de um município cujo sustenta o título de Celeiro Catarinense nos enche de orgulho, pois somos filho dessa terra e acreditamos nas pessoas e nas oportunidades que aqui acontecem. Mostra a pujança e o empreendedorismo dos camponovenses que buscam a cada negócio, a cada momento, melhorar a vida de todas as pessoas que residem nessa cidade.

Campos Novos tem um passado rico em histórias e com vários filhos ilustres que essa terra produziu e irá produzir muitas outras pessoas que certamente serão destaques nos diversos setores.

Acredito que o futuro já começou e Campos Novos vive esse momento de progresso e prosperidade, mas tudo isso devemos aos nossos antepassados e a esses visionários do setor privado que irão, cada vez, mais fazer com que Campos Novos, a cada aniversário possa comemorar o progresso.

Parabéns Campos Novos pelos seus 132 anos.

Xande Di Domenico – Agropecuarista

Xande

No ano em que fixei residência aqui no município, em 1970, notei que esse período era início de um novo ciclo de desenvolvimento econômico com nova visão da classe produtora de cereais e da pecuária: Com a fundação da Copercampos, o agronegócio que é a principal fonte econômica, iniciou e alavancou o desenvolvimento. Percebo que Campos Novos iniciou seu desenvolvimento econômico a partir dos meados do século 20, de lá para cá surgiram outras cooperativas, e Campos Novos despontou em outros seguimentos, como indústria, comércio, construção civil e prestação de serviços, elevando o município a cada ano que passa.

Hoje a expectativa da população de Campos Novos é uma melhor qualidade de vida, e nos próximos anos a perspectiva é de um crescimento mais notável no setor industrial e desenvolvimento turístico. Isso é percebível pelo potencial principalmente em matéria prima e pela posição geográfica, onde somos privilegiados.

Valter Zanquett – Contador

Valter

Iniciamos nossa empresa em 1986 porque acreditamos no potencial de Campos Novos. Acompanhamos a evolução e progresso do município, percebemos pessoas de fora investindo aqui, com abertura de novos restaurantes, supermercado e melhorias na infraestrutura.

Campos Novos está no caminho. Para o futuro, minha expectativa é que novas indústrias se instalem aqui, porque geram empregos e o dinheiro circula aqui. Para isso precisamos contar com força política. Um dos desafios a superar, é a baixa qualificação de mão de obra, com investimentos na área da educação.

Zélia Martins – Empresária

Zélia

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Campos Novos é sinônimo de desenvolvimento regional, e a expectativa é que nossa cidade continue crescendo a passos largos, seja pelo investimento público em melhorias na infraestrutura e qualidade de vida da população como também pelos investimentos do setor privado que acredita e investe aqui.

A evolução tecnológica no campo fomenta o desenvolvimento, somado aos notáveis esforços dos setores de indústria e comércio que formam uma economia forte e estruturada. Vejo nos próximos anos resultados de todos esses esforços conjuntos, que trarão a nossa cidade resultados positivos refletindo em melhores condições de vida para toda a população camponovense.

Bruno Cristiano Ferreira – Universitário

Bruno

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Enercan se consolida como grande parceira no desenvolvimento social e econômico de Campos Novos

O desenvolvimento que veio com Usina de Campos Novos

Campos Novos completa 132 anos de uma história em que atravessou diversas etapas no seu desenvolvi-mento e economia, passando pela

exploração da madeira e chegando aos dias de hoje com a alta produção agrícola e a geração de energia elétrica de forma limpa através da Usina Hidrelétrica Campos No-vos.

A Usina Hidrelétrica Campos Novos é um dos maiores investimentos aplicados integralmente em território catarinense – cerca de R$ 1,5 bilhão – e possui como acio-nistas a CPFL Energia, a Companhia Brasi-leira de Alumínio, a Votorantim Metais e a CEEE Geração e Transmissão. Com três unidades de geração de energia, sua potên-cia máxima instalada é de 880 megawatts. Seu reservatório possui uma área de 34,6 quilômetros quadrados e abrange os mu-nicípios de Abdon Batista, Anita Garibaldi, Campos Novos e Celso Ramos.

Possui um reservatório com área inun-dada de 25,9 km² e potência instalada de 880 MW - uma das menores relações entre

área alagada e energia gerada do País. A barragem da UHE Campos Novos é a ter-ceira mais alta do mundo - do tipo enroca-mento com face de concreto – com 202m de altura, comprimento de crista de 592m e elevação da crista na cota 651m.

A Enercan – Campos Novos Energia contribui de forma fundamental para o desenvolvimento sustentável de Campos Novos. Uma das contribuições se deve ao aspecto econômico com o pagamento da Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos. Até o mês de março, a Enercan já repassou aproximadamente R$ 14 milhões ao município de Campos Novos, auxiliando no investimento em infraestru-tura e benefícios ao cidadão camponoven-se.

Além de contribuir com a cidade no aspecto da arrecadação financeira, a Ener-can também atua junto às instituições e população através do apoio a projetos so-ciais, culturais, de educação ambiental e melhoria da infraestrutura, sempre focada na busca do desenvolvimento regional sus-

tentável. Através desses projetos apoiados, é possível proporcionar à população acesso gratuito a vários eventos culturais e desen-volver diversas atividades de conscienti-zação sobre os cuidados com o meio am-biente, não apenas em Campos Novos, mas também nos três outros municípios que compõem a área de abrangência da usina.

A Enercan ainda realiza o apoio a pro-jetos de agregação de renda, que surge para fomentar e auxiliar projetos da região na busca pela melhoria da qualidade de vida da população. Os grupos beneficiados pelo Fundo de Desenvolvimento Regional Sustentável (FDRS) recebem auxílios para o desenvolvimento de planos de ação, fi-nanciamento, capacitação e planejamento da gestão de seu negócio. Deste modo, a ENERCAN se tornou uma importante aliada de Campos Novos e pretende dar seguimen-to aos apoios e parcerias realizadas para trazer a todos os municípios do entorno da Usina Hidrelétrica Campos Novos a melho-ria na qualidade de vida da população.

A Usina Hidrelétrica Campos Novos é um dos maiores investimentos aplicados integralmente em território catarinense - cerca de R$ 1,5 bilhão.

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