Jornal Poiésis 161

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Ano XV - nº 161 - agosto de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro Literatura, Pensamento & Arte Avenida Saquarema - Bacaxá Saquarema / RJ ( (22) 2031-1000 DISK ENTREGAS entrega gratuita Agora mais perto de você! Um show para relembrar Noel Rosa Antecipando-se às comemora- ções do centenário de nascimento de Noel Rosa, o Curso de Música Barcelos preparou um show para relembrar a vida e obra do poeta da Vila. A apresentação, feita ini- cialmente para ser mostrada em uma das quinzenas musicais pro- movidas pelo curso, chamou a atenção do público e agora vai ganhar mais espaço e visibilida- de. Durante todo o mês de agos- to, o show será apresentado aos sábados no Centro Cultural Casa do Nós, em Bacaxá, com entrada franca. Página 3. Casa das Artes é inaugurada em São Pedro da Aldeia Elizabeth Franco e Álvaro Lopes uniram seus talentos para ofere- cer um novo espaço para o desen- volvimento das artes plásticas na Região dos Lagos. Já está em fun- cionamento a Casa das Artes, com cursos regulares de pintura e escul- tura. Página 6. Camilo Mota Camilo Mota O poeta do verso claro Reynaldo Valinho Alvarez é dos poetas mais formi- dáveis da literatura contemporânea do Brasil. Nas páginas 8 e 9, apresentamos sua entrevista concedi- da com exclusividade ao escritor Sylvio Adalberto. bate-boca no judiciário Gerson Valle escreve crônica sobre novos passos de conscientização pública frente à política na- cional. Página 11. Divulgação Cineastas de Cabo Frio se destacam em concursos de curta-metragem Página 2 Livro de poemas de latuf mucci será lançado dia 8 de agosto Página 10

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Edição de agosto de 2009

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Ano XV - nº 161 - agosto de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro

Literatura, Pensamento & ArteAvenida Saquarema - BacaxáSaquarema / RJ

( (22) 2031-1000

DISK ENTREGASentrega gratuita

Agora mais perto de você!

Um show para relembrar Noel RosaAntecipando-se às comemora-ções do centenário de nascimento de Noel Rosa, o Curso de Música Barcelos preparou um show para relembrar a vida e obra do poeta da Vila. A apresentação, feita ini-cialmente para ser mostrada em uma das quinzenas musicais pro-

movidas pelo curso, chamou a atenção do público e agora vai ganhar mais espaço e visibilida-de. Durante todo o mês de agos-to, o show será apresentado aos sábados no Centro Cultural Casa do Nós, em Bacaxá, com entrada franca. Página 3.

Casa das Artes é inaugurada em São Pedro da Aldeia

Elizabeth Franco e Álvaro Lopes uniram seus talentos para ofere-cer um novo espaço para o desen-volvimento das artes plásticas na Região dos Lagos. Já está em fun-cionamento a Casa das Artes, com cursos regulares de pintura e escul-tura. Página 6.

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O poeta do verso claroReynaldo Valinho Alvarez é dos poetas mais formi-dáveis da literatura contemporânea do Brasil. Nas páginas 8 e 9, apresentamos sua entrevista concedi-da com exclusividade ao escritor Sylvio Adalberto.

bate-boca no judiciárioGerson Valle escreve crônica sobre novos passos de conscientização pública frente à política na-cional. Página 11.

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Cineastas de Cabo Frio se destacam em

concursos de curta-metragem

Página 2

Livro de poemasde latuf mucciserá lançado

dia 8 de agosto

Página 10

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2 nº 161 - agosto de 2009

EXPEDIENTEO Jornal Poiésis - Literatura, Pensa-mento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunica-ção Ltda.

Editor: Camilo MotaDiretora Comercial: Regina Mota

Conselho Editorial:Camilo Mota, Regina Mota, Fer-nando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Fran-cisco Pontes de Miranda Ferreira

Jornalista Responsável:Francisco Pontes de Miranda Fer-reira, Reg. Prof. 18.152 MTb

Diagramação: Camilo Mota

CAIXA POSTAL 110.912BACAXÁ - SAQUAREMA - RJCEP 28993-970

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[email protected]

Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro.

Fotolito e Impressão:Tribuna de Petrópolis

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão de-volvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

www.bahai.org.br“Não há paraíso mais admirável para qualquer alma do que ser

exposto à influência do Manifestante de Deus

em Seu Dia.”Escrituras Bahá’ís

NERSO DA CAPITINGA É O DESTAQUE DO MÊS NO TEATRO MARIO LAGO

O humor de Pedro Bismark é o des-taque na programação do Teatro Mu-nicipal Mario Lago, em Saquarema, no mês de agosto. O humorista mineiro, famoso por seu personagem Nerso da Capitinga, traz para o município o es-petáculo “Bobeira pega”, no dia 28, às 20h30. Com piadas consagradas e mui-tas inéditas, o novo show tem direção de Lúcia Martins, produção e supervi-são de Geraldo Magela Lauro, figurinos de Lúcia Sobreira e trilha sonora de Daniel Iasbeck. Durante o espetáculo, o público ainda acompanha, através de um vídeo, a visita do primo carioca do Nerso da Capitinga, o Paulinho Gogó (Maurício Manfrini), durante o período de férias e confere as aventuras que vi-

veram com o primo Gervásio (Tarcísio Santos).

Todas estas histórias, piadas e causos, além dos fuxicos de Marieta, da irreve-rência de Neiva Zelina, e da simplicida-de e inocência do Nerso da Capitinga,

se encontram em um espetáculo que é garantia de muita diversão.

Confira a programação completa do Teatro Mario Lago para o mês de agos-to.

Dia 01/08 - Tributo a Renato Russo “COVER OFICIAL” - 20h30

15/08 - O Noviço - 21h16/08 - Fify e os Floriguinhos - 17h

(Menta 02 Produções)22/08 - Lembranças de outra vida -

20h30 (Espetáculo espírita, Direção de Renato Prieto)

23/08 - Timão e Pumba - 17h (Dire-ção: Anacleto Carindé)

28/08 – “Bobeira Pega” com Pedro Bismarck, NERSO DA CAPITINGA - 20h30

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Filme de Cabo Frio está em 1º lugar de concurso da TV Brasil

O audiovisual da cidade de Cabo Frio a cada dia está mais forte e vem se profissionalizando. Neste último ano mais de dez curtas metragens e um média foram produzidos por três grupos cabofrienses de Cinema: Ta-berna, Os 13, e Cinema Possível.

No último mês de junho, o grupo “Os 13” – formado por universitários de Cinema, profissionais da Mídia e estudantes do Ensino Médio – termi-nou seu primeiro curta metragem de ficção, denominado “Fuga”.

Passado quase dois meses de lança-mento, o curta já disputa os festivais III Curta Cabo Frio (em setembro), Festival Internacional de São Paulo (agosto) e Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro (novem-bro). E, recentemente, um fato inédi-to para o grupo, seu filme “Fuga” foi convidado para participar do Festival da Juventude de Berlim, na Alema-nha (novembro).

– O filme retrata a vida de uma

adolescente e sua família, que nada mais é do que um retrato de muitas famílias nos dias atuais, onde os laços afetivos estão cada vez mais frios pela solidão que muitas futilidades como televisão, computador, e excesso de trabalho causam entre nós - destacou o diretor Lucas Müller.

O “Fuga”, com duração de 18 minu-tos, foi gravado em diversos bairros de Cabo Frio (do Centro da cidade, a bairros mais periféricos como Ma-

nuel Corrêa e Célula Matter). Cenas diurnas e noturnas contrastam pro-fundamente.

Hoje, dentre quase mil vídeos do Festival Tela Digital, da TV Brasil, o curta-metragem cabofriense ocupa a primeira colocação, com cerca de 1600 votos e disputa diretamente o Júri Popular com quatro filmes: de São Luis (MA), São Paulo (SP), Salva-dor (BA) e Rio de Janeiro (RJ).

– O trabalho rendeu e ficou bem in-teressante. Convidamos todos àque-les que também puderem dar uma força para votar em nosso filme para ser exibido na TV Brasil neste pró-ximo mês de agosto. Seria um passo muito importante, conquistado por todos - pediu a roteirista e protago-nista do curta, Beatriz Berbert.

O curta metragem “Fuga” pode ser visto e votado pelo site do grupo Os 13: www.os13.com.br.

(Ascom/Cabo Frio)

Beatriz Berbert em cena no bairro Manoel Corrêa

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Noel Rosa em Bacaxá

O SOM DOS NEGROS E JUDEUS NA AMERICAMarcio Paschoal*

Poucos sabem que uma das músicas preferidas da imortal Billie Holiday era uma composição de um professor judeu do ensino médio do Bronx, em NY, Abel Meeropolum.

A canção, “Strange fruit”, tem em seus versos todo o repúdio ao racismo e traduz o que o professor viu, numa tarde morma-centa do início dos anos 30: dois negros americanos que pendiam de uma árvore depois de linchados por uma multidão em Indiana, sul dos Estados Unidos.

A letra, forte e indignada, fala da cena horrível e das atrocidades que os homens ainda podem ser capazes de fazer: “Eis uma fruta/ Pra que o vento sugue/ Pra que um corvo puxe/ Pra que a chuva enrugue/ Pra que o sol resseque/ Pra que o chão de-gluta /Eis uma estranha/ E amarga fruta.”

Billie teve imensa dificuldade em poder gravar a música, já que os produtores de sua gravadora (Columbia Records) te-miam possíveis represálias.

O próprio autor escondeu-se através de pseudônimo, no caso, Lewis Allanele.

Os historiadores da cantora registram o fato de ela constantemente encerrar seus shows ao vivo com a canção. Billie exigia

que os garçons parassem de servir e que as luzes se apagassem. Não à toa, “Stran-ge Fruit”, na voz insidiosa de Miss Holi-day, se transformou rapidamente num hino contra o racismo.

Baseado nessa, e em outras análogas histórias, Carlos Rennó e Jaques Morelen-baum reúnem astros da MPB para interpre-tar obras que brancos judeus compuseram e que se transformaram em grandes clássi-cos da música negra americana

O produtor Carlos Rennó escreveu as versões, e o maestro Morelenbaum ficou encarregado dos arranjos. O CD, com o nome de “Nego”, apresenta, entre outros destaques, clássicos como “My Romance” com Gal e Carlinhos Brown; “Over the Rainbow” com Zélia Duncan; e “Bewi-tched” com Maria Rita. Já “Strange Fruit” ficou com o cantor Seu Jorge.

De “Porgy and Bess”, a ópera negra de Gershwin, foi selecionada a clássica “Summertime”, na voz de Erasmo Carlos.

Uma curiosidade, fruto da pesqui-sa de Rennó: Frank Sinatra, que gravou “Old Man River”, foi homenageado por Ray Charles, que subiu ao palco e disse: “Frank, você uma vez juntou um monte de músicos brancos num estúdio branco para tocar e cantar essa música negra -que eu agora vou fazer ‘in my way’.” O trocadi-lho perfeito só não veio com a informação

completa de que a música negra tinha sido feita por brancos judeus (Jerome Kern e Oscar Hammerstein). Esta canção, no CD, está a cargo de João Bosco. “Preto dá duro no Mississippi/ Duro pro branco poder brincar/ Puxando barco não descan-sando/ Até o juízo final chegar”, diz parte da letra.

Entre as décadas de 20 e 40, muito do que há de melhor no cancioneiro popular norte-americano foi produzido. Obras que ficarão para sempre na história das can-ções. E a maior parte do primeiro time de músicos era formada por judeus de origem simples, que descendiam de estrangeiros vindos da Europa: Gershwin, Irving Ber-lin, Richard Rodgers e Lorenz Hart são alguns nomes. A explicação para essa relação profunda, onde negros e judeus dos EUA se identificaram tanto, pode ser entendida pela origem de ambos, gente humilde e outsiders. A música era uma forma de desabafo e posterior identifica-ção, quando músicos judeus assimilaram a música e a musicalidade dos negros.

Trabalhando juntos com MPB há lon-go tempo, a dupla Rennó/Morelenbaum planeja o lançamento do CD “Nego” para agosto.

* Marcio Paschoal é escritor e crítico mu-sical. (www.marciopaschoal.com)

O poeta Luiz Vidal está or-g a n i z a n d o para o dia 18 de agosto, ter-ça-feira, um sarau na Pou-sada Villa Ro-sada, na Ave-nida Excelsior, bairro Jardim Excelsior, Cabo Frio (ao lado da AMPLA). O even-to promete ser um grande encon-tro de arte e cultura. Está progra-mado exposição de artes plásticas, lançamento de livros, muita músi-ca, teatro, dança e, lógico, poesia de qualidade, sem contar as sur-presas, que sempre aparecem nos eventos organizados pelo Vidal.

O sarau está programado para começar às 19h30 e terminar por volta das 23 horas. O evento tem um nome sugestivo, de fácil fixa-ção: “Terceira terça, o sarau de Cabo Frio”, isto porque é intenção do Vidal realizar o evento uma vez por mês, sempre às terças.

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Um aluno do Curso de Música Bar-celos deu a idéia e os professores Renato Barcelos e Ana Paula Lima partiram para a construção de um show que promete ser um marco na cultura de Saquarema. A música de Noel Rosa será apresentada no espetáculo que fica em cartaz todo sábado, às 20 horas, durante o mês de agosto, no Centro Cultural Casa do Nós (Rua Beatriz Amaral, 76, Bacaxá). A entrada é franca.

“O interessante é que a maioria do grupo não conhecia as músicas de Noel e foi muito produtivo o traba-

lho de aprender a cantar Noel”, disse Ana Paula. Além de Renato e Ana, participam da apresen-tação Leo Silvino, Malu, Neyde Falcão, Francisco Rozado, Cris-tiano Rufino e Gabriel Bravo. No repertório, clássicos como “Fei-tiço da Vila” e “Filosofia”, além de canções menos divulgadas do compositor carioca. O espetácu-lo também é recheado com re-latos sobre a vida de Noel Rosa, tornando ainda mais rica a apre-sentação do grupo. É show para não se perder.

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4 nº 161 - agosto de 2009

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QUEM É ECOCHATO? Gerson Valle

quando todos constatam que o mundo se encontrapor ter um piripaque,o sol por desgostonos bate no rosto,nos fere na pele,e todos desejamque o sol seja posto,o morro azuladodescora e apareceo marrom e amarelo,o mar de sargaçosmistura-se em merda,nos tira pedaços,geleiras derretidasnos querem treparpor cima das costas,e o ar nos vomitaa nossa volúpiade tudo acabarmos,para alguém que ainda queiradormir sobre os fatos,reclame e me chamede alarmista, ecochatono que me resta sem festada consciência já sem paciênciasó querendo alertar como tudo cá está,eu respondo:ecochato é a puqueopá!

Gerson Valle é poeta, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis. Reside em Petrópolis-RJ.

Saio só, a caminhar

Gustavo Wider

Saio só, a caminhar na manhã ensolarada.Céu azul brisa fresca, perfumadaflor orvalhada.

Sobre mim, a poesia adeja Como borboleta esvoaçanteque ameaça, mas não pousaindo pousar ao solmais adiante...

Gustavo Wider é membro da Academia Brasileira de Poesia. Reside em Petrópolis-RJ.

PASSARINHOSCamilo Mota

Para o amigo Cid Magioli

Ando mundo adentro feito pássaro,Trinando a melodia das asas.Recolho os gravetos da terraE componho o ninho das espécies.Sementes distribuo em canteiros muitos.Quando minha mulher amanhece,Ela vai lá fora ouvir de perto os passarinhos.Diz ela que entende as suas falas.E eu, meu amor, escuto as flores.Assim cresci mansoE redescubro a serenidade da vidaQuando o sol nasce e a lua vem.

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis.

DIAGNÓSTICODinovaldo Gilioli

É tardeE as rugasS’escondemNa carne

Dinovaldo Gilioli é poeta, atua no Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis. O poema acima faz parte do livro “Cem poemas” (Editora da UFSC)

ÍNFIMOMaria Helena Latini

Dor escondidaroendo:coisa incisae poucafeito uma frieira no pé,no dedo mínimo.

Maria Helena Latini é pós-graduada em Literatura pela UFF. O poema acima faz parte do livro “Fio de prumo” (7 Letras, 2006)

PELAS TUAS MARÉSAndityas Soares de Moura

Beber vinho dastetas das musas?

Se há clarãonão se pode desperdiçaro tempo.

É que o silêncioroda e rodasem pedirlicença.

Beber vinho dastetas das musas.

Em uma daquelasruas angularesa sombra de teu cheiro- que nasceu lembrança –enroscou-se nos pãezinhosnovos indicando-meo caminho que voltava para casa.

Andityas Soares de Moura é poeta, tradutor, professor uni-versitário e mestre em Filosofia do Direito pela UFMG. O poema acima faz parte de seu livro “Fomeforte” (Belo Horizonte: invento, 2005)

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5nº 161 - agosto de 2009

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OSSOS NAIVES – 43Eustáquio Gorgone de Oliveira

atribuo esta tristeza à minha permanentedistância dos motivos ilusionistas:copos-de-leite gigantesanjos colados em grudetabuleiros de limpar peixeteto em saia-e-camisaovos de ouro e outras verdades afinsque me insuflavam a vida.

não é fácil não é fácil mesmomanter-se no cavalo adestradoem todo o percurso.conhecemos o caso do serventuárioque viu a tinta secar no tinteiro.

Eustáquio Gorgone de Oliveira é poeta, reside em Caxambu-MG.

INVEJADaniel Mazza

Diante do espelhoO reflexo híbridoDe si e si próprio:Desconexo e impróprioO eu biconvexo.

É branco o ódio,É negro o remorso,É cinza o rancor.A inveja é de uma corQue só vemos no espelho: incolor.

Daniel Mazza é natural de Forta-leza-CE. O poema acima faz parte do livro “A cruz e a forca”, pre-miado em 1º lugar no X Prêmio Ideal Clube de Literatura.

JULINHA ENSINAIacyr Anderson Freitas

Não tive escola, o senhor mire e veja:com tanto livro assim não há quem viva.Ter estudo é não saber se a carquejaé diurética ou depurativa.

Como entender quando leitura tantanão nos salva da sarna com arruda?Quando se esquece que com casca-de-antanenhum homem fraco anda sem ajuda?

Quem não cura ferida com arnica?Mal de escarlatina, com mil-em-rama?Catarro sem malva, como é que fica?Sem tal ciência, não se sai da cama.

Para reumatismo, açoita-cavalo.Angina se mata com alfavaca.Com anil, ainda que em chá bem ralo,nenhuma prisão de ventre empaca.

Pedra nos rins se quebra com abútua,com urtiga-vermelha ou com bardana.Melhor com duas, pois, se a dose é mútua,moléstia alguma, olhe bem, nos engana.

Não desculpo estudo assim, tão em pencas,que não sirva à vida: à sua, à minha,às regras que regulo com avencasem tisana, ou com chá de cavalinha.

As folhas do meu livro estão na horta,no quintal, no relvado do poejo.Ali nenhuma letra é letra morta,e é literatura tudo o que vejo.

Iacyr Anderson Freitas é natural de Pa-trocínio do Muriaé-MG, reside em Juiz de Fora. O poema acima faz parte do livro “A soleira e o século” (São Paulo, Nankin Edi-torial; Juiz de Fora, Funalfa, 2002)

JoséMaria Clara Maia

José, sua túnica, as sandálias- da herança de Jesus.

José,a nudez do Pai, humílimo.O machado e o desbaste, o cajado.Silencioso, vago - sem dúvida.

José, secundário frente à Santa.A estrada dura.

A túnica, as sandálias - Jesus.

Maria Clara Maia é professo-ra, poeta, reside em Saquare-ma-RJ.

PoemínimoSylvio Adalberto

Passou o tempo de Bilacda máquina de escrevere da caneta tinteiro.O tempo agora é de quem não sabe ler.

Sylvio Adalberto é presidente da Aca-demia Brasileira de Poesia

BelvedereLatuf Isaías Mucci

Te vejo com um hibisco nos cabelos:vermelho amarelo branco cor rosa.São tantas as cores desta visagem.Floresces pela orla do mar,ondulando lentos os quadris,havaiana daqui.Mais te vejo, mais te amo.E te enrolo no pano de meu sonho.

Latuf Mucci é autor de “Águas de Saquarema”, cujo lançamento acontece dia 8 de agosto (vide página 10).

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6 nº 161 - agosto de 2009

Atelier Casa das Artes é inaugurado

em São Pedro da AldeiaRegina Mota

Foi inaugurado no dia 15 de julho o mais novo espaço cultural de São Pedro da Aldeia: o Atelier Casa das Artes. O local surgiu com o objetivo de oferecer aulas de escultura, dese-nho e pintura, bem como de ser um ponto de encontro aos artistas que queiram mostrar suas aptidões.

Os idealizadores da Casa, os artis-tas plásticos Elizabeth Franco e Ál-varo Lopes, são nascidos na cidade do Rio de Janeiro e já moram há vá-rios anos em São Pedro da Aldeia. Os dois amigos resolveram se unir para passarem aos alunos as mais varia-das técnicas, tanto na tela, como na madeira, por eles aprendidas e de-senvolvidas em seus trabalhos.

Na inauguração, além da comu-nidade local, estiveram presentes também diversos artistas plásticos

da Região dos Lagos, como o presi-dente da Academia de Letras e Artes – Aleart, Carlos Alberto Fourreaux, o presidente da Academia Artpop, de Cabo Frio, Carlos Alberto de Souza, além de algumas autorida-des, como a Secretária de Cultura de São Pedro da Aldeia, Dulce Menezes Ramos.

Algumas obras de Elizabeth e Ál-varo podem ser vistas no Atelier Casa das Artes, situada na Rua São Pedro, número 262, Estação. As au-las são ministradas de 2ª a 6ª, das 13h às 17h. Informações poderão ser obtidas através dos telefones: (22) 2625-9882 ou 8834-1936.

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Projeto Primeiro Passo

Unidos pelo amor à dança, um grupo de amigos decidiu tornar realidade um sonho recente, de fazer nascer nas pes-soas o bailarino que mora em cada um, e que talvez por falta de oportunidade ou condição financeira, permanece no silêncio.

Assim surgiu o Projeto Primeiro Pas-so, idealizado pela bailarina Patrícia Beltrão, pela sua mãe Valéria Beltrão, pelo bailarino Sergio Coelho e pelo for-mado em capoeira Manoel Almeida, o “Zorro”.

Patrícia, 23, é formada em Educação Física, pela Universidade Veiga de Al-meida, de Cabo Frio, e faz balé clássico desde os 2 anos de idade, ou seja, pos-sui 20 anos de experiência. Sergio, mais conhecido por “Serginho”, 18, foi um

dos talentos descobertos durante o Pro-jeto Arte e Cultura, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Saquarema. Apesar do pouco tempo de balé, apenas 3 anos, Serginho se apresenta como ve-terano nos palcos, pela sua habilidade e flexibilidade, rompendo as barreiras do preconceito. Os dois bailarinos con-tam com a supervisão de Taís Maia, que possui vasta experiência em dança.

As aulas, cuja mensalidade tem o va-lor simbólico de apenas R$ 15, acon-tecem na Colônia dos Pescadores, em Saquarema (vide box abaixo). Outros locais que também têm aulas com o Projeto Primeiro Passo são a Casa Es-cola Corujinha, em Itaúna, e o Jardim de Infância Brincando e Aprendendo, no Gravatá. (Regina Mota)

Elizabeth Franco e Álvaro Lopes ensi-nam pintura e escultura no novo espaço

cultural

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Onde o modernose junta ao clássico.

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7nº 161 - agosto de 2009

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“O mochileiro e a analista”, de Phili-ppe Debled e Maria do Rosário Stotz (Palhoça-SC, Unisul, 2009), oferece a oportunidade de conhecer, através da vida de Phillipe Debled, as aventuras e desventuras de um dependente quí-mico.

Fascinantemente, esta história leva o leitor a viagens pelo mundo da psi-cologia analítica, introduzindo con-ceitos de forma simples, conduzindo a constantes reflexões sobre paradig-mas que fazem parte da vida humana: quem sou? O que realmente quero e desejo? Como me sinto realmente?

Sem a pretensão de tornar-se uma narrativa sobre o processo analítico, é na relação que os verdadeiros desa-fios ocorrem, tanto para a psicóloga Maria do Rosário quanto para Philli-pe, o qual organiza construtivamente e espontaneamente fatores que facili-taram sua aproximação das drogas.

Tendo como contexto as viagens au-daciosas, o livro apresenta a beleza das diversidades culturais através de todo deslocamento geográfico, conco-mitantemente com as vivências aluci-nantes com as drogas.

Em certos momentos as “viagens” internas interrompem, cortam e transversam as “viagens” externas. Contudo a busca pelo auto conheci-mento e o anseio pela “tal” liberda-de permanecem no corpo temático, sendo sustentado pelas inferências e

O mochileiro e a analista

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apenas para acadêmicos na área de saúde mental, mas a todos os que es-tão lutando o bom combate da busca de si mesmo, sem pré-conceitos ou idéias estereotipadas.

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*Biancha Mamede é psicóloga clínica, linha de atendimento cognitivo compor-tamental, especialista em hipnose (TVP), atende em Saquarema com hora marcada. Tel. (22) 2651-8872 e (22) 9225-6358.

Fred

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o M

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PAI É PARA SEMPRE!

Com carinho,a Direção e Equipe

da Casa Escola Corujinha.

Pai não nasce pronto. Ser pai vai acontecendo no contato do dia a dia.

Educação, carinho e apoio são os bens mais importantes que um pai pode dar ao filho.

O pai apresenta o mundo à criança. O pai ampara, participa, planeja o futuro

com o filho. O pai deve ser lembrado todos os dias. FELIZ DIA DOS PAIS!

Page 8: Jornal Poiésis 161

8 nº 161 - agosto de 2009

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O POETA DO VERSO CLAROEntrevista com Reynaldo Valinho Alvarez

Poiésis – Sua poesia deixa transparecer um olhar de desencanto sobre nosso século. Você quer dizer com isso, que a arte, no caso a poesia, é o caminho para a redenção do ser humano e instrumento para se ordenar esse caos?Reynaldo Valinho Alvarez - A poesia pode não ser o caminho para a redenção do ser humano e o instrumento para se ordenar esse caos. Mas não deixa de ser uma opção, uma tentativa de romper o cerco e buscar a salvação, no sentido de que é preciso quebrar o conformismo e não ceder ao encarceramento cultural, psicológico e social do que há de mais fraterno e solidário no ser humano. Temos de enfrentar todas as pressões que nos oprimem e o desencanto que nos rodeia. Para quem vê na poesia algo mais que um exercício literário, sujeito a modismos e teorizações de todos os gêneros, ou um caminho para o posicionamento e a ascensão no estéril mundo da política cultural, é inaceitável assistir ao empobrecimento a que ela é submetida quando passa a constituir um simples meio de inserção na área difusa da vaidade literária ou um joguete ao sabor dos passageiros e contraditórios ventos da moda ou das ideologias desejosas de confronto e hegemonia. A esse quadro deve contrapor-se uma dedicação que não recua, mas, ao contrário, prossegue em sua procura interminável do belo, em meio ao que há de mais profundo e arraigado na tragicomédia do cotidiano. Cito, a propósito, os versos finais do longo poema “Noite sobre dia”, que faz parte do volume Lavradio, em que me arrisquei a expresssar-me a respeito, opondo, em metáfora, a luz desse desejo à sombra silenciosa da noite vazia:

o poema é teu escudo ergue-te e luta

não é a noite essa intrigante brutaque há de roubar-te a luz crê e levantaesse estandarte o poema e a vida canta

com a esperança no bolso quebra e espanca

a longa mancha dessa noite brancae estilhaça o sofrer a morte o espantoque se esconde em seu pardacento

manto

aonde fores terás sempre a esperança

na forma exata de uma aguda lançapara rasgar a noite e achar o diamesmo que só na tua fantasia

talha a pedra que a pedra não te

negatudo que nela operas e te legaa ode clara do dia o alto poemaque é da esperança a mais valiosa

gema

Poiésis – Você foi construindo sua poesia à margem de escolas e correntes literárias e conseguiu a aprovação do público e da crítica. Isso o faz se sentir realizado como poeta?Reynaldo Valinho Alvarez - A realização como poeta é uma

conquista que se faz no dia-a-dia, a cada poema escrito, a cada encontro entre a vida real e a fantasia, o pensamento e a palavra, a razão e a metáfora capaz de expressá-la. Esse é um terreno em que a pretensão, a arrogância e a veleidade não passam de um jogo fátuo e ridículo que se dissipa como a fumaça e apenas cega os ególatras e imprudentes. Todo um caminho se faz e refaz, com humildade e perseverança, a cada verso, a cada imagem, a cada tema percorrido com a curiosidade insopitável de uma criança que se interroga, questionando o mundo à sua volta. Não há ponto de chegada, mas uma peregrinação que tem em si mesma seu próprio destino e sua justificação.

Poiésis – Estão presentes em sua poesia a interação do existencial e do social, a paixão pelo artesanato formal, a

expressão verbal como síntese do novo e do tradicional. Como é que funciona a alquimia dessa interação?Reynaldo Valinho Alvarez - A alquimia da interação entre existencial e social, artesanato formal e expressão como síntese do novo e do tradicional é uma exigência da economia do poema, de sua estrutura interna, de sua razão de existir como expressão de uma experiência humana e seu desejo de permanência. O poema é a representação escrita, concreta e real de um estado poético, seja ele resultado de uma emoção, uma sensação, uma idéia, um pensamento organizado, uma circunstância que se deseja preservar do caruncho do tempo, uma aspiração de plenitude e de continuidade no plano estético, inerente à condição humana, sitiada pela iminência indesejada da mortalidade. A poesia pode oferecer um olhar abrangente desse complexo interativo de aspirações e realizações.

Poiésis – A presença da morte, a corrosão do tempo, a violência do cotidiano, o isolamento e a solidão da era da internet, parecem clamar na sua voz, por um mundo mais justo e uma humanidade mais livre, somados a resíduos de leituras e vivências pessoais, pode-se dizer que sejam a essência de sua poesia?Reynaldo Valinho Alvarez - A essência da poesia, tal como a compreendo, deriva da própria essência do ser humano. Ela está impregnada da vida e dela retira o sumo, a seiva e o sangue de sua existência que se expresssa por intermédio da palavra. É no cerne e no som da palavra que ela explode

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9nº 161 - agosto de 2009

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Poiésis – É verdade que seu fazer poético é sintoma de inconformismo com o que está sendo feito em matéria de poesia, que você quer mais do que o que está sendo feito?Reynaldo Valinho Alvarez - Procuro o meu próprio caminho em meio ao arquipélago de estilos, movimentos e tendências que ocupam o lugar outrora tomado pelas escolas literárias. O caráter múltiplo das manifestações contemporâneas tem, ao menos, a vantagem de ninguém passar pelo dissabor de sofrer a ditadura de uma determinada escola, seja ela qual for. É possível que a última tentativa do gênero esteja extinta há cinquenta anos e já se tenha perdido na poeira do tempo, como se dizia em outra época, diferente desta que alguns denominam de pós-moderna. Sob essa ou outra classificação, ela permite a liberdade de expressão atual, marginada, de um lado, pelo caos à beira do absoluto e, do outro, pela teimosa e aleatória pretensão de alguns círculos e grupos de se apresentarem como os donos da verdade. Trata-se de pura ilusão, quando se vive num terreno instável e movediço como este de que estamos falando, em que os cânones, normas, leis e preceitos parecem soar como sinos rachados, tocados em paragens ermas e vazias. É preciso fazer mais, sim, sempre mais, ancorado no presente, mas olhando para frente e para trás, pois nada se cria do nada, quando se trata de uma obra humana. Estamos em cima dos degraus que outros construíram ao longo dos séculos e, no fundo, não estamos criando nada que não esteja contido nos limites insondáveis do fazer humano. Não inventamos o que já está inventado. Podemos, sim,

reinventar, no sentido de renovar e recriar.

Poiésis – Os críticos dizem que “sua excepcional capacidade para construir o poema sugere um ressentimento com o individualismo alienador, e parece que você tenta unificar o mundo pela palavra”. Quanto há de realidade nisso?Reynaldo Valinho Alvarez - A solidariedade humana sempre foi e será uma aspiração, um desejo e uma idéia-força mais do que uma realidade que se apresente com frequência no cenário do cotidiano. Toda iniciativa solidária corre o risco de se esgotar na oralidade ou no verbo escrito. Mas, ao contrário, deveria estar presente onde se faz necessária, nos muitíssimos palcos em que se exibe a tragédia da miséria humana. Essa tragédia secular é traduzida em exploração, injustiça, assassínio, guerra, genocídio, inanição, ignorância e toda a coorte fantasmagórica que invade tanto as urbes gigantescas de países desenvolvidos ou atrasados quanto os campos talados pela devastação implacável e irracional dos conflitos de toda natureza. Hoje, há os originados em causas econômicas, sociais, políticas, ideológicas, religiosas, étnicas ou em qualquer outro motivo capaz de levar ao massacre, ao morticínio, ao confinamento em campos de concentração, às execuções, aos atentados ou à solitária bala perdida. A esse horror, temos de opor o escudo e a couraça de uma poesia que procure, em sua humildade, constituir-se num padrão de beleza, num documento afirmativo e num sopro de paz.

Poiésis – Dentre tantos livros sobre qual deles recai sua preferência pessoal?Reynaldo Valinho Alvarez - Cada livro tem sua própria história, sua origem, seu momento de concepção, sua razão de ser. É impossível

preferir um aos outros, porque todos fazem parte de um painel composto de muitos mosaicos, de um conjunto solidário, de uma obra em andamento que só terminará com a morte ou a incapacidade física do autor. Há sempre algo melhor a fazer ou o desejo de se fazer melhor, ou ainda a ilusão de se fazer melhor, assim como um dia se sucede a outro dia e nenhum se assume como igual ao outro, mas todos somam nossa presença e nossa passagem no tempo e pelo tempo. Cidade em grito, o primeiro livro publicado, quando o autor já tinha 42 anos, mas escrito aos 27 anos, é um longo poema estruturado, de tema urbano, prefaciado pelo grande escritor português Ferreira de Castro, que ressaltou essa característica do livro. A partir daí, surgiram Canto em si e outros cantos, volume composto de três livros voltados também para a temática urbana, e O solitário gesto de viver, que registra e verbera a reificação do homem citadino, embora repleto de metáforas e imagens campestres, além do cenário gaúcho; O sol nas entranhas, visão de um Rio de Janeiro em que a urbanização se fez sobre a destruição de marcos e referências do passado; Solo e subsolo, formado por três livros, o primeiro com a apresentação de uma paisagem mineira agredida pela ação do homem; o segundo centrado na figura de um Cristo operário e de um São Francisco despojado; e o terceiro que retomou o tema da coisificação do ser humano, com ironia e experimentações poéticas e verbais diversas. Seguiram-se O continente e a ilha, formado por dois livros em que a experimentação estética se une à problematica existencial, à memoria, à historia e à biografia, e Galope do tempo, em que a tônica da passagem dos dias abriga aforismos e alusões conceituais de fundo existencial, ao longo de uma estrutura poética em que se utiliza, com frequência, a técnica experimental no plano do desenvolvimento da obra. Vieram ainda Lavradio, constituído

por quatro livros: o primeiro, uma viagem ao longo da memória; o segundo, uma reflexão sobre a poesia; o terceiro, a visão trágica de um Rio de Janeiro assolado pela violência e pelo ceticismo; e o quarto, um longo poema sobre a travessia existencial. Depois dele, foram publicados Das rias ao mar oceano, uma ponte entre a Ibéria e o Brasil, com ênfase na memória ancestral galaica, e Corta a noite um gemido, longo poema em que a experimentação com a reinvenção de formas e modelos clássicos conta a história sangrenta e inaceitável dos ataques às populações civis, vindos de onde vierem. Nesse período, apareceram também traduções de alguns livros em países como a Suécia, a Itália, o Canadá e a Espanha, além de uma edição bilíngue em português e francês sob o título O tempo e a pedra / Le temps et la pierre, organizado e traduzido por minha mulher, Maria José de Sant’Anna Alvarez, com a colaboração de vários tradutores, e Diáspora ou aprendiz de galego, livro bilíngue que reúne trinta sonetos que escrevi em galego e traduzi para o português. Estão sendo lançados agora El último día, volume que junta o longo poema-título sobre a condição humana à coletânea El aullido y los perros, escrita no princípio da década de 1980 e publicada em 2003, e a edição bilíngue com a tradução em italiano do longo poema sobre a América Latina intitulado “Manual de conduta”, já publicado em duas obras anteriores do autor. Em 1999, A faca pelo fio, coedição da Fundação Biblioteca Nacional com a Imago Editora, reuniu seis livros meus: Galope do tempo, O continente e a ilha, Solo e subsolo, O solitário gesto de viver, O sol nas entranhas e Canto em si e outros cantos. Todos eles ajudaram a erguer os andares de uma obra em progresso que está longe ainda de sua conclusão. Assim o desejo e espero.

Page 10: Jornal Poiésis 161

FLORAIS

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10 nº 161 - agosto de 2009

Joao Carvalho Netoautor do livro “Psicanálise da Alma”

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Opinião

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Livro de poemas faz homenagem a SaquaremaCamilo Mota

Uma ode a Saquarema. É como define o autor Latuf Isaías Mucci seu mais recente livro, “Águas de Saquarema” (Tupy Comunica-ções), cujo lançamento acontece dia 8 de agosto, às 20 horas, na Casa de Cultura Walmir Ayala, no Centro. Natural da Zona da Mata de Minas Gerais, o profes-sor-doutor já percorreu vários países e escolheu o balneário na Região dos Lagos como seu por-to seguro. “O livro é um gesto de gratidão para com a cidade que me acolheu”, define o poeta, que reúne nas cerca de 150 páginas textos que fazem um verdadeiro culto à beleza da cidade.

Residindo há 30 anos em Sa-quarema, Latuf Mucci é mais conhecido como ensaísta e como brilhante palestrante, tendo vá-rios livros publicados. “Águas de Saquarema” é sua segunda incursão pela poesia. Professor associado da Universidade Fe-deral Fluminense (UFF), o dou-tor em Poética também mantém um blog (professorlatuf.blogs-pot.com), onde tece um diálo-

go constante com a literatura, a arte em geral, a vida, enfim. Segundo o escritor Juan Arias, Latuf é o professor amado pe-los alunos e que une em sua personalidade as qualidades da fonte e da água, resumindo po-eticamente a totalidade dessa figura ímpar que habita o dia a dia de Saquarema e que re-vela agora ao mundo seu olhar de poeta sobre a cidade e seus pares.

O Projeto Especial de Inte-gração Social da Pesca Artesa-nal – PEISPA, realizado pela Colônia de Pescadores Z-24 de Saquarema e patrocinado pela Petróleo Brasileiro S.A. - PE-TROBRAS, realizou durante o período de agosto de 2008 a julho de 2009, diversos trei-namentos voltados para a área da pesca artesanal. Educação Ambiental, Gestão Financeira, Precificação e Empreendedo-rismo, foram também minis-trados, além da constituição de uma Cooperativa de Benefi-ciamento do Pescado, atingin-do um universo de oitocentos e setenta participantes entre pescadores, filhos de pescado-res e alunos das escolas muni-cipais da cidade de Saquarema.O Projeto Peispa contou

ainda com a participação e o apoio da Prefeitura Municipal de Saquarema, Emater/Rio, Sebrae/RJ, Fiperj e Capitania dos Portos.

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Um caminhão Vacol, adquirido re-centemente pela Prefeitura Munici-pal de Saquarema, tem ajudado no trabalho de desobstrução de ralos, galerias, manilhas e bocas de lobo para a passagem de águas pluviais.

O trabalho silencioso da Secretaria de Serviços Públicos e Transporte já vê resultados, através de ruas que an-tes ficavam alagadas após as chuvas e hoje podem ser trafegadas normal-mente. É a prevenção, aliada à von-tade de trazer boas respostas à popu-lação saquaremense, eliminando aos poucos os alagamentos em algumas partes da cidade.

O caminhão, de uso exclusivo da prefeitura para serviços públicos, deverá atender aos bairros, cujas ruas são manilhadas. Reclamações e solicitações de serviços podem ser postadas no site da prefeitura: www.saquarema.rj.gov.br

Prevenção: melhor maneira

de trabalhar

Page 11: Jornal Poiésis 161

11nº 161 - agosto de 2009

UM BATE-BOCA NO JUDICIÁRIOGerson Valle

Recentemente, os grandes jornais bra-sileiros divulgaram um bate-boca entre dois ministros do Supremo, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, onde se evi-denciaram algumas questões jurídicas que sempre me afligiram como advoga-do. De um lado um profissional que en-cara a posição do Direito como a de busca da Justiça e Equidade, dentro dos princí-pios sabidamente bons e não pervertidos, e de outro alguém que se quer um técni-co das leis e manobras jurisprudenciais a serviço da política dominante, indepen-dentemente de qualquer preocupação de ordem não jurídica, “relativizando” o que seja bem ou o que seja bom... Ressalta-se, assim, a velha questão dos defensores do Direito Natural (baseado nos fundamen-tos óbvios para a boa convivência social em qualquer época e lugar) contra os po-sitivistas (do Direito Positivo, aquele que se restringe às normas escritas, dentro das especificações históricas de cada so-ciedade).

Lembro-me de um juiz, nas décadas de sessenta e setenta, que publicou alguns livros teóricos de como se advogar; uma espécie de auto-ajuda ao advogado na formação de seu pecúlio. Demonstrava, então, as táticas profissionais como um “comércio” frio e distante de qualquer humanismo. Num extremo de “positivis-mo” defendia claramente a idéia na qual, para a defesa do cliente, todos os proce-dimentos seriam válidos. Isto incluía, é claro, a mentira, considerada simples “tática de defesa”...

Um dos primeiros ensinamentos transmitidos nas aulas introdutórias ao Direito é a de que Direito e Moral são ma-térias diferentes. Direito não é Moral. E de tanto se repetir tal diferenciação, disci-plinarmente verdadeira, muitos acabam pensando que o bom Direito pode mes-mo ferir a melhor Moral, e entre o Direito e a Moral certos profissionais defendem uma advocacia tão amoral que não se incomoda por ser imoral... Há sempre a desculpa de que a todos deve ser dado o direito de defesa. Mesmo ao pior dos cri-minosos. E como se defender tal criatura senão mentindo? Às vezes até injuriando suas vítimas ou denegrindo a imagem de uma testemunha, demonstrando, de for-ma transversa, que elas é que mentiram? Isto ajuda à Justiça, à Equidade, ao Di-reito? Não. Mas ao bolso do “profissional amoral”, sim, mesmo que mantendo cri-minosos soltos e inocentes sob dúvida...

Tomo a liberdade de citar uma frase do poeta Ferreira Gullar, quando era presidente da FUNARTE e eu lhe expli-cava possíveis perigosas conseqüências para a instituição devido a uma recente lei. É claro que não tomei posição a favor da lei abusiva, mas, de tal forma ela feria a sensibilidade do poeta que ele achou, quando a explicava, que a defendesse, e me repreendeu (sem saber que eu pen-so, neste aspecto, exatamente como ele; afinal, “anch’io sono poeta”, o quê, como profissional, não vinha ao caso): “Fala feito gente, Gerson, e não como advoga-do!”

O doutor Gilmar Mendes é conheci-do como um grande jurista por dominar muita doutrina, leis e jurisprudência, usando bem de técnicas e táticas jurídicas. Mas, de que adianta tudo isto, quando é notório que todo conhecimento pode ser usado para a finalidade ideológica que se pretende, e esta pode defender os grandes contra os pequenos, os ricos contra os po-bres, poderosos contra necessitados? E, até, a existência de bandoleiros na defesa dos bens privados, dos ganhos lícitos ou não, contra a equidade social. Isto é “falar como gente”?

Existe em toda ciência positivista uma grande dose de realismo, sem dúvida. A mesma de políticos “manobreiros”, que se mantém na base da demagogia ou “men-tiras técnicas” de sua profissão de políti-cos, como as dos advogados que seguem a “ajuda” do citado livro de um juiz. Políti-ca, para as chamadas velhas raposas, não consiste num ideal, mas na manutenção

da injustiça do estamento de famílias, co-ronéis, gente rica que o protege em man-datos e outros poderes, contra a “canalha da plebe”, que se engana com pieguismos de palavras e docinhos de festa... Conhe-cer a situação REAL e saber explorá-la consiste na “boa” prática do político “dou-torado” nas falcatruas de nossa realidade e que a leva adiante com seu saber... E o pior é que a maioria julga bom político ou bom advogado aqueles que dominam a “técnica” de suas “profissões” por meio de discursos que possam “dar nó em pingo d’água”. O que faz de advogados e políti-cos malabaristas safados muito aplaudi-dos!

Mas, as coisas parecem querer mudar. Quando manifestação pública e grande parte da imprensa e na internet procla-ma-se “Fora Gilmar Mendes” ou “Fora Sarney” despontam passos de conscien-tização pró-mudança de valores com re-lação a figuras da política ou da atuação jurídica (seja do advogado ou do Judici-ário). É certo que o carisma manipulador das massas e o maquiavelismo de Getú-lio Vargas se repetem com Lula. Tudo de mais antigo e fingido e demagógico e antidemocrático. Com a agravante que esta vertente saiu de uma esperança de mudança em tais práticas, o PT. Depois de combater os estratagemas corrup-tos e/ou conchavistas, atingida a presi-dência da República, Lula “conchava” com todo corrupto e/ou manobrista do poder, para obter maioria no Congres-so, cinicamente, como a prostituta que se esfrega em qualquer cara sujo que

despreza, por “profissionalismo”, onde o nojo e a dignidade não interferem, tal como a Moral com relação ao Direito... Pode-se mesmo desconfiar, por isto, que tudo não passe de uma bem arquitetada política para a manutenção de um po-der que leve a uma mudança mais radi-cal que era de se desejar para o Brasil. Alguns teóricos neostalinistas estariam “construindo” a liderança lulista? Tanto o neogetulismo quanto uma ditadura do tipo soviético só podem agravar a postu-ra mentirosa da política tradicional. Por outro lado há manifestações novas repu-diando suas práticas nocivas. Temos de ter fé que certos protestos aumentem a conscientização nacional, forçando os ve-lhos mentirosos a mudarem suas táticas. E que Direito e Política tomem um rumo mais compatível com a evolução e espíri-to de emancipação das velhas fórmulas, como vem ocorrendo com as mulheres e minorias, ou mesmo como despontaram os “verdes” historicamente contra todas as resistências que os apelidaram de eco-chatos... Um Cristóvão Buarque, um Pe-dro Simão, um Joaquim Barbosa, já não seriam indícios das mudanças?

Curiosamente, dentre os “verdes”, há dificuldades causadas por certas forma-ções muito voltadas ao fato jornalístico, essencial para a visualização da realida-de, mas sem acompanhar uma reflexão mais aprofundada vinda de estudos mais organizados. Presos à moda, deixam-se levar pelo canto de sereia do liberalis-mo, confundindo-o com a corajosa visão libertária, culpando a estrutura do Esta-do. Podem, assim, acabar acreditando em linhas enganosas da inteligência de um Fernando Henrique... Por aí voltam a práticas antigas, uma vez que a super-ficialidade acredita que a realidade é a mestra suprema. Neste pragmatismo aprendem com seus pares políticos, mes-mo que dentro de um congresso corrup-to. Tudo se repete. Um perigo! Acredito, entretanto, que conscientizações mais idealistas desviem o caminho das repe-tições de tais “manobras puramente táti-cas” nos novos tempos. Que a população já não seja ingênua para aceitá-las. Que os profissionais da Política ou do Direito prezem mais a honestidade de seus de-sempenhos. Que os joaquins rodrigues frutifiquem e os gilmar mendes encon-trem o túmulo para seus atos já há muito anacrônicos, por mais que pareça ser a confusão de valores em prol dos ganha-dores sem escrúpulos uma realidade ne-cessária...

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Page 12: Jornal Poiésis 161

12 nº 161 - agosto de 2009

Em FocoRegina Mota

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IMPRESSO

Literatura, Pensamento & Arte

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çãoPetrópolis florida - As cerejeiras vindas do Ja-

pão enfeitaram a entrada de Petrópolis no mês de julho. A Cidade Imperial ficou mais charmosa, combinou com o frio de 4 graus no amanhecer.

Visitas ilustres - A proprietária da Ayuruoca - Pou-sada do Barão, Angela Maria Pellicione Feingold (no centro da foto), e sua sobrinha Bebel, receberam em julho hóspedes ilustres como os surfistas Sergio Laos e Nasatoshi e a secretária de Turismo de Mar de Es-panha, Patrícia. Também prestigiaram a pousada os atores globais Roberto Frota e Marcos Wainberg, que estiveram em Saquarema para apresentação do espetá-culo “Diálogo dos Pênis”.

Galera animada - O WQS que aconteceu na praia de Itaúna reuniu centenas de jovens apaixonados por surf. Na foto acima, atores e músicos do Centro Cultural Casa do Nós. Alguns ajudaram na barraca da Secretaria de Saúde, distribuindo preservativos e alertando sobre a AIDS.

Mecânica de batom - Adilson Costa Muniz (foto ao lado) foi um dos instrutores do curso promovi-do pela Via Lagos, Mecânica para Mulheres, que teve alunas de Sa-quarema, Araruama, Cabo Frio, Rio Bonito e Iguaba. Casamento - Djair

e Céia casaram-se no dia 4 de julho na Cinéia Fest. Que as bençãos divinas continuem sendo derramadas sobre eles, é o que deseja-mos de coração.

Novo secretário - Zezinho Amorim é o novo secretário de Promoção Social e Cidadania de Saquarema. Na foto, a prefeita Franciane Motta dando-lhe as boas vindas.

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