Jornal O Ponte Velha - Edição de Março 2014

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RESENDE E ITATIAIA - MARÇO DE 2014 Nº 215 . ANO 20 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com SUB-DES-ENVOLVIDOS! A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mia Couto Edição com trilha sonora para a bicicleta de Nino Rota “Desenvolvimento é o novo nome da paz” Paulo VI, Populorum Progressio (26/3/1967) Tá Tu Do Do Mi Na Do o poste enfim no prumo, mas a cidade.... o jogo secreto passarela para aleijados políticos Tu Dor Mim Homem sendo reciclado A mão aberta

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Cultura, política e história

Transcript of Jornal O Ponte Velha - Edição de Março 2014

  • RESENDE E ITATIAIA - MARO DE 2014N 215 . ANO 20 - JORNAL MENSAL

    DISTRIBUIO [email protected]

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    SUB-DES-ENVOLVIDOS!

    A maior desgraa de uma nao pobre que em vez de produzir

    riqueza, produz ricos.Mia Couto

    Edio com trilha sonora para a bicicleta de Nino Rota

    Desenvolvimento o novo nome da pazPaulo VI, Populorum Progressio (26/3/1967)

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    2 - O Ponte Velha - Maro de 2014

    P O L I T I C L Y AMARCO ESCH PTN 605 0,99%ROMRIO PSB 596 0,98%WASHINGTON REIS PMDB 558 0,92%CHICO ALENCAR PSOL 548 0,90%LEONARDO PICCIANI PMDB 448 0,74%JANDIRA FEGHALI PC do B 427 0,70%LUIZ SERGIO PT 414 0,68%ELYMAR SANTOS PP 381 0,63%

    20 mais votados 49.580 81,54%Votos dos demais, inclusive legenda 11.223 VOTOS VLIDOS 60.803 Votos brancos 4.312 Votos nulos 3.085 VOTOS APURADOS 68.200 Abstenes 15.503 CADASTRADOS 83.703

    Os comentrios do item 1, an-terior, sobre as candidaturas a Deputado Estadual servem, da mesma forma, para os candidatos Cmara dos Deputados.

    3. A FILIAO DA DRA. ANA PAULA AO PMDB

    Nosso atento leitor, Paulo Rocha, levantou a lebre que a Dra. Ana Paula no consta como filiada a nenhum partido poltico, no site do TSE. Ns temos certeza de que ela se filiou ao PMDB, pois estivemos presentes na cerim-nia pblica, na Cmara Municipal de Resende, no dia 08/03/13. Quem acessar o site do Jornal A Voz da Cidade, poder ler uma completa matria, feita por jornalista daquele conceituado jornal, alm de ver uma ilustrativa foto do momento da filiao, onde aparecem o Presidente Estadual do Partido, Jorge Picciani, o Pre-sidente da Cmara Municipal de Resende - Bira Ritton, o Dr. Jos Rechuan - Prefeito de Resende e o Deputado Federal Washington Reis, alm da Dra. Ana Paula, entregando sua ficha de filiao ao Jorge Picciani. Alm de ter se filiado, a Dra. Ana Paula integrou a Comisso Provisria do PMDB em Resende, ao lado de Marcial Jornalista responsvel:

    Gustavo Praa de Carvalho Reg. 12 . 923

    Arte grfica: Afonso PraaEdio: Marcos Cotrim

    21-8833. 2248 24- 9301 . 5687

    [email protected] www.pontevelha.com

    Expediente

    1. LTIMA ELEIO PARA DE-PUTADO ESTADUAL (2010):

    Nosso propsito relembrar os mais votados em Resende, como tambm mostrar a dificuldade de Resende eleger um Deputado Estadual.

    O primeiro grande problema a absteno. De 83.703 eleitores cadastrados em Resende, as abstenes totalizaram 15.503 votos, o que resultou em 68.200 votos apurados. Destes 68.200 votos apurados, 3.967 eleito-res votaram em branco e 3.438 anularam o seu voto, resultando 60.795 votos vlidos. Dos votos vlidos, 80,36% (48.859 votos) foram para os 20 mais vota-dos aqui. Os votos nos demais candidatos totalizaram 11.936, ou 19,64% dos votos vlidos.

    Como se v, alm da absten-o, dos votos brancos e dos votos nulos, ainda temos que lu-tar contra a disperso dos votos. Esta pulverizao tira preciosos votos de candidatos, que, se eleitos, poderiam nos representar.

    Ns, eleitores, podemos corrigir isto concentrando nossa votao em candidatos por Resende, eliminando os chamados para-quedistas que aparecem aqui na poca da eleio, e s se ouve falar neles, no pleito seguinte.

    OS 20 MAIS VOTADOS EM RESENDE 2010

    Candidato / Sigla/ Votos / % Vlidos

    NOEL DE CARVALHO PMDB 21.476 35,33%DR JULIANELLI PSB 9.241 15,20%VAL PR 4.719 7,76%TULIO BASTOS PDT 3.207 5,28%PEDRO FERNANDES PMDB 1.907 3,14%LEANDRO SAMPAIO PPS 908 1,49%EDSON ALBERTASSI PMDB 905 1,49%INS PANDEL PT 865 1,42%GUSTAVO TUTUCA PSB 756 1,24%WAGNER MONTES PDT 711 1,17%

    FLAVIO BOLSONARO PP 708 1,16%JOAO BOSCO PTB 564 0,93%ALEXANDRE CORREA PRB 432 0,71%CHRISTINO UREO PMN 418 0,69%CIDA DIOGO PT 379 0,62%RAFAEL PICCIANI PMDB 365 0,60%JOS NADER PR 346 0,57%CHEREM PSOL 327 0,54%ROOSEVELT BRASIL PMDB 316 0,52%PAULO RAMOS PDT 309 0,51%

    20 mais votados 48.859 80,36%Votos dos demais, inclusive legenda 11.936 19,64%VOTOS VLIDOS 60.795 100,00%Votos brancos 3.967 Votos nulos 3.438 VOTOS APURADOS 68.200 Abstenes 15.503 CADASTRADOS 83.703

    2. LTIMA ELEIO PARA DE-PUTADO FEDERAL (2010):

    0S 20 MAIS VOTADOS EM RESENDE 2010

    Candidato / Sigla/ Votos / % Vlidos

    PEDRA PV 12.198 20,06%ALEXANDRE SERFIOTIS DEM 9.771 16,07%NOEL DE OLIVEIRA PDT 6.485 10,66%HELIO MOURA PR 4.058 6,67%ALCIDES DE CARLI PRB 3.449 5,67%DELEY PSC 2.584 4,25%JAIR BOLSONARO PP 2.097 3,45%DENILSON PC do B 1.520 2,50%GAROTINHO PR 1.370 2,25%RODRIGO BETHLEM PMDB 736 1,21%FERNANDO JORDAO PMDB 699 1,15%BENEDITA PT 636 1,05%

    Correa, Vereador Clio Silva (Caloca), Vereador Romrio e Reinaldo Raely. O que aconteceu depois, no sabemos, ainda. Ao que tudo indica, foi apenas um erro material, que poder ser con-sertado. Vamos aguardar.

    4. REVISTA ACONTECE IN-TERIOR - BASTIDORES DA POLTICA -

    Quem gosta de ficar bem infor-mado sobre poltica no pode perder a excelente coluna de Julinho Esteves, na Revista Acon-tece Interior, denominada Basti-dores da Poltica. Sua anlise das candidaturas a Governador do Estado do Rio, na edio deste ms de maro, est imperdvel. Parafraseando o Obama: Julinho Esteves o cara!

    5. TESTE SEUS CONHECI-MENTOS SOBRE A POLTICA REGIONAL

    Cabo Euclides e Professor Silva

    A respeito da foto acima, marque a opo correta:

    ( a ) Rechuan discursa pedindo calma aos companheiros que ainda esto na Secretaria do Purgatrio.( b ) Rechuan declara seu apoio So-raya para Deputado Estadual em 2014.( c ) Rechuan discursa informando que sua irm, Dra. Barcita, disputar uma cadeira na ALERJ, em 2014.( d ) Este a o Professor Jos Arima-tha, conceituado Prefeito de Pinheiral/RJ, em foto do PT/Rio, no lanamento do Programa Capacitao dos Produtores Rurais de Pinheiral.

    7. TEM GENTE MARCANDO GOL CONTRA Certa vez, o saudoso Jos Sarquis foi con-vidado para fazer uma palestra para executivos de uma grande empresa. Chegou bem cedo ao evento e, aps conversar bas-tante com os assistentes, resu-miu sua palestra em uma frase lapidar: Desam do pedestal. Se fssemos hoje falar para o secretariado do Rechuan, nossa vontade seria copiar o Jos Sarquis: Desam do pedestal. E andem nas ruas. Percebam que a empfia prima-irm da incom-petncia. Olhem as pequenas coisas. So essas miudezas que falam no dia-a-dia das pessoas. Por exemplo, no Jardim Jalisco, defronte a Arena Gol e o Hospital da Unimed, existe um buraco que, diariamente, visitado por centenas de motoristas. Onde est o responsvel por esse buraco? Antes que os demais secretrios censurem este cole-ga, olhem, primeiro, os buracos de sua prpria pasta. Quem o responsvel pelo cemitrio de au-tomveis, na entrada da cidade? Quem o responsvel pela co-leta de lixo nas marginais do Rio Paraba? Quem o responsvel pela imundcie dos banheiros do Parque das guas? Resumindo, desam do pedestal!

    6. CMARA MUNICIPAL DE RESENDE CRIA COMISSO DE DEFESA DA PESSOA COM DEFICINCIA -

    O site da Cmara Municipal de Resende informa a criao da Comisso Permanente de Defesa da Pessoa com Deficincia, for-mada pelos Vereadores Thiago, Stnio, Carlos Santa Rita e So-raia. Muito bom, pois assim certa-mente ganharemos um eficiente aliado no combate ocupao irregular das vagas destinadas a veculos de deficientes fsicos.

  • Maro de 2014 - O Ponte Velha - 3

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    1 - Se a Prefeitura de Resende fechar a passagem por terra da Praa da Concrdia para a Ponte Velha, a fim de forar o uso da passarela moderna, es-tar coagindo a maior parte das pessoas, que prefere a passagem por baixo. E a passagem pelo sinal e pelas faixas da rua per-feitamente possvel sem preju-zo para o trnsito. H tambm o problema dos deficientes e dos que tm fobia com altura. Fechar a rua seria adotar uma medida absurda para justificar um investimento errado. Lem-brei de uma passagem do livro O Stio do Pica Pau Amarelo, do Monteiro Lobato, que conto abaixo:

    Um belo dia chegou ao stio um rinoceronte, de quem a Emlia ficou logo amiga, batizando-o de Quindim e integrando-o aos outros ha-bitantes dali. Mas dona Benta a politicamente correta leu no jornal que um rinoceronte fugira de um circo estrangeiro e comunicou o fato por carta ao governo. O governo criou logo o Servio de Caa ao Rinoceronte, subordinado ao Ministrio do Interior. Depois de uns seis meses se estrutu-rando, j contando ento com 150 funcionrios, a repartio mandou uma equipe cata do bicho. Da estrada eles viram o Quindim deitado na porteira, coisa que ele fazia a maior parte do tempo. Foi armado ento um canho para o tiro fatal. Mas a Emlia, que j tinha ido l ver os homens e assuntava a questo, foi dizer a dona Benta que o tiro devia ser dado do stio para o lado da estrada, pois percebera, pelas conversas, que eles no queriam matar o rinoceronte, porque iam ficar sem os empregos, e, errando o bicho, fatalmente acertariam em alguma rea do stio.

    Qual o teu Negcio, o Nome do teu Scio?

    Dona Benta concorda e manda um bilhete pela boneca; o chefe do Servio responde com outro bilhete, e depois de mais duas trocas de bilhe-tes o chefe do Servio decide que no possvel ficar se comunicando daquela forma. Retiram-se para a cidadezinha mais prxima e telefonam para o Ministrio argumentando que era preciso instalar uma linha telefnica entre a estrada e o stio. Ficam hospedados num hotel at chegar a equipe tcnica que finca os postes e estende a linha, aproveitando para trabalhar perto da por-teira nos momentos em que o Quindim no estava l. Pronta a linha, fica resolvido que pre-ciso uma festa de inaugurao, com a presena de autoridades, inclusive o Ministro.

    Pois bem: no dia da inaugu-rao, por um acaso, o Quin-dim fica no mato e no vem se deitar na porteira. O chefe do Servio fica aflito; no fazia sentido a linha telefnica sem o Quindim ali atrapalhando o caminho. Enche o saco de dona Benta, que enche o saco da Emlia, que vai no mato pedir ao Quindim para vir se deitar na porteira. O rinoceronte,

    cheio de sono, pergunta bone-ca por que os homens no vo andando falar com dona Benta. A boneca no sabe uma respos-ta satisfatria; e o rinoceronte, cheio de boa vontade, levanta o corpanzil e dirige-se para a por-teira, pensando que se a Emlia, que ele considera a pessoa mais esperta daquele stio, no entende aquilo, ele tambm no vai tentar entender.

    2 Numa pequena histria, como numa pequena obra, ns vemos o assunto do Estado superpoderoso, enganosamente representando a vontade popu-lar atravs das formas da nossa atual democracia; formas, por sinal, que vm sendo questio-nadas pelo planeta afora. Como disse muito bem o General Fi-gueiredo, a democracia relati-va. A gente quer um grau maior de apuro, de representatividade, coisa para muito alm das asso-ciaes cooptadas pelo Estado. Possivelmente seja mesmo a educao o lento caminho para uma base forte. Nas formas atuais, a democracia nos d um Estado que como uma planta parasitria; suga as energias da planta hospedeira, a socieda-de esta ltima com razes na terra e por isso produtiva. O cineasta Jos Padilha recorreu outro dia a esta imagem em artigo na Folha de So Paulo. Uma boa imagem, que no deve ser nova. E a gente pensa logo em dois efeitos colaterais: de um lado o enfraquecimento das razes que a sociedade en-tranhou por sculos na terra; de outro, o Estado vendo a cidade e o campo como empreendi-mentos em prol de seus scios, que so as grandes corpora-es e empreiteiras, plantas tambm sem razes. E assim, entre outras coisas, vai por gua abaixo a cooperativa dos nossos pequenos pecuaristas, e

    toda a cultura que ela guarda, porque a sociedade vai tomar leite em p da Parmalat. Isso moderno e, como sabemos, no h como contestar o que moderno. A passarela com tirantes atende, entre outros interesses, dimenso esttica do moderno.

    Emlia, por Manoel Victor Filho para o livro A Reforma da Natureza, 1941

    Morreu Srio Silva

    Morreu Srio Silva, conhecido lder espiritualista da cidade. Nasceu em 1921, em Conselhei-ro Lafayete, e era o mestre de um Grupo de Auto-realizao inspirado na doutrina yogue em Resende, onde chegou em 1942.

    Escreveu A vida a divina me - Diretrizes para autoconhe-cimento e auto-realizao. Foi entrevistado, como ex-vereador, por Jos Len, no Projeto En-contro Marcado com a Histria. Trabalhou na roa, em mina, e ficou conhecido em Resende pela oficina de mquinas de costu-ra, visitando os clientes em sua inseparvel bicicleta. Era mem-bro da Academia Resendense de Histria.

    Srio Silva e sua companheira, pro-fessora Dulce de Paiva Whately

    A vida, senhor Visconde, um pisca-pisca. A gente nasce, isto , comea a piscar. Quem pra de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar abrir e fechar os olhos viver isso. um dorme e acorda, dorme e acorda, at que dorme e no acorda mais [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, isso. Um rosrio de piscados. Cada pisco um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela ltima vez e morre. E depois que morre?, perguntou o Visconde. De-pois que morre, vira hiptese. ou no ?

    (Memrias de Emlia, 1936)

  • 4 - O Ponte Velha - Maro de 2014

    Eliel de Assis Queiroz Itatiaia em pauta

    Entretanto, no decorrer da reunio, o Secretrio Municipal de Itatiaia que representava a Prefeitura deixou claro que o motivo maior no era o alegado inicialmente, mas sim o risco de Itatiaia perder reas para novos investimentos. Ser que no existem outras atividades econmicas, alm de fbricas e montadoras de automveis, mais compatveis com as vocaes naturais deste que um dos mais belos municpios brasileiros? Ser? No acredito.

    O Secretrio Municipal de Itatiaia alegou tambm que o Estado cria Parques, mas no indeniza os proprietrios; cria Parques, mas no os dota com estrutura operacional suficientemente apta para gerencia-los. Tudo isso verdade. Mas entre um Parque mal criado e uma rea de enorme relevncia ambiental sendo ocupada por fbricas e mon-tadoras, ou outra atividade qualquer incompatvel com a preservao ambiental, ficarei sempre com a primeira opo.

    A rea do PEPS que incide sobre Itatiaia de suma importncia para a qualidade de vida da nossa regio e do nosso Estado. No estamos falando de uma rea qualquer, mas sim do entorno do Parque Nacional do Itatiaia, o primeiro a ser criado no Brasil. Alm de proteger o Parque Nacional do Itatiaia, o que por si s j justificaria perpetuar aquela rea como de interesse pblico, a rea em questo forma mosaico e corredores ecolgi-cos entre outras unidades de conservao, pblicas e privadas.

    A qualidade do ar que respiramos aqui na Regio das Agulhas Negras s tende a piorar. Veja a quantidade de veculos que trafega pela Rodovia Presidente Dutra, que hoje est mais para Avenida Brasil. A tendncia aumentar, assim como a quantidade de veculos circulando pelas ruas dos nossos quatro municpios. Mais veculos circulando significa mais poluio. Isso acarreta na necessidade de, no s preservar o que resta das nossas florestas, mas tambm acelerar o plantio de outras. Ainda no inventaram meio mais eficaz de limpar o ar do que as rvores.

    Poluio atmosfrica mata, e muito. Dados da Unio Europeia, recentemente divul-gados, informam que em Londres morrem 4 mil pessoas por anos em decorrncia de doenas associadas poluio do ar. A situao to grave na Europa, como nos demais pases mais desenvolvidos, que a Unio Europeia moveu um processo judicial contra os pases do Reino Unido (UK) para obriga-los a reduzir o nvel das suas emisses de gases poluentes.

    A Lei Orgnica de Resende, por exemplo, obriga o municpio a ter um sistema de controle ambiental: ar, gua, temperatura, chuvas, entre outros, criando vrios ndices e indicadores para medir a qualidade ambiental do municpio. Mas este artigo da Lei no saiu ainda do papel. Os poucos dados que temos so coletados pelo INEA e no esto dispostos de forma consolidada, transparente e acessvel ao pblico leigo. No vejo ne-nhuma autoridade pblica municipal, de qualquer um dos nossos quatro municpios, recla-mando por isso (a ausncia do acompanhamento ambiental regional). Deve ser porque, na cabea deles, plantar rvores mais difcil do que plantar fbricas.

    (Eliel de Assis Queiroz/Presidente do Comit Pela Transparncia de Resende)

    Floresta ou FbricaO Parque Estadual da

    Pedra Selada (PEPS) vol-tou ao centro da polmica. Na reunio de formao do Conselho Consulti-vo do PEPS, realizada em dezembro passado, em Visconde de Mau, ficamos sabendo que a Prefeitura de Itatiaia ir entrar com uma ao na Justia contra a criao do Parque, tentando excluir a rea que o mesmo ocu-pa naquele municpio. A alegao inicial era de que o Governo do Estado do Rio no respeitou o Pacto Federativo ao no realizar audincias pblicas (para a criao do PEPS) em Itatiaia.

    Fazenda Penedo, c. 1930 (http://www.penedo.org/h-hist.htm)

    Contraponto

    gua de morro abaixo, fogo de morro acima...

    Aps a saga dos Puris, que terminou na guerra de 1782, levando ao seu aldeamento em So Lus Beltro (Fumaa) e Queluz, a Mata Atlntica sofreu depredao pela mo-nocultura do caf, pela pecuria extensiva e pela explorao de carvo para a ferrovia e a siderurgia.

    A partir da dcada de 1960, paisagens desoladas como a da foto ao lado foram substitudas por um cenrio luxuriante, graas em grande parte conscincia dos proprietrios. A prpria floresta do Parque Nacional do Itatiaia uma recomposio.

    O futuro de reservas e reas de proteo desapropriadas a ferro e fogo pelo Estado vai depender ainda dos proprietrios... mas desta vez terceirizados pelo governo, como Ongs que representam interesses globalis-tas e empresas exploradoras de servios de turismo. Na melhor hiptese...

    No caso do Parque Estadual da Pedra Selada, chegou a ser ridcula a pressa de Carlos Minc s vsperas da Rio + 20, e tocante, a superficialidade dos estudos preliminares.

    S quem aceita a ndole do Estado auto-crtico e benevolente pode ver com otimis-mo o esbulho de propriedades histricas e o menosprezo sociedade local. Ainda mais que a legislao ambiental to res-tritiva, o controle to patente, e o desperd-cio to escandaloso, que os argumentos de relevncia ambiental no colam.

    A ambiguidade dos nmeros

    Como opinamos no caso das contas de Resende, o uso abundante de cifras e percentagens nos relatrios parece indicar que os governos esto dentro da lei. Atingir tais metas estatsticas sem dvida algo positivo. Mas no significa que os rgos pblicos estejam realizando os objetivos previstos no esprito da legislao.

    Sempre que entra em cena algum critrio de avaliao externo ao aparelho gestor - por exemplo o da qualidade do servi-o prestado - os nmeros parecem dar o recado contrrio ao da inteno de quem os divulga: tanto dinheiro para to pouco resultado...?

    O mnimo que se espera de municipali-dades que se jactam de trazer desenvolvi-mento ao lugar instituir-se uma cont-nua, transparente e consistente avaliao externa de seus processos de gesto.

    Assim como Itatiaia contratou profissio-nais da UFRJ para conduzirem a confeco de um Plano Diretor mais afinado com a realidade do municpio, no vemos por que no faz-lo para institucionalizar o saud-vel hbito da avaliao externa.

    (MCB)

    PMDB inaugura fbrica

    A cpula nacional do PMDB programou uma demonstrao de fora no Rio de Janeiro, na sexta--feira (14/3), durante inaugurao da primeira fbrica do polo de cobre do Estado, a IBR-LAM, instalada em Itatiaia. O governador fluminense, Srgio Cabral, convidou os presidentes do Senado, Renan Calhei-ros (AL), da Cmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o presidente do partido em exerccio, senador Valdir Raupp (RO), o senador Ricardo Ferrao (ES) e os ex-governadores capixabas Paulo Hartung e Gerson Camata para o evento cuja principal estrela foi o vice-governador e candidato do partido ao governo do Rio, Luiz Fernando Pezo. A indstria pertence ao ex-senador do PMDB, o empresrio Luiz Osvaldo Pastore. (Com Leonel Rocha/poca)

    O projeto de R$100 milhes conta com reduo de alquota de 18 para 2%, o que tornou o inves-timento atrativo, como na Bahia, Santa Catarina e So Paulo. A meta de produo de cobre (100 mil toneladas) levar o Estado do Rio ao segundo lugar nacional no setor, cujo mercado preferencial a ca-deia automobilstica. (Com Flavia Oliveira. O Globo)

    Sala do Empreendedor

    A Prefeitura inaugurou no ltimo dia 11/3, uma referncia pblica para o desenvolvimento econmi-co e social da cidade: a Sala do Empreendedor. O evento de inaugurao ocorreu na sede da Prefeitu-ra, na Praa Mariana Rocha Leo, n 20, no Centro.

    O espao que est instalado prximo Secreta-ria de Desenvolvimento Econmico, no prdio da Prefeitura, e atender pequenas empresas e micro empreendedores individuais, auxiliando desde a legalizao das empresas, at a oferta de ajuda e informaes de acesso ao crdito, isenes de tributos e, futuramente, cursos e palestras.

    De acordo com o subsecretrio de Fazenda e coordenador da Sala do Empreendedor, Andr Forny, o objetivo dar todo tipo de apoio para a abertura de pequenas empresas. Vamos trabalhar para oferecer capacitao, esclarecimento e suporte aos proprietrios dos estabelecimentos comerciais e melhorar ainda mais o atendimento a essas pesso-as, destacou ele.

    Prefeitura presta contas

    Foram divulgados dia 28/2, em um ato pblico, na Cmara Municipal, os balanos financeiros da Prefeitura, relativos ao terceiro quadrimestre de 2013. Estiveram presentes o prefeito Luis Carlos Yp, moradores, secretrios municipais, assessores e diretores dos vrios setores da Prefeitura.

    Segundo relatrio da Secretaria de Fazenda, apresentado pelo subsecretrio, Francisco Assis, em todo o exerccio de 2013 a administrao municipal arrecadou aproximadamente 116 milhes de reais, fechando o ano com um saldo positivo de mais de 6 milhes de reais. O subsecretrio destacou que todas as metas da administrao foram alcanadas. O municpio investiu 26,95% em Educao, sendo que o mnimo que deve ser gasto 25%. J na Sade, o investimento total foi de 23,40%, sendo o mnimo de 15%. Outra meta alcanada em relao ao gasto com pessoal. Em 2013, a Prefeitura gastou 48,66% com pessoal, no atingindo o mximo de porcentagem que de 54%.

    (Com PMI)

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    Luis Felipe CesarCheguei ontem de Foraduma-

    pa. Um lugar lindo com monta-nhas, rios, vales e plancies que atraem pessoas de vrias partes do planeta. Os primeiros habi-tantes humanos foram expulsos h poucos sculos e os que chegaram possuem distintas vises sobre o futuro e variados entendimentos sobre a vida.

    Alguns imaginam que o lugar poder ser uma espcie de ilha, livre dos males e sofrimentos e injustias que predominam em boa parte do mundo. Outros enxergam um crescimento contnuo, com a chegada de mais pessoas, empreendimen-tos, novas estradas e um grande aumento da arrecadao que gerenciada pelos prefeitos. Outros pensam muitas outras coisas, conhecidas e desconhe-cidas, reais e irreais, como tpico dos seres humanos.

    A capital e maior cidade da regio cresce rapidamente. No-ta-se que muitas rvores vm sendo plantadas, mas grande o nmero das que so cortadas ou radicalmente podadas. O sol impiedoso castiga as ruas da cidade, carentes de um planeja-mento urbano integrado com o plantio de rvores e jardins.

    Uma grande rodovia liga Fo-radumapa a Partedumapa. At recentemente a estrada possua milhares de rvores ao longo de seu percurso, que garantiam beleza, frescor, menos poluio e sombra a todos os viajantes. Apesar de tantos benefcios, as rvores foram totalmente eli-minadas pelos administradores da rodovia com autorizao do governo.

    A estrada agora parece uma linha atravessando um deserto. H quem afirme ser impossvel suportar a travessia do percurso a p durante o vero. Fala-se

    em ossadas pelo caminho, mas ningum d declaraes sobre o assunto, at porque poucos sabem de fato onde fica Fora-dumapa.

    A regio possui algumas reas protegidas. So parques nacio-nais, estaduais e municipais, e tambm reas de proteo ambiental, mais conhecidas por APAs. Acredita-se que a biodiversidade e as fontes de gua podem ser salvas se alguns espaos do territrio forem especialmente protegidos, ainda que se instalem muitas e muitas indstrias nos arredo-res. Alguns defendem estudos aprofundados de impacto ambiental, outros vo mais longe e consideram que somen-te um zoneamento ecolgico--econmico pode determinar os limites ambientais da regio. E os limites existem.

    Os parques e APAs so geridos com ajuda de conselhos formados por organizaes

    locais e regionais. A composi-o dos conselhos atende ao princpio do controle social e do equilbrio entre representan-tes do governo e da sociedade civil, apesar de que o governo deveria representar a socieda-de. Alguns conselhos incluem explicitamente o chamado setor produtivo, ou empresarial, como se governar fosse impro-dutivo ou ser ativista social/ambiental no tivesse nenhuma utilidade mensurvel.

    Os conselhos so espaos de prtica democrtica, onde as questes polmicas so decidi-das por voto. Em Foradumapa contam que alguns desses conselhos so autofgicos, que teriam membros trabalhando por sua dissoluo ou por seu controle absoluto, significando na prtica o rompimento com seus objetivos de ajudar na pro-teo de reas especiais. O mais informados garantem que a situao esta sob controle e no existe risco de grupos oportu-nistas voltados apenas a seus prprios interesses dominarem esses importantes espaos. A situao poderia ser grave, mas por sorte h muitos observado-res atentos.

    Importante destacar que os conselhos no se limitam ao tema das reas protegidas. Tra-tam tambm de cultura, sade, juventude, urbanismo, grandes obras, meio ambiente, trnsito e transportes.

    Eu acredito que Foradumapa vai se encontrar e se reconciliar com a vocao natural de um lugar muito bom para se viver. Espero trazer boas noticias em breve, se conseguir chegar l e regressar sem me perder em Partedumapa.

    Mapa de Utopia, por Abrao Ortelius, c. 1595

    Foradumapa Pra ficar na modaPesquisando, descobrem-se

    coisas do arco da velha. Quem imaginaria que Leonardo da Vinci j havia rabiscado uma? Depois dele, as primeiras a serem efetivamente constru-das datam de 1784, uma delas concebida em madeira por um carpinteiro alemo em Frei-burg. Logo ento comearam a se espalhar pela Inglaterra e pelos Estados Unidos. Eram consideradas uma soluo intermediria entre as pnseis e as fixas, levando-se em conta custo, beleza e praticidade. medida que surgiam os pro-blemas vibrao, resistncia - diferentes materiais foram sendo experimentados. O fato que, ao longo do sculo XIX, insucessos foram contabiliza-dos, tornando-as menos popula-res, se assim se pode dizer. No sculo seguinte que voltaram a ser projetadas e construdas, j com concepes e materiais mais avanados.

    J sabem do que se trata? Um doce para quem respondeu pon-tes estaiadas. Pois , e a partir das pontes, ento, tambm criaram passarelas estaiadas. Como essa que surgiu acoplada ponte velha de Resende. De uns tempos para c, parece que viraram moda. So Paulo tem. O Rio fez aquela ligando a Av. Brasil Cidade Universitria. E agora Resende tambm tem. Comeou sendo embargada. Na Semana da Ptria do ano passado (2013) foi iluminada de verde e amarelo. Levou um bom tempo at que retomassem a obra. Tornou-se, sem dvida, um marco na cidade, como os postes fora de prumo. Gosto no se discute h os favor-veis, h os desfavorveis, como h flamenguistas e vascanos. Mas consideraes de ordem prtica podem ser feitas e aqui vo elas. Comeando por obser-var que quem vem de Campos Elseos pela aludida ponte velha, descendo a rampa, tem uma faixa de pedestres sobre uma lombada, que lhe assegura a travessia por aquela pista de pouco movimento. Cruzando o canteiro pavimentado, chega outra pista, servida por um semforo. Ou seja, com poucas passadas chega-se calada do Mercado Popular em seguran-a. Ser ento que, em termos prticos e de custos, a passarela estaiada era mesmo necess-

    ria, no esquecendo que ela d voltas e reviravoltas, qual um tobog, aumentando bastante o trajeto? Sim, oferece uma vista panormica, l de cima.

    E a vem uma outra coisa a ser considerada. Aumentou muitssimo a circulao de veculos dentro da cidade, so-bretudo nos horrios de pico. A Prefeitura, em razo disso, proi-biu que os nibus das fbricas transitassem por Campos El-seos, no intuito de desafogar as ruas daquela rea. A partir da, eles tiveram que sair e entrar na cidade pelo Acesso Oeste ou pelo Surubi Velho. Pois bem, o Acesso Oeste uma regio nova, com excelente pavimen-tao e timas caladas. Ao contrrio do Surubi, que at no nome velho. Ruas estreitas, de mo dupla e... sem caladas! Os moradores do bairro, sem alternativa, andam pela rua. Crianas, a caminho da escola, andam pela rua. No teria sido mais acertado pavimentar a calada ao longo da rua at o pontilho, antes de investir na passarela estaiada? (Gente, isso pode dar voto!)

    E, por falar no pontilho, qual ser a reao do motorista, se um ciclista se desequilibrar da ciclovia e tombar sobre a pista dos carros? Ser que ele frear seu veculo ou dar uma gui-nada e... mergulhar nas guas plcidas do Paraba?

    Ellen W.v.W.

    Leonardo Da Vinci - O prisioneiro

  • 6 - O Ponte Velha - Maro de 2014

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    Silvio Carvalho - Entre o poltico e o gestorSilvio Costa Carvalho, 48 anos, casado, doi filhos, despontou no cenrio poltico resendense como uma promessa de renovao poltica e modernidade administrativa. Herdeiro de notvel patrimnio poltico e empresrio bem sucedido, foi vereador pelo PDT entre 1996 e 2000, prefeito de Resende de 2005 a 2008, mas no conseguiu ser reeleito. Falou-se em imaturidade, personalidade muito influenciada pela famlia etc. para explicar a derrota diante de oponentes menos cotados poca. Havia sido incompetncia do comando da campanha ou Resende j havia mudado? Passados seis anos, o Ponte Velha quis conhecer melhor a histria dessa histria.

    PV Pode fazer uma apresentao?Moro em Resende, em Engenheiro Passos, desde

    que nasci. Parei de estudar antes de ir para faculdade, comecei a trabalhar muito cedo, aos 16 anos. Trabalho h 31 anos numa vida profissional bem diversificada e intensa. Comrcio, jornalismo, avicultura... Trabalhei em marketing poltico, fui legislador municipal, assessor na secretaria de segurana pblica do Rio, subsecret-rio da casa civil governo do estado e prefeito. Tive o privilgio de ter sido escolhido vereador pelas pessoas da cidade onde nasci e depois prefeito. Me sinto muito honrado e me emociono sempre que relembro. Sempre brinco dizendo que j fiz de tudo um pouco. Agora espero ter tempo pra estudar. Gostaria de me tornar um chefe de cozinha. (Risos)

    PV De onde vem a vocao poltica? Sou fruto do meu meio. Cresci vendo o esforo e

    progresso de minha famlia pelo trabalho e servios prestados pra pessoas desse lugar. A histria de nossa cidade faz parte da historia de minha famlia. Mas preciso ter o dom. Meu av [Augusto Carvalho]dizia: preciso sentir a dor do outro. No basta entend-la tem que senti-la. Ainda escuto sua voz forte, firme, cheia de verdade e justia, dizendo: Meu neto, ningum pode ser feliz sozinho!

    Ideias e pensamentos se tornam palavras, palavras se tornam aes e se transformam em realizaes. A vida pblica no simplesmente uma profisso e sim um sacerdcio.

    Assisti muita coisa. Presenciei fatos histricos e me espelhei em meus dolos. Cresci e me especializei na gesto publica, fiz ps em Gerencia de cidades pela FAAP/SP e pela UFRJ. Aprender pra empreender, sem nunca se esquecer minha misso. O que represento e a quem represento. Entre a ambio e a ganncia existe uma linha tnue. Aprendi a no ser escravo da vida pblica. Sou um ser poltico, mas no vivo da vida pblica.

    PV O que pior: corrupo ou incompetncia? Temos que separar o joio do trigo. Existe sim, uma

    minoria de gestores pblicos e legisladores de boa ndole. So poucos e so descriminados pelo sistema ou so subjugados pelo prprio eleitor. Para o sistema, no somos lucrativos. E aos olhos do eleitor, somos todos farinha do mesmo saco. No fcil no! (Risos)

    Agora, corrupo E incompetncia uma combina-o explosiva. A Falta de competncia gera corrupo e queda na qualidade nos servios. Esses desvios con-somem os investimentos. Os corruptos incompetentes s se apoderam da mquina pblica atravs do voto. Pense nisso. Querendo ou no, esse modelo representa a vontade de maioria. Mesmo assim, vivemos uma crise moral e tica. No contraditrio?

    Desconfie de algum que desvalorize a sua tradio e histria. Um engano achar que o bom o novo, sem

    test-lo. No final, muitos escolhem mais pela emoo, do que pela razo. Depois temos que assumir nossa responsabilidade.

    Constatar que, por muitas das vezes a coisa pblica esta a servio dos interesses privados frustrante. Ser correto ou independente e enfrentar o sistema tem seu preo. Quanto mais incompetente for o homem pbli-co, mais fcil manipul-lo.

    A profissionalizao da poltica impera. Impera a mxima que diz: o dinheiro compra tudo. O que no compra cala. Mas o que me anima e me mantm vivo, a nossa historia limpa e de sucesso familiar. Alm, dos milhares de amigos e seguidores que fazemos. So geraes que nos seguem, isso muito gratificante! Por isso, gosto de dizer que sou um gestor publico, no gosto de ser chamado de poltico. No me sinto como tal.

    PV As atuais regras do jogo permitem o crescimento da vida poltica e o aparecimento de novas vocaes?

    H falta de razes e amor pelo lugar. H falta de responsabilidade com o futuro, somados ao modismo e salvadores da ptria sem experincia comprovada. So-mados

    falta de planejamento sem compromisso com o futuro, nem com o passado. Aliado a ganncia e ao desprepa-ro. Geram danos irrecuperveis em geraes. o espelho do que vivemos no pas e em nossa regio. No estamos aproveitando ao mximo esse momen-to de ouro. Estamos desperdiando um momento histrico.

    PV- H desconexo entre os municpios e o governo Federal?Este modelo se esgotou, no nos representa mais.

    A reforma poltica questo de vida ou morte para o nosso futuro e o incio pra todas as reformas. Outra prioridade a to esperada revoluo tributria. Am-pliando a base de arrecadao com uma redistribuio dos impostos mais justa entre os entes federativos. O governo federal fica com mais de 60% de toda arreca-dao do pas, os estaduais com quase 25%, os muni-cpios menos de 15%. Quanto mais distanciarmos o cidado comum de quem gasta e administra o dinheiro dos seus impostos, mais ele ser roubado e mais caro sero os servios. Sou um municipalista por convico. Investimentos como, moradia, saneamento, educao tcnica superior, pontes, viadutos e outras to impor-tantes e muito caras para serem executadas pelo mu-nicpio, se perdem pelos longos corredores elegantes, ternos, maletas, ou nas manses e na vida luxuosa, sem mrito, dos representantes escolhidos por ns.

    PV - Planos de voltar a disputar cargo eletivo?Como homem, meu desafio reconhecer meus erros

    e aprender com eles. Meu destino ainda no sei. Ainda tento entender porque no tive a chance de continuar meu trabalho. Sei que cometi erros. Mas sei que fiz um bom trabalho. Acho que os cidados so mais exigentes com a minha famlia do que com os novos nomes que surgem e desaparecem com uma velocidade incrvel pe-los maus servios prestados. Nos permanecemos aqui, testados por dcadas e geraes. O que bom leva tempo para ser moldado. A famlia pede para pararmos. O que voc acha?

    PV- At o grupo que venceu em 2008 reconheceu sua boa administrao. Parece que h quase unanimidade em atribuir sua derrota a demasiada interferncia de membros da famlia, e a uma certa arrogncia que teria demonstrado. Como se coloca diante disso?Fico feliz com o reconhecimento da boa administra-

    o que sempre realizamos. S essa afirmao j pode

  • Maro de 2014 - O Ponte Velha - 7

    ser vista como arrogncia. Mas um fato. Inquestionvel at pelos nossos adversrios. Resta a eles, tentarem nos atingir no pessoal e na familia. Tive a oportunidade de fazer um governo livre e sem compro-missos e interferncia politica. Essa autonomia me custou um preo. Fui rgido em reduzir o custeio e aumentar os investi-mentos. Batemos recorde no supervit primrio e investi-mentos com recursos prprios. No cedi a presso dos partidos e entidades por mais espao no governo.

    Ouvi diversas vezes amigos e adversrios dizerem que eu deveria azeitar o sistema e compr. Fui intransigente. No compus. Ser que eu errei? Acho que pequei pela forma. Acho que fui arrogante. Era um jovem impetuoso. Talvez eu tenha dito no p do ouvido de alguns o que milhes de Brasileiros gostariam de dizer a esses homens.

    Sei que cometi vrios erros. Fui centralizador. Pouco flex-vel e intolerante com o siste-ma. Reduzimos os gastos com pessoal, de 54% para 38% do oramento. Reduzindo, de mais de vinte secretrios, para apenas sete. Tnhamos seiscentos CCs, hoje so mais de dois mil fora os terceirizados. Diminumos o repasse para o legislativo. Fizemos o judicirio devol-ver ao municpio mais de 100 funcionrios, em sua maioria professores fora de sala de aula. Impusemos um desgio em todas as dvidas com fornece-dores e prestadores de servio ao municpio, reduzindo nossa divida histrica em 15%. Quis mudar o mundo.Ser que estou sendo arrogan-te?

    Mas mesmo com a derrota, tive mais votos que na eleio anterior. Ingnuo achar que fazendo o certo, ter razo, j bastava. Hoje percebo que a harmonia melhor que a razo. A vida a arte do possvel. So-mos todos imperfeitos. Espero que me perdoem. Tentei dar o melhor de mim.

    Mas na vida pblica, mais vale a verso do fato, do que o prprio fato. So muitos boatos e mentiras. A inveja

    tambm cria mitos.

    Atingi a muitos interesses privados e polticos. Fiz pou-cas concesses. Enfrentei oligarquias que se mantm pelo capital. Nossos telefones foram grampeados, a meu ver ilegalmente. Resende chegou a ser umas das cidades do estado com maior nmero de telefones monitorados, por habitante. Fui

    alertado pelo prprio presiden-te do tribunal de justia. Gram-pearam inclusive meus secret-rios e servidores. Um abuso de poder. Isso nos trouxe proble-mas e retaliaes e imposies por parte do sistema, mas no encontraram nada. Isto tam-bm os irritou. No cedemos, mantivemos nossos princpios, tnhamos comando e um bom planejamento e os enfrentamos.

    Perdi a eleio, mas venci o sistema. Quero que

    meus filhos sempre se orgulhem de mim.

    PV Como funciona cabea de um poltico administrador?

    Existe certa esquizofrenia por parte do eleitorado. No discurso, exige um governo tcnico, de resultado, honesto comprometido com o bem comum. Mas por outro lado, querem sonegar, conseguir um emprego acima da capacidade intelectual, vender ou prestar um servio acima do preo de mercado. Na verdade isso que muitos esperam. Essa burguesia sangue-suga influencia muito na opinio pblica.

    O bom gestor pensa na frente, se compromete com o futuro, mesmo sendo mal compreendi-do no presente. Como um pai faz com um filho. Precisamos garantir e infraestrutura mnima para minimizar o impacto dessa exploso de desenvolvimento que vivenciamos. O tempo no perdoa e no volta a trs. Presenciaremos surgimento de favelas, aumento da violncia e degradao do meio ambiente, se nada for feito.

    PV - Resende Industrial um cami-nho sem volta?

    Infelizmente no modelo econmico que vivemos hoje, na maioria das vezes, ns no escolhemos o modelo de de-senvolvimento, somos esco-lhidos. Claro que numa cidade organizada, condies naturais favorveis, como localizao, reas, energia, logstica, so importantes para recebermos novas indstrias. Mas o fator decisivo so incentivos fiscais. Esses sim so determinantes. Sei que industrializao nos impe a degradao ambiental. Essa a nossa luta. Dentro des-se modelo econmico que nos imposto, temos que escolher qual o menos impactante. Mas temos que ter a capacidade de realizar obras estruturantes que minimizem os impactos. Em paralelo, temos que criar me-lhores mecanismos de aplicao das verbas compensatrias em projetos ambientais. No essas obras egocntricas e desneces-

    srias. Se bonito ou feio, nem discuto.

    PV- Na tica do gestor pblico, no seria mrito do governo atual realizar o que voc planejou ou comeou?

    Ficou claro agora para muitos, que o primeiro governo do grupo que est no poder pegou uma carona em tudo que plane-jamos com garantia de recurso em caixa para nosso segundo governo. Eles se apoderaram de nossos projetos e conquis-tas, como Universidade aberta, UPA, novas entradas da cidade, Novo Shopping, Votorantin, Acesso Oeste, Nissan, mais de mil casas populares e outras tantas.

    E agora Jos!? Dinheiro no falta! Espero que ele

    no faa como fez Eduardo Meohas, endivide o muni-

    cpio tentando exterminar a memria e a nossa

    boa tradio.

    PV - O ritmo industrial parece mais rpido do que a qualidade de vida?

    Para o futuro, penso que devemos optar por transfor-mar Resende numa cidade do conhecimento, desenvolver tecnologia e servios. Como protagonista do futuro dessa regio, Resende tem vocao para se tornar cidade do saber. Temos que desenvolver mo de obra com qualificao em todos os nveis. Transformaremos Re-sende num centro universitrio, com medicina e vrias outras faculdades. As universidades pblicas confiam em nosso trabalho, pelo grande sucesso de nossa parceria no passado prximo, tais como a UERJ e todas as cadeiras da universida-de federal de ensino superior gratuito semi-presencial que trouxemos pra Resende.

    Somos um pas jovem que vive ainda a consolidao do processo industrial. A econo-mia de massa e a globalizao nos impem um modelo de vida consumista, exclusivista e de degradao. Minha respon-sabilidade como ser humano e gestor pblico minimizar os impactos desse modelo mundial de desenvolvimento cruel, mas inevitvel.

    Resende, pela sua localiza-o faz parte desse impor-tante eixo econmico bra-sileiro. Nosso crescimento

    ser inexorvel.

    Dentro desta realidade nua e crua, devemos fazer a diferena e ordenar esse crescimento.

    Estamos no limite em vrias reas, no transporte publico, transito, na sade, educao, saneamento e outros.

    PV - Que xitos sublinharia como gestor publico?

    Pegamos o municpio com uma divida, com seu perfil de mdio e curto prazo. A divida municipal subiu em 70%. Sem justificativa j que a maior obra dos 08 do governo que me an-tecedeu governo, foi o Parque das guas. Desculpe, parque sem gua! (Risos)

    Quando falamos das nossas conquistas, dizem que dizendo que vivemos de passado ou que temos maia de grandeza. Mas no pra ter orgulho. So 12.000 casas, metade da cidade mora nas casas que constru-mos. Mais da metade dos alunos municipais e estaduais estudam nas escolas que trou-xemos. O ciclo econmico que mudaram o destino da cidade foi planejado por ns, o farma-cutico, metal mecnico e agora siderrgico. O nico hospital pblico da cidade, o estdio do Trabalhador. Todo ensino tc-nico e superior publico fomos que implantamos. Essas obras so utilizadas hoje.

    Fazem o bem e trazem a felicidade para milhares de pessoas hoje! Porque con-

    siderado passado, se nos beneficiamos dela no presente. Poxa! Ns s

    temos uma vida!

    PV - Como voc analisa tanta desinformao que por muitas vezes cega o cidado?

    Aprendi que, se der algo na imprensa, verdade. Se no der, no verdade. Mesmo que tenha acontecido. Dizia Henfil. Bricadeirinha... (Risos)

    O maior formador de opinio pblica, indiscutivelmente a imprensa. A maior conta de to-dos os veculos da mdia so os governos. Por isso, existe tanta desinformao. Mas existem os resistentes, veculos indepen-dentes que tem sua misso bem cumprida de olhar por outro prisma, questionado toda rea-lidade que nos p imposta. Na tentativa do contraditrio, esses veculos vem conscientizando e cumprindo o seu papel histri-co. Parabns ao Ponte Velha ser jornal de resistncia. Obrigado pela primeira oportunidade de me ouvir em toda minha vida.

    PV - Como voc explica a derrota na reeleio para prefeito, em uma campanha dada por todos como vitria certa?

    Como jovem sonhador, acha-va que poderia mudar o mun-do... Esta revoluo nos trouxe vrios enfrentamentos em problemas seculares. A reforma tributria, novo plano diretor, reforma no estatuto do servi-dor, reforma administrativa,

    novo plano de cargos e salrios e outros. Tudo isso em apenas quatro anos.

    Trabalhei muito e fiz pouca poltica. Andei pouco nas ruas. Visitei pouco os ami-gos. No inaugurei nossas obras. No cooptei nossos adversrios. No sei se sou um bom politico, mas sei que sou um bom gestor.

    Qual voc escolheria para administrar sua cidade?

    Asfaltamos mais de 145 km de ruas dentro do municpio, trocando rede de gua e esgoto. Criamos o festival de teatro, Exapicor de graa, aniversrio da cidade com uma super orga-nizao. Reabrimos o Resende Futebol Clube, praticamente paralisado h quase 40 anos, e o levamos primeira diviso do futebol carioca. Um grande feito histrico. Planejamos a vinda shopping, a Upa24 horas e o restaurante popular. Cons-trumos tambm a ponte sobre o rio Paraba, o Acesso Oeste, a nova entrada da cidade. Lutei uma dcada pelo asfaltamento da estrada de Mau. Foram muitas coisas. Um dos meus erros foi no divulgar bem o que fazamos.

    PV - Decepes?Foi no poder concluir o meu

    trabalho. Ahh ... se eu tivesse a arrecadao de agora! Assumi com arrecadao em torno de 135 milhes e hoje beira os 400 milhes. Teramos deixa-do Resende toda pronta pra recebermos esta exploso de desenvolvimento e problemas que esto surgindo. O munic-pio seria modelo no Brasil, com tratamento de esgoto em quase 90 % das residncias.

    No pude inaugurar a Voto-rantim, nem a Estrada Parque, UPA, nem as milhares de casas que constru eu no pude entregar. Fazia nem dois meses que sa da prefeitura, o time do Resende havia chegado final da taa Guanabara. No fui convidado para assistir o jogo, depois de tudo que fiz pelo clube.

    Arrisquei a reeleio enfren-tando o sistema. Fui pouco flexvel. Sofri e paguei caro por isso. Perdi uma batalha, mas no perdi meu carter

    nem a honradez. Perdi, mas no me sinto derrotado.

    Tenho muito orgulho do fiz e o que represento! Quero viver na vida pblica, sem sobreviver dela. No vou me transformar em um escravo! Tenho a liber-dade de poder perder e cora-gem pra continuar lutando.

  • 8 - O Ponte Velha - Maro de 2014

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    Claudio Menandro apresentou-se no Jazz VillageAtualmente morando em Curitiba com a famlia, Claudio (foto ao lado) deu o ar da

    graa em Resende, fazendo show com Sanny Alves em fevereiro.Nascido em Salvador (BA), iniciou ainda jovem seus estudos de violo. Gravou

    seu primeiro disco (Cludio Menandro Interpreta) em 1986, interpretando clssicos do repertrio erudito para violo. Em 1987, gravou seu segundo disco (Capelinha) - contracapa escrita pelo violonista Turbio Santos - voltado exclusivamente para choros e valsas brasileiras. Em junho/julho de 2007, fez uma turn pelo Brasil com Paulo Moura, atravs do projeto Circular Brasil, que percorreu So Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campinas e Recife. Em novembro de 2008, em Curitiba, publicou o livro de partituras A Obra Para Violo de Waltel Branco, sendo responsvel pela escolha do repertrio e reviso musical. Em 2010, durante a Oficina de Msica de Curitiba, lanou o Choro Brasileiro, lbum de partituras com 50 composies suas, entre choros, baies, valsas, polcas, maxixes, etc. Seu ltimo trabalho publicado (janeiro/2012) foi o lbum de partituras 15 Estudos Para Violo, com texto de apresentao de Fbio Zanon.

    A ltima vez que o Grupo Teatral Gnesis L2 se apresentou foi em 2011, no Teatro de Bolso de Resende, com o espetculo Gargalhadas, um espetcu-los formado por vrios esquetes. Agora com um grupo renovado o Gnesis L2 retorna com o espetculo Esquetes de Leandro Resende, encenado no Espao Z de Resende nos dias 14, 15 e 16 de maro, sempre s 20 horas.O espetculo conta com seis esquetes e jogos de improviso. Tudo isso fruto da oficina de teatro ministrada por Resende pessoas de todas as idades no Espao do Saber no bairro de Campos Elseos. As oficinas comearam em setembro do ano passado e tiveram grandes revela-es, como o jovem Victor Siqueira. O espetculo conta ainda com adaptaes de textos de Woody Allen, Lus Fernando Verssimo, outro de Fernand Reynaud, alm do prprio diretor.

    Leandro Resende explica que todos podem fazer teatro. No existem limites. Tmidos, crianas, idosos, com muletas, cadeira de rodas ou no. Basta querer e tudo possvel. Vivemos em minutos o que talvez uma pessoa no consiga viver em toda sua vida revela.Os atores so alunos da oficina de tea-tro, alm de outros da Companhia LIATT de Theatro, da qual Leandro tambm ator e diretor.O elenco formado por: Nayara Souza, Joo Pedro Alves, Rene Cokeiro, Naya-ra Castilho, Grego Lima, Nilton Moreira, Luiza Santana, Matheus Rosrio, Cyra Baptista, Renato Barros, Priscilla Morei-ra, Lo Aiex e Harllison.O Espao Z, fica localizado ao lado da APMIR no Centro no local onde foi instalado o antigo Mercado Municipal da cidade.

    Grupo Teatral Gnesis L2 encena Esquetes

    Na foto, o cavaleiro resendense Joo Pedro Rios Miran-da, montando Quik Concorde.

    Cavaleiro desde os seis anos de idade, comeou a montar em Braslia em 2004. De l para c, foi campeo mineiro de jovens cavaleiros, vice-campeo brasileiro por equipe na categoria Pr-Mirins, e vice-campeo brasileiro na categoria Mirim.

    Participou ainda de eventos hpicos na Blgica, em Portugal e nos Estados Unidos.

    Resende brilha no hipismo Um general resendense

    O resendense Gerson Menandro Garcia de Freitas foi promovido a general de exrcito, trazendo alegria famlia e cidade. Comandou a Aman em 2007/2008, e o Co-mando Militar do Planalto desde 2012.Como quatro estrelas, vai servir no Minist-rio da Defesa.Na foto, com a mulher, Marlize.

  • Maro de 2014 - O Ponte Velha - 9

    Marcos Cotrim

    Gecilda GioiaFONOAUDILOGACRFa 2728 RJ

    Ps-graduada em Magistrio do Ensino SuperiorEspecialista em voz

    Av. Saturnino Braga, 369 sala 311 Resende Shopping - Tel. (24) 3354-2041

    Washington LemosNa Quaresma, vive o CarnavalOs gregos descobriram que o

    bem no anda separado do belo. Por esta razo, transmitiram ao Ocidente o valor do intil, do meramente digno de contem-plao. Da que certo luxo, certo hbito de colecionar e mesmo ostentar no possam ser, auto-maticamente, considerados um mal. Como o drible no futebol, o chope da sexta-feira, o ouro do clix bento ou a gargalhada na anedota, simplesmente se impem pelo que so.

    Sob este ttulo, caem costumes como o de se vestir adequada-mente ao momento e ao lugar, e se legitimam as condies mate-riais para apresentar-se segundo o cargo pblico ou o status.

    O tema oportuno num sculo em que desvios morais grosseiros no terreno da bioti-ca e dos direitos fundamentais so exaltados, enquanto lderes demaggicos como Pepe Mujica so louvados pela afetada simpli-cidade. Guia de cegos...

    Em nosso tempo, quando qua-se ningum tem pacincia com a beleza, o princpio da utilidade tornou-se desptico; chegou ao ponto de destruir o valor intrn-seco das pessoas, e dos seres vivos em geral. Tudo s vale perante resultados, seja no mercado seja na pauta ideolgica da poltica e da cultura.

    Nesse universo aburguesado, o sacrifcio de uma alma nobre passa despercebido como o silncio que sustenta a msica, a pausa que d ritmo ao poema.

    Vaidade das vaidades, corre-se loucamente atrs dos prmios corruptveis, quando a eternida-de est ao alcance da mo aberta. Estranhamente, a principal lio da Quaresma emana da inutilida-de das fantasias de Carnaval.

    Encravada em um vale, com um territrio relativamente gran-de e uma zona urbana densa e povoada, Resende tem as costas voltadas para o Estado do Rio, voltada para si mesmo, ensimes-mada. Esta umas das mais sin-gulares e belas caractersticas de Resende. Faz com que tenhamos valores e culturas fortes e uma sociedade ativa.

    Contudo, por vezes isso se manifesta em posies conser-vadoras contrrias a medidas mais que necessrias, que so em ltima anlise exigncias de civilidade. este o caso da ciclovias. O governo municipal tem apresentado sinais reintegra-dos de interesse em dar este (j atrasado) salto na direo de um ambiente urbano mais democr-tico, multimodal e inteligente. A atitude de buscar integrar e diversificar as formas de deslo-camento urbano uma exigncia do sculo XXI. No precisa ser um especialista em urbanismo para perceber a falncia do modelo corro-centrista no qual as polticas de organizao da cidade pensam exclusivamen-te nos carros particulares, em seguida nos nibus, ignorando ou tratando como irrelevantes as demais formas de deslocamento como bicicletas e o ancestral andar a p!

    Ao desenhar o projeto de ciclovias a prefeitura acerta-damente fez a nica proposta vivel tecnicamente: traou as ciclovias passando pelas prin-cipais vias da cidade, como por exemplo a Avenida Coronel Mendes, no Manejo. Se no fizesse isso a prefeitura daria provas de que sua proposta era amadora, eleitoreira e comple-tamente desconectada com a realidade. Mas no o fez. E isso merece todo o respeito e elogio,

    A eterna busca pela civilidade

    merece o reconhecimento de que um trabalho srio e profissional est sendo feito pelos respon-sveis por pensar a mobilidade urbana da cidade.

    Porm este traado recebeu crticas de empresrios e co-merciantes que possuem seus empreendimentos no Manejo. Deixo aqui um recado para estes queridos amigos, resendenses e conterrneos: vocs esto do lado errado do lucro de suas empresas! No desejo (legtimo, diga-se) de defender seus empre-endimentos estes senhores esto impedindo justamente o oposto, o crescimento de seus negcios. Se estes meus amigos erguerem sua cabea e olharem alm do macio das Agulhas Negras, se buscarem alguma informao, percebero que abundam, inun-dam e fartam evidncias de que um ambiente onde circular a p e de bicicleta facilitado o re-sultado do varejo simplesmente aumenta significativamente. Os exemplos vo desde a j clich rua das Flores em Curitiba (que se tornou exclusiva para pedes-tres em 1972 e viu sua atividade comercial ganhar em dinamismo e qualidade) Times Square (na qual pedestres ganham a cada ano mais e mais espao e todas as grandes franquias disputam um palmo de lugar para se

    estabelecerem). Os exemplos ainda passam pela belssima Amsterd que reduziu os ndices de mortes em acidentes de trn-sito e de dinheiro em estradas e pela renovada Bogot que em sua reforma urbana usa e abusa de ciclovias e caladas. Todas com resultados de incremento varejista que deixariam meus queridos patrcios invejosos. Ou seja, a oposio ciclovia na Avenida Coronel Mendes fruto exclusivo de uma viso equi-vocada de negcio. Precisamos ajudar nossos amigos empres-rios a perceberem a oportuni-dade que lhes est sendo dada com a presena de ciclovias e caladas amigveis ao pedestres ali, na porta de suas lojas.

    Por tudo isso apoio de modo entusiasmado a iniciativa e que a ciclovia passe no s pela Avenida Coronel Mendes, mas pelas principais vias da cidade, e deixar claro que, se no for para fazer assim, melhor no fazer nada, pois seria desastroso ver uma ferramenta como a ciclo-via, to importante para superar os problemas das cidades, ser implementada de modo pouco inteligente. Lembro que uma ciclovia vazia s tem duas ex-plicaes possveis: ela foi feita no local errado e/ou do modo errado.

    O filsofo Josef Pieper, que via nesse esquecimento dos valores inteis uma raz purita-na, qui destilada nas utopias pela teologia reformada, conta que, certa vez, Schiller respon-deu a uma solicitao de Kant - um pietista politicamente correto -, com o seguinte chis-te: Gostaria muito de servir ao amigo, mas infelizmente fao-o com prazer. Isto me aborrece muitas vezes porque desta maneira no sou virtu-oso.

    No fundo, liberais e socia-listas so puritanos que no sabem perder tempo em festa. Os primeiros porque s sabem consumir divertimento; os de-mais porque vivem da culpa de possuir. Escravos da funo, da utilidade social, no sabem receber. Nunca participariam num banquete onde se trans-formasse gua em vinho.

    Para ambos, pobres e minorias ficam proibidos de ser felizes: impe-se que se convertam de alienados a engajados. Que chatice!

    A seriedade da Quaresma segue o humor do Carnaval como o bem segue o belo, am-bos inesperados e surpreen-dentemente inteis. Ao contr-rio do reino dos resultados, onde a seriedade triste, e a alegria apenas ridcula.

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  • 10 - O Ponte Velha - Maro de 2014

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    Aps denncia de professora da PUC, Infraero exigir uso de

    smoking em voos nacionais

    Depois que Rosa Marina Meyer, professora da PUC-RJ, fez uma grave denncia nas redes sociais sobre maus-trajes (artigo 8765, pargrafo quinto, alnea c do Cdigo Civil Vestimental do Bra-sil) de um cidado no aeroporto Santos Dumont, a Infraero (Em-presa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia) resolveu criar uma norma sobre o uso de roupas nos aeroportos brasileiros.

    O cidado em questo, o advo-gado Marcelo Santos, com uma roupa extremamente esculacha-da para os padres aerovirios nacionais, envergonhado de sua situao escandalosa, largou tudo e foi viver como monge budista num mosteiro da cidade de Shigatse, no Tibet, e de l nunca mais quer ser visto pela civilizao ocidental. A norma da Infraero, a ser regulamentada j no prximo ms, que os passa-geiros homens de voos nacio-nais devero usar smoking. Os smokings podero ser alugados logo na entrada dos aeroportos, e para isso a Infraero prev um pequeno investimento de uns 20 milhes de reais na ampliao dos espaos nos locais, visan-do instalao de alfaiatarias, provadores, depsitos e lojas de acessrios.

    O Ministrio dos Transportes, solidrio com a causa, enviou projeto de lei ao Congresso para criar o Programa Mais Alfaiates, que dever contratar milhares de profissionais do ramo, principal-mente da Itlia, Frana e ustria,

    e que estaro de planto para apoiar nas medies e ajustes de ltima hora, pois nem sempre poder haver o smoking do ta-manho certo disposio. Meyer, professora altamente gabaritada e que ficou famosa pelos seus best-sellers Roupa, a essncia humana e Voc o que voc veste, est empolgada com a medida, e disse que vai esperar que esta seja implantada para que possa viajar tranquilamente pelo Brasil, sem ser importunada com maltrapilhos e com todo o glamour que merece.

    Com atrasos nas obras de estdios, FIFA d mais 40 anos

    de prazo e Copa do Brasil ser em 2054

    Devido ao atraso nas obras dos estdios, bem como nas de melhoria de infraestrutura das cidades-sede da Copa, a FIFA resolveu dar um pouco mais de prazo para o Brasil, no caso, 40 anos, para que tudo fique pronto a contento. A Copa, ento, ser realizada no ano de 2054, j, cer-tamente, com os estdios prontos e equipados, bem como com as cidades com os problemas de transporte resolvidos, caladas

    limpas e com acessibilidade, questes de segurana altamen-te confiveis, alta percentagem da populao falando diversos idiomas, aprendidos nas excelen-tes escolas pblicas do excelente programa educacional brasileiro, desigualdades sociais resolvidas, sem a presena de moradores de rua e outras mazelas, e o povo indo assistir aos jogos pagando um preo justo pelos ingressos.

    At l, o Ministrio dos Esportes prev um aumento mdico nos investimentos, da casa dos 50 ou dos 100 bilhes de reais, e que, com as melhorias, os estrangei-ros que vierem para o evento podero ficar tranquilos, com as cidades brasileiras nos padres de Viena ou Estocolmo.

    O presidente da FIFA, Joseph Blatter, lamentou que at l haja uma probabilidade de ele no estar vivo para presenciar a aber-tura oficial, e que, neste caso, j deixa uma mensagem de boa sorte a todos os participantes, que certamente sentiro muito sua falta.

    Paul McCartney faz sucesso em novo comercial da Fricouve

    E quem est fazendo um grande sucesso aqui no Brasil Paul Mc-Cartney, em um comercial para a Fricouve, maior distribuidora na-cional de verduras orgnicas. No comercial, o ex-Beatle aparece saboreando em um restaurante natural um farto prato de salada, preparada com os mais diver-sos vegetais da Fricouve. Paul, como vegetariano e defensor dos direitos dos animais, ficou muito

    satisfeito em participar do comer-cial de uma empresa que preza por uma agricultura sem veneno.

    No abrindo mo de suas convices por causa de dinheiro, que, alis, no precisa tanto, dife-rentemente do que fazem outras celebridades nesse tipo de cam-panha empresarial, doou todo o cach recebido, de cinco milhes de libras (cerca de 15 milhes de reais), para diversas instituies brasileiras que apoiam pequenos agricultores, de variadas linhas de produo orgnica, natural e permacultural.

    A Fricouve est h muito tempo idealizando que a produo de verduras e frutas livres de agro-txicos seja acessvel ao maior nmero possvel de pessoas, principalmente as de menor poder aquisitivo, e para isso luta que a legislao de agricultura orgnica seja ampliada e cumpri-da no pas, bem como que ocorra a punio para aqueles que agri-dem a natureza com os excessos ou com o mau uso de defensivos nas lavouras.

    Constrangido com o altrus-mo de Paul, um famoso artista brasileiro que tambm gravou um comercial recentemente, para o qual recebeu quantia semelhante, disse em entrevista para o Ponte que daqui por diante ir repensar suas atitudes ticas, e provavel-mente no cometer novamente esse tipo de deslize, caracteri-zado pelo famoso jargo faa o que eu digo, no faa o que eu fao.

    Paco de Luca, em 25 de fevereiro deste ano, aos 66 anos, nos deixou. Maior representante do violo flamenco da atualidade, o grande mestre, que ao longo de sua carreira recebeu diver-sos prmios e honrarias, foi importantssimo difusor do estilo tpico da Espanha, seu pas natal. Aps um infarto, em uma praia do Mxico, em que brincava com os netos, partiu para o outro plano, deixando para a humani-dade um legado musical e uma histria de vida ntegra, totalmente dedicada msi-ca, desde tenra idade. Paco, gratido eterna pelo que voc foi, fez, ensinou e transmitiu. Ol! (KS)

    Homenagem

    Cassiano S. Silva Neto

    Cirurgio Dentista Periodontista

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    Tel: 24. 3354-4757

  • Maro de 2014 - O Ponte Velha - 11

    Posto AvenidaBob`s

    Seu carro agradece e seu paladar tambmCREDIBILIDADE

    Esta invocao uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

    No pertence a nenhuma religio, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

    forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

    frequentemente de maneira altrusta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

    A Grande Invocao

    Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz s mentes dos homens.

    Que a Luz desa Terra.

    Desde o ponto de Amor no Corao de Deus, que aflua Amor aos coraes dos homens.

    Que aquele que vem volte Terra.

    Desde o Centro, onde a Vontade de Deus conhecida, que o propsito guie

    as pequenas vontades dos homens.O propsito que os Mestres conhecem

    e a que servem.

    Desde o centro a que chamamos raa humana, que se cumpra

    o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

    Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleam o Plano Divino na Terra.

    Unidade de Servio para Educao IntegralAv. Nova Resende, 320 sala 204

    CEP: 27542-130 Resende RJ BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

    Refletindo sobre 1964 frente atual realidade brasileira - IIBem, continuando em nosso tema,

    para ser considerado golpe de Estado, no necessariamente o governante que assumiu o poder pela fora tem quer ser militar, como aconteceu no Brasil de 1964. Chamamos de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional repentina, contrariando a normalida-de da lei e da ordem e submetendo o controle do Estado a pessoas que no haviam sido legalmente designadas, seja atravs de eleio, hereditariedade ou outro processo de transio.

    No modelo mais comum de golpes, as foras rebeladas cercam ou tomam de assalto a sede do governo, muitas vezes expulsando, prendendo os representan-tes do poder; lembro ao leitor da Procla-mao da Repblica, Revoluo de 1930, o Golpe de 1945 e de 1964. Existem casos de execuo dos membros do governo deposto.

    Nestes 50 anos, aps o movimento scio-poltico-militar de 1964, sabemos que aquilo que se consolidou como Histria imutvel, no adianta comis-ses da verdade, pois comisso por comisso vejam no que deu no mundo

    religioso as tentativas de acusao dos judeus ou dos romanos, por causa do jovem carpinteiro de Nazar: templo dinheiro.

    No mundo poltico a situao a mes-ma seja o regime que for, nesse nosso regime atual de Gangsterismo de Esta-do tambm no h de acontecer nada, e no adiantar formar comisso da verdade para saber onde est o dinheiro da Repblica Nova de Sarney, Collor, Fernando Henrique, Luiz Incio, Dilma e sei l mais quem, que a resposta todos sabem popularmente ...o gato comeu e ningum viu... exceto o Z, o Dirceu e o Delubio.

    Vejam, somente morreram ao longo deste tempo uma imensido de brasi-

    leiros segundo o Mapa da Violncia 2013 - Mortes por

    Armas de Fogo, divulgado ano passa-do informa que 36.792 pessoas foram assassinadas a tiros em 2010. O nme-ro superior aos 36.624 assassinatos anotados em 2009 e mantm o pas com uma taxa de 20,4 homicdios por 100 mil habitantes, a oitava pior marca entre 100 naes com estatsticas consideradas relativamente confiveis sobre o assun-to. No quero aqui justificar violncias ou mortes num ou noutro regime, no adianta procuramos ossadas com dou-tores vocacionados para exumadores ou arquelogos com dirias e pagamentos altos. Devemos perguntar que dia-bos esta tal de estabilidade social, que somente os assassinatos entre 2004 e 2007 superaram as mortes em guerras do perodo no mundo.

    Jlio Fidelis Soares

    Antnio Vicente Mendes Maciel (1830-1897), o Antnio Conselheiro, morto em Canudos por armas de fogo.

    Huummmmm... Genta a!

    O jogo s acaba no apito final.E o juz brabo...

    maiada, No meu tempo, na

    Quaresma, nem trem apitava. Agora todo mundo apita!

    At ndio quer apito...

  • 12 - O Ponte Velha - Maro de 2014

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    Z Leon Otanes Slon

    Como no tenho andando em Itapipo-ca, vamos falar de assuntos diversos:

    Dia 1 de abril (31 de maro inven-taram para no coincidir com o dia da mentira) se marca os 50 anos do golpe militar que derrubou o presidente Joo Goulart. De tudo que li, existe uma dose de ingenuidade da esquerda da poca, que acreditava que os militares no estavam mobilizados para tal, que os conselhos dados ao Jango, de no fazer o famoso comcio da Central do Brasil, se tivessem sido seguidos, no teriam de-posto ele, que o suicdio cometido pelo Getlio dez anos antes, adiou por uma dcada a redentora, enfim, daqui at o final do ms de maro, muitos livros, muitos artigos, e muitos depoimentos ainda vo nos abastecer de informaes.

    Mas o que mais me chamou ateno foi o fato de que, em 1949, pouco ou nada se falou sobre os 50 anos do golpe militar que derrubou o imprio; em 1980, pouco ou nada se falou sobre os 50 anos da revoluo de 30. Porque, no meu entender, nenhum desses aconteci-mentos histricos deixou como herana, pessoas torturadas, desaparecidas, bom-bas jogadas em rgo de classe, ou quase jogadas em show de msica no dia 1 de maio, no Riocentro.

    Enfim, o golpe de 32 caminho para o Estado Novo em 37, implantando uma ditadura que durou 8 anos, e nem por isso, em 1987 se falou dele.

    Lembranas, lembranas... Em resumo, s o horror tortura e s mortes faz essa triste passagem da histria, ser lembrada para todo sempre, amm.

    Ainda sobre lembranas, memrias, eu quando fui vereador por poucos meses, 5 meses para ser mais especfico, criei algumas leis, uma delas corrigindo o Braso do Municpio, mas o mais legal que consegui marcar na lembrana nomes de pessoas bacanas que falece-ram recentemente e dei nome de rua e espao cultural. Da, eu fui ao Espao Z, onde batizei o auditrio de Espa-o Cultural Joo Rodrigues e vi que at hoje, nenhum familiar dele (filhos, filha, genro, viva) colocou uma placa para marcar essa homenagem. Batizei tambm ruas, e at hoje os familiares ignoram essas homenagens, e nenhuma placa foi colocada nos locais. E se for esperar a iniciativa da prefeitura... Salva--se o Aloisio, filho do Simplcio, esse sim j est aguardando o sinal verde da Casa da Cultura para colocar a placa que marca o auditrio do Cine Vitria como auditrio Aloisio Brs Simplcio.

    Cantinho de Porto Real

    Dias 24, 25, 26 e 27 de maro fare-mos pr fruns nos bairros de Bulhes, Freitas Soares, Jardim Real e Jardim das Accias, nesta ordem, com vistas a reali-zao do II Frum de Cultura de Porto Real, cujo tema ser Cultura e Incluso social, dia 12 de abril, no Horto Muni-cipal.

    Botequim Rotativo

    Muitos podem no concordar com a forma, mas ainda no inventaram nada melhor para a conscincia que o peso no bolso. Em Resende podemos testemunhar claramente o que seria uma iniciativa positiva, rapidamente se tornar algo ques-tionvel. Conhecendo como funcionam os governos, alguma empresa do ramo (en-tre aspas, porque tem gente especializada em bolar formas criativas de lesar o estado. Devem ir dormir e acordar pensando s nisso) deve ter feito uma consultoria informal sobre a viabilidade da operao do rotativo. Com certeza, sugeriu que fosse ampliada a zona influncia. Pronto, genial. Temos estacionamento rotativo em toda a regio central e adjacncias, muito alm do necessrio e bem acima do razovel. Na hora da contratao do servio, elegem uma empresa de alta tecnologia, similar a nossa urna eletrnica. O equipamento no emite qualquer comprovante de operao. Desafio a qualquer fiscal a saber quanto esta empresa fatura. um excelente exer-ccio de adivinhao. Quem sabe nomeiam a me Din para um cargo comissionado afim de resolver a questo? J que no tem gente paranormal dando sopa e conhe-cendo a forma natural, completamente normal e corriqueira que polticos vem o caixa dois (algum do PT que me corrija se estiver falando alguma besteira), temos assim mais uma fonte de sonegao oficial, com apoio irrestrito do governo. Apoio este explicitado pela atuao da guarda municipal em defesa do interesses priva-dos, ou seja, da concessionria. E isso mesmo, a privatizao do espao pblico, sonegao, e desvio de funo. Tudo isso em um nico pacote. Melhor que isso s as empresas que oferecem servios de radar urbano. Segundo soube chegam a oferecer 15% do futuramento para o gestor pblico. Quem vai fiscalizar quem fiscaliza?

    E assim vamos caminhando, um bando de palhaos no circo chamado interesse pblico. Acho que vou entrar com um processo na prefeitura pedindo isonomia de tratamento tributrio no meu botequim. Quem sabe se oferecer umas doses na aba a galera alivia?

    Algo que sempre me impressiona a capacidade dos governos em transformar a necessidade de tantos em interesse de poucos e fatu-rar muito com com isso.

    Um exemplo recente so as vagas rotati-vas. Nada mais lgico que em um espao pblico disputado , haja um instrumento que estimule seu uso racional. A cobrana pelo tempo de uso de vagas de estacio-namento em regies centrais serve de importante apoio atividade comercial e de servios.

    Contraponto- No melhor estilo de Floria-no Peixoto e Arthur Bernardes, a ditadura de Getlio Vargas perseguiu, torturou , expatriou e matou centenas de opositores. O Departamento de Imprensa e Propagan-da (DIP) construa e desconstrua reputa-es, enquanto Felinto Mller torturava e assassinava.

    Diz David Nasser: De 1935 a 1945, a casa da rua da Relao onde funciona a Polcia Central, se transformou em fbrica de mortes e loucuras. Centenas de ho-mens e mulheres saram de l mutilados ou inutilizados para o resto da vida. (Falta algum em Nremberg, 1947).

    O Tribunal de Segurana Nacional pro-cessou mais de 10 mil pessoas e conde-nou 4.099. Os sobreviventes iam para a Colnia Dois Rios, na Ilha Grande.

    A comisso da verdade de ento, soli-citada pelo general Euclides de Figueiredo (UDN, 1946), que fora preso em 1938 na Colnia, deu em nada, pois os torturado-res e responsveis continuaram em suas funes aps a lei de anistia.

    Esquecer a histria do Estado tecnocr-tico brasileiro para demonizar 1964 mais que ignorncia. fazer o jogo de seu filhote mais violento, o Foro de So Paulo.

    (MCB, com Jos Murilo de Carvalho)