Jornal O Circular

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Clube de ciências Há 28 anos, projeto do NPADC - Núcleo Pedagógi- co de Apoio à Divulgação Científica - aproxima os jo- vens da ciência. Feira do Livro Sediada em setembro e outubro no Hangar, contou com oficinas, palestras e homenagens a Cuba e a escritores paraenses. Pág. 3 Pág. 9 Cotas em discussão “Sistema de cotas é uma descriminação positiva”, afirma Zélia Amador em entrevista ao O Circular. Pág. 12 Pág. 12 João Bosco Conheça o trabalho do cartunista, artista premiado internacional- mente, que trabalha há 22 anos no mercado parense produzindo charges, caricaturas e cartoons. Conheça o Murão O espaço onde você encontra ofertas de estágios, bolsas e opor- tunidades de aprendizado na uni- versidade. Além de ficar sabendo os eventos que rolam pela UFPA. Projeto prevê que instituições estatais passem a ser administradas totalmente por meio de recursos privados. O Hospital Universitário Betina Ferro pode ser uma dessas intituições a serem privatizadas. Saiba o motivo e as diversas opiniões de representantes das áreas de saúde, educação e dos trabalhadores das universidades brasileiras. Ed. 1 Ano 1 Período 01/02 Hospital universitário pode ser privatizado pelo governo federal Estágios em alta Empresas apostam em Progra- mas de ‘Superestágios’, colhem os bons resultados da iniciativa e lan- çam ao mercado de trabalho pro- fissionais mais qualificados. Pág. 8 Págs. 10 e 11 Págs. 6 e 7 Págs. 4 e 5

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Page 1: Jornal O Circular

Clube de ciênciasHá 28 anos, projeto doNPADC - Núcleo Pedagógi-co de Apoio à DivulgaçãoCientífica - aproxima os jo-vens da ciência.

Feira do LivroSediada em setembro eoutubro no Hangar, contoucom oficinas, palestras ehomenagens a Cuba ea escritores paraenses.

Pág. 3

Pág. 9

Cotas em discussão“Sistema de cotas é umadescriminação positiva”,afirma Zélia Amador ementrevista ao O Circular.

Pág. 12

Pág. 12João BoscoConheça o trabalho do cartunista,artista premiado internacional-mente, que trabalha há 22 anosno mercado parense produzindocharges, caricaturas e cartoons.

Conheça o MurãoO espaço onde você encontraofertas de estágios, bolsas e opor-tunidades de aprendizado na uni-versidade. Além de ficar sabendoos eventos que rolam pela UFPA.

Projeto prevê que instituições estatais passem a ser administradas totalmente pormeio de recursos privados. O Hospital Universitário Betina Ferro pode ser uma dessasintituições a serem privatizadas. Saiba o motivo e as diversas opiniões de representantesdas áreas de saúde, educação e dos trabalhadores das universidades brasileiras.

Ed. 1Ano 1Período 01/02

Hospital universitário pode serprivatizado pelo governo federal

Estágios em altaEmpresas apostam em Progra-mas de ‘Superestágios’, colhem osbons resultados da iniciativa e lan-çam ao mercado de trabalho pro-fissionais mais qualificados.

Pág. 8 Págs. 10 e 11 Págs. 6 e 7

Págs. 4 e 5

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por: Abílio Dantas

por: Clareana Rodrigues

Piadas em forma de lei

É imprescindível que nunca se perca, não im-porta o contexto social em que vivamos, a consciênciada necessidade de se estudar a comunicação humana.Precisamos sempre estar lembrando aos outros e a nósmesmos: sem a comunicação o homem não existiria.Ele não poderia sobreviver aos percalços pré-históri-cos apenas com seus dentes e unhas frágeis.Seu poderde análise e transmissão de vontades foi a suasalvação.Portanto, não há como entender o passado eo presente, ou prever o futuro, sem a reflexão e o estu-do das práticas comunicativas.

No entanto, esta consciência vem se perdendogradativamente, principalmente se pensarmos nos es-tudantes dos cursos de Comunicação Social. Apesardestes serem os mais concorridos nos vestibulares atu-almente, muitos universitários não possuem a clarezado que é seu objeto de estudo. E acabam tornando-sesomente técnicos em suas áreas e reprodutores da rea-lidade. Surgem, então, pencas de jornalistas de escritó-rio, seres que pensam ser pagos apenas para cumprir

pautas e usufruir seu status social. E também publici-tários interessados somente em seus bolsos, e poucopreocupados com a importante função de seu traba-lho na sociedade; comunicar.

Durante o Encontro para a Opção Profissional,ocorrido na Ufpa neste último final de semana, umadas principais dúvidas dos jovens era quanto ao mer-cado de trabalho. Será que dá dinheiro? Bem, depoisde tanto ouvir essa pergunta, eu elaborei uma respostae, como um dos representantes do curso de Comuni-cação, dizia para todo mundo que chegava: Sim, acre-dito que o mercado está saturado.Mas saturado de ve-lhas idéias.De concepções ultrapassadas, como o des-respeito à inteligência das pessoas. E isto é fruto danão reflexão. Quando há questionamento nascem no-vos pensamentos. E destes, novas ações. Repercutin-do, assim, em algumas mudanças e na ampliação dofamigerado mercado.

Segundo o autor Dominique Wolton, em seu lionipresente em nossa vida; o avião que pegamos para

SAIU!!!

ver um parente distante e o aparato de um hospitalpara receber seus pacientes. Já que não podemos fugirda comunicação, não devemos ignorar os seus estudoe nos levar pela ganância e mediocridade do nosso tem-po. Afinal, só se aprende a comunicar ouvindo e per-cebendo o mundo à sua volta, e não envolto em umateia de ignorância.

Manhã de segunda-feira, 3 de setembro de 2007,iníciozinho do segundo semestre do curso...Novas ma-térias, mesmos professores, novas idéias. Ganharíamosmais responsabilidade: “Preparar um jornal”, dizianosso professor e futuro editor. Nosso primeiro jor-nal. Sabíamos sobre o que queríamos falar, a quemqueríamos escrever, mas qual nome dar a ele? “Quetal ‘O Circular’ “, gritou uma voz no fim da sala. Pri-meiro soou estranho – um jornal com o mesmo nomede um ônibus tão lento –, mas por que não? Pois eramas nos levava até onde queríamos chegar. E depoisde somar os prós e os contras, ele acabou vencendo: “O circular, do básico ao profissional: Esse não te dei-xa esperando”.

Alguns aceitaram o desafio e defenderam suasmatérias. Outros, porém, em meio a conflitos e pro-blemas no curso acabaram descobrindo (não sei se

por causa da loucura que é fazer um jornal ou não)que o jornalismo não era a carreira dos seus sonhos.Dificuldades, alegrias, descobertase o orgulho a cadamatéria fechada tudo isso aconteceu “até o fechamen-to desta edição”.

Falar da universidade era bom. Chegamos apouco tempo aqui e descobrimos que ela é mais ex-tensa e rica em produção de conhecimento do queimaginávamos. Queríamos explorar essa diversidade emostrá-la a quem vem todos os dias estudar, trabalharna UFPA. Enfim, “circular”.

Expressões como “estaremos providenciando”,“vamos estar cumprindo” e “eu vou estar cuidandodisso”, e todas aquelas, portanto, que segundo o dici-onário envolvem a forma nominal do verbo, marcadapela desinência ‘ndo’ (comprando, vendendo, partin-do) de função adverbial ou adjetiva, estão proibidasem repartições públicas. É o que diz uma leiestabelecida pelo governador do Distrito Federal apro-vada recentemente. A justificativa para tal decisão foia ineficiência da máquina estatal em resolver proble-mas. É incrível a criatividade de governadores e pre-feitos quando o assunto é decretar novas leis.

É incrível a criatividade de governadores e pre-feitos quando o assunto é decretar novas leis. Aindamais para explicar a ineficiência do Estado em resolverproblemas da sociedade. Estas leis acabam subestiman-do a inteligência da população e maquiando certas bu-rocracias internas. Até porque não é a primeira vez queisso acontece. E as nossas leis, que deveriam constituir,em tese, pelo menos nossos direitos e deveres, acabamtornando-se motivo de piada nacional.

São leis como a que proibia o uso de trajes caipi-ras em festas juninas para evitar estereótipos. Ou comoaquela que impedia o uso de maiôs e biquínis nas praias

- pois seria um atentado ao pudor. Ou ainda aquela queobrigava padres a “sempre” usar a batina mesmo forada Igreja, para ajudar os romeiros a identificar os sacer-dotes ao chegar à cidade de Aparecida.

Proibir o gerúndio não é diferente. Segundo o autorda lei, isso acabaria com a idéia de que repartições públicassão lugares onde tudo funciona de forma lenta. Melhorar oatendimento não seria a decisão mais sensata nesse caso?Pois então, “Excelentíssimo senhor governador”, ilumineminha ignorância e queira estar emprestando vossa gramá-tica para que possa estar gozando do mesmo conhecimen-to que o senhor. Desde já estarei agradecendo.

EXPEDIENTE○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

COORDENAÇÃOLázaro Magalhães

Ana Petruccelli

Abílio DantasAline FreitasAndréa RemédiosBrena FreireClareana RodriguesFelipe Cortez

REPÓRTERES E FOTÓGRAFOS

Aílton FaroJosé FontellesPaula CatarinaRaphael FreireSuanny CostaWellington Lima

[email protected]

Estudar Comunicação

!

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CIÊNCIA para criançase adolescentes

CI

AN

Quando pensamos em ciência a imagem de umvelhinho de cabelos brancos enfurnado em um labo-ratório é muito marcante. No entanto, um grupo dejovens está descobrindo uma maneira de investigar al-gum fato ou fenômeno cientifico de uma maneira di-vertida e atraente.Trata-se do Clube de Ciências, umprojeto de iniciação cientifica que é desenvolvido há28 anos na Universidade Federal do Pará.

Inicialmente a idéia surgiu da reivindicação deum espaço para a prática da docência dos alunos doantigo curso de Licenciatura em Ciências. Naquela épo-ca o projeto era de um laboratório pedagógico que foichamado de Clube de Ciências, e acontecia na escolaPadre Leandro Pinheiro, no Guamá. Coordenados pelaprofessora Teresinha Valente (atual coordenadora doCentro de Ciências Biológicas), os alunos realizavamatividades experimentais com as crianças dessa escola. A partir disso, a professora Teresinha buscou umaforma de levar essa iniciativa para dentro da universida-de. Foi quando um antigo prédio dentro do campus foicedido para abrigar o grupo, que além de dar aulas paraas crianças, passou a oferecer cursos para a formaçãode professores, resultando na pós-graduação e noMestrado em Ensino de Ciências da UFPA.

FuncionamentoAnualmente são abertas inscrições para estagiá-

rios voluntários – alunos de cursos de licenciaturas – epara alunos de rede pública desde a 1ª série do ensinofundamental até o 2º ano do ensino médio, num totalde 200 alunos, 35 voluntários e nove bolsistas.

Projeto busca aproximar jovensdas questões científicas

O Clube procura aproximar os jovens da ciên-cia, fugindo da tradicional metodologia das salas deaula. São realizados experimentos, debates, jogos, pas-seios, mostras de filmes, coletas e aulas informatizadas.“Dois grupos são muito beneficiados: os estudantes eos professores. Os primeiros porque acabam partici-pando de uma forma diferente do conhecimento cien-tífico. Porém muito mais os professores que começama praticar a docência, se desinibindo; se preocupandomais com a avaliação, o planejamento, a execução dasaulas antes de entrarem no mercado de trabalho”, dizo atual coordenador do projeto, o professor Jesus Bra-bo. “Todos saem ganhando, pois os alunos ampliam

Jesus Brabo comanda o projeto há 10 anos

Por: Brena Freire e Raphael FreireColaborou: Clareana Rodrigues

Grande parte dos alimentos comercializadosno campus do Guamá apresenta contaminação porbactérias e coliformes fecais. É o que constatou oresultado recentemente divulgado por uma pesquisadesenvolvida desde 2003 por alunos especialistasda própria universidade.

A avaliação das condições higiênico-sanitá-rias de sucos e salgados é uma das metas do Pro-grama Integrado de Apoio ao Ensino, Pesquisa eExtensão da Universidade Federal do Pará (Proint).A pesquisa é coordenada pela bióloga ConsueloSouza de Lima, professora da UFPA e coordena-dora do Curso de Engenharia de Alimentos.Consuelo é responsável também pelo Laboratóriode Microbiologia do Departamento de Engenha-ria Química.

Para a realização da pesquisa foi feito ocadastramento, com o apoio da Prefeitura doCampus, de 45 pontos comerciais, entre boxes e

Pesquisa aponta a contaminaçãodos alimentos vendidos no campus do Guamá

cantinas do Básico e do Profissional. Após o cadastrofoi elaborado um mapeamento de pontos de pesquisa.Após o cadastro foi elaborado um mapeamento depontos de pesquisa. Destes, foram selecionados 34 paracoleta de salgados, totalizando 102 amostras, e 40 pon-tos para coleta de sucos, somando 120 amostras.

Após a análise microbiológica dos salgados, foidetectado que 11,6% tinham quantidades de coliformesfecais – em avaliações a 45º C - acima dos padrõeslegais permitidos para higiene e consumo. Entretanto,não foram detectadas as presenças de Estafilococoscoagulase e de Salmonela nessas mesmas amostras.

Os sucos apresentaram resultados mais alarman-tes. A análise concluiu que 47,5% estavam imprópriospara consumo. Destes, 5% apresentaram resultadospositivos para Salmonela, 2,5% para Salmonela ecoliformes e 40% mostraram altos índices decoliformes.

Medidas - Desde 2004 a pesquisa foi redirecionadapara a avaliação microbiológica de pratos prontosà base de carne e de saladas comercializadas noCampus. Houve o cadastramento de 16 estabele-cimentos, do Básico e do Profissional, incluindo oRestaurante Universitário. A vistoria apurou que quasetodos os pontos comerciais estavam abaixo de 70%da adequação às boas práticas de fabricação. O resultado da análise realizada com os su-cos e salgados comercializados em algunsestabelecimentos no Campus da UFPA foram re-passados para os responsáveis pelos pontos comer-ciais, para que esses se certificassem das condiçõeshigiênico-sanitárias de seus alimentos. A Prefeitu-ra do Campus também tomou posse das informa-ções. Elas deverão servir de base para o programade segurança alimentar que está sendo implantadopela unidade.

Por: Brena Freire e Raphael Freire

Foto: Brena Freire

seus horizontes e percebem que são capazes de fazerciência e os professores têm a possibilidade de entra-rem em contato com diversas mentes na prática de en-sino”, conta Alex Pina, um dos bolsistas do projeto.

Apoio e patrocínioO Clube de Ciências conta com recursos do

Núcleo Pedagógico de Apoio à Divulgação Científica– NPADC -, do Proint, através de apoio financeiro, daProex (Pró-Reitoria de Extensão), que financia as ex-cursões, da Fadesp, do CNPq e do Cinep. A inici-ativa também tem apoio da SEDUC, que cede algunsprofessores para ministrarem aulas.

O Clube de Ciências é um dos diversos proje-tos existentes dentro da UFPA que buscam de algumaforma beneficiar uma parcela da comunidade atravésdo compartilhamento de todo o conhecimento cientí-fico que é produzido dentro da universidade.

Foto: Clareana Rodrigues

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por: Suanny Costa e Abílio Dantas

O Projeto de Lei 92/07, quepropõe a transformação de instituiçõespúblicas em fundações estatais do direi-to privado, vem suscitando polêmicas ediscussões desde o primeiro semestre de2007. Os setores do Estado responsá-veis pelas áreas da saúde, ciência etecnologia, assistência social, meio am-biente, cultura, desportos, promoção doturismo nacional, previdência comple-mentar do serviço público e comunica-ção social poderão ter seus órgãos deação estruturados por regras da iniciati-va privada, principalmente quanto à exe-cução de serviços e gerência dos orça-mentos.

(Fasubra), João Paulo Ribeiro, discordoudo ministro. “Nós achamos que existemoutros métodos, outras formas de finan-ciamento, que não precise ser a entregados nossos hospitais públicos à iniciati-va privada”.

Polêmica - Em reunião ordiná-ria realizada nos dias 12, 13 e 14 de ju-nho, o Conselho Nacional de Saúde re-jeitou a proposta do Governo Federal.Francisco Batista Júnior, presidente doConselho, não acredita no PL 92/07. Eleafirma que em vez de “terceirizar a ges-tão dos hospitais, deveriam ser resolvi-dos os problemas existentes no SistemaÚnico de Saúde (SUS).As fundações

também teriam vícios, como a indica-ção política de administradores”,

diz Batista, que reclama tambémdo “profundo desrespeito como controle social” que o Go-verno Federal cometeu ao ela-borar uma proposta referen-te à saúde no Brasil sem ou-vir o Conselho.

Imagem: Diolene Machado

Foto: divulga-ção

Hospitais universitáriospodem virar fundaçõespúblico-privadas

“Nós achamosque existem outros

métodos, outrasformas de

financiamento, quenão precise ser a

entrega dos nossoshospitais”

Os 45 hospitaisuniversitários ligados às instituições pú-blicas de ensino, como parte do SistemaÚnico de Saúde, também entrariam nesteesquema. A possível mudança foi deba-tida no seminário “Hospitais Universi-tários: Concepção, Papel e Missão”, re-alizado em Brasília no mês de outubro.

Durante o encontro, o ministroda Educação, Fernando Haddad, defen-deu as fundações como importantes paraa reestruturação da relação dos hospi-tais com as universidades. Para ele, amaior adequação seria justamente no fi-nanciamento.

José Gomes Temporão, minis-tro da Saúde, também se diz a favor doprojeto, como declarou em entrevistas.Temporão acredita que a transformaçãode instituições públicas em fundações es-tatais do direito privado é um “avançona gestão pública, que permitirá ao Es-tado agir com mais eficiência e rapidez”.

Mas o coordenador-geral daFederação dos Sindicatos de Trabalha-dores das Universidade Brasileiras

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O que são fundaçõesEstatais de DireitoPr ivado?

Betina Ferro e Barros Barretoanos de tradição

Destinado ao ensino, assistência e pesquisacomo formação integral de graduação e pós-gradua-ção de profissionais da área da saúde, o Hospital Uni-versitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) foi funda-do em 18 de outubro de 1993e é referência estadualem Oftalmologia, Otorrinolaringologia – oferecendoResidência nessas duas especialidades – e em Cresci-mento e Desenvolvimento Infantil. Ainda na área deassistência especializada, ambulatorial e hospitalar, oBettina pretende tornar-se o primeiro hospital especi-alizado na área de cabeça e pescoço, inclusive com aexecução de cirurgias de fissura labiopalatal.O hospital possui ainda serviços complementares quesão: Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Serviço Soci-al, Farmácia Hospitalar, Fonoaudiologia, Fisioterapiae Terapia Ocupacional.

O atendimento no Bettina chega aproximada-mente a 51.230 por mês e sua inserção é 100% pelosistema único de saúde (SUS).O HUBFS fica localizado no Campus IV da UFPA,em Belém – Rua Augusto Corrêa nº 01, Bairro Guamá,com aceso pela Avenida Perimetral, Bairro da TerraFirme.

O Hospital Universitário João de Barros Barreto(HUJBB) é uma instituição da Universidade Federaldo Pará (UFPa) e tem como missão prestar assistênciaà saúde da população, por meio do Sistema Único deSaúde (SUS), como também atuar na área de Ensino ePesquisa e na geração e sistematização de conhecimen-tos É referência regional em Pneumologia, Infectologiae Endocrinologia e Diabetes, e Referência Nacionalem AIDS.A instituição começou a funcionar em 15 de agosto de1959, com atividades destinadas, exclusivamente, aotratamento de pacientes portadores de tuberculose.Desde sua fundação, o HUJBB vem desempenhandoum papel importante no diagnóstico, tratamento e con-trole de doenças infecciosas e parasitárias no Estado.

Como Hospital de Ensino,oferece Internato em Medicina, dispõe de Programasde Residência Médica, assegura acompanhamento do-cente para os estudantes de graduação e desenvolveatividades de pesquisa.O HUJBB é considerado um dos principais serviçosde saúde do Estado do Pará e Região Norte.

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Foto: Abílio Dantas

Os recursos das instituições estatais tra-mitam pelo Orçamento da União, o que signi-fica que sempre que uma autarquia precisar re-alizar alguma despesa precisa consultar o Te-souro Nacional. Para muitos, inclusive o go-verno, isso representa um elevado grau deburocratização das instituições que as tornamprecárias ou mesmo engessadas em suas ativi-dades.

As Fundações Estatais de Direito Priva-do representam um novo modelo de gestãopública que terá receitas e patrimônios própri-os, autonomia financeira, de gestão de pessoal,gerencial e, principalmente, orçamentária.

Com isso, existe uma real possibilidadede que essas fundações, a citar os Hospitais Uni-versitários comecem a cobrar por seus servi-ços já que as receitas virão, além de outras for-mas, da própria atuação das fundações.

Esse modelo, de acordo com Ministériodo Planejamento, objetiva dotar o governo deagilidade e criar instituições que atuem de for-ma concorrente com a iniciativa privada. Po-rém, isso requer uma série de mudanças traba-lhistas, pois a forma de contratação de pessoalregida pelo Regime Jurídico Único (RJU) e quegarante estabilidade ao servidor público serásubstituída pela Consolidação das Leis Traba-lhistas (CLT), significando assim o fim da esta-bilidade e desconto, por exemplo, do FGTS

(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), jáprevendo uma possível demissão.

Além disso, essas Fundações terão imu-nidade tributária e serão isentas da contribui-ção da seguridade social, ou seja, receberão re-cursos do governo para exercício de suas ativi-dades, mas em contrapartida não contribuirãopara a formação do fundo público. Para a pro-fessora da ESS/UFRJ, Sara Granemann, “Aconclusão possível deste arranjo privatista é oda transferência de fundos públicos aos capi-tais particulares”.

Agência Câmara (por site)“Fundações Estatais: Projetos de Estado do Capital”,por Sara Granemann. (disponível em site)

ESPECIAL

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MURÃO

QUEBRA-CABEÇAS DA PESQUISA CIENTÍFICANO QUARTAS DE ANTROPOLOGIA

PESQUISA: UM PROCESSO CONTÍNUO

PARADA

Para a socióloga, que entrou no mun-do da pesquisa no sexto semestre do seu ba-charelado - através do Projeto ExtracurricularTemático da UFPA, o PET -, a iniciação cientí-fica é fundamental ao desenvolvimento do es-tudante enquanto pesquisador. O auxílio finan-ceiro representado pelas bolsas de estudo tam-

INICIAÇÃO CIENTÍFICA É ALTERNATIVAÀ EVASÃO UNIVESITÁRIA

A construção do trabalhocientífico é um processo que demandatempo, paciência e, acima de tudo, vonta-de de encontrar respostas para questõesinquietantes. Há quem diga que se tratade um “quebra-cabeça”, cujas peças nun-ca estão perfeitamente encaixadas. Naedição do encontro Quartas de Antropo-logia do dia 17 de outubro, a sociólogaKirla Korina dos Santos Anderson minis-trou a palestra A pesquisa como quebracabeça (?): a construção do trabalho cien-tífico, onde abordou as etapas de criaçãodo trabalho, a importância da iniciaçãocientífica e outras questões relacionadasà produção científica.

Para Kirla Anderson, que é gradu-ada em Ciências Sociais pela UFPA e mes-tra em sociologia pelo Programa de Pós–Graduação em Ciências Sociais da UFPA,“o trabalho científico é um esforço contí-nuo de aprimoramento da ciência”. Suaprodução envolve basicamente cinco eta-

pas: a escolha do tema, a seleção da bibli-ografia de base, a definição do campo depesquisa, o levantamento dos dados obti-dos na pesquisa e a produção escrita.

Entretanto, Kirla ressalta que o “tér-mino” do trabalho é apenas o começo de umnovo e relevante processo: a apresentação emeventos científicos, seguida da recepção das

relativização, fundamental quando se trabalhacom valores culturais diferentes dos seus”.

Para a estudiosa, o trabalho éconstruído com o tempo. Além disso, são fun-damentais ainda o ambiente de produção doconhecimento, que é afetado pelo convívio fa-miliar, e o orientador, “tanto para direcionara pesquisa como para a sugestão de fontes”,ressalta .

Para a socióloga, que entrou no mun-do da pesquisa no sexto semestre do seu ba-charelado - através do Projeto ExtracurricularTemático da UFPA, o PET -, a iniciação cien-tífica é fundamental ao desenvolvimento doestudante enquanto pesquisador. O auxílio fi-nanceiro representado pelas bolsas de estudotambém “atrai” o estudante para as “causasda ciência” e impedem a evasão estudantil dasuniversidades, à medida que rompe odistanciamento entre alunos e professores. Se-gundo Kirla, essa experiência científica inicialinfluenciou decisivamente sua escolha pelo ca-minho das pesquisas em sociologia.

considerações da comunidade acadêmica. Issopermite, segundo Kirla, o encaixe de novas“peças” ao trabalho original. Ela também com-parou o trabalho científico a um “guarda-chu-va”, cujo “centro” representaria o tema prin-cipal de uma dada pesquisa, e a sua estrutura(suas ramificações) representaria os caminhosque a pesquisa pode tomar.

Experiente na área de Antropologiae Sociologia e dedicada a estudos de gênero,família e educação, ela também comentou napalestra a importância de ter conseguido abolsa de iniciação científica e a figura doorientador na elaboração dos seus primeirostrabalhos. Durante sua pesquisa, que levou aconclusão da dissertação de mestrado Lugarde mulher é em casa?Cotidiano espaço e tempo entremulheres de famílias de pescadores, ela confessouque considerava um absurdo as mulheres pre-ferirem ficar em casa a estudar e ter uma vidaprofissional.

“Quando relatei a experiência à mi-nha orientadora, ela me ensinou o conceito de

bém “atrai” o estudante para as “causas da ci-ência” e impedem a evasão estudantil das uni-versidades, à medida que rompe odistanciamento entre alunos e professores. Se-gundo Kirla, essa experiência científica inicialinfluenciou decisivamente sua escolha pelo ca-minho das pesquisas em sociologia.

Page 7: Jornal O Circular

NO MURÃOUm muro por onde pintam

grandes oportunidadesde aprendizado.

Isso é o MURÃO!A agenda de O CIRCULAR.

Para divulgar eventoscientíficos, sociais, bolsasde pesquisa ou vagas deestágio, ligue 81799199ou envie um e-mail [email protected].

Este é o seu espaço.

Revalidação de DiplomasEstrangeiros

Realização: De 12 a 27 dedezembro de 2007.Informações:

Site: http://www.ufpa.br/derca/infodestaques/

an_doc12122007.html 

ICSA - Lançamentode Livro

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às 17h

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Lançamento de livro sobrePalacete BolonhaPalacete Bolonha: umapromessade amor.Realização: Dia 19, Memorialdos Povos, ao lado doPalacete Bolonha, 18h30m.

Habilitação paraMobilidade

Acadêmica 2007Informações:

Site http://www.ufpa.br/

dercainfodestaques/vestibulinho

200713122007.html.

Unidades de Conservação em

Martírios/Andorinhas:

perspectivas ambientais,

sócio-econômicas, culturais

e turísticas.

Realização: 17 de dezembro

de 2007, Auditório do

Instituto Centro Sócio-

Econômico) - UFPA - R

ua

Augusto Corrêa, nº1, 17h.

OperaçãoCampus Sempre Limpo

Realização:de 12 a 19 de dezembro de 2007,

Campus do Guamá.Informações: Prefeitura doCampus / Fone: 3201-7154.

Prorrogadas as inscrições para o curso de mestrado em Matemática e Estatística 2008Inscrição: Secretaria do Programa de Pós- Graduação em Mestrado em Matemática eEstatística, 9h-14h/ 15h-18.Informações: Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFPA - Campus Guamá. Site: http://www.ufpa.br/ppgme.

Page 8: Jornal O Circular

Essa proposta de lei é mais uma atitude emergencial e de tapa buraco, poisse aprovada daqui há alguns anos vão querer dizer que o número de adolescentesque já são mãe diminuiu. Mas é lógico estão matando as crianças antes delas nasce-rem e entrarem paras as pesquisas. Estão querendo é tapar o sol com peneira. Muitas pessoas vão dizer que tais medidas citadas acima para evitar uma gravidezindesejada não vão dar certo, pois o sistema único de saúde(SUS) é muito precárioe a população não vai ter conhecimento de tais possibilidades.Mas se pensarmosbem, se o SUS não tem dinheiro para remédios, camisinhas e campanhas de pre-venção a gravidez,vai ter para fazer abortos. E a mãe que vai abortar, que dizem terengravidado por falta de conhecimento, será que ela sabe os ricos de se fazer umaborto, por mais seguro que ele seja? Ao praticar o aborto a mulher pode perder oútero, desenvolver infecções sem contar nos possíveis danos psicológicos, comopor exemplo a depressão. Praticar o aborto é crime e legalizá-lo é agir contra o direito a vida. Temos queeducar a nossa população e não agirmos como açougueiros. Chega de medidasemergências e irracionais vamos agir pensando no futuro. Não podemos permitirque legalizem o aborto, pois se permitimos isso, legalizaremos um crime.

O ministro da saúde José Luis temporão encaminhou uma pro-posta de lei,ao senado, que garante o direito de abortar a qualquer mulher, independentementedo motivo que a levará a tal ato criminoso. No Brasil o aborto é permitido e é direito de toda mulher, quando, suavida está em risco ou em caso de gravidez originada por estupro.Porem o nosso ministro da saúde não acha essas aberturas suficientes e quer tornaro aborto legal em qualquer situação. A gestante vai poder fazer como fazem osjovens com o vídeo game, enjoou desliga. O que querem fazer com a legalização do aborto é combater as maselas sociais.

O número de mulheres que engravidam e que não podem criar seusfilhos é muito grande porem não é matando a criançaque evitaremos que ela morra de fome. Ao invés de se investir em campanhas deconscientização, distribuição de métodos contra

aceptivos e na criação de entidades de apoio as mães após a gravidez,não nós vamos é matar a criança que não tem culpa nenhuma da realidadeem que vai nascer

Novos rumos do estágio por: Aílton Faro

Estão querendo legalizar o aborto!por: José Fontelles

Na era da empregabilidade em que carteira assinada tende a se tornar artigo escas-so e o mercado exigindo profissionais cada vez mais qualificados. As Universida-des estão buscando adaptar-se às novas exigências do mercado de trabalho. Alte-rando seus currículos, programas e atividades para garantir a inserção profissionaldos estudantes. O estágio tornou-se uma ferramenta fundamental para essa inser-ção, uma forma de encurtar a distância entre a universidade e o mercado. Emestudos recentes a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que muitas empresasvêem investindo na contratação de estagiári-os e que o departamento de recursos huma-nos dessas empresas apontam o estágio comoa melhor forma de avaliar a qualidade da mão-de-obra que futuramente irá formar o seuquadro de profissionais.

O mesmo estudo mostrou que ainteração Universidade-Empresa no Brasil ain-da é muito pequena comparada as economiasmais desenvolvidas como a União Européia,Estado Unidos e Japão e emergentes comoChina, Rússia e Índia. Essa interação pode sertrabalhada de diversas maneiras e os resulta-dos dessa ação constitui o desenvolvimentosócio-politico e tecnológico. Além disso, ainteração promove o crescimento cientifico-educacional do país. No Brasil, grande partedas universidades apresentam atividades quepermitem a aproximação do setor produtivocom o acadêmico, porém o estágio predomina como a principal estratégia de interação.

A pesquisa apontou que no primeiro semestre de 2007 houve um cresci-mento de 20% na oferta de vagas para estágio incentivado também por ações go-vernamentais. Porém, tem se revelado uma realidade problemática, a qual muitasempresas se valem da lei que regulamenta a atividade do estágio para explorar osestudantes utilizando-os como mão-de-obra barata. A lei 6494/ 77 prevê que oestágio não cria vínculo empregatício. Isso significa que a unidade concedente nãotem encargos trabalhistas, ou seja, o estagiário não possui direito a férias remunera-das, 13º salário, aviso prévio e fundo de garantia. Alem disso, não é raro que osjovens sejam obrigados a executar atividades que não competem à sua condição deestudante e estagiário.

Uma boa fuga dessa realidade são as empresas juniores, onde diferente-mente das outras empresas, os estudantes podem participar de todos os procedi-mentos que compõem o processo de gerenciamento e de tomada de decisão, per-

mitindo que adquiram experiência e espaço para criar e assumir riscos, com estaatitude, o estagiário desenvolve as habilidades que o mercado procura. Mas qual ashabilidades que o mercado procura? A questão envolve uma série de variáveis, masas empresas mostraram-se unânimes ao apontar duas características como essenci-ais. São elas a capacidade de atualização e a habilidade para trabalhar em equipe.

Isso porque o mercado de trabalho brasileiro vem passando por grandestransformações nas últimas décadas. Segundo especialistas, essas transformações

são decorrentes principalmente da orientaçãodo modelo de desenvolvimento adotado peloBrasil e da política de controle inflacionário.Em outras palavras, a inserção da economiabrasileira no processo de globalização, geran-do alterações significativas sobre os fluxos decomércio e de capitais, sobre a basetecnológica, gerencial e organizacional dasempresas e sobre o mercado e as relações detrabalho; ou seja, uma economia aberta e com-petitiva capaz de se modelar, de se adaptar aoritmo dos fluxos globais. Que exige dos no-vos profissionais a mesma capacidade de ino-vação e que tenha criatividade e rápida toma-da de decisão. Essa realidade fez com que gran-des empresas cedessem mais espaço para a atu-ação dos seus estagiários.

Super estagiáriosA exemplo da Volkswagen, em São

Bernardo do Campo-SP, que integrou a sua equipe de engenheiros 64 estagiários, osquais são testados em diferentes setores da empresa, trabalhando até no planejamen-to e fabricação de projetos como o do Polo um dos principais modelos da fábrica noBrasil. O resultado foi significativo e a multinacional garante dar continuidade noprograma. Outras empresas tomaram outra postura, também pertinente a essa reali-dade. Elas passaram a contratar profissionais recém-formados somente após verifica-rem a qualidade de seus estágios. Uma das questões mais problemáticas que a huma-nidade vem enfrentado é a do desemprego em massa, provocado - de um lado- pelarecessão da economia mundial e - de outro- pela entrada de novas tecnologias noprocesso produtivo. E retornando ao que foi dito no início dessa matéria, as Univer-sidades se vêem obrigadas a se adaptarem a novas demandas do mercado para solu-cionar a crise estrutural pela qual o emprego vem pas-sando. Isso ocorre em certotom desesperador e a uma certa crise existencial. Servir à sociedade ou ao mercadoem certa relação à Deus e ao diabo. Aos dois parece ser o maisapropriado.

RA

EXTRA

Page 9: Jornal O Circular

Uma das mais antigas e maiores universidadesdo Brasil, a UFPA, é dona de um imenso e valorosoacervo histórico. Para abrigar tal riqueza, a universida-de comprou em 1962 a residência de AugustoMontenegro, governador do estado do Pará de 1904 à1908. O prédio conhecido como Palacete Montenegroe que a quase meio século funciona como museu daUFPA, está localizado na avenida Governador JoséMalcher no bairro de Nazaré.

O museu da UFPA é um dos poucos prédioscom autor conhecido, o italiano Filinto Santoro. Para asua construção foram utilizados materias, em sua mai-oria, italianos.

Devido a particularidade de tais materias, a suarestauração se torna muito cara, lenta e cautelosa paraque não ocorra nenhuma perda histórica nas estrutu-ras e no acervo do museu. Por essas dificuldades na sua restauração, hoje, o pré-dio se encontra em lastimável estado de conservação,com inúmeras mutilações em suas feições originais oque impede, também, a plena realização das atividadesdo museu.Como: ações educativas, exposições, espe-táculos e oficinas.

IHGP – Memória Fotográfica é uma das expo-sições em execução no museu. Ela apresenta 30 repro-duções de fotografias originais pertencentes ao acervodo IHGP. As imagens foram impressas digitalmentesobre papel, respeitando a grosso modo o formato e oaspecto dos originais. A seleção inclui retratos no for-mato “carte de visite”, vistas de logradouros (como aBasílica em construção) e eventos, como a comemora-ção do 15 de novembro em 1920, organizada peloIHGP. As fotografias selecionadas privilegiam o perí-

Conheça o Museu da UFPA por: José Fontelles

odo do século 19 e são oriundas de estabelecimentoscomo Fidanza, Oliveira e Contente, além de casas es-trangeiras. A exposição visa atrair a atenção do públicopara uma coleção inédita de originais fotográficos. O pe-ríodo de visitação vai até 9 de dezembro, as terça-feira

de 9 às 17 horas e aos sábados de 9 às 13 horas. Aentrada é gratuita.

Além disso, o Museu da UFPa, através dasua Biblioteca está desenvolvendo o Projeto “Re-cuperação e Difusão do Acervo Musical da Cole-

ção Vicente Salles”. Este projeto,aprovado na Lei Rouanet, conta compatrocínio da PETROBRAS. O Pro-jeto é coordenado pelo musicólogoJonas Arraes. A equipe de trabalho doprojeto é formada por profissionais dasáreas de biblioteconomia e música.O projeto encerrou sua primeira fasepriorizando a catalogação, higie-nização, digitalização e edição dasmais de 1000 partituras manuscritasdo acervo. O acervo de música daColeção Vicente Salles conta aindacom discos vinis, inclusive vários de78 rpm, fitas de áudio e partituras edi-tadas no Pará na segunda metade doSéc. XIX e início do Séc. XX.

A biblioteca do Museu daUFPA pode ser chamada de coraçãodo prédio. Com um acervo de cole-ções de livros, periódicos, partituras,recortes de jornais e materiais especi-ais, como discos, fitas, fotografias, emgrande parte produzidos ou versandosobre a Amazônia. Em breve o museuterá uma exposição, apenas, de artistasparaenses.

Nos dias 13 e 14 de dezembro, a partir das18h, será realizado no Espaço Cultural Vadião, naUniversidade Federal do Pará (UFPA), oRock’in’Rio Guamá. O evento será umamostra de bandas universitárias de rock eé promovido pelo Diretório Central dosEstudantes da UFPA (DCE).

A idéia surgiu a partir de um even-to também chamado de Rock’in’rioGuamá, que foi realizado na própria uni-versidade nos anos 80. Os coordenado-res de cultura do DCE resolveram resga-tar a memória desse evento e com isso fa-zer a segunda edição, décadas mais tarde.

O Rock’in’Rio Guamá é um even-to sem fins lucrativos, com o objetivo da promoção eda divulgação das bandas universitárias que tocam Rock- e com liberdade de tendências, tais como Heavy Metal,

Punk Rock, Hardcore, New Metal, Thrash Metal, Rock’nroll, Grunje e todas as outras.

Para mostrarem os seus tra-balhos musicais em dezembro,no mínimo 25% de cada bandadeve ser compostas por univer-sitários de qualquer instituiçãode ensino superior.As bandas autorais têm de apre-sentar um material em áudio ouem vídeo para serem avaliadas.O DCE, com o apoio do Cen-tro Acadêmico de Letras (CAL)e do Centro Acadêmico de Pe-dagogia (CAPE), já recebeu

mais de 30 inscrições de bandas autorais e covers. A or-ganização espera receber ainda mais material, pois as ins-crições – que estão sendo feitas no pavilhão G do Campus

Rock na UFPA?por: Raphael Freire

Evento promove mostras de banda de rock

Básico e no E do Campus Profissional - foramprorrogadas até o dia 30 de novembro.

Segundo Patrick Pimenta, diretor do CAL ecolaborador do DCE, haverá outras versões doRock’in’rio Guamá. “Essa é só uma amostra dasbandas tanto autorais quanto covers. Ano que vemnós já estamos pensando em fazer uma organiza-ção, para que haja premiação, num festival de rock”.

A coordenação Cultural do DCE tambémestá programando outros eventos para 2008. Aintenção é fixar um calendário onde, além dotradicional forró, ao menos uma vez por mês, sejamapresentadas mostras de MPB e carimbó, saraus eexposições fotográficas,todas realizadas poralunos da UFPA.

Colheita de castanha (de Augusto Morbach - Museu UFPA)

C ULTURA

Page 10: Jornal O Circular

Jornalista do traço João Bosco Jacó de Azevedo, 46, trabalha há 22 anos na imprensa paraense.

O jornalista diz que seu talento com o traço foi herdado do avô. Porém, ocartunista também afirma que, além de talento, é necessária informação para seproduzir.” Não existe inspiração para fazer uma charge”, afirma Bosco.

A carreira do caricaturista começou no jornal “A Província do Pará”, em 1983.Há 19 atua apenas como chargista e diagramador do jornal “O Liberal”. Ao

longo da sua vida como ilustrador e jornalista, publicou dois livros: um decartoon, intitulado “Qual é graça?”, e outro de charges sobre o governo Itamar,“A insuportável lerdeza do ser”.

Seus trabalhos já foram vistos em diversas revistas de todo o País, entre elas Veja eImprensa. Caricaturista renomado, sempre participa de salões de humor e já ganhou oitoprêmios nacionais e internacionais em festivais famosos como o Ranan Lurie e o V SalãoInternacional de Humor de Pernambuco.

O cartoon éum desenhode caráterhumorístico.Não apresentanecessariamentealgum tipo decrítica. Podeser feito com opropósito do“riso pelo riso”,chamado também“humor non sense”.

Page 11: Jornal O Circular

Caricatura é o desenhode um pesonagem da

vida real, como políticose artistas. O traço

enfatiza ascaricterísticas mais

marcantes da pessoaretratada.

Charge é uma sátira que mostracasos da política ou do cotidiano.Este tipo de desenho temcaracterística temporal, por tratargeralmente das notícias domomento. Na época do BrasilImpério, a charge foi muitoutilizada pelos folhetins para criticaro governo de Dom Pedro II.

ARTE EM FOCO

Page 12: Jornal O Circular

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ção

O debate sobre o sistema de cotas raciais é amplo em todo o país.Nele repousam questionamentos sobre práticas assistencialistas, política deeducação e também sobre a, questão descriminatória, a mais discutida den-tro desse debate.

A primeira universidade a adotar o sistema foi a Universidade Esta-dual do Rio de Janeiro (UERJ), em 2003. Nesse ano muito se justificousobre a necessidade da implantação e seus possíveis resultados a curto pra-zo. Hoje o sistema de cotas está presente em cerca de 30 instituições públi-cas de ensino superior no Brasil.

por: Andréa Mota e José Fontelles

6. Então, as cotas não acabam funcionando como uma “discrimina-ção positiva”?

Z.A.-Pode ser entendida assim sem nenhum problema. Até porque as polí-ticas de “ação afirmativa” recebem esse nome em países da Europa.

7. Esse mecanismo de auto–indicação não seria problemático?Z.A.- Não sei. A universidade verá isso no processo. Não parto do princípio

de que toda a população brasileira é dada à fraude ou é dada à corrupção.Muito pelo contrário, acho que as pessoas são de boa fé.

8. Como e quem fará a classificação da pessoa negra?Z.A.- Na verdade a universidade está trabalhando com a auto-indicação. Eudigo que sou negra e ninguém discute isso.

9. Estudantes paraenses de ensino privado foram os únicos a pro-testar contra a implantação de cotas raciais. Isso não gera umapreocupação sobre um possível agravamento do preconceito noEstado?

Z.A.- Eles não estão protestando contra a cota racial. Eles estão protestan-do porque entendem que estão diminuindo as possibilidades de se entrar nauniversidade. Porque das vagas da UFPA, 2 mil, em tese, já estão reservadaspara os estudantes de escolas públicas.

10. Pelo fato de passarem por instituições precárias, existe a possibilidade desses alunos terem o desempenho prejudicado na universidade? Eles podem ser marginalizados nas salas de aula?Z.A.- Diziam que os estudantes de cotas iam baixar a qualidade do ensino,que eles não iam ter um bom desempenho. Pelo contrário, na maioria dasvezes esses alunos possuem um desempenho melhor do que aqueles quenão entraram por cota.

11. O sistema de cotas deve ser acompanhado por programas de cunho assistencialista como o Bolsa Alimentação, Bolsa Tra-balho e outros?

Z.A.- A universidade tem ou já deveria ter, inde-pendentemente, do sistema de cotas. Ela já de-veria ter o que podemos chamar de assistênciaestudantil. Assim como uma série de políticaspara dar conta de pessoas de baixa renda.

Na Universidade Federal do Pará (UFPA) a proposta de cotas raci-ais trouxe agitação à comunidade estudantil. Os debates se revezam entre osbenefícios e as problemáticas do sistema.

As discussões se acirraram a partir de 2006, com a proposta apre-sentada pelo Grupo de Estudos Afro-Amazônicos da UFPA, já votada peloConselho Universitário da instituição (Consun).

O projeto foi aprovado com alterações ao texto original. Ele prevêque já em 2008 o vestibular reserve 50% das suas vagas para o ensinopúblico e outros 50% para o ensino privado. Da fatia do bolo destinado àsescolas públicas, 40% das vagas serão destinadas para estudantes negros.

Para obter maiores informações sobre esse tema polêmico A equipe de OCIRCULAR conversou com Zélia Amador, integrante do Grupo de Estu-dos Afro-Amazônicos da UFPA.

1. Que resultados o sistema de cotas em universidades pode dar paraa inclusão social no Pará?

Z.A.- Aumentar a presença de negros em todos os cursos. Esse é o resulta-do que esperamos. O beneficio maior é para a própria universidade queassim poderá descobrir novas linhas de pesquisa.

2. Vocês acreditam que a exclusão racial tem cor?Z.A.- Não sou eu quem diz isso. É o IPEA. Segundo seus dados, existem22 milhões de pobres no Brasil. Desses, 60% são negros.

ZÉLIA

3. Já que a maioria negra do País é de baixa renda, porque as cotasnão são direcionadas apenas pó esse critério? Eles não continua-riam sendo assistidos pelas cotas?

Z.A.- Nós não estamos discutindo aí a pobreza. A pobreza é um dadoque tem que ser enfrentado. Para a universidade enfrentá-la, tem quepensar em outros mecanismos. O que estamos discutindo não é a po-breza, e sim a exclusão racial. E esta para nós não se mistura com aexclusão social. Elas são duas coisas separadas.

4. Qual a justificativa de se implantar o sistema de cotas para negros?Z.A.- Segundo dados do IBGE e do IPEA sobre a população universitáriabrasileira, 2% dessa é negra. Isso configura uma situação grave. Se a popu-lação é, praticamente, 47% preta e parda na Constituição, seria muitadisparidade só termos 2% nas universidades.

5. Qual a justificativa de se implantar o sistema de cotas para negros?Z.A.- Segundo dados do IBGE e do IPEA sobre a população universitáriabrasileira, 2% dessa é negra. Isso configura uma situação grave. Se a popu-lação é, praticamente, 47% preta e parda na Constituição, seria muitadisparidade só termos 2% nas universidades.

ENTREVISTA