Jornal Portugal Post Julho 2010

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Leia nesta edição Página 9 Páginas 7 Página 7 Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 192 • Julho 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Governo alemão anuncia maior plano de austeridade do pós-guerra O governo alemão definiu o maior pacote de redução de gas- tos públicos da história da República Federal da Alemanha. Até 2014 deverão ser economizados cerca de 80 bilhões de euros, valor acima do inicialmente previsto. Pág. 3 José Saramago - Última Viagem Pág. 10 Alemanha Emigração está a mudar, com a chegada de muitos licenciados VPU Empresários portugueses querem associação mais forte na Alemanha Münster Tatjana Pinto, jovem atleta luso descendente é uma “Jóia” do atletismo alemão Uma batida universal à portuguesa Os Oquestrada apresentam o álbum de estreia «Tasca Beat» na Alemanha Pág.12

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Jornal Portugal Post Julho 2010

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Bar Cod

Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVI • Nº 192 • Julho 2010 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

Governo alemão anuncia maior planode austeridade dopós-guerraO governo alemão definiu o maior pacote de redução de gas-tos públicos da história da República Federal da Alemanha.Até 2014 deverão ser economizados cerca de 80 bilhões deeuros, valor acima do inicialmente previsto. Pág. 3

José Saramago -Última ViagemPág. 10

AlemanhaEmigração está a mudar, com achegada de muitos licenciados

VPUEmpresários portugueses querem associação mais fortena Alemanha

MünsterTatjana Pinto, jovem atleta lusodescendente é uma “Jóia” doatletismo alemão

Uma batida universal à portuguesa

Os Oquestrada apresentam o álbum de estreia «Tasca Beat» na Alemanha Pág.12

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PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010

Iniciativas da Portugal Post VerlagMário dos Santos

2

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

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FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

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praz-nos anunciar aqui a publica-

ção de uma segunda edição de

um Directório EmpresarialLuso-Alemão que será colo-

cado à venda a partir do dia 1 de

Julho desde ano.

O Directório divulga os contactos

elementares de algumas centenas de em-

presas de portugueses e luso descenden-

tes na Alemanha e constitui, sem dúvida,

mais uma prova da capacidade da nossa

editora no campo das publicações úteis

à comunidade lusa e não só.

Esta segunda edição, muito diferente

na sua forma e conteúdo quando compa-

rada com a segunda, é o ponto de partida

para uma periodicidade que queremos

mais curta. Em termos concretos, que-

remos passar a editar esta publicação

uma vez por ano com as devidas actuali-

zações e respectivas alterações ditadas

pelo tempo.

De carácter bilingue, o DirectórioEmpresarial Luso-Alemão conta,

para além da divulgação dos contactos

das empresas, depoimentos de alto nível,

destacando-se um prefácio do Ministro

da Economia, Inovação e do Desenvolvi-

mento de Portugal, Vieira da Silva, que

louva a iniciativa da Portugal Post Verlag.

Também o Presidente da Federação

de Empresários Portugueses participa

com um texto, referindo que a iniciativa

da Portugal Post Verlag “servirá comoamostra da diversidade, potencialidade e ca-pacidade da nossa comunidade, mas tam-bém como ferramenta de comunicação, decooperação e construção da ponte econó-

mica, cultural e espiritual entre Portugal eAlemanha”.

Estamos certos que esta iniciativa re-

presenta uma mais valia não apenas para

as empresas que procuram contactos

para parcerias ou negócios, como ainda

para o comum dos utilizadores que en-

contrarão nesta publicação informação

de interesse muito útil.

O Directório Empresarial pode ser ad-

quirido por telefone, fax ou e-mail diri-

gido à nossa editora:

Email: [email protected]

Tel.: 0231 – 83 90 289

Fax: 0231 – 83 90 351

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Directório Empresarial Luso-Alemão já disponível para venda ao público

A

Page 3: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 3Alemanha

Os principais atingidos são os pro-

gramas sociais do Governo, a indús-

tria e o sector bancário. „São

tempos graves e difíceis“, afirmou a

chanceler Angela Merkel em Berlim,

no final de uma reunião de dois dias

com os seus ministros. Um novo

aumento de impostos para os cida-

dãos foi descartado pela coligação

governamental.

Para 2011 o governo prevê

economizar 13,2 bilhões de euros.

As medidas são uma tentativa de

conter o crescente endividamento

do Estado alemão e fazer com que

a Alemanha volte a respeitar o

pacto de estabilidade do euro.

Principais cortes

Os planos prevêem a reestrutu-

ração da Bundeswehr (Forças Ar-

madas da Alemanha). O ministro da

Defesa, Karl-Theodor zu Gutten-

berg, foi incumbido de apresentar,

até Setembro, um plano de redução

do contingente militar, de 250 mil

para 210 mil soldados.

A coligação entre conservado-

res cristãos e liberais decidiu tam-

bém reduzir gastos nos programas

sociais do Governo. Entre outros

cortes, o Governo não pagará mais

a contribuição para a reforma de

beneficiários do programa Hartz IV

(destinado a desempregados). As

mudanças deverão resultar numa

poupança de 2 bilhões de euros por

ano.

O Elterngeld, subsídio pago a

quem deixa de trabalhar para cui-

dar dos filhos pequenos, será total-

mente eliminado para os

beneficiários do programa Hartz IV.

Os demais passarão a receber 65%

do valor do salário em vez dos ac-

tuais 67%. O teto de 1.800 euros foi

mantido. As mudanças deverão tra-

zer para o governo uma economia

anual de 600 milhões de euros.

Haverá cortes também no ser-

viço público. Até o final de 2014, o

Governo quer eliminar 15 mil pos-

tos de trabalho. Há cerca de 280 mil

empregados no serviço público fe-

deral. Segundo o plano de poupança

do Governo, os servidores do Es-

tado também terão de renunciar a

um aumento de 2,5% no subsídio

de Natal, previsto para 2011. O go-

verno espera economizar 4 bilhões

de euros com os cortes no serviço

público. As empresas de energia

Eon, RWE, Vattenfall e EnBW – de-

tentoras de centrais nucleares –

terão de pagar um novo imposto,

que soma 2,3 bilhões de euros

anuais e diminuirá em parte os ga-

nhos que elas terão caso a vida útil

das centrais seja prorrogada.

No sector da aviação, o Go-

verno quer cobrar uma taxa para

cada passageiro que embarcar num

aeroporto alemão, o que levará 1

bilhão de euros por ano para os co-

fres públicos. Para os bancos está

prevista a criação de um imposto fi-

nanceiro, que deverá ajudar a cobrir

os prejuízos causados pela crise

económica, a partir de 2012.

A empresa pública Deutsche

Bahn (transportes ferroviários) de-

verá reencaminhar para o Governo

uma parte dos seus lucros. Até

hoje, a empresa ficava com todo o

dinheiro que ganhava.

Merkel disse que não há alter-

nativas ao pacote. „Não podemos

permitir tudo o que desejamos se

quisermos definir o futuro“, assina-

lou. O vice-chanceler Guido Wes-

terwelle afirmou que o pacote é

ambicioso, amplo e sólido. „Nos úl-

timos anos nós também vivemos

acima das nossas possibilidades.“

A oposição e os sindicatos cri-

ticaram os planos do governo.

„Agora os trabalhadores, os refor-

mados e as famílias são chamados a

pagar a conta das negociatas dos

bancos“, disse Klaus Ernst, líder do

partido A Esquerda. O Partido

Verde declarou que o governo pre-

judica os mais fracos.

Governo alemão anuncia maior plano deausteridade do pós-GuerraO governo alemão definiu o maior pacote de redução de gastos públicos da história da República Federal da Alemanha. Até2014 deverão ser economizados cerca de 80 bilhões de euros, valor acima do inicialmente previsto.

Oposição, sindicatos e até

mesmo sectores dos partidos do

governo alemão fizeram duras crí-

ticas ao pacote de redução de des-

pesas públicas anunciado no

princípio do mês de Junho pela

chancelaria Angela Merkel e pelo

vice-chanceler Guido Westerwelle.

Na opinião dos críticos, os pla-

nos do governo poupam os secto-

res mais ricos da sociedade alemã

e prejudicam os mais pobres. A coa-

lizão da CDU (União Democrata

Cristã), CSU (União Social Cristã)

e do FDP (Partido Liberal Demo-

crático) quer economizar 80 bi-

lhões de euros até 2014, com

cortes principalmente em benefí-

cios sociais.

As medidas „são covardes, por-

que os causadores desta crise são

poupados e os necessitados, poda-

dos“, afirmou a secretária-geral do

SPD (Partido Social Democrata),

Andrea Nahles, à emissora SWR.

Ela disse que o partido – o maior

da oposição – não vai tolerar os

cortes que afectam gravemente o

mercado de trabalho. „Acho que o

FDP se impôs. Isso está claro. A as-

sinatura é de Guido Westerwelle,

mas a chancelaria chama-se Angela

Merkel, e ela é que tem a compe-

tência para traçar directrizes“, cri-

ticou Andrea Nahles.

Por seu turno, o presidente do

SPD, Sigmar Gabriel qualificou o

projecto de miserável e imaturo.

„Falando francamente: para os afor-

tunados e para a clientela do FDP,

mamã escolheu o programa ‘suave’

da máquina de lavar roupa“, afir-

mou, numa referência ao apelido de

Merkel no meio político.

O dirigente do Partido Verde

Cem Özdemir disse que sua ban-

cada tentará impedir a aprovação

de alguns dos cortes planejados.

„Onde for necessária a aprovação

do Bundesrat [câmara alta do Par-

lamento], faremos de tudo para im-

pedir que o governo obtenha

maioria“, declarou à emissora n-tv.

Alguns pontos do pacote necessi-

tam da aprovação das duas câmaras

do Parlamento.

Até mesmo a ala social da

CDU, partido de Merkel, criticou o

pacote. O vice-presidente da co-

missão de assuntos sociais do par-

tido, Christian Bäumler, disse à

agência de notícias DPA que é ina-

ceitável que o governo pare de

pagar a contribuição para a aposen-

tadoria dos beneficiários do pro-

grama Harz 4, destinado a

desempregados.

„Atingidos são aqueles que não

têm lobby e que menos podem se

defender.“ Lamentou ainda que o

governo não cobre mais dos ricos.

„Acho que isso se deve ao FDP“,

afirmou.

Críticas veementes também

partiram dos sindicatos. O presi-

dente da central sindical DGB, Mi-

chael Sommer, anunciou protestos

nas fábricas e grandes manifesta-

ções nas cidades. „A luta vai come-

çar” afirmou à emissora rbb.

„Prejudicados não foram os om-

bros fortes, mas os fracos“, criticou

Sommer em entrevista ao jornal

Rhein-Neckar-Zeitung.

Para o sindicalista, o FDP

impôs-se, evitando que os causado-

res da crise financeira fossem cha-

mados a pagar a conta.

Entretanto, o sindicatos dos

metalúrgicos IG Metall e o dos

prestadores de serviço Verdi anun-

ciaram manifestações .

O presidente do Verdi, Frank

Bsirske, disse à emissora de televi-

são ARD que o governo deu „pre-

sentes bilionários aos ricos

hoteleiros“ e tenta agora „recupe-

rar o dinheiro às custas dos empre-

gados do sector público e dos de-

sempregados“.

A crítica foi uma referência à

decisão de reduzir a quota do Im-

posto sobre Valor Agregado (IVA)

para os hotéis, tomada no início do

governo da coalizão entre conser-

vadores e liberais.

Agências DPA e Reuters 

Pacote do governo alemão poupa ricos e castiga pobres, criticam políticos e sindicatos

Angela Merkel. Foto. Reuters

Page 4: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 20104

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Questionados pela Agência

Lusa a propósito do Dia de Portu-

gal, de Camões e das Comunidades

Portuguesas, que se celebrou no

passado 10 de Junho, os deputados

foram unânimes a dizer que a mais

recente vaga de emigração não é de

agora.

“Andamos a dizer que há uma

vaga de emigração há, pelo menos,

sete ou oito anos”, disse o depu-

tado do PSD por Fora da Europa

José Cesário.

Para o deputado social demo-

crata, “as diferenças têm a ver com

os níveis de formação” porque “sai

muita gente que já tem formação

académica”.

“Depois, há diferenças a nível

etário. Já não são só os jovens de 20

anos que saem. As mulheres tam-

bém emigram e começa a ver-se fa-

mílias que não hesitam em levar os

filhos”, acrescentou.

Quanto aos destinos, José Ce-

sário afirmou que os tradicionais

países europeus (França, Luxem-

burgo e Suíça) continuam a ser

muito procurados, a par de Espa-

nha, Reino Unido e Angola, que são

as novidades.

Contudo, alertou para a falta de

especialização dos novos emigran-

tes, afirmando que “perdem opor-

tunidades” no mercado de trabalho.

“Os nossos jovens não estão

preparados em áreas de especiali-

zação. Não são técnicos especialis-

tas de electricidade, serralharia,

mecânica. Perdem claramente

oportunidades no confronto com

outras pessoas particularmente do

centro e leste da Europa”, disse.

Por isso, os portugueses aca-

bam “por cair nas actividades em

que sempre caíram, que é a cons-

trução civil, a hotelaria e as limpe-

zas”, afirmou.

Por seu lado, o deputado do PS

pela Europa, Paulo Pisco, disse tam-

bém que “há uma grande circulação

não só de portugueses que vão tra-

balhar em diversos sectores - cons-

trução civil, hotelaria e agricultura

-, mas há movimentos também que

têm uma grande natureza sazonal”.

Paulo Pisco destacou ainda que

muitos “portugueses têm níveis de

escolaridade superiores” e vão

fazer investigação ou trabalhar para

multinacionais.

Quanto aos destinos, afirmou

que há sobretudo uma emigração

para a Europa embora haja países

como Angola, que está a ser muito

procurado”.

O deputado social democrata

por fora da Europa Carlos Páscoa

Gonçalves disse estarem a ocorrer

“casos pontuais” de quadros já for-

mados, “à procura de novas opor-

tunidades” em países como os

Estados Unidos, Brasil ou Índia.

O deputado destacou que,

entre os novos emigrantes, há “pes-

soas muito bem preparadas, que fi-

zeram cursos e graduações”.

Por seu lado, o deputado do

PSD pela Europa, Carlos Gonçalves,

disse que grande parte das pessoas

continuam a emigrar “por razões

económicas”.

A diferença é que há “pessoas

que têm alguma formação, algumas

têm até uma formação de grande

qualidade que, não encontrando

ofertas de trabalho e perspectivas

de carreira em Portugal, também

emigram”, afirmou.

Entre os novos destinos, o de-

putado destacou o Reino Unido

que “tinha até há uma dezena de

anos uma comunidade estimada em

80 mil” portugueses e actualmente

calcula-se que sejam entre 300 a

400 mil”.

Formação académica é grande diferença entrenovos emigrantes e os dos anos 1960A formação académica é a grande diferença entre os novosemigrantes e os que partiram nos anos 1960, segundo os de-putados pela Emigração, que apontam ainda Angola comoo novo destino dos portugueses no estrangeiro.

O Presidente da República, Aníbal

Cavaco Silva, apelou à união de todos

os portugueses “onde quer que se

encontrem”, voltando a elogiar o

exemplo “inspirador e mobilizador”

daqueles que vivem no estrangeiro.

“É hora de apelar à união de

todos os portugueses, onde quer que

se encontrem”, afirmou Cavaco Silva,

na tradicional mensagem às comuni-

dades portuguesas, por ocasião do

Dia de Portugal.

Voltando a apontar os portugue-

ses da diáspora e os luso-descenden-

tes como um “exemplo” ao mesmo

tempo “comovente, inspirador e mo-

bilizador”, Cavaco Silva lembrou a

forma como quem vive no estran-

geiro persiste em manter vivos os

laços que os ligam a Portugal e ao

mesmo tempo estabelece laços nos

países de acolhimento.

“Alegramo-nos com o prestígio

que aí alcançaram, prestigio que em

muito contribui para a afirmação de

Portugal no mundo”, notou, elogiando

ainda a forma como entre os portu-

gueses residentes no estrangeiro

“reina um espírito de clara solidarie-

dade” em relação aos mais atingidos

pela crise que afecta os países onde

trabalham.

“O vosso exemplo é inspirador e

mobilizador para os portugueses que

residem em território nacional. E, so-

bretudo, nos tempos de crise que vi-

vemos, também a acção da diáspora

pode dar um importante contributo

para que Portugal vença as dificulda-

des do presente e reencontre o ca-

minho de crescimento económico

sustentado e de melhoria das condi-

ções de vida dos cidadão”, acrescen-

tou.Pois, continuou, o contributo dos

emigrantes portugueses pode ser

uma “mais valia” e serão sempre

“bem vindos” se decidirem apostar

em Portugal, “investindo, criando ri-

queza, gerando emprego”.

Além disso, poderão também ser

um ponto de contacto para que as

empresas portuguesas aumentem as

exportações e para que mais estran-

geiros visitem Portugal.

“A chave da recuperação econó-

mica reside no aumento das exporta-

ções de bens e serviços. A partilha de

conhecimentos e informações entre

portugueses que vivem em território

nacional e aqueles que vivem e traba-

lham em outras partes do mundo é

da maior relevância para a realização

deste objectivo”, sustentou.

Por isso, reforçou o chefe de Es-

tado, é tempo dos portugueses se

unirem, para que as novas gerações

os recordem como pessoas que, nos

momentos decisivos, “não viraram a

cara e estiveram à altura do que a si-

tuação lhes exigia”.

Cavaco volta a apelar a união de todos os portugueses e elogia exemplo „inspirador“ dos emigrantes

O PSD apresentou na Assembleia

da República um projeto-lei para in-

cluir representantes das Comunida-

des Portuguesas no Conselho

Económico e Social, uma participa-

ção “fundamental para a internacio-

nalização” da economia portuguesa,

destacou o deputado Carlos Gon-

çalves.

Em declarações à Lusa, o depu-

tado do PSD pela Europa afirmou

que a integração de representantes

dos emigrantes portugueses no

Conselho Económico e Social pode

saldar-se “num contributo funda-

mental para a internacionalização

da economia portuguesa”, uma das

“grandes bandeiras do actual Go-

verno”.

Representantes que devem ser

“designados pelo Conselho Perma-

nente do Conselho das Comunida-

des Portuguesas”, o órgão

consultivo do Governo para as po-

líticas relativas à emigração e às co-

munidades portuguesas, precisou

Carlos Gonçalves.

O deputado social democrata

lembrou o “importante contributo”

que as remessas dos emigrantes

têm e sempre tiveram na economia

portuguesa e o facto de muitos

portugueses no estrangeiro serem

“um dos maiores investidores em

Portugal”.

De acordo com o deputado do

PSD pela Europa, esses investimen-

tos ajudam ao “desenvolvimento de

muitas zonas do interior” e tem

também um “peso bastante impor-

tante no turismo português”.

“Somos um país que só tem

razão de ser integrando todos os

portugueses. E essa integração, que

tem de ser feita a vários níveis, tem

também que integrar os portugue-

ses que vivem fora de Portugal”, sa-

lientou.

Torna-se “determinante reco-

nhecer-lhes um papel mais activo

no plano da cidadania e da partici-

pação política em Portugal”, defen-

deu, um objectivo que “passa

também por garantir a sua inclusão

no Conselho Económico e Social”,

onde os seus representantes

“podem dar contributos importan-

tes” para o desenvolvimento do

país.

“Somos um país espalhado pelo

mundo e seremos mais fortes, mais

competentes e mais capazes se in-

tegráramos as comunidades portu-

guesas no todo nacional”, advogou

o deputado, reiterando que muitos

emigrantes portugueses “alcança-

ram lugares de destaque” lá fora e

as suas opiniões “têm peso” nas de-

cisões que são tomadas no plano

nacional dos países onde residem.

“Temos portugueses no estran-

geiro que integram conselhos eco-

nómicos e sociais deste género nos

respectivos países, não nos parece

correcto que tal não acontecesse

em Portugal”, frisou.

O deputado do PSD pela Eu-

ropa mostrou-se confiante quanto

à aprovação do projecto lei.

“Acredito que todos os parti-

dos políticos, e, muito particular-

mente, o maior grupo parlamentar,

o PS, venha aprovar favoravelmente

esta inclusão. Seria estranho que

não o fizesse”, afirmou, instando os

partidos políticos a aprovarem o di-

ploma para o “bem dos portugue-

ses e de Portugal”.

De acordo com Carlos Gonçal-

ves, “na próxima sessão legislativa,

talvez até no seu início”, já seja pos-

sível concretizar a aprovação do

projecto-lei.

PSD apresentou projeto lei para incluir representantesdos emigrantes no Conselho Económico e Social

Page 5: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 5

OpiniãoPaulo Pisco*

ortugal, a Língua Portuguesa

e o mundo são a nossa pá-

tria. Ao longo da nossa His-

tória fomos ganhando raízes

nos lugares mais inesperados

do planeta. E fomos deixando

as nossas marcas, dispersas por tan-

tos continentes. Levámos a aventura

na alma. A curiosidade. O espírito

científico. A fé. Muita fé: na religião,

nos Homens, na Humanidade.

Há um impulso irresistível que

nos leva a partir. E a estar bem onde

chegamos. O universalismo corre-nos

nas veias. A força de uma nação feita

na descoberta de novos povos e ter-

ritórios. A tolerância, a abertura, a ca-

pacidade de compreender os outros.

Uma humildade sem fim. Uma simpli-

cidade muito nossa, muito discreta. E

isto são qualidades, não defeitos. Os

portugueses sempre aceitaram mis-

turar-se sem preconceitos nem so-

branceria. E isto é profundamente

generoso e humano.

Camões, Eça, Pessoa, Saramago.

Portugal no esplendor da sua gran-

deza. Confesso o cansaço de ouvir

todos aqueles que insistem em só nos

ver em ponto pequeno. Em só ver

dramas e dificuldades. Não os com-

preendo. O derrotismo é um lugar

estranho. Dificuldades sempre houve

e sempre haverá. Mas é para isso que

cá estamos: para as enfrentar e resol-

ver. Mas se calhar este rezingar é o

sintoma de uma busca inconsciente

de uma certa forma de perfeição.

Um Portugal que teve futuro

desde o tempo de D. Afonso Henri-

ques e que terá futuro nos séculos

vindouros. Vemos o mundo em cada

português espalhado pelos continen-

tes. Portugal é toda esta nação que da

Europa ao Oriente, de África às Amé-

ricas foi construindo países ao longo

de muitas gerações e afirmando

aquela que é a sexta Língua mais fa-

lada. Somos uma das nações mais cos-

mopolitas, que mais culturas e

saberes foi integrando com a passa-

gem do tempo.

Não somos perfeitos. É verdade.

Mas nenhum povo é. Somos o que

somos e temos de nos aceitar assim.

Com orgulho e alegria. Sem comple-

xos. Quero ver Portugal assim. Pela

positiva, mesmo quando as crises nos

fustigam. Mesmo quando nos querem

desmoralizar. Os Velhos do Restelo

são vozes tristes e deslocadas no

Portugal moderno que hoje somos.

Acredito em nós e na nossa capaci-

dade para vencer. A longa História da

nossa emigração, inseparável da His-

tória de Portugal, é a história de um

povo vencedor. Um povo que sempre

deu o melhor de si próprio, tanto no

país como fora e que o continua a

fazer. Que deixou marcas na vida e

nos costumes que ainda hoje são re-

cordadas com afecto.

São um verdadeiro exemplo

todos os que um dia partiram para o

desconhecido e venceram, muitos

sem dinheiro nem escola. Um exem-

plo luminoso de coragem, determina-

ção, perseverança, sabedoria e

confiança. Portugal e todas as gera-

ções de Portugueses só podem ser

vistos assim. Como vencedores.

* Deputado do PS eleito pelas Comuni-dades

Portugal no esplendor da sua grandeza

PNão somos perfeitos. É verdade.Mas nenhum povo é. Somos o quesomos e temos de nos aceitarassim. Com orgulho e alegria. Semcomplexos. Quero ver Portugalassim. Pela positiva, mesmoquando as crises nos fustigam.Mesmo quando nos querem des-moralizar. Os Velhos do Restelo sãovozes tristes e deslocadas no Portu-gal moderno que hoje somos.

OpiniãoAntónio Justo

SITUAÇÃO NA ALEMANHA

dívida do estado Alemão é

de 1.716.987 milhões de

euros. Devido aos juros, a

dívida aumenta 4.481 € por

segundo. A cada um dos ci-

dadãos alemães corres-

ponde uma dívida de 21.003 €. E isto

num estado com uma economia

forte!...

O Estado não tem reserva. A

poupança do Estado não chega se-

quer para amortizar os juros.

Na Alemanha, até hoje só o chan-

celer Konrad Adenauer (1949-57)

conseguiu uma reserva de poupança

de 4.000 milhões €.

O endividamento da Alemanha

ainda merece um certo desconto. O

preço da União da Alemanha com as

transferências anuais de milhares de

milhões de euros da Alemanha oci-

dental para a Alemanha socialista (an-

tiga DDR) é horrendo. Além disso,

segundo as estatísticas, um terço do

que os alemães produzem, num ano,

são gastos com o estado social (assis-

tência à saúde, desemprego, etc.).

Na Alemanha o governo seguia a

regra de que as novas dívidas a fazer

de ano para ano não podiam ultrapas-

sar os investimentos que o Estado faz.

Tem orientado o endividamento ao

crescimento do PIB. Entretanto o Tri-

bunal Constitucional alemão exigiu

um travão para o endividamento.

Como consequência do travão das dí-

vidas imposto pela Constituição, os

Governos terão de cumprir o deter-

minado a partir de 2011, isto é, com

o tempo, terão de se safar sem recor-

rer a créditos. A Alemanha federal

terá de reduzir até 2016, as dívidas

novas, a um máximo de 0,35% do PIB.

A seguir-se a lógica da prática go-

vernativa, até agora, isto significarás

que, a longo prazo, os governos au-

mentarão os impostos para contraba-

lançarem o travão das dívidas. Em vez

disso seria necessário um Estado mais

magro e políticos menos gulosos!

Por outro lado a situação mun-

dial é mesmo má: a dívida externa

total no mundo é de 98% do PIB

mundial. Isto imprime, no comporta-

mento dos países, uma dinâmica de

endividamento e de inflação cres-

cente.

SITUAÇÃO EM PORTUGAL

A dívida pública do Estado portu-

guês cresce assustadoramente pas-

sando de 125,9 mil milhões € em

2009 para 142,9 mil milhões € em

2010 (isto é, para 85,4% do produto

interno bruto).

O endividamento privado da

economia portuguesa atingiu 115%

do PIB em 2009. As pessoas e empre-

sas privadas endividam-se perante os

bancos nacionais e os bancos nacio-

nais endividam-se perante os bancos

estrangeiros. As nações dos bancos

credores, como no caso da Alemanha,

vêem-se obrigadas a apoiar as nações

à beira da falência para que estas pos-

sam amortizar as dívidas dos seus

bancos e assim impedir que a insol-

vência destes atinjam os seus.

Quando as dívidas privadas e do Es-

tado se efectuam na circulação in-

terna do país, a situada não é muito

má; o problema surge no momento

em que as dívidas são contraídas no

estrangeiro. Neste caso vale a lógica

da economia privada. Por isso, a com-

paração entre países com dívidas ca-

rece de objectividade linear e conduz

ao erro. As dívidas do Estado repri-

mem os investimentos privados.

Segundo se pode verificar no dia-

grama do NY Times ( http://www.ny-

times.com/interactive/2010/05/02/we

ekinreview/02marsh.html ) os em-

préstimos/dividas são maioritaria-

mente intra-europeus. O mal está

para os países que têm de recorrer a

crédito internacional. Para a EU

(União Europeia) o problema não é

grande porque o proveito fica nela

(nos países credores).

No que respeita ao PIB per ca-

pita com poder de compra, como re-

fere o DN, numa escala dos países, a

média europeia situa-se no índice

100; o Luxemburgo atinge o índice

268, a Alemanha 116, a Grécia 95,

Portugal 78 e em situação pior que

Portugal temos apenas os 8 países eu-

ropeus do antigo bloco socialista.

Privadamente os portugueses

encontram-se super-endividados tal

como o Estado. Os portugueses têm

investido em produtos consumistas e

o Estado tem seguido uma política

aleatória de investimentos em projec-

tos de prestígio não produtivos. As

políticas em curso são insuficientes e

contra-produtivas porque sobrecar-

regam o consumidor e as pequenas e

médias empresas. Portugal perma-

nece incorrigível e os governos são ir-

responsáveis e não têm competência

para governar um país que apesar da

sua posição marginal tem grandes po-

tencialidades que continuarão a ser

desaproveitadas.

Na Europa, os impostos directos

e indirectos são de tal ordem eleva-

dos que, feitas bem as contas, 75% do

que uma pessoa ganha fica para o Es-

tado.

De ano para ano os Governos

recorrem a empréstimos servindo-se

deles para descontar parte dos juros

dos créditos anteriores. A montanha

das dívidas cresce continuamente

sem haver amortização mesmo nos

anos das vacas gordas. Combate-se a

crise das dívidas com novas dívidas. Já

ninguém conta com a possibilidade de

as pagar. Um princípio financeiro diz

que as dívidas de hoje são os impos-

tos de amanhã. O Estado financia-se

através de impostos e de dívidas. O

endividamento adia a carga para o fu-

turo devido aos juros e amortizações

a saldar.

Em cada orçamento de família as

despesas não devem superar as en-

tradas. Os governos contam com a fa-

lência fazendo valer uma política

partidária apenas interessada em

adiar a catástrofe! Para dançarinos do

poder o stress da dívida conduz a ir-

racionalidades mas não a insónias.

Uma dona de casa que se com-

portasse no governo da casa como os

governos se comportam com o orça-

mento do Estado, já há muito estaria

sujeita ao escárnio dos vizinhos, não

teria fiadores e encontrar-se-ia em

apuros com a justiça. Os políticos ex-

ploram o estado como se este fosse

rico; permitem-se mordomias, carros

de serviço de luxo, funções acessórias

em conselhos ficais de bancos, de em-

presas, contribuindo assim para a cor-

rupção das instituições.

Não se preocupam com o futuro

dos outros, com o futuro da civiliza-

ção. A bancarrota e a guerra são as

soluções conhecidas do passado. As

elites não se preocupam porque

sabem que as falências e a guerra são

pagas pelos trabalhadores e pelos sol-

dados rasos. Os que provocam as in-

solvências safam-se a tempo!

O Estado e os seus políticos são

esbanjadores vivendo em conivência

com os poderosos. Apesar do mo-

mento crucial em que nos encontra-

mos dão-se, descaradamente, ao luxo

de aumentar os seus ordenados! Pou-

pam naqueles que não se podem de-

fender. Com o tempo não restará ao

povo outra opção senão sair para a

rua em defesa da justiça e da demo-

cracia. Infelizmente a lei da vida pa-

rece dar razão aos que fazem uso da

violência e da exploração. O Governo

português dá o exemplo. Vive da po-

lémica gerando polémica confinando-

se a legislação polémica, muitas vezes

de carácter ideológico e orientada à

cimentação dum espírito de pobreza

em que alguns boçais autoritários

orientam o destino dum povo obri-

gado ao fado de sonhar e a emigrar! 

O preço da falência dos bancos

foi a credibilidade da política, o preço

da crise dos estados será a democra-

cia.

A praga da divída pública ameaça os Estados

AUma Comparação entre a Alemanha e Portugal

Page 6: Jornal Portugal Post Julho 2010

6 PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010Comunidade - Alemanha

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“O Curso de LCP – Essen é cons-tituído por cerca de 30 alunos comidades compreendidas entre os 6 eos 17 anos, distribuídos pelo 1º e10º ano de escolaridade do ensinoregular alemão. São maioritaria-mente portugueses, mas tambémexistem brasileiros e angolanos. Fre-quentam as aulas de LCP uma vezpor semana, aprendem a LínguaPortuguesa e um pouco de Culturae de História, tanto de Portugal,como dos restantes países lusófonos,especialmente do Brasil e de Angola,uma vez que a interacção entre elespróprios lhes permite essa possibili-dade”, explica Mónia Miranda Gib-

son, professora do curso.

A ideia do INTERCÂMBIO

surgiu durante uma aula do grupo

dos mais velhos, numa conversa

sobre o que seria igual ou dife-

rente na sua vida, comparando-a

com a de crianças que vivem em

Portugal ou em outros lugares do

mundo. Realizar uma viagem a um

país onde a comunidade portu-

guesa estivesse presente, foi a pri-

meira ideia que surgiu: “Tinha queser uma viagem relacionada com aescola, com Portugal e organizadapor nós. Um intercâmbio! Sugerimosnós, imediatamente. Começámoslogo a trabalhar para que este pro-jecto se realizasse” (João, 15).

O objectivo do PI é conhecer

e interagir com outras crianças

portuguesas, luso-descendentes e

lusófonas, que morem em outros

países e partilhem interesses se-

melhantes. O INTERCÂMBIO

pode acontecer em viagens e vi-

sitas mútuas e, também, no con-

tacto contínuo facilitado pelos

meios de comunicação actuais.

“Eu gosto de participar no PIporque posso dar as minhas ideias”(Valentin, 11); “O interessante é nóstrabalharmos todos juntos para con-seguir alguma coisa” (Tobias, 12);

“Gosto muito da ideia de irmos a umpaís conhecer alunos que tambémtêm aulas de Português” (Tamara J.,

13); “Eu gosto do PI porque nós fa-zemos coisas diferentes” (Lara, 11);

“Eu gosto de ir às aulas de Portu-guês porque nós não só aprendemosa língua e cultura portuguesas mastambém fazemos projectos como oPI” (Tamara T., 12); “É uma ideiaóptima porque há muitas criançasque são portuguesas e não conhe-cem o país materno” (João, 15);

“Acho importante e interessante nóssabermos como é que crianças danossa idade vivem em outros paí-ses” (Rebecca, 15).

Para a antropóloga Ângela

Nunes, “o horário reduzido do cursode LCP condiciona o aproveitamentoda riqueza cultural e social presenteneste grupo. O PI expande essa pos-sibilidade, trazendo a estas criançasoportunidades de convívio que vãodo extra-escolar local ao global, mo-tivado pelo interesse de darem a co-nhecer a sua vivência transnacionale conhecer a de outros. Isto reforçaa auto-estima e o orgulho da suapertença linguística e cultural, e con-vida-as a um novo olhar sobre simesmas, suas raízes e seu futuro, im-primindo dinamismo e criatividade àvivência da sua diáspora”.

Para angariar fundos os parti-

cipantes fazem rifas, vendem

bolos e café em eventos, organi-

zaram uma tarde de cinema no 25

de Abril, têm pedido donativos

nas festas do Centro Português e

organizaram um Portfólio para

enviar a potenciais financiadores.

O PI tem um blogue com infor-

mações sobre os participantes, o

dia a dia do projecto e as suas vá-

rias iniciativas, fotografias, e onde

é possível comunicar com o

grupo!

Essen Projecto Intercâmbio põe crianças a dialogar em português

O Projecto Intercâmbio (PI) foi idealizado porcrianças que frequentam o curso de Línguae Cultura Portuguesas (LCP) em Essen, NRW,está a ser desenvolvido em parceria com oprojecto de investigação em antropologia‘Crianças na Diáspora Portuguesa’ e com oapoio do Centro Recreativo Desportivo Por-tuguês de Essen e.V..

O próximo evento é umamigável concurso dedança, dia 10 de Julho, às19:00, no Centro Re-creativo DesportivoPortuguês de Essen. Ve-nham divertir-se! O PIagradece pela presençae apoio de todos!

Page 7: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 7Comunidade - Alemanha

Emigração para a Alemanha está a mudar, com a chegada de muitos licenciados

Tal como os seus compatriotas

que começaram a emigrar para a

Alemanha nos anos sessenta, para

voltar a pôr de pé uma indústria ar-

rasada pela guerra, a saída de Por-

tugal dos novos emigrantes foi

também motivada pela falta de

perspectivas de um emprego com-

patível em Portugal, que retarda

também eventuais planos de re-

gresso à pátria.

“Penso que dificilmente regres-

sarei a Portugal, apesar de o meu

pensamento estar lá todos os dias”,

diz Manuel Faria, que chegou à Ale-

manha em 1976, começou a traba-

lhar numa expedição, e acabou por

se tornar comerciante.

“Aquilo que se vê de Portugal

não é nada animador, e tenho mais

garantias sociais na Alemanha, o que

me faz ter receio de regressar um

dia”, diz o emigrante de 58 anos, na-

tural de Barcelos.

Luís Batalha, formado em antro-

pologia social, a trabalhar no Museu

das Comunicações de Berlim, ainda

não tem 10 anos de Alemanha, mas

partilha algumas das preocupações

do seu compatriota.

Este emigrante sublinha que o

país de origem vai ter de esperar

por ele “nos próximos anos”, e que

as condições que a Alemanha lhe

oferece “não são comparáveis às

que existem em Portugal”, quer

quanto à progressão na carreira,

quer quanto às recompensas finan-

ceiras.

E dá um exemplo elucidativo,

um jovem como ele, que termina o

curso universitário e começa a tra-

balhar num museu de Berlim, ganha,

logo de entrada, o mesmo que um

director de departamento de um

museu em Portugal.

André Isidro, 29 anos e licen-

ciado em Estudos Europeus, prefere

sublinhar as perspectivas profissio-

nais que encontrou em Berlim,

onde implementa projectos para

uma grande multinacional da área

das comunicações integradas.

A facilidade em arranjar em-

prego em Berlim surpreendeu-o, e

embora soubesse que era mais fácil

do que em Lisboa, um mês depois

de estar na capital alemã já tinha ini-

ciado um estágio na empresa onde

está, que mais tarde lhe ofereceu

um contrato fixo.

“Entretanto, tenho vários cole-

gas de curso que também vieram

para Berlim, e outros conhecidos

com cursos universitários que já

encontrei aqui, vieram à procura de

uma perspectiva de trabalho e de

uma vida diferente, e têm-se saído

bem”, sublinha André.

Carlos Faísca, 65 anos, tem uma

história bem diferente: saiu de Por-

tugal nos anos sessenta, para não

ter de fazer o serviço militar e ir

para a Guerra nas Colónias, e co-

meçou por ter uma vida bem dura

no país de acolhimento.

“Comecei por trabalhar numa

fábrica de chumbo, em Hamburgo,

estive lá um ano e meio, e depois fui

para a marinha mercante alemã, fui

marinheiro durante muitos anos,

até me estabelecer com um restau-

rante na Alemanha”, conta o refor-

mado, entretanto a viver em Loulé,

sua terra natal.

Mas agora viaja frequentemente

entre Portugal e a Alemanha, por-

que os dois filhos ficaram a viver no

país onde nasceram, lamenta este

emigrante da primeira geração. FA

O paradigma da emigraçãoportuguesa para a Alema-

nha está a mudar, com achegada nos últimos anos, ametrópoles como Berlim ou

Munique, de muitos licen-ciados de diversas áreas,

atraídos por um mercadode trabalho mais

compensador.

Berlim é uma cidade preferida pelos “novos” emigrantes licenciados

“Estamos muito contentes por

em breve termos novas instala-

ções”, diz-nos, Manuel Lisboa, o

porta voz da Associação Portu-

guesa em Solingen, cidade alemã

conhecida pela sua indústria de

cutelaria.

Prevista para o próximo mês

de Setembro, a mudança vai re-

querer dos sócios da Associação

uma esforço suplementar. Empa-

cotar, carregar caixotes escada-

acima-escada-abaixo do segundo

andar das actuais instalações

para as novas situadas no Süd-

park (Parque Sul), mais concreta-

mente para o edifício da

“Lebenshilfe”.

“Estaremos, finalmente, em

condições dignas para receber

Associação Portuguesa em Solingen vai ter nova vida em novas instalações

todas as pessoas, inclusivamente,

visitantes com deficiência já que

há um elevador para tornar o

acesso mais simples”, disse Ma-

nuel Lisboa a um jornal local.

A Associação Portuguesa em

Solingen já há muito que ultra-

passou as fronteiras das suas ori-

gens. Hoje, aos fins-de semana é

difícil encontrar lugar nas mesas

ocupadas não apenas por famílias

lusas como ainda por forasteiros

de outras nacionalidade.

Fundada nos idos de 1975 e,

actualmente, com 78 sócios,

sendo alguns deles alemães, a As-

sociação muda porque “quer

contribuir para a sua própria in-

tegração na sociedade que nos

acolhe”, refere Manuel Lisboa

Manuel Lisboa, à dir., em conversa com dois dos directores da Associação

Após a mudança operada na di-

recção da VPU, devido à morte do

seu fundador, Duarte Branco, em

2007, esta associação empresarial

está a estudar as hipóteses de se

transformar na câmara de comér-

cio luso-alemã na Alemanha, reve-

lou ainda Ries.

Trata-se no entanto, de „um

processo que ainda está em fase de

arranque“, e para o qual será neces-

sário granjear o apoio do Governo

português, e da opinião pública

alemã, sublinhou o presidente da

VPU.

Para já, a VPU decidiu, em coo-

peração com o AICEP, relançar as

suas actividades, que têm estado

praticamente paradas, nos últimos

anos, e promover, na nova sede -

após a mudança de Bona para

Frankfurt, no ano passado -, um se-

minário sobre o papel das empresas

portuguesas na Alemanha.

O encontro, que decorreu no

passado dia 8 de Junho, em Frank-

furt, contou com a presença de re-

presentantes de cerca de 30

empresas portuguesas e alemãs, e

abriu com uma saudação da Embai-

xada de Portugal.

Seguiu-se uma descrição das

actividades do AICEP, da Sonae

Sierra e da Caixa Geral de Depósi-

tos na Alemanha, a cargo dos seus

principais responsáveis.

A encerrar os trabalhos, o pre-

sidente da VPU moderou uma mesa

redonda intitulada „Com Os Pés na

Terra“, com a participação de pro-

fissionais liberais e representantes

de pequenas empresas lusas sedea-

das na Alemanha.

A Associação dos EmpresáriosPortugueses na Alemanha

(VPU) está „à procura de umapresença mais forte“ na

Alemanha, que passa por mudanças estruturais e pela

redefinição de objectivos,disse o presidente,

Simeon Ries.

Empresários portugueses querem associacão mais fortena Alemanha

Aspecto de Frankfurt/Main, cidade onde a VPU se sediou

Page 8: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 20108 Comunidade - Alemanha

Com os seus 72 anos, o nosso que-

rido e carismático Padre Jorge

Gouveia já é mais do que um Padre:

é amigo, psicólogo e um homem de

boa vontade .

É um amigo que dá todos os

dias um pouco de si a tantos quan-

tos o conhecem, principalmente

aos membros seus conterrâneos

desta comunidade de Groß-Ums-

tadt.

A pedido dos idosos da sua al-

deia, Freixo da Serra , construiu um

lar para acolher os mesmos, e

deste modo evitar-se o abandono,

o sofrimento, a dor, a solidão a que

tantos infelizmente estão sujeitos.

E após 15 anos de duro traba-

lho, peregrinando por este mundo

para tornar real este sonho dos

idosos, que são a sua prioridade.

Com poucos recursos, e após

muito trabalho de secretaria conse-

guiu algum apoio estatal, juntou

mais de meio milhão de euros de

“esmolas” em prol da terceira

idade. Mesmo assim ainda não se

sente cansado na sua missão de aju-

dar quem precisa.

Antes, sente-se animado para

que a sua obra cresça sempre cada

vez mais.

E, dar e dar-se é a sua missão

neste mundo, senão veja-se:

- Ultimamente ofereceu ao lar “ Sra

do Ó”

- Dez televisões para os quartos

dos utentes deste lar

- Uma moderna vedação com por-

tões automáticos

- Seis bancos de granito serrano

para o jardim, com estofos, criados

pelo mesmo doador, referentes a

terceira idade.

- Painéis de energia solar

- Estantes para a biblioteca do lar

que ele mesmo fundou.

Quem mora em Groß-Ums-

tadt, e se levanta cedo, pode ver o

Padre Jorge vagueando pelas ruas,

pois começa o dia pela costumeira

visita ao Hospital, informando-se se

encontra algum português ali inter-

nado, para poder então ir visitá-lo

e dar-lhe um pouco da sua compa-

nhia e e conforto durante as horas

de dor.

Frequenta também todos os

clubes e cafés portugueses onde se

mistura com os seus manos seme-

lhantes, para poder sempre se intei-

rar do modo como por cá o nosso

povo vive. Senta-se ao balcão onde

conversa com este e com aquele.

Depois percorre as mesas, senta-

se junto de alguém e, por fim,

senta-se só numa mesa, onde não

raramente as pessoas as pessoas se

juntam a ele.

Muitos de atingimos a terceira

idade sem condições materiais para

um resto de vida digno. Por isso, é

bom que se agradeça já, hoje e

agora, ao homem que construiu

uma residência, que acolheu de

imediato, após a sua conclusão, 24

idosos.

Não se deve esquecer que o lar

oferece boas condições para os

idosos que são portadores de defi-

ciências motores, estando os quar-

tos equipados com televisão e

telefone.

O padre Jorge gostaria muito

de aumentar o lar , e criar ainda um

outro lar para acolhimento de

crianças deficientes, mas dinheiro

não há e os proprietários dos ter-

renos pedem quantias exuberan-

tes...

Zulmira QueirozCorrespondente

Groß-Umstadt Padre Jorge Gouveia,solidário e amigo de todos

A equipa principal do FC do Porto desloca-se à cidade de Münster para

disputar um jogo amigável com o SC Preußen 06 e.V. Münster , equipa que

milita na terceira divisão alemã, concretamente na Regional Liga.

O Jogo serve também de treino à equipa alemã que ficou em sexto ligar

na classificação da terceira divisão.

O Jogo tem início às 15h00 do dia 11 de Julho. Ainda que jogo-treino, será

a estreia do novo treinador do FC Porto, André Villas-Boas.

Sem contar com algumas peças fundamentais da sua equipa devido ao Mun-

diaL 2010, o FC do Porto desloca-se à Alemanha a convite da equipa alemã.

O jogo será realizado no estádio do SC Preußen 06 e.V. Münster na Ham-

merstr.

Jogo amigávelFC do Porto vem a Münster para defrontar a equipa local

Teve lugar a 27 de Maio passado no

Consulado de Frankfurt a entrega

simbólica da bolsa de estudo ofere-

cida pela Caixa Geral de Depósitos

a Stefanie Alves Monteiro. Stefanie

foi a 2° melhor classificada e fre-

quenta a Universidade de Mainz.

Gostaria de ser professora de quí-

mica e de francês.

Esta bolsa, denominada Bolsa

Caixa Geral de Depósitos, é uma

das 6 atribuídas em 2009 no âmbito

do programa de  bolsas de estudo

organizado pela Embaixada de Por-

tugal na Alemanha, tendo as  cinco

restantes bolsas sido oferecidas

pela Direcção Geral de Assuntos

Consulares e das Comunidades

Portuguesas. Este programa, ini-

ciado em 2005, visa promover a va-

lorização da comunidade

portuguesa na Alemanha, e conta

com a participação da Caixa pela

terceira vez. Já em 2010 a CGD

ofereceu 10 leitores de CDs no

âmbito de iniciativa do Serviço de

Apoio Regional do Ensino de Estu-

garda.

Para além de apoios a várias

iniciativas locais da comunidade

portuguesa na Alemanha por oca-

sião do 10 de Junho, a Caixa Geral

de Depósitos apoiou as celebra-

ções do 10 de Junho organizadas

pelos Consulados de Stuttgart e de

Hamburgo.

Caixa Geral de Depósitos apoia estudantes e celebrações do 10 de Junho

Largas dezenas de benfiquistas da

comunidade portuguesa de

Stuttgart celebraram, no passado

dia 5 de Maio, nas boas instala-

ções da Associação Desportiva

Velhas Glórias, que fez 38 anos

de existência recentemente, o

triunfo do Sport Lisboa e Benfica

como Campeão Nacional

2010/2011 .O jantar efusivo e de

grande confraternização clubista,

foi liderado pelos mais velhos e

prestigiados benfiquistas lusos da

cidade-capital do Estado do

Baden-Würtemberg,, Manuel

Gomes e Jorge Madeira. Todos

esperam para o ano repetir o

grande evento, como é prover-

bial.

FAR

Benfiquistas de Stuttgart em festa! Desde o passado dia 30 de Junho

que RTP internacional deixou de

pertencer ao pacote do satélite

Astra.

A notícia chegou-nos através de

inúmeros leitores preocupados com

e surpreendidos com o aviso que

Astra fazia em nota de rodapé du-

rante a transmissão da RTPi.

Sobre a decisão do Astra, a RTP in-

formou o PORTUGAL POST “não

ter nada a ver com a decisão da em-

presa gestora do satélite”. Um ele-

mento das relações públicas do

canal português informou que “não

há qualquer alteração à emissão da

RTPi via satélite. A Astra decidiu re-

tirar a RTP do seu pacote de oferta,

no entanto continuamos como sem-

pre a emitir para a Europa com os

seguintes parâmetros de recepção

HOTBIRD 8 – (Banda Ku, Digital)

Cobertura: Europa

Posição Orbital: 13º Este

Transponder: 111

Frequência: 10 723MHz

Polarização: Horizontal

FEC: ?

Symbol Rate: 29,900 MS/s

PID Vídeo: 1003

PID Áudio: 1203

PID Teletexto: 1103

Emissão Rádio:

PID RDPi (estéreo): 1230

PID Antena 1 (mono): 1235

Astra deixa de emitir a RTPI

Abílio Ferreira, vice - cônsul de Portugal em Frankfurt, a premiada Stefanie Monteiro e Carlos Pereira, delegadoda CGD em Estugarda.

Page 9: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 Comunidade - Alemanha 9

GENTEALFREDO CARDOSO merece aqui um destaque eum louvar pelos 25 anos de carreira enquanto árbitro de fu-tebol federado na Fussball – und Leichtathletik-VerbandWestfalen e. V..O único árbitro português na Alemanha a dirigir jogos ofi-ciais, Alfredo Cardoso acumula o prestigio de ter sido sempreexemplar. Ao PP disse, que nunca, nos seus 25 anos de ár-bitro, teve um problema sequer, nem pelo facto de serestrangeiro a dirigir equipas jogos entre equipas alemãs.A sua carreira valeu-lhe um louvor da federação onde estavafederado.Hoje, Alfredo Cardoso é um homem que dedica o seu tempode forma altruísta dedicando-o às pessoas e à comunidade. É membro do Conselho Mundial das Comunidades Portu-guesas e é nesta função que semana a semana visita as co-lectividades lusas da sua área para incentivar os seusdirigentes na senda difícil do associativismo.O PORTUGAL POST teve-o sempre como um amigo e um co-laborador da primeira hora. São dele muitas informaçõesda comunidade lusa da área de Münster que serviram paradivulgar as suas actividades no nosso jornal

Para acompanhar Tatjana Pinto no

seu passo longo, rasgado e veloz

tem de se ter o que ela tem: es-

tofo de campeão.

Segundo os entendidos em

atletismo, a jovem luso descen-

dente residente em Münster

reúne aos seus 17 anos todas as

condições para se tornar tornar

numa grande atleta na Alemanha.

Veloz, tão veloz com o vento,

Tatjana tem o melhor tempo na

categoria dos 100 metros com

11, 46 s. Quer dizer: o melhor

tempo de todos as atletas junio-

res A da Alemanha.

O que espanta os especialistas

desta modalidade é que a jovem

Tatjana tem, também, o terceiro

melhor tempo das atletas senio-

res da Alemanha, conseguido

numa prova em que participou

com as suas concorrentes senio-

res.

Os especialistas dizem que ela

pertence à nova geração de gran-

des atletas da Alemanha. A velo-

cista foi para já seleccionada para

representar a Alemanha (tem, na-

turalmente, a dupla nacionalidade)

no próximo campeonato do

mundo de atletismo a realizar, du-

rante este mês, no Canadá.

Para além de dois treinadores

que tem à sua volta no clube que

a acolheu, o LG Ratio, em Müns-

ter, Tatjana também é acarinhada

pelo maratonista português resi-

dente na mesma cidade, António

Henrique, que tem impulsionado

e apoiado a carreira da atleta lusa.

Ao que pudemos apurar, foi Antó-

nio Henrique que chamou aten-

ção para o talento de Tatjana

Pinto.Depois disto, o membro do

Conselho das Comunidades Por-

tuguesas, Alfredo Cardoso, teve a

ideia de sugerir a jovem para se

candidatar aos “Prémios Talento”

instituído pela Secretaria de Es-

tado das Comunidades Portugue-

sas, o qual visa reconhecer o

mérito dos portugueses e luso-

descendentes residentes no es-

trangeiro, que se destacaram nos

domínios das artes do espectá-

culo ou visuais, associativismo,

ciência, comunicação social, des-

porto, divulgação da língua portu-

guesa, empresarial, humanidades,

literatura, política e profissões li-

berais.

A candidatura de Tatjana foi

apresentada via vice-consulado

em Osnabrück e os seus propo-

nentes estão muito optimistas

com os argumentos que a candi-

datura apresenta.

Ainda durante este mês, a Se-

cretaria de Estado divulgará a lista

dos seleccionados a candidatos

Jovem atleta luso descendente é uma “Jóia” do atletismo alemão

Tatjana recebe visita de vice-cônsul em Osnabrück , Manuel Silva.Na foto: Alfredo Cardoso, Conselheiro das Comunidades, Tatjana Pinto, Ma-nuel Silva e Henrique Monteiro entre treinadores e membro da direcção doclube a que Tatjana pertence

A sensação de sentir o vento a bater

no rosto, montado numa moto, é um

prazer que não se apaga com a idade,

confirma um dos veteranos do grupo

motards Moto-Tugas, o Alentejano

Luís Alabassa com sessenta e quatro

anos de idade que, desde jovem, des-

cobriu este prazer e nunca necessi-

tou de espada para cortar o vento.

Os amantes das motas e da liber-

dade que elas proporcionam ao des-

lizar pelo asfalto e na conquista de

curvas têm seguidores em todo

mundo e em todas as faixas etárias.

O mesmo se nota há algum

tempo no seio da comunidade portu-

guesa, onde curiosamente está a sur-

gir uma nova forma associativa, os

chamados Clubes de Motards.

Entre alguns já organizados na

Alemanha, destacamos nesta edição

o Clube Moto-Tugas de Dortmund,

fundado em 2006 e que conta ac-

tualmente com três dezenas de só-

cios residentes em diversas cidades,

O Clube não tem sede própria,

organiza encontros e reuniões com

os sócios nas mais diversas localida-

des, como Associações, cafés ou res-

taurantes. Os encontros são a nível

de cidades, evitando assim a desloca-

ção de todos os sócios para um só

local, em cada cidade há um respon-

sável que comunica por meios elec-

trónicos com a Direcção.

Um dos principais cuidados dos

fundadores deste Clube foi o de dei-

xar a porta aberta a todos que quei-

ram ser sócios, independente da

nacionalidade cor ou religião

Por ocasião do 36° Aniversário

do C.P. Unidos a Gelsenkirchen, num

almoço de confraternização, o PP

Falou com o actual presidente do

Clube Moto-Tugas, Artur Regalado,

natural de Aveiro e residente em

Meschede.

PP - O que que levou a criar osMoto-Tugas?Artur Regalado - em 2006, por al-

tura do Mundial, organizou-se um

corso de acompanhamento da Selec-

ção Portuguesa do aeroporto de

Münster até ao Hotel onde a selec-

ção ficou instalada. A partir daí nasceu

a ideia de formar o Clube.

PP - Como surgiu o nome doclube e a ideia e o distintivo?A.R. – Foi fácil e unânime: Moto é

claro e Tugas que provém de Portu-

gas.

PP - Como se financiam?A.R. - Os sócios pagam uma cota

mensal e temos um ou outro patro-

cinador.

PP -A propósito, nos vossos car-tazes e no vosso Site encontra-se uma Agência Funerária comopatrocinador, isto não é um bo-cado macabro?AR- penso que não, o próprio Ge-

rente é sócio activo no clube.

PP - Tiveram algumas dificulda-

des em organizar o Clube?A.R. - Pelo contrário, até tivemos al-

gumas ajudas.

PP- Refiro-me às dificuldadescom algum dos dois grandesClubes de Motards que domi-nam a cena Motard na Alema-nha?A.R. - Em principio não. A única coisa

que nos aconselharam foi não ter

como distintivo a bandeira alemã ou

nome alemão nos nossos coletes.

PP - Mantêm contacto comalgum deles?A.R.- Não, nós somos um grupo pa-

cífico que só queremos desfrutar do

nosso tempo livre.

PP- Quantas nacionalidadesfazem parte do Clube ?A.R.- Por enquanto só duas, portu-

guesa e alemã

PP - Qual a cidade com mais só-cios ?A.R. - Meschede é a cidade com

mais sócios, seguida de Gelsenkirchen

PP - Qual a marca de Motosmais presente no Clube?A.R. - Honda, sem dúvida

PP - E a mais potente? A.R- Uma Kawasaki ZZR 1400

PP - Quantos quilómetros. percor-

rem durante o ano?

A.R. - O ano passado percorremos á

volta de seis mil .

PP - Vão participar na famosaconcentração em Portugal, noAlgarve?A.R. - Alguns de nós vão estar pre-

sentes, como já aconteceu noutros

anos.

PP - Quais são os vossos objecti-vos para o futuro?A.R.- Criar uma sede própria e an-

gariar mais sócios

PP - Quais os próximos eventosplaneados?A.R. - Em Setembro, um passeio à

Suiça

PP - Quer deixar uma mensa-gem aos leitores do PP amantesdo ruído das motos?A.R. - Claro que sim, visitem ou

acompanhem uma das nossas saídas

ou eventos e venham comprovar a

amizade que existe entre os nossos

associados, além disso visite a nossa

mpágina na Net em www.moto-

tugas.de

Antonio HortaCorrespondente Gelsenkirchen

Moto-Tugas à conquistadas curvas

Page 10: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 201010 Despedida

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O rapazinho ribatejano, nascido

em 1922, levado pelos pais, em

busca de melhor vida, para a ca-

pital , onde viveram em quartos

alugados e onde ele cursou a es-

cola comercial por não haver di-

nheiro para pagar o liceu, onde

aprendeu e seguiu o ofício de

serralheiro para depois, num

árduo caminho, ir subindo até

chegar a responsável de produ-

ção da editora Estúdios Cor e

aprendendo nas letras e na vida

até se tornar escritor, sim, esse

homem que herdara do pai uma

alcunha com nome de planta e

dos avós o respeito por todo o

ser vivo, chegara ao fim dos seus

dias.

Nesse mesmo serão, por

acaso, eu tinha sido convidada a

fazer uma palestra sobre Lisboa

literária, com leituras de poemas

e extractos de narrativas. O pú-

blico alemão já sabia da morte

do escritor e eu dediquei-lhe

aquela hora literária. Uns dias

antes já eu escolhera uma curta

passagem do seu romance „His-

tória do Cerco de Lisboa“ de

1989. O protagonista vai rees-

crever a história desse cerco

dos cristãos aos mouros, corri-

gindo-a e assim dando espaço

àqueles que não entram nunca

nos compêndios de história e

não são nomeados nem em dis-

cursos oficiais nem em lápides,

porque são os derrotados e a

humanidade só arquiva as vitó-

rias e os nomes dos vitoriosos.

Também „Todos os Nomes“ de

1997 se centra sobre um ar-

quivo que reduz vidas humanas

a números e documentos, mas

que a ficção tem o poder de rea-

nimar. Ao dar aos sem-nome

existências de papel, Saramago

recupera vidas e histórias anóni-

mas e reinventa a História. Sara-

mago contou que foi em Lavre,

ao viver alguns meses com a po-

pulação alentejana, que se des-

cobriu inteiramente e profunda-

mente como escritor e se deci-

diu a sê-lo exclusivamente;

aquele povo levou-o a reconhe-

cer que a História da humani-

dade é composta das histórias

da „arraia-miúda“ que têm sido

sempre sonegadas e ficaram por

narrar. Elas deverão ser revela-

das e postas a nu pelo escritor.

Por isso no „Memorial do Con-

vento“ de 1982 a longa passa-

gem do carregamento da pedra

gigante, que constituirá a va-

randa, desde Pêro Pinheiro até

Mafra, incide o foco não sobre o

rei que mandou, pela sua von-

tade e força, construir o con-

vento, mas sobre aqueles que o

construíram mesmo, que foram

explorados, escravizados e en-

contraram a morte para o fazer. 

As ficções de Saramago cru-

zam espaços e tempos, inventam

situações estranhas como toda

uma cidade que cega ou a penín-

sula ibérica que se desliga da Eu-

ropa ou a decisão da morte em

não agir. O narrador de Sara-

mago conduz-nos pelos mean-

dros e labirintos das histórias e

vai opinando, pesando as pala-

vras, comentando os aconteci-

mentos, num jogo de espelhos

que enreda o leitor e o encanta.

O penúltimo livro, de 2008,

conta a viagem do elefante Salo-

mão que o rei português D.João

III resolve oferecer ao seu primo

Maximiliano em Viena: o pobre

do elefante atravessa meia Eu-

ropa. Um romance em que no-

tamos a quase ingénua alegria de

efabular do escritor, ao fim de

uma longa vida de empenho so-

cial e político: Saramago narra-

nos, pelo prazer de narrar, os

trâmites dessa viagem insólita,

metáfora, quem sabe, da viagem

da própria vida, também ela for-

çada e insólita.

José Saramago também foi

poeta, deixo-vos pois esta qua-

dra, muito pessoanamente „ao

gosto popular“:

Uma pequena quadra de

„Provavelmente Alegria“ de

1970, num tempo em que a es-

crita ainda não o tinha tomado

por completo. Os deuses ou o

deus em que ele não acreditava

bafejaram-no de imaginação

criativa e do potencial maravi-

lhoso da língua portuguesa.

Sorte nossa que lhe herdámos a

obra! Ao escritor que se cum-

priu prestemos homenagem

com a leitura do que nos legou.

José Saramago - Última ViagemA página da fundação de José Saramago estava negra. Com letras bran-cas, em português e em espanhol, informava-nos que o escritor haviafalecido nesse dia - 18 de Junho de 2010 - no seio da sua família. Uma

frase simples, sem arrebiques nem grandes demonstrações de emoçãoe por isso mesmo, nesse despojamento, fechando em tom saramaguianouma longa e profícua vida de 87 anos.

Viajo no teu corpo. Só teu corpo?Mas quão breve seria essa viagemSe no limite dela a alma nuaNão me desse do corpo a certa imagem.

Luísa Costa Hölzl

O povo despediu-se de José Saramago. Foto: Lusa

Page 11: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST nº 192 • Julho 2010 Portugueses no Mundo 11

“Se no século XVIII a presença por-

tuguesa nas baleeiras americanas ron-

dava 40 por cento, a partir de 1920,

quando a caça já não era muito atrac-

tiva economicamente para os pesca-

dores norte-americanos e era

trabalho muito duro, essa presença

aumentou para mais de 60 por cento

e a maioria dos barcos passaram a ser

capitaneados por portugueses”, expli-

cou o autor, o professor universitário

norte-americano Donald Warrin.

Intitulado “So End This Day: The

Portuguese in American Whaling,

1765-1927”, o livro é uma edição do

Centro de Estudos Portugueses da

Universidade de Massachusetts Dart-

mouth e demonstra a preponderân-

cia dos portugueses na actividade até

à proibição internacional da caça à ba-

leia para fins comerciais.

Investigador da presença portu-

guesa na América, Warrin é autor

também de uma obra sobre os por-

tugueses no Faroeste, editada em

português pela Bertrand.

Foi durante a pesquisa para este

livro que descobriu a grande quanti-

dade de nomes portugueses na pesca

da baleia e decidiu estudá-la.

O livro documenta mais de tre-

zentas viagens nas quais participaram

portugueses e cabo-verdianos em

portos como New Bedford, Nantuc-

ket, Provincetown, New London, São

Francisco, incluindo uma lista exaus-

tiva com os nomes de todos os capi-

tães de origem portuguesa ou

cabo-verdianas que capitanearam ba-

leeiras norte-americanas.

“O primeiro português numa ba-

leeira norte-americana remonta ao

ano de 1765 e foi um lisboeta cha-

mado Joseph Swazey, um nome ame-

ricanizado e o primeiro mestre que

está devidamente registado chamava-

se Joseph Folger, da ilha do Pico”, ex-

plica.

Na Califórnia, foram também

muitos os capitães de origem portu-

guesa e cabo-verdiana, nomeada-

mente John Rogeres, o avô do conhe-

cido professor da universidade de

Harvard, Francis Rogers, William F. Jo-

seph e um cabo-verdiano de nome

Gonzalez (nome adaptado de Gon-

çalves), entre outros referidos no

livro.

E foram estes pescadores das ba-

leeiras norte-americanas, a maioria

deles emigrantes clandestinos, que

acabou por determinar a fixação de

comunidades açorianas nos Estados

Unidos.

“De certa forma, a pesca da baleia

foi uma forma de os açorianos emi-

grarem para os Estados Unidos, pois

a maioria servia apenas uma campa-

nha e ficava no país”, diz.

Warrin diz que durante muito

tempo a contribuição portuguesa

nesta atividade americana foi “prati-

camente ignorada”.

Ao longo da investigação, afirma,

o que mais o impressionou foi a “co-

ragem e perseverança destes pesca-

dores de origem portuguesa e

cabo-verdiana num tipo de pesca

muito perigoso e pouco rentável”, em

que as viagens demoravam três a qua-

tro anos, no século XIX.

O livro foi recentemente apre-

sentado no Museu da Baleia de New

Bedford e na Sociedade Histórica de

Stonington, cidades históricas dos ba-

leeiros açorianos.

Portugueses dominaram caça à baleia nos Estados Unidos até fim do negócioOs portugueses dominaram a caça à baleia nos Es-tados Unidos desde a década de 1920 até à proibi-ção desta actividade na década de 1980, revelauma nova obra publicada sobre o tema.

Obra que retrata dois navios baleeiros em mar revolto num excelente jogo de luz. Escondida por detrás daondulação encontra-se uma escuna de pesca, nestes mares bastante frequentados. Várias vezes vieramestes navios de caça à baleia aos Açores para embarcarem pescadores locais o que impulsionou também aemigração para a Nova Inglaterra, especialmente New Bedford, centro baleeiro da região por alturas doséc. XIX.

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Page 12: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 201012 Entrevista

PP – O que está por detrás do projectoOquestrada?MM – Quando começámos, quisemos ir àprocura de uma música que falasse de umpassado português próximo, mas que aomesmo tempo desse pistas para um futuromais harmonioso. Também fomos à procurade um país e de um público, porque o mer-cado musical estava na altura fechado sobresi mesmo, pouco se inovava, e não tínhamosespaço nesse mercado, apesar de termospúblico. Conseguimos o nosso objectivo dedescobrir um país e fazê-lo dançar ao somde um fado diferente.

PP – Como foi a transição da «rua»para o estúdio ao fim de sete anos dedigressão?MM – Durante todos estes anos procurámosuma sonoridade própria e única. Quandofomos para o estúdio, já tínhamos algumascertezas do que queríamos, o nosso som jáestava maturado. Portanto, a transição foipacífica.

PP – O CD «Tasca Beat» tem um subtí-tulo: «Sonho Português». Que sonho éesse?MM – Acaba por ser esta tasca imagináriaque é um sítio íntimo, mas com uma batidacomum, com um «beat», que unifica todasas pessoas que queiram estar neste local.

Por exemplo, nós cantamos em muitas lín-guas, mas sempre «à portuguesa». E osonho português é esta curiosidade que osportugueses têm em falar outras línguas ecomunicar. É algo que nos distingue e acabapor ser expressão do sonho de sair daqui,

apesar de não sairmos, ou então só quandoé necessário, como emigração forçada. E osOquestrada dizem às pessoas: emigrem poropção. Nós celebramos esta identidade emi-grante que está em todos nós. Esta capaci-dade de cada pessoa de sair do país de ir à

Uma batida universal à portuguesa

Os Oquestrada apresentam o álbum de estreia «Tasca Beat» na Alemanha Em 2001, a banda portuguesa Oquestrada, fazendo justiça ao nome, lançou-se à estrada e andoude cidade em aldeia, de sala de baile em sala de espectáculo, do país para o exterior. Ao fim desete anos, gravou o CD «Tasca Beat», numa cedência aos fãs que coleccionou país e mundo foraesta mistura de música profundamente portuguesa com hip-hop, jazz, flamenco e funaná, parareferir apenas algumas da fontes a que vão beber as composições. Tudo facilitado pelas raízes

que a banda tem em Almada, «o lado do cu do Cristo-Rei», como os cinco jovens descrevemnuma canção este bairro periférico lisboeta, com a sua enorme população imigrante. Aos Oque-strada devemos a «canção emigrante», que sai do país à procura do que há de melhor, mas re-gressa sempre fielmente às suas raízes. Neste Verão, a banda vai actuar em várias localidadesalemãs. O Portugal Post falou com a vocalista Marta Mateus.

Cristina Krippahl

Oquestrada na Alemanha16 de Julho em Kassel, 20h00 *17 de Julho em Estugarda, no Marktplace OpenAir Festival, 20h3020 de Julho em Oldenburg, Kultursmmer, 20h0031 de Julho em Düsseldorf, 15h0031 de Julho em Koblenz no Festival Festung Eh-renbreitstein, 21h3006 de Agosto em Jena no Jena Kulturarena, 20h0007 de Agosto em Wennigsen, Alte Kornbrennerei,20h00

* Nas informações em que não são indicados oslocais de actuação, sugerimos os interessados adirigirem-se a locais de venda de bilhetes e infor-mações de espectáculos nas respectivas cidades.

procura do desconhecido é uma força aní-mica, esplendorosa, que nos dias que cor-rem faz muita falta, porque as pessoas estãomuito acomodadas.

PP – O trecho «Creo» é um bom exem-plo desse cantar línguas estrangeiras«à portuguesa?»MM – Este trecho surgiu num restaurante,onde um grupo de espanhóis estava a ten-tar comunicar com portugueses. Acabei porescrever esta letra para falar de um amoribérico. Há aqui uma vontade de conhecero outro, mas ela não dura muito. Por isso es-crevo: «creio que te amo, mas amanhã nãotenho pachorra para ti». É expressão da faltade investimento mútuo nesta relação. E éuma maneira de cantar os portugueses: osespanhóis dizem que não falam português,mas nós dizemos que falamos espanhol, einventamos um «portuñol» sem qualquervergonha, o que é muito engraçado. Daí aletra em portuñol.

PP – Aliás, o humor é uma parte im-portante da vossa música.MM – Nós tentamos criar um certo humormusical, apesar de não ser uma preocupa-ção. Quando não temos vergonha do que esta-mos a fazer, o humor quase aparece so-zinho. Portugal é um país muito crítico e, decerta forma, inseguro. As pessoas têm medode arriscar, do ridículo, de «ficar mal na fo-tografia». Nós nunca tivemos esses medos.

PP – Os elementos da banda assumempapéis no palco. A Marta é a Miranda,a mulher dos subúrbios «de canti-guinha na boca». Que papel tem navossa música a formação como actoresdos dois elementos que fundaram abanda, a Marta e o Jean-Marc Dercle?MM – Nós vemos a música como espectá-culo, não como algo fechado num CD ounuma caixa de som. E os elementos dabanda são escolhidos também pela sua bio-grafia. Para nós, mais importante do queum bom executante é alguém com umavida interessante e com um coração commuita história.

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Page 13: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 13

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AS MAIORES FORTUNAS DA ALEMANHAAS MAIORES FORTUNAS DA ALEMANHA

Susanne Klatten, de 43 anos, mãe de

três filhos, herdou a fortuna do seu

pai, o lendário industrialista Herbert

Quandt, fundador do império de

carros de luxo BMW.

Quando Quandt morreu, em

1982, ele deixou Susanne, o filho

mais novo, Stefan, e sua terceira

esposa, Johanna Quandt, coman-

dando a BMW e outros bens. Os

três controlam a maioria das acções

da BMW.   

Além dos 12,5% de acções her-

dadas pela BMW, Susanne recebeu

do pai  acções  da Altana, uma das

maiores e mais bem-sucedidas em-

presas químico-farmacêuticas da

Europa. Herbert Quandt

também deixou heranças para os fil-

hos dos seus dois primeiros casa-

mentos.

Hoje em dia, a riqueza de Klat-

ten é calculada em torno de 7,8 bil-

hões de euros, o que a posiciona em

quarto lugar na lista dos mais ricos

alemães, como foi publicado pela

Manager Magazine. Já a quantia de

Stefan Quandt, irmão de Susanne,

foi avaliada em 5,5 bilhões de euros.

Ele é o número 11 da mesma lista.

Embora muito reservado, o elegante

bilionário de 38 anos frequente-

mente compõe a lista dos solteirões

mais cobiçados.

Johanna, mãe de Klatten, foi a

secretária que trabalhou mais

tempo com Herbert Quandt, além

também de ter sido a sua última e

terceira esposa. Ela possui uma for-

tuna estimada em 4,2 bilhões de

euros. Na lista das mulheres

mais ricas do mundo, Klatten ocupa

o oitavo lugar e Johanna, o décimo.

Depois de terminar o ensino

médio, Susanne Klatten estudou Ad-

ministração e Economia em Frank-

furt e mais tarde fez mestrado

em Administração em Lausanne, na

Suíça. Porém, muito do que ela

aprendeu foi através de estágios

realizados nas empresas de sua pró-

pria família. Para conseguir essas po-

sições, ela usou nomes fictícios.

Na fábrica da BMW em Regens-

burg, na Baviera, Klatten fez um es-

tágio usando o nome de Susanne

Kant. Foi na fábrica que ela encon-

trou o engenheiro Jan Klatten, que

não fazia ideia quem ela era. „Eu

queria saber se ele realmente me

amava“, mencionou ela. O casal

casou-se em 1990.

Klatten possui uma excepcional

vida privada. Quase nunca é entre-

vistada, nem vista em público. O de-

sejo pela privacidade talvez seja

atribuída a uma tentativa de seque-

stro que sofreu aos 16 anos.

Quando ela está em público, ob-

servadores frequentemente comen-

tam que Klatten, a vistosa mulher de

cabelos curtos e largo sorriso, tem

elegância para se vestir, mas não

tem estilo. Muito pouco é sabido

sobre a sua vida pessoal, excepto

que ela, o marido, e os três filhos

vivem em Munique. Ela concedeu

apenas uma única entrevista em sua

carreira, para a biografia de Quandt

feita por Rudiger Jungbluth. De

acordo com o tablóide Bild, ela con-

tou a Jungbluth que sua vida é „mul-

tifacetada“.

De 1989 a 1990, Klatten trabal-

hou como assistente administrativo

da gerência do grupo de media Hu-

bert Burda. Depois de aprofundar

os seus estudos em Boston, come-

çou a assistir a encontros corpora-

tivos da empresa. Em 1993,

ingressou no conselho fiscal da Al-

tana e transformou a  companhia

em uma corporação de classe

mundial. 

Em 1997, ela e seu irmão assu-

miram o posto da mãe na  BMW.

Hoje, ela concentra a sua energia

quase que exclusivamente na em-

presa. Como membro da presidên-

cia, Klatten ajudou a companhia a

recuperar do fracasso da compra

da Rover, no ano 2000. Quando as

consequências do erro se salienta-

ram, Klatten sentiu a necessidade

de remover o então presidente da

BMW, Bernd Pischetsrieder.

Durante a  Segunda Guerra

Mundial, o crescimento súbito da

fortuna da BMW aconteceu com

o trabalho forçado de prisioneiros,

que  frequentemente trabalhavam

em condições miseráveis. Hoje, a

fundação de Quandt dá dinheiro

para projectos de caridade e para

os sobreviventes de trabalhos for-

çados e suas famílias.

Susanne e o irmão Stefan ainda

herdarão as acções de sua mãe, que

completará 80 anos. „Nós não es-

tamos mantendo as nossas acções

para nossos egos“, disse Klatten à

revista Stern. „Nós queremos as

coisas tranquilas, as pessoas gostam

disso.“

Cortesia DW

A família por trás da BMW

Page 14: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010Histórias da História14

SEBASTIÃO JOSÉ de Carvalho e

Meio (1699-1782) nasceu em Lisboa

numa família da pequena nobreza. A

família não era propriamente rica, os

irmãos eram muitos (onze, mais

exactamente) e ele teve de se ocupar

com a gestão do património. Em finais

de 1738, o cardeal D. João da Mota,

secretário de D. João V (este rei pa-

rece nunca ter visto com bons olhos

o futuro marquês), nomeou Sebastião

José de Carvalho e Melo ministro ple-

nipotenciário em Londres. Começava,

portanto assim, a sua carreira na di-

plomacia portuguesa. Mas fosse por

falta de qualidades diplomáticas, fosse

por falta de sorte, foi demitido do seu

posto em Londres e deram-lhe, cinco

anos depois, nova missão em Viena de

Áustria, cargo que exerceu até 1748.

No seu regresso a Portugal, contava

com um grupo de amigos bem colo-

cados na corte, mas D. João V conti-

nuava a não gostar dele e nenhuma

porta lhe foi aberta.

Mas as coisas iam mudar…Oito meses após o regresso de

Sebastião a Lisboa, D. João V falecia. E

quando o novo rei, D. José I, reformou

o governo, nomeou, para surpresa

quase geral, o ex-diplomata para o

cargo de secretário dos Negócios

Estrangeiros. A inteligência e a energia

de Sebastião não tardaram a impor-

se e em breve o rei lhe confiava as-

suntos de grande importância, como

o problema das minas do Brasil, o dos

tabacos e açúcar brasileiros e do co-

mércio de diamantes. Como se vê,

todas estas questões estavam relacio-

nadas com o Brasil. E é também so-

bretudo a propósito do Brasil que se

abrirá o furioso conflito com os jesuí-

tas, que se opuseram activamente à

sua política brasileira, porque esta

punha em causa os domínios da

Companhia no continente sul-ameri-

cano. Em 1759 expulsou os jesuítas e,

em 1761, conseguiu fazer condenar o

padre Malagrida, a última vítima mor-

tal da Inquisição em Portugal.

O grande terramoto de 1755Foi essa tragédia que, num tempo

mínimo, lançou Carvalho e Melo para

o poder absoluto. Foi ele o único a

manter a cabeça fria, a saber quais as

medidas a tomar. A confiança ofere-

cida pelo rei a Sebastião Carvalho, se-

gundo alguns escritores, fica por

conta da frase que ele, Pombal, teria

dito em resposta a D. José I (ainda sob

impacto da tragédia e confuso quanto

ao que deveria ser feito para recome-

çar a reconstruir Lisboa): “é precisoenterrar os mortos e cuidar dos vivos”!As medidas enérgicas que tomou de-

pois do terramoto de 1755 fizeram

dele o mais importante ministro de

D. José I. A partir de 1756, o seu

poder foi quase absoluto e começou

com um programa político de acordo

com os princípios do Século das

Luzes ou Iluminismo. Aboliu a escra-

vidão, reorganizou o sistema educa-

cional, elaborou um novo código

penal, introduziu novos colonos nos

domínios coloniais portugueses e fun-

dou a Companhia das Índias Ori-

entais.

Aquilo a que chamamos hoje a

Lisboa pombalina, obra da sua energia

e da competência da equipa de en-

genheiros que ele reuniu, é certa-

mente a herança mais importante que

nos deixou. Sobre as suas reformas

económicas, políticas e educativas,

pode-se dizer bem e mal. Mas quanto

à cidade reedificada, essa, é a sua

grande e indiscutível obra. Logo em

1756, passa a ser secretário do Reino,

o que equivale a primeiro-ministro. A

partir daí, o seu poder não pára de

crescer e crescerá ainda mais com o

atentado contra o rei D. José I, em

1758.

O regicídioA oportunidade surgira a 3 de Se-

tembro de 1758. Por volta das onze

da noite, quando o rei voltava ao paço

da Ajuda, vindo de um encontro amo-

roso clandestino, surgiram, no lugar

onde está hoje a Igreja da Memória,

três cavaleiros. Soaram tiros. D. José I

foi atingido no braço e na anca direita

mas salvou-se - e encarregou o minis-

tro Sebastião José de descobrir e cas-

tigar de forma exemplar quem

tentara matá-lo.

Todos na corte sabiam que o rei,

de 44 anos, era amante de Teresa de

Távora e Lorena, 35 anos, mulher do

4.° marquês de Távora, Luís Bernardo,

da mesma idade - de quem também

era tia. Os casamentos entre familia-

res próximos eram comuns na no-

breza, bastando para isso obter uma

dispensa do papa.

O patriarca dos Távoras era o 3º

marquês, D. Francisco de Assis, 55

anos, ex-vice-rei da Índia. Quando

soube da relação adúltera do sobe-

rano com a sua irmã e nora, ficou ma-

goado. O suficiente para tramar um

regicídio?

Os marqueses de Távora, o conde

de Atouguia, o duque de Aveiro e vá-

rios outros acusados são presos e

torturados. Os acusados foram con-

denados por „crime de lesa-majestade,alta traição, rebelião e parricídio“: “o rei

é o pai da nação”. Foram executados

a 13 de Janeiro de 1759 com requin-

tes de crueldade, onde hoje está um

pelourinho, a dois passos da casa dos

pastéis de Belém. Primeiro a Mar-

quesa Leonor de Távora foi decapi-

tada. Em seguida foi o seu marido a

cumprir a pena, tendo sido morto

com golpes no coração. Por fim, os

restantes foram mortos enforcados

ou queimados vivos. A tudo isto assis-

tiu o Reformador, o Rei D. José I com

a sua corte horrorizada pela carnifi-

cina. No final do espectáculo maca-

bro, todos os corpos foram

queimados, as cinzas deitadas ao mar

e o lugar foi salgado para que nada

mais ali crescesse. Diga-se que todo

processo não se distinguiu pela trans-

parência. Ao mesmo tempo, Carvalho

e Melo acusa os jesuítas, que já ha-

viam sido expulsos do paço real, de

terem inspirado e encorajado os con-

spiradores. Mais tarde, depois de

subir ao trono, D. Maria I ficou tão

afectada pelos eventos que mandou

reabrir o processo. Os juízes concluí-

ram que os Távoras estavam inocen-

tes. Como consequência, a rainha D.

Maria I aboliu a pena de morte (ex-

cepto em estado de Guerra) em Por-

tugal.

Sobre este acontecimento o es-

critor francês Victor Hugo (1786) es-

creveu a propósito da abolição da

pena de morte em Portugal (o pri-

meiro país europeu a fazê-lo).

“Está pois a pena de morte abolidanesse nobre Portugal, pequeno povo quetem uma grande história (…) Felicito avossa Nação. Portugal dá exemplo àEuropa. Desfrutai de antemão essaimensa glória. A Europa imitará Portugal.Morte à morte! Guerra à guerra! Viva avida! Ódio ao ódio! A liberdade é uma ci-dade imensa da qual todos somos con-cidadãos”.

O ano de 1759 é o do triunfo ab-

soluto de Sebastião José. Em Janeiro

são suplicados os nobres acusados do

atentado contra D. José I. Depois vem

o confisco dos bens da Companhia de

Jesus. Em Junho, o rei confere ao seu

primeiro-ministro o título de conde

de Oeiras. No mês seguinte, os jesuí-

tas são expulsos do Brasil. É o início

do período áureo.

Considerada no seu conjunto, a

governação de Sebastião José de Car-

valho e Melo, conde Oeiras (só em

1769 recebeu o titulo de marquês de

Pombal), é de qualidade desigual e o

seu legado é também heterogéneo.

Foi responsável por reformas que de-

senvolveram a economia e o ensino.  

O Marquês tomou uma série de

medidas para valorizar a produção

nacional, libertando o país da depen-

dência de Inglaterra, proibiu a cultura

do Vinho do Porto em terras próprias

para cereais, subsidiou a criação de fá-

bricas de vidros, louças e cordoaria

fundou a primeira refinação de açú-

car, reorganizou a real fábrica da seda,

dando um grande contributo para o

arranque da indústria portuguesa.

No lado negativo, haverá que

apontar várias medidas económicas

ou educacionais que, sendo especta-

culares na aparência, não tiveram os

resultados esperados. Mas, sobretudo,

é preciso assinalar a brutalidade dos

métodos, que foi impressionante,

mesmo para a época. As prisões en-

cheram-se. Já ficou referido o suplico

dos Tavoras e do duque de Aveiro.

Para o escritor Charles Boxer, “Pom-bal não admitia nenhuma tirania alémda sua”.

E se é verdade que Pombal caiu

logo após a morte de D. José em

1777, já é falso que D. Maria I se em-

penhasse em persegui-lo, embora ti-

vesse razões pessoais para o fazer.

Pelo contrário, tentou ignorá-lo,

deixá-lo tranquilo no seu cantinho,

mas foi a voz dos agravados (e eram

muitos) que falou mais alto e levou à

instauração do processo que o con-

denou por abuso de poder, mas que

apenas o sentenciou ao exílio para

fora de Lisboa. Morreu na sua pro-

priedade rural em Pombal no dia 8

de Maio de 1782 aos 82 anos de

idade.

O MASSACRE DOS TÁVORAS Uma história de sexo, sangue e luta pelo poder que horrorizou Portugal e o Mundo

Ainda hoje o Marquês de Pombal, o ministro absoluto, é uma das figu-ras mais polémicas, controversas e carismáticas da história portuguesa:

pombalistas e antipombalistas ainda discutem. O que é indiscutívelé que Pombal marcou profundamente a nossa História.

Joaquim Peito

Sebatião José de Carvalho e Meio (1699-1782)

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Page 15: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 15Geschichten aus der Geschichte

Joaquim Peito

Sebatião José de Carvalho e Meio (1699-1782)

SEBASTIAO JOSÉ de Carvalho e

Melo (1699-1782) wurde in Lissa-

bon in einer Familie des niederen

Adels geboren. Die Familie war ei-

gentlich nicht reich, die Geschwister

waren zahlreich (elf, genauer gesagt),

und er hatte sich um die Verwaltung

des Eigentums zu kümmern. Gegen

Ende des Jahres 1738 ernannte der

Kardinal D João da Mota, Sekretär

D. Joãos V (dieser König scheint den

zukünftigen Marquis nie mit Wohl-

wollen angesehen zu haben), Sebas-

tião José de Carvalho e Melo zum

bevollmächtigten Gesandten in Lon-

don. So begann er also seine Kar-

riere in der portugiesischen

Diplomatie. Doch sei es aufgrund

eines Mangels an diplomatischen

Qualitäten oder eines mangels an

Glück, so wurde er von seinem Pos-

ten in London entlassen, und man

gab ihm fünf Jahre später eine neue

Mission im österreichischen Wien,

ein Amt, das er bis 1748 ausübte. Bei

seiner Rückkehr rechnete er mit

einer Gruppe gut gestellter Freunde

bei Hofe, aber D. João V mochte ihn

weiterhin nicht und keine Tür wurde

ihm geöffnet.

Aber die Dinge sollten sich ändern…

Acht Monate nach Sebastiãos

Rückkehr nach Lissabon starb D.

João V. Und als der neue König, D.

José I die Regierung reformierte, be-

rief er den Ex-Diplomaten zur Über-

raschung nahezu aller in das Amt des

Sekretärs für äußere Angelegenhei-

ten. Die Intelligenz und Energie Se-

bastiãos benötigten nicht lange, um

zu imponieren, und der König be-

traute ihn bald mit Angelegenheiten

von großer Wichtigkeit, wie etwa

dem Problem der Minen in Brasilien,

dem des brasilianischen Tabaks und

Zuckers und des Diamantenhandels.

Wie man sieht, standen alle diese

Fragen in Beziehung mit Brasilien.

Und es war übrigens vor allen Din-

gen über Brasilien, dass mit den Je-

suiten ein furioser Konflikt

entbrannte. Sie widersetzten sich

aktiv seiner Brasilien-Politik, da letz-

tere die Herrschaftsbereiche der

Gesellschaft Jesu auf dem südameri-

kanischen Kontinent gefährdete.

1759 vertrieb er die Jesuiten, und

1761 brachte er es fertig, den Jesui-

tenpater Gabriel Malagrida, einen

armseligen antimarquisianischen Vi-

sionär, verurteilen zu lassen - das

letzte Todesopfer der Inquisition in

Portugal.

Das große Erdbeben von 1755Jene Tragödie war es, die Car-

valho e Melo in kürzester Zeit zur

uneingeschränkten Macht katapul-

tierte. Er war der einzige, der einen

kühlen Kopf bewahrte und wusste,

welche Maßnahmen zu treffen

waren. Das Vertrauen, das Sebastião

Carvalho seitens des Königs entge-

gengebracht wurde dokumentiert

laut einiger Autoren der Satz, den er,

Pombal, als Antwort zu D. José I

(noch immer unter dem Einfluss der

Tragödie und verwirrt bezüglich

dessen, was unternommen werden

müsse, um den Wiederaufbau Lissa-

bons zu beginnen) gesagt haben soll:

„Es ist notwendig, die Toten zu begra-ben und die Lebenden zu versorgen“!Die energischen Maßnahmen, die er

nach dem Erdbeben von 1755 er-

griff, machten ihn zum wichtigsten

Minister D. Josés I. Von 1756 an war

seine Macht fast uneingeschränkt,

und er begann ein politisches Pro-

gramm, das in Einklang stand mit den

Prinzipien des Jahrhunderts der

Lichter oder dem Zeitalter der Auf-

klärung. Er schaffte die Sklaverei ab,

gestaltete das Bildungssystem um,

arbeitete ein neues Strafgesetz aus,

führte neue Kolonisten in das por-

tugiesische Kolonialreich ein und

gründete die Companhia das Índias.

Das was wir heute das

pombal`sche Lissabon nennen, das

Werk seiner Energie und der Kom-

petenz der Mannschaft von Inge-

nieuren, die er versammelte, ist

sicherlich das wichtigste Erbe, das er

uns hinterließ. Über seine wirt-

schaftlichen, politischen und Bil-

dungsreformen kann man sich

positiv oder negativ äußern. Aber

was den Wiederaufbau der Stadt an-

geht, so ist jenes sein großes und un-

bestreitbares Werk. Gleich im Jahr

1756 wurde er Sekretär des König-

reichs, was gleichbedeutend ist mit

dem Premierminister. Von dort an

hörte seine Macht nicht auf anzu-

wachsen, und sie wuchs sogar noch

mehr mit dem Attentat an König D.

José I 1758.

Der KönigsmörderDie Gelegenheit ergab sich am

03. September 1758. Gegen elf Uhr

abends, als der König von einem

heimlichen Liebestreffen kommend

zum Palácio Nacional da Ajuda zu-

rückkehrte, tauchten an der Stelle,

wo sich heute die Erinnerungskirche

befindet, drei Ritter auf. Es ertönten

Schüsse. D. José wurde am Arm und

an der rechten Hüfte getroffen, aber

er rettete sich und beauftragte den

Minister Sebastião José, denjenigen,

der ihn zu töten versucht hatte auf-

zuspüren und beispielhaft zu bestra-

fen.

Jeder am Hofe wusste, dass der

44-jährige König der Liebhaber Te-

resa de Távora e Lorenas war, 35-

jährig, Frau des 4. Marquis von

Távora, des gleichaltrigen Luís Ber-

nardo, dessen Tante sie außerdem

war. Die Hochzeiten zwischen nahen

Verwandten waren verbreitet im

Adel, es genügte hierfür eine Erlaub-

nis des Papstes zu bekommen.

Der Patriarch von Távoras war

der 3. Marquis, D. Francisco de Assis,

55 Jahre alt, Ex-Vize-König von In-

dien. Als er von der ehebrecheri-

schen Beziehung des Souveräns mit

seiner Schwester und Schwieger-

tochter erfuhr, war er schmerzer-

füllt. Ausreichend, um einen

Königsmord anzuzetteln?

Die Marquis von Távora, der

Graf von Atouguia, der Herzog von

Aveiro und verschiedene andere, die

man des Königsmordes beschul-

digte, wurden gefangen genommen

und gefoltert. Die Beschuldigten

wurden wegen Majestätsbeleidigung,

Hochverrats, Rebellion und Vater-

mordes verurteilt: „Der König ist derVater der Nation“. Sie wurden am 13.

Januar 1759 mit vollendeter Grau-

samkeit hingerichtet, dort wo heute

ein Pranger steht, der sich zwei

Schritte vom Haus der Pastéis de

Belém befindet. Zuerst wurde die

Markgräfin Leonor de Távora ent-

hauptet. Danach musste ihr Ehe-

mann, der durch Stiche ins Herz

starb, seine Strafe verbüßen. Schließ-

lich wurden die Restlichen erhängt

oder lebendig verbrannt. Der Refor-

mator, der König D. José I, wohnte

all dem mit seinem von dem Blutbad

entsetzten Hofstaat bei. Am Schluss

der makabren Vorstellung wurden

sämtliche Leichen verbrannt, die

Asche ins Meer gestreut und der

Ort versalzen, damit dort nie wieder

etwas wachsen könne. Man sagt,

dass der gesamte Prozess sich durch

seine Transparenz nicht hervorhob.

Zur selben Zeit beschuldigte Car-

valho e Melo die Jesuiten, die bereits

vom königlichen Hof vertrieben

worden waren, die Verschwörer in-

spiriert und ermutigt zu haben. Spä-

ter war D. Maria I nach ihrer

Thronbesteigung derart betroffen

von den Vorgängen, dass sie den Pro-

zess neu eröffnen ließ. Die Richter

kamen zu dem Schluss, dass die Tá-

voras unschuldig waren. Als Konse-

quenz schaffte die Königin, D. Maria

I, die Todesstrafe (abgesehen vom

Kriegszustand) in Portugal ab.

Über dieses Geschehnis schrieb

der französische Schriftsteller Victor

Hugo (1786) anlässlich der Abschaf-

fung der Todesstrafe in Portugal

(dem ersten europäischen Land, das

dies tat).

„Es ist also die Todesstrafe abge-schafft worden in jenem noblen Portu-gal, dem kleinen Volk, das eine großeGeschichte hat (…) Ich gratuliere IhrerNation. Portugal ist ein Beispiel fürEuropa. Nutzt jenen immensen Ruhmim Voraus. Möge Europa Portugal nach-eifern. Tod dem Tod! Krieg dem Krieg!Es lebe das Leben! Hass dem Hass!Die Freiheit ist eine riesige Stadt, die wiralle gemeinsam bewohnen“.

Der unumschränkte MinisterDas Jahr 1759 war das des abso-

luten Triumphs Sebastião Josés. Im

Januar wurden die Adeligen, die man

des Attentats an D. José I beschul-

digte, verurteilt. Darauf folgte die

Konfiszierung des Vermögens der

Gesellschaft Jesu. Im Juni verlieh der

König seinem Premierminister den

Titel des Grafen von Oeiras. In den

folgenden Monaten wurden Jesuiten

aus Brasilien vertrieben. Es war der

Beginn einer Blütezeit.

In ihrer Gesamtheit betrachtet

war die Regierungszeit Sebastião

José de Carvalho e Melos, Graf von

Oeiras (erst 1769 erhielt er den

Titel des Marquis von Pombal), von

einer unerreichten Qualität, und sein

Vermächtnis ist außerdem hetero-

gen. Er war verantwortlich für Re-

formen, die die Wirtschaft und die

Bildung weiterentwickelten. Der

Marquis ergriff eine Reihe von Maß-

nahmen, um die nationale Produk-

tion aufzuwerten, indem er das Land

aus der Abhängigkeit von England

befreite, den Anbau von Portwein

auf für Getreide geeignetem Land

verbot, den Bau von Glas-, Tonwa-

ren- und Seilerwarenfabriken sub-

ventionierte, gründete die erste

Zuckerraffinerie, gestaltete die kö-

nigliche Seidenfabrik um, womit er

einen großen Beitrag zum Anlaufen

der portugiesischen Industrie leis-

tete.

Auf der Kehrseite wird auf ver-

schiedene wirtschaftliche oder bil-

dungsbezogene Maßnahmen

hinzuweisen sein, die spektakulär er-

scheinen, aber nicht die gewünsch-

ten Resultate brachten. Vor allem

aber ist die Brutalität seiner Metho-

den, die selbst für die Zeit beeindru-

ckend war, hervorzuheben. Die

Gefängnisse füllten sich. Auf die To-

desstrafe für die Távoras und den

Herzog von Aveiro wurde bereits

Bezug genommen. Für den Autor

Charles Boxer „ließ Pombal keine Ty-rannei zu außer der eigenen“.

Und falls es wahr sein sollte,

dass Pombal gleich nach D. Josés Tod

1777 stürzte, dann ist es schon

falsch, dass D. Maria I sich dafür ein-

setzte, ihn zu verfolgen, obwohl sie

persönliche Gründe gehabt hätte,

dies zu tun. Ganz im Gegenteil, sie

versuchte, ihn zu ignorieren, ließ ihn

in Frieden in seinem Eckchen, aber

sie war die Stimme der Leidtragen-

den (und es waren viele), die am lau-

testen sprach. Sie führte die

Einleitung des Prozesses, der ihn

wegen Machtmissbrauchs aburteilte,

aber der Urteilsspruch lautete ledig-

lich Exil außerhalb Lissabons. Er

starb auf seinem ländlichen Anwesen

am 08. Mai 1782 im Alter von 82 Jah-

ren.

(Übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga)

DAS MASSAKER VON TÁVORAS Eine Geschichte von Sex, Blut und einem Machtkampf, der Portugal und die Welt in Angst und

Noch heute ist der Marquis von Pombal, der unumschränkte Minister, eine der um-strittensten, kontroversesten und charismatischsten Figuren der portugiesischen

Geschichte: Pombalisten und Antipombalisten diskutieren noch immer. Was unbe-streitbar ist, ist dass Pombal unsere Historie tief geprägt hat.

Das Vertrauen, das Sebastião Car-valho seitens des Königs entgegen-gebracht wurde dokumentiert lauteiniger Autoren der Satz, den er,Pombal, als Antwort zu D. José I(noch immer unter dem Einfluss derTragödie und verwirrt bezüglich des-sen, was unternommen werdenmüsse, um den Wiederaufbau Lissa-bons zu beginnen) gesagt habensoll: „Es ist notwendig, die Toten zubegraben und die Lebenden zu ver-sorgen“!

Page 16: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010Consultório16Catarina Tavares

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oje em dia, quase cada

12º contrato de trabalho

é efectuado a termo, ou

seja, é concluído por um

determinado período de

tempo, como 6 meses ou

1 ano. A tendência dos empregado-

res em celebrar apenas este tipo de

contratos tem continuado a au-

mentar pois, desta forma e pelo

menos durante um certo período

de tempo, não terão de se subme-

ter à legislação que rege os despe-

dimentos ilícitos, desde que

cumpram determinados pressu-

postos. Contudo, como se tem

comprovado na prática dos gabine-

tes de advogados, os empregadores

cometem muitas vezes erros que

levam a que a estipulação de um

determinado prazo não tenha vali-

dade. Assim, ao contrário do que

consta do contrato, este não será

a termo, mas sim a termo indeter-

minado. Por tal, no caso de persis-

tirem demais pressupostos (em

especial, 6 meses de actividade e

uma empresa com mais de 10 tra-

balhadores), o empregador só po-

derá proceder a um despedimento

se houver motivo para tal, o que,

no caso de uma correspondente

acção judicial, levará muitas vezes

ao pagamento de uma indemniza-

ção ao trabalhador.

Existem duas espécies de con-

tratos a termo: os que têm um mo-

tivo concreto (por exemplo,

substituição de trabalhadores que

não podem trabalhar durante um

certo período de tempo) e os que

não têm qualquer motivo con-

creto. É destes que trataremos

hoje. A primeira condição para que

tal contrato tenha validade, é a de

a pessoa contratada não ter traba-

lhado anteriormente para o em-

pregador. Se o tiver feito, mesmo

que tenha sido há muitos anos, o

contrato a termo não será válido e

passará a ser considerado contrato

a termo indeterminado. Além disso,

o prazo da vigência do contrato

terá de ser fixado por escrito. Se o

empregador e o trabalhador com-

binarem oralmente que este exer-

cerá a sua actividade durante um

determinado período de tempo,

começando o mesmo desde logo a

trabalhar e só depois o contrato

ser assinado, então já será tarde. A

combinação efectuada oralmente

sobre o contrato a termo não terá

qualquer validade e o contrato pas-

sará a ser a termo indeterminado.

Os contratos a termo sem mo-

tivo concreto só são permitidos

por um período máximo de 2 anos

(existem excepções para empresas

fundadas de novo e para trabalha-

dores com mais de 52 anos). Du-

rante este período de tempo, o

prazo do contrato poderá ser pro-

longado 3 vezes, no máximo. Tam-

bém aqui os empregadores

cometem muitas vezes erros. Por

exemplo, se um trabalhador for

contratado de 01-01-2010 a 31-12-

2010 e o contrato não for prolon-

gado durante esta vigência, mas

depois, digamos a 02-01-2011, a li-

mitação temporária do contrato

não terá validade perante a lei. O

mesmo poderá acontecer se não

se tratar de um simples prolonga-

mento, mas se forem efectuadas al-

terações decisivas no contrato.

Também sucede frequentemente

que os empregadores excedem o

limite de dois anos, o que também

torna o contrato a termo em con-

trato a termo indeterminado.

Resumindo, poderá dizer-se

que um contrato a termo sem mo-

tivo concreto é, para os emprega-

dores, um bom meio para

ajustarem um “período experimen-

tal” que poderá ir até dois anos e

que lhes permite não terem de se

sujeitar à legislação que rege os

despedimentos ilícitos. Mas correm

o risco de cometer diversos erros,

o que, na prática, sucede frequen-

temente. No caso de o emprega-

dor não cumprir os pressupostos

prescritos para um contrato a

termo, a vigência deste passará a

ser indeterminada. Por sua vez, as

acções contra despedimentos in-

justificados que serão então possí-

veis, levam frequentemente os

empregadores a estarem de

acordo com o pagamento de in-

demnizações. Assim, não haverá dú-

vidas que, em tais casos, fará todo

o sentido que o trabalhador encar-

regue um advogado com experiên-

cia neste campo de verificar se,

apesar de estar escrito no contrato

que o mesmo é “a termo”, não se

tratará afinal de um vínculo laboral

a termo indeterminado.

Alemanha Direito do Trabalho - Contratos a TermoMiguel Krag, Advogado

H

Page 17: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 17

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Caríssimo Director e redacção do PPJá há muito que sou mais dos vossosfiéis leitores. Agrada-me o jornal. Ascolunas jurídicas e de informação so-cial continuam a merecer o meuagrado e constituem uma mais valia.Não sou politico que morre de amo-res por um ou por outro partido. Apolitica não é como o Futebol.Quando não se esta contente con-vém mudar-se. Há quem me chamepolitico de “meia tigela”, mas orgu-lho-me de ser assim. Cansa-me echego a aborrecer-me quando souobrigado a ler artigos que usamuma linguagem repetitiva. Aprecio eleio com prazer no vosso jornal ar-tigos que me ajudem a formar umaconsciência livre, aberta e isenta. Ad-miro os vossos comentaristas e aabertura critica e a isenção politicaque o PP tem demonstrado. Quandoleio esses artigos, parece encontrar-me como num oásis no meio do de-serto. Agora permitam uma informaçãosocial, podendo também editar acorrespondente resposta, pois podeser útil a outros compatriotas. Traba-lhei quase 30 anos na mesma em-presa. Estou nas vésperas dareforma com os meus 61 anos bemvividos. Acabo de entrar no desem-prego normal, provocado pela fechoda empresa. O meu intuito é pegarquanto antes na minha reforma eregressar a Portugal e tratar dos ha-veres que com muito sacrifício anga-riei. O funcionário do Instituto deTrabalho, do “Arbeitsamt” pareceque engraçou com a minha pessoa.Não é que ele me obriga mensal-mente a apresentar, pelo menos seispedidos de emprego mensais! Àsvezes até me dá vergonha, pois aresposta negativa é a única que lo-gicamente tenho levado. Estou àporta duma depressão nervosa. Osmeus antecedentes de saúde não

são dos melhores. Será normal o queme fazem?Leitor devidamente identificado

Caríssimo amigo, obrigado pela

sua missiva e por ter tecido tantas

considerações positivas ao nosso

e vosso jornal. O amigo não se

considere de forma alguma poli-

tico de “meia tigela”. Parece ser

um cidadão responsável, que sabe

o que quer. Tem razão, a politica

não deveria ser como o futebol,

se assim fosse estaríamos cons-

tantemente num impasse, e não

avançaríamos. Familiarizar-se a

uma só cor pode ser até irritante,

mas para outros não. Constitui

um símbolo duma sociedade ideal

que se anseia ver realizada. O jor-

nal procura, com o apoio dos seus

leitores, manter esse espaço

como o senhor chama e bem, de

Oásis no deserto. Faz muito bem

usufruir num futuro próximo do

seu esforço de tantos anos, des-

cansando na pátria e recuperar as

tantas forças dispensadas.

A questão que o senhor nos

expõe mereceu da nossa parte

um estudo e pedido de informa-

ção junto das legitimas fontes in-

formativas. Vamos responder-lhe

por partes:

Desemprego e reforma – disposições anteriores

Antes da entrada em vigor da

nova lei, a assim chamada “Hartz

IV”, ou “Arbeitslosengeld II, em

Janeiro de 2005, os desemprega-

dos, depois de um ano de desem-

prego e tendo atingido os 58 anos

de idade, poderiam, junto do “Ar-

beitsamt”, assinar uma declaração,

indicando que se comprometiam

a requerer a reforma o mais rá-

pido possível ao atingir a idade

correspondente. Nessa declara-

ção ainda tinha uma frase impor-

tante ou seja, desde que a re-

forma lhe fosse paga na sua

totalidade, sem os recortes pelo

requerimento antecipado. Mesmo

que recebesse a ajuda ao desem-

prego (“Arbeitslonsenhilfe”) a

possibilidade de assinar essa de-

claração era, não só possível mas

até mesma desejável, pela repar-

tição de trabalho. A partir da as-

sinatura da declaração, já não

necessitavam de estar á disposi-

ção do mercado de trabalho.

Depois de três meses, após a as-

sinatura da declaração, o desem-

pregado não podia, de forma

alguma anular o documento e era

obrigado a requerer a reforma

com a antecedência devida, caso

contrário deixaria de receber a

ajuda ao desemprego ou o seguro

ao desemprego. Este era o pro-

cesso usado com a legislação an-

terior.

O que mudou com a introdução da ajuda social ao desemprego?

O que estava em questão era o

parágrafo 428 do SGB III que,

com a introdução da ajuda social

para desempregados, (Hartz

IV)esta legislação já não tem o

efeito que antes possuía. Convém

esclarecer que a ajuda social aos

desempregados actual é finan-

ciada por dinheiros púbicos, pelos

impostos e não deriva da quotiza-

ção do seguro de desemprego,

como o era antes com o ALH

(Arbeitslosenhilfe).

Actualmente o paragrafo em

questão tem uma nova leitura e

só se aplica a desempregados que

preenchiam as condições ante-

riores antes de 1 de Janeiro de

2008 e que tenham atingido antes

dessa data a idade de 58 anos. La-

mentavelmente o compatriota já

não é contemplado com esta

nova clausula.

Possibilidades disponíveis

Como a lei não prevê, no seu

caso, esta facilidade e, como é sua

intenção requerer a reforma, logo

que lhe seja possível, aconse-

lhamo-lo a falar com o funcioná-

rio responsável pelo seu caso e

explicar-lhe com toda a abertura

os seus anseios e planos. No seu

caso, a lei permite que possa re-

querer a reforma por idade após

ter completado os 63 anos, desde

que tenha descontado o mínimo

de 35 anos. Nesta contagem, os

tempos que descontados nos paí-

ses da Europa Comunitária são

reconhecidos para o apuramento

do tempo total. O pedido anteci-

pado também tem o seu preço,

pois vai-lhe ser reduzida a quantia

de reforma a receber. Convém in-

formar-se junto da entidade de

Seguros para a Reforma, directa-

mente ou através da Câmara da

sua cidade.

Outra possibilidade seria requerer a reforma por invalidez, caso o seu médicoesteja de acordo.

Lamentamos o comportamento

do funcionário. Nestes casos ele

deveria até facilitar mais o cliente.

É a lei pela lei e não consegue

descortinar que a lei foi feita para

as pessoas e não vice-versa. Con-

tra este comportamento nada há

a fazer a não o dialogo e a provo-

car a compreensão.

Olhar o horizonte com optimismo

Não vale a pena viver amargurado

e cair numa tristeza depressiva.

Olhe o horizonte com mais opti-

mismo. O que são dois anos, com-

parados com uma vida de

sacrifícios contínuos e de tantas

dificuldades passadas? Viva posi-

tivo, pois o seu sonho esta prestes

a realizar-se. Alimente o seu espí-

rito com boas leituras, com uma

vida cultural mais intensiva. Recu-

pere o que a vida dura de traba-

lho desses anos o proibiram de

fazer. Desejamos que o seu sonho

se torne realidade e que não seja

mais adiado.

Muitas felicidades, conte com a

nossa solidariedade e disponibili-

dade.

Desemprego e reforma antecipada

Page 18: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 201018

Todo o tipo deinstrumentos paragrupos musicais,

ranchos folclóricos,músicos profissionais

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Julho 2010

Astrologia, Karma e Felicidade

Preço, 20,99 €Autor: Cristina CandeiasFormato: 14x21cmPáginas: 112

A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional,com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar o desertopara encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quem fomos, o que somos e o quetemos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos de mudança a vida se nos revelará.

Cupão de encomenda

na página 19

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra al-guém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida deforma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão su-jeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir.

E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forçaspara reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceisde executar quepermitem criar uma aura de protecção.

Grupo de FadosGerações

Actuações em qual-quer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

AgendaTome Nota

Citações do mêsÉ curioso ver que quase todos os homens de grande valor têm maneiras simples; e

que quase sempre as maneiras simples são tomadas como indício de pouco valor

Leopardi , Giacomo

Engatar uma mulher é de certeza mais fácil do que ver-se livre dela

Balzac , Honoré de

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

Oquestrada na Alemanha16 de Julho em Kassel, 20h00 *17 de Julho em Estugarda, no Marktplace OpenAir Festival, 20h3020 de Julho em Oldenburg, Kultursmmer, 20h0031 de Julho em Düsseldorf, 15h0031 de Julho em Koblenz no Festival Festung Eh-renbreitstein, 21h3006 de Agosto em Jena no Jena Kulturarena, 20h0007 de Agosto em Wennigsen, Alte Kornbrennerei,20h00

* Nas informações em que não são indicados oslocais de actuação, sugerimos os interessados adirigirem-se a locais de venda de bilhetes e infor-mações de espectáculos nas respectivas cidades.

03.07,2010 – DÜSSELDORF -

Arraial " Open Air" com folclore

e baile animado pelo conj. FM

Radio. Muita e agradáveis surpre-

sas. Das 15h00H às 21h30

Local da Festa : Bürgerhaus Ben-

rath , Telleringstr.56

40597 Düsseldorf - Benrath

para mais informacoes: www. qui-

nasdeportugal.com

ou 0173-7366540

10.07.2010 – GÜTERSLOH –

Gütersloh International. Am:

10.07.2010 von 14:30 Uhr bis

00:00 Uhr. Veranstaltungsort:

Stadthalle Gütersloh. Kultur

Räume Gütersloh, Friedrichstraße

10. 33330 Gütersloh

10.07.2010 – ESSEN – Con-

curso amigável „Vamos Dançar”

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o tipo de danças.

Venham dançar e divertir-se con-

nosco!!!

Venham bater palmas, balançar o

pé e abanar a cabeça

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Essen, Girardetstr.21, 45131

Essen. Org. Projecto Intercâmbio

18.07.2010 – FELBACH - Festa

de Verão ao ar livre a partir das

10h00 . no parque da Associação

de Felbach, Stuttgartstr. 112,

70736 Fellbach.

Programa músical: abertura com

um grupo da fanfarra, duo músical

J&F Top-Som, Band Expression,

grupos de dança Hip.Hop, Mini

Splash e The-Funnkys.

Gastronomia portuguesa com

grilhados, bom vinho e animação.

19.07.2010 – BERLIM – Actua-

ção do grupo de fados “Trio

Fado”. Local:Amphitheater &

Strandbar Mitte, im Monbijou-

park,

Monbijoustraße

25.07.10 - LOLLAR – Actuação

do grupo de fados Trio Fado

Local: Hofkonzert Kirchberg. Iní-

cio: 16h00.

Info: Tel: 06406-1250

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Page 19: Jornal Portugal Post Julho 2010

ComunidadePORTUGAL POST SHOP - LivrosLer português

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Straße Nr / Rua

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NOTA DE ENCOMENDASim, desejo encomendar os seguintes livros

Título Preço

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Preencha de forma legível, recorte e envie para:PORTUGAL POST SHOPBurgholzstr. 43 - 44145 Dortmund

Queiram enviar a minha encomenda à cobrançaQueiram debitar na minha conta o valor da encomenda

Junte a este cupão um cheque à ordem dePORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a mo-rada do jornal ou, se preferir, podepagar pordébito na sua conta bancária.Se o desejar, pode ainda receber a sua enco-menda à cobrança contra uma taxa quevaria entre os 4 e os 7 € que é acrescida àsua factura.Não se aceitam devoluções.

NOTANos preços já estão incluídos

os custos de portes correio e IVA

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Formas de pagamentoCupão de Encomenda

+José Saramago O Evangelho segundo Jesus Cristo- Preço: € 31,50 (Livro de Bolso)

"O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhosdos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso dassuas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou por-que o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo eúnico motivo." Todos conhecem a história do filho deJosé e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta be-leza e tanta pungência que é como se estivesse sendocontada pela primeira vez. Nas palavras de José PauloPaes: "Interessado menos na onipotência do divinoque na frágil mas tenaz resistência do humano, a artemagistral de Saramago excele no dar corpo às preli-minares e à culminância do drama da Paixão"

José SaramagoMemorial do Convento- Preço: € 28,90

«Um romance histórico inovador. Personagem principal,o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descriçãoengessada, privilegiando a caracterização de umaépoca. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez pro-messas de levantar um convento em Mafra... Era umavez a gente que construiu esse convento... Era uma vezum soldado maneta e uma mulher que tinha poderes...Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido".Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João,quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quartode sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais

de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda nãoemprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, aoencontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correumundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi).Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis eo outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dostristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Ensaio sobre a Cegueira- Preço: € 28,90

«Um homem fica cego, inexplicavelmente,quando se encontra no seu carro no meiodo trânsito. A cegueira alastra como "umrastilho de pólvora". Uma cegueira co-lectiva. Romance contundente. Saramagoa ver mais longe. Personagens sem nome.Um mundo com as contradições da espéciehumana. Não se situa em nenhum tempoespecífico. É um tempo que pode serontem, hoje ou amanhã. As ideias a viremao de cima, sempre na escrita de Saramago.

A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma si-tuação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocu-pação cívica.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Levantado do Chão - Preço: € 31,50

«A transformação social. A contestação.Personagens em diálogos. As cruentasdesigualdades sociais. Surgem as per-guntas proibidas. Vai-se adquirindoconsciência e espaço, para que tudo selevante do chão. Um livro composto por34 capítulos. No 17.º está a tortura e amorte de Germano Santos Vidigal. Ger-mano, o nome que significa irmão, ohomem da lança. Apesar de vencido, osacrifício da sua vida indica o caminho."Já o encontraram. Levam-no dois gu-ardas, para onde quer que nos voltemos

não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do sectorseis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudoa subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, láem cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreirosuor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto..»(Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago CaímPreço: € 25.90

Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão do NovoTestamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num itinerário he-terodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e camposde batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, impri-mindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra.Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: a ca-pacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. Um re-lato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e de certaforma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.

José Saramago Viagem a Portugal- Preço: € 28,40

«De Nordeste a Noroeste, caminhos que vão dar às "Meninas de CastroLaboreiro", à "História do soldado José Jorge" ou ao Monte Evereste deLanhoso. Depois, as "Terras baixas, vizinhas do mar". Encontramos nelas"Um Castelo para Hamlet", e descobre-se que nem todas as ruínas sãoromanas. Viaja-se ainda pelas "brandas beiras de pedra", com as "novastentações do demónio" e "o fantasma de José Júnior". Um convite, en-tretanto, a parar em todo o lado, entre Mondego e Sado, para observar"artes da água e do fogo" ou as chaminés e laranjais. E um passeio pela"grande e ardente terra de Alentejo". Aí, "a noite em que o mundo co-meçou"; aí, "uma flor da rosa"; aí, onde "é proíbido destruir os ninhos".E mais o sol, o pão seco e o pão mole do Algarve, com "o português talqual se fala". "Pelos caminhos de Portugal / Eu vi tantas coisas lindas vio mundo sem igual", canta o cancioneiro popular, e assim faz Saramago,

com a diferença essencial que a qualidade da sua escrita está bastantes furos acima. Uma viagem, se nãopelo Portugal profundo, pelo menos por uma forma profunda de ver Portugal.» (Diário de Notícias, 9 deOutubro de 1998)

José Saramago As intermitências da mortePreço: € 12,00No dia seguinte ninguém morreu». Assim começa estenovo romance de José Saramago. Colocada a hipótese,o autor desenvolve-a em todas as suas consequências,e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampladivagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido,ou a falta dele, da nossa existência.

José Saramago A jangada de pedra- Preço: € 31.50Uma parábola sobre o isolamento dos povos ibéricosna Europa. Racham os Pirineus, a Península Ibérica sedesgarra da Europa. Transformada em ilha - Jangadade Pedra -, navega à deriva pelo Oceano Atlântico. Aesse espetacular acidente geológico somam-se outrosinsólitos que unem os quatro personagens principaisdo romance numa viagem apocalíptica e utópica peloscaminhos da linguagem e, através desta, da arte e da

cultura peninsulares.

Nos preços dos títulos em português jáestão incluídos os portes de Correio

Obras de José Saramago

Títulos em Alemão(Aos preços dos títulos em Alemão são acrescidos os portes de correios) Das Evangelium nach Jesus Christus, 12,50 Das Memorial, €12,50 Das steinerne Floß, € 12,50 Die portugiesische Reise, € 12,50 Die Stadt der Blinden, € 12,50 Eine Zeit ohne Tod, € 12,50 Hoffnung im Alentejo, € 12,50

Page 20: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 201020 Vidas

Memória futura

Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ouaté mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contarcasos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo,como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos queacalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o pri-meiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada:PORTUGALPOSTBurgholzstr.4344145 DortmundFax: (0231) 83 90 351E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos.Obrigado.

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Na foto tirada e publicada na edição de Abril de 1999 no PORTUGAL POST sorriem para o fotografo um grupo de mulheresque se encontravam em Dortmund para criarem e bordarem um tapete de Arraiolos que concluíram com uma festaentre as senhoras organizada pela Caritas

1999

Caros amigos do jornal PORTUGAL POST, Vou tentar passar para o papel umaestranha história que não há muitotempo se passou comigo.

Saí de casa de madrugada. Não conse-guia dormir: sentia-me angustiado pelo quese tinha passado no trabalho com dois pa-cientes e, por isso, não pregava olho. Seriamtrês horas da madrugada quando me pusdiante da TV na tentativa de adormecer aover um qualquer programa aborrecido. Nada.Estava tão desperto que parecia que tinhatomado cafeteiras de café puro. Como nãosabia que fazer, fumei como um danado en-quanto o sono não aparecia. Em vão, aindacaminhei de janela em janela da casa parapassar o tempo e procurar o desejo de medeitar e adormecer. E facto é que continuavadesperto como um vampiro.

Vesti-me e decidi ir dar uma volta peloquarteirão. A noite não estava fria. O mês deMaio já se fazia sentir mesmo de madru-gada. Quando cheguei à rua passavam já dastrês e meia. Pus o pé no passeio e pergunteia mim mesmo E agora, para onde vou?

Pus-me a caminho em direcção ao rio.Caminhava devagar, sem pressa de chegarporque não tinha destino. Na rua, de quandoem vez passava veloz algum carro para logodesaparecer na próxima curva. Passou tam-bém por mim um distribuidor de jornais queme atirou um sonoro Guten Morgen. Pareipor duas vezes dominado pela dúvida se de-veria continuar naquele insólito passeio ouse deveria voltar para trás, ir para casa e ten-tar adormecer. A minha sorte é que no dia aseguir não estava ao serviço, sendo por issoque não me preocupava muito com a ques-tão de levantar cedo ou nem sequer pregarolho toda a noite e a seguir ter de trabalhar.

Caminhava lentamente, sem pressa.Nisto pensei ainda descobrir algum Bistro ouBar que tivesse aberto, coisa que é possível

nos dias de hoje.A noite, ou melhor, a madrugada, es-

tava suave e agradável. Passei por um jardime sentei-me num banco para fumar mais umcigarro. Não havia ninguém. Para além dosom entrecortado de uma outra ambulânciaque passava de tempos a tempos, o silênciopesava sobre a madrugada. Levantei-me etornei a caminhar em direcção à ponte queme levava à outra margem, para os lados daestação, onde eu podia engolir uma aguar-dente de maçã ou um outro conhaque parachamar o sono e o cansaço.

Foi que na ponte para onde me dirigiaavistei um vulto de alguém que se debruçavasobre o paradão. Quando me aproximei vique a pessoa mantinha as mãos na cabeçanuma atitude que parecia de desespero.Dando pela minha presença, o vulto inicioua sua caminhada em direcção contráriaàquela que eu seguia. Fosse quem fosse, ca-minhava com os olhos colados ao chão, semolhar para qualquer lado. Ao passar por mim,quase que me atropelava, não fosse eu adesviar-me e teria vindo contra mim. Aindaassim quase me tocou, de raspão. Levantoua cabeça e pediu-me desculpa. Vi então queera uma mulher e pareceu-me que chorava.Disse-lhe Não tem de quê e perguntei-lhe seestava bem ou se tinha alguma preocupação.Nada, não tenho nada, disse-me. É melhorir para casa, dormir que amanhã é um novodia, aconselhei.

Mas ir para onde? Interrogou-se. Se eupudesse... Acrescentou.

Disse-lhe que para os lados da estaçãohavia quartos baratos podendo lá passar anoite. Depois de lhe ter dito isto fiquei coma impressão que não era essa a sua intençãoe, sem me dizer porquê, disse que tinhamedo.

Venha comigo, disse-lhe. Caminhámosem direcção à outra margem. Lá, algures, se

situava a estação de comboios e, com sorte,podia encontrar um local aberto.

Dito e feito. No interior da estação ha-viam vários Bistros abertos. Entramos num.Quase vazio, o Bistro dava guarida a três ouquatro passageiros da noite que matavam otempo diante de copos de cerveja. Umaempregada matrona, com um decote quaseindecente e um sorriso malandro nos lábios,serviu-me um conhaque e, à minha inespe-rada companheira, um Milchcafé bemquente.

Foi difícil arrancar-lhe qualquer palavrasobre a sua situação. Era uma mulher bonita,embora houvesse qualquer coisa no seurosto de muito triste. A cor dos seus olhos eracor de cinza e aparentava ter 35 anos deidade. Sobre as suas origens, foi-me dizendoque tinha nascido na Rússia e que vivia aquina Alemanha ia para 9 anos. Falava bem ale-mão e, das raras vezes que tentou sorrir, oseu rosto inspirava uma simpatia bastanteagradável.

Pouco a pouco o cansaço ia tomandoconta mim. Tinha passado um dia difícil e,

no hospital onde eu trabalho, as coisas tin-ham corrido muito mal. No banco de opera-ções, onde eu assisto um cirurgião, tinhampassados dois pacientes que não tinham re-sistido à operação devido ao adiantado es-tado da doença. Talvez tenham sido essescasos a origem da minha insónia e, de certamaneira, tenham contribuído para o meu es-tado. Era sempre assim quando morriam pa-cientes em operações nas quais euparticipava como assistente-enfermeiro.

Disse-lhe que precisava de descansaragora que tinha sono. Paguei a despesa àempregada com o decote exagerado e per-guntei à minha momentânea companheirase precisava de dinheiro para alugar umquarto. Respondeu-me com silêncio. Levan-tei-me para sair. Ela continuava sentada. De-sejei-lhe boa sorte, cumprimentei-a e saí.

Na rua, não dei mais do quer vinte pas-sos e o arrependimento de ter deixado amulher sem a ajudar tomou conta de mim.Voltei para trás, ao bistro, e disse-lhe Venhadaí.

Chegados a minha casa disse-lhe queela podia dormir na minha cama que eu fi-caria na sala, no fofá. Recusou. Não, não, porfavor, eu posso ficar aqui a um canto no sofá,disse. Dei-lhe roupa de cama e indiquei-lhea casa de banho. Enfiei-me no meu quarto edava graças a Deus por sentir sono.

Dormi. Acordei seriam 10h00 da manhã. Uma

leve dor de cabeça fez com que eu fechassede novo os olhos e tentasse dormir. Umahora depois decidi levantar-me e dirigi-meà cozinha para fazer um café. Encontrei-asentada no sofá com a cabeça encostada aosjoelhos, aninhada como se quisesse esconderde qualquer perigo.

Fiz-lhe um café e, à luz do dia, vi quantoera bonita mesmo com o ar cansado posto anu pelas, ainda que leves, olheiras que lhe

sombreavam o olhar.A custo, foi-me dizendo o que lhe acon-

tecera. Tinha passado dois dias muito difíceisdepois da morte do seu amigo com quemvivia e não conseguia voltar a casa porque asrecordações a faziam sofrer. Por isso, tinhaandado pelas ruas sem saber o que fazer atéque me encontrou. O seu amigo/maridotinha 38 anos e foi-lhe diagnosticado umadoença que o levou. A sua aflição e tristezafoi tanta que não teve forças para lhe fazero funeral, deixando-o entregue ao hospitalonde estava internado e acabou por falecer.Disse-me que lhe custava muito ir para casaporque as lembranças do seu amigo aindaeram muito vivas e não conseguia estar emcasa. Tinha medo, disse. Não podia habituar-se à morte do seu homem e estar em casa.Era muito penoso

Percebi o que sentia e não sabia quedizer-lhe quando a escutava a contar a suahistória.

Pensei que raio de sina era a minha queme punha em confronto com o destino trá-gico e amargo das pessoas, fosse no hospital,no lugar de trabalho, ou fora dele!...

Nessa manhã, a mulher despediu-secom um obrigado nos lábios, sem nunca terolhado para trás. Dela nem o nome soube.Partiu e eu voltei ao rame-rame, entre o hos-pital e a minha casa com intervalos de con-vívio com os amigos a quem nunca conteiesta história. Autor / Leitor Identificado

Um encontro sem querer

Disse-lhe que precisava de des-cansar agora que tinha sono. Pa-guei a despesa à empregada como decote exagerado e perguntei àminha momentânea compan-heira se precisava de dinheiropara alugar um quarto. Respon-deu-me com silêncio. Levantei-me para sair. Ela continuavasentada. Desejei-lhe boa sorte,cumprimentei-a e saí.

Page 21: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 2010 21Passar o Tempo

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de expediente): 0171 - 9952844

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Buschstr 7 - 20354 - HamburgoTel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal emOsnabruck

Schloßwall 2 - 49080 OsnabruckTel:0541/40 80 80

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 - 40217 -DusseldorfTel: 0211/13878-11;12;13

Vice-Consuladode Portugal em Frankfurt

Zeppelinalle 15 - 60325- FrankfurtTel: 069/979880-44;45

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 - 70173 StuttgartTel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

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Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

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CARNEIROAmor: Vai precisar muito do carinho doseu par. Procure ter uma vida de paz eamor.Saúde: Estará cheio de energia.Dinheiro: Esteja atento pois poderá terboas oportunidades de trabalho.

TOUROAmor: Poderá sentir saudades da sua in-fância. Ao aceitar o passado todas as má-goas se dissiparão e você viverá em paz!Saúde: Cuidado com o aparelho diges-tivo.Dinheiro: Tenha cuidado com os falsosamigos, pois nem sempre as pessoas quenos sorriem são as mais verdadeiras.

GÉMEOSAmor: A paixão poderá invadir o seu co-ração. O optimismo é próprio de quemprocura estar bem com a vida fazendocom que os outros também estejam. Saúde: Estável. No entanto, esteja atento.Dinheiro: Seja cauteloso, não gaste demais.

CARANGUEJOAmor: Tenha paciência com os defeitosdos outros. Lembre-se que também ostem. Por muitos erros que os outros pos-sam cometer, não os critique, dê-lhesantes a oportunidade de os corrigirem!SAÚDE: Poderá sofrer de dores de cabeça.Dinheiro: Nada o preocupará.

LEÃOAmor: A sua relação estará em profunda

harmonia. Olhe tudo com amor, assim avida será uma festa!Saúde: Cuidado com o sistema nervoso.Dinheiro: A sua vida financeira tem ten-dência para melhorar significativamente.

VIRGEMAmor: Antes de falar, pense bem naquiloque vai dizer. Não julgue o seu próximo,procure não pensar mal das pessoas!Saúde: Faça análises com maior regula-ridade.Dinheiro: Poderá ter a oportunidade deaumentar a sua capacidade financeira.

BALANÇAAmor: Invista e dê mais de si na sua rela-ção. A sua felicidade depende de si!Saúde: Não se desleixe e zele por si.Dinheiro: Pense bem antes de pôr emcausa o seu dinheiro.

ESCORPIÃOAmor: Estará muito sensível. Levará a malcertas coisas que lhe digam. Não dê tantaimportância a assuntos triviais. Dê sempreem primeiro lugar um bom exemplo deconduta!Saúde: Imponha um pouco mais de dis-ciplina alimentar a si próprio.Dinheiro: Tendência para gastos excessi-vos.

SAGITÁRIOAmor: Não seja mal-humorado para osque lhe são queridos. Plante hoje semen-tes de optimismo, amor e paz. Verá quecom esta atitude irá colher mais tarde os

frutos da alegria.Saúde: Faça alguns exercícios físicosmesmo em casa.Dinheiro: Não deixe para amanhã aquiloque pode fazer hoje.

CAPRICÓRNIOAmor: Um amigo poderá declarar umapaixão por si. Domine a sua agitação, per-maneça sereno e verá que tudo correbem!Saúde: Cuide melhor da sua alimentação.Dinheiro: Pode ter uma nova propostade trabalho.

AQUÁRIOAmor: Tente adaptar-se a uma nova vida,não esteja dependente de ninguém. Queo seu sorriso ilumine todos em seu redor!Saúde: Lembre-se que se não estiver deboa saúde dificilmente conseguirá atingiros seus objectivos, cuide mais de si!Dinheiro: Pense bem antes de pôr emmarcha qualquer tipo de projecto.

PEIXESAmor: Apague de uma vez por todas asrecordações do passado que não o fazemfeliz, esteja em paz consigo. Olhe emfrente e verá que existe uma luz ao fundodo túnel!Saúde: Não se auto-medique, procure oseu médico.Dinheiro: boa altura para fazer um inves-timento desde que analise bem a situa-ção.Invista com cuidado.

Quatro turistas portugueses vem para o Brasil, alu-gam um carro e começam a correr pela Via Dutra.Logo são parados por um guarda que se aproximada janela e pergunta: - Muito bonito! Por acaso posso saber o nome dosquatro elementos? O Manuel responde rápido: -Ora, essa é fácil: terra, fogo, água e ar!

O director da penitenciária reúne os presos nopátio e fala ao megafone: - Atenção, vamos fazer uma faxina para limpar este presídio, porque amanhã o governadorvem aí. No meio do pátio, um dos presos comenta: . Até que enfim que o apanharam!

Uma rapariga que trabalhava num escritório foi a um restaurante almoçar. Como estavamtodas as mesas ocupadas, sentou-se numa em que já estava uma velhota. Começaram emsilêncio, sem trocar palavra, até que a rapariga, terminada a refeição, acendeu um cigarro. - Preferia cometer o adultério do que fumar em público! — observou a velha com digni-dade. - Eu também — concordou calmamente a rapariga. — Mas só tenho uma hora para oalmoço.

Page 22: Jornal Portugal Post Julho 2010

PORTUGAL POST Nº 192 • Julho 201022

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Agradecemos a iniciativa da PORTUGAL POST de relançar o anuário da economia portuguesa na Alemanha,como colectânea da presença empresarial. Servirá como amostra da diversidade, potencialidade e capacidadeda nossa comunidade, mas também como ferramenta de comunicação, de cooperação e construção da ponteeconómica, cultural e espiritual entre Portugal e Alemanha.Simeon Ries, Presidente da Federação de Empresários Portugueses na Alemanha (VPU)

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